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Marcy Jacks
Marty Gray estava pronto para urinar nas calças quando viu a
fogueira. Não estava acesa, mas o fato de que estava sendo arrastado para ela
por uma dúzia de mãos mais fortes do que ele o deixava saber que os planos
para ele envolviam a coisa.
Entrou em pânico, lutando naquele momento mais do que já tinha
desde que os aldeões desta pequena aldeia o tinham puxado para fora do
buraco em que tinha passado a maior parte das ultimas duas semanas.
— Não! Não sou um lobo! Por favor!
Gritou por misericórdia, e eles responderam com seus gritos por
sangue muito mais altos. Ele não tinha certeza se suas palavras caíram em
ouvidos surdos ou não, uma vez que isso exigiria que estes homens e
mulheres o ouvissem sobre os seus próprios gritos.
Poderiam até mesmo comê-lo, depois de cozinhá-lo. Um homem
velho e vesgo, com não mais do que quatro dentes na boca, pedia pela carne
em seus ossos, e Marty começou a soluçar.
Assim não. Oh Deus. Assim não. Ele não podia... Não podia deixar
que isso acontecesse assim.
Deu socos e pontapés nos homens que o arrastava em direção a
fogueira, puxando-o para cima pelos degraus de pedras que conduziam à
estaca de madeira a qual seria acorrentado.
As correntes estavam pretas e com queimaduras. Esses moradores
tinham usado essa fogueira antes. Provavelmente muitas vezes.
Quando Marty chutou e lutou, eles chutaram, lutaram, e cuspiram de
volta para ele.
Marty não era um homem pequeno. Não era particularmente alto,
mas trabalhou nos campos na sua matilha. Sabia que tinha músculos e força
sobre ele, mas não conseguia impedir o que estava para acontecer. Apenas
atrasava o inevitável.
Pensou que estava dando tudo de si, mas realmente não começou a
se debater até que suas mãos foram puxadas acima da sua cabeça, e as
correntes travadas em torno dos seus pulsos.
Elas beliscaram sua pele, e ele gritou e chutou, fazendo os moradores
recuarem.
Ele ia morrer. Essas pessoas iriam matá-lo de uma das piores
maneiras possíveis.
Marty tinha pensando ser pelo menos um pouco valente. Um pouco
capaz de lidar com isso.
Mas não era verdade, porque seus olhos ardiam antes mesmo que o
fogo começasse. Ele lutou para segurar as lágrimas de terror, mas algumas
escorregaram pelo seu rosto sujo.
Os aldeões, suas mulheres, e algumas das suas crianças magras e
famintas notaram isso. Eles apontaram e riram.
Alguém jogou um graveto em sua cabeça. Ele mal se esquivou, mas
não conseguiu desviar dos outros que se seguiram.
Rochas, lama, e mais gravetos foram arremessadas nele. Ninguém
jogou alimentos. Em uma aldeia pobre como esta, comida desperdiçada era
punível com chicotadas.
Marty sabia disso porque tinha ouvido um par de vezes quando tinha
ficado preso no buraco, imaginando o que iriam fazer com ele.
Queria Alastor.
Naquele momento, com as mãos acima da cabeça, lama e pedras
lançadas contra ele, Marty pensou em Alastor.
Estava desesperado por qualquer pensamento reconfortante. Essa era
a única razão pela qual iria pensar no alfa em um momento como este.
Também tinha pensado no homem quando estava preso no buraco, mas agora
que estava prestes a morrer, tudo no que Marty conseguia pensar era na sua
necessidade de vê-lo, pelo menos, mais uma vez.
Viu o fogo pela primeira vez. Um dos moradores, um homem com
uma barriga tão volumosa que Marty sabia que ele estava escondendo comida
dos outros moradores em algum lugar, levou grande prazer em caminhar na
sua direção com a tocha em suas mãos.
Seu sorriso estava ansioso. Ele tinha feito isso antes, e gostou.
Apesar da umidade em seu rosto, e o engate em sua respiração,
Marty olhou para ele tentando colocar uma expressão indiferente no rosto,
embora não tivesse certeza o quão bem sucedido estava com isso.
Provavelmente parecia tão apavorado como um pássaro ferido.
Não iria implorar.
Bem, o faria. Marty tinha ouvido as histórias. Todos imploravam em
algum momento quando estavam em chamas, mas Marty queria adiar por
tanto tempo possível.
Ficaria bem em breve. Seria a pior dor da sua vida, mas quando
acabasse pelo menos estaria com seus pais. Seria livre. Estaria livre deste
mundo, de Alastor, e então poderia se juntar a sua mãe e seu pai na luz.
Isso soou bem. Quanto tempo um homem podia queimar antes de
morrer?
Esperava que por pouco tempo.
O homem gordo andou um círculo completo em volta da estaca na
qual Marty estava acorrentado. A multidão aplaudiu.
Este era um pequeno show para eles. Eles estavam ansiosos.
Ninguém tinha piedade em seus olhos para o humano que tinha falado bem
dos lobos, como Marty tinha feito.
— Para o crime traiçoeiro de fornicar com a besta, — Gritou o homem
gordo com a tocha, saliva voando da sua boca, seu olhos arregalados. — Nós o
sentenciamos à morte! Que o seu sacrifício alimente os nossos filhos!
A multidão aplaudiu. Marty estremeceu. Eles realmente estavam indo
comê-lo.
Cerrou os punhos, mordendo um gemido de terror quando abaixou a
cabeça.
Que seja breve. Por favor, Deus, que seja breve.
Alastor.
Marty não notou em um primeiro momento, mas nem bem o nome do
alfa passou por sua cabeça, e a multidão soltou um suspiro coletivo de choque,
e depois ficaram em silêncio.
Marty tentou ouvir, mas só ouviu o crepitar da tocha, cheirou apenas
o combustível que iria acender a fogueira quando o grande homem com dentes
amarelos baixasse o fogo.
Aterrorizado em olhar para cima, mas incapaz de ignorar por mais
tempo, Marty levantou a cabeça.
Engasgou, e seu coração acelerou ao ver a razão para o medo na
pequena aldeia.
Alastor estava ali, um pouco além da multidão de pessoas, alto, nu e
orgulhoso. Seus longos cabelos da cor de areia molhada voavam ao redor dos
seus ombros e seus olhos brilhantes digitalizavam as pessoas ao seu redor.
O coração de Marty se elevou com a visão, um breve lampejo de
esperança inflamou dentro dele, mais brilhante do que a tocha que poderia
matá-lo a qualquer momento.
Mas, não havia calor naqueles olhos. Alastor zombava dele, seus
lábios puxados para trás, revelando suas presas. Alastor nunca olhou para ele
assim antes.
Era compreensível, considerando que Marty era um traidor.
Em seguida, Alastor voltou sua atenção para a multidão ao seu redor.
Ele realmente sorriu, estendendo as mãos, como se cumprimentando velhos
amigos.
— Senhoras e senhores desta boa vila. Venho trazer presentes para
comemorar essa ocasião.
A esperança no peito de Marty morreu gritando, lamentando a morte
quando Alastor estalou os dedos, e quatro dos seus betas, homens fortes que
Marty reconheceu, saíram das sombras das árvores e arbustos grossos.
Os quatro carregaram duas vacas mortas, o suficiente para alimentar
toda a aldeia neste dia, e dar-lhes caldo de sopa de osso por mais vários dias.
Alastor olhou para os seus homens, em seguida, de volta à aldeia,
com aquele mesmo sorriso no rosto.
Ele estava... Estava aqui para celebrar com eles?
Marty voltou a olhar para baixo, para os seus pés, lutando contra
aquele aperto na garganta, e o medo de que ele iria quebrar e começar a
chorar novamente.
Alastor...
Balios não tinha mentido. Estava dizendo a verdade. Alastor
realmente não se importava com ele. Estava aqui para assistir Marty ter uma
morte horrível.
— No entanto, — Alastor falou quando os aldeões e moradores se
moveram para frente. Eles pararam cuidadosamente os seus movimentos. —
Por mais que gostaria de assistir um evento como este, lamento, mas não
posso ficar.
— Então vá embora, besta! —, Gritou o homem com a tocha.
Ele ainda a segurava, mas quando Marty olhou para cima, observou
como o outro homem estava longe da estaca onde Marty estava, e se
aproximava das vacas com uma velocidade que um homem do seu tamanho
não deveria possuir.
— Eu vou. Vou deixar vocês voltarem as suas celebrações, mas só
depois de que pegar meu escravo de volta.
Marty franziu a testa e olhou para cima. Escravo? Que escravo?
Alastor não tinha escravos.
Os moradores olharam entre si, alguns olhando de volta para Marty, e
alguns deles pareceram entender, incluindo o homem com a tocha.
— Este é nosso. Ele quebrou a lei!
— Ele quebrou minhas leis, também —, disse Alastor, seu olhar
intenso voltando para Marty, sem amor ou cuidado dentro deles.
Aqueles olhos que outrora olharam para Marty com tanto carinho
neles... Não era de admirar que Marty tivesse sido enganado.
— Estou disposto a pagar por ele, com esta carne fresca. — Alastor
cutucou a cabeça da vaca com o pé. — O pagamento da sua morte. Você terá
a sua fogueira e vão celebrar com comida, mas irá fazê-lo sem o meu escravo
no seu prato.
Os olhos de Marty se arregalaram. Ele entendeu agora. Alastor estava
falando dele. Estava falando sobre Marty.
Como um escravo?
Afastou o pensamento da sua cabeça. Não se importava. Contanto
que o tirasse dessa situação. Não se importava. Ele não queria queimar até a
morte.
Marty queria gritar para Alastor, que estava arrependido por tê-lo
deixado, mas não podia. Se estes aldeões ouvissem Marty pedindo desculpas,
eles poderiam decidir ter a sua matança de qualquer forma, com ou sem a
carne de vaca.
— Se nos recusarmos? —, Alguém gritou.
Alastor mal olhou na direção do homem. Ele suspirou, como se a
pergunta fosse problemática.
— Então eu e meus homens vamos mudar em nossas formas
monstruosas. Nós nos tornaremos os lobos que todos temem em seus
pesadelos noturnos. Vamos matar todas as suas mulheres, pelo menos metade
dos seus filhos, e arrancar as mãos de cada macho adulto aqui, de modo que
nenhum de vocês possa trabalhar suas terras nunca mais. Vamos dar-lhes uma
morte lenta. Dê-me o meu escravo e aceite o pagamento, ou me desagrade.
Escolha sabiamente, porque apenas uma opção deixa todos bem alimentados
esta noite.
Marty engoliu em seco. Quase não podia acreditar que essas palavras
saíram da boca de Alastor. Ele sempre tinha sido tão justo e bondoso. Marty
sabia que havia momentos em que todos os líderes tinham que dizer e fazer
coisas feias. Mas ver por si mesmo, pela primeira vez, no entanto... Não sabia
o que fazer com isso.
Os aldeões pareciam olhar entre si. As mães puxaram suas crianças
para mais perto, com terror em seus olhos enquanto provavelmente se
perguntavam se os seus homens seriam inteligentes em sua decisão.
Marty se perguntava a mesma coisa.
Não esperava que a decisão fosse feita tão rapidamente quando o
líder da aldeia deu um passo adiante, um largo sorriso no rosto, como se este
resultado inteiro tivesse sido planejado por ele.
— Temos um acordo!
O resto da aldeia fez uma pausa, em seguida, aplaudiu. As pessoas
bateram palmas, e o líder da aldeia se aproximou de Alastor.
Marty pensou que eles iriam apertar as mãos, mas não. Claro que
algo tão compatível como isso nunca iria acontecer nesta aldeia. Ou qualquer
outra para esse assunto.
Ambos os líderes simplesmente assentiram com a cabeça um para o
outro. Alastor disse algo para o líder da aldeia que Marty não podia ouvir. O
homem olhou para Marty, deu a sua resposta, e Alastor pisou em torno dele.
Marty ficou tenso. Seu coração bateu fortemente. Podia ouvi-lo
batendo em seus ouvidos e não era agradável. Seu corpo tremia e ele pensou
que poderia quebrar novamente com esta nova sensação que era tanto medo,
alívio, esperança e tensão, tudo ao mesmo tempo. Não sabia que seu corpo
poderia conter tantas emoções dentro dele. Sentia como se fosse explodir com
todas elas.
Ou derreter.
Alastor subiu as escadas para chegar onde Marty estava acorrentado.
Marty tremia diante dele. Tinha quase esquecido o poder que podia sentir
apenas de estar de pé na presença de Alastor. Do seu poder e beleza.
Alastor ficou nu diante dele, o que não era nada. Shifters ficavam
despidos muitas vezes na frente de muitas pessoas, mas a nudez de Alastor
tinha começado a fazer alguma coisa para ele quando Marty percebeu o seu
amor pelo alfa.
E, apesar da traição que tinha sofrido nas mãos de Alastor, o corpo do
alfa ainda trouxe essa reação primal no fundo do estômago de Marty que não
poderia segurar.
Queria empurrar-se no peito do homem e ficar lá, para pedir perdão
por ter partido, mas como poderia fazer isso? Quase não podia olhar para
aqueles olhos irritados, e muito menos imaginar-se sendo abraçado pelo alfa.
Ainda não havia sinal de amor ou carinho em Alastor.
Mas claro, o alfa da matilha nunca iria amar um humano. Marty
sempre soube disso. Por que esperava que fosse diferente?
Achava que deveria dizer alguma coisa. Que talvez devesse pedir
desculpas. Qualquer coisa que deixaria Alastor saber que ele não tinha tido a
intenção de causar tantos problemas.
Mesmo que tivesse.
— Alastor...
— Não fale comigo.
Marty fechou a boca. Percebendo o tom áspero na voz de Alastor. A
espécie de rosnado baixo, perigoso, que Alastor reservava não apenas para os
shifters que o incomodasse, mas também para os seus inimigos.
Marty não podia forçar seu corpo a cooperar. Ele olhou para o homem
mais alto, o alfa poderoso. Os lábios de Marty trabalharam, tremendo quando
ele lutou para conseguir alguma coisa fora de si mesmo que faria sentido. Ele
tinha que dizer alguma coisa.
— Estou tão...
Alastor bateu nele antes que pudesse formar outra palavra.
A cabeça de Marty chicoteou para o lado. Os moradores não
prestavam atenção a eles, pois estavam ocupados arrastando sua nova oferta
de carne à distância.
— Disse para não falar comigo. Nunca fale comigo novamente. Você
colocou toda a matilha em perigo. Os filhotes. Eles poderiam ter morrido por
sua causa.
O bater em seu coração tornou-se mais alto. Marty estava ficando
tonto com ele.
— Acene se você entendeu.
Marty assentiu.
— Bom. Você vai pagar por essas vacas, de alguma maneira. Elas
eram as melhores que nossa matilha tinha. Eu poderia tê-las feito criar várias
vezes ao longo do tempo para termos mais carne. Agora elas serão
desperdiçadas por esta aldeia.
Ardência começou nos olhos de Marty novamente, e o inchaço na
garganta tornou quase impossível falar.
Ele tinha que falar.
Marty olhou para o outro homem.
— Você não devia tê-las desperdiçado, então.
Os olhos de Alastor queimaram, brilhando num tal tom de vermelho e
laranja que poderia ter havido fogo por trás deles.
Marty só então percebeu seu erro, que ele ainda estava acorrentado,
que Alastor poderia decidir deixá-lo aqui por despeito, porque era isso que ele
era. Alastor era rancoroso e cruel.
Alastor também cerrou o punho. Parecia que ele poderia atacar Marty
novamente, mas não com uma mão aberta neste momento.
A tensão nos ombros de Alastor o deixou em uma corrida repentina
de ar. Ele ainda olhou para Marty como se Marty fosse o único que tinha
cometido um erro. Como se Marty fosse o inimigo aqui.
Talvez ele fosse. Alastor era um alfa, e comandava uma matilha
inteira. Ele poderia se convencer de qualquer número de coisas para deixá-lo
dormir à noite.
— Esse foi o seu primeiro aviso —, disse Alastor. — Fale de novo, e
vou atacar você. Fale uma terceira vez, e vou fazer você dormir do lado de fora
por um mês.
Os olhos de Marty se arregalaram.
— O que?
Alastor agarrou-o pelo pescoço, com o rosto chegando perto, a
poucas polegadas do outro, o suficiente para que Marty pudesse ver o alfa
selvagem dentro dos olhos de Alastor enquanto seus lábios se afastavam e os
dentes foram revelados.
