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Alcina Manuel Mutamievo

Domingas Celso Negrinha

Joaninha Oliveira Castro

Maria Luísa Santos Frei

Marta Luís Ogifo

Nelson António Moisés

Renalde Rui A. Daúdo

Rodrigues Sitoi Domingos

Rosita Dinis Benesse

Sónia António Matias Paulo

Plano de Produção de Sementes de Feijão Nhemba na Universidade Licungo Campus


Morropué.

Licenciatura em Agropecuária com Habilitações em Extensão Rural

3°Ano

Universidade Licungo

Quelimane

2019
1

Alcina Manuel Mutamievo

Domingas Celso Negrinha

Joaninha Oliveira Castro

Maria Luísa Santos Frei

Marta Luís Ogifo

Nelson António Moisés

Renalde Rui A. Daúdo

Rodrigues Sitoi Domingos

Rosita Dinis Benesse

Sónia António Matias Paulo

Plano de Produção de Sementes de Feijão Nhemba na Universidade Licungo Campus


Morropué.

Trabalho de Carácter Avaliativo a Ser Apresentado na


Escola Superior Técnica (ESTEC), na Cadeira de
Produção e Tecnologias de Sementes, recomendado pela
Engª. Vanda Massina

Universidade Licungo

Quelimane

2019
2

Índice pág.
I. CAPÍTULO -INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3
1.1. Introdução ......................................................................................................................... 3
1.2. Objectivos ......................................................................................................................... 4
II. CAPÍTULO - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................... 5
2.1. Historial do Feijão Nhemba .............................................................................................. 5
2.2. Origem e Domesticação .................................................................................................... 5
2.3. Efeito do stress hídrico no feijão nhemba ......................................................................... 6
III. CAPITULO - PLANO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES ..................................................... 8
3.1. Produção de Sementes de Feijão Nhemba ........................................................................ 8
3.1.1. Selecção Da Área....................................................................................................... 8
3.1.2. Rotação De Culturas .................................................................................................. 9
3.1.3. Isolamento Requerido Para A Produção De Semente ............................................... 9
3.1.4. Solo ............................................................................................................................ 9
3.1.5. Época De Sementeira................................................................................................. 9
3.1.6. Densidade De Plantas .............................................................................................. 10
3.1.7. Semente ................................................................................................................... 10
3.1.8. Fertilização .............................................................................................................. 10
3.1.9. Controlo De Infestante............................................................................................. 11
3.1.10. Higiene .................................................................................................................... 11
3.1.11. Controlo De Insectos ............................................................................................... 11
3.1.12. Controlo De Doenças .............................................................................................. 11
3.1.13. Roguing E Inspecção de Campo .............................................................................. 12
3.1.14. Colheita, Secagem, Beneficiamento E Armazenamento ......................................... 13
4. Conclusão ...................................................................................................................................... 16
5. Referencias bibliográficas ........................................................................................................... 17
3

I. CAPÍTULO -INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
A utilização de sementes de alta qualidade é de fundamental importância para o sucesso do cultivo.
Admite-se que o feijão nhemba (Vigna unguiculata (L) Walp), tenha surgido há 2300 a.C., no
sudoeste de África (Singh e Rachie, 1985). Pensa-se que, a partir de África, esta cultura se tenha
espalhado pelo Egipto, Ásia e pelo Mediterrâneo (Singh et al., 2003).

O feijão nhemba é uma das leguminosas mais adaptadas, versáteis e nutritivas entre as espécies
cultivadas. Ele é uma excelente fonte de proteínas (23-25% do peso seco em média) e apresenta
alguns aminoácidos essenciais como a lisina, carbohidratos (62% em média), vitaminas e minerais,
além de possuir grande quantidade de fibras dietéticas, baixa quantidade de gordura, teor de óleo
de 2%, em média.

É uma cultura bastante importante nas regiões tropicais e subtropicais da África Subsaariana, onde
é cultivada para a obtenção de folhas, grão fresco e seco para a alimentação humana.

