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A ENTRADA NA VIDA - EU
A ENTRADA NA VIDA - EU
A MENTE
Etimologicamente, o termo mente vem do latim mèntem, que tem o significado de
pensar, conhecer, entender, e significa também medir, visto que alguém que pensa
não faz mais que medir, ponderar as ideias.
A mente começou assim a ser vista como um SISTEMA que integra vários
processos (cognitivos, emocionais e conativos).
A MENTE
A PERCEÇÃO
A perceção é um processo mediante o qual a informação sensorial é ativamente
organizada e interpretada pelo cérebro e que nos ajuda a compreender o mundo à
nossa volta.
SENSAÇÃO PERCEÇÃO
É a deteção e receção dos estímulos nos É a interpretação, organização e
orgãos dos sentidos, que são traduzidos descodificação dos dados sensíveis, feita
em impulsos nervosos que são conduzidos pelo cérebro.
ao Sistema Nervoso Central pera serem
processados pelo cérebro. Seleciona, organiza, interpreta, atribui
sentido.
A visão que temos do mundo não é uma reprodução, mas sim uma interpretação.
Fazemos uma correção mental, e de modo automático, ao conteúdo da nossa
perceção de modo a manter a regularidade do mundo externo.
Não reproduz o mundo como um espelho, como uma fotografia, porque o cérebro
constrói uma representação mental ou imagem da realidade.
LEIS DA PERCEÇÃO
Este movimento elaborou um conjunto de leis que tentaram explicar como a mente,
de forma imediata, interpreta as informações sensoriais e produz uma perceção
organizada.
PRINCÍPIO DA TOTALIDADE
A principal tese dos gestaltistas é esta: o todo é maior que a soma das partes.
Temos a perceção de formas unificadas e não de peças ou fragmentos.
CONSTÂNCIA PERCETIVA
CONSTÂNCIA DA
DIMENSÃO/TAMANHO.
"Sem ela [constância percetiva], o nosso mundo percetivo seria caótico. Suponhamos que
os nossos amigos pareciam anões a certa distância e gigantes quando se aproximavam.
Um bebé de colo seria percebido maior que um adulto, a um metro de distância. O
mecânico que tivesse de escolher um parafuso ou uma porca de tamanho apropriado de
entre uma grande variedade, a distâncias diversas dele, enfrentaria uma tarefa
desesperada. À medida que se movesse, mudaria a perceção da grandeza e da forma dos
objetos, tornando-se-lhe impossível confiar no que via ao interpretar a realidade.»
Kendler, Int. à Psicologia
PSICOLOGIA – 12º ANO 5
LEI DA FIGURA-FUNDO
PROXIMIDADE
SEMELHANÇA
FECHAMENTO
DISTURBIOS DA PERCEÇÃO
PERCEÇÃO E CULTURA
A visão do mundo à nossa volta é bastante influenciada pela cultura onde vivemos.
O meio onde vivemos tem muita influência no modo como observamos as coisas
e na forma interpretamos o que vemos.
Os pigmeus que vivem nas densas florestas do Congo raramente veem objetos a longa
distância. O antropólogo Colin Turnbull observou que, quando os pigmeus dessas áreas
viajavam para as savanas e viam búfalos no horizonte, pensavam que os animais eram
pequenos insetos e não volumosos mamíferos. A falta de experiência com objetos distantes
explica a sua incapacidade para percecionar a permanência do tamanho dos objetos.
PSICOLOGIA – 12º ANO 8
MEMÓRIA
A memória é o processo dinâmico que
consiste na codificação, armazenamento
e recuperação de conteúdos mnésicos ou
de informação.
Reactualização
Codificação Armazenamento Recuperação
Memória sensorial
A memória sensorial é um tipo de memória que tem origem nos órgãos dos
sentidos. Por isso, podemos falar de memória sensorial auditiva (ou ecoica),
visual (ou icónica), olfativa etc.
As informações obtidas pelos sentidos são retidas por um curto espaço de tempo
– entre 0,2 e 2 segundos.
