Savannah Heirs 2 - TAME (PAPA LIVROS) PDF

#EspecialFimDeAno2019
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Revisão Final:
Leitura Final:
Formatação:
Eu tenho um segredo,
tenho hematomas que ninguém pode ver e o sangue do diabo
correndo pelas minhas veias. Se eu quiser terminar o reinado de
meu pai, preciso ajudar Rocco Nomar com a filha.
Ela está quebrada, cansada. Uma coisa triste e bonita, com um

grande coração e olhos que me faz sentir como se estivesse me
afogando. Ela não é influenciada pelas políticas sociais de
Savannah, mas ela tem meu coração trabalhando o dobro.
Eu nem sabia que era capaz de amar. Não sou um homem que
pode ser domado. Mas Rachel Nomar pode mudar isso.
Enquanto o diabo em mim não a arruinar primeiro.
Aviso de Gatilho:
Nota dos autores:

Caros leitores,
Muito obrigado por ler Cruel e confiar em nós para

levá-lo a outro passeio, desta vez com Godfrey
Taylor.
Este livro aborda alguns temas obscuros que podem

desencadear gatilhos para alguns. Embora não haja
cenas explícitas de estupro, este livro mergulha
profundamente na mentalidade de uma garota que
supera um trauma dessa natureza. Esperávamos
escrever uma recuperação realista que a mostrasse
vasculhando as trincheiras do que aconteceu com
ela, mas saindo mais forte do que nunca. Também
queríamos mostrar que todos lidam de maneira
diferente, e o caminho de uma pessoa para o amor
próprio e a cura pode parecer diferente de outra.
Incluímos muitos temas difíceis neste

livro. Realmente queremos que você proceda com
cautela e entenda que este livro se concentra na
cura, não no ato.
Prólogo
Rachel
Cheira como nada.
Como a absoluta ausência de perfume.
Depois de semanas e semanas sendo mantida em

cativeiro em um porão com uma dúzia de outras garotas, um
mundo sem cheiro é um choque para meus sentidos. Estava
acostumada com o cheiro de suor, sexo e mijo. Também
estava acostumada ao som de gritos, gemidos e murmúrios
sussurrados, mas agora não havia som, exceto por um “bipe”
fraco e constante que faz minha cabeça girar. Isso me fez
lembrar da água pingando no porão em que fui forçada a
chamar de lar.
A falta de cheiro e o estranho “bipe” me tira do meu

estado congelado, onde pairo entre o sono e o nada. Gosto
desse lugar. Está quieto e seguro, e não queria sair ainda.
Sei que assim que sair, minha paz terminaria. Dentro dessa
dormência, a realidade e memória não podem me alcançar.
Sou intocável. Mas aquele maldito cheiro de nada... Sem
suor, sem sangue enferrujado e esgoto, é muito chocante
para ignorar. Exigindo mais esforço do que deveria, abro
meus olhos, minhas pálpebras se abrem como um envelope

lambido.
Uma luz brilhante me atinge como uma marreta. Tenho

que piscar várias vezes para meus olhos possam se ajustar
e possa ver onde estou. Olho em volta, tentando lembrar. O
quarto do hospital em que estou é branco puro. Azulejo
branco, paredes brancas, cama branca. É claro e limpo, tudo
ao que não estou acostumada. Tenho algemas nas pernas
que se enchem de ar a cada dois minutos, apertando minhas
pernas antes de esvaziar novamente. Devo estar deitada
nessa cama há um tempo se eles estão preocupados com
coágulos sanguíneos. Estou oxigênio enfiado no nariz e uma
pinça no dedo. Olho para os meus braços, onde eles
descansam em cada lado de mim, ataduras cobrem a ferida
que me marca.
Demora um segundo para lembrar porque aquelas

marcas estão lá, e minha respiração acelera, mas fico
congelada na cama. Tenho medo de que se me mover, a fome
começará — o desejo que eles me forçaram. Não ouso
levantar um dedo. Quanto mais cedo você se lembra da
necessidade, mais cedo ela te fode.
Não estou pronta para enfrentar o desejo ainda, então

me concentro nos meus outros sentidos. Me concentro na
dor como se fosse um farol. Sinto dor entre minhas pernas e
no meu estômago. Uma dor persistente que me lembra do
que mais eles me forçaram. Mas também não quero pensar
nisso, então faço um balanço do resto de mim.
Minha garganta está seca. Minha pele está rachada.

Meus cabelos opacos estão espalhados ao meu redor, e se
pensasse que contar os meus cabelos teria interrompido a
necessidade em construção, teria arrancado cada pedaço de

cabelo loiro da minha cabeça.
Mas a instabilidade se manifesta antes que possa

impedir. Tremo com pequenos tremores secundários que não
tem nada a ver com choque e tudo a ver com a droga que a
gangue de Johnny Jack havia forçado em minhas veias. O
desejo vem à tona em minha mente, me capturando com
uma necessidade constante. Odeio isso. Quero isso. Isso
consome minha mente, e me pego mexendo com a coceira.
Era o que eles queriam. Eles nos mantinham perseguindo as
doses para sermos complacentes. Nos faziam querer mais as
drogas do que querer escapar.
Aperto meus olhos contra a queimação que se acumula

atrás das minhas pálpebras. Paralelamente ao desejo, as
lembranças voltam como uma corrente de água da enchente.
Mas, diferente das drogas, não as queria. Eles continuaram
mesmo assim, me atacando com cada segundo vil e
consciente do meu cativeiro. Fui sequestrada, arrancada de
meu pai e marcada com as iniciais de JJ, e depois empurrada
em um porão úmido com outras meninas que estavam
perdidas demais para oferecer qualquer sensação de
conforto. Elas eram vendidas e compradas, o comércio
sexual é como uma porta giratória contínua. Mas eu? Eles
me mantiveram. Eu era a mensagem de Johnny Jack para
meu pai. Fui à vingança dele. Mesmo que o próprio JJ nunca
tenha me tocado, ele não precisava. Ele garantiu que
estivesse completamente arruinada uma semana depois do
meu cativeiro. Pick se certificou disso.
Assim que vejo o rosto de Pick na minha cabeça, meu

estômago revira com medo e ódio violento. Mal consigo me
inclinar para o lado da cama antes que o vômito saia de mim.
Bile ácida espirra no ladrilho, manchando o chão incolor.
Cuspo, tentando tirar o gosto da minha boca, antes de

me inclinar na cama novamente. Com a mão trêmula, puxo
o tubo de oxigênio das minhas narinas e limpo a boca,
respiro lentamente enquanto meus ouvidos zumbem com
meu sangue bombeado e os sons ecoantes do meu tormento.
De repente, o quarto do hospital está insuportavelmente

branco — brilhante demais para as coisas escuras que
continuam tocando a minha mente. Isso faz tudo parecer
muito pior, e descubro que não consigo recuperar meu
fôlego. Arranco meu IV e olho para a parede enquanto
minhas memórias muito altas assumem o controle. Estou
presa nelas, vulnerável sob as luzes do hospital, forçada a
repetir momentos que quero desesperadamente enfiar em
cantos escuros da minha mente. Mas, assim que entro em
pânico, sou forçada a ver todos eles sob os holofotes para
sempre, uma sombra corta minha sala vazia, me fazendo
respirar novamente.
Meus olhos se abrem, e lá está ele. Meu Salvador.
“Você está acordada!”, ele diz, de alguma forma

parecendo feliz e decepcionado. Lembro vagamente de ouvir
seu nome quando ele me puxou dos destroços do carro.
Godfrey Taylor. Cabelo loiro escuro e olhos azuis frios. Ele
ficou lá, olhando para o meu rosto suado, seu olhar
calculista e desconcertante. Olhar para ele faz todas as
tempestades de merda desaparecerem, então me agarro com
às duas mãos. Ele é bonito de uma maneira assustadora. O
desejo intenso que sinto de explodir uma veia e me perder
nas drogas novamente começou a desaparecer. As
lembranças ainda estão lá, e o vício ainda doí, mas Godfrey
é uma distração exigente.
Faço uma careta para ele. “O que você está fazendo

aqui?” pergunto, minha garganta queima enquanto as
palavras borbulham. Ele me estuda por um momento de
longe e depois entra em meu quarto antes de se encostar na
parede branca ao lado da minha cama com um tornozelo
apoiado no outro, e os braços cruzados sobre o peito
impressionante. Parece que ele não se importa com o mundo,
mas aqui estou morrendo aos seus pés.
“Estive aqui todos os dias. Esperando você acordar.”
Sua admissão me choca demais. Não o conheço, mas sei

dele. Savannah, na Geórgia, tem sua própria classe de elites,
e o garoto de ouro dos infames herdeiros é definitivamente
um deles. Além disso, seu pai tem alguns dos mesmos
“associados” que meu pai.
A primeira vez que vi Godfrey Taylor de perto, ele tinha

acabado de me tirar de um carro em chamas e estava
batendo nas minhas bochechas para me fazer parar de
gritar. Eu tinha uma alma quebrada e vidro na boca, veias
queimadas e cabelos cheios de fumaça. Mas ele me puxou
dos destroços, sem saber que estava mais destruída do que
aquele carro.
“Por quê?”. Pergunto novamente.
Me encarando com aquele olhar intenso e calculista

encolhendo os ombros, ele responde “Você é o que ela
poderia ter sido”.
Suas palavras me atingem como um soco, e recuo

contra o travesseiro. Ele está falando sobre outra garota, é
claro. A que Johnny Jack e seus homens levaram naquela
noite, empurrando para dentro do carro comigo. Eu também
não a conhecia, pois, todos estudavam na escola
preparatória, Smith Academy, enquanto eu não tinha

pedigree para saias xadrez e ginásios de milhões de dólares.
Fui à escola pública, então nossos círculos nunca se
cruzaram, exceto nos raros momentos em que nossas festas
no ensino médio convergiam. Já o tinha visto algumas vezes,
mas nunca nos falamos. Ele nunca olhou para mim antes.
E, no entanto, ele estava lá em um dos momentos mais
cruciais da minha vida. Ele foi o único a me tirar do carro e
marcar o fim do meu tormento.
Enquanto estudávamos um ao outro agora, vejo que ele

não é um cavaleiro de armadura brilhante. Ele nem está
realmente aqui por mim. Ele está aqui para ver o que a outra
garota quase se tornou. Não estou chateada, mas fico
intrigada com a maneira como ele olhou para mim. Godfrey
não olha para mim com pena ou mesmo nojo, mas com
irritação. Sobre o que ele pode estar irritado, não faço ideia,
mas quero descobrir.
“Obrigada”, consigo dizer, quebrando o silêncio entre

nós.
Ele não aceita minhas palavras. Em vez disso, diz: “Você

é próxima do Rocco?”
Bufo sem humor enquanto subconscientemente me

remexo. “Meu pai é a razão de estar aqui”, rebato.
“Isso não responde à minha pergunta.”
Sua curiosidade me irrita, mas me encontro

respondendo de qualquer maneira. “Sim, nós éramos
próximos. Agora? Agora não sei o que somos…” admito.
Quando seus olhos disparam, sigo seu olhar para onde

estou, subconscientemente cutuco as ataduras no meu
braço, estou cutucando minha pele, desejando que fosse

uma agulha me cutucando em vez de minhas unhas. No
momento em que começo a pensar sobre isso novamente,
minhas veias começam a queimar. Olho ao redor da sala,
como se uma seringa cheia de heroína pudesse aparecer de
repente.
Godfrey nota aonde minha mente foi, porque vejo à

mudança nele quando ele observa as marcas nos meus
braços e o desdém desesperado no meu rosto. E assisto seus
olhos passar da medição ao desprezo. Isso me faz sentir
vergonha. Mas porque me importo com o que ele pensa de
mim? Ele não me conhece. Ele não sabe o que passei ou
como as drogas eram meu único alívio. Havia algumas coisas
que não podia mudar, mas aquela maldita agulha me ajudou
a esquecer, foi a única bênção que me foi oferecida naquele
maldito porão.
E, no entanto, não quero que ele me olhe assim.
“Não vá?”
Meu pedido soa como uma pergunta. Aprendi a dominar

a arte de implorar. Durante semanas, meu dia começava com
uma exigência. Eu exigia ser libertada. Eu exigia comer algo
diferente de barras de proteína e pão mofado. Exigia que eles
me deixassem ir e parassem de violar meu corpo quebrado.
E todo dia terminava com destruição. Mendigar não me

ajudou, mas fazia de qualquer maneira. Implorei, lutei,
raciocinei e cedi. Todas as ações e reações eram como uma
moeda que negociamos, tentando encontrar a combinação
certa para recomprar nossas vidas. Mas isso nunca foi
suficiente. Aqueles homens foram dessensibilizados para
lágrimas, gritos e ameaças. Eles não se importavam que eu
estivesse morrendo lentamente no colchão podre deles.
E, assim como os homens que não me deixaram ir,

Godfrey zombou da minha tentativa patética de querer algo
que o mundo inevitavelmente me negaria quando meu
pedido inútil pairou no ar entre nós. “Normalmente, tenho
meu pau na boca de alguém quando estão me implorando
para ficar”. As palavras grosseiras de Godfrey são um choque
para o meu sistema. Coço meus braços. Minha pele está em
febre. Minha mente parece um túnel, mas não há luz no
final.
“Você é nojento”, respondo em um bufo, raiva

sangrando através de mim, me dando um vislumbre da
pessoa que era antes.
Ele sorri. “Acenda o fogo, Rachel Nomar. É a única

maneira de sobreviver…”, responde antes de se afastar da
parede e ir embora.
Sinto pânico irracional a cada passo que ele dá. Não

estou pronta para ele sair. Godfrey é um idiota, mas ele ainda
me salvou. Minha mente ainda está distorcida e vulnerável o
suficiente para pensar que ele poderia continuar me
salvando. Minha alma quer um salvador, mas sou consciente
com a minha sorte, recebi um diabo que não está interessado
em proteger ninguém.
“Vou ver você de novo?” Pergunto antes que ele possa

sair pela porta.
"Provavelmente não."
"Por que não?"
Godfrey suspira e se vira para me olhar da porta. A

expressão em seu rosto diz que minha pergunta o incomoda.
“Porque isso não significou nada. Salvei você porque era
conveniente para mim. Fiquei porque estava curioso. Mas

agora vejo que você é apenas uma drogada com problemas
com o pai. Não há nada de especial em você.”
Ele sai sem olhar para trás e, naquele momento, todos

os barulhos dentro da minha cabeça e as lembranças
sombrias e que me atormentam — sou capaz de empurrar de
volta. Até minhas veias não ardem tanto quanto minha
indignação furiosa. Agora, estou focada em outra coisa. Ia
provar que Godfrey Taylor estava errado.
Capítulo Um
Godfrey
Uma Pessoa é tão forte quanto sua necessidade de

validação. Gosto de fazer as pessoas passarem fome somente
pela reação que elas anseiam. Os mantenho adivinhando e
questionando a si mesmos até que não passem de ossos e
decepções. A sobrevivência é fluida, e tenho experiências
suficientes nas costas para saber que se não as quebrasse,
elas me quebrariam.
Acordo com a necessidade de fugir. Meu pai estava

respirando no meu pescoço desde o acidente, e preciso sair
de Savannah por um tempo. Sei que nunca poderei escapar
permanentemente do imbecil, mas vou para minha segunda
casa — Jacksonville. Apenas a duas horas de carro, é o local
mais próximo para corridas de pôneis. Andar até o estádio
azul-claro faz meu sangue queimar com a necessidade de
engordar meu bolso. Tenho um pouco de reputação nas
corridas. Como tudo na minha vida, sou conhecido por
vencer. Alguns podem até dizer que a sorte veio
naturalmente para mim. Pena que não tive sorte onde isso
realmente precisava.
Há uma multidão. Posso sentir seus olhos gananciosos

em mim. Alguns deles até se empurram e amontoam atrás
de mim para ouvir o que direi. Os bastardos ratos querem
saber qual aposta que farei. Costumo me sentir lisonjeado
por sua fé em mim, mas agora estou me irritando por sua
falta de inteligência.
“Venha garoto. Não tenho o dia todo.”
Tenho que controlar meu desdém. O homem que aceita

apostas aparentava comer comida no posto de gasolina e não
lavar o pente desde os anos oitenta. Ele é obviamente novo
aqui para estar falando comigo assim. A única razão pela
qual não o coloquei em seu lugar ali mesmo foi porque fazia
um tempo desde que estive aqui. O pôquer é o meu jogo de
sucesso, mas isso não significava que minha reputação de
vencer nas corridas tinha se dissolvido. Às vezes, preciso de
um tempo para analisar as pessoas. O pôquer é baseado todo
nas expressões faciais e nas narrativas, mas as corridas de
pôneis nada mais são do que bestas e criação — assim como
Savannah, na Geórgia.
“Sessenta no Califórnia Chrome”, falo enquanto mastigo

o chiclete que há muito tempo perdeu o sabor. Mamãe
costumava dizer que nasci apertando minha mandíbula, e
minha amiga Scarlett mantém um suprimento infinito de
chiclete em sua bolsa para ajudar com as dores de cabeça
provocadas pelo hábito involuntário. Ela é uma coisinha
pensativa. Não mereço isso.
“O mínimo é um valor alto”, diz o homem que aceita

apostas, revirando os olhos, pois não tem a menor ideia de
quem sou. Bem, ele aprenderá em breve. Eles sempre
aprendem.
“Eu gaguejei, porra? Sessenta mil, idiota.”

Bato a pilha de dinheiro que roubei do cofre do querido

pai no balcão gasto. Estou pegando e repondo há anos,
escondendo meus ganhos em uma conta no exterior que de
forma interessante, está rendendo bastante. Cada dólar que
ganho ou recebo significa que estou muito mais perto de
poder sair.
Sei que, se pedisse, meus amigos me emprestariam o

dinheiro, mas gosto do risco. Adoro ser autossuficiente. E
com o tempo, as corridas se tornaram uma espécie de droga.
Meu é viciado em violência e chantagem. Sou viciado em
ganhar dinheiro e na ideia de dar o fora daqui. Somos mais
parecidos do que quero admitir.
De repente, todos começam a fazer apostas idênticas às

minhas. Quase dei risada de como eles são estúpidos. O
mundo está cheio de seguidores, mas não sou um líder, sou
apenas alguém que todos pensam que quer ser. Homens
adultos, com barrigas enormes e carteiras magras, passam
um pelo outro. Um cara até roça meu braço como se uma
parte da minha fortuna pudesse passar para ele. Filho da
puta patético.
Saio com as mãos nos bolsos, deixando a cena para trás

quando ouço pessoas murmurando meu nome. Sorrio com o
olhar no rosto do cara quando ele percebe quem sou. Ele
provavelmente está prestes a cagar nas calças agora que
sabe. Saio e começo a descer as escadas, respirando o ar que
cheira a merda e feno. Me acostumei a isso. Até associo isso
à liberdade.
Não me incomodo em sentar com o resto dos viciados e

imbecis que estão bebendo cerveja morna e barata e
mascando tabaco. Tenho um lugar de sorte na arena, um
canto traseiro escondido do mundo que tem uma excelente
vista das pistas. Mas, enquanto caminho, noto um homem

parado no meu lugar. Ele está debruçado, com os braços
apoiados no parapeito enquanto observa os cavalos na fila
deles. O reconheço imediatamente. Não é outro senão Rocco
Nomar.
Observo por um momento, noto como ele morde o

interior de sua bochecha. O bastardo está nervoso com
alguma coisa. Normalmente, me viraria e me afastaria
porque esse é um dos poucos lugares em que encontro paz
— o único lugar onde posso assistir a maldita corrida e
escapar dos pensamentos sobre minha família fodida e como
preciso sair dessa cidade fodida. Mas a maneira como seus
ombros rígidos praticamente toca seus ouvidos por tensão
me deixa curioso. E a curiosidade sempre superou a paz.
Está no meu sangue.
“Rocco”, digo em saudação e avanço para ficar ao lado

dele.
Me inclino contra uma viga de metal segurando o

segundo suporte. Tinta vermelha lascada cai em pequenos
flocos aos meus pés. Essa maldita arena é velha e decrépita,
nada como as mais chiques que outras cidades podiam se
orgulhar. Mas gosto da coragem. Gosto que é real. Este foi o
lugar aonde os verdadeiros jogadores vieram. Os que tinham
tudo a perder e colocavam tudo em risco porque os tiravam.
Os lugares chiques? Aquelas eram apenas para aparências,
para que homens com contas bancárias longas e paus curtos
pudessem se exibir. Não aposto para me exibir. Nem aposto
porque é viciante. Aposto porque sempre gostei de jogar com
apostas.
“Costumava vir muito aqui”, o bastardo finalmente diz.

Não sou um grande fã dele. Principalmente porque ele é

um pai de merda. Ele estava envolvido em uma guerra com
Johnny Jack, e sua filha foi levada por causa disso. Olhar
para ele me lembrou meu próprio pai de merda, mas também
me lembrou de como ele tinha nos fodido e não tinha ajudado
a emboscar os homens de JJ como ele havia concordado.
Meus amigos e eu quase fomos mortos por causa dele.
Scarlett quase acabou como sua filha, Rachel, e o odeio por
isso. Ele demorava um pouco para chegar quando era
conveniente para ele.
A única razão pela qual não joguei meu mão na cara

dele naquele momento é porque quero saber por que ele está
aqui. As pessoas sempre mostram suas verdades
eventualmente. Rocco é um bastardo de proporções épicas,
e não estou disposto a deixar um desses problemas entrar
na minha vida e exigir coisas de mim. “Costumava ficar neste
mesmo lugar”, ele me diz. Quase bufei. Todo mundo sabe que
esse é o meu lugar. Se ele estivesse procurando um momento
de nostalgia, ficará preso cheirando merda de cavalo
sozinho.
Rocco e eu ficamos ali, observando a arma disparar e os

portões se abrirem, deixando uma dúzia de cavalos de raça
pura decolar como uma bala de uma pistola. Os observo
correndo, esperando Rocco sair. As pessoas nas
arquibancadas começam a gritar, ficando excitadas com a
energia. Sempre achei hilário que as pessoas gritassem
assim. Era como se eles acreditassem que seus gritos fariam
as feras correrem mais rápido. Esses animais foram
treinados para correr. Para eles, é mecânico. Automático.
Eles nasceram para isso. Um estalido duro do chicote, e eles
se vão. Como tudo no mundo, eles eram motivados pela dor.
É realmente fodido.
Nós dois assistimos à corrida em silêncio. Não tive

nenhum problema em não falar, e ele também não pareceu
ter. Posso sentir que somos parecidos dessa maneira, mesmo
que não queira ser nada como Rocco Nomar. Ainda assim,
nós dois queremos ver se a outra pessoa revelaria algo útil
primeiro. E estou com vontade de ser o primeiro.
“Por que você está aqui, Rocco?” Pergunto enquanto

observo o Califórnia Chrome subir para o segundo lugar. Ele
já parece cansado, seus músculos tensos enquanto seus
cascos batem na pista arenosa.
"Minha filha."
Sua filha. Deveria saber. A garota é memorável, direi

isso a ela. Tem algo nela que não consigo ver. Me pego
pensando nela de vez em quando. Quando saí e fui
mancando até o carro destruído para puxar ela para fora,
pensei que estava puxando Scarlett. Quando vi que era uma
estranha, quase a deixei para procurar Scarlett, mas o grito
de Luis me disse que ele a havia pegado. Puxei Rachel o resto
do caminho, longe do fogo e do metal mutilado, e assim que
ela chegou, ela começou a gritar assassino sangrento. Seus
gritos se misturaram com o trovão, e o brilho de seus olhos
selvagens se iluminaram com o raio. Ela era uma força, mas
estava arrasada, e as pessoas quebradas inevitavelmente
cortavam todos ao seu redor. Por isso, no momento em que
Bonham saiu do hospital, eu a deixei para trás como o
problema que sabia que ela se tornaria. A atração que senti
por ela era perigosa, e já apostei em melhores chances do
que com isso.
“Eu vi você no hospital com ela. Ela falou com você. Ela
não tem conversado com ninguém ultimamente”, Rocco
admiti. Isso deveria me fazer sentir especial ou alguma

merda? “Ela só me dá uma ou duas palavras aqui e ali.”
“E?” Pergunto impaciente. Ele está tentando interpretar

minhas emoções e está falhando miseravelmente nisso. Sei
muito bem que Rocco não estava no quarto de hospital
conosco, porque então ele teria me ouvido chamar ela de
drogada com problemas com o pai. Acho que isso não teria
terminado tão bem.
Vejo um lampejo de raiva cruzar as feições envelhecidas

de Rocco e tenho que reprimir um sorriso em triunfo. Rachel
é sua fraqueza e sempre será. Embolsei essa informação
como se valesse mais do que os sessenta mil que apostei no
Califórnia Chrome. Foi algo que aprendi com meu pai.
Sempre descubra quais são as fraquezas das pessoas. Dessa
forma, quando você precisar jogar sua carta, sabe no que
apostar.
“Então, acho que podemos chegar a um acordo”, Rocco

diz ameaçadoramente. “Vou ser sincero com você. Ela
responde a você por algum motivo. Talvez porque você a
puxou dos destroços. Talvez porque você não a conheceu…
antes. Ou talvez apenas porque você é um herdeiro do
caralho. Não sei por que e não me importo. Mas o que me
importa é garantir que minha menina passe por isso…” ele
diz com sua voz grossa. “Não apenas quero que ela se abra.
Estou preocupado com ela. Matei aquele filho da puta, JJ,
mas há uma fila de homens esperando para tomar o lugar
dele. Eles estão me procurando. Eles estão procurando por
ela. Todo mundo sabe que eu e meus homens matamos JJ e
sua equipe. Estamos em guerra, garoto.”
"E o que? Você está tentando me convocar para o seu

pequeno exército?”
“Estou aqui para fazer um arranjo. Não posso colocar

ninguém com ela. Todo mundo na rua conhece meus
homens, então não pode ser nenhum deles. E não confio em
outras pessoas de fora. Mas aos olhos dela, você a salvou.
Ela confiará em você. Quero que você a faça falar.”
Estou ficando realmente cansado de homens poderosos

pensando que eles podem fazer acordos comigo. Tudo
começou com um acordo com meu pai, e aqui estou eu, uma
concha de quem costumava ser e sempre colocando meus
amigos em perigo. Ainda posso ver o corpo quebrado de
Scarlett naquele acidente de carro e Bonham mole com dores
que ele provavelmente sempre terá.
“Eu não faço acordos. Mas estou curioso sobre o que

você precisa que ela fale, então estou ouvindo”, respondo.
A multidão começa a gritar quando o Califórnia Chrome

cai para o terceiro lugar. Ele está ansioso demais do lado de
fora do portão e não tem resistência para realmente vencer.
Ainda bem que cheguei aqui cedo e meu cara fez outra
aposta sem que ninguém assistisse. Quinze mil do meu
próprio dinheiro em Savannah Smiles, que tinha entrado
primeiro e está se fortalecendo. Não me importo em perder o
dinheiro do meu velho pai para trabalhar em meu próprio
lucro. Minha aposta pública não foi feita de imediato. Não fiz
nada de imediato. Uso minha reputação para mudar as
probabilidades. Fiz de Savannah Smiles o oprimido em que
ninguém apostou, o que significa mais dinheiro para mim.
Agora, como muitos haviam seguido minha aposta pública e
depositado seu dinheiro no Califórnia Chrome, essa perda de
sessenta mil dólares não é nada comparada com o que meus
outros ganhos serão. Otários.
Rocco me dá um olhar impressionado. “Você acha que

não faço minha lição de casa? Sei que seu pai trabalhou com
JJ. Também sei que você odeia o filho da puta...” ele diz, e
meus ombros enrijecem. “Você quer tirar ele e a gangue de
JJ de suas costas. Eu também. Compartilhamos um
interesse mútuo.”
“A última vez que compartilhamos um interesse mútuo,

você nos deixou encarando Johnny Jack sozinho. Por que
diabos devo confiar em você agora?”
Ele inclina a cabeça. “Você é inteligente demais para

confiar em mim sem algumas garantias. Vou mostrar
minhas operações e dar a você um presente de boa-fé… Vai
levar um pouco de trabalho de sua parte, mas aposto que
você está pronto para o desafio.”
Olho para Rocco, procuro qualquer engano escondido

sob sua superfície enrugada. “E me diga de boa-fé, como você
planeja derrubar meu pai e o resto da gangue de JJ?”
“Você me deixa se preocupar com isso. Você se preocupa

com Rachel…” ele diz.
“Você ainda não me disse o que quer dela.”
Ele vira o corpo para mim e me olha nos olhos. “Preciso

de nomes, e ela não vai me dar. Quero conhecer os filhos da
puta que a machucaram para que eu possa acabar com eles”,
ele cospe, seus olhos ardilosos com fúria e determinação.
“Mas toda vez que pergunto, ela cala a boca novamente.
Aqueles filhos da puta a bombearam com drogas, abusaram
dela, a mantiveram como um cachorro em um canil…” Suas
palavras são cortadas quando ele tenta em vão falar sem
emoção. Assisto sua garganta subir e descer várias vezes.
“Pegue os nomes e vou ajudar você. Esse é o acordo…” ele

finalmente termina.
Me afastando, volto a olhar para a pista assim que

Savannah Smiles cruza a linha de chegada primeiro. A
multidão explode em um caos irritado enquanto calculo
mentalmente meus ganhos.
“Por que você acha que ela vai falar comigo?” Pergunto
sem olhar para ele.
“Ela já falou com você naquele hospital mais do que

comigo desde que chegou em casa.”
“Provavelmente porque você é a porra da razão pela qual

ela foi levada em primeiro lugar", demoro a falar.
Ele fica rígido, e vejo as tatuagens desbotadas em seus

braços saltarem da tensão. “Procurei em todos os lugares por
ela”
O corto. “Mas você não a encontrou. Nós fizemos. Foi só

por nossa causa que você soube que ela estava naquele
carro. Porque você nos fodeu e não apareceu quando disse
que ia.”
Ele range os dentes, fazendo os músculos de sua

mandíbula estalar. "Já chega. Você pode ser um dos
herdeiros, mas não tem mão de obra para derrubar o resto
da multidão Macon. Esse arranjo ajuda a nós dois…” ele me
lembra. “Quero retribuição. Quero que ela seja capaz de sair
de casa sem olhar por cima do ombro.”
“Então vá embora! O Macon Mob tem um alcance

bastante amplo, mas você pode ir. Comece de novo em outro
lugar…” ofereço, já sabendo a resposta. Rocco ama sua filha,
mas também ama seus negócios. Sempre foi assim. E o

orgulho dele? Ele ama muito isso também, e o Macon Mob
tinha cuspido por toda parte.
“E deixar eles fugirem com o que fizeram com ela?” Ele

pergunta, balançando a cabeça. "Não. Vou fazer esses filhos
da puta pagarem. Além disso, os negócios são bons aqui. Não
vou arrancar nossas vidas e deixar eles ganharem. Será bom
para minha garota se ela souber que esses idiotas estão
enterrados. Ela está… frágil agora.” Tenho que rir disso. Pelo
que tinha visto dela, ela estava longe de ser frágil. Ela havia
sobrevivido a abusos e um acidente de carro mortal. A garota
pode aguentar levar um golpe.
“Não confio em você”, digo com um encolher de ombros.

Não confio em ninguém, exceto nos meus amigos.
“Não espero que você confie. Mas lhe darei dinheiro

suficiente para sair desta cidade fodida", ele diz, despertando
meu interesse. “As pessoas por aqui dizem que você tem um
problema de jogo, mas não acho isso. Acho que você tem um
problema com o seu pai. Você está acumulando para dar o
fora daqui. Darei a você dinheiro suficiente para sair de vez…
depois que eu receber esses nomes."
Ele fala sobre problemas com o pai, logo ele que é um

problema como um pai.
Mal conheço Rachel, mas sei que isso não será uma
tarefa simples. Especialmente dada a nossa última conversa.
Ainda assim, tenho que admitir que o acordo funcionava a
meu favor. Tudo o que tenho que fazer é fazer ela falar os
nomes dos filhos da puta que a machucaram, e Rocco
cuidaria de nossos inimigos comuns e me dará dinheiro? Não
vou receber uma oferta melhor do que isso.
Olho de volta para Rocco, catalogando suas fraquezas

com tudo o que tenho, tentando procurar por incertezas.
Mas, em vez de decepção, ele parece desesperado. Ele parece
um filho da puta miserável, preocupado tanto com a filha
que não se importa em estar me mostrando sua
vulnerabilidade. Também não acho que ele realmente espere
que eu seja bem-sucedido. Ele veio aqui como um esforço de
última hora e não tem nenhuma intenção de que eu tenha
sucesso. Ele só quer um motivo para dizer a si mesmo que
realmente tentou. É o que as pessoas fazem. Eles perseguem
sonhos sem esperança e dizem si mesmos que fizeram o que
podia. Rocco sabe que sou idiota o suficiente para recusar,
apesar dele ter me oferecido tudo o que quero em uma
bandeja de prata.
Então faço o inesperado.
"Tudo bem, velho. Vou aceitar. Vou pegar esses nomes

dela. Mas quero ajudar a derrubar eles.”
Como esperado, a boca do pobre bastardo se abre de

surpresa por um momento. Posso ver as rodas girando atrás
de seus olhos. Há um lampejo de arrependimento. Um senso
de esperança. Todas aquelas pequenas nuances que o
tornam um pai de merda e um aliado falso cruzam o rosto
abatido com uma vingança. Então ele volta ao
comportamento calmo que ele finge ter quando o encontrei
aqui. “Vou mandar o meu cara lhe enviar um endereço. Você
está fora da escola para as férias de primavera, certo? Nos
encontraremos amanhã."
Balanço a cabeça uma vez e depois saio sem outra

palavra. Tenho um agenciador de apostas para ver e um
deslizamento no bolso para fazer. Eu sozinho, fiz centenas
de pessoas perderem milhares de dólares, e esse pensamento
me faz sorrir. Posso sentir os olhos de Rocco nas minhas

costas enquanto me afasto, e sei exatamente o que ele está
pensando. Ele veio aqui tentando encontrar um salvador
para sua filha.
Pena que ele apenas a deu para a porra do diabo.

Capítulo Dois
Rachel
Alguém me disse uma vez que as pessoas mais fortes

sangram em silêncio — que aplaudir seu próprio crescimento
é para os fracos. Talvez isso fosse verdade, porque não
preciso gritar sobre a minha dor. Minha recuperação é mais
como um sussurro. Estou agarrada ao último pedaço de
controle que tenho com os dentes cerrados e as RESPOSTAS
silenciosas. Estou segurando minhas cartas no peito e não
mostrando minha mão. Isso está deixando meu pai louco.
Ele não tinha dominado a arte do controle como eu. Ele

não sabe que a conversa é perda de tempo. Estou
determinada a ser uma mulher de ação agora, mas ainda não
tinha sido capaz de agir. Não com meu pai respirando no
meu pescoço e as minhas memórias me perseguindo. Na
maioria dos dias, acordo pensando que ainda estou naquele
porão.
“Você quer waffles no café da manhã?” Meu pai

pergunta enquanto está na cozinha, já puxando tigelas para
misturar a massa.
Ele sabe que a pergunta era retórica. Sempre quis

waffles. Mas não respondo, porque sei que ele está usando
todos os meios necessários para que eu fale. Estou mantendo
a boca fechada por semanas. Ou talvez seja meses, não
consigo lembrar. O tempo é outra daquelas coisas que parei
de acompanhar desde que fui capturada. Não havia relógios
para marcar o tempo que passava quando estava presa pela
gangue de J.J. Apenas um fluxo interminável de miséria e
medo.
Minha mãe costumava fazer os melhores waffles. Ela

colocava todos os tipos de coisas neles. Pedaços de chocolate.
Amoras. Bananas. Às vezes até batata-doce e canela. Era a
minha comida favorita, e meu pai as fazia todos os dias desde
que recebi alta da reabilitação. Apenas o pensamento de
reabilitação me faz coçar os braços novamente. Ainda quero
um resultado. Esse desejo arranhado cravou as unhas nos
meus ombros e montou nas minhas costas. É um peso que
não consigo ignorar.
Papai olha quando raspo minhas unhas ao longo da

minha pele com tristeza. Sim pai. Sua filha é uma maldita
viciada. É um pouco irônico que a droga que matou minha
mãe fosse à única coisa que me manteve viva no buraco do
inferno do anel subterrâneo de Johnny Jack. A dormência
que ela ofereceu tinha sido minha melhor amiga. O alto, meu
único alívio.
“Quero que você venha comigo hoje ao armazém”, meu

pai diz em voz baixa antes de quebrar alguns ovos na tigela.
Ele me olha, observando minha expressão esperando uma
resposta. Não movo uma polegada. Não arregalo meu olho e
não termo meus lábios. Ele sabe que odeio aquele lugar
maldito, mas não estou disposta a mostrar o quanto isso me
afeta.
“Por quê?”, pergunto em uma resposta calma e fria.

“Você não me deixou sair de casa desde que voltei. Você está
até me fazendo terminar o último ano online”, falo. Ele levou
sua superproteção a um nível totalmente novo, e é a
principal fonte de conflito em nossa casa. Não sou idiota. Sei
por que ele fez isso, mas na maioria dos dias, ainda sinto que
estou em cativeiro. Fui do porão de JJ para o hospital, para
reabilitação, para casa. Sempre tem alguém por perto para
ficar de olho em mim, e nunca tinha permissão para sair
sozinha. Sei que é porque o resto da multidão Macon ainda
está lá fora, se reorganizando. Eles estão procurando por
nós. Procurando por mim.
"Acho que pode ser bom para você", meu pai responde.
“Você fica dizendo o quanto quer sair de casa. Bem, agora é
sua chance. Além disso, há alguém que quero que você veja.”
"Não", respondo. Não quero ir lá. Seu maldito armazém,

suas operações, foi a razão pela qual Johnny Jack veio atrás
de mim. Para ensinar uma lição ao meu pai.
“Sim.” Meu pai derrama a massa na máquina de waffles

e a fecha com força, e segura as bordas da chapa como se
quisesse enfiar os dedos dentro da chapa quente e queimar
sua pele. "Nunca quis que você se machucasse, Rach", ele
sussurra sem olhar para mim. Ele não é do tipo que olha nos
olhos de uma pessoa quando se desculpa.
"Bem, mas fui", respondo antes de me levantar. E a

culpa foi sua, quero acrescentar. Mas eu não faço.
Não quero ir ao armazém; meus planos envolvem deixar

a equipe de segurança do lado de fora da minha casa para
encontrar alguém. A súbita insistência do meu pai de que vá
trabalhar com ele muda as coisas. Vou até o meu quarto para
me vestir e elaborar um plano.
Todo mundo no armazém usa roupas escuras, então

escolho um vestido branco de verão que mostra meus
ombros onde está a marca de Johnny Jack. Sei que é errado,
mas gosto que meu pai tenha que ver. Ele se ofereceu para
me levar a um cirurgião plástico, mas decidi que só vou me
livrar disso quando me vingar. Até então, serve como um
lembrete da minha missão. JJ havia gravado suas iniciais no
peito do meu pai no dia em que ele me sequestrou. Ele me
forçou a ouvir os grunhidos de dor de meu pai, a ver como
seu sangue escorria pelo chão. Só não sabia que em breve
teria uma marca compatível.
Ainda consigo me lembrar do dia em que JJ colocou o

metal quente na minha pele, me marcando como sua
propriedade por toda a eternidade. Não estava nem chapada.
Johnny Jack fez isso de propósito. Não estava autorizada a
ficar entorpecida para essa parte. Ele queria que eu sentisse
tudo enquanto suas iniciais queimavam na minha pele. Se
me concentrar o suficiente, ainda posso sentir o cheiro da
minha carne queimada, sentir as gotas de sangue criando
listras vermelhas nas minhas costas.
Além de suas iniciais, meu vestido de verão também

revelava as faixas dos meus antebraços, de onde aquele
bastardo, Pick, bombeava sua própria mistura especial do
que ele gostava de chamar de "Cooperação" em minhas veias.
Meu médico chamou de heroína. Mas era o meu conforto,
então eu chamei de waffles.
Pego o cabelo longo e loiro que Pick adorava puxar tanto,

e o torço em um coque. Não me incomodo com maquiagem.
Meus cílios grossos e lábios carnudos realmente não
precisam de ajuda. Sou uma garota bonita e, de certa forma,
me ressentia dos genes de minha mãe. Isso só piorou tudo
no porão. Garotas bonitas sempre eram destruídas por

homens poderosos.
Sento na penteadeira do meu quarto e me olho no

espelho. Mantenho todo o barulho do meu cativeiro
enterrado sob meus olhos. Não posso deixar sair ou iria
assumir o controle, então o mantenho trancado lá. Às vezes
é um zumbido, mas geralmente é um rugido. É
ensurdecedor, então o silêncio. É a única maneira de evitar
me encolher.
Era como quando eu era criança, sentada na minha sala

de estar, de bruços no tapete, páginas de dever de casa ao
meu redor com desenhos animados sendo exibidos na TV.
Enquanto o som da TV soasse, não conseguia focar. Mamãe
sempre entrava, me surpreendendo enquanto estava
distraída. Ela virava o áudio para silenciar para mim, e só
então eu finalmente conseguia pensar o suficiente para
terminar. É assim que estou lidando com a realidade agora.
Mudei a merda da minha vida. Mas, na verdade, é apenas
uma questão de tempo antes que o som fosse ligado
novamente.
Meu telefone toca e olho para baixo para verificar.
Desconhecido: Ainda estamos marcados?
Mordo meu lábio. Estou nervosa com essa reunião por

semanas. Olho para as marcas nos meus braços, contando
as linhas. Deixo as bordas irregulares das minhas unhas
cutucar e arranhar contra a pele estragada. Costumava ser
suave e perfeita, mas agora tenho cicatrizes para mostrar o
que Johnny Jack e seu Macon Mob fizeram comigo. Pick
gostava particularmente de me marcar. Ele afundava a
agulha na minha pele e depois lambia o sangue que escorria
por lá. Ele tinha dois olhos de cores diferentes e um dedo
faltando na mão esquerda, e o odeio mais do que qualquer

pessoa no mundo inteiro.
Tentei esfaquear seu rim com uma agulha na primeira

vez que ele abaixou a calça. A droga tomou conta de mim
rapidamente, me deixando enfraquecida. Mas gritei. Muito.
Esse é o barulho que está mais enterrado dentro de mim.
Apenas um grito interminável, de gelar o sangue. Sem
quebrar. Sem pausa. Não havia como parar para respirar.
Apenas um grito, continuando sem parar.
Passo o dedo pelo telefone com determinação renovada.

Agora não é hora de recuar ou fugir assustada.
Rachel: Vejo você lá.
Ouço meu pai chamar meu nome e pulo um pouco,

antes de guardar meu telefone no meu vestido. Devo estar
piscando, porque meus olhos estão ardendo. Movo meu olhar
do meu reflexo para a porta, o vejo parado lá.
"Rachel?" Meu pai diz novamente.
Levanto uma sobrancelha loira, esperando.
“Eu chamei você. O café da manhã está pronto.” ele me

diz. Observo enquanto seus olhos correm sobre a minha
escolha de roupas. Seus lábios afinam e as rugas entre as
sobrancelhas se aprofundam. "Por que você não veste outra
coisa?"
Em vez de responder, me levanto e vou em direção à

porta, pego um par de tênis cano alto antes de passar por ele
ao sair. Ele segue meus calcanhares como um Chihuahua
ansioso, latindo para mim todo o caminho de volta para a
cozinha.
Sento à mesa de madeira e, embora os waffles no prato

à minha frente agite meu estômago, me forço a cortar um
pedaço e dar uma mordida. Tem gosto de fogo e desce como
cinzas. Eles se unem na boca do meu estômago para
alimentar meu próprio inferno.
Enfio pedaço após pedaço dentro enquanto meu pai se

senta ao meu lado em silêncio, me observando pelo canto do
olho e alimentando seu próprio combustível.
"Vou para o armazém mais tarde, ok?" Falo, cuidadosa

mantendo meu rosto impassível. "Estou pensando em ligar
para o terapeuta e falar com ela", minto enquanto tento
manter minha voz firme. Meu pai podia ver uma mentira a
uma milha de distância, mas também podia ficar cego.
Pretendo usar isso a meu favor.
Ele me lança um olhar especulativo, e rezo para não

colocar isso muito grosso. Prendo a respiração, e espero para
ver o que ele dirá. Preciso dele fora de casa para ter alguma
esperança de fugir.
"Tudo bem", ele finalmente diz, "Mas vou enviar um

carro para buscar você assim que terminar."
“Não preciso de uma carona. Também posso dirigir até

lá.”
Ele já está balançando a cabeça antes que possa

terminar de falar. "Não. Você não vai a lugar nenhum sem
uma escolta.”
"Você não pode me manter trancada nesta casa para

sempre."
Seus olhos cinzentos de aço se erguem para os meus.

“Eu posso e vou. Até que nossos inimigos estejam no chão,
você será vigiada. Não vou arriscar que te levem de novo.”
"Isso poderia acontecer mesmo com vocês tomando

conta de mim", aponto. “Inferno, eles me levaram enquanto
estava com você. Não estarei segura até que estejam mortos.”
"Então me diga o nome deles, porra!", grita, batendo

com o punho na mesa e me fazendo recuar. “Diga quem
machucou você, para que possa acabar com isso. Vou
colocar todos no chão. Só preciso que você me diga,
Rachel...” ele diz, seus olhos de aço brilhando.
Aperto meus lábios, recusando a dar o que ele quer. Não

posso nem que ele queira. Não tenho nomes. Não reais, de
qualquer maneira. Tive dor. Tenho a crueldade de Pick
revestida na minha pele e enterrada em minha mente.
"Realmente preciso falar com a Dra. Taffy", digo. Sim.

Minha terapeuta, mas talvez não seja uma legítima
terapeuta, acho que ela forjou isso.
Meu pai olha para o chão como se estivesse esperando

que nossos inimigos estivessem lá, prontos para ele passar
por cima. Ele não ia deixar eu sair sem ele, a menos que o
convença disso, então sou forçada a pegar meu telefone e
ligar para a Dra. Taffy.
Ela atende no terceiro toque. "Olá", ela diz.
"Ei, doutora", respondo com relutância. Na verdade, não

gostei da minha terapeuta. Suas conversas comigo, são
tediosas e estagnadas, mas ela está se mostrando útil no
momento.
"Estou surpresa que você ligou, querida", ela diz. "Tudo

certo?"
“Um segundo.” Olho pro meu pai, e ele suspira em

frustração e passa a mão pelos cabelos grisalhos.
"Bem. Apenas me ligue quando terminar com ela. Vou

mandar um carro para levar você ao armazém mais tarde…”
ele diz antes de se virar e sair.
Enfio outro pedaço de waffle na boca antes de assentir,

com muito medo de que a verdade derramasse
acidentalmente dos meus lábios se falasse.
"Rachel? Você precisava de algo?” Ouço a Dra. Taffy

perguntar.
Engulo minha comida e limpo o xarope dos meus lábios.

"Sim, precisava tirar meu pai das minhas costas, mas ele se
foi agora", respondo honestamente.
Ela sabe que nosso relacionamento é tenso. Ela até se

ofereceu para agir como uma mentora entre nós e fazer
alguma sessão de aconselhamento de pai e filha. Mas tenho
a sensação de que o que ela realmente quer é amarrar o
corpo dela no do meu pai. A imagem é um pouco nojenta.
Ela ri no fone e o barulho soa como sinos irritantes. Dra.

Taffy é excêntrica e egoísta. Não sei dizer o que é, mas algo
definitivamente está errado nela. A única razão pela qual falo
com ela é porque meu pai quase me colocou em uma cadeira
e me forçou a vomitar um pouco do veneno que está preso
na minha barriga. "Bem, já que você me ligou, tenho outro
desafio para você."
Faço uma careta. Esses desafios estão realmente

começando a me irritar. Dra. Taffy começou com coisas
pequenas, me desafiando a fazer algo como tomar café da
manhã com meu pai ou dar uma volta de carro. Então ela
aumentou com coisas ir para o lugar onde fui levada. Toda
maldita semana, é algo novo, e toda maldita semana, eu não
tenho certeza se posso terminar o desafio. A Dra. Taffy viu o
brilho competitivo nos meus olhos e usou em seu proveito.
Na maioria das vezes, nossas visitas são presenciais. No
entanto, nossos telefonemas são a única maneira que
considero tolerável. Ela não é a mais profissional e, mais
uma vez, me vejo considerando em exigir ver sua licença. Não
tem como um médico legítimo fazer algumas das coisas que
ela anda tentado comigo. “Não estou realmente com
disposição para outro desafio. Teste suas teorias do Google
Academy em outra pessoa, Taffy...” brinco.
"Que pena. Ou talvez eu deva ligar para seu pai e avisar

que ele deve passar o dia com você, hum?”
Imagino ela sorrindo do outro lado da linha, dando um

tapinha nas costas como se ela fosse tão fodidamente
esperta.
Cadela manipuladora.
"Tudo bem", mordo. "Sobre o que é isso?", Pergunto.
"Quero que você flerte com alguém", ela responde

simplesmente.
Empalideço. "O que?"
De todas as coisas que pensei que ela iria me dizer, essa

era a última coisa que esperava.
“Quero que você flerte com alguém. Apenas alguns

sorrisos fáceis ou brincadeiras divertidas nada muito louco.”
"Por quê?", Pergunto cautelosamente.
Ouço ela soltar um pequeno suspiro pelo telefone.

“Porque, Rachel. Seu controle foi tirado de você e agora você
associa experiências sexuais com dor e medo. Portanto, parte
dessa jornada de cura está em superar isso”, ela diz, soando
como uma verdadeira terapeuta pela primeira vez. Não tenho
certeza de como me sito sobre isso.
“A outra parte é aceitar que não há problema em

continuar se sentindo sexual. Não há problema em fazer
conexões com as pessoas. Se libertando, desejando as
pessoas sexualmente... você quer ter essas coisas e
desenvolver relacionamentos saudáveis. Então, quero que
você tente muito, muito falar com alguém. Se divirta com isso
e veja que sua sensualidade não está ligada ao que aconteceu
com você. Quanto mais você fizer, mais fácil será.”
“Como você espera que faça isso? Mesmo que não

goste... me perturba ou algo assim, meu pai nunca me deixa
sair de casa.”
Ela estala a língua e tenho que puxar o telefone para

longe da orelha para impedir que o som estúpido bata no
meu tímpano. Quando estou desligando o telefone, ela fala
de novo. “Ouvi dizer que ele quer que você vá ao armazém
hoje. Então vá. E quando surgir a oportunidade, flerte com
alguém.”
"Todos eles me veem como a filha quebrada de seu

chefe", zombo. "De jeito nenhum eles serão receptivos a
flertar comigo."
Dra. Taffy ri. “Você ficaria surpresa, querida. Homens

gostam de projetos. Eles gostam de consertar coisas
quebradas, especialmente se parecem como você. Apenas
tente, ok? Como disse, você pode começar pequeno. Um
sorriso e contato visual podem ser o mais longe possível. O
ponto é que cabe a você iniciar. Depois me fala como foi.”
"Tudo bem", respondo, tiro o telefone da orelha e desligo.
Mas estava apenas dizendo a ela o que ela queria ouvir.

Não estou pronta para flertar com alguém. Não estou pronta
para me curar.
"Ela é mais louca do que eu", murmuro mal-humorada

enquanto olho para a tela do meu telefone.
Mas a ideia de flertar inofensivamente com alguém

novamente coloca borboletas no meu estômago. Eu gostava
de fazer isso. Costumava ser fácil sorrir para alguém na
calçada e colocar um balanço extra em meus quadris. Agora?
Não tenho certeza se consigo.
Tiro a tarefa de Taffy da minha cabeça, decidindo que

vou lidar com ela mais tarde. Talvez eu minta e fale a ela que
fiz isso, apenas para tirar ela das minhas costas. De
qualquer maneira, existe apenas uma coisa em que consigo
me concentrar agora, e é muito mais importante do que
flertar. Afinal, sou filha do meu pai e, no final das contas,
nós dois queremos a mesma coisa. Vingança.
Mas não é dele. É minha. E farei do meu jeito sem a

interferência dele.
Foi por isso que encontrei a única pessoa que pode fazer
com que essa dor no meu peito desapareça.
Vou me encontrar com a única pessoa que pode me dar

o que preciso.
Estou indo conhecer um assassino.

Capítulo Três
Rachel
Meu corpo sacode involuntariamente com a multidão.

Inspiro o aroma do café que acaba de ser feito e agarro a
ponta do meu suéter como se fosse à única coisa que
mantêm os meus pés no chão. Essa é a primeira vez que saio
sozinha em público, e cada estrondo alto de riso, fluxo de
conversa, barulho de xícaras ou pedaços de talheres me faz
estremecer.
Estou tão acostumada a suprimir o meu próprio ruído

interno, que ouvir tanto dele lá fora é chocante. Mas depois
que me acostumo com isso de novo, quase me sinto… legal.
É uma distração bem-vinda e me permite desaparecer um
pouco no fundo. Finalmente, estou em algum lugar sozinha,
onde não tem um dos homens do meu pai respirando nas
minhas costas. Não estou sendo seguida, não estou sendo
encarada com pena. Sou apenas uma garota normal em um
café, e é libertador.
Sei que parece um pouco estranho o Quarenta e Um

querer me encontrar em um lugar público tão movimentado.
Quando pesquisei na dark web por um assassino, não
esperava que fosse tão fácil, mas uma pesquisa rápida nos
conectou e, dentro de uma semana, estávamos marcando
uma reunião. Ele exigiu um depósito de cinco mil dólares
apenas para falar comigo, então peguei uma parte das
minhas economias da faculdade e transferi para ele na noite
passada. Ele me fez prometer não usar nomes e me disse
para encontrar ele nesse café lotado em Savannah. É um
pouco convencional, mas o que diabos sei sobre a
contratação de assassinos?
Encomendo um chai latte e me sento em uma cabine de

canto, longe de todos os outros, escolhendo o assento que
me permite observar a porta. Sei que é um grande risco vir
aqui. Além de o assassino não ser legítimo, posso ser pega
pelo meu pai, ou pior, capturada pela multidão de Macon
novamente. Não sei quem tinha assumido o comando agora
que JJ estava morto, e não me importo. Mas, prometi a mim
mesma que não deixaria que me levassem novamente. Não
viva. É por isso que tenho um canivete enfiado na lateral do
meu tênis. Corto minha própria garganta antes de voltar
para o porão.
Tenho um bloco de notas na minha frente e uma caneta

na minha mão inquieta. Parece que estou esperando por
uma entrevista de emprego fodida, e estou tonta de
antecipação. Meu pai me mataria se soubesse o que estou
fazendo. Ele está me implorando para lhe dar nomes,
aparências, locais, qualquer coisa. Mas a verdade é que não
sei muito e, além disso, não quero contar pra ele. Quero estar
no controle da minha própria vingança. Se eu der ao meu pai
o que ele quer, ele assumirá e fará do seu jeito. Ele já
conseguiu matar Johnny Jack. Quero Pick para mim.
Meus ombros enrijecem quando vejo um homem grande

em um casaco andar dentro do café. Ele olha em volta. Rugas
profundas cobrem seu rosto, e tem um olhar áspero que lhe

dá a energia ameaçadora de um assassino. Sento no meu
lugar e o observo subir ao balcão e pedir um café preto. Sem
creme ou açúcar. Definitivamente é ele.
“Aquele cara com certeza parece um assassino, hein?”

Uma voz leve diz, me fazendo quase pular da cabine
enquanto derramo meu chai sobre os dedos.
Um homem de vinte e poucos anos desliza no banco em

frente a mim e engulo em seco enquanto observo sua
aparência. A primeira coisa que noto é o quão bem ele está
vestido. O terno que está vestindo foi feito sobre medida e
para finalizar seu visual, está usando uma gravata borboleta
roxa brilhante. A segunda coisa que noto é que tem uma
sombra azul nos olhos, complementando o tom verde de sua
íris. Mas a característica mais marcante de seu rosto é o
batom vermelho brilhante que usa. Emoldurando seu
biquinho perfeitamente, e a presença disso misturada com o
terno afiado que usa faz dele um enigma. Seu Rolex brilha a
luz do sol vindo das janelas, enquanto bebe profundamente
do Frappuccino rosa na mão.
Não consigo tirar os olhos dele, porque em todos os

lugares que eu olho, existe algo inesperado para ver, até os
botões de punho em forma de Martini em seus pulsos. Se
tivesse apenas olhado para ele quando passava na rua, teria
imaginado que era um ator — do tipo que faz isso pela arte e
não pela fama. Talvez na Broadway, fazendo um musical, ou
em algum filme independente que ganhasse seguidores cult.
Quando meus olhos finalmente voltam para os dele, eles
estão enrugados nas laterais e cheios de diversão.
"Adoro quando as pessoas me encontram pela primeira

vez", diz em uma voz suave como mel, enquanto observa
todos os aspectos de mim. “Normalmente não sou o que as

pessoas esperam. É divertido ver as reações delas.”
Observo um pouco mais, estou em algum lugar entre

ficar impressionada e incrédula. Nunca em um milhão de
anos escolheria esse cara para ser um assassino. Mas acho
que isso que é tão brilhante. Ele tem uma postura forte, e
quando seus olhos se voltam para olhar à porta, isso é feito
com uma calma praticada, o que significa que o Quarenta e
Um está acostumado a ver a um lugar sem parecer que está
vendo um lugar. Seus braços são fortes, os músculos tensos
contra o tecido de sua jaqueta de alta qualidade e ele usa um
anel de diamante solitário no dedo mindinho. Quando me
inclino sobre a borda da mesa para verificar seus sapatos
brilhantes (laços brancos em vez de pretos), noto que o
contorno de uma pistola está no coldre no tornozelo. Sim.
Esse é definitivamente meu cara.
"Sr. Trench Coat1 não tem nada em você…” finalmente

digo, acenando para o outro homem. "Você parece muito
melhor do que imaginava", admito antes de me sentar
novamente.
"Você parece muito mais jovem e mais bonita do que eu

imaginava", ele responde antes de tomar outra bebida, os
lábios manchados em volta do canudo. Coro. Por alguma
razão, a mudança é estranhamente erótica. Não porque ele
fez alguma coisa de maneira desprezível, mais porque apenas
exalava sexualidade e apelo. Não tinha dito a ele minha
idade, mas o sistema de mensagens criptografadas da dark
web era complicado, e mesmo tendo brincado com ele há
anos, não sou de forma alguma uma profissional. Por isso
tomei cuidado. Não queria divulgar muita informação, caso
1
Uma capa de chuva solta, com cinto e trespassado em estilo militar.
o homem que quero morto de alguma forma tropeçasse nela,

ou acabasse sendo algo falso, ou a polícia pegasse.
“Eu não mato namorados traidores, se é isso que você

procura. No entanto, posso fazer você esquecer tudo sobre
ele…” diz balançando as sobrancelhas. Ele morde o lábio
sugestivamente para obter um efeito adicional, e fico
completamente impressionada que o batom vermelho não
tenha manchado. Sinto seus olhos percorrerem a curva dos
meus seios antes de piscar de volta para o meu olhar. Eu
meio que esperava que a sensação de pânico se aproximar
de seu óbvio flerte, mas fico aliviada quando isso não
acontece. Por alguma razão, o Quarenta e Um não me faz
sentir estranha. Na verdade, eu me sinto estranhamente
confortável com ele.
"Eu contratei você para matar meu estuprador, na

verdade", respondo simplesmente, surpresa por ser capaz de
vocalizar isso tão facilmente. Não era com todo mundo que
eu conseguia cuspir essas malditas palavras. Admitir o que
tinha acontecido comigo era como mascar esgoto. Doía e me
deva nojo, mas algo no Quarenta e Um facilitava o
derramamento. Talvez fosse porque eu sabia que ele era o
meu elo perdido com a salvação. Eu nunca ficaria livre
enquanto Pick vivesse.
Seus olhos caem em sua xícara, mas não vejo pena em

sua expressão. É refrescante não se sentir vítima. "Entendo",
ele responde antes de beber da sua bebida.
“Fui sequestrada. Mantida em uma rota de sexo com

outras meninas. Havia um cara… ele era meu treinador, por
assim dizer…” falo, mas estava ficando mais difícil falar.
Minha bravata anterior estava se escondendo atrás de um
ataque de pânico iminente, e passo meus dedos trêmulos em
volta da minha xícara para esconder o quão terrível eu me

sinto. “Quero vingança, mas não sou burra. Eu sei que não
posso fazer isso sozinha, por mais que eu imagine fazê-lo.
Preciso de ajuda externa…” explico com firmeza. "Eu preciso
que você o mate por mim."
É tão estranho dizer isso em um café movimentado, mas

também é empoderador. Quarenta e Um me observa com
olhos calculistas que me fazem sentir despida. É difícil
sentar do outro lado da mesa enquanto ele me observa
assim. Se as circunstâncias fossem diferentes, poderíamos
estar sentados aqui como amigos, conversando sobre o que
estaríamos fazendo em Savannah durante o verão ou em que
festa fomos na noite passada. Ele era muito mais jovem do
que eu previa, e ele irradiava uma vibração tão legal que eu
não pude deixar de gostar dele. Eu nunca pensei que
gostaria do meu assassino, e não pude deixar de questionar
meu juiz de caráter por causa disso. Mas meu pai sempre
dizia que você deveria confiar em seus instintos, e meus
instintos me diziam que eu podia confiar em Quarenta e Um.
Ele toma um gole de sua bebida gelada e lambe os lábios

novamente, antes de colocar a xícara de volta no chão. "Rota
sexual subterrâneo, hmm?"
Balanço a cabeça e sento em minhas mãos para não as

mexer mais. "Sim."
"Eu preciso de um nome."
Eu quase pulo da cabine quando registro o que ele falou.

"Você vai fazer isso?"
Ele ri. "Fique no seu trono, Loirinha", ele diz, olhando

fixamente para o meu cabelo. “Eu não disse isso. Eu pedi o
nome dele.”
"Eu — eu não tenho nome", admito. “Eles não os

usavam na frente das meninas. Ele sempre tinha um palito
na boca, então na minha cabeça eu o chamei de Pick. Ele
estava na gangue de Johnny Jack.”
A boca de Quarenta e Um se alarga em forma de O.

"Você fez parte disso?" Ele pergunta incrédulo. “A palavra na
rua não é boa quando se trata de JJ e seu Macon Mob. Há
muitos conflitos internos acontecendo. Muitas partes
mudando, e nenhuma delas é boa para Savannah.”
"Estou apenas pedindo um homem", respondo.
Quarenta e Um cruza os braços. “A equipe de JJ era

enorme. Eu ouvi alguns desertarem, e outros acabaram
despejados no oceano, mas mesmo assim, essa gangue é
enorme e eles têm conexões. Eu preciso do nome completo
dele e de uma foto.”
Respiro fundo. "Eu não tenho isso."
Ele balança sua cabeça. “Mesmo que você tenha feito,

esse não é um Joe-Schmo2 da rua que seria uma escolha
fácil. Todos na gangue estarão em alerta máximo. Eles têm
mãos mais sangrentas do que eu, e eu literalmente mato
pessoas para viver. Ele será um golpe duro.”
"Mantenha sua voz baixa", eu assobio, olhando ao redor

do café nervosamente.
Quarenta e Um ri. “Deixe-me lhe dar um pouco de

sabedoria, Loirinha. Ninguém se importa."
Minha confiança nesse cara está diminuindo

rapidamente. Talvez o Sr. Trench Coat ainda esteja por perto,
2
Um reality show falso da TV inglesa.
e eu possa bater nele. "Você é Insano. Você pode pelo menos

tentar ser discreto e sussurrar?”
Ele apenas balança a cabeça para mim como se eu fosse

boba. “Confie em mim, às pessoas são muito auto
absorvidas. A única razão pela qual eles parariam de
conversar ou pensar em si mesmos por tempo suficiente para
nos ouvir é se parecíamos ter algo a esconder. Sussurrar é a
maneira mais segura de fazer alguém prestar mais atenção
em você. Então fale, Loirinha, conte-me tudo sobre o homem
que você quer que eu mate…” ele diz facilmente enquanto
passava o braço pela parte de trás do estande. "Fale
normalmente, e ninguém dará a mínima."
Minha discussão vacila em meus lábios. "Huh." Ele tem

um sólido raciocínio, então coloco esse pedaço de informação
na parte de trás da minha cabeça para referência futura.
"Então você precisa de uma foto e um nome?"
"Sim. Quero dizer, se você tiver o endereço e o número

de segurança social dele, seria o ideal, mas acho que você
não discutiu isso quando ele estava abusando de você.” ele
brinca.
Quarenta e Um tinham algum humor sombrio, com

certeza. "Ok, então se eu conseguir essas informações, o que
é?"
Sua sobrancelha afunda. "Como você planeja obter essa

informação, Loirinha?"
Eu não tinha a mínima ideia. "Eu vou descobrir", falo

com determinação.
Quando uma mulher passa por nós, claramente

olhando para ele, Quarenta e Um pisca para ela e passa a
língua sugestivamente entre os dentes retos. Ela faz um

pouco de barulho e acelera o passo em direção a uma mesa
mais distante. Ele estende a mão sobre a mesa, pega meu
chai e toma um gole. Faz uma careta e o coloca de volta,
limpando a boca com as costas da mão. “Como você pode
beber isso? É muito doce.”
Pisco para ele e depois olho para seu Frappuccino rosa

brilhante. "Você está basicamente bebendo um shake de
sorvete."
"Sim", ele suspira, colocando o canudo na boca

novamente. "É horrível."
Completamente confusa, pergunto: "Então… por que

você está bebendo?"
"É o que ela bebeu", diz ele calmamente.
"Eu não tenho ideia do que você quer dizer."
"Não importa", ele diz com um aceno de mão

desdenhoso. “Diga-me, Loirinha, por que você está em
público agora? Se você escapou do Macon Mob, seria a
número um na lista de abates deles. Você entende isso, não
é?”
Eu balanço a cabeça, meus olhos percorrendo o café

novamente como se Pick e os outros pulassem de repente e
me agarrassem.
“Se você for esperta, irá correr o mais longe que puder
antes que eles atinjam uma bala no seu crânio. Ou pior…”
Quarenta e Um diz. Ele não precisava soletrar. Eu sabia o
que ele queria dizer com pior, porque eu já tinha vivido.
A superproteção do meu pai de repente fez mais sentido.

Eu sabia que o que restava da gangue de JJ estaria em busca
de vingança, mas ouvi-lo de Quarenta e Um tornou mais…
real.
"Vou precisar de todas as informações que você puder

obter."
Concordo, mas sinceramente, nem sabia por onde

começar. Fiquei em porões sem janelas o tempo todo em que
eles me tinham, e eles me mantinham tão alta que eu nem
conseguia começar a juntar alguns detalhes. Mas eu
encontraria um caminho. Eu precisava.
"Eu entendo", respondo com falsa confiança. "O que for

preciso."
Ele faz um barulho de zombaria. “Eu não sou pago se

você estiver morta, Loirinha. Então, seja esperta. A vingança
é doce e ruim, mas você não pode chupar um palito de
açúcar quando está a debaixo da terra.”
"Compreendo."
Nós nos entreolhamos em silêncio, o peso da nossa

conversa sangrando sobre a mesa. "Quanto?", pergunto.
“Quinhentos mil, mais despesas de viagem, se o seu

filho estiver em uma ilha particular em algum lugar. O que
espero fodendo que ele está. Eu poderia pegar um
bronzeado.”
"Por que sinto que você quer férias?", pergunto com um

pequeno sorriso.
"Você me pegou. Gosto de relaxar depois de uma

matança…” ele responde timidamente. "Muito mais barato e
mais eficaz que a terapia".
Tento imaginar o Quarenta e Um conversando com

minha terapeuta e rio. “Talvez eu esteja fazendo isso errado
o tempo todo. Eu deveria estar descansando em uma praia
em algum lugar, em vez de ouvir as pessoas me dizerem que
preciso falar sobre meus sentimentos…” falo com um sorriso.
Percebo então que estava brincando com a linha de paquera,
e não foi tão ruim quanto pensei que seria. Talvez a Dra.
Taffy tivesse interesse nisso.
Quarenta e Um sorri de volta para mim. “Vou lhe dizer

uma coisa, Loirinha. Depois que isso acabar, nós dois
tiraremos férias. Tenho a sensação de que vamos precisar.”
Meu sorriso fica torto. "Por quinhentos mil, minhas

férias devem ser incluídas."
Seu sorriso fica mais amplo. "Você dirige uma barganha

difícil, mas eu entro se você estiver."
Ele estende a mão e noto que sua unha estava coberta

de glitter. O preço é alto, mas sei como conseguir o dinheiro.
Terei que ligar o dinheiro para uma conta no exterior, mas
não é impossível. Afinal, sou filha de Rocco Nomar. Só terei
que jogar isso direito para colocar minhas mãos em tanto
dinheiro antes que meu pai descubra. "Ok", eu respondo,
gentilmente estendendo a mão para apertar sua. "Você tem
um acordo."
Nós trememos, e seus olhos verdes se iluminam com

travessuras enquanto ele pega o caderno e a caneta que está
em minha frente. "Agora, a parte divertida", ele começa antes
de tocar a caneta na mesa. “Como você quer que eu o mate?
Estou pensando em alguma justiça poética. Corte o pau dele

e envie para a avó…” ele começa a escrever anotações,
também conhecida como foto de um pau cortado, enquanto
assobia para si mesmo. Esse cara é psicótico, mas
completamente cativante. “Ou talvez possamos tê-lo
sufocado em um balde de porra? Você acha que eu poderia
pedir esperma de elefante online? Isso pode ser um custo
extra, mas eu prefiro usar métodos criativos”, ele diz
completamente sério.
Uma risada salta da minha garganta. "Eu não sou muito

exigente…" eu começo, mas ele me interrompe.
"Com certeza você é. Eu sou tudo sobre atendimento ao

cliente, Loirinha. Quero ter certeza de que vale o seu
dinheiro. Seja criativa! Você só mata seu atormentador uma
vez.”
Tento imaginar como quero Pick morto. Penso em todas

as coisas horríveis que ele já fez comigo, e a raiva começa a
subir no meu estômago como borboletas ardentes. "Você
poderia... você poderia torturá-lo como quiser e depois matá-
lo com uma dose letal de heroína realmente ruim?"
Os olhos de Quarenta e Um descem para as marcas

visíveis nos meus braços, e dou de ombros. Parece justo que
Pick morra pela coisa que quase me destruiu e continua a
me atormentar. Não quero que ele tenha uma morte
agradável. Eu gosto da teatralidade disso. Quarenta e Um
sorri em aprovação. “Você está facilitando muito para mim.
Eu poderia até encobrir sua morte como se fosse uma
overdose de drogas. Eu ainda estou cavando a ideia toda de
se afogar, então posso fazer isso de qualquer maneira. Parece
divertido!”
Terminada a reunião, Quarenta e Um se levanta e eu

faço o mesmo. “Estarei em contato. Deixe-me saber quando
você tiver as informações necessárias e eu começarei.
Felizmente, da próxima vez que você me vir, terei quarenta e
dois…” ele pisca, e de repente me ocorreu qual era o
significado do nome de código dele. Era quantas pessoas ele
matou.
"Cuide-se, Loirinha", diz quando começa a se afastar.

"Estou ansioso por esse gozo de assassinato e as férias."
Sorrio.
Eu também.
Capítulo Quatro
Rachel
Meu pai está no negócio de ganhar dinheiro —

literalmente.
Cresci com o cheiro de dinheiro. Fiquei confortada com

o processo de cortar a falsificação em retângulos perfeitos
depois que as impressoras cuspiram as folhas. Algumas
crianças aprendem a fazer projetos de arte com palitos de
picolé e glitter com os pais, mas eu aprendi há marcar aos
sete anos. Eu sabia como lidar com máquinas de falsificação,
como fazer corantes que quase não eram detectados pelos
federais e como organizar pilhas de dinheiro antes de serem
transportadas para serem distribuídas. Meu pai era
inteligente porque ele não negociava drogas ou armas. Ele foi
direto à fonte do que todo mundo estava realmente
procurando. Dinheiro.
Os legais e os criminosos adoravam a merda, e ele era o

melhor desenhador de falsificações de toda a Geórgia. Foi
assim que ele entrou no radar de JJ. A princípio, eles
trabalharam em parceria. Até que JJ começou a tomar mais
e mais e a dar menos. Meu pai ficou cansado disso e ele se
separou, roubando homens, armas e conexões no processo.

Ele até explodiu um dos edifícios de Johnny Jack como
presente de despedida. Mas o que ele realmente devastou foi
o orgulho de JJ. E o líder da Macon Mob não suportava isso.
Então JJ decidiu que levar a filha de Rocco era uma
excelente maneira de se vingar dele.
Então, talvez o dinheiro realmente fosse à raiz de todo o

mal, porque pelo que eu tinha visto, essas raízes eram filhos
da mãe.
Ainda assim, não pude deixar de gostar do cheiro.
"Você está aqui. Bom."
Meu pai se afasta do cara com quem ele está

conversando — um de seus trabalhadores — e caminha até
mim. Depois que voltei para o meu quarto em casa, saí de lá
com olhos propositadamente avermelhados e informei o
capanga de meu pai que, afinal, não ligaria para minha
terapeuta, porque estava tendo um dia difícil. O capanga
concordou e imediatamente me levou até o armazém do pai,
onde ele está trabalhando hoje. Era um de seus locais
menores nos arredores de Savannah, e não havia nada lá
dentro, exceto concreto, paredes de metal e pilhas de
madeira que tentavam encobrir o cheiro de dinheiro novo. Do
lado de fora do prédio estava Crowbar Construction, e
provavelmente era à frente mais simples que eu já vi, mas
funcionava.
Meus olhos correm sobre as abas de plástico

penduradas nas portas enquanto meu pai se aproxima de
mim. "Danny disse que você não se encontrou com o
terapeuta, afinal", diz ele, ficando na minha frente.
Dou de ombros, mantendo meus olhos correndo pela

sala para que eu não tenha que olhar para ele. Estou com
raiva de novo. Minha dormência desapareceu durante minha
reunião com o Quarenta e Um, mas a raiva pelo meu pai está
retornando rapidamente. Eu o amo. E sei que ele me ama
mais do que qualquer pessoa no mundo. Mas ele foi o motivo
pelo qual fui levada, e não posso perdoá-lo por isso.
"Por que você quer que eu venha aqui?", pergunto.
Meu pai passa a mão sobre o antebraço, coçando a

tatuagem de corrente desbotada que corria por sua pele. "Eu
trouxe um cara novo e queria que vocês se encontrassem
formalmente."
Estreito meus olhos. “Você não traz novos caras. Nunca.

