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Direito Civil para o TCDF.

Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi


Aula - 02

AULA 02: Pessoas jurídicas. Disposições gerais.


Constituição. Domicílio. Associações e fundações.
Bens públicos.

Olá amigo(a)! Pronto(a) para mais um bate-papo de direito civil?

Esperamos que a sua resposta a esta pergunta seja positiva. 


Esta aula, assim como a nossa aula anterior, não tem um conteúdo
teórico muito extenso, mas colocamos novamente uma quantidade
razoável de questões para que você possa praticar.
Participe do fórum de dúvidas, a troca de informações é muito
importante para o curso e para que você aprofunde seus conhecimentos
nos assuntos. 
Tenha atenção! Os temas: LINDB, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica
normalmente são abordados em concursos e são temas que não
apresentam grandes dificuldades, além disso e constante a presença de
questões “repetidas” ou, então, próximas ao texto da lei.
Dito isto, procure assimilar bem estes conteúdos para garantir
acertos em sua prova.

Aline & Jacson

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: este curso é protegido por direitos


autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e
consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam
os professores que elaboram os cursos.
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Sumário
Pessoas Jurídicas (CC arts. 40 a 69)......................................................................................................... 3
- Constituição da Pessoa Jurídica. ....................................................................................................... 5
- Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica. ............................................................................ 7
- Classificação da Pessoa Jurídica. ....................................................................................................... 8
- Grupos despersonalizados .................................................................................................................. 11
- Sociedades de fato. ............................................................................................................................. 12
- Começo e Fim (extinção) da Existência Legal da Pessoa Jurídica ....................................................... 12
- Processo de extinção da pessoa jurídica. ....................................................................................... 15
- Associações. ........................................................................................................................................ 15
- Fundações. .......................................................................................................................................... 19
- Desconsideração da Pessoa Jurídica ................................................................................................... 24
-D .............................................................................. 27
- Proteção dos direitos da personalidade ............................................................................................. 27
- Responsabilidade das Pessoas Jurídicas. ............................................................................................ 28
- Domicílio da Pessoa Jurídica ............................................................................................................... 29
- Dos bens públicos. Classificação dos bens quanto ao titular do seu domínio (arts. 98 a 103). ......... 30
- Bens de uso comum do povo (também denominados bens de domínio público). ............................ 31
- Bens de uso especial. .......................................................................................................................... 32
- Bens dominicais. ................................................................................................................................. 33
- Características dos bens públicos. .................................................................................................. 34
- QUESTÕES CESPE COMENTADAS. ....................................................................................................... 37
- LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO. .................................................................................................... 65

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Pessoas Jurídicas1 (CC arts. 40 a 69).

Em nossa aula passada, estudamos as pessoas naturais, a respeito


do seu começo e do seu fim, da capacidade e da personalidade. Estas
pessoas (as pessoas naturais) são dotadas de capacidade jurídica, porém,
entenda que para a realização de determinados empreendimentos uma só
pessoa se torna fraca e, sozinha, dificilmente alcançaria seus objetivos.
Com isto, surge a necessidade de se agrupar as pessoas para que juntas,
então, tenham mais força de realização.
Por isso temos a atribuição de capacidade jurídica a entes
abstratos, formados ora pelo ¹conjunto de pessoas, ora por
²conjugação patrimonial.
As pessoas jurídicas são entidades as quais a lei confere
personalidade. Uma vez tendo personalidade jurídica, estas pessoas podem
ser sujeitos de direitos e obrigações.
É importante observarmos que a personalidade da pessoa
jurídica não se confunde, em regra, com a personalidade de cada
um dos seus membros.
Desta forma, uma de suas principais características é a atuação na
vida jurídica com personalidade distinta da de seus membros. Esta
separação de personalidades leva também à separação dos patrimônios –
respeitando o princípio da Autonomia Patrimonial. Assim, em regra,
não podem, por exemplo, ser penhorados os bens dos sócios por dívidas
da sociedade2.
As pessoas jurídicas que surgirão poderão ter os mais variados fins,
sem agora numerá-las taxativamente, podemos citar, desde o próprio
conceito de Estado, passando pelas fundações, pelas sociedades,
associações de bairro e associações esportivas.

“Mas de onde vem a natureza jurídica destas pessoas?”

Existem diversas teorias que tentam explicar a natureza jurídica da


pessoa jurídica. Dentre essas teorias há aquelas que negam a existência
da pessoa jurídica – ¹Teorias Negativistas, e as que afirmam sua
existência – ²Teorias Afirmativistas.

1
Não é única na doutrina e nas várias legislações a denominação pessoa jurídica. Outras
denominações devem ser lembradas, tais como: pessoas morais (direito francês),
coletivas (direito português), místicas, civis, fictícias, abstratas, intelectuais,
universalidade de pessoas e de bens, etc. Entretanto, o termo pessoa jurídica é o mais
tradicional, bem como aquele que é utilizado pelo nosso código civil.
2
Você verá que, em algumas situações, o patrimônio dos sócios poderá ser atingido.
Isto será explicado ainda nesta aula.

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Para a Teoria Negativista só existem no Direito os seres humanos,


carecendo as denominadas pessoas jurídicas de qualquer atributo de
personalidade. Por isso chama-se negativista, porque nega existência à
pessoa jurídica. Os que a defendem sustentam que a denominação pessoa
jurídica mascara um patrimônio coletivo ou uma propriedade coletiva.

As Teorias Afirmativistas estão divididas entre ¹Teorias da


Ficção e ²Teorias da Realidade.

São duas as Teorias da Ficção:


A Teoria da Ficção Legal – criada por Savigny, que considera a
pessoa jurídica uma criação artificial da lei, ou seja, uma ficção jurídica,
uma abstração diversa da realidade. Deste modo, os adeptos desta teoria
dizem que os direitos são prerrogativas concedidas apenas ao homem nas
relações com seus semelhantes. Pois somente o homem tem existência real
e psíquica para expressar a sua vontade para deliberar e o seu poder de
ação. Assim, quando se atribuem direitos a pessoas de outra natureza, isso
se trata de simples criação da mente humana, constituindo-se uma ficção
jurídica. A capacidade das pessoas jurídicas, sendo criação ficta do
legislador, é limitada na medida de seus interesses;
A Teoria da Ficção Doutrinária – que vem a ser uma variação da
teoria explicada acima, defende que a pessoa jurídica não tem existência
real, mas apenas intelectual, sendo uma ficção criada pela doutrina.

São três as Teorias da Realidade:


A primeira é a Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica – a
pessoa jurídica é considerada por esta teoria como sendo uma realidade
sociológica, que nasce através de imposição das forças sociais;
A segunda é a Teoria da Realidade Jurídica ou Institucionalista
– é parecida com a teoria objetiva pela importância dada aos eventos
sociológicos. Deste modo, considera a pessoa jurídica como uma
organização social destinada a um serviço ou ofício e, por isso,
personificada;
A terceira é a Teoria da Realidade Técnica – que diz que a
personificação de grupos sociais é um expediente de ordem técnica. É um
atributo deferido pelo Estado a certas entidades que o merecem e que
observaram os requisitos por ele estabelecidos.
A teoria da realidade técnica é a adotada pelo código civil de
2002.

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Passada a rápida conceituação acima, retornamos agora a ideia


trabalhada anteriormente de que todo o ordenamento jurídico é destinado
a regular a vida dos indivíduos. O direito tem por finalidade o homem como
sujeito de direitos. Deste modo, criam-se institutos jurídicos em prol do
indivíduo, criam-se também pessoas jurídicas como forma de se atribuir
maior força ao ser humano, para que, assim, este possa realizar
determinadas tarefas que seriam impraticáveis se estivesse sozinho.
Mas entenda que da mesma forma que o Direito atribui direitos ele
também impõe obrigações às pessoas jurídicas. Existirão, para cada tipo
de pessoa jurídica, condições, objetivas e subjetivas, determinadas em
lei. Portanto, o conceito de pessoa jurídica é uma objetivação do
ordenamento jurídico. Encara-se a pessoa jurídica como uma realidade
técnica, como uma criação do direito, porque assim está estabelecido em
lei.

- Constituição da Pessoa Jurídica.

Não basta simplesmente que as pessoas se unam para formar uma


pessoa jurídica. Há um requisito muito importante, qual seja, a vontade
das pessoas acerca da criação de uma pessoa jurídica objetivando
determinado fim. É justamente esta vinculação de vontades (vinculação
jurídica entre as pessoas) que dá unidade orgânica ao ente criado, com
isso, este ente se torna também uma pessoa, desvinculada da vontade
daquelas que a criaram e com autonomia perante seus membros.

É por meio desta unidade de vontades em criar um ente abstrato que surge
a personificação.

Você se recorda (quando estudamos pessoas naturais) que a partir


do momento em que uma pessoa nasce com vida ela adquire
personalidade? Pois bem, no caso da pessoa jurídica este momento inicial
de aquisição da personalidade se dá quando há uma conjunção de vontades
em torno da criação deste ente abstrato. A partir deste momento esta
pessoa adquire “vida” própria, independente da personalidade de seus
sócios.
Contudo, entenda que não basta a simples vontade dos indivíduos
para a constituição da pessoa jurídica. Certos requisitos são impostos por
lei, estes requisitos serão mais severos ou menos severos de acordo com
a modalidade de ente a ser criado.
Preenchendo estes requisitos, a pessoa jurídica será considerada
regular e estará apta a utilizar-se de todas as suas prerrogativas em sua
vida jurídica.

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Acreditamos que você já pôde perceber que se regula a pessoa


jurídica de modo muito parecido com a pessoa natural. Haverá o momento
do “nascimento”, registro, aquisição de personalidade, capacidade,
determinação do domicílio, “morte”... podendo inclusive existir uma
regulação quanto à sucessão.

Além do explicado até aqui (mas pensando especificamente em


questões de provas), saiba que para as pessoas jurídicas de direito
privado (assunto que abordaremos mais a frente) temos o seguinte:

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai3 em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o
prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Art. 46. O registro declarará:


I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando
houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio,
nesse caso.

Desta forma os estatutos e os atos constitutivos das pessoas jurídicas


de direito privado serão registrados no Cartório de Registro Civil das
pessoas jurídicas. Este registro além de servir de meio probatório, possui a
natureza constitutiva, por ser atributivo de personalidade e da capacidade
da pessoa jurídica.

3
Os institutos da decadência e da prescrição serão abordados detalhadamente em outra
aula. Mas você já pode “ir memorizando” alguns prazos. 

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Não esqueça esta informação! A existência legal da pessoa jurídica de


direito privado começa com o registro do ato constitutivo. Não é quando
as pessoas celebram o contrato e não é quando elaboram o estatuto. Ela
começa quando ocorre o registro.

Para a constituição da pessoa jurídica existem três requisitos


básicos: ¹a vontade humana criadora, ²a obediência às condições legais
para sua formação e ³a finalidade lícita.

A ¹vontade humana criadora ou o direcionamento da vontade de


várias pessoas em torno de uma finalidade comum e de um novo organismo
é fundamental. No início existe apenas uma pluralidade de membros que,
por sua vontade, formarão uma unidade, a pessoa jurídica que futuramente
passará a existir como um ente autônomo.
Superada esta primeira fase de manifestação da vontade a pessoa
jurídica já existe em um estado latente, mas para que exista de fato será
preciso observar um segundo requisito: ²a observância das
determinações legais. Deve se respeitar e cumprir, em especial, o que a
lei determinar a respeito de sua criação. É a lei que ditará qual o caminho
a seguir para que aquela vontade se materialize num corpo coletivo.
Por fim, a pessoa jurídica, que resultou de uma vontade, que foi
criada de acordo com a lei, deve também obedecer a um terceiro requisito:
³ter um fim lícito. Não se pode admitir que uma pessoa jurídica, criada
de acordo com a lei, venha a atentar contra esta, através de atos ilícitos. A
sua finalidade e seus atos precisam estar em conformidade com a lei, em
prol de toda a sociedade, de acordo com os bons costumes e com o direito,
ou seja, a sua finalidade precisa ser lícita.

- Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica.

Quando estudamos a capacidade da pessoa natural, vimos que ela é


decorrente da personalidade atribuída à pessoa. Com a pessoa ocorre o
mesmo, porém, se para a pessoa natural esta capacidade será plena para
a pessoa jurídica ela vai ser limitada à finalidade para a qual a pessoa
foi criada.
Os poderes atribuídos à pessoa jurídica estão estipulados nos ¹atos
constitutivos, em seu ²ordenamento interno e, também, na ³lei, uma
vez que seus estatutos não podem contrariar normas cogentes.
Assim, depois de registrada a pessoa jurídica o Direito reconhece
a atividade no mundo jurídico. Neste momento de reconhecimento, a
pessoa jurídica recebe: denominação, domicílio e nacionalidade (todos
decorrentes da personalidade).

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público, tais como as Autarquias, as Associações Públicas, as Fundações


Públicas, as Agências executivas e reguladoras.
Estão elencados no art. 41:

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

 As pessoas jurídicas de direito privado – são instituídas por


iniciativa de particulares e dividem–se em: fundações particulares,
associações, sociedades simples e empresárias, organizações
religiosas, partidos políticos e, ainda, incluídas pela lei 12.441 de
2011, as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Preste atenção! Já foi cobrado em provas:

 Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito


privado.
 Os sindicatos embora não mencionados expressamente no
art. 44, possuem natureza de associação civil, estando,
pois, dentro das pessoas jurídicas de direito privado.
 Cuidado para não confundir um profissional autônomo
com empresa individual. Empresa individual está
normatizada no art. 980-A do CC, que diz: “A empresa individual
de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que
não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente
no País”. (Artigo incluído pela Lei nº 12.441, de 2011). Assim,

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qualquer pessoa – tanto física com jurídica, pode constituir


uma empresa individual. Já o profissional autônomo é pessoa
física que presta serviços de forma eventual sem relação de
emprego. Enquadra-se também como profissional autônomo, o
profissional liberal, que é aquela pessoa que exerce, por conta
própria, atividade econômica, de natureza urbana, com fins
lucrativos ou não.
 Outro detalhe importante é o que diz respeito às fundações,
estas, embora genericamente estejam listadas entre as
pessoas jurídicas de direito privado, se tiverem atuação que,
de certa forma, se assemelhem às Autarquias, terão
personalidade jurídica de direito público (em prova, estará
escrito unicamente Fundações Públicas).

“Vocês podem explicar como fica a situação, por exemplo, de


condomínios e de sociedades irregulares? Em que classificação
estas entidades se enquadram?”

Há determinadas entidades com muitas das características das


pessoas jurídicas que vimos até agora, mas que, no entanto, não chegam
a ganhar personalidade, são grupos despersonalizados. Faltam
requisitos imprescindíveis à personificação, são os grupos com
personificação anômala, alguns autores utilizam também o termo
personalidade judiciária.
Temos como exemplos destas entidades: a família; a massa falida; o
espólio; o condomínio; a herança jacente ou vacante. Em geral, estes
grupos, embora não possuam personalidade, possuem uma capacidade
processual e também legitimidade ativa e passiva para demandar e ser
demandado em ações judiciais.

- Grupos despersonalizados

Os grupos despersonalizados que mais aparecem em questões de concurso


são:

 A massa falida - nome que é dado ao conjunto de bens após a


sentença declaratória de falência. Será representado por um
síndico, que será o substituto da empresa ou pessoa que faliu.
 A herança jacente ou vacante - herança jacente é o nome que se
dá a herança quando uma pessoa morre sem deixar testamento e
não se conhece nenhum herdeiro. Os bens da herança jacente são
declarados vacantes quando não se apresentar nenhum herdeiro ou,

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se aparecer algum, este renunciar a herança. Este acervo de bens


será representado por um curador.
 O espólio - é o conjunto de direitos e obrigações do de cujus6. Será
representado em juízo, até que se nomeie um inventariante, por
um administrador provisório.
 O condomínio – sobre o condomínio há controvérsias na doutrina.
Quando se tratar de condomínio que é a propriedade comum ou
conjunta sobre alguma coisa, este não possui personalidade jurídica.
O problema está nos condomínios de edifícios. Portanto tenha uma
atenção extra se isto aparecer em prova. Como regra considere-os
despersonalizados. Será representado pelo síndico.
 Também se destaca a família como uma entidade não personificada,
pois, apesar de seus laços de sangue, cada membro preserva sua
individualidade e é responsável por suas obrigações.

- Sociedades de fato.

 As sociedades sem personalidade jurídica - são aquelas que


existem e funcionam, mas não possuem existência legal justamente
porque não fizeram seu registro no órgão competente ou então
porque lhes falta autorização legal para funcionamento. Serão
representadas pela pessoa a quem couber a administração de seus
bens. As sociedades irregulares ou de fato são aquelas que não
cumpriram alguns requisitos para sua regular formação, como por
exemplo, uma empresa que deixa de registrar seu ato constitutivo na
Junta Comercial. Estas empresas possuem legitimidade para cobrar
em juízo seus créditos, não podendo o devedor alegar a
irregularidade de sua constituição para se negar ao pagamento da
dívida. Mas não podem ser sujeitos de direitos, e os bens particulares
dos sócios respondem igualmente com os bens da empresa por
dívidas contraídas em nome desta.

- Começo e Fim (extinção) da Existência Legal da Pessoa Jurídica

A pessoa jurídica tem sua origem, em regra, com um ¹ato jurídico ou


²em decorrência de normas. Existe diferença, porém, entre a origem das
pessoas jurídicas de direito público e das de direito privado.
As pessoas jurídicas de direito público se não são criadas em
razão de fatos históricos (criação do próprio Estado, por exemplo), o são
por normas, sejam estas: constitucionais; legais; ou, até mesmo, por meio

6
Expressão jurídica para denominar a pessoa que faleceu.

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de tratados internacionais (no caso das pessoas jurídicas de direito público


externo).
Já as pessoas jurídicas de direito privado obedecem a um
processo que pode se dar de três formas: o ¹sistema da livre associação
(a emissão de vontade dos instituidores é suficiente para a criação do ente
personificado); o ²sistema do reconhecimento (há necessidade de um
decreto de reconhecimento); e o ³sistema das disposições normativas
(neste sistema dá-se liberdade de criação humana, sem necessidade de ato
estatal que a reconheça, mas exige-se que a criação dessa pessoa obedeça
a condições predeterminadas).

Em nosso direito, são duas as fases para a concretização da


pessoa jurídica: o ¹ato constitutivo e a formalidade do ²registro.

Na primeira fase, há a constituição da pessoa jurídica por um ato


unilateral entre pessoas vivas ou por testamento (se a pessoa faleceu e
deixou estipulado a sua criação como ato de última vontade). Nesta fase
temos um elemento material que se exterioriza nos atos de reunião dos
sócios, nas condições dos estatutos, etc. Há, também, um elemento formal
que é a transcrição do que foi acertado por escrito. Este ato poderá ser
público ou particular. As fundações são exceção, pois para elas o
instrumento público ou o testamento são essenciais.
Após a existência do ato escrito e da autorização passa-se à segunda
fase: o registro. O ato de constituição das pessoas jurídicas de direito
privado e o seu registro estão normatizados nos artigo 45 e 46 do CC:

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,
averbando-se no registo todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o
prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando
houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais;

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VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio,


nesse caso.

Enquanto para a pessoa natural o fim da existência ocorre com a


morte (real ou presumida), para a pessoa jurídica pode ocorrer por causas
diversas. Basicamente, o fim da existência legal da pessoa jurídica,
pode ocorrer:

De forma convencional – ou seja, quando seus membros


decidirem pelo seu fim, de acordo com o quórum previsto nos
estatutos da empresa ou na lei.
De forma legal – em razão de motivos determinados em lei, mais
precisamente no art. 1.034 do CC:
Art. 1.034 A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento
de qualquer dos sócios, quando:
I - anulada a sua constituição;
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade.
De forma administrativa – quando a pessoa jurídica, para seu
funcionamento, precisa de autorização do poder público e pratica
atos nocivos ou contrários aos seus fins.
De forma Judicial – que decorre dos casos de dissolução
previstos em lei ou no estatuto, principalmente quando a
sociedade se desviar dos fins para os quais foi constituída.

Atenção: as formas de extinção se relacionam, e como vimos acima são a


convencional, a legal, a administrativa e a judicial. No entanto:

A extinção legal tem este nome porque os motivos que levam à sua
extinção advém da lei (exemplo art. 1.034). Mas entenda que a extinção
não é automática, para que ela aconteça também serão necessárias
algumas medidas judiciais.

A extinção pela forma administrativa acontecerá quando for


necessária uma autorização da administração pública para o funcionamento
da Pessoa Jurídica. Neste caso, quando a PJ pratica atos nocivos ou
contrários aos seus fins, o mesmo poder administrativo que concedeu
esta autorização poderá retirá-la ou, então, negar a sua renovação.

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- Processo de extinção da pessoa jurídica.

Após o encerramento das atividades da pessoa jurídica, o seu


processo de extinção se realizará através da ¹dissolução e da
²liquidação. Este processo se mostra necessário para que se dê
destinação aos bens da empresa, se pague todas as dívidas e para que se
faça a partilha do que restar entre os sócios.
A liquidação da pessoa jurídica, segundo o art. 51 do CC, ocorrerá
nos casos de dissolução ou de cassação de autorização para funcionamento.

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para
seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se
conclua.
§ 1º. Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação
de sua dissolução.
§ 2º. As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber,
às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3º. Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição
da pessoa jurídica.

Desta forma, podemos perceber que o cancelamento da inscrição da


pessoa jurídica no registro não acontece no momento em que ela é
dissolvida. O cancelamento da sua inscrição acontece somente depois
de encerrada a sua regular liquidação.

Continuando a análise do Código Civil, há duas pessoas jurídicas,


para as quais o nosso o código reservou alguns itens específicos, são elas:
¹as associações e ²as fundações.

Então vamos ao seu estudo mais detalhado!

- Associações.

No código civil de 2002, as associações estão compreendidas entre os


artigos 53 a 61. O artigo 53 nos dá uma primeira ideia sobre as
associações:

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem


para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

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As associações se prestam aos mais variados fins, desde que não


econômicos, e preenchem, assim, as mais variadas finalidades na
sociedade. Qualquer atividade lícita e de fins não econômicos pode ser
buscada por uma associação.
Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Uma vez
que as associações não se formam por contrato e sim pela união de pessoas
sem direitos e obrigações recíprocos7.

Uma observação que devemos fazer é a seguinte:


A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser
reinvestido na própria entidade. A associação não pode ter o lucro como
finalidade essencial e nem distribuí-lo entre seus associados.
Importante! O CESPE já citou em suas provas, como exemplo de uma
associação pública, um consórcio formado entre municípios para uma
determinada atividade.