— Não me teste.
Sua voz era monstruosa, e Marty não podia respirar assim. Ele
assentiu. Ansioso para ser liberado.
Alastor o soltou. Obrigado Deus por isso.
Ele também chegou até a corrente que prendia Marty, puxando a
coisa para fora do gancho na parte superior da estaca de madeira.
No entanto, não tirou as algemas dos pulsos de Marty. Ele pegou o
final da corrente e puxou para frente, puxando Marty junto como se ele fosse
uma espécie de animal na coleira.
Marty não disse nada, não fez perguntas. Ele apenas seguiu Alastor
descendo os degraus de pedra, longe da pilha de madeira encharcada de
combustível.
Alguns dos moradores olharam para ele. Outros estavam muito felizes
com seu novo prêmio.
Uma das vacas já tinha sido cortada, e já estavam começando a
cozinhá-la em fogueiras menores.
Quando Marty e Alastor terminaram de descer, a fogueira onde ele
estava foi imediatamente acessa.
Marty suspirou, olhando com terror para o que tinha quase sido a sua
morte.
Suor imediatamente surgiu em sua testa enquanto a observava
queimar, a aldeia aplaudiu um pouco mais quando os homens arrastaram a
outra vaca em direção ao fogo para cozinhá-la.
Os betas de Alastor, todos os quatro deles, estavam com seus braços
cruzados, cada um encarando Marty pelo problema que ele causou.
Nenhum deles falou uma palavra com ele. Provavelmente tinham
instruções para não.
Isso era bom.
Marty não sabia se alguma coisa que lhes dissesse faria diferença de
qualquer maneira.
Provavelmente não seria capaz de convencê-los de nada. Estava
apenas indo manter a cabeça para baixo, e esperava sair dessa sem ser muito
espancado quando chegasse em casa.
Mas a sua casa nunca mais seria a mesma. Não depois que ele
descobriu o que Alastor tinha feito.
A maneira como ele andava rapidamente, ignorando os pés descalços
de Marty e como ele desacelerou quando foi forçado a andar em cima de
pedras, galhos e agulhas de pinheiro, foi mais uma prova de quão pouco ele se
importava.
Marty lutou para manter a compostura.
Lutou contra a umidade em seus olhos. Ele era o tipo de homem que
ainda amava o alfa, apesar da sua crueldade, e do que ele tinha feito.
Não havia nada que Marty pudesse fazer sobre a maneira como sua
garganta fechou, e a dor dentro dela, ou o ardor em sua bochecha onde tinha
sido esbofeteado.
Ele se concentrou sobre essas coisas, em transformar o seu amor por
Alastor em ódio, porque era o que sentia pelo outro homem. Ódio. Não sentia
amor por ele, simplesmente ódio.
Disse a si mesmo isso uma e outra vez quando cortou os pés e
machucou os dedos na longa caminhada de volta para casa.
Não esperava que Alastor se virasse abruptamente com um grunhido,
agarrando-o pela sua túnica rasgada e o empurrasse contra uma rocha para
beijá-lo mais forte e com mais paixão do que nunca tinha beijado antes.
E na frente dos seus betas.
Capítulo Dois
Quando Alastor se afastou do beijo, ele não fez mais do que olhar
Marty nos olhos por todo o caminho de volta para a matilha.
Marty estava com muito medo de perguntar o que tinha acontecido
ou olhar para trás, para os betas, para ver se eles estavam olhando para ele.
Talvez eles pensassem que ele tivesse manipulado ou enganado seu alfa de
alguma forma. Não era bom, considerando a quantidade de problemas que ele
já estava dentro. Quando ele se sentiu um pouco mais corajoso, tentou roubar
olhares deles. Ele definitivamente ouviu os betas resmungando. Eles estavam
curiosos, isso era óbvio. Mesmo Dimitris, que às vezes era bom para Marty,
não olhou para ele na viagem de volta.
Marty não sabia o que ele deveria fazer sobre tudo isso.
A caminhada levou doze horas. Parecia uma distância tão curta
quando Marty tinha fugido da matilha, e os seus pés estavam quentes e
pulsavam como se tivessem sido espancados.
Provavelmente porque ele esteve correndo. Marty não era um lobo,
e ele não poderia manter-se da mesma forma que os alfas, betas, ou mesmo
os ômegas podiam, mas ele ainda era rápido, e ele poderia percorrer longas
distâncias antes que precisasse desacelerar.
Se Alastor só pudesse correr, ele provavelmente iria levá-lo para
apenas quatro horas em vez de doze. Os betas tinham levado as vacas de
volta para os aldeões que queriam matar Marty para abençoar suas colheitas e
alimentar seus filhos, então era evidente que não estavam carregando Marty
como uma forma de punição.
A boca de Marty queimava de tão seca na caminhada de volta. Ele
olhou para a parte de trás da cabeça de Alastor enquanto o homem segurava a
outra extremidade de suas correntes, e ele considerou seriamente implorar por
água.
Não. Ele não iria pedir. Não porque ele estava preocupado que
Alastor fosse bater nele de novo, mas porque o seu orgulho não permitiria isso.
A sede, a dor e o silêncio deixavam Marty com muito para pensar.
Por que Alastor o beijou?
Para puni-lo?
Para mostrar o que ele nunca mais iria receber?
A pior parte foi a maneira como o corpo de Marty tinha reagido ao
prazer imediato, ao toque da língua de Alastor, mas ele empurrou-a e ignorou
o nódulo doloroso formando em sua garganta.
Por que Alastor teve que beijá-lo?
Foi um castigo pior do que andar até os pés sangrarem. Aqueles
pensamentos retrógrados condenados, os aldeões supersticiosos tinham levado
seus sapatos quando o tinha aprisionado. Marty realmente desejava que ele
tivesse algo agora mesmo. Ele desejou que Alastor iria dizer que ele estava
perdoado, que Marty estava errado e Alastor se importava. Ele desejou que
Alastor percebesse que ele estava com dor e sede, mas Alastor não se
importava. Ele nunca se importou. Era uma mentira, e Marty era susceptível de
receber mais punições quando ele voltasse para a matilha.
Ninguém traía a matilha e saía sem punição.
Chicotada era pior do que os pés machucados e doloridos.
Chicotadas podiam matar, e Alastor não tinha contado a Marty quantas
chicotadas ele iria receber.
Para não mencionar a ameaça do que viria depois que Marty
continuasse a falar. Ele estremeceu com o pensamento.
A estação fria estava por vir. Tinha sido ruim o suficiente dormir
naquele buraco por duas semanas, mas dormir fora, quando poderia chover ou
nevar a qualquer momento. Isso também podia matar. Os seres humanos sem
abrigo morrem o tempo todo.
Se Alastor queria que ele não dissesse nada, então ele não diria
nada. Marty não teria implorado por descanso de qualquer maneira. Ele não
queria dar a qualquer um desses homens - Dimitris, Alastor ou outros betas -
a satisfação de vê-lo se rebaixar.
Porém, sua garganta continuava parecendo inchada e dolorida.
Parecia não haver nada que ele pudesse fazer sobre isso, ou com a dor em seu
peito.
Os alfas descansaram apenas uma vez para a água. Marty, apesar
de querer ser teimoso sobre tudo, ainda olhou para o riacho com prazer, na
esperança de obter uma bebida.
Alastor puxou suas correntes.
─ Nem sequer pense nisso. Dimitris, segure-o. Certifique-se de que
ele não corra.
Dimitris pegou as correntes.
─ Sim, alfa.
Marty assistiu, seu coração doendo mais do que ele pensava que
deveria quando Alastor e seus betas mudaram, caminharam para a água e
beberam profundamente. Quando eles terminaram, Alastor voltou, pegou a
corrente de Marty e permitiu que Dimitris mudasse e bebesse também.
Ele estava com tanta sede e andando por tanto tempo.
Ele não iria implorar. Ele não iria implorar.
Alastor era o monstro aqui e isso era comprovado.
A sede era tão terrível ...
Marty teve que desviar da água rapidamente, recusando-se a olhar
para trás, quando eles começaram a andar novamente. Ainda assim, mesmo
quando ele não olhou para a água tentadora, claro, ele ainda podia ouvir o
murmúrio do rio e sentir o frescor no ar. Ela brincava com ele, mesmo quando
estava fora de vista.
─ Acompanhe, escravo ─ disse Alastor.
Marty assentiu e não disse nada.
Capítulo Três
Marty não sabia o que lhe deu. A fome e o cansaço eram as razões
mais prováveis. Ele viu a comida e como um animal ficou joelhos tentando
pegar todos os frutos e pedaços de fruta antes que estragassem no chão.
No momento, não via que era um ato de desespero. O chão do
banheiro eram limpo, polido, afinal de contas, mesmo se tivesse um pouco de
sujeira no chão, Marty pegaria os pedaços de comida antes que pudessem
estragar demais.
Depois que ele terminou de derramar lágrimas, prendeu a respiração,
e se acalmou, percebeu o que tinha feito, e o que continuava fazendo, apertou
as mãos firmemente em torno do pescoço de Alastor.
O alfa que não fez nada depois que o bando de seus pais ser
destruído. Alastor não tinha enviado ninguém para procurar por sobreviventes,
e não disse a Marty que ele poderia ser um órfão.
Esses eram os mais horríveis crimes que Marty poderia pensar, e
ainda assim ele estava bem ali, cerrando os punhos firmemente em torno dos
ombros de Alastor.
Realmente era meio patético.
— Estou terminando meu banho.
— Não, você não está —, disse Marty. Ele mal tinha ficado na água o
tempo de fazer com que a sujeira começasse a sair de sua pele.
— Eu estou bem. Você vem comigo para a água.
— O que?
Marty engasgou quando ele foi levantado no ar. Alastor pegou-o, e
Marty sempre esquecia da força que shifters tinham, até que essa força fosse
usada nele de alguma forma.
Ele tinha que admitir, realmente gostava da sensação dessa força. Era
reconfortante quando Alastor o pegava no colo, era agradável quando o alfa
segurava-o contra a parede para beijá-lo melhor.
Isto não foi diferente. Mesmo que Marty tinha todos os motivos para
não confiar no que estava acontecendo, ele permitiu ser levado para a piscina.
— Se você decidir me matar, por favor, não me queime ou me afogue.
Essas são maneiras ruins de morrer.
Alastor ficou visivelmente tenso quando abriu a porta.
— Deuses, por que você sempre acha que eu quero te matar!
— Outro alfa faria.
— Eu não sou qualquer outro alfa.
Alastor soou decididamente ofendido que Marty sugeriu que ele fosse.
Marty não entendia nada.
Alastor desceu os degraus de pedra da piscina e indo na água quente.
A água teria que ser cuidadosamente limpa após isso, mas, novamente,
Alastor era o alfa do bando. Ele poderia fazer, realmente, o que quisesse. Não
havia nenhuma razão para Marty assumir que estaria em qualquer dificuldade
por causa disso, ou que ficasse culpado pela bagunça. Certo?
Ele suspirou. Com certeza se sentiria culpado.
Quando Alastor estava até as coxas em água quente, colocou Marty
no degrau mais alto. Marty puxou as pernas para fora da água antes que
pudesse suja-la ainda mais com o seu sangue.
— Pare com isso. — Alastor imediatamente agarrou-o pelos seus
joelhos e virou as pernas de volta para a água. — Entre aqui.
Marty ficou tenso.
— Você prometeu que não iria me afogar.
— Eu não fiz tal promessa.
Marty ficou tenso.
Alastor revirou os olhos.
— Eu prometo que não vou te afogar, ou matá-lo, ou fazer você
sofrer muito, enquanto estiver na água comigo. Agora, pare de ser tão
dramático e entre aqui.
Marty resmungou com o insulto.
— Eu vou dizer a Adonia que você disse isso.
— Faça isso. Agora entre aqui.
Marty não tinha escolha, a não ser permitir que seus pés e pernas
fossem puxado para dentro da água. Sua calça ficou imediatamente molhada,
o encharcando.
Marty gemeu, então ficou tenso novamente quando as mãos de
Alastor desamarravam sua calça, desatando-a.
— O que você está fazendo?
— Te despindo. Você está imundo.
— Eu não deveria estar tomando banho na piscina.
Alastor levantou os olhos bruscamente. Eles brilhavam uma cor
laranja e vermelho-fogo. A mesma cor que ardia sempre que ele estava
irritado com alguma coisa. Ou incrivelmente zangado.
— Você vai ficar comigo. Você é meu escravo. Você não vai sair do
meu lado. Tire a roupa.
Marty se encolheu com isso. Doia mais do que imaginava quando o
alfa se referia a ele dessa forma tão cruel, como se ele fosse menos do que
nada.
Alastor nunca tinha mantido escravos antes. O fato de que Marty
seria seu primeiro não era algo que ele estava orgulhoso.
Quando Marty tirava roupa colocando-as fora da banheira, onde
permaneceriam seca, Alastor abruptamente saiu da água, gotejando por todo
lugar e em todo o chão de pedra enquanto pegava as roupas.
— Ei!
Alastor bufou por cima do ombro.
— Fique aqui.
— Eu pensei que você me queria com você o tempo todo!
— A menos que eu diga pra ficar, agora fique —, ele ordenou, em
seguida, foi embora.
Marty não sabia o que fazer por alguns segundos. Ficou congelado, se
debatendo com a dúvida de ir atrás do homem e se explicar para pelo menos
tentar convencer Alastor ver razão e libertá-lo. E sentia muito pelo o que tinha
feito.
Marty se levantou. Ele gemeu quando saiu da água. A água morna
abriu as feridas em seus pés ainda mais do que antes, pois sentiu a
queimadura de cada corte e contusão de forma mais forte, agora que as
feridas tinham sido limpas pela água da banheira.
Ele se esgueirou da melhor forma que pôde para a porta. Encostou o
ouvido, para ouvir se Alastor estava voltando. Ou, se alguns homens que
matariam Marty no lugar de Alastor estavam no caminho.
Alastor disse que não iria matar Marty. Mas não disse que não pediria
para alguém fazer isso por ele.
Marty debateu no pensamento de tentar fugir. Foi um curto debate.
Não, isso não funcionaria. Havia muitas pessoas neste bando, e
Marty ainda não tinha nenhum sapato, não havia chance que corresse mais
que uma série de lobisomens beta, quando sabiam que deveriam tomar
cuidado com ele.
Alastor iriam pegá-lo. Não haveria erros desta vez. Sem hesitação.
Marty iria morrer.
Ele era um covarde.
Marty era um covarde, porque ele não queria morrer. Ele não queria
que sua vida chegasse ao fim, mesmo se isso significava que viveria de joelhos
em vez de em pé. Ele queria estar bravo, mas não estava.
Passo a Passo. Marty correu de volta para a água, sentado na borda e
colocando as pernas dentro no momento em que a porta se abriu.
— Enviei suas roupas para lavar e tenho comida para você agora ...
— Alastor sumiu. Marty olhou atrás de si para ver o que o alfa poderia estar
fazendo.
As sobrancelhas de Alastor se levantaram em uma carranca
pensativa. Ele olhou fixamente para o chão de pedra do banheiro.
Marty olhou para baixo rapidamente, em seguida, desviou o olhar
quando percebeu o que Alastor estava olhando. Pegadas de Marty de sangue e
água.
Merda. Não diga nada. Por favor, não diga nada.
Alastor não disse nada. Ele deu um passo para a frente. A bandeja
em suas mãos tinha pernas, e ele colocou-a sobre a borda da banheira antes
de entrar.
Marty se atreveu a olhar para ela. Pato assado com batatas, nozes e
legumes. Uma pequena tigela de frutas com açúcar fosco estava na parte do
lado superior e lá estava o pão na chapa. Pão tinha sido difícil de conseguir
nos últimos tempos, graças às tempestades do ano passado.
Havia um outro jarro de água adoçada de Lily. Alastor derramou um
copo, em seguida, olhou diretamente para Marty.
— Se eu te der isso, você vai derramar?
A respiração de Marty ficou presa na garganta, se lembrou de quão
faminto ainda estava.
— Bem?
Marty sacudiu a cabeça.
— Eu não vou derramar.
