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Gestão de

Transporte e da
Frota
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line – Gestão do Transporte e da Frota –


Brasília: SEST/SENAT, 2016.

80 p. :il. – (EaD)

1. Transporte de carga - administração. 2. Frota -


administração. I. Serviço Social do Transporte. II.
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III.
Título.

CDU 656.025.4:005

ead.sestsenat.org.br
Sumário

Apresentação 6

Unidade 1 | Métodos Práticos para Dimensionamento e Operação de Frotas 7

1 Estimativa da Demanda 8

1.1 Dimensionamento da Frota 9

1.2 Alternativas para Aumento ou Redução do Tamanho da Frota 12

1.3 Operação da Frota 14

Glossário 21

Atividades 22

Referências 23

Unidade 2 | Softwares, Mapas e Instrumentos de Apoio a Roteirização de Veículos 24

1 Softwares 25

2 Outros Instrumentos de Apoio 27

3 Mapas 30

Atividades 35

Referências 36

Unidade 3 | Transporte de Mercadorias 37

1 Características dos Transportes de Mercadorias 38

1.1 Decisão de Transporte: Elementos Intervenientes 39

2 Modalidades de Transporte e suas Características 39

2.1 O Transporte Rodoviário 39

2.3 O Transporte Ferroviário 40

2.4 O Transporte Aquaviário 42

2.4.1 O Transporte Aquaviário: Fluvial 43

2.4.2 O Transporte Aquaviário: Marítimo 44

3
2.5 O Transporte Aéreo 45

2.6 O Transporte Dutoviário 46

Glossário 48

Atividades 49

Referências 50

Unidade 4 | Transporte Multimodal 51

1 Definições e Operação 52

1.1 Operador de Transporte Multimodal (OTM) 52

2 Transporte Multimodal X Intermodal 53

2.1 Composição de Cadeias Multimodais 54

3 Documentos Exigidos no Transporte de Cargas 55

3.1 Conhecimento de Embarque 55

3.2 Documentação Exigida para o Transporte Nacional de Cargas 58

3.3 Documentos Fiscais Exigidos para o Transporte de Produtos Não Perigosos 58

3.4 Documentos Fiscais Exigidos para o Transporte de Produtos Perigosos 62

Glossário 63

Atividades 64

Referências 65

Unidade 5 | Condução Econômica 66

1 Princípios Básicos 67

2 Condução Econômica 67

2.1 Guiar com Previsão 69

2.2 Operar o Veículo na Faixa Ideal de Operação 69

2.3 Sempre Que Possível Pular Marchas 70

2.4 Não Acelerar Durante a Troca de Marchas 71

2.5 Aproveitar a Inércia do Veículo 71

4
2.6 Utilizar Corretamente os Freios 72

2.7 Trafegar Somente com o Veículo Engrenado 73

2.8 Manter os Pneus Calibrados 73

2.9 Acompanhar o Desempenho do Veículo 73

2.10 Outras regras 73

Glossário 76

Atividades 77

Referências 78

Gabarito 79

5
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao curso Gestão do Transporte e da Frota!

Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de


cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos,
você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e
ajudar na compreensão do conteúdo.

Este curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 5 unidades,
conforme a tabela a seguir.

Unidades Carga Horária


Unidade 1 | Métodos Práticos para Dimensionamento e
6h
Operação de Frotas
Unidade 2 | Softwares, Mapas e Instrumentos de Apoio a
6h
Roteirização de Veículos
Unidade 3 | Transporte de Mercadorias 6h
Unidade 4 | Transporte Multimodal 6h
Unidade 5 | Condução Econômica 6h

Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:

a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas


“Aulas Interativas”;

b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60;

c) responder à “Avaliação de Reação”; e

d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.

Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de


dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br.

Bons estudos!

6
UNIDADE 1 | MÉTODOS
PRÁTICOS PARA
DIMENSIONAMENTO E
OPERAÇÃO DE FROTAS

7
Unidade 1 | Métodos Práticos para Dimensionamento e
Operação de Frotas

Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à primeira unidade do Curso Gestão do Transporte e da


Frota.

Você sabia que os veículos são o item de patrimônio mais importante em uma empresa de
transporte? E que para os transportadores autônomos o caminhão constitui-se na maioria
dos casos a própria empresa?

Pois é isso mesmo. É com os caminhões que a empresa e o autônomo obtêm sua renda,
ampliam seu mercado e oferecem serviços de transporte e logística aos seus clientes. Esse
é um dos motivos para que se exija uma boa administração da frota de veículos, para
que se zele pelos mesmos e para que se dimensione a frota adequadamente em termos
de número, capacidade e tipo de veículo. É isso que abordaremos, agora, nesta Unidade.
Bons estudos!

1 Estimativa da Demanda

A primeira providência que devemos tomar para dimensionar a frota de veículos é


estimar ou conhecer as características da demanda. Nem sempre essa tarefa é simples!

Muitos fatores a influenciam. Primeiramente, devemos levar em conta que o futuro é


incerto. Não sabemos como o mercado vai se comportar amanhã, devido a uma série
de elementos. Cabe aqui destacar alguns:

• As pessoas e organizações podem consumir menos produtos e serviços


reprimindo a demanda por transporte. Essa situação é típica das épocas em
que as atividades econômicas (trocas entre indivíduos e organizações) estão
em queda. Pode também ocorrer o contrário: haver um superaquecimento da
economia, provocando aumento da demanda pelos serviços de transporte;

• Há muitas empresas concorrendo no mesmo mercado. Em outras palavras, há


pouca carga para muitas empresas de transporte, há muita oferta para pouca
demanda;

8
• Há outros tipos de transporte que podem substituir o caminhão para executar
determinado serviço de movimentação;

• As características da carga mudam ao longo do tempo (introdução de contêineres,


paletes e outros artefatos de unitização, por exemplo) e tornam os veículos
inadequados para executar o serviço;

• A organização das cadeias logísticas evolui com o tempo. Por exemplo, a forma
de distribuição direta das fábricas aos clientes pode exigir determinado tipo de
caminhão. Uma mudança de estratégia de distribuição, passando a carga por
depósitos centrais antes de entregá-la ao cliente final, pode exigir caminhões
com características bastante diferenciadas (tamanho e capacidade de carga do
veículo, por exemplo).

1.1 Dimensionamento da Frota

Para resumir, podemos dizer que há duas situações distintas com as quais as empresas
se defrontam por ocasião de um processo de dimensionamento da frota:

• Quando a demanda é desconhecida

• Quando a demanda é conhecida

Evidentemente, a primeira situação é aquela que traz maiores problemas. Neste caso
é necessário prever a demanda. Aqui diremos simplificadamente que ela corresponde
à quantidade, em peso ou em volume de determinado bem, que devemos movimentar
durante um período de tempo (pode ser um dia, uma semana, um mês, um ano ou um
outro período mais longo). Um exemplo de demanda poderia ser o seguinte: a empresa
de transporte assinou um contrato com uma montadora de automóveis e precisará
movimentar, durante um ano, 200.000 contêineres de autopeças. Essa é a demanda
que foi previamente prevista pela montadora em função de sua expectativa de vendas
de veículos.

Nós trabalharemos aqui apenas com a situação em que a demanda é conhecida. A partir
dela, traçaremos um roteiro para realizar o dimensionamento de uma frota. Porém,
vamos saber resumidamente o que fazer para prever uma demanda desconhecida, sem
entrar no detalhamento da operação.

9
Então, você sabe o que fazer para prever a demanda?

O que se pode dizer é que estamos tratando de um processo bastante complexo. Já


dissemos que a previsão da demanda é complexa em função de uma série de fatores
externos que a influenciam. São poucos os profissionais que têm as competências e
habilidades para dominar o processo por completo. Em geral, são profissionais com
sólida formação quantitativa, que possuem conhecimentos profundos em modelos
matemáticos e estatísticos. Na maior parte dos casos são economistas, engenheiros
de tráfego e transporte, estatísticos, entre outras categorias profissionais.

Ela é efetuada com o uso de modelos matemáticos. Mas antes de se determinar qual
é o modelo a ser utilizado, é conveniente realizar-se uma análise que contemple os
seguintes passos (VALENTE; PASSAGLIA; NOVAES, 1997):

• Estudo das características de todo o setor para o qual se efetuará o cálculo da


demanda;

• Identificação das informações que possibilitam decidir o que interessa ou não


para planejar a demanda pelo transporte de carga;

• Estudo específico dos meios ou sistemas de transporte envolvidos, bem como de


todas as variáveis que possam afetar a procura por transportes.

Somente após tudo isso é que se pode determinar a equação matemática mais adequada
para calcular a demanda pelo serviço de transporte. Como dissemos anteriormente, é
um estudo que ultrapassa os objetivos do nosso curso e por isso não o aprofundaremos
nem o trataremos mais em detalhes.

Agora vamos ao caso em que a demanda é conhecida!

É conveniente antes de tudo categorizar a demanda por transporte em função das


distâncias a serem percorridas entre a origem e o destino das cargas. Esse fator
determinará o tamanho e as características do veículo que será utilizado. Há uma regra
básica que diz o seguinte: o transporte de cargas em meio urbano, quando as distâncias
são pequenas e o trânsito é complexo, deve ser realizado usando caminhões de menor
capacidade de carga. Já a operação de transporte de cargas em maiores distâncias é
mais racional se for realizada por caminhões maiores, que tenham capacidade mais
elevada de carregamento.

Assim, teríamos duas situações a considerar:

10
• Transporte de cargas de longo curso: em geral esse tipo de transporte é
realizado na área rural, ligando duas cidades que não estão situadas na mesma
aglomeração. É o caso de cidades situadas em Estados diferentes, em regiões
diferentes. Há nessa situação uma distância em quilômetros significativa entre o
ponto de origem e o ponto de destino da carga. Não há um limite estabelecido,
mas supõe-se como razoável as distâncias acima de 200 quilômetros.

• Transporte de cargas no meio urbano: são as entregas e coletas realizadas nos


centros urbanos ou aglomerações.

Se a empresa trabalhar nos dois tipos de mercado (urbano e rural), ela precisa
dimensionar uma frota com veículos de diferentes tamanhos e características para
atender às necessidades de cada um deles. Caso opere somente em um mercado,
poderá ter uma frota mais homogênea em termos de capacidade.

Há, porém, outros parâmetros que devem ser observados para o dimensionamento
da frota como a definição das características, das dimensões e do número de veículos,
além do tipo de mercado que será atendido.

Um roteiro para o dimensionamento da frota de veículos é proposto nesta tabela


(VALENTE; PASSAGLIA; NOVAES, 1997):

Determinar a demanda mensal de carga, especificando a unidade de carga (volume,


Passo 1
peso, etc.).

Passo 2 Fixar os dias de trabalho durante o mês e as horas de trabalho por dia.

Verificar as rotas a serem utilizadas, analisando o relevo, as condições de tráfego, as


Passo 3
condições do pavimento, o tipo de pavimento, etc.

Passo 4 Determinar a velocidade média de deslocamento durante o percurso.

Determinar os tempos de carga, descarga, paradas em filas, paradas para refeição e


Passo 5
descanso dos motoristas.