Você sempre me diz que nunca pode confiar em novas
pessoas. Mantenha as pessoas que você tem e pague-as
melhor do que seu inimigo pode. É o que você diz.”
Um olhar satisfeito cruza seu rosto. "É bom saber que

você ouve seu velho de vez em quando."
Ele está tentando brincar comigo. Me fazer sorrir como

ele costumava fazer. Usando brincadeiras alegres para
fechar a lacuna que se formou entre nós. Mas essa lacuna
era muito maior do que um comentário provocador, quando
meus lábios pressionam em uma linha fina e dura em vez de
se inclinar em um sorriso, ele para. Um silêncio
desconfortável se espalha pelo espaço entre nós, e seus olhos
disparam como se estivesse procurando uma ponte.
Meu pai pigarreia. "Vamos."
Cerrando os dentes, mantenho minha coluna reta

enquanto sigo atrás dele para um dos quartos nos fundos.
Minha mente ainda estava voltando ao meu encontro com o

Quarenta e Um. Tenho que encontrar uma maneira de obter
as informações que ele precisa, mas não tenho certeza de
como fazer isso sem envolver meu pai. Ainda assim, talvez
vindo aqui e começar a voltar aos negócios dos meus pais
novamente me dará uma pista. Seu pessoal deve estar
falando sobre a ameaça Macon Mob. Se eu permanecer por
perto, acompanhando meu pai para o trabalho dele todos os
dias, talvez eu ouça alguma coisa ou encontre uma pista.
Vale a pena tentar pelo menos, e não tenho nenhuma ideia
melhor. Além disso, vir aqui mata dois coelhos com uma
cajadada só. Eu preciso de dinheiro. E nunca tinha roubado
do meu pai antes, mais acho que ele me deve. O que quer
que eu consiga roubar iria direto para o meu fundo de acerto,
e descobri que matar inimigos era caro. E eu preciso de todo
dólar que puder conseguir.
Além disso, sei que papai está tentando da única

maneira que sabe. E tão brava quanto estou com ele, ainda
o amo. Mas toda vez que olho para o buraco negro entre nós,
minha mente se volta para Godfrey Taylor. Sinto raiva toda
vez que me lembro de como ele me chamou de garota com
"problemas com o meu pai". Por esse motivo, eu estou
disposta a cerrar os dentes e a fazer um esforço, apenas para
provar que o pretensioso idiota estava errado. Fui motivada
pela minha necessidade de mostrar a um cara que
provavelmente nunca mais veria que não era um clichê ou
uma estatística. Eu me apego à memória de Godfrey porque
naquele dia no hospital, ele me deu algo que ninguém mais
pode. Ele colocou um fogo de volta no meu interior e um ódio
que posso usar para queimar o desespero invasor. Ele talvez
não soubesse, mas Godfrey lançou um desafio naquele dia
em que veio me ver, e eu peguei a porra do desafio e usei
para construir minha nova armadura.
Godfrey Taylor me motivou de maneiras que eu não

conseguia entender. Sempre que eu queria parar na
reabilitação ou encontrar uma maneira de me drogar,
lembrava do desprezo em seu rosto e isso me parava. De
certa forma, o bastardo até me confortou. Se eu fechasse
meus olhos, ainda podia sentir seus músculos tensos
enrolados firmemente em volta do meu corpo trêmulo
quando ele me puxou para fora do carro. Se eu escutasse, eu
podia ouvir suas palavras severas sacudindo meu crânio,
dizendo: "Mantenha suas coisas juntas." Ele não tinha sido
doce. Ele não tinha palavras picadas, e ele certamente não
tinha me tratado com luvas de pelica como todos os outros.
Ele era um idiota. Mas eu meio que gostei disso nele.
"Quem é o novo cara?" pergunto, tentando mantê-lo

falando. Enquanto ele está falando, há uma chance de
conseguir algo útil.
"Ele não é exatamente novo na forma mais estrita da

palavra".
Faço uma careta, tentando entender o que ele quer

dizer.
Meu pai afasta as cobertas de plástico na porta e a

segura enquanto eu entro na sala. Parece um escritório
antigo comum, completo com iluminação fluorescente suja,
uma mesa laminada e uma cadeira dobrável. Tem até cartões
de visita da Crowbar Construction esperando na mesa. Como
é um espaço amplo, a pequena mesa e cadeira amontoadas
no meio parecem um pouco engraçadas, mas tenho quase
certeza de que a porta do outro lado dá para o escritório real
do meu pai.
"Por que você precisa de um cara novo, afinal?"

Pergunto ao meu pai enquanto ele folheia alguns papéis
sobre a mesa. “Você tem muitas pessoas que trabalham para

você, e trazer sangue novo agora é uma má ideia. Qualquer
um deles pode ser um membro da multidão Macon.”
"É verdade", ele murmura enquanto seus olhos

cinzentos deslizam pelas páginas que está lendo.
"Por que você não pode simplesmente pedir para Beau…

o que você precisa que essa nova pessoa faça?"
Antes que meu pai possa responder, alguém empurra o

plástico na porta e entra, e uma voz quente e sulista nos
interrompe. "Me faça fazer o que?"
Eu me viro e luto contra um sorriso. Beau Boedecker é

um cara de vinte e um anos, cabelos grisalhos, com
características atraentes de menino, o que significa que ele
ainda pode encantar qualquer avó do sul, apesar de sua
roupa de couro. Seu pai dirige um clube de motocicletas em
Atlanta e eles ocasionalmente trabalham com meu pai. Beau
começou a participar mais ativamente dos empreendimentos
de meu pai quando percebeu que o negócio de MC não era
tão lucrativo quanto produzir dinheiro. Ele decepcionou sua
família por não usar o corte de couro como o verdadeiro
legado, mas não se importou com isso. Quando ele se mudou
para cá no ano passado, e ficamos íntimos.
Talvez um pouco íntimo demais às vezes.
A linha entre colegas de trabalho e amigos havia sido

ultrapassada anos atrás. Mas apenas no ano passado, a
linha entre amigos e algo mais começou a se espalhar
também.
Sorrindo, Beau se inclina e me beija na bochecha em

saudação, demorando apenas o tempo suficiente para fazer
minha pele arrepiar com o restante do trauma infundido em

meu sangue. Quando ele se afasta, meu coração está
disparado como cavalos a galope.
“Vocês contrataram um cara novo?” Beau perguntou

enquanto franzia a testa com preocupação.
A beleza de Beau é quente. Ele tem a pele bronzeada por

andar em sua Harley em todos os lugares e olhos castanhos
que fazem minha alma estremecer quando ele olha para mim
por tempo suficiente. Seus cabelos castanhos cortados
despojadamente está sempre desarrumado sem esforço, mas
ainda quentes, e ele é pelo menos duas cabeças mais alto
que eu, suas botas de montaria fazendo seu corpo já alto
ainda mais imponente. Gosto da sua simpatia e da maneira
como ele fala. Lenta e constante, como se toda maldita sílaba
fosse importante. Eu também gosto da maneira como ele me
ouve como se visse o valor no que eu tinha a dizer. Eu não o
vejo desde o meu cativeiro, mas estou feliz em ver seu rosto
amigável.
"Aparentemente", respondo com um encolher de

ombros, me recusando mais uma vez a olhar para o meu pai.
"Quem?" Beau pergunto com uma expressão

preocupada. Todos os envolvidos são protetores dessa
operação. Isso traz muito dinheiro para ser levado de ânimo
leve. Geralmente, quando alguém novo é trazido, era por
votação, e somente depois que a pessoa passa um tempo
trabalhando em algumas das frentes de meu pai entra no
círculo interno.
"Eu", uma voz sombria diz do canto, e posso sentir meu

coração bater como se eu estivesse dirigindo um carro e de
repente colidi com uma parede de tijolos frios. Eu nem tinha
notado a porta do escritório oficial, mas lá estava ele.
Godfrey. Porra. Taylor.
Arregalo meus olhos quando o vejo.
Ele usa seus aviadores, embora estejamos lá dentro, e

está encostado no concreto rachado da parede,
provavelmente sujando seu jeans de grife de mil dólares e
camisa de botão que ele enrolou nos antebraços. Ele era
arrogante. Um pouco idiota. E parecia bem.
Ao contrário da maioria das pessoas que teriam se

aproximado automaticamente, Godfrey não se apressa. Ele
remove seus aviadores, deixando-os pendurados no primeiro
botão desfeito de sua camisa e depois nos olha
preguiçosamente como se quisesse nos deixar nervosos. Ele
começa com meu pai e depois muda para Beau, chega a
arquear uma sobrancelha loira não impressionada quando
vê o couro da jaqueta de Beau e suas botas amarradas. Beau
fica tenso e se aproxima de mim, o que parece apenas divertir
mais Godfrey.
"Sério?" Ele fala comigo, deixando que seus olhos

descansem finalmente em mim. Ele faz o que sempre fazia
quando olhava para mim — ele começa nos meus dedos e
deixa seu olhar viajar metodicamente até o topo da minha
cabeça, antes de se fixar nos meus olhos. “Garoto grande e
malvado? Outro clichê…” ele diz com um sorriso sarcástico.
Em vez de responder, eu me viro, dando-lhe as costas.

Godfrey obviamente não gosta disso, porque ouço a parte de
baixo de seus sapatos raspar no chão de concreto enquanto
ele caminha. Em segundos, sinto o calor do corpo dele atrás
do meu, e sei que ele está perto. Muito perto. Mas isso não é
surpresa para mim. Apesar do pouco tempo que o conheço,
sabia que Godfrey gostava de forçar os limites. Ele não
apenas testa os limites — os cruza e espera para ver como

você reagirá.
"Você está trazendo ele?" Falo com meu pai, deixando

toda a minha emoção sangrar em minhas palavras. Devo ter
parecido adequadamente chateada, porque Rocco Nomar se
encolhe. Eu não disse para meu pai que Godfrey havia me
visitado no hospital ou o que ele me falou no último dia em
que veio. Mas conversamos sobre ele ter sido o cara que me
tirou do carro em chamas e tudo. Esse tipo de coisa parecia
surgir na conversa. Exceto que isso fez de Godfrey meu
salvador, então provavelmente meu pai tenha ficado um
pouco confuso com a minha extrema irritação à sua
presença. Não me importo. Godfrey pode até ser o motivo da
minha coluna endurecida, mas definitivamente não somos
amigos, e tê-lo por perto só causará mais empurrões e
puxões.
"Isso é um problema?" Meu pai pergunta, olhando para

qualquer lugar, menos para mim.
Um problema? Inferno sim, é um problema. Eu não

quero Godfrey aqui. Eu não quero a falsa sensação de
conforto com que meu corpo respondia quando ele estava
perto. Foi apenas parte do meu trauma, tento me lembrar.
Ele me puxou para fora dos destroços do carro, então meu
cérebro o associou à segurança. É uma piada de merda. Ele
não é seguro. Ele é como um lago congelado, levando você a
caminhar sobre ele, apenas para perceber que, no meio do
caminho, ele estava cheio de rachaduras. Um passo errado,
e o mundo abaixo de você quebraria.
"Sim. Eu tenho um problema com isso...” respondo com

um sorriso de escárnio.
"Godfrey e eu temos um acordo", meu pai gagueja. Mas

ele não parece ter dúvida.
"Que tipo de acordo?" pergunto cautelosa.
“O tipo de babá da filha dele...” Godfrey interrompe.
Sinto seu hálito quente no meu pescoço. Um arrepio de

algo que parece tanto medo quanto necessidade envia
pequenas faíscas pela minha espinha, dançando ao longo
dos meus nervos. Foi elétrico. Isso era perigoso.
“Rocco, cara. Vamos. Se você estava preocupada com

Rachel, você sabe que eu ficaria feliz em ajudar.” Beau
oferece antes de agarrar meu cotovelo e me puxar para seu
peito. No momento em que saio da órbita de Godfrey, sinto
como se pudesse respirar novamente, mas o alívio dura
pouco. Fico totalmente rígida quando Beau joga o braço por
cima do meu ombro, me esmagando ao seu lado como se eu
fosse sua propriedade. Estou realmente cansada de me
sentir como se o mundo quisesse me possuir.
Godfrey deve ter notado meu desconforto nos braços de

Beau, porque seu sorriso se alarga. Aquele sorriso impossível
me lembrou quando acordei no hospital, queimando com
febre e querendo arranhar minha pele para me aliviar. Isso
me lembrou do nosso adeus apressado que parecia
significativo demais para o que realmente foi. E eu idiota
cheguei a pensar que ele realmente se importava comigo e
que foi por isso que me visitou. Suas palavras de despedida
para mim rapidamente esmagaram isso.
“Fiquei porque estava curioso. Mas agora que vejo que

você é apenas uma drogada com problemas com o meu pai,
percebo que não há nada de especial em você.”
Idiota.
Beau me empurra novamente e me tira das minhas

memórias, e olho para Godfrey. Me pergunto o que ele
pensaria se soubesse que era a razão pela qual concordei em
ir à reabilitação e por que eu não me permiti cair. Eu me
recusei a deixá-lo estar certo. Eu não queria ser apenas mais
uma estatística ou outra merda. Eu não queria ser outra
viciada.
Beau beijou minha têmpora com seus lábios macios.

“Você não precisa ficar, cara. Eu entendi.” A voz do meu
amigo contém uma ponta de confiança arrogante que irrita
meus nervos. Mas o entendo. Beau e eu costumávamos
brincar com a ideia de que um dia acabaríamos juntos. Não
porque tivéssemos uma compatibilidade gritante ou até
mesmo química, mas, porque as coisas entre a gente eram
fáceis. No entanto, por alguma razão, Godfrey mudou as
coisas e, por mais que eu tentasse, me vi querendo estar em
seus braços, em vez dos de Beau, o que era totalmente
fodido. Eu o odeio, tento me lembrar. Deixo aquela
determinação ardente infiltrar em minha expressão e me
forçando a me acomodar no peito de Beau.
O sorriso onisciente de Godfrey cai de seu rosto e fico

surpresa. Testando esse novo desenvolvimento, passo minha
mão pelo braço de Beau e observo como os olhos de Godfrey
se estreitam ao movimento, apertando os dentes.
Interessante. Muito interessante. É ainda mais
surpreendente que a reação dele tenha sido igual à minha.
De repente eu estou cheia de um calor intenso e excitação no
estômago. Não por tocar Beau, mas pela maneira como os
olhos de Godfrey brilham com honestidade para com ciúmes
que só Deus sabe.
"Godfrey ficará", meu pai diz com um rosnado de

finalização que faz minha atenção voltar ao assunto em
questão. Oh, certo. Eu odeio Godfrey Taylor e não o quero
por perto.
“Você queria sair de casa, então ele é seu bilhete.

Nenhum dos leais de JJ sabe que ele está trabalhando para
mim, então isso ajudará a mantê-la sob o radar. Após o
último confronto que tiveram com os herdeiros, eles não
farão nada apressado, especialmente para o filho de Gerald
Taylor, que é um dos seus apoiadores.”
Cruzo os braços e levanto o queixo com indignação

quando retorno o olhar de Godfrey com meia vulnerabilidade
e meio desejo insano. Por alguma razão, parecia que se eu
deixasse isso acontecer, se deixasse Godfrey entrar na minha
vida, ficarei mais arruinada do que já estou. "Passe", eu
respondo com desgosto no meu rosto. "Estou indo embora."
"Previsível", Godfrey zomba.
Algo na maneira como ele ri de mim me fez estalar.

Previsível? Mostrarei a ele o previsível. Jogarei tanto o
previsível em seu rosto estúpido e arrogante, que ele ficará
chocado com isso.
“Não fale assim com ela...” Beau cospe.
Eu não penso. Não hesito. Num minuto, estou no meio

desse triângulo masculino torcido e fodido, e no outro eu
estou me movendo. Vou primeiro para o canto esquerdo do
triângulo. Agarro Beau pelo rosto, puxo sua cabeça para
baixo e o beijo forte o suficiente para machucar seus lábios.
Ouço Godfrey respirar surpreso, mesmo quando a expiração
de Beau enche meus ouvidos. "Eu não preciso que você me
defenda, Beau", rosno em sua boca. Dra. Taffy me disse para

flertar. Mas eu sempre fui uma superdotada.
Ele não tem tempo para me beijar de volta antes de eu

já estar me afastando, indo para o próximo canto. Meu pai
fica lá, imóvel. Eu levanto minha mão e bato com força em
sua bochecha. O tapa é alto, mas minha voz firme está de
alguma forma mais alta. "Isso é por ir contra JJ e por deixá-
los me levar." Levanto minha mão novamente, e ele não me
para, mesmo que pudesse. Dou um segundo tapa na outra
bochecha dele, fazendo a cabeça dele virar para o lado. "E
isso é por não me resgatar quando eu mais precisei de você."
Sua cabeça vira para me encarar, seus olhos apenas um
pouco arregalados mostrando sua surpresa com a minha
explosão repentina depois de semanas sem falar sobre isso.
“Você não vai ficar me dizendo o que fazer. Se eu ainda
quisesse ser prisioneira, teria ficado no porão de JJ.”
O rosa das minhas mãos não tinham nem sequer

aparecido na pele do meu pai antes de me virar para o
último. O arrogante. O mais arrogante do trio, e sabia que se
ele permanecesse, acabaria me machucando mais. Chego
perto dele, mesmo quando ele ainda está com aquele sorriso
estúpido no rosto.
"O que vai ser, princesa?" provoca. "Beijo ou tapa?"
"Nenhum."
Enfio meu joelho com tanta força em suas bolas, que os

outros dois homens fazem careta como se fossem neles. Um
olhar de choque cruza seu rosto logo antes de ele cair no
chão, e amo tanto ter pegado ele desprevenido. Amei mais do
que lhe bater com o joelho.
Eu não era especial? Bem. Ele pode pensar em toda a

minha falta de especialidade com seu saco dolorido até que
suas bolas caiam novamente. Previsível? Se eu fosse, ele não
estaria no chão segurando seu lixo. Eu não preciso da
avaliação dele sobre quem eu sou. Muito menos da zombaria
dele a minha dor ou minha vida. Foda-se isso. Eu farei sua
cabeça girar tanto que logo ele vai desejar poder adivinhar
meu próximo passo.
Eu não sei o que diabos meu pai estava pensando ao

trazer Godfrey para tomar conta de mim, mas não preciso
dele ou de nenhum deles. Eles não me salvaram quando eu
mais precisei. Eu não vou deixar eles fingirem que podem me
salvar agora.
Me viro e ando, não para longe, porque me recuso a ser

a princesa previsível que Godfrey me acusou. Não, eu entro
pela segunda porta, no escritório real do meu pai. O espaço
é ainda mais significativo do que a sala da qual acabei de
sair, e respiro o cheiro de dinheiro novo enquanto olho as
impressoras. Meus olhos examina os trabalhadores
espalhados enquanto monitoram as máquinas, e vejo as
pilhas de dinheiro perto do balcão de câmbio. Não será fácil
pegar dinheiro sem que alguém perceba, mas esse é um risco
que correrei, porque quero minha retribuição. Meu pai
matou Johnny Jack. Ele quebrou o pescoço de JJ e arrancou
sua alma ali mesmo na calçada da estrada 29. Acho que é
justo. JJ era o arqui-inimigo de meu pai. Só lamento não ter
podido assistir.
Mas por mim? Eu ainda tenho um jogo para acertar e

quero fazer isso sozinha. Por isso não contarei nada ao meu
pai sobre Pick. Nem sobre o dedo que faltava, os olhos de
cores diferentes ou a mancha amarela dos dentes. Eu não
tinha dito a ele como Pick me enfiou agulhas e abriu minhas
pernas mais vezes do que eu poderia contar. Eu não direi

nada a ele, porque sei que, se o contar, meu pai o matará, e
eu não quero isso. Quero fazer do meu jeito, contratando
Quarenta e Um.
Quero estar no controle da vida de Pick, assim como ele

esteve no controle da minha. E depois? Eu serei a causadora
de sua morte.
Capítulo Cinco
Godfrey
Admito que a garota tem bolas — metaforicamente

falando, é claro — e eu tenho meu próprio par dolorido de
bolas para provar isso. A primeira coisa que notei quando a
vi é que ela parecia melhor. Rachel Nomar não era mais
aquela sombra desbotada de mulher. A última vez que a vi,
parecia que sua pele estava pegando fogo. Ela arranhava sua
pele tensa e pálida como se a estivesse ofendendo-a
pessoalmente. Aqueles idiotas a bombearam com tanta
droga que eu não tinha certeza se ela conseguiria.
Meu amigo, Luis, foi quem a levou para a reabilitação

sofisticada, e ela foi tão rapidamente, embora ela não
soubesse disso. Sua mãe era passageira frequente no "resort"
local e, por alguma razão maldita, eu queria ter certeza de
que o veneno que corria por suas veias sairiam de seu
sistema. Claro, eu não disse isso a seu pai. Eu apenas puxei
as cordas nos bastidores, como sempre fazia.
Não sentindo mais as minhas bolas latejarem com o

golpe que me surpreendeu, me levanto e limpo minhas
roupas.
"Você realmente não começou muito bem", Rocco

murmura baixinho. "É assim que você normalmente faz às
pessoas falarem com você?"
Zombo dele, completamente chateado, e depois me viro

para seguir a garota que deveria estar conversando comigo.
Pensando bem, talvez eu deva adotar uma abordagem
diferente do que provocá-la, mas havia algo em Rachel que
me faz querer apertar botões ainda mais do que o habitual.
Eu a encontro dentro da sala, sentada à mesa, alinhada a
máquina de corte enquanto cuspia retângulos de dinheiro.
Olho em volta, observando a sala cheia de dinheiro, e fico
muito impressionado.
Não sabia até hoje quais eram os negócios de Rocco,

mas o fato de ele estar falsificando era algo que eu não
esperava. E ele parece ter uma máquina bem lubrificada
também, então fico surpreso por não ter ouvido falar sobre
isso. Ele deve levar as coisas muito perto de suas garras, o
que é inteligente.
"Bem-vindo ao meu império, Taylor", Rocco diz andando

atrás de mim. A nuca escondia um pouco da vermelhidão
deixada em suas bochechas, mas eu ainda podia ver sua pele
irritada olhando de volta para mim, de onde sua querida filha
o atingiu no rosto. Duas vezes.
Se eu não estivesse sentindo como se minhas bolas

fossem cair com a dor residual do ataque da Rachel, seria
difícil apenas acreditar na fúria em seus olhos azuis.
"Cortando dinheiro, hein?" falo enquanto observo aquele

aspirante a motociclista — Beau, não é? — sentar ao lado de
Rachel. Eu já havia queimado algumas evidências para
motociclistas antes. Eles eram todos territoriais e áridos,
mas, na maioria das vezes, também eram idiotas. Eu não
pude deixar de sorrir com a lembrança de como o beijo deles

tinha sido sem brilho. Eu já vi cachorros de ferro-velho
fodendo com mais paixão do que eles. Aquele pequeno show
lá atrás? Eu tenho certeza de que foi tudo para mim.
"Funciona. Nós fazemos coisas de qualidade, Taylor.

Temos uma infraestrutura e compradores que usam o
dinheiro e trazem de volta as coisas reais”, explica, e eu
assinto com interesse genuíno.
Então Rocco compra merda com o dinheiro falso e

depois cobra o troco? Homem inteligente. Mas isso não
explica por que ele está me mostrando tudo isso. Se ele
realmente quer que eu fique com Rachel, não tem
necessidade dele me trazer aqui e revelar seu negócio de
moeda. Tive a sensação no momento em que o vi nas corridas
que ele tinha segundas intenções. Ele ama sua filha, sim,
mas também ama seu poder, e essa sala imprime
exatamente isso. Poder.
"Então, por que estou realmente aqui?", Pergunto em

um tom entediado. Nossas vozes eram silenciosas o
suficiente para que não pudessem ser ouvidas pelas
impressoras em execução. “Além do meu encontro com sua
filha. A propósito, não tenho certeza se sou o melhor
candidato. Parece que o seu Anjo do Inferno está ansioso
para assumir esse papel. Então, como é esse o caso, por que
você me convidou?”
Os olhos de Rocco cortam para onde Beau está sentado

com ela. "Eu tenho minhas razões", ele diz simplesmente.
Eu olho para Rocco, observando a mudança em suas

expressões. Preocupação. Raiva. Desamparo. Se eu tivesse a
capacidade de me sentir mal por alguém, talvez sentisse isso
por esse homem. Mas eu não tenho. Sua briga com Johnny
Jack foi o motivo pelo qual sua filha foi capturada em

primeiro lugar. Ele merecia toda gota de culpa que escorria
por seus poros. "Ouvi dizer que você é bom no poker", Rocco
diz aleatoriamente enquanto caminha à minha frente. Me
incomoda o fato de ele querer que eu o siga, mas estou
curioso. Então eu ando, mas no meu próprio ritmo.
"Sim, sou muito bom", falo. Eu não me incomodo em

fingir ser humilde sobre isso. Eu sabia o que estava fazendo
na mesa.
“Quero que você aposte usando meu dinheiro. E quero

que você ganhe...” Rocco fala, para na frente das pilhas e
olha com orgulho. “Você pode ficar com quarenta por cento
do corte. Na formatura, você pode sair daqui com uma
carteira bem gorda.”
Eu zombo. “Esses eventos de poker têm mais olhos e

mãos do que meu pau. Existem muitas variáveis. Eles
verificam tudo antes e depois checam três vezes. Não há
como seu dinheiro passar por esse sistema.”
Rocco me ignora e se inclina para inspecionar uma pilha

nova, amarrada com uma tira de papel-moeda. Ele tem notas
de cem, cinquenta, vinte, dez... inferno, ele até tem notas de
cinco impressa. Ele pega uma das pilhas de notas de cem e
joga para mim. Aposto que Rocco se acostumou a jogar
pilhas de dinheiro nos seus problemas. Deixo o dinheiro falso
bater no meu peito e cair no chão com um tapa. Essa merda
não vale nada para mim. E, como esperado, sua testa se
levanta surpresa.
“Pegue o dinheiro. Teste. Vou deixar você manter todos

os seus ganhos desta vez. É uma coisa boa, Taylor. Faço
selos de qualidade. Melhor de Savannah, na Geórgia.”
Me abaixo lentamente para pegar o dinheiro e, quando

me endireito, posso sentir os olhos de Rachel nas minhas
costas. "Quão confiante você está?" Eu pergunto com uma
ideia já se formando em minha cabeça.
"Não há dúvida em minha mente", Rocco responde

facilmente.
Lambo meu lábio inferior antes de olhar por cima do

ombro. Eu assisto a pequena mulher de branco enquanto ela
corta dinheiro no armazém de seu pai, e um sorriso curva
meus lábios. "Está bem então. Eu vou jogar. Mas somente se
sua filha for comigo. Mostre-me como você está realmente
confiante em seu dinheiro, arriscando-a...” eu negócio com
um encolher de ombros.
Os olhos de Rocco disparam para sua filha antes de

volta para mim. Eu olho de volta para ele sem desculpas. Eu
não confio nesse filho da puta. Se ele quer que eu arrisque
meu próprio pescoço, trazendo dinheiro falso, eu quero
garantias. Que tipo melhor do que a loira de um metro e meio
atrás de mim?
Eu me pergunto se Rachel realmente poderia jogar. Eu

fico duro só de pensar nela sentada em uma mesa de pôquer,
pernas cruzadas enquanto ela morde o lábio em
concentração. Porra. Eu preciso tirar ela da minha cabeça.
Rocco olha para mim por um momento, contemplando

minha oferta com uma careta. "Bem. Você pode levar ela. Eu
sei que minha merda é boa. E quando você perceber que isso
pode funcionar, você trabalhará para mim. Podemos
movimentar muito dinheiro nesses jogos e, como você já tem
reputação de jogar, isso não parecerá suspeito. Você pode
fazer isso nas corridas de cavalos também.”
Eu dou três passos mais perto dele, folheando a pilha

de dinheiro, testando seu peso na palma da mão. "Isso nunca
foi apenas para fazer sua filha falar, foi?" Eu pergunto,
falando em voz baixa para que Rachel não possa ouvir.
"Por que não matar dois coelhos com uma cajadada só?"
"Por que matar?", pergunto antes de me virar e seguir

em direção a Rachel. "Pegue sua merda", eu digo a ela.
"Jesus, Taylor, você pode ao menos tentar ser legal com

a minha filha?" Rocco retruca.
Sorrio e o ignoro, e sigo até ficar ao lado de Rachel. Eu

gosto de ser grosseiro quando as pessoas querem que eu seja
educado. Quero apertar os botões deles e ver o que sai a cada
pressão. É a minha maneira de aprender todas as faces que
eles usam. Eu sempre me interessei mais pelas máscaras.
Eu queria saber porque as pessoas usavam máscaras e o que
havia por trás delas. Você só pode dizer o que há dentro de
uma pessoa, a despindo e empurrando até que a verdade
vaze. Mas com muita frequência, eu achava que as pessoas
eram previsíveis. Depois que as descobre - e nunca demora
muito - fico entediado e sigo em frente. Isso é verdade para
todos, exceto para os outros herdeiros.
Rogue Kelly, Bonham Brodie e Luis Salvador. Meus

melhores amigos desde a escola primária e nesses dezoito
anos juntos já passamos por mais coisas do que as pessoas
possam imaginar. O que vimos, o que fizemos, significava
que éramos muito bons. E todos os outros? Pego as pessoas,
aperto todos os botões e depois as jogo de lado uma vez que
todas elas já foram descobertas. Ninguém, com exceção dos
herdeiros, jamais poderá prender minha atenção. Bem,
exceto Scar. Eu me imaginava “gostando” dela, mas ela
sempre foi de Rogue. Eu não gostava de perder, mas até eu

ver o jeito que eles se olhavam.
Agora eu tinha Rachel Goddamn Nomar. Pensei que já

tinha descoberto tudo. Ela me intrigou como a maioria das
pessoas danificadas. Fiz um resumo dela e achei que era o
fim da história. Mas acho que posso ter previsto muito cedo.
"Vamos, princesa", falo com um tom de zombaria.

"Estamos saindo."
"Onde você está indo?" Rocco exige. "Pensei que vocês

dois pudessem ficar aqui hoje."
Dou de ombros e finalmente me viro para encará-lo

novamente. “Eu não sou seu garoto de fantoche. É para isso
que ele serve…” falo, inclinando a cabeça para Beau. Eu não
sei nada sobre Beau, mas descobrirei tudo muito rápido.
Bonham é um mestre em desenterrar informações na
internet, por isso não deve ser muito difícil. Eu
provavelmente terei seu número de segurança social no café
da manhã.
Beau range os dentes. Provavelmente não está

acostumado a ser tratado assim. Ele realmente parece gostar
de toda a vibração ruins dos motociclistas. Isso não me
intimida. E aquele beijo de merda que Rachel deu nele? Isso
também não tinha me preocupou. Esse beijo foi por minha
causa.
A pergunta é porquê? Era evidente que ela me idolatrava

como seu salvador no começo, mas tratei de mudar essa
merda rapidamente. Então de uma forma adorável ela
passou a sentir fúria e me odiar, sentimentos com a qual eu
era bom. Eu estava pronto para afastá-la e terminar com ela
naquele momento. Mas ela mudou o jogo. De alguma forma,
ela virou as coisas de volta para mim, e isso me surpreendeu.

Mas o que mais me surpreende é que, embora ela ainda
pareça me odiar, seus olhos azuis escurecem com uma fome
inconfundível sempre que ela olha em minha direção.
“Você quer que eu teste seu dinheiro? Então vou fazer

isso agora e vou levar ela comigo. A menos que você tenha
mudado de ideia?” Desafio Rocco e meio que espero que ele
desista. Se ele duvidava de seu dinheiro, era o que deveria
fazer para proteger sua filha. A menos que seu orgulho não
deixasse.
Rocco aperta a mandíbula, claramente irritado. "Tudo

bem", ele resmunga. "Rachel?"
Me viro para ver o que ela fará. Eu esperava que ela

fosse amaldiçoar o pai e me mandar se foder. Eu esperei
raiva ou recusa como ela havia feito antes. Mas, em vez disso,
seus olhos se voltam para mim, e então ela apenas dá de
ombros e diz "Certo."
Sorrio, e seus olhos caem em minha boca antes de sair

rapidamente.
“Você não pode realmente ficar bem com esse imbecil te

levando...” Beau diz incrédulo, parecendo querer abalar
Rocco.
"Vá lá atrás e verifique com os caras, Beau", disse Rocco

em aparente demissão.
Os punhos de Beau se fecham ao seu lado, seus olhos

fixam nos meus. Eu apenas coloco minhas mãos nos bolsos
e deixo meu sorriso se espalhar ainda mais pelo meu rosto.
Isso está ficando divertido. Me observando o tempo todo, ele
se adianta e depois se inclina e beija Rachel no topo da

cabeça. Acho que ele nem percebe como ela se encolheu.
Depois que Beau sai da sala, Rocco avança como se

fosse dar a Rachel uma forma física de um adeus estranho,
mas assim que ele se aproxima, ela se levanta, coloca a
cadeira entre eles antes de virar a cabeça para olhar mim.
Acho que ela já teve pessoas o suficiente tocando nela hoje.
"Podemos ir ou o quê?", Ela me diz.
"Sim, vamos lá, princesa." falo, colocando o dinheiro

falso de Rocco no meu bolso de trás. Rocco me oferece um
aperto de mão estúpido como se fôssemos realmente aliados
ou algo assim. A única razão pela qual peguei a mão dele foi
por causa dela. Porque pelo canto do olho, observo a pequena
ladra quando ela estende a mão e pega dinheiro na pilha ao
lado dela e a enfia na frente do vestido.
Sim. Parece que Rachel Nomar pode ser muito mais

interessante do que pensei.
Capítulo Seis
Rachel
Claro que Godfrey Taylor dirige um carro sexy como o

pecado. Seu Bugatti é elegante e todo preto como sua alma.
Ele não abre a porta para mim porque isso exigiria que ele
espanasse suas maneiras. Então eu mesma abro a porta e
entro no banco do passageiro de couro, respiro o cheiro de
colônia e couro.
"Segure-se firme, princesa", ele avisa enquanto olha

para a minha coxa exposta, onde o tecido branco do meu
vestido havia subido.
Ele sai do estacionamento do armazém, dirigindo como

um morcego pelas ruas de Savannah. Desvia dentro e fora
do tráfego enquanto tocava música alta com as janelas
abertas. E os fios do meu cabelo loiro claro continuam caindo
do meu coque, fazendo cócegas no meu pescoço e bochecha
como pequenas aranhas rastejando ao longo da minha pele.
Empurro de volta com as palmas das mãos suadas. Eu
sempre tive que manter meu cabelo erguido. Nunca
decepcione. Nunca permita que Pick a segure.
Nunca.
Apesar de me sentir tensa por estar tão perto de

Godfrey, que dirige com confiança uma mão no volante e
outra no câmbio, gosto da sensação de liberdade estou
sentindo. Além da minha reunião anterior com Quarenta e
Um, eu não tinha ido a lugar algum. Estou animada para ir
a um cassino. Como era ilegal em Savannah, a maioria das
pessoas viaja duas horas para ir a Jacksonville para um fim
de semana de apostas. Estou praticamente vibrando no meu
lugar com a ideia de estar a duas horas de distância de tudo.
Do meu pai, da Macon Mob, de tudo.
"Você joga muito?", pergunto sobre a música alta.
Godfrey apenas grunhe em resposta. Bem, tudo bem

então. Acho que ele não está disposto a conversar, o que é
bom para mim. Eu ainda estou tendo que me lembrar a cada
segundos que eu definitivamente não estou de forma alguma
atraída pela maneira como suas mangas estão enroladas em
seus braços naturalmente bronzeados ou pela maneira como
suas coxas estão espalhadas em seu assento. Forço a minha
mente a mudar a direção dos meus pensamentos perigosos
e me concentrando no dinheiro que peguei, e no que poderei
fazer com ele... Assim que os homens desviaram o olhar, eu
o enfiei no meu vestido. Não eram quinhentos mil, mas era o
começo que eu precisava, meu pai e Godfrey me deram a
oportunidade perfeita para conseguir mais.
Comecei a jogar poker quando tinha idade suficiente

para ler as cartas. Embora eu só tivesse jogado com os
homens de meu pai, estou ansiosa para testar minhas
habilidades em uma mesa real. Meus ganhos definitivamente
ajudarão no pagamento de Quarenta e Um. Este pode ser o
sistema perfeito e é exatamente o intervalo que eu preciso.
Uma música familiar de rock toca no rádio, e todos os

bons sentimentos de esperança que antes estavam fluindo
através de mim, pararam instantaneamente. Eu
imediatamente estendo a mão para desligar. Meus dedos
estão tremendo quando giro o mostrador de plástico. Essa
música do caralho. Ela tocava nos alto-falantes de algum
lugar acima do porão, o baixo vibrava nas paredes.
“Tem algum problema com a boa música?” Godfrey

pergunta enquanto estica a mão para ligar a música
novamente. Não consigo ver os olhos dele por trás dos
aviadores, mas tenho certeza de que eles brilhavam de
irritação. Afasto a mão dele, fazendo um sorriso irromper em
seu rosto perigosamente lindo.
"Tenho um problema com essa música", eu bato.
“Bem, supere isso. Meu carro, minhas regras, minhas

músicas...” Godfrey diz antes de se inclinar para frente e
girar a música assustadora com a batida maníaca, desta vez
ainda mais alto do que antes. Meu coração começa a bater
com a melodia, e os gritos sensuais da mulher gritando
pareciam solavancos indesejáveis no meu corpo.
Mais uma vez, estendo a mão para desligar a música,

Godfrey Taylor que se dane. Passei semanas sendo forçada a
fazer coisas contra a minha vontade, foder qualquer um que
tentasse me fazer de novo.
"Qual é o seu problema?" Godfrey pergunta antes de sair

para uma estrada lateral remota.
"Não é da sua conta." Posso sentir seus olhos azuis em

mim, mas resolvo não encontrar seu olhar. Me recuso a
parecer o pequeno animal ferido que todos me tratavam.
"Esta é a parte em que você chora?" Godfrey pergunta

ironicamente. Sim. Eu definitivamente odeio o bastardo.
"Esta é a parte em que você tenta me psicanalisar?

Conheço seu jogo, Godfrey. Você acha que já desvendou todo
mundo.”
Ele tira os aviadores e olha diretamente para mim por

uns bons cinco segundos, ignorando a estrada e o excesso
de velocidade como e o risco valesse a pena. Posso sentir seu
olhar por toda parte em mim. Posso sentir seu olhar
penetrando em minha alma, como se o segredo escondido lá
fosse apenas um sussurro distante. Uma grande rajada de
vento entra pela janela e levanta meu vestido, mostrando a
ele a calcinha rosa pálida que estou usando, antes que eu
possa pegá-lo.
Com os reflexos mais rápidos de todos os tempos,

Godfrey estende a mão e agarra o tecido ondulado. E coloca
de volta, seu mindinho roça minha parte interna da coxa no
processo. Minha respiração fica presa na garganta, em
algum lugar entre emoção e medo. Meu coração não tem
certeza de qual queria escolher. Engulo em seco enquanto
observo sua mão forte empurrar suavemente o tecido entre
minhas coxas, o prendendo. O gesto é estranhamente gentil
— uma característica que nunca associei a ele.
Quando seu dedo mindinho continua deslizando de um

lado para o outro sobre o tecido, deixando um rastro quente
na minha coxa, fico paralisada, esperando para ver o que ele
fará a seguir. A maneira como meu coração bate no peito
torna difícil saber se eu quero ou não que ele pare. Mas antes
que eu possa descobrir, ele puxa a mão para trás, como se
estivesse saindo de um transe, e a coloca no volante
novamente. “Você poderia pelo menos tentar não me

distrair? Estou tentando dirigir aqui.”
Suas palavras quebram o momento, e eu me endireito

no momento em que ele volta sua atenção para a estrada e
gira o botão do rádio, ligando a música novamente. Mas não
estou mais zangada com a batida e as lembranças que a
acompanham. Ainda estou pensando sobre a sensação da
mão dele entre minhas coxas. Eu estou confusa com a
sensação no meu núcleo que pulsou para a vida por seu
toque. Estou confusa porque imaginava que nunca mais
seria capaz sentir prazer lá depois do que Pick havia feito
comigo.
"Diga-me quem fez você odiar essa música", Godfrey

ordena, me assustando com meus pensamentos.
Eu balanço minha cabeça. "Não."
"Previsível", ele provoca. Ele está começando a aprender

os insultos certos para me fazer falar. Exceto que, nesse
caso, a previsibilidade será dar a ele a resposta desafiadora
que ele quer. Então, em vez disso, eu ignoro.
"Para onde estamos indo?", pergunto. Eu não tenho

certeza de que minha paciência será capaz de aguentar duas
horas de carro com ele.
"Onde você acha? Seu pai quer que experimentemos o

dinheiro…" diz arrogante. "Faça-me um favor e tente me
acompanhar, princesa."
Assim que as palavras idiotas saem de sua boca, eu me

viro para encarar ele. Seus aviadores estão de volta ao lugar,
escondendo seus olhos azuis de mim, o que é realmente uma
pena, porque quero ver o choque cruzar suas feições. Sem

aviso, estendo a mão e o seguro entre as pernas.
Ele pula antes que possa deter a reação, sem dúvida

ainda está dolorido por causa da saudação que meu joelho
lhe deu mais cedo. Ele olha para mim com uma carranca que
eu mal posso ver sobre seus aviadores. "O que diabos você
está fazendo?" Ele exige, tentando o seu melhor para não
mudar sob o meu toque.
Movo minha mão, ignorando completamente seu pau

endurecido e focando nas outras partes, seguro e acaricio
apenas para foder com ele. Não é um movimento sexual, pelo
menos não para mim. Eu só quero fazer ele sofrer um pouco.
"Só checando", falo preguiçosamente antes de puxar minha
mão e retomar meu olhar entediado para a janela.
“Verificando o que?” Ele exclama.
Tenho que conter meu sorriso. Ele quer ficar embaixo

da minha pele? Bem. Eu ficaria embaixo da dele também.
"Só queria ter certeza de que você ainda tinha algumas

bolas", falo, lançando a ele um olhar blasé. “Sei que te
machuquei com a joelhada, mas eu queria ver se suas bolas
caíram no chão do armazém. Não consigo pensar em outro
motivo para o notório herdeiro Godfrey Taylor seguir as
instruções de meu pai como um bom cachorrinho.”
Propositadamente, mantendo meu rosto virado para a

janela, espero que ele reaja. Estou tentando irrita ele do jeito
que me irritou. Mas, em vez disso, ouço o bastardo começar
a rir do seu assento, sua risada grossa por sua intensa
diversão.
"Dois a dois", ele finalmente diz quando seu humor

diminui.
Eu arrisco a olhar pelo canto do olho. Você tem que ter

cuidado com um homem como Godfrey. Se você mostrar
muito interesse, ele puxa a corda com um petisco pendurado
nela.
"Você está perguntando como contar?"
"Não. Apenas mantendo a pontuação, princesa. Acho

que vou gostar disso...” ele diz, me dando um sorriso que me
deixa saber que não estava o enganando com meus olhares
sutis.
"Gostando do quê?" Eu pressiono, me virando para

encarar ele completamente.
Seu rosto se ilumina com um sorriso e, pela primeira

vez, vejo ele com cara de despreocupado. "O jogo, princesa",
ele responde. "Você contra mim."
Por alguma razão, sinto uma agitação de excitação.

"Cuidado", eu o aviso. "As pessoas têm o hábito de me
subestimar", falo enfaticamente, mas isso apenas faz sua
diversão crescer.
Clico no botão do cinto de segurança para que ele me

solte, e me inclino perto dele, fazendo seu sorriso deslizar.
Ele gosta de jogos. Ele adora ganhar. Mas eu também gosto
de jogos e, de repente, não há mais nada que eu prefira fazer
do que jogar.
Tenho a sensação, no entanto, de que se encorajar isso,

as coisas ficarão muito, muito confusas. Mas a verdade é —
confusão é exatamente o que desejo. Meu eu antigo e
brilhante se foi. Tudo o que eu preciso fazer é olhar para os

meus braços marcados e a marca no meu ombro para ver
isso. Talvez se minha realidade for tão confusa como meu
interior, eu não me deteste tanto. Talvez se minha vida me
alcançar à cabeça, eu não precise ficar muda.
É por isso que me vejo pressionando meus lábios contra

sua orelha, deixando meu hálito quente acumular em sua
pele. “Quais são os riscos, Godfrey Taylor?” pergunto,
provocando propositalmente quando faço minha voz sair
rouca.
Sento a vibração de suas palavras passando pelos meus

lábios quando ele responde: "Tudo ou nada, Rachel Nomar".
Ele dá um pequeno giro brusco, me fazendo deslizar de

volta para o meu assento com um estalo forte, minha cabeça
bate na janela. E olho para ele enquanto recupera seu olhar
arrogante.
"Você acha que pode vencer?" Ele desafia, me forçando

a olhar para o meu reflexo em suas lentes. “Você não tem
isso em você, princesa. Não contra mim. No final, você estará
tão perdida que nem se lembrará por que concordou em jogar
em primeiro lugar.”
Suas palavras causam um arrepio na minha espinha, e

sou forçada a desviar o olhar dele. Dirigimos o resto do
caminho em silêncio, com ele percorrendo ruas secundárias
estranhas até que ele finalmente nos trouxe de volta à
estrada principal e estaciona na frente de um clube. Estamos
no coração do centro de Savannah, onde homens de terno
saem de suas Ferraris com sorrisos, jogando suas chaves
para o manobrista como se não fosse nada.
"Isso não parece muito com um cassino", falo com uma

careta.
"E você não se parece muito com alguém que eu traria

aqui", ele diz me olhando antes de abrir a porta do carro e
sair. Amaldiçoo baixinho e sigo atrás dele. Quando ele fica
na minha frente, me olha da cabeça aos pés novamente,
como se já não tivesse catalogado todas as partes de mim.
"Deixe seu cabelo solto e belisque suas bochechas ou algo
assim", murmura baixinho.
Quando eu não me mexo, ele assume a

responsabilidade com suas próprias mãos, arrancando o
elástico dos meus cabelos loiras. Meu cabelo macio cai em
ondas até a minha cintura, os fios fazendo cócegas no meu
pescoço e braços. Eu instantaneamente enrijeço e pego o
elástico, mas Godfrey o guarda no bolso.
"Melhor", fala, me agradece mais uma vez antes de

pressionar uma mão no meu braço e me guiar para dentro
do bar. Quando entramos, ele tira os óculos escuros e olha
em volta. “Você pode puxar seu vestido um pouco? Você tem
um busto impressionante e será bom para distrair outros
jogadores.”
“Que tal eu lhe dar um olho roxo? Acha que isso os

distrairá?”
Ele sorri, mas antes que ele possa responder, um latino

quente da nossa idade se aproxima de nós. Ele tem um
sorriso brilhante e traços marcantes. Seus olhos escuros me
pegam, e o reconhecimento cintila em sua expressão.
"Rachel?"
Minhas sobrancelhas se unem. Não o reconheço. "Quem

é você?", pergunto, apesar de sentir que ele é familiar.
Eu assisto o sorriso dele deslizar um pouco com a minha

incapacidade de lembrar dele. “Sou Luis. Amigo de Godfrey.
Eu estava lá... no acidente...?”
Ai sim. Luis Salvador. Eu lembro vagamente dele,

principalmente porque sei o nome dele. Me lembro
vagamente de tudo o que aconteceu naquele dia do acidente.
O que lembro é que Luis estava confiante — não tão
arrogante quanto Godfrey —, mas seguro o suficiente para
me manter alerta.
“Eu lembro de você agora. Obrigada. Por aquele dia.”

Minha declaração soa irregular e estranha até para meus
próprios ouvidos, mas eu realmente não sei mais o que dizer.
Meu pai me explicou tudo depois, então eu sabia que Godfrey
e seu grupo desonesto de idiotas herdeiros não estavam lá
para me salvar. Eles estavam lá para salvar sua amiga,
Scarlett. Eu estava no lugar certo na hora certa. Sou o prato
restante que ninguém pediu. Sorte minha.
Luis rapidamente percebe meu desconforto e nos leva

até o bar, com charme ele brinca com um canivete na palma
da mão. "Você está aqui para uma bebida?" Luis pergunta.
Godfrey está silenciosamente parado ao meu lado, se

esquivando de bêbados enquanto observa a sala. "Estamos
aqui para jogar."
Luis olha em volta como se essa partida de pôquer fosse

algum tipo de segredo não dito. Seu sorriso descontraído
desliza antes que ele possa segurar de volta no lugar. “Você
tem certeza de que é uma boa ideia? A última vez que você
esteve aqui, você realmente irritou alguns frequentadores.
Mamãe não quer mais problemas, e eu não estou com

vontade de ficar de castigo novamente. Ela finalmente me
liberou, só agora depois acidente.”
Godfrey considera sua afirmação por um momento

antes de responder. “Eu não vou entrar. Apenas cumprindo
os mínimos e facilitando. Sua mãe não vai receber batida do
organizador novamente. Promessa."
Luis parece tranquilo com a resposta de Godfrey e

assente uma vez. "Tudo bem. Acho que você precisará de
uma chave.”
Acho que Godfrey Taylor não está seguindo as ordens

do meu pai, afinal. Ele não me levou para um cassino do
caralho; ele me levou para um ringue ilegal de pôquer
secreto. Perfeito.
Capítulo Sete
Rachel
É um pouco clichê. Entrada no porão, um segurança,

parado no elevador, e depois um corredor escuro que leva à
sala cheia de fumaça. Um ringue de pôquer clandestino —
literalmente — ilegal.
Há um bar na parte de trás e uma stripper em outra

sala, visível atrás da enorme parede de vidro, oferecendo
alguma distração emocionante para os jogadores enquanto
ela montava em um poste horizontal quase tão fino quanto
seu fio dental. Apenas quatro mesas dispostas dentro do
espaço, e cada jogador é da elite de Savannah. O vereador da
cidade, o reitor da universidade local, o dono do jornal,
inferno, até o chefe de polícia estava aqui, entre outros.
Todos fumando charutos e bebendo uísque porque os fazem
se assentir importantes. Gostaria de saber quantos acordos
sujos foram feitos aqui.
Luis acena com a cabeça para um par de outros dois

seguranças quando ele nos leva para a sala. Mas, em vez de
ele nos levar a uma dessas mesas, Luis nos leva ao bar e
pede dois copos de Legacy da Angostura — uma garrafa de
rum que custa uns vinte e cinco mil dólares. Eu só sei disso
porque é o favorito do meu pai.
Godfrey enfia a mão na carteira e pega um maço de

notas de cem. As notas frescas e novas que provavelmente
saíram há apenas uma hora, depois de serem cuspidas da
impressora no armazém do meu pai. Mas elas já pareciam
usadas, algumas vincadas e manchadas propositalmente,
para fazer as notas parecerem usadas, cada um dos
trabalhadores do meu pai as administravam.
Godfrey leva o copo aos lábios e bebe a dose com um

gole, sugando a respiração um pouco depois. "Merda muito
boa", diz, de alguma forma conseguindo parecer entediado.
"Esse rum deveria ser apreciado", o castigo, fazendo

Luis sorrir e dar um tapinha nas costas do amigo. Eu não
conhecia Luis muito bem, mas sua brincadeira de bom
humor me vez gostar imediatamente dele. Parecia que ele
também é do tipo que Godfrey de brincadeira.
O barman, um homem bonito de quase vinte anos,

acena para mim. "A senhora já sabe o que vai pedir?."
Me passando o segundo copo, junto com uma caixa de

joias de veludo. Pego o copo, olhando para a caixa vermelha
enquanto tomo um gole da bebida suave. É como engolir
xarope.
"O que é isso?" pergunto, acenando com a cabeça para

o caixa.
Godfrey pousa o copo vazio e pega o estojo para segurar

em minha frente. "Não é possível brincar com os meninos
grandes se você não tiver uma chave."
Quando ele abre, olho para dentro e vejo uma chave

diferente do que esperava. Não é um cartão-chave. Não, essa
é uma chave de metal elaborada com rabiscos ornamentados
e dentes de aparência medieval. Arqueio uma sobrancelha.
"Um pouco dramático, mas define o clima", admito. Tudo em
Savannah, na Geórgia, é feito com delicadeza. Não era
possível usar códigos de acesso e nem cartões-chave. Eles
tiveram que ir para o charme e besteira histórica.
"Que humor é esse?" Luis me pergunta enquanto se

inclina contra o bar, seus olhos escuros percorrendo mais de
uma dúzia de jogadores lá dentro.
"Aquele que faz isso parecer tão elite que afaga todo ego
de idiota daqui", respondi.
"A sala de carícias exige uma chave diferente", Luis

brinca com uma piscadela.
Godfrey revira os olhos. "Você vai terminar isso,

princesa?" pergunta, olhando para a minha bebida.
Inclino o copo nos meus lábios, tomo outro gole lento e

constante, em vez de engolir como se ele estivesse me
desafiando. Não vou deixar ele ditar como faço alguma coisa.
"Claro, leve o seu tempo", falando pausadamente. "Não

é como se fosse uma emergência, temos tempo".
Ignorando, encaro o barman e encosto no bar com

irritação. Tomo outro gole e, quando puxo o copo, o rum
cobre meu lábio inferior, deixando um brilho de líquido
âmbar para trás. Quando passo minha língua e lambo meus
lábios, os olhos escuros dele voam para minha boca. Me
fazendo corar fodidamente, mas sua atenção imediatamente
me congela.
Não consigo me mexer. Não consigo nem respirar. De

repente, fico presa estagnada de medo e não tem nada a ver
com o barman inofensivo e sim tudo a ver com o fato de que
qualquer atenção ou toque físico pode me desestabilizar.
Assim, fui transportada de volta para quando estava
desamparada, à mercê da gangue de JJ, sendo detida por
Pick.
Assisto o rosto do barman se confundir com o olhar

nítido de terror no meu rosto, e abro minha boca para
gaguejar algum tipo de desculpa, mas não posso, porque
minha garganta de repente está muito tensa e muito seca.
Não é culpa do barman meu coração está disparado. Não é
culpa dele que meus dedos estão tremendo de medo com a
antecipação da minha próxima alta e o que viria com ela.
Meu trauma não tem um gatilho específico ou um sinal de
aviso. Estava adormecido quando agarrei o pau de Godfrey.
Eu nem sequer pisquei um olho quando me sentei do outro
lado da mesa de um assassino literal. Mas outras vezes,
como quando um dos homens de meu pai mantinha a porta
aberta para mim e eu tinha que escovar meu corpo ao lado
do deles, a fera dentro de mim se enfurecia.
Odeio a imprevisibilidade dos meus problemas. Odeio

que a combinação dessa sala lotada e o flerte casual de um
homem inofensivo pudesse derrubar minha realidade. Odeio
ter controle zero. Estou presa em meus próprios flashbacks
e terror, e o barulho que eu estava silenciando ameaçou sair
estridente.
Só quando Godfrey para na minha frente, bloqueando

minha visão, que posso piscar novamente. Ele se inclina
para perto até que nossos olhos estejam nivelados um com o
outro. "Você está se perdendo?", ele me pergunta com
firmeza. “Porque se você está pode levar sua bunda de volta
à sua torre princesa. Não tenho tempo para ser seu

terapeuta.”
É a coisa mais terrível que alguém poderia dizer. Mas

funcionou. Me fazendo respirar novamente imediatamente.
Olho para ele, presa em algum lugar entre irritada com sua
abordagem impetuosa dos meus problemas e agradecida por,
pela primeira vez, alguém não me tratar como uma boneca
de porcelana frágil.
Dou um soco forte nele, empurrando para longe de mim.

Meu punho arde quando o deixo cair pendurado ao meu
lado. "Não seja idiota."
Godfrey apenas se endireita e dá de ombros, enquanto

Luis grita atrás de mim. “Droga, chica3. Isso foi quente. Você
pode me bater se quiser…” diz com um sorriso.
Rio e Godfrey revira os olhos antes de me medir com um

olhar. "Está se sentindo melhor agora?" zomba, mesmo
quando uma marca vermelha começa a aparecer em sua
bochecha.
"Sim, na verdade", respondo soltando um suspiro.
"Bom."
Ele pega o resto da minha bebida no bar e bebi cada

gota antes de bater de volta. “Tick tock, princesa. Temos
algumas apostas a fazer e dinheiro a ganhar.”
"Nós?", pergunto inocente.
3
Garota em espanhol.
Ele me dá uma olhada. “Desculpe, talvez eu esteja

enganado. Isso é um monte de dinheiro no seu vestido, ou
você estava apenas animada para me ver?”
Minhas bochechas ardem por ter sido pega, e olho para

o corpete do meu vestido, horrorizada ao ver as bordas do
dinheiro grudadas entre os meus seios. Quando que o ataque
termina, deslizo meus dedos para dentro e puxo o dinheiro.
Luis revira os calcanhares enquanto continua assistindo
com diversão. "Eu gosto dela", declara.
"Nos cinco minutos que você a conhece, você a viu me

dar um tapa e arrancar dinheiro roubado do sutiã."
"Exatamente", Luis sorri.
Godfrey revira os olhos, e tento conter meu sorriso antes

de me virar para o barman e bater algumas centenas no topo
do bar. "Vou pegar uma dessas chaves estúpidas também."
"Este não é o jogo de bridge da sua avó, princesa",

Godfrey fala a alguns metros de distância. Não olho para ele
porque sei que ele quer que eu olhe.
O barman olha para Luis em busca de aprovação. Acho

que não é apenas a mãe dele que comanda esse lugar. Talvez
fosse ele. “Você realmente não precisará de uma segunda
chave. Peguei pra você...” Luis responde depois de me olhar
de cima a baixo. "Espero que você saiba o que está fazendo,
no entanto."
Sorrio. Meu pai queria que eu aprendesse xadrez, mas

eu era inteiramente uma garota das cartas. "Tenho certeza
de que posso descobrir", respondo com um sorriso atrevido
quando Godfrey balança a cabeça e começa a se afastar.
"Boa sorte", Luis fala em suas costas.
Evitando os olhos de Luis e do barman, segue atrás de

Godfrey até uma alcova que já havia me esquecido,
simplesmente porque havia um tecido pendurado no teto.
Pensei que era apenas decoração, mas quando Godfrey
empurra a cortina para o lado, vejo outro pequeno corredor,
com mais um segurança. Godfrey entrega a chave e eu me
preparo para o que acontecer lá dentro.
Isso faria toda a diferença. Pagar centenas de dólares ao

barman era diferente de jogar pôquer em um clube de elite e
fazer com que eles joguem seu dinheiro em um balcão que
verifica falsificações. Se nosso dinheiro falso for descoberto,
essa merda pode ser muito, muito ruim. Em um cassino
comum, podemos acabar passando a noite na cadeia. Mas
aqui? Olho em volta para os clientes sombrios, bebendo
coquetéis caros e fazendo acordos no beco. Aqui, acabaremos
mortos com blocos de concreto amarrados aos tornozelos.
Ainda assim, não fico surpresa que meu pai tenha

deixado Godfrey me levar. Meu pai é arrogante e gosta de
atrair outras pessoas para resolver seus problemas. E eu?
Eu me tornei um problema. Ele não sabe como lidar com
uma filha que havia sido agredida e forçada a ficar viciada
em heroína. Eu não estava ajudando a situação, me
recusando a dar detalhes e exigindo ser libertada. Aposto que
ele está secretamente aliviado por me mandar embora e me
tirar das mãos dele. É engraçado, na verdade. Ele continuou
me prendendo lá dentro, tendo seus homens me vigiando a
cada minuto do dia, apenas para me mandar com um lobo
na primeira oportunidade. Ele é um homem confuso.
Dançando na linha de descuidado e superprotetor como se
fosse uma partida de xadrez.
Fico surpresa, no entanto, que Godfrey esteja fazendo

isso no clube de seu melhor amigo. Não se encaixa na
narrativa dos herdeiros que ouvi. As pessoas falavam sobre
como os quatro eram mais próximos do que irmãos de
sangue. Por que ele usaria dinheiro falso em um lugar que
afetaria seu melhor amigo? Talvez fosse porque não havia
tanto risco se fôssemos pegos? Mas não, isso também não
parece certo. Godfrey Taylor gosta do risco. Talvez os
verdadeiros organizadores deste clube trabalhem nos
bastidores, e Luis Salvador seja apenas um das muitas
engrenagens de uma máquina bem lubrificada. Acho que
nunca saberei ao certo. Não era como e Godfrey e eu
fossemos trocar segredos tão cedo.
Entramos na sala e eu soube imediatamente que era

aqui que o jogo sério de pôquer acontecia. Sem strippers,
sem luzes chamativas ou decorações, sem bar. Apenas duas
mesas, negociantes e cartas que cheiravam a poder. Assim
que entramos, Godfrey caminha até o canto da sala, onde há
uma cabine montada e um segurança forte e careca
esperando atrás do vidro à prova de balas, com uma pistola
no peito.
Godfrey dá um tapa em seu dinheiro, e observo

abertamente o segurança enquanto ele o agarra e joga a pilha
de dinheiro na máquina de contagem para inspeção. A
máquina de metal muda o dinheiro uma vez. Duas vezes. E
na terceira vez, uma luz no topo brilha em verde antes de
anunciar a quantia: cem mil.
Godfrey mantêm sua expressão desinteressada no

lugar, mas estou começando a entender suas expressões. Sei
que ele estava zumbindo com energia, se drogando com a
adrenalina e a possibilidade de ser pego. Aposto que se o
segurar entre as pernas novamente, sentirei que ele está
excitado pelo risco. Terminado, ele pega sua bandeja de

batatas fritas e começa a andar com arrogância. Pego o
dinheiro que roubei do estoque de meu pai e deslizo para
baixo da divisória de vidro com um sorriso doce.
O careca engole em seco quando eu me inclino para a

frente e meu ‘busto impressionante’, como Godfrey dizia,
está agora em exibição. Por algum motivo, eu posso lidar com
isso. Me sito no controle e provavelmente segura por causa
do vidro à prova de balas que nos separava. Talvez eu possa
lidar com um olhar apreciativo se fosse eu dando os tiros.
O olhar que o barman me jogou foi fora do meu jogo,

mas não posso fracassar. Não posso continuar deixando meu
trauma me controlar. E algo sobre a maneira como Godfrey
havia me desafiado antes me fez perceber alguma coisa.
Estou usando meu corpo como escudo durante todo esse
tempo, quando é muito mais eficaz como arma. Talvez fosse
isso que a Dra. Taffy estivesse tentando me dizer também.
Que se eu quiser, eu posso puxar o gatilho... meus gatilhos.
É hora de parar de temer das balas e começar a atirar.
A tarefa de Taffy veio à tona na minha mente, e percebo

que ela estava certa. Tenho que começar a avançar. Preciso
praticar estar no controle. Se flertar inofensivamente com
estranhos irá me deixar mais perto de me sentir normal
novamente e me fizer parar de tropeçar nos gatilhos do meu
trauma, então quero tentar. Quero me sentir no controle e
quero aproveitar minha sexualidade novamente. Na verdade,
eu não tinha planejado fazer a tarefa como ela pediu, mas
quero testar ela agora. Não vou deixar Pick continuar
governando minha vida.
"Eu não te imaginei como jogadora", o contador diz

enquanto passava os olhos pela minha pele pálida.
Respirando fundo, eu me forço a relaxar. Se vou tentar

flertar com alguém, quem melhor do que um cara preso atrás
de uma partição de uma polegada de espessura? "Eu brinco",
respondo com um sorriso travesso, me inclino ainda mais e
inclinando um quadril.
Ele me aprecia e demora enquanto colocava o dinheiro

na máquina de contar. Não é a contagem rápida como a que
tinha sido com Godfrey. Comigo, ele queria fazer a transação
durar. Lambo meus lábios, sabendo muito bem o efeito que
isso tem sobre os homens. Pick havia me dito inúmeras vezes
que meus lábios eram uma das minhas partes que ele mais
gostava
"Você pode manter um segredo?" sussurro enquanto me

inclino ainda mais quando ele pega o dinheiro e começa a
contar lentamente as fichas para mim. "Eu sou realmente
boa. Mal posso esperar para ganhar desse imbecil…” provoco
enquanto aponto na direção de Godfrey. Sei que ele está me
observando. Posso sentir isso. Seus olhos são como brasas
ardentes na minha espinha, me aquecendo com uma
consciência dele e me aproximando.
A luz fica verde, mostrando a quantidade, e o homem

continua a preparar minha bandeja enquanto empilha as
fichas com cuidado. Alguém se alinha atrás de mim, mas o
balconista não se importa. Quando ele me entrega a bandeja,
ele fez questão de roçar os dedos nos meus. "Dê a eles o
inferno, linda", fala em uma voz rouca.
“Isso não deve ser muito difícil. Passei tanto tempo lá,
eu sei exatamente como entregar a eles.” Piscando, saio com
uma rebolada extra para os meus passos, me sentindo
encorajada por um flerte inofensivo que iniciei. Eu posso
fazer isso. Eu posso mudar o jogo, dar os tiros e usar meu

corpo para minha vantagem, em vez de me ressentir.
"Que porra foi essa?" Godfrey pergunta quando cheguei

perto dele, com o rosto franzido. Um pianista toca ao fundo,
fazendo com que o clube de elite tenha uma vibe ostentosa.
"Apenas testando algo", respondo com um encolher de

ombros.
"Testando o que?"
Solto um suspiro, observo o quarto novamente antes de

responder. "Como posso recuperar um pouco de controle."
Godfrey parece entender, mas ele não está

impressionado. De qualquer forma, seus olhos assumem
uma intensidade aquecida que me fez tremer. Godfrey leva
as pessoas a perder o controle. Abandonar imprudentemente
as máscaras, enquanto ele observa com um sorriso de tesão.
Ele levanta a mão e passa o polegar pelos meus lábios,

me fazendo congelar no lugar. É um toque tão pequeno, mas
de alguma forma, sito em todos os lugares. Não tenho ideia
de como diabos ele me afeta tanto.
"Controle é uma ilusão", ele diz, seus olhos observando

onde seu dedo me tocou.
Uma vez que pisco para longe a névoa de seu toque, eu

me irrito com suas palavras e afasto minha cabeça, fazendo
sua mão cair novamente. "E você pode ver através da ilusão,
hein?" Desafio, odiando sua arrogância.
"Vejo através de todos eventualmente", ele responde

friamente. "É melhor assim."
"Qual a vantagem?"
“Não ser enganado pelas máscaras. Você ficará muito

menos decepcionada se espera que todos sejam os
mentirosos egoístas que são.”
A maneira cínica que ele pensava era fascinante para

mim. Concordei com ele, não que eu diria isso. Observo por
mais um momento, antes que uma garçonete chegar,
colocando uma bandeja de bebidas na nossa frente e
interrompendo o momento.
Pego uma taça de champanhe enquanto mantinho

contato visual com ele. Nosso olhar para baixo parece outro
jogo, e esse é o que eu quero vencer. Godfrey pega sua
própria bebida e a garçonete se afasta, nos deixando
sozinhos novamente. “Sabe, princesa, da próxima vez que
quiser flertar com alguém, eu estaria mais do que disposto a
deixar você testar seu pequeno experimento de controle
sobre mim…” Godfrey diz em voz baixa antes de tomar um
gole lento, com os olhos fixos em meu.
Sorri. "Acho que existem outras maneiras mais

divertidas que você e eu poderíamos experimentar, Godfrey",
respondo, minha voz sensual quando tomo um gole e
interrompo o contato visual. Posso ter terminado o olhar
primeiro, mas venci essa rodada. A evidência está na
maneira não tão sutil que ele teve que ajustar as calças.
Tomamos nossas bebidas em silêncio enquanto

esperamos o jogo começar, cada um de nós assistindo à sala.
Faz um tempo desde que joguei poker, e encontro minha
adrenalina aumentando com a antecipação. Eu costumava
dar a todos os homens do pai uma corrida pelo dinheiro. Eu
podia limpar uma mesa melhor do que a maioria porque as
pessoas me subestimavam e porque eu era boa em ler as
pessoas. Talvez tenha sido por isso que me atraí tanto por
Godfrey. Nós temos isso em comum. Enquanto todo mundo
gostava do ambiente do clube underground, Godfrey e eu
estamos catalogando as fraquezas das pessoas.
"Viu aquele cara ali?", pergunto enquanto aceno para o

chefe de polícia que nos seguiu. "Ele está traindo a esposa."
Godfrey revira os olhos antes de tomar outro gole de sua

bebida. "Assim? A maioria dos homens aqui está.”
"Sim, mas o namorado dele é o assistente do prefeito,

que atualmente está se dando bem com um de seus
representantes", respondo com um sorriso enquanto aceno
para o lado oposto da sala. Um homem com um paletó roxo
escuro está parado lá, conversando com outro cara, mas ele
continuava olhando zombeteiramente para o chefe, cuja
esposa está pendurada em cima dele. O chefe parece preso e
ciumento como o inferno, e continua tocando a fivela do
cinto. Ele está muito agitado por fora. “Ele toca o cinto. Essa
é à conta dele.”
Posso dizer que Godfrey não quer ficar impressionado,

mas ele está acrescentando mentalmente essa pequena
observação à sua lista interminável de segredos sobre o povo
de Savannah, na Geórgia. Não tenho dúvida de que Godfrey
se destaca no poker. Ele é um apostador e prosperava
jogando, mas também é a pessoa mais observadora que eu
já conheci. Talvez eu possa pegar a sujeira de alguns aqui e
ali, mas ele? Godfrey é provavelmente um mentor para isso.
Isso não me surpreende. Meu pai me contou sobre os

empregos secundários de Godfrey — como ele ajudou seu pai
a destruir evidências, chantagear testemunhas e deixar os
criminosos livres. Ele pode odiar o pai, mas eu não estava
convencida de que ele era melhor. Ambos queriam saber a
roupa suja de todo mundo e usar elas contra eles de alguma

forma. Godfrey está apenas escondendo esse desejo por trás
de uma atitude blasé e de um complexo de superioridade.
Quando finalmente começa o jogo, as bebidas são

guardadas, as garçonetes ficam escassas e até o pianista
começa a tocar as teclas mais silenciosas. Todo mundo se
senta à mesa designada, e noto que mais de uma pessoa
desdenha Godfrey, obviamente zangado com a presença dele.
Godfrey ignora todos eles enquanto descansa um braço no
encosto da cadeira, a manga da camisa ainda enrolada para
mostrar os antebraços musculosos.
Quanto a mim, eu sou a única mulher na mesa, sem

mencionar a mais jovem. Tenho uma mistura de olhares,
alguns deles luxuriosos, alguns confusos. Mas todos eles
tinham uma coisa em comum. Eles observaram meus longos
cabelos loiros e olhos azuis, vestindo um vestido branco com
cicatrizes nos braços, e me rejeitam completamente como
uma não ameaça.
Tenho que morder o interior das minhas bochechas

para lutar contra um sorriso.
Que os jogos comecem!
Capítulo Oito
Godfrey
A cadeira de camurça em que estou sentado continua

rangendo enquanto me movo. Esta não é a minha primeira
vez no clube, então soube instantaneamente que esse lugar
me foi dado de propósito. Tinha em mente pedir um novo,
mas é o que todos eles esperam. Então, em vez disso, fico
quieto, algo que venho lutando para fazer desde o dia em que
nasci. Sou a agitação em pessoa. Passei a vida inteira
batendo no pé e rangendo os dentes. Às vezes, mascava
chiclete para manter o ritmo, mas não tinha nada comigo. O
menor movimento faz qualquer barulho irritante ecoar por
toda a sala, mais alto que o pianista levemente tocando,
então tenho que ter cuidado.
Toda vez que faço qualquer pequeno movimento, Rachel

sorri para mim. Ela pensa que já me desvendou, mas já
tenho planos para usar isso contra ela. Talvez a cadeira seja
útil, afinal. Posso fazer o barulho propositalmente apenas
para jogar ela para fora do meu caminho, se o momento
exigir. Sou muito bom em usar as percepções de uma pessoa
sobre mim contra elas.
Rachel está sentada à minha frente, e aproveitei ao

máximo a vista. Não sou cego. Sei que ela é uma garota
bonita. Acho também que ela aceitou o meu conselho sobre

o seu vestido, porque seus seios estão em plena exibição.
Fico olhando a deliciosa curva de seu decote por um bom
minuto, antes de perceber que tenho um jogo a ser jogado.
Se ela nota ou se ofende da minha vergonha de estar
olhando, ela não demonstra. Ainda não entendo porque
algumas coisas a incomodam e outras não. Quero saber por
que ela balança a cabeça em um ataque de pânico às vezes,
e porque em outras vezes, ela pode enviar um sorriso sedutor
ou é ousada o suficiente para pegar meu pau e apertar
minhas bolas. Isso me faz pensar em como ela reagirá a
seguir, e não gosto de como me tornei interessado em suas
reações.
Sento ao lado do chefe de polícia e, como Rachel falou,

ele fica olhando seu pequeno amante no canto, tocando a
fivela do cinto toda vez que seu namorado ri e toca o peito do
outro policial. O chefe está mal e parece um cachorro
ciumento que leva seu brinquedo favorito para mastigar.
Balanço minha cabeça com nojo. Por isso não tenho
relacionamentos; o mundo é uma mesa de pôquer e todo
mundo está sempre procurando por pontos fracos.
O carteador distribui as cartas e olho as minhas com

facilidade. Cinquenta por cento do jogo é o que o baralho me
deu, e os outros cinquenta por cento é o que as pessoas
pensam que o baralho me deu. Tenho três reis; tudo que
preciso é de mais um par para uma casa cheia.
Em seguida de mim, o chefe estuda suas cartas e bate

na ponta delas sobre a mesa. Do meu outro lado, tem um
idiota rico chamado Carter Rothson que gosta de jogar ações
e contratar prostitutas nos becos — quanto mais sujo,
melhor. Ele não sabe nada sobre poker e não se importa.
Está sempre olhando para o relógio, como se a única razão
de estar aqui fosse mostrar seu rosto e fazer negócios a

portas fechadas com os outros idiotas ricos. Não o vi ganhar
uma única vez e ele já frequentava aqui há muitos anos,
desde que a Sra. Salvador fez um acordo com os
organizadores. Ela abriga as atividades em troca de um
corte. Ela é boa em exatamente duas coisas: negócios
imobiliários e ficar chapada. E seus negócios deixam ela
fazer às duas coisas.
"Pensei que esses jogos exigiam um certo calibre",