— Bom. — Alastor entregou a Marty o copo, e Marty realmente teve
que lutar contra o impulso de devorar. Ele ainda estava com tanta sede. O
calor do banheiro não ajudava em nada, mas assistiu Alastor sobre o copo, e
Marty se obrigou a ir devagar.
Alastor assentiu, quase em aprovação. Ele tomou o copo, quando
Marty terminou com um suspiro de satisfação, colocando-o de volta para a
bandeja. Havia rolos de atadura na bandeja também.
— São para mim?
— É claro que eles são para você. — Alastor não olhou para ele
enquanto cortava o pato em vários pedaços, espetando-os no garfo. — Se eu
pretendo ter você vivo e não morto por alguma doença humana patética, eu
vou ter que cuidar de você. Abre.
Marty abriu a boca, permitindo que Alastor colocasse a ponta do
garfo em sua língua. Marty fechou a boca em torno do pato perfeitamente
preparado. Alastor puxou o garfo de volta.
Marty fechou os olhos, mastigando e engolindo a comida. Ele olhou
para o pato, as batatas, e tudo mais que parecia deliciosa na bandeja,
esperando por mais.
Alastor deu a ele.
— Suponho que aqueles humanos que tiveram você também não
alimentáva-o?
Marty assentiu, deixando Alastor alimentá-lo.
Alastor rosnou baixo em sua garganta, mas não disse mais nada do
terrível tratamento.
Marty estava mais preocupado em ter mais comida, tanto quanto
podia. Alastor pegou um pedaço do pato, em seguida, colocou uma outra
garfada de volta na boca de Marty.
Marty estava perfeitamente ciente de que esta era outra maneira em
que Alastor poderia machuca-lo. Os garfos vertentes eram afiados. Alastor
poderia esfaqueá-lo com ele e ainda estar cumprindo a promessa de não
afogar Marty, ele ainda estava inseguro. Não gostava da idéia de que poderia
ser machucado a qualquer momento.
Ainda assim Alastor não fez isso, alimentando-o com pedaços de boa
comida, mais Marty confiava no homem para não levar as coisas longe demais,
não querendo machucar Marty para o erro que ele tinha feito.
Era uma sensação estranha, de sempre estar no limite, enquanto seu
ex-amante lhe dava pedaços de pato e batatas. Era uma observação
interessante quando Alastor comeu tão bem.
— Eu acho que você nunca mais irá querer partilhar uma refeição
comigo de novo.
Alastor fez uma pausa quando colocou outra batata em sua boca. Ele
olhou diretamente em Marty, em seguida, colocou o garfo.
— Isso não é o que estamos fazendo. Eu vi que você estava com
fome e também precisava de cuidados e também estou com fome. Isso é tudo.
Calor inundou-se no peito e pescoço de Marty, então se estabeleceu
em seus ouvidos.
— Claro.
— Ainda com fome?
Marty assentiu. Ele não se importava mais como o garfo era afiado.
Ele só se preocupava em ser alimentado. E Alastor continuava a alimentá-lo.
Era tão chocante e íntimo, sendo alimentado por este homem. Marty não
conseguia se preocupar com o que Alastor tinha feito para ele. Marty estava
tão relaxado que poderia cair no sono.
— Então ... você jura que não disse aos aldeões sobre o bando?
Marty levantou os olhos, olhando para Alastor, implorando
silenciosamente para o alfa para acreditar nele.
— Não. Eu não lhes disse nada.
— Por quê?
Marty mordeu os lábios.
— Você não vai gostar da minha resposta.
— Diga-me de qualquer maneira.
Marty sentiu seu estômago se apertar em torno do pato e batatas
que tinha comido.
— Eu não lhes disse nada, porque eu sabia que não iriam salvar meus
pais. A informação que eu tinha não era para eles.
Quando olhou para cima novamente, Marty não estava nem um
pouco chocado ao ver Alastor dando-lhe um olhar tão aquecido. Não era um
mal olhar, mas não era amigável ou bom também.
Alastor sacudiu a cabeça, cheirando como se em desgosto.
E isso doeu igual a ser chamado de escravo.
— Por que você está me deixando viver? — Marty perguntou
miseravelmente. — Você poderia me matar e acabar com isso.
— E deixar você morrer uma vítima? Eu não penso assim.
Raiva saiu pelo corpo de Marty neste momento. Ele não conseguiu
controlar a forma como Alastor falou com ele. Ele não conseguia lidar com
nada disso.
— Muito bem, então como quer que eu morra?
Ele sabia que não deveria ter feito a pergunta no instante em que
saiu de sua boca. Marty olhou para cima, encontrando os olhos escuros de
Alastor, e imediatamente se sentiu mal com a forma dura em que Alastor olhou
para ele, como se Alastor soubesse que o que era dele estava bem na sua
frente.
Marty era escravo de Alastor, e como tal, cada vez que ele respirava
pertencia a Alastor, mas havia algum outro olhar possessivo nos olhos do alfa
que Marty sabia que não tinha nada a ver com essa coisa nova de escravidão
que Alastor estava fazendo.
Alastor olhou para Marty, da mesma forma que costumava fazer
quando ele queria pegar Marty atrás de uma das casas em sua aldeia do
bando, pressionando-o contra a parede e colocando suas bocas fortemente
juntas, dando um beijo que deixava ambos excitados, seus pênis duros, e suas
respirações difícil e ofegante. Era por essa razão que Marty sabia que o beijo
estava para acontencer antes que seus lábios fossem reivindicados.
Desta vez, ele poderia se preparar para ele. Ele se inclinou para trás,
deixando Alastor vir a ele, deixando Alastor empurrá-lo para baixo contra o
chão duro do banheiro.
A respiração de Alastor estava quente, e então as mãos dele foram
para as coxas nuas, o quadril, estômago ele acariciava acima e abaixo de
Marty.
Marty não se conteve. Por mais que pensou que ele odiava Alastor
pelo o que ele tinha feito, ainda havia algo dentro de si que gritava para o
outro homem, que exigia que ele se entregasse, mesmo ele sendo
recompensado com prazer como estava sendo.
Ele não queria lutar contra isto. Era bom demais. Por que diabos ele
lutaria com algo que o fazia se sentir tão bem? Algo que ele queria
desesperadamente?
Marty se odiava por desejá-lo. Ele estava dividido em duas direções
diferentes que mal conseguia segurar, mas ele ainda precisava disso. Ele ainda
doía por ele.
Marty gemeu impotente, abrindo suas coxas e deixando Alastor se
estabelecer entre elas com um gemido de prazer. Marty sentiu o duro
comprimento do pênis de Alastor contra o seu próprio. Seus dois órgãos
deslizando ardentemente um contra o outro, e Marty engasgou e gemeu
novamente. Ele resmungou e empurrou seu quadril para cima para encontrar o
de Alastor.
Então ele pegou o alfa pelas orelhas, separando suas bocas, quando
olhou nos olhos de Alastor.
— Eu ainda te odeio.
Alastor olhou para ele, suas pupilas dilatadas, a íris de cor dourada de
um shifter de prazer.
— Não, você não odeia.
— Sim eu sim! Oh!
Marty não podia deixar de gemer quando Alastor deslizou seu pênis
para a frente novamente. O fato de que Marty podia sentir a cabeça grossa do
pênis enquanto se movia para cima e para baixo ao longo de seu eixo estava
começando a ser demais.
— Você não me odeia. Não mais do que eu poderia te odiar. Eu sei
que você quer. Eu quero te odiar, também.
O coração de Marty se apertou com isso. Doeu mais do que pensava
que deveria em ouvir tais palavras, provando que Alastor tinha mais poder
sobre Marty que Marty poderia ter alguma vez pensado que ele tinha.
Não havia maneira do peito de Alastor se contrair tão dolorosamente
quando Marty disse que ele odiava. Teria ido no rosto de Alastor, mas não foi.
Alastor não se importava. Ele não se importava e Marty estava
lutando para manter o seu prazer de tomar conta dele, enquanto Alastor fazia
amor cruel com ele.
— Você é meu, — Alastor rosnou.
Marty resmungou.
— Diga.
— Y-você me disse para não falar.
Alastor empurrou seus quadris para a frente novamente. Ambos
grunhiram e gemeram do prazer disso.
— Eu disse para falar quando eu dizer para falar, e agora, diz o que
quiser. Diga-me que me odeia. Minta para mim e para si mesmo, diz que não
quer isso. Eu sei a verdade.
Marty olhou através de seu prazer.
— Eu te odeio.
Alastor mostrou os dentes em um sorriso de lobo.
— Não, você não sabe.
Marty quase quebrou naquele momento. Era verdade. Este maldito
bastardo, filho da puta de um lobo. Era verdade. Marty não o odiava. Apesar
de tudo, seus pais, fazendo-o andar todo o caminho de casa em seus pés
descalços, sem água, e transformando-o em um escravo. Marty não o odiava.
Ele não podia odiá-lo porque ele amava esse homem. Ele estava
apaixonado por Alastor ainda, e Alastor sabia disso. Caso contrário, ele não
estaria fazendo isso.
— Vou tomá-lo como meu. Ninguém vai tocar em você. Você é meu
para punir e meu para manter.
Marty sabia o que isso significava. Ele balançou sua cabeça.
— Não.
Alastor não deixou de balançar para trás e para a frente lentamente
seu quadril. Marty mal conseguia manter os olhos abertos, dificilmente poderia
pedir ao outro homem a reconsiderar a sua posição. Ele não conseguia obter-
se sob controle, porque o prazer era demais.
Ficar trancado naquele buraco, durante duas semanas, faminto e
esperando para morrer não exatamente deu vontade em Marty de tocar a si
mesmo, e agora Alastor dava prazer para Marty pela primeira vez em
semanas. Ele estava muito sensível.
Tão sensível que quase gozou quando Alastor lambeu o lado de sua
garganta, o lugar onde todas as marcas de mordida de companheiros ficava.
— Você quer isso —, disse Alastor.
Sim ele queria. Marty sacudiu a cabeça.
— Não.
Alastor rosnou, sua voz quase humana e tão dura como tinha sido
quando ele tinha resgatado pela primeira vez Marty dos aldeões.
— Você quer ser executado? Meu bando deseja executar você. Você
quer isso?
Marty piscou em meio da queimadura em seus olhos. Ele olhou para o
rosto de Alastor. Não havia nenhuma que conseguiria mentira em seus olhos,
mas Marty não podia mais confiar em sua própria percepção.
Alastor se apegou nisso. Seus quadris pararam de se mover. Ele
estava falando sério.
— Você sabe que isso não é uma mentira. Eles querem que você seja
punido. Eles sabem o que você saiu para fazer. Eu não sei como que eu estou
pedindo ao redor, mas eles querem sua cabeça por isso, não o banimento. Vou
mordê-lo e mantê-lo para o meu escravo. Você pode escolher isso ou a morte.
Escolha um agora.
Marty respirava pesadamente, pensando nisso.
Parte dele queria cuspir na face da suposta generosidade de Alastor,
para lhe dizer que ele não precisava da misericórdia dele e que ele poderia ser
jogado aos lobos por tudo o que importava.
Mais uma vez, no entanto, sua própria covardia interior não deixou.
Queimado e afogando não eram as únicas maneiras terríveis para
morrer. Ser jogado aos lobos era algo que poderia ser tomada literalmente por
aqui. O bando salvava essa punição para casos especiais. Há cinco anos,
descobriu-se que um dos humanos tinham matado um filhote de lobo. Os pais,
ficaram mortificado que seu filho havia sido contaminado, pediu que o homem
fosse rasgado por seus próprios dentes. Alastor havia concedido o pedido.
Jogado aos lobos. Era assim que Marty poderia enfrentar seu
destino, se ele não fosse cuidadoso.
— Faça a sua decisão.
Marty mal conseguia respirar, e ele mal podia pensar, exceto para o
quanto ele realmente não queria morrer. Inferno, ele iria se transformar em
um covarde e implorar por misericórdia a Alastor, mesmo que ele lhe ofereceu
uma maneira indolor fora deste mundo, Marty tinha certeza disso.
O que ele poderia fazer, acenar com a cabeça e pedir para ser salvo?
— Eu ... eu não quero morrer. Não deixe que eles me matem. Por
favor!
Os olhos de Alastor suavizaram. Houve um alívio neles. Ficou
aliviado? Sério?
— Eu não vou deixá-los tocar em você. Não se preocupe, doce.
Alastor acariciou o cabelo de Marty, apenas na maneira que ele
costumava fazer quando costumava dar a Marty seu amor e carinho sempre
que estavam sozinhos.
Era tão reconfortante agora como tinha sido antes. Como poderia não
ser quando Marty estava apaixonado por esse homem? Quando ele queria
estar ao seu lado, e confiava em Alastor para mantê-lo seguro?
Ele ainda estava envergonhado de si mesmo para pensar nessas
coisas, mas foi quase um alívio em si quando ele foi capaz de virar o pescoço
para o lado e deixar Alastor afundar suas longas presas shifter no pescoço e
ombro de Marty.
Marty gemeu de dor, e em seguida a pressa imediata de prazer que
se seguiu. Ele estava perdido para ele, e ele agarrou Alastor com força, nunca
querendo deixar o homem ir.
Capítulo Quatro
Ele o tinha. Alastor podia sentir. Marty era dele, e ele estava cedendo.
O gosto de seu sangue e pele eram doce. Alastor engoliu o máximo
de sangue que podia, tornando-os um, colocando o cheiro de Marty dentro
dele. Todo mundo saberia que Alastor havia reivindicado Marty. Ninguém
jamais poderia tocar no companheiro do alfa. Era assim que funcionava. Não
havia nada que poderia ser feito sobre isso agora.
Alastor sentiu o sêmen de Marty jorrando entre eles. O cheiro era
maravilhoso. Foi perfeito, porque ele era o único a fazer isso com ele.
Alastor nunca poderia admitir isso para seu amante, mas quando
perdeu Marty foi muito ruim. Mesmo quando ficou furioso por Marty ter fugido
para vender segredos da sua matilha para uma matilha de desonestos, Alastor
havia sentido falta dele.
E depois de tudo que Marty lhe dissera, Alastor não podia
inteiramente culpá-lo mais.
Alastor sentiu a forma menor de seu companheiro amolecer debaixo
dele. Isso era de se esperar. O orgasmo e a mordida iria deixá-lo fraco,
especialmente sendo um humano, mas não havia nenhuma maneira no inferno
que ele havia terminado. Ainda podia sentir o duro pau latejante de Marty
contra ele, quente e pronto para ser tocado e chupado e lambido.
Mais tarde. Isso aconteceria mais tarde, porque agora Alastor tinha
outras coisas para cuidar.
Ele gentilmente puxou os dentes livres da garganta de Marty. Lambeu
e sugou o local, mesmo tendo seu companheiro de dentro de si, precisava de
mais, queria muito mais, mas ele tinha que acabar com isto.
Alastor mordeu-se no pulso até sangrar. Ele resmungou com a dor
dela, mas o prazer próximo faria tudo isso valer a pena.
— Chupe isso. Engula pelo menos dois bocados.
Os olhos de Marty estavam dilatados tão fortemente que era um
pequeno milagre que soubesse o que Alastor estava dizendo a ele para fazer.
Ele tomou o pulso de Alastor e colocou à boca. A sucção foi desconfortável no
início, mas, em seguida, o calor dos lábios de Marty e a sensação de sua língua
quando ele lambeu e provou o sangue, levando-o dentro de si, misturando
seus aromas e tornando o acasalamento completo… foi bom.
Os quadris de Alastor começou a se mover novamente, desta vez por
sua livre vontade. Ele mal conseguia manter-se imóvel. Parecia bom demais,
seu corpo exigia estimulação extra.
Alastor ofegava quando arqueou para frente, ouvindo os gemidos
suaves de seu companheiro enquanto atendia o pau de Marty.
— Engula. Assim mesmo. — Alastor resmungou. — É isso aí.
Marty fez o que lhe foi dito, sugou um terceiro gole antes de Alastor
decidir que era suficiente e puxou o punho para trás.
Era suficiente. Ele não precisava dar ao seu companheiro mais do que
isso, porque agora tudo o que queria fazer era beijar e lamber todo o sangue
dos lábios de Marty.
Marty gemeu, suas mãos encontrando e segurando firmemente ao
cabelo na parte de trás da cabeça de Alastor quando suas bocas se uniram.