Pesquisar e analisar junto aos fabricantes as especificações técnicas de cada modelo


Passo 6
de veículo disponível.

Passo 7 Identificar a capacidade de carga útil do veículo escolhido.

Passo 8 Calcular o número de viagens/mês que cada veículo pode realizar.

Determinar a quantidade de carga (peso, volume) transportada por veículo durante


Passo 9
o mês.

Calcular o número de veículos necessários dividindo-se a demanda mensal de carga


Passo 10
pela quantidade de carga transportada por veículo durante o mês.

Ao número de veículos calculado é conveniente acrescentar alguns veículos


Passo 11 adicionais para substituir os caminhões que entram em manutenção, que são
avariados, etc.

11
1.2 Alternativas para Aumento ou Redução do Tamanho da
Frota

Todos sabemos que a demanda por determinado bem ou serviço é variável, oscila ao
longo do tempo, principalmente, em função do desempenho da economia do país, que
pode estar aquecida em determinado momento e em queda de consumo em outro.
Evidentemente, a demanda por serviços de transporte acompanhará as oscilações da
economia.

Assim, caso o transportador ou a empresa que tem frota própria dimensione o número
e tipos de seus veículos observando a maior demanda que ele terá durante um mês
do ano, por exemplo, poderá ter uma parte de seus veículos desocupada (capacidade
ociosa) em determinado período do ano. Isso não é bom para a empresa, porque
aumenta seus custos.

Como deve então proceder à empresa no caso de demanda oscilante, variável ao longo do
tempo, para dimensionar sua frota racionalmente?

Pois bem, na prática as empresas usam alguns artifícios ou técnicas de gestão que
lhes permitem ampliar ou diminuir o número de veículos necessários para adequar a
frota à demanda variável, sem que ocorram períodos de ociosidade ou insuficiência
de veículos para a empresa. Algumas dessas técnicas podem ser destacadas. São elas:

• Parcerias

• Franquias

• Terceirização

a) Parcerias

As parcerias ocorrem entre duas ou mais empresas que se unem para realizar
determinado serviço de transporte. As demandas por serviços das empresas
participantes da parceria são juntadas, assim como as frotas de veículos. Desta maneira,
podem ser racionalizados os esforços e os recursos das empresas. Por exemplo: há
casos em que duas empresas movimentam produtos entre pontos de origem e destino
das cargas que são coincidentes.

12
A demanda de cada empresa não completa a capacidade de carga do caminhão. Ao
se unirem em parceria, as cargas das duas empresas podem ser colocadas no mesmo
caminhão, completando a sua capacidade. Desta forma, um caminhão de uma empresa
pode atuar em um mercado e o caminhão da outra empresa em um mercado diferente.

Na parceria, procura-se otimizar o uso da frota, dando maior aproveitamento aos


veículos e, em consequência, reduzindo os custos com transporte (combustível, mão-
de-obra, manutenção, etc.). Com as frotas unidas, pode-se até reduzir o número de
veículos de cada empresa para realizar o mesmo serviço.

b) Terceirização

Você sabia que muitas das empresas de transporte de cargas fazem uso da terceirização
de serviços?

O que isso significa?

A técnica de terceirização diz respeito ao uso de serviços de terceiros por uma empresa
de transporte. Quando uma empresa tem uma demanda elevada de serviços e não
tem uma frota de veículos suficiente para atender a todas as solicitações, ela pode
contratar um transportador autônomo, por exemplo, para realizar parte do transporte.
Ela também pode locar veículos.

Esse procedimento é bastante conhecido e utilizado no setor de transporte,


principalmente, através da contratação de transportadores autônomos, os agregados,
para prestar serviços de transporte por um período determinado.

A terceirização evita que a empresa tenha que adquirir veículos novos quando a
demanda é elevada e depois vendê-los quando a demanda volta ao nível normal. Ela é
muito utilizada nos mercados que apresentam maiores oscilações da demanda.

c) Franquias (em inglês, Franchising)

O sistema de franquias é muito utilizado pelas empresas de transporte para expandir


sua área de atuação no mercado. Há transportadoras que possuem atuação em todo o
território nacional. Em muitos estados elas possuem filiais que podem ser oferecidas
a interessados em atuar com o nome da empresa, aproveitando a sua experiência,
conhecimentos e contatos acumulados no setor.

13
Assim, um agente de carga ou mesmo um outro transportador pode adquirir uma
franquia da empresa e trabalhar em mercados onde ela não tinha acesso ou não tinha
condições de prestar um atendimento direto.

Esse tipo de relacionamento no mercado de transporte de cargas funciona de maneira


análoga aos vários tipos de franquias que conhecemos em outros setores: alimentação,
ensino de línguas, distribuidoras de produtos, etc.

1.3 Operação da Frota

O que significa operar a frota de veículos de uma empresa de cargas?

De uma maneira bastante simples, podemos dizer que a


operação da frota consiste na gestão e planejamento das
operações de coleta e entrega de mercadorias. Logicamente,
para efetuar essas duas tarefas precisamos passar por outras,
tais como: carga, descarga, roteirização e despacho de veículos,
alocação e programação de motoristas, etc.

Agora veremos mais em detalhes as operações de roteirização e despacho.

Para desenvolvermos esses dois conhecimentos, vamos supor que a nossa empresa
seja uma transportadora de cargas (ela poderia ser uma distribuidora de produtos que
possui frota própria, entre outras alternativas possíveis) que possui um depósito ou
um terminal a partir do qual ela distribui os produtos a seus clientes localizados em
uma determinada área urbana. Veja o esquema representado a seguir:

14
Região de
Distribuição

Retorno

Entrega

Depósito do Clientes
Transportador

Figura 1: Esquema típico de um sistema de distribuição

De que forma a transportadora atenderia aos clientes localizados na zona (região) de


distribuição?

Há várias maneiras:

• Um veículo atende a um único cliente e volta ao depósito após a entrega. Isso é


recomendável quando a mercadoria solicitada pelo cliente preencha uma carga
completa.

• Um veículo carrega a mercadoria de diversos clientes e após a visita para entrega


do produto a todos os clientes retorna ao depósito.

• Diversos veículos são utilizados para realizar a distribuição de mercadorias,


com cada um dos caminhões levando a carga de um determinado número de
clientes. Todos os caminhões voltam ao depósito após realizarem as operações
de distribuição aos clientes.

Qual alternativa a empresa adotará para fazer a distribuição dos produtos aos clientes?

Em princípio, não há uma resposta válida para todas as situações de distribuição ou


coleta de mercadorias encontradas na prática. Cada caso deve ser estudado para
encontrarmos a melhor solução para o problema.

Uma das práticas utilizadas para o planejamento das visitas aos clientes para entrega
ou coleta de mercadorias é a roteirização.

15
Mas o que é roteirização?

Nos setores de transporte e logística a roteirização é entendida como um método


de busca da melhor sequência de visitas a um determinado número de clientes no
interior de uma zona de coleta ou de distribuição. Entende-se por sequência, a ordem
estabelecida para as entregas ou coletas, como por exemplo, a sequência 1 – 2 – 3 -
4 – 5 – 6, para atender aos 6 clientes da figura anterior. Poderia, talvez, ser melhor
utilizarmos a sequência 2 – 4 – 5 – 3 – 6 – 1, ou qualquer outra sequência, combinando os
seis clientes. Poderíamos ainda estabelecer duas entregas, dividindo três clientes para
cada caminhão. O que se quer dizer é que o número de alternativas para se realizar a
roteirização é grande, pois podemos combinar os seis clientes da zona de distribuição
de diferentes formas para estabelecermos os roteiros de entrega de mercadorias.

Sintetizando, a roteirização é o processo de determinação das


sequências otimizadas de entregas ou coletas de mercadorias
aos clientes.

Observe, porém, que a roteirização pode ser utilizada também para a prestação de
outros serviços: imagine como são programadas as visitas das companhias de energia
elétrica para fazer a medição do consumo na casa das pessoas e nas empresas; imagine
também como são feitas às entregas de correspondências pelos correios; pense ainda
no serviço fornecido pelas companhias de água e nos serviços de televisão a cabo ou
via satélite; pense também na forma como é programada a coleta do lixo residencial.

Todas essas atividades necessitam de um planejamento de coletas, entregas ou


simplesmente visitas, não é mesmo?

Por que a roteirização deve ser uma sequência otimizada de visitas?

Para podermos realizar os serviços com os menores custos possíveis e para realizá-los
com a qualidade exigida pelos clientes ou usuários do serviço.

Assim, a roteirização procura:

• Reduzir as distâncias percorridas para realizar as tarefas;

• Reduzir o tempo para realizar as tarefas;

• Otimizar o uso dos veículos (peso, volume, horas de utilização);

16
• Racionalizar o uso da mão de obra (motoristas e ajudantes);

• Servir como subsídio para o dimensionamento da frota.

Assim, o problema da programação da roteirização envolve a definição dos seguintes


pontos, entre outros:

• A determinação do número de veículos necessários para realizar os serviços;

• As capacidades (peso e volume) dos veículos;

• Os diversos pontos de parada (clientes) para coleta ou entrega de produtos;

• A sequência das paradas para coleta ou entrega das mercadorias;

• A quantidade de produto a ser entregue para cada cliente;

• A localização exata de cada cliente na região de distribuição ou coleta;

• As distâncias entre os diversos clientes e entre estes e o depósito.

Mas como devemos fazer para saber qual é o melhor ou quais são os melhores roteiros
para uma determinada empresa coletar ou distribuir produtos em uma região para
diversos clientes?

Como já havíamos dito anteriormente, o número de possíveis alternativas para


roteirizar as entregas ou coletas é grande. Quanto maior for o número de clientes,
mais complexa é a solução para o problema e, em geral, é necessário o uso de métodos
bastante sofisticados, operacionalizados no computador. Nós veremos, na próxima
Unidade, como funcionam alguns dos métodos operacionalizados na forma de
softwares de roteirização de veículos.

Podemos, entretanto, em uma primeira etapa definir algumas regras práticas para
efetuar a roteirização em situações mais simples, que não exigem o uso de softwares
ou modelos matemáticos complexos. Vamos a elas?

Ballou (1993) descreve um conjunto de regras operacionais que auxiliam


consideravelmente na determinação de roteiros. Segundo esse autor, bons roteiros
podem ser obtidos com a consideração das seguintes regras:

1. Inicie o agrupamento pelo ponto (parada) mais distante do depósito;

17
2. Encontre o próximo ponto, tomando o ponto disponível que esteja mais perto do
centro dos pontos no grupo. Agregue esse ponto de parada ao grupo de pontos,
caso a capacidade do veículo (peso ou volume) não tenha sido excedida;

3. Repita o passo 2 até que a capacidade do veículo tenha sido atingida;

4. Sequencie as paradas de maneira a ter a forma de uma gota d’água;

5. Encontre o próximo ponto, que é a parada mais distante do depósito ainda


disponível, e repita os passos 2 e 4;

6. Continue até que todos os pontos tenham sido designados.

Procure com esse procedimento gerar roteiros com o formato semelhante ao de


“pétalas de margarida”, ilustrados por esta figura:

Depósito do
Transportador

Figura 2: Procedimento para traçar roteiros ótimos (BALLOU, 1993)

Nesta figura vemos que os clientes já estão previamente separados por roteiros. Cada
“pétala da margarida” corresponde a um roteiro com diversos clientes. Neste caso, já
estão resolvidos os problemas de capacidade do caminhão e o tempo disponível para
fazermos as visitas.