Em Moçambique, o feijão nhemba é uma cultura bastante importante. É cultivado em todo o país
pelo sector familiar para a obtenção de grão seco, vagem fresca e folhas para a alimentação humana
e venda. Segundo Heemskerk et al, (1985), o feijão nhemba é uma leguminosa que desempenha
um papel importante na composição da produção agrícola Moçambicana. Constitui alimento básico
para a população, exercendo a função social de suprir as necessidades alimentares das populações
mais carentes. É também uma fonte de rendimento, no meio rural, onde os camponeses consomem
e comercializam as folhas e o grão.

Nos países menos desenvolvidos é amplamente cultivado pelos pequenos e médios produtores, sem
o uso de irrigação, e, por isso, em mais de 60% do seu cultivo é observada deficiência hídrica em
algum estágio de desenvolvimento da cultura (Singh, 1995).

Pela sua grande importância no sector familiar moçambicano é necessário organizar um plano
estratégico, o qual oferecera com mais qualidade e quantidade sementes desta cultura como forma
de continuar a disfrutar de seus ganhos e intensificar sua produção.
4

1.2.Objectivos
1.2.1. Gerais
1.2.2. Desenvolver um plano de produção de sementes de feijão Nhemba variedade de
crescimento determinado de acordo com regras estabelecidas pela MASA.
1.2.3. Específicos
 Montar um sistema de produção de sementes básicas.
 Aplicar os ensinamentos da cadeira de produção de sementes para obter lotes de
feijão nhemba de boa qualidade.
 Apresentar o plano a escola superior técnica como proposta para o desenvolvimento
das habilidades em extensão agraria.
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II. CAPÍTULO - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


2.1. Historial do Feijão Nhemba

O feijão nhemba, Vigna unguiculata (L.) Walp., também conhecido por southern pea, blackeyed
pea, cowpea (Ingl.), caupi (Bras.), lubia (Arabe) oo niébé (Fr.), nyemba bean (Zim.) tem sido
cultivado em muitas regiões tropicais desde a antiguidade (Kay, 1979; Singh et al 1990). O
interesse à sua volta deve-se ao facto de possuir excelentes qualidades nutricionais; -maior
potencial para aliviar as deficiências nutricionais e, ainda boa adaptação a diversas condições de
crescimento particularmente nos trópicos semiáridos e sub-húmidos de África.

As investigações históricas que têm sido feitas a seu respeito revelam que é conhecido na Índia há
2000 anos a.C. (Ng & Marechal, 1985). Admite-se que tenha alcançado o sudoeste da Ásia há volta
de 2300 a.C. (Purseglove, 1976 Ng & Marechal, 1985). É produzido no Sul da Europa há mais de
300 anos a.C., conhecido como Phaseolos, Phaseolus e Phaselus pelos Gregos e Romanos (Ng &
Marechal 1985). Os mesmos autores julgam que foi introduzido na América do Sul antes do Século
XVII através dos Espanhóis e Portugueses e provavelmente chegou no sul dos EUA nos princípios
do Século XIX. Nestas zonas mais cultivares devem ter sido introduzidos pelo comércio
esclavagista e migrações humanas (Steele et al 1985). Mais recentemente muitas variedades são
obtidas por diferentes métodos de melhoramento.

2.2. Origem e Domesticação

E hoje aceite que o feijão nhemba é de origem africana. Foi domesticado nos tempos de neolítico
do complexo de feijão nhemba silvestre (subsp. dekindtiana e mensensis) onde tinha como
"habitat" as regiões de savana de clima quente de África (Araújo et al 1984; Freire Filho, 1988).
Duke (1990) citando Steele (1962) acredita que o centro de origem seja a Etiópia com subsequente
evolução, predominantemente pelo Liso nos antigos sistemas de produção. Enquanto que outros
autores admitiam a hipótese desta leguminosa ter outros locais de origem. Freire Filho (1988)
compilou os seguintes países e locais sugeridos para a origem de V. unguiculata: India, Etiópia e
India; Nordeste da India; Paquistão e Irão; India e Africa; Etiópia; Oeste e Centro de Africa; Oeste
de Africa; Centro e Sul de Africa inclusive ainda América do Sul. Contudo, Ng & Marechal (1985)
realçam a insustentabilidade de que a leguminosa tenha tido origem na India ou outro local fora de
africa devido a ausência dos ancestrais do feijão nhemba cultivado. Conhecida a origem, Africa,
continua a controversa da definição do local exacto de origem e onde foi primeiramente
6

domesticado, ou se a domesticação ocorreu simultaneamente com a evolução. A Etiópia, africa


central, Centro e Sul de Africa e Africa ocidental são considerados prováveis centros de
domesticação. Isto mostra que o feijão nhemba cultivado tem um centro de dispersão difuso em
vários países ou regiões de africa. O sul do Malawi, sudeste da Zâmbia, leste do Zimbabwe e
ocidente de Moçambique são o centro primário da diversidade das subespécies silvestres de V.
unguiculata (Freire Filho, 1988a; Ng & Marechal, 1985).