Carter diz enquanto olha para Rachel. "Não percebi que eles
deixavam qualquer um jogar hoje em dia."
Se Rachel fica incomodada com as palavras dele, ela não

demonstra. Algo me diz que ela está acostumada a homens
que a subestimam. "Isso pode ser bom para você, Rothson",
começo. "Você pode realmente ganhar um jogo pela primeira
vez."
Ao meu redor, todos riem, mas meus olhos são

bastardos traidores, olho relutantemente para Rachel,
encontrando seus olhos nos meus, ela está com uma
expressão indecifrável que não consigo ler.
Ainda não descobri o que ela disse. No hospital, ela

coçava os braços, onde as marcas fantasma se alinhavam em
sua pele de porcelana. Mas eu não tinha tanta certeza de que
essa era a sua oferta. Essa garota está me mantendo na
ponta dos pés desde o momento em que a conheci.
Olho para o homem sentado ao lado dela, e ele tem seus

olhos tão profundos no decote dela, tenho que me controlar
para não estender a mão e bater com o crânio dele na mesa.
Não sei por que estou me sentindo tão… protetor sobre essa
garota, mas geralmente não tenho o hábito de me questionar.
Sigo meu instinto sobre as pessoas. Tenho esse talento
herdado do filho da puta do meu pai. Ele pode ser um

bastardo abusivo, mentiroso e tortuoso, mas também é um
bom advogado. Ele sabe como desvendar as pessoas e depois
apertar até elas se revelar. Sabe quem ele pode usar e quem
pode ser útil. Confia em seu instinto, e eu também.
Quando Rachel ajeita o decote antes de ajeitar seus

seios novamente na mão, seus olhos voam sobre a mesa,
levando todos para dentro. Seus olhos azuis pousam em mim
e me pega observando, um rubor rosa aparece em suas
bochechas. Sei que estou encarando por muito tempo seus
olhos azuis, seus lábios carnudos e a sarda na clavícula, mas
não me importo. Ela carrega algo feroz, mas tenho a
sensação de que não é sobre a mão dela. Pelo menos, não a
mão que estava segurando suas cartas. Não, essa reação foi
toda sobre mim. O que me trouxe de volta à lembrança de
como sua mão se estendeu e agarrou minha que ela usou no
carro. Nem sequer me importo que minhas bolas ainda estão
doendo. Meu pau aprecia a atenção. Inferno, ainda está meio
duro.
Mas a última coisa que preciso é enfiar meu pau em

uma garota quebrada com uma cabeça fodida e uma gangue
ainda atrás dela.
Ou pelo menos, foi o que eu disse a mim mesmo.
Porra. Preciso transar.
As apostas aumentam. A música e a dança está

tocando. E eu entro em um ritmo, combinando a intensidade
das pessoas ao meu redor enquanto observo o espetáculo.
Não fiz metáforas ou coisas assim, mas Savannah, na
Geórgia, é sua própria maldita mesa de pôquer, e todo
mundo está tentando ganhar de todo mundo.
Carter Rothson dobra a aposta, parecendo uma cadela

maluca quando cruza os braços sobre o peito e olha. Acho
que mesmo com Rachel jogando, ele não ganharia hoje à
noite. Ele parece o tipo de homem que se sente com o direito
da vitória, mas não quero trabalhar para isso. Sei o suficiente
sobre ele para saber que sua mãe e seu pai entregam tudo
ao garoto em uma bandeja de prata, incluindo a Lamborghini
atualmente estacionada com o manobrista.
Rachel sorri, obviamente satisfeita por o imbecil chorão

ter diminuído. Foda-se, ela está muito travessa e sexy como
o inferno. Seus dentes brancos estão cavados em sua boca
macia como se ela quisesse sangrar por toda a maldita mesa,
perfurar seus lábios com prazer para o mundo inteiro ver.
Naturalmente, além do chefe, que está puxando seu cinto
como se o tivesse ofendido pessoalmente, eu não sou o único
que percebeu o pequeno show que minha garota está dando.
A mesa inteira está à sua mercê, e me pergunto rapidamente
se era isso que ela dizia. Compensar suas cartas ruins na
mão com seu corpo se contorcendo transbordando apelo
sexual.
Não. Não é isso que ela falou. Ela está apenas tentando
se sentir no controle novamente.
As apostas aumentam. Jogo mais cartas para frente,

apesar de saber que meu jogo provavelmente é medíocre na
melhor das hipóteses. Quero ver o quão longe ela irá, ver o
quanto ela dançará ao longo da partida. Um por um, as
pessoas se dobram, mas não ela. Ela se mantem firme
comigo, se contorcendo na cadeira e escovando a clavícula.
Meus olhos estão colados a cada momento, e quando chega
a hora de ficar ou dobrar, começo a me remexer, fazendo
minha cadeira chiar como uma filha da puta.
Os olhos de Rachel se concentram, brilhando com

triunfo.
Ah, lá está. Ela conta.
Aqueles olhos azuis brilhantes não podem esconder sua

alegria, mesmo que ela tente. É ofuscante, bonito. Isso me
atrai contra a minha vontade, e se eu não tomar uma bebida
forte logo, posso perder. "Cuidado, princesa", começo antes
de acenar com o dedo para uma garçonete pedindo um
coquetel. "Você parece muito animada."
Uma mecha de cabelo cai em seu rosto, mas não o

suficiente. "Talvez eu tenha um motivo para estar animada",
ela responde presunçosamente.
Uma garçonete bonitinha aparece para deixar uma

bebida. Eu já a tinha visto por aqui antes. Inferno, até
acariciei seus seios de doze mil dólares. Tenho cerca de
oitenta por cento de certeza de que o nome dela é Trix. Ela
se inclina para me entregar a bebida, roçando aqueles dois
globos de perfeição de silicone contra o meu peito enquanto
se afasta.
Os olhos de Rachel queimam com o contato. Outra

revelação, desta vez não me dizendo nada sobre as cartas e
tudo sobre como ela via a mulher que está esfregando seu
corpo contra o meu. Não tenho certeza do por que gosto da
tempestade se formando naqueles olhos azuis, mas gosto.
Ela está com ciúmes, e isso me deixa feliz.
Agarrando a garçonete pela cintura, a paro antes que

ela possa sair com meu copo vazio. "Ei, Trix, ganho um beijo
de boa sorte antes de ir?" pergunto enquanto arqueio meus
lábios em um sorriso malicioso. Não é preciso muito esforço
para conseguir o que quero.
Como esperado, Trix ri e se inclina, me dando um beijo

nos lábios e manchando seu batom rosa ao longo da minha
boca enquanto ela permanece lá. Ela tem gosto de cinzeiro,
mas não estou realmente beijando por prazer.
Isto foi para minha pesquisa.
Depois que ela se endireita e se afasta, olho para trás do

outro lado da mesa. A tempestade nos olhos de Rachel se
tornam um furacão de raiva. E sorrindo para ela, noto seu
olhar furioso por ver minha boca manchada de batom. "Nós
vamos jogar?" pergunta. "Ou você quer transar com a
garçonete no banheiro antes de desistir?"
Olho para as minhas cartas mais uma vez, mordendo o

interior da minha bochecha para não sorrir. "O banheiro é
tão insalubre, Rachel", respondo com um tsk antes de pegar
uma carta e rolar entre os dedos. “Existe um depósito de
bebidas que a Trix prefere. Mais espaço para esticar.”
"Adorável", ela responde com ar irônico.
Sim, adorável mesmo. Fique brava, princesa. Estou

duro como uma rocha e fodido, mas me sinto tão bem que
não me importo.
Observo ela por um momento mais, pensando no maço

de dinheiro que roubou do armazém. Ainda não sei qual é o
plano dela. Não tenho certeza se ela está apenas tentando se
vingar do Rocco, ou se é outra coisa. Não que o idiota não
mereça a raiva dela, porque ele merece. Ela tem todo o direito
de odiar ele por seu sequestro. Quem sabe o que o povo de
JJ fez com ela? Mas como disse, não sou o terapeuta dela e,
com certeza, não sou seu amigo. Não estou interessado em
ver ela quebrar ou se esconder. Mas estou interessado em
outra coisa. Estou interessado em ver ela pegar seus pedaços
quebrados e ficar em toda a sua glória despedaçada. Apesar

do que ela passou, quero ver ela explodir, lutar e vencer.
Por isso, mesmo tendo quase certeza de que ela tem

uma mão de merda, me vejo dizendo: "Dobro".
Surpresa brilha sobre suas feições, mas o carteador

limpa a mesa, anunciando ela a vencedora da rodada. Todo
mundo resmunga, obviamente chateado que essa garota
entrou em seu território e pegou o dinheiro deles. Eles estão
acostumados a fazer isso com os outros, vim de uma família
importante e respeitada. Rachel Nomar? Ela é uma princesa
de gangue, o que significa que eles olham para ela como se
ela fosse à sola do sapato. Necessário para aumentá-los, mas
inevitavelmente abaixo deles.
Não foi na terceira rodada que eu a desvendei. Para

mim, isso foi há muito tempo, e tive que executar alguns
truques para conseguir. Às vezes, você precisa desistir de
uma mão vencedora para jogar o jogo longo. E para mim, o
longo jogo é muito mais do que apenas dinheiro.
Capítulo Nove
Rachel
Saio do clube com uma pilha enorme de dinheiro

legítimo e um pouco mais do meu orgulho intacto. Eu não
dou a mínima que os bastardos pretensiosos do clube me
olhem como uma espécie de vagabunda esperta. Venci, e me
sinto muito bem em saber que superei homens que ganham
a vida pisando nos outros para chegar à frente.
Se Godfrey não gostou que eu o varresse no pôquer, ele

não demonstrou. O bastardo foi quase um cavalheiro,
ficando quieto enquanto eu me vangloriava internamente.
Atravessamos a cortina e ele colocou a mão na minha parte
inferior das costas, me guiando de volta para o elevador, de
volta ao piso principal do clube e depois através da multidão
do bar com facilidade. Mas assim que chegamos a um canto
quieto, ele retira a mão. Como se me tocar de alguma forma
queimasse sua pele.
“Seu pai te ensinou a jogar?” Ele finalmente pergunta

enquanto examina a multidão, provavelmente procurando
por Luis.
"Sim. Estou limpando carteiras desde os doze anos...”

respondo honestamente, o orgulho escorrendo pelas minhas
palavras enquanto falo com confiança. Se ele está

impressionado, ele não me permite ver.
Ele deve ter visto Luis, porque acena para alguém,

embora não posa ver quem é através de todos os corpos
dançantes. Se virando para mim e dizendo: "Fique aqui",
antes de seguir a multidão em direção ao bar.
Assisto suas costas, em parte com ciúmes do

relacionamento estreito que ele tem com os outros herdeiros.
Eu nunca tinha chegado perto de ninguém além de Beau.
Mesmo na escola, eu não tinha amigos. Tive algumas
pessoas com quem eu andava, mas isso nunca foi além de
andar pelos corredores juntos, da matemática à história. Os
negócios do pai exigem um certo ar de sigilo, o que significava
que eu não podia deixar as pessoas chegarem muito perto.
Eu nunca convidei outras garotas para uma festa do

pijama, embora isso fosse mais para a segurança delas do
que para a minha. Sempre soube que havia uma chance de
ter uma batida policial, ou pior, uma gangue rival poderia
aparecer em nossa casa, com armas em punho, por isso não
havia me arriscado. Era um pouco solitário e me irritava
quando outras pessoas eram convidadas para festas nos fins
de semana, enquanto eu era deixada de fora. Mas tudo bem.
De qualquer maneira, eu estava em outro armazém em
algum lugar, adicionando corantes às máquinas de meu pai
enquanto ele trazia pizza e me ensinado a importância de
permanecer em nosso próprio círculo.
Além disso, eu não queria que ninguém soubesse quem

era meu pai ou o que ele fazia da vida. E se alguém soubesse
quem ele era, eles ficaram muito, muito distante. Ninguém
na minha escola realmente notou quando desapareci.
Ninguém se importou quando não voltei. Eu ansiava por
amizade e um sentimento de camaradagem, mas nunca

encontraria isso dentro desses corredores, e agora era tarde
demais de qualquer maneira. Era muito perigoso para mim
voltar e terminar o último ano.
É estúpido, mas um dos meus arrependimentos é que

nunca tenha ido a um dos bailes do ensino médio. Toda vez
que alguém aparecia, eu me convencia de que era ridículo,
que eu tinha coisas melhores para fazer do que ficar como
uma flor de parede nas laterais e ver todo mundo se divertir
sem mim. Mas agora que eu estou aqui, assistindo os corpos
balançando ao som da música e dançando sob as luzes, sinto
uma pontada de decepção nostálgica. Perdi minha chance
naquela época, e continuarei perdendo as coisas, a menos
que comece a assumir o controle da minha vida.
Continuo assistindo às pessoas dançando perto do DJ

a minha direita. O clube está muito mais cheio agora do que
quando chegamos. Agora que tenho tempo de realmente
olhar em volta, noto a varanda aberta do segundo andar, que
abriga a parte mais chique do prédio, onde as pessoas se
sentam comendo pratos de cem dólares em mesas brilhantes
enquanto todo mundo está na parte debaixo, parado ao lado
do bar ou dançando na parte de trás. A música está alta,
mas não estridente, e a iluminação lá dentro é tão perfeita
que tenho certeza de que alguém havia recebido uma quantia
ridícula de dinheiro para testar o ambiente.
Godfrey se foi há pelo menos cinco minutos, o suficiente

para o barulho atrás dos meus olhos começar a pulsar e
empurrar em mim. Não gosto de ficar parada por muito
tempo, pois isso costumava acontecer. Preciso de uma
distração, me viro e começo a caminhar em direção ao bar.
Não tinha dúvida de que Godfrey será capaz de me
encontrar. Não apenas porque meu vestido branco é como
um farol entre todos esses vestidos pretos e ternos escuros,

mas porque ele parece o tipo de pessoa que sempre pode
encontrar o que está procurando.
Estou quase no bar quando eu vejo ele. Não Pick, mas

outro dos lacaios de Johnny Jack. Congelo
instantaneamente, meu coração bate tão forte que estou
preocupada, meu pulso bate tão rápido que seria capaz de
empurrar meus olhos diretamente para fora da minha
cabeça. Torço o pé dentro do sapato, sentindo meu canivete
ainda escondido lá. É meu um pequeno conforto, mas sei que
é uma falsa sensação de segurança. Ele é grande, mau e sem
dúvida me dominaria em dois segundos.
Quando ele vira a cabeça, abaixo a minha e rapidamente

me afastando para que ele não me visse. O pânico explode
dentro de mim enquanto minha mente corre. Ele me rastreou
até aqui? Godfrey o trouxe aqui?
A raiva começa a guerrear com o meu pânico quando eu

me escondo atrás de dois caras discutindo sobre um jogo de
basquete. Tento recuperar o fôlego, usando seus corpos para
bloquear os meus. Se Godfrey os avisou, ele traiu eu e meu
pai. Era plausível, mas por algum motivo, meu instinto me
diz que não é verdade. O que devo fazer é seguir ele, pois
ainda não me viu. Minha missão inteira com Quarenta e Um
é obter informações sobre Pick e entregar para ele. Mas é
como se meus pés estivessem grudados no chão de madeira
e minha língua estivesse tão pesada quanto chumbo. Tento
pegar meu telefone e tirar uma foto dele, mas não consigo
nem torcer os dedos. Tudo diminui a velocidade e acelera ao
mesmo tempo, e a única voz que posso ouvir é à cheia de
vergonha na minha cabeça me implorando para fazer alguma
coisa, qualquer coisa.
Mas não poso. Não faço. Fico lá, me escondendo como

uma covarde, com muito medo da minha própria sombra
para me aproximar e fazer o que eu preciso fazer. Lágrimas
brotam nos meus olhos. Estou com mais raiva de mim
mesma por não ser capaz de agir do que estou ao ver alguém
da gangue de JJ.
Antes que possa me castigar um pouco mais, alguém

esbarra em mim por trás, derramando sua vodka de amora
pela lateral do meu vestido me deixando paralisada. “Oh!
Desculpe!” uma garota alta diz com uma risadinha. Ela tira
um lenço da bolsa e começa a me dar um tapinha com os
dedos desajeitados.
Os caras onde estou escondida atrás se viraram quando

percebem o tumulto, saindo de suas posições anteriores para
observar a outra mulher tocando as laterais do meu peito
enquanto ela continua a esfregar. Olho para o meu vestido
arruinado por um momento, tentando afastar ela, e quando
olho em pânico para ver o cara de JJ, descubro que ele tinha
sumido.
"Acho que a mancha não vai sair", a mulher soluça.
"Está tudo bem", asseguro a ela, tentando falar sem

minha voz tremer. "Eu não gostei desse vestido de qualquer
maneira", garanto antes de me desculpar. Ando pelo bar,
sem saber se estou procurando o Macon Mobster ou fugindo
dele. De qualquer maneira, agora que meus pés estão
finalmente se movendo, eu não conseguia fazer eles pararem.
Não sei como acabei na seção apenas de funcionários.

É um timing muito bom que tenha perdido o segurança
normalmente parado lá ou um timing muito ruim. Talvez o
destino esteja sendo uma cadela provocadora, porque
quando meus pés nervosos me levam à primeira porta
fechada que vejo e minhas mãos trêmulas abrem a porta

para escapar, o que tem dentro é suficiente para congelar
meus passos.
A sala está escura, mas meu olhar se concentra na

mulher à mesa. Ela parece elegante e bonita, debruçada com
uma saia lápis e saltos, enquanto segura uma colher de
metal sobre o isqueiro. Não demora muito tempo para
reconhecer a substância preta como alcatrão sendo
aquecida. Ela está lambendo os lábios, olhando como se
fosse ouro líquido.
Na mesa ao lado dela, há várias seringas, cada uma

delas empacotadas, como se ela mantivesse um estoque
prontamente disponível. Seus longos cabelos negros estavam
em seu rosto quando gotas de suor percorreram sua testa.
Ela nem tinha me notado ainda desde que estava muito
absorta em derreter o pó branco puro. Engulo em seco, mas
a andorinha audível era muito alta para o quarto, e a faz virar
os olhos para mim.
“O que você está fazendo aqui?” pergunta em um tom

estridente, um sotaque espanhol cortando suas palavras
enquanto ela praticamente zomba em minha direção,
arreganhando os dentes como um animal selvagem.
Estou preocupada demais para ter medo, consumida

demais pelo zumbido em minhas veias para reagir
imediatamente. Meu corpo começa a implorar por uma
picada da agulha, me tentando com horas de esquecimento.
Ela percebi a necessidade em mim, senti o vício, porque

sua expressão mudou de defensiva para compreensão. “Você
está nessa merda?” pergunta com um sorriso como se
fôssemos a mesma.
O vício liga as pessoas, acho. É o fio comum que está

ligado à nossa fraqueza e atado à nossa dor. Todo maldito
último sentimento de retirada colidi comigo como se fosse
um trem de carga. As dores. A náusea. A dependência que
tudo consome, tenho cada célula maldita de cada músculo
maldito gritando por apenas um último golpe. Só mais uma
vez. Apenas uma última dose.
Ela balança a cabeça e ri. "Oh, você entendeu, chica",

ela diz antes de pegar sua agulha e encher com a substância
escura. “Eu já vi esse olhar antes. Tentando se manter
limpa?” pergunta antes de injetar no braço. É estranho e
fascinante assistir. “Bem, me deixe dizer, não vale a pena.
Ceder é tão melhor“, ela diz com um suspiro antes de se
inclinar para trás em êxtase.
O problema é que ela não está errada. Nas primeiras

vezes em que me deram uma dose, fiquei horrorizada. Minha
mente se rebelou. Mas honestamente? Logo se tornou meu
porto seguro. Assim que atingia minhas veias, tornava meu
inferno mais suportável. Tudo apenas… parecia melhor. Era
como se a perfuração da agulha deixasse toda a dor e o medo
dentro de mim sangrar. Os torturantes segundos do relógio
aceleram, e eu consigo pensar no que Pick fez comigo.
Mas foi por isso que eles fizeram isso. Eles alinharam
todas nós, uma após a outra, como bonecas quebradas. Eles
pegavam em nossos braços, e nos prendiam pelas veias, e a
próxima coisa que sabíamos era nossa vontade. Nós nos
tornávamos dependentes, o que significava que éramos
complacentes, e era exatamente assim que eles nos queriam.
Algumas das meninas choravam até que um dos

membros da gangue voltasse para lhe dar mais. Algumas
delas recebiam doses demais e não acordavam. Eu? Eu me

adaptei. Ter era melhor que ficar sem.
E nesse momento? Quando as memórias estão batendo

no meu crânio e tudo o que eu quero é silenciar os sons
novamente? Sim, eu quero. Minhas veias estão praticamente
salivando. "Você quer um pouco, garota?" Ela me pergunta
com um sorriso, e reconheço o olhar em seu rosto. É um
daqueles tipos que gosta de derrubar o mundo com ela. Não
suporta falhar sozinha, então seduz pessoas para se sentir
melhor consigo mesma.
Deveria ter dito não. Deveria ter gritado minha recusa e

me afastado. Mas não pude. Dou um passo mais perto, cada
membro implorando, implorando para injetar e esquecer.
Outro passo, e seus lábios enrugados se torcem em um

sorriso sangrando com aprovação. Outro passo, e vejo as
olheiras sob seus olhos. Quando estamos a apenas um pé de
distância, vejo como sua pele estava lavada, seus ossos
pontudos por anos de uso. Ela torce para olhar para trás, e
há uma comoção do lado de fora ecoando nos meus ouvidos,
mas eu não consigo focar nisso. Tudo o que posso ver é a
maneira como a coluna dela cutuca o tecido fino de sua
blusa, fazendo parecer esquelética, e as marcas que marcam
seus braços e até suas mãos. É doentio, e uma visão com a
qual eu estou familiarizada demais.
Colocando mais pó na colher para mim e o movimento

do isqueiro abafou os passos que estalam no chão de
mármore atrás de mim. Fico paralisada enquanto ela
cantarola, trabalhando de uma maneira preguiçosa e
relaxada. Cada ponta dela tem suavizado e suas pálpebras
afundam como se bigornas pesadas estivessem descansando
nelas. “Vou esquentar tudo para você, querida. Não precisa

sofrer. Ajudo você.”
No fundo, sei que essa é sua culpa falando. Sei que ela
quer me ver tão distorcida sobre a droga quanto ela. Exigindo
submissão de nós duas, e ela já se curvou. Prendo a
respiração no peito, ainda indecisa sobre se quero ou não
isso. Meu espírito teimoso está em guerra com meu corpo.
Então, uma voz rompe a névoa do meu vício. Uma voz me
corta como uma faca e dá ao meu coração poder suficiente
para recusar.
"Mas agora que vejo que você é apenas uma drogada

com problemas com o meu pai, percebo que não há nada de
especial em você."
Essas palavras empurram através do desejo, e balanço

minha cabeça, pensando claramente novamente pela
primeira vez desde que entrei na sala. "Não, obrigada", falo
em torno de uma bola de fogo. Minhas palavras parecem
cinzas na minha garganta, revestindo meu corpo traidor com
a recusa que me encoraja. Posso sentir minha força
crescendo a cada momento, e o sorriso da mulher desliza em
uma máscara de dor.
Começo a recuar, me afastando de perto da mulher

enquanto encaro o líquido derretido em sua colher. Cada
passo dela me dá um pouco do meu poder de volta. Cada
passo me faz sentir como se eu pudesse respirar. Então, seus
olhos se arregalam um pouco, assim como minhas costas se
conectam com algo sólido.
Mãos me seguram suavemente pelos braços, e lábios

roçam meus ouvidos quando palavras ásperas são ditas alto
o suficiente para apenas eu ouvir. "Você me surpreende,
princesa."
Me viro, olhando Godfrey nos olhos, e finalmente

entendo por que o quero por perto. Não apenas porque eu o
associei a me salvar do acidente de carro. Mas porque sei, no
fundo, que preciso do seu desafio condescendente. Se
realmente vou domar a besta dentro de mim que se enfurece
e se contorce pela droga, então eu preciso da voz de Godfrey
Taylor na minha cabeça. Eu preciso disso para provar que
ele está errado.
Agarro seu braço, provavelmente com um aperto mais

forte do que deveria, mas ele não parece se importar. Em vez
de encolher de ombros, ele prende minha mão ao lado de seu
braço, apertando no lugar. Seus olhos frios cortam a mulher
e seus lábios pressionam uma linha fina de desaprovação.
"Sra. Salvador. Luis está procurando por você.”
"Sim? Bem, a Sra. Salvador não está aqui...” responde

ela com igual desdém, recostando na cadeira como se não se
importasse com o mundo.
Engulo em seco novamente, desejando esse vazio mais

do que gostaria, mas colo minhas unhas em Godfrey como
se ele pudesse ancorar à minha sobriedade. Sendo o
profissional na leitura de pessoas, ele parece sentir que
minhas forças estão falhando, então ele me tira da sala e
volta para a parte principal do clube.
Meus sentidos estão acelerados, a música alta bombeia

em minhas veias e me deixa tonta.
“Vi um dos caras de Johnny Jack lá dentro. Precisamos

sair daqui...” Godfrey diz enquanto nos conduz pelos corpos.
"Luis está distraindo ele, mas eu não quero que o filho da
puta nos veja."
Balanço a cabeça entorpecida, incapaz de entender

completamente o fato de que ele não tinha me traído. Acho
que meu instinto está certo, afinal, não que eu pudesse
apreciar adequadamente esse fato agora. Só preciso sair
deste clube, o mais longe possível da Sra. Salvador e de sua
colher aquecida. Ando mais rápido, minhas unhas cravadas
no braço de Godfrey com tanta força que eu provavelmente
estou perto de tirar sangue, mas ele não tenta se afastar uma
vez.
Capítulo Dez
Rachel
O manobrista traz o Bugatti de Godfrey rapidamente, e

no instante em que estamos de volta no carro, desligo a
música, apreciando o silêncio e dou um momento ao meu
cérebro para que consiga lidar. Inspire, prenda e expire.
Sussurro para mim mesma, praticamente seca com a
intensidade que sacudiu meu cérebro.
A voz de Godfrey é baixa, um ato atencioso que me

suaviza um pouco. "O que você precisa?"
Não é uma pergunta dura, mas me encolho de surpresa.

Ele parece notar, e pelo canto do meu olho, vejo ele apertar
o volante com mais força.
“Eu preciso de distração. Está muito alto. O mundo está

barulhento pra caralho...” engasgo.
Estamos andando por Savannah, em direção à periferia

da cidade, onde não há nada além de árvores e um longo
trecho de estrada. No momento em que as luzes brilhantes
da cidade de Savannah estão fora de vista, ele para o carro e
sai.
Meus dedos trêmulos mexem no cinto de segurança, me

mantendo presa ao assento de couro e assim que o tiro, saio
do carro, deixando o ar fresco da noite dançar com facilidade
na minha pele. Solto um suspiro e me curvo para beijar meus

joelhos enquanto me estabilizo. Tudo fica em silêncio. Os
únicos sons que posso ouvir é o zumbido de percevejos e a
respiração de Godfrey.
"Você não pegou", observa Godfrey com uma pitada de

descrença.
Levanto e me viro para encarar ele. "Eu não quero ser

uma drogada com problemas com o meu pai", retruco,
citando o que me disse e vejo suas sobrancelhas loiras
levantarem em surpresa.
O desejo que senti quando estava com a Sra. Salvador

começa a se dissolver em raiva, e minha raiva queima em
brasa. Mas esse calor furioso se mistura a um tipo diferente
de calor enquanto eu olho Godfrey encostado na lateral do
carro. Ele é pecaminosamente gostoso e sabe disso. O desejo
pela droga de alguma forma se transforma em desejo por ele,
e eu não posso deixar de correr meus olhos sobre seu corpo.
Seus lábios puxam em um sorriso, a luz da lua dança nos
ângulos de seu belo rosto enquanto ele me observa.
Droga. Mostrei meu desejo!
“Então você queria provar que eu estava errado?”

pergunta se afastando do carro.
"Talvez", engasgo, tentando endireitar meu corpo até

minha altura total. Não que isso realmente tenha ajudado.
Ele é bem mais alto que eu.
Godfrey se aproxima e, antes que possa perceber, está

segurando minhas bochechas. Posso sentir o cheiro de
uísque em sua respiração, mas é à ternura de seu toque que
me faz inclinar.
"Continue me provando que estou errado", sussurra tão

suavemente que quase me perco.
E então, o beijo.
Nós colidimos e, de alguma forma, as minhas peças

irregulares se encaixam nas bordas ásperas de sua alma.
Nada é suave, perfeito ou bom. Estamos enrolados em
desprezo pela vida, brigando com dentes colidindo e línguas
dançando. Um beijo nunca foi tão agridoce, e eu nunca quis
que o sabor terminasse.
Eu não queria, mas sem querer, eu o quero. Ele é a

única pessoa desde que eu me afastei da gangue de JJ que
não me tratou com luvas de pelica. Godfrey não deixa espaço
para sentir pena de mim mesma quando sua língua se choca
com a minha.
"Você está com raiva, princesa?" pergunta contra a

minha boca.
"Tão fodidamente brava", respondo antes de morde ele

no lábio inferior com força suficiente para tirar sangue.
Minha raiva está tão quente que não ficaria surpresa se o
vapor começasse a sair da minha pele. Estou brava com o
que tinha acontecido comigo. Louca que meu pai tenha
deixado. Louca com as lembranças residuais e o vício que me
atormenta. Louca por ninguém ter vindo me resgatar, e por
ser apenas um subproduto dos herdeiros salvando sua
amiga Scarlett.
Provo o sangue em seu lábio que eu havia desenhado,

mas em vez de me encolher ou me afastar, suas mãos vêm
ao redor da minha cintura, e ele me puxa ainda mais perto.
Com meu corpo corado com o dele, o calor que ele emite
alimenta meu inferno interno. "Bom. Gosto de você quando

está brava.”
Ele me levanta do chão com um aperto forte, forçando

minhas pernas ao redor dos seus quadris. Sem que nossas
bocas se separem, ele nos leva ao capô do seu carro e minhas
costas atingem o metal frio. Godfrey morde meu lábio inferior
com a mesma força que eu o mordi, e provo a mistura de
nosso sangue com uma picada na minha língua.
Ele se endireita, afastando o rosto do meu, mas mantêm

as mãos apoiadas no capô uma de cada lado do meu corpo.
Olhando para mim, sem dúvida, notando o rubor do meu
rosto e a maneira como meu vestido se enrola em volta da
minha cintura, mal cobrindo minha calcinha.
"Linda", murmura antes de moer em mim, seu pau duro

pressionando contra o material fino que cobre meu calor
escorregadio. Não quero as palavras dele. Quero o corpo dele.
Quero que ele me entorpeça e me coloque no controle do meu
novo vício: provar que Godfrey Fodido Taylor está errado.
Arqueio minhas costas, sinalizando para ele empurrar

mais forte, beijo mais profundamente e sinto a maneira
fodida que meu corpo responde a ele. Não quero que ele me
trate como uma garota à beira de um gatilho. Não há um
manual para lidar. Não há uma maneira certa de navegar
pela merda fodida que aconteceu comigo. Minha terapeuta
me avisou que o toque seria demais. Que eu poderia me
esquivar dos relacionamentos físicos, porque eles me
lembrariam Pick, mas ela estava errada quando se tratava
de Godfrey. Quando se trata dele, continuo querendo mais.
Não preciso de alguém me dizendo como superar

silenciosamente meu trauma. Preciso de alguém para me
incentivar, apertar meus botões e me deixar gritar, ficar com
raiva e me sentir empoderada. Não sou um produto das

coisas que aconteceram comigo. Eu sou forte. Posso lidar
com minha merda. Posso trabalhar isso com uma foda dura
e um beijo exigente, se eu quiser.
Godfrey se inclina para frente e belisca meu pescoço,

lambendo em linha antes de afundar os dentes na minha
pele macia. Me apoio contra ele e enrolo meus dedos em seus
cabelos enquanto gemo em sua boca. “Pare de ser tão
cuidadoso, Deus. Posso lidar com isso...” sussurro antes de
me empurrar contra suas mãos, onde ele me prende. Com
outra pessoa, isso poderia me deixar em pânico, mas eu me
sinto totalmente segura com ele. "Não sou uma margarida
delicada."
Ele ri e raspa sua mandíbula contra a pele sensível

embaixo da minha orelha. "Isso é verdade. Você não é flor,
princesa. Você é um maldito espinho. Só estou saboreando
isso, porque isso não vai acontecer novamente.”
“Não, não vai. Uma vez é tudo o que quero...” respondo

ao mesmo tempo em que chego debaixo da camisa dele e
passo minhas unhas nas costas dele.
É verdade. Quero apenas uma foda dura, apenas para

provar a mim mesma que posso faz. Posso fazer sexo e me
divertir. Não vou deixar Pick tirar isso de mim para sempre.
Mas sei que se estivesse fazendo isso com Beau, ele ficaria
muito preocupado, muito cuidadoso, muito suave. Eu não
quero nada disso. Preciso de alguém para me foder como se
nada tivesse acontecido comigo. E Godfrey, por todo o seu
egoísmo e disposição imbecil, pode me dar isso, porque, pela
sua maneira distorcida, ele me entende e sabe que, naquele
momento, eu não quero ser mimada.
“Tire meu pau de dentro da calça. Você me dá suas

mãos, te dou as minhas.”
Minha mão já está no fecho de seu jeans antes de suas

palavras serem registradas.
"Espere ... Você não vai me foder?"
“Oh, vou te foder, tudo bem. Só não assim.”
Uma nova onda de raiva corre por mim, e mergulho

minha mão sob sua boxer e agarro seu pau, apertando com
força. "O que? Estou muito suja para você?” desafio,
sentindo o fogo furioso e lagrimas encher meus olhos. "Você
não me quer?"
Ele empurra seus quadris contra mim, forçando minha

mão a segurar ainda mais forte do que já está. "Parece que
eu não quero você?"
Eu não entendo. Então, Godfrey faz tudo por uma razão.

Eu só tenho que ficar perto dele por tempo suficiente para
aprender quais são todas essas razões.
"Pare de pensar", ele retruca, forçando meus olhos nos

dele quando ele me agarra pela mandíbula. O toque é firme,
mas gentil, e quando sento o polegar dele varrer minha
bochecha, quase derreto com o toque.
Sua mão trabalha meu vestido pelo resto do caminho, e

então ele começa a esfregar círculos ao redor da parte
externa da minha calcinha. Não demora muito para ele me
deixar molhada, o que é incrível, já que ontem pensei que
nunca mais seria capaz de me excitar novamente. Mas não
estou prestes a desperdiçar.
Fico apertando e acariciando ele, provavelmente um

pouco demais, mas gosto da sensação de literalmente
segurar seu pau na minha mão. Gostei do poder que isso me
da. E é isso, percebo. Por todas as suas falhas, Godfrey
realmente sabe ler as pessoas. Ele sabe que é disso que
preciso agora, mesmo que não soubesse até ele me dar. Ele
está me dando o que eu quero, sem me deixar entrar no sexo
o que pode me deixar em pânico. Só então que
verdadeiramente aprecio o quão atento ele realmente é.
Quando ele sente minha mão afrouxar um pouco, não

mais um aperto punitivo, ele me recompensa mergulhando o
dedo na minha calcinha e passando na minha fenda.
Engasgo, minha mão para enquanto me concentro em seus
dedos hábeis, trabalhando com aquele movimento feliz que
me dá exatamente o que quero. "Não pare agora", brinca,
sabendo muito bem o efeito que está tendo em mim.
Pressiono a cabeça de seu pênis com o polegar, giro seu

pré-gozo com os dedos sobre sua dureza antes de massagear
ele novamente. Com cada bombada, aperto um pouco mais
enquanto seus dedos circulam meu clítoris, aperfeiçoando
esse ritmo doce enquanto eu combina seu ritmo com meus
próprios movimentos.
"Sim", sussurro.
Cada grunhido em seu peito me estimula ainda mais,

tremo em suas mãos quando o orgasmo finalmente me
liberta do inferno em que estou vivendo. Aperto um pouco
mais forte, lambendo meus lábios enquanto me pergunto
como seria sentir ele enfiando fundo da minha garganta.
Os olhos de Godfrey se concentram no movimento da

minha língua e sinto sua pele esquentar de desejo. "Não
desta vez, mas se você quiser provar, deixo você chupar meu
pau na próxima, princesa."
"Não haverá uma próxima vez, lembra?" respondo, mas

suas palavras têm um efeito sexy e perfeito para mim. Atinjo
outro orgasmo enquanto visualizo seu pau na minha boca,
eu de joelhos e seu esperma quente deslizando pela minha
garganta.
Meu orgasmo é como vidro quebrado, me despedaçando

em cacos enquanto me segue. Minha palma fica escorregadia
com o esperma dele enquanto ofegava, e antes que possa me
questionar ou deixar que a realidade do que aconteceu me
atinja, levanto um dedo e chupo seu gozo doce, puxando com
um estalo.
"Interessante", falo, minha garganta rouca enquanto

meus membros ficam dormentes de prazer, e relaxo de volta
no capô do carro.
"O quê?" ele pergunta. Com tom áspero enquanto ofega

ao meu lado, sua testa pressionada contra o metal.
“Você tem um gosto mais doce do que eu imaginava.

Pensei que o diabo seria azedo…” provoco antes de agarrar
sua mão e puxar para fora da minha calcinha.
Uso a ponta da camisa dele para me limpar

cuidadosamente dele. Ele me observa com uma expressão
ilegível quando saio de baixo dele, deslizando para fora do
capô do carro.
"Me leva para casa, Godfrey", peço antes de abrir a porta

do passageiro e deslizar para dentro.
Olho pelo para-brisa enquanto Godfrey se ajusta e tira

a camisa, jogando na terra como se quisesse deixar para trás
as evidências do que havíamos feito. Sem dizer uma palavra,
ele entra no banco do motorista e liga o motor, nos afastando
do nosso pequeno esconderijo para voltar para a cidade.
Assim que voltamos à estrada principal, ele estendeu a mão
e liga o rádio, tocando a música que odeio enquanto ele me
levou para casa.
Espero nada menos, no entanto, descubro que odeio um

pouco menos essa música.
Capítulo Onze
Rachel
Não, não, não, não.
Escuridão rasteja sobre mim como uma sombra de

espinhos.
"Eu não quero isso!" grito, mas minha voz é como um

eco, um apelo distante que não faz muito no nada.
Uma picada na pele.
"Cale a menina já", diz uma voz. Seu tom é como triturar
cascalho. Há uma pilha de dentes quebrados aos meus pés.
Apenas um pequeno idiota. Apenas um gosto e tudo vai

acabar.
Tudo vai acabar.
Estou me coçando. Descascando minha pele de volta,

camada por camada horrível. Mas não é sangue escorrendo
das minhas veias, é pó branco.
Neve. Neve linda.
"Pare", imploro.
Mas, novamente, minhas palavras não fazem nada.
Cada decibel ensurdecedor na minha voz apenas os

chama mais perto.
Cada gemido que escapava dos meus lábios são apenas

um farol.
Cada lágrima é apenas o fim.
Cada fim é apenas mais um começo.
"Rachel, acorde!" Uma voz chama repetidamente. Sinto

meu ombro sendo empurrado enquanto tento sair do sono
profundo em que estou presa.
Estou de bruços no meu travesseiro de pelúcia, baba

acumula no canto do meu lábio enquanto luto contra os
demônios que atormentam meu sono. O pesadelo sombrio
que me ataca todas as noites é sempre o mesmo. Um monte
de flashes de sombras, palavras ilegíveis e rostos sem nome,
todos eles cutucando meu corpo como se fosse deles.
"Rachel, querida, você precisa acordar", implora uma

voz.
É muito preocupante que a primeira coisa que eu espere

quando abrir meus olhos é encontrar Godfrey Taylor. Mas
quando sou recebida com a luz da manhã, não são os olhos
cruéis e frios que me cumprimentam. Em vez disso, é cor de

avelã quente mergulhados em preocupação.
"Beau?" pergunto, enquanto seguro os lençóis rosa

pálidos encharcados de suor ao meu redor. Me viro na cama,
sentando em um instante, me sentindo muito vulnerável
para continuar deitada de bruços. "O que você está fazendo
aqui?", pergunto. Nossos rostos estão a centímetros de
distância. Ele provavelmente pode sentir o cheiro da manhã
no meu hálito e o enxofre na minha alma.
Seus olhos descem para o meu peito, onde continuo

segurando os lençóis contra os meus seios. Ele
provavelmente está confundindo minha respiração rápida
com luxúria por sua proximidade, mas, na verdade são
apenas restos frenéticos do pesadelo que eu estava tendo.
Sinto calor sob o olhar dele, mas não de um jeito bom, e não
quero nada além de uma ducha fria para lavar o terror que
meu sonho deixou. “Você estava tendo um pesadelo...”
sussurra antes de estender a mão para acariciar minha
bochecha, empurrando uma mecha loira pálida atrás da
orelha no processo.
Beau usa sua jaqueta de coro exclusiva, jeans justos e

uma camisa de banda dos anos setenta. Ele provavelmente
nunca ouvi uma música do Pink Floyd em sua vida, mas
gosta de vestir o estilo.
"Estou bem", falo antes de empurrar os cobertores, o

que é um grande erro. O ar frio corre pela minha pele e se
agarrava às gotas de suor que estão me cobrindo com um
brilho liso. Um arrepio se espalha por todo o meu corpo a
partir do frio dele. Esqueci que na noite anterior, eu tinha
colocado uma camiseta. Godfrey tinha me deixado quente e
incomodada após a nossa pequena sessão em seu capô, e
parecia que cada camada de roupa que eu usava na noite

passada era demais. Godfrey queria me despir, e ele
conseguiu, mesmo que não estivesse aqui para testemunhar.
Beau engole em seco enquanto observa minhas pernas

e a curva dos meus quadris nus. "O que você está fazendo
aqui?" pergunto antes de ir para o meu banheiro. Não me
incomodo em fechar a porta. Em parte porque o pesadelo me
fez sentir nervosa por estar trancada em espaços fechados,
mas também porque sei que Beau não é uma ameaça.
Preciso lembrar que não estou presa. Estou no controle.
Posso fazer isso. Posso pedir para ele sair e deixar a porta
aberta. Mas daria uma pequena provocação ao meu amigo
no processo, disse a mim mesma ontem à noite que
começaria a usar meu corpo como arma, e quis fazer isso.
Experimentar com segurança em Beau parece uma maneira
inteligente de praticar. Posso usar meu corpo nos meus
termos e fazer um show para meu próprio benefício.
Me viro de costas, tiro minha camisa e jogo no chão

antes de ligar o chuveiro. Beau me segue, e posso sentir sua
presença alta na porta. “Seu pai me enviou. Ele ficou
preocupado quando você não respondeu às mensagens
dele…” explica.
Cantarolo em pensamentos e olho por cima do ombro

para ele, captando a maneira como seus olhos famintos
percorrem minha cintura e a curva da minha bunda. Engulo
a fome e me lembro isso é a última coisa que devo querer.
Beau é meu amigo, e confio nele. Ele é gentil e forte e já
estava no círculo interno do meu pai. A coisa com Godfrey ia
desaparecer agora que tínhamos provado um ao outro. É
preciso.
É por isso que tento me convencer, de qualquer

maneira. Godfrey está completamente errado sobre mim, e
querer ele só levaria à mágoa. Mas Beau é seguro, ele está
aqui, e posso ver exatamente o quanto ele me quer. Quero
tentar querer ele também.
Comecei a dormir de calcinha no porão. Aprendi muito

rápido que quanto mais roupas entre mim e meus
torturadores, mais demoravam para me machucar. Até o
calor persistente de Godfrey não conseguiu impedir isso.
Soltando meu sutiã, deixo as alças caírem sobre meus
ombros. Aperto o tecido entre o polegar e o indicador e o
deixo cair no chão em uma queda delicada.
"Sim?" pergunto, acima do rugido do chuveiro. O vapor

está começando a encher a sala quando tiro minha calcinha.
Tornando a cena toda mais erótica, de alguma forma.
Fazendo ele ter que procurar através do vapor nebuloso a
minha pele macia. "O que ele quer?", pergunto.
Beau é um amigo para a vida toda, falo a mim mesma,

sentindo sua atenção fixada em cada centímetro meu
exposto. Posso lidar com o seu olhar. Mostrarei ao meu
cérebro que estou no comando. Vou esquecer Godfrey!
Beau pigarreia antes de responder. “Ele foi chamado

para negócios em Atlanta e quer que o encontre lá. Quer que
você passe o dia com Taylor até ele voltar. É uma daquelas
situações de mãos e pés atados...” explica quando piso na
água corrente e fecho a cortina. No momento em que estou
na privacidade do chuveiro, passo meus braços em volta da
minha cintura e me fecho, deixando escapar um suspiro
trêmulo. Por mais que eu tente, meu corpo não está
respondendo do mesmo jeito se fosse Godfrey lá fora.
"Tenho certeza de que é um dia escolar para pessoas

que não estão presas em suas casas", respondo com um
suspiro.
"Tenho certeza de que pessoas como Godfrey Taylor

matam aula o tempo todo", Beau resmunga. Posso ouvir o
ciúme em seu tom, mas não estava no estado de espírito
certo para responder.
Lavo meu cabelo o mais rápido possível antes de passar

a esponja sobre mim. Depois que a água quente acaba, saio
para o ar frio e envolvo a toalha enorme em volta do meu
corpo trêmulo. "E porque não posso ficar aqui em casa?",
pergunto novamente antes de caminhar até o espelho para
limpar a névoa. A garota olhando para mim, parecia diferente
da garota que vi ontem. Ela é mais vibrante, tem um brilho
extra nos olhos e uma marca reveladora no pescoço. Me sinto
diferente de alguma forma. Como mais controle da minha
sexualidade. Pena que eu não poderia dizer que essa
sexualidade desejava Beau.
"Não é seguro", Beau responde enigmaticamente.
“Vocês vão ter que começar a inventar desculpas

melhores, Beau. Não é seguro em lugar nenhum que vou“,
respondo em tom seco. Talvez por isso que lutei com Beau.
Ele é muito parecido com o meu pai, sempre tentando insistir
gentilmente que quer o melhor para mim, enquanto me
mantém acorrentada à sua vontade. Godfrey queria quebrar
a ligação em minhas asas esfarrapadas.
Droga, por que estou comparando tudo com Godfrey?
Beau suspira e vem atrás de mim, passando os braços

em volta da minha cintura, onde a toalha mal está fechada.
Mesmo através do tecido, posso sentir seu antebraço quente
no meu estômago e quero arrancar de mim. Por que sou

assim? Por que Godfrey, reconhecidamente um dos homens
mais descuidados que eu já conheci, me faz sentir mais
confortável e segura que Beau, que sempre foi uma
constante na minha vida? Ele é quente e divertido. Doce e
leal. É como um maldito Golden Retriever, mas continuo
querendo o lobo.
Beau gentilmente se inclina para colocar seus lábios no

meu pescoço, e tudo dentro de mim vira gelo. Ele está
esfregando seu sal nas minhas feridas e está tirando tudo o
que tenho para não afundar no chão em um monte de
nervosismo. "Gostaria de poder ficar com você", sussurra.
“Eu não gosto desse cara Godfrey. Não ouvi coisas boas sobre
ele e ele olha para você como se você fosse alguém com quem
ele gostaria de mexer.”
"Sim", respondo engolindo. Beau mal sabe que quero

que Godfrey mexa comigo, tanto quanto ele quer mexer.
“Apenas ligue para Godfrey. Por favor, fique longe de

casa até que seu pai diga que está limpo. Posso te deixar em
qualquer lugar que você precisar ir...” Beau promete antes
de se afastar de mim e ir para o quarto se sentar na minha
cama.
Olho novamente no espelho, vendo minha expressão

aliviada. Talvez ter Godfrey Taylor como babá não fosse uma
ideia ruim, afinal. Não uso muito meu telefone. Não trocamos
os números, mas percebo que é uma excelente oportunidade
para pegar ele desprevenido. Substituí meu vício em heroína
pela necessidade de chocar um homem que não se choca
facilmente. Sorrio estarei recebendo minha dose muito em
breve.
Capítulo Doze
Godfrey
Acordo com um tesão furioso que não vai parar. Não

parou quando segurei meu pau latejante no chuveiro. Não
parou quando bati uma depois do café da manhã no
banheiro de hóspedes da propriedade de Rogue Kelly.
Inferno, ainda estou tão duro quanto uma porra de pedra
quando chego à escola. Tudo por causa de Rachel Nomar.
Depois do que aconteceu ontem no capô do meu carro, não
consegui parar de pensar nela. O olhar em seu rosto quando
ela veio na minha mão era maldita perfeição e isso me
assombrou enquanto dormi.
"Feliz em me ver?" Uma voz estridente diz exatamente

quando o cheiro avassalador de algodão-doce enche meu
nariz.
Um corpo quente pressiona contra o meu e leva tudo o

que tenho para não empurrar ela para longe. Feliz foi à
emoção mais profunda que senti ao ver Stephanie
Palmisano. Ela montou meu pau mais vezes do que posso
contar no ano passado, tudo porque precisávamos de uma
desculpa para entrar em sua casa e esconder evidências lá.
Não queria contar essa parte para ela, mas Scarlett insistiu
que viéssemos limpos. Ela disse que era errado da nossa

parte usar Stephanie assim. Mal sabia ela que Stephanie
gostava de ser usada. Eu simplesmente não era o herdeiro
que Stephanie realmente estava de olho. Por isso, o sexo com
ela sempre me deixou insatisfeito. Mas Bonham, o filho da
puta, que ela via há anos, sempre a ignorava. Stephanie
continuava esperando que, se compartilhasse herdeiros o
suficiente, finalmente conseguisse sua vez com ele.
"Não", respondo honestamente. A única garota que

quero ver também é a única garota da qual devo ficar longe.
Stephanie não reage à minha dura honestidade. Aquela

garota podia lidar com um insulto, isso é certo. Me fazendo
pensar que tipo de idiota é o seu pai, já que ela é tão
insensível a insultos. Ou talvez fosse apenas uma condição
para estudar na Smith Academy. Meninas vestidas em saias
xadrez podem ser pequenas coisas cruéis. Não importa o
motivo, é uma droga para mim, porque Stephanie não está
entendendo a dica, o que significa que ela está batendo
diretamente em mim, e não estava com paciência.
Rogue e Scarlett estão em casa doente e Luis chegará

três aulas atrasado, pois havia cheirado maconha. Bonham
é o único aqui comigo, e tenho certeza de que é por isso que
Stephanie está se jogando aos meus pés. Nesse momento, ele
está encostada no meu carro, com a perna machucada
apoiada enquanto faz uma careta para o estacionamento e
faço o possível para ignorar.
“Como você está, Bonham?” pergunta, sua voz menos

confiante do que quando ela se dirigiu a mim. O nome dele
soa como um chiado na boca dela.
"Tudo bem", ele resmunga.

Tenho quase certeza que isso é besteira. Ele não está

bem. Não está desde que o Macon Mob ferrou o pé dele. Ele
passa o tempo todo sentindo pena de si mesmo e rangendo
a mandíbula, parecendo um animal zangado e ferido, mesmo
que ele já tenha feito mais progresso do que se esperava. Ele
começou na cadeira de rodas e passou para muletas — que
ele se recusou a usar, a menos que fosse absolutamente
necessário.
Está quase terminando a fisioterapia e, apesar de

continuar mancando um pouco pelo resto da vida, ainda
conseguirá andar. Que merda de prêmio de consolação.
Odeio como os médicos e as enfermeiras falam sobre seu
progresso, como posso estar feliz por saber que uma doença
ao longo da vida será a única coisa errada com ele. Meu
melhor amigo não deveria ter passado por isso em primeiro
lugar. Por isso, apesar de querer ficar em casa e pensar em
uma certa princesa gângster, estou aqui, no estacionamento
da escola, de pé ao seu lado. Bonham está determinado a se
tornar orador oficial, o que significa que não haverá mais
aula perdida. Ele é ambicioso demais para o seu próprio bem
e realmente gosta de fazer a lição de casa. Às vezes até a
minha.
Stephanie joga o cabelo loiro por cima do ombro e

começa a falar de si mesma novamente. Era algo que ela fazia
muito. Estou meio ouvindo, meio imaginando empurrando
meu pau na boca dela apenas para ignorar o que ela fala e
me perguntando se isso faria meu tesão induzido por Rachel
finalmente recuar, quando o barulho de uma motocicleta soa
longe. Direciono um olhar preguiçoso nessa direção,
franzindo a testa quando vejo aquele idiota do Beau dirigindo
e ele não usa capacete, então seus cabelos castanhos
balançam com o vento maldito, como se ele estivesse na capa
de um dos livros de romances inúteis da minha mãe.
Que porra ele está fazendo aqui?
Ele para ao lado do meu carro e me dá um sorriso de

escárnio, mostrando o café da manhã ainda entre os dentes.
Idiota. Estava muito ocupado olhando para ele e bravo por
ser tão ridículo que no início não notei a garota de pernas
longas sentada atrás dele. Mas quando ele se mexe, vejo
braços finos enrolados firmemente em volta da sua cintura,
e meus olhos viajam até a saia xadrez que está tão alta na
coxa dela, e tenho certeza de que alguém andando pela
estrada esta manhã provavelmente teve uma boa visão da
bunda dela. Ao meu lado, Bonham também presta atenção e
a examina por um longo tempo.
Faço uma careta e estou prestes a perguntar a Beau

qual garota da Smith Academy ele conseguiu pegar, quando
a garota estende a mão para tirar o capacete preto que cobre
seu rosto. No movimento, sua blusa sobe, mostrando o
umbigo. A menina tem um corpinho sexy, isso é certo.
Cabelo loiro cai em ondas quando o capacete é retirado, e
quase engasgo com a luxúria subindo na minha garganta
quando percebo quem é.
"Rachel?"
Ela passou a perna por trás da bicicleta e se firma no

chão. Usa um par de sapatos altos com um salto bem grande,
o que faz suas pernas já longas parecerem mais longas
ainda. Ela parece um sonho molhado, vestindo uma saia
xadrez curta e uma blusa preta que dizia "problemas" nela.
Inferno sim, ela é um problema com P maiúsculo, porra.
"Hey, Godfrey", ela diz por cima do ombro, antes de se

inclinar para beijar Beau na bochecha.
Quando ela se inclina, solto um assobio ao ver um

pouco da sua bunda embaixo da sua saia curta. "Obrigado
pela carona. Cuide-se...” diz suavemente para Beau, antes
de caminhar até mim.
Troco olhar com ele. Posso sentir me avaliando, então

dou a ele o melhor sorriso indiferente que pude reunir só
porque sei que isso o irrita. Ele leva tudo tão a sério. Se ele
parasse de se importar tanto e começasse a agir talvez a
Rachel lhe desse uma chance. Rachel não quer que alguém
a trate como bebê. Ela quer alguém que a desafie. Alguém
que não tente domar ela. Assim que Rachel fica ao meu lado,
Beau acelera o motor e saiu do estacionamento, me dando
um olhar de "odeio você" como presente de despedida.
O sentimento é mútuo, imbecil.
"O que você está fazendo aqui?" pergunto a ela depois

que Beau se foi e não ouvimos mais seu alto motor.
Não consigo parar de olhar para ela de cima a baixo.

Não esperava a ver tão cedo depois da noite passada,
especialmente não andando de moto na minha escola.
Normalmente, eu me encolheria com a ideia de a rever outra
vez, mas meu corpo estava zumbindo com a oportunidade de
te ela perto novamente. Ao meu lado, Stephanie fica tão
rígida que tenho certeza de que seus ossos podem cortar
gelo.
“Meu pai diz que não é seguro em casa. Eu precisava de

uma babá...” ela responde com uma voz baixa e rouca
enquanto retornava meu olhar com sua própria leitura
sensual.
Sei o efeito que nossos uniformes escolares têm nas

meninas. Pareço um príncipe torturado na escola
preparatória com minhas calças, botões e blazer, e o jeito que

ela continua lambendo os lábios me faz pensar em quais
fantasias sujas estão passando ao vivo em sua cabeça.
“Acha que posso me misturar na sua escola por um

dia?” pergunta, seus olhos observando os edifícios de tijolos
antes de aterrissar em mim.
Caralho, ainda bem que estou usando meus aviadores.

Não quero que ela me veja olhando para ela, e não se engane,
eu estou olhando para ela. Não sei por onde para de olhar. A
barriga reta e tonificada ou as pernas longas e tonificadas. O
top dela está caído no ombro, e quero beijar lá e depois
arrastar minha língua ao longo de sua clavícula. Tudo o que
consigo pensar é o quão acessível aquela maldita saia curta
parece. Se eu quisesse, poderia pressionar ela contra o capô
do meu carro e a fazer pingar novamente para mim.
“Eu não acho que você se encaixa. Pernas assim vão se

destacar...” Bonham responde com um sorriso confiante.
Meus olhos brilham esperando para ver o que ela

responderá, e observo com admiração seus dentes brancos
afundarem em seus lábios macios. Acho que ela pode enfiar
o joelho em suas bolas. Ela deixou seus motivos claros na
noite passada, queria apenas uma vez comigo, e falei a
mesma coisa. Eu só não esperava que ela flertasse com meu
melhor amigo na manhã seguinte. Um grunhido possessivo
vibra dentro do meu peito antes que eu possa deter, e isso
pode ser perigoso. Bonham é como uma família para mim,
então por que diabos de repente quero arrancar seus olhos
por olhar para Rachel?
"Você parece uma garota pornô ambulante da escola",

resmungo enquanto tiro a jaqueta. A colocando sobre os
ombros e abotoando lentamente, enquanto isso me certifico
de passar os dedos pela pele nua entre a saia e a blusa. Ela

está tão quente. Será que ela gozou enquanto pressionava
Beau quando estava vindo para cá? Sua boceta ainda está
vibrando por causa da motocicleta?
Talvez eu possa pegar uma. Com certeza será maior e

mais alta que a dele.
Rachel estremece com o meu toque, ela olha para min

com seus olhos azuis através de seus cílios. "Obrigada", ela
diz calmamente.
“Quem é você?” Stephanie pergunta, arruinando o

momento. Sua voz carrega o desprezo que está em seu rosto.
Rachel abre a boca para responder, mas eu a

interrompo. "Você não tem ninguém para chupar antes do
primeiro período?"
"Eu faria se houvesse bons paus por aí", ela retruca

antes de se virar e seguir em direção à escola.
Stephanie não é do tipo que anda por aí quando não é o

centro das atenções. Aposto que ela estava pensando que
tinha uma chance, já que Scarlett não está aparecendo, mas
Rachel tem o mesmo tipo de fascínio que Scar. Você não
consegue deixar de olhar quando ela entra na sala — ou sobe
na moto do amigo imbecil.
Agora que minha jaqueta está presa ao seu redor, dou

outro passo para trás e vejo quando ela coloca os cabelos em
um coque no topo da cabeça, mas não antes de ela girar uma
mecha em volta do dedo. Ela congela enquanto assisto, e me
pergunto qual é o problema dela com o cabelo. Ontem,
quando eu pedi pra ela soltar, parecia que estava à beira de
um ataque de pânico. Tudo sobre essa garota me deixa
perplexo, e sei que posso tirar ela da minha mente, se eu

puder desvendar ela. Pelo menos, espero que sim.
Seus olhos voltam a Bonham, e ela caminha até ele para

se apresentar. "Ei, eu sou a Rachel", diz, enquanto estende
a mão. Bonham, sendo o gentil e bem-educado, o garoto
Savannah que sua mãe o criou, pega sua mão estendida e
leva aos lábios.
"Nós nos conhecemos", ele sussurra sobre a pele dela.

"Mas não me importo de ter uma desculpa para me
representar."
Eu quase deixo minha boca aberta em choque. Bonham

é um idiota de mau-humor desde o acidente, e tinha certeza
de que ver Rachel mandaria sua mente de volta para a
semana no hospital. Mas, em vez disso, ele é como uma
criança em uma loja de brinquedos, olhando para algo
brilhante na janela que chamou sua atenção.
Coloco meu braço em volta da cintura dela e dou um

olhar aguçado. Não sei ao certo por que sito a necessidade
de marcar meu território, especialmente com toda a merda
que Bonham está passando, mas faço. Isso me irrita porque
não me faz melhor do que o motoqueiro idiota, estou
levantando minha perna para mijar na garota que me deixa
perplexo. Com o movimento, o sorriso de Bonham aumenta,
como se ele tivesse me pegado em uma armadilha. O filho da
puta está me provocando.
“Luis me contou tudo sobre você ontem à noite. Ele

disse que você arrasa no jogo de pôquer.” Bonham diz antes
de pegar as muletas e sair do carro com uma leve oscilação.
Meu peito se enche de orgulho quando os olhos de Rachel
não se arregalam ao ver ele mancando até a porta da frente.
"Eu sou boa", ela diz com uma piscadela. Ela é tão
humilde quanto eu. O que significava que ela não é humilde.
"Você deu a Godfrey uma aula de como limpar a mesa,

e isso é impressionante", Bonham responde. Ele é um
encantador. Sabe como fazer uma pessoa se sentir bem
consigo mesma, mas é uma característica dele que faz falta
ultimamente. É um alívio ver um vislumbre de seu antigo eu,
para ser honesto. Estou distraído, ainda pensando em como
posso passar minha mão na saia de Rachel sem que ninguém
possa ver, enquanto também gosto de ter meu melhor amigo
de volta, então quando chegarmos até a porta da escola que
percebo que Rachel está tentando realmente ir para a aula
com a gente.
"Espere, o que você está fazendo aqui?" pergunto,

balançando a cabeça para limpá-la. Essa garota
definitivamente está me surpreendendo com seu jogo. Não
gostei que a imprevisibilidade dela estivesse começando a se
estender na minha vida e nas minhas amizades. Era por isso
que gosto de ter o dedo em cada lugar em Savannah. Não
posso fazer movimentos aleatórios.
"Eu te disse. As coisas não estão seguras. Meu pai me

disse para passar o dia com você, então pensei em ver alguns
bilhões de dólares e assistir a Smith. Faz um tempo desde
que eu assisti a um bom drama do ensino médio.” ela está
sorrindo para mim, tentando ver se eu a recusarei. Na
verdade, acho que uma parte dela espera que sim. Ela veio
aqui na traseira da moto de Beau, sabendo que eu falaria
para ela ir embora. O que me deixa curioso sobre o que ela
realmente quer fazer hoje. "Mas se você quer que eu vá, tenho
certeza de que posso encontrar outro lugar para estar", diz,
abaixando a voz enquanto olha para mim inocente.
Lá está. Ela está mostrando sua mão. Ela também está

dando a todos os outros babacas estudantes uma excelente
visão de sua bunda toda vez que a brisa aumenta. Olho por
cima do ombro para qualquer um que ousasse ver, e quando
vem minha cara, rapidamente desviam o olhar e disparam
para dentro.
Posso sentir Bonham nos observando, se divertido,

quando a campainha da primeira aula toca. Foda-se isso.
Encontrando os olhos dela novamente, dou de ombros.

"Não é um problema", respondo com um sorriso selvagem.
"Você está com sorte. É dia de trazer uma princesa para a
aula.”
Abro a porta para Bonham e finjo estar inconsciente da

maneira como seu sorriso arrogante escorrega de seu rosto
quando nós três entramos. Depois que limpamos a porta,
jogo meu braço em volta dos ombros dela, puxando seu
pequeno corpo para mais perto do meu. Seus seios estão
pressionados contra o meu peito, e foda-se, se isso não me
faz querer puxar ela para uma sala vazia e transar com ela
sem sentido. Parecendo chocada por eu realmente estar
passando por isso, e é exatamente a reação que eu queria.
"Umm... V-você tem certeza?" pergunta, olhando em

volta. É fácil descer de uma moto praticamente sem nada,
mas vamos ver como ela se sustenta quando tiver que andar
pelos corredores com lobos. Sou meio que uma celebridade
aqui, então entrar com o braço em volta de uma garota
teremos alguns latidos e um monte de mordidas. Sorrio.
"Absolutamente. Meu pai acabou de doar dinheiro

suficiente para expandir a ala de ciências. Ninguém vai dizer
nada para mim.” Olho para Bonham, que está lutando com
sua bolsa de couro. Quero me oferecer para carregar para
ele, mas sei que isso o irritará. Ele não quer parecer fraco,
especialmente na frente de Rachel, e não consigo descobrir
como abordar isso sem machucar seu ego sensível.
“Oh. Ok, hum...” ela para e olha em volta para todos os

urubus que a encaram, sem dúvida querendo chegar à saída
mais próxima e escapar. "Vou... ficar então?" diz, sua voz
subindo para fazer parecer mais uma pergunta. Tenho que
engolir uma risada. Se ela pensa que só porque ganhou
alguns jogos de poker iria ganhar todos os outros, elas está
absolutamente errada. Esse? Esse eu vou ganhar.
"Ótimo", Bonham diz, me surpreendendo. “Por que você

não vem para a primeira aula comigo? Tenho inglês primeiro
e preciso de alguém para praticar a leitura de Romeu e
Julieta…” ele oferece a ela enquanto lhe lança um olhar
caloroso. "Godfrey não é o único herdeiro intocável daqui."
Filho da puta.
"Não, ela virá com...”.
Rachel me corta e sai de debaixo do meu braço. "Certo!

Parece bom para mim...” responde enquanto bate os olhos.
Ela nem vacila, apenas dá um passo à frente e arranca

a bolsa da mão dele, passando pelo ombro antes que ele
saiba o que o atingiu. Quando está situado, ela pisca
inocentemente para ele. Droga. Ela é boa. "Para que eu possa
me encaixar", explica a Bonham com um encolher de
ombros. Ele a estuda por um momento com um pouco de
admiração, antes de irromper em outro sorriso.
"Posso pensar em alguns lugares onde você pode se

encaixar."
Ela ri. Ri pra ele enquanto rosna como um lobisomem

em um filme adolescente idiota.
"Vejo você no almoço", Bonham diz antes de começar a

levar ela embora com um sorriso de merda no rosto.
Meus olhos tremem enquanto os observo andar, mas,

como Bonham finalmente está de bom humor, não a sigo e
exijo para que vá a aula geometria comigo. Tinha certeza de
que ia vencer essa rodada, mas tenho certeza de que a
aproxima ela está perdida.
Novamente.
"Três para duas, droga", murmuro baixinho, antes de

seguir na outra direção.
Capítulo Treze
Rachel
Essa escola é louca. Absolutamente louca.
Tem um chef de sushi no refeitório que faz pãezinhos

frescos e personalizados conforme seu pedido. A academia
parecia adequada para as Olimpíadas, e todos os alunos têm
um MacBook para usar. Já nem usam livros didáticos.
Agora, eles apenas acessam o portal do aluno e leem online.
Alguns deles também têm algumas abas de pornografia
abertas, e Godfrey está certo. Eu parecia uma atriz pornô na
escola. O navegador de internet de um cara provou isso.
Mas Bonham Brodie é gentil. Ele educadamente me

apresentou a todos, e parece que seu sorriso era o selo de
aprovação para qualquer um que questionasse minha
presença aqui. Nenhuma pessoa questionou por que a filha
de Rocco Nomar estava vagando pelos corredores da Smith
Academy ou lendo versos de Romeu e Julieta com Bonham
Brodie, possivelmente o herdeiro mais querido. Também não
demorou muito para eu perceber que o que Bonham disse
era lei. Um olhar errado, e uma pessoa poderia ser expulsa
de seu lugar na escada social. Tudo o que ele precisa fazer é
simplesmente digitar o telefone e espalhar a notícia. É

intimidador, mas totalmente fascinante.
Sempre que as costas de Bonham estavam viradas, as

garotas que estavam ao seu redor me davam um sorriso
zangado e curioso. Nenhum dele têm certeza de quem eu sou
para o seu herdeiro encantador, e ele não fez muito para
esmagar os rumores com seus olhares glamourosos e toques
persistentes. Na verdade, ele parece dar a impressão de que
estamos envolvidos. Mas descobri por que quando percebi
que ele estava trabalhando duro para desviar a atenção do
pé. Quando descobri seus motivos, tomei o cuidado de não
olhar enquanto ele mancava pelo campus e desvio a atenção
dele sempre que alguém pergunta como ele estava se
curando. Interrompo com alguma pergunta idiota sobre isso,
e como as pessoas sempre estão dispostas a conversar sobre
si mesmas, a conversa ficou fácil.
Finjo ter que usar o banheiro após o terceiro período,

para que ele não tenha que navegar pelos corredores com as
muletas enquanto está lotado. Percebo que ele espera entre
as aulas até que os corredores fiquem limpos antes de passar
para a próxima aula, e acho que ele iria fazer o mesmo no
almoço. Ele prontamente me espera enquanto demoro a
reaplicar a maquiagem no banheiro, e saio assim que parece
que os corredores estão limpos.
"Eu posso ver por que Godfrey gosta de você", Bonham

diz finalmente enquanto nos dirigíamos para a sala de
almoço.
Zombo "Godfrey Taylor só gosta de si mesmo."
“Eu não vou negar isso, Rach. Mas ele é leal aos
herdeiros. Talvez mais do que qualquer um de nós. Ele
sangraria por nós. Inferno, ele tem sangrado por nós“,
admite, e olho para ele com curiosidade. "Ele é difícil de lidar

em cerca de noventa por cento do tempo, mas se você passar
através das besteiras dele, não encontrará ninguém mais
leal."
Bonham está um pouco sem fôlego, então finjo parar e

amarrar meu sapato para dar um momento pra respirar,
esqueço quando me inclino sobre a minha saia
estupidamente curta que está expondo a minha bunda. Não
sei por que escolhi minha roupa mais ridícula para vir aqui.
Estou me sentindo esgotada do meu sonho e queria sentir
meu corpo como meu novamente. Meu para mostrar. Meu
para encobrir. Meu para me mover sob o olhar de Godfrey
Taylor e ver se posso fazer ele olhar para mim do jeito que
ele fez na noite passada. Aqueles aviadores sombrios e caros
que ele sempre usa não escondem absolutamente nada. Sei
que deixei ele afetado esta manhã.
Me levanto e me endireito, encontrando os olhos de

Bonham cheios de calor. Isso envia um formigamento na
minha barriga. "Parece que você tem grandes esperanças de
que algo aconteça entre nós", começo. "Eu odeio estourar sua
bolha, mas ele não é exatamente o meu tipo." Estou
mentindo com tanta força que tenho certeza de que minha
saia sacana explodiria em chamas.
Bonham luta com suas muletas por um segundo

enquanto se aproxima de mim. Mesmo com seu blazer
escuro, posso ver seus músculos se juntando sob o tecido.
Os herdeiros são ridiculamente quentes. Ainda não tinha
visto o quarto do grupo, mas tenho certeza de que ele é tão
lindo quanto o resto deles. É injusto, realmente.
Bonham apoia as muletas embaixo do braço para poder

puxar a ponta da minha jaqueta se aproximando. "Eu
geralmente tenho um bom instinto sobre essas coisas", ele

diz, seus olhos verdes presos no meu rosto. "Mas se ele
estragar as coisas, me ligue." Sorri e meus olhos disparam
para a covinha sexy no centro do queixo. “Até então, vou
gostar muito de foder com ele. Faz um tempo desde que eu o
vi ficar com ciúmes, e é hilário assistir o imbecil se contorcer.
Não gosto tanto de um dia na escola desde que era calouro,
e o capitão da equipe de torcida me fez ficar no fundo da
pirâmide”, ele diz com uma sobrancelha erguida.
Jogo minha cabeça para trás e rio antes de acenar de

volta pelo corredor em direção onde está o bar alto do
almoço. "Nós devemos ir", digo a ele com um sorriso.
"Depois de você", ele responde com uma voz suave, me

deixando ir primeiro. Ele provavelmente quer ver minha saia
subir a cada passo.
No momento em que entramos no refeitório, meus olhos,

sem querer, procuram Godfrey. Não o tinha visto nas aulas
e fiquei surpresa quando Bonham disse que eles não tinham
aulas juntos. Bonham faz todos os cursos avançados e,
embora eu não seja idiota, lutei para acompanhar. “Você
pode encontrar Godfrey? Eu não quero andar pela cafeteria.
Posso pegar comida para nós? Eu sabia que isso estava
pressionando,”, mas não tem sentido fazer Bonham ficar na
fila.
“Conhecendo Godfrey, ele provavelmente já pegou às

duas bandejas. E apesar de gostar de você tentando ser
furtivo o dia todo e me ajudar, estou bem...” fala com um
sorriso, antes de me levar para o canto mais movimentado
da cafeteria.
"Eu não sei que você está falando", respondo

prontamente.
Ele ri e é bom ver que está tão relaxado. Isso muda

completamente o rosto do cenho franzido que ele usava
antes, e tenho certeza de que todas as garotas da sala estão
suspirando ao vê-lo.
No começo, não consegui ver Godfrey enquanto

atravessávamos a multidão. Há muitas saias xadrez e
cabelos enrolados escondo ele na multidão, mas não demora
muito. Sentado como um rei em seu trono, Godfrey está em
sua mesa cercado por garotas e comida. Uma delas está
sentada em seu colo, acariciando seu peito como se ele fosse
um bem precioso.
"Ei, Bonham", ele diz enquanto caminhamos, me

ignorando. Não estou muito incomodada. Ou pelo menos
finjo que não.
A garota tateando seu peito me dá um olhar sujo antes

de sussurrar algo no ouvido de Godfrey que os faz rir, embora
tenha notado o quão escuro seus olhos cresciam, como se
ele estivesse com raiva. De repente me ocorre por que ele
sempre usa seus óculos escuros exclusivos. Os sinais de
Godfrey estão em seus olhos. Ele é tão expressivo lá. Ele pode
ser lido como um livro sem seus óculos, e isso me faz querer
encontrar todos os seus pares e quebrar cada um com minha
bota.
"Dê espaço para Rachel", Bonham ordena a outra garota

com longos cabelos negros. Ela não parece muito feliz com
isso, mas não se atreve a desobedecer. Me sento e Bonham
se junta a mim, pegando duas bandejas na frente de Godfrey
e colocando na nossa frente.
"Se divertindo, princesa?" Godfrey pergunta.

Pego uma uva e coloco na boca com um sorriso. "Sim.

Eu nunca pensei que iria gostar de ir para a escola
particular, mas Bonham tem me feito companhia.”
Talvez seja errado usar Bonham assim, mas ele até

admitiu que queria ver Godfrey lutar um pouco. Sei que
combinamos que a noite passada não se repetirá e que seria
uma única vez. Me recuso a ser igual a essas meninas que
voltam implorando por mais. Mas ainda não sei exatamente
onde estamos. Nem tenho certeza de que somos amigos.
"Aqui, tente um pouco disso", Bonham diz enquanto

segura uma colher cheia de gelato para mim.
Envolvo meus lábios em torno dele, gemendo um pouco

quando uma explosão de sabor atinge minha língua. Posso
sentir os olhos de Godfrey em nós, mas Bonham está me
encarando. Levantando o polegar, ele estende a mão e limpa
um pouco do canto da minha boca. "Você tem um pouco
aqui", diz em voz baixa, antes de colocar na boca e chupar.
Puta merda. Sito uma poça de calor entre as minhas coxas.
Bonham não provoca calafrios na minha barriga como
Godfrey, mas o cara é gostoso e, ao contrário de Beau, tenho
uma atração fácil por ele.
"Já chega disso", Godfrey diz, quebrando o momento e

me fazendo piscar para ele.
Em um instante, ele se levanta da cadeira, fazendo com

que a pobre garota que estava feliz no seu colo caia no chão
com um chiado. Agarrando minha mão, Godfrey me puxa e
aponta para o rosto de Bonham.
"Não a alimente com seu gelato."

