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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZO DE DIREITO FA VARA DO

TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE JOÃO MONLEVADE-MG.

PROCESO (XXX)

PAULO INÁCIO DA SILVA, já qualificado nos autos em epigrafe, vem


respeitosamente à presença de vossa Excelência, não satisfeito com a
presente decisão das folhas XXX, dos autos interporem o presente
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento no artigo 581, IV, do
CPP, no prazo legal de 5 dias, requer seja recebido o presente recurso, caso
entender por permanecer a mesma decisão, sejam remetidos os autos
contrarrazões recursais inclusa para o EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO.

Nestes Termos.

Pede Requerimento

João Monlevade-Mg

Advogado

OAB-UF
RAZÕES RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO

RECORRIDO: Paulo Inácio da Silva

RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLIO ESTADUAL

ORIGEM: Vara do Tribunal do Júri da Comarca de João Monlevade-Mg

Egrégio Tribunal

Colenda Câmara

Ínclitos Julgadores

Preclaro Procurador Geral da Justiça

Não procedeu como costumeiro a ser ilustre julgador monocrático que após
análise e da prova, impõe-se a reforma da presente decisão condenatória
pelos fatos a seguir.

1 - FATOS

Paulo Inácio da Silva, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual,


conforme relato das investigações que foram realizadas em sede de IP, o
recorrido desejava a morte de Samuel Lima Torres Munhoz e teria dado a
vítima uma alta dose de açúcar, isto junto a uma torta de chocolate, mesmo
tendo conhecimento de que a vítima apresentava diabetes crônico

Desse modo, o autor percebeu que Samuel estava ficando roxo, com falta de
ar, crendo que a vítima já estava prestes a falecer, ao verificar o estado de
Samuel, resolveu leva-lo para o hospital, sendo realizados exames, no qual foi
verificado a ingestão de açúcar, ocasionando a índices elevados de sua
glicemia.

Perante intervenção médica, Samuel foi socorrido a tempo e conseguiu


sobreviver, resultando apenas lesões internas no fígado pelo alto consumo do
açúcar.

Conforme foi apurado nos autos, o Juiz pronuncia Paulo pelo crime narrado
na denúncia.
1 – PRELIMINARMENTE

1.1 - NULIDADE DA PRONUNCIA POR EXCESSO DE LINGUAGEM.

Conforme os autos o magistrado competente recebeu a denúncia e


pronunciou o réu de forma acusatória pelo crime narrado na denúncia.

No que consta relatos de acordo com os fatos, houve a pronuncia dada pelo
juiz, já que não restava dúvida da autoria do crime na pessoa do réu. E que,
de tal modo, deveria haver júri popular para ser condenado pelo crime
cometido, mesmo não sendo consumado, por razão de ter sido socorrido a
tempo, o juiz julga de forma errônea e não se atenta aos padrões de seu
oficio.

Duvidas não há em relação ao excesso de linguagem feita pelo magistrado,


visando piorar a situação o réu, quando o digno juiz julgador declara. ¨vez não
resta dúvidas de que era ele o autor do crime, de modo que deveria pagar
pela barbaridade cometida.

No entanto, ao deparar com essa situação, deve-se atentar a conformidade


legal, conforme o art. 5º, inciso IV, da CR-88, preceitua que são assegurados
os princípios do contraditório e da ampla defesa aos acusados, com os meios
e recurso a ele inerente, diante disso observa-se nos autos que o réu não teve
chances de expor a sua defesa.

Diante de toda situação e com fulcro no artigo 564, inciso IV do CPP, o réu
requer que seja considerada a nulidade processual no presente caso, uma
vez que houve excesso de linguagem por parte do juiz, induzindo a convicção
dos jurados para a decisão da sentença.

Ementa: A C Ó R D A
O EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. ART. 306 DO CTB.
SUSPENSAO CONDICIONAL DO PROCESSO. EXPIRADO O PRAZO
SUSPENSIVO SEM TER HAVIDO REVOGAÇAO. DECRETAÇAO DA
EXTINÇAO DA PUNIBILIDADE. IMPOSIÇAO LEGAL. INTELIGÊNCIA DO 5º,
DO ART. 89, DA LEI Nº 9.099 /95. RECURSO MINISTERIAL DESPROVIDO.
1. Uma vez expirado o prazo da suspensão condicional do processo, sem que
tenha havido a sua revogação, mister a declaração da extinção da
punibilidade do beneficiado. 2. A verificação do cumprimento das condições
deve ser feita durante o período de prova. Inteligência do art. 89, 5º, da Lei nº
9.099 /95.3. Recurso desprovido. (TJES, Classe: Recurso Sentido Estrito,
24080244999, Relator Designado: SÉRGIO BIZZOTTO PESSOA DE
MENDONÇA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 08/02/2012, Data da Publicação no Diário: 01/03/2012)

2 - MÉRITO

2.1 - DESCLASSIFICAÇÃO POR LESÃO CORPORAL LEVE.