18
Note que só podemos estabelecer um roteiro quando tivermos

cc condições de realizá-lo na prática. Por isso, é necessário antes


de separarmos os clientes em cada roteiro para sabermos se a
carga será entregue ou coletada para o conjunto de clientes de
cada roteiro. E também para sabermos se a carga está condizente
com a capacidade em volume e em peso dos veículos que temos
disponíveis para realizar o serviço. Da mesma forma, é preciso
verificar se todos os clientes do roteiro poderão ser atendidos
dentro do intervalo de tempo que dispomos para realizar as
visitas. Quando esses dois problemas estiverem resolvidos,
então basta encontrar a melhor sequência de visitas em cada
roteiro, minimizando as distâncias.

Nas atividades práticas, problemas de roteirização ocorrem frequentemente na


distribuição e na coleta de produtos e também na prestação de serviços. Alguns
exemplos mais conhecidos são os seguintes (NOVAES, 2001):

• Entrega, em domicílio, de produtos comprados nas lojas de varejo ou pela


Internet;

• Distribuição de produtos dos Centros de Distribuição para lojas de varejo;

• Distribuição de bebidas em bares e restaurantes;

• Distribuição de dinheiro para caixas eletrônicos de bancos;

• Distribuição de combustíveis para postos de gasolina;

• Distribuição de artigos de toalete (toalhas, roupa de cama, etc.) para hotéis,


restaurantes e hospitais;

• Coleta de lixo urbano;

• Entrega domiciliar de correspondência, etc.

Uma situação bastante comum na distribuição e coleta de cargas ocorre quando não se
conhecem exatamente os pontos de parada. Esta situação é conhecida como despacho
de veículos.

A diferença do despacho para a roteirização é a seguinte:

19
Na roteirização os volumes de carga e as paradas são conhecidos antes de se fazer
a programação de entregas ou coletas. Na prática, as empresas de transporte ou
as distribuidoras recebem os pedidos no dia anterior e fazem a programação da
roteirização para o dia seguinte. Isso ocorre no período noturno no dia anterior ao da
entrega/coleta ou mesmo na manhã do dia da realização dos serviços.

No despacho, a demanda de um determinado cliente pode acontecer quando o veículo


de transporte já percorre sua rota. Isso acontece em diversos tipos de atividades,
como por exemplo, com táxis, com os veículos dos Correios e com viaturas policiais. De
acordo com Ballou (1993), a solução para esse tipo de problema passa pela capacidade
dos programadores da empresa de direcionar os veículos à medida que a demanda
ocorre, de forma a utilizá-los racionalmente. Na prática, uma maneira de fazer o
despacho é direcionar o veículo localizado mais próximo da parada em que ocorreu
a demanda. Logicamente, é preciso verificar se o veículo tem a mercadoria solicitada
disponível, no caso da entrega, ou se possui espaço suficiente para realizar a coleta dos
produtos. A situação de despacho de veículos tem um pouco mais de complexidade
que a roteirização, pois as demandas que ocorrem são imprevistas.

Vamos a um exemplo prático de como essa atividade pode acontecer?

Este exemplo foi extraído do livro de Ballou (1993):

Você sabia que em alguns casos o processo de roteirização pode se limitar à definição da
rota, ou seja, do caminho a seguir para ir do ponto de entrega até o cliente?

São normalmente os casos em que a entrega ou coleta é feita com carga completa, em
que o caminhão parte do fornecedor e vai até um único cliente.

Como se determina qual é a melhor rota nessa situação?

Em geral, tenta-se encontrar a rota com a menor extensão, caso as outras condições
de infraestrutura das vias (relevo, qualidade do pavimento, etc.) não sejam fatores
limitantes.

Vamos a um exemplo desse tipo de situação?

Este mapa mostra as possibilidades de ligação rodoviária entre duas cidades: Oiapoque
e Chuí.

20
Podemos concluir que existem 5 possibilidades (racionais) de rotas entre os dois
pontos. Determine as distâncias em quilômetros para cada uma das possibilidades e
diga qual é a extensão da rota de menor distância.

16.9
Chuí

7.0
7.1

Oiapoque 7,8

3.4

3.0

20.2
Figura 3: Rota de menor extensão em quilômetros

Glossário

Otimizar: Criar condições mais favoráveis para; tirar o melhor partido possível de.

21
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A previsão da demanda é um
processo complexo, pois há uma série de fatores internos e
externos que a influenciam. Os profissionais competentes
para dominar esse processo, geralmente, possuem
conhecimentos profundos em matemática e estatística.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. A demanda por determinado


bem ou serviço é variável e oscila ao longo do tempo.
Considerando esse fato, quando um transportador fica com
uma parte de seus veículos desocupados em uma parte do
ano, ele ajuda a reduzir os custos da empresa.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

22
Referências

BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

DAIMLER-CHRYSLER. Informações técnicas para operação de veículos Mercedes


Benz. Manual de Treinamento Pós-Venda. Campinas: 2004.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia,


operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

PARTYKA, J. G.; HALL, R. W. On the road to service: OR/MS today. Disponível em:
<www.lionhrtpub.com>. Acesso em: ago. 2000.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

23
UNIDADE 2 | SOFTWARES,
MAPAS E INSTRUMENTOS DE
APOIO A ROTEIRIZAÇÃO DE
VEÍCULOS

24
Unidade 2 | Softwares, Mapas e Instrumentos de
Apoio a Roteirização de Veículos

Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à unidade 2! Nesta Unidade, nós conheceremos os principais


softwares, os instrumentos e mapas de apoio existentes para os métodos de roteirização
de veículos para coleta e entrega de mercadorias. Bons estudos!

1 Softwares

Vimos na unidade anterior um conjunto de regras práticas para auxiliar a definição de


roteiros. Essas regras simples são válidas quando o número de clientes com os quais
trabalhamos não é muito numeroso, é fixo, ou seja, eles são sempre os mesmos e sua
localização exata na região de distribuição ou coleta é conhecida.

Quando o número de clientes é maior (não há um limite estabelecido), podemos


dizer que acima de 20 já é um número significativo, é necessário utilizar instrumentos
informatizados ou até mesmo softwares específicos de roteirização para solucionarmos
o problema de forma racional.

Os softwares são criados com base em modelos matemáticos


bastante complexos e visam à otimização do processo de
entregas ou coletas, determinando a sequência de visitas aos
clientes que permite minimizar as distâncias percorridas e,
também, o tempo gasto para realizar o serviço. Eles têm a
vantagem de permitir a programação da roteirização com um
grande número de variáveis: clientes, caminhões, roteiros,
restrições operacionais diversas, etc. Além disso, têm uma
capacidade de processamento bem maior do que a do cérebro
humano e, então, realizam os cálculos e as simulações dos
diversos roteiros possíveis em tempo reduzido.

25
Há uma razoável variedade de softwares de roteirização comercializados no mercado
para auxiliar as empresas na tarefa de programação dos serviços de entrega e coleta
de mercadorias. Quase que a totalidade deles é de origem estrangeira. Novaes (2001)
traz um panorama dos fornecedores de softwares de roteirização a partir de uma
pesquisa publicada na Internet por Partyka e Hall (2000). Vamos reproduzir aqui a
listagem com as características operacionais dos principais relacionados na pesquisa.
Assim, poderemos conhecer, mais detalhadamente, o que cada um dos produtos
oferece como recurso para o planejamento da roteirização.
Faz
Destâncias
Monitoramento programação
Site na N° de visitas N° de calculadas
Produtos de veículos do
Internet por dia veículos sobre a rede
real-time carregamento
viária
dos veículos?

Arc Logístics
www.esri.com ilimitado ilimitado Sim Não Sim
Route

www.

Direct Route applanlogistics. 16.384 522 Sim Não Sim

com

www.
Easy Router 1000 35 Sim Não Não
descastes.com

www.roadnet.
Mobile Cast ilimitado ilimitado Sim Sim Não
com

Quantum www.quantum-
1000 por CD 300 por CD Sim Sim Sim
Dispatch associates.com

www.roadnet.
Roadnet 5000 ilimitado ilimitado Sim Sim Não
com

www.
Road Show 32.000 n.d. Sim Sim Não
descartes.com

RoutePro
www.caps.com ilimitado ilimitado Sim Sim Não
Dispatcher

RouteSmart, www.

Route routesmart. ilimitado ilimitado Sim Não Sim

Optimization com

www.

Routronic 2000 carrierlogistics. n.d. n.d. Sim Não Sim

com

Territory www.roadnet.
ilimitado ilimitado Sim Sim Não
Planner com

www.caliper.
Trans CAD ilimitado 32.000 Sim Não Sim
com

www.

TruckStops bettroutes. ilimitado ilimitado Não Não Não

com

Fonte: Adaptado de Novaes, 2001.

26
Observe que os softwares de roteirização têm características diferenciadas no que
diz respeito ao número de visitas e de veículos que podem ser programados por dia.
Há, ainda, diferenças com relação ao monitoramento em tempo real das entregas e à
programação do carregamento dos veículos para cumprir o roteiro definido. A grande
maioria deles utiliza a rede viária para o cálculo das distâncias entre os vários clientes
de uma região de distribuição ou coleta.

2 Outros Instrumentos de Apoio

É importante notar que, normalmente, os softwares são utilizados em conjunto com


outros instrumentos tecnológicos de comunicação e de localização. Até a algum tempo,
o depósito da transportadora ou os escritórios da empresa só se comunicavam com
o motorista do caminhão por intermédio do rádio. Atualmente, existem tecnologias
embarcadas que facilitam o contato com o motorista e permitem conhecer a exata
localização do veículo e realizar a reprogramação do roteiro de entregas e coletas em
tempo real, caso seja necessário, quando o caminhão já está realizando os serviços aos
clientes. Quando o veículo já está no campo, podem ocorrer diversas situações que
exigem a comunicação entre o motorista e a empresa. Vamos a alguns exemplos:

• Algum problema ocorrido na rota do veículo: congestionamento, acidente,


enchente, etc.;

• Solicitação de um serviço de emergência (coleta ou entrega) por algum cliente


localizado na rota do veículo;

• Acidente de trânsito com o veículo ou falha mecânica ou de outra natureza que o


levem a uma pane que necessita de intervenção de um especialista para corrigi-
la;

• Outro tipo de ocorrência que precise ser comunicada à empresa ou ao motorista.

Para essas situações, faz-se necessário um sistema de comunicação eficiente entre o


motorista e a empresa. Dentre os instrumentos tecnológicos de comunicação atuais
podem ser destacados: o GPS (sistemas de posicionamento global por satélite), o
GIS (sistemas de informação geográfica), a telefonia móvel, os sistemas de rádio

27
transmissão, os mapas digitalizados das regiões com as vias e a localização dos
clientes, etc., que combinados com o software de roteirização, possibilitam melhorar
sensivelmente o planejamento e a operação de entregas ou coletas.

