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ANÁLISE MATEMÁTICA II

Ensino à Distância

Universidade Pedagógica
Rua Comandante Augusto Cardoso n˚ 135
Direitos de autor
Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução
deverá ser mantida a referência à Universidade Pedagógica e aos seus Autores.

Universidade Pedagógica

Rua Comandante Augusto Cardoso, nº 135


Telefone: 21-320860/2
Telefone: 21 – 306720

Fax: +258 21-322113


Agradecimentos

À COMMONWEALTH of LEARNING (COL) pela disponibilização do Template usado na


produção dos Módulos.

Ao Instituto Nadional de Educação a Distância (INED) pela orientação e apoio prestados.

Ao Magnífico Reitor, Directores de Faculdade e Chefes de Departamento pelo apoio prestado em


todo o processo.
Ficha Técnica

Autor: Vasco Cuambe

Desenho Instrucional: Suzete Buque

Revisão Linguística: Jaime Mondlane

Maquetização: Anilda Ibrahimo Khan

Edição: Anilda Ibrahimo Khan


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância i

Índice
Visão geral 9
Bem-vindo ao Módulo de ANÁLISE MATEMÁTICA II ............................................... 9
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 9
Quem deve estudar este Módulo..................................................................................... 10
Como está estruturado este Módulo................................................................................ 10
Ícones de actividade........................................................................................................ 11
Acerca dos ícones......................................................................................... 11
Habilidades de estudo ..................................................................................................... 13
Precisa de apoio?............................................................................................................. 13
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)............................................................................... 14
Avaliação ........................................................................................................................ 15

Unidade 1 16
Integral Indefinido .......................................................................................................... 16
Introdução.............................................................................................................. 16

Lição 1 17
Integral indefinido........................................................................................................... 17
Introdução.............................................................................................................. 17
Sumário ........................................................................................................................... 23
Exercícios........................................................................................................................ 24
Feedback ......................................................................................................................... 24

Lição 2 25
Integração Imediata......................................................................................................... 25
Introdução.............................................................................................................. 25
Sumário ........................................................................................................................... 28
Exercícios........................................................................................................................ 28
Feedback ......................................................................................................................... 29

Lição 3 30
Integração de certas classes contendo o Trinómio quadrado.......................................... 30
Introdução.............................................................................................................. 30
Sumário ........................................................................................................................... 34
Exercícios........................................................................................................................ 35
Feedback ......................................................................................................................... 36

Lição 4 37
Integração por partes....................................................................................................... 37
Introdução.............................................................................................................. 37
ii Índice

Sumário ........................................................................................................................... 40
Exercícios........................................................................................................................ 40
Feedback ......................................................................................................................... 41

Lição 5 42
Integração pelo método de substituição.......................................................................... 42
Introdução.............................................................................................................. 42
Sumário ........................................................................................................................... 46
Exercícios........................................................................................................................ 47
Feedback ......................................................................................................................... 47

Lição 6 49
Integração de funções racionais ...................................................................................... 49
Introdução.............................................................................................................. 49
Sumário ........................................................................................................................... 56
Exercícios........................................................................................................................ 57
Feedback ......................................................................................................................... 57

Lição 7 58
Integração pelo método de Taylor .................................................................................. 58
Introdução.............................................................................................................. 58
Sumário ........................................................................................................................... 61
Exercícios........................................................................................................................ 62
Feedback ......................................................................................................................... 62

Lição 8 63
Integração de Fracções Racionais. Caso de Raízes Imaginárias..................................... 63
Introdução.............................................................................................................. 63
Sumário ........................................................................................................................... 67
Exercícios........................................................................................................................ 68
Feedback ......................................................................................................................... 68

Lição 9 69
Integração de Funções Irracionais .................................................................................. 69
Introdução.............................................................................................................. 69
Sumário ........................................................................................................................... 73
Exercícios........................................................................................................................ 73
Feedback ......................................................................................................................... 74

Lição 10 75
Integração de Funções Irracionais Quadráticas .............................................................. 75
Introdução.............................................................................................................. 75
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância iii

Sumário ........................................................................................................................... 80
Exercícios de revisão ...................................................................................................... 81
Feedback ......................................................................................................................... 81

Lição 11 82
Integração de Binómios Diferênciais.............................................................................. 82
Introdução.............................................................................................................. 82
Sumário ........................................................................................................................... 87
Exercícios........................................................................................................................ 88
Feedback ......................................................................................................................... 88

Lição 12 89
Integração de certas classes de funções trigonométricas ................................................ 89
Introdução.............................................................................................................. 89
Sumário ........................................................................................................................... 95
Exercícios........................................................................................................................ 96
Feedback ......................................................................................................................... 96

Lição 13 97

Integrais do ∫ cosmxcosnxdx, ∫ sen(mx) cos(nx)dx e ∫ sen(mx)sen(nx)dx .......................... 97


Introdução.............................................................................................................. 97
Sumário ........................................................................................................................... 98
Exercícios........................................................................................................................ 99
Feedback ......................................................................................................................... 99

Lição 14 100
Integração de funções hiperbólicas............................................................................... 100
Introdução............................................................................................................ 100
Sumário ......................................................................................................................... 102
Exercícios...................................................................................................................... 102
Feedback ....................................................................................................................... 103

Lição 15 104
Aplicações de Integrais Indefinidas .............................................................................. 104
Introdução............................................................................................................ 104
Sumário ......................................................................................................................... 107
Exercícios...................................................................................................................... 107
Feedback ....................................................................................................................... 108

Unidade 2 109
Integral Definido........................................................................................................... 109
Introdução............................................................................................................ 109
iv Índice

Lição 16 110
Integral Definido........................................................................................................... 110
Introdução............................................................................................................ 110
Sumário ......................................................................................................................... 114
Exercícios...................................................................................................................... 115
Feedback ....................................................................................................................... 115

Lição 17 116
Interpretação geométrica. Fórmula de Newton - Leibniz ............................................. 116
Introdução............................................................................................................ 116
Sumário ......................................................................................................................... 122
Exercícios...................................................................................................................... 122
Feedback ....................................................................................................................... 123

Lição 18 124
Integração pelo método de substituição........................................................................ 124
Introdução............................................................................................................ 124
Sumário ......................................................................................................................... 126
Exercícios...................................................................................................................... 126
Feedback ....................................................................................................................... 127

Lição 19 128
Integração por partes em integrais definidos ................................................................ 128
Introdução............................................................................................................ 128
Sumário ......................................................................................................................... 130
Exercícios...................................................................................................................... 131
Feedback ....................................................................................................................... 131

Lição 20 132
Integrais impróprios ...................................................................................................... 132
Introdução............................................................................................................ 132
Sumário ......................................................................................................................... 140
Exercícios...................................................................................................................... 141
Feedback ....................................................................................................................... 141

Lição 21 142
Integrais impróprios da 2ª espécie ................................................................................ 142
Introdução............................................................................................................ 142
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância v

Sumário ......................................................................................................................... 147


Exercícios...................................................................................................................... 148
Feedback ....................................................................................................................... 148

Lição 22 149
Aplicações de integrais. Cálculo de áreas de figuras planas......................................... 149
Introdução............................................................................................................ 149
Sumário ...................................................................................................................... 153
Exercícios...................................................................................................................... 153
Feedback ....................................................................................................................... 153

Lição 23 154
Aplicação do integral no cálculo de volumes de um corpo de revolução..................... 154
Introdução............................................................................................................ 154
Sumário ......................................................................................................................... 161
Exercícios...................................................................................................................... 161
Feedback ....................................................................................................................... 161

Lição 24 162
Comprimento de uma curva plana ................................................................................ 162
Introdução............................................................................................................ 162
Sumário ......................................................................................................................... 165
Exercícios...................................................................................................................... 166
Feedback ....................................................................................................................... 167

Lição 25 168
Coordenadas do centro de gravidade ............................................................................ 168
Introdução............................................................................................................ 168
Sumário ......................................................................................................................... 173
Exercícios...................................................................................................................... 173
Feedback ....................................................................................................................... 174

Unidade 3 175
Séries Numéricas e de Potências................................................................................... 175
Introdução............................................................................................................ 175

Lição 26 176
Séries numéricas ........................................................................................................... 176
Introdução............................................................................................................ 176
vi Índice

Sumário ......................................................................................................................... 185


Exercícios...................................................................................................................... 185
Feedback ....................................................................................................................... 186

Lição 27 187
Critérios de convergência de uma série ........................................................................ 187
Introdução............................................................................................................ 187
Sumário ......................................................................................................................... 193
Exercícios...................................................................................................................... 194
Feedback ....................................................................................................................... 194

Lição 28 195
Critérios de convergência. Critérios de Alembert de Cauchy e do Integral ................. 195
Introdução............................................................................................................ 195
Sumário ......................................................................................................................... 201
Exercícios...................................................................................................................... 202
Feedback ....................................................................................................................... 203

Lição 29 204
Séries alternadas. Teorema de Leibniz ......................................................................... 204
Introdução............................................................................................................ 204
Sumário ......................................................................................................................... 208
Exercícios...................................................................................................................... 209
Feedback ....................................................................................................................... 210

Lição 30 211
Séries de Potências........................................................................................................ 211
Introdução............................................................................................................ 211
Sumário ......................................................................................................................... 215
Exercícios...................................................................................................................... 216
Feedback ....................................................................................................................... 216

Lição 31 217
Derivação e Integração de séries de potências.............................................................. 217
Introdução............................................................................................................ 217
Sumário ......................................................................................................................... 222
Exercícios...................................................................................................................... 223
Feedback ....................................................................................................................... 224

Unidade 4 225
Coordenadas Polares..................................................................................................... 225
Introdução............................................................................................................ 225
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância vii

Lição 32 226
Introdução as Coordenadas Polares .............................................................................. 226
Introdução............................................................................................................ 226
Sumário ......................................................................................................................... 230
Exercícios...................................................................................................................... 231
Feedback ....................................................................................................................... 232

Lição 33 233
Gráficos em coordenadas polares ................................................................................. 233
Introdução............................................................................................................ 233
Sumário ......................................................................................................................... 236
Exercícios...................................................................................................................... 237
Feedback ....................................................................................................................... 237

Lição 34 238
Aplicação das coordenadas polares .............................................................................. 238
Introdução............................................................................................................ 238
Sumário ......................................................................................................................... 243
Exercícios...................................................................................................................... 243
Feedback ....................................................................................................................... 244
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 9

Visão geral

Bem-vindo ao Módulo de
ANÁLISE MATEMÁTICA II

Neste módulo você vai aprender sobre a Análise Matemática II. Este
módulo como aconteceu com o anterior, prmitir-lhe-á desenvolver as suas
habilidades matemáticas para resolução de problemas físicos.

O presente módulo está subdividido em 4 unidades principais.

A unidade I aborda as técnicas de cálculo integral indefinido, mostrando


as regras fundamentais do cálculo do integral indefinido.

Na unidade II é abordado o estudo do cálculo do integral definido as


suas aplicações no cálculo de áreas, volumes e comprimento de arco de
uma curva.

A unidade III versa essencialmente sobre estudo de séries numéricas e


de potências e suas aplicações no cálculo de derivadas e integrais.

Finalmente a unidade IV por sinal a mais pequena de todas versa sobre


as coordenadas polares onde vai estudar as transformações de
coordenadas. Nela, vai encontrar também algumas aplicações das
coordenadas polares no cálculo de áreas, volumes e comprimento de arco.

Objectivos do Módulo
Quando terminar o estudo de Análise Matemática II você será capaz de:

 Calcular os integrais indefinidos e definidos

 Aplicar os integrais na resolução de problemas de áreas, volumes e


comprimento de arco de uma curva

Objectivos  Investigar o comportamento de uma série

 Aplicar as séries de potências no cálculo de derivadas e integrais


10 Índice

 Fazer as transformações de coordenadas, de rectangulares para


polares e vice – versa

Quem deve estudar este Módulo


Este Módulo destina-se à formação de professores em exercício que
possuem a 12a classe ou equivalente e inscritos no Curso à Distância,
fornecido pela Universidade Pedagógica.

Como está estruturado este


Módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos pela CEAD-Centro de
Educação Aberta e a Distância da Universidade Pedagógica encontram-se
estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias

Um índice completo.

Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os aspectos-


chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo

O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma


introdução, objectivos, conteúdo, incluindo actividades de
aprendizagem, um sumário e uma ou mais actividades para auto-
avaliação.

É constituído por quatro unidades

Cada unidade apresenta:

- Uma introdução, que dá uma orientação geral sobre o aspecto central de


estudo;

Os objectivos gerais

Um conjunto de lições, variáveis de unidade para unidade. Cada


lição possui por sua vez:
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 11

Uma introdução;

As horas necessárias para o estudo de cada lição;

Os objectivos específicos

Os conteúdos, onde se apresenta a matéria essencial da lição;

Um sumário, onde você pode encontrar os eixos centrais de cada


lição;

Exercícios de auto-avaliação, onde você pode testar a compreensão


da lição;

As referências complementares, identificadas como leituras , onde se


encontram indicados os livros a que você pode recorrer para
aprofundar os seus conhecimentos

Outros recursos

Se você está interessado em aprender mais, preste atenção a lista de


recursos adicionais para e explore-os. Estes recursos podem incluir livros,
artigos ou sites na Internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação

As tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada


unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do modulo

Comentários e sugestões

Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários


sobre a estrutura e o conteúdo do módulo. Os seus comentários serão
úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este módulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual você irá encontrar uma série de ícones nas
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes
do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica do
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.
12 Índice

Os ícones incluídos neste manual são... (ícones a ser enviados - para


efeitos de testagem deste modelo, reproduziram-se os ícones adrinka, mas
foi-lhes dada uma sombra amarela para os distinguir dos originais).

Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada


um com uma descrição do seu significado e da forma como nós
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao
longo deste curso / módulo.

Comprometimento/ Resistência, “Qualidade do “Aprender através


perseverança perseverança trabalho” da experiência”
(excelência/
autenticidade)

Avaliação /
Actividade Auto-avaliação Teste Exemplo /
Estudo de caso

Paz/harmonia Unidade/relações Vigilância / “Eu mudo ou


humanas preocupação transformo a minha
vida”
Debate Actividade de
grupo Tome Nota! Objectivos

[Ajuda-me] deixa- “Pronto a enfrentar “Nó da sabedoria” Apoio /


me ajudar-te” as vicissitudes da encorajamento
vida”

(fortitude /
preparação) Terminologia Dica
Leitura
Reflexão
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 13

Habilidades de estudo
Caro estudante!

Para frequentar com sucesso este módulo terá que buscar através de uma
leitura cuidadosa das fontes de consulta a maior parte da informação
ligada ao assunto abordado. Para o efeito, no fim de cada unidade
apresenta-se uma sugestão de livros para leitura complementar.

Antes de resolver qualquer tarefa ou problema, o estudante deve


certificar-se de ter compreendido a questão colocada;

É importante questionar se as informações colhidas na literatura são


relevantes para a abordagem do assunto ou resolução de problemas;

Sempre que possível, deve fazer uma sistematização das ideias


apresentadas no texto.

Desejamos-lhe muitos sucessos!

Precisa de apoio?
Dúvidas e problemas são comuns ao longo de qualquer estudo. Em caso
de dúvida numa matéria tente consultar os manuais sugeridos no fim da
lição e disponíveis nos centros de ensino a distância (EAD) mais
próximos. Se tiver dúvidas na resolução de algum exercício, procure
estudar os exemplos semelhantes apresentados no manual. Se a dúvida
persistir, consulte a orientação que aperece no fim dos exercícios. Se a
dúvida persistir, veja a resolução do exercício.

Sempre que julgar pertinente, pode consultar o tutor que está à sua
disposição no centro de EAD mais próximo.

Não se esqueça de consultar também colegas da escola que tenham feito


o curso de introdução à estatística, vizinhos e até estudantes de
14 Índice

universidades que vivam na sua zona e tenham ou estejam a fazer


cadeiras relacionadas com Análise Matemática.

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)

Ao longo deste módulo irá encontrar várias tarefas que acompanham o


seu estudo. Tente sempre solucioná-las. Consulte a resolução para
confrontar o seu método e a solução apresentada. O estudante deve
promover o hábito de pesquisa e a capacidade de selecção de fontes de
informação, tanto na internet como em livros. Consulte manuais
disponíveis e referenciados no fim de cada lição para obter mais
informações acerca do conteúdo que esteja a estudar. Se usar livros de
outros autores ou parte deles na elaboração de algum trabalho deverá citá-
los e indicar estes livros na bibliografia. Não se esqueça que usar um
conteúdo, livro ou parte do livro em algum trabalho, sem referenciá-lo é
plágio e pode ser penalizado por isso. As citações e referências são uma
forma de reconhecimento e respeito pelo pensamento de outros. Estamos
cientes de que o estimado estudante não gostaria de ver uma ideia sua ser
usada sem que fosse referenciado, não é?

Na medida de possível, procurar alargar competências relacionadas com


o conhecimento científico, as quais exigem um desenvolvimento de
competências, como auto-controle da sua aprendizagem.

As tarefas colocadas nas actividades de avaliação e de auto-avaliação


deverão ser realizadas num caderno à parte ou em folha de formato A4.

O estudante deve produzir documentos sobre as tarefas realizadas


em suporte diverso, nomeadamente, usando as novas tecnologias e
enviá-los ao Departamento de Física de Maputo quer através da
internet, quer dos serviços de Correios de Moçambique
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 15

Avaliação
O Módulo de Análise Matemática terá duas provas escritas e um
exame escrito no fim do semestre que deverá ser feito no Centro de
Recursos mais próximo, ou em local a ser indicado pela administração do
curso. O calendário das avaliações será também apresentado
oportunamente.

A avaliação visa não só informar-nos sobre o seu desempenho nas lições,


mas também estimular-lhe a rever alguns aspectos e a seguir em frente.

Durante o estudo deste módulo todos os exercícios que você vai realizar
no fim de cada lição e unidade serão verificados pelo seu tutor para a
avaliação formativa.
16 Índice

Unidade 1

Integral Indefinido

Introdução

Apresente Unidade versa fundamentalmente sobre o estudo das técnicas


de integração. Nela vamos aprender a calcular os integrais indefinidos
com usando os diversos métodos de integração.

Esta unidade é composta por 15 lições que poderão ser estudadas em 34


horas.

Tempo de estudo da
Unidade: 34:00 Horas

Ao completar esta unidade, deverá ser capaz de:

 Calcular os integrais indefinidos

 Resolver alguns problemas de aplicação do integral indefinido

Objectivo
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 17

Lição 1

Integral indefinido

Introdução

Esta é primeira lição sobre o cálculo integral. Você vai aprender a


calcular os integrais por tabela.

Esta lição poderá ser estudada em três horas, sendo uma para a leitura do
texto e duas para resolução de exercícios. No fim do estudo da parte
teórica da lição você pode interromper a lição para um intervalo, dando
continuidade depois de cerca de 20 minutos.
Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Achar a primitiva de uma função

 Calcular integrais usando a tabela de integrais

Objectivo

Primitiva e integral Indefinido de uma função

Caro estudante, para uma melhor percepção desta lição vamos em


primeiro lugar fazer uma ligação com o conceito de derivada já
conhecido.

O estudo que fizemos sobre a derivada permite-nos, resolver o seguinte


problema físico:

Conhecida a equação do movimento rectilíneo dum ponto material em


função do tempo t, contado a partir do determinado instante inicial,
determinar a equação das velocidades.
18 Índice

Concretizemos. Sendo por exemplo a equação dos espaços


s = 10t − 4,9t 2 (para t e s em determinadas unidades) tem se para a
equação das velocidades v = 10 − 9,8t .

Naturalmente terá interesse resolver o problema físico inverso:


Conhecida a equação da velocidade v = f (t ) , determinar a equação dos
espaços.

O problema matemático correspondente é o seguinte:

Dada uma função f, determinar F cuja derivada seja f.

Definição:

Diz -se que a função F ( x ) é uma primitiva da função f ( x ) sobre o

seguimento [a, b ] , se em todo o ponto deste segmento se tiver


F ′( x ) = f ( x )

Veja a seguir um exemplo que ilustra as definições anteriores.


x3  x3 
2
f ( x) = x ⇒ F ( x) = Pois a   = x 2
3  3 
Exemplo 1

f (x) Admite uma primitiva que no entanto não é

x3 x3
única. F ( x) = + 7 F ( x) = + 100 (…) de uma forma geral
3 3
x3
F ( x) = + C são primitivas da função f (x)
3

Definição:

Chama se integral indefinida de uma função f(x) e a nota - se

por ∫ f ( x ) dx a toda a expressão da forma F ( x ) + C , onde C é uma

constante. Assim:

∫ f ( x)dx = F ( x) + C se F ′( x) = f ( x)
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 19

Propriedades

1- (∫ f (x)dx)′ = f (x)
Demonstração

Para demonstração desta propriedade basta derivar os dois membros da


igualdade da definição anterior. Assim:

(∫ f ( x)dx )′ = (F ( x) + C )′ = F ′( x) + C ′ = F ′( x) + 0
= F ′( x) = f ( x)

2- O diferencial do integral de uma função é a própria função isto é


d ( f ( x) dx ) = f ( x) dx

3- ∫ dF ( x) = F ( x) + C

4- ∫ [ f ( x) + g ( x)]dx = ∫ f ( x)dx + ∫ g ( x)dx


Demonstração

[∫ [ f ( x) + g ( x)]dx]′ = [∫ f ( x)dx + ∫ g ( x)dx]′ = (∫ f ( x)dx)′ + (∫ g ( x)dx)′


= f ( x) + g ( x)

5- ∫ af ( x)dx = a ∫ f ( x)dx
No cálculo de integrais as vezes são necessárias aplicações directas das
seguintes regras

1
Se ∫ f ( x)dx = F ( x) + C então ∫ f (ax)dx = a F (ax) + C
20 Índice

Demonstração


(∫ f (ax)dx )′ =  1a F (ax) + C  ⇔


1 
f (ax ) =  F (ax) 
a 
1 1
= f (ax ).(ax)′ = f (ax).a = f (ax)
a a

Para melhor perceber como se aplica a propriedade anterior veja o


exemplo que se segue:

1
∫ cos 2 xdx = 2sen2 x + C
Exemplo 2

II- ∫ f ( x + b)dx = F ( x + b) + c
1
III- ∫ f (ax + b)dx = a F (ax + b) + C
Integração por tabela

Para uma melhor percepção vamos tomar alguns exemplos que o


ajudarão a chegar a algumas prmitivas
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 21

Sabemos derivar algumas funções. Invertendo o processo de derivação,


podemos resolver o problema de integração das funções obtidas como
derivadas.
Exemplo 3

( )′ = 3x
Sendo x 3 2
⇒ ∫ 3x 2 dx = x 3 + C


1  1 3
Sendo  x 3  = x 2 ⇒ ∫x
2
dx = x +C
3  3


 1 n +1  1
Sendo  ⋅ x  = x n ⇒ ∫ x n dx = ⋅ x n +1 + C
 n +1  n +1

Assim

x n +1
∫ x dx = + C n ≠ −1
n

n +1

Veja em seguida ver alguns exemplos de aplicação:


22 Índice

1-Calcular os seguintes integrais

Exemplo 4 ∫
a) x 7 dx

Resolução

Aplicando a regra anterior vem

x 7 +1 x 8
∫ x dx =
7
= +C
7 +1 8

b) ∫ x 3 dx

Resolução

11
8 11
x3 3
∫ x dx = 3
11
+C = x3 +C
11
3

∫ (2 x )
3
c) + 3senx + 5 x dx

Resolução:

∫ (2 x )
+ 3senx + 5 x dx = ∫ 2 x 3 dx + ∫ 3senxdx + ∫ 5 x dx
3

3
1
1 x2
= 2 ∫ x 3 dx + 3∫ senxdx + 5∫ x dx = 2 ⋅ x 4 − 3 cos x + 5 ⋅
2
4 3
2
3
1 10
= x 4 − 3 cos x + x 2 + C
2 3

Em seguida apresentamos uma acrtividade para verificar se percebeu o


texto só depois partirá os exercicios deauto -Avaliação
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 23

1. Calcule os integrais

Actividade ∫
a) 5a 2 x 6 dx


b) πx −5 dx


c) ( a + bx 3 ) 2 dx

Solução:

5a 2 x 7 π 1 2 4 b3 5
a) +c b) − c) a x + abx + x +c
7 4x 4 2 5

Sumário
Nesta lição você a prendeu conceito de primitiva e do integral definido,
que consiste no processo inverso da derivada isto é, se a função F (x) é

uma primitiva da função f (x) sobre o seguimento [a, b]


então F ′( x) = f ( x) .

Terminado o desenvolvimento teórico a seguir vamos apresentar os


exercícios. Estes exercícios apenas exigem aplicação directa da fórmula
de potências pelo que, para a sua resolução, julgamos não constituir
muitos problemas. Contudo em caso de dificuldade reveja os exemplos
dados.
24 Índice

Exercícios
Calcular os seguintes integrais:

dx
∫ x dx ∫ ∫
5 3
a) b) x dx c)
3
Auto-avaliação 1 x2


d) ( 2 x 2 − 5 x + 3) dx ∫
e) (1 − x) x dx

x 3 + 5x 2 − 4

f) (3 x + 4) 2 dx g) ∫ x2 dx


h) ( x 3 + 2) 2 3 x 2 dx

Feedback
Soluções:

4 1
x6 3 3 2 5
a) +C b) x + C c) 3 x 3 + C d) x 3 − x 2 + 3 x + C
6 4 3 2

3 5
2 2 2 2 1 4
d) x − x + C e) 3 x 3 + 12 x 2 + 16 x + C g) x 2 + 5 x + + C
3 5 2 x

1 3
h)
3
( 3
x +2 +C )
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 25

Lição 2

Integração Imediata

Introdução

Nesta lição vamos apresentar a integração com ajuda de uma


tabela. Esta lição é praticamente de exercícios.
Para completar o seu estudo você necessitará de cerca de três horas.

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas

Para o estudo desta lição vamos em primeiro apresentar uma tabela de


integrais que será útil para resolução de diversos exercícios

Tabela de Integrais Imediatas

xn +1 dx
1. ∫ x dx = + c, (n ≠ −1); 2. ∫x = ln x + c;
n

n +1
dx 1 x dx 1 x−a
3. ∫ 2 2 = artg + c (a ≠ 0); 4. ∫x 2
= ln +c (a ≠ 0)
x +a a a − a2 2a x + a
dx 1 a+x dx
5. ∫a 2
= ln
− x2 2a a − x
+c (a ≠ 0); 6. ∫
x2 + a 2
= ln x + x2 + a2 + c (a ≠ 0)

dx x ax
7. ∫ a2 − x2
= arsen + c
a
(a ≠ 0); 8.∫ a x dx =
ln a
+ c (a > 0) e ∫ ex dx = ex + c

9. ∫ senxdx = − cos x + c; 10. ∫ cos xdx = senx + c ;


dx dx
11. ∫ cos x
2
= tgx + c; ; 12. ∫ sen x = − cot gx + c
2

dx x
13. ∫ senhxdx= coshx + c 14. ∫ senx = ln tg 2 + c = ln cosecx − cot gx + c

dx x π
15. ∫ coshxdx = senhx+ c;; 16. ∫ cos x = ln tg 2 − 4  + c = ln tgx + sec x + c

dx dx
17. ∫ senh x = cot ghx + c ;
2
18. ∫ cosh x = tghx + c;
2
26 Índice

Depois desta tabela veja os exemplos seguintes que mostram como se usa
a tabela de integração.

Acompanha:

Calcular

dx
Exemplo 1 a) ∫ x+3
Resolução

O exercício apresentado resolve- se com ajuda da tabela, regra 2.

Assim:

dx
∫ x + 3 = ln x + 3 + C

Caro estudante o cálculo integral pode ser facilitado com uma mudança
de variável. Depois desse artifício poderá facilmente reconhecer a tabela
a ser aplicada.

Observa os exemplos que seguem:

Calcular os seguintes integrais

xdx
Exemplo 2
a) ∫1+ x 2

Observe que derivando o denominador, encontramos uma expressão que


se aproxima do numerador. Desta maneira temos que atribuir ao
denominador uma nova variável.
Tome Nota!

1
( )
Façamos: Seja : 1 + x 2 = u ⇒ du = d 1 + x 2 = 2 xdx ⇒ xdx =
2
du
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 27

1
du
xdx 2 1 du 1 1
Logo ∫ 2
=∫ = ∫ = ln u + C = ln 1 + x 2 + C
1+ x u 2 u 2 2

dx
b) ∫ 2x + 3
1
Resolução : Seja u = 2 x + 3 ⇒ du = d ( 2 x + 3) = 2dx ⇒ dx = du
2

1
du
dx 2 1 du 1 1
Assim: ∫ 2x + 3 = ∫ u
= ∫
2 u
= ln u + C = ln 2 x + 3 + C
2 2

senxdx
c) ∫ cos x

Resolução: Façamos u = cos x ⇒ du = − senxdx ⇒ senxdx = − du

senxdx du
∫ cos x
= −∫
u
= − ln u + C = − ln cos x + C

dx dx
d) ∫9+ x 2
=∫
3 + x2
2
(tabela regra 3) logo:

dx dx 1 x
∫9+ x 2
=∫ 2
3 +x 2
= arctg + C
3 3

Para verificar se percebeu os exemplos anteriores, resolva as actividades


que se seguem :

1. Calcular os integrais

3 xdx − 2dx
Actividade
a) ∫ 5
1 + 5x 2
b) ∫x 3
− 3x 2 + 3x − 1

Solução:

3 4 1
a) (1 + 5 x ) 5 + c b) +c
8 ( x − 1) 2
28 Índice

Sumário
Nesta lição você aprendeu como integrar imediatamente, com ajuda da
tabela, bem como integrar por mudança de variável.

Terminado o desenvolvimento teórico vamos em seguida apresentar os


exercícios que se seguem. Estes exercícios vão exigir de você uma maior
atenção pois a identificação correcta da regra é fundamental para que
tenha sucesso no cálculo de integrais. É de salientar que a tabela não é
para ser decorada, mas sim aplicada. Resolva todos os exercícios
sugeridos e, em caso de dificuldades de maior, a conselho a repetir a
lição. Se as dúvidas persistirem queira contactar o seu tutor.

Exercícios
Calcular os seguintes integrais

( x + 3)dx
a) ∫ 3x 1 − +2 x 2 dx b) ∫ 2
1
Auto-avaliação 2 ( x + 6 x) 3

∫x ∫
3
c) 1 − x 2 dx d) sen 2 x cos xdx


e) e 2 x dx ∫
f) a 2 x dx


g) e 3 cos 2 x sen2 xdx ∫
h) x cot g ( x 2 )dx

senx + cos x dx
i) ∫ cos x
dx j) ∫ 4 − x2

dx dx
k) ∫ 25 − 16 x 2
l) ∫ 4x 2
+9

xdx
m) ∫ x 4x 2
− 9
n) ∫x
xdx
4
+3
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 29

( x + 3) ( 2 x − 7)
o) ∫ 1− x 2
dx p) ∫ x2 + 9
dx

Feedback
Solução:
3 2
1 3 2
a) −
2
(
1 − 2x 2 ) 2 +c b)
4
(
x + 6x ) 3 +C

3 4
sen 3 x
c) −
8
(
1− x2 ) 3 +C d)
3
+c

e2x 1  a 2x 
e) +C f)  +C
3 2  ln a 

e 3 cos 2 x 1
g) − +C h) ln sen( x 2 ) + C
6 2

x
i) ln sec x + x + C j) arcsen
2

1  4x  1 2 
k) arcsen  + C l) arctg  x  + C
4  5  6 3 

1 3  x2 3 
m) arsenx 3 + c n) arctg  +c

3 6  3 

7 x
o) − 1 − x 2 + 3arcsenx + c p) ln x 2 + 9 − arctg + c
3 3
30 Índice

Lição 3

Integração de certas classes


contendo o Trinómio quadrado

Introdução
Nesta lição vai aprender a calcular integrais de certas expressões
contendo o trinómio ax 2 + bx + c . Trata se de uma lição que vai incidir
na resolução de exercícios cujo artifício é o complemento do quadrado
perfeito.

Duas horas são tempo previsto para estudo e resolução de exercícios.

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de

 Calcular certos integrais evolvendo o trinómio quadrático

Objectivo
A seguir vamos apresentar a forma como se calcula o integral cujo
denominador contém um trinómio quadrático. Acompanhe.

2
Integração certas expressões contendo o trinómio ax + bx + c

dx
Vamos considerar em primeiro o integral de tipo I 1 = ∫ ax 2
+ bx + c
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 31

Para calcularmos este tipo de integrais comecemos por transformar o

2
 b 
2
2

trinómio ax + bx + c na forma a  x +  ± k  onde
 2a  

c b2
± k2 = −
a 4a 2

Assim:

 b c  b
2
 b   b 
2
c
ax 2 + bx + c = a  x 2 + x +  = a  x 2 + x +   −   + 
 a a  a  2 a   2a  a 
 b 
2
c b2   b 
2
2

= a  x +  + − 2 
= a  x +  ±k 
 2a  a 4a   2a  

Desta forma
dx dx 1 dx
I1 = ∫ 2
=∫ = ∫
ax + bx + c  b 
2
2
 a (x + b )2 ± k 2
a  x +  ±k  2a
 2a  

Veja caro estudante em seguida o exempo ilustrativo da integração de


fracções racionais.

dx
1. Calcular ∫ 2x 2
− 5x + 7

Resolução:
Exemplo
Como o denominador é um trinómio quadrático façamos:

dx 1 dx 1 dx
∫ 2x 2
= ∫
5
− 5x + 7 2 x 2 − x + 7
= ∫
2 2 5 25 25 7
x − x+ − +
2 2 2 16 16 2
1 dx
2∫
= 2
5 31
 x −  +
 4  16

Este último integral é de tabela, bastando apenas mudar de variável.