O feijão nhemba é uma cultura amplamente distribuída no mundo. E cultivado 1 na Africa, sudeste
da Asia, América latina, Europa e numa parte limitada do sul dos EUA (Rachie, 1985). Segundo
Heemskerk 1987, em Moçambique o feijão nhemba é depois do amendoim a leguminosa mais
importante, contudo a sua produção continua a estar aquém da desejada e a produtividade ainda
baixa. Na base do recenseamento agrícola de 1970 estima-se em 180000 ha cultivados sendo o
médio no sector familiar de 300 Kg/ha. É uma importante leguminosa alimentar sendo produzido
no mundo devido a sua grande adaptabilidade a diferentes tipos de solos e regimes hídricos,
permitindo a integração com vantagens em diferentes sistemas de cultivo (Singh, 1985). É
cultivada em terras marginais conseguindo produções encorajadores nos agricultores de pequena
escala, exige pouca fertilidade do solo e possui boa capacidade de fixar nitrogénio em simbiose
com o rizóbio nativo (Purseglove, 1976). Em conformidade com Rachie (1985), chega a fixar 1
240 kg N/ha/ano. A fixação anual de nitrogénio varia de 73 a 354 kg/ha, com um global de 198
Kg/ha, correspondentes ao dobro da fixação de soja (Duke, 1 1981; Duke, 1990). A importância
do aumento da oferta de proteínas a partir de fontes mais baratas para a alimentação humana foi
enfatizada na FAO (Guazzelli, 1988 citando Roberts (1972). As leguminosas alimentares foram
consideradas uma opção tendo no feijão nhemba uma das culturas mais importantes na região dos
trópicos semiárido e húmido.

O feijão nhemba é consumido quer na forma de vegetal fresco (folhas, vagens e grão) quer na
forma de grão seco (Heemskerk et al 1988). Em algumas regiões o grão seco é usado como
substituto de café (Purseglove, 1976).

2.3. Efeito do stress hídrico no feijão nhemba

Constituindo-se em um dos principais elementos da dieta alimentar, além de desempenhar papel


fundamental na composição da produção agrícola, por possuir baixo custo e ser fisiologicamente
adaptada a diferentes condições ambientais, esta cultura apresenta tolerância ao estresse hídrico,
7

pouca exigência em fertilidade de solo e fixação biológica do nitrogénio atmosférico, factores que
garantem a versatilidade de produção (Americano, 2014, citando Cordeiro, 1998; Sales e
Rodrigues, 1988). Além da sua utilização na alimentação humana, o feijão nhemba pode ser
utilizado na alimentação animal, como forragem, e ainda como adubo verde e cobertura do solo.

O crescimento do feijão nhemba é afectado por uma vasta gama de factores abióticos e bióticos,
que incluem a luz, a seca, a salinidade e temperaturas altas (Shao et al., 2008 citado por Americano,
2014). Dentre estes, o stress hídrico é um dos factores mais adversos para o crescimento e
produtividade vegetal (Shao et al., 2008 citado por Americano, 2014). O stress hídrico da planta,
permanente ou temporário, é o principal factor abiótico que limita o crescimento e a distribuição
da vegetação natural e o desempenho das plantas cultivadas (Shao et al., 2008 citado por
Americano, 2014).

O período crítico da cultura do feijão nhemba provocado pelo stress hídrico, restringe-se a uma
fase relativamente curta entre a época de floração e o início da maturação (enchimento dos grãos).
O stress hídrico na fase vegetativa é reportado como reduzindo a área da folha, alongamento do
caule e baixando a produção de biomassa, devido ao incremento reduzido de carbono (Chiulele,
2003 citado por Americano, 2014).