No artigo 54 do CC estão enumerados os requisitos obrigatórios que


devem constar nos estatutos de toda e qualquer associação:

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:


I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

Outras disposições podem ser acrescentadas, mas estas, que estão no


texto da lei, são essenciais. Os estatutos são a lei orgânica da pessoa
jurídica, a norma de obediência obrigatória para os fundadores da
associação e, também, para todos aqueles que no futuro venham a ela se
associar. A vontade dos novos membros se manifesta através da adesão
à associação e consequentemente aos seus regulamentos.

7
Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 271.

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Algumas observações:
 Nada impede que a associação tenha várias sedes, sendo uma
principal e outras subsidiárias;
 A admissão de novos sócios deve atender aos interesses da
associação, o estatuto pode determinar que sejam preenchidos
certos requisitos para que alguém tenha a qualidade de sócio;
 A demissão não se confunde com a exclusão, porque esta tem
caráter de penalidade e só pode ser aplicada se for dado direito à
ampla defesa ao associado envolvido (art. 57), já a demissão
decorre da iniciativa do próprio interessado, por oportunidade ou
conveniência sua;
 É importante que o estatuto estabeleça a providência de fundos,
se este vai ser proveniente de contribuições dos próprios sócios ou
de terceiros, ou se, então, a associação vai exercer alguma
atividade que lhe forneça meios financeiros, entretanto sem que
com isso descaracterize sua finalidade.

O artigo 55 do CC nos diz:

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, MAS o estatuto poderá
instituir categorias com vantagens especiais.

Este artigo pode dar margem para algumas confusões. A dificuldade


estaria no sentido de se saber, no caso concreto, se é válida a atribuição
de vantagens especiais a sócios, o que contraria a finalidade primeira do
dispositivo que é a igualdade de direitos. O melhor é interpretar que toda
associação deve garantir os direitos mínimos aos associados e que as
vantagens são excepcionais a algumas categorias, que por sua
natureza sejam diferenciadas.

Seguindo com a nossa conversa! No art. 56 encontramos o seguinte:

Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não


dispuser o contrário.
Parágrafo único: Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio
da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da
qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do
estatuto.

Temos aqui a figura dos associados com e sem em quotas ou fração


ideal do patrimônio da entidade (chamados respectivamente de sócios

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patrimoniais e de sócios meramente contributivos). Na verdade, o que este


artigo quer proteger é o interesse da associação, pois cabe à própria
entidade definir quem poderá ingressar como associado.
O simples fato de transferir uma quota ou a “qualidade” de associado
para outra pessoa pode não ser o suficiente para esta pessoa passar a ser
sócia, é preciso analisar a permissão estatutária.
A ideia fundamental é no sentido de permitir que a associação faça
um juízo de oportunidade e conveniência para a admissão de novos
associados. Uma vez admitido o associado, a sua exclusão somente será
possível por justa causa, obedecido o estatuto. É o que diz o artigo 57 do
CC:

Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim


reconhecida em procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso,
nos termos previstos no estatuto.

Nenhuma decisão de exclusão de associado pode prescindir de


procedimento que permita ao sócio produzir sua defesa e suas provas,
ainda que o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia geral,
convocada para tal fim. Também neste sentido temos o artigo 58 do CC:

Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que
lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos
na lei ou no estatuto.

O estatuto ou a lei estabelecerão os limites ao exercício dos


direitos sociais.
A assembleia geral é órgão necessário da associação, exerce papel
de “poder legislativo” na instituição8. O artigo 59 do CC elenca as matérias
privativas da assembleia:
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral:
I – destituir os administradores;
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único: Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste
artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para este
fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição
dos administradores.

No mesmo sentido o artigo 60 do CC determina:

8
O “Poder Executivo” da pessoa jurídica é exercido por um diretor ou uma diretoria,
podendo ser criados outros órgãos auxiliares, dependendo do tamanho da entidade.

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A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindo


a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.

De acordo com a norma legal do artigo 59 do CC – que é uma norma


de ordem pública, ou seja, é preceito imperativo, que não admite disposição
em contrário pela vontade privada, competirá somente à assembleia
geral a ¹destituição dos administradores e a ²alteração do estatuto.

“Vocês falaram em dissolução da pessoa jurídica. Mas o que


acontecerá com o patrimônio de uma associação quando esta for
dissolvida?”

A resposta à sua pergunta está no art. 61, o seu estudo deve ser
literal ao texto do CC (assim é cobrado em prova):

Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido,


depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no
parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos
designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à
instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1º. Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados,
podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber
em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem
prestado ao patrimônio da associação.
§ 2º. Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território,
em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo,
o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado,
do Distrito Federal ou da União.

Para finalizarmos o assunto associação, observe este enunciado do STJ:


Jornada III STJ 142 –
“Os partidos políticos os sindicatos e as associações religiosas
possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o CC”.

- Fundações.

Vimos que, nas associações, o que importa são as pessoas, a reunião


de pessoas, a coletividade. Já nas fundações, há, em seu início, um
patrimônio despersonalizado destinado a um fim específico.

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As fundações têm sua razão de ser no patrimônio destinado a


determinada finalidade. Assim está no artigo 62 do CC:

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública
ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos,
morais, culturais ou de assistência.

Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, que


recebe personalidade para a realização de um fim determinado. O
patrimônio se personaliza quando obtém sua existência legal, deste modo,
uma fundação não é qualquer conjunto de bens. A dotação se fará por
escritura pública ou testamento.

As fundações poderão ter finalidade religiosa moral, cultural ou de


assistência. Há questões de provas que ficam apenas na análise
literal do § único do art. 62, no entanto é importante que você saiba que
há também os seguintes enunciados:

Jornada I STJ 8: “A constituição de fundação para fins científicos, educacionais


ou de promoção do meio ambiente está compreendida no CC 62 par. ún.”
Jornada I STJ 9: “O CC par. ún., deve ser interpretado de modo a excluir
apenas as fundações de fins lucrativos”

Para que se aperfeiçoe a personalidade jurídica da fundação,


ou seja, para que se possa dizer que esta existe como pessoa jurídica, é
necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: instituição, por
meio de escritura pública ou testamento, de dotação especial de bens livres
de ônus, da qual conste a finalidade específica da fundação, que deve ser
religiosa, moral, cultural ou de assistência; estatutos que a regerão;
aprovação dos estatutos pelo órgão do Ministério Público e o registro
da escritura de instituição.
A criação da fundação se dá pelo denominado negócio jurídico
fundacional e o registro a personifica, fazendo com que tenha capacidade,
patrimônio, sede e administração9.
No primeiro requisito (instituição) para a criação de uma
fundação, existem dois momentos bem definidos: um é a ¹vontade de sua
constituição, que neste caso se exterioriza no ato de fundação
propriamente dito; e o outro é o ato de ²dotação de um patrimônio, que

9
Diniz. Direito Fundacional.

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lhe dará vida. Neste ato de dotação, estão compreendidos: a reserva de


bens livres10, a indicação dos fins e a maneira pela qual o acervo será
administrado.

- Modalidades de formação da fundação:

1. Direta – neste modo, a própria pessoa instituidora projeta e


regulamenta a fundação.
2. Fiduciária – neste modo, o instituidor entrega a tarefa de organizá-la
a outra pessoa.

Atenção! O instituidor da fundação pode ser tanto pessoa natural


quanto pessoa jurídica.

Vimos que a constituição da fundação é feita com dotação de bens,


mas o que ocorre quando esta dotação não for suficiente? Esta
situação está expressa no art. 63 do CC:

Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela


destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.

Então, se caso os bens forem insuficientes para a constituição da


fundação, eles serão destinados a outra fundação que tenha a mesma ou
semelhante finalidade da que não pôde ser criada, mas isso só
acontecerá se o instituidor não tiver disposto de forma diferente no
estatuto.
Atarefa de elaborar o estatuto – que é a lei interna da fundação -
cabe ao instituidor ou, então, o instituidor deverá designar quem elabore o
estatuto. Depois de ultrapassada esta fase, o estatuto será apresentado ao
Ministério Público11 – órgão fiscalizador das fundações, que examinará
se foram observadas as bases da fundação e se os bens são suficientes
para atender as suas finalidades. Neste sentido temos o artigo 66 do CC:

10
Estes bens têm que ser livres, pois qualquer ônus sobre eles colocaria em risco a
existência da entidade.
11
Esta fiscalização será feita por meio da Promotoria de Justiça das Fundações, nas cidades
em que houver este cargo na divisão administrativa da instituição. Nas cidades menores
esta tarefa caberá ao Promotor Público.

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Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I – seja deliberada por 2/3 (dois terços) dos componentes para gerir e
representar a fundação;
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a
denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

Caso a alteração não tenha sido aprovada por unanimidade, a minoria


vencida poderá requerer a impugnação no prazo de 10 dias, isso conforme
o artigo 68 do CC:

Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação
unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão
do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para
impugná-la, se quiser, em 10 (dez) dias.

Existem certas peculiaridades no que diz respeito às fundações:

 A primeira é quanto aos seus bens, estes não podem ser vendidos.
Normalmente, tais bens são inalienáveis, porque é sua existência
que assegura a vida das fundações, não podendo, desta forma,
serem desviados de sua destinação original. É claro que, dependendo
da situação, comprovada a necessidade da venda, esta pode ser
autorizada pelo juiz competente12, com a audiência do Ministério
Público. O produto da venda deve ser aplicado na fundação ou em
outros bens destinados a sua manutenção;
 Na fundação, o elemento pessoa natural pode não ser múltiplo, uma
vez que basta uma só pessoa para sua criação;
 O patrimônio é o elemento fundamental das fundações;
 Os fins também são imutáveis, porque são fixados pelo instituidor;
 Nas fundações os administradores não são sócios, podem ser
denominados como membros contribuintes, fundadores,
beneméritos, efetivos, etc.

12
Sem esta autorização a venda será nula.

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Outra peculiaridade está no artigo 64 do CC:

Art. 64. Constituída a fundação por negócio Jurídico entre vivos, o instituidor é
obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens
dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.

Portanto, a promessa do instituidor, que se materializa na dotação


de bens ou direitos, possui caráter irrevogável e irretratável. Se uma
pessoa prometer e não cumprir, poderá o juiz através de mandado judicial
executar a promessa.

Sobre o tema extinção da fundação temos o artigo 69 do CC e o


artigo 1.204 do CPC:

“CC art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público,
ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu
patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto,
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou
semelhante.”

“CPC art. 1.204. Qualquer interessado ou órgão do Ministério Público promoverá


a extinção da fundação quando:
I – se tornar ilícito o seu objeto;
II – for impossível a sua manutenção;
III – se vencer o prazo de sua existência”.

Passemos agora a outro assunto muito importante, a chamada


desconsideração da pessoa jurídica!

- Desconsideração da Pessoa Jurídica

Quando estudamos a natureza jurídica das pessoas jurídicas, as


classificamos como realidade técnica. A pessoa jurídica decorre da
técnica do direito, é uma criação jurídica para a realização de certos
objetivos.
Neste sentido temos que as pessoas jurídicas possuem existência
distinta em relação a seus membros. Existem, porém, determinados casos
onde esta distinção entre a pessoa jurídica e a pessoa natural não pode

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“Sempre será necessário o uso fraudulento da pessoa jurídica?”

A disregard of legal entity originariamente foi feita para atingir


casos de fraude e de má-fé. Existem, no entanto, duas teorias sobre a
desconsideração:
 A Teoria maior, em princípio, exige dois requisitos: o abuso e o
prejuízo. É a teoria adotada pelo Código Civil. Apenas observando
que no caso de confusão patrimonial, esta será o pressuposto
necessário e suficiente.
 Teoria menor, que exige como requisito apenas o prejuízo ao
credor.