Alastor não conseguia parar de se mover. Bom demais. O prazer crescia dentro
dele, em seu pênis e testículos, inchados sob a barriga… tudo isso era Marty
fazendo. Marty foi o único capaz de fazer isso com ele. Ninguém mais, agora
Marty era seu para a vida.
Se ao menos tivesse acontecido de outra forma, de uma forma
melhor, mas Alastor estava mais do que disposto a levar qualquer coisa que
pudesse sair dessa. Ele tinha o seu companheiro. Não se importava com
qualquer outra coisa que não fosse o seu orgasmo.
— A-Alastor.
Marty ofegou e gritou assim de novo e de novo quando suas bocas
não estavam juntas. Com cada impulso dos quadris de Alastor, Marty gritou
uma palavra suave, o nome de Alastor, ou um apelo por mais. Ele era muito
bom nisso, e a julgar pelo seu cheiro, ele já estava perto de seu prazer mais
uma vez.
“É isso aí. Você é meu. Você vai gozar para mim, eu vou gozar dentro
de você, Marty.. Vou acasalar com você. Meu.”
O lobo estava falando. Seu espírito vindo para a frente junto com
Alastor.
Alastor gostava quando o seu lado mais selvagem saia. Ele queria
mais do mesmo. Ele queria levar seu companheiro com o lobo em sua mente.
Selvagem e desejoso.
— Eu vou gozar dentro de você. Todo mundo vai sentir meu cheiro
em você. Compreende?
Marty assentiu, suas bochechas coradas e olhos ainda dilatados. Era
uma maravilha que ele pudesse entender uma palavra que saiu da boca de
Alastor.
— Vire-se. Apresente-se para mim.
O lobo queria isso. Alastor queria ainda mais.
Podia não ser a posição mais confortável para os joelhos de Marty,
mas, pelo menos, lhe daria alguma forma de controle, e de costas Marty não
se machucaria nas bordas das escadas.
Marty fez o que lhe foi dito, a compreensão apenas quando concebido
para entrar em posição. Ele colocou seus joelhos nos degraus, com as mãos
acima e para fora da água. Ele olhou por cima do ombro, a expressão devassa
nas bochechas tinha que ser um acaso. Não havia nenhuma maneira que ele
poderia ser propositadamente tão sexy e devasso.
— Assim?
Foram as contusões nas costas de Marty que fez Alastor pausar. Ele
não tinha notado isso antes, mas esta era a primeira vez que estava olhando
para Marty de costas nuas numa iluminação adequada.
Ele não foi amarrado, mas com marcas como essa, definitivamente
foi usado um cinto várias vezes nelas.
E Alastor o fez andar todo o caminho de volta para casa com os pés
descalços.
Marty se virou, sua mão encontrando o quadril de Alastor, o toque
quente conseguindo sua atenção.
— Olhe para mim. Não para isso. É assim que você me quer?
Não havia nenhum indício de que Marty estava abatido por isso.
Nenhum sinal de que ele não poderia se recuperar ou desmoronar com uma
palavra mais ríspida. Sua força se transformou no alfa dentro Alastor. Ele
gostou. Queria ver mais dele.
Alastor rugiu a sua aprovação, seu pau pulsando. Ele tinha que dar-
lhe um golpe de misericórdia para aliviar a dor.
— Exatamente assim. Você é a coisa mais sexy que já vi.
Marty sorriu, como se isso lhe agradou e aliviou. Alastor esperava um
pouco de ambos.
Ao lado das ataduras que trouxe para os pés de Marty depois de ter
acabado de lavá-los, havia um creme para a pele ferida. Alastor precisava
disso. Pegou com a esperança e expectativa que ele usaria para isso, e estava
feliz que ele tivesse razão para se preparar.
Ele pegou o frasco de madeira, torceu a tampa e pegou um pouco do
creme do pote.
Ele imediatamente colocou dois dedos no canal de Marty. Marty saltou
assustado.
— O que é isso?
Ele olhou por cima do ombro de novo, sua boca apareceu um franzido
adorável.
— Está frio.
Alastor riu, voltando para a tarefa em suas mãos.
— Vai aquecer. Dê um tempo.
Por que tudo sobre Marty era tão maravilhosamente perfeito? Por que
ele tinha que trazer para fora todos os instintos protetores de Alastor? Por que
eles tinham que ser almas gêmeas?
Alastor nunca ia contar a Marty uma coisa dessas. Marty parecia
bastante descontente com a ideia de deixá-lo se acasalar com ele, mas era
verdade, eles eram almas gêmeas.
Alastor não tinha mentindo. Quando foi buscar comida, foi quando ele
descobriu os planos da matilha que se tratava de Marty. Ele correu de volta o
mais rapidamente possível, grato por encontrar Marty ainda aqui e ileso.
Alastor teria mais cuidado de agora em diante. Com seus sentimentos
e com a vida de Marty. Agora acasalado faria de tudo para manter Marty
seguro.
Ele empurrou seus dedos dentro do canal de Marty, tremendo de
prazer quando sentiu o aperto desse anel de músculos ao redor de seus dedos.
— Você é meu.
Marty engasgou e ofegou para respirar. Seus olhos cerrados bem
fechados, como se esta fosse sua primeira vez nesta posição.
— Diga.
— Eu sou seu. — Marty suspirou, jogando a cabeça para trás com um
gemido quando Alastor enfiou os dedos, encontrando seu ponto doce. Aquela
pequena protuberância agradável que virou amantes em gatinhos.
— É isso aí, você é meu. Isto é meu também. Você nunca vai tocar
neste ponto nunca mais.
— O quê? — Marty olhou por cima do ombro. O olhar arregalado que
deu foi além de doce e adorável. Alastor quase riu ao vê-lo.
— Muito bem. Você pode tocá-lo quando eu lhe der permissão.
Compreende?
Alastor não estava disposto a lembrar a Marty de seu novo status.
Não quando eles estavam curtindo um ao outro de modo muito gostoso. Isso
poderia esperar. Ele só queria isso. Queria aproveitar isso com seu
companheiro.
“Por favor, deixe-me aproveitar um pouco mais.”
Marty parecia alheio a tudo. Era como se o homem pequeno houvesse
esquecido o resto do mundo, mas o prazer que estava sentindo naquele
momento, quando ele se curvou e empurrou sua bunda de volta contra os
dedos de Alastor.
Tal doce visão para se ver. Alastor não tocou seu próprio pênis
enquanto esticou e deu prazer ao seu companheiro, mas pulsava, suas bolas
pesadas de desejo, com a necessidade de liberação.
— Eu estarei dentro de você, em breve. Diga que você quer isso. —
Alastor deixou os dedos tocar e passar sobre a próstata de Marty, a provocá-lo.
Marty jogou a cabeça para trás novamente, seus músculos apertando
maravilhosamente em torno de dedos de Alastor.
Isto era certo. Perfeito. Isso era tudo que tanto precisavam.
Sua parte alfa não gostou da falta de resposta.
— Diga-me.
Marty, ofegante e com as bochechas coradas com prazer, o cabelo
colado na testa com suor, virou a cabeça e olhou por cima do ombro.
— Para um alfa, você fala muito.
O que?
Algo dentro de Alastor estalou da melhor maneira possível. Ele puxou
os dedos livres do canal de Marty, estendendo a mão para o pote de creme
novamente.
— Eu vou te mostrar quem é o alfa falador.
Marty riu um pouco. Alastor decidiu ser benevolente e ignorar
enquanto revestia seu pênis com o creme, acrescentando no canal de Marty.
Isto era dele. Marty era dele. Ninguém ia tocá-lo, e se alguém exigir
que ele o machucasse, haveria um inferno para enfrentar, não seria engraçado.
Ele apertou a coroa escura de seu pau contra a entrada esticada de
Marty. Alastor teve um breve segundo de preocupação de que não tinha
preparado o seu companheiro o suficiente, mas não conseguiu segurar. Seu
lado mais selvagem estava no controle e no ato em que estava em causa,
tinha dado a seu companheiro mais do que suficiente. Não era mais preciso.
Ele empurrou para frente, a cabeça do seu pênis passando através
desse anel de músculos com bastante facilidade.
Marty grunhiu, com os punhos cerrados, a cabeça caindo enquanto
seu corpo se apertou firmemente em torno da intrusão, tentando impedi-lo de
ir para a frente mais do que já estava.
Alastor foi paciente com isso. Mesmo seu lado alfa sabia a
importância de tomar seu tempo, de dar ao seu companheiro o que ele
precisava para não machucá-lo.
No instante em que o corpo de Marty se abriu para ele, no entanto,
no momento em que foi capaz de afundar até as suas bolas, não havia nada
mais que ele precisava.
Alastor gemeu quando afundou até as bolas, seus quadris balançando
para frente e para trás no aperto liso do canal de Marty tomou conta do resto.
Marty jogou a cabeça para trás e gemeu, tomando a iniciativa de
empurrar os quadris para trás contra os golpes de Alastor, indo de encontro de
cada um.
— Isso é… isso é tão bom. — Marty ofegante, os olhos apertando bem
fechados.
Alastor sorriu antes de resmungar. Ele não abrandou o ritmo de seus
quadris.
— Você realmente esperava que fosse de outra maneira?
Marty não respondeu a isso. Ele parecia perder a força de suas mãos
e braços, caindo até os cotovelos. Porque ele já estava nos degraus de pedra
da piscina, não levantou totalmente a sua bunda, mas deu a ilusão.
Uma linda ilusão que era. Alastor grunhiu, seus quadris batendo para
a frente mais duro, mais rápido quando procurou cada vez ir mais fundo dentro
de seu amante.
Ele e Marty tinham feito amor de muitas maneiras sem ter ido tão
longe como agora. Alastor não esperava que fosse tão bom. Os humanos eram
frágeis, seus corpos necessitavam de tempo para se recuperar, e os homens
precisavam fazer amor muitas vezes assim antes de obter algum prazer com
isso.
Não para Marty, seu companheiro. Isso provou que ele era o seu
verdadeiro companheiro. Apenas o companheiro de um alfa seria capaz de
acompanhar. Não havia outra explicação para isso, o conhecimento bombeou
Alastor cheio de mais energia, mais prazer, a necessidade de acasalar e o cio e
a foda até que ambos estivessem satisfeitos.
Seus quadris se moveram em um ritmo próprio. Se os joelhos de
Marty não estivessem ancorado nas escadas, Alastor podia tê-lo fodido por
todo o chão de pedra.
Adorável e perfeito. Ele não ligava para o que Marty tinha feito. Ele
não ligava quais foram suas razões para fugir. Alastor iria mantê-lo como seu,
são e salvo. Marty não era mais de ninguém.
— M-me diga que você gosta.
Marty assentiu.
— Sim. Oh deuses.
Marty se inclinou para baixo, pressionando o rosto no chão de pedra,
como se procurasse alguma coisa que pudesse refrescá-lo naquele momento.
Alastor achou que não funcionaria muito bem, considerando que este quarto
foi feito para ser continuamente quente.
Alastor colocou seus punhos em ambos os lados da cabeça de Marty,
grunhindo enquanto empurrava mais duro, mas também mais lento. Marty
gemeu em voz alta, tentando empurrar de volta contra o pau de Alastor,
quando ele se afastou. Alastor não tinha nenhuma intenção de deixar o interior
do corpo de Marty. Isso foi para o seu prazer.
— Eu tenho você. Não se preocupe.
Marty manteve o rosto para o chão.
— Parece bom.
Alastor balançava para frente duro, circulando seus quadris.
— Eu sei.
Ficou sem dizer que era bom para ele, também. Assim tão danado de
bom que mal conseguia pensar em mais nada. Na raiva de sua matilha que
queria sangue. Na traição de Marty, ou o que ele próprio tinha feito para
causar isso, e o que ele precisava fazer para compensar.
Tudo o que havia… era o prazer, e o corpo de Marty. Seu apertado
corpo molhado que se encaixava perfeitamente com o seu.
Alastor rosnou quando gozou, bombeando seus quadris mais duro,
fazendo seu companheiro gemer. Alastor queria mais dele, com Marty gozando
com ele. Ele chegou debaixo do corpo de Marty e até o seu pau. Ainda duro e
quente, ele pulou um pouco em sua mão, como se aconchegando ao toque.
E por que não faria uma coisa dessas quando Alastor acariciou e
provocou tão bem?
Marty pressionou a testa contra os ladrilhos de pedra do pavimento.
Estremeceu e gemeu antes de Alastor sentir um calor que não era da água da
piscina jorrando através de sua mão.
O lado lobo em si, o alfa, gostou de tudo. O controle que veio com
seu amante, tomando Marty como seu… não havia nada melhor.
Alastor retumbou em delírio, seu lado lobo se tornando tão carinhoso
como poderia quando acariciou, beijou e lambeu a ferida da mordida de
acasalamento.
Marty gemeu, seu corpo tornou-se mole quando Alastor retirou seu
pênis livre dele.
Como um alfa, ele poderia gozar novamente e novamente até Marty
precisar de, pelo menos, vários dias de recuperação.
Alastor não queria fazer isso. Ele sabia como mostrar, pelo menos,
um pouco de contenção, não estava prestes a dar ao seu companheiro um
traseiro dolorido desta forma.
Ele preferia dar-lhe uma palmada.
Beijando-o, enrolou seus braços em torno do corpo menor de Marty,
puxou para dentro da água morna.
Marty gemeu.
— Lembre-se que você prometeu…
— Para não te afogar. — Alastor beijou o lado da garganta de Marty.
Ele nunca ia se cansar de beijar a marca de mordida. — Eu me lembro. Estou
limpando você. Você pode comer sua refeição, em seguida, descansar um
pouco.
Marty fez uma careta.
— E quanto a ser seu escravo?
— Isso pode vir mais tarde. — Alastor tinha algumas coisas para
pensar em primeiro lugar. — Marty, sinto muito por seus pais. Se houvesse
algo que eu poderia ter feito, eu teria.
— Ótimo.
— Eu te perdôo por tentar sair, mas a matilha ainda vai querer seu
sangue. Você vai ter que ficar comigo, Dimitris ou Adonia por um tempo para
mantê-lo seguro.
— Ótimo.
Aquelas não eram palavras de um homem que estava chegando a
uma conclusão sobre qualquer coisa.
— Eu pensei que você seria feliz.
Eles flutuavam na extremidade mais profunda da piscina, o que não
foi difícil, uma vez que era uma grande piscina. Ela poderia caber uns vinte
alfas no máximo, mas naquele momento, parecia que Alastor estava flutuando
sozinho em um oceano enquanto esperava a resposta de Marty.
— Sim, é generoso do alfa me perdoar por fugir do bando quando
você não fez nada pelos meus pais ou a matilha em que viviam, mas eu nunca
disse nada sobre te perdoar.
Capítulo Cinco
Alastor precisava ver Balios. Isto envolveu deixar Marty sozinho com
Dimitris por um tempo, algo que Alastor não gostava de fazê-lo logo após o
acasalamento. Ele era capaz de dizer no instante que Dimitris pode sentir seu
acasalamento com Marty. Os olhos do beta tinham aumentado
consideravelmente, e ele olhou de Alastor para Marty e vice-versa, como se
não pudesse acreditar no que seu nariz estava dizendo a ele.
Alastor entregou Marty, recém-banhado e vestido, ainda com lanche
em sua tigela de frutas, com a instrução estrita de que era para manter Marty
longe do resto da matilha antes que esta nova situação pudesse ser explicada.
Com a promessa de que ele iria arrancar um dos olhos de Dimitris se
algo acontecesse com seu companheiro.
Dimitris sabia que Alastor não teria realmente feito algo assim, mas
ele ainda balançou a cabeça e olhou para Marty como se tivesse levado o
choque de sua vida.
Marty se recusou a olhar para longe de sua tigela de frutas, e ele não
tinha dito uma palavra para Alastor quando ele se afastou.
Alastor mudou em sua forma de lobo, e correu para as árvores,
perseguindo o cheiro de Balios.
Não foi difícil de encontrar o beta. Ele era mais velho que Alastor, mas
ainda estava no seu auge. Ele estaria em uma patrulha, no lugar habitual, ao
longo dos penhascos que davam para o mar.
Às vezes matilhas desonestas tentaram fazer o mergulho perigoso
sobre as rochas e nas areias mais macias, mais fácil a esgueirar-se para o
território de Alastor. Era dever de Balios vigiar essas águas.
Alastor encontrou-o facilmente, não em sua forma de lobo, mas ainda
com a vista para o penhasco.