5
Façamos: u = x − ⇒ du = dx
4
32 Índice

Logo,
1 dx 1 du 1 1 u

2  5
2
= ∫
31 2 2  31 
2
= ⋅
2 31
⋅ arctg
31
=
x −  + u +  
 4  16  4 4
 4 
2 4x − 5
arctg +c
31 31

Caro estudante veja se percebeu o exemplo anterior, resolvbendo a


seguinte actividade

dx
1. Cacular ∫x 2
+ x +1

Solução:
Actividade
Confira a sua resposta

2 2x + 1
arctg +c
3 3

Ax + B
Se o integral é do tipo ∫ ax 2
+ bx + c
dx transforma- se á forma

A
(2ax + b ) +  B − Ab 
Ax + B 2a  2a 
∫ ax 2 + bx + c dx = ∫ 2
ax + bx + c
dx

A 2ax + b  Ab  dx
= ∫ 2
2a ax + bx + c
dx +  B −

∫ 2
2a  ax + bx + c

A expressão 2ax + b obtêm- se derivando o trinómio quadrático

Caro estudante o raciocínio usado para o cálculo de integrais do tipo visto


anteriormente, é também válido para integrais cujo denominador contém
o trinómio no interior do radical.

dx Ax + B
São os casos I = ∫ 2
ax + bx + c
e I= ∫ ax 2 + bx + c
dx
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 33

Vamos em seguida apresentar alguns exemplos para o ajudar a


consolidar a parte teórica.

x −1
Calcular ∫x 2
− x −1
dx

Resolução:
Exemplo
Vamos derivar o denominador


(x 2
)
− x − 1 = 2 x − 1 . Assim,
1
x −1
(2 x − 1) − 1 1 (2 x − 1)dx 1 dx
2 2
∫ x 2 − x − 1 dx = ∫ x 2 − x − 1 dx = 2 ∫ x 2 − x − 1 − 2 ∫ x 2 − x − 1

Para o cálculo do primeiro integral, observemos que o numerador é a


derivada do denominador, pelo que se pode calcular, mediante a,
introdução do sinal de diferencial. O segundo integral o seu cálculo é
semelhante ao exemplo anterior.

1 d ( x 2 − x − 1) 1 dx
=
2 ∫ 2
x − x − 1

2 ∫
 1 
2
5
 x −  −
 2  4
 1 
d  x − 
1 1  2 

2
= ln x − x − 1 − 2
2 2  1  5
 x −  −
 2  4
1 2 1 1 2 x − 1 − 5
= ln x − x − 1 − ⋅ ln =
2 2 5 2 x − 1 + 5
1 2 1 2 x − 1 − 5
ln x − x − 1 − ln + c
2 2 5 2 x − 1 + 5

Vamos em seguida aplicar o raciociínio do exemplo anterior para calcular


o integral que se segue
34 Índice

x+3
Calcular o integral ∫ 2
x + 2x + 2
dx

Exemplo

Resolução:

1
x+3
(2 x + 2) + 2
2
∫ x 2 + 2x + 2 dx = ∫ x 2 + 2 x + 2 dx =
1 (2 x + 2 )dx dx 1 d ( x 2 + 2 x + 2)
2 ∫ x 2 + 2x + 2 ∫ x 2 + 2x + 2 2 ∫ x 2 + 2x + 2 +
+ 2 =

1
dx 1
+ 2∫
2
=
2∫
(
x 2 + 2x + 2 )

2 d ( x 2 + 2 x + 2) +
x + 2x + 1 − 1 + 2
+ 2∫
dx
2
(
= x 2 + 2 x + 2 + 2 ln x + 1 + x 2 + 2 x + 2 + c )
(x + 1) + 1

Terminou o estudo da parte teórica da lição resolva as actividades que


seguem para testar se vale apena avançar para os exercícios de auto -
avaliação ou vai ter que repetir a lição.

Calcula os seguintes integrais

dx dx
a) ∫x 2
+ 6x + 8
b) ∫ 20 + 8 x − x 2
Actividade
solução:

Confira as suas respostas

1 x+2 x−4
a) ln +c b) arcsen +c
2 x+4 6

Sumário
Nesta lição você aprendeu a integração de certas expressões que contém o
trinómio quadrático. Para isso é fundamental reduzir o trinómio para a
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 35

 b 
2
2

forma a  x +  ± k  e depois fazer uma escolha da tabela a ser
 2a  
aplicada.

Terminamos o desenvolvimento teórico da aula. Em seguida vamos


apresentar os exercícios de auto – avaliação. Os exercícios exigem como
já foi referenciado, uma transformação do trinómio quadrático e posterior
identificação da tabela correspondente, pelo que se não for
cuidadosamente observado o que foi dito anteriormente não vai chegar a
resposta correcta. Resolva todos os exercícios propostos. Se as dúvidas
continuarem a persistir, queira consultar o seu Tutor.

Exercícios

1. Calcular os seguintes Integrais

dx dx
a) ∫ 2x 2
+ 2x + 5
b) ∫ 20 + 8 x − x 2
Auto-avaliação 3

x +1 dx
c) ∫x 2
− 4x + 8
d) ∫ 28 − 12 x − x 2

x+3 2x + 3
e) ∫ 5 − 4x − x 2
dx f) ∫ 9x 2
− 12 x + 8
dx
36 Índice

Feedback
Solução:

1 2x + 1 x−4
a) arctg +c b) arcsen +c
3 3 6

1 3 x−2 x+6
c) ln ( x 2 − 4 x + 8) + arctg +c d) arcsen +c
2 2 3 8

x+2
e) − 5 − 4 x − x 2 + arcsen +c
3

1 13 3x − 2
f) ln 9 x 2 − 12 x + 8 + arctg +c
9 18 2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 37

Lição 4

Integração por partes

Introdução
Nesta lição você vai estudar o método de integração por partes, esse
método baseia- se fundamentalmente na derivada do produto.

O tempo necessário para esta lição é de duas horas, incluindo a resolução


de exercícios.

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Calcular integrais com método de integração por partes

Objectivo

Caro estudante o método de integração por partes está baseado na


derivação do produto, como já foi referenciado. Deve tentar – se este
método quando a função dada se pode decompor num produto de
factores.

Uma das funções (u ) ,a sua derivada ( u ′) ,e a outra função dv que se


saiba determinar v = dv .

Acompanha desenvolvimento que se segue

Integração Por Partes

Seja u e v duas funções deriváveis em x, então:


38 Índice

d (uv ) = udv + vdu . Vamos integrar membro a membro

∫ d (uv) = ∫ udv + ∫ vdu ⇔


uv = ∫ udv + ∫ vdu

Logo:

∫ udv = uv − ∫ vdu
Veja caro estudante os exemplos seguintes que mostram como se aplica a
regra de integração por partes.

∫ xe
x
1-Calcular o integral dx

Resolução

Exemplo A função a integrar é um produto de dois factores. Como é fácil calcular


cada um dos integrais que compõe o produto é indistinta a escolha de u

Assim, façamos:

Seja u = x ⇒ du = dx dv = e x dx ⇒ v = e x dx = e x ∫
Aplicando a formula vem:

∫ udv = uv − ∫ vdu

∫ xe dx = xe x − ∫ e x dx = xe x − e x + c = e x ( x − 1) + c
x

∫e cos xdx
x
2- Calcular

Resolução

Seja u = e x ⇒ du = e x dx ; dv = cos xdx ⇒ v = senx

∫ udv = uv − ∫ vdu
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 39

∫e cos xdx = e x senx − ∫ e x senx (1)


x

Aplicando novamente o método de integração por partes

u = e x ⇒ du = e x dx dv = senx ⇒ v = − cos x

∫e senxdx = −e x cos x + ∫ e x cos xdx(2) ,substitundo (2) em (1) vem:


x

∫e
x
(
cos xdx = e x senx − ∫ e x senx = e x senx − − e x cos x + ∫ e x cos xdx )
= e x senx + e x cos x − ∫ e x cos xdx
Passando para o 1º membro o termo com o sinal de integral

e x (senx + cos x )
2 ∫ e x cos xdx = e x senx + e x cos x ⇒ ∫ e x cos xdx = +
2
+c

Caro estudante tem em seguida algumas actividades para avaliar o grau


de compreensão da regra de integração por partes

Calcular

∫ (x ) ∫
2
a) + 2 cos xdx b) ln(2 x + 5) dx

Actividade
Solução:

 5
a) x 2 senx + 2 x cos x + c b)  x −  ln (2 x − 5) + c
 2
40 Índice

Sumário
Nesta lição você aprendeu o método de integração por partes. Este
método está baseado na derivada do produto. A fórmula de integração por

partes é ∫ udv = uv − ∫ vdu


Caro estudante, terminamos o desenvolvimento teórico da lição. Em
seguida resolva os exercícios propostos para consolidar o conhecimento.

Lembre- se que a identificação correcta de u e de dv vai facilitar


sobremaneira a resolução dos exercícios. Em alguns casos há necessidade
de se aplicar mais do que uma vez a regra, por isso deve sempre tomar
em consideração estes aspectos.

Exercícios
Calcular os seguintes integrais


a) xsenxdx ∫
b) x 2 ln xdx
Auto-avaliação 4

c) x x +1 ∫
d) arcsenxdx


e) xarcsenx 2 dx ∫ sen
2
f) xdx

∫x ∫
2
g) senxdx h) x 3 e 2 x dx
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 41

Feedback

Solução:

x3 1
a) − x cos x + senx + c b) ln x − x 3 + c
3 9

2 3 4 5
c) x( x + 1) 2 − (x + 1) 2 + c d) xarcssenx + 1 − x 2
3 15

1 2 1 1 1
e) x arcenx 2 + 1− x4 + c f) x − sen2 x + c
2 2 2 4

g) − x 2 cos x + 2 xsenx + 2 cos x + c

1 3 3 3
h) x 3 e 2x − x 2 e 2x + xe 2 x − e 2x + c
2 4 4 8
42 Índice

Lição 5

Integração pelo método de


substituição

Introdução
Nesta lição você vai aprender como usar o método de substituição para
calcular alguns integrais. Neste método, o mais complexo são as
substituições trigonométricas.

A lição poderá ser estudada em três horas, incluindo a resolução de


exercício.

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Aplicar o método de substituição no cálculo de integrais

 Calcular os integrais usando a substitução trigonométrica


Objectivo

Caro estudante!

Acompanha em seguida como usar a substituição para transformar


alguns integrais irracionais em racionais. Para tal siga o seguinte
desenvolvimento

Método de Substituição

Seja calcular o integral ∫ f ( x)dx . Façamos a mudança de variável:


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 43

x = ϕ (t ) em que ϕ (t ) é uma função contínua. Assim, como a sua


derivada admite uma função inversa.

Então se x = ϕ (t ) ⇒ dx = ϕ ′(t )dt logo, ∫ f ( x)dx = ∫ f [ϕ (t )]ϕ ′(t )dt


Eis, um exemplo do uso do método de substituição

1-Calcular o integral ∫x x − 1dx

Resolução

Normalmente quando temos integrais deste tipo faz se a substituição


Exemplos
x − 1 = t 2 ⇒ x = 1 + t 2 ⇒ dx = 2tdt

∫x (
x − 1dx = ∫ 1 + t 2 ) ( ) ( )
t 2 2tdt = 2 ∫ 1 + t 2 ⋅ t 2 dt = 2 ∫ t 2 + t 4 dt
2 5 2 3 2 5 2 3
= t + t + c = ( x − 1) 2 + ( x − 1) 2 + c
5 3 5 3

∫ tgx sec
2
2- Calcular xdx

Resolução

Seja u = tgx ⇒ du = sec 2 xdx

u2 tg 2 x
∫ tgx sec xdx = ∫ udu =
2
Logo: +c = +c
2 2

Será que percebeu o procedimento? Responda a pergunta depois de


resover a seguinte actividade

Calcular

∫ ( ) ∫ (20 x + 6)sen(5x )
10
a) x 2 x 3 + 1 dx b) 2
+ 3 x dx

Actividade

Solução:

1 2
a)
33
(x + 1) + c
11
b) − 2 cos(5 x 2 + 3 x) + c
44 Índice

Como já vimos o método de substituição no geral, vamos tratar em


seguida as substituições trigonométricas, para caso de algumas funções.
Acompanhe

Substituição trigonométrica

1. Se o integral contêm um radical do tipo a 2 − x 2 faz -se a


substituição x = asent ou x = a cos t

2. Se o integral contêm o radical x 2 − a 2 faz- se a substituição


x = a sec t

3. Se o integral contem o radical do tipo x 2 + a 2 faz - se a


substituição x = atgt

Vamos tomar alguns exemplos para fixar a ideia:

x2 +1
Calcular o integral ∫ x2
dx

Resolução:
Exemplos

O integral contém o radical do tipo x 2 + a 2 pelo que se faz a


substituição x = atgt

Assim:

dt
a = 1 ⇒ x = tgt ⇒ dx =
cos 2 t

x2 +1 tg 2 t + 1 dt sec t. sec 2 t dt
∫ x2
dx = ∫
tg 2 t

cos 2 t ∫ sen 2 t
= ⋅
cos 2 t
dt ( sen 2 t + cos 2 t ) dt cos t
2
sen t cos t
= ∫ 2
sen t. cos t
dt = ∫
cos t
+∫
sen 2 t
dt

1 1
∫ ln tgt + sec t − sent + c = ln tgt + 1 + tg t − sent + c
2

x2 +1
ln x + 1 + x 2 − +c
x
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 45

1 1 1
cos ec 2 x = 2
= 1 + cot g 2 x = 1 + 2 ; sec 2 x = 2
= 1 + tg 2 x
sen x tg x cos x

Tome Nota!

Para você caro, estudante, tirar a conclusão do grau de compreensão das


substituições trigonmétricas resolva a seguinte actividade:

dx
Calcular o integral ∫
(2 − x )
2 3

Actividade Solução:

x
+c
2 2 − x2

Observa que as substituições trigonométricas não são sempre as mais


convenientes. Em certos casos é preferível empregar as substituições
hiperbólicas.
Tome Nota!

Observa o exemplo seguinte

Calcular o seguinte integral ∫ a 2 + x 2 dx

Resolução:

x = asenht ⇒ dx = a cosh tdt


Exemplos

a 2 + x 2 = a 2 + a 2 senh 2 t = a cosh t

∫ a 2 + x 2 dx = ∫ a cosh t.a cosh tdt = ∫ a 2 cosh 2 tdt


cosh t + 1 a2  1  a2
= a2 ∫ dt =  senh2t + t  + c = ( senht. cosh t + t ) + c
2 2 2  2

Como:
46 Índice

x a2 + x2
senht = Então cosh t = uma vez que
a a
cosh 2 t − senh 2 t = 1

x + a2 + x2 x + a2 + x2
e t = cosh t + senht = ⇒ t = ln
a a
(
= ln x + a 2 + x 2 − ln a )
Teremos finalmente

a2 a2
∫ a 2 + x 2 dx =
x 2
2
a + x2 +
2
(
ln x + a 2 + x 2 −
2
)ln a + c

Resolva em seguida a seguinte acrtividade que emprega uma substituição


hiperbólica

Calcular o integral ∫ 1 + 4 x 2 dx

Solução:
Actividade
x 1
1 + 4 x 2 + arcsh(2 x) + c
2 4

Sumário
Nesta lição você aprendeu o método de substituição que consiste na
generalidade na mudança de variável. Também foram apresentados
muito particularmente as substituições trigonométricas cuja essência é
ajudar transformar algum integrais irracionais para racionais.

Em seguida vamos apresentar os exercícios de consolidação. Esperamos


que resolva todos. Em caso de dificuldades aconselhamos a repetir a lição
analisando cuidadosamente os exemplos apresentados. Para o caso das
transformações trigonométricas é imperioso o conhecimento das fórmulas
trigonométricas bem como a sua manipulação.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 47

Exercícios
1. Achar os integrais seguintes utilizando as substituições sugeridas

dx 1 dx
a) ∫x 2
x −2
x=
t
b) ∫e x
+1
x = − ln t
Auto-avaliação 5

xdx
∫ ( )
7
c) x 5 x 2 − 3 dx ; (5 x 2 − 3) = t d) ∫ x +1
, t = x +1

2. Achar os seguintes integrais utilizando substituições trigonométricas

x 2 dx x 3 dx
a) ∫ 1− x2
b) ∫ 2 − x2

x2 − a2 x2 +1
c) ∫ x
dx d) ∫ x
dx

3- Calcular os integrais

10 dx

a) x( 2 x + 5) dx b) ∫x 2x + 1

Feedback
Solução:

1 2
a) arccos +c (
b) − ln 1 + e − x + c )
2 x

1 2
c)
80
(5 x 2 − 3) + c
8
d)
3
( x + 1) 3 − 2 x + 1 + c

Exercício 2

x 1 x2 4
a) − 1 − x 2 + arcsenx + c b) − 2 − x2 − 2 − x2 + c
2 2 3 3

a 1 + x2 + 1
c) x 2 − a 2 − a arccos +c d) x 2 + 1 − ln +c
x x
48 Índice

Exercício 3

1 x −1 1
a) x + ln − arctgx + c
4 x +1 2

1 ( x + 1) 2 1 2x − 1
b) ln 2
+ arctg +c
6 x − x +1 3 3
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 49

Lição 6

Integração de funções racionais

Introdução

Nesta lição você vai aprender calcular os integrais de funções racionais.


São as funções cuja variável não aparece sob forma de radical.

Esta lição poderá ser estudada em duas horas incluindo a resolução de


exercícios

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Calcular os integrais de funções racionais

Objectivo
Caro estudante, como já nos referimos no início desta lição, vamos
apresentar nesta lição as técnicas de resolução de integrais de funções
racionais. Para começarmos vamos apresentar algumas regras
fundamentais que servirão de base para a lição toda. Acompanha o
desenvolvimento

Integração de Funções Racionais

Função Racional é o quociente de dois polinómios inteiros em x. Ela


D ( x)
representa- se por f ( x) = onde D(x) é o polinómio dividendo e
d ( x)
d(x) é polinómio divisor
50 Índice

A integração de funções racionais é sujeita a algumas regras. São elas:

Regra 1

Na integração de funções racionais tem que o grau do polinómio


numerador ser menor do que o grau do polinómio denominador

Sendo o grau do numerador igual ou superior ao grau de denominador


efectua- se a divisão dos dois polinómios.

D ( x) r ( x)
De f ( x) = ⇒ f ( x) = Q ( x) +
d ( x) d ( x)

Onde: Q (x) → quociente r (x ) → resto da divisão e d (x) → divisor

D ( x) r ( x)
Desta maneira ∫ d ( x) dx = ∫ Q( x)dx + ∫ d ( x) dx

Veja o exemplo ilustrativo de como calcular um intetgral, quando o grau


de numerador é superior ao grau de denominador

x3
Calcular ∫ x 2 + 1 dx
Resolução:
Exemplos
Trata- se de uma fracção racional, efectuando a divisão, visto que o grau
de numerador é superior que o grau de denominador vem:

x3 x
2
= x− 2
x +1 x +1

Desta forma temos

x3 xdx x2 1
∫ x2 +1 ∫ ∫ x 2 + 1 2 − 2 ln x + 1 + c
2
dx = xdx − =

Veja, caro estudante, se entedeu o exemplo anterior


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 51

x6 −1
Calcular o seguinte integral ∫ x 2 + 1 dx

Actividade
Solução:

x5 x3
− + x − 2arctgx + c
5 3

Regra 2

Determinação das raízes polinómio de denominador e respectiva


factorização

Temos que considerar quatro casos:

1. O polinómio d(x) admite somente raízes reais e todas diferentes;

2. O polinómio d(x) admite raízes reais, algumas ou todas


múltiplas;

3. O polinómio d(x) admite raízes imaginárias diferentes, podendo


também ter raízes reais;

4. O polinómio d(x) admite raízes imaginárias Múltiplas, podendo


também ter quaisquer outras raízes reais(reais ou imaginárias).

Acompanhe o tratamento de cada um dos casos anteriores

1º Caso - raízes reais e diferentes

Seja , a 0 x n + a1 x n −1 + a 2 x n− 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + a n cujas raízes são

x1 , x 2 , x3 ,...x n , todas diferentes


52 Índice

d ( x) = a 0 ( x − x1 ).( x − x 2 ) ⋅ ⋅ ⋅ ( x − x n )

Assim temos:

r ( x) r ( x)
f ( x) = =
d ( x) a 0 ( x − x1 )( x − x 2 )...( x − x n )

Em seguida vamos decompor em fracções simples.

A fracção decompõe-se em n fracções (tantas quantas as raízes),


cujos numeradores são constantes a determinar e cujos
denominadores são cada dos factores da decomposição.
Tome Nota!

Deste modo temos

r ( x) 1  A A2 An 
= ⋅ 1 + + ⋅⋅⋅ + 
a 0 ( x − x1 )( x − x 2 )...( x − x n ) a 0  x − x1 x − x 2 x − xn 

Determinação dos coeficientes

Os coeficientes A1 , A2 ,⋅ ⋅ ⋅ An podem determinar – se pelas seguintes


regras

Método dos coeficientes Indeterminados

Método do TAPA ou Regra do TAPA

Vamos começar com o método dos coeficientes Indeterminados

Método dos coeficientes indeterminados

Veja como se aplica o método dos coeficientes indeterminados


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 53

xdx
Calcular o seguinte integral ∫x 2
− 5x + 6

Exemplos

Resolução:

A fracção apresentada é regular uma vez que o grau de numerador é


menor que o grau de denominador

Factorização do denominador x 2 − 5 x + 6 = ( x − 2)( x − 3)

Decomposição da fracção

x A B
2
= +
x − x+6 x−2 x−3

Determinação dos coeficientes A e B

x A B
2
= + ⇒ x = A( x − 3) + B ( x − 2)
x − x + 6 x − 2 ( x − 3) x − 3 ( x − 2 )
x = Ax − 3 A + Bx − 2 B ⇔ x = ( A + B) x − 3 A − 2 B
 A+ B =1  A = −2
 ⇔
− 3 A − 2 B = 0 B = 3

Cálculo do integral

xdx  −2 3  −2 3
∫x 2
− 5x + 6
= ∫ +
 x − 2 x − 3
dx = ∫
x−2
dx + ∫
x−3
dx

dx dx
− 2∫ + 3∫ = −2 ln x − 2 + 3 ln x − 3 + c
x−2 x−3

Caro estudante tem em seguida uma actividade para verificar o grau


de compreensão
54 Índice

Calcule o seguinte integral pelo método dos coeficientes indeterminados

x3 +1
∫ x 3 + x 2 − 2 x dx
Actividade

1 2 7
x − ln x + ln x − 1 − ln x + 2 + c
2 3 6

Visto o método dos coeficientes indeterminados vamos em seguida


ver o método do Tapa que é um dos métodos mais práticos

Regra do TAPA

A regra do Tapa ou regra pratica procede- se como o exemplo que se


segue:

x3 + 1
Calcular ∫ x 3 + x 2 − 2 xdx
Fracção racional cujo grau de numerador é igual ao grau do denominador
Exemplos (fracção irregular) efectuando a divisão vem

x3 +1 − x 2 + 2x + 1
= 1+ 3
x3 + x 2 − 2x x + x 2 − 2x

Factorização do denominador

x 3 + x 2 − 2 x = x( x − 1)( x + 2)

Decomposição da fracção

− x 2 + 2x + 1 − x 2 + 2x + 1 A B C
3 2
= = + +
x + x − 2 x x( x − 1)( x + 2) x x − 1 x + 2

Para cada um dos coeficientes a determinar devemos tapar o valor que


anula o seu denominador. Esse valor é substituído na parte restante da
fracção como está indicado a seguir.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 55

 − x 2 + 2x + 1 0 − 2.0 + 1 1
A=  = =−
 ( x − 1)( x + 2)  x =0 (0 − 1)(0 + 2) 2

 − x 2 + 2 x + 1 2
B=  =
 x( x + 2)  x =1 3

 − x 2 + 2 x + 1 7
C=  =−
 x( x − 1)  x = 2 6

Calcular o integral

 −1 2 −7 
x3 +1  
1 + 2 + 3 + 6 dx
∫ x3 + x 2 − 2x ∫  x x − 1 x + 2 
dx =
 
 
1 dx 2 dx 7 dx
∫ dx − 3 ∫ x + 3 ∫ x − 1 − 6 ∫ x + 2
1 2 7
= x − ln x + ln x − 1 − ln x + 2 + c
2 3 6

Resolva a actividade que se segue de modo a verificar o seu grau


de compreensão da regra do Tapa

5x 3 + 2
Calcule o intetral pela regra do Tapa ∫ x 3 − 5 x 2 + 4 x dx

Actividade

Solução:

161
1
x 2 ( x − 4) 6
5 x + ln 7
+c
( x − 1) 3

Em seguida vamos ver o caso de raízes múltiplas


56 Índice

2º Caso - Raízes Reais Múltiplas

Seja d ( x) = a 0 x n + a1 x n −1 + a 2 x n − 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + a n , cujas raízes são

x1 (raiz simples); x 2 (raiz dupla - grau de multiplicação dois), ( …)


x p (raiz de grau de multiplicidade p).

Tendo o polinómio n raízes temos:1+2+3+…+p =n

A fracção decompõe – se em n fracções.

Cada factor repetido p vezes dá origem a p fracções.

Relativamente ao factor da decomposição ( x − x p ) p

Vem p fracções.

A1 A2 Ap
+ p −1
+ ⋅⋅⋅ +
(x − x p ) p
(x − x p ) (x − x p )

x+3
Decompor a fracção
( x − 1)( x − 2) 2 ( x + 1) 3

Resolução
Exemplos
x+3 A B1 B2 C1 C2
2 3
= + 2
+ + 3
+
( x − 1)( x − 2) ( x + 1) x − 1 ( x − 2) ( x − 2) ( x + 1) ( x + 1) 2
C
+ 3
x +1

Sumário
Nesta lição você aprendeu a integração de fracções racionais. O cálculo
baseou - se essencialmente na decomposição da fracção em elementos
simples, e aplicação da regra do Tapa e dos coeficientes indeterminados
para determinação dos coeficientes

Terminado o desenvolvimento teórico, apresentamos em seguida alguns


exercícios de consolidação. Aconselhamos aperfeiçoar muito mais a regra
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 57

do TAPA por ser mais eficiente, sem contudo, deixar também o método
dos coeficientes indeterminados.

Exercícios

Calcular os seguintes integrais

dx x 2 − 5x + 9
a) ∫ ( x + a)( x + b) b) ∫ x 2 + 5x + 6 dx
Auto-avaliação 6

dx 2 x 2 + 41x − 91
c) ∫ ( x − 1)( x + 2)( x + 3) d) ∫ ( x − 1)( x + 3)( x − 4) dx

Feedback
Solução:

1 x+b
a) ln +c b) x + 3 ln x − 3 − 3 ln x − 2 + c
a−b x+a

1 ( x − 1)( x + 3) 3 ( x − 1) 4 ( x − 4) 3
c) ln +c d) ln
12 ( x + 2) 4 ( x + 3) 7
58 Índice

Lição 7

Integração pelo método de Taylor

Introdução

Esta lição é continuação da lição 6. Tem a particularidade de ser um


método que ajuda a calcular os coeficientes com uma relativa facilidade
em caso de raízes de multiplicidade.

Duas horas são tempo previsto para o estudo e resolução de exercícios

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Determinar os coeficientes pelo método de Taylor

 Calcular os integrais

Objectivo

Caro estudante o cálculo de integrais de fracções racionais leva um


processo longo se usarmos o método dos coeficientes indeterminados.
Mais ainda se usarmos método dos coeficientes de Taylor os passos de
resolução ficam condensados. Daí a necessidade de aprendermos este
método.

Acompanha o desenvolvimento a seguir


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 59

Método – Coeficientes de Taylor

r ( x)
Seja uma fracção irredutível, e
d ( x)
d ( x) = ( x − x1 ) a ( x − x 2 ) b ( x − x3 ) c ( x − x 4 )

Como já vimos a fracção tem a seguinte decomposição

A1 A2
d(x) = (x − x1 )a (x − x2 )b (x − x3 )c (x − x4 ) = + +
(x −x1) (x − x1 )a−1
a

Aa B1 B2 B C1 C2
+⋅⋅⋅ + + + b−1
+⋅⋅⋅ + b +⋅⋅⋅ + + +
x − x1 (x − x2 ) (x − x2 )
b
x − x2 (x − x3 ) (x − x3 )c−1
c

D
+
x − x4
Fazendo d ( x) = ( x − x1 ) a d x1 ( x) , com

d x1 ( x) = ( x − x1 ) a ( x − x 2 ) b ( x − x3 ) c ( x − x 4 ) vem :

r ( x) r ( x) A1 A2 A hx ( x )
= = + a −1
+ ⋅⋅⋅ + a + 1
d ( x) ( x − x1 ) d x1 ( x) ( x − x1 )
a a
( x − x1 ) x − x1 d x1 ( x)

Desta maneira

r(x) hx (x)(x − x1 ) a

1) = A1 +A2 (x − x1) + A3 (x − x1)2 + ⋅ ⋅ ⋅ + Aa (x − a)a−1 + 1


dx1 (x) dx1


 r ( x)  a −2
2)   = A2 + 2 A3 ( x − x1 ) + ... + (a − 1)( x − x1 ) + ...
 d x1 ( x) 

//
 r(x)  n−3
3)   = 2! A3 + 3 ⋅ 2 ⋅ A4 (x − x1 ) + ⋅ ⋅ ⋅ + (a −1)(a − 2) Aa (x − x1 ) + ...
 d x1 (x) 

///
 r ( x) 
4)   = 3! A4 + ⋅ ⋅ ⋅ + (a − 1)(a − 2)(a − 3) Aa ( x − x1 ) a −4 + ⋅ ⋅ ⋅
 d x1 ( x) 

Para x = x1 de 1) 2) 3) e 4),… vem


60 Índice

/ //
 r ( x)   r ( x)  1  r ( x) 
A1 =   A2 =   A3 =  
 d x1 ( x)  x = x1  d x1 ( x)  x = x1 2!  d x1 ( x) 
x = x1

///
1  r ( x) 
A4 =   …
3!  d x1 ( x) 
x = x1

Procedendo analogamente, obtemos os


coeficientes B1 , B2 ,...Bb ; C1 , C2 ,...Cc e D

Para uma melhor compreensão, veja, caro estudante o exemplo que se


segue:

x
Calcular o integral da função , pelo método dos
( x − 1) ( x + 1) 3
2

coeficientes de Taylor
Exemplo
1º. Vamos decompor em fracções simples

x A1 A2 B1 B2 B3
2 3
= 2
+ + 3
+ 2
+
( x − 1) ( x + 1) ( x − 1) ( x − 1) ( x + 1) ( x + 1) ( x + 1)

2º. Vamos determinar os coeficientes

1. Para o cálculo dos coeficientes A vamos suprimir o termo ( x − 1) 2 e


tomamos para x o valor 1 que é a raiz do binómio anterior.

r ( x) x
= 3
Suprime - se na fracção ( x − 1) 2
d 1 ( x) ( x + 1)

/
 x  1  x   − 2x + 1  1
A1 =  2 
= A2 =  3
=  4 
 =−
 ( x + 1)  x =1 8  (x + 1)  x=1  (x + 1)  x=1 16

2. Para o cálculo dos coeficientes B vamos suprimir o termo ( x + 1) 3 e


tomamos para x o valor -1 que é a raiz do binómio anterior.

r ( x) x
=
d ( −1) ( x ) ( x − 1) 2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 61

/
 x  1  x   − x −1 
B1 =  2 
= − B2 =  2 
=  
3 
=0
 ( x − 1)  x =−1 4  ( x − 1)  x =−1  ( x − 1)  x = −1

//
1 x  1  2x + 4  1
B3 =   =   =
2!  ( x − 1) 2  x = −1 2!  ( x − 1)
4
 x = −1 16

Assim

x A1 A B1
2 3
dx = ∫ 2
dx + ∫ 2 dx + ∫ dx +
(x −1) (x +1) (x −1) x −1 (x +1)3
B2 B3 1 dx 1 dx 1 dx 1 dx
∫ (x +1)2 dx + ∫ x +1dx = 8 ∫ (x −1)2 − 16 ∫ x −1 − 4 ∫ (x +1)3 + 16 ∫ x +1
∫ 1 1 1 1
=− − ln (x −1) + 2
+ ln (x +1) + c
8(x −1) 16 8(x +1) 16

Caro estudante como deve ter observado a derivação desempenha um


papel importante. Mas a derivação implica cálculo errado dos coefientes.
Veja se percebeu o exemplo anterior resolvendo a seguinte actividade

Use o método dos coeficientes de Taylor para calcular o seguinte


dx
integral ∫ x(x + 1) 2

Actividade

Solução:

1 x
+ ln +c
x +1 x +1

Sumário
Nesta lição você aprendeu o método dos coeficientes de Taylor. Este
método consiste essencialmente na decomposição em fracções simples, e
no fim aplicação da própria regra.
62 Índice

Terminamos o desenvolvimento teórico do método Taylor. Como se


poderá ter apercebido o cálculo derivada é extremamente importante pelo
que o não sucesso na resolução de exercícios pode ser motivado pela má
derivação. Você deve ter muita atenção neste aspecto. Resolva para a sua
consolidação os exercícios que se seguem.

Exercícios
Calcular os seguintes integrais

x3 + 1 dx
a) ∫ x( x − 1) 3 dx b) ∫ (x 2
− 1) 2
Auto-avaliação 7

5x 2 + 6 x + 9 (2 x − 3)dx
c) ∫ ( x − 3) 2 (( x + 1) 2 dx d) ∫ (x 2
− 3 x + 2) 3

Feedback
Solução:

1 1 1
a) ln − 2
− + 2 ln ( x − 1) + c
x ( x − 1) x −1

1 1 1 1
b) − − ln ( x − 1) − + ln ( x + 1) + c
4( x − 1) 4 4( x + 1) 4

9 1 1
c) − − +c d) − +c
2( x − 3) 2( x + 1) 2( x − 3 x + 2) 2
2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 63

Lição 8

Integração de Fracções Racionais.