Vamos a uma breve apresentação do funcionamento e da aplicação dos principais


instrumentos e tecnologias citados?

a) Sistemas de Posicionamento Global (GPS)

O monitoramento de veículos por GPS consiste em localizar os mesmos em movimento,


visando conhecer a sua posição georeferenciada em tempo real. Esse monitoramento
pode ser realizado com o auxílio do Sistema de Posicionamento Global, conhecido pela
sigla GPS (em inglês, Global Positioning System).

O GPS é um sofisticado sistema eletrônico de navegação, desenvolvido pelo


Departamento de Defesa dos EUA, com base em uma rede de satélites que permite
localização instantânea, em qualquer ponto da Terra, com uma precisão quase perfeita.

O GPS opera com 24 satélites.


Esse Sistema foi projetado de
forma que em qualquer lugar
do mundo e a qualquer instante
existam pelo menos 4 (quatro)
satélites GPS acima do horizonte
do usúario equipado com um
receptor / processador de sinais
de GPS (receptor).

gg
Entenda melhor como funciona um GPS. Assista ao vídeo
disponível no link a seguir. Confira!

https://www.youtube.com/watch?v=y99Yth0f9BI

A posição do ponto é determinada à custa das distâncias que o separam dos satélites
cujas posições no espaço são conhecidas (trilateração). Essas distâncias são calculadas
a partir da determinação do tempo que os sinais de rádio emitidos pelo satélite
demoram a atingir o receptor.

28
Para o monitoramento de veículo, utiliza-se o GPS para localizá-lo, por meio de
uma unidade receptora acoplada a esse veículo que processa as informações de
posicionamento. Posteriormente, essas informações são transmitidas para uma central
de controle, via satélite ou outra forma de comunicação (celular, rádio, etc.), que, por
sua vez, trata essas informações obtendo o deslocamento do veículo.

Assim, a instalação de uma antena de GPS (antena receptora), em um veículo, permite


determinar com uma precisão de poucos metros, a sua posição.

No Brasil, esse sistema vem sendo utilizado, na maioria dos casos, no gerenciamento
de cargas e/ou segurança de veículos.

Satélites GPS

Satélites de Cliente
comunicação

Volvo Base Servidor


Internet
Link Terrestre Volvo

b) Sistema de Informações Geográficas (GIS)

Conforme já dissemos anteriormente, a definição


de rotas pode ser feita de várias maneiras:
manualmente, por meio de tabelas e de um mapa
Dados
físico (em papel). Porém, com a evolução dos
computadores e dos softwares, desenvolveram-se
ferramentas ou sistemas que juntam as tabelas,
as informações geográficas da região em que
a empresa atua e o mapa da região, em meio
GIS
digital. Esses sistemas chamados de GIS (sistema
de informações geográficas) integram: banco Mapas
Pessoas
de dados, os mapas e as pessoas que com ele
trabalham, conforme pode ser visto na figura.

29
O nome da ferramenta ou sistema em português é Sistema de Informações Geográficas
(SIG), mas ele é originário da sigla inglesa GIS (em inglês, Geografical Information
Systems). O GIS Integra os mapas e as tabelas para serem trabalhadas no computador
e, assim, propicia a definição de rotas de caminhões, linhas de ônibus, etc.

Existem no mercado várias versões comerciais de SIG ou GIS, sendo que os mais
populares para a definição de rotas são o TransCAD, o ArcGIS, o ArcView e o Intergraph.

Outros softwares de roteirização existentes no mercado não têm embutidos no seu


sistema um GIS, mas podem ser acoplados a uma ferramenta desse tipo para facilitar a
tarefa de planejamento de rotas.

Mas qual é a vantagem de se usar um SIG ou GIS?

Com o GIS, consegue-se aumentar a produtividade e localizar pontos rapidamente


graças às informações que são relacionadas a ele, tais como: latitude, longitude,
quantidade de habitantes de uma região, quantidade de passageiros de uma linha de
ônibus, quantidade de carga a ser transportada em determinada rota, etc.

Para usar um GIS é necessário possuir um banco de dados georreferenciado, o que se


consegue com o uso do GPS ou com um mapa digital obtido através de programas do
tipo AutoCAD, de fotos aéreas ou de imagens de satélites. Esses bancos de dados são
encontrados facilmente no mercado para venda.

Uma vez conseguido o banco de dados georreferenciado (em qualquer uma das formas
citadas acima), pode-se viajar pelo mapa localizando os pontos estratégicos para a
finalidade desejada, servindo assim, para orientar a tomada de decisões mais precisas
para a empresa.

3 Mapas

Adquiridos os dados e feita a acoplagem dos mesmos a um GIS, pode-se visualizar os


mapas em vários tamanhos, observar características de objetos (quantidades de
clientes em um bairro, quantidades de mercadoria consumida pelo cliente fulano de
tal por mês, etc.) e elaborar mapas temáticos como os que são apresentados em
coleções do tipo Atlas, nos quais se pode ver, a partir da variação de cores do mapa, a
população de uma cidade, a quantidade de pessoas que utilizam determinado terminal

30
ou parada de transporte público, a concentração de depósitos e clientes em determinada
região, entre outras aplicações. Esta figura ilustra algumas apresentações de mapas
que podem ser obtidas com o uso do GIS.

Figura 4: Exemplos de apresentação de mapas digitais em um Sistema de Informações Geográficas

Especificamente para a programação e planejamento de roteiros, pode-se com um mapa


digitalizado em um computador identificar a localização exata dos clientes, conhecer
as condições de infraestrutura para carga e descarga nos clientes, saber como funciona
o trânsito nas imediações e projetar soluções para atendê-los com maior rapidez.

Pode-se a partir do mapa projetar a sequência de visitas aos diversos clientes, a partir
de um depósito ou centro de distribuição. O mapa apresentado a seguir mostra como
se podem localizar os clientes em uma região urbana e também determinar a localização
do ponto de origem das entregas, o depósito da empresa, por exemplo.

Observe no mapa que são indicadas as localizações exatas de três clientes em uma área
urbana, além da localização do depósito de um distribuidor. Com o auxílio de softwares
de roteirização é perfeitamente possível determinar a sequência de entregas para
esses clientes que permita minimizar a distância e o tempo para realização do serviço.

Cliente
Cliente

Cliente
Distribuidor

Cliente

Figura 5: Mapa indicativo da localização de pontos de entrega e coleta em uma zona urbana

31
E como se faz a interpretação de mapas e rotas?

O mapa é uma representação gráfica no plano de municípios, estados ou regiões


contendo os limites da área em questão, sendo chamado, neste caso, de mapa político-
administrativo. O mapa político-administrativo ainda pode conter a representação das
rodovias federais, estaduais e municipais, das hidrovias, ferrovias e portos da área
representada.

As rotas são caminhos a serem seguidos com base na orientação de mapas. No caso do
mapa rodoviário, as rotas são formadas por pontos localizados dentro da representação
contida no mapa rodoviário, que vai facilitar na localização das vias de acesso de um
ponto ao outro.

Utilizando-se de um mapa de rodovias federais da região Centro-Oeste, por exemplo,


pode-se observar a existência de cores diferentes no mapa, que ajudam a identificar e
separar a região Centro-Oeste de outras áreas.

Dentro do mapa, há um quadro situado na parte inferior esquerda do mesmo, chamado


legenda, o qual está presente em todos os mapas. A legenda ajuda na identificação de
regiões, locais, rodovias, por meio do uso de cores, símbolos e números. Na legenda
da figura a seguir estão representados traços com cores e linhas diferentes que têm a
função de distinguir os diferentes tipos de rodovias existentes na região, isto é, cada
traço representa um tipo diferente de rodovia especificada na legenda.

Observando ainda as rodovias no mapa a seguir, nota-se que em cada rodovia existe
um número que serve de identificação, podendo este número ser associado ao “nome”
da rodovia.

32
Figura 6: Mapa das rodovias federais da região Centro-Oeste

Ao longo das rodovias, são apontadas as cidades e regiões a que dão acesso, servindo
como pontos de referência para chegar a um determinado destino, ou seja, para sair de
um local de origem e chegar ao local de destino, sabe-se que ao longo da rota escolhida
deve-se passar por determinadas cidades atendidas por aquela rodovia.

Para facilitar a definição de rotas e distâncias, podem ser utilizados sites da Internet
que oferecem mapas digitalizados, utilizando Sistemas de Informação Geográfica
(SIG). O SIG armazena a geometria e os atributos dos dados que estão localizados na
superfície terrestre e em uma projeção cartográfica.

33
gg
Nestes sites, você pode encontrar mapas e definições de rota.
Confira!

http://mapas.yahoo.com.br/caminho.asp

http://guia4rodas.abril.com.br/

http://www.guiageo.com/

34
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Quando o número de clientes
já é significativo, é necessário utilizar instrumentos
informatizados ou softwares específicos de roteirização que
permitem a programação da roteirização com um grande
número de variáveis.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Bancos de dados


georreferenciados para utilização de um GIS não são
encontrados facilmente para venda no mercado. No entanto
também podem ser utilizados mapas digitais obtidos através
de programas do tipo AutoCAD, de fotos aéreas ou de
imagens de satélites.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

35
Referências

BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

DAIMLER-CHRYSLER. Informações técnicas para operação de veículos Mercedes


Benz. Manual de Treinamento Pós-Venda. Campinas: 2004.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia,


operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

PARTYKA, J. G.; HALL, R. W. On the road to service: OR/MS today. Disponível em:
<www.lionhrtpub.com>. Acesso em: ago. 2000.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

36
UNIDADE 3 | TRANSPORTE DE
MERCADORIAS

37
Unidade 3 | Transporte de Mercadorias

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 3! Nela, vamos definir as características dos
transportes de mercadorias e apresentar as modalidades de transportes e suas respectivas
categorias. Bons estudos!

1 Características dos Transportes de Mercadorias

O setor de transporte oferece vários modos e formas diferentes de se transportar


mercadorias, conforme se pode observar na tabela.
Tabela 1: Modos e Formas de Transporte de Cargas

Modos Formas
1. Rodovíario 1. Modal (consiste na utilização de apena 1 modo de transporte).
2. Segmentado (consiste na utilização de veículos diferentes de
2. Ferroviário
uma ou mais modalidade de transporte com contratos distintos).
3. Aquaviário 3. Sucessivo (quando há transbordo para prosseguimento do
(fluvial e transporte em veículo da mesma modalidade e com um único
marítimo) contrato).
4. Combinado (nesta forma de transporte juntam-se elementos
4. Dutoviário
de diferentes modos de transporte em uma única operação).
5. Intermodal (é o transporte realizado por duas ou mais
5. Aéreo
modalidades em uma mesma operação).
6. Multimodal (consiste na utilização de mais de uma modalidade
de transporte, desde a origem até o destino, regida por um único
contrato de transporte).

Vamos conhecer agora as características de cada uma das modalidades de transporte de


cargas?