A reduzida área foliar em condições de stress hídrico, é causada pelo número reduzido das folhas,
a taxa reduzida da expansão foliar como consequência da sensibilidade celular, aumentando a
senescência das folhas, reduzindo a radiação solar intercetada, baixando, assim, a biomassa
produzida (Chiulele, 2003 citado por Americano, 2014).

O stress hídrico exerce uma influência negativa sobre a planta, causando redução, tanto na divisão
celular como no alongamento, e, portanto, no crescimento ou acumulação de biomassa, assimilação
de CO e nutrientes (Amane, 2002). Bergonci et al. (2000), afirmam que o deficit hídrico no solo
afecta, praticamente, todos os aspectos relacionados ao desenvolvimento das plantas, podendo
causar reduções na área foliar, diminuir a fotossíntese e afectar vários outros processos, tais como
brotações, absorção de nutrientes e translocação de foto-assimilados. McCree e Fernández (1989)
e Taiz e Zeiger (1991) citados por Ferreira (2004) referem que a resposta das plantas ao stress
hídrico consiste na redução da produção da área das folhas, da aceleração da senescência e da
abcisão das folhas.
8

III. CAPITULO - PLANO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES


3.1. Produção de Sementes de Feijão Nhemba

O Feijão Nhemba (Vigna unguiculata L.), pertence á família Fabaceae é uma leguminosa anual e
herbácea, é a segunda leguminosa mais importante depois do amendoim e chega a fixar cerca de
240 kg de nitrogénio para a cultura subsequente. Existe uma grande variedade dentro do continente
africano, e há subespécie selvagens desta espécie. O feijão nhemba é uma planta que se desenvolve
em ambiente temperado húmido e suficientemente húmidos, é uma planta autopolinizada que
mantém a semente pura durante a multiplicação, por vezes com uma menor contaminação.

Em Moçambique, esta cultura constitui uma das leguminosas de grão muito importantes, sendo
cultivadas principalmente pelo sector familiar em todo país. Vive em simbiose com uma bactéria
radical específica, capaz de fixar o nitrogénio, o que torna a planta autossuficiente relativamente a
esse elemento, o que resulta no enriquecimento do solo.

Para facilitar o processo de produção de semente dividimos o processo em 14 itens a destacar:

1. Selecção da área 9. Controlo das ervas daninhas


2. Rotação de culturas 10. Higiene
3. Isolamento 11. Controlo dos insectos
4. Solo 12. Controlo de doenças
5. Época de plantio 13. Roguing e Inspecção
6. Densidade de plantas 14. Colheita, Beneficiamento
7. Semente Armazenamento
8. Fertilização
3.1.1. Selecção Da Área

O ideal é uma área quente e seca, de bom historial com água para irrigação apesar do feijão nhemba
ser tolerante a seca e ao calor podendo crescer com apenas 200 a 300 mm de precipitação bem
distribuída pelo ciclo. Algumas variedades de grão longo necessitar de precipitações acima de 1500
mm. Quanto mais são expostas a chuva maior é o risco de transmissão de doenças originadas na
semente. A chuva durante a época da colheita pode provocar, facilmente, descoloração da semente.
Tendo em consideração as essas exigências acima mencionadas, a área selecionada, campus da
9

Uni-Licungo Murropué-Quelimane, oferece condições ideais para o desenvolvimento desta


cultura, já que esta não é muito exigente nutricionalmente.

3.1.2. Rotação De Culturas

Deve haver, no mínimo, um lapso de tempo de 12 meses entre a colheita da última cultura de feijões
e o plantio da cultura de sementes. Se a cultura anterior esteve completamente isenta de doenças,
o período poderá ser menor, mas se os restolhos da cultura precedente tiverem sido lavrados. Os
feijões-frade/nhemba e mungo são considerados como feijões nesse sentido: têm várias doenças
comuns.

3.1.3. Isolamento Requerido Para A Produção De Semente

O feijão nhemba é uma cultura autopolinizada, ocorrendo a polinização cruzada a uma


percentagem desprezível, por volta dos 2 %. O isolamento espacial necessário é somente para
prevenir a mistura física da semente de diferentes variedades; recomenda-se assim um isolamento
de pelo menos 5 metros de outras variedades para a produção de semente. Entretanto, devido a
problema fitossanitário se recomenda o isolamento de 100 m dos campos de cultivo de grãos pois
os cuidados no campo de produção de semente são intensos quando comparado com o campo de
produção de grão, evitando assim a passagem de pragas e doenças.