Caso de Raízes Imaginárias

Introdução

Esta lição ainda é continuação das duas últimas lições, neste caso é para o
caso de fracções racionais cujo denominador tem raízes complexas.

Duas horas é o tempo reservado para estudar a lição e resolver os


exercícios.

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Calcular integrais de fracções racionais para o caso de raízes


complexas.

Objectivos

Caro estudante! No cálculo de integrais de fracções irracionais há que ter


em conta o caso de fracções cujo denominador tem raízes complexas.
Neste caso, o procedimento para que se faça a resolução é a que se segue:

Integração de Fracções Racionais. Caso de Raízes Complexas

Consideremos o polinómio denominado

d ( x) = a 0 x n + a1 x n −1 + ⋅ ⋅ ⋅ + a n , cujas Raizes são:


64 Índice

x1 - Raiz de multiplicidade 1, x 2 - Raiz de multiplicidade a

x3 -Raiz de multiplicidade b, x 4 : m + n i , Raiz imaginária

x5 : m − n i , Raiz imaginária

Se um trinómio de coeficientes reais admite uma raiz imaginária admite


também a sua conjugada

Tome Nota!

Desta forma temos:

d ( x) = a 0 ( x − x1 )( x − x 2 ) a (( x − x3 ) b [x − (m + ni )][x − (m − ni )]
[
= a 0 ( x − x1 )( x − x 2 ) a ( x − x3 ) ( x − m) 2 + n 2 ]
Se um trinómio do 2º grau é tal que ∆ < 0 ,as suas raízes
são: x1 = m − ni e x 2 = m + ni e o trinómio decompõe- se numa soma
de quadrados.
Tome Nota!

[
ax 2 + bx + c = a ( x − m) 2 + n 2 ]
Na decomposição de uma fracção ou fracções simples a cada par de
raízes imaginárias de forma m ± ni , corresponde a um trinómio de 2º
[
grau que se pode exprimir numa soma de quadrados ( x − m) 2 + n 2 , que ]
Mx + N
dá origem a uma fracção do tipo
( x − m) 2 + n 2

Veja um exemplo de como se faz a decomposição

2x + 1
Decomponha a fracção
x( x − 1) ( x + 2 x + 2)( x 2 + x + 1)
2 2

Exemplo
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 65

Resolução

Raizes do denominador

x = 0 → raiz simples x = 1 → raiz de multiplicidade 2

2x + 1
Decomponha a fracção
x ( x − 1) ( x + 2 x + 2)( x 2 + x + 1)
2 2

Resolução:

Raizes do denominador

x = 0 → raiz simples x = 1 → raiz de multiplicidade 2

x 2 + 2 x + 2 = 0 → x = −1 ± i

1 3
x2 + x +1 = 0 → x = − ± i
2 2

2 2 2
 1
2
3
Sendo: x + 2 x + 2 = ( x + 1) + 1 e x + x + 1 =  x +  + 
 2 4 

Vem:

2x + 1 A B1 B2
2 2 2
= + 2
+ +
x( x − 1) ( x + 2 x + 2)( x + x + 1) x ( x − 1) ( x − 1)
Mx + n Px + Q =
+
2
( x + 1) + 1 1 3
(x + )2 +
2 4

Acabamos de ver como se faz a decomposição para caso de raízes


imaginárias. Agora vamos ver como se procede ao cálculo do integral.
dx
Calcular ∫x 3
−1

Resolução:

Comecemos por factorizar o denominador. Observe que se trata de um


caso notável:
66 Índice

Assim x 3 − 1 = ( x − 1)( x 2 + x + 1)

Logo, a decomposição da fracção fica:

1 A Mx + N
=
3
+ 2
x −1 x −1 x + x +1

Determinação dos coeficientes

Na determinação do 1º coeficiente,podemos usar a regra prática (TAPA)

 1  1
A= 2  =
 x + x + 1  x =1 3

Para determinação dos coeficientes M e N recorre- se ao método dos


coeficientes indeterminados.

Desembaraçando dos denominadores vem

1 A Mx + N
3
= + 2
x −1 x −1 x + x +1
1 = A( x 2 + x + 1) + ( Mx + n)( x − 1) ⇔ 1 = ( A + M ) x 2 + ( A − M + N ) x +
+ A− N ⇒
A + M = 0

A − M + N = 0
A − N = 1

1 1 2
Já vimos que A = ⇒M =− e N =−
3 3 3

Desta maneira o integral fica:

1 2
− x−
1 A Mx + N 1 dx
∫ 3
dx = ∫ dx + ∫ 2
dx = ∫ + ∫ 23 3 dx
x −1 x −1 x + x +1 3 x −1 x + x +1

1 1 xdx 2 dx
= ln ( x − 1) − ∫ 2 − ∫ 2
3 3 x + x +1 3  1 3
 x +  +
 2 4
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 67

1 1 xdx 2 dx
= ln ( x − 1) − ∫ 2 − ∫ 2
=
3 3 x + x +1 3  1 3
x +  +
 2 4

2x + 1
1 1 1 (2 x + 1) − 1 2 2
= ln ( x − 1) − ⋅ ∫ 2 dx − ⋅ arctg 2
3 3 2 x + x +1 3 3 3
2
1 1 2x + 1 1 dx 4 2x + 1
= ln ( x − 1) − ∫ 2 dx + ∫ 2 − arctg
3 6 x + x +1 6 x + x +1 3 3 3
1 1 1 dx 4 2x + 1
= ln ( x − 1) − − ln x 2 + x + 1 + ∫ 2
− arctg
3 6 6  1 3 3 3 3
x +  +
 2 4
1 1 1 2 2x + 1 4 2x + 1
= ln ( x − 1) − ln x 2 + x + 1 + ⋅ arctg − arctg
3 6 6 3 3 3 3 3
1 1 1 2x + 1
= ln ( x − 1) − ln x 2 + x + 1 − arctg +c
3 6 3 3

Caro estudante! Verifique se percebeu o exemplo apresentado acima,


resolvando a actividade que se segue

x 2 + 2x + 1
Calcular ∫ ( x − 1)( x 2 + 1) dx

Solução:
Actividade

1
2 ln x − 1 − ln( x 2 + 1) + arctgx + c
2

Sumário
Nesta lição você aprendeu a calcular o integral cujas raízes são
complexas. A sua resolução consiste em decompor a fracção na
Mx + N
forma para a parte complexa. Calcula se o integral
( x − m) 2 + n 2
fazendo a fusão dos vários métodos de integração onde se destaca a regra
do Tapa e dos coeficientes indeterminados.
68 Índice

Caro Estudante, como tem sido hábito, terminado o desenvolvimento


teórico seguem os exercícios de auto avaliação. Resolva -os todos. Estes
exercícios têm a particularidade de ser longa a sua resolução pelo que
deverá ter muita paciência para poder alcançar os objectivos pretendidos.
Não deixaremos de alertar que em caso de não conseguir chegar a
solução volta a repetir os exercícios, comparando se necessário com os
exemplo anterior

Exercícios
Calcula as e seguintes integrais

dx 2dx
a) ∫x 4
−1
b) ∫ (x 2
+ 2 x + 2)( x 2 + 4)
Auto-avaliação 8

xdx 5x − 6
c) ∫ ( x − 1)( x 2
+ 1) 2
d) ∫ x( x 2
− 2 x + 3)
dx

Feedback
Solução:

1 1 1
a) ln x − 1 − ln x + 1 − arctgx + c
4 4 2

1 2 1 1  x
b)
10
[ 5
]
ln ( x + 1) 2 + 1 + arctg( x + 1) − ln ( x 2 + 4) − arctg  + c
10 10 2

1 1 x 1
c) ln x − 1 + 2
+ 2
− ln ( x 2 + 1) + c
4 4( x + 1) 4( x + 1) 8

3 2  x −1
d) − 2 ln x + ln ( x 2 − 2 x + 3) + arctg  +c
2  2 
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 69

Lição 9

Integração de Funções Irracionais

Introdução
Nesta lição vamos aprender a integração de funções Irracionais. Funções
Irracionais são aquelas cuja variável está sob a forma de raíz de índice
n..essencial neste tipo de integrais é transformá – los em funções
racionais isto é, em funções cuja variável não está dentro de uma raiz de
índice n.

Esta lição poderá ser estudada em duas horas de tempo incluindo a


resolução de exercícios.

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Transformar as funções Irracionais em racionais

 Calcular o integral de funções irracionais


Objectivos

Neta lição como já foi dito na parte introdutória desta vamos tratar de
integração de funções irracionais. Para tal acompanhe o desenvolvimento
seguinte que vai mostrar as técnicas de cálculo de integrais deste tipo.

Integração de funções Irracionais

Antes de aprendermos a integrar as funções Irracionais vamos em


primeiro lugar indicar as funções irracionais.
70 Índice

Funções Irracionais

Funções Irracionais monomiais

Funções Irracionais monómias são funções do tipo


 1 1 1

f  x, x m , x n , x p ,⋅ ⋅ ⋅ , m, n. p ∈ N
 
 

Para transformar as funções deste tipo em racionais, usa-se normalmente


o método de substituição. Estas substituições também poderão
transformar as funções irracionais em trigonométricas.

Para tal podemos fazer:

Seja x = t k ⇒ dx = kt k −1 dt onde k é o menor múltiplo comum de m, n,


p, (…)

Vamos considerar o seguinte exemplo para fixar a ideia

x +1
Calcular o ∫ 3
x +1
dx

Resolução:
Exemplo Trata- se de uma função irracional monómia

O menor múltiplo comum dos índices 2, 3 é 6

Substituição:

Seja x = t 6 ⇒ dx = 6t 5 dt

x +1 t3 +1 5 t8 +1
Logo: ∫ 3
x +1
dx = ∫
t2 +1
6t dt = 6 ∫ t 2 + 1 dt (efectuando a divisão)
6 4 3 2 t −1 
t − t + t − t − t +1+ 2 dt =
 t +1
∫  t7 t5 t4 t3 t2 1 2 
= 6 − + − − + t + ln(t +1) − arctgt
7 5 4 3 2 2 
 6 x 7 6 x5 6 x 4 6 x 3 6 x 2 6 1 
= 6 − + − − + x + ln(6 x2 +1) − arctg6 x + c
 7 5 4 3 2 2 
 
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 71

Para você continuar com a lição, veja se percebeu o exemplo anterior,


resolvendo a actividade que se segue.Caso não consiga, reveja o exemplo,
não desanime pois só assim alcançará os objectivos pretendidos.

3
x + 2.4 x
Calcular o integral ∫ 12 x( x +1 ) dx
Actividade
Solução:

 1
2 12 x − 
1 5  1 3 3 2
12
x + ln(12 x + 1) + ln (12 x − ) 2 +  − arctg  +C
3 6  2 4 3 3

Vista as Funções Irracionais monomiais, vamos em seguida ver as


funções irracionais lineares.

Funções irracionais lineares

São funções irracionais lineares as funções do tipo

 1 1

 ax + b  m  ax + b  n
f  x,    ,  ,... com m, n, p, … ∈ N e a, b, c, d, ∈ R
  cx + d   cx + d  
 

Como no caso anterior determina se o menor múltiplo comum dos índices


das raízes,

Seja mmc( m, n, p, ...) = k .

ax + b d .t k − b
Desta maneira façamos = tk ⇒ x =
cx + d a − c.t k

Em seguida calcula- se o diferencial de x

Para o caso anterior, veja também o exemplo que se segue:


72 Índice

x −1
1+
x + 1 dx
Calcular o seguinte integral ∫ x −1
1−
x +1
Exemplo

Resolução:

x −1 2 1+ t2 4t
Façamos: =t ⇒ x= 2
assim dx = dt
x +1 1− t (1 − t 2 ) 2

x −1
1+
x +1 1+ t 4tdt t
∫ x −1
dx = ∫ ⋅ 2 2
1 − t (1 − t )
= −4 ∫
(t + 1)(t − 1) 3
dt
1−
x +1
 A B1 B2 B 
= −4 ∫  + 3
+ 2
+ dt
 t + 1 (t − 1) (t − 1) t − 1

Determinando os coeficientes pelo método de Taylor, vem:

1 1 1 1
A= B1 = B2 = , B3 = −
8 2 4 8

Desta maneira temos o integral

1 1 1 1
= −4( ∫ 8 dt + ∫ 2 3 dt + ∫ 4 2 dt − ∫ 8 dt
t +1 (t − 1) (t − 1) t −1
1 1 −2 1 
= −4  ln (t + 1) − (t − 1) − 1 4 (t − 1) −1 + ln t − 1  + c
8 4 2 

x −1
Como t =
x +1

1  x −1  1 1 1  x −1 
= − ln  + 1 + + + ln −1 + c
2  x + 1   x −1  2
x −1 2  x + 1 
  −1
 x + 1 −1 x +1
 

Caro estudante, será que você percebeu o procedimento do cálculo?

Teste a sua percepção, resolvendo a seguinte actividade.


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 73

Calcule os seguintes integrais

x dx dx
a) ∫ x+2 b) ∫ (2 − x) 1− x
Actividade
Solução:

x
a) 2 x − 2 2arctg +c b) − 2arctg 1 − x + c
2

Sumário
Nesta lição você aprendeu a integração de funções irracionais. A
integração de funções irracionais baseia-se fundamentalmente na
transformação para funções racionais a partir da mudança da variável.
Normalmente atribui -se a nova variável o expoente que é o menor
múltiplo comum dos índices.

Terminado o desenvolvimento teórico da lição, resolva os exercícios que


se seguem. Se tiver seguido com a tenção os exemplos dados não vai,
certamente ter dificuldades para resolv – los. Contudo em caso de
dúvidas queira consultar o seu Tutor.

Exercícios
Calcular os seguintes integrais

dx xdx
a) ∫ x −1
b) ∫ 3
ax + b
Auto-avaliação 9
dx dx
c) ∫ x + 1 + ( x + 1) 3
d) ∫ x +3 x

x −1 x +1 + 2
e) ∫ 3
x +1
dx f) ∫ ( x + 1) 2
− x +1
dx
74 Índice

Feedback
Solução:

 ( x − 1)3 3( x − 1)
2

a) 2 x − 1  + + x + c
 7 5 

b)
3
10a 2
[
23 (ax + ba ) 5 − 5b3 (ax + b) 5 + c ]
c) arctg x +1 + c d) 66 x − 33 x + 2 x − 6 ln(1 + 6 x ) + c

6 66 5 33 2
e) x6 x − x − x + 2 x − 33 x − 66 x − 3ln1+ 3 x + 6arctg6 x + c
7 5 2

f) ln
( x +1 −1 )
2


2
arctg
2 x +1 +1
+c
x + 2 + x +1 3 3
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 75

Lição 10

Integração de Funções Irracionais


Quadráticas

Introdução

Nesta lição você vai aprender como integrar as funções Irracionais


quadráticas.

A lição poderá ser estudada em duas horas incluindo a resolução de


exercícios

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Transformar as funções irracionais quadráticas em racionais

 Calcular os integrais de funções irracionais quadráticas

Objectivos
Nesta lição acompanhe caro estudante, as técnicas de cálculo dos
integrais de funções irracionais quadráticas.

Integração de funções Irracionais quadráticas

As funções irracionais quadráticas têm a forma f ( x, ax 2 + bx + c )

Com a, b, c números reais e a ≠ 0 . Este tipo de integrais vamos


subdividir em três casos
76 Índice

1º Caso a > 0

Neste caso faz a seguinte substituição ax 2 + bx + c = a ⋅ x + t .

Determina se o valor de, elevando ambos os membros ao quadrado.


Assim, vem:

t2 − c
ax 2 bx + c = ax 2 + t 2 + 2 a .x.t ⇒ x =
b − 2 a ⋅t

Do valor de x obtido calcula- se dx.

Em seguida vamos apresentar um exemplo que elucida o caso anterior

dx
Calcular ∫ x2 + x + 2

Resolução:

Exemplo O integral é irracional quadrática sendo a = 1

Assim podemos fazer a seguinte substituição x 2 + x + 2 = x + t

Resolvendo a equação em função de x,

x 2 + x + 2 = ( x + t ) 2 = x 2 + 2 xt + t 2 ⇒
t2 − 2
x + 2 = 2 xt + t 2 ⇒ x =
1 − 2t

− 2t 2 + 2t − 4
dx = dt
(1 − 2t ) 2

Desta forma

dx 1 − 2t 2 + 2t − 4 −2
∫ x2 + x + 2
=∫ 2

− t + t − 2 (1− 2t) 2
dt = ∫
2t −1
dt = −2 ln (2t −1) + c

1− 2t
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 77

Caro estudante! Será que percebeu o exemplo do 1º caso, acima


apresentado? Para ter a certeza se percebeu ou não resolva a actividade
que se segue.

xdx
Calcular ∫x 2
− x +1

Solução:
Actividade

2
(
1 2
) [( ) ]
x − x + 1 − x − ln 2 x 2 − x + 1 − x + 1 +
3
8 x 2 − x + 1 − 8x + 4
+C

2º Caso a < 0 e c > 0

Neste caso faz- se seguinte substituição ax 2 + bx + c = c − xt

Em seguida resolve se equação em ordem a x, elevando ambos membros


ao quadrado.

− b − 2 c .t
ax 2 + bx + c = c − 2 c xt + x 2 t 2 ⇒ x = . Como no caso
a −t2
anterior calcula se dx

Para você fixar a ideia, vamos tomar o seguinte exemplo

dx
Calcular ∫ 2
− x + 3x + 1

Resolução:
Exemplo

Trata- se de uma função irracional onde a < 0 e c > 0

Assim podemos fazer a seguinte substituição

− x 2 + 3x + 1 = 1 − xt
78 Índice

Resolvendo a equação em ordem a x

3 + 2t
− x 2 + 3x + 1 = 1 − 2 xt + x 2 t 2 ⇒ x =
1+ t 2

/
 3 + 2t  2 − 6t − 2t 2
dx =  2  = dt . Desta forma
 1+ t  (1 + t 2 ) 2

dx 1 2 − 6t − 2t 2 dt
∫ − x 2 + 3x + 1
=∫
1 − 3t − t 2
⋅ 2 2
(1 + t )
dt = 2∫
1+ t2
1+ t 2
= 2arctgt + c

1 − − x 2 + 3x + 1
De: − x 2 + 3x + 1 = 1 − xt ⇒ t =
x

dx 1 − − x 2 + 3x + 1
Logo: ∫ − x 2 + 3x + 1
= 2arctg
x
+c

Para exercitação em relação ao caso acima apresentado tem em seguida


actividade seguinte:

x
Calcular o integral ∫ 2
3
dx
(5 − 4 x − x ) 2

Actividade Solução:

5 − 2x
+c
9 5 − 4x − x 2

Finalmente temos:

3º Caso a < 0 c < 0

Sendo α e β raízes do trinómio (−ax 2 bx − c) vem:

− ax 2 + bx − c = −a( x − α )( x − β ) = a( x − α )( β − x)

Assim faz -se a seguinte substituição − ax 2 + bx − c = a ( x − α )t


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 79

Resolvendo a equação elevando ambos membros ao quadrado

− ax 2 + bx − c = a ( x − α ) 2 t 2
⇔ a ( x − α )( β − x) = a ( x − α ) 2 t 2 ⇒ a ( β − x ) = a ( x − α )t 2 ⇒
β + αt
x=
1+ t2

Em seguida calcula- se dx .

Mais uma vez para você fixar a ideia vamos considerar o exemplo que
segue.

dx
Calcular o seguinte integral ∫ 2
− x + 5x − 6

Resolução:
Exemplo

Tratando de uma função irracional cujo a < 0 c < 0

De: x 2 − 5 x + 6 = 0 ⇒ x = 2 e x = 3 deste modo

− x 2 + 5 x − 6 = −( x − 2)( x − 3) = ( x − 2)(3 − x)

Desta maneira

− x 2 + 5 x − 6 = ( x − 2)(3 − x) = ( x − 2)t (1) ⇔


3 + 2t 2
( x − 2)(3 − x) = ( x − 2) 2 t ⇒ 3 − x = ( x − 2)t ⇒ x =
1+ t2

Substituindo na expressão (1)

 3 + 2t 2  t
− x 2 + 5 x − 6 = ( x − 2)t =  2
− 2  ⋅ t =
 1+ t  1+ t2

Este exemplo continua!

Calculando a dx


 3 + 2t 2  2t
dx =  2
 = − dt
 1+ t  (1 + t 2 ) 2
80 Índice

Desta forma

dx 1 − 2t dt
∫ 2
− x + 5x − 6
=∫
t

(1+ t 2 )
2
dt = −2∫
1+ t 2
= −2arctgt + c
2
1+ t

De

3− x
( x − 2)(3 − x) = ( x − 2)t ⇒ t =
x−2

dx  3− x 
Assim ∫ = −2arctg  +c

− x 2 + 5x − 6  x − 2 

Será que você percebeu os exemplos dados? Teste, resolvendo a


actividade seguinte. Em caso de não conseguir significa que ainda não
percebeu pelo que deve estudar de novo os exemplos dados só daí partirá
para os exercícios de auto – Avaliação,

dx
Calcule o integral ∫x x2 + x −1

Solução:
Actividade

2− x
− arcsen +c
x 5

Sumário
Nesta lição você aprendeu a calcular os integrais de funções irracionais
quadráticas. Essas funções são transformadas em funções racionais
através das substituições de Euler (Casos 1, 2 e 3)

Caro estudante! A aprendizagem é feita por persistência pelo que para


conseguir ter bons resultados há uma necessidade de se aplicar. Resolva
os exercícios que se seguem. Sempre que não chegar a soluções
propostas, procure rever os procedimentos de resolução dos exemplos
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 81

dados. Se as dúvidas continuarem insista na leitura do texto, só em última


instância poderá recorrer ao seu Tutor.

Exercícios de revisão

Calcular os seguintes Integrais

dx
a) ∫x − x2 + x + 6
Auto-avaliação 10
dx dx
b) ∫x 2
x + x +1
c) ∫x 2 + x − x2

d) ∫ x 2 − 2 x − 1dx e) ∫ 3 x 2 − 3 x + 1 dx

Feedback
Solução:

6 3 6 + x − x 2 − (3 − x ) 6
a) ln +c
6 3 6 + x − x 2 + (3 + x) 6

x −1 1 2 + x − x2 + 2 1
b) arcsen +c c) − ln + +c
x 2 2 x 2 2

1
d) ( x − 1) x 2 − 2 x − 1 − ln x − 1 + x 2 − 2 x − 1 + c
2

1 1 1 3
e) ( x − ) 3x 2 − 3x + 1 + ln 3 x 2 − 2 x + 1 − (2 x − 1) + c
2 2 8 3 2
82 Índice

Lição 11

Integração de Binómios
Diferênciais

Introdução

A lição que se segue vai tratar dos integrais de binómios diferenciais.


Trata- se de um tipo especial de funções irracionais, com uma
característica própria.

Esta lição também será estudada em duas horas de tempo incluindo a


resolução de exercícios.

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Calcular os integrais de binómios diferencias

Objectivos

Integração de Binómios Diferenciais

Antes de começarmos com a integração, importa caro estudante


definirmos o binómio diferencial e as particularidades deste binómio para
que possamos tranformá – lo numa função racional
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 83


Chama se binómio diferencial à expressão x m (a + bx n ) p dx em que m,

n, p, a, b são constantes

Caro estudante, para que o integral do binómio diferencial se transforme


num integral de funções racionais ele deve satisfazer o seguinte teorema:

Teorema:

∫x (a + bx n ) p dx
m
O integral do binómio diferencial pode ser reduzido
se m, n, p forem números racionais, ao integral de uma função racional, e,
por conseguinte pode ser expresso com auxílio de funções elementares,
nos três casos seguintes:

1. p É um nº inteiro (positivo, negativo ou nulo)

m +1
2. É um nº inteiro (positivo, negativo ou nulo)
n

m +1
3. + p É um nº inteiro (positivo, negativo ou nulo)
n

Para a demonstração deste teorema vamos fazer a mudança de variável


como se segue:

1 1
1 −1
Seja z = x ⇒ x = z ⇒ dx = z n dz
n n
n

Assim:

m
 1n  p 1 n
1
−1
∫ x (m
a + bx ) dx =n

∫ 
p
z  ( a + bz ) z dz =
  n
m 1 m +1
1 n + n −1 1 −1
=
n ∫ z (a + bz ) p dz = ∫ z
n
n
(a + bz ) p dz

1 q
= ∫ z (a + bz ) p dz
n

m +1
Onde q = −1
n
84 Índice

Nestas condições vejamos como se processam os três casos anteriores

r
1. p é um nº inteiro, sendo q um nº racional e designemos por
s
r
1 q
então
n ∫ z (a + bz ) p dz tem a forma f ( z s , z ) que se resolve
achando menor múltiplo comum dos índices.

m +1 m +1
2. é um inteiro. Então − 1 e também um nº inteiro, p é um
n n
λ
racional pois p= . Assim o integral reduz se a forma
µ
λ

f ( z q , (a + bz ) µ que se resolve achando menor múltiplo comum dos


índices.

m +1 m +1
3. + p é um nº inteiro. − 1 + p = q + p é também um nº
n n
λ
inteiro, p é pois um nº racional pois p = . Desta forma o integral
µ
 q + p  a + bz  p 
reduz- se a forma f  z ,    que também se resolve,
  z  

achando o menor múltiplo comum dos índices.

Veja osexemplos para estes casos:

dx
Calcular o seguinte integral ∫ 3
(
x 1+ 3 x2
2
)
Resolução:
Exemplo
2 2
dx −
∫ 3
(
x2 1+ 3 x2 ) = ∫ x 3 (1 + x 3 ) −1 dx

2 3
Neste caso temos p = −1 é um nº inteiro logo z = x 3 ⇒ x = z 2

1
3 2
dx = z dz
2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 85

Desta maneira

2 2 1
dx − 3 2
∫ 3
(
x2 1+ 3 x2 ) = ∫ x 3 (1 + x 3 ) −1 dx = ∫ z −1 (1 + z ) −1
2
z dz

1
3 −
=
2 ∫ z (1 + z ) −1 dz
2
seja z = t 2 ⇒ dz = 2tdt

3 dt
= ∫ t −1 (1 + t 2 ) −1 2tdt = 3∫ = 3arctgt + c = 3arctg z + c
2 1+ t2
= 3arctg 3 x + c

Para o caso anterior vamos apresentar uma actividade para você verificar
a sua percepção.

∫ ( )
2
Calcular o seguinte integral x 2 2 + x 2 dx

Solução:
Actividade
8x x 8x 3 x 2 x 5 x
+ + +c
3 7 11

Veja em seguida o exemplo que ilustra o caso 2

x 3 dx
Calcular o seguinte integral ∫ 1− x2

Resolução:
Exemplo

x 3 dx 1
= ∫ x 3 (1 − x 2 ) 2 dx

∫ 1− x2

1 m +1
m=3 n=2 p = − ∉ Z mas = 2 ∈ Z ⇒ z = x2
2 2

1 1
1 −2
Donde x = z 2 ⇑ dx = z dz Assim:
2
86 Índice

3 1
x 3 dx 1
1 2 1 −

∫ (
= ∫ x3 1 − x2 ) −
2 dx =
2∫
z (1 − z ) −
2 z 2 dz
1− x2
1 1
= ∫ z (1 − z ) 2 dz Seja 1 − z = t 2 ⇒ z = 1 − t 2 ⇒ dz = −2tdt

2
2 t3
= − ∫ (1 − t 2 )t −1tdt = − ∫ (1 − t 2 )dt = −t + + c
2 3
1 1
= − 1− z +
3
(1 − z )3 + c = − 1 − x 2 + 1 − x 2 3 + c
3
( )

Em seguida vamos apresentar uma actividade para verificar se percebeu o


caso anterior.

3
1+ 4 x
Calcular o integral ∫ x
dx

Actividade Solução:

1
12 7
z − 3 z 4 + c onde z = 1 + x 4
7

Por fim vamos mostrar o exemplo que ilustra o caso 3

dx
Calcular o seguinte integral ∫
x2 1 + x2( )
3

Exemplo Resolução:

3
dx
∫ (
= ∫ x −2 1 + x 2 )

2 dx
(
x2 1+ x2 )3

3 m +1 − 2 +1 1
m = −2 n = 2 p = − ∉ Z ; = = − ∉Z
2 n 2 2

m +1 1 3
+ p = − − = −2 ∈ Z . Logo: seja
n 2 2
1 1
2 1 −
z = x ⇐ x = z ⇒ dx = z 2 dz . Desta maneira
2
2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 87

3 1
dx 1 −1 3 −

∫ (
= ∫ x −2 1 + x 2 ) −
2 dx =
2 ∫ z (1 + z ) 2 z 2 dz

x2 1+ x2 ( )3

3 3
3 3 3 3 − −
1 − − 1 − − 1+ z  2 1 −3  1 + z  2
= ∫ z 2 (1 + z ) 2 dz = ∫ z 2 2   dz = ∫ z   dz
2 2  z  2  z 
1+ z 1
Seja = t 2 ⇒ 1 + z = zt 2 ⇒ 1 = zt 2 − z = z (t 2 − 1) ⇒ z = 2
z t −1
2t 2 dt
dz = −
(t 2 − 1) 2

logo o integral fica:

−3
1  1  3
2t 2 dt 1 2t 2
= ∫ 2 (t ) 2 −2

(t 2 − 1) 2 2 ∫
2 3 −3
 = (t − 1) t dt
2  t −1 (t 2 − 1) 2
dt 1+ z 1+ z
∫ (t − 1).t −1 dt = ∫ tdt − ∫
2
= t 2 − ln t + c = − ln +c
t z z

1+ x2 1+ x2
− ln +c
x2 x2

Uma vez visto os casos todos, resolva a seguinte actividade

Calcule o seguinte integral

3

 1 1
 2
a) ∫ x  2 + x 3  dx
2
 
Actividade  

Solução:

1
48 12 12
+ + 144 ln t − 1 + − 144 ln t + 1 + c Onde t = 1 + 2 x 3
t t −1 t +1

Sumário
Nesta lição você aprendeu a integração de binómios diferenciais. Para


que um binómio diferencial ( x m (a + bx n ) p dx ) seja integrável deverá

satisfazer as condições de Tchebichev, que são os três casos indicados no


teorema. A saber:
88 Índice

1. p É um nº inteiro (positivo, negativo ou nulo)

m +1
2. É um nº inteiro (positivo, negativo ou nulo)
n

m +1
3. + p É um nº inteiro (positivo, negativo ou nulo)
n

Terminado o desenvolvimento teórico da lição, vamos em seguida


apresentar os exercícios de consolidação. Resolva todos os exercícios
apresentados e confira sempre as suas respostas com as soluções
propostas. Em caso de dificuldade procure sempre rever os exemplos
apresentados.

Exercícios
Calcular os seguintes integrais

3
dx dx
a) 3
(
∫ x 1 + 2x
2
)

2 dx b) ∫ c) ∫x
Auto-avaliação 11
4
1+ x4 4
1+ x2
dx dx
d) ∫x 3
1 + x5
e) ∫ 2
5
3 3
x (2 + x )

Feedback
Solução:

1 1+ x2 1 4 x −4 + 1 + 1
a) +c b) ln +c
2 1 + 2x 2 4 4 x −4 + 1 − 1

c) −
1
arctg 4 x − 4 + 1 + c d)
(
2x 2 − 1 1 + x 2
+c
)
2 3x 3

1 ( z − 1) 2 3 2z + 1
1. e) ln 2 + arctg + C Onde z = 3 1 + x 5
10 z + z + 1 5 3
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 89

Lição 12

Integração de certas classes de


funções trigonométricas

Introdução
A presente lição tem como objectivo explicar, a você caro estudante, os
procedimentos práticos para calcular certas classes de funções
trigonométricas.

Esta lição poderá ser estudada em 3 horas, sendo 1 hora para leitura do
texto e duas para resolução de exercícios. Após terminar com a leitura da
parte teórica da lição deverá ter um descanso de cerca 20 minutos só daí
partirá para resolução de exercícios
Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Calcular integrais de certas classes de funções trigonométricas

Objectivos
A lição que se segue vai tratar, como já dissemos na introdução, de
integração certas classes de funções trigonométricas. O desenvolvimento
da lição obedecerá 4 casos. Acompanhe! :

Integração de certas Classes de Funções trigonométricas

1- O integral de forma ∫ R(senx, cos x)dx


90 Índice

O integral de forma ∫ R(senx, cos x)dx pode ser sempre reduzido a um

x
integral de uma função racional pela mudança de variável tg =t
2

Neste caso há uma necessidade de se exprimir senx e cos x em


x
função tg , pelas relações:
2
Tome Nota!
x x
2tg 1 − tg 2 2
2 2t 2 = 1− t
senx = = e cos x =
x 1+ t2 x 1+ t2
1 + tg 2 1 + tg 2
2 2

x x 2dt
Se tg = t ⇒ = artgt ⇒ x = 2arctgt ⇒ dx =
2 2 1+ t2
Desta maneira

 2t 1 − t 2  2dt
∫ R ( senx, cos x ) dx = ∫  1 + t 2 , 1 + t 2
R 
1+ t
2

Verifique o exemplo que se segue:

dx
Calcular o integral ∫ senx
Resolução:
Exemplo
2dt
dx 1 + t 2 = dt = ln t + c = ln tg x + c
∫ senx ∫ 2t ∫ t
=
2
1+ t2

Veja se você percebeu o exemplo anterior resolvendo a seguinte


actividade

dx
Calcular ∫ cos x

Actividade
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 91

Solução:

ln tgx + sec x + C

2- O integral é da forma ∫ R( senx) cos xdx


Se o integral for da forma ∫ R( senx) cos xdx faz- se a substituição

t = senx ⇒ dt = cos xdx


Desta maneira R ( senx) cos xdx = R (t )dt ∫
Veja o exemplo que se segue que mostra a suibstituição anterior.