Balios não se virou para enfrentá-lo imediatamente, mas ele colocou
o nariz para o ar, cheirou, e então ele virou.
O choque veio em seus velhos olhos, a sua boca se abriu, e a tensão
em seus ombros era incômoda e irritante.
Alastor rosnou, circulando em torno de seu amigo.
— Você acasalou com ele?
Alastor mudou.
— Levei-o como o meu. Como Marty descobriu sobre a matilha das
planícies?
As mãos de Balios fecharam e abriram. Ao contrário, ele não parecia
nem um pouco preocupado com sua segurança, como deveria ter feito.
— Alguém tinha que dizer a ele. Esperar que ele descobrisse por
conta própria teria sido pior.
Alastor latiu para ele.
— Isso era para eu dizer-lhe! Era minha responsabilidade!
— Você soube durante cinco dias e ainda não disse nada. O menino
tinha o direito de saber.
Alastor olhou, odiando-o por estar certo. E o envergonhou que Balios
estava certo.
— Queria confrontá-lo com a nota que ele deixou?
Alastor assentiu. Balios ficou tenso.
— Não importa de qualquer maneira. Você pode sentir o cheiro dele
em mim. O resto do bando, também. Ele tem minha mordida. Ninguém vai
tocá-lo, e eu vou puni-lo como eu achar melhor.
— E Adonia? Ela era para ter seus filhotes.
Alastor não disse nada.
— Eu vou encontrar outro herdeiro. Seu filho pode levar no meu lugar
quando ele for velho o suficiente, ou quando eu cair na batalha, por tudo que
me importa.
Essa revelação pareceu acalmar o ar entre eles. Alastor não tinha
percebido o lugar onde esta conversa estava indo, mas quando estava fora de
sua boca, ele percebeu o que tinha feito.
Apesar do prazer de Balios com a decisão de Alastor, ele ainda falou
palavras sombrias.
— A matilha não estará satisfeita. Eles ainda querem seu sangue.
Alguém pode tentar machucá-lo.
— Ele é meu escravo. Eu legitimamente o adquiri como bem valioso.
Não só é minha propriedade, ele é meu companheiro. Qualquer um que lhe
prejudicar vai morrer por minha mão.
Balios levantou uma sobrancelha cinza.
— Qualquer um?
Alastor olhou para seu amigo mais antigo.
— Qualquer um.
Ele deixou que afundasse com seu amigo por um momento. Quando
ele estava convencido de que tinha, e que Balios o ajudaria a manter Marty
seguro, Alastor virou.
— Onde você está indo?
— Voltar para a matilha. Eu preciso ver a feridas de Marty, em
seguida, anunciar a matilha que ele vai ser meu.
— E Adonia?
— Ela vai entender. — Alastor sabia aonde seus gostos leigos iam. Ela
queria os filhotes, que eram dele. Alastor não seria o primeiro a produzir
herdeiros com alguém que não era o seu companheiro.
Mas ele não queria pensar sobre isso agora. Agora, ele queria voltar
para seu companheiro, para colocar mais daquela loção de cura que ele tinha
coletado do curandeiro para por nos pés de Marty, enfaixa-lo novamente, e
fazer com que ele continuasse a obter uma boa comida. Além disso, Marty
parecia nervoso quando Alastor o deixou sozinho com Dimitris.
Quando o inferno era que o ser humano iria aprender que Alastor não
estava à espera de obter um guarda para que ele pudesse matá-lo? Alastor
não tinha interesse em matar seu próprio companheiro.
Ele também não tinha interesse em deixar o resto da matilha achar
que eles poderiam matar seu companheiro também.
Ele também tinha que dizer a matilha o que estava acontecendo, e
garantir que eles não lhe rosnassem quando anunciasse que a vida de Marty
pertencia a Alastor.
A hora em que Alastor tinha ido para a floresta para encontrar o seu
segundo em comando, Dimitris tinha olhado para Marty como ele realmente
queria fazer algumas perguntas, perguntas que Marty não tinha ideia de como
ele deveria responder.
Ele tinha a mordida de acasalamento do alfa em sua garganta, e ele
tinha mordido Alastor e bebido do sangue do alfa. Eles iriam sentir um ao
outro para o resto de suas vidas.
Dimitris estava tomando-o bem. Marty não queria que Alastor saísse.
Quando Alastor trouxe Dimitris em sua casa e disse que Marty era para ficar
ali, Marty tinha saltado para cima, ignorando a dor em seus pés para ir atrás
dele.
— Eu posso ir com você?
Mesmo para seus próprios ouvidos, tinha parecido desesperado e
implorando. Marty tinha stado envergonhado por não ser mais valente.
Alastor tinha revirado os olhos, como se a coisa toda fosse irritante.
— Pelo amor dos deuses, eu não vou te matar. Você quer parar com
isso?
Marty deixou Alastor só, então, sabendo do que ele precisava. Ele
provavelmente estava confundindo Alastor com as coisas que ele sempre disse
e fez.
Marty confundiu-se com a forma como ele se sentia. Ele estava
zangado com Alastor, mas não queria que o homem o deixasse sozinho. Ele
não queria que Alastor o desprezasse o suficiente para que ele fosse jogado a
um dos betas para uma matança divertida.
Marty ainda observou quando o alfa o deixou sozinho na pequena
casa. Ele não quis voltar atrás e olhar para Dimitris, apenas no caso de ver as
garras.
Dimitris pareceu extremamente desconfortável. Marty nunca tinha
ouvido um beta ficar tão desconfortável com alguma coisa antes.
— Ele... Ah, o alfa me deu ordens estritas para ver a sua segurança.
Eu vou vigar para que nenhum dano venha até você.
Marty mal olhou para Dimitris, mas ele balançou a cabeça.
— Obrigado.
Ainda assim, ele mal conseguiu relaxar enquanto estava sozinho com
o beta, e Dimitris foi o único que foi sempre pelo menos um pouco gentil com
Marty.
Dimitris insistiu para Marty comer o pão e as frutas enquanto
esperavam o retorno de Alastor. Enquanto esperavam, foi noticiado para o
resto da matilha que Marty estava na casa do alfa, e algumas pessoas bateram
seus punhos ou rasparam suas garras para baixo das paredes, gritando que
Marty era um traidor, que ele iria cair, queimar, ou ser comido. Os métodos
convencionais utilizados para a execução de infratores problemáticos.
Marty se encolheu com suas provocações e nomes, embora ele não
pudesse culpá-los. Tudo o que disseram era a verdade.
Marty era um traidor.
Olhando para trás, ele não deveria ter feito o que fez.
Alastor estava certo. Os pais de Marty estavam provavelmente
mortos, e deixando a matilha para encontrar os lobos da floresta vermelha,
para pagar por suas vidas quando eles já foram comidos ou mortos teria
apenas colocado, e todo o seu bando em perigo.
Mesmo que seus pais estivessem vivos, os lobos nunca teriam
liberado eles. Eles teriam tomado Marty, torturado pela informação que
queriam dele, e depois vindo para matar todos neste bando.
Marty se sentou na cama, colocando os joelhos para cima e enrolando
seus braços em torno deles. Dimitris ignorou, embora ele ficasse em estado de
alerta.
Dimitris apareceu quase tão aliviado como Marty quando Alastor
finalmente voltou.
O primeiro instinto de Marty era saltar para cima e correr para seu
companheiro, para lançar os braços ao redor da cintura de Alastor e puxar-se
perto.
Acasalados ou não, o ato não teria sido bem-vindo.
Ele não esperava Alastor agarrá-lo pela nuca e levantá-lo a seus pés.
Marty puxou para trás, lutando sair do aperto de Alastor, quando ele
percebeu que estava sendo levado para fora para onde a multidão estava
reunida.
— Alastor...
— Não mais disto. Nós estabelecemos esse direito.
A respiração de Marty ficou presa na garganta quando ele foi trazido
fora.
Alastor não iria jogá-lo para a multidão. Marty estava ao lado dele,
tonto, quando Alastor anunciou a todo o bando que ele tinha tomado Marty
para seu escravo de sexo. Ele agarrou Marty pelo braço, puxando-o para perto
e inclinando a cabeça para o lado, mostrando a mordida para a prova, e
surpreendendo, puxou a túnica de Marty quase todo o caminho sobre sua
cabeça para revelar as suas contusões para a matilha, tomando crédito para as
marcas dolorosas com orgulho em sua voz.
A matilha ficou confusa, e todo o corpo de Marty aqueceu quando
Alastor vangloriou e que sua punição seria ficar com Marty para o resto de sua
vida.
Marty não tinha conhecimento de que as mordidas foram feitas para
ser de posse. Ele pensou apenas que companheiros mordiam um ao outro.
Alastor havia mentido para ele, e Marty queria afundar em um poço
de areia e morrer quando a matilha começou rir e zombar dele.
Ele gemeu, tentando arrancar-se dos braços de Alastor para que ele
pudesse fugir.
Alastor puxou mais apertado.
— Ah, ah! Você não vai a lugar nenhum mais. Você é meu.
— Eu te odeio — disse Marty, lutando para não soluçar, de olhar
qualquer menor e mais patética aos olhos da matilha.
Mesmo Lily mal podia encontrar seus olhos.
Apenas olhando para ela fez a vergonha de Marty ainda mais
completa, fez muito pior do que qualquer coisa que Alastor jamais poderia ter
dito ou feito.
As vidas das pessoas, as mulheres e filhotes no bando, não foram os
únicos que Marty tinha colocado em risco. Lily poderia ter morrido também.
Ele... Ele merecia essa humilhação pública. Ele realmente fez.
Marty estava tão preso em seus próprios pensamentos, querendo
desaparecer tão mal, que mal teve consciência das palavras que Alastor
trovejou para a multidão até que ele quase terminou de falar.
Marty era propriedade de Alastor, e como sua propriedade, era ilegal
para qualquer outra pessoa no bando colocar suas mãos sobre Marty. Eles não
foram autorizados a tocá-lo, feri-lo, e, especialmente, matá-lo.
— Ele é meu para punir e ele existirá para me agradar! Qualquer um
que lhe retirar deste mundo irá se juntar a ele nas piores formas possíveis. Um
desafio lobo. Entendido?
Marty nunca tinha ouvido o alfa soar tão ansioso para jogar qualquer
um para os lobos como ele fez naquele momento. O resto do bando claramente
percebeu isso também, porque todos eles calmamente concordaram e os
insultos e zombaria chegou a um impasse.
— Bom! Agora venha, Marty. Você ainda é meu e você vai me
agradar. Não é mesmo?
Alastor gritou duro por cima do ombro para o benefício da matilha.
Todos levantaram seus punhos no ar e aplaudia. Homens e mulheres
assobiavam, crianças riram, e alguns deram sorrisos luxuriosos da maneira
como eles cutucaram o outro, enquanto o seu alfa levou seu prêmio fora para
que ele pudesse iniciar as suas funções de agradar o alfa.
Marty se permitiu ser arrastado de volta para a casa. Dimitris estava
perto da porta, os olhos arregalados quando Alastor passou por ele, ainda
segurando o pulso de Marty dolorosamente apertado.
— Alastor...
— Veja que ninguém nos perturbe. — Alastor bateu a porta antes que
Dimitris pudesse entrar.
Isso foi uma vergonha. Quase parecia que o beta queria ajudar Marty,
para impedir que isto acontecesse.
E Marty nunca se sentiu mais sozinho quando Alastor arrastou-o em
toda a sala da casa e atirou-o na cama.
Marty saltou um pouco sobre o colchão cheio de palha. Ele sentou-se
o mais rapidamente possível, rastejando para o outro lado da cama, olhando
para Alastor com cuidado.
Ele realmente iria fazer isso?
Alastor esfregou o rosto, com especial atenção para os olhos. Ele
realmente parecia estar cansado.
— Deite-se.
Marty olhou para ele.
— Então você pode me foder?
Alastor olhou para ele, e ele até sorriu.
— Isso virá mais tarde, quando você estiver implorando por isso.
— Eu não vou implorar para ser fodido contra a minha vontade por
você ou qualquer outra pessoa.
Alastor acenou com a mão, como se as palavras de Marty fossem de
pouca importância.
— Isto você diz agora.
— E eu vou continuar dizendo!
Alastor ignorou, movendo-se para a despensa do outro lado da sala.
Abriu-a, puxando um saco que continha mais pão. A partir do espaço de
armazenamento no chão, em que a temperatura era mais fria, ele produzida
compotas e manteiga, bem como carnes secas.
— Você ainda precisa de comida. Seu corpo precisa se recuperar
depois da fome por tanto tempo.
Marty assistiu cuidadosamente quando Alastor fez um prato para ele,
em seguida, trouxe-a para a cama.
Porque o alfa estava simplesmente segurando o prato para fora para
Marty tomar, ele tomou, mas quase não sabia o que fazer com ele.
— Você... Você não está indo para...
Ele não sabia como descrever isso. Não seria foda, e definitivamente
não seria o ato de amor que costumava ser, mas dificilmente seria um estupro
também. Todos sabiam que um homem não podia estuprar sua própria
propriedade.
Apesar desse conhecimento comum, Alastor olhou para ele com o
rosto contorcido em desgosto.
— É isso que você acha que eu sou?
— É o que você anunciou para o bando!
— Mantenha sua voz baixa, tolo. Todo mundo vai te ouvir. Se você vai
manter a sua vida, eles têm de, pelo menos, acreditar que você está sendo
punido. É por isso que eu mostrei a eles suas contusões e é por isso que eu
disse aquelas coisas. Agora coma sua condenada comida. Eu preciso descobrir
uma maneira para que você possa voltar a participar da matilha, sem qualquer
tentativa de matá-lo.
E isso era uma coisa tão estranho ouvir da sua boca que Marty não
sabia o que fazer com as novas informações que tinha. Era tão estranho.
Alastor parecia que realmente se importava com o que aconteceu
com ele, e quando ele andava sua casa com a mão no queixo, pensando
profundamente, ele fez parecer que se importava.
Claro, Marty era sua propriedade, o que significava que era para
passar a noite com o alfa, em sua cama, o que tornou ainda mais chocante
quando Alastor mal o tocou.
No dia seguinte, quando Marty teve que deixar a casa com Alastor,
ele teve que fazê-lo em correntes, o que fez odiar o homem de novo, mas
quando o calor do acasalamento da recente mordida em seu pescoço o puxou
para Alastor, fê-lo querer ser amado por ele, Marty não foi negado.
Ele não estava faminto, não foi torturado, e o mais que ele tinha que
fazer era usar suas correntes e aguentar as vaias e olhar a partir do resto do
bando, sempre que ele passava com Alastor.
Alastor o ignorou quando estavam em público. Ele não disse nada
quando os outros olhavam, e ele não fez nada quando uma mulher gritou um
insulto obsceno para ele.
Marty percebeu como este tratamento machucava-o, pior do que a
corrente que tinha recebido naquela aldeia de aldeões.
Isso foi há três semanas, e Alastor ainda estava frio e distante,
tocando Marty apenas quando o desejo se tornou muito, e Marty odiava a
luxúria. Ele lutou contra ela. Alastor havia lhe mordido para fazer Marty se
sentir desta forma. Ele não queria ser fodido por um homem que estava
apenas esperando por Marty ceder, e rachar sob a intensa pressão da luxúria
que nublou seu julgamento.
Mas ele fez. A cada dois dias, às vezes menos, Marty tinha que pegar
Alastor pela mão, e inclinar-se contra ele e chupar de volta com toda a força
que podia, para sentir o cheiro dele e esperar que a luxúria aliviasse.
E só fez piorar.
Hoje não foi exceção.
Alastor estava no salão principal, o ponto de encontro da matilha, os
betas que lutaram para proteger o território, o segundo em comando, e o alfa
e seu futuro companheiro.
Agora que Marty sabia que ele era apenas um escravo de sexo, ele
sabia que o significava Adonia, que estava sentada no lado direito de Alastor
enquanto Marty sentou de pernas cruzadas no chão, que seria o seu
verdadeiro amante. O resto dos betas em torno de sua mesa de madeira não
estavam satisfeitos em vê-lo aqui. Eles queriam que Alastor jogasse Marty
fora.
Os pés de Marty estavam curados o suficiente para que o inchaço
tivesse diminuído e ele poderia caber em alguns sapatos de novo, mas a roupa
que ele foi autorizado a usar não havia nada que permitiria a ele se sentar fora
por qualquer período de tempo, agora que o vento trazia um frio mais
profundo com isso.