E veja dois enunciados relacionados ao assunto:

Jornada I STJ 7: “só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica


quando houver a prática de ato irregular, e limitadamente, aos
administradores ou sócios que nela hajam incorrido”.
Jornada III STJ 146: “Nas relações civis, interpretam-se restritivamente
os parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica previstas no
CC 50 (desvio de finalidade ou confusão patrimonial)” (Este Enunciado não
prejudica o Jornada I STJ 7).

A teoria menor por vezes é adotada pela jurisprudência,


principalmente no que diz respeito às relações de consumo (art.28 e
parágrafos da Lei 8.078/1990). Mas o assunto é polêmico. Também é
apontada pela doutrina uma problemática nas relações trabalhistas, pois,
segundo ela, a teoria da desconsideração tem sido utilizada de forma
indiscriminada.

Diante do que foi dito vale a pena ver está afirmação verdadeira do
CESPE (TRE-RJ 2012 – área judiciária):
“No que se refere à desconsideração da personalidade jurídica, o Código
Civil adota a teoria maior e o Código de Defesa do Consumidor, a teoria
menor.”

Você precisa estar muito atento(a) em uma questão que aborde o tema.
De todo modo, respondendo à pergunta, entenda que nem sempre será
necessária a comprovação da intenção de fraudar.

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- Desconsideração inversa da pessoa jurídica

Existe uma situação que ocorre o seguinte: O sócio, com objetivo


prejudicar a terceiro, oculta ou desvia seus bens pessoais para a pessoa
jurídica. Estes “bens da pessoa jurídica” (na realidade são bens ocultos
do sócio) poderão ser atingidos em uma desconsideração.

Jornada IV STJ 283: “É cabível a desconsideração da personalidade


jurídica denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da
pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a
terceiros”.

“Professores! Antes de encerrar o assunto, eu li algo sobre a


necessidade de insolvência e a desconsideração da personalidade
jurídica, o que é isto?”

Esta sua pergunta é bastante pertinente e oportuna, pois tal temática


seguidamente é abordada pelo CESPE.
A comprovação da insolvência (que é quando a PJ não pode
cumprir com suas obrigações) não é necessária. Além disso, segundo a
doutrina, a aplicação da teoria da desconsideração conforme já falamos não
importa dissolução ou anulação da sociedade. Importa apenas a sua
desconsideração.
Sobre o assunto há inclusive o seguinte Enunciado da Jornada IV
STJ 281:
“A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no CC 50, prescinde da
demonstração de insolvência da pessoa jurídica”.

- Proteção dos direitos da personalidade

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos
da personalidade.

Observe que a aplicação da proteção aos direitos da personalidade não é


feita indistintamente para todos os casos. Quanto a este assunto
temos o seguinte enunciado do STJ:

STJ 227: “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”

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- Responsabilidade das Pessoas Jurídicas16.

A responsabilização vai acontecer quando uma pessoa for


prejudicada, quando houver um dano – seja ele patrimonial ou moral,
sendo necessário também que exista um nexo de causalidade entre este
dano e o ato de um agente – que foi o causador do dano.
A existência de dano gera a responsabilidade e a obrigação de
reparação deste dano. Sendo que a responsabilidade das pessoas
jurídicas pode ocorrer no âmbito administrativo, no civil e no penal.
No âmbito penal, por exemplo, a Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de
1998, que fala sobre os crimes ambientais, responsabiliza administrativa,
civil e penalmente as pessoas jurídicas, aplicando penas restritivas de
direitos, prestação de serviços à comunidade e multa.

No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser:


 Contratual - que está no art. 389 do CC: “Não cumprida a
obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros
e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado”.
 Extracontratual - também chamada de delitual ou aquiliana,
que decorre de atos ilícitos e impõe a todos o dever de não
lesar. Se mesmo assim a pessoa o fizer, ocorrerá a obrigação
de reparar este dano.

Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos


causados a terceiros, qualquer que seja a natureza de seus fins. Para as
pessoas jurídicas de direito público a responsabilidade é objetiva sob
a modalidade do risco administrativo, conforme art. 43:

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis
por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros,
ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por
parte destes, culpa ou dolo.

Na responsabilidade civil objetiva, as pessoas jurídicas de direito


público interno têm a obrigação de reparar tão somente pela existência do
fato danoso e do nexo causal (que é a chamada Teoria do Risco), não
existe a necessidade de culpa. É assegurado a estas pessoas, no

16
O assunto reponsabilidade será abordado novamente (e com mais detalhes) em outra
aula, quando falarmos de ato ilícito.

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entanto, o direito de ação contra os causadores do dano se estes agirem


com culpa ou dolo.
Porém se houver a culpa concorrente entre o agente e a vítima a
indenização será reduzida pela metade. E se a culpa for exclusiva da vítima
o Estado se exonerará da obrigação de indenizar. O mesmo acontecendo
no caso de força maior e fato exclusivo de terceiro.

- Domicílio da Pessoa Jurídica

É a sede jurídica da pessoa jurídica, é onde os credores podem


demandar o cumprimento das obrigações. É o local de suas atividades
habituais, de seu governo, administração ou direção, ou ainda, aquele
determinado no ato constitutivo. Estabelece o artigo 75 do CC:

Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:


I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto
ou atos constitutivos.
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma
das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela
corresponder.

O § 1º do artigo 75, vem ajudar às pessoas que necessitam processar


uma entidade com estabelecimentos em vários lugares, ao dizer que cada
um deles será considerado domicílio para os atos neles praticados. Já,
o § 2º do artigo 75 diz respeito às pessoas jurídicas estrangeiras que
tenham estabelecimento no Brasil, e que serão demandadas no foro de sua
agência aqui localizada, de acordo com as obrigações contraídas por cada
uma delas.

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Art. 99. São bens públicos:


I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal,
inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Portanto, os bens públicos de acordo com sua destinação foram


classificados em três categorias: ¹bens de uso comum do povo, ²bens de
uso especial, ³bens dominicais.

- Bens de uso comum do povo (também denominados bens de domínio


público).

Art. 99. São bens públicos:


I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
...

A primeira observação que devemos fazer é de que os bens de uso


comum do povo citados no art. 99, I, são meramente exemplificativos,
porque neles não se exaurem, ou seja, há outros além dos citados.
São os bens públicos que podem ser utilizados, sem restrições, de
forma gratuita ou onerosa, por todos, sem necessidade de qualquer
permissão especial, ou seja, se destinam ao uso de todos.
Explicando melhor: Todos têm acesso a estes bens, podendo o acesso
ocorrer gratuitamente ou não. Como exemplo temos as ruas, as estradas,
as praças, os jardins públicos, o mar. “Via de regra, sua utilização é
permitida ao povo, sem restrições e sem ônus”17, ou seja, o acesso é
permitido a toda coletividade, no entanto, nada impede que a utilização
deste bem possa ser cobrada, desde que regulamentada.
Assim, bens de uso comum do povo, são bens que, embora mantidos
sob gestão da administração pública - uma pessoa jurídica de direito
público interno, podem ser utilizados, sem restrição, gratuita ou
onerosamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão
especial. Pertencem à coletividade (res communes omnium), também
podem ser denominados bens de domínio público e se destinam ao uso de
todos.

17
Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed.,
pág. 368.

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Mesmo se regulamentos administrativos condicionarem ou


restringirem o seu uso a certos requisitos ou mesmo se instituírem
pagamento de contribuição (uso retribuído), não perdem a natureza de
bens de uso comum do povo, como exemplo disto temos: o pedágio, nas
estradas; a venda de ingressos, em museus públicos; a taxa de embarque,
em aeroportos, a taxa de ancoragem, em portos.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem.

Veja que o uso do bem até pode ser franqueado (o usuário é o povo),
mas o domínio sobre o bem continua sendo da pessoa jurídica de direito
público.

Sobre os bens de uso comum do povo citamos esta jurisprudência:18


Administrativo. Ação de reintegração de posse. Estabelecimento comercial
construído em terreno de marinha. Ocupação irregular. Mesas e cadeiras em área
de praia. Bem da União de uso comum do povo. Impossibilidade de ocupação por
particular. Demolição, com direito a indenização. Boa fé do ocupante. Cobrança
de multa prevista na Lei n. 9.636/98. Impossibilidade. Irretroatividade. (TRF, 5ª
Região, AP. n. 2002.800.000.13756/AL, rel. Des. Frederico Pinto de Azevedo, j.
05.07.2007).

A situação jurisprudencial descrita se refere a uma ação de


reintegração de posse movida pela União contra uma empresa privada que
construiu em terreno de marinha sem a devida autorização para a
ocupação.

- Bens de uso especial.

Art. 99. São bens públicos:


...
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal,
inclusive os de suas autarquias;

18
Citação em Ministro Cezar Peluso, Código Civil Comentado, Doutrina e Jurisprudência,
Manole, 6ª ed., pág. 90.

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Como o próprio nome diz bens de uso especial são os bens que
possuem uma destinação especial, bens que são utilizados pelo próprio
poder público para a execução de seus serviços públicos. Por exemplo, os
prédios onde estão instaladas repartições públicas e os prédios de escolas
públicas. Constituem o aparelhamento administrativo, assim, são
afetados a um serviço ou estabelecimento público, ou seja, destinam-se
especialmente à execução dos serviços públicos e, por isso mesmo, são
considerados instrumentos deste serviço. São os edifícios e terrenos
aplicados ao funcionamento da administração. Não integram propriamente
a Administração, mas constituem (como já falamos) o aparelhamento
administrativo.
São também chamados bens patrimoniais indisponíveis, pois
possuem uma finalidade pública permanente19. Para finalizar o tema assim
lecionava o saudoso Caio Mario da Silva Pereira20: “E, quando não mais se
prestem à finalidade a que se destinam, é facultado ao poder público
proprietário levantar a sua condição de inalienabilidade, e expô-lo à
aquisição, na oportunidade e pela forma que a lei prescrever”.

- Bens dominicais.

Art. 99. São bens públicos:


...
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
entidades.

São os bens que compõem o patrimônio da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios. Abrangem tanto bens imóveis quanto
bens móveis. São aqueles que, embora integrando o domínio público,
diferem dos outros bens públicos pela possibilidade, sempre presente, de
serem utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela
Administração, se assim o desejar. Constituem o patrimônio disponível e
alienável da pessoa jurídica de direito público. “Sobre eles o poder público
exerce poderes de proprietário”.21 São bens que não são afetados a
qualquer destino público. Como exemplos, temos as terras devolutas,
oficinas, fazendas e indústrias pertencentes ao Estado.

19
Hely. Dir. Administrativo, p. 520. Em Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado,
Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 298.
20
Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed.,
pág. 369.
21
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 249.

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Art. 99. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se


dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se
tenha dado estrutura de direito privado.

“Não entendi bem, o que o §único do artigo 99 quer dizer?”

Ele quer dizer que quando não houver lei em contrário, a própria lei
instituidora da pessoa jurídica de direito público poderá qualificar seus
bens, isto sem depender da destinação que dá a eles. O que acontece é o
seguinte, “caso nenhuma lei estabeleça normas especiais sobre os
dominicais, seu regime jurídico será o de direito privado. Podem ser
desafetados”.22

- Características dos bens públicos.

A primeira característica é a inalienabilidade, desde que destinados


ao uso comum do povo ou para fins administrativos, ou seja, enquanto
guardarem a afetação pública os bens públicos de ¹uso comum do povo
e ²os de uso especial são inalienáveis.
É o que diz o art. 100 do código civil:

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei
determinar.