3.1.4. Solo

A cultura se adapta a grande variedade de solos desde argiloso ate arenoso incluindo os solos
salinos, mas é sensível a solos alagados. Os solos pesados podem causar problemas de germinação,
pois tendem para ficar alagados e, assim, abrandar a secagem da cultura. Os solos muito leves são,
normalmente, pobres em nutrientes e podem abrigar um número elevado de nematodes, para os
quais os feijões são muito vulneráveis. Portanto este plano de produção será implementado em
solos franco-arenosos, com capacidade de retenção de humidade mínima e de boa fertilidade.

3.1.5. Época De Sementeira

A escolha da época de sementeira devera de tal maneira estar razoavelmente seguro que a colheita
recaia na estação seca. Evitando o calor excessivo durante a época de floração que pode provocar
o aborto das flores. Para o caso de produção de semente nas condições de sequeiro, a qual o grupo
vai utilizar, os meses de novembro a janeiro são ideais para a cultura.
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3.1.6. Densidade De Plantas

É necessário fazer-se um compromisso entre uma densidade elevada de plantas, o que resulta num
aumento do rendimento e uma densidade baixa de plantas, o que diminui a disseminação de
doenças. Para as variedades com o tipo de crescimento indeterminado recomenda-se usar 15-25
Kg/ha com um compasso de 50*60cm e nas determinadas 12-20 Kg/ha de semente com um
compasso de 75*100 cm. Em determino disso serão usadas sementes com recrescimento
determinado, com objetivo de garantir maior controlo da colheita.

3.1.7. Semente

Para uma produção eficiente utilizar uma melhor semente que se possa obter é ainda melhor. Serão
necessários 2Kg de sementes para proceder com o programa. Por sua vez a inspeção do
revestimento da semente é importante para assegurar a qualidade da produção – ainda que seja
difícil dar-se conta de tudo, a presença de manchas, descoloração do umbigo ou qualquer
malformação constitui, normalmente, uma indicação de problemas internos. Devera retirar-se, à
mão, qualquer semente que pareça suspeita. Recomenda-se que se trate, com captab, tirame ou
Vitavax, a semente antes do plantio para lhe dar alguma protecção contra doenças. Existem no
mercado insecticidas muito eficazes contra pragas do solo, cigarrinhas, afídeos e mosquinhas do
feijão, mas estes são bastante caros. Um exemplo é o imidaclopride (‘Gaucho’). Este insecticida
protegerá a cultura durante as primeiras quatro a seis semanas.

3.1.8. Fertilização

O fósforo (P) é o elemento mais importante e caso só possa obter pequenas quantidades de
fertilizante, o melhor será a aplicação do superfosfato MAP ou DAP. Se o solo não for muito ácido
e anteriormente já nele tenham sido cultivados feijões, é provável que se formem pequenos nódulos
resultante da simbiose entre a planta e as bactérias da espécie Rhizobium que podem fixar azoto
(N) a partir do ar e fornecê-lo à planta. Se este for o caso quase que não necessitará de aplicar
azoto, com excepção de uma quantidade muito pequena quando planta, para que a cultura se
mantenha. O potássio (K) é menos importante na cultura de feijões que noutras culturas, mas
podem ocorrer carências. Entretanto serão utilizadas porções de NPK, como fertilizante para suprir
as exigências da cultura durante a produção.
11

3.1.9. Controlo De Infestante

Isto é muito importante principalmente quando se trata de culturas jovens. No entanto, para
objectivos de controlo de infestante é necessário limitar todos os movimentos dentro da cultura.
Ter em conta, também, que os tipos de feijões que têm uma planta prostrada são difíceis de mondar
numa época mais tardia. O uso de herbicidas apropriados como bendioxide (‘Basagran’), em
relação a ervas infestantes com folhas largas, e o fluazifope butílico (‘Fusilade’) para ervas tipo
relva mostram-se eficiente no controlo químico. No caso de uma sacha manual, é sempre
convenientemente útil desse que se faça com material desinfetado.