38
1.1 Decisão de Transporte: Elementos Intervenientes

Vários elementos contribuem para a escolha de determinada modalidade de transporte


ou para a combinação de várias modalidades, tanto no transporte nacional quanto no
internacional. Os principais elementos são os seguintes:

• Modos de transporte disponíveis

• Tipo de produto

• Tempo médio de entrega e o tempo em trânsito

• Valor do frete

• Informação sobre localização do produto (alguns transportadores fornecem


informações sobre a localização geográfica exata da carga)

• Vias de acesso ao local de destino (podem limitar fisicamente a escolha das


modalidades de transporte)

2 Modalidades de Transporte e suas Características

2.1 O Transporte Rodoviário

Para viagens de curtas e médias distâncias, o modal rodoviário é o mais utilizado no


comércio de mercadorias, sendo peça fundamental para permitir que a multimodalidade
e a intermodalidade possam ser realizadas. Apenas o transporte rodoviário tem a
capacidade de interligar os diversos modais, abrangendo todo o percurso da mercadoria.

Porém, o transporte rodoviário, via de regra, apresenta preços de frete mais elevados
do que os modos de transporte ferroviário e aquaviário, sendo, portanto, recomendado
para mercadorias de alto valor ou perecíveis. Não é recomendado, por exemplo, para
produtos agrícolas a granel, que possuem baixo valor específico.

39
No Brasil, o modo de transporte mais empregado é o rodoviário; inclusive para a
movimentação de mercadorias para países limítrofes com o Brasil, como o Paraguai,
Uruguai, Chile e Bolívia.

Vejamos as vantagens e desvantagens do transporte rodoviário de cargas!

As principais vantagens são:

• Serviço porta a porta.

• Frequência e disponibilidade de vias de acesso.

• Menor tempo de carregamento do veículo devido à sua capacidade, o que permite


a rápida partida do mesmo.

• Facilidade de substituir o veículo por outro, em caso de acidente ou quebra do


veículo.

• Permite o despacho de carga parcelada.

As principais desvantagens são:

• Apresenta maior custo operacional, se comparado com a ferrovia e a hidrovia;

• Afeta o nível de serviço das estradas, principalmente nos períodos de safra


quando provoca grandes congestionamentos nas rodovias;

• Menor capacidade de carga, se comparado com o ferroviário e o aquaviário.

2.3 O Transporte Ferroviário

O transporte ferroviário é efetuado por vagões, puxados por locomotivas, sobre


trilhos e com trajetos devidamente delineados, ou seja, não têm flexibilidade quanto a
percursos e está preso a caminhos únicos, o que pode provocar atrasos na entrega das
mercadorias, em caso de obstrução da ferrovia.

A distância é apenas um dos fatores que influenciam o custo desta modalidade de


transporte e, similarmente ao que ocorre no transporte marítimo, a densidade de
tráfego em determinada rota é fundamental para justificar a construção de uma

40
ferrovia. O ferroviário é um modal apropriado para transporte de mercadorias agrícolas
a granel, como açúcar, grãos, etc., assim como para movimentar minérios, derivados de
petróleo e produtos siderúrgicos, pois apresentam grandes volumes e preços baixos,
necessitando de um frete competitivo.

É adequado para viagens de curtas e médias distâncias, onde os demais modais não são
tão convenientes, em termos de tempo e custos, sendo que sua utilização não pode ser
descartada em distâncias mais longas para mercadorias de baixo custo, justamente em
virtude das tarifas mais baixas que este modal oferece.

A variabilidade do tempo de viagem apresenta-se como um dos principais problemas


do transporte ferroviário, devido a vários fatores, tais como:

• Congestionamento das vias em determinados horários (parcela apreciável da


malha é composta por linha singela);

• Variação no tempo para formação da composição;

• Paradas durante o percurso;

• Mudança de bitola estreita para larga ou vice-versa.

As principais ferrovias em operação no país são:

• Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA): cuja malha encontra-se em todas as


regiões geográficas do País (embora não em todos os estados) exceto na região
Norte, cujas linhas ligam o interior aos principais portos e o Brasil ao Mercosul.

• Ferrovia Paulista S.A. (FEPASA): que opera no estado de São Paulo e cujas
linhas também seguem até o porto de Santos.

• Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), vinculada à Companhia Vale do Rio


Doce (CVRD), ligando os estados de Minas Gerais e Espírito Santo aos portos do
Espírito Santo.

O porto de Santos é atendido tanto pelas linhas da FEPASA como da RFFSA.

Estão em construção outras ferrovias que permitirão, principalmente, aumentar a


capacidade para escoamento de grãos através dos portos.

O Brasil tem aproximadamente 30.000 km de ferrovias (contra 150.000 km de rodovias


pavimentadas), o que é muito pouco para um país com as nossas dimensões territoriais.

41
De modo geral, o transporte ferroviário é o mais utilizado no deslocamento de cargas
nos países desenvolvidos.

As principais vantagens do transporte ferroviário são:

• Frete baixo comparado com o rodoviário;

• Baixo consumo de combustível por tonelada/quilômetro;

• Adequado para embarques grandes e homogêneos, notadamente de granéis,


quando a diferença de frete, em relação ao rodoviário supera os custos adicionais
em estoques e armazenagem.

As principais desvantagens do transporte ferroviário são:

• Custo elevado. Quando associado a distâncias médias há necessidade de


realização de transbordo;

• Necessidade de manter maior estoque nas extremidades, embora, devido


à menor velocidade dessa modalidade de transporte, os vagões podem ser
utilizados temporariamente como armazém;

• Baixa flexibilidade;

• Maior tempo de viagem comparado com o rodoviário;

• Percorre rota ou via fixa. O serviço é oferecido apenas entre os terminais ou


despachantes localizados ao longo de suas linhas;

• Frequentemente a distância entre origem e destino é maior se comparada com o


rodoviário, devido à restrição quanto a graus de aclive e raios de curvas.

2.4 O Transporte Aquaviário

A modalidade de Transporte Aquaviário pode ser dividida em duas categorias: fluvial


e marítima.

Vejamos as características das duas categorias!

42
2.4.1 O Transporte Aquaviário: Fluvial

A navegação fluvial é a navegação praticada em rios, chamada de navegação interior.

Os principais portos brasileiros não são conectados com as hidrovias. O sistema de


transporte fluvial utilizado em conexão com o comércio exterior tem sua abrangência
limitada pelo próprio sistema hidroviário interior, hoje em dia, praticamente limitado
à hidrovia Tietê-Paraná. A utilização dos rios exige, portanto, que o usuário esteja
localizado em suas margens ou utilize outra modalidade de transporte combinadamente
até a hidrovia.

Essa modalidade pode transportar qualquer carga e com navios de todos os tipos e
tamanhos, desde que a via navegável os comporte.

O grande volume de mercadorias transportadas por este modal é de produtos agrícolas,


fertilizantes, minérios, derivados de petróleo e álcool. Na Bacia Amazônica, porém,
o transporte de mercadoria manufaturada é bastante difundido e, juntamente com
madeiras da região, é feita na forma internacional, ligando diversos portos brasileiros
com o Peru e a Colômbia.

Dentre os diversos fatores que influenciam a navegação fluvial destacam-se os


seguintes:

• Relevo: Enquanto os rios de planície são ótimos para a navegação, os de planalto


costumam apresentar cachoeiras. Entretanto, com a evolução da engenharia,
esse entrave já é superável com a construção de comportas (como eclusas).

• Clima: Nas áreas muito frias, os rios são utilizados para navegação somente
na primavera e no verão; no outono e inverno, devido ao congelamento, a
navegação fica paralisada. Nas áreas com seca prolongada, a navegação também
é prejudicada por causa da grande variação do nível das águas. Nesse caso, a
solução para uma navegação permanente está na construção de represas ou
barragens para regularizar o nível das águas.

Neste modal, as embarcações utilizadas são as balsas, chatas, além de navios de


todos os portes, pequenos, médios e grandes. As balsas são embarcações tracionadas
por rebocadores, destinadas ao transporte de veículos e pessoas. As chatas são
embarcações largas com fundo plano e pouco fundas, destinadas ao transporte de
granéis, combustíveis, manufaturas, etc.

43
As principais vantagens do transporte fluvial são:

• Elevada capacidade de transporte, particularmente com o emprego de comboios;

• Frete inferior às modalidades rodoviária e ferroviária;

• Custos variáveis baixos.

As principais desvantagens são:

• Baixa velocidade;

• Disponibilidade limitada;

• Utilização geralmente associada à combinação com outra modalidade, o que


requer instalações e equipamentos para transbordo;

• Capacidade de transporte variável ao longo do ano, em função do nível de água


dos rios;

• Rotas ou vias fixas, limitadas às hidrovias.

Tendo em vista o desnível observado em alguns trechos dos rios, podem ser necessários
investimentos elevados para tornar as hidrovias navegáveis ao longo de percursos
maiores.

2.4.2 O Transporte Aquaviário: Marítimo

O transporte marítimo é aquele realizado por navios em oceanos e mares. Pode ser
utilizado para todos os tipos de carga e para qualquer porto do globo terrestre, sendo
o único meio de transporte que possibilita a remessa de milhares de toneladas ou de
metros cúbicos de qualquer produto de uma só vez.

O transporte marítimo depende principalmente de fatores como disponibilidade e


qualidade de embarcações, bem como de instalações e eficiência portuárias. Poucos
são os portos marítimos em condições de receber navios de 300 mil toneladas ou mais.

44
No Brasil um problema sério que afeta o transporte marítimo é a ineficiência portuária,
grande responsável pelos congestionamentos e pela deterioração de muitos produtos,
que acarreta enormes prejuízos. Os navios permanecem parados, cerca de 70% do
tempo útil, seja por problemas portuários, seja por reparos técnicos.

A principal vantagem do transporte marítimo é a sua competitividade para produtos


com baixo custo por tonelada (químicos industriais, ferro, cimento, petróleo, minerais).

Já as principais desvantagens são:

• Não apresenta flexibilidade de rotas e terminais, dependendo de soluções


intermodais;

• Baixa velocidade;

• Limitado a mercados com orla marítima navegável;

• Muito pouco flexível.

2.5 O Transporte Aéreo

É o transporte realizado por empresas de navegação aérea, através de aeronaves


de vários tipos e tamanhos, nacional e internacionalmente. Pode ser utilizado
praticamente para todas as cargas, embora com limitações em relação ao marítimo,
quanto à quantidade e especificação.

Através da navegação aérea, pode-se atingir qualquer ponto do planeta, sendo esta
opção interessante para cargas de alto valor ou de alta perecibilidade, que necessitem
chegar rapidamente ao seu destino.

O transporte aéreo internacional é baseado nas normas da IATA (em inglês, International
Air Transport Association) e em acordos e convenções internacionais.

As reservas para transporte de cargas podem ser feitas para um espaço na aeronave,
para o espaço total ou ainda pelo afretamento de aviões cargueiros. As reservas são
realizadas pelos expedidores diretamente com a companhia aérea ou através de um
agente de carga credenciado pela IATA.