∫ sen
2
Calcular x cos xdx

Resolução:
Exemplo
Seja t = senx ⇒ dt = cos xdx

t3 1
∫ sen x cos xdx = ∫ t dt =
2 2
+ c = sen 3 x + c
3 3

Tem em seguida uma actividade para este caso

∫ sen
4
Calcular x cos xdx

Solução:
Actividade
1
sen 5 x + C
5

3- O integral é da forma ∫ R(cos x) senxdx


Se o integral é da forma R (cos x) senxdx faz- se a substituição

t = cos x ⇒ dt = − senxdx
92 Índice


Desta maneira R (cos x) senxdx = − R (t ) dt ∫
Veja o exemplo que se segue.

∫ cos
3
Calcular xsenxdx

Resolução:

Exemplo Seja t = cos x ⇒ dt = − senxdx

1 1
∫ cos xsenxdx = − ∫ t 3 dt = − t 4 + c = − cos 4 x + c
3

4 4

Veja se você percebeu o caso anterior, resolvendo a seguinte actividade


Calcular o seguinte integral cos 7 xsenxdx

Solução:

Actividade 1
− cos8 x + C
8

4- O integral é da forma ∫ R(tgx)dx


Se a função a integrar depende apenas de tgx , efectua- se a mudança

dt
tgx = t ⇒ x = arctgt ⇒ dx =
1+ t2

Assim:

dt
∫ R(tgx)dx = ∫ R(t ) 1 + t 2

se a função é da forma R ( senx, cos x) em que senx e cos x apenas


figuram expoentes pares faz- se a mudança de variável
dt
tgx = t ⇒ x = arctgt ⇒ dx =
1+ t2

Neste caso as fórmulas alternativas que transformam senx e cosx em tgx


são:
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 93

tg 2 x t2 1 1
sen 2 x = 2
= 2
e cos 2 x = =
1 + tg x 1 + t 1 + tg x 1 + t 2
2

Veja o exemplo em seguida.

sec 2 x
Calcular ∫ 1 + cos ec 2 x dx
Resolução:
Exemplo
1
Sabemos que sec 2 x = 1 + tg 2 x e cot g 2 x = 1 + cot g 2 x = 1 +
tg 2 x

sec 2 x tg 2 x (1 + tg 2 x) t 2 (1 + t 2 ) dt
∫ 1 + cos ec 2 x dx = ∫ 2tg 2 x + 1 dx = ∫ 2t 2 + 1 1 + t 2 =
 1 
t2 1 − 
 2 dt = 1 t − 1 dt
∫ 2t 2 + 1 ∫  2 2t 2 + 1  2 2 ∫ ( 2 t ) 2 + 1
dt = +
 
 
1 1 1 1
= tgx −
2
arctg 2t + c = tgx −
2
arctg 2 tgx + c ( )
2 2 2 2

A seguir tem para este caso uma actividade. Resolva – a de modo a


verificar o seu grau de percepção

1 + tgx
Calcular ∫ 1 − tgx dx
Solução:
Actividade
− ln (tgx − 1) + arctg (tgx ) + c

5- Integrais do tipo ∫ R(senx, cos x )dx onde

R ( senx, cos x ) = sen m x cos n xdx m, n ∈ Z

∫ sen x cos n xdx em que pelo menos um dos números é impar


m

Para melhor fixar a ideia tomemos um dos números com impar.

Seja n ímpar logo: n = 2 p + 1


94 Índice

∫ sen x cos xdx = ∫ sen x cos xdx = ∫ sen m x cos 2 p x cos xdx
m n m 2 p +1

= ∫ sen x(1 − sen x) cos xdx


m 2 p

Fazendo t = senx ⇒ dt = cos xdx vem:

= ∫ t m (1 − t 2 ) p dt

sen 2 x + cos 2 x = 1

Tome Nota!

Caro estudante apresenta em seguida os exemplos


Calcular o seguinte integral sen 2 x cos 3 xdx

Resolução:

∫ sen x cos 3 xdx = ∫ sen 2 x cos 2 x. cos xdx = ∫ sen 2 x (1 − sen 2 x) cos xdx
2
Exemplo

seja: t = senx ⇒ dt = cos xdx

1 1 1 1
= ∫ t 2 (1 − t 2 )dt = ∫ (t 2 − t 4 )dt = t 3 − t 5 + c = sen3 x − sen5 x + c
3 5 3 5

∫ sen x cos n xdx , onde m e n são números pares não negativos


m

Para fixar a ideia tomemos m = 2 p e n = 2q

p q
 1 cos 2x1   1 cos 2x 
∫ sen x cos xdx = ∫ sen x cos xdx = ∫  2 − 2   2 + 2  dx
m n 2p 2q

1 − cos 2 x 1 + cos 2 x
sen 2 x = e cos 2 x =
2 2

Tome Nota!
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 95

• Se os dois expoentes são pares e se um deles pelo menos é negativo


faz- se tgx = t ou cot gx = t

Veja, caro estudante, se você percebeu estas substituições


trigonométricas. Para isso deve resolver a actividade que se segue. Mais
uma vez se não conseguir chegar a solução desejada reveja os exemplos
dados antes de começar a resolver os exercícios.

Calcule os integrais

x x

a) sen 2 x cos 3 xdx ∫
b) sen 3
2
cos 5 dx
2
Actividade
Solução:

sen 3 x sen 5 x 1 x 1 x
a) − +c b) cos 8 − cos 6 + c
3 5 4 2 3 2

Sumário
Nesta lição você aprendeu a integração de certas classes de funções
trigonométricas. São integrais do tipo

∫ R(senx, cos x)dx , ∫ R(senx, cos x)dx , ∫ R(cos x) senxdx e


∫ R(tgx)dx que se resolve com a mudança variável segundo as condições
estabelecidas.

Como tem sido hábito nestas lições, por fim vamos apresentar os
exercícios de consolidação. Estes exercícios em algumas vezes precisam
de manipulação de fórmulas trigonométricas. Pelo que uma tabela de
fórmulas trigonométricas é indispensável. Resolva todos os exercícios
propostos e confira sempre as suas respostas. Em caso de dúvidas
aconselhamos a repetir a lição, analisando cuidadosamente os exemplos
dados.
96 Índice

Exercícios

Calcular os seguintes integrais

∫ cos ∫
3
a) xdx b) sen 5 xdx
Auto-avaliação 12

cos 5 x
c) ∫ sen 3 x dx ∫
d) sen 4 xdx

1 + senx
∫ sen ∫ 1 + cox
2
e) x cos 2 xdx f)

1 cot gx + 1
g) ∫ 1 + sen2 x dx g) ∫ cot gx − 1 dx

1
h) ∫ 1 + cos x dx

Feedback
Solução:

1 2 1
a) senx − sen 3 x + c b) − cos x + cos 3 x − cos 5 x + c
3 3 5

sen 2 x 1 3x sen2 x sen4 x


c) − − ln senx + c d) − + +c
2 2sen 2 x 8 4 32
x sen4 x x x 1
e) − +c f) tg   + ln sec 2   + c g) − +c
8 32 2 2 1 + tgx
1 x
h) ln tg 2 x + 1 − ln tgx − 1 + c i) tg +c
2 2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 97

Lição 13

Integrais do ∫ cosmxcosnxdx, ∫ sen(mx) cos(nx)dx


e ∫ sen(mx)sen(nx)dx

Introdução
Esta lição ainda faz parte dos integrais de certas classes de funções
trigonométricas. A sua resolução baseia-se, fundamentalmente na
aplicação das fórmulas trigonométricas.

Duas horas é tempo suficiente para estudar esta lição

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

• ∫ ∫
Calcular os integrais do tipo cosmxcosnxdx, sen(mx) cos(nx)dx e

∫ sen(mx)sen(nx)dx
Objectivos
Caro estudante esta lição vai ser desenvolvida na forma de exemplos pois
há uma ligação com as lições anteriores

∫ ∫
Integrais do tipo cos mx cos nxdx, sen(mx) cos(nx)dx e

∫ sen(mx)sen(nx)dx
Os integrais com as características anteriores são calculados com o
auxílio das seguintes fórmulas trigonométricas
98 Índice

1
cos mx cos nx = [cos(m + n) x + cos(m − n) x]
2
1
sen(mx) sen(nx) = − [cos(m + n) x − cos(m − n) x ]
2
1
sen(mx) cos(nx ) = [sen(m + n) x + sen(m − n) x ]
2

A seguir apresentamos um exemplo de aplcação

Calcular o integral ∫ sen9 x senxdx


Resolução:
Exemplo 1
∫ sen9 x senxdx = − 2 ∫ [cos(9 x + x) − cos(9 x − x)]dx
1 1 1
=−
2 ∫ (cos10 x − cos x)dx = − ∫ cox10 xdx + ∫ cos xdx
2 2
1 1
− sen10 x + sen8 x + c
20 16
Percebeu o exemplo anterior? responda a nossa pergunta na base de
resolução da actividade seguinte

Calcular


a) sen( 2 x) sen(6 x )dx ∫
b) sen3 x cos 7 xdx

Actividade Solução:

1  sen(8 x) sen(4 x)  1  cos10 x 4x 


a) −  − +c b) − + cos  + c
2 8 4  2 10 10 

Sumário
Nesta lição você aprendeu calcular os integrais do tipo

∫ cos mx cos nxdx, ∫ sen(mx) cos(nx)dx e ∫ sen(mx)sen(nx)dx .São


integrais que se resolvem com ajuda das fórmulas trigonométricas
indicadas na tabela
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 99

Como já foi dito no inicio desta lição, esta desenvolve – se em forma de


exercícios, pelo que resolva os exercícios que se seguem, conferindo
sempre as suas respostas com as soluções propostas.

Exercícios

Calcular os integrais

a) ∫ sen3x cos 5 xdx b) ∫ sen10 xsen15 xdx


Auto-avaliação 13
x x x 2x

c) cos
2
cos dx
3
d) ∫ sen 3 cos 3
dx


e) cos(ax + b) cos(ax − b) dx ∫
f) sen(ϖ .t ) .sen(ϖ t + ϕ )dt


g) cos x cos 2 3 xdx ∫
h) senxsen2 xsen3 xdx

Feedback
Solução:

cos 8 x cos 2 x sen25 x sen5 x


a) − + +c b) − + +c
16 4 50 10

3  5x   x 3 x 1
c) sen  + 3sen  + c d) cos − cos x + c
5  6  6 2 3 2

sen2ax cos 2bx t cos ϕ sen(2ωt + ϕ


e) + +c f) − +c
4a 2b 2 4ϖ

senx sen5 x sen7 x 1 1 1


g) + + + c h) cos 6 x − cos 4 x − cos 2 x + c
2 20 28 24 16 8
100 Índice

Lição 14

Integração de funções
hiperbólicas

Introdução
Esta é última lição que aborda as técnicas de cálculo de integrais
indefinidas. Todas as outras lições vão se basear nestas técnicas. A
presente lição vai abordar as técnicas de cálculo de integrais de funções
hiperbólicas.

Esta lição poderá ser estudada em duas horas de tempo, incluindo a


resolução de exercícios.

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Calcular os integrais de funções hiperbólicas

Objectivos

Caro estudante, a seguir irá acompanhar como se calcula os integrais de


funções hiperbólicas.

Integração de funções Hiperbólicas

Funções do tipo f ( senhx, cosh x)

Se o integral é do tipo f ( senhx, cosh x) usa- se normalmente a


substituição tghx = t
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 101

Esta substituição é apoiada pelas fórmulas:

1 + tg 2 hx 1 + t 2 2tghx 2t
cosh x = = e senhx = =
1 − tg 2 hx 1 − t 2 1 − tg hx 1 − t 2
2

x 2dt
De tgh  = t ⇒ x = 2arctght ⇒ dx =
2 1− t2

Veja o exemplo:

1 + senhx
Calcular o integral ∫ 1 + cosh x dx
Resolução:
Exemplo
2t
1+ 2
1 + senhx 1 − t 2 2t dt = t − 2t − 1 dt
∫ 1 + cosh x dx = ∫ 1+ t2 1− t2 ∫ t 2 −1
1+
1− t2
 2t   x   x 
= ∫ 1 + 2 
dt = t − ln 1 − t 2 = tgh  − ln 1 − tg 2 h   + c
 1− t  2   2 

Esta lição pela sua natureza é muito curta. Contudo poderá testar a sua
ciompreensão, resolvendo as actividades que se seguem:

Calcular os seguintes integrais de funções hiperbólicas

senhxdx

a) senh 2 x cosh xdx b) ∫ 1 − senh
2
x
Actividade


c) senh 3 x cosh 2 xdx

Solução:

senh 3 x 2 2
a) + c b) − ln cosh x − 2 + ln cosh x + 2 + c
3 4 4

cosh 5 x cosh 3 x
c) − +c
5 3
102 Índice

Sumário
Nesta lição aprendeu a calcular os integrais de funções hiperbólicas.
Todas as regras de integração de funções trigonométricas são aplicadas.
Para o caso de funções do tipo f ( senhx, cosh x) , aplica -se a
substituição tghx = t

Os exercícios seguintes abordam, como é óbvio, a integração de funções


hiperbólicas. Contudo, deve tomar em consideração que nem todos os
exercícios requerem a substituição sugerida, no texto. Para alguns
exercícios poderá utilizar as regras conhecidas para o cálculo de integrais
de funções trigonométricas.

Exercícios

Calcular os integrais das s4reguintwes funções hiperbólicas

sec hx + cos echx senhxdx


Auto-avaliação 14
a) ∫ cot ghx
dx b) ∫ 1 + chx


c) senh 2 x cosh xdx ∫
d) tghxdx

2 senhx senhx
e) ∫ sec hx dx f) ∫ 1 + cosh 2
x
dx

cosh x senhx
g) ∫ 4 − senh x2
dx h) ∫ 1 − senh 2
x
dx
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 103

Feedback
Solução:

 1  x 
a) 2  − 2
+ arctg  tgh  + c b) ln 1 + cosh x + c
 tg hx + 1  2 

senh 3 x
c) +c d) ln cosh x + c
3

2 senhx
e) +c f) arctg (cosh x) + c
ln 2

 senhx 
g) arcsen +c
 2 

2 2
h) − ln(cosh x − 2 ) + ln(cosh x + 2 ) + c
4 4
104 Índice

Lição 15

Aplicações de Integrais
Indefinidas

Introdução
A presente lição é de Aplicações de integrais indefinidos. Nela estarão
contidos exercícios que mostram aplicabilidade do integral indefinido em
Geometria Analítica, bem como na resolução de alguns problemas em
física.

Trata – se de uma lição que pode ser estudada em 2 horas, incluindo a


resolução de exercícios.

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Aplicar o integral indefinido na resolução de alguns problemas


geométricos e físico.

Objectivos

Uma das coisas que dá sentido à Matemática é a sua aplicação na


resolução de alguns problemas do dia a dia. Para o caso de Análise
Matemática, ela liga- se a outras áreas, que podem ser de Mmatemática
para Matemática, de Matemática para com Física, Química, (…). A
seguir, caro estudante, veja algumas aplicações do integral indefinido.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 105

Aplicações dos integrais Indefinidos

1. Quando a equação y = f (x) de uma curva é conhecida, a


inclinação m em um ponto P ( x, y ) da curva é dada por
m = f ′(x) .

Inversamente, quando a inclinação de uma curva num dos seus


dy
pontos P ( x, y ) é dada por m = = f ′(x) , por integração
dx
determina se uma família de curvas y = f ( x) + C .

A fim de particularizar uma família, é necessário determinar um valor


para C. Isto pode ser feito fazendo -se a curva passar por um ponto
dado.

2. Uma equação s = f (t ) , onde s é a distância num instante t , de um


corpo, a partir de um ponto fixo de seu caminho (linha recta), define
completamente o movimento do corpo. A velocidade e a cele5ração,
no instante t, são dadas por:

ds dv d 2 s
v= e a= = = f ′′(t )
dt dt dt 2

Inversamente, se a velocidade (aceleração) é conhecida no tempo t,


juntamente com aposição (posição e velocidade) num instante
qualquer dado (geralmente, em t = 0 ), a equação do movimento
pode ser obtida.

Veja os exemplos que se seguem

1. Achar a equação da família de curvas cuja inclinação em qualquer


ponto é igual a duas vezes a abcissa do ponto, com sinal trocado.

Determinar a curva da família que passa pelo ponto (1,1)


Exemplo

Resolução:

Do enunciado do problema:

dy
= −2 x . Daí, dy = −2 xdx ⇒ ∫ dy = ∫ − 2 xdx
dx
106 Índice

2
⇔ y = − x 2 + c ⇒ y = − x 2 + c . Esta é a equação de uma família de
2
parábolas

Veja outro exemplo

2. Uma bola, num campo, rola com uma velocidade inicial de 25m/seg.

Devido ao atrito a velocidade decresce na razão de 6 m . Qual


seg 2
é a distância total percorrida?
Exemplo
Resolução:

De acordo com o enunciado do problema temos

dv
= −6 ⇒ v = ∫ − 6dt = −6t + c
dt

Quando t = 0 e v = 25 ⇒ C = 25 logo v = −6t + 25

ds
v= = −6t + 25 ⇒ s = ∫ (−6t + 25)dt = −3t 2 + 25t + C
dt

Quando t = 0, s = 0; ⇒ c = 0 e − 3t 2 + 25t

25
Quando v = 0 temos 0 = −6t + 25 ⇒ t = , isto é, a bola rola durante
6
25
segundos até parar.
6
2
25  25   25  625
Quando t = ⇒ s = −3  + 25  = metros
6  6   6  12

Verifica se você percebeu , resolvendo a seguinte actividade.

Resolva o seguinte problema

1. Uma bola caiu de um balão que se encontrava 250 metros acima do


solo. Sabendo que o balão estava subindo com a velocidade de
Actividade
15 m calcular:
seg

a) a altura máxima que a bola chegou


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 107

b) o tempo que permaneceu no ar

c) a velocidade quando se chocou com o solo Confira a sua resposta

a)261 metros b) ≈ 8,8 segundos c)71 m


seg

Sumário
Nesta lição você aprendeu algumas aplicações do integral indefinido na
resolução de alguns problemas.

Os exercícios seguintes são de aplicações, pelo que precisam de muita


atenção na leitura e interpretação do texto. Todos eles relacionam
derivadas e integrais e em alguns casos aplicações das derivadas na física,
resolva todos os exercícios propostos. Em caso de dificuldades queira
consultar o seu.

Exercícios

Resolva os seguintes exercícios

2
1. Em todos os pontos de uma curva y = x − 1 . Achar a equação da
′′
Auto-avaliação 15
curva sabendo que passa pelo ponto (1,1) e que é tangente à recta
x+12y=13

2. Achar a equação da família de curvas cuja inclinação em qualquer


2
ponto P ( x, y ) é m = 3 x y e a equação da curva dessa família que
passa pelo ponto (0, 8).

3. A taxa de variação de y em relação a x é 3 x , y = 23 quando x=3.


2

Achar y quando x=5

4. A taxa de variação de uma quantidade q é proporcional a esta. Se


q=25 quando t=0 e q=75 quando t=2, achar q quando t=6
108 Índice

5. De um balão parado a 3000 m acima do solo, uma pedra é lançada,


m
directamente para baixo, com a velocidade de 15 seg .

Achar a posição e velocidade da pedra 20 segundos depois.

Feedback
Solução:

x4 1 2 7 5
1. y= − x + x+
12 2 12 6
3
2. y = 8e x

3. 121

4. 677,8

5. 211 m
seg

− G. Baranenkov, B. Demidovitch, Problemas e Exercícios de Análise


Matemática, 4ª Edição, Editora Mir, 1977;

Leitura − Di pierro Neto, Scipione, Matemática 2º Grau, São Paulo: Scipione


autores e Editores, 1984.

− Spiegel, Murray R., Calculo Avançado, Colecção Schaum, Editora


McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1971.

− D. M. Fleming, M. B. Gonçalves, Cálculo A, Makron Books do


Brasil Editora Lda. E Editora da UFSC, 1992.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 109

Unidade 2

Integral Definido

Introdução
A presente unidade versará sobre o cálculo de integrais definidos. Nela
será privilegiada a resolução de problemas de aplicação do integral, visto
que as técnicas já foram tratadas na unidade um. Esta unidade será
dividida em quatro pontos, que são o cálculo de integral definido, os
integrais impróprios, áreas e volumes, finalmente, comprimento de arco e
centro de gravidade.

A unidade será composta por 10 lições e com uma carga horária total de
30 horas.

Tempo de estudo da
Unidade: 30:00 Horas

Ao completar esta unidade, deverá ser capaz de:

 Definir o integral de uma função, fazer uma interpretação geométrica


e física

Objectivo  Calcular os integrais definidos

 Resolver exercícios sobre momentos, comprimento de arco e centro


de gravidade de uma curva plana

 Calcular os integrais impróprios e paramétricos

 Calcular as áreas de figuras planas

 Calcular o volume de corpos de revolução


110 Índice

Lição 16

Integral Definido

Introdução
Esta é primeira lição da unidade II. A lição versará sobre a definição e
cálculo do integral definido pela fórmula de Newton – Leibniz.

Esta lição pode ser estudada em duas horas de tempo incluindo a


resolução de exercícios

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta unidade, deverá ser capaz de:

 Definir o integral definido segundo Rieemann

 Calcular por definição o integral definido


Objectivo

Caro estudante, um dos conceitos fundamentais de Análise Matemática é


o de integral definido, principalmente pela sua aplicação veja em seguida
como é definido este conceito:

Integral definido – Definição

Consideremos uma função y = f ( x) real da variável real contínua e

positiva para x ∈ [a , b ] . Veja a figura que se segue:


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 111

f (ai )

x0 x1 xi −1 xi ai x n −1 x n

Dividamos o intervalo [a, b] em n intervalos de amplitudes não


necessariamente todas iguais

( x1 − x0 ) ; ( x 2 − x1 ) ; ( x3 − x 2 ) ⋅ ⋅ ⋅ ( xi − xi −1 ) ⋅ ⋅ ⋅ ( x n − x n−1 )

Seja ( xi − xi −1 ) o maior dos intervalos.

Consideremos um ponto em cada um dos intervalos, pontos


a1 a 2 ⋅ ⋅ ⋅ ai ⋅ ⋅ ⋅ a n tais que ai ∈ [xi , xi −1 ] .

Multiplicando o comprimento de cada um dos subintervalos pelo valor


que a função f toma num ponto a i de cada um dos intervalos temos:

S n = ( x1 − x0 f (a1 ) + ( x 2 − x1 ) f (a 2 ) + ⋅ ⋅ ⋅ + ( xi − xi −1 ) f (ai ) + ⋅ ⋅ ⋅ +
n
( x n − x n −1 ) f (a n ) = ∑ ( xi − xi −1 ) f (ai )
i =1

n
Ou simplesmente S n = ∑ (x
i =1
i − xi −1 ) f (ai )

Se fizermos tender n para o infinito, o número de intervalos também


tende para infinito e por conseguinte a amplitude de cada intervalo tende
para zero.

Representando cada intervalo por ∆xi , vem:


112 Índice

∆xi = xi − xi −1 ⇒ lim ∆xi = dxi

Ao limite caso exista

n b
lim S n = lim
n → +∞ n → +∞
∑ (x
i =1
i − xi −1 ) f (ai ) = ∫ f ( x)dx → que se chama
a

integral definido entre a e b sendo a e b os limite de integração

Veja um exemplo do cálculo do integral definido por definição.

4
Calcular por definição ∫ (2 x − 1)dx
1

Representemos graficamente o integral


Exemplo

1 4
1. Consideremos os intervalos:

 1  1 2   n −1 n  n n + 1
1;1 + n  1 + n ;1 + n ,...1 + n ,1 + n ; 1 + n ,1 + n 
 2n − 1 2n   2 n 2n + 1   3n − 1 3n 
...1 + ,1 + ; 1 + ,1 + ...1 + ,1 + 
 n n n n   n n

2. Seja a i o extremo superior de cada um dos intervalos, e calculemos

em cada caso f ( a i )

3. A área aproximada será o somatório das 3n parcelas

1  1 1  2 1  3n 
S 3n = f 1 +  + f 1 +  + ⋅ ⋅ ⋅ + f 1 + 
n  n n  n n  n

1   1  2  3n  
S 3n =  21 +  − 1 + 21 +  − 1 + ⋅ ⋅ ⋅ + 21 +  − 1
n   n  n  n 
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 113

1 2 + 4 + 6 + ⋅ ⋅ ⋅ + 6n 
S 3n = 1+
1 142
+ 1 +43
⋅ ⋅ ⋅1 + 
n 3n n 

o numerador da segunda parcela é uma progressão aritmética

 2 + 6n 
 ⋅ 3n 
1  = 1 (3n + 3 + 9n )
S 3n =  3n + 2
n n  n
 
 

12n + 3
S 3n =
n

Finalmente calculemos o limite da soma

12n + 3
lim S 3n = lim = 12
n → +∞ n → +∞ n

4
Assim ∫ (2 x − 1)dx = 12
1

Para fixar a ideia da definição veja o exemplo2

2
Calcular por definição x 2 dx ∫
1

Exemplo Procedendo como o exemplo anterior vem:

1  1 1 2 1 n
Sn = f 1 +  + 1 +  + ⋅ ⋅ ⋅ + 1 + 
n  n n n n n

1  1   2  
2 2 2
 n
S n = 1 +  + 1 +  + ⋅ ⋅ ⋅1 +  
n  n   n   n 

1 2 1 4 4 2n n 2 
Sn = 1 + + 2 + 1 + + 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + n + + 
n n n n n n n2 

1   2 + 4 + ⋅ ⋅ ⋅ + 2n 1 + 4 + 9 + ⋅ ⋅ ⋅ + n 2 
Sn = 11
+414
+ 12+4⋅ ⋅43  +
⋅+ 1 + 
n  n  n n2 
114 Índice

Temos que achar a soma de n termos de uma progressão aritmética e


última expressão é a soma dos quadrados dos números naturais, como já é
n(n + 1)(2n + 1)
conhecido é igual:
6

 2 + 2n n(n + 1)(2n + 1) 
 ⋅n 
1 6
Assim S n = n + 2 + 2 
n n n 
 

1 ( n + 1)( 2n + 1  2n + 1 ( n + 1)( 2n + 1)
Sn =  n + (1 + n) + = n +
n 6n  6n 2

Vamos calcular o limite

 2n + 1 (n + 1)(2n + 1)  1 7
lim  + 2  = 2+ =
 n
n → +∞ 6n  3 3

2
7

Desta maneira: x 2 dx =
1
3

Resolva a actividade que se segue

∫ (x
2
Calcular por definição − 1)dx
1

Solução: 2
Actividade

Sumário
Nesta lição você aprendeu a definição do integral segundo Rieman. Ela,
consiste particionar o intervalo em n subintervalos que podem ser iguais
ou não, em cada um destes subintervalos calcular o valor da função nos
extremos de cada sub intervalos e formar- se a soma das parcelas. Ao
limite de dessa soma caso exista, designa o integral definido
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 115

Os exercícios que se seguem são de aplicação da definição. Precisa


apenas seguir os procedimentos dados nos exemplos anteriores. Pelo que,
julgamos que não haverá muitas dificuldades. De todas as maneiras caso
haja dificuldades aconselhamos a repetir a lição ou pedir ajuda ao seu
Tutor

Exercícios

Calcular por definição os seguintes integrais

2 3

Auto-avaliação 16 ∫
a) e x dx
1

b) xdx
1

2 4


c) x 3 dx
1

d) ( x + 1) dx
1

Feedback
Solução:

15 21
a) e 2 − e b) 4 c) d)
4 2
116 Índice

Lição 17

Interpretação geométrica. Fórmula


de Newton - Leibniz

Introdução
Nesta lição vai aprender a fórmula de Newton – Leibniz. Esta fórmula é
utilizada para o cálculo de integrais definidos. Para além disso, vai
aprender algumas propriedades dos Integrais definidos bem como a sua
interpretação geométrica.

A lição poderá ser estudada em três horas. Uma hora para leitura do texto
e duas para resolução e exercícios. Como aula leva muito tempo
sugerimos um intervalo de cerca de 20 minutos depois da leitura da parte
teórica só depois disso poderá prosseguir com a resolução de exercícios
Tempo de estudo da de auto avaliação.
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Interpretar geometricamente o integral definido

 Calcular os integrais definidos pela fórmula de Newton - Leibniz


Objectivos
Caro estudante, a interpretação geométrica do integral definido é
bastante relevante nas aplicações do integral como terá oportunidade de
ver nas lições posteriores. Na lição anterior você estudou a definição do
integral e como se deverá ter apercebido o seu uso no cálculo não é
confortável. Desta maneira vamos a seguir nos debruçar sobre a
interpretação e o cálculo de integrais de uma maneira muito mais simples.
Acompanhe!.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 117

Interpretação Geométrica do Integral definido. Formula de Newton –


Leibniz

Interpretação geometrica

Consideremos a função contínua e positiva no intervalo limitado


fechado [a, b ]

y f(x)

a b x

Assim: A interpretação geométrica do integral definido de


b
[a, b] ( ∫ f ( x)dx ) é dada pela área plana limitada pela função f , pelas
a

paralelas ao eixo das ordenadas passando pelos pontos limites de


integração (a e b) e pelo eixo das abcissas

Em seguida vamos enunciar algumas propriedades do Integral definido

Propriedades do integral definido

1. Se trocamos os limites do integral o mesmo muda de sinal

b a


a
f ( x)dx = − ∫ f ( x)dx
b

2. Consideremos o intervalo [a, b ] e seja c ∈ ]a, b[

Consideremos a função f continua e positiva no intervalo limitado


fechado [a, b ]
118 Índice

y f(x)

a c b x

A área a tracejada é a soma das áreas parciais

b c b


a
f ( x)dx = ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx
a c

3. Sendo K uma constante então

b b

∫ kf ( x)dx = k ∫ f ( x)dx
a a

O integral é uma soma de infinitas parcelas o que permite pôr em


vidência o factor comum k.

4. Teorema da média

O integral definido é igual à amplitude do intervalo pelo valor médio que


a função toma nesse intervalo

y f(x)

a c b x

∫ f ( x)dx = (b − a) f (c) .
a
Com

f ( x1 ) + f ( x 2 ) + ⋅ ⋅ ⋅ + f ( x n )
a < c < b e f (c) = lim
n → +∞ n
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 119

5. Teorema fundamental

x
Sendo φ ( x) = ∫ f ( x)dx , a função φ ( x) é uma primitiva de
a
f ( x)

Demonstração:

y f(x)

a x x+h x

1. As áreas definidas pela função y = f ( x) nos intervalos [a, x ] e

[a, x + h] são dadas respectivamente por:


x x+h
φ ( x) = ∫ f ( x)dx (1) e φ ( x + h) = ∫ f ( x)dx (2)
a a

2. Subtraindo 2 e 1, vem:

x+h x x+ h
φ ( x + h) − φ ( x ) = ∫ f ( x)dx − ∫ f ( x)dx = ∫ f ( x)dx (3)
a a x

3. Aplicando ao integral definido em (3) o teorema da média, temos:

φ ( x + h) − φ ( x) = ( x + h − x) f (c) = hf ( x + θh) com 0 < θ < 1


φ ( x + h) − φ ( x)
⇒ f ( x + θh) = (4)
h

4. Aplicando a (4) limites quando h → 0 , vem:

φ ( x + h) − φ ( x)
lim = lim f ( x + θ h)
h →0 h h →0

Sendo o primeiro membro desta igualdade o limite da razão incremental


vem:
120 Índice

x
φ ′( x) = f ( x) ⇒ φ ( x) = ∫ f ( x)dx . Como queríamos demonstrar.
a

Regra de Newton – Leibniz


x x
1. Sendo, φ ( x) = ∫
a
f ( x )dx , também F ( x) = ∫ f ( x)dx desde que
a

φ ( x) e F ( x) difiram apenas numa constante.


Assim temos:
x
φ ( x) = F ( x) + c (1) e φ ( x) = ∫ f ( x)dx (2)
a

2. Fazendo em (1) e (2), x = b vem:


φ (b) = F (b) + c (3)
b
φ (b) = ∫ f ( x)dx (4)
a

3. Fazendo em (1) e (2) x = a


φ (a) = F (a) + c (5)
a
φ (a) = ∫ f ( x)dx = 0 (6)
a

4. Substituindo (6) por (5) vem:


0 = F ( a ) + c ⇒ F ( a ) = −c
Substituindo (7) por (3)
φ (b) = F (b) − F (a ) (8)
Substituindo (8) por (4) temos finalmente que

∫ f ( x)dx = F (b) − F (a)


a

A regra de Newton - Leibniz escreve- se também da seguinte maneira

∫ f ( x)dx = [F ( x)]
b
a = F (b) − F (a)
a

Verifique o exempo de como se aplica a regra de Newton – Leibniz


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 121

Calcular os integrais
2

∫x
2
a) dx
1

Exemplo Resolução:
2 2
 x3  2 3 13 8 1 7
∫1
2
x dx =   = − = − =
 3 1 3 3 3 3 3
1
1
b) ∫ (1 + x)
0
2
dx

Resolução:
1 1
1  1  1  1
∫0 (1 + x) 2 dx = − x + 1 0 = − 2 − 1 = 2

π
4
Calcular o seguinte integral cos 2 xdx ∫
0

Resolução:
Exemplo
1 + cos 2 x
Sabe se cos 2 x =
2
π π π π
4 4 4
1 + cos 2 x 1 14
∫ cos xdx = ∫0 2 ∫0 2 2 ∫0 cos 2 x
2
dx = dx +
0
π
π π
1 4 1 14
Logo: [x]0 + ⋅ ∫ cos 2 xd (2 x) = π + 1 [sen2 x]04 =
2 2 20 8 4
π 1 π  π 1
+  sen(2. ) − sen(2.0)  = +
8 4 4  8 4

Caro estudante! Tem a seguir uma oportunidade para verificar se entedeu


a formula dada
Calcular
3, 5 1
dx y 2 dy
a) ∫
2 5 + 4x − x 2
b) ∫
0 y6 + 4
Actividade Solução:

π 1 1+ 5
a) b) ln
6 3 2
122 Índice

Sumário
Nesta lição você aprendeu a regra de Newton Leibniz ou regra de
Barrow para algumas obras. A regra consiste no seguinte
b

∫ f ( x)dx = [F ( x)]
b
a = F (b) − F (a )
a

Os exercícios que se seguem servem para consolidar a regra prática de


cálculo de integrais definidos. Tenha em atenção que todas as regras do
cálculo do integral indefinido, estudadas na unidade II são válidas
também para os definidos. Resolva os exercícios propostos e, em caso de
dificuldade queira rever as lições sobre o cálculo de integrais Indefinidos.