— Ele fica ao meu lado. Ele é meu.
— Adonia é sua — Balios disse gentilmente.
Marty arriscou um olhar para a mulher temível. Adonia, felizmente,
não estava olhando para ele. Ela estava olhando para seu prato de carne e
frutas, no entanto, como se ela ainda estivesse descontente de ter Marty no
ambiente.
— Adonia terá meus herdeiros, é claro. — Marty desviou os olhos,
esfregando o local sobre o seu coração quando Alastor tomou-a pela mão e
beijou os nós dos dedos. — Mas Marty é meu para punir assim como meu para
me agradar até o momento do nosso acasalamento.
— Eu poderia ficar de fora com ele, — Dimitris ofereceu. — Se você
está preocupado de um ataque dos outros, embora eu não ache que eles iriam
fazer muito. Eles sabem a sua lei.
Marty não se preocupava com a lei. Algumas pessoas no bando
também não. Alguém jogou um tomate pesado em sua cabeça na semana
passada. Uma semana antes disso, era um ovo.
Considerando como desaprovado o desperdício de alimentos poderia
ser, era claro que o bando o odiava mais do que a ideia de se preparar para os
meses de inverno.
Era deprimente.
Adonia falou.
— Deixe meu futuro companheiro manter o animal de estimação
aqui. Ele não me insulta.
Marty olhou para ela, e ficou tenso quando ela realmente puxou uma
tira de seu faisão de seu prato e estendeu-a para ele.
— Vem cá, cão.
Marty olhou para ela. Alastor gentilmente bateu-lhe na cabeça.
Uma tapa gentil de Alastor ainda poderia machucar. Marty fez o que
lhe foi dito, tendo a carne de seus dedos.
Pelo menos não foi mal cozida.
— Lá, você vê? Ele é dócil — Adonia disse, um leve sorriso de
satisfação em sua boca. — Estou certo de que sua presença não vai fazer
nenhum mal.
O resto dos betas se mexeu desconfortavelmente em seus assentos.
De onde Marty sentou e alguns realmente pareciam como se eles estavam à
beira da mudança em suas formas de lobo. Olhos começaram brilhar e a pele
brotou das faces de muitos dos homens.
Marty não podia ver Dimitris a partir desta posição. Ele esperava que
o beta não estivesse com raiva, mas quando Marty olhou para cima, Alastor se
recusou a olhar para ele.
Adonia ofereceu a Marty mais um pouco de frango que ele tomou,
comendo com a boca em vez de suas mãos. Ele era realmente um pet na sua
cabeça.
Marty não gostou, mas se precisava vir fora como sendo dócil e
inofensivo, ele precisava para fazer o papel, não importa o quanto ele odiava
essa mulher por ser o suficiente de uma cadela em alimentá-lo assim, que era
para ser futuro companheiro de Alastor.
Seu verdadeiro companheiro. Não seu servo sexual.
— Bom, agora podemos prosseguir — disse Alastor. — Balios, eu
gostaria de enviar Dimitris e Basileous em uma viagem.
Balios estalou. Marty não podia ver a reação dele, mas ele parecia
fora de controle. — Você quer enviar o meu filho em uma o quê?
— Ele não estará sozinho. Ele vai ficar com Dimitris. Eu quero que
eles explorem as terras que os bandidos arrasaram.
— Para quê? — Perguntou Dimitris.
— Não é óbvio? — Perguntou Adonia, entregando a Marty um pouco
de pão. Ela soou como se estivesse falando com uma sala cheia de idiotas. —
Trazer suprimentos que não puderam tomar, e trazer um relatório de volta se a
terra ainda é viável para a caça e habitação.
Alastor assentiu.
— Como todos podem ver, a futura mãe de meus herdeiros é bem
adequada para sua nova posição. Ela pode ver essas coisas quando o resto do
que você não pode.
— E por que o meu filho? — Balios exigiu.
Marty poderia apenas imaginá-lo cerrando os punhos naquele
momento. Ele realmente estava chateado.
Olhando para cima, Alastor também estava descontente, e ele
realmente estava cerrando os punhos ao ser desafiado.
— Porque menos homens que eu enviar, menos a matilha vai estar
em desvantagem caso haja um ataque, mais fácil eles podem esgueirar-se ao
redor, e seu filho poderia usar o exercício. Se Adonia e eu não fizer um jogo
bom, ele será o meu herdeiro. Eu não vou escolher um herdeiro que não tem
qualquer pele em seus ossos.
Uma risada passou pelo Conselho. Marty riu um pouco também. Ele
não se conteve. Ele engasgou e parou, olhando para cima para ver Adonia
olhando para ele com uma sobrancelha levantada.
Ele olhou para longe dela. Deuses, ele a odiava tanto.
Alastor finalizou o encontro, que, embora soasse como se ele devesse
ter sido algo que teria levado apenas alguns minutos de debate, realmente fez
por um total de duas horas.
Marty foi extremamente grato nesse tempo que Alastor não tinha o
tocado, mesmo que ele estivesse fazendo nada, além de mantendo os olhos
em Adonia.
A luta parecia vir principalmente de Balios, que não desejava enviar
seu filho para fora para a terra perigosa fora do seu território.
Marty não podia manter a boca fechada. Ele estava eriçado com uma
raiva que mal podia conter. Ele não estava aceitando mais de guloseimas de
Adonia, e odiava estara sentado neste piso e ser ignorado por Alastor, mesmo
quando ele estava acorrentado em torno do pescoço para o outro homem.
Ele atacou.
Seu alvo mais fácil era Balios, quem não iria calar a boca sobre seu
filho estúpido. Um shifter adulto que era mais velho e mais forte do que Marty.
— Se eu pude sair do território, então porque você está assumindo
que o seu filho é tão fraco que não pode?
Todo o conselho ficou em silêncio.
Em seguida, a mesa bateu e algo foi derrubado.
Alastor ficou de pé para encontrar o lobo no momento que teria
saltado sobre a mesa para pegar o pescoço frágil de Marty entre seus dentes.
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Marty sentiu algo que nunca pensou que iria sentir novamente. Foi
quente e encheu sua barriga como uma refeição agradável. Não muito e não
muito pouco. Isso o fez... Tipo de fofo e afetuoso.
Ele beijou Alastor quando sentiu o derramamento quente dentro dele.
Seu próprio orgasmo era um suave. Ele tinha pensado que seria mais forte,
mas ainda era perfeito. A sensação de gozar assim por causa de Alastor
sempre foi perfeito. Não havia outra palavra para isso.
Deixou Marty doendo por mais, até mesmo quando se sentia tão
absolutamente convencido de que ele não achava que havia alguma maneira
dele poder querer mais do que isso.
Ele tocou o cabelo de Alastor, deslizando os dedos entre os fios. Ele
agarrou-os, mas não tão firmemente como estava fazendo quando Alastor
tinha estado empurrando-o até o precipício.
Ele estava quente, e Alastor estava mais quente. Marty queria o calor.
Ele beijou e tocou o homem maior, como ele costumava fazer, antes de tudo
ter ido a merda.
Alastor o beijou de volta, o seu peso, como sempre, uma coisa
reconfortante, uma proteção quente.
Marty gemeu quando ele se afastou para recuperar o fôlego.
Alastor esfregou seu pescoço, seus dentes brincando ao longo da
cicatriz da mordida, fazendo Marty arrepiar.
— Você tem que acasalar com Adonia?
Alastor se afastou bruscamente.
Marty não gostava de estar sendo observado. A única coisa que ele
foi capaz de fazer em retaliação, foi não olhar de volta.
— A matilha vai esperar os filhotes.
— Ela é uma cadela.
Alastor sorriu.
— Ela é uma loba.
Marty olhou para ele.
— Você sabe o que eu quero dizer.
Alastor tocou o rosto de Marty, o cenho franzido em sua testa que
confundiu Marty mais do que qualquer coisa.
— Você realmente não sabe como eu sinto por você?
Marty queria afundar mais profundo no colchão. Desde que ele não
podia, ele foi preso com esta terrível conversa estranha que tinha começado.
— Eu sou seu escravo de amor. O que mais eu deveria acreditar?
Alastor levantou uma única sobrancelha.
Era irritante.
Marty virou-se para o homem.
— Você vai parar de olhar para mim desse jeito?
— De que outra forma eu deveria olhar para você quando você insiste
em ser um idiota?
Marty estalou.
— O que?
Alastor sacudiu a cabeça, puxando-se para fora do corpo de Marty
com um suspiro pesado. Marty pegou os lençóis e puxou-os sobre a sua nudez
agora que Alastor estava removendo o calor do seu corpo.
— Você realmente acredita que eu disse para o bando? Você não é
simplesmente meu escravo. Eu te mordi. Eu marquei-o como meu.
Marty se afastou dele, enrolando seus braços em volta dos joelhos,
odiando toda esta conversa.
— Tal como o seu escravo.
Alastor suspirou, passando as mãos pelo cabelo. Sua mandíbula
apertada, como se essa coisa toda era mais um aborrecimento para ele em vez
de Marty.
— Eu tinha que dizer isso. Pensei que deixei claro para você na
piscina que você era meu. Por que eu iria dizer uma coisa para você e outra
para o bando a menos que fosse para poupar-lhe a sua raiva?
O que parecia ser uma boa pergunta, mas Marty não se conteve.
— Eu não confio em você.
Uma mancha no pescoço de Alastor se contraiu.
— Eu sei.
Marty queria levá-lo de volta.
Não era mesmo verdade. Ele confiou em Alastor. Pelo menos um
pouco. Ele confiava que Alastor não ia matá-lo mais, pelo menos, e confiou que
o homem não ia jogá-lo para o resto da matilha, para ser torturado, que Marty
ainda às vezes pensava que merecia.
— Você está com ciúmes de Adonia?
Marty se mexeu desconfortavelmente na cama. Ele não disse nada.
Uma nota de alegria entrou voz do alfa.
— Você está. Você está com ciúmes dela.
— Não. Eu a odeio. Ela me trata como seu cão.
— Ela acha que eu sou muito duro com você. Ela está tendo piedade
de você. Tudo o que ela te alimenta é porque ela se preocupa que eu não vou
dar-lhe o suficiente.
Marty olhou para Alastor, realmente olhou para ele, e ele
honestamente não poderia dizer se ele estava sendo enganado ou não.
O olhar no rosto de Alastor parecia genuíno suficiente.
— Você está falando sério?
Alastor assentiu.
— Claro. Ela foi escolhida para carregar os meus herdeiros, porque
ela é uma mulher forte. Ela gosta de uma boa luta, mas também é justa. Se eu
acasalar com ela, será apenas em nome.
Alastor se aproximou.
Marty não iria uma polegada longe dele. Esse calor que sentia sempre
que Alastor estava perto intensificava dentro da sua barriga, espalhando-se
para o resto do seu corpo. Marty não queria admitir, mas ele gostou sempre
que Alastor sentou-se tão intimamente com ele. Ele gostava especialmente
sempre que o alfa se inclinou, como se eles estivessem prestes a compartilhar
um segredo importante.
— Adonia vai levar meus filhotes, mas só se eu decidir tê-los. Ela não
tem mais amor por mim do que eu tenho por ela.
Marty tragou através do calor.
— Como você sabe?
Alastor sorriu.
— Vamos apenas dizer que eu sei isso muito bem. Eu poderia ter
meus filhotes com ela, mas você é o único que vai ter o meu coração. Você é
meu companheiro. Esta... — Alastor bateu a cicatriz mordida no pescoço e
ombro de Marty, fazendo-o chiar —... É uma mordida de acasalamento. Não é
uma mordida de posse.
— Mas... O bando...
— Eles vão descobrir em tempo útil. Quando eu estiver pronto para
eles saber a verdade. Até então, para sua segurança, este é o nosso segredo.
Poucas outras pessoas sabem o que isso significa.
— Quem são os outros?
Alastor sorriu para ele novamente.
— Adonia.
— O quê? — Marty ficou tenso.
Alastor riu.
— Claro que eu disse a ela. Ela pode ser a mãe dos meus herdeiros e
segundo em comando algum dia. Ela seria necessária para protegê-lo nesse
caso.
Marty não gostava de tudo isso.
— Você acabou de dizer que ela pensa que você me trata
terrivelmente.
Alastor sorriu.
— Ela não é a minha segunda em comando ainda. Eu ainda devo
manter algumas coisas dela, e um dia, quando eu anunciar ao bando que você
é meu companheiro, seria mais fácil de espalhar a ideia romântica de que,
depois que eu comprei-o dos humanos, você foi pacientemente conquistado o
meu frio coração com seu toque e calor, sim?
Isso fez soar romântico. A domesticação da besta da história, mas
Marty não tinha certeza de quanto ele gostou da ideia de espalhá-lo ao redor
do bando que ele estava sendo maltratado, quando nada poderia estar mais
longe da verdade.
Especialmente se isso significava que Adonia iria continuar a
alimentá-lo como um cão e olhando para ele como um animal de estimação
que foi expulso pelo seu proprietário.
Mas, se tornou mais fácil para o bando aceitar Marty de volta dentro
de suas fileiras quando Alastor revelou que ele tinha acasalado com Marty,
podia não ser uma coisa tão ruim.
— Você está me dizendo a verdade?
Alastor piscou.
— Sobre o que?
— Que eu sou realmente o seu companheiro? Você não me vê como
seu prisioneiro ou seu escravo?
Ao ouvir que ele não era, que Alastor tinha realmente levado para um
companheiro, fez Marty estupidamente feliz, mas ele não podia mostrá-lo. Ele
se recusou a mostrá-lo, até que soubesse de fato que esta não era uma
mentira para torná-lo confortável com a sua posição na vida.
Alastor enrrugou seu rosto.
— Não. Eu nunca fiz, embora eu ainda tenha que manter um olhar
atento sobre você depois que você tentou fugir.
O calor no corpo de Marty não sentia mais agradável. Ele corou
miseravelmente e desviou o olhar.
— Eu... Eu não acho que pensei. Eu sinto Muito. Eu só... Eu pensei
que ainda poderia salvar meus pais.
— É uma boa coisa que você deixou essa nota — disse Alastor. — Isso
poderia ter sido muito pior do que já era.
Marty assentiu.
— Balios convenceu-me a escrever-lhe, para explicar. Será que ele
sabe sobre isso, também?
Alastor franziu a testa.
— Diga isso de novo?
— Será que Balios sabe que esta é uma cicatriz de acasalamento e
não uma cicatriz de posse?
— Não, a primeira coisa. Balios lhe disse para escrever a nota?
Marty assentiu.
— Sim. Ele disse que pode ajudar a fazer o bando entender quando
eu saí. Eu não... Eu não achei que ia resolver , mas escrevi. Sinto muito pelas
coisas terríveis que eu disse sobre você nele.
Enquanto eles estavam tendo essa conversa, se aproximando, Marty
sentiu que precisava obter essa parte de fora.
Alastor olhou para longe dele, então se levantou. Marty pensou que
ele estava indo pegar o jarro de água sobre a mesa. Ele não esperava que
Alastor andasse fora de casa e trancasse a porta atrás de si, deixando Marty
onde ele estava sentado.
Ele estava confuso.
Ele esperou por Alastor retornar por um momento, pensando que ele
simplesmente saiu para... Alguma coisa. Qualquer coisa. Uma pequena
incumbência, para obter um item que ele queria.
Alastor não voltou.
Marty não entendia.
Por que Alastor deixou-o sozinho?
Furioso.
Estava muito furioso.
Alastor voltou para a cabana onde o conselho se reuniu. Ele não os
encontrou. Todos se espalharam.
Ele rosnou bruscamente, batendo a porta com tanta força que a
madeira lascou.
Ômegas e até mesmo alguns betas correram para fora do seu
caminho.
Ele viu Lily com um jarro de água em uma mão e uma cesta de frutas
no outro.
— Onde está Balios?
A pequena mulher logo parou com os olhos arregalados. Ela tremia
diante dele.
— Eu…
— Onde ele está?
Ela soltou a água e a cesta, o jarro quebrou e virou cesta, frutos
caíram no chão.
Ela guinchou, imediatamente caindo de joelhos para limpar a
bagunça.
Alastor revirou os olhos e esfregou o rosto.
Ele sentiu a pele lá esticada, e o modo como a parte inferior das
presas cresceu para fora em pontos sobre os lábios.