45
As principais vantagens do transporte aéreo são:

• Boa confiabilidade e frequência entre as principais cidades;

• Apropriado para o transporte de mercadorias de pouco peso/volume e alto valor;

• Usado particularmente com muita eficácia para transporte de amostras;

• Ideal para o transporte de mercadorias com prioridade de entrega (urgência);

• Os aeroportos normalmente são localizados mais próximos de centros de


produção, espalhados por praticamente todas as grandes cidades do mundo;

• Os fretes internos para colocação das mercadorias nos aeroportos são menores,
e o tempo mais curto, em virtude da localização dos mesmos;

• Possibilidade de redução de estoques em trânsito, através de embarque contínuo,


praticamente diário;

• Rapidez na utilização de materiais perecíveis;

• Redução dos custos de embalagens, que não precisam ser robustas;

• Segurança no transporte de pequenos volumes.

As principais desvantagens são:

• Custos elevados;

• Pouco flexível (trabalha terminal a terminal e não ponto a ponto, como o modo
rodoviário).

2.6 O Transporte Dutoviário

O transporte dutoviário é aquele que utiliza a força da gravidade ou pressão mecânica,


através de dutos, para o transporte de granéis. É uma alternativa de transporte não
poluente, não sujeita a congestionamentos e relativamente barata.

46
A importância deste modal está relacionada principalmente com o transporte de
produtos que são matéria-prima ou fonte de energia para outros processos, como óleo
cru, petróleo, gás natural, etc. Produtos químicos e petroquímicos, além da água e
esgoto domésticos e industriais são outros produtos que se utilizam largamente deste
modal.

No Brasil, os principais tipos de dutos existentes são:

• Gasodutos: destinam-se ao transporte de gases. Destaca-se a recente construção


do gasoduto Brasil-Bolívia, com quase 3.150 Km de extensão, para o transporte
de gás natural.

• Minerodutos: aproveitam a força da gravidade para transportar minérios entre as


regiões produtoras e as siderúrgicas e ou portos. Os minérios são impulsionados
por um forte jato de água.

• Oleodutos: utilizam sistema de bombeamento para o transporte de petróleos


brutos e derivados aos terminais portuários ou centros de distribuição.

As principais vantagens do transporte por duto são:

• Transporte não poluente;

• Não está sujeito a congestionamentos;

• Transporte de produtos 24 horas por dia.

As principais desvantagens do transporte por duto são:

• Limitado a transportar produtos que são matéria-prima ou fonte de energia;

• Altos investimentos necessários para a instalação.

47
Glossário

Afretamento: contrato mediante o qual pessoa ou firma (fretador) concede ao dono


da carga (afretador) o uso total ou parcial do navio, por um preço previamente ajustado
(frete).

Granéis: porção ou quantidades maiores de produtos a serem consumidos,


transportados, vendidos, etc.

Petroquímicos: relativo à petroquímica, ou indivíduo especializado na química dos


derivados do petróleo.

48
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A navegação fluvial é praticada
em rios e os principais portos brasileiros estão conectados
por hidrovias. O sistema de transporte fluvial utilizado em
conexão com o comércio exterior é ilimitada.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

49
Referências

BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

DAIMLER-CHRYSLER. Informações técnicas para operação de veículos Mercedes


Benz. Manual de Treinamento Pós-Venda. Campinas: 2004.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia,


operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

PARTYKA, J. G.; HALL, R. W. On the road to service: OR/MS today. Disponível em:
<www.lionhrtpub.com>. Acesso em: ago. 2000.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

50
UNIDADE 4 | TRANSPORTE
MULTIMODAL

51
Unidade 4 | Transporte Multimodal

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 4! Nela, vamos apresentar e definir as


categorias do transporte multimodal. Bons estudos!

1 Definições e Operação

A Lei n° 9.611, de 19/02/98, dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas (TMC), e


em seu artigo 2°, define o TMC como sendo “aquele que, regido por um único contrato,
utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é
executado sob a responsabilidade de um Operador de Transporte Multimodal (OTM)”.

Além do transporte propriamente dito, esse tipo de operação inclui os serviços de


coleta, unitização, desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de carga ao
destinatário.

1.1 Operador de Transporte Multimodal (OTM)

A mesma lei, em seu Artigo 5°, ainda define o Operador de Transporte Multimodal
(OTM) “como sendo pessoa jurídica contratada como principal, para a realização do
Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por
intermédio de terceiros”.

O OTM não precisa ser necessariamente um transportador, mas assume perante o


contratante a responsabilidade pela execução do contrato de transporte multimodal,
pelos prejuízos resultantes de perda, por danos ou avarias às cargas sob sua custódia,
assim como por aqueles decorrentes de atraso em sua entrega, quando houver prazo
acordado.

A Lei n° 9.611 também determina a emissão do documento de transporte multimodal


de cargas, o qual evidencia o contrato e rege toda a operação. Nele, são mencionados
os locais de recebimento e entrega da mercadoria, sob responsabilidade total do OTM.

52
O exercício da atividade do OTM depende de prévia habilitação e registro na Agência
Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Caso o OTM deseje atuar em âmbito
internacional, deverá também se licenciar na Secretaria da Receita Federal. Essas
habilitações são concedidas por um prazo de 10 anos.

O Decreto Lei n° 3.411, de 12 de abril de 2000, que regulamenta a Lei n° 9.611, define
os requisitos necessários para a obtenção das habilitações.

2 Transporte Multimodal X Intermodal

A multimodalidade e a intermodalidade são operações que se realizam pela utilização


de mais de um modal de transporte. Isto quer dizer exatamente: “transportar uma
mercadoria do seu ponto de origem até a entrega no destino final por modalidades
diferentes”.

A intermodalidade foi definida pelo Artigo 8° da Lei n° 6.288 de


11/12/75 como sendo “o transporte de cargas onde são
utilizados duas ou mais modalidades em uma mesma operação
utilizando vários documentos, sendo um para cada modal
utilizado”. Mas esta lei foi revogada pela Lei n° 9611, que dispõe
sobre o transporte multimodal e que caracteriza a
intermodalidade “pela emissão individual de documento de
transporte para cada modal, bem como pela divisão de
responsabilidade entre os transportadores”. Aí está a grande
diferença, pois na multimodalidade, ao contrário, existe a
emissão de apenas um documento de transporte, cobrindo o
trajeto total da carga, do seu ponto de origem até o ponto de
destino.

Esse documento é emitido pelo OTM, que também toma para si a responsabilidade
total pela carga sob sua custódia.

53
2.1 Composição de Cadeias Multimodais

No transporte de cargas realizado por meio da multimodalidade pode-se fazer a


composição de diferentes cadeias multimodais.

Existem dez combinações de cadeias multimodais interligando duas modalidades,


conforme mostrado a seguir:

• Ferroviário – Rodoviário.

• Ferroviário – Hidroviário.

• Ferroviário – Aéreo.

• Rodoviário – Dutoviário.

• Rodoviário – Aéreo.

• Rodoviário – Hidroviário.

• Rodoviário – Dutoviário.

• Hidroviário – Aéreo

• Hidroviário – Dutoviário.

• Aéreo – Dutoviário.

Porém, utilizando mais de duas modalidades, há a possibilidade de montagem de


diversas combinações de cadeias multimodais. Por exemplo:

• Ferroviário – Rodoviário – Hidroviário

• Ferroviário – Dutoviário – Aéreo

• Rodoviário – Hidroviário – Aéreo – Dutoviário

• Dutoviário – Ferroviário – Rodoviário – Aéreo – Hidroviário

Eis algumas das vantagens da utilização do transporte multimodal:

• Contratos de compra e venda mais adequados;

54
• Melhor utilização da capacidade disponível da nossa matriz de transporte;

• Utilização de combinações de modais mais eficientes energeticamente;

• Melhor utilização das tecnologias de informação;

• Ganhos de escala e negociações do transporte;

• Melhor utilização da infraestrutura para as atividades de apoio, tais como


armazenagem e manuseio;

• Aproveitamento da experiência internacional tanto do transporte como dos


procedimentos burocráticos e comerciais;

• Redução dos custos indiretos.

3 Documentos Exigidos no Transporte de Cargas

3.1 Conhecimento de Embarque

O conhecimento de embarque, como é chamado o documento fiscal de transporte


de cargas, é o documento emitido pela companhia transportadora que atesta o
recebimento da carga, as condições de transporte e a obrigação de entrega das
mercadorias ao destinatário legal, no ponto de destino pré-estabelecido, conferindo a
posse das mercadorias.

Geralmente, o conhecimento tem três vias: uma pertence ao transportador, outra ao


embarcador e a última segue com a carga. É, portanto, ao mesmo tempo:

• Um recibo de mercadorias;

• Um contrato de entrega;

• Um documento de propriedade.

Vamos conhecer agora o conhecimento utilizado para o transporte multimodal.

55
Conhecimento de Embarque Multimodal ou Conhecimento de Transporte Multimodal
de Cargas (CTMC) é o documento fiscal de uso exclusivo do Operador de Transporte
Multimodal (OTM) utilizado na execução do serviço de transporte intermunicipal,
interestadual e internacional. Evidencia o contrato de transporte multimodal e rege
toda a operação de transporte desde o recebimento da carga até a sua entrega no
destino, podendo ser negociável ou não negociável, a critério do expedidor.

Na prestação de serviço para destinatário localizado na mesma unidade federada de


início do serviço, o Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC) será
emitido, no mínimo, em quatro vias, que terão a seguinte destinação: a 1ª via será
entregue ao tomador do serviço; a 2ª via ficará fixa ao bloco para exibição ao fisco; a
3ª via terá o destino previsto na legislação da unidade federada de início do serviço; e
a 4ª via acompanhará o transporte até o destino, podendo servir de comprovante de
entrega.

Na prestação de serviço para destinatário localizado em unidade federada diferente


daquela em que houve o início do serviço, o Conhecimento de Transporte Multimodal
de Cargas (CTMC) será emitido com uma via adicional (5ª via), que acompanhará o
transporte para fins de controle do fisco do destino.

Quando o serviço for prestado para a Zona Franca de Manaus, área de benefício fiscal,
havendo necessidade de utilização de via adicional do Conhecimento de Transporte
Multimodal de Cargas (CTMC), esta poderá ser substituída por cópia reprográfica da 1ª
via do documento.

Nas prestações internacionais poderão ser exigidas tantas vias do Conhecimento de


Transporte Multimodal de Cargas, quantas forem necessárias para o controle dos
demais órgãos fiscalizadores.

Ainda poderá ser acrescentada via adicional, a partir da 4ª ou 5ª via, conforme o caso, a
ser entregue ao tomador do serviço no momento do embarque da mercadoria, a qual
poderá ser substituída por cópia reprográfica da 4ª via do documento.

56
Vejamos a figura a seguir do modelo do documento:

Espaço para logo Espaço para código de barras

Nome do Emitente Conhecimento de transpote multimodal de cargas


Endereço
Inscrição: U.F. CNPJ N° 000.000 - Série____-____ (Sub série)
Certificado de registro do OTM: ___a Via
Natureza da prestação CFOP:
_______________CST_________________
Local e data da emissão:
______________________. ___/___/_____

Frete:____________ Pago na origem _____ Negociável


_____ a pagar mp destino. _____ Não negociável

Local de início da prestação Local de término da prestação

Remetente: Destinatário:
END: END:
Município: Município:
UF: UF:
Inscrição: UF. CNPJ. Inscrição: UF. CNPJ.