Os lábios de Bonham se contraem, segurando um

sorriso. "Desculpe cara. Da próxima vez vou te alimentar
primeiro.”
Godfrey range os dentes e revira os olhos antes de me

puxar para fora da lanchonete. Olho para trás com saudade
da bandeja cinco estrelas que estou deixando para trás. Não
tinha tido tempo de comer e meu estômago está triste por
perder.
Tento puxar minha mão de seu aperto, mas ele não se

mexe. "Quem disse que quero ir com você?"
"Eu fodidamente disse", retruca.
Gritos e risos nos seguem, mas, na verdade ao estilo de

Godfrey, e ele não deu atenção.
"Onde você está me levando?", pergunto com fúria

fingida, embora meu sangue esteja queimando em memória
do que havia acontecido na noite anterior. Acho cada vez
mais difícil fingir que a única coisa entre nós é aborrecimento
e raiva. Havia luxúria também. Quero Godfrey Taylor. Quero
todas as distrações fantásticas que seu corpo pode oferecer.
Gosto que quando estou com ele, não fico pensando em Pick.
Mas é mais que isso também. Gosto dele. Gosto do quão
esperto ele é, e como ele fez o que quer, além das opiniões de
todos os demais. Gosto que ele é arrogante e meio idiota, e
da maneira como ele faz meu coração acelerar toda vez que
ele está por perto.
Estou fodida.
Ele não responde minha pergunta, apenas continua a

sair do refeitório e depois me puxa pelo corredor, segurando
minha mão com tanta força que chega a latejar de dor.
Passamos por uma sala de aula vazia, e seus passos vacilam

antes de voltar para ela. Segurando a porta com a mão livre,
ele me puxa para dentro e fecha as persianas em um
movimento praticado que me faz pensar com quantas outras
garotas ele escapou para aqui no passado.
“O que você está fazendo com Bonham?” pergunta antes

de dar uma volta na frente da mesa do professor vazia na
sala.
"Como assim?", pergunto.
“Quero dizer, por que você continua olhando para ele

como se dissesse foda-me? Bonham não é uma ferramenta
que você pode usar para lidar com toda essa merda em sua
cabeça, princesa.” rosna.
No começo, demora um momento para que as palavras

dele afundem completamente, mas uma vez que o significado
delas atingem o fundo do meu estomago, vejo vermelho.
Quem diabos é ele para me dizer com quem eu posso
esquecer por um tempo? Ele não é meu dono.
"Desculpe?" pergunto abrindo a boca em choque.
"Eu disse", ele começa antes de dar um passo à frente

para ocupar meu espaço. Recuo até minha bunda atingir a
mesa do professor, empurrando minha saia curta ainda
mais. “Você não vai usar Bonham assim. Você quer trabalhar
com suas emoções? Faça isso comigo. Mas deixe ele em paz.”
Meus olhos se arregalam e de repente percebo que isso

não é apenas uma besteira ciumenta. Ele está preocupado
com o amigo. E por alguma razão, isso faz o ácido no meu
estômago revirar. Quem é ele para julgar? Me irrita que ele
pense que sou o tipo de pessoa que usaria alguém como fui
usada. Não suguei uma pessoa até que ela estivesse vazia.
Estou apenas tentando encontrar meu poder em um mundo
que haviam tirado de mim até última gota. "Como você se
atreve", sussurro antes de enrolar minha mão para dar um
tapa nele.
Esperava que um estalar ensurdecedor ecoasse por toda

a sala quando minha mão encontrasse sua bochecha, mas
isso nunca aconteceu porque Godfrey se antecipou
alcançando minha mão antes que eu pudesse bater. "Estou
ficando cansado de você bater nas pessoas quando você não
consegue se expressar, princesa", sussurra.
"Estou ficando cansada de você pensar que sou uma

pessoa quebrada usando outras como cola para me
recompor, Godfrey", grito de volta.
Estou com tanta raiva que nem consigo pensar. A raiva

me entorpece e faz uma eletricidade aleatória sacudir todo
meu sistema. Que bela contradição estou quente e ardente.
Mas então uma pequena voz na minha cabeça diz que talvez
ele esteja certo. Talvez eu não seja melhor que Pick. Comecei
a usar meu corpo como arma e esqueci que havia
consequências. Engulo em seco e paro de tentar puxar meu
pulso para fora de seu aperto, e Godfrey sorri como se tivesse
ganhado alguma coisa.
"Sério?" pergunta, sua respiração sobre mim em ondas

quentes. "Porque posso jurar que era isso que você estava
fazendo comigo ontem à noite."
Talvez eu seja a sanguessuga que Godfrey me acusa de

ser, porque no instante seguinte meus lábios estão nos dele
e estou chupando sua boca como se estivesse tentando o
drenar. No começo, ele não responde. Não tenho certeza se
ele está chocado que o beijei durante uma briga acalorada

ou se ele simplesmente não me quer. Mas não quero parar.
Minha boca estava mal, minha respiração estava ácida

e minha língua estava provocando. Eu queria puni-lo, mas
não tinha muita certeza do porquê. Porque ele estava errado
sobre mim ou porque ele estava certo? Ou talvez eu só queira
tirar toda a minha raiva dele, independentemente do porquê.
Estou muita raiva. Mas no momento em que minha língua
passa por seus lábios e lambe os dele, ele se move, incapaz
de parar de me beijar de volta.
Ele agarra meus quadris com tanta força que sei que
ficarão roxos, mas quero que ele aperte mais. Beijo como se
quisesse roubar sua respiração. Beijo como se pudesse
lançar fogo em sua garganta. Nossos lábios são como punhos
e nossas línguas são como cobras, atacando para obter
vantagem, e estou começando a perceber que não haverá
vencedores nesse jogo entre nós. Sua boca tem um gosto
estranhamente doce, e me odeio por me perguntar se era do
que ele havia comido no almoço ou se era da garota que
estava sentada no colo dele.
"Eu não estava usando Bonham", respondo em sua

boca, mais para meu benefício do que para ele. Não quero
usar pessoas como Pick usava. Preciso saber que não é
assim e que ele só tinha dito essas coisas porque estava com
raiva. Quando ele não diz nada, eu me afasto. "Eu não
estava", repito indignada.
Suas mãos deslizam para o blazer que estou usando e

sobem lentamente pelo meu estômago, empurrando para
cima a minha blusa. Minha respiração fica presa quando os
dedos dele sobem mais e mais, até que ele desliza sob o meu
sutiã provocando meus seios pesados. Estremeço com a
intensidade das emoções girando em mim, mas ainda não é

o suficiente. Tenho que saber se com ele nunca irá ser
suficiente.
"Claro, princesa", responde. "Qualquer coisa que você

diga."
Ele move a boca para o meu pescoço e morde com força,

marcando o local que havia mordido na noite passada e faz
o hematoma florescer ainda mais. Minhas mãos enrolam em
seu pescoço, e enfio meus dedos em seus cabelos, puxando
até que sua boca esteja de volta na minha e seu gosto
cobrindo minha língua. Levanto na ponta dos pés e me sento
na mesa, separando minhas coxas para que ele possa se
aproximar, mas ele não vem.
Claro que não.
Sentir a protuberância dura em suas calças esfregando

contra o meu núcleo era algo que eu queria, e Godfrey Taylor
não faz o que as pessoas querem. Ele faz o que ele quer.
Quebrando o beijo novamente ele olha para mim. Seu

peito está arfando, e ele não consegue esconder a maneira
como seus olhos estão escuros de fome quando olha para
mim com minha camisa levantada sobre meus seios. Seus
aviadores desapareceram há muito tempo, o que significa
que tenho uma visão desimpedida de como eu o afetava.
"Fale pra mim, ok?" suas palavras soam como um apelo

em vez de uma exigência. Talvez haja mais no raciocínio de
Godfrey. Talvez Bonham esteja certo. Por trás do exterior
idiota, Godfrey é o mais fiel dos herdeiros.
“Você joga o jogo comigo. Não com ele."

De repente, fico vermelha de vergonha. Gostei de

Bonham, mas Godfrey está certo. Eu estava jogando. Apesar
das palavras provocadoras de Bonham, não é justo fazer isso
com ele quando ele não entende. Prosperei no jogo porque
Godfrey me apresentou a ele como uma maneira de lidar com
minhas coisas. Mas eu não conseguia fazer Bonham ou
qualquer outra pessoa jogar quando eles não entendiam as
apostas.
"Ok", sussurro com um pequeno aceno de cabeça.
Me sito pequena, transparente. Como se seus frios olhos

azuis tivessem exposto e medido todas as partes de mim.
Mas então ele finalmente se aproxima entre minhas

coxas, recompensando minha promessa com fricção. Ofego
com o quão duro ele está contra mim. Nós somos um ajuste
perfeito. Balanço minha cabeça com esse pensamento, e
então agarro seus quadris, puxando para mais perto. Me
movo contra sua ereção dura, e ele se apoia contra mim,
apenas dois adolescentes excitados transando em uma sala
de aula vazia. Parece sujo e errado, mas é ambrósia.
"Você vai gozar enquanto esfrega sua boceta doce contra

mim?" pergunta com voz rouca, antes de passar a morder
minha orelha.
Continuo balançando nele, encontrando aquele ritmo

decadente que havia feito uma emoção elétrica disparar em
mim. Estou pingando, e sei que se ele empurrar minha
calcinha para o lado, ele poderá facilmente deslizar para
dentro.
"Fale que você está me usando", sussurra.

Cerro os dentes antes de morder seu ombro e apertar

seus quadris, montando nele enquanto agarro suas costas
musculosas. Ele se afasta em um instante e sorri para mim,
e oh merda, eu posso ver um ponto molhado em suas calças.
"Diga, e vou deixar você me usar um pouco mais", ele diz
antes de esfregar sua mão lentamente subindo e descendo o
comprimento de seu pênis.
"Tudo bem", começo. Estou tão perto, tão malditamente

perto de reivindicar mais uma experiência sexual pra meu
próprio prazer, que eu não quero que sua necessidade idiota
atrapalhe. “Estou usando você, Godfrey Taylor. O que diabos
você vai fazer sobre isso?” exigo calorosamente.
Seus olhos brilham com minhas palavras, e então ele

avança tão rápido que ofego, mas minha respiração não pode
escapar, porque ele queima seus lábios nos meus. Nossos
dentes se chocam com o impacto, e esfrego contra ele com
tanta força que tenho certeza de que não conseguirei andar
direito quando terminasse.
Ele passa os dedos pelos meus cabelos e puxa minha

cabeça para o lado. "Eu vou deixar você usar", resmunga.
Gozo contra ele.
Gozo com tanta força e tão rápido que cada músculo do

meu corpo explode quando o prazer treme através de mim. É
áspero, carnal e tão fodidamente quente que tenho que
apoiar meu corpo contra seu peito apenas para ficar de pé.
Uma vez que os tremores secundários terminam, solto

um suspiro trêmulo antes de colocar às duas mãos em seu
peito e empurrar com tanta força quanto eu havia
experimentado em meu orgasmo. Pulo da mesa com as
pernas trêmulas e endireito a saia, fechando os botões do

blazer dele mais uma vez.
"Onde você está indo?" Ele pergunta enquanto me dirijo

para a porta.
Não estou interessada em magoar o melhor amigo dele,

e não estou interessada em retribuir o favor, ajudando ele a
gozar. Godfrey quer que eu brinque apenas com ele, então
farei. Ele deixou bem claro que isso era tudo que ele queria
de mim. Contanto que eu não machuque seus amigos, ele
não se importará se me machucar. Não estou disposta a
deixar ele ver que já tinha me machucado.
"Estou com fome", respondo com indiferença forçada

por cima do ombro. "Vou terminar meu almoço com
Bonham."
Capítulo Quatorze
Godfrey
"Não."
Meu pai ergue os olhos da mesa como se nunca tivesse

ouvido a palavra dita antes. "Desculpe?"
"Eu disse que não", repito. Odeio ter que repetir, mas
meu pai parece tão pasmo que quase penso em dizer essa
sílaba pela terceira vez.
Posso ouvir o som fraco do telefone tocando do lado de

fora do escritório e a voz alegre de sua recepcionista
direcionando a ligação. Ele está transando com ela, é claro.
Ele a encaixou em sua agenda em algum lugar entre
trabalhar no tribunal onde tira criminosos e jogar golfe com
o resto dos parceiros desonestos em seu escritório de
advocacia. Ele é uma pessoa do povo.
"Talvez você tenha perdido alguns pontos de inteligência

desde a última vez que conversamos", diz, me recosto na
cadeira de couro com encosto alto enquanto ajeito a gravata.
Minha mãe me deu essa gravata no meu último aniversário.
Irônico como seu presente de amor é algo que pode ser usado
como laço. Pisco, e durante essa fração de segundo, imagino
amarrando meu pai pelo teto e vendo seu pescoço estalar.
“Eu não estou te perguntando. Estou lhe dizendo.” diz, seus
olhos azuis duros e frios. Iguais aos meus.
"E este sou eu não concordando em ir junto com outro

de seus trabalhos fodidos", respondo, propositadamente
mantendo meu tom de alegria, apenas para irritar o filho da
puta.
Desde o acidente, meu pai se tornou ainda pior,

tentando me controlar com mais empregos e me espancando
em todas as oportunidades. Estragamos a reputação dele
com a Macon Mob quando os outros herdeiros e eu
roubamos provas em vez de destruir como meu pai nos disse
para fazer. Aos olhos deles, éramos o motivo pelo qual seu
líder, Johnny Jack, estava morto.
A única coisa que os impede de nos caçar e nos matar é

nossa reputação e nosso dinheiro. Sei que meu pai jogou
centenas de milhares de dólares neles para mantê-los fora
de nossas costas. Mas meu pai ainda está pegando os
pedaços, apesar disso, tentando recuperar a confiança deles,
porque ele não está disposto a perdê-los como uma de suas
conexões. Ser um advogado criminal corrupto significa que
você têm muitos criminosos corruptos como contato.
Ele está muito chateado comigo por estragar sua

conexão com a máfia confortável, então faz questão de me
ferrar todas às vezes que tiver chance. Por isso durmo cinco
noites por semana na casa de Rogue Kelly. Sua lealdade
estava sendo questionada, e seu controle sobre seu filho
estava sendo questionado, e ele me odeia por isso. Se ele
descobrir que estou conversando com Rocco Nomar, ele pode

desistir de apenas me espancar e simplesmente me matar.
“Desde o seu pequeno truque, tenho muitas pessoas me

questionando, Godfrey. Você vai fazer este trabalho. Por
causa de suas ações, você colocou toda a sua família em
risco.”
Tenho que zombar disso. “Minhas ações? Você é o único

conectado à multidão. Foi você quem me obrigou a destruir
evidências de uma rota sexual clandestina. Desculpe, se
decepcionei você por não encobrir isso”, falo com amargura
sarcástica. "Como você se sentiria se Royal fosse uma dessas
garotas?" Pergunto, esperando que minha irmã mais velha
colocasse as coisas em perspectiva para ele.
Mas ele apenas acena com a mão como se estivesse

golpeando palavras sem sentido. “Isso nunca aconteceria.
Essas meninas são apenas drogados e prostitutas. Escória
da sociedade que ninguém sente falta.”
Quero estrangular ele. "Scarlett não é", mordo. "E eles

tentaram levar ela."
"Por sua causa", responde quase vitoriosamente. “Eles

nunca teriam procurado por ela se você não os tivesse
irritado roubando as evidências. Como eu disse antes, você
causou tudo isso. E você vai me ajudar a consertar.”
Houve uma mudança em mim desde que eu vi Scarlett

sentada ao lado de Rogue no hospital, enquanto Bonham
estava sentado ao lado dela em sua cadeira de rodas. Meus
amigos já estão machucados o suficiente. Porra, já estou
machucado o suficiente. Não posso continuar deixando meu
pai fugir com essa merda. E como minha mãe está de férias
prolongadas visitando minha irmã no Equador, não preciso
me preocupar com ela sofrendo as consequências da minha

desobediência. Eu sempre joguei bem antes e tento fazer o
que ele queria para o manter feliz, para que minha mãe e
minha irmã não se machuquem, mas elas não estão aqui
agora e, em algum momento, tenho que tomar uma posição,
ou ele nunca iria parar. Sei disso, e é por isso que me
distancio lentamente, dormindo na casa de Rogue Kelly e
guardando dinheiro. Mas não posso evitar meu pai para
sempre. As coisas haviam subido à cabeça.
“Se você está esperando que eu minta para você,

dizendo que sinto muito por Johnny Jack estar morto e sua
rota sexual dissolvida, isso não vai acontecer. Estou feliz que
seu pescoço foi quebrado. Você deveria estar também. Ele
era volátil e desorganizado... sempre deixando evidências
para que limpássemos.”
Os olhos do meu pai ficam pretos de fúria. “Ele também

era poderoso. E você é um idiota se pensa que as operações
dele morreram com ele. O resto de sua gangue ainda está
funcionando, e eles não estão muito felizes que o líder deles
tenha acabado morto na estrada 29. Dei dinheiro para
restituição, mas eles precisam de garantias de que ainda
estamos do mesmo lado. E vamos dar a eles isso.”
Como se fosse uma sugestão, a porta do escritório se

abre e um homem grande entra. Ele tem mais de um metro
e oitenta de altura, com um pente vermelho e um dente de
ouro maciço. Parece um gangster do lixão de trailer,
desalinhado e grande demais para o seu próprio bem. Me
olhando como se eu não fosse melhor que seu escroto suado,
antes de se sentar no banco ao meu lado, sem se preocupar
em se apresentar.
"Você contou pra ele?", pergunta o homem. Ele tem um

sotaque sulista, mas parece forçado, como se ele fosse um
transplante do Centro-Oeste que está se esforçando demais
para se encaixar nessa parte.
Meu pai toca a gravata novamente, tentando ajeitar. Ele

é um homem que gosta do show das coisas. Gosta de apertar
a mão de um homem e fazer apresentações formais. "Eddie,
este é meu filho, Godfrey." Ele toca o relógio, um Rolex
ridiculamente caro que é platino e pretensioso. "Godfrey, este
é Eddie Lancaster, o novo líder da Macon Mob."
Porra.
Meu sangue ferve e tenho que apertar meu punho para

impedir que ele bata repetidamente em seu crânio. A última
coisa que quero fazer é apertar a mão de um dos homens da
quadrilha que manteve Rachel em cativeiro. Meu pai fica
irritado quando não estendo minha mão em saudação, mas
prefiro cortar do que trocar cumprimentar ele.
"Então este é seu filho da puta", Eddie zomba. "Sei que

ele e seus amigos mataram JJ, não importa que história de
idiota você tente espalhar." Pelo menos o babaca é
inteligente. Aprecio um homem que não bebe as besteiras do
meu pai e chama isso de champanhe.
“Meu filho concordou em se encontrar com JJ para

devolver as evidências que ele fugiu. O pessoal de Nomar
interrompeu a reunião, atirou em seus homens e forçou meu
filho e seus amigos a entrar no carro. Foi o pessoal de Nomar
que bateu no carro de JJ e o fez destruir. Meu filho era uma
variável inocente.”
Eddie bufa e tira um charuto do bolso da camisa.

Cortando a ponta antes de acender com um isqueiro barato
que provavelmente pegou no posto de gasolina. Os lábios do

meu pai se torcem, e tenho que me impedir de sorrir.
Qualquer um que cresce com dinheiro sabe que a única
maneira de acender um charuto é com um fósforo. “Não se
preocupe, Taylor. Meus homens não vão tocar no seu filho
da puta. A menos que ele se encontre uma variável inocente
novamente. Porque isso seria apenas duas, porém
coincidências demais.” ameaça Eddie, enquanto estuda o
charuto segurando entre os dedos.
Meu pai me lança um olhar antes de voltar o olhar para

o mafioso. "Bom. Se isso é tudo...” meu pai faz um gesto em
direção à porta do escritório. Claramente, nem ele quer que
Eddie fique por mais tempo do que o necessário.
Mas Eddie não se mexe. Em vez disso, ele se recosta na

cadeira, como se quisesse ficar ainda mais confortável. Então
diz duas palavras que fazem meu sangue gelar. "Rachel
Nomar."
Meu pai olha para ele sem expressão. "O que tem ela?"
Ignorando meu pai, Eddie se vira para mim. "Você

conhece ela? Ouvi dizer que você foi ao clube de pôquer de
Salvador com ela algumas noites atrás.” diz antes de dar
uma longa tragada no charuto.
Meus lábios afinam. Não vou confirmar o que ele já

sabe. Há poder no silêncio.
“Sim, Godfrey conhece Rachel. Quando a polícia chegou

ao local do acidente, Godfrey teve que ajudar a tirar ela do
carro. Ela o vê como um tipo de herói agora.” Meu pai ri como
se fosse à merda mais engraçada que ele já ouviu. "Ensinei
o garoto tudo sobre como manter seus inimigos por perto",
ele se gaba.
A bile sobe na minha garganta, e sento que vou vomitar.

Não tino ideia de como Eddie sabe que tenho estado com
Rachel, mas a paranoia se instala. Meu pai está dando socos
porque é isso que ele faz. Ele pode tecer uma história do nada
e brilhar com validação. Mas posso ver no queixo duro de
sua mandíbula que isso é novidade para ele. As coisas vão
ficar muito ruins agora que ele sabe que estou com a filha de
Rocco.
Eddie sorriu e traga um pouco mais no charuto. Quero

tirar da boca dele e enfiar nos olhos dele. “Perto, hein? Boa.
Porque preciso que você a mate.
Meu estômago cai. "Matar?", pergunto.
Eddie assenti. "Sim. Como você matou o nosso cara,

Carlos Garcia. Você pode até jogar o corpo da prostituta no
lago de Kelly, como você fez com ele também.”
Merda. Esse cara não está brincando.
Ainda me lembro da noite em que Rogue cortou o

pescoço de Carlos por ameaçar Scar. Se tivesse a chance, eu
teria feito isso também. De novo e de novo.
"Eu não sou um maldito assassino", respondi. Eu não

era inexperiente em limpar corpos, mas com certeza não
estava prestes a matar Rachel.
“Eu sei exatamente o que você é. Você limpa evidências,

e Rachel é um trabalho de limpeza, trajeto, conversa e
limpeza.”
Eddie dá a meu pai um olhar aguçado e depois se

levanta. “Você quer me provar sobre a sua lealdade? Então
se livre dela.” ele ordena, colocando o charuto na mesa cara
do meu pai. “JJ deixou você escapar com muita merda,

porque ele o respeitava. Mas não tenho respeito pelos
advogados, e menos respeito ainda pelos ricos filhos da puta
brincando no mundo dos homens. Então limpe as
evidências, ou terei que investigar mais profundamente seu
envolvimento com a morte de JJ. Meus homens são um
bando sedentos de sangue e perderam muito dinheiro
quando ele morreu. Odiaria ver o que eles fariam com as
pessoas que ajudaram a causar isso. Seria uma pena ver
todos os quatro herdeiros dourados de Savannah acabar
mortos.”
As palavras de Eddie circulam na minha cabeça, mas

ele não espera uma resposta de nós. Ele simplesmente sai do
escritório, com uma presunção confiante em seus braços
enquanto mantem o charuto apoiado entre os dentes.
E aí está. O outro sapato caiu, aterrissando como um

chute no estômago.
Não mostro a meu pai a merda de ansiedade que roda

em meu cérebro. Mantenho minha expressão neutra,
olhando o relógio enquanto tento descobrir como diabos vou
sair dessa. Deveria saber que ele jogaria sujo e me ameaçaria
com a única coisa que me faria desmoronar, mas não sabia
que ele traria reforços. Não me importo se meu pai me
ameaça. Ele faz isso o tempo todo. Mas não posso deixar esse
filho da puta de Eddie Lancaster ameaçar meus amigos.
Assim que a porta do escritório se fecha, meu pai solta

um suspiro apertado. Se não estivesse nadando na
preocupação com meus amigos, teria me divertido com o
olhar de terror em seu rosto. “Não vou fazer isso. E quero
sair. Para sempre...” digo corajosamente. “Não há mais
trabalhos de limpeza. Não há mais provas de destruição ou
chantagem de testemunhas. E certamente não vou matar

pessoas.”
Meu pai olha para mim e depois ri daquele jeito áspero

e sem humor que ele aperfeiçoou. Ele geralmente ri assim
logo depois de me dar um soco na cara.
"É tarde demais para isso", diz.
"Não vou fazer isso."
Meu pai se inclina para frente. “Tenho um filho. Você“,

ele me lembra, dizendo que como se ele desejasse não ter
mais ninguém, mas tem eu. “Sua irmã não estava preparada
para usar o nome da família, então sempre cai para você.
Não vou deixar você estragar tudo o que trabalhei tão duro
para construir, porque você tem um estômago mole”, diz, se
levantando e apoiando as mãos na mesa para que ele possa
se erguer sobre mim. Meu pai é bom em táticas de
intimidação. “Você termina quando eu disser que acabou. E
você fará o que eu ordenar para você fazer. Não é mais
apenas eu. Eddie Lancaster cumprirá suas ameaças. Só será
preciso um movimento que os irrite.” Ele ergue um único
dedo para fala. "Uma recusa, e você e seus amigos estarão
mortos no chão. Então, sugiro que você faça o que ele disse
e seja útil. Porque, se você não for, essa gangue não hesitará
e não poderei pagar por isso dessa vez.”
Cerro os dentes com tanta força que as articulações da

minha mandíbula cravam com dor. "Você realmente espera
que eu mate essa garota?" pergunto, minha voz mal
contendo a raiva que sinto.
"Você vai."
Foda-se isso. Rocco é a única pessoa capaz de derrubar

meu pai e a Macon Mob, mas essa demanda eleva a linha do
tempo e muda a dinâmica. Jurei nunca mais incluir meus
amigos nos planos fodidos de meu pai, e isso significa que
tenho que lidar com isso sozinho. Nascemos sozinhos e todos
morreríamos sozinhos, é assim que o mundo funciona.
"Como?", pergunto.
“Não vou escrever um maldito guia passo a passo. Se

aproxime dela. Deixe ela bêbada e empurre da montanha em
seu carro. Enfie comprimidos na garganta. A estrangule
durante o sexo, eu não me importo, apenas faça isso.”
As imagens de suas palavras me deixa tonto. Não há

nenhuma maneira no inferno de matar Rachel Nomar.
Aposto que meu pai entraria em combustão se soubesse

o quão perto realmente chegamos. Tão perto de saber como
o meu pau fica duro toda vez que penso nela. Mas sei que
não devo ir lá novamente. Especialmente depois disso. O que
não sei é como irei lidar com as demandas de Eddie, manter
Rachel e meus amigos em segurança, e não me matar no
processo. Mas verdade seja dita, não tenho ideia de como
Rachel sobreviverá a isso.
"Tudo bem", finalmente falo, dizendo a ele o que ele quer

ouvir até que e possa apresentar um plano sólido.
Uma coisa é certa, tenho que ter cuidado. Tenho que

fazer parecer que estou trabalhando em direção ao objetivo
final de Eddie, mantendo ela segura. Eu descobriria algo.
Sempre faço. Manterei os herdeiros e Scarlett seguros
também, porque eles são minha família de verdade — eles
são tudo com quem me importo nesse mundo. Não deixarei
que eles sejam arrastados de volta para o inferno comigo. De

novo não.
“Nós terminamos. Você está dispensado.” Meu pai diz

secamente, sentando e voltando sua atenção para a pasta à
sua frente.
Mal sabe ele que estou longe de terminar.

Capítulo Quinze
Godfrey
Levanto da cadeira e atravesso a porta do escritório

antes que meu pai possa mudar de ideia e decidir que quer
outra coisa de mim. Passo pela secretária dele, ignoro o jeito
que ela me olha enquanto me dirijo para o elevador. Aperto
meu dedo contra o botão repetidamente, como se isso possa
fazer a porra da coisa se apressar.
Assim que o elevador se abre, entro e pego meu telefone

depois de sentir tocando no meu bolso.
Rogue: O que o idiota quer?
Amaldiçoou em voz alta, ignorando o zumbido de

desaprovação que ouço de um dos macacões abafados nas
minhas costas. Sei que tenho que contar algo a Rogue, mas
achei que teria mais tempo. Não sei como o idiota já sabe que
meu pai havia me chamado. Às vezes, suspeito que Bonham
rastreia todos nós e relata a merda para Rogue.
Eu: Chegando.
Assim que o elevador chega ao andar de baixo, saio do

prédio e entro na calçada. O manobrista traz meu carro e
dirijo todo o caminho até a propriedade dos Kelly, tentando
pensar no que diabos vou contar aos outros. Sou um bom
mentiroso. Todos nós somos, realmente. Mas de alguma
forma, nós quatro sempre conseguimos ver através um do
outro. Não posso me dar ao luxo de ser transparente agora.
Quando estaciono em frente à casa dele, suspiro ao ver

os carros de Bonham e Luis estacionados na entrada
também. É como se os filhos da puta soubessem que estava
tentando enganar eles, então estão aqui para bater de frente
comigo.
Assim que saio do carro começo a andar em direção a

porta da frente da casa dele e recebo outra mensagem.
Rogue: Volte. Na piscina.
Sim. O idiota definitivamente está me rastreando. Vou

dar um soco no Bonham.
Mudo de direção e sigo pela propriedade, entro no

quintal pelo portão de ferro ao lado da casa. Digito o código
e sigo pelo jardim antes de chegar ao pátio. Escuto Scarlett
gritar de alegria antes de virar a esquina e, exatamente como,
eu vejo Rogue jogando ela na piscina com respingos.
Sorrio enquanto Rogue se vira para olhar para mim. "Ei,

cara", diz com um sorriso, assim que Scarlett volta para a
superfície, cospe água enquanto tosse e ofega.
"Rogue Kelly, vou te matar", brinca com raiva fingida.
Rogue morde o lábio e levanta a sobrancelha, como se

não pudesse esperar para ela tentar. O pequeno e contorcido
ciclo de brigas e foda funciona para eles. Rogue gosta de

provocar apenas o suficiente para irritar. Merda, o que não
daria para ser uma mosca na parede durante uma de suas
sessões de foda. Já ouvi várias vezes para saber que são bem
quentes.
Scarlett sai da piscina, gotas de água deslizando por

seus músculos tonificados quando ela caminha até ele e dá
um beijo. Assisto descaradamente quando ela morde o lábio
e puxa um pouco. Enquanto puxa a borda do short dele. Vi
o que estava por vir antes dele, e antes que ele possa deter,
sua sunga é puxada para baixo, expondo seu pênis duro
para nós dois quando ela se afasta rindo.
O imbecil nem se dá ao trabalho de encobrir, apenas

olha com raiva e um sorriso. Vejo o momento em que Scarlett
percebe seu erro, porque seus olhos ficam escuros. Ela
deveria saber melhor. Constranger Rogue Kelly não o
deixaria envergonhado e nem a faria vencer. Apenas o faria
querer foder com ela ainda mais. Baseado no jeito que Rogue
está olhando para ela, ele está a cerca de dois segundos de
puxar Scarlett para cima de seu pau.
Reviro os olhos. "Se vocês começarem a foder, pelo

menos deixem eu pegar pipoca e lubrificante primeiro."
Scarlett vira para me olhar com um rubor no rosto

enquanto rir de vergonha, mas Rogue puxa o short de volta
com uma careta, claramente irritado por eu estar aqui para
interromper. Rogue amarra os cordões do short com força,
como se estivesse tentando cortar a circulação do pau.
Provavelmente é a única coisa que acalmaria o quão excitado
ele está. Sair com Rogue e Scarlett é como andar por uma
nuvem de tensão sexual.
Na maioria dos dias, gosto de assistir afastado. Até

imagino que foi eu quem trouxe Scar ao seu auge, fazendo
sua boca se separar em um gemido. Durante muito tempo,
ela foi a única garota com quem me importo. Somo amigos
há anos e nossas famílias queriam que nos casássemos. O
pai dela trabalhava para o meu, então era natural que eles
quisessem a união. Mas mesmo que sempre a quisesse,
nunca tive chance contra Rogue.
Mas agora, quando a observo, percebo que não é com a

pontada usual de frustração ou inveja. Em vez disso, de
repente uma garota de cabelos loiros e olhos azuis que me
faz esquecer. Uma pequena princesa gângster que treme
quando a toco no lugar certo. Me obrigo a afastar meus
pensamentos de Rachel. Não quero ficar preso na mesma
situação que Rogue, tento conter o tesão nas minhas calças.
Ela está me deixando muito distraído ultimamente.
Vou até o pátio que fica debaixo do toldo e me sento em

uma cadeira. Rogue e Scar se juntam a mim na mesa. "Então
o que ele quer?" Rogue pergunta à queima-roupa.
Agora, essa é a parte mais difícil. Posso mentir para o

mundo, mas Scar e os herdeiros geralmente podem ver
através de mim. Ainda assim, opto pela indiferença. "O
mesmo de sempre. Sem novidades. Ele quer que eu faça um
pequeno trabalho. Não é nada complicado, então eu mesmo
lidei com isso. Consegui fazer rapidamente.” minto com
facilidade, olho Rogue nos olhos para que possa tirar ele do
meu caminho.
Os lábios de Scar torcem para o lado, algo que ela fez

quando não gosta do que estamos falando. "Qual foi o
trabalho?"
Claro que ela pediria detalhes.

Dou de ombros e pego a cerveja restante que está

apoiada na mesa do pátio na minha frente. Levo a garrafa
aos lábios e bebo a cerveja quente em um grande gole. Coloco
a cerveja de volta a mesa e faço uma careta. "Isso tem gosto
de merda."
"Isso é porque está aí tem duas horas, desde que viemos

aqui e fodemos na cadeira em que você está sentado", Rogue
diz com um sorriso.
Levanto da cadeira e olho com uma carranca enquanto

procuro pontos molhados. A risada de Scarlett levanta meu
olhar, e a vejo balançando a cabeça. “Não escute ele. Ele está
apenas brincando com você.”
"Tudo bem, ela está certa", Rogue admite, então seu

sorriso se amplia. “Não foi na cadeira. Eu peguei ela na
piscina.”
Reviro os olhos. "Claro que você pegou."
"Agora pare de enrolar e conte qual foi o trabalho",

Rogue pergunta, pegando Scarlett da cadeira e puxando para
seu colo. Aperto minhas mãos e fecho em punhos um pouco
antes de me segurar. Reação instintiva, acho. Sei que eles
estão apaixonados um pelo outro, e posso ter um novo
fascínio, mas isso não significa que ainda não fique com
ciúmes.
Coloco as mãos nos bolsos e dou um encolher de

ombros indiferente. “Só tive que ir conversar com algum
idiota do centro. Ele iria testemunhar contra um dos clientes
do meu pai. Expliquei a ele por que ele não deveria fazer
isso.”
Rogue me observa por um instante, seus olhos escuros

inabaláveis, mas não suo, mesmo que meu pulso acelere.
Quando você mente, você a mantem até que os outros
acreditem. Outra coisa que aprendi com meu pai.
Antes que Rogue possa responder, a porta dos fundos

se abre e Bonham e Luis saem.
“Oh, foda-se, cara. Stevens errou a linha de três pontos.

De jeito nenhum os batedores vão querer ele agora.” Bonham
argumenta.
Luis zomba e afasta os cabelos pretos. “Psh, e você acha

que Aguilar será a primeira escolha? O cara está construindo
uma casa de tijolos com todas as peças que faltam.”
Quando eles me notam ali, interrompem a conversa

sobre esportes e me dão um aceno de saudação. Eles estão
com cinco cervejas geladas nas mãos e Luis me passa uma
antes de distribuir o resto. Pego e tiro a tampa, tomo um gole
para lavar o sabor da cerveja velha de antes. O líquido gelado
é bom deslizando pela minha garganta. Savannah está
quente com a quantidade certa de uma brisa fresca agora,
mas logo o calor úmido do verão se instalará.
"Assim? Como está o Sr. Fodido?” Luis pergunta

enquanto se senta na cadeira que acabei de desocupar,
enquanto Bonham ocupa a outra.
Ambos estão de sunga e camiseta. Luis herdou a

aparência espanhola da mãe, então ele é todo bronzeado e
tem cabelos escuros e barba por fazer. Ele sabe falar
espanhol sempre que quer, o que costuma impressionar uma
garota. Bonham é um puro garoto de Savannah, com olhos
verdes, cabelos loiros e uma covinha no queixo que as
meninas se derretem. E mesmo que tenha me assegurado de
que a mente de Rachel tenha sido desviada para mim quando

a levei para a sala de aula da Sra. Rodger, ainda não pude
deixar de me perguntar se ela preferiria a aparência dele ou
a minha.
"Ah você sabe. Ele ainda tem um pau enfiado na bunda”,

falo, respondendo à pergunta de Luis.
Bonham apoia as muletas contra a mesa e apoia o pé

com um óbvio desconforto. Ele está muito melhor, mas ainda
parece que levou um chute nas bolas toda vez que vejo seu
rosto se contorcer de dor. Bonham deve estar tendo um dia
ruim hoje. Na verdade, a única vez que o vi não ter um dia
ruim desde que ele levou um tiro no pé foi quando ele e
Rachel passaram o dia na escola juntos. Ela me prometeu
que não brincaria com ele, e acreditei nela, mas de repente
me pergunto se talvez ele quisesse brincar. Talvez ver Rachel
o deixasse de bom humor novamente.
Deus, espero que não. Se tiver que assistir outra garota

que gosto escolher um dos meus amigos ao invés de mim
novamente, posso simplesmente perder isso. Nem me
importo que não possa ficar com Rachel pra mim, mas
também não quero que ele a tenha.
"O que ele queria?" Luis pergunta.
"Só tinha que ver um idiota, uma testemunha", explico.

"Falei pra ele o que sua testemunha deveria dizer."
Luis me olha superficialmente. Nós não conversamos

desde que peguei a mãe dele se drogando no clube, e com
base nas suas olheiras, diria que ele ficou até tarde da noite
observando ela. Ela desistiu da reabilitação há muito tempo.
Estamos todos esperando a ligação de que ela teve uma
overdose em algum quarto dos fundos. É louco como alguém
tão experiente em negócios e ambiciosa possa simplesmente

desistir assim e estar disposta a abandonar sua família.
Às vezes gosto de fumar maconha com Luis, mas nunca

gostei muito dessa merda. Não respeito as pessoas que
deixam isso ditar sua vida. Então, fiquei surpreso quando vi
Rachel se afastar naquela noite. Esperei para que ela
soubesse que estava lá, fiz isso com a intenção de saber o
que ela faria. Apostei nela fazendo merda naquele momento.
A tentação deve ter sido louca pra caralho. Mas Rachel
Fodida Nomar tinha me surpreendido. Ela está fazendo
muito isso ultimamente, e não costumo ser surpreendido
pelas pessoas. Talvez Rachel recuse apenas para provar que
estou errado, mas, independentemente disso, isso me faz
gostar muito mais dela.
"Onde está sua garota?" Luis pergunta com um sorriso,

felizmente mudando de assunto.
Posso sentir os olhos de todos em mim. Todos eles

sabem que não tenho “garota”. Tenho mulheres. Muitas
mulheres. A maioria delas nuas, me elogiando e implorando
para manter minha cama quente. Além de Stephanie
Palmisano na escola, minhas conexões são geralmente da
variedade mais antiga. Gosto delas mais maduras, mais
seguras de si mesmas e muito mais experientes do que as
novatas na escola. Universitárias, trinta e dois anos, inferno,
até divorciadas de quarenta anos. Gosto de todas elas.
"Quem?" pergunto, fingindo ignorância. Há algumas

maneiras de interpretar isso, e fingir que Rachel era uma
pessoa não parecia a melhor opção.
“Não, quem. A loira gostosa que você trouxe para o clube

na outra noite. Rachel”, Luis incomoda. Não tenho certeza se
estou me irritado porque ele a chamou de gostosa ou porque
todo mundo está agora me olhando com curiosidade,

esperando por uma explicação.
"Eu acho que você quer dizer minha garota", Bonham

responde, e vejo seu rosto se iluminar.
Oh inferno, não.
Luis sorri para ele. “Oh, está certo. Ouvi dizer que ela
foi para Smith ontem. Também soube que ela praticamente
disse a Godfrey para se foder”, ele diz com muita diversão.
“Se formos herdeiros que a compartilham, quero ser o
próximo. Aquela garota é atrevida. Você sabe que gosto das
atrevidas.”
Estou louco. Furioso. A ideia de compartilhar Rachel

parece quase tão errada quanto ficar com ela.
"Ela não é uma herdeira compartilhada", digo em

desafio.
Bonham e Luis trocam olhares conspiratórios e, mais

uma vez, percebo que caí em uma armadilha. Eles são como
duas garotas fofocando nas minhas costas, e não gosto disso.
“Parem de se olhar assim. Ela já passou por muita merda e
não precisa de vocês dois fodendo com a cabeça dela agora”,
argumento.
"Espere um segundo. Rachel Nomar?” Rogue pergunta,

arqueando a sobrancelha. “Caralho a filha do Rocco Nomar,
a que foi levada por JJ? A que causou todo o motivo da
guerra entre as gangues? Aquela Rachel?” Ele olha para os
outros caras. "Por que diabos não sei disso?"
Dou de ombros. “Rocco me localizou. Me pediu para

tentar fazer a Rachel falar. Ela não conta nada sobre os caras
que transaram com ela, então ele quer que eu descubra.

Acho que é uma boa ideia ter o Rocco me devendo um favor.
Ele parece ser uma boa conexão para ter no meu bolso.”
"Você deveria ter conversado com a gente", Rogue diz,

balançando a cabeça, claramente chateado por ter sido
mantido fora do circuito.
Estou tentando manter ele fora do maldito ciclo de

propósito. Essa é a única maneira de manter eles seguros.
“Ela já te contou alguma coisa?” Bonham pergunta,

curioso.
Balanço minha cabeça. "Ainda não."
"Não? E quando você perguntou? Entre deixar ela

vencer você no pôquer ou checar sua bunda?”
Meus lábios pressionam em uma linha fina. "Você quer

dizer alguma coisa, Luis?"
O idiota sorri e encolhe os ombros enquanto bebi sua

cerveja. “Não. Estou bem.”
“Olha, depois do que os caras de JJ fizeram com ela, ela

está fodida. Mas sim, estou pensando que concordar em
ajudar foi um erro. Vou me encontrar com Rocco e cancelar.”
Minha resposta parece até idiota para meus próprios

ouvidos e levanto os olhos a tempo de ver os olhos de Scarlett
amolecerem. Scarlett é conservadora. Sua devoção sem
esperança para nós significa que ela quer que seus melhores
amigos tenham finais felizes de merda — e não do tipo que
você tem na casa de massagem na esquina da Pecan Lane.
Mas seu desejo de consertar tinha sangrado para incluir
Rachel também. Provavelmente porque Scar quase acabou

no mesmo inferno em que Rachel foi mantida.
"Ela me salvou, você sabe", Scarlett diz calmamente,

enquanto gira o dedo em volta dos cabelos castanhos. É uma
marca dela. Ela sempre faz isso quando está perdida em
pensamentos, mas desta vez não estou pensando no que ela
está pensando. Estou pensando em Rachel e a maneira como
seu próprio cabelo parecia assustar. "Quando o carro
capotou, ela me agarrou."
Não, eu não sei disso. E por que diabos isso fez meu
peito inchar de orgulho? "Ela passou por uma merda bem
difícil", respondo simplesmente.
Não é minha história para contar — não que saiba

muito, mas não demorou muito para imaginar o que tinha
acontecido. Vi o jeito que ela se encolhe quando não está no
controle. Percebi como ela age assustada quando tocada.
Nosso jogo não é apenas algumas preliminares fodidas. Ela
esteve com os homens de Johnny Jack há semanas. Rachel
tem um relacionamento tóxico com sua sexualidade, e há
apenas uma razão pela qual ela luta com isso. Quem sabe o
que aqueles idiotas fizeram com ela? Mas adoro que ela seja
forte o suficiente para lidar com isso e exigir sentir prazer.
Também adoro que ela tenha me escolhido para praticar.
O problema é por que de repente me importo tanto?

Cuidar é perigoso, e sei que não devo fazer isso fora das
quatro pessoas sentadas nessa mesa comigo.
"Bem, vocês pareciam bem confortáveis", Luis responde

com um sorriso atrevido. Ele gosta de me irritar com minhas
conquistas provavelmente porque tínhamos a mesma visão
distorcida sobre relacionamentos.
“Eles desapareceram por um tempo ontem. Ela voltou

para refeitório parecendo completamente fodida.” Bonham
acrescenta e estende a mão para me dar um tapa no ombro.
“Não achei que você tivesse isso. Vocês dois pareciam
confortáveis juntos — e por confortáveis, quero dizer,
fodendo com os olhos.”
Dou de ombros. "Mesmo? Porque tenho certeza de que

eram vocês dois que estavam transando com os olhos”, digo
com irritação.
Bonham sorri. Droga.
Além do olhar arrogante em seu rosto, como se ele

estivesse provando algo para todos na mesa, ele está
completamente errado sobre uma coisa. Estar com Rachel
Nomar está longe de ser confortável. É como fogo nas minhas
veias. Olho para Scar novamente, passando os olhos por ela,
porque olhar pra ela é um hábito. Ela parece querer dizer
algo, mas não sabe como.
"Cuspa, Scar", digo com um suspiro.
Ela lança um olhar para mim antes de agarrar a mão de

Rogue como se fosse uma tábua de salvação. “Apenas… não
faça sua coisa usual de Godfrey com ela, ok? Não a conheço
bem, mas cinco minutos a sós com Johnny Jack e seus caras
foram suficientes para mim. Não consigo imaginar como ela
sobreviveu semanas com essas pessoas.”
Ela é forte. Foi assim que ela sobreviveu. É como alguém

sobrevive. Não disse isso.
"Você está dizendo que não sou bom o suficiente para

ela, Scar?" Pergunto, dando outro gole. Poderia não ser mais
capaz de dançar ao longo da fronteira da nossa amizade, mas

isso não significa que não poderei irritar ela.
“Estou dizendo que você precisa ser delicado. Não a

trate como as outras garotas que você fode e esquece. Ela já
teve merda suficiente.”
Ah Scarlett. Sempre salvando os filhotes abandonados

na beira da estrada e observando as manchas da ninhada.
Essa é a questão. Rachel não é um filhote de cachorro. Ela é
uma maldita tigresa. E ela não quer ser salva, quer lutar.
Rachel quer o nosso jogo.
Talvez Rocco queira sua filha pequena e mansa de volta,

mas gosto dela do jeito que ela é. Rachel fez uma escolha
naquele hospital. Ela poderia ter se escondido na mulher
torturada e retraída que vi no dia em que acordou, ou poderia
lutar e provar que as probabilidades estavam erradas. Prove
que estou errado. E é isso que ela está fazendo.
Gosto da maneira como o fogo queima em seus olhos.

Gosto do jeito que ela olha para mim — como se ela não
tivesse certeza se quer me beijar ou me dar uma joelhada nas
bolas novamente. Foi uma merda, mas gosto da
espontaneidade de suas reações.
"Tudo bem", Rogue diz finalmente, me tirando dos meus

pensamentos. "É o bastante."
Todo mundo olha para ele, mas seus olhos estão em

mim.
"O que?"
Tento não observar o modo como as mãos dele se abrem

possessivamente sobre a barriga nua de Scarlett, sob o top
do biquíni. Tentando esconder como a mão dela está

acariciando sua coxa. Tentou, mas falhou.
“Vá à merda, Godfrey. Sei que você não fez nenhum

trabalho para seu pai antes mesmo de aparecer aqui. A linha
do tempo é uma farsa.” ele diz, me chamando.
Amaldiçoou interiormente. Estou tão envolvido em

tentar manter eles fora disso e tentar descobrir o que fazer
com Rachel, que nem sequer pensei em uma mentira
plausível.
Coloco a garrafa de cerveja e balanço a cabeça,

respirando fundo. "Olha, não é..."
"Se você está prestes a dizer que não tem nada a ver
conosco, não se preocupe, porque qualquer coisa a ver com
você diz respeito a todos nós", Rogue diz, me cortando. “Ou
se você estava prestes a dizer que não é grande coisa, tudo
bem. Se não é grande coisa, você não deve ter problemas
para nos dizer a verdade.”
Solto um suspiro, de repente furioso. Não com ele, por

si só, mas toda a situação fodida. Não quero arrastá-los para
a minha merda novamente. Especialmente agora que
Scarlett faz parte do nosso grupo.
"Desta vez, tenho que lidar com isso sozinho", digo a ele.
Em vez de ficar chateado, discutindo ou apenas sendo

um idiota como espero, Rogue apenas dá um tapinha no
quadril de Scarlett, faz sinal para ela se levantar. Ela pula, e
Rogue se levanta, então faço o mesmo desde que senti um
olhar para baixo. Assim que levanto, ele se aproxima de mim,
invade meu espaço. "Você vai lidar com isso sozinho", ele
repete, seu tom suave.
"Está certo", respondo, cavando nos meus calcanhares.
Bonham e Luis começam a discutir, mas Rogue os

interrompe com o aceno de sua mão. Rogue gosta de pensar
que ele está no comando, mas todos sabemos que ele é
melhor em dar as cartas. No final do dia, é a merda dos
bastidores que nos leva onde estamos. E eu sou o
marionetista.
"A gente acho que seria possível excluir outras pessoas",

ele diz, olhando para Scarlett como o bastardo apaixonado
que ele é. “Excluir Scarlett foi difícil, mas veja o que
aconteceu no momento em que se envolveu novamente. Ela
foi levada depois usada contra nós e acabou no hospital.
Tudo o que tentamos evitar aconteceu de qualquer maneira,
e foi tudo culpa minha. Você pode fingir que está nisso
sozinho, se isso ajuda sua consciência, G. Mas você e eu
sabemos que estamos juntos nisso. Estamos sempre nessa
merda juntos. E tudo isso, envolve Rachel Nomar agora.
Então, por que você não a traz hoje à noite? Nós faremos
uma festa para comemorar o último dia de fisioterapia de
Bonham.”
Me viro para Bonham, observando ele fazer uma careta.

Sua terapia pode ter terminado, mas sua luta será uma
batalha em andamento. Uma consequência ao longo da vida
por causa da minha família fodida. Penso sobre as palavras
de Rogue. Sei o que ele está realmente falando sem pensar.
Posso falar logo, ou os três descobriram a verdade de
qualquer maneira. Mas talvez trazer Rachel em público
apaziguasse meu pai e mostrasse a Eddie que estou
trabalhando para aproximar ela. Talvez ganhe algum tempo
para que possa apresentar um plano real.
"E então queremos saber o que seu pai realmente disse."

É realmente muito irritante que eles vejam através de

mim tão facilmente.
"Tudo bem", digo através de um maxilar cerrado. "Vejo

vocês hoje à noite."
Lanço um último olhar para a mesa, sentindo um

redemoinho de responsabilidade pelos meus melhores
amigos. É uma merda idiota, mas eles se apegaram a mim,
não importa o que, mesmo quando é perigoso, mesmo
quando eles podem facilmente se afastar, e mesmo quando
dou a eles uma saída. Eles não querem sair. Não está nem
em debate.
Não os mereço.
Saio da casa de Rogue sentindo uma merda que não

queria, mas empurro tudo para me concentrar em um
movimento de cada vez. Tenho que convencer Rachel a sair
furtivamente comigo esta noite.
E se sei alguma coisa sobre aquela pequena princesa

gângster, é que nada com ela é fácil.
Capítulo Dezesseis
Rachel
Meio que espero que a Dra. Taffy puxe uma maldita

boneca de brinquedo e me peça para apontar onde os
homens maus me tocaram. Tenho sérias dúvidas sobre as
qualificações de terapeuta dessa mulher. Mas é uma
maneira de meu pai sentir que está me ajudando, acho.
A Dra. Taffy vem duas vezes por semana toda semana,

e tenho que admitir que seu último pequeno desafio me fez
pensar. Não estava pronta para admitir isso para ela, mas
gostei da nova direção que minha cura está tomando.
Reivindicar minha sexualidade e recuperar meu poder me
trouxe Godfrey. E dois orgasmos.
Mas, honestamente, nem tenho certeza se ela é

realmente licenciada. Não direi que meu pai trouxe alguém
simplesmente porque ela está ligada à família. Meu pai gosta
de manter tudo internamente. Aparentemente, isso incluía a
Dra. Taffy. Ainda reviro os olhos toda vez que ouço o nome
dela.
“E como você se sentiu?” Ela pergunta, sua voz tão doce

como o sobrenome.
Desta vez, não consigo parar de revirar os olhos para

ela. Estamos no escritório de casa de meu pai — aquele que
ele realmente não usa. Este é apenas para mostrar, uma vez
que era na parte principal da nossa casa. Seu escritório real
está em nosso porão, que só pode ser aberto com a
digitalização de sua impressão digital.
"Sexta vez", murmuro do meu lugar no sofá.
Tenho que me sentar de lado, com o braço apoiado nas

costas, porque a Dra. Taffy insiste em sentar no sofá ao meu
lado, em vez de na mesa como uma falsa terapeuta normal.
Me pergunto se ela pressiona os limites do espaço pessoal
como algum tipo de teste ou se ela realmente não entende o
conceito de recuar.
“O que é isso, querida?” pergunta, levantando os óculos

com estilo de concha de tartaruga no nariz.
A mulher sempre se veste com a merda de um estilo

ridículo. Hoje está com uma blusa de flamingos e folhas de
palmeira, como se ela fosse aposentada na Flórida. Para ser
sincera, tira sua beleza natural. Ela provavelmente está em
algum lugar na casa dos quarenta e está envelhecendo bem,
mas, caramba, ela precisa de um estilista pessoal, porque
tudo que ela usa é ridículo. A única coisa que gosto no estilo
dela é sua confiança. Ela tem confiança, apesar das coisas
horríveis que usa, e essa confiança é uma característica que
quero para mim. Só queria que ela não me incomodasse
tanto.
“Disse que foi a sexta vez que você me perguntou sobre

meus sentimentos na última hora. Acho que você precisa
atualizar suas perguntas sobre terapia”, respondo

secamente. "Qualquer certificação de site com a qual você
está trabalhando deve ser barata."
Ela aperta os lábios finos, destacando apenas o batom

horrível e rosa-brilhante que ela usa. Ela sempre tem o rosto
cheio de maquiagem. Tenho certeza que ela imagina que, se
puder consertar a filha dele, ele se apaixonará
desesperadamente por ela. Acho que devo dizer a ela que
meu pai está preocupado demais com o papel que está sendo
cuspido nas impressoras falsificadoras.
"Você está me criticando porque faz você se sentir

melhor?", responde.
Seu tom fica mais escuro, como se apontar minhas

falhas a fizesse se sentir melhor. Ou talvez eu seja apenas
cínica agora. Talvez eu tenha visto o pior nela porque não
quero ver as piores partes de mim. Inferno se eu soubesse.
Não sou a terapeuta em nosso relacionamento, embora,
quanto mais ela fala, mais me pergunto se devemos assistir
aconselhamento de casais. A imagem de nós duas sentadas
e conversando sobre nossos problemas me faz rir.
"Brinco com você porque essas conversas me

aborrecem", respondo honestamente.
A garota que era antes de Johnny Jack me capturar

nunca teria dito isso. Nunca fui ousada ou franca, ou
coloquei o pé no chão. Odeio o que aconteceu comigo, mas
estou começando a amar minha nova personalidade
endurecida. Também amo minha má vontade com seus
desafios. Não é convencional, mas parece funcionar para
mim. Talvez ela seja uma terapeuta melhor do que eu
originalmente acredito. Ela reconheceu cedo que gosto de ser
desafiada, então
Começou a me dar essas pequenas tarefas ao longo da

semana apenas para ver se eu era capaz de fazer. Isso me
tirou da minha zona de conforto e me fez encarar um dos
meus maiores medos de frente: recuperar minha
sexualidade.
"Você está tentando me fazer interromper nossa

conversa", ela diz, puxando os óculos e colocando no topo da
cabeça.
"Você está tentando entrar nas calças do meu pai, e você

acha que jogar de psiquiatra vai lhe dar uma passagem só
de ida lá", respondo suavemente enquanto me levanto. A sala
parece muito pequena, seu perfume floral muito torturante.
Ela suspira para mim, deixando seu descontentamento

sangrar pelo rosto. “Pare de tentar mudar o tema da
conversa, querida. Estamos aqui para discutir sobre você.
Por acaso, tenho outro desafio para você.” ela diz.
Não consigo parar de me virar para ela com expectativa,

como um cachorro maldito esperando por um osso, e seus
lábios se transformam em um sorriso irônico. Finalmente
tem toda a minha atenção, e ela gosta disso.
"Qual é o desafio?", pergunto.
"Se vestir. Parecer bem vestida. Vista algo que a faça se

sentir sexy.” Ela olha para meus jeans e camiseta atuais com
um olhar especulativo.
"Você quer que eu vista algo que me faça sentir… sexy?"

Pergunto com uma careta, esclarecendo.
Se meu pai ouvisse isso, demitiria a Dra. Taffy na hora.

Me lembro da saia curta que estava usando na Smith
Academy, e tento descobrir se usei porque me fez sentir sexy

ou não, mas sinceramente, eu só queria transar com Godfrey
e tinha certeza de que me fez parecer ridícula.
"Não precisa ser uma loucura, apenas algo em que você

se sinta confiante e bonita", explica Taffy. "Use para você e
mais ninguém."
Olho para ela novamente, tentando descobrir se posso

lidar com meu corpo em exibição de proposito na frente de
estranhos.
"Olha", começa. “Se arrume como uma boneca e fique

em casa ou vá à cidade. De qualquer maneira, você tem
usado coisas que não parecem com você. Você está presa
usando esses inocentes vestidinhos feitos para uma garota
de 13 anos ou jeans e uma camisa que esconde seu corpo.
Você precisa encontrar seu senso de estilo novamente. As
roupas são uma ótima representação de nós mesmos, e é
hora de você se representar de uma maneira saudável. Deixe
sua roupa falar por você.”
Olho para suas impressões altas e zombo. "E o que sua

roupa deveria dizer?" pergunto enquanto curvo meu lábio.
"Divorciada de meia-idade à procura?"
Uma risada soa da fresta da porta atrás de mim, e me

viro, assustada com a intrusão, apenas para encontrar
Godfrey Fodido Taylor.
“Esta sessão acabou?” Ele pergunta enquanto entra.
Não tenho certeza do que ele está fazendo aqui, mas no

momento, ele parece ser a melhor opção. E ter que falar
sobre deixar suas roupas falarem, porque Godfrey está bem
vestido. Calças jeans escura grudam em seu corpo, e sua
camisa branca é nítida e justa o suficiente para mostrar seus

malditos bons bíceps e abdômen.
"Sim", respondo com um estalo, antes de me virar para

o cumprimentar na porta.
Seus olhos me medem dos pés à cabeça, como sempre,

mas há uma nebulosidade em sua expressão que me fez ficar
preocupada com o que ele tenha ouvido. Não tenho ideia de
quanto tempo ele ficou lá fora. Uma das melhores coisas
sobre Godfrey é que ele não me trata como se eu estivesse
quebrada. Não tenho certeza se posso lidar com isso se ele
tiver ouvido algo que mude sua percepção sobre mim.
A Dra. Taffy abre a boca para provavelmente me

informar que ainda temos mais quinze minutos de nossa
sessão, mas o telefone toca, então ela pega a bolsa e o atende.
Aproveito a oportunidade pra escapar, e saio da sala
seguindo Godfrey pelo corredor. Seus dedos roçam os meus,
enviando uma emoção através dos meus sentidos. Estou
lutando contra o desejo de me sentir envergonhada com a
minha sessão sobre roupa sexy — empoderamento sexual e
tudo — mas eu ainda sinto o sangue correr pelas minhas
bochechas.
Como se o toque mal tentado o tentasse por mais, seu

dedo estendeu a mão e prendeu em torno do meu mindinho.
Engulo em seco e sinto meu corpo avançando pra perto dele,
até nossos braços se conectarem enquanto caminhamos. O
calor que sai do nosso corpo é como o inferno.
"O que você está fazendo aqui?" Pergunto, colocando

uma mecha de cabelo atrás da orelha que tinha caído do meu
coque. “Não achei que meu pai tenha dito onde morávamos.”
Foi chocante, para ser sincera. Meu pai não conta nada a
ninguém mesmo de bom humor. Pouquíssimas pessoas

conhecem nosso endereço residencial.
"Estou aqui para te levar, princesa."
Faço uma careta para ele. "Meu pai sabe disso?"
Ele sorri, como se minha resposta o divertisse. “É

apenas uma festa. Vai ser discreta. Você pode até se vestir
como sua psiquiatra disse. Achei que você precisava sair à
noite.”
"É feio espionar", respondo irritada. "E desde quando

você pensa sobre o que eu preciso?" Godfrey não é atencioso.
Toda palavra e toda ação tem um motivo oculto.
Assim que a pergunta passa pelos meus lábios, ele usa

meu aperto no meu mindinho para me puxar para dentro, e
então ele me pressiona contra a parede. Sem fôlego, olho
para ele, vendo como ele usa todo o seu corpo para me
prender ali, sua respiração mentolada cai sobre mim. Seus
lábios estão no meu pescoço em um instante, e meu corpo
responde na hora.
"Desde que coloquei meu dedo dentro da sua boceta

molhada, acariciando você até você vir na minha mão",
murmura em meu ouvido. "Desde que você apareceu na
minha escola usando essa porra de saia e se colocou contra
mim." Cada palavra suja me aquece até estar queimando por
toda parte. "Tenho certeza de que sei o que você precisa
melhor do que ninguém."
Oh Deus. Eu poderia ter gozado naquele momento.

Fecho a distância entre nós, pressionando meus lábios nos
dele. Não perco tempo empurrando minha língua em seu
pescoço como se eu estivesse com fome, e um barulho
necessário sai da minha garganta. Não posso evitar. Toda vez

que estou perto dele, essa atração entre nós parece se tornar
mais forte.
Quero arrastar ele para a sala mais próxima e terminar

o que ele havia começado, mas de repente uma voz soa do
corredor. "Ei!"
Fecho os olhos, em parte por vergonha de ser pega nessa

posição, mas em parte porque preciso de um descanso
depois de estar tão excitada.
"O que você está fazendo?"
Abro os olhos e solto rapidamente as mãos quando

percebo que tinham agarrado a camisa de Godfrey. "Beau?"
digo confusa. Porque os dois estão aqui ao mesmo tempo?
Empurro Godfrey, mas é claro, ele não se afasta. Mas

fez ao contrário, ele apenas empurra seus quadris contra
mim com mais força, e desce sua mão para beliscar minha
cintura.
"Saia", sussurro.
Godfrey zomba. “Eu adoraria sair com você. Até

retribuirei o favor.” ele brinca.
Estou pronta para dar uma joelhada nas bolas

novamente, e ele vê isso nos meus olhos, porque finalmente
se afasta de mim. Mas, em vez de recuar, ele apenas encosta
um ombro na parede ao meu lado, mantendo a mão na
minha cintura. Quando bato na mão dele, ele ri.
“O que você está fazendo aqui, Beau?” pergunto,

tentando recuperar um pouco de compostura. É estranho ver
ele na minha casa. Além de quando me acorda, sempre nos

encontramos em um dos armazéns do meu pai ou quando
saíamos pela cidade.
"Seu pai me enviou para pegar algumas coisas",

responde, pisando na minha frente. Com uma caixa preta na
mão, provavelmente cheia de mais moldes para as máquinas
falsificadoras.
"Oh", respiro, me mexendo um pouco.
"Estou feliz por ter te encontrado, na verdade", diz, e

estremece um pouco com o que acaba de dizer. Minhas
bochechas queimam de vergonha. Sempre tive uma queda
por Beau, mas isso foi antes. Agora, não tenho certeza do
que sinto. Como no armazém, quando eu o beijei, fiz isso
principalmente para chocar a todos, deixar Godfrey irritado
e ver se eu sentia alguma coisa. Mas isso me confundiu mais.
"Enfim", ele continua. “Eu estava pensando se você quer

sair hoje à noite. Comigo.” ele acrescenta rapidamente.
Posso sentir os olhos de Godfrey como um laser no meu

rosto. "Ela está ocupada", diz.
Me irrito, minhas costas ficam tensas com suas

palavras. "Você não fala por mim", rebato. "E nunca disse
que irei com você hoje à noite."
"Sim, é porque você estava muito ocupada me fodendo

com a língua", responde suavemente.
Deus, eu o odeio.
Os olhos de Beau disparam entre nós, e quando ele vê o

quanto estou desconfortável e chateada, assume a
responsabilidade de fazer o papel do herói. “Rachel não vai a

lugar nenhum com você. Rocco pode querer que você
trabalhe para ele, mas você não pode tirar vantagem dela.”
Godfrey se afasta da parede e encara rosto de Beau.

"Tenho certeza que ela gosta quando tiro."
Os olhos de Beau brilham de raiva e nesse momento a

Dra. Taffy decide sair do escritório. Quando ela vê o impasse
entre Godfrey e Beau, seus passos vacilam. Então seus
lábios se curvam com um sorriso forçado e doentio. “Oh,
Beau, estou tão feliz em ver você aqui. Rachel poderia usar
algumas boas influências em sua vida”, diz, dando um
tapinha no peito dele enquanto passa. Minha boca se abre
em surpresa. Essa senhora tem muita coragem para
desrespeitar Godfrey Taylor em campo aberto assim. Qual é
o problema dela, afinal? Ela conhece Godfrey?
Ela passa por nós e, quando olho para Godfrey para

avaliar sua reação, não fico nem um pouco surpresa ao ver
que ele está sorrindo. Assim que a Dra. Taffy fica fora do
alcance da voz, ele se vira para Beau. “Você está fodendo a
terapeuta? Aposto que ela é louca na cama.”
Beau fica muito vermelho antes de balançar a cabeça.

"Não estou transando com a terapeuta", suspira.
Godfrey ri e balança a cabeça, claramente não

acreditando nele. Beau enrola os punhos ao lado do corpo.
Então percebo que essa conversa não está indo a lugar
algum e, a menos que queira uma briga na minha sala de
estar, preciso acabar com ela.
"Vou a uma festa com Godfrey hoje à noite", finalmente

decido. "Mas você pode se juntar a nós, Beau."
Posso sentir Godfrey ficar rígido de aborrecimento. Em

seu rosto passa várias expressões. Surpresa. Raiva.
Aborrecimento. E então, diversão.
"Certo. Traga-o. Eu não me importo.” Godfrey diz com

um tom desapegado antes de se virar e ir embora. “Vou
mandar uma mensagem com o endereço. Esteja lá às nove.
E não se esqueça das ordens da doutora. Algo sexy.” ele diz
com um sorriso atrevido.
Mas algo sobre a maneira calculada que ele se afastou

me faz pensar se ele não se importa se eu levar Beau ou se
só quer que eu pense que não se importa. De qualquer
maneira, me vejo querendo cravar minhas unhas em seu
couro cabeludo e abrir seu crânio para que eu possa
descobrir o bastardo.
Capítulo Dezessete
Rachel
Faz um tempo desde que coloquei tanto esforço em

minha aparência. Aplico uma sombra esfumaçada que faz
meus olhos azuis destacarem e um batom vermelho-escuro
que não pude evitar, mas acho que ficará bem em na boca
de Godfrey. Como vou andar na moto de Beau, me vesti em
jeans skinny preto e saltos pretos, combinados com uma
blusa preta cruzada e uma jaqueta de couro. A única coisa
que não tentei domar foi o meu cabelo. E fiz um rabo de
cavalo.
Adoro meus longos cachos, mas acaba sendo uma

fraqueza. Ainda posso sentir o sussurro velho de Pick contra
a minha pele.
“Seu cabelo é muito bonito. Bom o suficiente para eu

envolver meu punho e puxar.”
Não aguento mais sentir isso nas minhas costas.

Sempre deixo eles para baixo, mas agora tenho que prender,
mesmo quando dormia. Estou com medo do dia em que a
Dra. Taffy irá me desafiar a soltar. Ela sabe que tenho um
relacionamento tóxico com o meu cabelo, e sei que é apenas

uma questão de tempo antes que ela use essa informação
contra mim e exija que eu enfrente minhas pálidas mechas
loiras de frente. E sei que cerrarei os dentes e aceitarei o
desafio dela; ganhar está no meu sangue.
O desafio atual de se vestir não é tão ruim. Foi bom

aplicar metodicamente minha maquiagem e escolher uma
roupa que me fez sentir bonita. Pela primeira vez em meses,
sou capaz de encarar meu reflexo e não alguém lutando.
Vejo... eu. Uma mistura das coisas que aconteceram comigo
e de todas as coisas que quero ser.
Nunca admitirei, mas talvez a Dra. Taffy esteja

envolvida em alguma coisa.
Meu telefone toca no momento em que termino de

prender meu cabelo. Abaixo e pego meu telefone no bolso de
trás para verificar.
Beau: Seu pai me deixou com a máquina de dinheiro.

Não poderei ir com você hoje à noite. Quer que eu
apareça quando terminar? Podemos apenas assistir
filmes.
Estalo minha língua, debatendo sobre o que responder.

Sei que deveria ficar em casa e afundar na familiaridade
confortável que Beau oferece, mas realmente estou
empolgada com a ideia de ver Godfrey novamente. Na
verdade, nem tenho certeza de que me sinto decepcionada
por não ter que ir com Beau. A única emoção que estou
sentindo é alívio.
Eu: Nah. Eu ainda vou à festa. Até logo.

Não estou com disposição para uma disputa de mijar

entre ele e Godfrey. Isso me fez questionar. Meu corpo
responde a Godfrey, e estou começando a perceber que Beau
nunca poderá se comparar. Não sei o que aquilo diz sobre
mim e não estou disposta a me colocar em uma situação
para descobrir. Beau responde ao meu texto imediatamente,
mas em vez de olhar para o que tenho certeza de que é um
apelo para que fique em casa e longe de Godfrey Taylor,
guardo o telefone no bolso.
Ando pelo corredor, parando na sala para dizer a meu

pai que estou pronta para ir. Ele provavelmente pedirá que
um de seus capangas me leve já que Beau foi dispensado.
Ele está no sofá, com os braços bem abertos de ambos os
lados, assistindo basquete. Quando me nota, olha
rapidamente, mas quando vê o que estou vestindo, seus
olhos voltam para me estudar mais de perto, seus olhos
cinzentos se arregalam de surpresa.
Ele abaixa os braços e levanta, caminhando até mim.

"Você precisa mudar de roupa", ele diz, subitamente
superprotetor. Pena que está atrasado para isso. "Você não
pode sair de casa assim...", fala nervoso.
“Não importa o que eu visto. Minhas roupas não são um

anúncio de que estou pronta para um sequestro.” fervo.
"Não quis dizer..."
O corto. “Estava vestindo um moletom da faculdade,

tamanho grande demais e legging naquele dia em que eles
me levaram. Você acha que isso fez alguma diferença?”
Seus olhos se apertam, mostrando as pequenas rugas

ali. "Não, Rach, eu só não quero que nada aconteça com
você."
Algo mais aconteça comigo, ele quis dizer. Cruzo meus

braços na minha frente. "Você pode dizer, você sabe."
Suas sobrancelhas grossas se juntam. "Dizer o quê?"
“Que fui sequestrada. Drogada. Estuprada...” respondo,

observando ele se encolher com cada palavra. "Você não fala
sobre isso", acuso, subitamente furiosa. Sei o que ele quer.
Ele quer a velha eu de volta. A querida filha, que era mansa,
boa e era a única parte de sua vida que não era poluída por
seus negócios sujos.
Minha garganta está apertada e ficamos um pouco

afastados, mas sinto a distância entre nós mais do que
nunca. O barulho do meu trauma bate no meu crânio.
"Por que eu gostaria de falar sobre isso, Rachel?" Ele

atira de volta para mim, sua voz subindo. “Você acha que eu
não sei? Você acha que eu não te procurei por semanas?” O
desespero em sua voz faz minha garganta travar.
Finalmente, estamos conversando sobre isso, em vez

dele apenas encobrir tudo e não dizer nada. Por muito tempo,
ele vem exigindo respostas minhas, mas ele não é o único
que buscava um final. "Eu procurei por você, bebê", diz, me
surpreendendo quando seus olhos ficam molhados. “Eu te
procurei em todo lugar. Isso me matou. E carrego isso
aqui...” diz, batendo com o punho no peito. "Carreguei
comigo todos os dias que não conseguia encontrar você,
sabendo que ele a levou por minha causa."
Sinto uma única lágrima cheia de barulho escorrer do

meu olho e caindo na minha bochecha. "Eu também
carreguei", sussurro trêmula. “Terei que carregar isso pelo
resto da minha vida, mas é a minha vida. Tenho que viver
isso, e você tem que deixar.”
Um soluço estrangulado escapa dele, e vejo meu pai cair

de joelhos no chão, como se estivesse prestes a implorar por
sua alma perdida. A visão me choca Meu pai não chorava. A
única vez que o vi fazer isso foi quando minha mãe morreu
anos atrás. E a velha eu teria desmoronado só de ver ele
assim aos meus pés. A velha eu teria passado meus braços
em volta dele e pressionado contra seu peito por conforto.
Mas não sou mais essa pessoa, então tudo que posso fazer é
olhar.
"Sinto muito, baby", diz no chão, sua voz tensa. "O que
posso fazer?"
"Para começar, você pode parar de me julgar pelas

minhas roupas", respondo com uma fungada, limpando o
nariz. “E você pode parar de me prender com outras pessoas
como se eu fosse problema delas. Godfrey Taylor, pai?
Mesmo?"
Ele se levanta e me abraça com tanta força que sinto

que vou quebrar com o jeito que ele se agarra a mim.
Assentindo responde. “Você é minha garotinha. Estou
tentando fazer o que acho melhor. Você é tudo o que me
resta.”
É isso mesmo, não é? Ele realmente não me tem mais.