Não admira que ele soasse arrastado, e não admira que esta mulher
pequena tremia diante dele.
Ainda assim, era um aborrecimento.
Alastor acalmou sua voz.
— Se você não sabe onde ele está, diga-me de qualquer maneira. Eu
não vou prejudicá-la.
Lily balançou a cabeça.
— Eu não sei onde ele está alfa. Ele saiu logo depois que você levou
Marty para a sua casa.
— Alastor.
Alastor virou. Adonia estava ali, com os braços cruzados, seus olhos
se estreitaram.
— O que você procura?
— Balios. Esta moça está com muito medo para responder
adequadamente.
A resposta não pareceu impressionar Adonia.
— Ele foi fora ver seu filho e Dimitris. Eles querem sair mais cedo.
Você faria bem se verificasse na parte inferior do morro antes de fazer os
humanos pensarem que você quer comê-los no café da manhã.
Alastor revirou os olhos.
— Não seja dramática. Isso não combina com você.
Adonia estalou os dentes. Alastor sabia o quanto ela odiava ser
acusada de cuidar dos sentimentos de alguém. Ela pensou que eles eram
abaixo dela. A única razão provável por que ela não retaliou era porque ele
ainda era seu alfa. Adonia parecia muito com se quisesse dizer alguma coisa,
mas ela não o fez, e Alastor a deixou lá para que ele pudesse ir até a parte
inferior do morro. Então se lembrou de chamar por cima do ombro para ela.
— Deixei Marty em minha casa. Verifique que ele permaneça seguro!
Ele não esperou por sua resposta. Ele correu para a colina.
Alastor sabia disso.
Ele sabia que havia uma razão para que não quisesse que Balios
soubesse que o acasalamento entre ele e Marty tinha sido real. Ele o escondeu
de seu segundo em comando porque algo lhe tinha incomodado com toda essa
coisa. Sobre tudo, realmente, e agora ele sabia.
Balios pediu a Marty para escrever a nota, ele ainda não tinha
apresentado a Alastor até seis dias após Marty ter saído. Até então, Marty
tinha sido capturado por esses aldeões, torturado e Alastor tinha quase o
deixado ali para sempre antes dele tomar a decisão de pagar por sua
libertação.
Ele iria ter sua resposta.
Alastor desceu a colina, assim que Dimitris e Basil acenaram para
Balios e seguiram o caminho. Alastor ficou fora de vista, não querendo distrair
os dois betas de sua missão. Se Alastor acusasse Balios de qualquer
irregularidade na frente de Basil, então ele seria inútil em uma batalha
propriamente dita, e Dimitris precisava de alguém para cuidar de sua
retaguarda.
Balios estava andando de volta até a colina no momento que ele
parou e cheirou o ar.
— Alfa?
Alastor saiu de trás do carvalho que tinha estado de pé atrás. Ele não
fez nenhum segredo para o outro homem que estava descontente.
— Porque a cara longa, alfa?
— Por que você esteve tomando decisões do bando sem mim?
Ele acenou com a cabeça na direção de Basil e de Dimitris que tinham
saído. — Eu disse a eles para sair ao amanhecer. Adonia me diz que tomaram a
decisão de ir agora.
— Eles fizeram.
— Ou você disse-lhes para sair mais cedo?
Balios suspirou. Ele levantou uma mão na testa, esfregando os dedos
como se afastando uma dor.
— Que importa se sair agora ou amanhã?
— Porque eu lhes disse para sair amanhã. Eu dei-lhes uma ordem, e
será crepúsculo em seis horas, e eles terão de dormir e caçar em algum
momento, de modo que é menos tempo de viagem para eles se preocuparem
com hoje.
Balios balançou a cabeça, como se essa coisa toda foi um incômodo.
— Eu acho que você está fazendo mais disso do que é necessário,
alfa.
Alastor não gostou disto.
Ele não gostou da forma como ele estava sendo desprezado, como
um filhote irritante que ainda não conhecia o seu lugar. Ele agarrou o lobo mais
velho pelo braço quando ele tentou andar por ele.
Balios parou, olhou para a mão em seu ombro, em seguida, para os
olhos de Alastor. Alastor não a soltou.
— Por que você não me disse que Marty saíu no instante em que você
soube disso? Ele me disse que você pediu-lhe para escrever a nota. Você disse
que você a encontrou. Você não descobriu a nota, o encorajou a escrevê-lo.
Você sabia que ele estava pensando em sair!
Balios franziu a testa, pela primeira vez, quase aparentando sua
idade enquanto as rugas ao redor dos olhos se aprofundaram.
— Eu não achei que ele iria realmente sair.
— Os humanos são mais valentes do que nós lhes damos crédito. Eles
podem assumir continentes com a quantidade certa de coragem e números.
— Ele não tem coragem, tem números. Ele é um idiota. O fazendo
escrever a nota era a única maneira que eu poderia pensar em fazer com que
ele se arrependesse de sua escolha. Eu queria que ele pensasse sobre suas
ações. Quando ele saiu, esperava que ele retornasse uma hora mais tarde, em
um susto. É certo que ele ficou mais longe do que eu teria lhe dado o crédito.
— Ele não é pequeno. Ele é saudável e rápido.
Balios acenou com a mão, como se isso não tinha importância para
ele.
— Sim, sim, muito impressionante que o humano que queria matar
todos nós fez até agora.
— Eu procurei por ele durante dias — Alastor fervia, cerrando o
punho apertado em torno de braço de Balios. Ele sabia que o velho lobo sentiu
dor da contração leve em seus olhos. — Eu pensei que ele tinha caído em uma
das falésias. Eu pensei que iria encontrar um corpo, e você sabia que ele tinha
saído.
Foi só quando Alastor disse essas palavras em voz alta que toda a
raiva e terror que ele sentiu no momento correu de volta para ele. Bem como a
fúria que sentiu quando ele percebeu que Marty o tinha deixado.
Alastor tinha dormido mal, mal tinha comido, como tinha estado
preocupado e convenceu-se que o humano que ele tinha se apaixonado tivesse
morto em algum lugar, talvez atacado por um lobo maldito enquanto procurava
bolotas e cogumelos na floresta, roubado por um membro ciumento do seu
próprio bando, afogado em um dos córregos, ou ter escorregado e caído para a
morte de um dos muitos rochedos.
Quando Balios o havia presenteado com essa nota, e Alastor
percebeu que ele tinha passado todo esse tempo se preocupando e uivando na
noite por nada, ele tinha ficado furioso com Marty.
Ele se sentiu traído e tinha quase o deixado à sua sorte.
— Nada disso foi sua decisão de fazer — disse Alastor. — No
momento em que ele saiu, você deveria ter me contado.
— Quando ele se recusou a voltar, ele selou seu destino. Você deveria
tê-lo deixado para queimar com os humanos. Teria sido um destino melhor do
que o que o bando quer fazer com ele.
Alastor e seu amigo mais velho olharam um para o outro por um
momento.
— A nota que você me deu — disse Alastor. — Era o original?
Balios puxou o braço livre do aperto de Alastor.
— Eu não sei do que você está falando. Saia do meu caminho.
— Foi o original? Ou você criou uma falsificação de sua caligrafia? Eu
não sabia que ele saiu por causa de seus pais. A nota não disse nada disso.
Os olhos de Balios ficaram estreitos. Que ele poderia se atrever a se
fazer parecer como se isso fosse um aborrecimento para ele foi além de
irritante. Alastor queria matá-lo por isso. O homem teve sorte de Alastor não
rasgar a cabeça fora agora.
— Quando ele não voltou, eu não queria que você me culpasse, ou a
si mesmo pelo assunto, por sua decisão de se matar. Então, sim, eu escrevi
uma nova com sua escrita humana negligente.
— Deixando de fora a parte em que ele pensou que poderia poupar
seus pais.
Balios deu de ombros.
— Você teria culpado a si mesmo. Você é meu amigo mais antigo. Eu
sabia que gostava do humano. Eu não esperava que você se importasse tanto
com ele.
— Não é da sua conta quem ou o que eu me importo.
Balios assobiou para ele.
— É o que notei quando você enviou o meu filho fora para procurar
por sobreviventes da matilha arruinada por esse traidor.
Alastor rosnou.
Não foi o comentário do “traidor”. Foi a falta de respeito dado ao alfa.
O punho de Alastor voou. Balios foi rápido, abaixando do primeiro
golpe, que Alastor esperava quando jogou fora seu segundo punho, pegando
Balios facilmente.
Era quase como se o lobo tivesse rapidamente se abaixado para a
direita nos nós dos dedos de Alastor.
O estalo no nariz, a forma como Balios voou fora de seus pés, para o
ar e de costas, foi de longe o barulho mais satisfatório que Alastor já tinha
ouvido em sua vida.
Balios apertou o nariz em uma mão, levantando-se rapidamente,
apesar de sua idade.
Alastor olhou para ele.
— Você não é mais meu segundo em comando. Seu filho não será o
meu herdeiro. Eu terei meus filhotes com Adonia, e se você não quer ser
enviado para os lobos, eu sugiro que você mantenha sua cabeça curvada e seu
pescoço exposto, sempre que Marty e eu o ver.
O nariz e boca de Balios torceram, como se tivesse acabado de
cheirar algo da que casinha que os humanos usaram.
— Serio? Pelo humano? A pessoa que teria jogado sua vida fora? A
vida de todos no bando?
— Sim. — Alastor cerrou os punhos, sentindo a pontada de pele
crescendo fora em seu rosto, pescoço, peito e ombros, suas garras vindo para
frente, suas características faciais distorcendo e mudando.
Sua voz soava menos que humano quando ele finalmente conseguiu
falar.
— Você vai fazer isso, ou você vai morrer. Faça a sua escolha. Eu
acabei com você.
Alastor virou as costas para Balios, sacudiu a cauda, e voltou ao seu
companheiro, deixando Balios em uma pulverização catódica e cheirando seu
próprio sangue com raiva.
Capítulo Oito
Marty não estava certo do que aconteceu, mas quando Alastor voltou,
ele parecia irritado, furioso mesmo, mas nada disso tinha sido para Marty
quando seu companheiro agarrou-o pelas orelhas e se inclinou para pressionar
suas bocas juntos em um beijo duro, possessivo.
Foi chocante, mas graças ao calor de acasalamento que ainda puxou-
os juntos, o que Marty sabia agora que era um calor de acasalamento real e
não uma posse ortográfica e Marty respondeu ansiosamente para o beijo.
Ele pressionou contra Alastor tão ansiosamente quando o alfa
pressionou contra ele, e mesmo que Marty tinha acabado de colocar suas
roupas de volta, ele não se importava, no mínimo, quando Alastor começou a
tirá-los e levá-lo novamente.
Seu orgasmo não foi um suave desta vez, e nenhum deles deixou a
casa até a manhã seguinte.
Marty realmente não entendeu nada, então. Ele não conseguia tirar
dúvidas com Alastor. Bem, nada que o alfa fosse responder. Ele parecia mais
interessado em puxar Marty perto, beijando-o, e tocá-lo, fazendo com que
Marty se esquecesse de tudo com o prazer de suas mãos e boca poderia trazer.
E Alastor estava provando ser muito talentoso quando se tratava de
fazer amor com Marty com apenas suas mãos e boca.
Não era até a manhã seguinte, quando Alastor insistiu em levar Marty
para fora para ter o café da manhã com o resto do bando e Marty ficou tenso,
sem entender.
— Com o resto do bando? Não aqui?
Alastor sacudiu a cabeça.
— Não. Não vou esconder você por mais tempo. Vamos comer com o
resto da matilha. Eles estão começando a resmungar sobre onde eu sempre
estou.
Isso fazia sentido.
— Eu vou colocar minhas correntes .
Tanto quanto Marty odiou, pelo menos, Alastor deu a Marty alguma
liberdade quando ele as usou. Nesta casa, Marty foi o único que decidiu
quando eles estavam dentro e quando eles estavam fora. Alastor nunca usou
isso contra ele dentro destas paredes.
Fora foi um assunto completamente diferente, então ele estava
confuso quando Alastor levou as algemas de suas mãos e jogou-as para o
canto.
— Hoje não.
Marty pestanejou.
— Hoje não?
— Você não vai usar correntes na frente da matilha por mais tempo.
Um queimar de esperança acendeu dentro do peito de Marty.
— Eu não vou?
Alastor olhou para ele, dentro daqueles olhos castanhos profundos
terroso dizendo para sua sinceridade.
— Meu companheiro não vai usar correntes neste bando.
O coração de Marty criou asas e tentou voar para fora do seu peito.
Ele segurou firme, mal o contendo, ou a felicidade de tudo isso
trouxe.
Quando ele tentou falar, quase não conseguia nenhuma palavra para
fora após o nó na garganta.
— Você realmente vai deixar o bando... me ver? Sem correntes?
Alastor assentiu.
— Essa sempre foi a intenção.
— Mas... E sobre...? — Marty não podia pensar em como ele queria a
frase, mas Alastor pareceu entender quando Marty levantou a mão para a
cicatriz em sua garganta e ombro.
Alastor o pegou pelo pulso e baixou a mão.
— Você é meu — disse ele, sua voz suave. — A matilha vai saber
disso. Hoje é o dia. Vou anunciar-lhes que você é bem-vindo de volta dentro do
bando, e que você é meu companheiro. Eles ainda esperam um herdeiro, mas
você vai ser meu em todos os sentidos da palavra.
Algo que Marty estava segurando de volta explodiu dele. Ele sentiu o
calor e ardor nos olhos dele antes de umidade começar a enchê-los.
Ele teve de rir para impedir o queixo de tremer. Então esfregou seu
punho sobre os olhos para afastar as lágrimas antes que elas pudessem cair.
— Eu sou... Eu sou realmente seu?
— Você sempre foi. — Alastor soltou seu pulso. — Eu disse isso na
casa de banho. Agora vem. Eu estou com fome e eu posso ouvir seu estômago
em todo o tempo. O som é alto.
Ele foi. Marty estava faminto. Ele seguiu Alastor fora de casa,
sentindo-se quase nu quando não usava as correntes, especialmente quando
vários pares de olhos caíram sobre ele, observou-o atentamente, imaginando
claramente por que ele estava andando tão casualmente ao lado do alfa, em
vez de atrás Alastor em uma coleira de elos de corrente de metal.
Sentia-se bem.
Sentia-se bem, mas ainda havia algo que de outra forma amortecida
o bom humor de Marty.
Se Alastor ia dizer ao resto do bando sobre o seu acasalamento, por
que ele estava tão desanimado?
Marty queria perguntar sobre isso, sobre o que tinha acontecido e
onde ele tinha ido quando ele tinha deixado Marty sozinho em casa, mas não
podia. Eles estavam em público agora, e tudo só poderia ser perguntado no
privado.
Então ele entendeu, e queria chutar a si mesmo.
A casa de banho.
Alastor tinha apenas mencionado. No dia que Alastor tinha oferecido
a Marty o perdão. Pelo menos, o perdão dele. Tinha sido cedo demais para
sequer pensar em romper a ideia de perdão com o resto do bando.
Alastor tinha e queria perdoar Marty, mas Marty tinha oferecido o
perdão para Alastor.
Marty caiu para trás um par de passos, olhando para a parte de trás
da cabeça de Alastor. Sua cabeça estava em um rabo de cavalo solto hoje.
Usava roupas, mas não roupões finos. Ele raramente fazia.
Ainda assim, ele apareceu sombrio andando tão casualmente para um
café da manhã no bando.
Marty não podia deixar essa posição.
Todo esse tempo, mais de três semanas de estar prisioneiro de
Alastor, de ser acasalado a ele e fazer amor com ele... Marty não tinha uma
vez parado para pensar que Alastor poderia ter sofrido a mesma dor e tristeza
que Marty vinha sofrendo.
Ele estendeu a mão, levando o alfa pela mão, parando-o quando as
mesas ao ar livre e o resto do bando estavam à vista.
— Alastor?
Alastor parou para olhar para ele. A visão sombria de seus olhos, o
conjunto duro de sua boca, foi suficiente para fazer Marty puxar a mão.
Alastor franziu o cenho para isso.
— O que foi?
Ele havia se enganado?
— Eu nada. Eu sinto Muito.
— Não é nada. O que você estava prestes a dizer?
Só porque Alastor estava indo definir o bando, não quis dizer que
havia algo para olhar. Alastor tinha prometido desde o início que fingir ser seu
prisioneiro seria temporário.