Exercícios

Calcular os seguintes integrais


2 8


a) ( x 2 − 2 x + 3) dx
1

b) ( 2 x + 3 x )
0
Auto-avaliação 17
4 8
1+ x
c) ∫ dx d) ∫ x−2
1 x2 2

−3 −3
dx dx
e) ∫
0 25 + 3 x
f) ∫x
−2
2
−1
1 1
xdx x 5 dx
g) ∫0 x 2 + 3x + 2 h) ∫ x+2
−1

4
dx dx
i) ∫ x 2 + 4x + 5 j) ∫x
3
2
− 3x + 2
π 2
4 2
dx

k) sec 2 xdx
π
l) ∫
0 1+ x2
6
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 123

Feedback
Solução:

7 100 7 16 2 1 2
a) b) c) d) e) − f) ln
3 3 4 3 3 2 3
9 1
g) ln h) 35 − 32 ln 3 i) arctg 3 − arctg 2
8 15
4 1 π
j) ln k) 1 − l)
3 3 4
124 Índice

Lição 18

Integração pelo método de


substituição

Introdução
Nesta lição vai aprender como usar método de substituição para calcular
os integrais definidos. O método de substituição não é novo para você, a
única particularidade é o facto de neste caso tivermos os limites de
integração.

É uma lição que pode ser estudada em 3 horas incluindo a resolução de


exercícios. Nesta lição sugerimos um intervalo de cerca de 20 minutos
depois de estudar a pate teórica da lição.

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Calcular os integrais definidos pelo método de substituição

Objectivos

A integração pelo método de substituição não constitui novidade como já


nos referimos na introdução desta lição. O facto novo é o aparecimento
dos limites de integração. Acompanhe nesta lição o procedimento do
cálculo quando se trata de integrais definidos

Integração por substituição


b
Consideremos o ∫ f ( x)dx , fazendo a substituição
a

x = g (t ) ⇒ dx = g ′(t )dt , Resulta um integral definido em ordem à


nova variável t.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 125

Desta forma os limites de integração a e b em ordem à variável x são


substituídos pelos valores correspondentes em ordem à variável t .
Substituindo em x = g (t ) a variável x vem:

Para: x = a ⇒ g (t ) = a ⇒ t = α
Para: x = b ⇒ g (t ) = b ⇒ t = β
Assim temos:
b β


a
f ( x)dx = ∫ f [g (t )]g ′(t )dt
α

Para poder fixar a ideia veja o exemplo


π
sen 3 x
Calcular o integral ∫0 2 − sen 2 x
Resolução:
Exemplo π π
sen 3 x sen 2 x.senxdx (1 − cos 2 x) senxdx
∫0 2 − sen 2 x ∫0 2 − sen 2 x ∫ 2 − 1 + cos 2 x
= =

Vamos aplicar o método de substituição


Seja t = cos x ⇒ dt = − senxdx
Para: x = 0 ⇒ t = cos 0 = 1
Para: x = π ⇒ t = cos π = −1 . Assim temos:
π π −1
sen 3 x sen 2 x.senxdx (1 − cos 2 x) senxdx (1 − t 2 )dt
∫0 2 − sen 2 x ∫0 2 − sen 2 x ∫ 2 − 1 + cos 2 x
= = = − ∫1 1 + t 2
1 1 1
1− t2 2 1
∫−11 + t 2 dt = −∫1 − dt + ∫ 1 + t 2 dt = −[t ]−1 + 2[arctg ]
−1

π π π
= −2 + 2(arctg1 − arctg (−1)) = −2 + 2( + ) = −2 + 2 = −2 + π
4 4 2
Tens em seguida uma actividade que vai ajudar a verificar o seu grau de
percepção.

Calcular
π
e2 2
ln x senx
a) ∫
0 x
dx b) ∫
π cos
2
x
dx
Actividade 4
126 Índice

Solução:
2
a) 2 b) −1
2

Sumário
Nesta lição você aprendeu o método de substituição para os integrais
definidos. O método tem como base a mudança de variável e
consequentemente mudança dos limites de integração.

A seguir vamos apresentar os exercícios de consolidação. Resolva todos


os exercícios propostos. Lembramos ao caro estudante que o método de
substituição é o mesmo que se usa para se achar as primitivas dos
integrais, indefinidos diferindo apenas na existência de limites de
integração. observa este pormenor na resolução doas exercícios que se
seguem.

Exercícios

Calcular os seguintes integrais

4
1 − ln x dx
Auto-avaliação
a) ∫
x(1 + ln x)
dx b) ∫1+
0 x

2
29 1
( x − 2) 3 1− x2
c) ∫
3
2
dx d) ∫ x2
2
( x − 2) 3 + 3 2

2
x2 −1 ex ex −1
e) ∫
1
x
f) ∫ ex + 3

2 3
dx dx
g) ∫1 x 2 (x + 1) h) ∫x
2
2
−x
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 127

Feedback
Solução:

a) − [ln 2 − 2 ln(1 + ln 2)] b) 4 − 2 ln 2

9 π
c) 8 − π d) 1 −
2 3 4

π
e) 3 − f) 4 − π
3

1 4
g) − h) ln
2 3
128 Índice

Lição 19

Integração por partes em integrais


definidos

Introdução
Nesta lição vai aprender como usar método de integração por partes para
calcular os integrais definidos. Este método também não é novo para
você a única particularidade é o facto de neste caso tivermos os limites de
integração.

È uma lição que pode ser estudada em 3 horas incluindo a resolução de


exercícios. Sugerimos nesta lição também um intervalo de cerca 20
minutos, após o estudo da parte teórica da lição

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:

Aplicar o método de integração por partes no cálculo de alguns integrais


definidos

Objectivos

A integração por parte não constitui novidade como já nos referimos na


introdução desta lição. O facto novo é o aparecimento dos limites de
integração. Acompanha mais uma vez caro estudante nesta lição o
procedimento do cálculo quando se trata de integrais definidos
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 129

Integração por partes em integrais definidos


Atendendo que: udv = uv − vdu temos: ∫
b b

∫ udv = uv − ∫ vdu
b
a
a a

Veja em seguida os exemplos

Calcular os seguintes integrais


3


a) ln xdx
1

Exemplo Resolução:
1
Seja u = ln x ⇒ du = dx
x
dv = dx ⇒ v = x
3 3 3
3 1 3
∫1 ln xdx = [x ln x]1 − ∫1 x. x dx = [x ln x]1 − ∫1 dx
3
(3 ln 3 − 0) − x 1 = 3 ln 3 − 2
π


b) e 2 x senxdx
0

Resolução:
Seja u = e 2 x ⇒ du = 2e 2 x dx dv = senx ⇒ v = − cos xdx

∫e senxdx = −e 2 x cos x + 2 ∫ e 2 x cos xdx


2x
(1)


Vamos integrar por partes e 2 x cos xdx

u = e 2 x ⇒ du = 2e 2 x dx dv = cos xdx ⇒ v = senx

∫e cos xdx = e 2 x senx − 2 ∫ e 2 x senxdx


2x

Substituindo (2) em (1) vem

∫e senxdx = −e 2 x cos x + 2e 2 x senx − 4 ∫ e 2 x senxdx


2x

− e 2 x cos x + 2e 2 x senx
∫ e senxdx =
2x

5
Finalmente:
130 Índice

π
π
 − e 2 x cos x + 2e 2 x senx  e 2π 1
∫0
2x
e senxdx =   = +
 5 0 5 5

Resolva as actividades que se seguem.


Calcular os seguintes integrais definidos
1 x 1
ln x

a) x.2 x dx
0
b) ∫ xe 3 dx c) ∫
0 x
dx

Actividade Solução:

1
1
a) (2 ln 2 − 1) b) 9 − 6e 3
c)-4
ln 2 2

Sumário
Nesta lição você aprendeu o método de integração por partes para
integrais definidos. Ele consiste na aplicação da
b b

∫ − ∫ vdu
b
relação udv = uv a
a a

Nesta lição você aprendeu o método de integração por partes para os


integrais definidos. Lembramos ao caro estudante que o método de
integração por partes é o mesmo que se usa para se achar as primitivas
dos integrais indefinidos, diferindo apenas na existência de limites de
integração observa este pormenor na resolução doas exercícios que se
seguem.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 131

Exercícios

Calcular os seguintes integrais


π
2 e


a) x cos xdx
0

b) ln xdx
1
Auto-avaliação 19
1 π

∫ ∫
3 2x
c) x e dx d) e x senxdx
0 0

π
π 2


e) xarctgxdx
1

f) x 2 sen2 xdx
0

x 1
ln x

g) xe dx 3
h) ∫
0 x
dx

Feedback
Solução:
π
a) −1 b)1
2
e2 + 3 1 π
c) d) +
8 2 4
π 2 1  3 1 π2
e)  + arctgπ − π + f)
 2 2 4 2 8
1

g) 9 − 6e 3
h)-4
132 Índice

Lição 20

Integrais impróprios

Introdução

Nesta lição vamos introduzir o estudo de integrais impróprios. São os


integrais em que um ou ambos os limites de integração são infinitos.
Ou quando a função integranda tem limite infinito em pontos
pertencentes ao intervalo de integração. Estes integrais vão ser divididos
em duas partes; os integrais impróprios da 1ª e da 2ª espécie. Para esta
lição vamos estudar os da 1ª espécie.

Esta lição poderá ser estudada em 3 horas incluindo a resolução de


exercícios. Aconselhamos um descanso de cerca de 20 minutos após a
leitura da parte teórica da lição

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Calcular os integrais impróprios da 1ª espécie

 Analisar a convergência e divergência de integrais impróprios


Objectivos

Caro estudante, a seguir vamos desenvolver os fundamentos teóricos de


cálculo de integrais impróprios da 1ª espécie que são aqueles cuja função
integranda tem limite infinito em pontos pertencentes ao intervalo de
integração. Acompanhe!
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 133

Integrais Impróprios da 1ª espécie

1º Caso – Limite superior de integração Infinito

Seja f (x) uma função contínua e positive no intervalo [a,+∞[


y

y = f ( x)

x
a +∞
+∞
A área da figura tracejada é dada por S = ∫ f ( x)dx
a

Este integral é por definição

+∞ b

∫ ∫ f ( x)dx = lim [F ( x)] = lim (F (b) − F (a ) )


b
S= f ( x)dx = lim a
b → +∞ b → +∞ b → +∞
a a

Se este limite existir e for finito o integral é convergente. Caso contrário


o integral é divergente.

Veja em seguida um exemplo

+∞

∫e
−x
Calcular dx
0

Exemplo Resolução:

+∞ b

∫e
−x
dx = lim ∫ e − x dx = lim − e − x
b → +∞ b → +∞
[ ]
b
0 [
= lim − e −b − e 0 = 1
b → +∞
]
0 0

O integral é convergente

Veja se percebeu o exemplo anterior relvendo a actividade que se segue


134 Índice

+∞

∫x
−3
Calcular dx
1

Solução:
Actividade
1
trata – se de um integral da1ª espécie. É convergente
2

2º Caso Limite inferior de integração infinito

Seja f ( x) uma função contínua e positive no intervalo ]− ∞, b]

b
Área da figura é dada por S = ∫ f ( x)dx
−∞

−∞ b

Este integral é por definição:

b b
S= ∫
−∞
f ( x)dx = lim
a → −∞ ∫ f ( x)dx = lim [F (b) − F (a)]
a
a → −∞

3º Caso – Ambos os limites de Integração Infinitos

Seja f ( x) uma função contínua e positiva no intervalo ]− ∞,+∞[

Graficamente temos
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 135

+∞
A área parte a tracejada é dada por ∫ f ( x)dx
−∞

Para o cálculo deste integral, desdobra - se o integral de modo a que em


cada um dos integrais figure apenas um limite de integração infinito,
sendo a um nº arbitrário

+∞ a +∞


−∞
f ( x )dx = ∫
−∞
f ( x)dx + ∫ f ( x)dx
a

Para fixar a ideia veja o exemplo que se segue.

+∞
1
Calcular o integral ∫1+ x
−∞
2
dx

Resolução:
Exemplo
+∞ 0 +∞
1 1 1
∫−∞1 + x 2 dx = −∫∞1 + x 2 dx + ∫0 1 + x 2 dx
Atendendo a simetria

+∞ 0 +∞ +∞
1 1 1 1
∫−∞1 + x 2 dx = −∫∞1 + x 2 dx + ∫0 1 + x 2 dx = 2 ∫0 1 + x 2 dx
b
1
∫1+ x dx = 2 lim [arctgx]0 = 2 lim arctgb − 2 lim arctg 0
b
= 2 lim 2
b → +∞ b → +∞ b → +∞ b→ +∞
0

π
2⋅ −0 =π
2

O integral é convergente

Para o caso acima, tem em seguida a seguinte actividade:


136 Índice

+∞
dx
Calcular o integral ∫x
−∞
2
+ 2x + 3

Actividade Solução: π

Veja em seguida as condições de convergência de integrais

Convergência de Integrais de 1ª espécie

Seja f (x) uma função contínua e positiva no intervalo [a,+∞[ .

Consideremos uma função g ( x) contínua e positiva no intervalo

[a,+∞[ , e tal que: f ( x) ≤ g ( x)


+∞ +∞


a
f ( x)dx ≤ ∫ g ( x)dx
a

+∞ +∞
se ∫ g ( x)dx é convergente, também ∫ f ( x)dx é convergente
a a

+∞ +∞
Se ∫
a
f ( x)dx diverge também diverge ∫ g ( x)dx
a

Critério de comparação

Para determinarmos a convergência de integrais impróprios de 1ª espécie,


+∞
1
e como termo de comparação vamos estudar o integral ∫x
a
p
dx . com

a>0

Deste modo vem:

b
+∞
1
b
 x − p +1   b − p +1 a − p +1 
∫a x p b → +∞ ∫
lim lim lim
−p
dx = x dx =   =  − 
b → +∞ − p + 1
a   a b→+∞  − p + 1 − p + 1
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 137

a − p +1
+∞
1
- Se − p + 1 < 0 ⇒ ∫a x p dx =
p −1
, limite finito. O integral é

convergente

+∞
1
- Se − p + 1 > 0 ⇒ ∫x
a
p
dx = ∞ , limite infinito. O integral Diverge

+∞ +∞
1 1
∫a x p dx = ∫ x dx = lim ln x
b
-se p = 1 ⇒ a
= ∞ , limite infinito. O
b → +∞
a

integral diverge

Conclusão:

+∞
1
Tome Nota!
O integral ∫x
a
p
dx , é:

a) Convergente quando p > 1

b) Divergente quando p ≤ 1

Corolário do Método de comparação

Seja f ( x) uma função é positiva para x ∈ [a,+∞[ , com a > 0

+∞
1
Vimos que o integral ∫x
a
p
dx , com a > 0 e a > 1 é convergente.

+∞
M
1. Para M ≠ ∞ , o integral ∫x
a
p
dx , também é convergente

+∞
M
2. Sendo f ( x) ≤
xp
(1), o integral ∫ f ( x)dx , também é convergente
a

M
De f ( x) ≤ p
⇒ x p f ( x ) ≤ M ⇒ lim x p f ( x) ≠ ∞ - condição de
x x → +∞

convergência
138 Índice

+∞
Condição de Divergência do integral ∫ f ( x)dx
a

Seja f (x) uma função continua e positiva para x ∈ [a,+∞[ , com a > 0

+∞
1
Vimos que o integral ∫x
a
p
dx , com a > 0 e a ≤ 1 é divergente.

+∞
M
1. Para, M ≠ 0 o integral ∫x
a
p
dx , também é divergente

+∞
M M
2. Sendo f ( x) ≥
xp
(2), o integral ∫x
a
p
dx , também é divergente

+∞ +∞
M
atendendo que ∫
a
f ( x)dx ≥ ∫
a
x
dx

De (2) resulta que xf ( x) ≥ M ⇒ lim xf ( x) ≠ 0 , que é a condição de


x →∞

+∞
divergência do integral ∫ f ( x)dx
a

Em seguida veja um exemplo do como se aplicam as regras


anteriormente vistas para analisar a convergência de um integral.

+∞
dx
Estudar a convergência do integral ∫
1
3
(1 + x 2 ) 2

Exemplo Resolução:

Trata – se de um integral da primeira espécie.

+∞
Vamos comparar com o integral ∫ f ( x)dx
a

1
Aplicando o corolário vem lim x p
x →+∞ 3
(1 + x 2 ) 2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 139

Para levantarmos a indeterminação e sendo o expoente do denominador


4 4 4
igual a e o grau de numerador igual 0 então faz se p = − 0 =
3 3 3

(diferença entre o grau do denominador e do numerador)

4
1 1
lim x p = lim x 3 =1≠ ∞
x →+∞ 3
(1 + x 2 ) 2 x →∞ 3
(1 + x 2 ) 2

4
Como p = > 1 então integral é convergente
3

Resolva a seguinte actividade como forma de testar se você entendeu o


exemplo anterior

Calcular o seguinte integral impróprio ou determinar a sua convergência


xdx
a) ∫0 x5 + 1
Actividade

Solução: a) Converge

Vamos tomar outro exemplo para que você possa compreender a essência
dos critérios de convergência. Observe que no exemplo anterior usou
apenas o corolário. Para o caso seguinte vamos usar a comparação

+∞
cos x
Estudar a convergência do integral ∫
1 x
2
dx

Exemplo Resolução:

Atendendo que − 1 ≤ cos x ≤ 1 , podemos concluir que:

+∞ +∞
cos x dx
∫1 x 2 dx ≤ ∫x1
2
140 Índice

+∞
dx
O integral de comparação ( ∫x
1
2
)é convergente visto que

+∞
cos x
p = 2 > 1 então o integral ∫
1 x
2
dx também é convergente.

Visto o exemplo acima. verifique em seguida se percebeu a lição antes de


entrar nos exercícios de auto-avaliaçãio

Calcular o seguinte integral impróprio ou determinar a sua convergência


senx

π x2
dx
Actividade 2

Solução: Converge

Sumário
Nesta lição você aprendeu o cálculo de integrais impróprios da 1ª espécie,
bem como o estudo da convergência destes integrais. O cálculo baseia –
se, fundamentalmente no estudo do limites e a convergência baseia – se
essencialmente no uso dos critérios de convergência

Terminamos o desenvolvimento teórico da lição. Em seguida vamos


apresentar os exercícios. Resolva-os todos e confira sempre a sua resposta
com as soluções propostas. Esperamos que não tenha muitos problemas
para solucionar os exercícios propostos. De todas as maneiras em caso de
dificuldade aconselhamos a repetir a lição e analisando cuidadosamente
os exemplos apresentados. Se as dúvidas persistirem queira consultar o
seu Tutor.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 141

Exercícios

Calcular os seguintes integrais impróprios ou determinar a sua


convergência

Auto-avaliação +∞
arctgx
+∞
dx
a) ∫ 2 dx b) ∫x 2
0 x +1 −∞ + 4x + 9

+∞ +∞ 3
ln x x +1
c) ∫1 1 + x d) ∫
1
5
4 + x4
dx

Feedback
Solução:

π2 π
a) b)
8 5

c)Converge d) Diverge

e)converge f) converge
142 Índice

Lição 21

Integrais impróprios da 2ª espécie

Introdução

Nesta lição você vai aprender o cálculo e o estudo de convergência de


integrais impróprios da 2ªespecie. São integrais cuja função integranda
tem limite infinito em pontos pertencentes ao intervalo de integração.

Esta lição pode ser estudada em 3 horas, incluindo a resolução de


exercícios. Para esta lição aconselhamos que tenha um intervalo de 20
minutos antes de resolver os exercícios de auto - avalição

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Calcular os integrais impróprios da 2ª espécie


 Classificar os integrais da 2ª espécie quanto à convergência e
divergência
Objectivos
Na lição anterior estudou os integrais impróprios da 1ª espécie. Nesta
lição acompanha como é que se analisa quanto à convergência os
integrais impróprios da 2ª espécie.

Integrais Impróprios da 2ª espécie


Seja f ( x) uma função definida para x ∈ [a, b ] e que para c ∈ [a, b ] é tal

que lim f ( x) = ∞
x →c

a c b
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 143

b
A área da figura tracejada é dada por ∫ f ( x)dx
a

Este integral calcula -se por definição da seguinte maneira


b c b c −ε b


a
f ( x)dx = ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx = lim
a c
ε →0 ∫
a
f ( x)dx + lim
ε →0 ∫ε f ( x)
c+

Deste modo isolamos o ponto de descontinuidade.


Se o valor do integral existir e for finito, o integral é convergente. Caso
contrário o integral é divergente.
Veja o exemplo que se segue de modo a fixar as ideias.

3
dx
1. Calcule o integral ∫
1 x −1

Resolução:
Exemplo
1
Sendo f ( x) = , podemos ver que lim f ( x) = ∞ . Nestas
x −1 x →1

condições o integral é da 2ª espécie

3 3 1 3  1

dx dx  

1 x −1
= lim
ε →0 ∫
1+ ε
= lim 2( x − 1) 2  = 2 2 − lim 2(ε ) 2 
x − 1 ε →0   1+ε ε →0
 
=2 2
Mais um exemplo.

3
dx
Calcule o integral ∫
1 x −1
Resolução:
1
Exemplo Sendo f ( x) = , podemos ver que lim f ( x) = ∞ . Nestas
x −1 x →1

condições o integral é da 2ª espécie

3 3 1 3  1

dx dx  

1 x −1
= lim
ε →0 ∫
1+ ε
= lim 2( x − 1) 2  = 2 2 − lim 2(ε ) 2 
x − 1 ε →0   1+ε ε →0
  2-
=2 2
3
dx
Calcule o integral ∫
1 x −1
Resolução:
144 Índice

1
Sendo f ( x) = , podemos ver que lim f ( x) = ∞ . Nestas
x −1 x →1

condições o integral é da 2ª espécie


3 3 1 3  1

dx dx  

1 x −1
= lim
ε →0 ∫
1+ ε
= lim 2( x − 1) 2  = 2 2 − lim 2(ε ) 2 
x − 1 ε →0   1+ε ε →0
  2-
=2 2
4
dx
Calcule o integral ∫ (4 − x )
2
3

Resolução:
x = 4 é ponto de descontinuidade
Trata- se de um integral da 2ª espécie
4 4 −ε
dx dx  − 
1

∫ (4 − x )
2
3
= lim ∫
→0
(4 − x )3
= lim 2(4 − x ) 2 
ε →0  2
1 2
lim 2(ε )

2 − =∞
ε →0 2
O integral é divergente
Será que percebeu os exemplos dados? responda resolvendo a actividade
seguinte:

4
dx
Calcular o integral ∫
2 4 − x2

Actividade Solução:

∞ (Diverge)

Convergência de Integrais Impróprios da 2ª Espécie


Seja f (x) uma função positiva no intervalo [a, b] e tal que o

lim f ( x) = +∞
ε →0

Consideremos uma função g ( x) sendo f ( x) ≤ g ( x)


Deste modo temos que
b b


a
f ( x)dx ≤ ∫ g ( x)dx
a
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 145

b b


a) se: g ( x )dx é convergente, também
a
∫ f ( x)dx é convergente
a

b b
b) Se: ∫
a
f ( x)dx é divergente, também ∫ g ( x)dx é divergente.
a

Critério de Comparação

Para determinarmos a convergência de integrais Impróprios de 2ª espécie,


b
dx
e como termo de comparação, vamos estudar o integral ∫ ( x − a)
a
p

Deste modo temos:


b
b
dx
b
fdx  ( x − a )− p +1 
∫a ( x − a) p ε →0 a∫+ε ( x − a) p ε →0  − p + 1 
= lim = lim
a +ε
− p +1
=
(b − a)
− lim
(ε ) − p +1
− p +1 ε →0 − p +1
1. Se − p + 1 > 0 ⇒ p < 1 o integral é convergente
2. Se − p + 1 < 0 ⇒ p > 1 , o integral é divergente
b
dx
∫ (x − a)
b
3. Se p = 1 : = limln x − a a+ε
= ln b − a − lim(ε ) = ∞
ε →0 ε →0
a

O integral diverge

Conclusão:

b
dx
Tome Nota!
O Integral ∫ ( x − a)
a
p
é

a) Convergente se p < 1
b) Divergente se p > 1

Corolário do critério de comparação


b
dx
Vimos que o integral ∫ ( x − a)
a
p
é convergente p < 1

b
M
1. Para M ≠ ∞ , o integral ∫ ( x − a)
a
p
dx , também é comvergente.
146 Índice

M
2. Sendo, f ( x) ≤ (1) com p < 1, o integral
( x − a) p
b b b
M

a
f ( x)dx também é convergente atendendo que ∫ f (x)dx≤ ∫
a a (x − a)
p
dx

3. De (1) vem:

(x − a) p f (x) ≤ M ⇒ lim( x − a ) p f ( x) ≠ ∞ , Condição de convergência


x→a

b
dx
Vimos também que o integral ∫ x − 1 é divergente
a

b
M
1. Para M ≠ 0 ⇒ ∫ x − 1 dx , também divergente
a

b
M
2. Sendo, f ( x) ≥
( x − a) p
(2) o integral ∫ f ( x)dx também
a
é

b b
M
divergente atendendo que: ∫
a
f ( x)dx ≤ ∫
a ( x − a ) p
dx

3. De (2), vem

( x − a ) p f ( x) ≥ M ⇒ lim( x − a ) p f ( x) ≠ 0 , Condição de divergência


x→a

Caro estudante de modo a fixar as ideias principais veja em seguida o


exemplo.

2
dx
Estudar a natureza do integral ∫
1
3
x2 −1
Resolução:
Exemplo O integral é da 2ª espécie pois tem ponto de descontinuidades em x = 1
Aplicando o corolário

2
dx
Estudar a natureza do integral ∫
1
3
x2 −1

Resolução:

O integral é da 2ª espécie pois tem ponto de descontinuidades em x = 1


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 147

Aplicando o corolário

1 0
lim ( x − 1) p = . Levanta -se a indeterminação eliminando -se
x →1 3
x2 −1 0
o factor comum.

1 1
3 1
Atendendo que x 2 − 1 = ( x − 1) 3 ( x + 1) 3 , fazemos p =
3

1 1
1 1 1
lim ( x − 1) 3
= lim ( x − 1) 3
1 1
= 3
≠∞
x →1 3 2
x −1 x →1
2
( x − 1) ( x + 1)
3 3

1
Sendo p = < 1 → o integral é convergente
3
Caro estudante a seguir apresenta-se uma actividade a sua resolução vai-
lhe permitir verificar a sua aptidão na resolução deste tipo de exercícios.
Estudar a convergência das seguintes integrais:
3 1 1
dx dx dx
a) ∫0 (x − 1) 2 b) ∫
0 1− x2
c) ∫
0
3
1− x4
Actividade Solução:
a)Divergente a)Convergente c) Convergente

Sumário
Nesta lição você aprendeu sobre o cálculo de integrais impróprios da 2ª
espécie e os critérios de convergência. Fundamentalmente para o estudo
de convergência usa- se o critério de comparação.
Terminado o desenvolvimento teórico da lição, vamos em seguida
apresentar os exercícios de consolidação. Resolva os exercícios propostos
e confira sempre as suas respostas. Em, caso de dificuldade, queira repetir
a lição, analisando cuidadosamente o exemplo dado. Se as duvidas
persistirem consulte ao seu Tutor.
148 Índice

Exercícios

Estudar a convergência dos seguintes integrais

2 +∞ +∞
senxdx dx cos xdx
Auto-avaliação 21
a) ∫
1 1− x
b) ∫ (1 + x
1
2
) x −1
c) ∫
0
3
x3 − x

π 1
2 6 +∞ sen
dx dx x
d) ∫ cos x
0
e) ∫
2
3
(4 − x ) 2
f) ∫
0 x

Feedback
Solução:

a) Convergente b) Convergente c) Divergente

d) Divergente e) Convergente f) Convergente


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 149

Lição 22

Aplicações de integrais. Cálculo


de áreas de figuras planas

Introdução

Uma das aplicações do cálculo integral é o cálculo de áreas de figuras


planas. Nesta lição você vai aprender a calcular as áreas de figuras planas
aplicando o integral definido.

Nesta lição, poderá levar 4 horas de estudo, incluindo a resolução de


exercícios. Devido a vastidão da lição aconselhamos a fazer um intervalo
de pelo menos 30min para que não fique muito cansado.

Tempo de estudo da
lição: 04:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Calcular as áreas de figuras planas.

Objectivos

Áreas de figuras Planas

Vimos que sendo f (x) uma função real da variável real, contínua e

positiva no intervalo [a, b ] , o integral de f (x) definido nesse intervalo


representa a área plana definida pela função f (x) , pelas paralelas ao
eixo da ordenadas passando pelos limites de integração e pelo eixo das
abcissas.
150 Índice

y
f(x)

a b x

b
Área = A = ∫ f ( x)
a

Se a área pretendida se encontra abaixo do eixo das Abcissa temos


b a


Área = A = − f ( x) =
a
∫ f ( x)
b

Consideremos uma função cujo gráfico é o da figura seguinte

y
y = f1 ( x)
A
y = f 2 ( x)

a b x

A área da parte tracejada é dada por


b
A = ∫ ( f 2 ( x) − f1 ( x) )dx
a

Sejam f 1 ( x) , f 2 ( x) e f 3 ( x) funções contínuas cuja representação


gráfica é dada pela figura seguinte

y
y = f1 ( x)
A
y = f 3 ( x) y = f 2 ( x)

a b c x
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 151

A área a determinar é limitada pelas três curvas. Neste caso, temos que
determinar os pontos de intersecção das curvas, duas a duas, resolvendo
os sistemas respectivos.
b c

∫ ∫
A expressão da respectiva área é : A= [ f1(x) − f3(x)]dx+ [ f2 (x) − f3(x)]dx
a b

Para determinar a área da porção do plano limitado por várias curvas


subividimos em várias áreas de forma que figurem em cada uma apenas
duas curvas

Tome Nota!

Veja os exemplos que se seguem:

1-Calcular a área limitada pelas curvas y = 4 − x 2 ; y = − x, x ∈ [0 , 2]

Resolução:
Exemplo
Vamos começar pela representação gráfica das funções no mesmo S.C.O.
f ( x) = 4 − x 2

f ( x) = − x

b 2
22
[ ]
A = ∫ ( f 2 ( x ) − f1 ( x) )dx = ∫ (4 − x 2 + x ) dx =
3
a 0

Para você verificar se entendeu o exemplo anterior, resolva a seguinte


actividade

Achar a área situada acima do eixo dos OX e sob a parábola y = 4 x − x 2

32
Solução:
3
Actividade
152 Índice

Calcular área limitada pelas seguintes curvas y 2 = 4 x e y = 2 x − 4


Resolução:
Como no caso anterior vamos representar as curvas no SCO

Exemplo

y = 2x − 4

y 2 = 4x

1 4 1 1 4 1
A = ∫ 2. 4xdx + ∫ ( 4x − (2x − 4))dx = ∫ 4x 2 dx + ∫ (2x 2 − 2x + 4)dx
0 1 0 1
1 4
 3  3 
 x2   x2 2
 8 4 4
4  + 2 + x + 4x = − 0 + ⋅ 8 − 16 + 16 − + 1 − 4 = 9
 3  3  3 3 3
 2  0  2 1

Para testar a sua compreensão resolva a actividade que se segue

Calcular as áreas assim definidas

2 4
a) y = senx x ∈ [0,2π ] b) y 2 = 4 x e y = x+
3 3
Actividade
Solução:
1
a)4 b)
3
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 153

Sumário
Nesta lição você aprendeu o cálculo de áreas em figuras planas em
coordenadas rectangulares. De uma maneira geral a área é dada pelo
b


seguinte integral f ( x) dx
a

Os exercícios seguintes são de cálculo de áreas em regiões planas e em


coordenadas cartesianas. Para poder alcançar os objectivos pretendidos é
imprescindível a representação gráfica da função de modo a visualizar a
região de integração. Siga o raciocino dos exemplos anterior para resolver
os exercícios propostos.

Exercícios
Calcular as áreas assim definidas:
1
a) y = − x 2 + 6 x e y = x 2 − 2 x b) y = x; y = x 2 , e y = − x + 12
2
Auto-avaliação x2 1
c) y = x 2 − 2 x e y = d) y = ; y = x2 ; x = 2 e y = 0
3 x
e) y = x 3 e y 2 = x f) 0 ≤ y ≤ 1 e x 2 + y 2 ≤ 4

1 x2
g) y = e y = h) x 2 + y 2 = 16 e x 2 = 12( y − 1)
1+ x2 2

Feedback
Solução:
64 41 1
a) b) c) 3 d) + ln 2
3 6 3

5 π 3 π 1 16 4 3 32 4 3
e) f) 2  g) − h) π− π+
12 6 + 4  2 3 3 3
e
3 3
 
154 Índice

Lição 23

Aplicação do integral no cálculo


de volumes de um corpo de
revolução

Introdução

Nesta lição você irá aprender a calcular o volume de corpos de


revolução. Trata- se de mais uma aplicação do integral definido.