A garotinha dele morreu no dia em que foi arrastada,
chutando e gritando, para a van de JJ. Me tornei alguém
completamente nova. Mas ainda quero um relacionamento
com meu pai. Quero encontrar um meio-termo entre quem
eu era na antes e quem sou agora.
“Vou a uma festa com Godfrey e vou tentar me divertir,

porque quero me divertir um pouco. Mas que tal voltarmos a
ter aulas de xadrez?” pergunto, tentando começar a
construir a ponte entre nós. A ideia de jogar xadrez faz meu
coração contrair, o jogo complexo como um gatilho, e olho

para o cano do trauma. Mas há algo de empoderador em
encarar meus demônios de frente com um sorriso. E irei
mergulhar de cabeça em todas as coisas que me deixam
desconfortável. É a única maneira de passar por isso.
"Eu... eu gostaria muito disso", meu pai responde com

uma fungada. "Que tal amanhã de manhã?"
"Sim. Nós podemos tomar café da manhã. Apenas... por

favor, faça algo diferente de waffles.” querendo dizer isso
como uma piada, mas meu pai olha para mim com culpa. Sei
que ele está tentando. Que ele está desamparado nessas
situações. Minha mãe teria sido sensível. Ela era o tipo de
pessoa que sabia as coisas perfeitas para dizer. Era gentil,
carinhosa e compassiva. Ele? Ele é áspero nas bordas, e
agora sou apenas pedaços quebrados presos juntos.
"De acordo", responde, finalmente deixando cair os

braços para me libertar.
Talvez, apenas talvez, tenhamos construído um pouco

dessa ponte agora.
Capítulo Dezoito
Godfrey
Quando disse a ela para se vestir sexy, realmente não

esperava que ela aparecesse da maneira tão sexy que está.
Top preto apertado mostrando seu decote, e meus olhos

continuam disparando para aquela linha entre seus seios,
então tudo que consigo pensar é enfiar meu pau entre eles e
transar com ela lá. Sim, merda, eu sei. Mas foda-se, seu
corpo é lindo. Ela é linda.
Rachel está usando maquiagem pela primeira vez desde

que a conheci, e o efeito a faz parecer mais velha, mais
madura. Sua roupa toda preta também lhe convinha. Uma
foda muito melhor do que aquela merda feminina inocente e
solta que ela vinha vestindo antes. Rachel Nomar tem
sombras dentro dela, colocadas ali por homens maus que
saboreiam a escuridão. Mas, por alguma razão, ver ela
usando aquelas sombras do lado de fora a faz parecer mais
poderosa.
"Você a encarou a noite toda, mano."

Dirijo meus olhos azuis para Bonham. Estamos jogando

um amistoso jogo de blackjack com outros caras da escola.
Ao nosso redor, as pessoas estão bebendo, dançando e, pelos
pulos reveladores, alguns já estão bêbados o suficiente para
mergulhar na piscina de Rogue.
Fizemos dezenas de festas aqui este ano e, como

sempre, metade da Smith Academy e alguns alunos das
escolas públicas próximas apareceram. O lugar cheirava a
bebida, água de colônia, maconha e uma tonelada de
adolescentes cheios de tesão.
"Que porra é essa?", pergunto friamente enquanto

coloco algumas cartas.
Bonham zomba baixinho. “Não se faça de bobo. Você

não pode pagar burro.”
"Você sempre está muito interessado em Rachel",

respondo com óbvia irritação.
"Bem, sim, sou um cara, e ela é uma garota gostosa."
Reviro os olhos. "Você tem garotas gostosas na escola o

tempo todo e quase não presta atenção nelas."
"Isso é porque elas me entendiam", ele diz com um

encolher de ombros sem desculpas. "Ela não me aborrece."
Sim, ela também não me aborrece. Esse é o maldito

problema.
Como eles se moveram por vontade própria, meus olhos

voltaram para onde Rachel estava de pé com Scarlett e
Stephanie Palmisano — de todas as pessoas. Nunca em um
milhão de anos eu esperava que essas três estivessem
juntas. Quando vi Rachel entrar pela primeira vez, comecei

a me aproximar dela, apenas para Scarlett me lançar um
olhar e a recepcionar antes que eu pudesse. Scarlett está
grudada ao seu lado desde então, sou forçado a me sentar à
margem como uma trepadeira.
De certa forma, é melhor assim. Devo ficar longe dela.
Scarlett estava certa — merda suficiente aconteceu com

ela. Ela não precisa se misturar com um idiota como eu, mas
ainda a quero. Quero tirar aqueles jeans justos e os saltos
que fazem sua bunda parecer incrível. Quero prender o
joelho dela no meu quadril e levá-la até que ela grite meu
nome. Mas enquanto estou aqui, olhando pra ela a cada
cinco segundos, farejando como um cachorro, ela está lá,
rindo com minha melhor amiga que costumava querer para
mim, e a garota que estive transando por quase um ano para
que pudéssemos esconder evidências no porão de seu pai.
Sou como Scrooge olhando para os malditos fantasmas de
amantes do passado, presente e futuro.
"Cara. Se você vai se excitar, eu apreciaria se você não

sentasse ao meu lado.” Bonham diz, mais uma vez
interrompendo meus pensamentos.
"Não é minha culpa. Todas as garotas aqui estão

praticamente meio vestidas.” atiro de volta sobre minhas
cartas.
"Por que você não para e admite que gosta dela?"
Irritação brilha no meu rosto. Não posso fazer isso, por

mais que queira reivindicá-la publicamente, não podia. Seu
pai basicamente me subornou para fazer amizade com ela e
fazer ela contar seus segredos. E meu pai queria que eu
chegasse perto o suficiente para matar. Essa situação é

totalmente demais, até para mim.
Ignorando Bonham, deito minha mão, e os outros caras

na mesa de cartas gemeram e amaldiçoam. Ganhei, é claro.
Pego as notas de cem dólares e guardo no bolso, que

está um pouco apertado. “Vou pegar outra cerveja, você quer
vir?"
A expressão de Bonham brilha com algo, mas é

rapidamente substituída por uma máscara sem expressão.
“Não, estou legal. Vou jogar outra rodada.”
Sim, porra, certo. Sei que ele não quer jogar mais cartas.
Ele ficou sentado nessa mesa à noite toda.
Suspiro e me viro para encarar ele completamente, para

que os outros idiotas da mesa não ouçam. "Cara. Sua
fisioterapia acabou. Seu mancar está muito melhor agora. Se
algum desses filhos da puta sequer olhar para o seu pé, vou
dar um soco na cara deles.”
Posso dizer que é a coisa errada a dizer para ele, porque

sua mandíbula se apertou e ele se afastou de mim. “Rachel
Nomar está flertando com um cara que acabou de subir.
Você provavelmente deveria cuidar disso se seu tesão é
alguma indicação.”
Um amigo melhor do que eu provavelmente não deixaria

que ele me distraísse com alguma besteira sobre uma garota,
mas porra, Rachel está sob a minha pele. Me viro tão rápido
para ver o que desgraçado filho da puta, que acha que pode
falar com o que é meu. Nem parei para pensar em quão
perigoso era esse pensamento.
Lá, segurando sua bochecha e dando um beijo na testa,

está aquele filho da puta, Beau. Então ele teve coragem de
aparecer depois de tudo? Ótimo. Eu estava procurando por
um motivo para comparar os tamanhos de pau. Sigo em
frente com lenta e calma confiança usando uma máscara, e
fico perto o suficiente para ouvir o que eles estão dizendo
enquanto ainda fico fora da vista.
"Pensei que você não poderia fazer isso", Rachel diz. Ela
não parece animada com o fato de ele estar aqui. Na verdade,
ela parece desconfortável. Ele está muito dela, e tenho em
mente colocar alguma distância entre eles com a porra do
meu punho.
"Como você não me mandou uma mensagem de volta,

fiquei preocupado", Beau responde.
O cara usa sua estúpida jaqueta de couro com o

estúpido logotipo do clube de motocicletas, chamando a
atenção de todas as mulheres neste lugar. As mulheres
gostam de meninos maus; elas sempre quiseram que eles
fossem os únicos bad boy. E mesmo que esse cara quisesse
parecer o tipo de herói, eu sabia que ele não passava de um
lobo em pele de cordeiro. Sou mestre em ler pessoas.
"O que você quer dizer é que você não gostou que vim
aqui sem você", Rachel responde.
Enquanto isso, Stephanie está olhando para Beau e

lambendo os lábios, e Scar está com os olhos abertos para
Rogue, provavelmente já sabendo para onde esse show de
merda estava indo.
Não dou a chance de ele dar uma doce desculpa para

falar. Escolho esse momento para me aproximar.
"Ei, Beau", comprimento, me aproximando dele e dando

um tapa forte nas costas, sentindo a picada de seu couro
contra a palma da minha mão. Ele se encolhe um pouco, me
fazendo sorrir. Ele pode ser um garoto de um clube de
motocicletas idiota, mas todo aquele couro e jeans apertados
que ele usa não escondem o que já sei — ele é um covarde.
Deslizo entre ele e Rachel, jogando meu braço em volta

dos ombros dela. Scarlett olha entre nós dois, mordendo o
lábio com preocupação, mas eu a ignoro. "O que te traz
aqui?", pergunto.
Rachel tenta afastar meu ombro dela e eu, como um

cavalheiro, faço... E em vez disso, estendo a mão e enfio
minha mão no bolso de trás de seu jeans apertado para que
eu possa apertar sua bunda. Ela suspira para mim, mas não
tenta me mover novamente. Garota esperta. Eu teria ido para
o seu zíper depois.
“Só estou aqui porque Rachel me convidou. Ela queria

que eu viesse.” Beau diz, alisando os cabelos castanhos
oleosos enquanto olha para mim com desafio. Seus olhos
seguem a trajetória da minha mão e dou outro beliscão na
bunda de Rachel que a fez chiar um pouco, embora ela
tentasse se esconde atrás de uma tosse falsa.
“Me apresente ao seu amigo Rachel”, Stephanie

intervém, e pela primeira vez fico realmente feliz com a
presença dela.
Não me interpretem mal, Stephanie é gostosa pra

caralho, mas ela sempre me irrita. No momento, ela está
olhando para Beau de cima a baixo com apreciação, o que
significava que ela pode ser muito útil para mim esta noite.
Rachel faz um rápido trabalho de apresentar Beau, e me

faz sorrir ao ver que ela está tão feliz quanto eu em tirar ele
de seu foco. Nem uma merda de ciúmes cruza aqueles olhos
azuis cristalinos dela quando Stephanie e ele conversam, e
estarei mentindo se não disser que isso me faz feliz.
Stephanie faz um trabalho rápido das coisas, agarrando

sua mão e o levando a dançar com o resto dos corpos
giratórios. Ele nem sequer tem a chance de se despedir. Em
segundos, Beau é engolido pela multidão bêbada e
Palmisano estava moendo contra ele como um gato no cio.
"Você precisa resgatar seu namorado?", Pergunto a

Rachel.
"Ele não é meu namorado", ela rosna de volta. Coisinha

mal-humorada. Atingi um ponto dolorido? Ela olha para ele
e, por uma fração de segundo, me pergunto se havia
interpretado mal a situação. Talvez ela goste dele.
Que pena.
"Você quer dançar?" Pergunto pra ela enquanto Scarlett

bate o pé em aborrecimento, me dando aquele olhar que diz
não estrague tudo, Godfrey.
"Oh, então você acabou de me ver do outro lado da

sala?" Rachel responde com doçura falsa.
Por que diabos isso me faz querer beijar aquela boca

maldita e áspera toda vez que ela me chama?
"Como você sabia que eu estava vendo você?", pergunto.

"Você deve ter me observado também."
Suas bochechas não ficam com um adorável tom de

rosa. Ela não olha para o chão e mexe os pés. Ela me
encontra de frente, olhando de volta para mim como se
soubesse exatamente o que estava fazendo. "Sim, tenho
observado", ela encolhe os ombros.
Scarlett nos assiste de um lado para o outro, e ela deve

ter visto algo entre nós que a pegou desprevenida porque
seus olhos se arregalam de surpresa.
Puxei o jeans de Rachel, guiando para a pista de dança,

mas Scarlett coloca a mão no meu peito para me parar. Em
um movimento rápido, ela fica na ponta dos pés e me beija
na minha bochecha. Ela então roça os lábios macios no meu
ouvido e fala sobre a música, mas ainda baixa o suficiente
para apenas eu ouvir.
"Acho que você finalmente conheceu a sua garota,

Godfrey Taylor."
E então, ela se vai.
Faço uma careta para ela enquanto se afasta e desvia

da multidão, mas não quero parar e pensar no que diabos
isso significa. Então, em vez disso, puxo Rachel ainda mais
para a multidão, me certificando de agredir qualquer
bastardo que colida contra ela. Uma vez que estamos no
centro, eu a viro e agarro seus quadris, nos chocando juntos
com a música.
Não demora muito tempo para o calor dos corpos

empacotados aumentar a temperatura do meu corpo e o
dela, fazendo a pele de Rachel começar a brilhar e se
arrepiar. Não sei que tipo de fantasia as meninas gostam,
mas juro que quero lamber o brilho da clavícula.
A música está alta e rápida, mas Rachel não parece

intimidada por ela ou pela proximidade dos corpos. Ela
derrete contra mim, suas mãos se movendo para balançar
com a música, e quando ela fecha os olhos e inclina a cabeça
para trás, é uma das coisas mais sexy que já vi.
Adoro ver ela tão livre assim. Não tendo o olhar triste
pra caralho nos olhos. Não estando debruçada ou parecendo
que queria se esconder. Sendo apenas... uma garota
dançando ao som da música, parecendo que nada mais
importa.
Uma das minhas mãos se move para se espalhar contra

suas costas, e a ponta dos dedos queimam na pele exposta.
Quero dobrar meus dedos e mergulhar sob o tecido pegajoso
de sua blusa. Quero pegar a frente da sua blusa entre os
dentes e puxar para baixo até que seus seios saiam, mas não
faria isso com uma sala cheia de pessoas. Quero Rachel
apenas para os meus olhos.
Quando seus braços estão ao redor do meu pescoço e

puxam meu cabelo, cantarolo de satisfação. Já vi ela se
afastar de todos os outros - Beau, seu pai, até Scarlett. Mas
eu? Ela se moldou contra mim em vez de fugir. E para
melhorar, ela pressiona em mim ainda mais. Quando vejo,
seus olhos disparam para os meus lábios, sorrio. Rachel
Nomar me quer tanto quanto eu a quero. Quando sinto uma
das mãos dela descer pelas minhas costas e entrar no meu
bolso traseiro, dando um aperto impressionante na minha
bunda, meu sorriso quase se transforma em uma
gargalhada.
Seus quadris continuam balançando contra os meus, e

meu pau duro pressiona dolorosamente contra minhas
calças. Estou fazendo um trabalho terrível de manter ela à

distância. Não deveria querer ela, mas tenho que ter ela.
Enfio minha perna entre as dela, afastando suas

pernas, e dobro meu joelho levemente enquanto a levava
contra sua boceta. Mesmo através do tecido áspero do nosso
jeans, posso sentir o calor dela vazando, e maldição, está
muito quente.
Me inclino nela, minha boca arranhando contra sua

orelha. "Você beijou seu namorado Beau lá", falo, enquanto
aperto minha coxa contra sua boceta, fazendo ela
estremecer.
"Ele não é meu namorado, e eu só o beijei naquele dia

para provar um ponto", retruca, sua voz quase alta o
suficiente para eu possa ouvir mesmo com a música.
"Que ponto é esse, princesa?" Pergunto, puxando contra

o meu corpo para que seus seios pressionem contra o meu
peito.
"Que você se importava se eu fizesse."
Eu perdi isso. Perco todo o controle maldito. Preciso dela

- toda ela - agora.
Estendo minha mão até aquele rabo de cavalo apertado

que ela estava segurando e arranco o elástico, deixando seus
longos cabelos caírem em ondas até a cintura. Rachel
balança contra mim quando torço meus dedos nos fios
incrivelmente macios de seus cabelos loiros pálidos, e ela
solta um ruído.
Sou pego no momento. E puxo ela para mais perto dos

meus lábios. Quero tirar ela da pista de dança e depois
transar com ela no andar de cima no quarto de hóspedes de

Rogue.
"Pare", ela grita com uma voz tão fraca que fez meu
corpo inteiro congelar e ficar em alerta máximo.
Imediatamente me afasto para poder olhar, me

perguntando o que diabos fiz de errado. Estamos entre
noventa e cem apenas dois segundos atrás. Ela passa os
dedos pelos cabelos e olha para alguns fios que caem em
seus olhos, e pelo olhar em seu rosto você pensaria que ela
estava tocando facas.
“Onde está?“ Rachel pergunta, sua voz afundando em

pânico.
"Onde está o quê?"
"Meu laço de cabelo", diz, olhando em volta

descontrolada.
Seu corpo inteiro começa a tremer, o lábio uma bagunça

trêmula. Não entendo o que está acontecendo até uma
lagrima cair dos seus olhos o que é suficiente para eu abrir
a mão e entregar o elástico que puxei dos seus cabelos. Ela
parece aterrorizada.
Porra. O que fiz?
Sei que ela sempre usa o cabelo amarrado, e que ela

parece odiar, mas eu não tinha ideia que tinha a ver com o
que tinha acontecido com ela.
O mais rápido que pôde, ela junta seus longos fios e

rapidamente o coloca em outro rabo de cavalo. No momento
em que seu cabelo está em segurança de volta no lugar, ela

fica com vergonha.
Não me mexo, não falo. Mesmo com a música pulsante

e os corpos bem juntos ao nosso redor se movendo para a
música, nós dois ainda estamos como estátuas. Ela nunca
teve medo de mim antes. Nunca. Nem mesmo quando eu era
um estranho e arranquei ela de um carro destruído e puxei
do asfalto e vidro. Nem mesmo quando bati minha mão em
sua bochecha para tirar de seu surto de gritos.
Não sei o que ela precisa. A única coisa que sei naquele
momento é que queria que fosse eu.
"Eu não consigo respirar", ela engasga antes de passar

por mim.
Eu a sigo, me sentindo perdido e culpado. Nunca tinha

me importado com uma garota dessa maneira. Nunca me
importei com as consequências da minha intensidade. Mas
eu teria andado sobre o vidro para tirar aquele maldito olhar
de terror do rosto dela.
Ela passou pelas pessoas, tentando desesperadamente

contorná-las sem ser tocada, mas com a casa tão cheia, está
sendo impossível. Toda vez que um corpo bloqueia seu
caminho, seu pânico parece aumentar ainda mais.
"Foda-se", rosno, alcançando ela e assumindo a

liderança. Paro na frente dela e começo a empurrar as
pessoas para fora do caminho.
Quando estamos fora da sala principal, dobramos a

esquina e subimos as escadas duas de cada vez. Quando
estamos no topo, eu a guio para o quarto em que estou
hospedado. No momento em que ela entrar, cai em uma
bagunça no chão, segurando a mão avisando que devo me

afastar.
Olho para ela, sentindo meu coração bater forte no meu

peito enquanto estou lá, sem saber o que diabos fazer.
Rachel está agachada, a testa apoiada nos joelhos e as mãos
cavando o couro cabeludo como se quisesse arrancar cada
fio da cabeça. Ela treme, e a visão me faz querer dar um soco
na parede.
Em vez disso, me agacho ao lado dela, tomando cuidado

para manter alguma distância entre nós. "Fale comigo,
princesa."
"Apenas vá embora", ela sussurra tão baixo que mal

posso ouvir por baixo da música no andar de baixo.
"Não."
Ela levanta a cabeça e olha para mim, seus olhos azuis

brilhando com não apenas angústia, mas raiva. Bom, penso.
Prefiro ver ela enlouquecendo do que aquele olhar sem
esperança e quebrado de antes.
"Inacreditável, só porque meu pai quer você por perto,

não significa que eu queira", ela cospe.
"Isso começou antes que seu pai se envolvesse, e você

sabe disso", respondo.
"O que diabos você quer de mim?" Ela chora, jogando os

braços para cima. "Você poderia descer as escadas agora e
ter alguma daquelas garotas lá embaixo, sem drama, sem
bagagem".
Dou de ombros. “Eu não estou interessado nelas. Estou

interessado em você...” respondo honestamente,
surpreendendo a porra de nós dois.
"Por quê?" Rachel exige. “Os caras de Johnny Jack

rasgaram pedaços de mim que eu não posso voltar. Nunca
mais serei brilhante e suave.”
"Gosto dessa irregularidade”, respondo, porque é

verdade. Não quero perfeição. Só quero ela.
“Você acha que vai me consertar? É isso?” pergunto,

rindo sem humor. “Estou quebrada e suja. Você não pode me
consertar. Então, se sou apenas um projeto seu, saia agora
e me deixe em paz.”
O jeito que ela se vê me irrita, e de repente surto. "Me

ouça", exijo, minha voz dura o suficiente para que seus olhos
azuis se voltem para os meus. "Ficar brava tudo bem. Fique
furiosa. Mas só porque esses filhos da puta tentaram
quebrar você, não significa que eles conseguiram. Não os
deixe vencer.”
Seus olhos se movem para olhar além de mim, e seus

dedos torcem em seus cabelos. “Eles mantiveram meu cabelo
solto. Era assim que ele gostava. Ele me drogava primeiro.
Então ele afundava a mão no meu couro cabeludo e enrolava
meu cabelo ao redor da mão dele como uma corda.” Rachel
move as mãos e demonstra o movimento enquanto fala. “Ele
agarrava as pontas do punho e depois o envolvia... Uma,
duas, três, quatro vezes. Isso machuca."
Aperto minha mandíbula com raiva, mas sei que não

devo interromper.
"Qual era o nome dele?"

Meu coração bate forte. É isso que Rocco quer. Mas nem
estava pensando nisso quando a pergunta saiu da minha
boca. Quero saber por mim, não por ele. Porque agora que
ela está me dizendo isso, quero ser o único a matar o filho da
puta.
"Eu não sei o nome verdadeiro dele", ela admite. “Mas

eu o chamei de Pick. Ele sempre vinha mastigando um palito
de dente. Às vezes, ele mantinha na boca o tempo todo.”
Enfiarei os palitos nos malditos globos oculares.

Inferno, vou esfaquear em seu pau até que parecesse um
espetinho fodido.
"Eu não suporto meu cabelo agora", ela confessa. “Eu

não consigo dormir a menos que seja trançado ou puxado
para trás. Acordo sentindo que ele está puxando, pronto para
começar o meu inferno novamente.”
Solto um suspiro. "Então, quando desamarrei e agarrei

seu cabelo..."
Ela pega o punho e bata as juntas dos dedos contra a

têmpora. “Posso ouvir ele, embora eu tente manter todo esse
som mudo. Também posso me ouvir. E toda vez que olho no
espelho, vejo o punho dele em volta do meu cabelo. Ele me
fez sentir impotente. Como se fosse uma rédea que ele estava
usando para me domar.”
Ouvir isso me deixa tão bravo que vejo vermelho. Como

ele ousou fodidamente domar a garota bonita na minha
frente.
No piscar seguinte, estou de pé, puxando-a comigo. Ela

não me para quando agarro sua mão e a puxo através da
sala. Abro a porta do banheiro e assim que entramos, bato

com força.
"Godfrey, o que..."
Antes que ela possa terminar sua frase, coloco meus

braços em sua cintura e a levanto e sento ela na bancada do
banheiro. Rachel me olha com olhos cautelosos enquanto
procuro na gaveta e puxo uma tesoura.
Seus olhos correm do meu rosto para a tesoura e depois

voltam novamente.
"Faça", falo pra ela, segurando a tesoura.
"O que?"
Agarro sua mão e pressiono a tesoura na palma da mão.

“Seu cabelo comprido era um método que ele usou para
controlar você. Isso faz você se sentir impotente. Pegue seu
poder de volta, Rachel.”
Ela engole em seco e observo a bile deslizar por sua

garganta com o movimento. Não sei dizer se ela está olhando
para mim me achando a pessoa mais inteligente do mundo
ou alguém que está ali para aterrorizar.
"Não tenho certeza", ela sussurra antes de se olhar no

espelho. “Todo mundo costumava me dizer que pareço com
a minha mãe. É uma das últimas coisas que tenho dela.”
Não tenho coração. Homens como eu tiveram esse órgão

traidor arrancado de nossos corpos há eras atrás. Mas o que
quer que estivesse bombeando sangue pelo meu peito bateu
e ardeu naquele momento. “São apenas cabelos. Ela te deu
muito mais do que isso...” sussurro enquanto acariciava sua
bochecha gentilmente. Não conheci a mãe dela. Não sei se

ela tinha sido covarde como a minha ou um show de
violência como o pai. Não sei se ela tinha sido gentil e
compassiva ou forte como Rachel. Mas o que quer que eu
tenha falado pareceu ser a coisa certa, porque ela levanta o
punho e enrola a ponta dos cabelos em volta dele, como seus
atormentadores, e então levanta a tesoura e corta o cabelo
em um movimento duro.
Cada corte da tesoura é áspero e contundente, cortando

os fios logo acima dos ombros de uma maneira grosseira que
representava cada coisa fodida que lhe acontecera.
Rachel vai mais e mais rápido. Snip, snip, snip.
Quanto mais ela corta, mais feroz ela se torna. Em vez

de cortar provisoriamente, ela está cortando como se sua
vida dependesse disso. E talvez tenha acontecido. Quando
ela termina, era irregular e mal alcançava o queixo, mas fez
ela parecer uma espécie de princesa punk. Bonita.
Impressionante.
Forte, porque está cortando as coisas que a

machucaram. Ela não está apenas cortando o cabelo. Ela
está cortando sua experiência e deixando cair no chão como
nuvens de fumaça loira pálida. Ela não vacilou nenhuma vez.
“Eu pareço idiota?” pergunta finalmente com uma

fungada enquanto olha para seu próprio reflexo. Montes de
cabelo estão espalhados pelo chão ao nosso redor.
"Você está maravilhosa", respondo.
Não estou brincando com ela. Não dou a mínima para

cabelos. Alguns caras se interessam por ondas longas e
selvagens, mas estou mais interessado na maneira como
uma mulher se comporta e, naquele momento, Rachel

Nomar parece poder enfrentar o mundo. Foi um momento
estranhamente íntimo, poder ver ela derramar uma das
coisas que a arruinou. Ver isso de perto me deixou duro
como uma pedra. Adoro ver ela agarrar suas próprias rédeas
e retomar o controle.
“Pareço idiota. Eu deveria ter ido a um salão de

cabeleireiro...” ri, deixando escapar um suspiro trêmulo.
"Confie em mim, não."
Rachel balança a cabeça, incrédula. "Você está apenas

sendo legal."
Agarro seu pulso com uma mão e tiro a tesoura com a

outra antes de guiar a palma da mão para a protuberância
no meu jeans. "Parece que estou apenas sendo legal?",
pergunto. "Você é gostosa pra caralho, princesa."
Ela engole em seco novamente, seus lábios se separam

em um suspiro quando se aproxima do balcão e abre as
coxas, me convidando a aproximar delas. Seus dedos ágeis
abre meu fecho e, em segundos, ela tira meu pau duro da
calça jeans.
"Só mais uma vez", ela sussurra, como se fosse algo que
ela estivesse se lembrando. E por algum motivo
desconhecido, isso me assusta muito. Então percebo que
não quero que tenha um limite.
Infelizmente, o mundo não se importa com o que eu

quero.
Capítulo Dezenove
Rachel
Minha cabeça está mais leve enquanto acaricio seu pau.

Mais uma vez. Só mais uma vez com Godfrey Taylor, e
terminarei com ele. Essa é a mentira que continuo dizer a
mim mesma.
Mais uma vez para me sentir querida e desejada por

esse cara que de alguma forma está tão errado que ele fez
tudo perfeitamente certo.
"Uma última vez", digo novamente, me certificando de

que ele entenda.
Por alguma razão, preciso que Godfrey saiba que não

espero que isso durasse. Tenho um longo caminho de
recuperação pela frente e me importo com ele, apesar de
tentar não me importar. Ele não é bom para mim. Ele não é
suave ou sensível. Ele é duro, empurrando e puxando de
maneiras irritantes e, de alguma forma, é exatamente o que
preciso. Mas estou apavorada que, se eu pedir mais, ele vá
embora.
Olho para ele, parando meus movimentos enquanto pré-

sêmen pinga da cabeça de seu pau. Em vez de me responder,
ele pressiona seus lábios nos meus. Seu beijo parece uma
exigência, mas não conheço seus termos.
"M beije de volta, princesa", sussurra, antes de descer

para tirar os meus sapatos. Caindo no chão com um baque
e então ele me levanta do balcão.
Retiro meu jeans apertado sobre meus quadris.

"Preservativo?", pergunto.
"Nós não vamos precisar de um", ele sussurra de volta

antes de se afastar.
Não vou fazer sexo desprotegida. De jeito nenhum.
Ele deve ter visto o fogo nos meus olhos, porque balança
a cabeça. “Eu não faria isso. Eu quis dizer que não
precisaremos de um porque não estamos fodendo.”
Suas palavras fazem toda a insegurança que tenho

sobre mim e meu corpo me atingir como um caminhão.
“Oh. OK. Você... não precisamos...”
Godfrey me para levantando os dedos para segurar meu

queixo. "Nem por um segundo, não pense que eu não quero
estar dentro de você e sentir essa sua linda boceta, princesa",
diz, me confortando na verdadeira forma de Godfrey. “Só não
vou te foder neste banheiro minúsculo enquanto uma festa
acontece lá embaixo. Você merece melhor que isso.”
Minha boca cai aberta de surpresa, e ele aproveita a

oportunidade para passar a língua ao longo do meu lábio
inferior antes de morder e sinto um gemido preso no meu

peito.
“Na primeira vez você gozou em minhas mãos. Dessa vez

você vai gozar na minha boca.”
Antes que possa responder, Godfrey está de joelhos na

minha frente, puxando minha calça jeans pelo resto do
caminho, seu rosto olhando avidamente para a calcinha de
renda preta que uso. Estou nervosa por ele olhar lá em baixo.
Parece íntimo, especialmente no lugar que me sinto mais
suja e usada.
Fico desconfortável, e mudo meus joelhos para

pressionar, mas Godfrey me para com um toque
extremamente gentil. “Não se esconda de mim. Você é linda
pra caralho.”
Engulo em seco novamente, sentindo meu coração ficar

preso na garganta ao descer. Suas mãos se arrastam dos
meus joelhos para viajar pelas minhas coxas, e então ele
passa os dedos sobre a corda da minha calcinha e
lentamente a puxando para baixo. Quando elas caem ao
redor dos meus tornozelos, ele puxa o resto do caminho
antes de olhar para mim. “Se você precisar que pare apenas
me diga. Ok princesa?”
Balanço a cabeça lentamente, sentindo como se

estivesse em transe. "OK."
Satisfeito, Godfrey se endireita um pouco para me beijar

novamente, mas desta vez é diferente. Mais suave.
Concentrado. E quando ele segura a parte de trás da minha
cabeça e passa as mãos pelos meus cabelos agora curtos,
não sinto o mesmo pânico. Em vez disso, arrepios percorrem
minha espinha, pois brinca gentilmente com os fios, me
deixando completamente relaxada contra ele. Ele não puxa

nenhuma uma vez . Mantendo seu toque gentil e
reconfortante, me mostrando como é bom. Poderia até ter
chorado com o quão sensível ele está sendo, mas sei que ele
pararia se eu o fizesse.
Sua língua corteja a minha como se fosse uma dança,

recuando e depois se aproximando, mergulhando e
provocando de volta. Mergulho minhas mãos em sua camisa,
as pontas dos dedos roçam seu estômago duro até sentir
arrepios subirem em sua pele.
"Tão fodidamente perfeita", Godfrey diz contra os meus

lábios enquanto guia minhas costas contra o balcão com as
mãos na minha cintura. Tiro minha blusa e sutiã enquanto
ele vaga pelo meu corpo. Ele está com febre e fome, apenas
um beijo no meu corpo nu o faz desmoronar, e esse poder faz
algo comigo.
Ele beija os bicos dos meus seios e lambe de maneira

tão hesitante que arqueio mais as minhas costas. Quero que
ele me morda, puxe minha pele e que machuque meu corpo
com seus dentes. "Deus, sim", falo com um gemido,
querendo nada mais do que implorar para ele me foder aqui
e agora, apesar do que ele disse antes.
Mas antes que consiga envolver minhas coxas em volta

de seus quadris e balançar contra ele, Godfrey me levanta e
me senta no balcão mais uma vez, o azulejo frio chocando
minha pele já sensível. "Eu te quero tanto", ele rosna.
Mais uma vez, um tipo emocionante de empoderamento

passa por mim. Parece incrível ser tão desejada e cuidada.
Estou me apegando à ideia de que fui arruinada por Pick,
mas fui batizada no derramamento de sangue. Nascida de
novo naquele lugar sujo que me arruinou. Sou nova,

imperfeita e querida.
Seus dedos beliscam meu mamilo e circulando,

enquanto continua a massagear meu couro cabeludo.
"Aposto que você tem um gosto doce", ele começa antes de
cair de joelhos. "Hora de descobrir."
Godfrey separa meus joelhos e desce para beijar minhas

coxas, meus joelhos. Cada escovada macia de seus lábios faz
meu núcleo se contorcer por atenção. A maioria pode não
entender por que estou mergulhada de maneira tão
imprudente em um relacionamento físico. Mas lidar não é
uma reta, é como um batimento cardíaco, cheio de altos e
baixos confiantes e pausas fortes de fraqueza. Anseio pela
força que Godfrey oferece e, se estiver errada, não quero estar
certa.
Depois de me provocar um pouco mais, Godfrey

finalmente me beija bem onde preciso, arrastando sua língua
na minha fenda enquanto ele geme contra mim. "Porra,
Rachel, você tem gosto do maldito mel", responde antes de
me devorar. A língua de veludo dele mergulha e me prova,
passando para cima e para baixo. Seguro cada sensação, me
agarrando como se fosse uma tábua de salvação e Godfrey
Taylor fosse minha âncora. Observo ele adorar meu clitóris
com a boca, alternando entre chupar, puxar e lamber.
Ele começa a circular sua língua ao redor do meu

clitóris, enviando faíscas de prazer para cima e para baixo
na minha espinha. Me mecho no balcão, e ele passa as mãos
em volta das minhas coxas para me manter imóvel. “Não
atreva a se mexer, princesa. Este é o meu presente, e quero
tudo.”
Essas palavras, aquela boca gostosa e suja dele, estão

me provocando um orgasmo. Posso sentir crescer como o
fogo no meu peito, queimando nós dois até que não sobra
nada além de sua língua, minha boceta e o orgasmo que nos
despedaça. "God !" grito, mais alto que a música lá embaixo,
mais alto que meu coração trovejante. Mais alto que todos os
demônios fodidos que estavam me perseguindo desde o
acidente de carro.
Godfrey não para. Ele dá outra lambida no meu clitóris

sensível, como se um orgasmo não fosse suficiente. "God,
espere, estou muito sensível", digo, enquanto mais uma vez
tento me contorcer e encontrar algum alívio.
"Bom", ele resmunga em um tom baixo e vibrante contra

mim, elevando essa altura de prazer e desconforto a um nível
totalmente novo.
Cada golpe de sua língua me faz sacudir no balcão.

Decido que basta, se eu gozar novamente, será nos meus
termos. Empurrando meus dedos por seus cabelos, eu o
empurrei para mim, sorrindo quando o sinto rir. "Princesa",
ele geme enquanto me trabalha ainda mais. Gosto que ele
não se contém. Me divirto com o fato de que ele me faz sentir
bem, não importa o custo.
Meu segundo orgasmo não é tão poderoso quanto o

primeiro. É um eco lento e vagaroso que demora o suficiente
para tornar cada músculo maldito e tenso em ondas de
choque.
Isso continua sem parar até que estou implorando, seu

nome é um apelo nos meus lábios como um disco quebrado.
God, God, porra de Deus...
Estou tão sensível que sua atenção teimosa me faz

querer pular do balcão e montar nele. Quero fazer ele me
implorar em seguida.
Quando meu corpo grita para deixar o orgasmo vir —

para parar a tortura agradável que ele faz com a língua e os
lábios, me abaixo e puxo ele pelos cabelos. Godfrey não
discute ou brigue. Ele pode me ler tão bem, acho que sabe o
que preciso antes que eu perceba.
"Faça o que você quiser comigo, princesa."
É exatamente o que quero ouvir. Um som animalesco

sai de mim e, no instante seguinte, estou com ele. Empurro
ele para trás e nós dois caímos no chão do banheiro, sua
cabeça estalando contra o azulejo e o fazendo estremecer.
“Ai."
Rio um pouco, mas ele não me afasta quando monto

nele. Não fez nenhum movimento para me tirar dele. Nem
mesmo quando minha boca desce sobre a dele, e mordo com
força o lábio inferior fazendo sangrar. Faço o mesmo com a
língua dele, mas ele também não se afasta. Em vez disso, ele
geme em perfeita satisfação masculina quando começo a
esfregar minha buceta nua contra seu pau, e a maneira como
meu clitóris excessivamente sensível esfrega contra ele é
suficiente para fazer meus olhos revirarem.
Mas ainda não terminei. Isso é sobre Godfrey me deixar

ter poder no sexo. É sobre ele me deixar levar a agressão
selvagem que sinto por dentro. Pela primeira vez, não preciso
domar a besta que sempre está me dominando. Ele está me
dando permissão para deixar sair.
Quando ele sente minhas mãos tentando agarrar

através de sua camisa, Godfrey alcança entre nós e a levanta
de uma só vez, jogando fora. Passo as unhas em seu peito e

abdômen, por cima e ao redor de seus ombros, marcando ele
com arranhões e fazendo pequenas gotas de sangue
aparecer. Me inclino e lambo, e Godfrey solta um suspiro.
"Porra, sim, princesa."
Quando ele se abaixa para agarrar seu pau, bato sua

mão e prendo sua mão no chão. Sei que ele poderia me
dominar facilmente, mas não faz. Ele apenas me olha com
aqueles olhos calculistas, esperando para ver o que farei.
Com meus olhos nos dele, seguro seu pulso e depois

abaixo meu corpo lentamente até minha cabeça estar acima
de seu pênis. Está parcialmente preso atrás do cós da calça
jeans e da cueca, e mesmo que tenha pulado para mim para
se libertar, não faço. Me inclino e dou uma longa lambida em
volta da cabeça, deixando um pouco de cuspe escorrer até o
final antes de fechar minha boca completamente sobre ele.
"Jesus", ele assobia. "Eu sabia que sua boquinha quente

se fecharia bem em volta do meu pau."
Lambo e chupo do jeito que quero, e não tenta levantar

a mão para me segurar, ou empurrar os quadris para
afundar em minha boca, mesmo que ele esteja morrendo
com o jeito lento que estou lhe provando. Ele me deixa pegar
e fazer o que quero, sem reclamar, e quando deixo meus
caninos rasparem levemente contra ele, tudo o que ele faz é
gemer alto o suficiente fazendo uma onda de prazer tomar
conta de mim.
Isso aqui? É exatamente disso que preciso.
Chupo com mais força, mais rápido, enquanto minha

mão segura a dele e minha outra continua a beliscar,
arranhar e machucar seu peito. Estou marcando ele e
brincando com poder, e ele está aproveitando cada segundo

disso.
"Me deixa vir, princesa", diz, sua voz rouca de

necessidade. Eu mal posso acreditar no que ouvi — Godfrey
Taylor está implorando. É algo inédito. É monumental e é
para mim.
Para recompensar, deslizo seu pau pelo resto da calça e

começo a balançar ao redor dele, usando uma mão para
agarrar a base dele. “Foda-se, sim. Bem desse jeito."
Continuo, o observando enquanto trabalho, mas logo

antes que ele possa gozar, sou surpreendida por uma batida
forte na porta.
“Ei, idiota! Dá o fora daí! Algumas pessoas precisam

mijar!”
Com os olhos arregalados, o rosto inclinado em direção

à porta e um pau na minha boca, estou tão excitada com a
luxúria que levo alguns segundos para voltar a terra. Minha
boca escorrega de Godfrey, e ele geme, mas desta vez por
frustração.
"Não pare", ele implora mais uma vez, mas já estou

saindo de cima dele e pegando minha calcinha e jeans para
vestir.
Merda. A voz daquele cara me fez tremer e desconcertar,

como se eu tivesse sido acordada de repente depois de andar
dormindo. Deixei acontecer, mas agora que estou me
encontrando novamente, não tenho certeza de gostar da
garota no fim do túnel de Godfrey.
O que estou fazendo? Olho para Godfrey e estremeço ao

ver seus arranhões. O sangue em seus lábios, faz uma onda
de culpa no meu estômago.
Foda-se, o que fiz?
Godfrey se levanta do chão, provavelmente porque vê

que vou correr. "Não vá", diz, mas sua voz não tem
entusiasmo, como se estivesse morrendo por implorar. Me
deixa enjoada ouvir ele tão fraco. Eu fiz isso com ele. Não
quero ser como Pick.
"Quero ir para casa", respondo. Quero sair da sua

órbita. Deixar minha raiva aflorar foi um erro, e olhar para
Godfrey é como olhar no espelho. Cada centímetro de dano
não passa de um reflexo do que sinto por dentro, e isso está
me matando. O que há de errado comigo por ter feito isso
com ele e gostado?
"Tudo bem", ele responde antes de enfiar o pau na calça

e se levantar. Não sei dizer se ele está com raiva de mim por
não terminar as coisas antes de sair ou por ser interrompido.
Ele caminhou até a porta e a abre com raiva, xingando

quando vê a fila de pessoas do lado de fora esperando para
usar o banheiro. Ajusto minha camisa. "O que você está
olhando?" Godfrey rosna para a garota que está olhando os
meus cabelos cortados no chão e seu lábio sangrando.
"Scarlett Livingston estava certa", a menina sussurra

para a amiga enquanto se afastava. "Godfrey Taylor é um
filho da puta excêntrico."
Capítulo Vinte
Godfrey
Parece que minhas bolas vão estourar. Não dava a

mínima quando alguém dizia, que bolas azuis não são uma
lenda urbana usada por idiotas apenas para transar com as
garotas. É uma coisa real e dolorosa, e se não gozar logo, vou
estrangular alguém, de preferência o bastardo que nos
interrompeu.
Rachel sai correndo da casa enquanto eu ainda estou

fechando minhas calças, desaparecendo em um dos carros
de seu pai e saindo sem sequer olhar para trás. Apenas fico
lá na varanda parecendo um bastardo idiota enquanto
bêbados entram e saem da casa de Rogue. Parece que a
única coisa a ser fodida hoje à noite é o meu cérebro, e talvez
até meu coração. Essa coisa toda tinha sido uma merda.
Além disso, nunca tive um boquete tão intenso na

minha vida. Vendo sua raiva e sentindo que eram duas
coisas completamente diferentes, e não quero nada mais do
que ter suas unhas raspando minha pele mais uma vez.
Me sinto um merda. Não é preciso ser um gênio para

descobrir que algo a desencadeou. No começo, pensei que
tinha sido por causa do meu pau, mas então eu percebi que
foi por minha causa que ela parou. Quando ela olhou o meu
corpo arranhado ficou assustada. Me envolvi demais para
perceber que deveria ter assegurado a ela que estava tudo
bem. Quando percebi que era disso que ela precisava, ela já
havia fugido. Começamos este jogo sabendo que haveria
baixas, e estou mais que disposto a ser o saco de pancadas
mesmo que isso me faça sentir sua ira, mas ela obviamente
não entendeu.
Volto para dentro para pegar outra bebida. A única coisa

que alivia essa fodida vontade enorme que tenho a noite será
longa cheia de uísque e sonhos molhados.
"Onde está Rachel?" A voz de boceta do Beau pergunta,

exatamente quando sua mão pesada passa no meu ombro e
me gira.
Ainda nem tinha chegado ao refrigerador. Beau está

realmente começando a me irritar. Ele parece um zumbido
do inferno, e há uma influência em sua posição. Ele me dá
um sorriso de escárnio que diz exatamente o que pensa de
mim.
O sentimento é mútuo, amigo.
"Ela foi para casa, não que isso seja da sua conta,"
respondo friamente antes de afastar sua mão. Merda meu
pai me ensinou como sentir uma briga. Posso sentir a
mudança no ar, sentir o cheiro da violência escorrendo de
seus poros bêbados e suados. "Talvez se você não tivesse seu
pau no fundo da vagina de Savannah, você saberia."
Seus cabelos estão despenteados e há marcas de

mordidas no pescoço. Somos dois e dois e assumo que
Stephanie afundou suas garras nele. Só queria que Rachel
tivesse visto seu querido amigo agindo como um animal no
cio.
"O que diabos você me disse, garoto?"
Garoto. Garoto?
Com essa palavra, meu cérebro aperta um botão e sinto

toda a maldita onça da minha confiança afundar no ralo. De
repente, não é mais a casa de Rogue em que estávamos, é o
meu quarto de infância. E não é Beau, o aspirante a MC,
parado na minha frente, é meu pai.
A música para, ou talvez fosse a minha mente, e olho

para o chão. Odeio ter que chegar a esse ponto. Porra, odeio
que eu seja como uma partida - uma pausa e estou
queimando com toda a besteira que meu pai dirigia contra
mim com os punhos de ferro. Ele me ensinou desde cedo
como ele queria que eu enviasse. Olhos no chão, ombros
encurvados, sim senhores e não senhores, e sempre levando
a porra dos muros.
"Olhe para mim quando estiver falando com você!" Beau

grita. Ou talvez fosse meu pai. Ou talvez fosse meu cérebro
de merda que quer reviver toda interação inútil que já tive.
Levanto meu queixo bem a tempo de ver seu punho se

formando. Me encolho um pouco antes de bater na minha
mandíbula, e gritos de aprovação ricocheteiam por toda a
multidão. Um acerto. Dois. Três. Nem luto de volta. Não
consigo bloquear, porque se fizer isso, meu pai irá me bater
mais. É melhor apenas pegar. Cada golpe no meu rosto e
sinto meus dentes estremecerem. Seu punho bate no meu
lábio e mordo o interior da minha bochecha. Sangue jorrou

da minha boca.
Sei que são apenas alguns minutos, mas os muros

parecem durar uma eternidade. Sempre senti como a
eternidade. Cada última batida me faz pensar se é isso. Se é
o momento que ele finalmente me bateu forte o suficiente
para quebrar meu crânio, e finalmente estarei livre do ciclo
tóxico.
"Você só vai ficar aí, garoto?" Diz antes de dar outro

soco.
Posso me sentir perturbado. Não sou capaz de suportar

muito mais tempo. Uma vez nocauteado, acaba.
"Sim, senhor", digo por puro hábito.
Sei as coisas certas para dizer ao meu pai quando ele

fica assim: "Sinto muito, pai", sussurro.
Os muros param. "Como diabos você acabou de me

chamar?"
Antes que possa responder, sou puxado de volta quando

o som de um grito estridente enche a sala. "Rachel?"
Pergunto enquanto luta para chegar. Me sinto como uma
bosta.
"É Scarlett, Godfrey", a voz murmura em meu ouvido

quando sinto pequenas mãos em mim. "Merda, por que você
não se defendeu?"
Mais gritos soam, e tento ser eu mesmo, tento usar a

máscara de confiança que é a única coisa que me mantém
vivo na maioria dos dias, mas não consigo. Scar começa a
chorar, e sinto uma das lágrimas dela pousar na minha

bochecha. Tudo está embaçado, prejudicando minha visão,
meu rosto inchado com os golpes.
“Rogue está chutando a bunda dele. Quer que eu diga

para ele parar?” ela pergunta em um soluço antes de
empurrar meu cabelo para fora do meu rosto.
"Não", finalmente respondo. "Faça ele sangrar."
Luis me dá um tapinha nas costas com um sorriso, me

fazendo balançar nos pés. "Esse é o espírito."
Minha mente ainda está enevoada, e Luis deve ter

notado, porque vejo ele acenar por cima do ombro, e então
alguém — provavelmente Bonham — joga um molho de
chaves para ele. "Vamos lá, garoto bonito", diz, me afastando.
"Eu acho que você já irritou a festa o suficiente."
Telefones nos seguem quando Luis me puxa pela

multidão. Ele expulsa alguns deles em espanhol e inglês, e
mesmo no meu estado de merda, aprecio seu vocabulário
diversificado. Tenho certeza de que ele ameaçou enfiar uma
pimenta na bunda de alguém, eles ficariam com a bunda
apimentado pelo resto da vida.
Luis praticamente me joga no banco do passageiro do

seu Porsche, e caio contra o couro, colocando o banco todo o
caminho para trás. Toco timidamente meu lábio, não para
sentir o que aquele bastardo Beau tinha feito, mas para ver
se ainda posso sentir onde Rachel tinha me mordido
primeiro. Só de lembrar a maneira como ela chupou meu
lábio inferior entre os dentes - aquele olhar de poder e
luxúria - esse olhar poderia governar um homem.
“Para onde vamos, G?” Luis pergunta enquanto dirige.
"Estou no Rogue, mas preciso de roupas da minha

casa", murmuro.
Vejo ele olhar para mim, uma mão no topo do volante

enquanto a outra mão descansa na janela abaixada. "E se
ele estiver em casa?"
Balanço minha cabeça. "Ele não está. O gerente do

escritório me envia sua agenda. Ele está no Caribe com sua
amante ruiva. Ou talvez fosse a Morena Barb?” franzo o
cenho, pensando. “De qualquer maneira, é uma delas. Ele
levou a loira Margie para algum lugar no mês passado, então
não pode ser ela.”
Luis bufa baixinho. "O fodido mantém uma variedade de

amantes, como sorvete napolitano."
As luzes dos postes ao longo da rua lançam uma agulha

na minha cabeça já latejante, então fecho os olhos. Luis
preenche o silêncio com hip-hop e uma história sobre como
ele fodia uma garota emo contra os armários da academia
antes das férias de primavera. Nem tenho certeza se é
verdade. Com Luis, você nunca pode realmente dizer se é.
Ele pode ser sarcástico e sério, e às vezes preenche o silêncio
só porque sabe que é necessário.
"Cara, as luzes estão acesas", ele fala, e forço meus

olhos a abrirem.
Levanto do meu assento e olho pela janela no momento

em que ele estaciona o carro em frente à minha casa. O lugar
não é tão grande quanto o de Rogue, mas ainda é
extravagante e enorme. Portão gigante, grandes pilares
brancos, casa grande com quartos grandes. Tão grande, e

tudo tão vazio por dentro.
Com certeza, as luzes estão iluminando pelas janelas,

saindo de pelo menos meia dúzia de quartos. Faço uma
careta. “Ele deve ter voltado cedo. Vamos embora...” digo.
Luis começa a se afastar quando meus olhos encontram

algo. "Espere. Porra."
Luis nem sequer para o carro completamente antes de

abrir minha porta e começar a correr em direção à porta da
frente. Está entreaberta, e somente quando Luis começa a
sair da entrada circular posso ver o interior.
Só foi preciso um vislumbre da mão levantada do meu

pai e um flash de cabelo loiro para descobrir o que está
acontecendo lá dentro. Subo correndo os degraus da frente
e empurro a porta completamente, deixando bater contra a
parede. Alguém está gritando, mas tudo em que consigo me
concentrar é no punho do meu pai quando o pego antes que
ele possa dar seu próximo golpe na minha mãe.
Pego sua mão, empurrando meu corpo entre eles, e

minha mãe cai no chão atrás de mim. Os olhos do meu pai
estão frios e mortos. Ele nem está excitado. Isso foi o que
sempre me assustou mais. Meu pai não batia por paixão ou
raiva. Ele não se deixa dominar pela emoção e ataca. Não,
cada golpe que ele dá é calmo e calculado. Ele não dava à
mínima. Ele era muito monstro para ter sentimentos que o
alimentavam.
No segundo em que ele vê que sou eu quem está na

frente de seu alvo, seus olhos azuis ficam ainda mais
gelados. De todos os membros da família, ele tem mais apatia
por mim. Pego o peso das batidas. Quando era mais jovem,
ele dizia para minha mãe ou minha irmã para ficar no

corredor de frente para a parede como se fossem crianças
desobedientes. Elas esperavam lá, às vezes por uma hora,
até que ele se dignasse a entrar lá e bater nelas. Embora eu
fosse o mais novo, aos sete anos, comecei a ficar na frente
delas e levar os murros por elas. Meu pai não se importava
muito. Contanto que a punição fosse cumprida, era só isso
que ele se importava.
Então, essa posição em que me encontrei não é

estranha. Andei entre ele e minha mãe ou irmã muitas vezes
antes. Mas o que é diferente desta vez é que bato no filho da
puta de volta.
Parece estúpido — merda, parecia absolutamente

covarde - mas nunca bati no filho da puta de volta. Nunca
tinha retaliado antes. Entrei para que ele não machucasse
minha mãe ou irmã mais velha, com certeza, mas nunca
cruzei essa linha e aceitei o que ele dava com frequência.
Nem tentei parar em todas as razões. Talvez ele sempre
tivesse fodido comigo o suficiente para que eu fosse como um
cachorro batido, assustado demais com uma submissão
forçada que não lembrava que tinha presa. Foi por isso que,
como hoje à noite com Beau, eu apenas aceitei os muros. Foi
o que fiz toda a minha vida.
Meu corpo entrou no modo entorpecido, como se

estivesse se preparando para a sobrevivência, e peguei.
Não tinha certeza do que nesta noite me faz revidar.

Talvez seja porque já tinha tomado murros suficientes pra
uma noite. Talvez seja a voz de Scarlett perguntando por que
não tinha revidado. Ou talvez seja toda a raiva e medo que
sinto por meu pai e Eddie querendo Rachel morta. O que
quer que seja, a próxima coisa que sei é que meu punho está
se conectando com seu rosto, virando a cabeça para o lado e

fazendo ele cambalear para trás.
Acho que é o olhar de choque do meu pai que me faz

vacilar. Ele se curva, tocando sua bochecha, sentindo o
ponto que já está ficando vermelho. Seus olhos frios olham
para mim como se ele estivesse me vendo pela primeira vez.
Talvez ele não tenha notado que tenho dezoito anos,
frequento a academia todas as manhãs com os caras, e posso
facilmente superar a merda sempre amorosa dele. Para ser
justo, eu nunca o fiz perceber. Tenho sido um capacho toda
a minha vida, e ele arrastou as solas dos sapatos sobre mim
até que fui acordado.
“Não. Toque. Nela. Porra!"
Estou respirando com dificuldade, meu dedo levantado

para o rosto dele, meu corpo inteiro tremendo. Ele não
parece nem um pouco impressionado. Ele apenas se
endireita, ajeitou a porra do colarinho e depois me dá um
tapa no rosto.
Minha cabeça vira para o lado, mas antes que possa

chegar até ele, minha irmã está lá, me afastando. “Não,
Godfrey! Não!”
Royal é seis anos mais velha que eu, mas ela é pelo
menos dez centímetros mais baixa e delicada como a nossa
mãe. Ainda assim, quando ela se agarrar ao meu braço, me
implorando para parar, escuto. Seus olhos gotejam de medo,
escorrendo lágrimas na minha manga, onde me segura. Com
minha atenção nela, avisto Luis ajudando minha mãe a se
apoiar na parede, com os lábios ensanguentados e os olhos
inchados. Minha irmã também têm uma marca de mão óbvia
no braço, de onde meu pai deve ter agarrado. Parece que
ninguém na família Taylor ficará sem marcas hoje à noite.
Com os olhos voltados para o meu pai, que ainda está

na minha frente como se ele não se importasse no mundo,
falo "Luis, leve minha mãe e irmã para o seu carro".
Luis não faz perguntas ou hesita. Ele levanta, levando

minha mãe soluçando para fora antes que ela possa começar
a protestar. "Eu vou ficar", Royal diz teimosa, e mesmo que
ela tenha feito isso para me apoiar, preciso proteger ela, e
isso significava tirar ela dessa casa.
Tomo cuidado para não machucar seu braço já

machucado, a agarro e a puxo para fora da sala e pela porta
da frente. "Eu não vou deixar você aqui com ele sozinho", ela
sussurra para mim, enquanto arrasto escada abaixo.
"Sim você vai. Posso lidar com ele.” falo.
"Parece que ele já lidou com você," ela retruca,

apontando para o meu rosto.
"Isso não é dele", respondo enquanto a sento no lado do

passageiro da frente do carro de Luis. Ele está colocando
minha mãe nos bancos de trás, falando sobre Deus sabe o
que, tentando distrair o suficiente para fazer ela parar de
chorar.
“Luis vai levar vocês em algum lugar para ficar a noite.

Vou lidar com o meu pai. Porra, não volte aqui. Estou falando
sério, Royal. Fique longe dele."
Minha irmã bufa e enxuga as bochechas manchadas de

lágrimas. "Okay, certo. Nós nunca podemos ficar longe dele,
não importa o quanto tentemos sair de Savannah”, diz
amargamente. "Nós nunca vamos nos livrar dele, Godfrey."
Não. Acho que não.

Não, a menos que eu faça algo sobre isso.

Capítulo Vinte e Um
Godfrey
"Nós nunca vamos nos livrar dele, Godfrey."
As palavras de minha irmã giram como um ciclone que

suga a vida de mim e me explode. Não porque fiquei surpreso
com o que ela disse, mas porque ela estava certa.
Assisto Luis ir embora com minha irmã e mãe, e espero

até que estejam em segurança na estrada antes de voltar a
olhar para a mansão que odeio, abrigando o homem que
detesto.
Sinto meu telefone vibrar no bolso e o puxo para fora,

vendo uma mensagem de Rogue aparecer na tela.
Rogue: Luis me avisou. Estou a caminho.
Não mereço meus amigos.
Coloco o celular de volta no bolso, volto para a porta da

frente, determinado a pegar minha merda e sair de lá quando
Rogue chegasse. Meu pai me enfrenta antes que possa

ultrapassar o limiar.
"Bom. Gerald Godfrey Taylor Quarto, parece que

finalmente suas bolas cresceram, hum?”, ele provoca,
parado ao pé da escada e ansioso para me colocar de volta
no meu lugar. "Eu estive pensando se você alguma vez
revidaria", diz, seus olhos calculistas olhando para o meu
rosto machucado. "Parece que você não revidou muito bem
antes", acrescenta com um sorriso de escárnio. Não tenho
certeza se ele gosta de me ver sangrando e machucado, ou
se ele está bravo, ele não consegue fazer isso sozinho.
"Por que você está em casa?", pergunto. Nunca

perguntei. Nunca questionei seus motivos ou tentei chamar
ele de merda. Sou muito bom em me segurar e não me
curvar. Talvez Beau tenha sido a gota d'água. Acho que estou
pegando emprestado um pouco do fogo dos olhos de Rachel
para finalmente tirar ele do meu pé.
“Sua irmã foi expulsa de seu período de enfermagem

para a Médicos Sem Fronteiras. Sua mãe a trouxe aqui sem
me consultar primeiro ou me informar do que aconteceu, e
cancelei minha viagem para mostrar o que acontece quando
você mancha o nome da família Taylor. Ela foi pega
transando com um médico casado e não apareceu no
trabalho quando deveria.”
Dou um suspiro, porque não estou surpreso. Royal

sempre foi um espírito livre, indo aonde quer que seu coração
mande e por mais nojento que seja dizer - onde sua libido a
chamava. Quando se formou no colegial, ela queria viajar
pela Europa e fazer aulas de fotografia. Meu pai negou isso
com um tapa no rosto. Ela definitivamente não queria
ingressar em um programa de enfermagem e depois ser
enviada para um país do terceiro mundo para aplicar vacinas

nas pessoas, mas meu pai a obrigou a fazer isso também,
porque ele disse que precisávamos que alguém parecesse
altruísta na família...
A única coisa que fazia Royal gostar de estar no Equador

era estar longe de nosso pai. Se minha mãe tivesse alguma
escolha, ela teria ido junto com ela. O máximo que minha
mãe conseguia era visitar algumas vezes por ano. Mas se
Royal estava voltando para Savannah, isso significa que
preciso lidar com as coisas com meu pai muito mais rápido.
"Então agora você está preocupado com a nossa família

dormindo com pessoas casadas?" Atiro de volta para ele. "A
última vez que verifiquei, você tem um certo gosto por
mulheres com anéis na mão esquerda."
Ele tem mais entalhes na cabeceira da cama do que

posso contar. Numa pensei que ele fosse fiel à minha mãe,
mesmo antes de eles se casarem. Mas falar com ele é um jogo
perigoso. Estou pressionando demais. A única razão de ele
ainda não ter se jogado contra mim e batido meu crânio no
chão de mármore é porque ele provavelmente está curioso
para ver até onde vou. Isso e nossa empregada está de folga
no fim de semana e ele odeia limpar o sangue. Irônico, já que
costuma derramar. Não é à toa que sempre manda eu e os
outros herdeiros para limpar sua bagunça quando
chantagear testemunhas ficava mal.
“Você está se sentindo confiante, Godfrey? Preciso

lembrar de que toda a nossa família está sendo ameaçada
por sua causa? E pela última vez que verifiquei, você ainda
não cuidou dessa situação. Rachel Nomar ainda está viva.”
"Se ele a quer tanto morta, por que Eddie não pode fazer
isso sozinho?", pergunto calorosamente.
"Ele pode. Mas ele está nos testando. Então não falhe
novamente.”
"Não vou fazer isso."
“Então você prefere que matem todos os seus amigos?

Sua mãe? Sua irmã?” ele responde.
O odeio nesse momento. Odeio o olhar presunçoso em

seu rosto e a facilidade com que ele consegue falar sobre o
Macon Mob assassinando todo mundo com se eu não me
importasse.
Quando não falo nada, seus olhos frios se iluminam

com a vitória. "Acho que não."
"Ela é inocente, e eles já a machucaram o suficiente."
"Isso é irrelevante", ele diz com um aceno de mão.
Zombo balançando a cabeça como se fosse capaz de

abafar suas palavras cruéis. “Você pode ser um maldito ser
humano pela primeira vez na vida? Ou pelo menos ser
apenas um maldito pai?” pergunto, minha alma
atravessando o desespero. “Me ajude. Você tem as conexões.
Me ajude a descobrir uma maneira de manter Eddie longe e
salvar ela.”
Meu pai inclinou a cabeça, me avaliando, e depois

começa a rir. “Seu pequeno idiota. Você se apaixonou por um
brinquedo sexual de gangster usado?”
Com essas palavras, o ódio que estava fervendo sob

minha pele irrompe como um vulcão.
Vou pra cima ele.

Quero matar ele com o calor da minha ira até que ele
não passe de cinzas. Ele vê isso. Em uma fração de segundo
ele recua, ele sente que vou matá-lo. A maneira como ele se
encolheu contra a balaustrada da escada é um dos
momentos mais satisfatórios da minha vida.
Mas antes que meu punho possa se conectar com seu

rosto, um forte par de braços tranca sob o meu e me prende
contra um corpo. Enlouquecido, luto como um maníaco.
"Se acalme!" A voz de Rogue grita no meu ouvido.
"Me deixa ir!" Tento libertar meus braços, mas Rogue é

um filho da puta grande e forte. Mesmo quando tento jogar
meu peso para empurrar ele, Rogue se mantem firme. "Sai
fora!"
Meu pai fica pressionado contra o corrimão, me

observando. O vermelho que sangra através da minha visão
pulsava com tanto ódio que ruge nos meus ouvidos.
"Godfrey pare!" Rogue grita novamente, seu aperto

quase escorregando quando tento dar um tapa na cabeça
dele com a parte de trás do meu crânio. Quero me libertar
para poder bater em meu pai em uma pilha sangrenta no
chão de mármore.
"Eu vou acabar com ele!"
"É isso que ele quer!" Rogue reage de volta. “Você faz
isso, ele vai apresentar queixa e garantir que você seja preso
mais rápido do que você pode piscar. Vá embora, G.”
Não quero. Quero quebrar sua mandíbula, arrancar sua

língua e bater todos os dentes até ter certeza de que ele
nunca mais falará uma palavra.
Rogue sabe que não vou desistir, então ele começa a me

arrastar para trás.
“Eu odeio você! Isso não acabou!”
Cada passo mais longe do bastardo, minhas palavras

ficam mais altas. Cuspi voa da minha boca como veneno,
meu interior está envenenado pelo ódio. Meu pai fica me
observando, seu rosto completamente inexpressivo. E é aí
que percebo — passei a vida inteira tentando entender as
máscaras das pessoas. Estava obcecado em descobrir quem
elas eram por baixo. Mas não era realmente aprender a
descobrir as pessoas ou aprender a manipular ela. Era sobre
ele. Sempre foi sobre ele.
Estava tentando descobrir o monstro cujo sangue corre

em minhas veias. Estava tentando ver algo, qualquer coisa
nele que fosse resgatável. Mas enquanto ele me olha com
essa constante impaciência dele, sei que é hora de chegar a
um acordo com a verdade. Não há nada de redentor nele.
Com passos mais vigorosos, Rogue me puxa para fora

da casa do meu pai, se vira e me jogou pelos degraus da
frente. Caí em uma joga contra o cascalho, as pedras
cavando na minha cara dividida. Estou de pé em um
instante, quase correndo por Bonham no processo.
"Que porra é essa?"
Rogue bate à porta da frente. "Mantenha-o lá."
Tento contornar Bonham, mas ele me empurrou de

volta. Não há muita força nele, porque ele não está
completamente estável, mas deixo me empurrar para trás.
Mesmo através da minha névoa de fúria, não quero
machucar ele ou ferrar seu pé.
"Entre no carro", Rogue me ordena, ainda nos degraus

da frente.
Quando não me mexo, ele entra na minha frente. "G.

Entre na porra do carro.”
Enrolo minhas mãos em punhos. "Quero matar ele. Ele

merece isso.” fervo.
"Eu sei", Rogue diz, colocando a mão no meu ombro e

apertando. "Entre no carro."
Olhando entre ele e Bonham, finalmente exalo, como se

estivesse prendendo a respiração o tempo todo, tenso demais
para deixar escapar. Minha adrenalina escoa de mim com a
respiração, até que caiu de pé.
"Obrigado", murmuro para Rogue. Se ele não tivesse

entrado para me impedir, não quero nem pensar sobre quais
poderiam ter sido as consequências.
Ele bate a mão nas minhas costas em uma

demonstração fraterna de afeto. "A qualquer momento. Agora
vamos dar o fora daqui.”
Hesito por um momento, minha raiva ainda sangra por

todos os poros. Sei que tenho que sair, mas ainda há algo me
segurando. Essa merda com meu pai tem que terminar, e
serei o único a acabar com isso.
"Sim. OK. Vamos lá."

Acordo abraçando um corpo macio. Cada curva parece

moldada na minha, mas não parece um ajuste perfeito. Com
músculos macios e um mergulho em sua cintura. Cabelos
longos e morenos estão agarrados no meu pescoço e cheiram
a rosas em vez de coco. É confortável, sim, mas não o que
quero.
Com um gemido, abro os olhos e percebo que é Scar que

dorme profundamente em meus braços. Mas, pela primeira
vez, ter ela tão perto parece um amor amigável, em vez de
desejo. “A única razão pela qual deixo você abraçar minha
mulher é porque ela não parava de chorar, Taylor. Não se
acostume.”
Giro minha cabeça para olhar Rogue, que está sentado

com Bonham e Luis no sofá no quarto de hóspedes que
reivindiquei como meu. O ligeiro movimento doe, mas não
tanto quanto a visão dos meus amigos. Cada um deles usa
expressões variadas de piedade. "É melhor que haja pelo
menos cinco centímetros entre a madeira da manhã e a
bunda dela, ou você terá outra surra."
Rindo me afasto, mas o movimento me fez gemer de dor.

Porra, minha cabeça está latejando. Meu corpo parece ter
sido jogado em uma trituradora de madeira e cuspido de
volta. “O que vocês filhos da puta querem? Por que você está
nos assistindo dormir como trepadeiras?”
"É hora de você nos contar o que diabos aconteceu",

Luis diz, me olhando com seus olhos escuros. “Nós vimos
você seguindo Rachel Nomar lá fora, e então as pessoas
estavam gritando sobre uma briga. Rogue chegou até você
primeiro. Disse que você nem estava tentando bloquear esse
merda estúpido. Então, quando chegamos à sua casa, você
e seu pai entraram em uma briga. Sua irmã estava realmente
preocupada, cara.”
A vergonha sobe pelo meu pescoço e morde minha

espinha. Me sento, sentindo Scarlett se mexer, e abaixo a
cabeça enquanto equilibro as mãos nos joelhos. Ainda estou
usando a mesma merda de ontem, exceto que agora tenho
sangue no meu jeans e camisa. Levanto a mão e toco meu
rosto com cuidado para avaliar o dano, estremecendo
quando sinto como está dolorido.
Scarlett acorda e se senta na cama para me observar

abertamente. "Vou pegar um pouco de gelo", ouço sua voz
suave dizer. Não respondo, mas sinto a cama se mover e ela
levanta, e dá um beijo na bochecha de Rogue enquanto saía
do quarto.
"Essa besteira com o seu pai tem que parar", Bonham

diz, fazendo minha cabeça se levantar para olhar ele.
“Foda-se. Não sou uma garotinha com quem você fala

baixo, como se eu não pudesse lidar com minhas coisas.”
"Então por que você não está lidando com sua merda?"
Rogue responde. “Esse cara ontem à noite era um aspirante
a motociclista de Atlanta. Você é um maldito Herdeiro de
Savannah. Você deveria ter chutado a bunda dele como
deveria ter chutado a bunda do seu pai há séculos. É disso
que realmente se trata, e todos sabemos disso, não do
perdedor da noite passada. E você ainda não nos disse o que

ele quer de você. Nos diga. Agora mesmo."
A raiva ferve meu sangue até que não consigo respirar

com sua arrogância ignorante. Saio da cama e estou próximo
do seu rosto em dois segundos. "Foi você que me segurou na
noite passada." Grito em seu rosto quando ele se levanta
para me encontrar. Ele não recua ou se encolhe como eu
queria, e o odeio por isso. “Queria ver ele cheio de sangue e
cru ontem à noite. Queria ter matado ele com minhas
próprias mãos, Rogue.”
"Eu sei. Por isso parei você.” ele aponta. “Não vou deixar
você ser jogado na prisão. Não por esse pedaço de merda.”
Sóbrio, dou um passo para trás e passo a mão pelos

cabelos.
"O que ele queria naquele dia no escritório, G?" Luis

pergunta.
Um som amargo e feio arranha minha garganta. “Ele me

fez encontrar com o novo chefe da máfia. E Eddie deixou
claro que não confiava mais nos Taylors depois de tudo o que
aconteceu. Então, para provar nossa lealdade novamente,
tenho que fazer uma coisa.”
Todos os três me observam, esperando a bomba cair. "O

quê?" Bonham pressiona.
“Tenho que matar a prisioneira premiada que escapou.

Tenho que matar Rachel Nomar.”
A bomba cai aos pés deles e vejo os rostos dos meus

amigos irem de surpresa a raiva.
“Se não fizer isso, ele vai me matar, e também matar

vocês. A minha mãe. Minha irmã. Se não fizer o que ele quer,
ele virá para todos nós. Então não me diga que não estou
lidando com minhas coisas, porque estou. Estou tentando.
Mas tenho que ser inteligente em todos os meus
movimentos.” digo, apontando um dedo contra a têmpora.
"Tenho que pensar. Todo o tempo do caralho. Fazer planos.
Ler a situação. Antecipar os próximos passos das pessoas.
Tentar jogar dos dois lados e descobrir como manter todos
nós vivos até o final. É como jogar o mais longo jogo de
pôquer existente, e estou cansado.”
Pego meu cabelo e começo a andar pela sala como um

animal enjaulado que está tão perto de atacar.
"Então, se você não matar Rachel ..." Bonham para.
Respiro um sopro de ar. "Então o Macon Mob vem para

todos nós."
Um som estrondoso explode, fazendo todos nós

recuarmos e virarmos para olhar a fonte. Ali, na porta,
Scarlett está com um copo de água quebrado no chão aos
pés e um saco de gelo agarrado na outra mão. Ela está me
olhando horrorizada com o que tinha ouvido.
"Foda-se, querida", Rogue diz enquanto se aproxima.

Seus sapatos trituravam no vidro quando ele vai buscar ela.
Apoiando em seu peito, ele acaricia seus cabelos e a guia
para a cama antes de se sentar ao lado dela.
"Você vai matar Rachel?" Ela engasga.
Não entendo completamente a dinâmica delas, mas sei

que Rachel significa algo para Scarlett. Ela está preocupada
com ela, e não posso culpar ela. Rachel tem esse tipo de efeito
nas pessoas. Ela é o tipo de pessoa que você quer manter no

seu canto. Mas Scarlett que Rachel esteja bem também.
Scarlett quase acabou como ela, então é natural para Scar
querer que ela tenha um final feliz.
"Eu não vou matar a Rachel", digo.
"Então, o que você vai fazer?" Bonham pergunta antes

de se levantar lentamente. Por polidez, nenhum de nós o vê
lutar para colocar peso no pé, mas dou um passo mais perto,
pronto para pegar ela caso sua perna ceda.
Balanço minha cabeça, perdida. “Tudo começou depois

que Rocco me pediu para tentar fazer Rachel falar. Ele quer
o nome dos caras que a machucaram. Ele disse que, em
troca, ajudaria a tirar o Macon Mob e meu pai das minhas
costas.”
“e você conseguiu?” Luis pergunta.
"Não. Ela não sabe o nome verdadeiro do cara.” E estava

ocupado demais pensando em transar com ela para
conseguir mais alguma coisa dela, penso, mas não falo em
voz alta.
"Então, esse cara Eddie, ele sabe que você está com o
pessoal de Rocco", Rogue diz de seu lugar ao lado de Scarlett
na cama.
"Sim. Ele viu Rachel e eu juntos.”
"Eu não gosto disso, cara", Luis interrompe.

Normalmente, ele é o brincalhão despreocupado do grupo.
Ele herdou a atitude blasé de sua mãe menos o vício em
drogas. Mas o olhar sombrio em seu rosto torna essa
conversa muito mais intensa. "A última vez que confiamos
em Rocco para nos ajudar com a Macon Mob, ele nos ferrou
e quase fomos mortos."
"Eu não preciso de um maldito lembrete", bato.
“Rocco sabe?” Bonham pergunta.
Balanço minha cabeça. "Eu não disse a ele ainda."
Luis assobia baixinho. "Você precisa contar a ele."
Já sei disso, mas estou adiando. Estou preocupado de

que, se eu chegar com isso, ele esconderá Rachel. Sou um
bastardo egoísta porque quero que ela fique acessível para
mim. Os caras viram a verdade na minha cara. Não preciso
dizer o que eles podem ler claramente nos meus olhos. Meu
tormento não é apenas descobrir como vou sair dessa sem
matar Rachel Nomar. E sim que me apaixonei por ela.
Rogue apoia os antebraços nos joelhos. "Tudo bem,

então a protegemos e descobrimos o que fazer."
Scarlett olha para Rogue, seus olhos suavizando. Ela

descansa a cabeça no ombro dele e coloca a mão na coxa
dele, como se a oferta dele pra me ajudar a proteger Rachel
faça ela amar ele ainda mais.
“E não é apenas com o Macon Mob ou o Rocco que

devemos nos preocupar. Meu pai não hesitará em nos foder.
Ele me daria de bom grado a Eddie se ele pensasse que isso
ajudaria a re-solidificar o relacionamento comercial deles.”
"Deixe ele tentar, porra", Luis cospe.
Rogue levanta o queixo, parecendo arrogante como

sempre. "Sim. Estou com Luis. Deixe o filho da puta tentar.”
Zombo porque ambos estão agindo como idiotas.