Mas a mordida de acasalamento...
O que isso significava se Alastor não o amasse?
— Eu só queria dizer que eu sou grato que você está fazendo isso por
mim, mesmo que não mereço isso. Além disso... — acrescentou antes de
Alastor poder virar e ir para longe dele. — ..eu sei que não é o meu direito
fazer essas coisas, mas... O que você falou com Balios quando você saiu da
casa?
— Balios?
Marty não entendia. Ele não queria trazer quaisquer pensamentos
agressivos que poderiam fazer Alastor reconsiderar liberando Marty de sua
prisão, mas ele simplesmente tinha que saber.
— Você saiu tão de repente quando eu mencionei Balios na noite
passada. Você está bravo comigo?
A expressão de Alastor endureceu.
— Não com você, não. Não há mais perguntas. Este é um bom dia.
Eu quero você na festa com o resto da matilha.
Alastor fez uma clara tentativa de tentar parecer feliz, mas não fez
muito. A dureza em seus olhos ainda estava claramente presente, e Marty não
sabia o que fazer sobre isso.
Se Alastor queria admitir isso ou não, ficou claro que Marty tinha sido
o único a colocar esse olhar em seu rosto.
Alastor fez bem em sua promessa. Moveu-se para a cabeceira da
mesa. Adonia já estava sentada no banco a esquerda do alfa. Alastor se sentou
com as costas mais altas.
Marty olhou para um assento no banco, viu Lily, e acenou para ela.
Ficou aliviado quando ela acenou de volta.
O resto do bando parecia ou confuso, desconfortável, ou ambos. Lily
deslocou para o lado, oferecendo-lhe espaço para sentar, enquanto os outros
homens e mulheres da matilha mexeram em seus assentos para assegurar que
não havia espaço para ele.
As crianças pareciam ter um prazer adicional em fazer isto.
— Marty, o que você está fazendo? — Alastor chamou. — Você se
senta aqui.
Marty ficou tenso quando Alastor apontou para o único assento
restante ao seu lado.
Todo mundo sabia como os assentos de refeição funcionavam. Ao
contrário da sala do conselho, os dois assentos de cada lado dos alfas foram
reservados para o companheiro do alfa e para o segundo em comando do
bando. Se o segundo em comando da matilha também passou a ser o
companheiro do alfa, então, o segundo assento foi removido ou oferecido a um
favorito do alfa.
Este movimento parecia confundir o bando ainda mais. Eles
começaram a murmurar ao redor da mesa sobre seu pão, carne e frutas.
Mesmo Adonia, que supostamente sabia sobre a relação que Alastor teve com
Marty, teve as sobrancelhas erguidas em estado de choque.
Marty não se mexeu. Ele não podia.
— Não é o assento de Balios?
— Não. Agora vem.
Alastor soou tão seguro de si.
Como Marty podia negar a ordem de um alfa?
Marty sentou-se, sentindo os olhos de cada membro do bando
olhando para ele. Ele não gostou, mas não havia muito que pudesse fazer
sobre isso quando ele tentou evitar o olhar de Adonia.
Ele ainda não tinha certeza dela, mas se o que Alastor tinha dito de
seus motivos, eram nem remotamente verdadeiro, então ele se sentiu culpado
por chamá-la de cadela.
Alastor tocou a nuca de Marty, sorrindo com carinho para ele, seus
olhos relaxando pela primeira vez desde que eles vieram aqui. Quando Alastor
puxou sua mão para trás e se levantou, ele tinha a atenção de todos na
matilha. Os murmúrios pararam.
— Como vocês podem ver, sem dúvida, tem havido uma mudança na
matilha. Balios já não está ao meu lado.
Marty olhou ao redor da mesa, observando como Balios nem estava
sentado nela. Onde ele estava? Ele estava sempre nas refeições. Agora Marty
estava em seu assento.
Alastor apontou com a mão para baixo, para Adonia.
— Adonia é um lobo bom, uma excelente lutadora, rápida com suas
garras, e com a sua razão, ela não terá apenas meus filhotes, mas a partir
deste dia em diante, ela também será o meu segundo em comando, e ela vai
comandar o bando se eu cair na batalha ou através de veneno.
Adonia sorriu de forma positiva a isso. Seu peito inchado e ela
parecia chegar mais alto em seu assento pela promoção dada a ela. Ficou claro
pela sua expressão que ela não esperava isso.
Marty não teve qualquer um, e ele se encolheu um pouco quando
Alastor voltou sua atenção para ele, porque então o bando inteiro lembrava
que ele existia.
— Enquanto Adonia terá meus filhotes e herdeiros, ela será uma
companheira só nome. Marty será o meu verdadeiro companheiro a partir
deste dia. Ele terá o meu coração, ajudará a Adonia e a mim a criar nossos
filhos, e ele vai amá-los como se fossem seus próprios, porque eles vão ser.
Ele vai ficar ao meu lado, e também será oferecido o respeito do companheiro
do alfa, porque eu o amo, e eu o escolhi, e eu já não posso puni-lo pelos erros
de seu passado, como espero que ele um dia vá me perdoar pelos meus erros.
A garganta de Marty fechou enquanto olhava para aqueles olhos
castanhos que ele tanto amava.
Alastor olhou para ele, e havia mais emoção, honestidade e amor
naquele olhar que Marty nunca tinha sentido em toda a sua vida. Ele não sabia
o que fazer sobre qualquer coisa diferente de tomá-lo e ser afetado por ele.
Ele sentiu como se fosse explodir. Resmungou suas palavras como um
sapo quando tentou soltá-lo.
— Eu também te amo.
Algo como esperança brilhou nos olhos de Alastor, mas ele se foi
quase tão rapidamente como tinha aparecido. Parecia que o mundo parou de
girar em torno deles, deixando apenas seu amor e afeição um pelo outro.
Não, o mundo não tinha parado de girar e o tempo não deixou de
mover-se .
O bando simplesmente parou de falar, parou de respirar, e parou de
se mover por um tempo.
O feitiço foi quebrado quando Marty virou-se para olhar para eles,
observando as diversas expressões nos rostos das pessoas que costumavam
trabalhar nos campos.
A maioria deles olhou desconfiado para ele. Ninguém abertamente
zombou dele, mas foi provavelmente devido ao seu alfa estar ao lado de Marty.
Lily, juntamente com talvez dez ou menos ômegas, deu a Marty um
olhar invejoso, como se não pudesse acreditar na sua sorte, ou a noção
romântica do que acabara de acontecer.
Todos os outros?
Marty ainda teria que ter o cuidado quando ele estivesse sozinho. Ele
não tinha dúvidas de que os homens e mulheres ao redor dele ainda estavam
extremamente irritados com sua traição, e que ele não iria ouvir sobre isso de
várias pessoas mais tarde.
Provavelmente mais cedo ou mais tarde, se a aparência do bando era
qualquer coisa perto.
Ainda assim, não quis estragar seu humor. Marty não se sentia
oprimido pelo que eles pensavam dele.
Bem, talvez fizesse um pouco, mas não diluía os sentimentos que o
atravessav agora. Ele se sentiu amado e era amado. Ele amava Alastor em
troca e ele o perdoou.
Não foi culpa de Alastor, o que aconteceu com a matilha das planícies.
Alastor não poderia ter parado, e Marty tinha exagerado quando ele pensou
que poderia fazer algo sobre isso.
Às vezes os humanos pensavam que eram mais fortes do que eles
realmente eram. Marty tinha ganhado mais do que seu quinhão de jogos de
luta com os outros homens. Às vezes, aqueles que trabalharam com os
animais e sobre as terras se divertiam, mas isso não significava que ele
poderiam enfrentar um shifter, e muito menos um bando deles.
Esses jogos de luta, por vezes, foram para as cabeças dos homens
humanos que jogaram esses jogos. Se eles ganharam muitas vezes, e
chegaram a pensar que talvez eles também pudessem bater um beta também
em uma luta divertida.
Os betas só aderiram quando sabia que havia alguém que precisava
de um lembrete de seu lugar no mundo.
Talvez fosse porque Marty nunca tinha sido um desses homens, um
dos homens que ficaram excessivamente confiantes em si mesmo e suas
habilidades, que ele pensou que poderia segurar-se fora da matilha.
Talvez se já tivesse lutado com Dimitris em um jogo lúdico, a perda e
humilhação teria feito Marty pensar duas vezes antes de deixar a segurança da
matilha e colocar todos em perigo.
Ele não podia dizer essas coisas para Alastor agora.
Por um lado, se Marty presumisse que ele tinha qualquer autoridade
para dar o perdão ao alfa para qualquer coisa, ele não ficaria bem para o resto
da matilha, e Alastor já estava esticando os limites de sua autoridade ao
anunciar Marty como o seu amor, amante e companheiro.
Marty teve que esperar quando eles pudessem estar sozinhos.
Ele mal podia esperar.
Estava tenso e tremendo em seu assento, cheio de energia e
querendo, precisando tê-lo para si mesmo.
Alastor pegou o cesto de pães, puxando-o para si mesmo, e foi um
revelador movimento para a matilha enquanto Alastor serviu-se em primeiro
lugar, ofereceu a cesta de pão para Marty segundo, e então ofereceu a Adonia
por terceiro.
Marty não se importava. Ele estava muito feliz, muito cheio de luz e
alegria e tantas outras coisas que não poderia mesmo nomear naquele
momento.
Ele era tudo.
Desta vez estava completo. Ele e seu companheiro só precisavam da
chance de curar.
Alastor continuou a fazer isso, a dar ao resto da matilha estes
pequenos sinais que Marty foi o primeiro em seu coração, especialmente
quando Alastor colocou os melhores pedaços de carne no prato de Marty.
Marty trabalhou em comer a sua refeição. Foi uma luta fazê-lo
quando teve que engolir o alimento sobre o nódulo feliz em sua garganta, e
quando ele só queria sair de lá para que pudesse tomar Alastor volta para a
casa, ficar de joelhos em frente ele, e então adorá-lo da maneira que os
instintos de Marty vinham exigindo que ele fizesse desde que Alastor o havia
resgatado da fogueira.
Em um ponto, Marty arriscou um olhar para cima em Adonia. Ele
sentiu seus olhos sobre ele, e não tinha certeza por que ela estaria olhando
para ele.
Alastor tinha dito algo sobre seu ciúme, e da maneira afiada que ela
olhou para longe dele e recuou em seu próprio prato o confundiu.
Ele não entendia, mas sorriu para ela de qualquer maneira.
Ela não era seu inimigo.
Ela era alguém que Alastor confiava. Marty odiava que ela estava com
ciúmes da posição de Marty com Alastor. E quebrou seu coração um pouco.
Se ela estava apaixonada por Alastor, então, seria um horrível destino
de se estar apaixonada por ele e ter o privilégio de carregar seus filhotes, mas
não ter o seu amor .
Marty teria que falar com Alastor sobre isso. Se ela faria um bom
segundo-em-comando, então talvez ela pudesse ainda ser seu segundo em
comando, sem a exigência de ter seus filhotes. Isso poderia ajudá-la a deixar
Alastor ir.
Alastor surpreendeu Marty quando ele chegou debaixo da mesa e
encontrou sua mão.
Marty ficou tenso, depois relaxou e segurou a mão de Alastor.
Ele olhou nos olhos do alfa, os viu piscar em vermelho. Isso
significava que o lobo queria sair. Significou também que Alastor
provavelmente queria sexo. Marty sabia isso muito bem por agora, porque ele
tinha visto aqueles olhos muitas vezes quando Alastor tinha estado dentro
dele, ou com a boca de Marty.
Eu te amo. Eu te perdoo, também.
Marty tentou empurrar esses pensamentos na cabeça de seu
companheiro. Ou, para, pelo menos, fazer Alastor estar ciente dos sentimentos
de Marty pelo olhar em seus olhos.
Ele não sabia o quão bem sucedido foi, mas o sorriso no rosto de
Alastor parecia estar em paz o suficiente.
A refeição terminou rapidamente. Marty não achou que foi porque o
bando inteiro queria ficar longe dele. Em um bando deste tamanho, com uma
quantidade razoável de terras e gado, coisas precisavam ser cuidadas. Marty
tinha até crescido preguiçoso desde que se tornou prisioneiro de Alastor. Tinha
sido um tempo desde que ele tinha acordado de madrugada para ir para fora e
cuidar dos campos e animais. Ele sempre tinha estado ou ao lado de Alastor,
ou trancado na casa.
Enquanto os ômegas limpavam os pratos e colocavam o último dos
alimentos longe de ser comido no almoço, Marty olhou para Alastor.
— Quando você acha que eu posso voltar para os campos?
Alastor piscou aqueles olhos vermelhos com confusão.
— O que?
Adonia riu.
— Seu humano quer voltar para labutar como um humano.
— Eu... Você quer fazer esse trabalho?
Marty encolheu os ombros.
— O que mais eu vou fazer? Além disso, eu acho que não é bom eu
não estar fazendo qualquer trabalho. Minhas roupas se sentem diferentes em
mim.
— Você perdeu algum do seu porte muscular. Eu gosto de você um
pouco mais suave — disse Alastor, com os olhos semicerrados de prazer.
Marty ficou tenso.
— Suave?
Ele olhou para si mesmo, tentando determinar se sua barriga estava
inchando . Ele nunca tinha sido um homem vaidoso, mas naquele momento
queria nada mais do que um espelho para que pudesse confirmar que seu
rosto não estava arredondando.
Alastor, o bastardo, riu dele.
— Você não parece muito diferente. Você está não apenas definido
como antes. — A expressão de Alastor mudou, suavizando com pesar. — Se
você quiser retornar ao trabalho, ele pode ter que esperar mais algum tempo,
para dar ao bando a chance de se acostumar com sua nova posição.
— Você acha que eles ainda querem me machucar.
A tensão na mandíbula de Alastor poderia significar uma série de
coisas. Ele não estava totalmente certo sobre o que ainda e não queria arriscá-
lo, ou ele sabia que as chances eram boas demais para se preocupar.
— Quando Dimitris retornar, ele pode trabalhar nos campos com
você. Até então, eu ainda preciso terminar o meu calor de acasalamento com
você.
Marty sorriu quando Alastor enrolou o braço em volta da cintura de
Marty, sentindo o calor familiarizado subindo em seu pescoço e em seu rosto.
Este foi definitivamente o bom tipo de calor.
Adonia, com sua falta de tato, cortou.
— Enquanto isso é tudo muito bem, alfa, ainda há essa matéria que
preciso discutir com você.
— Eu já sei a pergunta, e minha resposta é sim — disse Alastor, mal
olhando para ela para ver a forma como a sua expressão ficou mais leve.
— Sim?
— Sim, agora vai incomodar alguém.
— Eu vou.
O sorriso que ela deu foi o suficiente para preocupar Marty.
Ela saltou, sem parecer nem um pouco com o coração partido que
Alastor estava prestes a tomar Marty longe para estar sozinho e fazer amor.
— Ela está... Bem?
Ele poderia ter estado errado sobre o que seu ciúme era? Ela era uma
mulher estranha tal, esqueceu.
— Hmm? Claro que, agora, eu preciso de você.
Marty estremeceu. O desejo na voz de Alastor, o tom retumbante de
suas palavras e o brilho de seus olhos... Tudo sobre a forma como Alastor
olhou para Marty mostrou a verdade no que ele disse.
E fez Marty reagir a ele ao mesmo tempo.
Eles iriam dar certo. Marty tinha de tomar um momento para deixar
tudo afundar.
Ele estava perdido em sua própria cabeça, em seu choque, e
tentando juntar tudo o que tinha acabado de acontecer em torno dele, que não
teve a chance de deixar tudo resolver.
Alastor anunciou na frente de todo o bando que Marty era seu
companheiro, não seu prisioneiro, e não seu escravo de amor.
— Isto não é um sonho?
Alastor sacudiu a cabeça.
— Não, e se você teria me...
— Claro que sim! — Marty jogou-se nos braços do alfa, e embora
soubesse que ele ainda era odiado entre a maioria da matilha, que havia tanto
que ainda estava fortemente entre ele e Alastor, Marty não podia se conter
mais.
Ele não conseguia esconder esse sentimento, o seu amor por Alastor.
Ele estava doente de manter-se de volta, e não ia fazer isso.
Não mais.
Capítulo Nove
O FIM