Porém, esta característica poderá ser revogada, se mediante lei


especial tenham tais bens perdido sua utilidade ou necessidade, não mais
conservando a sua qualificação. Quando ocorre a desafetação, que é a
mudança da destinação de um bem público, ele acaba incluído no rol dos
bens dominicais, sendo que, de acordo com o art. 101:

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as


exigências da lei.

A venda ocorre em hasta pública ou por meio de concorrência


administrativa.

22
Regina Sahm. Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág.
126.

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A segunda característica é a imprescritibilidade das pretensões a


eles relativas. Deste modo os bens públicos não podem ser adquiridos por
usucapião, de acordo com o art. 102:
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

STF 340: “Desde a vigência do CC (1916) os bens dominiais, bem como os demais
bens públicos não estão sujeitos a usucapião”. Ou seja, TODOS os bens
públicos não estão sujeitos a chamada prescrição aquisitiva.

A proibição da usucapião de imóveis públicos está no texto


constitucional:

Constituição Federal
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta
metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
...
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
...
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua
como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona
rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho
ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

E a terceira característica é a impenhorabilidade23, que é


decorrência da primeira característica, pois uma vez que os bens públicos
são inalienáveis não se pode também dá-los em garantia.

“Os créditos contra a Fazenda Pública se satisfazem por meio de precatórios


(CF100), pois não há excussão de bens públicos, que são impenhoráveis”.24

23
A impenhorabilidade impede que o bem passe do patrimônio do devedor ao do credor,
ou de outrem, por força da execução judicial.
24
Nelson Nery Junior, Código Civil Comentado, 8ª ed., pág. 298.

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Terminada a parte teórica, caros amigos, como de costume, vamos à


prática, com a resolução de mais questões. Em caso de dúvidas não hesite
em entrar em contato conosco. A sua participação é muito importante para
uma melhor compreensão dos assuntos e também para o sucesso do curso.

Um abraço e ótimos estudos! 

Aline Santiago & Jacson Panichi

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- QUESTÕES CESPE COMENTADAS.

1. CESPE 2013/TRT 10ª Região/Analista Judiciário. O partido político


é pessoa jurídica de direito público constituída sob a forma de associação.

Comentário:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: V - os partidos políticos.
§ 3º. Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto
em lei específica.
Item errado.

CESPE 2012/TJ-AC/Técnico Judiciário. Julgue o item.


2. A fiscalização das fundações é realizada pelo Ministério Público estadual,
ainda que as referidas fundações tenham abrangência nacional.

Comentário:
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º. Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao
Ministério Público Federal.
§ 2º. Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em
cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
Item correto.

3. CESPE 2012/TJ-AC/Auxiliar Judiciário. Com relação às pessoas


jurídicas, julgue os itens subsequentes.
O prazo decadencial para anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado é de três anos, no caso de defeito do ato constitutivo.

Comentário:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas
as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.
Item correto.

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4. Os estados e os territórios têm por domicílio as suas respectivas capitais.

Comentário:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: II - dos Estados e Territórios,
as respectivas capitais;
Item correto.

5. A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado se inicia com


o exercício da atividade.

Comentário:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas
as alterações por que passar o ato constitutivo.
Item errado.

6. CESPE 2012/TJ-AC/Auxiliar Judiciário. No que concerne aos bens


públicos, julgue o item abaixo.
Os bens públicos podem ser alienáveis ou não. Assim, os bens dominicais
podem ser alienados, desde que observadas as exigências legais. Já os
bens de uso especial e de uso comum do povo são inalienáveis.

Comentário:
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei
determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as
exigências da lei.
Item correto.

CESPE 2012/TJ-AL/Auxiliar Judiciário. Julgue os itens em relação às


pessoas jurídicas.
7. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, sendo desnecessária,
em qualquer caso, a autorização do poder público; todas as alterações por
que passar o ato constitutivo devem ser averbadas no registro.

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Comentário:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas
as alterações por que passar o ato constitutivo.
Item errado.

8. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio


de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz determinar que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares dos sócios da pessoa jurídica.

Comentário:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Item correto.

9. São livres a criação, a organização e a estruturação interna das


organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes
reconhecimento, que pode, entretanto, negar os atos necessários ao
funcionamento regular de suas atividades.

Comentário:
Art. 44. § 1º. São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o
funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-
lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento.
Item errado.

10. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente


responsáveis pelos atos dos seus agentes que, nessa qualidade, causem
danos a terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os causadores do
dano, independentemente de ter havido, por parte destes, culpa ou dolo.

Comentário:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis
por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros,

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ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte


destes, culpa ou dolo.
Item errado.

11. Os atos dos administradores, exercidos nos limites dos seus poderes,
o que é definido no ato constitutivo, obrigam a pessoa jurídica. Se a pessoa
jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria
de votos dos presentes, não podendo o ato constitutivo dispor de modo
diverso.

Comentário:
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão
pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo
diverso.
Item errado.

CESPE 2012/TJ-AL/Auxiliar Judiciário. A respeito das associações e


das fundações, julgue os itens.
12. Constituída a fundação por qualquer modalidade de negócio jurídico,
ao instituidor é facultado transferir-lhe a propriedade sobre os bens
dotados, e, se não o fizer, esses bens serão registrados, em nome da
fundação, por ato unilateral dos fundadores.

Comentário:
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é
obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens
dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Item errado.

13. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é necessário que a


reforma seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e
representar a fundação, independentemente de manifestação do Ministério
Público (MP).

Comentário:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a
fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;

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III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue,
poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os
administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério
Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se
quiser, em dez dias.
Item errado.

14. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem


para fins econômicos, havendo entre os associados direitos e obrigações
recíprocos.

Comentário:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem
para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Item errado.

15. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim


reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso,
nos termos previstos no estatuto da associação.

Comentário:
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos
termos previstos no estatuto.
Item correto.

16. Para criar uma fundação, entidade de fins exclusivamente religiosos ou


culturais, o seu instituidor fará dotação especial de bens livres,
especificando o fim a que se destinam, e declarando, obrigatoriamente, a
maneira de administrá-los.

Comentário:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina,
e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Item errado.

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CESPE 2012/TJ-AL/Auxiliar Judiciário. No que concerne aos bens


públicos, julgue os itens.
17. Consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas
de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado, sendo
vedada qualquer disposição legal em sentido contrário.

Comentário:
Art. 99. São bens públicos: III - os dominicais, que constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de
cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os
bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado
estrutura de direito privado.
Item errado.

18. O uso comum do bem público deve ser necessariamente gratuito e


depende de autorização da entidade que o administre.

Comentário:
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem.
Item errado.

19. O prédio de propriedade do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas,


onde funciona a sede do tribunal, é um bem público de uso especial.

Comentário:
Art. 99. São bens públicos: II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos
destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
Item correto.

20. À exceção dos bens dominicais e dos de uso comum do povo, os bens
públicos não estão sujeitos a usucapião.

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Comentário:
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Item errado.

21. São bens públicos de uso comum do povo os que constituem o


patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Comentário:
Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares,
estradas, ruas e praças;
Item errado.

CESPE 2012/TRE-RJ/Analista Judiciário. Julgue os itens.


22. As associações, PJ de direito privado, exercem atividades não
econômicas, ou seja, ela não tem interesse em repartir o lucro, porém, não
está impedida de gerar renda com o objetivo de manter suas atividades.

Comentário:
A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser
reinvestido na própria entidade. A associação não pode ter o lucro como
finalidade essencial e nem distribuí-lo entre seus associados.
Item correto.

23. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são,


enquanto conservarem essas características, inalienáveis. Por sua vez, os
bens públicos dominicais podem ser alienados, desde que sejam
observadas as determinações legais.

Comentário:
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei
determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as
exigências da lei.
Item correto.

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24. CESPE 2012/TJ-RR/Técnico Judiciário. O domicílio da União é o


Distrito Federal.
Comentário:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal;
Item correto.

CESPE 2012/TJ-RR/Agente de Proteção. Com relação às pessoas


jurídicas, julgue os próximos itens.
25. Consórcio formado por municípios para preservar rio que abastece a
população da região constitui exemplo de associação pública.

Comentário:
A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser
reinvestido na própria entidade. A associação não pode ter o lucro como
finalidade essencial e nem distribuí-lo entre seus associados.
Um bom exemplo é o colocado nesta questão.
Item correto.

26. A legislação brasileira não admite que empresa com diversos escritórios
de administração em unidades diferentes da Federação tenha mais de um
domicílio, devendo ser eleito como domicílio o local onde esteja instalado o
escritório-sede da empresa.

Comentário:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto
ou atos constitutivos.
§ 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele
praticados.
§ 2º. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma
das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela
corresponder.
Item errado.

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27. CESPE 2012/MP-PI/Analista Ministerial. Julgue o item que se


segue, relativo a pessoas jurídicas.
Todo grupo social constituído para a consecução de uma finalidade comum
é dotado de personalidade, como a massa falida, por exemplo, que é
representada pelo síndico.

Comentário:
Conforme visto em aula, a massa falida é considerada uma entidade com
personalidade anômala – grupos despersonalizados.
Item errado.

28. CESPE 2012/DPE-SE/Defensor Público. Se for coletiva a


administração das referidas pessoas jurídicas, as decisões devem ser
tomadas pela maioria de votos dos presentes, ainda que o ato constitutivo
disponha de modo diverso.

Comentário:
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão
pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser
de modo diverso.
Item errado.

29. CESPE 2012/TC-DF. O Código Civil inclui os profissionais liberais na


categoria de pessoas jurídicas de direito privado.

Comentário:
Profissionais liberais, em princípio, são autônomos, pessoas físicas
(médicos, dentistas, advogados) que até podem constituir empresa, mas
isto não está claro na questão. A intenção talvez tenha sido confundir o
candidato no que diz respeito ao conceito de empresa individual de
responsabilidade limitada. (Esta, sim, é pessoa jurídica de direito privado).
O código civil inclui as seguintes pessoas como pessoas jurídicas de direito
privado:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.

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VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei


nº 12.441, de 2011)
Item errado.

30. CESPE 2011/TRE-ES/ANALISTA ADMINISTRATIVA. As pessoas


jurídicas de direito privado passam a existir legalmente a partir da
formalização do estatuto ou do contrato social, conforme a espécie a ser
criada.

Comentário:
Este tem sido tema recorrente das bancas (não só no CESPE).
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Formalizar o estatuto ou contrato social não é a mesma coisa que
inscrever o ato constitutivo no registro.
Item errado.

31. CESPE 2011/TJ-ES/ANALISTA. Na hipótese de abuso de


personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, deve o juiz,
de ofício, determinar que os efeitos de certas e determinadas obrigações
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da
pessoa jurídica.

Comentário:
O juiz não tomará providências de ofício. Pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo (CC art. 50).
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
¹desvio de finalidade, ou pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir
no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa
jurídica.
Item errado.

32. CESPE 2011/TRF – 5ª Região / JUIZ. Pessoas jurídicas de direito


privado sem fins lucrativos não são atingidas pela teoria da
desconsideração da personalidade jurídica.

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Comentário:
O CC não condiciona a desconsideração da pessoa jurídica à finalidade
lucrativa da pessoa, portanto, pode sim a desconsideração atingir às
pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos.
Item errado.

33. CESPE 2011/TJ-ES/ANALISTA. De acordo com a sistemática


adotada pelo Código Civil, a personalidade da pessoa natural tem início com
o nascimento com vida. Por outro lado, no que tange às pessoas jurídicas
de direito privado, em especial as sociedades, a personalidade tem início
com a formalização de seus atos constitutivos, mediante a assinatura do
contrato social pelos seus sócios ou fundadores.