Bonham chama minha atenção e balança a cabeça
levemente, comunicando comigo que pelo menos ele está
levando as ameaças do meu pai mais a sério.
"Você está falando sério?" Falo para Rogue. “Além de

deixar Eddie e seus homens nos matarem, meu pai também
caga em todos nós pelos trabalhos que ele nos fez fazer. Não
tenho dúvidas de que ele manteve evidências para manter
nossas mãos sujas. Ele nos jogaria na prisão mais rápido do
que foder uma nova secretária.”
Scarlett morde o lábio inferior nervosamente. “Então, o

que vamos fazer?” Ela pergunta.
“Você não vai fazer nada. Tenho um plano.” eu a corrijo
“Foda-se com a besteira de lobo solitário. Os herdeiros

ficam juntos.” Rogue diz. "Não há debate."
Faço uma careta da dor de cabeça perversa que piora a

cada minuto. Eu não tenho certeza se é mais pelos
problemas que continuam se acumulando ou pelo meu rosto
machucado. Rogue percebe meu desconforto e pegou o saco
de gelo que Scarlett havia deixado na mesa. Ele joga para
mim e pego e segurando contra o meu rosto.
"Bem. Nós vamos fazer isso juntos. Mas você tem que
seguir minha liderança neste caso...” cedo, olhando para
Rogue. “E mantemos Rachel protegida. Isso é inegociável.”
assisto Scarlett praticamente se encantar quando os caras
concordam. “Estou cansado de interpretar peças e ainda
estar atrasado. Chegou a hora de ganharmos o jogo longo e
vencermos todos os outros no quadro. E eu sei exatamente
como vamos fazer isso.”
Capítulo Vinte e Dois
Rachel
A chave do meu carro está me encarando, me

provocando com uma viagem de volta à casa de Rogue Kelly.
Tinha visto os vídeos online e lido as fofocas nas mídias
sociais. Não demorou muito tempo para eu ver que Godfrey
teve a merda passada na noite passada e que tudo foi culpa
minha.
Beau Boedecker está na minha lista de merda.
Godfrey e Beau brigaram, mas Godfrey não fez nada

para se proteger. Ele apenas pegou, golpe após golpe, até
Rogue Kelly intervir para proteger. Não entendo isso. Godfrey
é forte. Não apenas no corpo, embora o cara tenha sido
ridiculamente rasgado, mas também na personalidade.
Então, por que ele apenas ficou lá e deixou acontecer? Ele
podia ter derrubado Beau se quisesse.
Meu telefone tocou e olho para o identificador de

chamadas antes de enviar para o correio de voz. Beau passou
a noite na cadeia do condado de Savannah. Acho que alguém
chamou os policiais para a luta, e ele foi preso. Mas, Godfrey
não fez acusação, então Beau foi simplesmente preso por

perturbação pública e passou a noite na cela bêbado.
Meu pai pagou sua fiança esta manhã, e Beau está

tentando entrar em contato comigo desde então. Não quero
ouvir suas desculpas ou uma história de guerra de merda
sobre como ele conquistou o grande e mau Herdeiro de
Savannah. A pessoa que quero ouvir é um poço de silêncio,
e cada instante que passa do relógio está me enlouquecendo.
"Ok", sussurro para mim mesma. “Só vou dar uma

olhada nele. Somos amigos, certo? É isso que os amigos
fazem. Eles checam um ao outro.” estou pensando comigo
mesma, tentando elaborar um plano para de o que dizer, ou
como irei lidar com o momento embaraçoso à minha frente.
Ainda estou conversando comigo mesma quando saio e
assusto com capanga de meu pai que está estacionado em
nossa garagem, comendo um saco de batatas fritas e
assistindo vídeos em seu telefone enquanto ele atua como
vigia dos meus detalhes de proteção. Ele tem trinta e poucos
anos, cabelos pretos e um nariz que parecia um bico.
Olha para mim com surpresa quando abro a porta do

carro e me sento lá dentro. Rapidamente guardando o
telefone e empurrando o saco de batatas fritas no chão, ele
olha por cima do ombro para mim com cautela. “Nomar. O
que posso fazer para você?”
"Você pode me levar para a casa de Rogue Kelly." O

homem começa a sacudir a cabeça, mas estou ferida demais
para sentar e discutir, então o interrompo. “Olha, nós
podemos fazer isso da maneira mais fácil ou mais difícil.
Estou indo para a casa de Rogue Kelly. Então você pode me
levar e garantir que eu esteja protegida como você deveria,
ou vou encontrar uma maneira de escapar, e então meu pai
ficará realmente chateado por você me deixar escapar.

Então, qual será?”
O homem resmunga algo baixinho, mas liga o carro e dá

marcha à ré, saindo da garagem. Aperto o cinto de segurança
na vitória e falo o endereço.
Durante todo o percurso, repasso o que posso dizer a

Godfrey, mas penso nisso. Quer saber por que fugi ontem à
noite? Estória engraçada. Fazer você sangrar me deu nojo.
Ah, e desculpe pelo meu não namorado te bater.
Balanço a cabeça para mim mesma e sinto meu telefone

tocar novamente. Encaro o nome de Beau por uns bons três
segundos antes de decidir responder. Quero ouvir o lado dele
da história, mesmo que isso me irrite.
"Rachel", ele responde, sua voz grogue, provavelmente

de uma noite sem dormir. “Você chegou em casa com
segurança ontem à noite?” pergunta, e tenho que segurar um
bufo. Beau com certeza é bom em fingir ser o cavaleiro de
armadura brilhante quando ele não está enfiando a língua
na garganta de uma garota bonita ou batendo no meu... meu
amigo? Isso não parece certo, mas não tenho ideia de como
classificar Godfrey.
“Sim, Beau. Cheguei em casa muito bem. Pensei que

você iria para casa com Stephanie. Vi você chupando o rosto
dela na festa na noite passada. Pena que você acabou na
prisão do condado.”
Ele fica em silêncio do outro lado da linha,

provavelmente tentando inventar alguma desculpa idiota
para porque ele deu um soco em Godfrey. Ele provavelmente
está tentando pensar em uma maneira de explicar por que
Stephanie tinha os dedos ágeis em suas calças. Não estou

com ciúmes, na verdade. Apenas... decepcionada.
“Não foi assim, baby. Você sabe que você é tudo o que
há para mim.” ele sussurra. Faço uma careta. Talvez eu
tenha insinuado as coisas mais do que pretendia quando o
beijei naquele dia. Foi uma coisa estúpida de se fazer. Ah,
então ele está ignorando o fato de que entrou em uma briga?
"Estou apenas tentando lhe dar tempo para processar

tudo."
Se eu fosse um elástico, Beau estaria me puxando para

trás e me batendo contra seu pulso. “Beau, você não gosta
de mim. Você gosta da ideia de dominar o império do meu
pai. Mas por favor, não finja que você foder com outras
mulheres é uma maneira cavalheiresca de me dar tempo
para processar a merda que aconteceu comigo. Porque com
certeza eu não tinha você em mente quando estava fodendo
Godfrey Taylor na noite passada.”
A linha ficar estranhamente silenciosa. Não porque ele

desligou, mas porque ele nem está respirando do outro lado.
Fico um pouco satisfeita por mentir sobre fazer sexo com
Godfrey. Não sei exatamente o porquê, exceto que quero que
Beau saiba que não o escolheria.
"Ele tirou vantagem de você", Beau diz, sua voz sólida

com fúria.
Bufo. "É isso que você tem a dizer a si mesmo?"
"Rachel, você não está pronta para isso depois do que

aconteceu com você."
Isso me deixa fervendo de raiva. Quem diabos ele é para

decidir o que preciso? Quem diabos ele é para colocar uma
linha do tempo na minha recuperação, na minha felicidade?
Se eu fosse atender às expectativas de todos de como superar
isso, nunca vou me recuperar. Mesmo se ele estiver certo, ele
não conseguiu fazer a ligação. Eu fiz. "Você não pode me
dizer que estou pronta."
“Mas ele? Mesmo? Você me beijou!”
“Beijos não significam nada, Beau. Você e eu sabemos

que a garota que você gostava há muito se foi. Tire sua
cabeça da bunda e talvez possamos voltar a ser amigos. Até
lá, deixe meu… deixe Godfrey em paz.”
Desligo o telefone com uma maldição antes de jogar no

assento ao meu lado. Olho para o homem de meu pai no
banco da frente, rosno de frustração e viro minha atenção
pela janela. Ele aperta a bota no acelerador, empurrando o
carro com mais força em direção ao meu destino,
provavelmente reconhecendo meu humor irritado e
decidindo chegar lá mais rápido. Conversar com Beau
solidificou as coisas para mim. O louco Herdeiro de
Savannah pode não ser o que devo querer agora, mas ele é o
que preciso.
Quando chegamos à casa de Rogue Kelly, Godfrey está

sentado nos degraus da frente, como se estivesse me
esperando. Ver o machucado em sua mandíbula me faz
tremer. Não sou ignorante à violência. Sei o limite que um
corpo podia suportar. Já vi muitas mulheres serem jogadas
no porão de Johnny Jack para saber que o corpo poderia ser
facilmente quebrado. Mas ver em Godfrey provoca algo
diferente dentro de mim. Saio do carro e o motorista é esperto
o suficiente para manter sua bunda firmemente em seu
assento. Seus olhos estão em mim embora. Os olhos estavam

sempre em mim. É sufocante.
"Eu sabia que você iria aparecer", diz antes de arquear

as costas e coçar atrás do pescoço. Observo a henley preto
que ele usa, revelando um lado machucado e um conjunto
sexy de barriga tanquinho. “Veio aqui para terminar o que
começou ontem à noite? Ou vou ter que encontrar outra
pessoa para voltar para casa?”
Isso doeu. Mas sei muito bem que ele está mentindo. O
vídeo da noite passada mostrou que ele desmaiou. Então, a
menos que ele fosse magicamente capaz de tirar uma garota
dormindo, duvido que ele tenha tido tempo de encontrar uma
conquista e abalar seu mundo. "Na verdade, estou aqui para
gritar com você", mento. Não estou, mas Godfrey não gosto
do esperado, nem aprecia o tipo de garota que rasteja em
suas mãos e joelhos, implorando por atenção. Ele quer um
pouco de luta, e tenho raiva reprimida o suficiente para lhe
dar uma.
Ele levanta uma sobrancelha. "Sim? Vamos ouvir

então.”
Vou até ele, mas decido manter meus pés no chão em

vez de subir os degraus. Ele está sentado no topo e nessa
posição estávamos olho no olho. É irônico, já que não vejo
olho no olho em mais nada.
"Por que você deixou ele bater em você?" Pergunto,

passando os olhos pelo rosto inchado e pelo lábio
ensanguentado.
Ele dá de ombros como se não se importasse com o

mundo. "Gosto de sentir um pouco de dor."
"Besteira."
Ele estica a perna e coloca o braço sobre ela. Mesmo

machucado e sangrando, ele ainda parece bem. Meus olhos
continuam correndo até os lábios dele, lembrando que eu o
fiz sangrar lá primeiro. Sei que, sob a camiseta dele, ele
provavelmente ainda tem marcas de arranhão das minhas
unhas.
"Por que você aceitou, Godfrey?"
"Por que você me libertou, princesa?" Responde.
Suspirando de frustração, sento no cascalho com os

joelhos dobrados e olho para ele. Nós nos observamos por
alguns momentos, nenhum de nós dizendo nada, mas
nossos olhos nunca se desviam. "Se meu pai não tivesse
pedido, você conversaria comigo depois do hospital?",
pergunto. Fico surpresa com minha própria pergunta, mas
agora que ela saiu, descubro que realmente quero saber.
"Não", ele responde niveladamente, e caramba, isso é

como um chute na canela.
“Você me abandonou no hospital só porque eu te

aborreci com meu pai clichê e problemas com drogas. Então
você ficou comigo, porque meu pai pediu.”
"Isso praticamente resume tudo."
Pego os pedaços de cascalho branco aos meus pés e

começo a jogar pelo caminho, um por um. Por fim, pergunto:
“O que mais ele queria de você? Não está batendo. Receber o
dinheiro e ser babá, mas há mais, não é?”
Depois de alguns minutos me observando em silêncio,

ele fala. “Ele queria nomes. Queria que eu descobrisse quem
te machucou para que ele pudesse se vingar.”
Dou risada, uma boa e sólida gargalhada que é tão

sombria quanto minhas emoções. “Então o jogo era descobrir
quem me machucou?” Típico. Eu realmente não deveria
estar brava, sabia que meu pai só queria o que eu queria.
Mas me sinto egoísta, agarrada à minha vingança como se
fosse a única coisa que me resta. Percebo então que estou
tão perdida em Godfrey que estou perdendo de vista o
objetivo final. Não tinha começado a procurar Pick nenhuma
vez.
"O que você quer, Rachel?" Ele pergunta.
É uma boa pergunta. Um que estava me perguntando

desde que recebi alta do hospital. O problema é que não sei.
Quero vingança, matar Pick, me encontrar em Godfrey, mas
me perder na dor. “Estou quebrada. O cara de Johnny
Jack... Pick... ele rasgou pedaços de mim que não podem
voltar.”
Godfrey tira seus aviadores, e um assobio de ar escapa

de mim com o quão inchado e machucado ele está. Só
consigo ver um dos olhos dele, já que o outro está fechado,
mas a intensidade ainda está lá. “Então você quer que eu a
recompense? Eu não sou esse cara, princesa.”
"Não, eu só..." puxo meu cabelo curto em frustração.

"Sinto que minhas peças irregulares se encaixam nas suas."
Godfrey caminha em minha direção e vejo em sua

arrogância que as coisas estão indo ladeira abaixo
rapidamente. Me levanto para encontrar seu olhar quando
ele para aos meus pés. “Olha, você é uma garota divertida.
Você é gostosa. Nós nos divertimos, Rachel...” ele diz. Ouço

o silêncio, mas na ponta de sua língua. “Mas... Eu não sou
alguém que vai te salvar. Inferno, eu nem sou seu amigo. Sou
um cara que seu pai contratou para ficar de olho em você,
para que você não se drogue novamente.”
Sei disso e que ele não está aqui para mais nada. É por
isso que me prometi ontem à noite que isso é uma coisa
única - que isso não iria durar para sempre. Eu
simplesmente não imaginava de que teria que terminar antes
mesmo de começarmos. “Acho que na sua condição atual,
você se apega facilmente. É completamente normal. Mas
talvez você precise dar um passo atrás e se concentrar um
pouco.”
Ai. Minha condição atual? O que diabos isso significa?

"Eu não estou apegada, Godfrey", respondo, embora meu
tom pareça fraco demais para a intenção de aço por trás das
minhas palavras. Não estou apegada, estou?
"Diz a garota na minha casa às nove da manhã de um

domingo", Godfrey responde, sem expressão. "Veja. Estou
tentando ser legal aqui. Só acho que não estou preparado
para lidar com o que está acontecendo. Talvez sua terapeuta
esteja certa e você precise considerar algo mais extenso.
Tudo bem precisar de ajuda, princesa.”
“Não me apadrinhe. Conheço minha mente, Godfrey. Sei

com o que posso lidar.” estou gritando tão alto que tenho
certeza de que os vizinhos podiam ouvir. Cuspe se junta em
meus lábios pela fúria. “Já estive no inferno e voltei, então
essa não é a maneira mais idiota da minha mente de fazer
essa... conexão. Sei que há algo entre nós. Não é apenas eu
que estou pegajosa ou danificada.”
Cada maldita palavra parece um soco no estômago.

Estou cansada de todo mundo me colocar em uma caixa.
Cansada de todo mundo ditar cada maldita ação e especular
qual coisa fodida me levou a esse ponto. “Foda-se, Godfrey
Taylor. Foda-se você e sua besteira pretensiosa. É mais fácil
para você me fazer sentir que isso está errado do que aceitar
o fato de que você gosta de mim. De nós dois, você é o único
com problemas de conexão. E a única coisa a que você se
apega é você mesmo.”
No final do meu discurso, estou respirando com

dificuldade e minhas bochechas estão queimando. Godfrey
apenas me observa daquele jeito irritante e calmo dele.
Quero dar um soco nele. Quero beijar ele. Deus, talvez eu
precise de ajuda.
"Você terminou?" Pergunta secamente.
“Sabe, eu só queria vir e ter certeza de que você estava

bem. Mas eu deveria saber melhor.”
Godfrey coloca as mãos nos bolsos e olha por cima de

um carro entrando na entrada. Reconheço imediatamente
Scarlett quando ela estaciona e sai. Ela olha entre nós dois
e, quando vê a expressão no meu rosto, seus lábios se
estreitam.
Godfrey olha para ela e vejo sua expressão suavizar.

Meu estômago agita quando meus olhos disparam entre eles.
Ele a ama. Posso ver. Como pude ser tão estúpida?
"Vocês estão bem?" Scarlett pergunta, estremecendo um

pouco quando ela percebe todas as cores manchadas em seu
rosto.
"Sim", Godfrey responde. "Rachel está de saída."

Lágrimas queimam na parte de trás dos meus olhos.

"Bem, vai ser desse jeito?"
Ele suspira como se eu estivesse o entediando. “Vou

dizer ao seu pai que essa coisa de babá está acabada. Você
recusou as drogas por conta própria. Além disso, você não
tem um nome para ele. Você não precisa de mim. E como eu
disse antes, não vou consertar você. Você tem que lidar com
sua merda, Rachel. Eu e você nunca seríamos uma coisa
real.”
Ouço Scarlett sussurrar algo para ele baixinho, mas já

estou andando, meus pés se movendo o mais rápido que
podem, sem correr completamente. Quando estou em
segurança atrás do vidro e do metal do meu carro, olho pela
janela e vejo Scarlett e Godfrey discutindo claramente, as
mãos dele em punhos e os braços dela se agitando enquanto
ela gesticula descontroladamente.
"Apenas vá", falo para o motorista.
Então ele põe o carro na estrada e lá fomos nós,

passamos pelas mansões e sebes aparadas, passamos pelos
elaborados portões e pelas calçadas varridas. Nós nos
afastamos o mais longe possível de Godfrey Taylor, mas
ainda não parece longe o suficiente porque deixei meu
coração ali aos seus pés.
Capítulo Vinte e Três
Rachel
A meu pedido, o cara do meu pai me deixa na frente do

Savannah Mall. Ele não deveria me deixar em paz, mas meus
olhos vermelhos o fez fugir da emoção. É uma manhã normal
de domingo movimentada, e as pessoas já estão inundando
as portas para usar seus cartões de crédito e comprar coisas
que não precisam por preços que não são justos. Não sei por
que escolhi esse lugar para vir. Não quero ir para casa e
deixar meu pai ver meus olhos vermelhos e nariz escorrendo.
Odeio que as palavras maldosas de Godfrey tenham me
afetado tanto. De tudo que tinha sobrevivido, isso não
deveria ser nada, mas, em vez disso, parece um chute
perpétuo no estômago. De novo e de novo e de novo outra
vez.
Parece que estou sonâmbula enquanto caminho pelo

estacionamento e pra dentro, onde o ar condicionado varre
meus membros já congelados. Realmente não sei o que estou
procurando, mas meus pés andam de qualquer maneira.
Pego a escada rolante e entro na primeira loja que vejo,
quando percebo pela roupa escura na vitrine que é era hora
de mudar. É hora de começar a parecer à garota que sinto

por dentro.
Por alguma razão fodida, sinto a necessidade de ligar

para a Dra. Taffy. Ela desafiou a me vestir, mas quero dar
um passo adiante. Cortar meu cabelo foi apenas o primeiro
passo. Agora quero mudar tudo sobre mim. Vou me
reinventar, sem Godfrey Taylor. Vou marcar uma transição;
mostrar uma mudança externa de mim mesma para mostrar
que eu tinha sido internamente mudada e que sou uma
pessoa diferente por causa disso. Não sou mais o meu antigo
eu, e está na hora de abraçar quem sou agora no meu próprio
estágio de cura.
Quando entro na loja, a vendedora olha para mim e não

se dá ao trabalho de ajudar. Os preços aqui estão bem fora
do alcance de uma garota de jeans amassado e uma camisa
velha e surrada. Isso me lembra que vou pagar pelas roupas
com dinheiro falso será mais fácil de aceitar. Nunca gostei
muito de prever as pessoas.
Começo a olhar para algumas camisas, tentando

manter a respiração firme, quando ouço: "Adoro fazer
compras".
Me viro e olho para um homem vestindo jeans gastos,

um chapéu de cowboy e uma camiseta surrada. Ele parece
autenticamente sulista, até o mergulho colhido em sua
bochecha. Tem lama nas botas marrons de caubói e um furo
estratégico no joelho da calça jeans que mostra sua pele. Seu
cinto é de latão e grande, mas não ostensivo. No começo,
estou preocupada de que ele vá me bater. Não estou com
vontade de pensa se reagiria ou não. Mas quando meus olhos
o encaram, o reconhecimento cai sobre mim e abro minha
boca em choque.
"Quarenta e Um?" Pergunto, minha voz gaguejando

enquanto as palavras aparecem.
Ele está completamente diferente de antes, e me

pergunto se ele estava disfarçado. Olho em volta e abaixo
minha voz enquanto me aproximo. "O que diabos você está
vestindo?" Na última vez que conversamos, ele estava de
terno e maquiagem. Agora ele parece pronto para disputar
um cavalo.
Ele se aproxima de mim, botas batendo no chão do

shopping enquanto me dá um sorriso preguiçoso. "Roupas",
ele responde com um encolher de ombros antes de examinar
as prateleiras, pegando uma calça jeans skinny e colocando
sobre o braço. "Você está comprando alguma coisa em
particular?" pergunta com um sorriso antes de segurar uma
camisa vermelha contra o meu corpo. Inclinando a cabeça
para o lado, ele me observa abertamente antes de colocar de
volta na prateleira. Sua voz é mais profunda dessa vez, mas
tem uma qualidade forçada que não parece autêntica.
"Estou me reinventando", respondo honestamente antes

de pegar a camisa vermelha de volta e colocar no meu braço,
principalmente porque ele não gostou. Os olhos de Quarenta
e Um brilham de emoção com a minha resposta, como se
essa fosse sua especialidade - além de assassinar pessoas, é
claro.
“Boa moça. Acho que é melhor se reinventar

diariamente. Mantém a alma fresca...” responde antes de ir
até uma prateleira e puxar um tubo de lantejoulas para fora.
"Isso é perfeição!" Ele acena no ar antes de deslizar por cima
do braço. O material chamativo é demais para o meu gosto
habitual, mas meu novo eu meio que gosta.
Olho para cima e para baixo mais uma vez. Já se foi à

maquiagem de antes, e seu rosto ainda tem barba por fazer
cobrindo sua mandíbula. Quarenta e um definitivamente
parece se reinventar diariamente. "É por isso que você parece
completamente diferente da última vez que te vi?", pergunto.
Ainda estou fora do meu confronto com Godfrey, e esse

encontro aleatório com o Quarenta e Um é uma distração
bem-vinda. Estou me agarrando ao desafio de descobrir ele
porque é mais fácil do que lidar com as emoções
tempestuosas que me atormentam.
"Algo assim", ele responde enigmaticamente. Assisto

enquanto seus olhos se fecham por um momento, como se
ele estivesse tentando descobrir o quanto quer dizer. Ele
aponta para sua roupa. “Esse daqui aqui? É do número
dezessete.”
Meus olhos se arregalam em choque com essa

revelação. "Você... você se veste como as pessoas que já
matou?" Sussurro.
"Dezessete gostava de mascar tabaco, Miller Lite, e

espancar a esposa dentro de uma polegada de sua vida."
"Entendo", respondo com rapidez, sem realmente saber

o que mais dizer. Isso é algum tipo de penitência? Ele está
lidando com a culpa de matar pessoas assumindo suas
personalidades? Parece que ele corre o risco de se perder se
continuar se vestindo como as outras pessoas, sem
mencionar o fato de que ele sempre irá lembrar das pessoas
que matou. O pensamento dele um dia se vestir como Pick
faz meu estômago revirar.
“Você parece o número dois. Sexy e doce. Ela mantinha

demônios em sua alma e seu coração na manga. Assim como
você. Ela usava jeans preto como se fossem uma segunda

pele.”
Estou tocando o tecido macio de uma camisa preta,

estremeço com a descrição dele porque estou morta. Mas não
quero ter meu coração na manga. Não mais. Fui a vítima.
Quero ter facas em punho e sangue nas mãos. "Como o
número dois morreu?", pergunto, mantendo a voz calma e
indiferente.
Quarenta e um inclinou o chapéu para mim e pega um

colar de prata. “Ela engasgou com uma das notas de mil
dólares da edição de colecionador que roubou do marido. Me
visto como as pessoas que matei por que é divertido, antes
de ser exigente com as vidas que tirei. O marido dela acabou
com vinte e três anos de casamento quando soube que ela
era uma mentirosa.”
Engulo em seco antes de ir até os sapatos. Há algumas

botas pretas que me fazem salivar. Quem disse que a terapia
de varejo era uma coisa que estava morta? Por que não tinha
ido às compras antes?
“Esses sapatos são quentes. Você vai levar eles.” diz com
uma voz sonhadora antes de cuspir o maço de mascar tabaco
em uma garrafa de água vazia que ele está carregando. Olho
com desdém para o espeto marrom antes de pegar os sapatos
do meu tamanho.
"Eu tenho te seguido, Rachel."
O cabelo na parte de trás do meu pescoço formiga

quando percebo o que ele fala. Tem um assassino me
seguindo e nem tinha notado. "Oh?" Pergunto, considerando
em pegar meu telefone e ligar para o meu motorista.
"Sim. Eu precisava ver se você é legítima. Eu também

estava curioso para ver como você obteria informações. Fico
feliz em informar que gosto de você, Loirinha. E o cabelo mais
curto é maravilhoso, mas quero levar você para consertar.
Nervoso é estiloso, mas você tem alguns pedaços longos que
precisam ser cortados, querida.”
Não sabia o que abordar primeiro. A história sobre o

número dois me faz pensar se ele está preocupado de que eu
esteja mentindo para ele. Ele investiga todos que o
contratam, ou apenas eu? Meu coração acelerado diminuiu
um pouco, e me viro para olhar por cima do ombro. "Eu
realmente não tenho trabalhado tanto quanto deveria."
“Eu não esperava isso da noite para o dia. Além disso,

você esteve ocupada. Godfrey Taylor, hein?” ele pergunta
com um sorriso. “Esse é um autêntico Herdeiro de
Savannah. Quase usei os serviços do pai dele uma vez,
quando tive uma morte ruim.” Quarenta e Um diz franzindo
a testa antes de caminhar para o vestiário. Depois de
pendurar tudo na prateleira, ele pega minha mão e me puxa
para dentro, fechando a cortina atrás de mim enquanto olha
do lado de fora. Não fico surpresa que ele saiba que estou
passando meu tempo com Godfrey. Algo me diz que o
Quarenta e Um era completo.
"Godfrey Taylor é um idiota", rosno enquanto tiro

minhas roupas e experimento um vestido que ele escolheu.
Batendo a cortina aberta, saio e dou uma pequena volta.
"A maioria dos bonitos é, infelizmente", Quarenta e Um

responde antes de pegar a caixa de sapatos e me guiar para
uma cadeira próxima. Sento e ele se agacha aos meus pés
para calçar os meus pés enquanto olho. "Às vezes você tem
que perder os outros enquanto se encontra."
Mais uma vez, minha mente vai aos quarenta e um

outros que tinha perdido.
Depois que calço os sapatos, me levanto e vou até o

espelho para ver completo, e ergo minhas sobrancelhas
quando vejo meu reflexo. Me sinto linda. O vestido gruda nas
minhas curvas e tem uma fenda na coxa. Ele revigorou
minha pele, e meu novo cabelo mais curto exibindo meus
ombros esbeltos e clavícula. "Acho que estou me
encontrando", sussurro enquanto olho para a garota no
espelho. Seus olhos estão vermelhos de tanto chorar, e há
uma marca de mordida no pescoço. As linhas do braço dela
não parecem mais uma fraqueza, parece sobrevivência.
Godfrey Taylor me acendeu com fogo apenas para me

jogar um balde de água fria e me deixar sufocar sozinha. Mas
não posso deixar ele me arruinar, assim como não posso
deixar Pick vencer. Sei que nossa conexão é uma coisa real
e tangível. E apesar de todas as palavras cruéis que ele
cuspiu em mim, não consigo desligar os sentimentos que
tenho por ele. Me recuso a acreditar que é minha mente
fodida, agarrada a algo inatingível. Mas tudo bem vou
esperar. Estou bem em me concentrar nessa nova versão de
mim mesma e em encontrar ele em algum lugar no meio.
Tenho orgulho da cura que tive até agora e gosto da garota
que estou me tornando. Pela primeira vez desde que saí do
hospital, não me encolho diante do reflexo no espelho.
"Você está linda, querida", Quarenta e Um diz, vindo

atrás de mim, agarrando meus braços e apertando. "Agora,
vamos cortar o cabelo", diz, acariciando meu cabelo e
olhando para as pontas irregulares. "Podemos pensar em
como encontrar aquele filho da puta, do Pick, enquanto você
dá um retoque."
Como posso resistir a uma proposta como essa?

Capítulo Vinte e Quatro
Godfrey
A foto no meu telefone me faz cerrar os dentes.
No momento em que Rachel Nomar saiu da minha casa,

Rogue começou a seguir ela. Faz parte do plano. Preciso
manter Rachel à distância, mas isso não significava que eu
confio no imbecil do pai dela para a manter segura. Ela foi
ao shopping e encontrou um poster de caubói que tinha as
mãos em cima dela. Ela nem tinha notado Rogue a
observando, tirando fotos deles juntos. Estava muito
envolvida na porra do Cowboy Carl.
Rogue: Ela continua chamando ele de Quarenta e

Um. Vou mandar a foto para Bonham e pedir que ele
procure esse cara.
Quarenta e Um? O que diabos isso significa? Ela

conheceu esse idiota online? Agora que a dispensei, ela acha
um substituto? Isso é muito rápido, porra.
O pensamento dela arranhando outra pessoa enquanto

se contorce e geme por ele me faz ficar vermelho, e se não
tivesse uma reunião com o pai dela marcada para esta tarde,
eu iria até aquele shopping e chutaria sua bunda. Então eu
a puxaria para um camarim e a faria gozar na minha boca
para que ela se lembrasse de que ninguém mais poderia fazer
ela se sentir como eu.
Para ser honesto, me incomoda a facilidade com que ela

acreditou em mim quando a mandei embora. Rachel está
acostumada a me chamar de merda, e mesmo que eu saiba
as palavras certas para tirar ela daqui, não facilita as coisas,
saber que sou a pessoa que colocou aquela mágoa nos olhos
dela.
"Você é um idiota", Scarlett ferve em mim mais uma vez.

Ela odeia o que fiz. Ela base como é estar do outro lado desse
plano fodido e não gostou nem um pouco.
"Você me ama", falo com um sorriso atrevido, tentando

esconder o quão torturado estou ao ver a foto de Rachel. Não
é só porque ela está com outra pessoa; são as bordas
vermelhas ao redor dos olhos e a maneira como seus ombros
estão caídos.
“Eu te amaria mais se você não tivesse planos idiotas.

Você não deveria ter empurrado e mentido para ela.”
"Você tem alguma ideia melhor, Scar?", pergunto.
Eu a amo, mas é fácil criticar o plano quando você não

apresenta soluções melhores. Ela fica em silêncio e sei que
tenho a minha resposta. Temos que manter Rachel fora disso
e confiar que seu pai será superprotetor o suficiente para
lidar com isso por conta própria.
Giro minhas chaves no dedo enquanto caminho para o

meu carro. "Apenas tenha cuidado, certo?" Ela fala atrás de
mim. Sei que essa reunião com Rocco será difícil, mas tem
que ser feita. Não respondo, principalmente porque é um
ponto discutível. Nada sobre dizer a Rocco que fui contratado
para matar a filha dele seria um bom presságio para mim.
Encontro Rocco no meu território, no bar de Salvador.

Sei que se nos encontramos em um de seus armazéns,
haveria uma boa chance de não voltar vivo.
Luis nos acomoda uma mesa no segundo andar, com

uma visita para a área do bar abaixo. Ainda é cedo, então,
em vez de um DJ tocando no clube, há uma banda acústica
no palco e pessoas desfrutando de um almoço tardio. Meus
olhos vasculham a entrada a cada poucos segundos
enquanto espero com apenas um café para me distrair. Não
quero beber álcool para esta reunião. Preciso estar em alerta.
Logo quando estou prestes a fazer outro movimento,

minha linha de visão é interrompida por Rocco deslizando na
cadeira à minha frente. Não tenho a mínima ideia de como
ele entrou sem que percebesse, mas há dois guarda-costas
com ele observando a mesa atrás de nós, seus olhos
examinam a multidão como estava fazendo.
"Rocco".
Rocco já tem uma bebida na mão e toma um gole

generoso antes de sibilar entre os dentes e colocar o copo na
mesa preta e brilhante entre nós. “Taylor. Sou um homem

ocupado, e você me fez pegar carro até o centro de Savannah
para esta reunião. É melhor que seja importante.”
"É se você considera importante a vida de sua filha."
Minhas palavras fazem Rocco mudar o olhar entediado

e irritado em seu rosto. Em um instante, tenho toda a sua
atenção dura e finalmente o vejo usando sua máscara de
chefe de gângster. "Do que diabos você está falando?"
"Eu não peguei nenhum nome para você de Rachel",

admito. “E para ser sincero, provavelmente não os dirá a
você, mesmo que tivesse. Ela tem suas razões para não lhe
contar, então, talvez, em vez de exigir nomes dela, pergunte
a ela por que ela não vai lhe contar.”
"Não estou interessado em conselhos sobre pais de um

garoto do colegial", retruca. "O que você quis dizer com a vida
da minha filha?"
Afasto a xícara de café e apoio as mãos na mesa. "Você

sabe que meu pai está conectado com a multidão Macon."
"É claro que sei disso."
“E você sabe que eles estão chateados comigo e com

meu pai pelo que aconteceu com JJ. Eles me queriam morto,
então meu pai os pagou, mas isso não foi suficiente. Eles
querem que provemos nossa lealdade novamente. O novo
líder, Eddie, descobriu que levei Rachel para o jogo de
pôquer. Alguém nos viu juntos, eu acho.”
Rocco xinga baixinho.
Paro “Ele a quer morta. E ele quer que eu a matar ela.”

Meio que espero que Rocco puxe a arma que sei que está
no coldre no quadril dele e atirasse em mim. Sei que ele é
bom em atirar, já vi o que ele fez quando seus homens nos
sequestraram. Me preparo para a luta inevitável, mas isso
não aconteceu.
Em vez disso, a mandíbula de Rocco se aperta. “Eu

pensei que tínhamos um acordo, Godfrey. Sou um homem
de palavra. Posso cuidar do seu pai.”
"Mas você pode realmente enfrentar a Macon Mob?",

pergunto, incrédulo. “Última vez que verifiquei, eles fizeram
de você a cadela deles. Uma coisa é fazer desaparecer Gerald
Taylor, outra é derrubar toda a organização criminosa que
está cortando seus cheques.”
Rocco recosta na cadeira, comendo minhas palavras

como as pílulas amargas. "Vou precisar de mais tempo",
grita.
“O tempo é um luxo que não temos. Quanto mais sou

visto com Rachel, mais eles ameaçam as pessoas com quem
eu me importo. Mal posso esperar para você criar um plano
e resolver esse problema. A única razão pela qual estou
avisando agora é porque meu pai me ensinou para não
estragar meus acordos. Provavelmente a única coisa boa que
passou pra mim. Se eu não a matar, eles vão vir atrás de
mim e depois vão matar ela de qualquer maneira. Você está
sem tempo, Rocco.”
Não acho que valha a pena contar a Rocco Nomar a

verdadeira razão de não estar deixando ele e a filha
chapados. Imagino que será ruim para qualquer futuro que
tenha planejado com Rachel se eu admitir que não apenas
deveria matar, mas tenho um desejo interminável de
proteger e foder sua dor. Quero que ela cresça mais e seja
mais forte.
"Porra, Godfrey", Rocco murmura.
Sei que ele estava calculando as probabilidades em sua

cabeça, contando quanta força humana ele tem e
descobrindo como reduzir suas perdas. Eu já tinha visto esse
cálculo muitas vezes na mesa de apostas. Rocco Nomar não
quer perder. Ele quer tudo. Pena que ele não pode ter tudo,
e se ele escolher ficar aqui em vez de fugir e proteger sua
filha, também perderá meu respeito - não que ele tenha
muito para começar.
“Se você não puder matar eles, precisa sair. Saia da

cidade. Corte suas perdas. Tenho certeza que você tem
dinheiro suficiente para fugir. Comece de novo em outro
lugar, tire Rachel da mira. Você sabe que sou um homem de
apostas, e aposto que o próximo homem que eles enviarem
não será tão desafiador quanto eu.” O pensamento de
alguém mais atrás de Rachel para machucar ela me fez
cerrar o punho.
"Então é isso? Você está me dizendo para fugir?” Rocco

pergunta, seu rosto ficando vermelho de raiva. "Eu nunca te
imaginei covarde, garoto."
Me levanto com pressa, chutando minha cadeira de

volta no processo. Meu movimento rápido e agressivo faz
seus guarda-costas ficarem tensos. Um dos homens de
Rocco coloca a mão na arma escondida e dá um passo mais
perto. Posso sentir os olhos do restaurante inteiro em mim,
esperando para ver que problema eu tinha inventado.
“Estou lhe dizendo para salvar sua filha, seu pedaço

patético de merda. Desista do seu negócio em dinheiro,
esconda Rachel e depois mate aqueles filhos da puta. Então

saia daqui antes que outra guerra caia sobre sua cabeça.
Vou cuidar do meu pai, você cuida da multidão respirando
em nossos pescoços. Se nossos objetivos estiverem
alinhados, ligo para você. Mas até então, dê o fora de
Savannah.”
Me viro e vou em direção à porta, não querendo ficar

mais um segundo e arriscar dar um soco em sua mandíbula.
Não esperava uma resposta bem-vinda à minha proposta,
mas tinha que ser feita. O Macon Mob é como uma cobra, e,
embora Eddie esteja no comando agora, meu pai é os dentes,
vomitando seu veneno em todos os lugares e jogando cada
vez mais dinheiro para administrar suas operações. Até que
eu cuide do meu pai, os homens que querem que Rachel
morra serão financiados e protegidos legalmente. Minha
primeira missão é cuidar do meu velho pai e depois seguir a
cabeça da cobra - Eddie.
Capítulo Vinte e Cinco
Godfrey
O juiz Palmisano tem um escritório confortável. É

finamente mobiliado com madeira escura e tapetes caros. Ele
tem uma placa de identificação dourada com o nome
sussurrado por toda Savannah. Palmisano tem sua própria
mistura especial de poder e lei ao seu lado. Ele governa os
tribunais e, por sua vez, os criminosos.
Era fácil entrar. As pessoas conhecem meu pai e, por

extensão, se viram para o outro lado quando me viam no
local. Entro durante o jogo de golfe da tarde de Palmisano e
me sento em sua cadeira de couro, olhando pela grande
janela com uma bonita vista do centro da cidade, como um
rei com vista para o seu reino. Acendo um baseado, fazendo
todo o seu escritório cheirar a maconha, enquanto estudo as
fotos de seus elogios emoldurados e as de sua filha
Stephanie.
Faz duas semanas desde que destruí a confiança de

Rachel e a afastei. Meus amigos a seguem todos os dias e me
enviam atualizações e fotos, mas me pergunto se seria mais

fácil se não precisasse ver como ela é boa. Eu, no entanto,
me sinto um merda, e a única coisa que me faz sentir melhor
é o uísque de Rogue e o crescimento de Luis. Afastar Rachel
assim foi uma das coisas mais difíceis que já tive que fazer.
No ano passado, quando tomamos a decisão de cortar

Scar, entendia por que tínhamos que fazer. Assumi o papel
de atormentador distante mais fácil do que os outros, porque
era a única opção. Percebi só agora que nunca estive
realmente apaixonado por Scarlett, porque se estivesse,
nunca seria capaz de tratar ela da maneira que tratei.
Acabou sendo outro jogo para mim. Outra chance de
experimentar uma máscara.
Rachel é como ar, alimentando meu fogo enquanto eu a

respiro e queimo. Coloquei ela em uma caixa sem furos, e
agora meus pulmões parecem que vão estourar. Quero
gritar. Sou bom em fazer um show e aprender as fraquezas
de uma pessoa. Tenho usado os maiores medos das pessoas
contra eles, porque foi o que meu pai me condicionou a fazer.
E pela primeira vez na minha vida, me odeio por isso. Não
acho que conseguirei tirar o olhar e o rosto dela da minha
mente. Machuquei ela esmagada, e sou o culpado por isso.
Mas no final de tudo, não posso incluir ela na estrada

em que estou. Se eu quiser ser livre, não posso me distrair e
me recuso a ter baixas. Quanto a Rocco, não quero deixar o
poder de briga de um homem em troca de outro. A partir de
agora, Godfrey Taylor não trabalha para ninguém. Só preciso
de um tempo, que é uma mercadoria rara atualmente. A cada
momento, estou organizando, planejando, cavando. E parte
do meu plano me trouxe aqui, no escritório do juiz
Palmisano.
"O que você está fazendo no meu escritório, Taylor?", diz

uma voz cansada ao sul.
Me viro na cadeira do escritório e apoio meus pés em

sua mesa. Tenho certeza de que custa mais do que o salário
anual de sua secretária sexy. Palmisano coloca sua bolsa de
tacos no chão no canto enquanto dou um sorriso pra ele em
volta do meu baseado.
"Olá, juiz Palmisano", respondo com alegria.
Depois de outro sopro, puxo o baseado da minha boca

e coloco em sua mesa. Ele fez uma careta para o movimento,
mas não diz nada. Cruzo os braços sobre o peito e recosto na
cadeira enquanto seus olhos reparam as contusões no meu
rosto. Scarlett tentou o seu melhor para cobrir com
maquiagem, mas não conseguiu fazer muito. Não deixo isso
me incomodar, no entanto. A chave da chantagem é emanar
aquele ar preguiçoso de confiança que não pode ser
falsificado. É como saber que você tem uma mão vencedora
e poder limpar a mesa com uma só pancada.
“Saia da minha cadeira, Taylor. Já paguei o que devia

ao seu pai.” ele diz com uma careta.
Já está admitindo culpa? Boa.
O juiz Palmisano é um homem rechonchudo com um

nariz tão grande que sua massa irregular ocupa a maior
parte do rosto vermelho. Ele é careca, com a barriga
pendurada no cinto caro, agarrado à cintura grande. Sua
pele está queimada e descascada por todos os longos dias no
campo de golfe. Filho da puta preguiçoso. Acho que ele pode
se dar ao luxo de jogar golfe quando ele e meu pai estavam
deixando os criminosos de fora.
"Estou muito confortável aqui, obrigado", respondo

antes de abrir sua primeira gaveta, onde sei que ele mantém
uma pistola cara e seu estoque secreto de rum. Ele prende a
respiração, provavelmente se perguntando qual estou
procurando. Quando meus dedos agarram o metal frio de
seu frasco de metal com monograma, pego com um sorriso e
tomo um gole. "Quer um pouco?", pergunto.
“Jesus, Taylor. Você não é legal...” ele diz antes de se

sentar no banco de visitas com um bufo e respirando
pesadamente, como se andar no estacionamento o deixasse
sem fôlego.
Tomei outro gole. Essa coisa é boa. O líquido âmbar

queima minha garganta enquanto desce, me distraindo com
o calor na minha barriga. “Acho que você fala sobre
atividades legais. Como está a esposa?”
Ele empalidece. "Ela está bem. Em uma viagem de

meninas no Panamá.”
“E a amante? Ela está indo bem também? Oh espere.

Ela morreu no ano passado, não foi?”
Observo a reação dele. Este é um ponto crucial. Se ele

parecer triste, significa que a amava. Se ele a amava, ele pode
não se importar com as coisas vazando. Mas não são os olhos
enevoados e a dor que cruzam suas feições, é vergonha.
"Está certo. Ela morreu fazendo alguma merda

excêntrica, não foi? Quando os caras e eu tivemos que nos
desfazer do corpo, ela tinha a mesma pretensiosa marca de
cinto que você está vestindo enrolada no pescoço dela.”
O juiz Palmisano poderia ter se levantado e batido com

a palma da mão na mesa e gritado por segurança, mas não
o fez. Seu rosto fica mais vermelho até que ele parece um
tomate-cereja em um dia de verão.
"Eu não sei do que você está falando."
Quase bufei. "Oh que pena. Ainda bem que trouxe

fotografias.”
Coloquei a mão no bolso do casaco e tiro as fotos que

fui inteligente o suficiente em tirar na noite em que
recebemos a ligação para limpar a cena do crime. Ainda me
lembro daquela noite. Meu pai ligou e nos deu um quarto de
hotel e disse: “Conserte.” Foi isso. Nenhuma dica. Sem aviso
de que estávamos entrando em uma porra de uma cena de
assassinato. Foi a primeira vez que percebemos que não
estávamos apenas rasgando papéis e excluindo trilhas
bancárias on-line ou agredindo algumas pessoas para
convencer a não comparecer na bancada das testemunhas.
Luis teve que procurar no Google a melhor maneira de se
desfazer de um corpo naquela noite, e acabamos levando
para um pântano na Louisiana, fingindo fazer uma viagem
de fim de semana a Nova Orleans. Bebemos para esquecer o
que tivemos que fazer, e os trabalhos pioraram
progressivamente depois disso.
Os dedos rechonchudos do juiz Palmisano agarram as

fotos, e olha com desgosto quando as folheiam. A última foto
é de um corpo embrulhado sendo jogado em um pântano.
Ela seria comida de jacaré em poucas horas. Ela merecia
melhor que isso.
“Levei um tempo para conectar os pontos. Mas você foi

desleixado quando contratou meu pai. Vi uma grande
quantia de dinheiro transferida para a conta do meu pai três
dias após o término do trabalho. Você acha que ninguém
descobriria? Que você conseguiu matar uma mulher, juiz

Palmisano?”
Em um último esforço para salvar sua bunda, ele

começa a rasgar freneticamente as fotos, rasgando o papel
como se fosse veneno que o infectaria a qualquer segundo.
Seus dedos estão desajeitados enquanto ele rasga, e vejo ele
cortar a ponta do polegar. É justo que seu sangue também
derrame, considerando o que ele havia feito com aquela
garota.
“Tenho cópias, juiz. Muitas cópias. Em muitos lugares.”
Ele fica ainda mais frenético enquanto falo, sei que

estou jogando um jogo perigoso. Estou lutando cabeça com
cabeça, mas se quero arruinar meu pai, sacrifícios precisam
que ser feitos. Eu realmente pensei que Palmisano havia
ficado muito excêntrico. Ele não matou intencionalmente a
amante. Se fosse meu pai, eu não tenho certeza se poderia
dizer a mesma coisa.
“O que você quer, Godfrey? Já paguei ao seu pai por

isso.” diz baixinho, os olhando atrás dele para garantir que
a porta do escritório ainda está fechada. É divertido ver seus
ombros caírem. Ele não é nada como sua filha. Sua
confiança veio de uma posição roubada no distrito.
Stephanie é um pé no saco, mas sua confiança era instintiva.
Isso me faz pensar de onde ela conseguiu.
“Meu pai é o motivo de eu estar aqui. Quero que ele

morra.”
Palmisano fica boquiaberto comigo. "Você está louco?

Ele é intocável. Não podemos prender ele. Ele tem mais
sujeira sobre mim do que estou disposto a arriscar”, diz.
"Eu também tenho sujeira sobre você", respondo com

um encolher de ombros. Sei que isso será um problema, mas
fingi estar afetado. “Tudo o que estou pedindo é sujeira para
prender ele. Como você sabe, as pessoas morrem na prisão
o tempo todo. Meu pai conhece conexões com gangues em
todo o país. Mas você sabe o que todas as gangues têm?
Inimigos...” falo, olhando pra ela firmemente nos olhos. “Só
é preciso um guarda olhando para o outro lado. Se ele for
morto antes que ele possa falar, você é intocável.”
É um plano arriscado, e dezenas de coisas podem dar

errado, mas estou jogando com apostas altas. Sei que o juiz
Palmisano é mais do que capaz de fazer isso. Ele parece ser
do tipo que tem homens no bolso com essas habilidades
específicas.
Recostado no banco, as calças pressionadas contra as

coxas carnudas como se um movimento errado as fizesse
rachar. Ele está considerando minha oferta. Esse acordo
ajuda a nós dois, e ele sabe disso. Ele quer morrer livre,
levando seu segredo sujo para o túmulo com ele.
“Tem que ser uma boa razão para sua prisão. Algo que
o deixe trancado sem fiança. Teremos que trabalhar no
sistema para atrasar sua audição. Talvez ele possa ser preso
quando eu estiver fora da cidade ou no fim de semana. Terei
que pagar a polícia para adiar o interrogatório.”
Sorrio "Está vendo? Sabia que você era o homem para o

trabalho. Sou filho do meu pai, você sabe. Ele pode não ter
usado seus segredos contra você ainda, mas acredite, ele
está sentado no que você fez. Você deveria estar feliz que fui
eu quem o procurou primeiro. Um movimento errado, e ele
faria seu rosto está estampado nas notícias e atrás das
grades. Você sabe que é verdade, ou você nem consideraria
minha oferta em primeiro lugar. Você sabe que ele faria isso
em um piscar de olhos se ajudasse a conseguir o que ele
quer. Devemos ajudar um ao outro, juiz.”
Ele me olha com cautela. “Sei que ele é um filho da puta

implacável, mas ele é seu pai. Por que você o quer morto?”
Meu rosto fica duro e me sento ereto. "Isso não é da sua

conta. Você sabe que tipo de homem ele é, então use sua
imaginação.”
Palmisano engole em seco e absorva os hematomas no

meu rosto mais uma vez. A maioria das pessoas nesta cidade
sebe que meu pai gosta de nos dar uns tapas. Eles apenas
fingem que isso não acontecia porque ele tem um bom nome
e por causa de suas ligações sujas com gangues que o
apoiam. Posso dizer que isso o incomodava, o que era
divertido. Ele realmente não dava a mínima para a amante
que matou, mas se importava com seu privilégio em
Savannah Heir como eu, tirando a merda dele. Típico.
"Bem. Você encontra alguma evidência concreta e

assino o mandado. Vou providenciar.”
Sorrio antes de ficar de pé, e ele também se levanta,

embora tenha exigido um pouco mais de esforço. Estendo
minha mão para apertar e, quando nossas mãos se
conectam, agarro com força para que ele não possa se
afastar, depois recuo minha mão livre e dou um soco forte
em seu estômago. Ele se dobra e tosse em choque e dor.
Saliva se junta em seus lábios quando ele geme, e solto sua
mão com nojo.
"Isso foi para Amber Moreno, desculpe, porra."

O nome dela me assombra há meses. O juiz Palmisano

garantiu que o relatório da pessoa desaparecida nunca fosse
divulgado. Ela era apenas mais uma vítima sem rosto de um
homem poderoso. Mas me lembro do nome dela e tenho
certeza de que ele também. Não tenho o hábito de me sentir
culpado pelas coisas que os herdeiros e eu temos que fazer
para sobreviver, mas a retribuição é doce. Andando ao redor
da mesa para ficar na frente dele, o chuto nas bolas, e ele cai
no chão e começa a chorar como uma putinha.
Godfrey Taylor está de volta, pessoal.
“Isso é para te fazer lembrar de qual lado você está. Não

vou deixar você sair desse acordo, então lembre-se disso...”
falo pra ele, minha voz baixa e ameaçadora. Arrumo minha
camisa e dou um sorriso agradável. “Tenha um bom dia
agora, juiz. Você vai ter notícias minhas em breve.”
Capítulo Vinte e Seis
Rachel
Respingos de tinta cobrem meus braços e pernas

enquanto passo a cor azul-marinho sobre minhas paredes
cor de rosa. Passei as últimas duas semanas mudando
pequenas nuances sobre mim, encontrando dicas da minha
vida antiga e mudando elas para se ajustarem ao meu novo
eu. Toda vez que olhava para a cor pastel nas paredes do
meu quarto, parecia inocente demais para mim, pura
demais. Foi por isso que enviei um dos homens de meu pai
à loja de ferragens para comprar alguns litros da minha nova
cor favorita.
O preto teria sido muito clichê, então, em vez disso,

fiquei com um azul profundo, escuro o suficiente para
combinar com os sentimentos tempestuosos por dentro, mas
ainda mostrando uma pitada de otimismo. Tenho certeza de
que a Dra. Taffy terá algumas opiniões sobre isso.
Finalmente convenci meu pai de que não precisava das
visitas semanais, desde que ainda telefonasse para ela de vez
em quando, mas ela ainda está por perto e aparecendo sem
aviso prévio em casa. Seus desafios são bons para mim,
admito isso, mas o passo final para a minha cura exige falar
sobre a merda que tinha acontecido comigo, e ainda não
estou confortável em contar a ela toda a merda suja e
distorcida que está dentro da minha mente. Meu pai fingiu
ficar surpreso quando ela apareceu para jantar na noite
passada, mas sei que ele estava tentando me convencer a
falar com alguém. Definitivamente, não preciso que ela tire
conclusões e me encha de metáforas sobre a cor do meu
quarto com pão de alho e espaguete.
Meu pai já se acostumou depois do que comecei a

chamar de incidente. O dia em que Godfrey Taylor me largou
e me fez questionar todos os meus motivos e ações. Eu tinha
ido ao shopping e deixado o Quarenta e Um me convenceu a
furar meu nariz e ter um guarda-roupa novo e ousado para
complementar meu cabelo bagunçado. Não foi
necessariamente as roupas novas que pegaram meu pai
desprevenido. Foi à tatuagem que fiz no meu antebraço que
fez ele arregalar os olhos. Desde que fiquei obcecada em não
ser um clichê ambulante, não tatuei um lembrete de besteira
de tudo o que tinha acontecido ou alguma citação simples
que deveria me lembrar de ficar forte. Não, agora tenho uma
coroa em uma gaiola de espinhos, porque me recuso a ser
um peão. Sou a rainha da minha vida dolorosa e farpada, e
sou minha dona.
Talvez também tenha entendido porque me lembra

Godfrey, o ilusório idiota herdeiro que partiu meu coração.
Pode ser parte disso, mas também é um lembrete secreto
para manter as partes mais escuras do meu corpo domadas.
Preciso trancar meu coração e jogar fora a chave. Perdi a
chance de ser feliz para sempre depois que Johnny Jack me
sequestrou, então agora tenho que encontrar a felicidade de
maneiras diferentes.
Meus pensamentos se dispersam quando ouço meu pai

andando atrás de mim. "Parece... legal", diz da porta, braços
cruzados com uma expressão confusa no rosto. Olho por
cima do ombro para ele e posso ver uma mancha da tinta
azul no meu nariz. “Você tem certeza que não quer ajuda?
Posso ligar para Beau.”
Balanço minha cabeça e retomo minha tarefa,

mergulhando o pincel na lata de tinta. "Quero fazer isso
sozinha."
Eu costumava deixar meu pai fazer tudo por mim.

Quando você imprime seu próprio dinheiro, pode facilmente
contratar pessoas para fazer coisas por você, e era isso que
meu pai costumava fazer. Desde JJ, porém, preciso fazer as
coisas sozinhas, mas isso está se tornando cada vez mais
difícil com meu pai. Não tenho certeza do que aconteceu, mas
no momento em que Godfrey parou de me ver, meu pai ficou
louco na proteção. Não posso ir a lugar algum sem uma
equipe me seguindo, e minhas permissões para sair de casa
são poucas e raras.
“O conselheiro da escola ligou novamente. Disse que

você se recusou a falar com ele na sexta-feira.” Minha antiga
escola foi muito flexível em me deixar terminar o último ano
on-line, mas meu pai está determinado a me convencer a
falar com alguém, o que significa que o conselheiro da escola
me liga sempre ou me envia e-mail me ameaçando com nota
baixa para que me faça ir em uma reunião.
Levanto um ombro em um encolher de ombros. "O

conselheiro de Orchard Field High não vai me ajudar mais
do que a Dra. Chewy."
“Taffy. O nome dela é Dra. Taffy.”

"Você tem certeza sobre a parte dela ser doutora?"

Pergunto secamente.
"Rach..."
"Pai", falo, interrompendo quando mergulho o pincel

novamente. “Estou lidando com isso, ok? Mas preciso fazer
do meu jeito.”
"E este é o seu caminho?" Responde. “Piercings,

tatuagens e cortes de cabelo? E agora pintando seu quarto
de preto?”
"A cor é chamada de Safira Intrigue, e sim."
Ele solta um suspiro frustrado. "Baby, você precisa falar

com alguém."
Suspirando, coloco o pincel no chão e o encaro

completamente. Puxo o telefone do bolso do short, abro um
aplicativo e entrego. Meu pai olha para ele na mão com uma
careta. "O que é isso?"
“Há um terapeuta nesse aplicativo que escrevo algumas

vezes. Posso ligar para ela também se eu quiser. É tudo
legítimo, ela é certificada e tudo mais, e a empresa é
respeitável.”
Ele desvia o olhar de mim para estudar o telefone

novamente, e vejo ele deslizar algumas vezes, sem dúvida
conferindo tudo. Depois de um minuto, ele devolve o telefone.
"Isso ajuda?"
Balanço a cabeça e coloco o telefone de volta no meu

bolso. "Sim. Cara-a-cara e até ligações telefônicas... Ainda
não estou lá, mas enviei mensagens de texto, posso fazer.
Achei mais fácil divulgar tudo o que aconteceu comigo, e o

Dr. Thomas é legal.”
Vejo alívio em seus olhos, mesmo que ele esteja um

pouco desconfiado. "OK. Bem, isso é bom então. Desça e
coma alguma coisa. Você fez isso o dia todo.”
"Irei em breve. Estou quase terminando.” prometo.
Ele se vira e sai, me deixando sozinha novamente, sento

na minha cama coberta de lona, olhando em volta das
paredes escuras. Não menti para o meu pai. Eu realmente
estou lidando com minha merda, como Godfrey Taylor
chamou. E mesmo que eu sinta que estou progredindo com
o Dr. Thomas, ainda estou distorcida por dentro. Ainda
preciso de tempo para conter o barulho dentro da minha
cabeça. Tenho um longo caminho a percorrer, e estou
tentando me concentrar, mas não consigo deixar de sentir
falta de Godfrey todos os dias. Tentei não pensar nele,
realmente tentei. Não é como se ele fosse bom para mim, nós
dois sabíamos disso. No entanto, apesar disso, sinto falta
dele de qualquer maneira.
Parece clichê, mas Godfrey me fez sentir presente. Ele

não me deixou afundar no passado ou se preocupar com o
futuro. Quando estávamos juntos, a energia entre a gente
era intensa. Era como se a vida exigisse ser sentida e
experimentada naquele momento. Sem ele, não tenho isso.
Meus dias são tediosos em vez de emocionantes, e luto para
não desaparecer em minha própria cabeça.
Meu telefone toca e o pego, temendo outra ligação do

conselheiro de Orchard Field High, mas fico surpresa ao ver
que é do Quarenta e Um. Ele ficou em silêncio nos últimos
dias, me prometendo que estava procurando uma pista sobre
Pick.
Quarenta e um: Alguns dos homens de JJ foram

vistos no Savannah Springs Bar. Não vá sozinha. Estou
comprometido. Vou desaparecer por alguns dias.
Porra. Meu pai não vai me deixar ir a um bar, pelo

menos não antes me fazer algumas perguntas.
Minha mente vacila e me jogo na pintura do resto do

meu quarto. Quando termino e removo toda a fita adesiva
dos rodapés, limpo os pincéis e volto meu quarto ao normal,
uma hora se passou. Quando termino, tomo um banho
rápido para me limpar, ainda não me acostumei com a
facilidade de lavar e secar meu cabelo curto. Visto um short
preto e uma camiseta folgada e desço as escadas. Meu pai
está assistindo esportes, mas quando ele me vê, dá um
tapinha no espaço ao lado dele, e vejo dois pratos com
sanduíches e batatas fritas na mesa de café. O fato de ele ter
esperado para comer comigo me faz sorrir. Ele parece estar
de bom humor. Talvez eu possa perguntar a ele agora.
Me sento ao lado dele e comemos em silêncio, no limite,

enquanto me pergunto como posso pedir para sair. Estou
terminando de comer minha batata e assistindo ao jogo dos
Hawks quando ouvimos uma batida na porta. Meu pai
levanta para atender e voltou para dentro com Beau junto.
Os olhos de Beau se iluminam ao me ver. "Apenas a

garota que queria ver."
"Ei, Beau", digo, lambendo o sal dos meus dedos.
"Vim para convidar você para sair."
Meu estômago enjoa um pouco, mas depois a esperança

flutua dentro de mim. Não saí desde a festa na casa de
Rogue, mas Beau pode ser minha passagem para o Bar
Savannah Springs. No entanto, sei que não posso parecer

muito ansiosa ou menu pai saberá que algo está
acontecendo. "Eu não sei..."
"Vamos, Rach", Beau sorri, me cutucando enquanto se

senta no braço do sofá. “Vai ser discreto. Vamos para a River
Street. Pegar algo para comer e passear. Vai ser bom sair de
casa.”
Olho para o meu pai. "Você o colocou nisso?"
Meu pai levanta as mãos em sinal de rendição. “Você

estava dizendo que queria sair de casa. Pode ir com Beau, e
alguns caras vão assistir do carro.”
Eu estrategicamente olho para o meu colo. Tem alguma

me fazendo dar uma pausa. Não tenho certeza se me sinto
confortável saindo sem... Godfrey. Algo nele me faz sentir
segura e protegida. Ele fez ser bom sair, mas sei que as
coisas entre mim e Beau foram complicadas. Ainda assim,
tenho que fazer isso. Preciso ir ver o Quarenta e Um e saber
se tenho alguma esperança de descobrir quem era Pick.
Beau deve estar sentido minha cautela, porque ele se

abaixa e pega minha mão, apertando com incentivo. "Vai ser
divertido, e podemos voltar quando quiser, ok?"
Olho entre ele e meu pai e assinto. "OK."
Beau bate palmas. "Perfeito. Tenho um capacete extra.”
Meu pai resmunga. “Sem chance, inferno, minha

filhinha não vai na traseira da sua moto. Você vai pegar o
meu carro.”
Beau e eu compartilhamos um sorriso, pois meu pai não

sabe sobre minha pequena viagem à escola de Godfrey. "Sim
senhor."
"Vou trocar de calça", informo, subindo as escadas. “Ah

... e podemos experimentar um novo restaurante? Dra. Taffy
mencionou um bar que tem bandas ao vivo. Acho que será
bom ouvir música novamente.” gosto muito de música indie,
e sei que meu pai se empolgará com a ideia de eu estar
fazendo coisas como antigamente, especialmente se isso
fosse algo que Dra. Taffy sugeriu.
"Claro", Beau responde automaticamente.
"Claro, vá se arrumar", meu pai começa. "Beau, quero

conversar sobre alguns novos protocolos de segurança que
começamos."
Balanço a cabeça e entro no meu quarto, desinteressada

em ouvir meu pai falar sobre como me proteger. A ansiedade
agita em meu peito como veneno, enchendo meus pulmões
de medo. Sei que posso fazer isso. Tenho que fazer.
Estou assumindo a liderança e seguindo meu plano.

Não mais me escondendo no barulho. Vou encontrar Pick
para que o Quarenta e Um possa enterrar o bastardo.
Capítulo Vinte e Sete
Rachel
Estou em alerta máximo no momento em que entramos

no Savannah Springs Bar. Não estava muito cheio e não tem
aquela sensação avassaladora de um clube que a maioria dos
lugares tem. Não há tantas pessoas aqui, mas ainda parece
que tem alguém de pé no meu peito. Independentemente
disso, me pego segurando o braço de Beau em preparação
para ver Pick. O fato de ele estar escondido em qualquer
lugar da multidão fez meu pânico aumentar, mas empurro
de volta. Posso fazer isso, porra.
Sei que não posso superar meu medo de multidões, meu

vício e Pick tão cedo, mas odeio ter me tornado viciada em
algo muito mais perigoso — Godfrey Taylor. Enquanto
atravessamos a multidão, minha mente continua voltando
para ele e como ele me levou através do bar de Salvador —
como sua respiração sempre fazia cócegas na minha pele
quando ele falava no meu ouvido.
Porra, porque todas as coisas malditas me faz pensar

nele?
“Você tem certeza que a Dra. Taffy sugeriu esse lugar?”

Beau pergunta enquanto olha em volta. Ele está observando,
procurando ameaças. Tenho certeza que é porque meu pai
disse a ele para ter um cuidado extra.
"Sim, por quê?", pergunto.
"A multidão aqui pode ser... turbulenta", ele responde

enigmaticamente antes de olhar em volta mais uma vez.
Por um momento fugaz, imagino como ele sabe disso.

Mas, considerando o legado do clube de motociclistas de seu
pai e seu envolvimento com meu pai, presumo que Beau
conheça todos os lugares turbulentos. Ele não deve ter visto
nenhuma ameaça iminente, porque coloca a mão na parte
inferior das costas e me guia para uma cabine no canto que
me dá uma visão perfeita da sala. Quando nos sentamos, ele
senta ao meu lado, colocando sua coxa contra a minha antes
de jogar um braço por cima do meu ombro. Beau e eu não
conversamos sobre nossa amizade. É como se ele quisesse
esquecer que já mandei ele ir merda e, naquele momento,
não me importo que ele esteja forçando limites. Faz tanto
tempo desde que fui tocada por outra pessoa que me vejo
desejando isso. É uma contradição estranha, almejo contato
humano, mas afasto da mesma forma.
Nada parece certo.
Um homem de barba áspera toca violão no palco

enquanto uma garçonete nos traz os menus. Examino o
cardápio enquanto Beau pede as bebidas. Ele pediu meu
favorito, com uma gota de limão. Beau tem 21 anos, mas com
certeza é um lugar que ele frequenta porque a garçonete não
pediu nossos documentos. “Não conte ao seu pai. Acho que
você pode tomar uma bebida para aliviar a ansiedade.”,
responde com um sorriso tímido depois que a garçonete saiu.
É isso que me faz gostar da minha vantagem. Me agarro

a ele como se fosse uma porra de uma tábua de salvação.
Quando a garçonete volta com nossas bebidas, tomo um

gole e sorriu para ele, tentando convencer meu corpo a
pensar que isso parece certo. Pode ser bom se apaixonar por
Beau. Posso fingir que a paixão entre nós. Ele cuida de mim.
Me ajuda. Meu pai já gosta e confia nele. Seria fácil. Talvez
fácil fosse o que precise.
Pedimos nossa comida e ficamos lá conversando um

pouco, enquanto olho para a porta, procurando por rostos
conhecidos da multidão Macon. Estou preocupada com o
Quarenta e Um, mas sei que não a muito que eu pudesse
fazer. Quanto mais rápido encontre o Pick, melhor.
“A propósito, gosto do seu novo visual. Sei que seu pai

cagou um tijolo quando você chegou em casa esfarrapada,
mas está meio quente.” As palavras de Beau me tiram do
meu intenso concurso de encarar, e olho para minha
tatuagem cicatrizada e passo o dedo pelas delicadas linhas.
"Gosto disso também. Parece mais... comigo.” respondo.
Uma mecha de cabelo cai no meu rosto, e Beau usa a

mão que não está descansando em meus ombros para tirar
dos meus olhos. "Isso é legal, hein?" Pergunta enquanto
massageia meu ombro.
"Isso parece muito com um encontro", respondo

enquanto sorrio. Não estou alheia aos seus movimentos. Sei
o que é esta noite. Beau nunca escondeu suas intenções de
mim, e ele é muito paciente. Darei isso a ele.
“Isso é uma coisa ruim?” pergunta, e por um momento,

não sei como responder. Não parece necessariamente ruim,
mas também não é certo. É como aquele lugar escuro entre

amizade e mais.
"Talvez?" finalmente decido.
"Posso ser paciente, Rachel", diz com um sorriso, antes

de se inclinar para sussurrar no meu ouvido. Beau cheira
como o uísque que ele está bebendo, e estremeço com a
forma que seus lábios pressionam contra a minha pele. Mais
uma vez, não sei dizer se gosto ou não. "Você definitivamente
vale a pena esperar."
Suas palavras enviam uma onda de choque através de

mim. Quero testar isso e ver até onde meu cérebro me deixa
levar as coisas com Beau. Me convenço naquele momento
que não vou usar ele para testar os limites da capacidade do
meu corpo de deixar ir. Além disso, como realmente saberei
se a algo entre nós, se pelo menos não tentar?
Me viro para encarar ele, roçando meu nariz no dele.

Olho nos olhos dele, mas eles estão tão cheios de fome que
faz recuar. Um pouco mais, Rachel. Beije. Olho para a boca
dele e, por algum motivo, vejo uma arma. Beau lambe o lábio
inferior, confundindo a direção do meu olhar com intenção.
E no momento em que meus olhos voltam aos dele, ele ataca.
Nosso beijo não é nada parecido com o primeiro que

compartilhamos na frente de Godfrey e meu pai. Ele devora.
Ele reivindica. Assume e acaricia sua língua contra a minha
em um suspiro. Sua mão vai para minha coxa, e o rosnado
baixo em seu peito faz todos os nervos acederem em meu
corpo e inflamar.
Mas não está... certo. Porque Beau não é ele.

Não quero mais, e esse calor dentro de mim não é por

desejo. É de pavor. Algumas pessoas já me falaram que o
medo é tão frio quanto o gelo quando se arrasta atrás dele.
Mas, para mim, o pavor é como um fogo no estômago. Choca
meu sistema e me faz suar. Sinto as gotas se acumulando na
curva do meu pescoço e na parte superior da minha testa.
Riachos de trepidação escorrem pela minha pele, e tenho a
minha resposta.
Cuidadosamente, empurro minha mão contra seu peito.