É uma lição que pode ser estudada em 3 horas, incluindo a resolução de


exercícios. No fim da leitura da parte teórica, poderá interromper a lição
por 20 minutos para um pequeno descanso.

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:

Calcular volume de sólidos definidos pela equação cartesiana

Calcular volumes de sólidos definidos por uma curva representada


equações paramétricas
Objectivos

Caro estudante, é também possível aplicar o cálculo integral simples na


determinação do volume de corpos de revolução, no caso de corpos
sólidos obtidos pela rotação em torno de um eixo de revolução OX ou
OY de uma curva definida por uma equação cartesiana ou por uma
representação paramétrica. Acompanha o desenvolvimento.

Sólido definido pela equação cartesiana de uma curva

Considere – se uma curva contínua definida pela equação cartesiana


y = f (x) com x ∈ [a, b ] e submete-se esta última a uma rotação em
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 155

torno do eixo (OX). Pretende- - se determinar o volume do sólido obtido


através de um volume elementar dv x Veja a figura

O volume elementar é dado pelo produto da área do círculo de raio


y pela espessura do cilindro elementar assim definido.
Daí obtém – se o volume total como sendo definido por:
b
V x = π ∫ [ f ( x)] dx
2

A seguir apresenta-se um exemplo que o ajudará a perceber o conteúdo


tratado.
Calcule o volume do sólido definido pela rotação em torno do eixo (OX)
da curva de equação cartesiana y = f ( x ) = senx ; x ∈ [0; π ]
Resolução
Usando a definição para o cálculo de volume do sólido, obtém – se
Exemplo b π
2 1 − cos 2 x
V x = π ∫ [ f ( x)] dx = π ∫ ( senx) 2 dx = π ∫ dx =
a 0
2
π
π 1  π2
= x − sen 2 x =
2  2 
0 2
Tem em seguida, caro estudante, uma actividade para verificar se
percebeu a definição dada anteriormente.
Achar o volume gerado pela rotação da área limitada no primeiro
quadrante pela parábola y 2 = 8 x e pela recta x = 2 em torno do eixo ox

Actividade Solução: 16
156 Índice

1. Se a curva for continua e definida por uma equação e definida por


equação cartesiana da forma x = h( y ) , y ∈ [c, d ] e se o eixo de

revolução for OY, então o volume do sólido ( V y ) assim obtido


Tome Nota! d

∫ [h( y)] dy
2
exprime se pela expressão V y = π
c

2. No casão de um corpo definido por uma equação de forma


y = f (x) , x ∈ [a, b ] e tendo OY como eixo de revolução (veja a
figura), o cálculo de volume determina se da seguinte forma:

dv y = 2πxydx = 2πxf ( x)dx , onde 2πx corresponde ao perímetro da

circunferência de centro O e raio x e o produto ( f ( x) dx) à área


elementar de altura f (x) e de largura dx .
O volume total do sólido define se por:
b
V y = 2π ∫ xf ( x)dx
a

Mais uma vez preste atenção ao exemplo.

Calcule o volume do sólido definido pela rotação em torno do eixo (oy)


da curva da equação cartesiana y = senx ; x ∈ [0, π ]

Resolução:

Exemplo
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 157

Usando a definição vem


b π
V y = 2π ∫ xf ( x)dx = 2π ∫ xsenx = 2π ( faça a integração por partes)
a 0

• No caso de um sólido de revolução definido pela rotação em torno do


eixo (OX) não for uma curva, mas sim por duas equações cartesianas
y = f1 ( x) e y = f 2 ( x) , sendo ( f 2 ( x) ≥ f 1 ( x) ∀x ∈ [a, b ] e
contínuas neste mesmo intervalo) veja a figura,

O volume correspondente ( V x ) obtém – se pela diferença dos dois


volumes definidos pelas duas curvas:

[
V x = π ∫ ( f 2 ( x) ) − ( f1 ( x) ) dx
2 2
]

• De forma análoga, se o eixo de revolução de uma figura limitada


pelas curvas de equação y = f 1 ( x) e y = f 2 ( x ) (sendo
f 2 ( x) ≥ f 1 ( x), ∀x ∈ [a, b ] ) for (OY), então define –se o volume
(V y ) do corpo de revolução pela seguinte
b


expressão: V y = 2π x[ f 2 ( x) − f 1 ( x)]dx
a
158 Índice

• Pode –se ainda definir o caso de uma figura limitada pelas equações
x = h1 ( y ) e x = h2 ( y ) ( sendo h2 ( y ) ≥ h1 ( y ) ∀y ∈ [c, d ] e
realizando uma rotação em torno do eixo (OY),obtém –se um sólido
de revolução cujo volume( V y ) é determinado pela expressão
d
[ 2
V y = π ∫ (h2 ( y ) ) − (h1 ( y ) ) dy
2
]
c

Veja exemplo que se segue de modo afixara ideia:


Calcule o volume do toro definido pela circunferência de equação
cartesiana ( x − a ) 2 + y 2 = r 2 (sendo a > r > 0 )

Resolução:
Exemplo

Usando a definição do cálculo de volume de um sólido de eixo de


revolução (OY) e definido por duas equações que são:

 y = − r 2 − ( x − a ) 2 → f ( x)
2 2 2 1
( x − a) + y = r ⇒ 
 y = r 2 − ( x − a ) 2 → f 2 ( x )
Temos:
a+r
V y = 2π ∫ x[ f 2 ( x) − f 1 ( x)]dx = 2π ∫ x(2 )
r 2 − ( x − a ) 2 dx
a −r

a+r a+r 2
 x−a
4π ∫ x r − ( x − a ) dx = 4πr ∫ x 1 − 
2 2
 dx
a−r a −r  r 
Vamos fazer a mudança de variável:
Seja:
x−a
= cos θ ⇒ x − a = r cos θ ⇒ x = a + r cos θ ⇒ dx = − rsenxdx
r
Se x = a − r ⇒ a − r = a + r cos θ ⇒ Cosθ = −1 ⇔ θ = π
Se x = a + r ⇒ a + r = a + r cos θ ⇒ cos θ = 1 ⇔ θ = 0
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 159

Assim:
a+ r 2 0
 x−a
4πr ∫ x 1 −   dx = 4πr ∫ − (a + r cos θ ) 1 − cos θ rsenθdθ
2

a −r  r  π
π π
= 4πr 2 ∫ (a + r cos θ ) sen 2 dθ = 4πr 2 ∫ (asen 2θ + r cos θsen 2θ )dθ
0 0
π
1
= 4πr 2 ∫ a (1 − cos(2θ )) + r cos θsen 2θ )dθ
0
2
π
a  sen(2θ  r 3 
= 4πr 2   θ − 2 2
 + sen θ  = 2π r a
2  2  3 0
Para o caso da definição anterior queira consolidá – la, ressolvendo a
seguinte actividade
Achar o volume gerado pela rotação em torno da recta y = 6 , da área

limitada pela parábola y = 4 x − x 2 , acima do eixo dos x.

1408
Actividade Solução: π
15

Caro estudante veja em seguida o caso em que o sólido é definido por


uma equação paramétrica

Sólidos definidos por uma curva representada por equações


paramétricas

Seja uma curva ( y = f ( x), ∀x ∈ [a, b]) definida pelas suas equações
paramétricas
 x = ϕ (θ )
 θ ∈ [θ1 ,θ 2 ]
 y = ψ (θ )
Onde ϕ (θ ) e ψ (θ ) são funções cujas derivadas são contínuas no
intervalo
[θ 1 ]
= ϕ (−a1) , θ 2 = ϕ (−b1) . Realizando a rotação da figura em torno do eixo
(OX), define –se o volume da seguinte maneira:
b θ2
2 2
V x = π ∫ [ f ( x)] dx = π ∫ [ψ (θ )] ϕ ′(θ )dθ
a θ1

Estude com atenção o exemplo que se segue.


160 Índice

Calcule o volume do sólido definido pela rotação do eixo (OX) da curva

da equação cartesiana y ) f ( x) = a 2 − x2 ; a ∈ ℜ+
Resolução:
A curva representativa da equação corresponde a meia circunferência de
Exemplo
centro O e raio a no qual y toma valores positivos

Considerando uma parametrização da curva tal que:


 x = a cos θ
 θ ∈ [− π ,0]
 y = a senθ
θ2 0 2
2
V x = π ∫ [ψ (θ )] ϕ ′(θ )dθ = π ∫ [asenθ ] (−asenθ )dθ
θ1 −π
0 0
− πa 3 ∫ sen 3θdθ = −πa 3 ∫ sen 2θ .senθdθ
−π −π
0
= −πa 3 ∫ (1 + − cos 2 θ ) senθdθ = −πa 3 ∫ ( senθ − senθ . cos 2 θ )dθ
−π
0
 1  4
= −πa − cos θ + cos 3 θ  = πa 3
3

 3  −π 3

Mais uma vez , tem em seguida a seguinte actividade. Resolva – a.


Achar os volumes dos corpos, formados pela rotação da superfície
limitada pelas curvas y = e x x = 0 e y = 0 , em torno do eixo
a) Do eixo OX
Actividade b) Do eixo OY
π
Solução: a) v x = b) v y = 2π
2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 161

Sumário
Nesta lição você aprendeu o cálculo de volumes de corpos de revolução.
Essencialmente o cálculo depende do uso das definições seguintes:
b
2
V x = π ∫ [ f ( x)] dx Quando definido por uma
a

∫ [( f ]
2 2
função; V x = π 2 ( x) ) − ( f 1 ( x) ) dx quando o sólido é definido por

duas funções e quando a curva é definida na forma


b θ2
2 2
paramétrica V x = π ∫ [ f ( x)] dx = π ∫ [ψ (θ )] ϕ ′(θ )dθ
a θ1

Terminado o desenvolvimento teórico da lição. Em seguida apresentam-


se os exercícios de consolidação. Aconselhamos que os resolva. Sempre
que possível deve representar a figura correspondente ao problema
colocado pois, isso vai facilitar a determinação os limites de integração.

Exercícios
Calcule o volume dos seguintes corpos de revolução obtidos por uma
rotação da região plana definida pela curva abaixo em torno do eixo (Ox)
a) f ( x) = − x + 2 x ∈ [0,1] b) f ( x) = x 2 + 1 x ∈ [0,2] y = 0
Auto-avaliação 23
x2
c) f ( x) = 9 − x 2 x ∈ [0,3] y = 0 d) f ( x) = 6 − e y=2
4
2 2 2
e)Astróide dada pela equação x + y = a a ∈ ℜ +
3 3 3

Feedback
Solução:

7 260 144π 32π a 3


a) π b) π c) 18π d) e)
3 15 5 105
162 Índice

Lição 24

Comprimento de uma curva plana

Introdução
Nesta lição você vai estudar sobre o comprimento de uma curva plana
em coordenadas rectangulares, paramétricas e polares.

É uma lição que pode ser estudada em 3 horas de tempo sendo 1h.30 min
para a leitura do texto e a outra metade para resolução de exercícios. Aqui
também, aconselhamos um intervalo após a leitura do texto

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Calcular o comprimento de uma curva em coordenadas rectangulares


 Calcular o comprimento de arco de uma curva em coordenadas
polares e paramétricas
Objectivos

Caro estudante, acompanhe em seguida como se calcula em coordenadas


rectangulares o comprimento de arco.

Comprimento de arco de uma curva plana

Curva dada em coordenadas rectangulares


Consideremos a curva da equação y = f (x) definida em coordenadas
cartesianas.
Pretendemos determinar o seu comprimento para os valores de x ∈ [a, b ]

y A2 Ai −1
A1 1 Ai
A0 ∆x i

x
a = x0 x1 x2 xi −1 xi xn = b
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 163

Vamos dividir o intervalo [a, b ] em n sub intervalos.

x0 = a , x1 , x 2 , xi −1 , xi ,⋅ ⋅ ⋅, x n = b

Sejam: A0 A1 , A1 A2 ,⋅ ⋅ ⋅, An −1 An , os comprimentos das cordas


elementares que representamos respectivamente por:
∆S1 ; ∆S 2 ; ⋅ ⋅⋅; ∆S n
n
Comprimento da linha poligonal vem: S n = ∑ ∆S
i =1
i

O comprimento do arco A0 An é o limite de S n , quando cada intervalo


tende para zero, ou, o que é o mesmo, quando o número de intervalos
tende para o infinito.
n
S = lim S n = lim
n → +∞ n→ +∞
∑ ∆S
i =1
i (1)

2 2
Do triângulo rectângulo vem: ∆s 2 = ∆xi + ∆y i2 ⇒ ∆s i = ∆xi + ∆y i2
2
 ∆y 
= 1 +  i  ∆xi (2)
 ∆xi 
Substituíndo (2) em (1) vem:
2
n n
 ∆y 
S = lim S n = lim ∑ ∆S i = lim ∑ 1 +  i  ∆xi ⇒
n → +∞ n→ +∞
i =1
n → +∞
i =1  ∆xi 

b 2
 dy 
S=∫ 1 +   dx → Comprimento de arco de uma curva definida em
a  dx 
coordenadas cartesianas (rectangulares)

Veja o exemplo
Determine o comprimento de arco da circunferência de equação
x2 + y2 = r 2
Resolução:
dy x
Exemplo De: x 2 + y 2 = r 2 ⇒ y = r 2 − x2 ⇒ =−
dx r 2 − x2
Atendendo à simetria e à frmula que nos dá o comprimento do arco
164 Índice

1
x2
r r r
r r
s = 4∫ 1+ 2 2
dx = 4 ∫ dx = 4r ∫ dx
0 r −x 0 r − x2
2
0  x
2

1−  
r
r
  x  π
4r arcsen  = 4r = 2πr
  r  0 2

Como tem sido característico, tem em seguida uma oportunidade para


verificar se percebeu o exemplo dado anteriormente, e daí prosseguir com
a lição.
3
Achar o comprimento de arco da curva y = x 2 de x = 0 a x = 5

335
Actividade Solução:
27

Curvas em coordenadas paramétricas

Consideremos a curva definida por:

x = g (t ) e y = h(t ) . Já vimos que ds = dx 2 + dy 2 (1)


Dividindo ambos membros de (1) por dt, vem:
2 2
 dx   dy 
ds =   +   dt .
 dt   dt 
Desta maneira o comprimento de arco da curva é
t2 2 2
 dx   dy 
L=∫   +   dt
t1  dt   dt 
Para poder fixar a ideia veja o exemplo seguinte

Determine o comprimento da curva definida por x =t −sente y =1−cost

para t ∈ [0,2π ]

Resolução:
Exemplo
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 165

t2 2 2 2π
 dx   dy 
L=∫   +   dt = ∫ (1 − cost ) 2 + sen2t dt
t1  dt   dt  0
2π 2π


0
1 − 2 cost + cos2 t + sen2t dt = ∫
0
2 − 2 cost dt

2π 2π 2π 2π
t t  t
= ∫
0
2 1 − cost dt = ∫ 2 ⋅ 2 ⋅ sen dt = 2 ∫ sen = −4cos  = 8
0
2 0
2  2 0

x 1 − cos x x
sen = ⇒ 2 ⋅ sen = 1 − cos x
2 2 2

Tome Nota!
Para este caso vamos também apresentar uma actividade

1-calcular o comprimento de arco da curva x = t 2 , y = t 2 desde

t=0 a t=4

8
Actividade Solução:
27
(
37 37 − 1 )

Sumário
Nesta lição você aprendeu o cálculo de comprimento de arco em
coordenadas rectangulares, paramétricas. O cálculo em coordenadas
b 2
 dy 
rectangulares é feito com ajuda da relação, S = ∫
a
1 +   dx
 dx 
t2 2 2
 dx   dy 
L=∫   +   dt → Coordenadas paramétricas
t1  dt   dt 
A seguir apresentamos-lhe os exercícios de consolidação. Resolva-os e
confira sempre as suas respostas com as soluções propostas. Estes
exercícios são essencialmente de aplicação directa das fórmulas, pelo que
julgamos que não haverá muitas dificuldades. Tenha em atenção caro
estudante o cálculo de derivadas pois é um dos pré-requisitos
fundamentais para que possa alcançar os objectivos pretendidos.
166 Índice

Exercícios
1- Determine o comprimento da catenária da equação

a  a − 
x x
a 
e + e  desde x = 0 até x = a
2  
Auto-avaliação 24
2-Calcuar o comprimento das seguintes curvas:
x2
a) f ( x) = x ∈ [0,1]
2
b) f ( x) = x x ∈ [0,9]
3
1
c) f ( x) = (1 + 2 x) 2 x ∈ [1,3]
2
3- Calcular o comprimento das curvas dadas na forma paramétricas

 1
x = cos 3 θ + senθ
 2  π
a)  θ ∈ 0, 
 y = sen 3θ + 1 cos θ  2
 2
 x = a (θ − senθ )
b)  θ ∈ [0,2π ]
 y = a (a − cos θ )
4- Calcular o comprimento das curvas dadas na forma polar
θ  3 
a) ρ = a sen 3 θ ∈ 0, π 
3  2 
b) ρ = θ θ ∈ [0 , 2π ]
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 167

Feedback
Solução:

1  1
1. a e − 
2  e

1 3 1
2. a)
2
( 2 + ln(1 + 2 ) ) b)
4
c)
3
(16 2 − 8 )
6−π
3. a) b) 8 a
4
3 1
4. a) aπ b) π 1 + 4π 2 + ln 2π + 1 + 4π 2
2 2
168 Índice

Lição 25

Coordenadas do centro de
gravidade

Introdução
Nesta lição você vai aprender a calcular o centro de gracilidade de áreas
planas. É altamente desejável, em física e mecânica, considerar uma
dada massa como concentrada num ponto denominado centro de
gravidade. Num corpo homogéneo (massa por unidade de volume é
constante através de todo corpo) esse ponto coincide com o centro
geométrico. Por exemplo o centro de gravidade de uma bola de borracha
homogénea coincide com o centro da bola, considerada como sólido
geométrico.

Esta lição pode ser estudada em 3 duas horas de tempo incluindo, a


resolução de exercícios. Nesta lição aconselhamos ao estudante 20
minutos de intervalo após a leitura do texto.

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Calcular o centro de gravidade de figuras planas

Objectivos

Como já nos referimos na introdução, vamos nesta lição a prender como


calcular o centro de gravidade de uma figura plana. Acompanha o
desenvolvimento da lição
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 169

Coordenadas de Centro de Gravidade de uma figura plana

Centro de gravidade de uma curva plana pesada

Seja dado no plano oxy um sistema de pontos materiais

P1 ( x) , P2 ( x),⋅ ⋅ ⋅, Pn ( x) ,

de massas m1 , m2 ,⋅ ⋅ ⋅, m n . Chama- se aos produtos xi ⋅ mi e y i ⋅ mi

momentos estáticos de massa mi em relação aos eixos oy e ox

Sejam xc e y c o centro de gravidade do sistema, dado por


n

x1 m1 + x 2 m 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + x n mn ∑x m
i =1
i i
xc = = n
m1 + m 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + mn
∑m
i =1
i

y1m1 + y 2 m 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + y n mn ∑y m
i =1
i i
yc = = n
m1 + m 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + mn
∑mi =1
i

Para as coordenadas de centro de gravidade ( x, y ) de um arco regular da


curva plana y = f (x) ; ( a ≤ x ≤ b ) que une os pontos A(a, f (a )) e

B (b, f (b)) , temos


b b
2
∫ xds
a
∫x
a
1 + [ f ′( x )] dx
x= b
= b
2
∫ ds
a

a
1 + [ f ′( x )] dx

b b
2
∫ yds
a
∫ f ( x)
a
1 + [ f ′( x)] dx
y= b
= b
2
∫ ds
a

a
1 + [ f ′( x)] dx

A seguir aprsentamos um exemplo que vai ajudar a perceber os


procedimentos de cálculo.
170 Índice

Determinar as coordenadas do centro de gravidade da semi –


circunferência x 2 + y 2 = a 2 , que se encontra por cima do eixo ox.
Resolução:
Exemplo 2
2 2  dy  x
y = a − x ⇒ dy = − , ds = 1 +   dx
2
a −x 2
 dx 
a
Assim ds = dx
a − x2
2

b b a
axdx

2
∫ xds
a
∫ x 1 + [ f ′( x)] dx
a −a [ 2
a 2 − x 2 = − a a − x −a
2
]
a

xc = = =
b b
2
a
dx [arcsenx]a−a
∫ ds
a

a
1 + [ f ′( x)] dx ∫
a a2 − x2
0
=0
πa
Determinemos agora y c
b b a
2 a
∫ yds
a

a
f ( x) 1 + [ f ′( x )] dx ∫
−a
a2 − x2
a − x2
2
yc = b
= b
=
2 πa
∫ ds
a

a
1 + [ f ′( x)] dx

2
2a 2a
= =
πa π
coordenadas
Caro estudante, tem em seguida uma actividade que vai a judar verificar
se percebeu ou não o exemplo anterior

Achar o centro de gravidade do arco do primeiro quadrante do


circulo x 2 + y 2 = 25
Solução:
Actividade  10 10 
C , 
π π 

Centro de gravidade de uma figura plana simples


Suponhamos que a figura dada é delimitada pelas curvas y = f 1 ( x) e

y = f 2 ( x)
x = a e y = b e representemos a figura
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 171

Dividamos a figura dada em secções paralelas pelas rectas


x = x1 ,⋅ ⋅ ⋅, x = x n = b de larguras ∆x1 , ∆x 2 ,⋅ ⋅ ⋅, ∆x n .A massa de cada
secção é igual ao produto da sua área pela densidade δ .

Dado que cada secção do rectângulo e base ∆xi e de altura

xi −1 + xi
f 2 (ε i ) − f 1 (ε i ) , em que ε i = , a massa desta secção será
2
aproximadamente igual
∆mi = δ [ f 2 (ε i ) − f 1 (ε i )]∆xi ( i = 1,2,3,..., n ).
O centro de gravidade desta secção encontra –se aproximadamente no
centro do rectângulo correspondente
f 2 (ε i ) + f 1 (ε i )
( xi ) c = ε i ; ( y i ) c = ~
2
Como
n n

∑ x i mi
i =1
∑ε δ [ f
i =1
i 2 (ε i ) − f1 (ε i )]∆xi
xc = n
⇒ xc =
∑m
i =1
i ∑δ [f 2 ]
(ε i ) − f 1 (ε i ) ∆xi

n
1 n
∑y m
i =1
i i ∑ [ f 2 (ε i ) + f1 (ε i )]δ [ f 2 (ε i ) − f1 (ε i )]∆xi
2 i =1
yc = n
⇒ yc = n

∑m
i =1
i ∑δ [ f
i =1
2 (ε i ) − f 1 (ε i )]∆xi

Passando para limite quando ∆xi → 0


172 Índice

b b
1
∫ x[ f 2 ( x) − f1 ( x)]dx 2a∫ [
f 22 ( x) − f 12 ( x) dx ]
xc = a
b
e yc = b

∫ [ f 2 ( x) − f1 ( x)]dx
a
∫[f
a
2 ( x) − f 1 ( x)]dx

Veja um exemplo do cálculo do centro de gravidade


Determinar as coordenadas do centro de gravidade do segmento da
parábola y 2 = ax , cortada pela recta x = a
Resolução:
Exemplo Observe a figura

Neste caso dado que f 2 ( x) = ax e f ( x) = − ax


a
b a  4 52 
1 a 3

∫a x[ f 2 ( x) − f1 ( x)]dx ∫0 2 x ax 2a ∫0 x dx  5 a  02 2

xc = b = a = 1a 3 = 3
4 2 a
∫a 2
[ f ( x ) − f 1 ( x ) ]dx ∫0 2 ax a 2
∫0 x 2
dx
5
x 0

3
a
5
O y c = 0 (dado que o segmento é simétrico em relação ao eixo ox).
Apresentamos em seguida uma actividade

Determinar o centro de gravidade duma área plana limitada delimitada


pelas parábolas y 2 = 20 x e x 2 = 20 y

Actividade Solução: (9,9)


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 173

Sumário
Nesta lição você aprendeu a calcular o centro de gravidade de uma figura
plana simples e pesada.
Para figura plana pesada temos
b b
2
∫ xds
a
∫x
a
1 + [ f ′( x )] dx
x= b
= b
2
∫ ds
a

a
1 + [ f ′( x )] dx

b b
2
∫ yds
a
∫ f ( x)
a
1 + [ f ′( x)] dx
y= b
= b
2
∫ ds
a

a
1 + [ f ′( x)] dx

Para figura plana simples


b b
1
∫ x[ f 2 ( x) − f1 ( x)]dx 2 ∫a
[
f 22 ( x) − f 12 ( x) dx ]
xc = a
b
e yc = b

∫[f
a
2 ( x) − f 1 ( x)]dx ∫[f
a
2 ( x) − f 1 ( x)]dx

Terminamos o desenvolvimento teórico da lição. A seguir, vamos


apresentar os exercícios de consolidação. Como tem sido habitual nas
nossas lições deve, nesta lição, resolver todos exercícios e conferir
sempre as suas soluções. Em caso de dificuldades aconselhamos a rever a
lição principalmente os exemplos dados. Se as dúvidas persistirem queira
consultar o seu Tutor

Exercícios
1. Determinar o centro de gravidade do quarto círculo da

x2 y2
elipse + = 1( x ≥ 0 e y ≥ 0)
a2 b2
Auto-avaliação 25 2. Determinar da gravidade da figura limitada pela parábola
x 2 + 4 y − 16 = 0 e eixo ox
3. Determinar o centro de gravidade duma metade de esfera.
4. Determinar o centro de gravidade da superfície duma semi – esfera
174 Índice

5. Determinar o centro de gravidade de uma superfície plana limitada


pelas curvas y = senx (0 ≤ x ≤ π )

Feedback
Solução:

 4a 4b 
1.  , 
 3π 3π 

 8
2.  0, 
 5

3
3. Sobre o eixo da simetria, à distncia R
8

R
4. Sobre o eixo da simetria, à distncia da base
2
π π 
5.  , 
2 8

− G. Baranenkov, B. Demidovitch, Problemas e Exercícios de Análise


Matemática, 4ª Edição, Editora Mir, 1977;
− Di pierro Neto, Scipione, Matemática 2º Grau, São Paulo: Scipione

Leitura autores e Editores, 1984.


− Spiegel, Murray R., Calculo Avançado, Colecção Schaum, Editora
McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1971.
− D. M. Fleming, M. B. Gonçalves, Cálculo A, Makron Books do
Brasil Editora Lda. E Editora da UFSC, 1992.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 175

Unidade 3

Séries Numéricas e de Potências

Introdução

Nesta unidade você vai aprender as séries numéricas e de potênciasTrata-


se de uma extensão do conceito de sucessão. Nesta unidade vai -se dar
um enfoque sobre as séries infinitas tão completo quanto possível em
texto de cálculo elementar.

Esta unidade vai ser estudada em 20 horas divididas em 6 lições.

Tempo de estudo da
Unidade: 20:00 Horas
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Analisar a convergência de séries numéricas e funções

 Analisar a convergência das séries de potências


Objectivos
 Integrar as séries de potências e aplicar as séries de potências no
estudo de cálculo aproximado
176 Índice

Lição 26

Séries numéricas

Introdução

Nesta lição você vai estudar o conceito de série numérica, bem como os
conceitos fundamentais que acompanham o estudo de uma série. Trata –
se de uma lição introdutória pelo que o seu acompanhamento é
fundamental.

Esta lição poderá ser estudada em 3 horas, incluindo a resolução de


exercícios. Terminado o estudo teórico, pode ter um intervalo de cerca de
20 minutos se o desejar e, daí partir para os exemplos.

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

Definir o conceito da série numérica

Definir, sucessão associada a uma série, resto de uma série


Objectivos Analisar as série Aritméticas e geométricas e de Mengoli

Como já foi referenciado na parte introdutória, nesta lição você vai


aprender os conceitos de série numérica bem como os elementos
fundamentais que acompanha o estudo de uma série. Acompanhe o
desenvolvimento
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 177

Séries Numéricas

Consideremos a sucessão:

u1 , u 2 , u 3 , ⋅ ⋅⋅, u n , A sucessão de termo geral u n .

Chama –se série numérica à expressão que se obtém somando todos os


termos da sucessão.


Escreve –se u1 + u 2 + u 3 + ... + u n + ... = ∑u
n =1
n (1)

Vrefique o exemplo que se segue que mostra como determinar o termo


geral de uma série.

Considere a série representada pelos três primeiros termos

1 1 1
+ + + ⋅ ⋅ ⋅ Determine o seu termo geral
Exemplo
3 15 35

Resolução:

Os três primeiros termos podem ser escritos da seguinte maneira

1 1 1 1
s= + + + ⋅ ⋅ ⋅ logo o termo geral é
1 ⋅ 3 3.5 5 ⋅ 7 (2n − 1)(2n + 1)

Desta maneira a série escreve –se

1 1 1 1
s= + + + ⋅⋅⋅ + + ⋅⋅⋅
1 ⋅ 3 3.5 5 ⋅ 7 (2n − 1)(2n + 1)

Aoresentamos em seguida a seguinte actividade de modo que você


verifique se percebeu a determinação do termo geral da série.

Considere a série representada pelos três primeiros termos

1 2 3
+ + + ⋅ ⋅ ⋅ Determine o seu termo geral
3 5 7
Actividade

n
Solução:
2n + 1
178 Índice

Definição

Chama - se soma parcial à dois n primeiros termos da série. A soma


n
parcial escreve -se s n = u1 + u 2 + u 3 + ⋅ ⋅ ⋅ + u n = ∑u
i
i

Consideremos as seguintes somas parciais

s1 = u1
s 2 = u1 + u 2
s3 = u1 + u 2 + u 3
⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅
s n = u1 + u 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + u n

Se o seguinte limite existir e for finito:

s = lim s n , chama – se soma da série (1) e diz –se que a série é


n →∞

convergente.

Se o limite não existir (por exemplo s n → ∞ quando n → ∞ ) diz – se


que a série diverge

Veja em seguida um exemplo do cálculo da soma de uma série

1 1 1 1
1. Calcular a soma das série s = + + + ⋅⋅⋅ + + ⋅⋅⋅
2 6 12 n(n + 1)

Resolução:

Exemplo Vamos considerar a sucessão das somas parciais


1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
s1 = s 2 = + , s3 = + + ; s4 = + + + ⋅⋅⋅
2 2 6 2 6 12 2 6 12 20
1 1 1 1
sn = + + + ⋅ ⋅ ⋅ +
2 6 12 n(n + 1)

1 1 1 1
2. Calcular a soma das série s = + + + ⋅⋅⋅ + + ⋅⋅⋅
2 6 12 n(n + 1)

Resolução:

Vamos considerar a sucessão das somas parciais


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 179

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
s1 = s 2 = + , s3 = + + ; s4 = + + + ⋅⋅⋅
2 2 6 2 6 12 2 6 12 20
1 1 1 1
sn = + + + ⋅ ⋅ ⋅ +
2 6 12 n(n + 1)

Assim temos:

1 2 3 4 n
s1 = s 2 = , s3 = , s 4 = …, s n =
2 3 4 5 n(n + 1)

Como foi possível determinar – se s n vamos calcular o limte.

n
lim = 1 = s . A soma da série é igual a 1, valor finito. Logo, a
n →∞ n(n + 1)
série é convergente.

Para verificar se você percebeu o exemplo anterior, tem em seguida a


seguinte actividade


1
Calcular a soma da série ∑ n(n − 1)
n =0

Solução: 1
Actividade

Resto de uma série

Consideremos a série u1 + u 2 + u 3 + ... + u n + u n +1 + u n + 2 + ⋅ ⋅ ⋅ e seja

n
s n = u1 + u 2 + u 3 + ⋅ ⋅ ⋅ + u n = ∑ u i e Rn = u n +1 + u n + 2 + ⋅ ⋅ ⋅
i

A Rn da- se o nome de resto de ordem n.

Desta forma S = S n + Rn
180 Índice

Como já vimos a série é convergente e tem por soma S , e sendo


n
lim = S vem por definição de limite de uma sucessão
n → ∞ n ( n + 1)

S − Sn < δ

De S = S n + Rn ⇒ S − S n = Rn . Desta maneira S − S n = Rn . Sendo

S − S n < δ ⇒ Rn < δ

Para que uma série seja convergente é necessário que o resto de ordem n
seja um infinitésimo

Séries Geométricas

Chama – se série geométrica a toda a série em que é constante o


quociente entre um termo e o seu antecedente e representa – se por

a + aq + aq 2 + aq 3 + ⋅ ⋅ ⋅ + aq n −1 + ⋅ ⋅ ⋅

a − aq n a aq n
Sn = ou S n = −
1− q 1− q 1− q

1. Se q < 1 ⇒ q n → 0 quando n → ∞ e por conseguinte

a aq n a
lim S n = lim( − )=
n →∞ n →∞ 1 − q 1− q 1− q

Assim, quando q < 1 a série geométrica é convergente

2. Se q >1 qn → ∞ quando n→∞ e

a − aq n
Sn = → ±∞ quando n → ∞ isto é lim S n , não existe.
1− q n →∞
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 181

Assim q > 1 a série geométrica diverge

3. se q = 1 a série geométrica escreve – se a + a + a + ... = na

lim S n = lim na = ∞ . A série diverge.


n →∞ n →∞

4. Se q = −1 a série deixa -se escrever da seguinte maneira

a − a + a − a + a − ... = (−1) n +1 a

0 , n par
Sn =  , S n não tem limite, a série diverge
a , n impar

A seguir apresentamos um exemplo que mostra como se analisa a


convergência de uma série.