Consignatário: Redespacho:
END: END:
Município: Município:
UF: UF:
Inscrição: UF. CNPJ. Inscrição: UF. CNPJ.

Identificação dos modais e dos transportadores


Local de início - Local de término -
N° Ordem Modal Município - UF Município - UF Empresa

Mercadoria transportada
Natureza da Espécie ou Valor da
carga acondicionamento Quant. Peso (Kg) Ma ou L Nota fiscal N° mercadoria

Composição do frete em R$
Frete Frete Total Não Base de
Peso Valor Gris Pedágio Outros Prestação Tributado cálculo Alíquota ICMS

Identificação do veículo transportador Informações complementares

Observações Termo de concordância do expedidor

Recebimento pelo OTM Recebimento pelo destinatário

_____________________________________ _____________________________________
____________________________. ___/___/20__ ____________________________. ___/___/20__
Assinatura do OTM Assinatura do destinatário

Nome, endereço e inscrições estaduais e no CNPJ do impressor; n° da AIDF, a data e quantidade de


impressão; o n° de ordem do 1° e do último impresso e a sua série e subsérie.

Figura 7: Modelo de CTMC

57
3.2 Documentação Exigida para o Transporte Nacional de
Cargas

Para o transporte rodoviário de cargas são exigidos documentos obrigatórios do


veículo e também do motorista. São eles:

• Autorização, Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação, válidos


exclusivamente no original.

• Certificado de Registro e Licenciamento Anual (CRVL), no original, ou cópia


autenticada pela repartição de trânsito que o expediu.

• Comprovante do pagamento atualizado do Imposto sobre Propriedade de


Veículos Automotores (IPVA), conforme normas estaduais, inclusive do Distrito
Federal.

• Comprovante de pagamento do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados


por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), no original, ou cópia
autenticada.

• Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas.

3.3 Documentos Fiscais Exigidos para o Transporte de


Produtos Não Perigosos

Para o transporte de cargas de produtos não perigosos são exigidos os seguintes


documentos:

• Nota Fiscal de Transporte da Mercadoria: é o documento que comprova a


existência de um ato comercial (compra e venda de mercadorias ou prestação
de serviços); tem a necessidade maior de atender às exigências do Fisco quanto
ao trânsito das mercadorias e das operações realizadas entre adquirentes e
fornecedores.

58
Esta figura apresenta um modelo desse tipo de documento.

Nota Fiscal N° 000.001


x Saída Entrada
Emitente
XYZ Indústria e Comércio
XYX Bairro / Distrito 1a Via
Ind. Com.
Destinatário /
CEP UF: SP CNPJ
Remetente
Natureza da operação CFOP Inscri. Estadual do Substitutivo Tributário Inscrição estadual
Data limite
Venda de prod. do
5481
estabelecimento Para emissão
Destinatário / Remetente 00.00.00
Razão social CNPJ / CPF Data de emissão
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx 12/02/2009
Endereço CEP Data de saída / entrada
12/02/2009
Município Fone / Fax UF Inscrição estadual Hora de saída
São Paulo SP 11.00
Fatura

Dados do produto
Valor Valor Alíquota
Cód. Produto Discrição do Produto CF CST U.M. Quantidade Valor do IPI
Unitário Total ICMI IPI

111 Pneus para motocicleta 01 010 Unid. 03 93,00 279,00 18% 15% 41,85

Cálculo do imposto
B. de cálculo do ICMS Valor do ICMS B. de cálculo ICMS SUBSTIT Valor do ICMS substituição Valor total dos produtos
279,00 50,22 513,36 42,18 279,00
Valor do frete Valor do seguro Outras despesas Valor total do ipi Valor total da NF
41,85 363,03
Transportador / volumes transportados
Nome / Razão social Frete por conta Placa do veículo UF CNPJ / CPF
Emitente
Emitente Destinatário
Endereço Município UF Inscrição estadual

Quantidade Espécie Marca Número Peso bruto Peso líquido

Dados adicionais
(1) 4011.40.00 N° de controle do formulário
Imposto Retido (cada mercadoria):
Reservado ao FISCO
B.C. ICMS Retido R$ 171,12
ICMS Retido R$ 14,06

Dados da AIDF e do impressor


Recebemos de (Razão social do emitente) os produtos contantes da nota fiscal indicada ao lado
Data do recebimento Identificação e assinatura do recebedor 000.001

Figura 8: Modelo de Nota Fiscal

• Autorização de Carregamento e Transporte: será utilizada no transporte de


carga, a granel, de combustíveis líquidos ou gasosos e de produtos químicos
ou petroquímicos, quando, no momento da contratação do serviço, não forem
conhecidos os dados relativos a peso, distância e valor da prestação do serviço;
sendo que a utilização da autorização de carregamento não dispensa a posterior
emissão do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas. Veja a figura.

59
Dados do eminente Autorização de carregamento e transporte

Nome: ____ Via N° de ordem____ Série___ Subsérie____


Endereço:
CNPJ: Insc. estadual Data da emissão: _______, ____/___/_____

Remetente:

Endereço:
CNPJ: Insc. estadual

Remetente:

Endereço:
CNPJ: Insc. estadual

Remetente:

Endereço:
CNPJ: Insc. estadual

Mercadoria transportada
Ordem N° Quantidade Mercadoria Quantidade Nota fiscal Valor da nota
solicitada carregada fiscal

Dados do veículo Motorista


Placa do Placa do
cavalo Frota semi Frota
mecânico reboque

Carga Descarga
Local_______________________________________ Local_______________________________________
Data/hora da saída ___/___/_____hs Data/hora da saída ___/___/_____hs
Quilometragem inicial____________ Quilometragem inicial____________

________________________________ ________________________________
(assinatura do emitente) (assinatura do destinatário)

O conhecimento de transpote rodoviário de carga será emitido após a realização do transporte,


de acordo com convênio.
Foi emitido o CTRC N°_______________ Sério ____________ de ___/___/_____

Nome, endereço, incrição estadual e CNPJ da empresa impressora; n° e data da AIDF, n°s de ordem 1°, última impressão; mês/ano
impressão

Figura 9: Modelo de Autorização de Carregamento e Transporte

• Ordem de Coleta de Carga: será utilizada pelo estabelecimento transportador


que executar serviço de coleta de cargas no endereço do remetente, e
destina-se a acobertar a prestação de serviço, do endereço do remetente até
o do transportador, para emissão obrigatória do Conhecimento de Transporte
Rodoviário de Cargas, no qual será anotado o número da respectiva ordem de
coleta.

60
Veja a figura:

Ordem de coleta de carga N° Série - subsérie Via

Nome do emitente Nome da empresa ou pessoa rementente


Endereço Endereço
CGC Insc. estadual CGC/CPF Insc. estadual
Descrição da carga a ser coletada
Quantidade ou Espécie do volume ou mercadoria N° e data
volume Documento fiscal

Local Data Ass. do recebedor

Nome, endereço e inscrições estadual e no CQC do impressor, o número da AIDF, a data e a quantidade de
impressão, e número de ordem do 1° e do último documento impresso e a sua série e subsérie.

Figura 10: Modelo de ordem de Coleta de Carga

• Manifesto de Carga: é de uso obrigatório somente no transporte rodoviário de


carga fracionada, sendo utilizado pelos transportadores de cargas que
executarem serviço de transporte intermunicipal e interestadual.
Dados do veículo Manifesto de carga
Nome do emitente
Endereço Marca___Placa___Local___UF_____ N° Série
CGC Insc. estadual Nome do motorista______________ Local_________________________
RG:________UF____CNH__________ Data ___/___/_____

Conhecimento Nota fiscal


Valor mercadoria Remente Destinatário
N° Série N° Série

Observações:
_________,___ de_____________de_______
_________________
Assinatura

Figura 11: Modelo de Manifesto de Carga

61
3.4 Documentos Fiscais Exigidos para o Transporte de
Produtos Perigosos

Para o transporte de cargas de produtos perigosos é exigida a seguinte documentação:

• Certificado de capacitação do veículo e dos equipamentos compatíveis com a


carga, original, expedido pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada.

• Conhecimento de transporte rodoviário.

• Documento fiscal do produto transportado, contendo n° ONU (número


especificado pela Organização das Nações Unidas), classe ou subclasse, nome
apropriado para o embarque, e a quantidade total por produto perigoso
abrangido pela descrição.

• Ficha de emergência e envelope para transporte, no idioma do país de origem,


trânsito e destino da carga, contendo: (1) identificação do expedidor ou do
fabricante do produto que forneceu as instruções, (2) identificação do produto
ou grupo de produtos a que as instruções se aplicam, (3) natureza dos riscos
apresentados pelos produtos, (4) medidas a serem adotadas em caso de
emergência (medidas a adotar em caso de contato com o produto, incêndio,
ruptura de embalagens ou tanques, realização de transbordo e telefones de
emergência dos bombeiros, polícia e defesa civil).

• Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com observação de habilitação para


produtos perigosos (Movimentação e Operações de Produtos Perigosos ou curso
MOPP).

• Licença especial quando exigível (IBAMA, INMETRO, FEPAM, etc.).

• Kit de emergência e Equipamento de Proteção Individual (EPI).

• Rótulo de risco, que consiste em um painel em formato de losango, onde estão


estipulados o símbolo gráfico e a cor que correspondem à classe do produto
perigoso em questão.

• Painel de segurança, que consiste em um painel retangular de cor laranja


contendo o nº ONU e o número de risco do produto transportado.

62
Glossário

Multimodal: caracterizado por um modo particular de ocorrência, execução,


categorização, etc.; multímodo.

63
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Define-se como Transporte
Multimodal de Cargas (TMC) aquele que é regido por um
conjunto de múltiplos contratos referentes sempre a duas ou
mais modalidades de transporte, desde a origem até o
destino e executado sob a responsabilidade de um Operador
de Transporte Multimodal (OTM).

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Entre os documentos


obrigatórios exigidos tanto do veículo quanto do motorista
para o transporte rodoviário de cargas estão o Registro
Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas, o DPVAT e
o IPVA.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

64
Referências

BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

DAIMLER-CHRYSLER. Informações técnicas para operação de veículos Mercedes


Benz. Manual de Treinamento Pós-Venda. Campinas: 2004.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia,


operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

PARTYKA, J. G.; HALL, R. W. On the road to service: OR/MS today. Disponível em:
<www.lionhrtpub.com>. Acesso em: ago. 2000.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

65
UNIDADE 5 | CONDUÇÃO
ECONÔMICA

66
Unidade 5 | Condução Econômica

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 5! Nela, vamos conhecer os princípios básicos
e demais conceitos da condução econômica para a gestão do transporte e da frota. Bons
estudos!

1 Princípios Básicos

Administrar a frota da empresa de transporte de cargas inclui, também, a gestão


dos recursos humanos necessários para a operação dos veículos, em particular os
condutores dos veículos.