Ele agarra a minha boca por mais alguns segundos antes de
finalmente ceder e se afastar. Beau levanta a mão para roçar
no meu lábio, e o sinto manchar a saliva ao redor que havia
se acumulado lá. "Estava querendo fazer isso há muito
tempo."
Desviando, pego minha bebida para tirar o gosto, grata

quando a garçonete volta e deixa a comida, uma distração
bem-vinda. Pedi um pouco de macarrão e Beau pediu um
bife. Enquanto ele corta seu pedaço de carne, completamente
alheio à minha reação a ele, pergunta: "Por que uma coroa?"
Olho para o meu antebraço, onde os espinhos envolvem

a coroa em questão. Foram necessárias duas longas sessões
para acertar todos os detalhes. No entanto gostei de sentir a
dor. Estava no controle dessa dor e, com ela, sai com marcas
de minha própria escolha.
"Meu pai contou como fui levada?", pergunto, girando o

macarrão no garfo.
Beau se mexe desconfortavelmente no banco, sem

dúvida não gostando de onde a conversa está indo, mas ei,
ele perguntou. "Sim. Um pouco."
“Estávamos em seu armazém na rota 80. Ninguém mais

estava lá. Os caras do meu pai tinham acabado de pegar o
último dinheiro para trazer para a Flórida. Meu pai e eu
ficamos para trás. Ele estava me ensinando a jogar xadrez.”
explico.
"Rach, você não precisa falar sobre isso."
Rio sem humor e empurro o macarrão na boca. “Porque

todo mundo me dá conselhos ao contrário do que estou
fazendo? Fale com alguém, Rachel. Não fale sobre isso,
Rachel. Cuide da sua merda, Rachel. Mantenha as coisas
juntas, Rachel.” cuspo. "Vocês precisam entrar na mesma
página."
"Baby..."
Corto ele. “Estávamos jogando xadrez. Eu tinha

acabado de mudar para derrubar o rei do meu pai quando
JJ invadiu. Ele bateu na merda do meu pai e depois gravou
suas iniciais na pele dele. Então Johnny Jack me levou, e a
última coisa que me lembro de ver foram as peças de xadrez
no chão com o sangue do meu pai manchado nelas.” falo,
minha voz vazia. "Ele me marcou logo depois disso",
contínuo, sentindo o macarrão como pedras na boca do
estômago. “Ele pegou uma marca de pôquer que ele fez
especialmente para mim e bateu na minha pele tão rápido
que eu nem senti imediatamente. E quando eu comecei a
sentir isso, era tão quente que sentia frio. Todo mundo lá
dentro podia sentir o cheiro da minha carne queimando.
Gritei tanto que minha garganta ficou rouca e não consegui
falar por três dias.”
Encontro o olhar de Beau e vejo que ele tem um flash de

culpa beijando seu rosto endurecido. Isso me faz questionar
o que ele está pensando, mas antes que ele possa abrir a
boca e oferecer as condolências sem graça que não me faz

sentir melhor, uma risada familiar corre pela sala
movimentada e chega aos meus ouvidos. Minha cabeça vira
por vontade própria. Eu não controlo a maneira como meus
olhos são imediatamente atraídos por ele. Ou, devo dizer, a
eles. Beau fica rígido ao meu lado enquanto olha a fonte da
comoção.
Godfrey Taylor, Stephanie Palmisano e Scarlett

Livingston entram e se sentam à mesa com um homem de
meia-idade que ouvi Scarlett chamar de pai.
A maneira como Godfrey olha para Scarlett faz minha

boca secar. Ela está linda. Sua pele não está manchada pelos
pontos marcados pelo trauma. O sorriso dela é brilhante e
envolvente. Ela usa uma saia curta que mostra as pernas em
forma. Scarlett parece feliz e confiante. Ela é tudo o que não
sou, e aparentemente tudo o que Godfrey quer, mesmo
quando Stephanie está pendurada no braço dele.
Ele olha para ela com aquele sorriso encantador

enquanto pedem bebidas para uma garçonete. Godfrey passa
o braço pelas costas da cadeira de Scarlett enquanto fala,
seu comportamento de alguma forma misturando
intensidade com indiferença enquanto fala com o pai de
Scarlett. O que quer que ele esteja dizendo, o Sr. Livingston
franze a testa e balança a cabeça. Rompendo a tensão,
Stephanie toca o braço do Sr. Livingston, chamando sua
atenção para ela. Eles falam alguma coisa, e então ela ri,
inclinando a cabeça para trás e deixando o som gutural
escapar. A expressão do Sr. Livingston muda quando seus
olhos percorrem o corpo dela. Godfrey e Scarlett trocam um
olhar, e então ele se inclina e deu um beijo na têmpora de
Scarlett que fez meu estômago apertar. Eu sei. Ele a ama.
Percebendo minha inquietação, Beau aperta meu

ombro. "Você quer ir embora?"
Sei que devo ficar um pouco mais e ver se consigo

identificar alguém da Macon Mob, mas não dá. Terei que
voltar outra hora ou esperar por outra pista. Além disso, não
parece que alguém que eu reconheça já esteja aqui. Não
posso ficar aqui e encarar Godfrey com outra pessoa.
Me pergunto como seria capturar completamente sua

atenção. No pouco tempo que conheci Godfrey, ele estava tão
consumido pela sala, tão completamente tomado por estar
dois passos à frente de todos os outros, que ganhar sua
atenção era sempre um privilégio.
Gostaria de ser forte o suficiente para dizer a Beau que

poderia lidar com isso. Queria ser a garota forte o suficiente
para não deixar um garoto me torcer por dentro. Mas se tem
uma coisa que sei é sobre dor, um coração partido dói muito
mais do que um corpo quebrado.
"Sim, podemos ir?", pergunto.
Assentindo, Beau sinaliza para a garçonete e paga a

conta. Nós dois nos levantamos para sair, mas demoro a
segurar a mão dele. Quando finalmente faço, ele me ajuda a
levantar e me puxa pra perto. “Esqueça aquele maldito idiota
rico. Pessoas como ele não fica no nosso mundo. Mergulham
os dedos na lagoa e depois saem quando a água começa a
subir. Ele é um idiota pretensioso.”
“Você nem o conhece. Isso não faz você pretensioso por

chamar ele assim?” pergunto.
A boca de Beau se aperta, mas então ele respira fundo

e passa as mãos pelos meus braços. "Desculpa. Só fico tenso
quando se trata desse cara.”
Conheço o sentimento. "Está bem."
"Você está realmente bonita esta noite, você sabe."
Antes que possa responder, os lábios de Beau estão nos

meus novamente. Meus olhos ficam abertos, e observo como
seus cílios escuros se fecham enquanto ele move sua boca
sobre a minha. Mas não o afasto desta vez e, depois de mais
um ou dois segundos, finalmente fecho os olhos. Godfrey
está aqui com ela, e estou aqui com Beau. Tínhamos jogado
nossa partida e é aí que as fichas caem.
Bato de volta o medo quente que quer me consumir

novamente, mas mesmo sem isso, não consigo forçar
sentimentos por Beau que não estão lá. Talvez isso fosse
diferente antes de Godfrey e Pick. Mas minha paixão de longa
data por Beau havia murchado, e tudo que sinto é um
carinho leve. Mas caramba, a maneira como Godfrey olhava
para Scarlett como se ela fosse preciosa para ele, isso doeu.
A maneira como ele a observou me fez desejar que ele
estivesse me observando. Foi por isso que abri minha boca e
deixei minha língua encorajar a de Beau. Se não posso ter o
desejo de Godfrey, talvez possa pelo menos ter o ciúmes dele.
Beau passa os braços em volta de mim para levar o beijo

ainda mais fundo. Nossos corpos se chocam um contra o
outro. Não estamos sincronizados. Tenho certeza de que
parece duas pessoas se usando, e é exatamente isso que
estamos fazendo. Sua mão sobe pela minha camisa e sinto
seus dedos frios roçarem a ponta do meu sutiã. Isso está
indo longe demais. Certamente Godfrey saberá agora que
isso é tudo para mostrar.
Descanso minha mão no cós da calça, e me afasto de

Beau com um leve empurrão quando ele se inclina para
descansar sua testa contra a minha. "Sei que isso é apenas
para deixar ele com ciúmes, mas vou pegar o que puder", ele
ri em um sussurro sombrio.
Abro os olhos, minhas bochechas manchadas de

vergonha. Olho para Godfrey e descubro que ele não tinha
notado nada. Então, em vez de justificar, tudo o que sinto
quando Beau me leva para fora do restaurante é náusea. Vim
aqui, o beijei, e tudo não serviu pra nada. Não estou mais
perto de descobrir informações sobre Pick, e Godfrey ainda
não me quer.
Capítulo Vinte e Oito
Godfrey
Eu a quero.
Mas ele a beijou. E ela gostou disso.
Não bastava ela ter ido ao shopping com um idiota

esquisito chamado Quarenta e Um, o qual Bonham não
conseguiu encontrar sujeira alguma. Agora ela está de volta
com Beau. Não vou mentir, é bom saber que são necessárias
várias pessoas para preencher o vazio que deixei, mas foda-
se se não quero ser o único a preencher todas as
necessidades que ela tem.
Não esperava ver Rachel quando fomos a Savannah

Springs, um pub local no centro da cidade. Estou surpreso
ao ver ela aqui, considerando que é um ponto de encontro
para os homens de Johnny Jack. Quando Scarlett teve a
ideia de ver se podíamos sujar o pai dela, já que ele é um dos
sócios do meu pai no escritório de advocacia, fiquei um
pouco apreensivo. Mas em tempos de desespero exigem
medidas desesperadas - e um pouco de manobras difíceis
com Rogue. Aquele cara está tão envolvido em proteger Scar
que ele queimaria Savannah apenas para manter ela segura,

mas sei que o Sr. Livingston não é uma ameaça.
Também convidei Stephanie. Principalmente porque sei

que o Sr. Livingston tinha o hábito de olhar ansiosamente
para coisas muito jovens, mas também para foder com o juiz
Palmisano. Levei uma câmera pronta quando peguei
Stephanie na casa dela. O juiz Palmisano atendeu a porta e
cagou um tijolo. Não contei a Stephanie sobre o acordo que
tínhamos, mas gosto dele pensando que a ameaça está lá.
Ele não pode proibir ela de me ver sem que ela faça
perguntas. Ela é apenas mais uma peça de xadrez, e ele
percebeu minha ameaça silenciosa. Envolvi a filha dele,
então se ele pensasse em me enganar, ele a estaria colocando
em perigo também.
"Você parece diferente, Scarlett", Livingston diz

enquanto olha a saia curta com desdém. Não é segredo que
seus pais são esnobes completos, empurrando brigas
pretensiosas pela garganta da minha melhor amiga com a
esperança de preservar o nome da família.
"Você parece meio bêbado, meu pai", ela responde.
Essa é uma das coisas que mais gosto em Rogue e Scar,

ele despertou a luta nela, e é bom finalmente ver ela se
defender. As pessoas sempre pensam que ela é fraca por
aguentar nossa merda, mas a verdade é que ela é uma das
pessoas mais fortes que conheço. Scarlett Livingston é leal e
determinada. E hoje à noite? Ela suportará o pai se isso me
deixar mais perto de derrubar meu próprio pai.
O Sr. Livingston ignora a filha e olha para Stephanie,

olhando com julgamento. Mesmo que não goste da garota,
quero dar um soco na mandíbula por ser um filho da puta
tão previsível e doente que não se importa em ficar com uma
garota da idade da filha. Stephanie concordou em fazer o

trabalho de agir como distração e colírio para suavizar o Sr.
Livingston, porque ela quer que eu fale bem com Bonham. E
porque ela gosta de ser vista no meu braço. Havia poder em
ser visto com um herdeiro, e Stephanie sabe disso.
Mas as coisas não estão acontecendo conforme o

planejado.
"O que você quer? Sua mãe pensa que estou em Dallas
no fim de semana e tenho planos para os quais gostaria de
voltar”, ele diz enquanto passo meu braço em torno de
Scarlett, me sentindo protetor da minha melhor amiga, mas
também para esconder como estou me sentindo ao ver
Rachel novamente. No momento em que vejo aquele idiota
com o braço em volta de Rachel, quero usar Scarlett como
um escudo, talvez machucar Rachel mais do que ela está me
machucando.
Ela parece diferente. Seu nariz está perfurado e, se não

me engano, vi uma tatuagem em seu braço que parece
estranhamente uma coroa. Quero para ela e perguntar por
que ela escolheu esse desenho. Isso me lembra dos
herdeiros, e o orgulho floresce dentro de mim com apenas o
pensamento dela se marcando com uma lembrança minha
para sempre. Quero beijar ela com tanta força que meu pau
dói só de pensar nisso.
Mas ela está com ele.
“Você sabe o que Gerald Taylor está fazendo, meu pai.

Ele ficou louco. Começou a ameaçar meus amigos e eu”,
Scarlett responde, seu corpo voltado para ele. Ela não quer
acreditar que seu pai está envolvido com meu pai.
"Eu não sei do que você está falando", Livingston

responde, seu pescoço ficando um tom profundo de
vermelho. O fato de ele estar bebendo nos deixa em
vantagem. Suas respostas são mais óbvias.
Sem mover minha cabeça, deixo meus olhos passarem

para Rachel novamente. O idiota sentado ao lado dela sabe
que continuo olhando furtivamente para ela, então é claro
que ele coloca sua reivindicação bem ali na minha frente,
puxando ela de pé e empurrando a língua na garganta como
o idiota que ele é. Ele não poderia ter esclarecido mais seu
argumento mesmo se levantasse uma perna e a mijasse nela.
Com tudo isso, porém, não é Beau que me incomoda mais.
É à reação dela a ele.
Rachel Nomar o beijou de volta. Ela enfeitou sua boca

imerecida com sua língua doce. Ela geme contra os lábios
dele e treme quando os dedos dele tocam suas costas. Espero
ela se virar ou encontrar um gatilho no final do beijo dele,
mas ela não faz. Ela gostou de beijar Beau Boedecker, e isso
me destroçou por algum motivo.
“Não minta, pai. Precisamos da sua ajuda. Você

honestamente não vai deixar o Sr. Taylor me ameaçar assim,
não é?” Scarlett relata para o pai enquanto Stephanie cruza
as pernas e se inclina na cadeira, ganhando a atenção do Sr.
Livingston. Ela está vestida para matar esta noite. Usa uma
saia que faz suas pernas parecerem boas. Todos os homens
nesta sala se perguntam como é o gosto dela. A escolhi
porque ela é uma boa distração, mas gostaria que fosse a
Rachel comigo.
“Então, e se Taylor não for um criminoso? Ele é bom

para os negócios. A empresa nunca esteve melhor”,
Livingston diz, batendo palmas enquanto procura uma

jovialidade forçada.
Quando Stephanie se move para recruzar as pernas

para que elas estejam apontadas para ele, ele lambe os lábios
e olha mais fixamente para a barra da saia. Que tipo de filho
da puta doente olha para uma garota da idade de sua filha
com a própria sentada ali? Sinto Scarlett enrijecer ao meu
lado, e sei que ela sente uma mistura de vergonha e raiva.
Tenho vontade de agarrar a mão dela e oferecer segurança.
Isso é difícil para ela, então deslizo meus dedos sobre a mesa
e agarro a mão dela com um aperto suave.
"Ele não vai realmente machucar você, Scarlett, mas

vocês devem se alinhar, como todos nós", Livingston fala,
com um tom condescendente.
"Você está falando sério?" Scarlett pergunta

furiosamente.
“Sou seu parceiro de direito. Por que eu faria alguma

coisa?”
"Porque se não o fizer, terei meus pais arruinando sua

empresa com um único telefonema", uma voz sombria diz
antes que a cadeira ao lado de Scarlett seja puxada e Rogue
se senta.
Merda.
Ele vai chutar minha bunda por trazer sua garota aqui
e tocar nela. Com todo o meu foco em Rachel, esqueci a parte
do meu plano que assegurava que Rogue não interferisse e
entrasse com seu modo de homem das cavernas de Scarlett
sendo o imbecil superprotetor que ele é. Rogue está de olho
em Rachel hoje à noite. Infelizmente para mim, Rachel veio

aqui, e Rogue descobriu de qualquer maneira.
"Kelly", o Sr. Livingston o cumprimenta com uma careta

enquanto olha como Rogue colocou o braço sobre os ombros
de Scarlett.
Olhei e, com certeza, Rachel já tinha ido embora. Merda,

se Rogue está aqui, quem está de olho nela? Precisamos
encerrar esta pequena reunião rapidamente.
"Não respondo bem à ameaças", o pai de Scarlett diz.
“Isso faz dois de nós, Livingston. E definitivamente não

gosto que Gerald Taylor esteja ameaçando Scarlett ou o resto
de nós, incluindo seu próprio filho. Eu não gosto muito disso,
na verdade, acho que realmente terei que chamar o meu pai.
Ele não vai ficar muito feliz, vai?”
O Sr. Livingston parece que quer vomitar, seu rosto fica

com um tom de verde brilhante diante da ameaça real que
Rogue oferece. Entendo isso. O pai de Rogue, o indescritível
Sr. Kelly, é assustador pra caralho.
Livingston leva um momento para responder, mas vejo

o momento exato em que o pai de Scar cede. "O que você
precisa?"
"Evidências."
O Sr. Livingston zomba no momento em que Stephanie

levanta para pedir outra bebida, provavelmente entediada
porque ela não é mais o centro das atenções. Ela não quer
saber dos escândalos de Savannah, só quer deixar os
homens de joelhos. “Você sabe que eu não posso fazer isso.
Taylor mantém suas coisas trancadas.”
“Bem, então terminamos aqui. Vamos, baby...” Rogue

diz para Scar enquanto a puxa para seus pés e a abraça,
deixando a mão descansar em sua bunda. Ele parece pronto
para transar com ela ali no meio do maldito bar apenas para
provar a si mesmo que ela está segura. "Tenho um
telefonema para fazer."
“Espere!” o Sr. Livingston diz desesperado, os braços

levantando. “Seu pai e eu temos um bom relacionamento.
Não vamos estragar tudo.”
Sim, ele não querer isso porque o pai de Rogue Kelly

está em negociações de armas, entre outras coisas. O pai de
Scarlett pega um pedaço daquela torta muito lucrativa e não
quer ser tirada dele.
Rogue olha para ele indiferente. “Então sugiro que você

encontre uma maneira de descobrir. Se você acha que Gerald
Taylor desabar é ruim para os negócios, espere até eu
finalizar com você. Terminamos aqui.” Rogue se vira e puxa
Scarlett para longe, me enviando um olhar que diz que ele
quer falar comigo mais tarde, com os punhos na minha cara.
Me levanto da cadeira e dou um sorriso para o Sr.

Livingston, que agora está estressado. Pego minha carteira e
começo a contar as notas antes de jogar sobre a mesa.
"Preciso de provas concretas, Livingston, e preciso agora."
Sem outra palavra, pego Stephanie no bar e a conduzi

para fora. Espero que a ameaça de Rogue seja suficiente para
convencer o Sr. Livingston a conseguir o que preciso. Seus
pais são os mais poderosos em Savannah, provavelmente até
mais que o Macon Mob, mas meu pai está me cortando a
cada esquina. Se não está tentando descobrir alguma coisa,
está tendo que me vigiar. A qualquer momento, Eddie pode
se cansar de me esperar e me levar para sair e depois ir atrás
de Rachel. Sei que eles estão me observando. Me fazendo

sentir a pressão do relógio, mantendo os olhos em mim. Um
carro preto havia sido visto duas vezes fora da mansão de
Rogue.
Essa reunião com o Sr. Livingston é a última pista que

tenho, graças a Scar, e agora Rogue, sem dúvida, está
chateado comigo por ter colocado ela em perigo enquanto ele
estava cuidando da minha garota. Me sentiria culpado se não
achasse que ele está sendo absolutamente ridículo.
Quando entro no beco com Stephanie ao meu lado, vejo

cabelos loiros e um sorriso cansado. Mas quando estou
balançando a cabeça para olhar para a rua, um punho duro
me acerta, pegando no rosto, e caio contra o prédio com um
forte golpe na cabeça.
"Maldito imbecil!" Rogue diz antes de massagear o

punho e voltar para outro golpe. Nós somos leais com apenas
uma exceção, Rogue me prometeu há muito tempo que se eu
tocasse ou ameaçasse sua namorada novamente, sangue
seria derramado.
“Rogue pare! Essa foi minha ideia!” Scarlett grita

quando outro golpe atinge meu intestino, me fazendo cair no
chão. Eu mereço, e sabia que isso ia acontecer quando ele
descobrisse. Mas os golpes Rogue não doem como os golpes
do meu pai. Ele acertou com um propósito, e sei que está
matando ele me machucar.
“Estou vigiando sua garota e você coloca a minha em

risco?” Rogue exige. “Se alguém o visse lá com o Sr.
Livingston, a Máfia Macon estaria à nossa porta com armas
e uma promessa dentro de uma hora. O que diabos você
estava pensando, encontrar ele aqui de todos os lugares?”
Ele estende a mão para me ajudar, e me pergunto

brevemente se ele está me colocando de pé só para me
mandar de volta ao concreto.
“Foi onde meu pai quis nos encontrar. Não podíamos

mudar de local porque ele ficaria desconfiado...” Scarlett
explica enquanto limpo o sangue do meu lábio.
“Era um bar de merda”, Stephanie começa. "Não foi

possível que o barman me desse um chardonnay."
Sua voz estridente me faz querer vomitar. "Pelo amor de

Deus, você já pensou em alguém além de você?", pergunto.
"Isso é muito hipócrita vindo de você", Rogue

interrompe.
"Chega!" Scarlett gritou enquanto olha para todos nós.

Ela solta um suspiro antes de colocar uma mecha de cabelo
atrás da orelha. “Nós não incluímos você porque você tem
sido um pouco sufocante ultimamente. Sei que você está
preocupado comigo, Rogue, mas Godfrey também é meu
amigo. Quero ajudar. Essa foi minha ideia. Meu plano Você
quer brigar com alguém, é melhor você olhar para mim,
baby, porque foi eu quem coordenou esse pequeno passeio.
Por que você acha que eu sugeri que você desse a Luis a noite
de folga e seguisse a Rachel?”
"Merda! Rachel...” gemo enquanto olho para a calçada.

Ainda me irrita que Rocco não tenha saído da cidade como
eu tinha dito, ou feito qualquer movimento contra a gangue.
“Você viu para onde ela foi? Precisamos seguir.” Estou
prestes a começar a gritar o nome dela enquanto caminho
pelas ruas de Savannah, mas sou interrompido quando
Rogue agarra meu braço.
“Luis está seguindo ela. Liguei para ele no momento em

que te vi. Ele vai ficar de olho enquanto volta para a casa
dela.”
Exalo aliviado, de repente me sentindo ainda mais

zangado por arriscar Scar enquanto ele estava se certificando
de que Rachel estivesse segura.
Scarlett agarra a mão de Rogue, e um lampejo da

inevitável luta e foda que eles fariam passa pela minha
mente. Olho pra eles sorrindo. Sim. Scarlett planejou tudo
muito bem, sabendo que mais tarde colheria os benefícios de
sua desobediência.
"Você acha que ele vai nos ajudar?", pergunto.
Rogue olha para a porta do bar antes de me responder.

“Acho que sim, mas devemos ter um segurança, apenas para
cobrir nossas bundas. Depois me fala o que você acha, estou
levando Scarlett para casa.” Rogue não espera pela minha
resposta, ele simplesmente pega Scar e a abraça por cima do
ombro no caminho para o carro, sem nos lançar um segundo
olhar. Se tivesse que fazer uma aposta, apostaria meu
dinheiro que eles não vão conseguir esperar até chegar em
casa pra transar.
Fico lá, pensando por um momento, quando uma ideia

me vêm. Agarrando seu braço, começo a andar enquanto
explico meu plano.
"Stephanie, quero que você procure no escritório do meu

pai."
“Você quer que eu faça o que?” Chegamos ao meu carro,

e ela bufa quando não abro a porta para ela.
A voz de Stephanie está irritando meus nervos. Me

lembro de uma época no primeiro ano em que realmente
queria falar com ela, mas isso terminou mais rápido do que
eu me masturbando no chuveiro aos doze anos.
Não me incomodo em olhar para ela quando ela entra

no banco do passageiro. "Seu QI é realmente tão baixo que
você não entende as palavras que saem da minha boca?"
"Foda-se, Godfrey", ela diz enquanto ajustava o cinto de

segurança sobre o peito. Belos peitos, eu daria isso a ela.
Mas já tive minha quantidade de tempo gasto neles. Ainda
penso em como pareciam esmagados contra o corpo de
Scarlett quando fomos à casa dela para pegar as evidências
que havíamos guardado lá. Eu era um babaca naquela
época, mas mesmo que ela use uma camisa com bastante
decote, isso não me faz sentir nada hoje. Estou muito mais
interessado em verificar o corpo de Rachel, mesmo que ela
esteja usando aquela camiseta folgada. Segurado seus peitos
em minhas mãos, e eles ficariam fodidamente perfeitos. E
agora, Beau Goddamn Boedecker provavelmente está
tocando neles. Minha mão aperta o volante quando
interrompo o tráfego, ignorando as buzinas.
“Então você só quer que eu entre no escritório de seu

pai e o quê? Passe pelo armário dele?” Stephanie pergunta.
Reviro os olhos. "Eu disse isso? Não. Quero que você o

contrate. Sei sobre o seu DUI4...” respondo, olhando para ela.
Suas bochechas ficam vermelhas e ela olha zangada e
envergonhada pela janela. "Fale com ele. Namore um pouco.
Se finja de boba. Você é boa nisso.”
4 Abreviação para dirigir sob influência ( dirigir enquanto é afetado por mais do que a quantidade legal de álcool).
"Você é um idiota."
Sorrio. “Se ele sair da sala ou se distrair, então você se

move. Tire fotos de tudo no seu telefone, não me importo com
o quão inconsequente seja. Preciso incriminar a sujeira no
bastardo, ou todo esse plano vai cagar, e a gangue vai atrás
de nós. Talvez até você, já que está envolvida agora...”
admito. Scarlett provavelmente me mandaria para o inferno
por usar Stephanie novamente, mas são tempos
desesperados e tudo mais.
"Por que você não vai procurar ele, então?", ela retruca.
Já fui. Tantas vezes de merda. Mas nunca consegui ter

acesso ao escritório de trabalho dele, a menos que ele
estivesse atrás de sua mesa me repreendendo ou latindo
ordens. Não posso pedir a nenhum dos caras que tente isso,
ou Scarlett, mas Stephanie? Ela é a filha do juiz e uma jovem
gostosa de dezoito anos. Tenho a sensação de que meu pai
vai encaixar ela em sua agenda.
"Você está pronta para isso ou não?" Pergunto. Sei que

se a desafiar, ela se levantará para enfrentar meu pai. Ela é
como Rachel nesse sentido.
"Você vai me conectar com Bonham?" Pergunta, e não

consigo parar de revirar os olhos. Sempre voltava para
Bonham.
“Não sou um maldito casamenteiro. Convido você

quando Bonham estiver lá, e você pode conversar com ele.”
Estou desesperado pra caralho se estou pedindo a

Stephanie Palmisano para me ajudar assim, mas ela está
igualmente desesperada para conquistar Bonham. Ela
estava há anos. Stephanie continuou pulando de herdeiro
para herdeiro, tentando chamar sua atenção. Pena que

Bonham não funciona assim. Não espero que ela realmente
encontre algo com meu pai, mas, no mínimo, é um
movimento inesperado no tabuleiro do jogo. Mesmo que ela
seja apanhada, isso vai encorajar Palmisano a não desistir
de nosso acordo, e talvez até proporcione mais um incentivo
para que consiga o mandado de prisão de que preciso. Ele
não vai gostar do meu pai mexendo com Steph. Quero que
meu pai, o Sr. Livingston, e o juiz Palmisano estejam tão
nervosos que eles não possam dar um passo de merda sem
cair.
Capítulo Vinte e Nove
Rachel
Quando Beau me deixa, já parei de sentir pena de mim

mesma. Foda-se Godfrey Taylor. Já deixei os homens
reivindicarem minha felicidade uma vez, então o que diabos
estou fazendo dando tanto poder a um homem de novo?
Especialmente quando, na realidade, ele só teve alguns dias
escassos do meu tempo? Mais uma vez, deixei que ele
desviasse meu foco da minha vingança, e isso está me
irritando.
"Pai!" Chamo enquanto ando pela casa, acendendo as

luzes e chutando pilhas de roupa no chão. Estou de bom
humor e quero fazer algo sobre todas as emoções de merda
que continuam me controlando.
"Pai!" Grito novamente com mais insistência.
Ele não mencionou que estaria fora hoje à noite, então

sei que ele está por aqui em algum lugar. Provavelmente
lendo um romance do Velho Oeste ou se jogando no xadrez.
Meu pai precisa sair mais.
Ouço um farfalhar em seu quarto e ando pelo corredor

escuro, meus passos clicando contra o chão de madeira
enquanto meus olhos captam uma foto antiga da mãe
pendurada na parede. Estou me sentindo ansiosa, aquele
familiar borbulhar da necessidade de agir pelas forças nos
meus nervos e me pintando cru.
"Pai?" A mais farfalhar, e em vez de bater, entro sem

pensar.
E caramba. Eu realmente gostaria de ter batido

loucamente.
Ali, na cama enorme de meu pai, não há outra senão a

Dra. Taffy. Suas pernas estão no ar quando meu pai empurra
com seu pelos dignos dos anos setenta.
"Oh meu Deus!!" Grito antes de pôr a mão sobre os

olhos, mas é tarde demais. O estrago está feito.
Já tinha visto o jeito que ela mordeu os lábios rosa

pálido e gemeu. Serei assombrada para sempre pelo rosto
suado do meu pai de cinquenta anos de idade, enquanto ele
mexe com concentração.
"Rachel!" Meu pai gritou. "Saia!"
Oh, Deus, ficarei doente. O desgosto me atinge como um

soco no estômago. Ninguém jamais deveria ser submetido a
esse tipo de tortura. "Coloque uma sinalização na porta!",
grito de volta.
Fujo do quarto como se estivesse pegando fogo, bato a

porta atrás de mim. Corro para a cozinha e pego a primeira
garrafa de álcool que encontro. Se pudesse derramar em
meus olhos, eu teria. Talvez eu possa esfregar meu cérebro

cru com uísque.
Depois de tomar um gole de vodka, corro para a sala e

ligo a TV, aumentando o volume o mais alto possível. Tenho
que abafar o barulho do meu pai fazendo sexo com a Dra.
Taffy ou meus ouvidos vão começar a sangrar. A ironia do
programa sintonizado na TV com uma antiga reprise de
Family Feud não passa despercebida.
Quando a Dra. Taffy vem correndo pelo corredor, ela

congela quando me vê do seu lugar na porta. Sua boca
começa a se mover, mas, felizmente, a TV abafa sua voz.
"Não posso ouvir você!" murmuro, apontando para os

meus ouvidos enquanto pego a garrafa novamente, dando
um longo gole no líquido claro e ardente.
"Nomeie um trabalho sujo que alguém tem que fazer!",

O apresentador anuncia o jogo para a plateia que ri.
A Dra. Taffy franzi os lábios - que estão manchados — e

tenta fazer aquela coisa de levantar o queixo para parecer
que ela é uma adulta com suas coisas em ordem. Pena que
ela está sem sutiã, então posso ver um de seus mamilos
saindo entre sua blusa, onde os botões não estão alinhados.
Não tinha certeza do que é mais ofensivo, seu mamilo
vermelho e levemente duros ou o fato de sua blusa de estilo
turístico ter boias vermelhas flutuando na água do oceano.
A Dra. Taffy gira nos calcanhares, sua meia-calça

habitual notavelmente desaparecida, e sai correndo de casa,
batendo a porta atrás dela. Meu pai é o próximo a aparecer,
e ele dá uma olhada na garrafa na minha mão e a pega da
minha mão.
"Abaixe essa merda!" Ele grita comigo.
"Desculpe, não posso!", grito de volta enquanto aponto

para a minha têmpora. "Eu ainda posso ouvir o som da sua
pele batendo contra a pele dela!"
“Próxima pergunta: cite algo que um médico possa

retirar de você!”, pergunta o apresentador de TV. A família
responde ridiculamente rápido a essa pergunta.
Com uma careta, meu pai tira o controle remoto de mim

e desligou a TV. Perco o resto de suas respostas, caramba.
Agora tudo o que espero é uma conversa desagradável e
horrível com meu pai? Não, obrigada.
"Rach-"
Levanto minhas mãos vazias para afastar ele. “Ah! Uh

uh” falo, balançando a cabeça. Embora não tenha muita
certeza de que aquelas eram consideradas palavras reais. Eu
só quero fazer essa coisa toda parar.
"Belinda e eu somos adultos", ele continua, ignorando

meus pedidos. “E você saiu com Beau. Não achei que você
estivesse em casa. Você deveria ter batido.”
"E você deveria ter colocado a sinalização!" Respondo.
Ele revira os olhos e toma um gole da vodka que ele

tomou de mim. “E não beba essa merda. Você é muito
jovem."
Reviro os olhos. "Oh, por favor. Você me deu minha

primeira cerveja quando eu tinha onze anos.”
Ele encolhe os ombros. “Melhor comigo em casa com

segurança, do que com um menina ou menina de merda na
escola.” Ele tem razão. “Agora, da próxima vez que a ver,
quero que peça desculpas. Belinda tem sido muito flexível
com você.”
"Não tão flexível quanto ela está com você", respondo.
Ele me olha. Aquele que os pais dão ao seu filho

pequeno. Eu não pude evitar. Vou ter cicatrizes por toda a
vida vendo a bunda pálida do meu pai batendo assim.
Estremeço visivelmente. Talvez eu deva mandar uma
mensagem para o Dr. Thomas.
“O que você está fazendo em casa tão cedo?” Ele

pergunta, finalmente se afastando dessa conversa. "Pensei
que você demoraria mais tempo."
Em vez de falar não me sentia bem e pedi pra Beau me

trazer em casa, mudo de assunto. "Por que você trouxe
Godfrey Taylor?" Estou querendo perguntar isso a ele tem
um tempo. Quero ouvir a resposta de seus próprios lábios.
Minhas palavras o pegam tão desprevenido que ele não

consegue falar por vários momentos. Ele apenas continua
abrindo e fechando a boca como um peixe sufocante. “Vi
quando você esteve com ele. Achei que ele poderia fazer você
falar. Para me dar os nomes e as informações que você se
recusa a me dar.”
"Os nomes", digo categoricamente.
"Sim."
“Você quer dizer os nomes que te disse não estar pronta

para lhe dar? Esses nomes?”
Ele engole em seco, seus olhos de aço cautelosos. "Sim."
"Então você não pôde respeitar minha resposta."
"Não", ele responde honestamente. "Porque enquanto

estiverem vivos, eles não pagaram pelo o que fizeram e sua
vida ainda está ameaçada."
Estou lidando sozinha, mas não posso dizer isso a ele.

“Tudo bem, entendo. Mas Godfrey não conseguiu o que você
queria, conseguiu? Então ele não cumpriu o fim da
barganha.”
Seus olhos disparam antes de voltar para o meu rosto.

"Não, ele não fez."
Meus olhos se estreitam em seu comportamento

instável. “E você deixou ele ir embora? Isso não é como
você...” argumento.
"Ele... ele se afastou por um motivo."
Meus sentidos se aguçam e meu coração começa a bater

forte. "Que razão?"
Meu pai balança a cabeça. Obviamente tem algo que ele

não estava me dizendo.
"O que está acontecendo?"
Mas meu pai se recusa a responder.
Começo a andar pela sala com raiva. Estou fora de mim

e não consigo me orientar. Eu sabia. Eu sabia que naquele
dia Godfrey me afastou, ele estava mentindo sobre alguma
coisa. Ele me afastou por um motivo, e não foi porque ele não
se importava comigo. Algo maior estava em jogo aqui, e estou

sendo mantida no escuro.
Estou chateada e preciso de alguém para aliviar minha

raiva, e meu pai está aqui, pronto para comer minha fúria
como o idiota culpado que ele é. Estou louca pelo que
parecem eras. É uma coisa com raiva, fervendo dentro de
mim e me separando. Posso ver o vislumbre do alcatrão em
minhas veias e do fogo em minha alma, mas tudo está
chegando à cabeça agora.
Grito pra ele. "Você continua fazendo isso!" Você fica me

deixando à mercê do seu império enquanto tenta trabalhar
as coisas nos bastidores, me deixando fora do circuito,
mesmo quando isso me preocupa. Você trouxe Godfrey
Taylor, então deixou que ele me deixasse, e agora estou pior
que antes, e é tudo culpa sua."
Parece que dei um tapa no rosto no meu Pai . Vejo a dor

tomar conta de sua expressão, mas não me faz sentir melhor.
Isso me irrita ainda mais.
“Rachel, sinto muito, porra! Quantas vezes posso dizer

isso?” Meu pai pergunta enquanto seu rosto se enruga em
miséria.
“Você nunca poderá dizer o suficiente. Nunca será

suficiente. Eu lhe disse quando você se separou de JJ que
algo ruim iria acontecer, mas você é arrogante demais para
acreditar em mim. Você amou seu legado mais do que você
me amou, e ele me levou por causa disso.” A raiva me enche
até a borda, transbordando tanto que meu corpo não
consegue conter tudo. De repente, percebo que estou
envenenada. Não é sangue bombeando nas minhas veias, é
veneno.
"Isso não é verdade. Eu te amo mais do que tudo,

Rachel. Eu faria qualquer coisa por você. Um dia , você irá
me perdoar.”
Jogo minha cabeça para trás e dou risada. “Não preciso

fazer nada, pai. Passei semanas fazendo merdas que me
fazem acordar todas as manhãs me odiando. Estou
tentando, estou realmente tentando. Mas estou cansada de
ser colateral. Estou farta de ser punida por causa do seu
império...” falo, sentindo as lágrimas queimando a parte de
trás dos meus olhos. "Como você pode? Como você pôde
simplesmente deixar ele me levar?”
Fecho os punhos e bato na parede, me surpreendendo

quando desaba o reboco na nossa cozinha como se as
agulhas de Pick tivessem atacado minhas veias. Bato, bato e
bato um pouco mais, deixando a raiva sangrar através dos
cortes em meus dedos, sentindo a dor que me atormenta e
expulsando do meu corpo com cada soco sangrento e grito
atormentado.
Porque, quando tudo fez sentindo, desejei e implorei ao

meu pai para me encontrar. Que ele me levaria para longe
daquele lugar horrível, mas nunca apareceu. Ele nunca me
salvou ou me protegeu como sempre prometeu que faria.
"Rachel! Pare. Baby, pare!” meu pai grita. Não o ouço.

Não posso, porque todo o barulho que mantenho trancado
dentro da minha cabeça de repente sai de mim.
Os gritos intermináveis que estava mantendo em

silêncio saem dos meus ouvidos, vibrando meu sangue e
rasgando minhas bordas irregulares. Os grunhidos de Pick,
meus próprios soluços, os sons das outras garotas, os apelos
sem resposta, a água pingando no porão... tudo voltou com
uma vingança, ecoando através de mim, e não aguento mais.
Destruo destruir a parede até minha mão gritar de dor

e depois vou para as bancadas. Pego os copos e começo a
jogar no chão, um por um, deixando o estilhaçamento da
minha alma igualar a destruição que provocava. Um por um,
deixo que eles quebrem, mostrando a meu pai exatamente
como sou por dentro a cada colisão.
Quando pego outro prato de porcelana, braços em volta

de mim, me puxam contra um peito que uma vez me
confortou quando arranhei meus joelhos e tive pesadelos.
Não quero o conforto do meu pai. Não quero sentir nada além
da raiva borbulhando dentro de mim. "Eu te odeio", grito
contra ele, tentando empurrar ele para longe, mas ele não
me deixa ir.
"Eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio", choro até minha

voz ficar rouca e os sons finalmente começarem a se acalmar.
Quando eles não são nada além de um sussurro, minha

força me deixa e desmorono. Ele não me deixa cair, no
entanto. Ele apenas me desce até o chão e me segura.
O odeio por me fazer falar, por querer que eu supere

tudo em seu período de tempo. Por se importar muito com a
merda que não importa e sem se importar o suficiente
quando importava. Eu o odeio por não me dizer porque o
nome de Godfrey o fez fazer uma pausa. Eu o odeio por foder
minha terapeuta e usar minha cura como mais uma maneira
de se servir.
E acima de tudo, odeio não odiar meu pai. Odeio essa

culpa que o mastiga toda vez que ele olha para mim. Odeio
que ele ame uma filha quebrada, e não a nada que eu possa
fazer para me sentir completa com ele novamente.
Choro contra seu peito e o amo da mesma forma que

odeio — perdoou ele, assim como o culpo. E ainda assim, ele
não me deixa ir.
Capítulo Trinta
Godfrey
Me recosto na Lamborghini de Bonham, enquanto o

garoto bonito tira uma soneca no banco do motorista. Dirigir
é uma coisa que ele ainda pode fazer, já que o homem de
Johnny Jack havia atingido o pé esquerdo e não o direito.
Ele fez tantas cirurgias, tenho certeza de que seu pé e perna
já estão cobertos de cicatrizes, mas pelo menos eles
conseguiram salvar ele. Se ele não tivesse sido Bonham
Brodie, eles provavelmente teriam amputado.
Pego o saco de amendoins que está guardado no porta-

copos e jogo um pouco na minha boca estou fazendo isso na
última hora, enquanto estamos sentados do lado de fora do
escritório do meu pai, esperando Stephanie voltar. Sou um
completo idiota. Não queria deixar ela mais insegura
enquanto ela tenta obter informações. Por isso até trouxe
Bonham junto como um pequeno incentivo.
“Você pode parar de mastigar tão alto?” Bonham

murmura. Ele está irritado desde que contei a ele sobre meu
plano.
Continuo mastigando. Mais alto, até. "Que tipo de

homem compra amendoim com sabor de cacau?"
"Você que está comendo todos eles."
"Nada melhor para fazer."
Bonham se espreguiça e move o assento de novo. “Sim,

existe. Em vez de enviar Stephanie para tentar fazer uma
merda que ela nunca será capaz de conseguir, poderíamos
simplesmente entrar lá e atirar no bastardo.”
Zombo e balanço minha cabeça. "É por isso que não

deixamos você fazer os planos, garoto bonito", digo.
"Foda-se."
Arqueio uma sobrancelha loira e olho para ele. Quero

dizer, realmente olho. Bonham sempre foi o mais agradável
e equilibrado de nós quatro. Mas desde a merda com o pé,
ele era um filho da mãe estressado. "Desculpe, você está
preocupado com Stephanie?" Eu apenas brinco no meio do
caminho. Ele não está interessado nela, mas o
comportamento temperamental me deixa curioso.
“Eu apenas acho que isso é uma perda de tempo. Nós

dois sabemos que ela não é capaz de realmente encontrar
algo de útil.”
Não necessariamente concordo com ele nisso.

Stephanie é desconexa e mais manipuladora do que a
maioria acredita. Ela, sozinha, deu a Scarlett o inferno
durante a maior parte do ano escolar, com maneiras
criativas que até me pegaram de surpresa. Ela é uma garota
determinada, provavelmente essa é a única razão pela qual
ela ainda segura uma tocha para Bonham. Será necessário

um ato de Deus para reuni-los.
Bonham liga o rádio no momento em que sinto meu

telefone tocar no bolso. Pego e franzo a testa para a
mensagem de texto de Luis.
Luis: Parece que sua garota está viciada. Já foi 4.
Meu queixo aperta com a implicação do que ele estava

dizendo. Foda-se. Rachel teve uma recaída e foi buscar a
agulha novamente? Jurei a Deus que, se a mãe de Luis a
viciasse em drogas, faria da vida dessa mulher um pesadelo.
Antes que eu possa responder a Luis, perguntando a ele

que merda ele estava falando, uma foto veio dele. Clico para
ampliar imediatamente. Era Rachel, mas para meu alívio
imediato, percebo que Luis está apenas fodendo com a
minha cabeça, porque não é uma foto dela usando drogas. É
uma foto dela na mesa de poker novamente. A foto está um
pouco granulada, mas posso ver que ela está usando um
vestido preto simples, sem mangas, exibindo sua tatuagem.
Ela está no bar subterrâneo, bebendo rum e apertando a
caixa de veludo com a chave da sala de pôquer de elite do
lado de dentro.
Estou tão ocupado olhando para cada maldito detalhe

da foto que não vejo a pessoa caminhando até o nosso carro.
Puxo meu assento quando soa uma batida forte na janela do
lado do passageiro, e se não tivesse dominado a arte de
esconder todas as malditas reações que tenho, teria me
encolhido quando vejo Eddie de pé ali em seu pretensioso
terno, abotoaduras de diamante brilhando ao sol da savana.
Abro a janela quando Bonham liga o carro, preparado para
fugir a qualquer momento.
"Eddie", falo em saudação.
"Godfrey", ele responde. “O que faz aqui? Se você quer

um tempo de qualidade com seu querido e velho pai, pode
entrar.”
Bonham zomba em meu nome. Ele não é tão bom em

esconder suas reações quanto eu. Se não estivesse olhando
para o novo líder da Macon Mob que havia ameaçado minha
vida, eu teria lançado um olhar irritado para Bonham. O
bastardo quando está irritado é volátil demais.
"O que você está fazendo aqui?", pergunto friamente.

"Veio contratar meu pai novamente para garantir que outro
de vocês não sejam preso por assassinato?"
Eddie se encontra na janela aberta, apoiando os dedos

no interior da porta. Reparo que, por acaso, um de seus
dedos parece ter sido cortado na junta e ele tem uma pistola
presa ao torso.
“Você com certeza tem grandes bolas falando comigo

assim, sabendo, da última vez que nos encontramos, deixei
minhas expectativas sobre você perfeitamente claras. E, no
entanto, você não cumpriu sua parte na barganha. De fato,
em vez de se aproximar de Rachel Nomar, parece que você
foi mais longe. Isso é um problema."
O único sinal externo do meu nervosismo que mostro, é

a maneira como minha mão se fechou em punho no meu
colo.
"Você não me deu o tempo certo", respondo.
Eddie ri. “Você sabe, você é uma merda arrogante.

Assim como seu velho. Mas ouça isso — a única razão de eu
não ter ido atrás de vocês é porque gosto de ver você se

contorcer.”
Ele me encara, mas eu me recuso a piscar ou recuar.

Não posso. Se mostrar até uma pitada de fraqueza, Eddie
ataca.
"Então, me deixa esclarecer as coisas para você e lhe dar

uma porra de uma linha do tempo", Eddie continua. "Você
tem duas semanas para acabar com ela, ou vou acabar com
você, seu velho, todos vocês, herdeiros, Rachel, e o pequeno
pedaço quente de bunda que atualmente está balançando os
peitos dela para seu pai em seu escritório."
Meu sangue gela e Eddie sorri. “Seu pai acha que eu

preciso mais dele do que realmente preciso, você sabe. Mas
tenho trabalhado para conseguir que alguém do meu lado
faça o trabalho dele, porque não confio em vocês, Taylors.
Acabei de fazer negócios com pessoas em que não posso
confiar. Então, se você não pagar a sua restituição e
recuperar essa confiança ,realmente porra, rapidamente, eu
vou acabar com todos vocês“, diz com um encolher de
ombros despreocupado. “E quero que você seja o único a
fazer. Porque nada mostra confiança como matar a garota de
quem você gosta.”
"Não me importo com ela", respondo rapidamente.

Muito rápido, porra.
O sorriso de Eddie se alarga e, embora eu não possa ver

os olhos dele atrás dos óculos escuros, sei que eles estão
cheios de satisfação. Meu queixo fica tenso.
Ele aponta na minha cara. "Vê? Isso aí mesmo. É por

isso que ainda estou querendo que você faça isso.”
"Foda-se."
Seus olhos se estreitam e a diversão foge de seu rosto.

“Cuidado, garoto. Sua porra de boca pode fazer com que me
canse do meu pequeno jogo de gato e rato, e posso explodir
seu cérebro aqui e agora.”
Para provar seu argumento, ele estende a mão para a

pistola ao seu lado e respiro fundo, preparado para olhar o
cano de uma arma, mas Bonham é mais rápido. Ele está com
a glock na mão e aponta para Eddie em um segundo.
"Eu manteria sua mão fora da jaqueta se eu fosse você,

idiota", ele diz. Seu dedo está pairando sobre o gatilho como
se estivesse muito bem preparado para matar o novo chefe
da Macon Mob ali na rua movimentada. “Existem muitas
testemunhas por aí. Você não gostaria de ser visto atirando
em um Herdeiro de Savannah dourado do lado de fora do
escritório de advocacia de Gerald Taylor, não é?”
Eddie para e eu engulo em seco, quase fazendo meu

pomo de adão esfregar contra o metal frio da glock de
Bonham. Assisto Bonham se manter firme, imaginando se
ele é autodestrutivo o suficiente para continuar com isso. O
objetivo principal de passar pelo juiz Palmisano é garantir
que nenhum de nós acabe em uma cela na prisão federal.
Mas Bonham não é o mesmo desde que levou um tiro. Ele
tem sido imprudente, fazendo de tudo apenas para provar
que pode.
O olhar para baixo parece que durou para sempre.

Estou preparado para Eddie ficar chateado o suficiente para
puxar sua arma de qualquer maneira e para Bonham atirar
bem na minha frente. Meu coração está batendo tão rápido
que não consigo nem sentir as batidas compassadas. Parece
apenas um longo golpe contínuo.
Escolhendo o pior momento de todos os tempos,

Stephanie apareceu de repente e abre a porta do passageiro
do lado de Bonham e desliza para dentro. A distração faz
nossa atenção estalar, e finalmente Eddie solta a mão dele,
e Bonham também. Stephanie olha nervosamente entre eles,
vendo a arma de Bonham.
Eddie volta sua atenção para mim. “Parabéns, Taylor.

Seu amigo acabou de me irritar. Talvez seja a hora de levar
as coisas pelas minhas próprias mãos...” ele ameaça, fazendo
todo o sangue escorrer do meu rosto. “Eu não ligo quanto
dinheiro ou proteção seu velho oferece. Vou atrás dela e
depois vou acabar com você.”
Com isso, ele gira nos calcanhares e se afasta, e nós três

nos encaramos em silêncio, observando ele entrar no lado do
passageiro de um carro esportivo e decolar.
"Foda-se!" Dou um soco no painel com força suficiente

para dividir meus dedos.
Bonham xinga e joga a arma no porta-luvas. Noto que

suas mãos estão tremendo. "Eu deveria ter atirado nele."
Meu coração está disparado e continuo assistindo o

sangue dos meus dedos escorrem pela minha pele. “Vá para
o bar do Luis. É onde Rachel está.”
Bonham da partida no carro e pisa no acelerador,

cantando os pneus enquanto se afasta.
“Jesus,” Stephanie murmura baixinho enquanto é

jogada no banco de trás até conseguir se prender. “Em que
tipo de merda vocês estão metidos?” Pela primeira vez,
Stephanie olha para Bonham sem estrelas em seus olhos, e
continua olhando para o porta-luvas como se ainda pudesse

ver a arma.
"Nada bonito", respondo a ela, enquanto tento ligar para

Luis. Mas vai para o correio de voz, e xingo e mando uma
mensagem, esperando que ele responda.
"Você conseguiu alguma coisa?" Pergunto, mais para me

distrair do que qualquer coisa. Se não chegarmos a Rachel
em breve, eu a perderei.
Stephanie pega o telefone e me entrega, e começo a

percorrer as fotos que ela havia tirado. “Ele não aceitou o
meu caso, mas me encaminhou para outra pessoa. Quando
ele saiu da sala, tentei examinar algumas coisas.”
Olho foto após foto, mas tudo o que ela conseguiu foi
apenas a papelada do cliente e trilhas de papel legítimas.
Porra.
“Ele parece bastante legítimo. Nada parecia fora do

comum, não que eu tivesse alguma ideia do que deveria
procurar...” Stephanie responde. Foleio as fotos mais
algumas vezes e depois devolvo o telefone. Outro maldito
beco sem saída. No ritmo em que estamos indo, nunca
encontrarmos o juiz Palmisano com algo que ele possa usar
para prender meu pai. Depois de todo esse tempo e esforço,
não estou mais perto de cuidar dele ou de Eddie.
A morte está respirando em nossos pescoços, e não

tenho mais certeza de que temos os movimentos para vencer
o jogo.
Capítulo Trinta e Um
Rachel
Ao dobrar a esquina na calçada, vejo uma sombra atrás

de mim.
Eu sabia que seria muito fácil sair de casa hoje. Saí do

meu quarto pela janela e nenhum dos lacaios do meu pai
havia notado. Ou assim pensei. Deveria saber que não seria
capaz de fugir tão facilmente.
Depois da explosão com meu pai, ele recorreu a fazer

seus capangas me seguirem em segredo, para não me fazer
sentir tão sufocada pela segurança constante. Apreciei o
gesto, mas Beau também estava me seguindo, e ele era tão
óbvio quanto agora. Ele nem tentou esconder, o que me faz
cerrar os dentes. Honestamente ele pensou que não notaria?
De qualquer maneira, preciso manter minha cabeça no

jogo e ter certeza de que estou sempre olhando minhas
costas. Algo está acontecendo. Meu Pai admitiu que Godfrey
me deixou por um motivo. Tem algo maior em jogo, o que
significa que a gangue provavelmente está se mudando.
Estou fazendo um esforço desesperado e de última hora para
descobrir a identidade de Pick. O Macon Mob é enorme, e o

Quarenta e Um tem muitos clientes. Ele precisa dessa
informação para me vingar e chame de paranoia, mas sinto
como se o relógio estivesse correndo. Felizmente, Quarenta e
Um ouviu que alguns membros da gangue eram jogadores
conhecidos no salão de poker de Salvador. É por isso que
estou a caminho de lá agora.
Quando vejo a sombra me perseguindo novamente,

suspiro. "Você pode sair agora", grito por cima do ombro.
Beau escapa das sombras de um prédio próximo, sem

sequer ter a decência de parecer um pouco envergonhado.
“Achei que você sabia que estou te seguindo. Quero pelo
menos lhe dar a aparência de privacidade, mas isso parece
mais divertido...” responde com um sorriso atrevido antes de
enfiar as mãos nos bolsos apertados do jeans.
“Não me olhe com glamour, Beau Boedecker. Você está

com problemas por me seguir aqui...” respondo enquanto
coloco as mãos nos quadris. Seus olhos seguem o
movimento, observando meu vestido preto curto que
abraçava todas as curvas. Ele também olha para as minhas
pernas, longas e magras, graças aos saltos que estou
usando.
“Você não deveria ter escapado, Rachel. Onde você vai?"
Com isso, sorrio antes de acenar para o bar de Salvador.

“Um jogo de pôquer subterrâneo. Os caras de JJ podem estar
lá.”
Com minhas palavras, Beau fica totalmente branco,

seus lábios parecem pálidos enquanto ele olha de um lado
para o outro entre o meu rosto e a porta ornamentada. "O
que? Por que você quer ir para onde eles estão? Eles querem
te matar. Por que você acha que seu pai tem mantido tanta
segurança com você?”
"Eu sei, mas preciso."
"Como diabos você precisa?”
"Estou indo", respondo com determinação de aço.
Ele balança sua cabeça. “Você não acha que os homens

de JJ vão te ver e atirar em você à queima-roupa? Nós não
vamos entrar lá. Estou ligando para o seu pai.” Beau enfia a
mão no bolso de trás e pega o celular, mas instantaneamente
estendo a mão e agarro. Não há nenhuma maneira no inferno
que deixe ele ligar para o meu pai. Não quando finalmente
tenho outra pista.
“Eles não fazem este tipo de merda. Há muitos olhos

aqui. Além disso, vou garantir que eles não me vejam. Vou
me misturar.”
Beau olha para mim incrédulo e aponta para minha

roupa. “Com essa roupa? Você não estará se misturando.”
Ele tem razão, mas não posso também aparecer de

jeans e um casaco.
“Olha, tenho que fazer isso. Preciso encontrar alguém.”

Beau parece genuinamente em conflito, e sinto que tem algo
que ele quer me dizer.
"O que está acontecendo, Beau?", pergunto. "Você

sempre foi meu parceiro no crime."
"É muito perigoso", ele responde enquanto se aproxima

de mim.
"Bem, então é bom que você esteja comigo, certo?"
"Rachel. Vire agora e volte para o seu carro.”
Me irrito com o tom dele. "Não. Vou lá, com ou sem

você.”
A raiva brilha sobre suas feições, e me encolho com a

postura agressiva.
“O maldito prefeito está lá. O que você acha que eles

farão? Atirar em mim na frente dele e do xerife no bar mais
popular da cidade? Eles são imprudentes, mas não são
estúpidos.”
“E seu pai mal conseguiu manter você escondida. Se

você for lá, eles saberão exatamente onde você está. Você os
deixará ganhar.”
"E se eu não for lá, eles vencem de qualquer maneira!"

Grito de volta. "Preciso da minha própria vingança, e vou
conseguir."
Ele solta um suspiro na calçada movimentada enquanto

as pessoas passam por nós indo para o jantar ou filmes,
apenas vivendo suas vidas normais e fáceis. Tenho inveja
deles. "Por quê?" Ele pergunta novamente, e sei naquele
momento que Beau nunca entenderá.
Quando o Quarenta e Um me mandou uma mensagem

esta manhã e me disse que os homens de JJ estariam no
jogo de pôquer hoje à noite, tive uma sensação de finalização.
Sabia que algo iria acontecer hoje à noite, e bom ou ruim, eu
finalmente estaria um passo além do que estava agora.
“Se você precisa fazer essa pergunta, significa não me

conhece de jeito nenhum.” Não pude deixar de pensar que
Godfrey entenderia. Ele seguraria minha mão e me deixaria
cuspir na cara de Pick. Ele saberia que não aguentava deixar
meu pai fazer o trabalho sujo para mim. Não sou uma
donzela estúpida em perigo; sou uma mulher em uma
missão para recuperar um pouco do meu poder. "Quero
provar que posso entrar na cova dos leões e voltar com
sangue nas mãos."
"Você não vai. Fim da discussão...” Beau diz antes de

avançar mais rápido do que posso acompanhar. Em um
instante, ele passa os braços em volta de mim em uma
tentativa meia-boca de me manipular, usando sua força para
começar a me puxar para longe.
Fúria e pânico me invadem com seu aperto agressivo, e

me contorço em seu aperto, deixando escapar um grito. "Me
solte!"
"Pare de lutar!"
Consigo me virar em seus braços, levanto minhas mãos

e empurro seu peito o mais forte que posso. Assim que me
afasto dele, levanto meu pé e o chuto nas bolas. "Porra!"
Beau imediatamente se agacha, segurando as bolas nas

mãos, enquanto as pessoas ao nosso redor começam a olhar.
Ele respira duas vezes antes de tentar me atacar novamente.
Desta vez, sei que ele estava vindo e desvio seu avanço, me
certificando de chutar na parte de trás dos joelhos quando
ele passa por mim.
"Estou aprendendo autodefesa há meses", falo pra ele,

meu corpo tenso. Principalmente, porque estou apenas
assistindo vídeos do YouTube e praticando em alguns dos
caras do meu pai, mas acho que depois de tudo isso, valeu a
pena.
Beau gira em mim mais uma vez, seus olhos brilhando

de raiva, e meu estômago revira com a visão. Mas antes que
ele possa vir atrás de mim, uma mão bate no seu ombro. Ele
se vira apenas para ser recebido com o soco de Luis Salvador.
Luis bate forte e rápido, socando Beau no rosto e fazendo ele
cair chão.
Luis puxa um canivete do bolso e se agacha sobre Beau

com um sorriso sinistro. "Oh maldito. Não te vi aí. Seu rosto
bateu bem no meu punho” Luis diz. "Isso não é má sorte?"
Beau olha para ele cautelosamente e passa a mão pelo

lábio ensanguentado. "Sim. Má sorte."
De repente, dedos entrelaçam os meus e me viro para

olhar a jovem atrás de mim. Ela tem longos cabelos loiros e
grandes olhos castanhos. Seu sorriso é quente e seu corpo
cheio de curvas. "Você está bem?" Ela pergunta enquanto me
verifica mais uma vez. Ela parece familiar de alguma forma,
mas não consigo lembrar de onde.
"Sim", respondo antes de voltar minha atenção para

Luis e Beau.
"Não há nada para ver aqui", a loira diz para a multidão

que está do lado de fora do bar de Salvador. Com as palavras
dela, as pessoas começam a seguir seu caminho.
Luis continua girando o canivete, observando Beau com

olhos escuros e inabaláveis.
"Deixe ele ir. Ele não fará nada”, falo.

"Tem certeza? Seu rosto pode cair na minha faca a

seguir”, Luis oferece. Que cavalheiro.
Estou tremendo um pouco, a adrenalina residual de ser

agarrada tão duramente passa por mim. Sei que Beau é leal
ao meu pai, mas nunca pensei que ele se importaria comigo
assim, especialmente considerando minha história. "Tenho
certeza."
Luis demora um pouco mais antes de se afastar,

pisando propositalmente nos dedos de Beau antes de dar um
passo para trás e ficar ao lado da garota ainda segurando
minha mão. “Saia da minha propriedade. E se eu ver você
mexendo com Rachel Nomar novamente, você terá todos os
herdeiros batendo na sua bunda.”
Beau me dá uma última olhada antes de se levantar e

colocar o telefone no bolso que tinha deixado cair. Vejo ele
girar nos calcanhares e se afastar sem olhar para trás.
"Vamos, vou comprar uma bebida para você", a garota

diz, puxando minha mão enquanto me guia até a porta. “Eu
sou Royal Taylor, a propósito. Qual o seu nome?"
Recua. "Você é irmã de Godfrey?"
Agora que ela disse isso, posso ver a semelhança da

família. Ela tem olhos castanhos enquanto Godfrey tem azul,
mas suas bocas e o olhar intenso de ambos - é o mesmo.
Royal é mais velha, e ela está linda daquele jeito moderno de
Savannah, vestindo jeans de grife e uma blusa de hortelã
arejada e um longo colar de ouro pra completar. Ela usa
óculos de sol Chanel no topo da cabeça, mas meus olhos são
atraídos para algumas marcas fracas que posso ver em seu
braço, onde é óbvio que alguém havia machucado sua pele
por agarrar com força.
Quando ela me vê olhando, dá de ombros. "Meu pai é

um idiota", diz simplesmente. Seus olhos castanhos
disparam para o meu antebraço, vendo a tatuagem e as
velhas marcas de agulhas.
Dou de ombros em troca. "Meus sequestradores

também eram idiotas."
Ela murmura e então seus olhos se movem sobre o meu

ombro. Olho para trás, vendo Luis pressionando a trava do
telefone antes de colocar no bolso. Ele olha para nós quando
avançamos. "Ok?" Me pergunta.
“Sim, estou bem. Eu estava lidando com ele.”
Luis começa a rir. “Não duvido disso, chica. Mais um

golpe, e eu não teria sido capaz de olhar nos olhos do
babaca.”
Dou risada quando entramos. "Tenho certeza que você

também teria sido impressionante", falo pra ele, o que só o
fez rir de novo.
“Ouviu isso, Majestade?” Ele diz, dando uma cotovelada

em Royal. "A Rachel aqui diz que sou impressionante."
Royal funga, dando a ele um olhar entediado. "Ela só

lidou com você seu imbecil lá fora, então provavelmente não
tem uma base para julgar", ela respondeu friamente, me
fazendo sorrir. E olhou para mim. "Sem ofensa."
"Ofensa nenhuma"
Luis revira os olhos e caminha até o bar. Em vez de

esperar pelo barman, ele estendeu a mão e pegou uma
garrafa de uísque e três copos, mas levanto minha mão.
"Não, obrigado. Estou aqui para uma bebida diferente. Rum,

em particular. Me lembro das regras. A única maneira de
entrar na sala de poker é com um gole de Legacy da
Angostura.”
Luis xinga baixinho e coloca os copos e a garrafa de

volta. "Porra. Você ficou viciada nessa merda de jogo?”
"Não."
Ele me olha e balança a cabeça. “Garotas, cara. Vocês

são todas fodidamente complicadas pra caramba.”
Royal olha para ele.
"De qualquer forma, obrigado por intervir. Vejo você por

aí."
Antes que eu possa passar, ele entra na minha frente.

"Aguarde. Me deixe acompanhar.”
Cruzo meus braços. "Não preciso de uma babá, Luis."
Ele abri um sorriso. “Maldita garota, guarde suas

garras. Nunca disse que precisa, mas hoje à noite são apenas
grandes jogadores. Não são apenas novatos. Os jogadores
precisam ser aprovados. Você não poderá jogar esta noite,
mas posso te levar para assistir.”
Oh, eu não tinha considerado isso. Olho para Luis por

um momento, avaliando a gravidade do que ele estava
dizendo. Ele parece quase nervoso. "OK. Obrigada."
“Você tem certeza que isso é importante? Esta noite há

alguns filhos da puta sombrios. Eles não vão te dar boas-
vindas no tapete vermelho. Nem mesmo para Sua Majestade

aqui...” ele diz, inclinando a cabeça para Royal.
"Dane-se", ela responde, revirando os olhos.
Olho para eles com curiosidade. “Vocês são... amigos?

Sinceramente, não sei dizer de uma maneira ou de outra.”
Com isso, os dois riem. "Oh, somos mais que amigos",

Luis diz, dando uma olhada em Royal que até me faz corar.
A única indicação de que Royal ficou afetada é à maneira
como ela engole e abaixa os olhos para as unhas polidas.
“Somos conhecidos da família, e ele é a minha carona.

Eu precisava sair do quarto do hotel, então aqui estamos
nós...” Royal diz, indiferente.
"E estou feliz," ele diz, abanando as sobrancelhas

negras.
Seus olhos castanhos se agarram aos dele e seus lábios

se apertaram em uma linha fina. "Cresça", ela retruca antes
de se virar e se afastar, balançando os quadris enquanto
anda. Observo ela se aproximar de um grupo de pessoas
perto da pista de dança, obviamente reconhecendo ela, e
quando todas começam a chamar seu nome, ela ri e é
arrastada por abraços e beijos nas bochechas. Um deles é
um cara provavelmente da idade dela ou na casa dos vinte
anos. Ele a puxou para perto e agarra sua cintura. Ao meu
lado, Luis fica rígido e sua expressão escurece.
"Olha, por que você não fica e fala com ela, e vou descer
e ver se eles vão me deixar entrar de qualquer jeito?" Ofereço.
Luis desvia os olhos de Royal quando ela começa a

dançar com o cara cujas mãos ainda não a tinham deixado.
“Não. Deixe ela jogar seus jogos...” ele diz, dando meia-volta
e seguindo em direção ao elevador VIP. "Além disso, Godfrey
me mataria se não fosse com você."
Tento não encontrar esperança no final dessa

declaração. Ouvir que Godfrey pode realmente se importar
comigo, faz meu estômago se agitar, e me faz sentir vontade
de ver ele uma última vez. É como se eu precisasse de mais
uma dose.
Quando estamos no elevador, cedo à minha curiosidade

quando ele aperta o botão do porão. "Godfrey não daria a
mínima se algo acontecesse comigo", digo em voz baixa
enquanto olho para o painel que mostrava em que andar
estamos.
"Por que você não me pergunta o que realmente quer

saber, em vez de dizer uma merda assim?" Luis pergunta
enquanto se inclina contra a parede do elevador, me dando
um olhar especulativo. Aperto rapidamente o botão de
parada quando percebo que só temos mais alguns segundos
até as portas se abrirem. Me recuso a perder essa
oportunidade.
"Oh, Dios Mío, tive um sonho molhado que começou

dessa maneira uma vez", Luis diz com falsa vertigem
enquanto pula na ponta dos pés.
Reviro os olhos. Estou aprendendo rapidamente que

Luis é o brincalhão, mas a uma profundidade observadora
em sua personalidade com a qual me identifico. Se não fosse
apaixonada por seu melhor amigo, provavelmente teria
gostado dele.
"Por que Godfrey me afastou?", pergunto. Isso está me

incomodando tanto que não aguento.
Luis me estuda e me pergunto se ele está tentando

determinar se posso lidar com a resposta. “Godfrey tem suas
razões. Não vou entrar em detalhes porque não é a minha
história para contar.” Ele se inclina sobre mim, respirando
antes de pressionar o polegar no botão que faz o elevador
voltar a funcionar. A campainha toca e, pouco antes de ele
se afastar para sair, ele sussurra em meu ouvido: “Godfrey
tem o mau hábito de pensar que a única maneira de proteger
alguém é se afastando. Ele faz isso com todo mundo. Inferno,
ele tentou fazer isso conosco, mas não o deixamos. Encontre
o padrão dele e você o encontrará.”
Meu pulso está acelerado com a implicação de suas

palavras. "Obrigado pelo conselho", murmuro.
Com uma piscadela, Luis se endireita antes de estender

a mão e me puxar pelo pulso, me levando para fora do
elevador. "Agora vamos entrar nesse jogo."
E o jogo finalmente me deu uma dica.

Capítulo Trinta e Dois
Godfrey
"Cara é a sua irmã?”
Estamos quase chegando ao elevador quando a

pergunta de Bonham me faz olhar por cima do ombro. A pista
de dança é como uma orgia gigante vestida. As pessoas
chiavam e suam umas contra as outras e fingem que estão
dançando. Estou com os olhos abertos para Rachel,
determinado a entrar e arrastar ela para a segurança. Pelo
que sei Eddie já pode estar a caminho. Podemos estar no bar
do Luis, mas esse é o território do Macon Mob. Preciso
encontrar ela - e rápido.
Mas as palavras de Bonham me distraem. Tenho muitas

pessoas para cuidar, e esse malabarismo está ficando velho.
Sigo o olhar de Bonham e vejo que minha irmã, Royal, é
atualmente uma daquelas dançarinas fingidas, sendo
ensanduichada entre um merda com tanto gel em seus
cabelos lisos que brilhava sob as luzes coloridas. O outro
cara que colava nela está vestido com blusa branca e tem um
símbolo chinês tatuado em seu bíceps que provavelmente ele
não tem ideia do que realmente significava.
Suspiro e belisco a ponta do meu nariz. Gosto mais da

minha irmã quando ela estava no Equador. Andando,
empurro o idiota número dois do meu caminho, assustando
minha irmã. "Godfrey!"
"Royal, tenho certeza que você perdeu todos os confortos

de casa enquanto estava em um país do terceiro mundo, mas
não precisa mais se oferecer aos necessitados."
Ela me dá um olhar mortal, mas para os caras, eles

levam sete segundos para entender que eu os estava
insultando. Fodidos ignorantes.
“Ei, foda-se!” O idiota número um se arrasta, estufando

o peito como um gorila. Pena que seus músculos têm o efeito
quase cômico.
"Mesmo? Esse cara?” pergunto secamente.
Ela dá de ombros e começa a se afastar da pista de

dança, abandonando os caras sem olhar para trás. A sigo até
alcançar Bonham, e Royal sorri para o segurança do elevador
VIP até que ele se afasta para nos deixar entrar. "Frequentei
o colégio com eles", ela explica quando nós três entramos no
elevador. . "Pensei em dizer olá."
"Seu olá estava prestes a fazer ele entrar nas suas

calças", digo secamente.
Royal me dá um tapa no braço enquanto Bonham ri.
Quando estamos no elevador, Royal se encosta na

parede e olha exasperada para o teto. "Você sempre estraga
minha diversão, Goddie", ela diz em uma voz cantada.
Ela não acredita nisso. É tudo encenação. Ela gosta que

nossa dinâmica seja invertida. Sempre agi como o irmão
mais velho. Sempre cuidei dela. Talvez tenham sido os
problemas com nosso pai, mas de vez em quando ela
empurrava os limites apenas para testar se alguém se
importa.
Eu sempre passei no teste.
Amo minha irmã. Ela é o oposto de mim -

despreocupada e otimista. Apesar de todo o inferno que
nosso pai nos fez passar, ela vê o mundo como uma
aventura. Fico feliz por isso.
"Conheci Rachel", diz. “Parece uma garota legal.

Passamos por ela batendo na cara do motoqueiro de
aparência gordurosa. Ele me deu más vibrações, irmão.”
Com a menção de Rachel, toda a minha alma fica em

alerta máximo. Há tantas partes dessa declaração que quero
dissecar, mas as portas do elevador estão se abrindo e nem
tenho a chance de perguntar a ela sobre isso.
Sei que Rachel está aqui, mas Luis não mencionou que
algum idiota estava lhe dando um tempo difícil. Meu peito
incha de orgulho com a ideia de ela se proteger, mas não
gosto que ela tenha que fazer. Não gosto que toda a maldita
política de Savannah esteja colocando um alvo gigante nas
costas dela.
Royal também sente a vibrações em tudo. Então, se ela

sentiu boas vibrações de Rachel, isso significa...
Não. Me recuso a pensar assim. Não até meu pai ser

cuidado. Não até que toda ameaça entre nós sejam
eliminadas.
"Ela deveria estar por aqui em algum lugar com Luis",

minha irmã diz distraidamente. Ela olhou ao redor da sala,
e tenho certeza que ela não está procurando por Rachel
Nomar. Ela sorri quando vê Luis no canto conversando com
Rachel, mas então seu sorriso torce quando vê o quão perto
eles estão um do outro.
Sei que Luis preferia cortar seu próprio pau a me trair

assim. Não tivemos a conversa fiada sobre sentimentos e
território, mas ele sabe que Rachel é minha. A proximidade
deles não me incomoda. Confio no cara com a minha vida.
Mas Royal parece querer engolir veneno ali mesmo.
“Luis está com ela?” ela pergunta.
Decido então fazer minha irmã jogar junto. Um pouco

de ciúme não machuca ninguém. Exceto quando estou com
ciúmes. É assim que idiotas como Beau morrem.
"Não tenho certeza", respondo com um encolher de

ombros sem compromisso. "Ela é gostosa."
Aproveito a distância e a fraca iluminação para encarar

Rachel abertamente. O vestido todo preto que ela usa parece
assassino do jeito que está abraçando suas coxas. Também
mostra seus braços finos e a tatuagem. Adorei a tatuagem;
isso a fez parecer brava. E o novo piercing no nariz
geralmente não é da minha conta, mas parecia sexy demais
para ela. Gostaria de saber se ela foi perfurada em outro
lugar.
"Oh", respondeu Royal. “Bem, ela parece legal. Estou

feliz por eles...” ela respondeu antes de parar uma garçonete
para tomar uma bebida.
Sei que ela está raivosa por dentro, mas não a

desminto. Estou feliz por ter Royal de volta. Temos aquele
vínculo que só os irmãos têm quando passam por situações
fodidas juntos. Não somos tão próximos quanto sou dos
herdeiros, mas nos preocupamos profundamente um com o
outro.
"Por que você veio aqui com Luis, afinal?", pergunto.
“Eu não vim aqui com ele. Ele me deu uma carona. Eu
precisava sair do hotel ou perderia a cabeça. Mamãe
continua chorando, e meu pai não ligou.”
Luis olha por cima, nos vendo e vejo o olhar que ele dá
a Royal. Aquele olhar faminto confirma todas as minhas
suspeitas. Luis tem uma queda pela minha irmã. E
claramente, pela maneira como ela se irritou quando ele
tocou Rachel no braço, minha irmã também tem uma queda
por ele.
Era um pouco estranho, para ser sincero. Royal é seis

anos mais velha que nós. Além disso... ela é minha irmã. Não
gosto de ninguém cheirando a sua volta - isso alerta meu
instinto fraterno. Quando ela estava no ensino médio, eu
costumava arruinar todos os encontros dela, deixando ela
envergonhada antes deles saírem de casa. Ela ficava
chateada comigo por isso, mas era apenas a minha maneira
de tentar proteger. Mas esse é Luis, um dos meus melhores
amigos, então tento reprimir tudo isso enquanto ando.
Em vez de soltar a mão do braço de Rachel, Luis a

levanta e sorri. “Viu a nova tatuagem de Nomar? Muito foda,
né?”
Dou uma olhada superficial, mesmo que o que

realmente quero é arrancar o braço dela do aperto de Luis e
traçar a tatuagem primeiro com os dedos e depois com a

língua. "Está legal."
Rachel se irrita, mas tem o efeito desejado, porque ela

arranca o braço da mão de Luis. "Tudo bem? E que tatuagem
você tem para comprar com a minha, Sr. Golden Boy?” Ela
provoca. Senti falta dela brigando. Senti falta de ver aquele
fogo nos olhos dela.
Sem hesitar, levanto minha camisa de botão, mostrando

pra ela bem ali no meio do bar subterrâneo. Suas bochechas
ficam rosadas, mas sorrio ao ver seus olhos fixos no meu
abdômen. Aponto para a tatuagem no meu peito, no lado
esquerdo, e ela faz um esforço considerável para arrastar os
olhos do meu abdômen e meus músculos para a minha
tatuagem. "Fiz isso quando tinha dezesseis anos."
Seus olhos azuis sobem para o local onde o simples

quadrado preto está coberto na minha pele. É exatamente o
mesmo que o de Rogue, Luis e Bonham. A peça é simples,
mas é um símbolo. Nós quatro somos uma unidade, e nosso
vínculo é mais profundo que o sangue e duraria mais que a
tatuagem.
"Eu não te imaginei um homem de geometria", Rachel

diz com um sorriso bonitinho, mas ela não me engana. Ela
continua perdendo a batalha de olhar para mim, e se não
estivéssemos no meio de um torneio de pôquer de ponta, eu
teria tirado minha camisa completamente e realmente a faria
se contorcer. Em vez disso, largo minha camisa, deixando o
final solto sobre minha calça.
"O que você está fazendo aqui, princesa?" Pergunto,

sinalizando para a garçonete aparecer. Ela para ao meu lado
e toro uma taça de champanhe da bandeja enquanto ela
sorri. Ela deve ter vinte e poucos anos, e cabelos ruivos
flamejantes, e tenho quase certeza de que, se ela se curvasse,

seus seios caíram do top branco.
Rachel e Royal olham abertamente para ela com raiva

enquanto Luis e eu a examinamos. Ele chama minha
atenção, sorrindo, e não posso deixar de sorrir de volta. A
garçonete sai e casualmente direciono minha atenção de
volta para Rachel, certificando de me refrescar, apesar do
desejo de arrastar ela para fora daqui e beijar cada
centímetro de pele disponível em seu corpo. Fico tão grato
por ter chegado aqui a tempo, parece que posso respirar
novamente. Agora, só tenho que encontrar uma maneira de
tirar ela daqui e levar para algum lugar seguro. Mas por
conhecendo ela, sei que tornará as coisas difíceis.
Eddie não é minha única razão para querer que ela saía
daqui, no entanto. Todo cara maldito neste lugar está de olho
em Rachel e minha irmã, e isso está me fazendo querer dar
um soco em alguém.
"Estou aqui para jogar, é claro", ela responde enquanto

levanta o queixo com orgulho.
"Seu querido pai mandou você em uma missão pra

conseguir mais dinheiro?" Pergunto, mantendo minha voz
baixa para que apenas ela possa ouvir. É melhor ele não ter.
Mais uma vez, fico puto com Rocco por não cuidar dela
melhor.
"Estou em uma missão, tudo bem, não apenas isso",

respondeu ela enigmaticamente antes de examinar a sala.
Algo parece estar errado com ela, e não gosto. “Na verdade,
vou dar uma volta. Vocês se divirtam. Obrigado por me fazer
companhia, Luis. Eu sigo daqui.”
Com essas palavras de despedida, ela passa por mim,

roçando aqueles peitos alegres contra o meu peito no
processo. Solto um assobio de ar e sei que ela fez isso para
me foder. Depois que ela passa, dá um pequeno sorriso por
cima do ombro, e sei que não tem nenhuma maneira no
inferno de deixar ela fugir tão fácil. Sempre rio pela última
vez.
Fico para trás e a observo por um minuto, tentando

descobrir como tirarei ela daqui sem levantar suspeitas
enquanto Luis e Royal brigam ao meu lado. Eles estão
falando algo sobre ruivas e idiotas, mas estou desligando
deles.
Rachel está deslizando pela sala, parecendo calma como

sempre, mas noto o jeito que seus olhos estão abertos,
procurando por alguém. Quem ela está procurando,
especialmente aqui? Aquele cara Quarenta e Um a encontrou
novamente? Tenho vontade de dar um soco no cara que
estava passando tanto tempo com ela.
"Ei", chamo Luis por cima do ombro, mantendo os olhos

em Rachel. “Royal disse que Rachel teve problemas com um
cara? O que aconteceu?” pergunto, interrompendo qualquer
coisa estranha que ele esteja falando com minha irmã. Não
quero olhar para trás e ver eles se fodendo.
Também tenho que manter minhas perguntas aleatórias

para não levantar suspeitas com Royal. A última coisa que
preciso é que ela saiba que a Máfia Macon quer todos nós
mortos. Ela faria algo estúpido como bater de frente. Tenho
que conversar com Luis sobre toda essa merda que
aconteceu mais tarde, quando ela estiver fora do alcance. Ele
precisa saber que Eddie ameaçou fazer um movimento.
“Era aquele cara de motoqueiro, Be-babaca ou qualquer

que seja o nome dele. Ela o trouxe aqui, mas ele se recusou
a entrar. Algo está errado com ele...” Luis explica. “Ele tentou
agarrar ela, mas a Rachel se defendeu. Intervimos bem a
tempo.”
Meus olhos brilham para Rachel enquanto imagino

batendo em Beau. Ele a agarrou? Bem adeus, filho da puta.
Seus dias estão contados.
Rachel para no bar para pedir o que parece água com

gás. Ela segura o copo graciosamente na mão enquanto gira
no banquinho, observando os homens de elite da sala
tomando um gole. Ela definitivamente está procurando por
alguém, mas quem?
Ponho a mão no bolso e tirei um maço de dinheiro -

ganhos das corridas para as quais fui antes. Jogo para Luis,
e falo em tom baixo: “Me arranje algumas fichas, certo? Acho
que vou jogar hoje à noite.” tenho a sensação de que não
serei capaz de arrastar ela para fora do bar e, apesar das
ameaças de Eddie, estou determinado a descobrir por que
ela está aqui.
Luis fala em espanhol baixinho. “Mas você não vai

gostar disso; disse que há grandes jogadores hoje à noite.”
"Me pergunte se dou a mínima."
Na verdade, não planejo jogar. Eu só preciso de mais

tempo para descobrir o que está acontecendo na cabeça da
princesa. No segundo em que Eddie ou qualquer um de seus
homens aparecerem, a tiro daqui, gostando ou não.
Simplesmente não consigo parar a sensação de coceira de
que isso é importante, uma peça que faltava que eu não
havia notado antes. Desde o primeiro dia, Rachel me colocou
na ponta dos pés e finalmente chegou a hora de encontrar

alguma base.
Luis xinga e se afasta para falar com o segurança que

está ao lado da porta. Royal me dá uma olhada e ajusta a
camisa que está vestindo. "Por que você sempre faz isso?",
ela me pergunta.
Me afasto de Rachel para arquear uma sobrancelha

para minha irmã. "Fazer o que?"
"Isso. Ultrapassar limites. Foder com as pessoas. Não é

a Smith Academy onde você governa os corredores, Godfrey.
Se você ferrar com os homens que jogam naquele torneio,
eles irão atirar em você.”
"Esta não é minha primeira vez, irmã."
Ela balança a cabeça para mim. "É como se você

estivesse determinado a vencer."
"Vencer quem?"
Royal me dá um olhar. " meu pai. É como se você

olhasse para todos esses idiotas ricos e influentes e o visse.
Você corre nesses círculos, fodendo com a cabeça deles e
ganhando seu dinheiro porque, em sua mente, é o que você
quer fazer com o pai.”
"Parece que você está me analisando, mas isso

significaria que você realmente abriu um livro quando fez o
Médicos Sem Fronteiras, e nós dois sabemos que você
acabou de escrever cheques e pagar um idiota para fazer todo
o seu trabalho para você."
Ela mexe a mandíbula e suspira. “Não seja um idiota

como o pai. Você é melhor do que isso...” ela me diz seus
olhos castanhos severos enquanto levanta a mão e ajeita a
gola da minha camisa em um gesto surpreendentemente
estimulante. "Não se machuque, irmãozinho."
Sem outra palavra, ela se afasta, ignorando Luis

completamente enquanto se dirige para o elevador e
desaparece dentro. Conflituoso, olho de volta para o bar para
encontrar Rachel novamente, apenas para perceber que ela
não está mais lá. Me sinto repentinamente inquieto, começo
a andar além dos membros pomposos, medindo seus paus
com contas bancárias quando um corpo para na minha
frente.
“Godfrey. Você não deveria estar aqui hoje à noite. Este

é um torneio fechado.”
Olho para a Sra. Salvador e sorri. "Conheço um cara",

falo secamente.
A raiva brilha em seus olhos castanhos. A mãe de Luis

já foi uma mulher bonita, mas as drogas a arruinaram. Ela
tem pele pálida, crostas nos braços e as pupilas contraídas.
Sempre a odiei por causa de toda a merda que ela fez com
Luis.
“Você não pode jogar. O grupo já está selecionado...” ela

me diz, seus olhos castanhos disparando para o lado
enquanto coça o braço.
Estreito os olhos, sentindo como se algo estivesse

errado. "Sim, eu posso", respondo com uma careta.
"Godfrey", ela sussurra antes de se aproximar de mim,

agarrando meu braço logo acima do cotovelo, e a única razão
pela qual não a empurrei foi porque ela é a mãe de Luis.