É graças a este tipo de memória que é possível ver um filme (memória sensorial
visual) e perceber um texto que ouvimos (memória sensorial auditiva).
Forma de memória com fraca capacidade É a área onde se colocam e são utilizados
de armazenamento e reduzida os conteúdos mnésicos necessários em
durabilidade; dados momentos;
Declarativa Procedimental
(não declarativa)
Memórias de factos e de conhecimentos gerais e
episódicos ou acontecimentos pessoais Memória de aptidões
motoras.
Semântica Episódica
È o nosso conhecimento
Onde se armazenam Onde se armazenam do modo como fazer as
factos sem conteúdo informações e factos de coisas.
autobiográfico, caráter essencialmente
conhecimentos gerais autobiográfico. Forma-se pela prática e
como regras, conceitos, pela observação.
normas e leis. É a memória dos
acontecimentos da nossa Exemplos: Andar de
Tem um conteúdo vida. bicicleta; tocar um
informativo geral e instrumento musical,
menos vivencial do que a Está ligada a momentos e lavar os dentes.
episódica lugares paniculares.
ESQUECIMENTO E MEMÓRIA
Esquecimento regressivo
Esquecimento motivado
Um turista francês na sua primeira viagem a Nova Iorque prepara-se para tomar um
duche. Roda a torneira com a letra C e, como é óbvio, sai água fria. Ora, o rececionista
tinha-lhe dito que C era a sigla de “Cold” (frio). Contudo, este conhecimento recente
foi perturbado por uma aprendizagem anterior que “tomou a dianteira” e, interpondo-
se, provocou uma confusão (C em francês e nos hotéis franceses, mais precisamente
nas suas casa de banho, é a sigla para designar “chaud”, quente).
IMPORTÂNCIA DA MEMÓRIA
Amnésia
Doença de Alzheimer
Uma porção significativa da população acima dos 50 anos sofre de alguma forma
de demência. A mais comum é a doença de Alzheimer, na qual predomina a perda
gradativa da memória, pois ocorrem lesões inicialmente nas áreas cerebrais
responsáveis pela memória declarativa, seguidas de outras partes do cérebro.
Outros fatores
Perturbações da memória
Há ainda três outros tipos de amnésia menos comuns. A generalizada tem a ver com a
incapacidade de recordar toda a vida. São as pessoas com esta perturbação que costumam
aparecer na polícia ou na urgência hospitalar. Já a amnésia contínua implica falta de
capacidade de recordar a partir de um ponto no tempo. E a sistematizada afeta a perda de
memória em relação a certas categorias de informação, como todas as recordações
relativas à família ou uma pessoa em particular.
APRENDIZAGEM
APRENDIZAGEM ASSOCIATIVA
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO
No condicionamento clássico, o organismo aprende a associar dois estímulos.
Em resultado dessa associação, o organismo aprende a antecipar
acontecimentos.
Nos primeiros anos do século XX, o fisiologista russo Ivan Pavlov fazia estudos sobre a
digestão. Nas suas experiências, habitualmente dava a comer bocados de carne a um cão,
para provocar a salivação. Por acidente, Pavlov reparou que os bocados de carne não eram
o único estímulo que provocava salivação no cão. O cão salivava em resposta a um
conjunto de estímulos associados ao alimento, como a visão do prato da comida, a visão
do indivíduo que trazia a comida à sala de experiências e o som da porta a fechar-se
quando o alimento chegava. Pavlov reconheceu que as associações do cão destas visões e
sons com a comida era um importante tipo de aprendizagem, a que mais tarde se chamou
condicionamento clássico.
2. Em seguida, apresentava a carne acompanhada pelo som de uma campainha (estímulo neutro)
e o cão salivava.
Ex: A carne.
Os coiotes são uma séria ameaça para os rebanhos de ovelhas no Oeste dos EUA.
Por outro lado, o seu extermínio seria uma má medida ecológica porque devoram
outros animais cuja proliferação seria nociva. Como «solução de compromisso»,
dois psicólogos tentaram que eles aprendessem a ter aversão às ovelhas. Deram-
lhes a comer carcaças de ovelha envoltas num fármaco (cloreto de lítio) que
provoca náuseas e vómitos. Depois de muitos vómitos e náuseas, os coiotes
tiveram oportunidade de atacar uma ovelha. Em vez de o fazerem, recuaram,
indispostos, só de a verem.