3.1.10. Higiene

Com objectivo de assegurar a produção a limitação se todos os movimentos dentro do campo é


necessária. Para uma protecção óptima contra a disseminação de doenças, uma boa desinfeção as
alfaias, utensílios e botas antes de entrar no campo. Podem usar-se desinfetantes bons e baratos
como sejam lixívia ou ácido carbónico. Lavar, também, sempre, as suas mãos: até mesmo o feijão
seco para consumo pode ser portador de vírus! Não entrar nunca num campo quando as plantas
estão molhadas. Começar o trabalho, sempre, no campo mais são. Assegure-se que com a água de
irrigação não foi transportada nenhuma doença.

3.1.11. Controlo De Insectos

Os insectos mais perigosos para a produção de sementes são os afídios e a mosca branca, visto que
podem transmitir doenças virais. Outros insectos que podem causar danos na cultura, mas que não
transmitem doenças, são a mosca do feijão, lagarta americana e tripés. Reconhece-los, e a observá-
los implica um controlo imediato, podendo ser aplicado inseticida adequado para eliminar ou
reduzir sua ação sobre a cultura. Como recomendação sustentável serão aplicados inseticidas
orgânicos.

3.1.12. Controlo De Doenças


 Vírus: principalmente o vírus do mosaico Amarelo e Dourado (transmitido pela semente).
Siga práticas de higiene e extirpe/elimine as plantas infectadas. Não existem métodos
químicos de controlo, mas podem-se selecionar variedades resistentes as mesmas e uso de
sementes sã.
12

 Bactérias: principalmente o míldio e o míldio aureolar bacteriano (ambos transmitidos pela


semente). Trate como em relação aos vírus. Existem produtos químicos cúpricos (à base de
cobre) que têm uma acção preventiva.
 Fungos: os que são transmitidos pela semente incluem a antracnose, a mancha angular da
folha e Ascochita. Podem ser transmitidas pela semente, mas que são relevantes são a
ferrugem castanha e o oídio Sclerotinia. Muitas vezes é necessário pulverizar (aplicar um
produto químico) contra a ferrugem dos cereais e, dessa maneira, controlar-se-ão, também,
a maior parte dos outros fungos. Se a cultivar for resistente à ferrugem, as decisões que
concernem a se deve ou não utilizar um tratamento químico devem assentar na detectação
das doenças mais importantes que são transmitidas pela semente. As plantas com doenças
da semente devem ser extirpadas/eliminadas.
3.1.13. Roguing E Inspecção de Campo

A cultura será observada regularmente e as plantas atípicas e doentes retiradas; esta operação só
poderá ser realizada com maior eficiência quando as características básicas da variedade poderem
ser reconhecidas (cor, habito e tipo de crescimento, etc). Em geral, no acto de roguing deve-se ter
em conta:

 Aparência geral da planta;


 Cor e forma das flores ramos e folhas;
 Cor das vagens na altura do amadurecimento
 Presença de doenças, principalmente as viroses
 Hábito da planta (erecto ou prostrado)
 Tipo de crescimento (determinado ou indeterminado)

No que concerne a inspecção de campo devera ser feita exactamente nas épocas conhecidas com
maior destaque para:

 Antes da floração;
 Na altura da floração e formação de vagens;
 Após a colheita.

Após a colheita deve-se inspecionar principalmente a sanidade das vagens. Os aspectos em


consideração dentro do processo de inspecção assemelham-se aos aspectos de roguing.
13

3.1.14. Colheita, Secagem, Beneficiamento E Armazenamento

A colheita manual tem sido a mais recomendada principalmente para as variedades de crescimento
indeterminado pois as vagens não atingem a maturação fisiológica ao mesmo tempo. Nas
variedades de crescimento indeterminados as vagens devem ser colhidas diversas vezes (2 a 3
colheita) pois deve-se colher as vagens quando elas se encontram amarelas e com as sementes
duras. A variedade de crescimento determinado a colheita deve ser feita de uma só vez quando a
maioria das vagens se encontram secas. A operação de colheita deve ser realizada logo cedo quando
as vagens se encontram húmidas a fim de evitar a abertura das vagens e a queda da semente no
solo (variedades descentes).