Comentário:
Como falamos este tema é recorrente. Tenha cuidado!
A personalidade civil da pessoa natural começa do nascimento com
vida (CC art.2º), já a personalidade da pessoa jurídica de direito
privado começa com a inscrição do ato constitutivo no respectivo
registro (CC art.45).
Item errado.

34. CESPE 2011/TJ-ES/ANALISTA TAQUIGRAFIA. As associações são


constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não
econômicos, inexistindo entre os associados direitos e obrigações
recíprocos.

Comentário:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem
para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Utilizando as palavras de Nelson Nery Junior25: “As associações não se
formam por contrato, mas pela união de pessoas, sem direitos e obrigações
recíprocos”.
Item correto.

25
Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 271.

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35. CESPE 2011/TJ-ES/ANALISTA. Diferentemente do estabelecido


para as pessoas naturais, cujo domicílio é qualquer uma das diversas
residências onde, alternadamente, a pessoa natural viva, para as pessoas
jurídicas, cada um de seus diversos estabelecimentos em lugares diferentes
é considerado domicílio para os atos nele praticados.

Comentário:
Com relação à pessoa natural:
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Com relação à pessoa jurídica:
Art. 75. § 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
A diferença aqui é bastante sutil. Enquanto a pessoa natural, tendo
diversas residências, pode ser demandada judicialmente considerando
como seu domicílio o local de qualquer uma delas. A pessoa jurídica,
tendo mais de um estabelecimento, será demandada judicialmente
considerando como seu domicílio o local do estabelecimento em que
ocorrer o ato.
Item correto.

36. CESPE 2011/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/ JUDICIÁRIA. De


acordo com o que dispõe o Código Civil brasileiro, é correto afirmar que
nem todas as pessoas possuem domicílio.

Comentário:
A toda pessoa será atribuído um domicílio (que é conceito jurídico). Mesmo,
por exemplo, para a pessoa natural que não tenha residência fixa, o Código
civil atribuiu um domicílio.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde for encontrada.
Item errado.

37. CESPE 2010/MPE-ES/PROMOTOR. Alterações estatutárias que não


contrariem ou desvirtuem o fim da fundação prescindem da aprovação do
MP.

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Comentário:
A aprovação pelo Ministério Público é requisito necessário, sendo suprida
apenas pelo juiz, a requerimento do interessado, caso o MP a denegue. Não
contrariar ou desvirtuar o fim da fundação, também, será requisito para
alteração estatutária.
Art. 67 Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a
fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue,
poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
Item errado.

38. CESPE 2010/MPE-RO/PROMOTOR. Em relação a estabelecimentos


ou filiais de empresa, considera-se domicílio, para os atos neles praticados,
o local da sede da pessoa jurídica.

Comentário:
Já falamos disso anteriormente:
Art. 75 § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele
praticados.
Item errado.

39. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. Os Estados estrangeiros são


pessoas jurídicas de direito público externo.

Comentário:
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros
e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Item correto.

40. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. As igrejas católicas são pessoas


jurídicas de direito público interno.

Comentário:
As bancas (incluindo o CESPE) são persistentes quanto à cobrança da
personalidade jurídica no que diz respeito tanto às organizações religiosas

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como aos partidos políticos. Ambas são pessoas jurídicas de direito


privado.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Item errado.

41. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. A pessoa jurídica está desobrigada


de cumprir ato de administrador exercido nos limites de seus poderes
definidos no ato constitutivo.

Comentário:
Desde que exercido nos limites definidos no ato constitutivo, a pessoa
jurídica está obrigada de cumprir ato de administrador.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos
limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Item errado.

42. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. A proteção dos direitos da


personalidade é inerente às pessoas naturais, não se aplicando às pessoas
jurídicas.

Comentário:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos
da personalidade.
Item errado.

43. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. As associações assemelham-se às


sociedades pelos objetivos eminentemente econômicos.

Comentário:
As associações, diferentemente das sociedades, não podem ter fim
econômico (não podem ter o lucro como finalidade).

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Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem


para fins não econômicos.
Item errado.

CESPE 2010/MPE-ES/PROMOTOR (ADAPTADA).


Acerca das fundações, julgue os itens abaixo.
44. Fica ao arbítrio do instituidor declarar a maneira de administrar a
fundação por ele criada.

Comentário:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina,
e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
As fundações “decorrem da vontade de uma pessoa, o instituidor, e seus
fins, de natureza religiosa, moral cultural ou assistencial, são imutáveis”26.
Item correto.

45. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela


destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.

Comentário:
É o texto literal do art. 63 do CC.
Item correto.

46. Pessoa jurídica não pode instituir fundação.

Comentário:
As fundações, como citado em aula podem ser instituídas tanto por pessoa
natural como por pessoa física.
Item errado.

26
Francisco Amaral, Direito Civil, cit.,p285, em Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil
Esquematizado Saraiva, 2012, 2ª ed., pág. 269.

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47. CESPE 2010/TJ-PB/JUIZ. Para a aplicação da teoria da


desconsideração da pessoa jurídica, é imprescindível a demonstração de
insolvência da pessoa jurídica.

Comentário:
Para aplicação da teoria da desconsideração da pessoa jurídica é
imprescindível, sim, o abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. A insolvência da
pessoa jurídica não é necessária.
Jornada IV STJ 281: “A aplicação da teoria da desconsideração, descrita
no CC 50, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica.”
Item errado.

48. CESPE 2010/TRT-RJ/JUIZ DO TRABALHO. A autonomia da pessoa


jurídica pode ser desconsiderada para responsabilizá-lá por obrigações
assumidas pelos sócios.

Comentário:
Cuidado! Isto é tema recorrente. A firmação está correta, trata-se do
conceito de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
O que ocorre é o seguinte o sócio, com objetivo prejudicar a terceiro, oculta
ou desvia bens pessoais para a pessoa jurídica. Estes “bens da pessoa
jurídica” (na realidade são bens do sócio) poderão ser atingidos em uma
desconsideração, por isso a afirmação de que a pessoa jurídica será
responsabilizada.
Jornada IV STJ 283: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica
denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa
jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros”.
Item correto.

49. CESPE 2010/TRT-RJ/JUIZ DO TRABALHO. Para desconsiderar


personalidade jurídica, não se tratando de relação de consumo, o
magistrado deve verificar se houve intenção fraudulenta dos sócios que
aponte para desvio de finalidade ou confusão patrimonial.

Comentário:
Observe que para desconsiderar a personalidade jurídica não é necessária
a intenção fraudulenta. Lembre-se! É preciso apenas o abuso da
personalidade jurídica, conforme caracterizado no art. 50 do CC.

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Pode haver confusão entre patrimônio do sócio e da pessoa jurídica, sem,


no entanto, haver intenção fraudulenta.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Além disso, veja o que diz o enunciado da Jornada III STJ 146:“Nas
relações civis, interpretam-se estritamente os parâmetros de
desconsideração da personalidade jurídica previstos no CC 50 (desvio de
finalidade ou confusão patrimonial)”.
Item errado.

50. CESPE 2010/AGU/AGENTE ADMINISTRATIVO. Os partidos


políticos são pessoas jurídicas de direito público interno.

Comentário:
Destacamos isto em aula, esperamos que você não tenha errado. Os
partidos políticos estão entre as pessoas jurídicas de direito privado
elencadas no art. 44. Ainda segundo art. 44 § 3o: “Os partidos políticos
serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.” A
Item errado.

51. CESPE 2012/DPE-SE/Defensor Público. O direito de anular a


constituição da pessoa jurídica de direito privado por defeito do ato
constitutivo decai no prazo de cinco anos, contado da publicação do ato de
inscrição no órgão competente.

Comentário:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas
as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo
da publicação de sua inscrição no registro.
Item errado.

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52. CESPE 2012/DPE-SE/Defensor Público. De acordo com a


doutrina, os partidos políticos, por funcionarem e por serem organizados
conforme o disposto em lei específica, não são considerados pessoas
jurídicas de direito privado.

Comentário:
Conforme visto na parte teórica da aula, os partidos políticos são
considerados pessoas jurídicas de direito privado.
Item errado.

53. CESPE 2012/DPE-SE/Defensor Público. As pessoas jurídicas


podem ser titulares de direitos da personalidade.

Comentário:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
Item correto.

CESPE 2010/TRE-BA/ANALISTA/TAQUIGRAFIA. Acerca das pessoas


jurídicas de direito privado, julgue os próximos itens.
54. As associações não têm por escopo a divisão de lucros e resultados,
porquanto o seu patrimônio é destinado à obtenção de fins não econômicos
definidos em seu ato constitutivo.

Comentário:
Embora as associações sejam caracterizadas pela união de pessoas, nada
impede que possuam um patrimônio.
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem
para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
Item correto.

55. As fundações de direito privado consubstanciam universalidade de bens


personalizados pela ordem jurídica, voltada à consecução de um fim
estipulado pelo instituidor.

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Comentário:
Definição correta de associações que tem como principal característica
universitates bonorum, o complexo de bens, o patrimônio personalizado.
Item correto.

56. A existência legal das associações começa com a inscrição do ato


constitutivo no registro público competente, precedida, quando necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo.

Comentário:
As associações são pessoas jurídicas de direito privado, portanto aplica-se
o art. 45 do Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Item correto.

57. CESPE 2010/TRT-RJ/Juiz do trabalho. A pessoa jurídica pode ser


demandada no domicílio de qualquer de seus estabelecimentos,
independentemente do local onde for praticado o ato gerador de
responsabilidade.

Comentário:
Código civil art. 75, §1º: Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em
lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele
praticados.
Exemplificando; se a pessoa jurídica possui estabelecimentos na cidade de
Santos e na cidade de São Paulo: ocorrendo o ato no estabelecimento de
Santos, a PJ será demandada em Santos; ocorrendo o ato no
estabelecimento de São Paulo, a PJ será demandada em São Paulo. O
domicílio da demanda, no caso das pessoas jurídicas com mais de um
estabelecimento, depende, sim, do local onde for praticado o ato.
Item errado.

58. CESPE 2010/MPE-ES/PROMOTOR. O MPF deve velar pelas


fundações que se estenderem por mais de um estado.

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Comentário:
Se as fundações estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o
encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público,
conforme CC art. 66 §2º.
Item errado.

59. CESPE 2010/TRT 21ª/ANALISTA/EXECUÇÃO DE MANDATOS.


Embora a pessoa jurídica fixe no estatuto o seu domicílio, este não é
imutável.

Comentário:
A questão fala do domicílio especial, no entanto o domicílio não é imutável.
Por exemplo, a empresa que mudar o lugar onde funcione a sua diretoria e
administração poderá ter seu domicílio também modificado.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
...
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu
estatuto ou atos constitutivos.
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma
das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela
corresponder.
Item correto.

60. CESPE 2012/TJ-AL/Auxiliar Judiciário. Começa a existência legal


das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo
no respectivo registro, sendo desnecessária, em qualquer caso, a
autorização do poder público; todas as alterações por que passar o ato
constitutivo devem ser averbadas no registro.

Comentário:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-
se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Item errado.

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61. CESPE 2009/TRT-PR/Técnico Judiciário. As pessoas jurídicas têm


personalidade distinta da dos seus membros. No entanto, em caso de abuso
da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz extinguir a pessoa jurídica e atingir o
patrimônio dos sócios.

Comentário:
Esteja sempre atento na leitura da afirmação. Neste caso, o juiz irá
extinguir a pessoa jurídica? Não. Em caso de abuso da personalidade
jurídica, poderá o juiz decidir que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica (atinge o patrimônio destes).
O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em
dois casos: Desvio de finalidade.
Confusão patrimonial.
Ocorre apenas a desconsideração e não a extinção da pessoa jurídica.
Item errado.