CONDICIONAMENTO OPERANTE
Experiência de Thorndike
1. Colocou um gato no interior de uma gaiola.
A porta só se abria se o animal carregasse
numa alavanca.
Experiência de Skinner
1. Colocou um rato na “caixa
operante” ou caixa de Skinner.
Reforço positivo
Comportamento Recompensa Futuro comportamento
O aluno fez os exercícios O professor elogiou esse Aumentou a
dentro do prazo. comportamento. probabilidade de o aluno
fazer os exercícios dentro
do prazo.
O ciclista oleou a corrente A bicicleta anda melhor. O ciclista adquire o hábito
da bicicleta. de olear a corrente da
bicicleta.
Inadvertidamente, o Começa a tocar música Da próxima vez fará o
António carrega num de grande qualidade. mesmo deliberadamente.
botão do painel de
comandos do carro do
amigo.
PSICOLOGIA – 12º ANO 22
Reforço negativo
Comportamento Remoção do estímulo Futuro comportamento
desagradável
O aluno fez os exercícios O professor deixou de Aumentou a
dentro do prazo. ralhar com o aluno probabilidade de o aluno
perante a turma. fazer os exercícios dentro
do prazo.
O ciclista oleou a corrente O público deixou de se rir O ciclista adquire o hábito
da bicicleta. do ruído da bicicleta. de olear a corrente da
bicicleta.
Inadvertidamente, o Desliga-se o MP3, que Da próxima vez fará o
António carrega num estava a reproduzir uma mesmo deliberadamente.
botão do painel de música desagradável.
comandos do carro do
amigo.
INTELIGÊNCIA
MEDIR A INTELIGÊNCIA
Por outro lado, são cada vez mais as vezes que contestam a possibilidade de se
avaliar as capacidades intelectuais de uma pessoa através de um número.
TEORIAS DA INTELIGÊNCIA
O factor “G” seria uma energia mental essencialmente inata. Os factores “S”
dependeriam da aprendizagem e da ativação do factor “G”.
Segundo Thurstone:
• Existem várias (sete) aptidões gerais;
• As sete aptidões gerais são de natureza diferente;
• As aptidões são relativamente independentes entre si;
• Cada aptidão pode entrar com pesos diferentes em diferentes atividades.
Em 1998, Gardner procedeu a uma revisão da sua teoria de 1995 (ela própria uma
revisão da de 1983), contemplando a possibilidade de um novo tipo de
inteligência, a inteligência existencial, agrupando neste tipo de inteligência a
inteligência interpessoal e a inteligência intrapessoal.
THURSTONE GARDNER
2. À medida que uma tarefa se torna cada vez mais conhecida, muitos dos seus
aspectos podem tornar-se automáticos.
3. Uma tarefa inédita faz exigências à inteligência muito superiores às que são
exigidas por tarefas para as quais desenvolvemos procedimentos
automáticos.
INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE
Pensamento convergente
Pensamento divergente
AS EMOÇÕES
EMOÇÃO: uma reação complexa a estímulos externos (mais frequentemente) e também
a estímulos internos, que se traduz em reações fisiológicas, comportamentais, cognitivas,
afetivas, sentimentais e em expressões faciais.
CHARLES DARWIN
PERSPETIVA
EVOLUTIVA
EKMAN
Mais tarde Ekman tentou provar a tese que defendia que povos
diferentes teriam emoções diferentes;
Confirmou a tese de Darwin: há emoções que são universais,
independentes do processo de aprendizagem e da cultura em
que se manifestam;
Não nega a influência da cultura nas emoções, na medida em
que há regras que controlam a sua expressão. Porem, existe um
património comum ao nível das emoções e da sua expressão.