1. Determine a natureza da série e a sua soma caso seja convergente


2
∑3
n =1
n +1

Exemplo
Resolução:


2 2 2 2
∑3
n =1
n +1
= + + + ⋅⋅⋅
9 27 81

1
Trata – se duma série geométrica de razão q = < 1 . A série é
3
convergente.

2
a 9 1
S= = =
1− q 1 3
1−
3

2. Considere a dízima infinita 0,1(6) . Escreva –a na forma de fracção

Resolução:

0,1(6) = 0,1666... = 0,1 + 0,06 + 0,006 + 0,0006 + ...


182 Índice

Podemos verificar que a partir do segundo termo temos uma série


1
geométrica de razão . Assim temos
10

  1 n 
0,06 1 −   
  10  
S n = 0,06 + 0,006 + 0,0006 + ... =
1
1−
10

0.06 1
lim S n = S = =
n →∞ 1 15
1−
10

Finalmente

1 1
0,1(6) = 0,1666... = 0,1 + =
15 6

No exemplo anterior mostrou- se como se analisa a convergência de uma


série geométrica bem como a transformação de dízimas infinitas
períodicas em fracções. Desta maneira vamos a presentar uma actividade
para que você possa avaliar o seu grau de percepção


a) A série ∑2
n =1
2n
⋅ 31− n é convergente ou divergente?

Actividade b) Escreva o número 2,317 como uma fracção de números inteiros

Solução:

1147
a) Diverge b)
496

Séries Aritméticas


Consideremos a série ∑u
n =1
n = u1 + u 2 + ⋅ ⋅ ⋅ , tal que

⋅ ⋅⋅ = u 3 − u 2 = u 2 − u1 = r . Uma série com estas características


denomina – se série aritmética
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 183

u1 + u n
Sn = ×n
2

lim S n = ∞ . Para qualquer que seja a série aritmética é divergente


n →∞

Séries de Mengoli


Vamos considerar a série ∑u
n =1
n . Se for possível escrever

u n = f (n) − f (n + 1) vem :

∞ ∞

∑ u n = ∑ [ f (n) − f (n + 1)]. As séries deste tipo denominam – se


n = 41 n =1

séries de Mengoli

Apresentamos em seguida um exemplo do estudo de convergência de


uma série de Mengoli.


1
Estudar a natureza da série ∑ (n + 1)(n + 2)
n =1

Resolução:
Exemplo
1º. Vamos calcular a soma da série. Para isso vamos decompor o termo
geral da série

1 A B
= + . Achando o mesmo denominador vem
(n + 1)(n + 2) n + 1 n + 2

An + 2 A + Bn + B = 1 ⇔ ( A + B)n + 2 A + B = 1

 A+ B = 0 A = 1
 ⇔
2 A + B = 1  B = −1

1 A B 1 1
Assim: = + = − . Desta forma
(n + 1)(n + 2) n + 1 n + 2 n + 1 n + 2
184 Índice


1 n
 1 1 
∑ (n + 1)(n + 2) = ∑  n + 1 − n + 2  .Trata
n =1 n =1
–se de uma série de

Mengoli

Para o cálculo da soma vamos estender a S n

1 1 1 1 1 1 1 1   1 1 
Sn =  −  +  −  +  −  + ⋅ ⋅ ⋅ +  + + − 
 2 3 3 4  4 5  n n +1  n +1 n + 2 
Desembaraçando de parênteses

1 1
Sn = −
2 n+2

2º Análise de convergência

1 1  1
lim − =
n →∞ 2 n+2 2

1
A série é convergente e a sua soma é igual a
2

A seguir apresentamos uma actividade para você poder avaliar se


percebeu o texto. Se chregar a conclusão de que realmente percebeu,
parte para a resolução de exercícios de auto avaliação

Determine se a série é convergente ou divergente


1 ∞
1
a) ∑2
n =1
n −1
b) ∑ n(n + 3)
n =1
Actividade

Solução:

a) Convergente. Limite da soma é igual 2

11
b) Convergente. Limite da soma é igual
18
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 185

Sumário
Nesta lição você aprendeu a definição de série numérica, somas parciais,
bem como o estudo das séries aritméticas, geométricas e de Mengoli.

Para esta lição tomou -se como essencial o estudo da soma da série.
Quando o limite da soma for igual a um número real, a série é
convergente, caso contrário ela é divergente.

Terminado o desenvolvimento teórico da lição, vamos em seguida


apresentar os exercícios de auto-avaliação. Resolva – os todos.
Esperamos que não tenha problemas ao longo da resolução dos mesmos.
Contudo, em caso de dificuldades, repita a lição. Se as dúvidas
persistirem queira consultar o seu Tutor.

Exercícios

1. Escreva na forma mais simples o termo de ordem n das seguintes


séries

Auto-avaliação 26 1 1 1 1 1 1
a) 1 + + + + ⋅⋅⋅ b) + + + ⋅⋅⋅
3 5 7 2 4 6

2 3 4 1 1 1
c) 1 + + + + ... d) 1 + + + + ...
2 4 8 4 9 16

3 4 5 6 2 4 6 8
e) + + + .... f) + + + + ...
4 9 16 25 5 8 11 14

1.3 1.3.5 1.3.5.7


g) 1 + + + + ...
1.4 1.4.7 1.4.7.10

2. Use a série de Mengoli para calcular a soma da série


1
∑ (n + 1)(n + 2)(n + 3)
n =1
186 Índice

3. Representar na forma de fracção as seguintes dízimas infinitas


periódicas

a)0,333… b)1,234234234… c)0.46534653….

Feedback
Solução:

1 1 n 1 n+2 2n
1. a) b) c) n −1 d) 2 e) 2
f)
2n − 1 2n 2 n (n + 1) 3n + 2
1.3.5...(2n − 1)
g)
1.4.7...(3n − 2)

1
2. Convergente. Limite da soma é igual
12

1 137 47
3. a) b) c)
3 111 101
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 187

Lição 27

Critérios de convergência de uma


série

Introdução

Nesta lição vai aprender os critérios de convergência de uma série. Os


critérios de convergência, ajudam -nos a classificar uma série sem
primeiro passar pelo cálculo da soma. Esta lição poderá ser estudada em 4
horas, incluindo a resolução de exercícios.

Esta lição precisa de muito tempo de estudo pelo que depois de 2 horas
de trabalho deverá interroper a lição para um interevalo de cerca 30
minutos.

Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Classificar uma série quanto à convergências

 Aplicar os critérios de convergência para analisar a convergência de


Objectivos série

 Aplicar a condição necessária e suficiente para analisar a


convergência de uma série

 Aplicar o critério de comparação para analisar a convergência de uma


série.

Caro estudante, até ao momento analisamos a convergência de uma série


com ajuda da soma parcial, o que nem sempre é praticável. Veja em
seguida os critérios que vão facilitar o estudo de uma série.
188 Índice

Vamos iniciar o nosso estudo com critério geral de convergência de uma


série

Critério Geral de convergência de uma série

Teorema Geral de Cauchy


A condição necessária e suficiente para que uma série ∑u
n =1
n seja

convergente é que, para quaisquer n, p ∈ N se tenha S n + p − S p < δ para

qualquer que seja δ > 0 (com δ tão pequeno quanto se quiser).

Demonstração

Seja S = u1 + u 2 + u 3 + ⋅ ⋅ ⋅ + u n + ⋅ ⋅ ⋅ + u p + ⋅ ⋅ ⋅ + u n + p + ⋅ ⋅ ⋅

Então

S n + p − S n = u n +1 + u n + 2 + u n + 3 + ...u n+ p < δ

Assim conclui – se que uma série é convergente se e só se a soma de um


número qualquer de parcelas ( por muito grande que seja ) é um
infinitésimo

Corolário-1

Uma condição necessária para que uma série seja convergente é que
o seu termo geral u n seja um infinitésimo

S = u1 + u 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + u n −1 + u n + ⋅ ⋅ ⋅

De S n − S n −1 < δ ⇒ u n < δ ⇔ lim u n = 0


n →∞

Corolário-2

Se o termo geral u n duma série não tender para zero quando n → ∞ ,


a série é divergente.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 189

Veja em seguida o exemplo que acompanha o corolário anterior:

1 2 3 n
Analisar a convergência da série + + + ... + + ....
3 5 7 2n + 1

Resolução:
Exemplo

n
O termo da geral da série é u n =
2n + 1

Cálculo do limite

n 1
lim = ≠ 0 .logo pelo corolário 2 a série é divergente.
n →∞ 2n + 1 2

Tem em seguida uma actividade, resolva – a


2n
Analisar a convergência da série ∑ 3n + 1
n =1

Solução: Divergente
Actividade

O facto de o limite ser igual a zero, não implica, necessariamente


que a série seja convergente, daí a razão de condição necessária.
Veja o caso da série seguinte:

Série Harmonica


1
∑n
Chama – se série harmónica a série n =1

A série harmónica é divergente.

Demonstração

Vamos aplicar o critério geral de convergência

1 1 1 1
Seja s = 1 + + .... + + + ... + + ...
2 n n +1 2n
190 Índice

Para aplicarmos o critério geral de Cauchy façamos p = n . Assim


calculemos

1 1 1 1 1 1 1 1 1
S 2n − S n = + + ... + > + + + ...+ = n⋅ =
n +1 n + 2 2n 2n 2n 2n 2n 2n 2

1
S 2n − S n >
Assim; 2 o que contradiz a condição necessária e
suficiente. A série Diverge.

Séries de termos não negativos

Comparação de das séries com termos positivos

∞ ∞
Sejam ∑ u n (1) e
n =1
∑v
n =1
n (2) duas séries de termos não negativo, se a

partir de uma certa ordem u n ≤ v n , e

∞ ∞
a) se ∑v
n =1
n converge também converge a série ∑u
n =1
n

∞ ∞
b) Se ∑ u n diverge também diverge a série
n =1
∑v
n =1
n

Demonstração

n n
a) Designemos por s n = ∑u i =1
i e por σ n = ∑v
i =1
i as somas parciais.


Como u n ≤ v n ⇒ s n ≤ σ n . Como a série ∑v n =1
n converge as suas

somas parciais tem limites e, é lim σ n = σ . Sendo positivos os


n →∞

termos das séries (1) e (2), tem –se σ n < σ .

Assim demonstramos que as somas parciais s n são limitadas.


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 191

Nota que quando n cresce, a soma parcial s n cresce, e resulta do


facto que a sucessão das somas parciais é limitada quando tem um
limite lim s n = s , e evidentemente, s < σ .
n →∞

Corolário do Critério de Comparação

∞ ∞
Consideremos ∑u
n =1
n e ∑v
n =1
n

un
1. Se: lim → k ≠ 0, ∞ as séries são da mesma natureza
n →∞ vn

∞ ∞
un
2. Se lim
n →∞ v
→ 0 e se ∑ vn é convergente também
n =1
∑u
n =1
n é
n

convergente.

∞ ∞
un
3. lim
n →∞ v
→∞ e se ∑ vn é divergente também
n =1
∑u
n =1
n é
n

divergente.

Para se estabelecer o critério de comparação vamos relacionar a série


dada com de natureza conhecida.

As séries que normalmente se utilizam são as geométricas e, as de



1
forma ∑ nα
n =1
conhecidas como séries de DIRICHELET


1
∑ nα
A série de Dirichelet n =1 é convergente se α > 1 e é divergente se
α ≤1

Veja um exemplo que mostra aplicação do critério de comparação com a


série de Diricheclet.
192 Índice


n +1
Estudar a natureza da série ∑
n =1 3n 3 + 2

Exemplo Resolução:

Vamos comparar com a série de Dirichelet

n +1
un 3n 3 +
Façamos lim
n→ ∞ v
= lim
n→ ∞ 1
n

O valor de α é escolhido para que venha um limite diferente de zero


ou infinito (se possível)

Para que isso aconteça, o valor de alfa é determinado pela diferença


de expoentes entre o denominador e o numerador do termo geral da
série

Assim:

O numerador é n + 1 . O seu expoente é 1

1
3
( )
O denominador é 3n 3 + 2 2 . O expoente é
2

n +1
3n 3 + 2 (n + 1) n 1
Desta maneira lim = lim = ≠ 0, ∞
n→∞ 1 n→∞
3n 3 + 2 3
1

n2


1
As séries são da mesma natureza e porque ∑
n =1
1
(série de
2
n
comparação) é divergente, também a série dada é divergente

Terminado o desenvovimento teórico, vamos em seguida apresentar


as actividades para você caro estudante avaliar o seu grau de
compreensão
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 193

Estudar a convergência das séries


1 ∞ ∞
n+2
a) ∑ 2
n =0 n + 4
b) ∑ un = ∑
3
Actividade n =1 n =1 n7

Solução:

a) convergente b) Convergente

Sumário
Nesta lição você aprendeu o critério geral de convergência de uma série

que diz: A condição necessária e suficiente para que uma série ∑u
n =1
n

seja convergente é que, para quaisquer n, p ∈ N se tenha S n + p − S p < δ

para qualquer que seja δ > 0 (com δ tão pequeno quanto se quiser).
Também foi tratada nesta lição o critério de comparação para séries de
termos positivos que consiste no seguinte

∞ ∞
Sejam ∑u
n =1
n e ∑v
n =1
n duas séries de termos não negativo, se a partir

de uma certa ordem u n ≤ v n , e

∞ ∞
se ∑v
n =1
n converge também converge a série ∑u
n =1
n

∞ ∞
Se ∑u
n =1
n diverge também diverge a série ∑v
n =1
n

Mais uma vez terminamos com o desenvolvimento teórico de uma lição.


Em seguida vamos, como é de costume, apresentar os exercícios de auto-
avaliação. Resolva-os. Faça o esforço para chegar as respostas propostas
no fim dos exercícios. Se tiver dificuldades por favor reveja a lição e os
exemplos apresentados.
194 Índice

Exercícios

Estudar a natureza das seguintes séries de termos gerais

1 1 2 n +1
a) 3
b) u n = c) u n = d) u n = 2
Auto-avaliação 27 n 3
n 2 5n + 1 n +3

3 4 n +1
e) 2 + + + ... + + ...
2 3 n

n +1
f) u n =
3n 5 + 2

Feedback
Solução:

a) Convergente

b) Divergente

c) Divergente

d) Divergente

e) Divergente

f) Convergente
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 195

Lição 28

Critérios de convergência.
Critérios de Alembert de Cauchy e
do Integral

Introdução

Nesta lição vamos dar continuidade aos critérios de convergência de uma


série. Particularmente você vai aprender nesta lição os critérios de
Alembert e de Cauchy.

É uma lição que pode ser estudada em 4 horas, incluindo a resolução de


exercícios. Após duas horas de trabalho deverá interroper a lição para o
intervalo de cerca de 30 minutos

Tempo de estudo da
lição: 04:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Classificar as séries quanto à convergência aplicando as regras de


Alembert e de Cauchy
 Aplicar o critério do integral para estudar a convergência da série.
Objectivos

Caro estudante, acompanhe a seguir como se aplicam os critérios de


Alembert (Razão) de Cauchy e do integral para investigar a convergência
de uma série.
196 Índice

Critérios de Convergência de uma série

Critério de Alembert ou de Razão

Teorema:

Se uma série de termos positivos S = u1 + u2 + u3 + ...+ un + ... = ∑u
n=1
n a

relação
u n +1
tiver um limite finito k quando n → ∞ :
un
u n +1
lim =k
n →∞ u
n

1. A série converge quando k < 1


2. A série diverge quando k > 1
3. Nada pode –se concluir se k = 1

Demonstração
Consideremos

 u u u u 
S = u1 + u2 + u3 + ... + un + un+1 + ... = u1 1 + 2 + 3 + ⋅ ⋅ ⋅ + n + n+1 + ⋅ ⋅ ⋅
 u1 u1 u1 u1 
 u u u u u u u u u 
u1 1 + 2 + 2 ⋅ 3 + 2 ⋅ 3 ⋅ 4 + ⋅ ⋅ ⋅ + 2 ⋅ 3 ⋅ ⋅ ⋅ n+1 + ⋅ ⋅ ⋅ =
 u1 u1 u2 u1 u2 u3 u1 u2 un 
u1 (1 + k1 + k1k2 + k1k2 k3 + ⋅ ⋅ ⋅ + k1k2 k3 ⋅ ⋅ ⋅ kn + ⋅ ⋅ ⋅)
u2 u
Sendo = k1 ,..., n +1
u1 un
Seja k ≥ k1 , k 2 , k 3 ,⋅ ⋅ ⋅, k n ⋅ ⋅ ⋅ Assim temos

u1(1+ k1 + k1k2 + k1k2k3 +⋅ ⋅⋅ + k1k2k3 ⋅⋅ ⋅ kn +⋅ ⋅⋅) < u1(1+ k2 + k3 +⋅ ⋅⋅ + k n +⋅⋅ ⋅)


14444244443
seriegeometrica


Se k < 1 a série geométrica é convergente portanto, ∑u
n =1
n também é

convergente

u n +1
Se
un
≥ 1 ⇒ u n +1 ≥ u n a série ∑u
n =1
n é divergente.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 197

O critério de Alembert aplica – se normalmente quando no termo


geral figuram produtos sucessivos, factoriais e potencias

A seguir caro estudante, apresentamos alguns exemplos que mostram


como se aplica a regra de Razão para analisar a convergência de uma
série

n+2
1. Determine a natureza da seguinte série numérica ∑ (n + 1)!
n =1

Resolução
Exemplo 1º vamos verificar a condição necessária
n+2
lim = 0 Condição necessária (observe que o denominador cresce
n → ∞ ( n + 1)!

muito rapidamente em relação ao numerador. Trata se de um


infinitésimo)
2º Critério de Razão
n +1+ 2 n+3
u n +1 (n + 1 + 1)! (n + 2)! (n + 1)!(n + 3)
lim = lim = lim = lim
n →∞ u
n
n ←∞ n + 2 n →∞ n + 2 n →∞ ( n + 2)( n + 2)!

(n + 1)! (n + 1)!
(n + 1)!(n + 3) (n + 3)
= lim = lim = 0 <1
n → ∞ ( n + 2)( n + 2)( n + 1)! n →∞ ( n + 2) 2

A série é convergente

(n + 1) 2
2. determine a natureza da seguinte série ∑
n =1 en
Resolução:
(n + 1 + 1) 2
e n +1 e n (n + 2) 2 e n (n + 2) 2
lim = lim = lim
n →∞ (n + 1) 2 n →∞ ( n + 1) 2 e n +1 n → ∞ e n ⋅ e ⋅ ( n + 1) 2

en
1 (n + 2) 2 1
lim ⋅ = <1
n → ∞ e ( n + 1) 2 e
A série é convergente

Verique caro estudante se você percebeu a regra o critério de Razão,


resolvendo a seguinte actividade.
198 Índice


n3
Analisar a convergência da série pelo citerio de Razão ∑
n =1 3
n

Solução: Convergente
Actividade

Critério de Cauchy

Sendo dada a série u1 + u 2 + ... + u n + ... , de termos positivos, se a

quantidade n u n tiver limite finito k quando n → ∞ , isto é, se

tiver lim n u n = k ,
n →∞

1. A série converge se k < 1

2. A série diverge se k > 1

3. Nada pode se concluir se k = 1

Demonstração

1-Seja k < 1 e seja q um nº tal que k < q < 1 . A partir de um certo

n=N, n un − k < q − k

Daí resulta n u n < q ⇔ u n < q n para todos os n ≥ N

Consideremos, agora as duas séries

u1 + u 2 + ... + u N + u N +1 + u N + 2 + ... (1)

q N + q N +1 + q N + 2 + ⋅ ⋅ ⋅ (2)

A série (2) converge porque os seus termos formam uma progressão


geométrica decrescente. Os termos da série (1) são a partir de u N ,
inferiores aos respectivos termos de (2). Logo a série (1) converge.

2. Suponhamos k > 1 . A partir de um certo n = N n un > 1


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 199

Ou melhor u n > 1 . A série é evidentemente divergente

Veja um exemplo de uso da regra de Cauchy

2 3 n
1  2  3  n 
Estudar a convergência da série +   +   + ⋅⋅⋅ +   + ⋅⋅⋅
3  5 7  2n + 1 

Resolução:
Exemplo
Vamos aplicar a regra de Cauchy

n
 n  n 1
lim n u n = lim n   = lim = < 1 série convergente.
n →∞ n →∞
 2n + 1  n → ∞ 2n + 1 2

Para este critério, apresentamos a seguinte actividade

n

 2n + 3 
Analisar a convergência da série ∑  
n =1  3n + 2 

Soluçao: Converge
Actividade

Comparação com um integral

Teorema

Seja a série de temos positivos não crescentes u1 + u 2 + ... + u n + ... (1)

Isto é u1 ≥ u 2 ≥ u 3 ≥ ... , e seja f(x) uma função contínua não crescente

tal que f (1) = u1 , f ( 2) = u 2 ; ⋅ ⋅ ⋅ ; f ( n) = u n (2)

Pode – se, então afirmar que


1. Se o integral ∫ f ( x)dx converge, a série (1) converge igualmente
1

2. Se o integral diverge, s série (1) diverge igualmente

A seguir a presentamos o exemplo que usa a comparação com integral


200 Índice


1
Aplicando o critério do Integral discuta a série de Diricheclet ∑ nα
n =1

Resolução:
Exemplo

1
Vamos aplicar o critério de comparação com o integral ∫ xα dx
1

Assim:
b

1
b
1  x α +1   b −α +1 1 
∫1 x α dx =
b →∞ ∫ x α
lim
1
dx =  
 α + 1 1
= lim
b → ∞
 −
−α +1 1−α 

para − α + 1 > 1 ⇒ α < 1 o limite é igual a infinito. O integral e série


são divergentes

Para − α + 1 < 1 ⇒ α > 1 , o limite é finito. O integral e a série são


convergentes

∞ b
1 dx
∫1 xdx = lim ∫ = lim[ln x ]1 = lim(ln b − ln 1)
b
Para α = 1 :
b →∞
1
x b →∞ b →∞

Série divergente.


1
Desta maneira concluímos que a série de Diricheclet ∑ nα
n =1
com α > 1 é

convergente e com α ≤ 1 , é divergente

Vamos em seguida apresentar uma actividade que vai ajudar avaliar se


percebeu os critérios anteriormentes estudados. Se não chegar à solução
desejada, então não percebeu o texto pelo que não desanime, volte a
estudar.

1. Estudar a convergência das seguintes séries

n2

2n n ∞
 1
a) ∑ 2 b) h) ∑ 1 + 
n =1 n + 1 n =1  n
Actividade
2. Use o critério de comparação com integral para analisar a

convergência da série ∑ ne
n =1
−n
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 201

Solução:

1. a) Divergente b) Divergente

2. Convergente

Sumário
Nesta lição você aprendeu os critérios de convergência de uma série de
termos não negativos. São os critérios:

Alembert ou de Razão

u n +1
lim = k : 1-A série converge quando k < 1 ; 2- A série diverge
n →∞ u
n

quando k > 1

Nada se pode concluir se k = 1

Critério de Cauchy

lim n u n = k ,
n →∞

1. A série converge se k < 1

2. A série diverge se k > 1

3. Nada pode se concluir se k = 1

Comparação com o integral

Seja a série de temos positivos não crescente u1 + u 2 + ... + u n + ... (1)

Isto é u1 ≥ u 2 ≥ u 3 ≥ ... , e seja f (x) uma função contínua não crescente

tal que f (1) = u1 , f ( 2) = u 2 ; ⋅ ⋅ ⋅ ; f ( n) = u n (2)

Pode – se, então afirmar que


202 Índice


1. Se o integral ∫ f ( x)dx converge, a série (1) converge igualmente
1

2. Se o integral diverge, a série (1) diverge igualmente

Caro estudante, terminamos com a parte teórica desta lição. Vamos em


seguida apresentar os exercícios de auto avaliação. Neste grupo de
exercícios você deverá ser capaz de escolher o melhor critério para cada
caso, em caso de testar um critério o resultado ser igual a 1 então esse
critério não serve para esse exercício, devendo testar um outro. Contudo,
as características do exercício já nos orientam para o tipo do critério a
escolher.

Exercícios
1. Investigar a convergência das seguintes séries de termos positivos


n 3n ∞
1
Auto-avaliação 28
a) ∑ (n
n =1
2
+ 1)2 n
b) ∑ (n + 1) 3
c) ∑ (n + 1)!
n =1

n2

n!.n! ∞
1 (n + 2) n ∞
 1
d) ∑
n =1 ( 2n )!
e) ∑
n =1 ( n + 1)
n
f) ∑ n 2n
h) ∑ 1 + 
n =1  n

2. Use o critério do integral para investigar a convergência das seguintes


séries


1 ∞
1 ∞
1
a) ∑ n(ln n)
2
3
b) ∑ (n + 1)(
n =1 ln(n + 1)
c) ∑n
n =1
4


1 ∞
1 ∞
n+2
d) ∑ 3n + 1
n =1
e) ∑ n =1
4
n
f) ∑ n +1
n =1
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 203

Feedback
Solução:

1.

a) Convergente b) Divergente c) Convergente

d) Convergente e) Convergente f) Convergente

2.

a) Convergente b) Diverge c) Converge d) Diverge

e) Diverge f) Diverge
204 Índice

Lição 29

Séries alternadas. Teorema de


Leibniz

Introdução

Nesta lição você vai estudar as séries alternadas, São séries de sinais
alternados isto é , séries da forma u1 − u 2 + u 3 − u 4 + ⋅ ⋅ ⋅ , onde
u1 , u 2 ,... , são termos positivos

Esta lição poderá ser estudada em 3 horas incluindo a resolução de


exercícios. Nesta lição aconselhamos a um intervalo de cerca de 20
minutos.

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Classificar as séries alternadas.

 Classificar as séries alternadas quanto à convergência simples e


absoluta
Objectivos

Caro estudante! Até ao momento consideramos apenas as séries de


termos positivos. Neta lição, vai aprender as séries cujos sinais são
alternados, isto é, séries da forma u1 − u 2 + u 3 − u 4 + ⋅ ⋅ ⋅ , onde

u1 , u 2 ,... , são termos positivos

Acompanhe o desenvolvimento.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 205

Séries Alternadas. Teorema de Leibniz

Definição


Se u n > 0 para todo o nº inteiro positivo, as séries ∑ (−1) u
n =1
n
n e

∑ (−1)
n =1
n +1
u n são chamadas séries alternadas.

Teorema de Leibniz


Se numa série alternada ∑ (−1)
n =1
n +1
u n = u1 − u 2 + ⋅ ⋅ ⋅ ( u n > 0 ) (1)

Os teremos vão decrescendo u1 > u 2 > ⋅ ⋅ ⋅ (2)

e, se lim u n = 0 (3)
n →∞

A série converge e a sua soma é positiva e não superior ao primeiro


termo.

Demonstração

Consideremos a soma dos n = 2m primeiros termos da série (1):

s 2 m = (u1 − u 2 ) + (u 3 − u 4 ) + ⋅ ⋅ ⋅ + (u 2 m −1 − u 2 m ) . Resulta de (2) que as

expressões entre parêntesis são positivas. Logo a soma s 2 m é positiva

s2m > 0

Vamos escrever novamente esta soma mais sob a forma:

s 2 m = u1 − (u 2 − u 3 ) − (u 4 − u 5 ) − ⋅ ⋅ ⋅ − (u 2 m − 2 − u 2 m −1 ) − u 2 m .

Por causa de (2) cada expressão entre parêntesis é positiva, logo


subtraindo todas as expressões entre parêntesis de u1 , obtém – se um nº

inferior a u1 , isto é s 2 m < u1 .


206 Índice

Por conseguinte, estabelecemos que s 2 m cresce com m e é limitada

superiormente. O que significa lim s 2 m = s e 0 < s < u1 . Todavia, não


m →∞

demonstramos ainda que a série converge; demonstração somente que a


sucessão das somas parciais pares tem um limite s .

Vamos provar agora que as somas parciais impares tendem para s

Consideremos, para efeito, a soma dos n = 2m + 1 primeiros termos da


série (1):

s 2 m +1 = s 2 m + u 2 m +1 .

Como, segundo a condição (3) lim u 2 m +1 = 0 , tem – se


m →∞

lim s 2 m +1 = lim s 2 m + lim u 2 m +1 = lim s 2 m = s .


m →∞ m →∞ m →0 m →∞

Deste modo ficou demonstrado que lim s n = s , quer n seja par ou ímpar.
n →∞

Logo a série converge.

Em resumo uma série alternada é convergente

1º. lim u n = 0
n →∞

2º. A série é decrescente em valor absoluto, isto é u n +1 < u n

Veja em seguida o exemplo de como se estuda a natureza de uma série


alternada


1
Estudar a natureza da série ∑ (−1)
n =1
n

Exemplo Resolução:

1º. Vamos calcular o limite do módulo do termo geral

1 1
(−1) n =
n n
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 207

1
lim =0
n →∞ n

2º. vamos ver que a série é decrescente em valor absoluto

1 1
u n +1 < u n ⇒ < .
n +1 n

Como satisfaz as duas condições, a série é convergente.

Tem em seguida uma actividade sobre o estudo de uma série alternada


2n
Estudar a natureza da série ∑ (−1)
n =1
n

4n 2 + 1

Solução: Convergente
Actividade

Convergência Simples e Convergência absoluta

∞ ∞
Consideremos a série ∑u
n =1
n , a série dos seus módulos ∑u
n =1
n , é

maioritária da série dada.

∞ ∞
Assim ∑ un < ∑ un
n =1 n =1

∞ ∞
1º. Se a série ∑ un
n =1
é convergente, a série ∑u
n =1
n também é

convergente.

Se uma série, e a série dos seus módulos, são ambas convergentes, a série
dada chama –se absolutamente convergente

∞ ∞
2º. Se a série ∑ u n é divergente, mas a série
n =1
∑u
n =1
n é convergente, a

série dada chama-se simplesmente convergente

Em seguida apresentamos um exemplo que analisa a convergência


simples ou absoluta.
208 Índice


(−1) n
Diga se a série ∑
n =1 n
é absolutamente ou simplesmente convergente

Exemplo Resolução:

No exemplo anterior verificamos que a série e convergente. Agora vamos


analisar o tipo de convergência


(−1) n ∞
1

n =1 n
≤ ∑
n =1 n


1
Mas a série ∑n
n =1
é uma série harmónica. Logo é divergente.

Assim: A série dada é convergente, mas a série dos módulos é divergente.


Logo, a série dada é simplesmente convergente.

Resolva a seguinte actividade relacionada com as séries alternadas

Estudar a convergência das seguintes séries. Em caso de convergência


diga se são absolutamente ou simplesmente convergentes

n
Actividade ∞
 3n + 2  ∞
2
a) ∑
n =0
(−1) n  
 4n + 3 
b) ∑ (−1)
n =1
n +1

3n

Solução:

a) Convergência absoluta b) Convergência absoluta

Sumário
Nesta lição você aprendeu a convergência das séries alternadas.

Uma série alternada é convergente

1º. lim u n = 0
n →∞

2º. A série é decrescente em valor absoluto, isto é u n +1 < u n


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 209

Também aprendeu a convergência simples e absoluta.

Se uma série, e a série dos seus módulos, são ambas convergentes, a série
dada chama – se absolutamente convergente

∞ ∞
Se a série ∑ u n é divergente, mas a série
n =1
∑u
n =1
n é convergente, a série

dada chama-se simplesmente convergente

Como tem sido habitual, vamos em seguida apresentar os exercícios de


consolidação.

Resolva – os todos. Esperamos que não tenha muitos problemas para


solucionar os exercícios propostos. De todas as maneiras aconselhamos a
ler com muita atenção o texto, bem como os exemplos apresentados em
caso de dúvida. Se as mesmas continuarem queira consultar o seu Tutor.

Exercícios

Estudar a convergência das seguintes séries. Em caso de convergência


diga se são absolutamente ou simplesmente convergentes.

Auto-avaliação 29 1 1 1
a) 1 − 2
+ 2 − 2 + ...
3 5 7

1 1 1 1 1 1 1
b) − ⋅ 2 + ⋅ 3 − ⋅ ⋅ ⋅ + (−1) n ⋅ n + ...
2 2 2 3 2 n 2


1 1
c) ∑ (−1)
n =1
n

ln n
d) ∑ (−1) n
5
n


(−1) n ∞
1.5.9....(4n − 3)
e) ∑
n =1 n!
f) ∑ (−1)
n =1
n −1

3.6.9....3n
210 Índice

Feedback
Solução:

a) Convergência absoluta b) Convergência absoluta

c) Convergência simples d) Convergência simples

e) Convergência absoluta f) Divergente


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 211

Lição 30

Séries de Potências

Introdução

Nesta lição vamos dar continuidade ao estudo das séries. As séries de que
vamos tratar, são as de potências.

Trata – se de um tipo de séries que envolvem uma variável x. 3 horas de


trabalho são tempo suficiente para aprender esta lição, incluindo a
resolução de exercícios. Nesta lição aconselhamos a um intervalo de
cerca 20 minutos após a a leitura doi texto.
Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Classificar as séries de potências quanto à convergência

 Determinar o raio de convergência de uma série de potência


Objectivos
 Determinar o intervalo de convergência

A seguir caro estudante, vamos apresentar o desenvolvimento das séries


de potências. Acompanhe!
212 Índice

Séries de Potencias

Definição

Chama –se série de potência de ( x − a ) , a uma série cujo o termo geral

é a n ( x − a ) n isto é, a uma série da forma

∑a
n =1
n ( x − a ) n = a 0 + a1 ( x − a ) + a 2 ( x − a ) 2 + .... + a n ( x − a ) n + ⋅ ⋅ ⋅


Se a = 0 diz –se séries de potências de x e escreve – se ∑a
n =1
n xn

Como os critérios de convergência só se aplicam às séries de termos


positivos, em qualquer dos casos indicados passa – se à série dos
módulos.

Se a série dos módulos for convergente a série de termos quaisquer


(minorante), também é convergente.

No caso das séries de potencias, pretendemos determinar para que valores


de x resultam séries convergentes.

Definição (Intervalo de convergência)

Chama – se Intervalo de convergência, ao conjunto de valores de x , para


os quais, resultam séries convergentes.