As formas de direção econômica podem, se bem executadas, trazer grandes diferenciais


na prestação de serviços de uma empresa de transporte de cargas ou de logística. Por
exemplo: a economia de combustível e a duração da vida dos componentes do veículo
dependem de certos princípios econômicos de condução. É importante que os gestores
da frota e os condutores conheçam esses princípios. Por isso, vamos estudá-los nesta
Unidade.

2 Condução Econômica

A montadora Daimler-Chrysler elaborou um roteiro para instruir os motoristas a


conduzir os veículos de carga de forma econômica. Nós nos basearemos no documento
de Daimler-Chrysler (2004) para identificar e descrever quais são os princípios a serem
seguidos para obter a condução econômica dos veículos de carga.

Vamos a eles? Mas o que é condução econômica?

67
Segundo a Daimler-Chrysler (2004), a condução econômica é um
conjunto de conhecimentos e práticas que visam um melhor
aproveitamento dos recursos naturais (meio ambiente), de
equipamentos e de mão de obra.

Sempre se associou a condução econômica principalmente à economia de combustível.


Aqui, seguindo a abordagem da Daimler-Chrysler, vamos apresentá-la como um
conceito mais amplo, que abrange a economia de combustível, mas, também, a maior
durabilidade de componentes sujeitos a desgastes, tais como o motor, a embreagem,
os freios, os pneus, etc. A Condução Econômica também apresenta resultados positivos
na diminuição da necessidade de intervenções corretivas.

É quase um consenso entre os especialistas afirmar que, ao praticar a condução


econômica, o motorista consegue os seguintes benefícios para ele, para a empresa,
para o veículo e para o meio ambiente:

• Reduzir o desgaste físico provocado por horas de trabalho

• Reduzir o consumo de combustível

• Reduzir desgastes de componentes mecânicos

• Evitar falhas de operação

• Aumentar a segurança no trânsito

• Aumentar a velocidade média com segurança

• Reduzir os custos com manutenção

• Contribuir para manter o valor do veículo

• Reduzir a contaminação do meio ambiente

Resumidamente, as regras da condução econômica são as seguintes (DAIMLER-


CHRYSLER, 2004):

• Guiar com previsão

• Operar na faixa ideal de rotação

68
• Sempre que possível pular marchas

• Não acelerar durante a troca de marchas

• Aproveitar a inércia do veículo

• Utilizar corretamente os freios

• Trafegar somente com o veículo engrenado

• Manter os pneus calibrados

• Acompanhar o desempenho do veículo

Vamos estudar um pouco mais em detalhes cada uma das regras citadas?

2.1 Guiar com Previsão

Guiar com previsão significa nada mais nada menos do que não frear nem acelerar
desnecessariamente o veículo. Há algumas situações do trânsito que exigem maior
cuidado, maior antecipação na condução do veículo. Algumas dessas situações podem
ser enumeradas:

• Paradas obrigatórias em cruzamentos e rótulas e em semáforos;

• Entrada em vias preferenciais;

• Aclives e declives.

69
2.2 Operar o Veículo na Faixa Ideal de Operação

Há um princípio comprovado cientificamente e na prática que diz: o motor do veículo


tem mais força e consome menos combustível, quando trabalha em rotações (giros
do motor) médias. É o que se chama de Faixa de Torque do Motor, que é sinalizada no
conta-giros ou no tacômetro dos veículos, em geral, pela faixa verde. Veja um exemplo
na figura a seguir.

Deve-se ainda utilizar a maior marcha possível e economizar rotações. O objetivo desta
prática é de possibilitar o trabalho do motor dentro do regime ideal pelo máximo
tempo possível, economizando assim rotações do motor e combustível.

15
10 20

5 25

RPM
0 x100 30

15 20

10 25

RPM
x100

Faixa operacional (verde) - 1000 à 1500 RPM


Faixa operacional econômica - 1300 à 1600 RPM.
Faixa de atuação do freio-motor / Top Brake (amarela).
Faixa de perigo de sobre-rotação do motor - faixa de maior eficiência do freio-motor
(vermelho articulado)
Faixa de perigo de sobre-rotação do motos (vermelho)

Figura 12: Modelo de conta-giros


Fonte: Daimler-Chrysler, 2004.

70
2.3 Sempre Que Possível Pular Marchas

Esta regra tem o objetivo de reduzir o número de mudanças de marchas durante a


operação. A redução do número de mudanças de marcha poupa os componentes do
sistema de embreagem e também os componentes da caixa de mudanças, tais como,
anéis sincronizadores, garfos, luvas e corpos de engate.

Além do prolongamento da vida útil dos componentes mecânicos da transmissão, a


redução do número de mudanças de marchas permite o aumento da velocidade média
e a redução no consumo de combustível.

2.4 Não Acelerar Durante a Troca de Marchas

A aceleração intermediária e a dupla debreagem na troca de marchas são procedimentos necessários


somente quando se opera um veículo equipado com caixas de mudanças do tipo “secas” (não
sincronizadas).

A aplicação destes procedimentos em veículos equipados com caixas de mudanças


sincronizadas causa gastos desnecessários. Reduz-se praticamente pela metade a vida
útil dos componentes da embreagem e da caixa de câmbio e aumenta o consumo de
combustível e o desgaste físico do motorista.

2.5 Aproveitar a Inércia do Veículo

Você sabe o que é inércia?

De maneira bem simples, pode-se defini-la como a resistência


que todos os corpos materiais opõem à modificação do seu
estado de movimento.

71
Veja na figura a seguir uma representação da resistência ao rolamento de um veículo!
As setas vermelhas indicam a resistência formada ao deslocamento do veículo, que é
exercida sobre os pneus (rolamento).

Figura 13: Resistência ao rolamento de um veículo


Fonte: Daimler-Chryler, 2004.

Há outras fontes de resistência ao deslocamento de veículos. São elas:

• Resistência exercida pelo ar;

• Resistência exercida pela gravidade.

Esta prática visa manter a uniformidade do deslocamento do veículo.

Se compararmos as reações de um carro de passeio com as de

ee um caminhão carregado, veremos que existe uma diferença


muito grande. Tanto a aceleração quanto a desaceleração de um
veículo pesado acontece de forma mais lenta devido às grandes
massas envolvidas, ou seja, normalmente a Inércia exerce uma
considerável influência sobre o deslocamento dos veículos.

72
2.6 Utilizar Corretamente os Freios

Recomenda-se utilizar racionalmente os freios disponíveis no veículo (freio motor,


retardador, freio de serviço), pois este é um procedimento que influencia bastante na
determinação da vida útil dos tambores, lonas, válvulas de freio, suspensão e pneus.
Também é um procedimento importante na medida em que possibilita maior segurança
à operação.

Vamos à outra regra de condução econômica?

2.7 Trafegar Somente com o Veículo Engrenado

Os fabricantes recomendam que não se deve trafegar, em hipótese alguma, com o


veículo desengrenado (“no ponto morto”), principalmente nos trechos em declive,
por questões de segurança e também de consumo (não há consumo de combustível
quando o acelerador não é acionado).

2.8 Manter os Pneus Calibrados

Os pneus devem estar sempre calibrados. Só se deve realizar essa operação quando os
pneus estiverem frios.

Portanto não faça a recalibragem (sangria) com os pneus aquecidos.

2.9 Acompanhar o Desempenho do Veículo

O consumo de combustível é um indicador importante de avaliação do desempenho e


da operação do veículo.

73
2.10 Outras regras

Há outras recomendações que podem ser dadas para realizar uma condução econômica
e, assim, prolongar a durabilidade do veículo, de seus componentes e obter economia
na operação. São eles:

• A operação de amaciamento sem submeter o motor à potência máxima durante


este período tem importância decisiva na durabilidade do veículo e de seus
componentes;

• A disposição e a acomodação da carga na carroçaria do veículo devem observar as


recomendações dos fabricantes e estar em conformidade com a lei da balança.

A lei da balança estabelece os limites legais de peso por eixo ou conjunto de eixos para
os veículos comerciais brasileiros. A legislação brasileira estabelece limites máximos
para valores do peso bruto por eixo de veículos de carga.

Porém, devido à dificuldade na aferição das balanças que efetuam a pesagem


dos veículos, permite-se uma tolerância de até 5% de peso acima do valor máximo
determinado por lei.

74
A figura a seguir traz um resumo dos pesos brutos máximos admitidos por eixo ou por
conjunto de eixos pela legislação brasileira.
1 eixo isolado com 2 pneus 1 eixo isolado com 4 pneus
6t 10 t

2 eixos em tandem 2 eixos em tandem


com 6 pneus com 8 pneus

13,5 t 17 t
DE

DE DE = 1,20 m a 2,40 m
20 t

DE
DE = 1,20 m a 2,40 m

DE = Acima de 2,40 m

2 eixos não tandem 3 eixos em tandem


com 8 pneus com 12 pneus
15 t 25,5 t

DE = 1,20 m a 2,40 m DE = 1,20 m a 2,40 m


20 t 30 t

DE = Acima de 2,40 m DE = Acima de 2,40 m

Suspensão em tandem Suspensão não tandem


(eixos conjugados) (eixos independentes)
Tipo “Bogie”

Tipo “”Balancim

Figura 14: Peso máximo por eixo ou conjunto de eixo, permitidos pela Lei da Balança
Fonte: Manual Treinamento da Damier-Chrysler, 2004.

gg
Existem programas computacionais que trabalham com a
disposição e acomodação das cargas nos veículos, procurando
obter a máxima utilização do volume e do peso de carregamento
permitido para os veículos. Ampliar seus conhecimentos e
habilidades acessando o portal a seguir.

www.startrade.com.br

75
Resumindo

• Identificar e inter-relacionar as variáveis importantes para estabelecer os


roteiros mais adequados para as entregas e coletas de mercadorias.

• Elaborar roteiros para as operações de coleta e entrega de mercadorias.

• Conhecer os equipamentos e softwares existentes para monitoramento


e roteirização de veículos.

• Recordar métodos práticos para dimensionamento e operação de frotas


de veículos de carga.

• Recordar as diversas modalidades de transporte.

• Identificar os diversos tipos de documentos fiscais exigidos e relacioná-


los com as várias modalidades de transporte.

• Conceituar as várias possibilidades de composição de cadeias multimodais


para a movimentação de cargas.

• Conceituar a legislação do Operador de Transporte Multimodal.

• Conceituar as regras básicas para a condução econômica de veículos de


carga.

Glossário

Debreagem: operação em que a instância de enunciação disjunge de si e projeta para


fora de si.

76
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A condução econômica diz
respeito excepcionalmente à economia de combustível.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Entre os benefícios da condução


econômica podemos citar a redução da contaminação do
meio ambientem e do consumo de combustível e a redução
dos custos com manutenção.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

77
Referências

BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

DAIMLER-CHRYSLER. Informações técnicas para operação de veículos Mercedes


Benz. Manual de Treinamento Pós-Venda. Campinas: 2004.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia,


operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

PARTYKA, J. G.; HALL, R. W. On the road to service: OR/MS today. Disponível em:
<www.lionhrtpub.com>. Acesso em: ago. 2000.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

78
Gabarito

Questao 1 Questão 2
Unidade 1 F F
Unidade 2 V F
Unidade 3 F -
Unidade 4 F V
Unidade 5 F V

79

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