Após a colheita devem ser colocadas em pilhas ou em eiras no mesmo campo para poderem secar
completamente ate a humidade que corresponda ao tempo de armazenamento desejado. Vale
lembrar que a secagem não deve ser directamente exposta ao sol, a secagem da semente deve ser
feita num lugar bem ventilado e com alguma sombra e deve-se revirar a semente com regularidade.
Também é necessário estar atento para terminar na altura devida e não deixar que a semente seque
demasiado e passe da humidade proporcional ao tempo de armazenamento. Dentro do
beneficiamento, deve se ter em conta a cor, tamanho, forma e integridade da semente.

A chave para um armazenamento seguro da semente é um teor de humidade baixo. Os fungos e as


bactérias do armazém necessitam de humidade para crescer e se desenvolver, por isso, quanto mais
seca estiver a semente, mais protegida se encontra. Para além disso, os próprios processos de
deteorização da semente seca também se tornam muito mais lentos, o que significa que a
capacidade de germinação é muito melhor mantida. Pode-se dizer que as sementes vivem mais
lentamente e, desta maneira, permanecem jovens durante mais tempo. Mas está viva, respira,
necessita de oxigénio e produz vapor de água, mesmo quando estas quantidades são extremamente
pequenas. Um teor de humidade de 13 a 15% oferece uma protecção suficiente contra as principais
doenças fúngicas na maioria das culturas.
14

Padrões De Campo De Feijão Nhemba: Parâmetros para sementes Básicas


Isolamento Plantas Plantas Antracnose na Crestamento Número Área
(mínimo, atípicas outras vagem bacteriano mínimo de máxima
em m) (No sp. (Colletotrichum) (Xanthomonas) inspeções da gleba
máximo) cultiv. (% máx) (% máx) p/vistoria
(ha)

3 1/2000 0 0.5 0.5 2 50


15

Plano de Produção de Sementes de Feijão Nhemba no Campus da Universidade Licungo-


Murropué em 0,16ha 2019-2020

Actividades/Operações Período Material e Insumos Orçamento Observações


Seleção e lavoura do campo Out- Fita métrica e 1x250mts e
novembro Enxadas 3x200mts
Gradagem e sementeira Novembro 2kg de sementes 2x150mts
Retancha Novembro ……………………. …………….
Primeiro Controlo Nov.- Dez ……………………. …………….
fitossanitário
Primeira Sacha Dezembro ……………………. …………….
Roguing e primeira inspeção Dezembro ……………………. …………….
Pulverização contra pragas Dezembro Inseticida orgânico* 1x100mts
Segundo controlo fito. E sacha Dezembro ……………………. …………….
Segunda Inspeção de Campo Dez- ……………………. …………....
Janeiro
Controlo da maturação Janeiro ………………….... …………….
Colheita Janeiro ……………………. …………….
Debulha Janeiro ……………………. …………….
Secagem da semente Janeiro ……………………. …………….
Inspeção da semente Jan.- ……………………. …………..
Fevereiro
Beneficiamento Fevereiro ……………………. …………….

Embalagem Fevereiro Sacos plásticos 10x75mts


Armazenamento Fevereiro ……………………. ……………
Total 2000mts

Inseticida orgânico: Solução baseada nas folhas de papaeiras misturada com sabão mais agua.
Dose da mistura para a área é de 0.25ml.
16

4. Conclusão

As tecnologias de produção de sementes estão cada vez a contribuir para o desenvolvimento das
actividades agropecuárias, a medida que estão fornecendo uniformidade e atributos uteis as
variedades de culturas com importância social e económica a vida dos produtores rurais.

Nessa perspetiva, este plano elaborado por estudantes do curso de agropecuária, é um documento
de orientação na prática de produção de sementes com o objetivo de produzir quantidades
suficientes para atender à demanda dos produtores de sementes certificadas, tornando assim
disponíveis sementes para os agricultores.

Espera-se com este contributo, fortalecer cada vez mais o sistema de produção de sementes na
região e desenvolver cooperações para o incremento continuo das tecnologias e fitotécnicas para
gerar melhores qualidades de sementes em quantidades necessárias.
17

5. Referencias bibliográficas
1) Araújo, J.J.P.de, Rios, G.P., Watt, EE., Neves, B.P. das, Fageria, N.K., Oliveira, I.P.,
Guimarães, C.M., Filho, AS. 1984. Cultura do caupi, Vigna
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