“A palavra emoção traduz, em geral, à mente uma das seis emoções ditas primárias
ou universais: alegria, tristeza, medo, cólera, surpresa ou aversão. (…)”
Damásio, António
Damásio ilustra as suas conceções com os casos de Phineas Gage e Elliot, pessoas
que, em virtude de lesões no córtex pré-frontal, perderam a capacidade de sentir
emoções, manifestando, por consequência, um funcionamento racional que
dificilmente poderemos considerar dentro da normalidade,
O CASO ELLIOT
Submetido a uma cirurgia para remoção de um tumor cerebral, Elliot tinha sofrido danos
no córtex pré-frontal. Daí ter ficado diminuído na sua capacidade emocional: deixou de
reagir à frustração e de sentir prazer com a música e com a arte em geral; raramente se
mostrava irritado, relatando friamente o que lhe aconteceu, desde a cirurgia até às
mudanças da sua vida. Tal como Gage, tem problemas em seguir planos previamente
delineados. É capaz de discutir lógica e prever teoricamente as consequências da adoção
de determinadas estratégias, mas dificilmente delibera acerca da melhor decisão a tomar
na prática. Se eventualmente anuncia uma decisão, rapidamente a abandona. Não
consegue fixar-se num emprego, nem é capaz de saber aplicar as suas economias. O
relacionamento com familiares e amigos deteriorou-se, atingindo o ponto de rutura.
Esta nova conceção fez ruir a tese bissubstancialista de Descartes que separava a
mente do corpo (res cogitans e res extensa) e que dava total independência à
mente.
PSICOLOGIA – 12º ANO 37
Damásio, na sua obra O Erro de Descartes, argumenta que não é possível separar
os processos cognitivos dos emocionais, o corpo e a mente não são entidades
separadas e independentes.
O MARCADOR SOMÁTICO
Se vemos um cão com ar feroz a aproximar-se, esta imagem vai ativar o sistema
nervoso simpático:
O ritmo cardíaco acelera;
A respiração fica mais rápida;
A tensão muscular aumenta.
Estas modificações corporais correspondem a uma emoção a que chamamos medo.
Quando vimos o cão, o estado corporal de medo ficou registado, marcado. A
informação guardada será utilizada numa situação semelhante.
TIPOS DE EMOÇÕES
Os afetos têm a ver com aquilo que nos afeta, são algo de que somos dotados. São
tendências para responder positiva ou negativamente a experiências emocionais
relacionadas com objetos ou pessoas.
Ter afetos é ser dotado da capacidade de dar e de receber, de amar e de ser amado,
de perturbar e de ser perturbado, por exemplo.
Exprimem-se através das emoções e têm uma ligação especial com o passado,
com experiências e vivências (as emoções estão ligadas sobretudo com situações
presentes).
EMOÇÕES SENTIMENTOS
Tem origem numa causa, num objeto; Não são observáveis, são privados e
relacionam-se com o interior;
São reações corporais específicas,
observáveis; Prolongam-se no tempo e são de menor
intensidade de expressão que as emoções;
São publicas e voltadas para o exterior;
Não se associam a nenhuma causa
São automáticas e inconscientes; imediata;
PROCESSOS CONATIVOS
O termo conação deriva da palavra latina conatione que significa empenho,
esforço, força de vontade associada a uma conduta deliberada, consciente e
dirigida para um fim – conjunto de processos ligados à execução de uma ação ou
comportamento.
Conação significa:
Dimensão intencional, empenhada e deliberada dos processos psíquicos.
Conação refere-se:
À dimensão psíquica proactiva (consciente e dirigida) da conduta.
Conação implica:
Esforço pessoal (vontade) em direção a um objetivo específico.
Conação liga-se aos conceitos de motivação e de vontade.
MOTIVAÇÃO E VONTADE
O desejo diz respeito à tensão para agir em direção a um fim que é forte de
satisfação. A motivação é uma força interior que impulsiona o organismo a agir
em direção a um objetivo. A vontade é a capacidade de optar livre e
conscientemente por determinada ação. O empenho é o interesse e o esforço
investidos numa ação.
TIPOS DE MOTIVAÇÃO
FRUSTRAÇÃO E CONFLITO