62. CESPE 2009/PC-RN/DELEGADO. A associação deverá ter fim


estritamente econômico.

Comentário:
É justamente o oposto do que diz o CC em seu art. 53: Constituem-se as
associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Item errado.

63. CESPE 2009/TCE-ES/Procurado Especial de Contas (Adaptada).


Nas Associações, a transferência de quota atribui, de per si, a qualidade de
associado.

Comentário:
Questão literal. Lembramos, novamente, a importância da leitura da “lei
seca”. Leia o código civil! A leitura constante ajuda-nos a fixarmos as
palavras. Você não errará na hora da prova.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o
contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio
da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição

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da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa


do estatuto.
Item errado.

64. CESPE 2009/TCE-ES/Procurado Especial de Contas. Os


associados devem ter iguais direitos, não podendo haver categorias com
vantagens especiais.

Comentário:
Os associados, em regra, devem ter iguais direitos, mas o estatuto
poderá instituir categorias com vantagens especiais, é o que dispõe
o art. 55 do Código Civil.
Item errado.

65. CESPE 2009/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO. A União, os estados, o


DF e os municípios são, de acordo com o Código Civil, as únicas pessoas
jurídicas de direito público interno.

Comentário:
O erro básico da afirmação está na expressão: “são as únicas”.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os
Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias,
inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público
criadas por lei.
Item errado.

66. CESPE 2009/PC-RN/DELEGADO. Entre os associados de uma


associação, há direitos e obrigações recíprocos.

Comentário:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem
para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos.
Item errado.

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67. CESPE 2009/ TRF 1ª Região/JUIZ. Segundo o Código Civil, a União,


os estados, o DF e os municípios legalmente constituídos possuem
personalidade jurídica e, por isso, podem ser sujeitos de direitos e
obrigações. Tal prerrogativa estende-se às câmaras municipais.

Comentário:
Atenção para as pegadinhas! As câmaras municipais são
prolongamentos de uma pessoa, são órgãos públicos, destituídos, então,
de personalidade jurídica própria. Ser pessoa, natural ou jurídica, é
requisito básico para se ter personalidade jurídica. Ainda segundo art. 41
do CC:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que
couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Item errado.

68. CESPE 2009/ TRE-MA/ ANALISTA. A existência legal das pessoas


jurídicas de direito privado começa com o início das atividades.

Comentário:
Questão bastante simples. Como visto anteriormente, a existência legal
da pessoa jurídica de direito privado começa com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro.
Item errado.

69. CESPE 2008/SEAD-SE/PROCURADOR. A existência legal das


pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro. Na hipótese de alguém pretender anular
a constituição de uma pessoa jurídica de direito privado, por defeito do ato
respectivo, deverá fazê-lo em até dois anos, contado o prazo da publicação
de sua inscrição no registro, sob pena de prescrição.

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legal. Entre as teorias que procuram justificar a existência da pessoa


jurídica, a adotada no Código Civil de 2002 é a teoria da realidade técnica.

Comentário:
Observe como as bancas gostam de misturar conceitos para, deste modo,
complicar a resolução. Na questão temos duas afirmações importantes,
distintas e verdadeiras. Primeiramente, é feito um simples comentário a
respeito de uma das teorias que justificam a existência das pessoas
jurídicas, a da ficção (esta adquire personalidade jurídica própria por uma
ficção legal, para esta teoria somente o homem tem existência real), já na
segunda parte do texto, o assunto abordado é de qual teoria foi adotada
pelo código civil de 2002, qual seja, a da realidade técnica, que prega a
existência de fato da pessoa jurídica, esta é real, criada pela necessidade
da pessoa natural.
Item correto.

72. CESPE 2008/ PGE-AL/ PROCURADOR. Embora tenha sido fruto de


construção jurisprudencial, hoje a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica tem respaldo legal e passou a ser aplicada como
regra.

Comentário:
A desconsideração da pessoa jurídica não é regra, mas exceção. CC Art.
50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio
de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Item errado.

73. CESPE 2008/ PGE-AL/ PROCURADOR. Para que o juiz decida pela
desconsideração da pessoa jurídica, é necessário que haja abuso da
personalidade jurídica, o que se caracteriza pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial.

Comentário:
Art. 50, já comentado anteriormente.
Item correto.

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74. CESPE 2008/OAB-SP/EXAME DE ORDEM. O conceito de pessoa


jurídica pode ser entendido como o conjunto de pessoas ou de bens
arrecadados que adquire personalidade jurídica própria por uma ficção
legal. Entre as teorias que procuram justificar a existência da pessoa
jurídica, a adotada no Código Civil de 2002 é a teoria da ficção.

Comentário:
A teoria adotada no Código Civil de 2002, conforme comentado em aula,
foi a da realidade técnica, esta considera que a pessoa jurídica existe de
fato.
Item errado.

75. CESPE 2008/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO. As sociedades são


pessoas jurídicas de direito privado, mesmo que tenham como sócios ou
acionistas entes de direito público interno.

Comentário:
São pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; as
fundações; as organizações religiosas; os partidos políticos e as empresas
individuais de responsabilidade limitada.
As associações são de direito privado independente de seus sócios serem
de direito público ou privado.
Item correto.

76. CESPE 2008/TCE-TO/Analista de Controle Externo. O início da


existência legal das associações ocorre com a formalização do estatuto.

Comentário:
Associações são pessoas jurídicas de direito privado, para estas temos o
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Item errado.

77. CESPE 2008/ MPE-RO/ PROMOTOR. A criação da fundação de


direito privado pode-se dar oralmente ou por escrito, devendo, no segundo
caso, ser formalizada por instrumento público ou testamento.

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Comentário:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública
ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Não há previsão
quanto à criação de fundação por ato oral.
Item errado.

78. CESPE 2007/OAB/Exame de Ordem. A República Federativa do


Brasil é pessoa jurídica de direito público interno.

Comentário:
Muito cuidado! A República Federativa do Brasil é o “Estado” em suas
relações internacionais, é a Nação, portanto pessoa regida pelo direito
internacional público. Não confunda com a União, esta sim, pessoa jurídica
de direito público interno.
Vejamos o art. 18 da nossa Constituição:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
Item errado.

79. CESPE 2007/TRT-RN/ANALISTA. Nos termos do Código Civil de


2002, a proteção dos direitos da personalidade aplica-se, indistintamente,
às pessoas naturais e às pessoas jurídicas, desde que constituídas na
modalidade de associações.

Comentário:
Conforme art. 52.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos
da personalidade.
Além disso, não há requisitos quanto ao tipo de pessoa jurídica.
Item errado.

80. CESPE 2007/OAB/Exame de Ordem. A fundação de direito privado


não pode ter fins lucrativos.

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Comentário:
Conforme art. 62. Parágrafo único: A fundação somente poderá constituir-se
para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
Afirmação correta.

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- LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO.

1. CESPE 2013/TRT 10ª Região/Analista Judiciário. O partido político


é pessoa jurídica de direito público constituída sob a forma de associação.

CESPE 2012/TJ-AC/Técnico Judiciário. Julgue o item.


2. A fiscalização das fundações é realizada pelo Ministério Público estadual,
ainda que as referidas fundações tenham abrangência nacional.

3. CESPE 2012/TJ-AC/Auxiliar Judiciário. Com relação às pessoas


jurídicas, julgue os itens subsequentes.
O prazo decadencial para anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado é de três anos, no caso de defeito do ato constitutivo.

4. Os estados e os territórios têm por domicílio as suas respectivas capitais.

5. A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado se inicia com


o exercício da atividade.

6. CESPE 2012/TJ-AC/Auxiliar Judiciário. No que concerne aos bens


públicos, julgue o item abaixo.
Os bens públicos podem ser alienáveis ou não. Assim, os bens dominicais
podem ser alienados, desde que observadas as exigências legais. Já os
bens de uso especial e de uso comum do povo são inalienáveis.

CESPE 2012/TJ-AL/Auxiliar Judiciário. Julgue os itens em relação às


pessoas jurídicas.
7. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, sendo desnecessária,
em qualquer caso, a autorização do poder público; todas as alterações por
que passar o ato constitutivo devem ser averbadas no registro.

8. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio


de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz determinar que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares dos sócios da pessoa jurídica.

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9. São livres a criação, a organização e a estruturação interna das


organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes
reconhecimento, que pode, entretanto, negar os atos necessários ao
funcionamento regular de suas atividades.

10. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente


responsáveis pelos atos dos seus agentes que, nessa qualidade, causem
danos a terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os causadores do
dano, independentemente de ter havido, por parte destes, culpa ou dolo.

11. Os atos dos administradores, exercidos nos limites dos seus poderes,
o que é definido no ato constitutivo, obrigam a pessoa jurídica. Se a pessoa
jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria
de votos dos presentes, não podendo o ato constitutivo dispor de modo
diverso.

CESPE 2012/TJ-AL/Auxiliar Judiciário. A respeito das associações e


das fundações, julgue os itens.
12. Constituída a fundação por qualquer modalidade de negócio jurídico,
ao instituidor é facultado transferir-lhe a propriedade sobre os bens
dotados, e, se não o fizer, esses bens serão registrados, em nome da
fundação, por ato unilateral dos fundadores.

13. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é necessário que a


reforma seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e
representar a fundação, independentemente de manifestação do Ministério
Público (MP).

14. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem


para fins econômicos, havendo entre os associados direitos e obrigações
recíprocos.

15. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim


reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso,
nos termos previstos no estatuto da associação.

16. Para criar uma fundação, entidade de fins exclusivamente religiosos ou


culturais, o seu instituidor fará dotação especial de bens livres,
especificando o fim a que se destinam, e declarando, obrigatoriamente, a
maneira de administrá-los.

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CESPE 2012/TJ-AL/Auxiliar Judiciário. No que concerne aos bens


públicos, julgue os itens.
17. Consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas
de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado, sendo
vedada qualquer disposição legal em sentido contrário.

18. O uso comum do bem público deve ser necessariamente gratuito e


depende de autorização da entidade que o administre.

19. O prédio de propriedade do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas,


onde funciona a sede do tribunal, é um bem público de uso especial.

20. À exceção dos bens dominicais e dos de uso comum do povo, os bens
públicos não estão sujeitos a usucapião.

21. São bens públicos de uso comum do povo os que constituem o


patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

CESPE 2012/TRE-RJ/Analista Judiciário. Julgue os itens.


22. As associações, PJ de direito privado, exercem atividades não
econômicas, ou seja, ela não tem interesse em repartir o lucro, porém, não
está impedida de gerar renda com o objetivo de manter suas atividades.

23. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são,


enquanto conservarem essas características, inalienáveis. Por sua vez, os
bens públicos dominicais podem ser alienados, desde que sejam
observadas as determinações legais.

24. CESPE 2012/TJ-RR/Técnico Judiciário. O domicílio da União é o


Distrito Federal.

CESPE 2012/TJ-RR/Agente de Proteção. Com relação às pessoas


jurídicas, julgue os próximos itens.
25. Consórcio formado por municípios para preservar rio que abastece a
população da região constitui exemplo de associação pública.

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26. A legislação brasileira não admite que empresa com diversos escritórios
de administração em unidades diferentes da Federação tenha mais de um
domicílio, devendo ser eleito como domicílio o local onde esteja instalado o
escritório-sede da empresa.