Raio de Convergência de uma série de uma série de potências

Consideremos a série de potências de, ( x − a )

∑a (x −a)
n=1
n
n
= a0 + a1()x − a) + a2 (x − a)2 + a3 (x − a)3 +⋅⋅ ⋅ + an (x − a)n +⋅ ⋅⋅

Vamos aplicar à série dos módulos o critério de Alembert ou o critério de


Cauchy e impondo a condição de convergência vem:
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 213

Critério de Alembert

n+1
an+1 an+1 .(x − a) n
an+1 . x − a ⋅ x − a a
lim = lim n
= lim n
= lim n+1 x − a <1
n→∞ an n→∞
an . x − a n→∞
an . x − a n→∞ a
n

a n +1 1
Fazendo, lim = vem:
n →∞ a R
n

a n +1 1
lim x −a <1⇔ ⋅ x − a <1
n →∞ a R
n

⇒ x−a < R ⇔ a−R< x< a+R

R – é o raio de convergência correspondente ao intervalo de convergência


centrado em a

an
R = lim
n →∞ a
n +1

Para x = a − R e x = a + R , extremos do intervalo de convergência,


temos que fazer o estudo directo das séries

Veja em seguida os exemplos que se seguem que irão ajudar determinar o


intervalo de convergência de uma série de potência


xn
1. Determine os valores de x para os quais a série ∑
n =1 n
é

convergente
Exemplo
Resolução

n

xn ∞ x


n =1 n
≤∑
n =1 n

n +1
x
n
nx x nx
lim n +n1 = lim = lim = x <1
n n →∞ n + 1
n →∞
x n →∞
(n + 1) x
n
214 Índice

⇒ −1 < x < 1 → Intervalo de convergência

Vamos analisar a convergência nos extremos do intervalo.


1
Para x = 1 temos a série ∑n
n =1
que é uma série harmónica, é divergente.


(−1) n
Para x = −1 temos a série alternada ∑
n =1 n
que é convergente como

vimos no exemplo da lição anterior.


xn
2. Determinar os valores de x para os quais a série ∑ n! é convergente
n =1

Resolução:

x n +1
a n+1 (n + 1)! n! x n .x n! x
lim = lim = lim = lim
n →∞ an n →∞ x n n → ∞ (n + 1)! x n n → ∞ (n + 1)n!
n!
1
= x <1
n +1

1 1 1
Como lim = ⇒0= ⇒R→∞
n ←∞ n +1 R R

Desta maneira o intervalo de convergência é: ]− ∞ ; + ∞[


Determinar os valores de x para os quais a série ∑ n! x
n =1
n
é convergente

Exemplo Resolução:

Procedendo como o exemplo anterior temos

a n+1 (n + 1)! x n +1 (n + 1)n! x n .x


lim = lim = lim = (n + 1) x
n →∞ a
n
n →∞ n! x x n→∞ n! x n

1 1
= lim (n + 1) ⇒ = ∞ ⇒ R = 0
R n → ∞ R
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 215

Assim a série é convergente apenas no x = 0

A seguir caro estudante, vamos apresentar uma actividade relacionada


com os exemplos anteriores . Resolva:

Determinar os intervalos para os quais as seguintes séries são


convergentes.


xn ∞
(n!) 2 x n
Actividade a) ∑ (−1) n
n =1 n
b) ∑
n =0 ( 2 n )!

Solução:

a) − 1 < x ≤ 1 b) − 4 < x < 4

Sumário
Nesta lição você aprendeu as séries de potências, onde se destaca as
condições em que uma série de potencia é convergente. Aprendeu
também o intervalo e o raio de convergência

Intervalo de convergência: x − a < R ⇔ a − R < x < a + R

an
Raio de Convergência: R = lim
n →∞ a n +1

A seguir caro estudante, vamos apresentar os exercícios de consolidação.


Nestes exercícios deve sempre estudar os extremos dos intervalos de
convergência. Não se esqueça de conferir sempre as suas respostas com
as soluções propostas. Estamos esperançados que você vai lograr os
objectivos preconizados para esta lição.
216 Índice

Exercícios
1. Determinar os intervalos para os quais as seguintes séries são
convergentes.

Auto-avaliação 30 ∞
1 ∞
nx n ∞
(n + 1) x n ∞
( x − 2) n
a) ∑ n(1 − x)
n =1
n
b) ∑n
n=2
3
+1
c) ∑ (n + 2)(n + 3)
n =1
d) ∑ 2
n =1 n + n

xn ∞
2. Considere a série ∑ n +1
. Determine o valor de a > 0 de
n =1 (1 + a )

forma que o seu raio de convergência seja R = 3

Feedback
Solução:

1.

a) x < 0 ∧ x ≥ 2 b) − 1 ≤ x ≤ 1 c) − 1 ≤ x < 1 d) 1 < x ≤ 3

2. a=2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 217

Lição 31

Derivação e Integração de séries


de potências

Introdução
Nesta lição você vai a prender a derivação e a integração das séries de
potências. Trata – se de uma derivação e integração termo a termo.
Fundamenta – se estas teorias com os teoremas que vamos enunciar no
desenvolvimento da lição.

Esta lição poderá ser estudada em 3 horas incluindo a resolução de


exercícios. Nesta lição aconselhamos ao estudante a um intervalo de 20
minutos depois de leitura do texto

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Derivar as séries de potências

 Integrar as séries de potências

Objectivos

Caro estudante!

A seguir vamos apresentar a derivação e a integração de séries de


potências. Ela, é fundamentada pelos teoremas que iremos enunciar em
seguida. Acompanha
218 Índice

Derivação e Integração de Séries de potências

Derivação

+∞
Uma série de potência ∑a
n =0
n x n define uma função cujo domínio é o

intervalo de convergência.

Teorema 1

+∞
Se ∑a
n =0
n x n é uma série de potências tendo um raio de convergência é R>

+∞
0, então, a série ∑ n.a
n =0
n x n −1 também tem R como raio como raio de

convergência

Veja um exemplo da aplicação do teorema 1

∞ n +1
x
Verifique o teorema anterior para a seguinte série ∑n= ( n + 1) 2
Exemplo
Resolução:

1º. Vamos achar o raio de convergência da série dada

u n +1 (n + 1) 2 x n + 2 n 2 + 2n + 1
lim = lim = x lim = x
n →∞ u n →∞ ( n + 2) 2 x n +1 n →∞ n 2 + 4n + 4
n

Logo a série é convergente para x < 1 ⇒ R = 1

2º. Vamos achar o raio de convergência da série dada pela sua derivada


(n + 1) x n ∞
xn

n = 0 (n + 1)
2
= ∑
n = 0 ( n + 1)

Calculando o raio ou usando Alembert vem :


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 219

1
an n+2
R = lim = lim n + 1 = lim =1
n →∞ a
n +1
n →∞ 1 n →∞ n + 1

n+2

Logo a série é convergente para x <1

Assim verificamos que as duas séries têm o mesmo intervalo de


convergência

Teorema 2

+∞
Seja ∑a
n =0
n x n , uma série de potências cujo raio de convergência é R> 0.
+∞
Então, se f é função definida por f ( x) = ∑a
n=0
n x n , f ′(x) existe para

todo o x no intervalo ]− R, R[ e ela é dada por f ′( x) = ∑ na n x n −1

A seguir apresentamos um exemplo, para a derivação

∞ n +1
x
Seja f a função definida pela série de potências ∑
n= ( n + 1) 2
.

Exemplo a) Encontre o domínio de f

b) Escreva a série de potencias que define a função f ′ e encontre o


domínio de f ′

Resolução:

a) O domínio de f é o intervalo da série de potências. No exemplo


anterior já mostramos que o intervalo de convergência é x < 1

Agora consideremos a série de potências quando x = 1

1 1 1
Para x = 1 , A série é 1 + + + ⋅⋅⋅ + + ⋅ ⋅ ⋅ , que é convergente
4 9 (n + 1) 2
220 Índice

Comparando com a série de Diricheclet ( α > 1)

+∞
1
Quando x = −1 , temos, a série alternada ∑ (−1)
n =1
n +1

(n + 1) 2
, que é

convergente pois ela é absolutamente convergente. Logo, o domínio de


convergência é [− 1,1]

+∞
xn
b) Do teorema segue – se que f ′ está definida por: f ′( x) = ∑
n=0 n + 1

f ′(x) , existe para todo x ∈ ]− 1,1 [ . Vamos considerar a série


quando x = 1 .

Para x = 1 , temos série harmónica que é divergente

+∞
xn
Para x = −1 , temos a série alternada ∑ (−1)
n =0
n

n +1
, série convegente.

Assim, o domínio de convergência [− 1 ,1 [

Caro estudante tem em seguida uma actividade para verificar se você


percebeu a derivação de séries de potencias


xn
Dada a série ∑
n =1 n
2
determine

a) O raio de convergência
Actividade
b) A série definida, por f ′

c) O domínio de f ′

Solução:


x n −1
a) R = 1 , [− 1,1] b) ∑
n =0 n
, c) [− 1,1[
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 221

Integração

Teorema:

+∞
Seja ∑a
n =0
n x n , uma série de potências cujo raio de convergência é R> 0.

+∞
Então, se f é função definida por f ( x) = ∑a
n=0
n x n , f é integrável em

todo o intervalo ]− R, R[ e calculamos o integral de f integrando a série


de potências dada termo a termo; isto é, se
x +∞
a n n +1
x ∈ ]− R , R[ então ∫ f (t )dt =∑ x
0 n =0 n + 1

Mais ainda, R é o raio de convergência da série resultante.

Observe em seguida um exemplo de integração

x
−t 2
Achar a série de potencias de ∫e
0
dt

Exemplo 1º. vamos desenvolver e − x em série de Mac – Laurin

f ( x) = e − x ⇒ f (0) = 1; f ′( x) = −e − x ⇒ f ′(0) = −1
f ′′( x) = e − x ⇒ f ′′(0) = 1

Formula

x2 x n ( n)
f ( x) = f (0) + f ′(0) x + f ′′(0) + ... + f (0) + ⋅ ⋅ ⋅
2! n!

x2 x3 xn
Assim: e − x = 1 − x + − + ⋅ ⋅ ⋅ + (−1) n + ⋅⋅⋅
2! 3! n!

Fazendo: x = t 2

2 t4 t6 t 2n
e −t = 1 − t 2 + − + ⋅ ⋅ ⋅ + (−1) n + ⋅ ⋅ ⋅ , para todos os valores de t.
2! 3! n!
Aplicando o teorema anterior
222 Índice

x +∞
a n n +1
∫ f (t )dt =∑ x
0 n =0 n + 1
x
x ∞ x
t 2n ∞
 t 2n+1 
⇒ ∫ e dt = ∑
−t 2
∫0 (−1)n
dt = ∑ (−1) n

0 n=1 n! n=0  n!(2n + 1)  0



x 2n+1 x3 x 5 x7 x 2n+1
= ∑(−1) n = x− + − + ⋅ ⋅ ⋅ + (−1) n +⋅⋅⋅
n=0 n!(2n + 1) 3 2!⋅5 3!⋅ 7 n!(2n + 1)

Caro estudante, tem em seguida um aactividade

1 ∞
Sabendo que = 1 + x + x2 + x3 + ⋅ ⋅ ⋅ = ∑ xn .
1− x n=0

1
Actividade Avaliar ∫1+ x 7
dx como uma série de potencias

Solução:

7 n +1
1 ∞
n x
∫ 1+ x7 ∫
dx = ( −1) n 7n
x dx = ∑
n =0
( − 1)
7n + 1
+C

Sumário
Nesta lição você aprendeu a derivação e a integração das séries de
potências. A integração de séries de potencias baseia –se
x +∞
a n n +1
fundamentalmente no integral ∫ f (t )dt =∑ x , nas condições
0 n =0 n + 1

do teorema enunciado, a derivação baseia – se no teorema:

+∞
Seja ∑a
n =0
n x n , uma série de potências cujo raio de convergência é R> 0.

+∞
Então, se f é função definida por f ( x) = ∑a
n=0
n x n , f ′(x) existe para

todo o x no intervalo ]− R, R[ e ela é dada por f ′( x) = ∑ na n x n −1


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 223

Os exercícios sobre a derivação e integração das séries de potências que


vamos apresentar em seguida, tem uma relação muito forte com
desenvolvimento em séries de Taylor ou de Mac – Laurin. Aconselhamos
a fazer a leitura cuidada da lição 29 módulo I.

Exercícios

1. Em cada uma das séries seguintes determine

a) O raio de convergência
Auto-avaliação 31
b) A série definida, por f ′

c) O domínio de f ′


xn x 2 n −1 ( x − 1) n
i) ∑ ii) ∑ (−1) n
iii) ∑ n ⋅ 3n
n =1 n (2n − 1)!

2. Obtenha uma série de potencias representando ln(1 + x)

3. Obtenha uma série de potencias representando arctgx

4. Usando série calcule o valor do integral com 4 casas decimais

1
2 1
dx 2
a) ∫ 2 ∫
b) e − x dx
0 1+ x 0

5. Desenvolver em série de x a função y = arcsenx


224 Índice

Feedback
Solução:

1.


i) a) R = 1 [− 1,1[ b) ∑
n =1
n .x n −1 c) ]− 1,1[


x 2 n−2
ii) a) R = +∞; ]− ∞,+∞[ b) ∑ (−1)
n =1
n −1

(2n − 2)!
c) ]− ∞,+∞[

+∞
( x − 1) n −1
iii) a) R = 3 , [− 2 , 4[ b) ∑
n =1 3n
c) ]− 2 ,4[

xn
2. ∑ (−1) n −1

n
; x <1

+∞
x 2 n +1
3. ∑ (−1) n
n =0 2n + 1
; x <1

4. a)0,4858 b)0,7468

x 3 1.3.x 5 1.3.5.x 7
5. x+ + + + ⋅⋅⋅
2.3 2 2.2!5 2 3.3!.7

− Piskounov, N. Calculo Diferencial e Integral volume II- Edições


Lopes da Silva Porto, 1975

Leitura − Santos, Fernando Borjas, Sebentas de Matemáticas Gerais


(sucessões e séries) volume I, Paralelo Editora sd

− Leithold, Louis, O cálculo com geometria analítica, volume II,


Editora Harba Harper & Row Do Brasil Ltda, 1977
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 225

Unidade 4

Coordenadas Polares

Introdução

Caro estudante, esta é última unidade deste módulo. Esta unidade vai
abordar conteúdos relacionados com as coordenadas polares. Elas são
extremamente importantes na Matemática e na Física, ajudando a
resolver alguns problemas que se tornariam bastantes difíceis em
coordenadas rectangulares.

A unidade será dada em 10 horas divididas em 3 lições.

Tempo de estudo da
Unidade: 10:00 Horas

Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Transformar coordenadas rectangulares para polares

 Representar graficamente as equações em coordenadas polares


Objectivos
226 Índice

Lição 32

Introdução as Coordenadas
Polares

Introdução

Nesta lição, você vai estudar as coordenadas polares. Até ao presente


momento, localizamos um ponto por meio das suas coordenadas
rectangulares. Existem outros sistemas de coordenadas. Um sistema
bastante utilizado, é o sistema polar.

Esta lição poderá ser estudada em 4 horas, incluindo a resolução de


exercícios. Esta lição por se longa sugerimos um intervalo de 30 minutos
depois de duas horas de trabalho

Tempo de estudo da
lição: 04:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Conhecer o sistema polar

 Fazer a mudança de coordenadas rectangulares para polar.


Objectivos
Caro estudante, como já nos referimos na introdução desta lição, existem
outros sistemas de coordenadas em Matemática. Um dos de sistemas
muito utilizado é o de coordenadas polares, que vamos em seguida
detalhar.

Acompanhe o desenvolvimento!
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 227

Sistema de Coordenadas Polares

Dado um ponto P do plano, utilizando coordenadas cartesianas


(rectangulares), descrevemos sua localização no pano escrevendo
P(a, b) onde a é a projecção de P no eixo xox ′ e b é a projecção no eixo
yoy ′ . Podemos também descrever a localização de P a partir da distância
de P à origem O do sistema e do ângulo formado pelo eixo xox ′ e o
segmento OP, caso P ≠ O. Denotamos P (r ,θ ) onde r é a distância de P a
O e θ o ângulo formado no sentido anti – horário, da parte positiva do
eixo xox ′ ao segmento OP, caso P ≠ O. Se P = O, denotamos P (0,θ ) ,
para qualquer θ . Esta maneira de representar o pano é chamada sistema
de coordenadas polares.

Veja em seguida um exemplo

Exemplo

Para representar pontos em coordenadas polares, necessitamos somente


de um ponto O do plano e uma semi – recta com origem em O.
Representemos abaixo um ponto P de coordenadas polares (r ,θ ) em
relação a recta suporte do eixo polar.
228 Índice

O ponto O é chamado pólo e a semi – recta orientada, eixo polar


O ângulo θ considera –se positivo se é no sentido anti – horária do eixo
polar, caso contrario θ é considerado negativo.

Assim (r ,−θ ) = (r ,2π − θ ) e (r ,−θ ) é o simétrico de (r , θ ) em relação


à recta suporte do eixo polar.
Vamos apresentar em seguida um exemplo de modo afixar a ideia

 π   7π 
1,−  = 1, 
 4  4 

Exemplo

Como se sabe, quando consideramos o sistema de coordenadas


cartesianas, no plano, cada ponto tem representação única. No sistema de
coordenadas rectangulares isso não acontece.
Veja o exemplo que se segue

Exemplo

No caso do raio ser negativo, para encontrar o ponto (r ,θ ) no plano faz –

se em primeiro lugar a rotação θ e em seguida, mede – se r ao longo da

semi – recta de extremidade O e sentido oposto ao lado terminal do


ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 229

ângulo θ . Na figura encontram – se duas representações do mesmo


ponto, com r = −3 , sendo a rotação θ feita, respectivamente no sentido
anti – horário e no sentido horário.

Mudança de Coordenadas: (r , θ ) → ( x, y ) e (x, y ) → ( r , θ )


Para estabelecer a relação entre o sistema de coordenadas rectangulares
ou cartesianas ( x, y ) e o sistema de coordenadas polares (r ,θ ) ,
considere o eixo polar a coincidir com o semi – eixo positivo dos xox ′ e
o pólo com origem do referencial cartesiano.

y x y
tgθ = , cos θ = senθ =
x r r
Assim as coordenadas polares (r , θ ) de um ponto estão relacionadas com
as coordenadas rectangulares ( x, y ) da seguinte forma:

 y
θ = arctg  x = r cos θ
(r ,θ ) = ( x, y)  x ( x, y ) → ( r , θ ) 
r 2 = x 2 + y 2  y = rsenθ

A seguir apresentamos um exemplo
230 Índice

1. Transformar de coordenadas polares em rectangulares.

 π
P (r , θ ) → 1,

 4
Exemplo  π
 x = r cos θ = 1 ⋅ cos 4  2 2
Resolução:  ⇔ ( x, y ) =  , 

 y = rsenθ = 1 ⋅ sen π  2 2 
 4
2. Transformar de coordenadas rectangulares para polar P(-1,1)

Resolução: r 2 = x 2 + y 2 = ( −1) 2 + 12 = 1 + 1 = 2 ⇒ r = 2

x −1 2 y 1 2
cos θ = = =− e senθ = = =
r 2 2 r 2 2
O ângulo cujo co-seno é negativo e o seno positivo é um ângulo do 2º
π 3
quadrante. Logo θ = π − = π
4 4

A seguir vamos apresentar a seguinte actividade.

1. Transformar de coordenadas cartesianas em coordenadas polares

a) (1,1) b) (2,−2 )

Actividade
2. Transformar de coordenadas polares para rectangulares

 π  49 
a) 1,  b)  − 2, π 
 2  6 

Solução:

 π  7 
1. a ) 2 ,  b)  2 2 , π 
 4  4 

2. a) (0,1) (
b) − 1,− 3 )

Sumário
Nesta lição você a prendeu a mudança de coordenadas e definição de
coordenadas polares.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 231

Mudança de coordenadas de rectangulares para polares (x, y ) → (r , θ )

 x = r cos θ

 y = rsenθ

Mudança de coordenadas de polares para rectangulares. (r ,θ ) = ( x, y )

 y
θ = arctg
 x
r 2 = x 2 + y 2

Os exercícios que se seguem são essencialmente de mudança de


coordenadas. São exercícios que exigem apenas aplicação directa das
fórmulas. Esperamos que não tenha muitas complicações. Tenha em
atenção o círculo trigonométrico na determinação dos ângulos.

Exercícios

1. Transformar de coordenadas cartesianas em coordenadas polares

a) ( 3,1) b) (4,0 ) c) (0,−3)


Auto-avaliação 32
2. Transformar de coordenadas polares para rectangulares

 π  49   5 
a) 1,  b)  − 2, π  a)  3,− π 
 2  6   3 

 π
b)  0,  c) (7, π )
 9

3. Achar a equação polar para cada uma das seguintes equações


cartesianas

2 2 3
a) (x − 1) + y 2 = 1 b) (x − 2 ) + ( y − 3) = 13

c) x = −2 d) y = 3 e) y = x

4. Achar a equação cartesiana para cada uma das seguintes equações


polares

a) r = 5 b) r = 2 senθ c) r = 2 cos θ − 4 senθ


232 Índice

π
d) θ = e) senθ = cos θ
3
5. Encontre as equações polares das seguints curvas

x2 y2 x2 y2
a) Elipse + = 1 b) Hipérbole − =1
a2 b2 a2 b2

c) Parábola y = x 2

Feedback
Solução:

 π  π
1. a)  2,  b) (4,0) c)  3, 
 6  2

3 3 
2. a)  , 3  b) (0,0 ) c) (− 7,0 )
2 2 

ab ab
5. a) r = b) r =
2 2 2 2
b cos θ + a sen θ b cos θ − a 2 sen 2θ
2 2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 233

Lição 33

Gráficos em coordenadas polares

Introdução

Uso de coordenadas polares simplifica, em alguns casos, equações de


curvas. Esta lição vai abordar alguns casos de gráficos que podem ser
simplificados com ajuda de coordenadas polares.

Esta lição poderá ser estudada em 3 horas incluindo a resolução de


exercícios. Aconselhamos que faça um intervalo de 20 minutos depois
da leitura da parte teórica da lição

Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Representar as curvas em coordenadas polares.

Objectivos

Caro estudante, nesta lição vai aprender como representar algumas curvas
em coordenadas polares. Acompanhe

Gráfico em coordenadas polares

O gráfico de F ( r , θ ) = 0 é formado por todos os pontos cujas


coordenadas polares satisfazem a equação. comum apresentar – se uma
equação na forma explícita, isto é,
r = f (θ )
234 Índice

Na prática, os seguintes procedimentos poder-nos-ão auxiliar no esboço


do gráfico:
1. Calcular os pontos de máximos e/ ou mínimos
2. Encontrar os valores de θ para os quais a curva passa pelo pólo
3. Verificar simetrias. Se,
a) A equação não se altera quando substituirmos r por
− r , existe simetria em relação a origem.
b) A equação não se altera quando substituirmos θ por
− θ , existe simetria em relação ao eixo polar (ou eixo
dos x )
c) A equação não se altera quando substituirmos θ por
π
π − θ , existe simetria em relação ao eixo θ = (eixo
2
do y)
Veja em seguida um exemplo de como esboçar o gráfico
Esboçar a curva r = 2(1 − cos θ )
Resolução:
Como a equação não se altera ao substituirmos θ por − θ , isto é,
Exemplo r = 2(1 − cos θ ) = 2(1 − cos(−θ )) , concluímos que existe simetria em
relação ao eixo polar. Logo, basta analisar valores de θ tais que
0 ≤θ ≤π
Para o 0 ≤ θ ≤ π , encontramos um ponto de máximo (4, π ) e um ponto
de mínimo (0,0)

Tabela Gráfico
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 235

Vejamos o exemplo nº 2
Esboçar a curva r = 2 cos 2θ
Resolução:
Analisando as simetrias, temos que :

Exemplo a) r = 2 cos 2θ = 2 cos(−2θ ) Assim, a curva é simétrica em relação ao


eixo dos x
b) r = 2 cos[2(π − θ ) ] = 2 cos cos(2π − 2θ ) = 2 cos 2θ . A curva é
simétrica em relação ao eixo dos y.
π
Desta forma basta fazer uma tabela para 0 ≤ x ≤
2
π
Neste intervalo a curva passa pelo pólo quando θ = pois,
4
 π π
r = f (θ ) = 2 cos 2 ⋅  = 2 cos = 0
 4 2
θ = 0 ⇒ f (0) = 2 → (2,0) é um ponto máximo
π π  π
θ= ⇒ f ( ) = −2 →  − 2,  é um ponto mínimo.
2 2  2

Tabela Gráfico

Resolva a seguinte actividade para que você possa avaliar o seu grau de
percepção dos exemplos anteriormente apresentados. Em caso de não
conseguir volta analisar os exemplos dados. Não desanime pois a
aprendizagem é feita por persistência
236 Índice

1. Traçar o gráfico das seguintes equações polares


a) r = c b) r = θ

Actividade Solução:

a)Circunferência de centro no pólo e raio c.

b)

Sumário
Nesta lição você aprendeu a representação de algumas curvas em
coordenadas polares. Para isso é necessário obedecer os seguintes passos:
1. Calcular os pontos de máximos e/ ou mínimos
2. Encontrar os valores de θ para os quais a curva passa pelo pólo
3. Verificar simetrias. Se,
a) A equação não se altera quando substituirmos r por
− r , existe simetria em relação a origem.
b) A equação não se altera quando substituirmos θ por
− θ , existe simetria em relação ao eixo polar (ou eixo
dos x )
c) A equação não se altera quando substituirmos θ por
π
π − θ , existe simetria em relação ao eixo θ = (eixo
2
do y)
Terminamos o desenvolvimento teórico da lição. Esperamos que tenha
percebido os passos necessários para se chegar ao gráfico. Use sempre
que possível uma tabela de valores para obter a imagem do gráfico. Em
caso de dificuldades repita a lição e analise com cuidado os exemplos
dados. Se as dúvidas continuarem, queira consultar o seu Tutor.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 237

Exercícios

1. Traçar o gráfico das seguintes equações polares


a) r = 1 + cos θ b) r = 1 + 2 cos θ

Auto-avaliação 33

Feedback
Solução:

a)

b)
238 Índice

Lição 34

Aplicação das coordenadas


polares

Introdução

Nesta lição, você irá aprender algumas aplicações das coordenadas


polares. As aplicações que se apresentam, relacionam-se com o cálculo
de áreas, volumes e comprimento de arco.

Esta aula poderá ser estudada em 3 horas, incluindo a resolução de


exercícios. Nesta lição a semelhança de todas que tem a duração de 3
horas ou mais aconselhamos 20 minutos ou 30 min de intervalo após ao
estudo da parte teórica..
Tempo de estudo da
lição: 03:00 Horas
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de:

 Calcular a área em coordenadas polares

 Calcular volumes em coordenadas polares

Objectivos  Calcular o comprimento de arco em coordenadas polares

Caro estudante, acompanhe em seguida, como é que as coordenadas


polares podem ajudar a resolver alguns problemas de aplicação de cálculo
integral.
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 239

Aplicações das coordenadas polares

Áreas de uma região plana em coordenadas polares

O desenvolvimento de uma fórmula para área de uma região polar é


semelhante ao desenvolvimento utilizado para a área de uma região plana
limitada, definida no sistema de coordenadas rectangulares, bastando para
tal considerar sectores circulares, em vez de rectângulos, como elementos
básicos.

Definição: Seja f função contínua e não negativa em [a, b ] . A área da


região limitada pelo gráfico de r = f (θ ) e pelas rectas θ = a e θ = b é
dada por:
b b
1 1
A = ∫ [ f (θ )] dθ = ∫ r 2 dθ
2

2a 2a

Veja em seguida um exemplo de cálculo de áreas em coordenadas polares

Achar a área região limitada por uma pétala da rosa de três pétalas cuja
equação é r = 3 cos(3θ )
Solução:
Exemplo

Veja a figura
240 Índice

Observando a figura, verifica se que a pétala da direita é a tracejada


π π
fazendo variar θ desde − até , assim
6 6
π π
b 6 6
1
A= ∫ [ f (θ )]2 dθ = 1 2 9 1 + cos 6 x
∫π [3 cosθ ] dθ = 2 ∫π 2 dθ
2a 2
− −
6 6
π
9 sen6θ  6 9 π π  3
θ+  =  + = π
4 6  −π 4  6 6  4
6

1 + cos 2 x 1 + cos(3.2 x) 1 + cos 6 x


cos 2 x = ⇒ cos 2 3x = =
2 2 2

A seguir apresentamos uma actividade de modo avaliar o grau de


assimilação do calculo de áreas em coordenadas polares
Achar a área limitada pela curva r 2 a 2 cos 2θ Lemiscata de Bernoulli
Solução: a 2

Actividade

Curva dada em coordenadas polares

Consideremos a curva dada em coordenadas polares pela


equação, r = f (θ )
Sabendo x = r cos θ e y = rsenθ vem:

dx = −rsenθdθ + cos θ dr (1) dy = r cos θdθ + rsenθdr

Substituíndo (1) e (2) em ds = dx 2 + dy 2 , temos

ds 2 = r 2 sen 2θ dθ 2 + cos 2 θdr − 2rsenθ cos θ dθ dr + r 2 cos 2 θ dθ +


+ sen 2 dr 2 + 2rsenθ cos θdθdr
2
2 2 2  dr 
2 2
⇒ ds = r dθ + dr ⇒ ds = r +   dθ
 dθ 
Sendo o comprimento da curva dado por
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 241

x2 θ2 2
 dr 
l = ∫ ds ⇒ L = ∫ r2 +  dθ
 dθ  → Comprimento
x1 θ1
de arco em
coordenadas polares

A seguir apresentamos um exemplo no caso do calculo do comprimento


de arco em coordenada
1. Determine o comprimento de arco da curva r = 1 + cos θ
Resolução:
Trata – se de uma curva que se dá o nome de cardióide.
θ2 2 π
 dr 
∫ r2 +   dθ = 2∫ (1 + cos θ ) + sen θ dθ =
2 2
L=
Exemplo θ1  dθ  0

π π π π
θ θ  θ
2∫ 2(+ cos θ dθ = 2∫2
4 cos dθ = 4∫ cos dθ = 8 sen 
2

0 0
2 0
2  20
=8
2. Calcule o comprimento de arco da espiral logarítmica
r = e 2θ Desde θ = 0 a θ = a
Resolução:
dr
Sendo = 2e 2θ

a a
L=∫ (e ) + (2e ) dθ = ∫
2θ 2 2θ 2
5e 4θ dθ = 5 ∫ e 2θ dθ
0 0
a
e  2θ
5 2θ
5  = (e − 1)
 2 0 2
Caro estudante, tem em seguida uma actividade para analisar a sua
compreensão do exemplo anterior

Achar o comprimwento de arco da cardiode r = a (1 − senθ )

Solução: 4 2 a
Actividade

Em seguida, vamos apresentar o cálculo de volume em coordenadas


polares. Acompanhe!
Volume de um sólido de revolução em coordenadas polares
242 Índice

Definição:
Seja f uma função continua em [a, b ] . Seja R a região plana limitada
pela curva
r = f (θ ) , θ = a e θ = b . O volume do sólido obtido pela rotação re R
em torno do eixo polar é dado por:
b b
2 3 2
V = π ∫ [ f (θ )] senθ dθ = π ∫ r 3 senθdθ
3 a 3 a

Veja o exemplo de cálculo de volumes em coordenadas polares

Achar o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo polar,


pelo círculo limitado pela função r = f (θ ) = cos θ

Exemplo

Resolução:
Para gerar o sólido que se pretende, uma esfera, apenas iremos considerar

 π
o semicírculo acima do eixo polar, isto é, θ ∈ 0,
 2 
Assim o volume é:
π π
2 2 2  (cos θ ) 4  2 π
V = π ∫ (cos θ ) 3 senθ dθ = − π   =
3 0 3  4 0 6
Caro estudante, vamos apresentar em seguida uma actividade para você
tirar as conclusões sobre a sua aprendizagem da lição antes de começar
com as actividades de auto-avaliação.
Achar a área limitada pelo caracol de pascal r = 2 + cos θ

Solução:

9
Actividade π
2
ANÁLISE MATEMÁTICA II Ensino à Distância 243

Sumário
Nesta lição você aprendeu a aplicação das coordenadas polares no cálculo
de áreas, de volume e comprimento de arco em coordenadas polares
b b
1
Áreas: A = ∫ [ f (θ )]2 dθ = 1 ∫ r 2 dθ
2a 2a
b b
2 2
Volume: V = π ∫ [ f (θ )]3 senθ dθ = π ∫ r 3 senθdθ
3 a 3 a
x2 θ2 2
 dr 
l = ∫ ds ⇒ L = ∫ r2 +  dθ
 dθ 
Comprimento de arco x1 θ1

Exercícios

1. Calcular a área de uma pétala de curvas r = a cos 2θ

2. Calcular a área da região interior à circunferência r = 2 cos θ e


exterior à cardiode r = 2 − 2 cos θ
Auto-avaliação 34
3. Calcular o comprimento das curvas dadas na forma polar
θ  3 
a) r = a sen 3 θ ∈ 0, π 
3  2 
b) r = θ θ ∈ [0 , 2π ]
244 Índice

Feedback
Solução:

πa 2
1.
8

4
2. 4 3− π
3

3 1
3. a) π ⋅ a b) π 1 + 4π 2 + ln(2π + 1 + 4π )
2 2

− G. Baranenkov, B. Demidovitch, Problemas e Exercícios de Análise


Matemática, 4ª Edição, Editora Mir, 1977;
− Spiegel, Murray R., Calculo Avançado, Colecção Schaum, Editora

Leitura McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1971.


− D. M. Fleming, M. B. Gonçalves, Cálculo A, Makron Books do
Brasil Editora Lda. E Editora da UFSC, 1992.

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