Conforme o auto cabe o juiz desclassificar a infração penal imputada ao réu,
como bem preceitua o artigo 419 CPP, em razão da conduta do agente por
submeter a vítima a risco através de culpa inconsciente.

Por conseguinte, tendo em vista no ordenamento jurídico, para que a conduta


tenha dolo, precisa existir intenção e vontade de praticar o crime.

No entanto o réu ficou surpreso com a reação da vítima, e não previa as


consequências do ato de sua conduta, podendo ocasionar a morte da vítima,
ressalta-se ainda que o réu levou a vítima no mesmo instante para o hospital,
em tempo de resguardar a vida da vítima, desse modo tendo em vista no
arrependimento eficaz como dispõe o art. 15 do CPB.

Art. 15 do CPB - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na


execução ou impede que o resultado de produza, só responde pelo já
praticado.

Deve ser afastada a pronuncia imposta pelo juiz, caracterizando homicídio


qualificado, pelo emprego de veneno, nos termos art. 121 parágrafos 2º, III, do
CPB.

Diante disso há requer a reforma da sentença e desclassificação da infração


penal lesão corporal leve do art. 129, parágrafo 3º do CPB, afastando a
pronuncia implantada e remetida aos autos pelo Juiz competente para julgar o
crime.

2.2 - DECOTE DA QUALIFICADORA POR SER MANIFESTAMENTE


IMPROCEDENTE.

Não há dúvidas que nos crimes onde a vítima deixa vestígios é necessário a
prova pericial com objetivo de comprovar a presença ou não do corpo delito
conforme prevê o artigo 158 do CPP.

Conforme o auto verificou-se nos laudos periciais realizados pelos médicos,


foi constatado a ingestão de açúcar e o aumento no nível de glicemia, no
entanto, tratando de situação onde há presença de vestígio, conforme citada
acima, o exame pericial é obrigatório.

A Sumula 64 do TJMG, prevê, que ao deixar ao Tribunal do júri a inteireza da


acusação, razão pela qual não se permite decotar qualificadoras na face de
pronuncia, salvo quando manifestamente improcedentes.

Assim, caso o tribunal não acolher a tese anterior e for mantida a pronuncia,
que seja decotada a qualificadora objeto de condenação, afim de que o réu
fique incurso tão somente na modalidade simples delito.

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – SENTENÇA DE PRONÚNCIA –


HOMICÍDIO
EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - HOMICÍDIO QUALIFICADO -
HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO - NULIDADE
POR EXCESSO DE LINGUAGEM - NÃO OCORRÊNCIA - PRELIMINAR
REJEITADA - MÉRITO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE -
COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE E INDÍCIOS SUFICIENTES DE
AUTORIA - LEGÍTIMA DEFESA - AUSÊNCIA DE PROVA CABAL -
AFERIÇÃO DO DOLO DO AGENTE - COMPETÊNCIA DO CONSELHO DE
SENTENÇA - RECONHECIMENTO DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA -
DECOTE DAS QUALIFICADORAS - IMPOSSIBILIDADE - QUESTÕES A
SEREM ANALISADAS PELOS JURADOS - PRELIMINAR REJEITADA E, NO
MÉRITO, NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. 1. Observa-se que o juiz,
em decisão suficientemente fundamentada e sem exageros, pronunciou o
recorrente, agindo nos estritos limites do artigo 413 do Código de Processo
Penal, não havendo, assim, que se falar em nulidade. 2. Nos termos do art.
413 do Código de Processo Penal, a pronúncia, como mero juízo de
admissibilidade da acusação, deve ser proferida sempre que o juiz se
convencer da existência da materialidade e de indícios suficientes da autoria
delitiva, devendo a causa ser submetida à apreciação do Conselho de
Sentença, sob pena de afronta à soberania do Júri. 3. Ausente demonstração
cabal de que o recorrente agiu em legítima defesa, inviável acolher o pedido
de absolvição sumária, sob pena de usurpação da competência constitucional
do Tribunal do Júri. 4. A deliberação acerca da existência ou não de dolo na
conduta do agente é atribuição dos jurados. 5. As qualificadoras
reconhecidas na pronúncia somente poderão ser decotadas se forem
manifestamente improcedentes. Inteligência da Súmula nº 64 deste egrégio
Tribunal de Justiça.

3. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente Recurso,


despronunciando o recorrente, por não haver dolo na conduta do réu e Caso
não seja esse o entendimento de Vossas Excelências, considerando a
insuficiência de provas e o princípio do in dúbio pro reo, a defesa requer,
a DESCLASSIFICAÇÃO do crime imputado ao acusado na Denúncia para o
do tipo penal previsto no art.129 do CPB;

Nestes Termos
Pede Deferimento

João Monlevade, MG 13 de Abril de 2019.

Advogado

OAB-MG

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