27. CESPE 2012/MP-PI/Analista Ministerial. Julgue o item que se


segue, relativo a pessoas jurídicas.
Todo grupo social constituído para a consecução de uma finalidade comum
é dotado de personalidade, como a massa falida, por exemplo, que é
representada pelo síndico.

28. CESPE 2012/DPE-SE/Defensor Público. Se for coletiva a


administração das referidas pessoas jurídicas, as decisões devem ser
tomadas pela maioria de votos dos presentes, ainda que o ato constitutivo
disponha de modo diverso.

29. CESPE 2012/TC-DF. O Código Civil inclui os profissionais liberais na


categoria de pessoas jurídicas de direito privado.

30. CESPE 2011/TRE-ES/ANALISTA ADMINISTRATIVA. As pessoas


jurídicas de direito privado passam a existir legalmente a partir da
formalização do estatuto ou do contrato social, conforme a espécie a ser
criada.

31. CESPE 2011/TJ-ES/ANALISTA. Na hipótese de abuso de


personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, deve o juiz,
de ofício, determinar que os efeitos de certas e determinadas obrigações
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da
pessoa jurídica.

32. CESPE 2011/TRF – 5ª Região / JUIZ. Pessoas jurídicas de direito


privado sem fins lucrativos não são atingidas pela teoria da
desconsideração da personalidade jurídica.

33. CESPE 2011/TJ-ES/ANALISTA. De acordo com a sistemática


adotada pelo Código Civil, a personalidade da pessoa natural tem início com
o nascimento com vida. Por outro lado, no que tange às pessoas jurídicas
de direito privado, em especial as sociedades, a personalidade tem início

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com a formalização de seus atos constitutivos, mediante a assinatura do


contrato social pelos seus sócios ou fundadores.

34. CESPE 2011/TJ-ES/ANALISTA TAQUIGRAFIA. As associações são


constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não
econômicos, inexistindo entre os associados direitos e obrigações
recíprocos.

35. CESPE 2011/TJ-ES/ANALISTA. Diferentemente do estabelecido


para as pessoas naturais, cujo domicílio é qualquer uma das diversas
residências onde, alternadamente, a pessoa natural viva, para as pessoas
jurídicas, cada um de seus diversos estabelecimentos em lugares diferentes
é considerado domicílio para os atos nele praticados.

36. CESPE 2011/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/ JUDICIÁRIA. De


acordo com o que dispõe o Código Civil brasileiro, é correto afirmar que
nem todas as pessoas possuem domicílio.

37. CESPE 2010/MPE-ES/PROMOTOR. Alterações estatutárias que não


contrariem ou desvirtuem o fim da fundação prescindem da aprovação do
MP.

38. CESPE 2010/MPE-RO/PROMOTOR. Em relação a estabelecimentos


ou filiais de empresa, considera-se domicílio, para os atos neles praticados,
o local da sede da pessoa jurídica.

39. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. Os Estados estrangeiros são


pessoas jurídicas de direito público externo.

40. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. As igrejas católicas são pessoas


jurídicas de direito público interno.

41. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. A pessoa jurídica está desobrigada


de cumprir ato de administrador exercido nos limites de seus poderes
definidos no ato constitutivo.

42. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. A proteção dos direitos da


personalidade é inerente às pessoas naturais, não se aplicando às pessoas
jurídicas.

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43. CESPE 2010/BANCO DO BRASIL. As associações assemelham-se às


sociedades pelos objetivos eminentemente econômicos.

CESPE 2010/MPE-ES/PROMOTOR (ADAPTADA).


Acerca das fundações, julgue os itens abaixo.
44. Fica ao arbítrio do instituidor declarar a maneira de administrar a
fundação por ele criada.

45. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela


destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.

46. Pessoa jurídica não pode instituir fundação.

47. CESPE 2010/TJ-PB/JUIZ. Para a aplicação da teoria da


desconsideração da pessoa jurídica, é imprescindível a demonstração de
insolvência da pessoa jurídica.

48. CESPE 2010/TRT-RJ/JUIZ DO TRABALHO. A autonomia da pessoa


jurídica pode ser desconsiderada para responsabilizá-lá por obrigações
assumidas pelos sócios.

49. CESPE 2010/TRT-RJ/JUIZ DO TRABALHO. Para desconsiderar


personalidade jurídica, não se tratando de relação de consumo, o
magistrado deve verificar se houve intenção fraudulenta dos sócios que
aponte para desvio de finalidade ou confusão patrimonial.

50. CESPE 2010/AGU/AGENTE ADMINISTRATIVO. Os partidos


políticos são pessoas jurídicas de direito público interno.

51. CESPE 2012/DPE-SE/Defensor Público. O direito de anular a


constituição da pessoa jurídica de direito privado por defeito do ato
constitutivo decai no prazo de cinco anos, contado da publicação do ato de
inscrição no órgão competente.

52. CESPE 2012/DPE-SE/Defensor Público. De acordo com a


doutrina, os partidos políticos, por funcionarem e por serem organizados

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conforme o disposto em lei específica, não são considerados pessoas


jurídicas de direito privado.

53. CESPE 2012/DPE-SE/Defensor Público. As pessoas jurídicas


podem ser titulares de direitos da personalidade.

CESPE 2010/TRE-BA/ANALISTA/TAQUIGRAFIA. Acerca das pessoas


jurídicas de direito privado, julgue os próximos itens.
54. As associações não têm por escopo a divisão de lucros e resultados,
porquanto o seu patrimônio é destinado à obtenção de fins não econômicos
definidos em seu ato constitutivo.

55. As fundações de direito privado consubstanciam universalidade de bens


personalizados pela ordem jurídica, voltada à consecução de um fim
estipulado pelo instituidor.

56. A existência legal das associações começa com a inscrição do ato


constitutivo no registro público competente, precedida, quando necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo.

57. CESPE 2010/TRT-RJ/Juiz do trabalho. A pessoa jurídica pode ser


demandada no domicílio de qualquer de seus estabelecimentos,
independentemente do local onde for praticado o ato gerador de
responsabilidade.

58. CESPE 2010/MPE-ES/PROMOTOR. O MPF deve velar pelas


fundações que se estenderem por mais de um estado.

59. CESPE 2010/TRT 21ª/ANALISTA/EXECUÇÃO DE MANDATOS.


Embora a pessoa jurídica fixe no estatuto o seu domicílio, este não é
imutável.

60. CESPE 2012/TJ-AL/Auxiliar Judiciário. Começa a existência legal


das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo
no respectivo registro, sendo desnecessária, em qualquer caso, a
autorização do poder público; todas as alterações por que passar o ato
constitutivo devem ser averbadas no registro.

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61. CESPE 2009/TRT-PR/Técnico Judiciário. As pessoas jurídicas têm


personalidade distinta da dos seus membros. No entanto, em caso de abuso
da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz extinguir a pessoa jurídica e atingir o
patrimônio dos sócios.

62. CESPE 2009/PC-RN/DELEGADO. A associação deverá ter fim


estritamente econômico.

63. CESPE 2009/TCE-ES/Procurado Especial de Contas (Adaptada).


Nas Associações, a transferência de quota atribui, de per si, a qualidade de
associado.

64. CESPE 2009/TCE-ES/Procurado Especial de Contas. Os


associados devem ter iguais direitos, não podendo haver categorias com
vantagens especiais.

65. CESPE 2009/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO. A União, os estados, o


DF e os municípios são, de acordo com o Código Civil, as únicas pessoas
jurídicas de direito público interno.

66. CESPE 2009/PC-RN/DELEGADO. Entre os associados de uma


associação, há direitos e obrigações recíprocos.

67. CESPE 2009/ TRF 1ª Região/JUIZ. Segundo o Código Civil, a União,


os estados, o DF e os municípios legalmente constituídos possuem
personalidade jurídica e, por isso, podem ser sujeitos de direitos e
obrigações. Tal prerrogativa estende-se às câmaras municipais.

68. CESPE 2009/ TRE-MA/ ANALISTA. A existência legal das pessoas


jurídicas de direito privado começa com o início das atividades.

69. CESPE 2008/SEAD-SE/PROCURADOR. A existência legal das


pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro. Na hipótese de alguém pretender anular
a constituição de uma pessoa jurídica de direito privado, por defeito do ato
respectivo, deverá fazê-lo em até dois anos, contado o prazo da publicação
de sua inscrição no registro, sob pena de prescrição.

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70. CESPE 2008/AGU/PROCURADOR. De acordo com o STF, cabe ao


Ministério Público do Distrito Federal e Territórios velar pelas fundações
públicas e de direito privado em funcionamento no DF, sem prejuízo da
atribuição, ao Ministério Público Federal, da veladura das fundações
federais de direito público que funcionem, ou não, no DF ou nos eventuais
territórios.

71. CESPE 2008/OAB-SP/EXAME DE ORDEM. O conceito de pessoa


jurídica pode ser entendido como o conjunto de pessoas ou de bens
arrecadados que adquire personalidade jurídica própria por uma ficção
legal. Entre as teorias que procuram justificar a existência da pessoa
jurídica, a adotada no Código Civil de 2002 é a teoria da realidade técnica.

72. CESPE 2008/ PGE-AL/ PROCURADOR. Embora tenha sido fruto de


construção jurisprudencial, hoje a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica tem respaldo legal e passou a ser aplicada como
regra.

73. CESPE 2008/ PGE-AL/ PROCURADOR. Para que o juiz decida pela
desconsideração da pessoa jurídica, é necessário que haja abuso da
personalidade jurídica, o que se caracteriza pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial.

74. CESPE 2008/OAB-SP/EXAME DE ORDEM. O conceito de pessoa


jurídica pode ser entendido como o conjunto de pessoas ou de bens
arrecadados que adquire personalidade jurídica própria por uma ficção
legal. Entre as teorias que procuram justificar a existência da pessoa
jurídica, a adotada no Código Civil de 2002 é a teoria da ficção.

75. CESPE 2008/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO. As sociedades são


pessoas jurídicas de direito privado, mesmo que tenham como sócios ou
acionistas entes de direito público interno.

76. CESPE 2008/TCE-TO/Analista de Controle Externo. O início da


existência legal das associações ocorre com a formalização do estatuto.

77. CESPE 2008/ MPE-RO/ PROMOTOR. A criação da fundação de


direito privado pode-se dar oralmente ou por escrito, devendo, no segundo
caso, ser formalizada por instrumento público ou testamento.

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78. CESPE 2007/OAB/Exame de Ordem. A República Federativa do


Brasil é pessoa jurídica de direito público interno.

79. CESPE 2007/TRT-RN/ANALISTA. Nos termos do Código Civil de


2002, a proteção dos direitos da personalidade aplica-se, indistintamente,
às pessoas naturais e às pessoas jurídicas, desde que constituídas na
modalidade de associações.

80. CESPE 2007/OAB/Exame de Ordem. A fundação de direito privado


não pode ter fins lucrativos.

Gabarito:

1.E 2.C 3.C 4.C 5.E 6.C 7.E 8.C 9.E 10.E
11.E 12.E 13.E 14.E 15.C 16.E 17.E 18.E 19.C 20.E
21.E 22.C 23.C 24. C 25.C 26.E 27.E 28.E 29.E 30.E
31.E 32.E 33.E 34.C 35.C 36.E 37.E 38.E 39.C 40.E
41.E 42.E 43.E 44.C 45.C 46.E 47.E 48.C 49.E 50.E
51.E 52.E 53.C 54.C 55.C 56.C 57.E 58.E 59.C 60.E
61.E 62.E 63.E 64.E 65.E 66.E 67.E 68.E 69.E 70.C
71.C 72.E 73.C 74.E 75.C 76.E 77.E 78.E 79.E 80.C

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