"Você precisa sair. Não estou brincando aqui. Esses caras
são más notícias e eu não quero que você se envolva nisso.”
"Hã. Isso é estranho. Soa estranhamente como você se

importasse. Você está chapada agora, Senhora Salvador?”
Vejo a tristeza causar um impacto em sua expressão. Se

ela estivesse drogada, teria ricocheteado em seus traços. Ela
não se importa com sua imagem ou com o que as pessoas
pensam dela. Ela se importa com a dose. Meio que me sinto
uma merda por ser um idiota para ela. Solto um suspiro e
mudo de abordagem. “Minha garota está no jogo. Preciso
ficar para poder ver ela.”
Não é uma mentira completa. Apenas usei o termo

minha um pouco vagamente. Possuo Rachel Nomar; ela só
não sabe disso. A Senhora Salvador xinga antes de olhar ao
redor da sala. "Bem. Verei o que posso fazer. Mas você não
vai fazer sua merda de sempre, Godfrey. Esses homens não
gostam de perder. Há mais em jogo aqui do que dinheiro,
ok?”
Cerro os dentes. Eu também odeio perder. Mas odeio

mais a ideia de qualquer coisa acontecendo com Rachel.
"Tudo bem", respondo.

Capítulo Trinta e Três
Rachel
É claro que Godfrey Taylor apareceria. Meus nervos já

estavam em chamas, graças a Beau.
Meu pai está me mandando mensagens sem parar,

exigindo que volte para casa imediatamente, mas coloquei
meu telefone no silencioso. Beau deve ter telefonado para ele
imediatamente, mas já estou aqui e não posso voltar atrás
agora. Quando saí, sabia que ele ficaria em Atlanta a noite
toda trabalhando em um acordo e imaginei que voltaria logo.
Só preciso de uma boa foto e um nome, então darei o fora
daqui.
O jogo está marcado para começar em cinco minutos,

então mudo para um canto traseiro para assistir. “Esta
parede está ocupada?” Uma voz de aço pergunta, e aperto
meus olhos quando Godfrey se acomoda ao meu lado,
parcialmente escondido pela cortina que pende do teto.
Posso sentir a energia masculina rolando dele em ondas.
Porra, por que ele me afeta tanto?
Os jogadores estão bebendo uma última bebida antes de

se sentarem em seus lugares, então levo um momento para
passar os dedos pelos cabelos enquanto examino a multidão.
Esta noite está diferente. Tem mais pessoas, mas também há
uma margem de perigo. Alguns homens de terno fazem
negócios obscuros, alguns trocando pastas, tudo sob a
vigilância da própria Sra. Salvador. Ela finge estar calma e
confiante enquanto fala com eles, mas vi o jeito que suas
mãos tremiam. São negócios sérios acontecendo.
Estudo cada um dos rostos dos homens com cuidado.

Ali. O homem de óculos escuros pretos e cavanhaque. Eu o
reconheço. Ele é um dos Macon Mob. Tenho certeza disso.
Meu coração bate forte e tento estudar mais os rostos dos
homens ao seu redor, mas a maioria deles estão de costas
para mim, e eles estão do outro lado da sala escura. Limpo
as palmas das mãos suadas no vestido e tento manter a
calma.
Ao meu lado, Godfrey parece estar examinando a

multidão tanto quanto eu. "O que você está fazendo aqui?",
pergunto a ele.
"Engraçado. Eu ia perguntar a mesma coisa.”
Viro meu corpo em direção a Godfrey e, como um ímã,

ele faz o mesmo. "Vim pelo dinheiro", minto.
"Mentirosa. Se isso é verdade, por que você não está

jogando?”
Seus olhos gelados me capturam, e não consigo pensar

em outra mentira rápido o suficiente. Ele sorri e deixa o dedo
correr pela borda do meu braço. Tenho que segurar um
calafrio.
"Estou esperando por alguém", digo, fazendo seu dedo

parar de subir.
Sua mandíbula fica tensa. "Quem?"
Em vez de responder, eu apenas sorrio e me viro.

Irritado, ele afasta a mão de mim e se recosta na parede
novamente.
"Não é seguro você estar aqui, você sabe", ele diz.
"Eu sei. Mas estou realmente segura em qualquer lugar

ou com alguém?”
Queria que ele me dissesse que sim, que estou segura

com ele.
Por alguma razão, eu acreditaria nele. Mas, em vez

disso, ele se vira.
Decepção me inunda, mas antes que possa desafiar ela,

a minha atenção muda para a porta, onde um grupo de
pessoas acaba de entrar, e o vejo. Bem ali, em carne, está
Pick.
Ele está em um terno de grife e sapatos brilhantes, o

cabelo ruivo penteado para trás e os dedos cobertos de anéis.
Levanto os olhos do dedo que falta na mão esquerda e noto
seu dente de ouro brilhando na luz. Essa é a primeira vez
que o vejo desde aquele último dia, e não estou surpresa ao
ver ele com um palito de dente pendurado na boca.
Subconscientemente, me encolho atrás de Godfrey,

tentando me tornar o menor possível. Com os dedos
trêmulos, pego meu telefone e tiro várias fotos dele,
aproximando o mais perto que consigo, tentando obter o
máximo de detalhes sem flash. Encaminho

instantaneamente para o Quarenta e Um. "Peguei", falo
baixinho. Isso tem que ser suficiente. Não aguento mais, e
definitivamente não posso perguntar o nome dele. Preciso
sair daqui. Agora.
Quando tento me mover, a mão de Godfrey dispara e

agarra meu pulso. Paro e noto que Pick também começa a se
mover na multidão. Se Godfrey não tivesse me parado
naquele momento, Pick teria me visto.
"Eu preciso tirar você daqui agora, porra", Godfrey diz

em voz baixa. Olho para ele, franzindo a testa quando vejo
que ele parece tão assustado quanto eu. Seus olhos se
apertam e seu corpo inteiro está tenso. Ele reconheceu Pick?
"Por que você estava tirando fotos de Eddie Lancaster?"
Meus olhos se arregalam. "Como você o chamou?"
"Edward Lancaster", Godfrey repeti cautelosamente. "O

novo líder da grupo Macon."
Todo o sangue escorre do meu rosto, e eu teria caído se

Godfrey não tivesse me pegado pela cintura. “Tenho que
contar para Quarenta e Um. Tenho que contar a ele...” falo,
mas minhas palavras parecem algodão na minha boca e
minha mente não está funcionando direito.
Godfrey olha intensamente nos meus olhos, como se o

fundo das lágrimas não derramadas reunidas ali pudesse, de
alguma forma, contar a ele todos os meus segredos. O que
quer que ele tenha visto lá faz seu olhar voltar para Eddie.
Eu assisto seu rosto se transformar em uma raiva assassina.
Ele sabe.
"Esse é ele? Esse é..."
“Pick." Essa palavra tira toda a vida de mim e caio

contra a parede. Sou pega em uma teia de pânico. Odeio o
quão forte fico, essa maldita palavra é como uma onda de
terror. Posso ser forte, posso buscar minha vingança, mas
sempre volto a me sentir vulnerável.
"Rachel? Foda-se...” Godfrey assobia.
Godfrey olha em volta, tentando descobrir o que fazer,

mas estou congelada, incapaz de me mover. Ele me apoia
contra a parede, escondida da sala o máximo possível.
“Espere aqui, porra. Não se mexa. Vou nos tirar daqui.”
Mal o ouço. Toda a merda tóxica que Pick fez comigo,

está querendo me levantar e me engolir inteira. Por que vim
aqui? Por que pensei que poderia fazer isso?
Godfrey se afasta, talvez para encontrar Luis ou outra

pessoa. Percebo que Bonham está de costas para mim, na
frente da Macon Mob, e o charmoso herdeiro está falando de
propósito com o chefe de polícia. Os homens de Pick, quero
dizer, os de Eddie, estão olhando para ele.
Mas meu pânico e minha concentração em Bonham me

faz perder o controle do próprio Eddie. Olho na esquina,
tentando enxergar mais longe, mas o lugar está ainda mais
cheio e os jogos começaram, então os espectadores pairam
em círculos apertados em torno das mesas de apostas altas.
Só então, Godfrey volta para me buscar, mas não

consigo me concentrar nele, porque preciso saber para onde
Eddie foi. "Godfrey, eu não o vejo..."
Uma mão aperta minha boca e uma arma é pressionada

na minha espinha. Meus olhos voam e percebo meu erro.
Não é Godfrey. É Pick-Eddie.
"Eu e você vamos sair daqui muito calmos, querida", ele

diz no meu ouvido, e um gemido sai de mim. A mão dele
cheira o mesmo. Como tabaco e suor. Sua voz faz meu
estômago revirar, e o palito de dente pendurado em sua boca
crava na minha bochecha. “Se você lutar, atiro em você na
frente de todos aqui. Entendeu?"
Assinto entorpecida.
“Boa menina. Vou te levar para casa agora. O porão não

tem sido o mesmo sem você.”
Bile corre pela minha garganta, mas sua mão ainda está
presa na minha boca, então sou forçada a segurar o ácido na
minha língua e engolir novamente. É como se meu cérebro
se desligasse, porque ele começa a me levar para a frente
pela sala, e os olhos de todos estão nos jogos, então ninguém
prestou a mínima atenção em nós. Simplesmente parece que
ele está me escoltando para a frente, a arma escondida para
parecer que é sua mão na minha parte inferior das costas.
Quando ele vê que Bonham ainda está lá, conversando

com o chefe de polícia, Eddie faz um desvio dos elevadores e
consegue se esquivar atrás do bar para um armário de
suprimentos e me empurrar para dentro. Caio contra a
prateleira, mal conseguindo me segurar antes que Eddie
esteja lá, pairando sobre mim. Fecho meus olhos com força,
tentando fazer a visão desaparecer. De novo não. Não consigo
fazer isso de novo.
Eddie finalmente tira o palito da boca e olha para mim.

“Você acha que pode se esconder de mim, Nomar? Você
pertence a Macon Mob.”
“Eu não pertenço a ninguém.” é bom revidar, era bom

derramar meu próprio poder dos meus lábios.
"Essa marca no seu ombro diz o contrário."
Engulo em seco. "O que você vai fazer? Não vou sair com
você. Vou gritar. Vou lutar.”
“Você luta, e meus homens vão abrir fogo no clube no

andar de cima. Dezenas morrerão por sua causa. Você quer
isso em sua consciência?”
Tento avaliar se tem algum mérito em sua ameaça, e

tudo o que recebo é um olhar vazio, com uma firme promessa
de fazer exatamente o que ele disse. Eu o odeio. Odeio tanto
que sou consumida por isso.
“É isso que vai acontecer. Vamos esperar que o garoto

bonito lá fora se mexa, e então você vem comigo. Se você não
se comportar, cumprirei minha promessa. Você sabe que
vou. Todas aquelas pessoas inocentes lá em cima se
morrerão...” ele diz com um estalo de dedos.
"Godfrey não vai deixar você me levar de novo."
Ele ri. “Deixa eu te contar um pequeno segredo, querida.

Aquele garoto foi encarregado do trabalho de matar você. É
por isso que ele está aqui hoje à noite.”
Meus olhos se arregalam e minha boca se abre. "N-não...

Ele não faria..."
Balanço minha cabeça em negação, meu corpo inteiro

treme, mas Eddie assente. "Ai sim. Me diga, o que você acha
que ele prefere desistir? A família e os amigos dele? Ou a filha
usada do gângster?”
Lágrimas escorrem pelo meu rosto quando o terror me

abala. Isso é verdade?
Eu não sei. Meu mundo está muito alto, girando muito

rápido. Não consigo pensar, e toda vez que tremo, perco mais
meu fôlego. Eddie aprecia meu pânico e dá um passo à
frente. Eu automaticamente dou um passo para trás, meu
corpo pressionando nas prateleiras atrás de mim.
Não. Não. Não. De novo. Não dessa vez. Não sou a

mesma garota maldita que se curva até que ela volte ao
porão. Estou mais forte agora. E tenho um plano. Tenho um
objetivo. Eddie vai morrer. As novas informações sobre
Godfrey cortam como uma faca, mas vou sobreviver. Sempre
sobrevivi. Me forço a respirar e o encaro. Eddie vê a
determinação de aço em mim e seus olhos se estreitam.
Como se duvidasse, ele estende a mão como pra esfregar

o dedo carnudo na minha bochecha, mas a porta atrás dele
se abre de repente e, assim que ele se vira, o punho de
Godfrey está lá. Ouço um barulho estilhaçador e
instintivamente me abaixo quando o vidro explode na cabeça
de Eddie me dando um banho. Godfrey segura a garrafa
quebrada de licor, pronta para balançar novamente, mas
Eddie cai.
Eddie cai no chão, atordoado, e Godfrey me alcança.

"Vamos!"
Hesito por apenas um segundo antes de pegar sua mão.

Pelo menos esse é o diabo que conheço. Ele me puxa sobre o
copo de Eddie e me puxa para fora do armário. Saímos

correndo e vejo Luis fechar a porta atrás de nós, enquanto
Bonham ainda está posicionado nos elevadores.
Nós quatro entramos e Luis aperta os botões assim que

ficamos livres. Já há uma comoção de onde viemos, e assisto
horrorizada quando Eddie sai, quatro homens de terno o
seguindo. Eles nos viram, e Eddie aponta diretamente para
nós com uma promessa de morte.
As portas do elevador se fecham e meu estômago revira

quando começamos a subir. Estou hiperventilando, incapaz
de respirar fundo no meu peito em colapso. Tudo o que sai é
como um chiado. Eddie olha para mim. Ele olha para mim
do jeito que ele olhou para mim dezenas de vezes antes.
Como se eu fosse um objeto em vez de uma pessoa. Eu
deveria ter dito ao meu pai tudo o que pude e deixar ele lidar
com isso. Sou uma garota estúpida e ingênua, tentando
brincar com homens maus que sempre me batem. Preciso
sair - pra ficar o mais longe possível de Eddie e Godfrey.
"Não vou com ele", falo, e nem reconheço minha própria

voz. Estou arranhando as bordas do meu tumulto,
determinada a permanecer forte e não ser puxada para
baixo, mas não tem nenhuma maneira no inferno que me
faça ir com Eddie novamente. “Não posso ir com ele
novamente. Não vou. Apenas me mate, por favor...” digo pra
ele, meu rosto uma bagunça de lágrimas e suor. Se ele tiver
que me matar ou matar todos os outros em sua vida, então
quero que ele termine com isso. É melhor que a alternativa
de voltar às garras de Eddie. "Apenas me mate, porra!"
Godfrey aparece e me puxa contra ele. "Princesa, pare."
"Relaxe, ou não vamos subir", Luis diz, pressionando o

botão de parada no elevador.
Estamos presos agora, e meu pânico aumentou ainda

mais. Não penso. Apenas me lanço nos controles, tentando
chegar ao botão, mas Luis me bloqueia. Dou um tapa no
rosto dele e grito. Luis tenta dizer algo, mas estou longe
demais para entender suas palavras. Tudo que sei é que
estou presa, e Eddie irá me pegar se não nos apressamos.
"Rachel! Princesa, você tem que parar!”
Meus gritos diminuem em súplica. Olho para Godfrey

através dos olhos embaçados. “Ele me disse que você está
aqui para me matar. Apenas faça. Por favor. Me mate para
não ter que ir com ele novamente.”
"Jesus". Godfrey me vira e segura meu rosto, inclinando

minha cabeça para cima. "Olhe para mim." Balanço minha
cabeça, meus olhos se fecham, mas ele me balança um
pouco. "Olhe para mim", ele repete.
Abro os olhos e olho para ele através dos cílios

molhados. "Boa menina", ele murmura baixinho, seus
polegares passando pelas minhas bochechas molhadas como
se ele pudesse limpar a dor. “Eu não vou te machucar,
princesa. Você está bem. Entendo você. Aquele filho da puta
não vai tocar em você de novo. Nunca. Você me ouviu?"
Vejo a verdade em seus olhos. Seus olhos sempre

refletem o que ele diz. Concordo entorpecida.
"Bom. Luis vai pressionar o botão para que possamos

sair daqui, mas precisamos que você fique calma. Se você
estiver em pânico e gritando, todos no clube lá em cima
notarão você. Então se acalme. Respire. Entendeu."
Olhando nos olhos gelados de Godfrey, começo a

inspirar e expirar, combinando suas inspirações e
expirações. Quando ele se convence de que estou calma o

suficiente, Godfrey assente, mas Luis olha para Bonham.
Bonham está ocupado digitando as teclas em seu

telefone, com o rosto enrolado em concentração. “Mais um
minuto. Os policiais chegaram há quatro minutos.”
Godfrey não solta meu rosto, e mantenho meus olhos

nele como se ele fosse minha âncora. “Ele não vai te
machucar. Nunca mais... Vamos machucar ele.”
"Agora", Bonham diz.
Imediatamente, Luis aperta o botão para nos mover

novamente.
“Rogue está esperando no carro. Os caras de Eddie

foram embora assim que viram os policiais que chamei
antes...” Bonham diz.
"Bom."
As portas do elevador se abrem e os três caras me

mantém no meio enquanto caminham. Godfrey fica à minha
direita, Bonham atrás de mim e Luis na frente. Nós
encontramos um quarto cara que nos segui, Godfrey o
cumprimenta com um aceno de cabeça. "Clay."
"Malditos herdeiros sempre fazendo bagunça", Clay diz,

caminhando à minha esquerda. Ele tem pele escura e
cabelos pretos e um rosto simpático e bonito. Quando seus
olhos castanhos caem sobre mim, eles se suavizam. "Ei.
Pegamos você. Os herdeiros são idiotas, mas cuidam do seu
povo.”
Não sei o que dizer sobre isso, então apenas deixo os

quatro me levarem do clube para o SUV à espera de Rogue
Kelly. Assim que entramos, Godfrey me puxa para o colo
dele, e descanso minha cabeça em seu peito, tentando afogar
tudo o que havia acontecido ao ouvir o ritmo constante do
seu coração. Os caras falam baixinho ao meu redor enquanto
o carro se move, mas não ouço nada. Logo, a exaustão do
meu intenso pânico e adrenalina toma conta de mim, e
adormeço nos braços de Godfrey.
Capítulo Trinta e Quatro
Godfrey
Vou matar ele. Sei exatamente como fazer isso.

Começarei quebrando cada osso maldito em sua mão por
tocar o que é meu. A raiva e a necessidade de vingança
inflamam e cutucam em mim. Matar ele não é suficiente, e
se eu tivesse mais tempo, eu pegaria os cacos daquela
garrafa quebrada e os enfiaria nos olhos dele de volta no
armário de armazenamento. A única coisa que me manteve
equilibrado foi à bagunça bonita e trêmula segurando minha
mão como uma tábua de salvação.
Eu deveria saber que Eddie era Pick. Deveria saber que

o homem que a queria morta era o homem que já quase a
matou. Antes, eu só queria Eddie morto porque ele era uma
ameaça. Mas agora que sei que ele é Pick? Isso torna as
coisas pessoais.
Eu a seguro enquanto Rogue dirige, olhando pela janela

enquanto minha mente gira. Nós deslizamos pelas ruas de
Savannah com facilidade, os caras falando baixinho para
não acordar a Rachel. Dirigimos por um longo tempo, Rogue

usando todos os seus truques para garantir que não nos
sigam. Achei que ela ainda estava dormindo, então quando
ela se afasta do meu peito e corre para o assento do meio,
isso me assusta. "Não", ela me repreende.
Faço uma careta. “Não o que? Te segurar?"
"Sim."
"Por que diabos não?"
“Não finja que se importa; não quero suas mentiras. E

não comece a me tratar como uma vítima, porque também
não quero sua pena. Prefiro você quando me odeia, Godfrey.”
Quero tocar nela. Quero chegar do outro lado do assento

e puxar ela de volta para o meu colo, mas não faço. "Nunca
te odiei, princesa", respondo. O que odeio é que a quero tanto
que dói respirar. Odeio que minha família fodida e uma
guerra de gangues estejam entre nós.
Seu joelho salta para cima e para baixo quando Rogue

finalmente para na entrada da casa segura fora da cidade
que Rocco nos deu o endereço. Uma tonelada de segurança
está na frente desde que Bonham ligou para o pai da Rachel
contatado. "Seu pai está na cidade?", pergunto.
Rachel balança a cabeça. "Não. Ele teve que sair para

uma reunião em Atlanta. Foi assim que consegui sai tão
facilmente.”
O carro para e Rogue olha por cima do ombro para mim.

“Você entra. Vamos conversar com a segurança e garantir
que Rocco leve sua bunda para casa.”
"É seguro aqui?" Rachel pergunta, sua voz soando forte

e firme.
Luis se inclina para frente do seu lugar na terceira fila,

enquanto Bonham confirma do banco do passageiro. "Sim.
Rocco disse que é limpo e, pelo que pude investigar, o pessoal
de Eddie não conhece esse lugar.”
Ainda. A palavra paira no ar entre nós.
"Você a leva para dentro", Rogue diz. "Vamos lidar com

essa merda aqui e com Rocco."
Balanço a cabeça e abro a porta saindo do carro e agarro

a mão de Rachel assim que ela sai. Os homens de Rocco nos
cercam, armas apontadas e olhos abertos enquanto nos
escoltam até a porta da frente.
Um dos guardas abre a porta da frente e dois homens já

estão parados lá dentro. O espaço é pequeno, mas com dois
andares, tudo parecia não ter sido atualizado desde os anos
setenta, com carpete felpudo verde, papel de parede
estampado e quadros de feltro pendurados nas paredes.
Aceno um sim com a cabeça para os caras parados lá

dentro e a levo para o primeiro quarto que encontro. A cama
parece nova, com lençóis brancos simples, e vejo uma sacola
de roupas genéricas dobradas esperando na cômoda, junto
com um banheiro conectado à esquerda.
Assim que fecho a porta atrás de nós, ela começa a tirar

os sapatos enquanto caminha. Com os pés livres dos
sapatos, ela se senta na cama e deita de costas, com os pés
pendurados na ponta. Assisto às curvas de seus seios
subirem e descerem a cada respiração constante. Me arrasto
inquieto. Este é um território desconhecido. Sou bom em
desafiar ela, a deixando irritada para que tivesse a raiva que

precisava pra combater seus demônios, mas não sou tão
bom em ser sensível.
“Foi bom?” Ela pergunta finalmente enquanto olha para

o ventilador de teto em cima dela.
Não entendi direito. "O que foi bom?"
"Bater nele."
Debato minha resposta por um momento antes de me

sentar ao lado dela no colchão. No momento em que me
sento, ela se aproxima de mim e, como uma boceta maldita,
minha respiração para quando sua coxa toca a minha. Quero
acalmar essa garota, apagar toda a dor em sua pele e
substituir as marcas que ele deixou, com lambidas de prazer,
deixar ela me usar e fazer ela se sentir novamente poderosa.
Ela quer isso. Posso ver na maneira como seu rosto
endurece.
“Muito bom. Posso sentir os cacos de vidro cavando sua

pele...” respondo antes de me deitar ao lado dela. Vejo o
ventilador de teto viajar por sua órbita sem fim, sentindo
como se fosse alguma metáfora da minha vida ultimamente.
Estou constantemente girando, como um cachorro
perseguindo seu maldito rabo.
“Pa - Eddie, ele trabalha com seu pai?” Ela pergunta

antes de levantar os braços e apoiar atrás da cabeça.
"Meu pai gosta de ajudar os criminosos a se safarem de

seus crimes."
"Faz sentido", ela murmura. “Vamos falar sobre como

você deveria me matar? Devo estar preocupada agora que
estamos sozinhos?”
A culpa me corta em ondas. Como posso explicar a

situação em que estou? Nunca machucaria Rachel Nomar,
não sem me matar primeiro. A ideia de ver seus olhos sem
vida me destrói. Fazer o lance de Eddie nunca foi o plano,
mas também não sou exatamente inocente.
Quero poder tranquilizar ela de que não tem nada a ver

com os negócios de meu pai, mas não posso. Estou me
devorando por dentro por saber que eu estava ajudando ele
a tirar pessoas como Eddie da prisão. Não tenho muita
escolha, o ventilador de teto acima de mim, continua girando
no mesmo local, se movendo muito sem nunca ir a lugar
algum, e não estou melhor.
“Nunca teria feito isso. Tenho tentado ganhar tempo

para entender tudo isso. Vou matar meu pai e seu pai deve
cuidar de Eddie...” confesso. “Mas até que isso acontecesse,
não era seguro. Por isso eu te afastei. Ele ia pegar qualquer
pessoa com quem me importo e usar contra mim. Ir contra
ele é uma sentença de morte, e não queria que mais ninguém
fosse usado como alavanca. Não queria te machucar. Com
certeza não ia te matar.”
Ela ainda está em silêncio, seu peito subindo e

descendo, subindo e descendo. Diga alguma coisa, caramba.
"Compreendo. Por falar nisso, agradeço. Por não me

matar.” Suas palavras estão pingando sarcasmo, e quero
segurar o rosto dela em minhas mãos e fazer ela ver que
prefiro cortar meu coração do que acabar com ela. Não tenho
certeza de quando estou apaixonado por ela, mas me
apaixonei muito.
“Me preocupo com você, Rachel. Se você não acredita

em mais nada, eu digo, acredite.”
"Você não se importa comigo, Godfrey", ela diz com um

suspiro. Posso ter gemido com o quão depreciativo isso
parece.
"Por que você diz isso?", pergunto.
Ela não responde por um longo tempo, apenas vira de

lado e olha com amor para mim, traçando meus lábios com
os olhos. “Porque se eu admitir que você se importa comigo,
isso significa que todas as apostas estão fora. Eu me
apaixonaria por você, e então seria isso. Não estou pronta
para sabe que você realmente se importa, porque isso
significaria que teria que ir em frente e perdoar você por
partir meu coração. É mais fácil viver na mentira do ódio do
que admitir a verdade do amor.”
"Isso é uma lógica fodida, princesa."
"Sou uma garota fodida, God."
Me ajusto para encarar ela, levantando minha mão para

segurar sua bochecha. "Quer que eu minta para você e diga
o quanto te odeio?" Pergunto com um sorriso atrevido. A cada
segundo que passamos conversando, vejo a luz retornando
aos olhos dela. Minha garota está voltando — a garota que
lutou por si mesma e guardou os pedaços quebrados de sua
vida com tudo o que tinha. Vejo a garota que enfrentou seus
problemas e exige vingança.
Ela observa meu rosto enquanto acaricio sua bochecha

com ternura. Quando lambo meus lábios, seus olhos
disparam para assistir o movimento. "Sim", ela responde.
"Quero que você minta para mim", diz com a voz rouca.
"Porra, eu te odeio", murmuro antes de me inclinar e

beijar levemente seus lábios brilhantes, provando o sabor de
cereja da sua boca. Não é sobre sexo ou desafio. Eu
simplesmente a amo tanto naquele momento, não importa
quais palavras ela queira ouvir. Mostrarei a ela em minhas
ações o que realmente sinto. Quando me afasto, ela tenta
seguir meus lábios, mas me inclino para trás. “Não princesa.
Agora não."
Sei que ela está muito vulnerável. Muito crua. Não vou
me aproveitar dela.
Ela se senta nos cotovelos e olha para mim. Quer dizer,

realmente olha para mim. “Não é sobre ele. Ele não é mais
umas das coisas que quero. Ele não está aqui neste quarto
conosco. Somos apenas você e eu...” diz calmamente, seus
olhos azuis tão abertos e amorosos que não posso suportar.
“E eu também te odeio, Godfrey Taylor. Um tanto assim."
Rachel rola seu corpo em cima do meu, então nossos

rostos estão separados apenas uma polegada. Minhas mãos
voam para segurar ela pelos quadris, e tento não mover até
a bunda dela, onde seu vestidinho preto havia subido. Ela
começa a beliscar meus lábios e mandíbula, tentando o
máximo me fazer perder minha determinação.
“Vamos lá, God. Minta para mim. Me esqueça. Me deixe.

Me odeie.” Ela pontua cada comando com uma mordida e
um dardo da língua no meu pescoço. Ela continua repetindo
suas demandas, repetidas vezes no meu ouvido. Minta para
mim, me odeie, me esqueça, me deixe — mas o que ela está
realmente dizendo é não .
E de repente, não quero mais jogar o jogo.

Minhas mãos sobem para o rosto dela, e a parei antes

que sua boca possa continuar com as tentações. Ela bufa
com irritação com a minha interrupção, mas eu a forço a
olhar para mim. "Diga a verdade", exijo, meus olhos presos
nos dela.
Seus olhos azuis se transformam em aço. "Não."
Eu nos sento tão rapidamente que ela teria caído se não

fosse pelo aperto que tenho nela. Com ela no meu colo, passo
meus braços em torno de sua cintura para manter ela
pressionada contra mim. "Sim. Terminei de jogar contra
você, princesa. Então, se decida. Você me ama ou me odeia?
Me diga agora mesmo, porque eu preciso ouvir.”
Seus lábios se abrem em um sorriso de escárnio, e posso

ver em sua expressão que ela queria estar brava. Ela queria
me machucar profundamente. Ela está brava. Tão
fodidamente brava com o mundo. E ela tem todo o direito de
estar.
Deixarei que ela me machuque, que me odeie, se é isso

que ela realmente quer. Mas acabei com as mentiras e os
jogos. Quero que ela embale meu coração torcido e escuro
em suas mãos e nunca o solte. Quero que ela seja consumida
por mim tanto quanto sou consumido por ela.
"Eles não estão desconectados", ela retruca, suas mãos

descendo para começar a desfazer os botões da minha
camisa. "Eu te odeio tanto quanto eu te amo, e esse é o único
caminho para nós."
Afasto suas mãos tão rapidamente que ela engasga e

prendo seus pulsos nas costas. Seguro com firmeza, mas
com ternura, passando os dedos em seu pulso. Os olhos dela
escurecem e os mamilos se endurecem sob o vestido. "Pare

de mentir", digo a ela.
"Não posso", ela diz, as bochechas vermelhas de fúria.

"Eu já te disse, não posso!"
"Sim, você pode", digo a ela calmamente, usando minha

mão livre para enfiar uma mecha de cabelo atrás da orelha.
Eu amo as pontas irregulares dele. Amo cada canto áspero e
ponto afiado nela.
"Não posso", ela diz novamente, desta vez sem o fogo por
trás de suas palavras.
Solto seus cabelos, levanto minha mão para segurar a

parte de trás de sua cabeça e sua respiração fica presa em
seu peito com o gesto.
"Apenas me dê isso", falo pra ela calmamente, seus

olhos se enchendo. "Eu preciso disso, Godfrey."
Seu rosto perde todo o rastro de raiva enquanto a

observo, nossa respiração se misturando entre nós.
Segundos se passam. A eternidade passou. Posso ver nos
olhos dela a guerra que passa dentro dela. O ódio e o amor.
A fúria e a alegria. O medo e a coragem. E mesmo enquanto
estudo todas as suas mini expressões, monitoro a cada
piscar de olhos, ela não se intimida de mim. Ela não tenta
desviar o olhar, se esconder ou sair. É como se eu finalmente
tivesse decifrado o código para Rachel Nomar e sei
exatamente o que ela precisa. Ela se sente segura comigo, e
isso me enche de mais orgulho do que posso explicar.
Depois de outro longo momento, concordo. “Ok

princesa. Vamos odiar amar.”
Os lábios dela se abrem em um sorriso. "E adorar odiar."
E então nossas bocas se encontram.
Suas mãos desfazem os botões da minha camisa

enquanto as minhas abrem o zíper do vestido. Nossos lábios
se separaram apenas para nos despir. Ela empurra minha
camisa e a ajudo puxando pelo resto do caminho e jogando
minha camisa no chão. Me levanto para tirar minhas calças,
meus olhos a olhando. Eu já a tinha visto antes, mas isso
era diferente. Estamos diferentes. Sinto a mudança como
uma estrela explodindo no cosmos.
"Você é linda pra caralho", falo, deixando meus olhos se

arrastarem da maneira como seus tornozelos estão dobrados
sob os joelhos, sua calcinha preta rendada, seu sutiã
combinando, que é mais sexy com a rapidez com que ela está
respirando.
Seus olhos estão vagarosamente varrendo meu

abdômen e bíceps, até minhas coxas tonificadas. "Você
também", ela diz baixinho, e então suas bochechas coraram
instantaneamente de vergonha com o que ela disse.
Mas não quero isso. Não quero que haja vergonha entre
nós, nunca. "Obrigada, princesa", digo a ela sem um único
traço de zombaria. Suas palavras inocentes são doces, e
caramba, fazem meu peito se contrair. Tiro uma camisinha
do bolso da calça antes de jogar no chão.
Com apenas minha cueca, me ajoelho na cama,

colocando minha mão em torno de sua mandíbula e pescoço.
Não falo até seus olhos encontrarem os meus novamente.
“Vamos fazer como você quiser. Se você quiser parar
paramos. Você tem o poder. OK?"
Ela solta um suspiro trêmulo. "OK. Só... preciso sempre

te ver.”
Meus lábios se inclinam para os cantos. “Não se

preocupe princesa. Vou ficar assim, meus olhos nos seus,
porque não quero perder nada.”
Usando minha outra mão, lentamente arrasto um dedo

pelo braço e pescoço, pela clavícula e entre os seios, fazendo
arrepios por toda parte. "Vou assistir você quando eu tocar
meu dedo no seu mamilo, assim", falo assim que o toco,
fazendo o mamilo endurecer através do tecido do sutiã.
"Vou assistir você quando eu tirar e segurar em minhas

mãos." Com dedos hábeis, solto seu sutiã caiu. Minhas mãos
estão nela em um instante, deixando o peso dela sexy
quando seios enchem minhas palmas enquanto amasso.
Seus olhos estão encobertos e sua boca se abre enquanto ela
continua a respirar em breves rajadas.
"Vou assistir cada segundo que tocar em você aqui",

digo, trazendo uma mão para segurar sua boceta. Ela está
muito quente, e quando meu polegar circula seu clitóris, ela
geme contra mim. Posso sentir essa merda no meu
estômago, e meus quadris se movem involuntariamente,
moendo nela.
"E quando deslizo meus dedos em você para sentir como

você está molhada, pode apostar que vou estar assistindo",
digo no momento em que puxo para o lado a renda dela e a
encontro molhada e esperando. Vou devagar, provocando
suas dobras e brincando com seu clitóris, deixando ela cada
vez mais molhada. Minha boca desce sobre seus mamilos, e
quando chupo um na minha boca e mordisco gentilmente,
ela balança contra mim de prazer.
"Por favor, God, não pare."
Dou risada. "É melhor você estar rezando para mim,

princesa."
Assim que afundo um dedo dentro dela, ela goza

devagar, um orgasmo que parece começar da cabeça aos pés.
Passa por ela como um suspiro. Cabeça inclinada para trás,
seios empurrados mais para dentro de mim, seus olhos
ficaram atordoados de prazer - é a coisa mais linda que já vi.
"Você está pronta, princesa?" Pergunto, afundando

meus dentes em seu lábio inferior levemente antes de beijar
ela.
"Estou pronta."
Abaixo minha cueca e liberto meu pau da cueca, e então

espero. Assisto. Estou totalmente preparado para parar.
Rachel olha para baixo entre nós, e meu pau pulsa com
a atenção. Assisto sua garganta subir e descer. "Você é...
grande."
"E você está no comando", digo a ela novamente.
Cuidadosamente, sua mão pequena desce e me envolve,

e solto um gemido. Seu toque é suave no início - testando.
Tenho que fazer tudo o que posso para me impedir de
empurrar, mas sei que ela precisa fazer isso no seu próprio
ritmo e estar no controle. O jeito que ela se vê me acariciando
está tornando tão difícil, é doloroso. Mas quando ela se
afasta de mim, contenho minha decepção. Ela vai parar. É
demais para ela. Eu não deveria ter...
"Porra."
Rachel se inclina e coloca a boca sobre a cabeça do meu

pau antes que eu possa piscar, me pegando totalmente de
surpresa. Sua língua faz um pequeno redemoinho que quase
me faz sair da cama. Assim como suas mãos, ela lambe sobre
mim lentamente, como se estivesse aprendendo cada curva
e linha de mim. Ela não chupa, mas não importam Apenas
ter sua boca quente e molhada em mim, é melhor que
qualquer sexo sem sentido e sem sentimentos que já tive
antes.
Quando sua boca sai de mim, me recosto na cama,

deixando minhas costas baterem no colchão enquanto ela
sobe em mim. Meu polegar circula seu clitóris inchado e
necessitado, e ela olha para mim do seu lugar de poder, e
juro que ela parece uma deusa do caralho. Lábios inchados,
seios duros, um rubor na pele pálida em contraste com a
tatuagem escura. Os olhos dela não estão assustados ou
tímidos. Ela olha para mim como se estivesse me querendo
por muito tempo e tanto quanto eu a quero.
Pego a camisinha e rasgo, rolando sobre mim. "Monte

em mim, princesa."
Com um aceno de cabeça, ela se ajoelha e se alinha com

meu pau. Lentamente, centímetro por maldito centímetro,
ela se abaixa em cima de mim e minhas mãos cavam suas
coxas como se estivesse segurando a própria vida. Não estou
disposto a deixar pra lá.
Quando ela está totalmente sentada em mim, rango os

dentes para não projetar meus quadris dentro dela. Ela é
fodidamente incrível. Apertada, molhada, quente. Mas é
ainda mais do que isso. É só porque é ela quem faz isso muito
mais.
Com os olhos centrados em mim, ela começa a se mover.

A coluna dela balança como a onda de um oceano enquanto
os quadris dela se curvam para dentro e para fora. “Isso
mesmo, princesa. Bem desse jeito."
Minha mão sobe para cavar sua bunda, enquanto toco

seu clitóris. A cada segundo, ela fica mais confiante, mais
segura de si mesma, e adoro ver a Rachel assumir o controle
de seu próprio prazer enquanto me cavalgava.
"Me beija", ela exige, sendo música para os meus

ouvidos.
Eu a arrasto contra meu corpo e devoro sua boca. Suas

mãos raspam meu peito enquanto meus quadris empurram
nela. Quando seus gemidos ficam mais altos, ela se afasta
da minha boca e apoia as palmas das mãos no meu peito.
Ela começa a pular em cima de mim, fazendo seus peitos
saltarem a cada movimento.
"Deus, sim", diz, repetindo repetidamente enquanto sua

voz se transforma em choramingar.
“Venha comigo, princesa. Me deixa sentir você."
Como se ela estivesse apenas esperando por mim o

tempo todo, sua boceta aperta ao meu redor, me fazendo
explodir ao lado dela. Gozo com tanta força que sou forçado
a fechar os olhos por uma fração de segundo enquanto ela
ordenha meu pau e me drena de cada grama de êxtase que
sou capaz de sentir.
Ela goza em voz alta, seus lábios gritando meu nome

antes de cair no meu peito. Nós dois estamos sem fôlego,
suados e saciados, e levo alguns minutos para conseguir
formar pensamentos coerentes, muito menos conversar.
Ainda estou dentro dela enquanto a seguro contra mim,

minha mão varrendo seu cabelo suado para que consiga
beijar o topo de sua cabeça. Mas quando sinto uma lágrima
cair no meu peito, singelo.
"O que há de errado?", pergunto com pânico crescente.

"Você está bem? Machuquei...”
Ela rapidamente olha para cima e bate a mão na minha

boca, cortando minhas palavras. "Não", Rachel diz
categórica, e balança a cabeça. "Não. Foi... perfeito.” A mão
dela ainda está sobre a minha boca, mas ela pode ver a
pergunta nos meus olhos.
Ela sorri através da segunda lágrima que cai sobre seus

lábios. “Eu só queria que fosse assim pela primeira vez. Eu
gostaria que ele não tivesse tirado isso de mim.”
A mão dela cai e estendo a mão para segurar suas

bochechas. “Isso aqui? Isso é o que conta. É o que importa.”
Ela sorri para mim e, ali mesmo, sei que adorarei odiar
Rachel Nomar pelo tempo que ela deixar.
Capítulo Trinta e Cinco
Rachel
Acordo com o som do meu pai levantando a espingarda.
Estou envolvida em um emaranhado de membros com

a respiração rouca de Godfrey no meu ouvido, uma
aparência de conforto arruinada pelo barulho mortal. Sei
logo de cara que meu pai está aqui, posso sentir seu desdém
rolando sobre minha pele antes mesmo que meus olhos se
abram. Atirando na cama, limpo o sono e depois olho
horrorizada quando meu pai coloca o cano serrado no crânio
de Godfrey. “Levanta, garoto...” ele rosna enquanto morde o
interior da bochecha, provavelmente desejando poder cortar
a pele de Godfrey.
"Pai!" Grito enquanto pego meus cobertores até o peito,

certificando de que minha nudez está coberta.
Godfrey pula na cama, seu cabelo sexy lindo e

bagunçado, e seus olhos arregalados pegam a arma que meu
pai está apontado para ele. Ele o pegou de surpresa, mas da
maneira usual de Godfrey Fodido Taylor, ele fica com uma
expressão fácil tranquila no milésimo de segundo que o

choque passa.
"Fora, agora", meu pai ordena. Ele estava pressionando

a arma com tanta força no peito de Godfrey agora que tenho
certeza de que ele deixará um machucado.
O herdeiro confiante boceja enquanto ajeita o edredom

em seu colo para esconder sua impressionante ereção
matinal, e estou me segurando para não olhar. “Posso me
vestir primeiro?” Ele pergunta com um tom preguiçoso, e sei
então que o menino tem um desejo de morte. Rocco Nomar é
notoriamente superprotetor, e encontrar a sua filha na cama
com um menino, com certeza haverá consequências do tipo
que mata.
"Pai, abaixe a arma", falo enquanto me movo da cama e

pego a primeira peça de roupa que encontro, que por acaso
era a camisa de Godfrey. Visto sobre os ombros e ele cai no
meio da coxa. Godfrey, no entanto, não tem tempo de vestir
sua cueca preta. Meu pai estava empurrando ele para fora
do quarto com uma careta no momento em que seus pés
tocam o chão. Ele pega suas coisas com as mãos enquanto
desce as escadas e vai para fora. Os sigo com pressa,
tentando descobrir como posso impedir meu pai de atirar
nele no jardim da frente. Passamos pelos guardas do meu
pai, que tentam, mas falham em esconder seus sorrisos
enquanto gritam pelas costas de Godfrey. Ele lança um
sorriso arrogante em resposta.
"Pai, devo lembrar você que vi você fodendo a doutora

Taffy apenas algumas semanas atrás?" Pergunto com uma
voz estridente enquanto os sigo. Não posso deixar de encarar
a bunda nua de God. Enquanto meu pai está preocupado em
abrir a porta de tela que dá para fora, Godfrey olha para mim
por cima do ombro e pisa. Sim. Ele definitivamente tem um

desejo de morte.
Logo estamos todos lá fora, o sol da manhã batendo em

nossas cabeças, fazendo o traseiro nu de Godfrey nos
encarar. É uma visão boa a ser vista. Estou agarrada ao
braço nu do meu pai, puxando sua mira para longe do meu...
namorado? Amigo? Amigo de foda?
“Guarde a arma, pai. Você está sendo ridículo...” falo

enquanto tento não encarar o corpo quente como o pecado
de Godfrey em nosso jardim. Há mais guardas do lado de
fora, alguns deles rindo de seus lugares. "Eu não sou mais
uma criança!" Grito quando ele gira na frente e aponta a
arma para os pés de Godfrey.
"Você está certa" , meu pai retruca. “E você com certeza

não fará nada disso debaixo do meu teto!” Baba se junta no
canto do lábio quando seu rosto fica vermelho de raiva. O
tempo todo, um Godfrey nu ainda parece frio como um
pepino. Faço uma anotação mental para conversar com ele
sobre como ele pode ao menos fingir parecer assustado
quando uma arma é apontada para ele.
“Entendido, senhor...” Godfrey começa enquanto usa

uma mão para coçar a nuca. Sua outra mão mal cobre seus
bens, e é necessária toda a força de vontade que posso reunir
para não olhar e lamber meus lábios como uma idiota louca
por hormônios. Agora não é a hora, Rachel Nomar! Godfrey
fala novamente, colocando o último prego em seu caixão. "Da
próxima vez, vou levar ela para minha casa."
Olho para o céu e imploro ao mundo que me engula.

Estou mortificada.
Meu pai não perde mais um segundo. Um estrondo alto

explode, e o chão aos pés de Godfrey explode em torno de
nós pela força da bala da espingarda atirando na terra.
Godfrey não se mexe nem um centímetro. Não vacila, não
grita ou foge. Minha boca se abre em choque quando ele tira
um pouco de grama do antebraço e dá um passo mais perto.
“Você sabe o que Godfrey foi enviado aqui para fazer? O

Macon Mob o contratou para matar você, Rachel. Você
literalmente dormiu com um assassino glorificado!” Meu pai
está olhando para mim agora, seu tom acusador me
varrendo em ondas. Ao ouvir a palavra, o rosto de meu pai
se enruga de nojo.
"Sei tudo sobre o que Godfrey deveria fazer", respondo

com um suspiro, mas em vez de acalmar seus nervos, meu
pai simplesmente fica mais irritado.
"Você sabia!"
Me encolho, sem saber como posso melhorar isso.

“Godfrey nunca me machucaria, pai. Por isso ele
desapareceu. Ele estava tentando me proteger!”
"Eu sei muito bem porque ele desapareceu, Rachel", ele

rosna, e cada pedacinho do quebra-cabeça se encaixa. É por
isso que meu pai se encolhe toda vez que menciono Godfrey.
Foi por isso que a segurança aumentou dez vezes depois que
Godfrey terminou as coisas comigo. Ele sabia que Godfrey
não era realmente uma ameaça, mas ainda não o queria por
perto. Que pena. Não é sua escolha.
“Você sabia? E você não me contou?” grito, e meu pai

pelo menos tem a decência de parecer culpado.
"Eu estava tentando proteger você", murmura.

Godfrey da outro passo mais perto. "Algum trabalho que

você está fazendo", ele diz alto o suficiente para todos
ouvirmos. Com isso, mau pai levanta a arma novamente e
reajustou a mira.
"É melhor você manter sua boca fechada antes que eu

faça um buraco na sua cabeça."
Assisto o impasse e tento juntar tudo. "O que ele quer

dizer, pai?"
“Eu o avisei, disse para ele sair de Savannah e te salvar,

mas o filho da puta não escutou. Ele até deixou você se
esgueirar para aquele maldito buraco de pôquer e quase ser
morta ontem à noite por Eddie. Ela nunca deveria ter que
ficar com esse pedaço de merda novamente.”
"Eu não permiti que ela entrasse na cova dos leões",

meu pai rosna para Godfrey em defesa antes de se virar para
mim. “O que ele está dizendo, Rachel? Eddie é o único...” ele
para, e solto um suspiro tenso. Tento lutar contra o tremor
residual em meus ossos ao ouvir o nome verdadeiro de Pick.
Eu estava escondida no conforto de Godfrey à noite toda,
mas está na hora de finalmente encarar a música. Está na
hora de contar tudo ao meu pai.
"Sim. É ele. Ele me viu e... Godfrey salvou minha vida

ontem à noite, pai.” com minha admissão, vejo ele engolir em
seco, a raiva lentamente se esvaindo dele.
Naturalmente, ninguém menos que Godfrey interrompe

nosso momento. “Amo sua filha, Rocco. Então, se eu tiver
que desviar de balas no maldito quintal para ganhar seu
respeito, é isso que farei...” ele diz antes de dar outro passo
mais perto dele. Minha respiração fica presa com a
honestidade brotando dos lábios de Godfrey e noto a ameaça

do meu pai vacilar.
Juro, apenas Godfrey Fodido Taylor declararia amor por

alguém cujo pai apenas atirou nele com uma espingarda
enquanto ele estava pelado no gramado da frente.
Meu pai levanta a espingarda novamente e ergue o cano

até apontar para o peito dele. "Você quer tentar de novo,
garoto?"
"Não", Godfrey diz, ainda não recuando. “Eu não sou um

garoto do caralho, e quis dizer o que disse. Você pode aceitar
ou pode atirar no chão mais algumas vezes.”
Meu pai estuda Godfrey enquanto mastiga o palito de

dente que está em sua boca. "Acho que prefiro atirar de
novo."
Godfrey dá de ombros. "O que fizer você se sentir

melhor."
"Oh meu Deus", gemo com sua postura masculina.
Godfrey olha por cima do ombro para mim com um

sorriso malicioso. "Não na frente de seu pai, princesa", ele
repreende brincalhão.
Se meu rosto não estava rosado de vergonha antes,

agora está com certeza vermelho beterraba. "Godfrey!" Bato.
Mas ele apenas se vira para olhar para o meu pai. “Olha,
entendi. Eu não sou bom o suficiente para sua garota. Não
vou negar isso. Mas a entendo e ela me entende. Então você
pode reclamar comigo e pode ameaçar o quanto quiser, mas
isso não faz diferença. Contanto que ela me queira por perto,
não vou a lugar nenhum...” ele diz firmemente, fazendo meu

coração bater forte no meu peito. “Então atire no seu quintal,
bata em mim, grite e grite até os vizinhos chamarem a
polícia, faça o que for necessário, Rocco. Mas aquela garota
ali? Ela tem meu coração, e não vou embora.”
Meus olhos se enchem de emoção ao ouvir palavras que

nunca pensei que viriam de sua boca. De alguma forma,
Godfrey está mais vulnerável dizendo tudo isso ao meu pai
do que estar nu no quintal com o pau nas mãos.
Os nós dos dedos do pai estão brancos pela força com

que ele aperta a arma. Ele está oscilando em algum lugar
entre querer atirar em Godfrey ou dar um tapa nas costas
dele. Finalmente, ele suspira e abaixou a arma. “Coloque sua
bunda pastosa lá dentro e vista alguma roupa maldita.
Aparentemente, temos muito o que conversar. Está na hora
de resolvermos este problema de uma vez por todas.”
"Bem na porra da hora", Godfrey responde.
Meu pai olhou para mim, se encolhendo quando vê a

camisa enorme de Godfrey pendurada no meio da minha
coxa e meu cabelo curto uma bagunça. Eu não tinha olhado
no espelho ainda, mas posso dizer pelo olhar de nojo de meu
pai que sua filha parecia completamente fodida.
Godfrey se vira e sobe os degraus da varanda e acena

com a cabeça para o meu pai antes de passar por mim, se
certificando de piscar de brincadeira enquanto passa. Tento
seguir ele, mas meu pai agarra meu braço, me mantendo
firmemente no lugar. "Pensei que tínhamos uma regra da
meia na porta porra!" Ele assobia. “Aqui estava eu, voltando
para casa para verificar minha filha e trazer seu café da
manhã na cama, e sou recebido com”, meu pai estremece
enquanto tenta se recompor “isso!"
Dou risada e um tapinha no ombro dele. "Da próxima

vez, vou colocar uma meia na porta."
"Não haverá próxima vez debaixo do meu teto, Rachel

Nomar!" Ele grita quando volto para dentro.
Godfrey entrou no quarto em que dormimos e voltou um

minuto depois, vestindo uma calça de moletom e uma
camiseta branca lisa que havia sido deixada na penteadeira.
Posso sentir os olhos do meu pai em mim enquanto observa
Godfrey descer as escadas. "Você realmente gosta dele?" Meu
pai pergunta em voz baixa.
Volto minha atenção para a arma que empunhava

lunático que é meu pai. "Eu o amo. Amo que ele me faça
sentir... normal. Quando estamos juntos, não penso em
todas as coisas de merda que me aconteceu. É como se eu
pudesse finalmente respirar novamente.”
É tão libertador admitir. Godfrey realmente me faz

sentir bonita e normal. Ele não se contém. Ele me... faz tudo
bem em sentir. Ele me ajudou a seguir em frente com toda a
merda que tinha acontecido comigo.
Meu pai dá um suspiro sofrido. "Bem. Acho que não vou

matar ele então.”
Capítulo Trinta e Seis
Godfrey
Esse é o café da manhã mais estranho da minha vida.

Não só me sinto desconfortável ao ver Rachel vestindo
apenas minha camiseta, mas ser interrogado por Rocco
Nomar está irritando meus nervos. Qualquer outra garota, e
não teria me esforçado, mas Rachel é diferente. Na verdade,
meio que quero que o pai dela goste de mim, principalmente
porque isso faz Rachel feliz. Mas isso não significava que
tenho que seguir o caminho mais fácil para obter suas
bênçãos. Eu nunca gostei muito de fazer as coisas da
maneira mais fácil.
Também estou me sentindo muito bem comigo mesmo.

Ele me chama de garoto. O idiota louco tem uma espingarda
apontada para mim, e consegui me redimir. Não houve
flashbacks, nenhum sentimento de submissão rastejando
em meu sangue. Talvez eu esteja finalmente superando a
merda que meu pai fez comigo. Mais uma prova de que
Rachel e eu somos bons um para o outro.
Rachel se mexe na cadeira, pressionando aquelas coxas

doces enquanto olha para mim. Um pouco de xarope se
juntou em seu lábio, e quero estender a mão e lamber o lábio

dela. “Vocês podem parar de se olhar por um minuto, por
favor?” Rocco estala enquanto passa as mãos pelos cabelos.
"Você não pode dizer olho, caralho, enquanto estou

comendo meus malditos waffles?" Ela dispara de volta com a
carranca mais fofa do mundo.
Não posso deixar de rir, o que faz os dois olharem para

mim. "Não sei por que você é tão arrogante, garoto", Rocco
diz. "Há pássaros voando por aí com pica maiores do que o
que eu vi pendurado entre suas pernas."
Rachel geme e murmura algo sobre morrer de

humilhação, mas eu apenas dou risada e mordo outra vez o
waffle. “Estou lisonjeado por você ter conferido meu pau,
mas acho que a velhice está afetando sua visão. Ou talvez
você tenha se confundido porque seu próprio pau é muito
pequeno.”
Rocco fica de pé, mas antes que ele possa dizer ou fazer
o que fosse, Rachel também saltou. "Oh meu Deus, se vocês
dois se enumerar na mesa do café para medir, vou
literalmente vomitar", ela diz, com as mãos apoiadas na
mesa enquanto olha para nós. “Não preciso de outro motivo
para fazer terapia, muito obrigada. Agora parem de falar
palavrões e vamos seguir como adultos, certo?”
Estendo a mão e agarro o braço dela, puxando ela de

volta para o assento pra poder jogar meu braço em volta dos
ombros dela. "Você conseguiu, princesa."
Rocco senta de má vontade também, murmurando algo

baixinho. Eu não pego, mas Rachel pegou, porque ela
suspira. "Você pode apenas tentar ser um bom pai agora?"
"Ah, não seja tão dura com ele", digo a ela. "Comparado
ao meu pai, o maldito Rocco é perfeito."
Espero que isso alivie o clima, mas os dois Nomars me

observam. Posso ver as rodas girando atrás dos olhos deles.
"Me diga o que aconteceu ontem à noite", Rocco exige. "Tudo
isso. Sei que você estava no maldito clube de poker. Não há
mais segredos, estamos dizendo isso aqui e agora.”
Rachel respira fundo e vejo restos da garota que ela era

ontem à noite. O medo está rastejando naqueles lindos olhos
dela. Sei que ela luta para expressar o que havia acontecido
com ela e, agora, ela precisa de mais alguém para conversar.
“O homem que a machucou? Esse é Eddie Lancaster, o

novo chefe do Macon Mob. Eu não sabia quem ele era quando
tentou me coagir a matar Rachel. Ele se aproximou de mim
ontem. Meu amigo o ameaçou, então ele foi atrás de Rachel.
Cheguei lá, mas ele tentou levar ela. Eu intervi e o derrubei.
Foi quando meus amigos ligaram para você.”
Ela solta um suspiro, e vejo a tensão em seus ombros

se libertar de seu corpo. Ela me dá um sorriso agradecido, e
foda-se se isso não me faz sentir como um idiota orgulhoso.
Quero fazer a Rachel sorrir mais assim. "Há algo que eu não
entendo, no entanto", começo enquanto me viro para olhar
para Rachel. "Por que você estava lá em primeiro lugar?"
A observo assustada por um momento e sei antes

mesmo de sua boca abrir que ela irá mentir. "Eu estava lá
para jogar pok..."
"Não minta para nós", falo antes que o "er" no poker

pudesse sair. "Conte por que você achou que estava tudo
bem ir sozinha a um dos lugares do Macon Mob para uma
sessão de fotos com Eddie Lancaster."
"Bem. Eu... eu contratei um assassino...” ela diz

exasperada, e lá está. A última cartada no nosso joguinho,
finalmente baixada e ao ar livre.
"O que? Como você... o que ele é... quando?” Rocco está
engasgando como um idiota, e não posso culpar ele. Estou
me sentindo da mesma maneira.
“O nome dele é Quarenta e Um. Eu o encontrei na dark

web. Dei que você quer fazer isso, pai, mas quero estar no
comando disso. Quero ser a única a providenciar a morte de
Pick - que dizer, de Eddie -. Ele me machucou. Quero ser a
única a machucar ele de volta, mesmo que seja
indiretamente. Você tem que entender que preciso possuir
isso. Não posso deixar você ter isso.”
Quarenta e Um. Agora tudo faz sentido. Estou no meio

do caminho entre querer estrangular e beijar ela por ser tão
engenhosa, mas imprudente. "Então você foi ao encontro
com um assassino que conheceu online?" Pergunto
secamente, embora esteja meio orgulhoso, para ser honesto.
"Sim", ela estala a última sílaba e se contorce em seu

assento.
“Rachel Bethany Anne Nomar, você contratou um

assassino? Você tem alguma ideia de como isso é perigoso?
Por que você não me incluiu nesse maldito plano?” Rocco
cuspe.
“Porque você teria assumido o controle como sempre,

então não seria mais a minha vingança. Quero dar os tiros,
e sim, é ingênuo e infantil, mas parecia que eu finalmente
tinha algum controle sobre o que aconteceu comigo. Se você
quer que eu peça desculpas, não vou. Mas se você quiser me
ajudar, estou disposta a deixar você entrar agora.”
"E qual é exatamente o seu plano?", Rocco pergunta.
Estou acompanhando eles indo e voltando enquanto

penso em minha própria situação. Não posso
necessariamente contratar um assassino. Gerald Taylor é
muito visível. Sua morte tem que ser acreditável, e a única
maneira é usando suas conexões de gangue e reputação
contra ele.
“Eu precisava de um nome e uma foto. Agora que tenho,

o Quarenta e Um cuida do resto. Só tenho que passar para
ele meio milhão de dólares.” Ela murmura a última parte
dessa declaração muito rapidamente, e tenho que rir.
“Meio milhão de dólares? Eu poderia fazer o trabalho

pelo preço de uma bala!” Rocco ruge antes de bater com o
punho na mesa.
Uma ideia está se formando na minha cabeça, o plano

nebuloso se unindo enquanto olho inexpressivamente para
os Nomars vendo eles brigarem. "Temos muito em comum,
princesa", digo em tom baixo, chamando a atenções. “Nós
dois queremos alguém que nos machucou. Você sabe que
estou tentando sair dos negócios do meu pai, certo?” Não tem
sentido em mentir sobre isso agora. “Te disse antes, não sou
mais fã de fazer o trabalho sujo. Sem mencionar, ele era
aliado de Johnny Jack. Só porque esse idiota está morto não
significa nada, desde que Eddie assumiu.”
Rocco zomba. "Você é o garoto-propaganda da família

Taylor."
"Na cara dele."
“E pelas costas dele?” Rocco pressiona

Hesito, e meus olhos disparam para Rachel, mas ela dá

um pequeno aceno de cabeça, me incentivando. Tiro meu
braço de seus ombros para que possa descansar em sua coxa
nua, como se me desse força por estar sentido ela. “Já te
disse, pelas costas dele, estou trabalhando para derrubar o
bastardo. Você pode não confiar em mim, mas eu realmente
tenho trabalhado para cuidar dos meus problemas com o
meu pai.”, uso essa frase intencionalmente, deixando outro
pedaço de mim cair aos pés de Rachel. Agora ela sabe a
verdade. Agora ela sabe por que me matava ver ela no
hospital. A desafiei e a insultei pra empurrar ela para fora de
um problema que não podia escapar sozinha.
Rocco cava seu prato, balançando a cabeça enquanto

olhava para o garfo como se o tivesse ofendido pessoalmente.
“E já te disse. Você não pode. Gerald Taylor é intocável,
quase tão intocável quanto Eddie. Você acha que Johnny
Jack foi difícil de derrubar? Ele não era nada comparado ao
seu pai. Ele tem tanta sujeira em todo mundo que fica com
muito medo de ter suas roupas sujas lavadas.”
"Eu sei disso", respondo facilmente. "É por isso que fiz
um plano com a juiz Palmisano", digo, passando a mão sobre
a coxa dela em um gesto possessivo, mas terno.
“Que tipo de plano?” Rocco pergunta sem levantar os

olhos do café da manhã.
“Ele me garantiu que, se eu puder encontrar alguma

evidência maldita de que meu pai seja preso, uma gangue
adversária cuidará das coisas. Quero meu pai morto, Rocco.
Ele ameaçou a mim e aos meus pela última vez.” respondo,
deixando meu polegar acariciar lentamente a pele macia de
Rachel. É como tocar veludo quente.
“Não tem como você encontrar algo nele. Ele está no

negócio de limpeza. Aquele bastardo rato sabe como
esconder suas pegadas.” Rocco diz, tomando um gole de café.
“Bem, acho que deveríamos acusar ele de assassinato.

Você me disse uma vez que gostava de matar dois coelhos
com uma cajadada só.” Acho que finalmente chegou a hora
de jogar essa pedra.
Rocco começa a engasgar violentamente com a bebida e

bate com o punho contra o peito enquanto todo o rosto ficava
vermelho pela força. Observo calmamente, meus dedos ainda
lentamente arrastando sobre a pele de Rachel, e tenho que
conter um sorriso quando ela tenta se inclinar para mais
perto de mim, procurando mais pelo meu toque provocador.
"Você quer matar Eddie e usar o assassinato dele para

enquadrar seu pai?" Rocco se esforça.
"Sim. Se estivermos pagando meio milhão por um

assassino, é melhor que façamos valer o dinheiro...” admito,
olhando firmemente nos olhos dele antes de me virar para
Rachel. “Isto é, se estiver tudo bem com você. Você está
dando as ordens, princesa.”
Ela absorve minhas palavras lentamente antes de

acenar com a cabeça, aqueles dentes brancos perolados
afundando em seus lábios enquanto ela olha para mim.
Rocco passa a mão no rosto, nos tirando do momento.

“Aww, porra. Tem certeza de que o juiz Palmisano pode ser
confiável? Se eu for pego nisso, sou um homem morto.”
“Você já está morto se não cuidarmos do meu pai e

Eddie. Você está no meio disso, quer queira ou não. Além
disso, eu tenho sujeira suficiente do juiz Palmisano para que

ele chupe meu pau se eu pedir. Eu praticamente o possuo.”
Rocco aperta a mandíbula e bate com o garfo. "Porra."
"Anime-se, Rocco", digo, afastando meu prato com a

mão livre. "Pense. Com Edward e meu pai fora, o círculo
criminoso subterrâneo de Savannah será seu.”
Isso traz uma faísca em seus olhos, embora ele tentasse

esconder. Rocco se levanta e aponta na minha cara. “Tudo
bem, seu merda. Ajudarei você a coordenar esse trabalho de
estrutura. Mas então você está comigo, cem por cento. Eu
recebo o dinheiro, você recebe o nome. Savannah será nossa
se jogarmos direito.”
"Eu sempre fui fã do jogo longo."
Não tenho a intenção de trabalhar com Rocco, os únicos

planos envolvem a filha dele, mas ele não precisa saber disso.
Direi o que ele quiser ouvir, se isso fizer com que ele pare de
brincar e nos ajude a conseguir o que queremos. “Eddie
Lancaster e Gerald Taylor a um metro e meio de
profundidade.”
Rocco balança a cabeça. "Sim. Vamos torcer para não

perdermos esse tempo. Quero conversar com este Quarenta
e Um companheiro. Que porra de nome é esse, afinal?
Precisamos garantir que ele seja confiável antes de
prosseguirmos com isso.”, Rocco disse a Rachel. “Convide ele
para vir. Planejaremos depois que eu determinar se ele pode
ser confiável ou não.”
Rachel sorri para o pai, aquela familiar labareda de fogo

queimando em seu peito. E vejo desafio a uma milha de
distância. "Não. Como Godfrey disse, eu estou dando as
ordens. Escolhi quarenta e um. Confio nele. Se digo para ele

matar Eddie, é isso. Você pode fazer parte do meu plano ou
podemos fazer isso sem você. Não há mais controle, pai.
Valorizo e respeito sua opinião, mas este é meu jogo e minha
vingança.”
Ficaria orgulhoso da minha garota se não estivesse

queimando de ciúmes por causa da fé dela nesse cara dos
Quarenta e Um. Quão perto eles chegaram? Se ela ficasse
com assassinos, eu queimaria todo o Macon Mob vivo e
alegremente cumpria a sentença da minha vida. Visitas
conjugais eram um direito, certo? Faço uma anotação mental
para pesquisar isso.
"Bem. Vou seguir suas regras, mas quero ser incluído a

cada passo do caminho.”, Rocco diz, levantando. “Estou indo
para o armazém. Temos que mudar de local se as coisas
forem para o sul. Me avise quando pudermos nos encontrar
para definir um plano, e estarei lá com a porra dos sinos
brilhantes.” Ele se vira para olhar para mim. "E você. É
melhor você não estar aqui quando eu voltar, Godfrey. Só
posso aguentar um tempo de você.”
Ele sai sem dizer mais nada, o som da porta da frente

batendo atrás dele. Me viro para Rachel, que está me olhando
com olhos brilhantes. Ela se abaixa e pega minha mão que
ainda está em sua coxa e aperta. "Assim. Você realmente
quis dizer tudo isso? Você me ama, Godfrey Taylor?”
"Sim."
"Hmm."
Ela afasta a mão da minha e se inclina para beijar meus

lábios. Sua mão pequena estende a mão e segura minha
calça de moletom emprestada, e quase gemo em sua boca.
"Eu também te amo", ela diz contra os meus lábios.
Em um movimento rápido, levanto, pego ela comigo

para que suas pernas apertem minha cintura e seus braços
fiquem em volta do meu pescoço. "Diga isso de novo."
Ela ri quando jogo os pratos para o lado e a coloco na

beira da mesa. "Eu te amo."
Mordo seus lábios e traço minha língua ao longo da

costura. "Bom. Agora me diga que posso te foder bem aqui
na mesa da cozinha, com xarope ainda nos seus lábios.”
A excitação cora sobre sua pele quando sua língua

dispara para lamber seus lábios. "Por favor faça. Me faz
sentir bem, God.”
"Meu maldito prazer, princesa."
Eu imediatamente caio de joelhos e puxo suas coxas

sobre meus ombros. A pequena sedutora não teve tempo de
colocar calcinha. Estava fazendo algo comigo, sabendo que
ela estava tão acessível e pronta. Separo seus lábios com
uma mão e mergulhei nela com a minha boca como se fosse
à parte mais doce da minha fruta favorita. Ela tem um gosto
tão bom que não posso ver direito, e o jeito que ela
imediatamente começou a andar na minha boca faz meu pau
ficar tão duro que dói.
"Não deveríamos conversar sobre o que acabou de

acontecer?", ela pergunta, com as mãos enfiando e puxando
dolorosamente meu cabelo.
"Provavelmente", falo contra sua boceta.
"Vamos?" Sua voz rouca está sem fôlego.

Dou risada, minha risada fazendo sua boceta vibrar,

fazendo um gemido alto escapar de seus lábios. "Não."
"Oh, Deus", ela grita enquanto puxa meu cabelo,

guiando minha boca contra seu traseiro avidamente.
Maldita boceta, como algo tão perfeito tem um gosto tão

bom. Tento escolher entre foder com a língua e deslizar meu
pau dentro dela. Quero os dois. Tudo isso. Para sempre.
Sempre.
Depois de mover as pernas dela em volta dos meus

ombros, levanto e olho para seu rosto feliz. "Mas quero mais",
ela faz beicinho em um tom suplicante.
"Ainda não."
Esfrego minha boca por todo o pescoço, ainda

escorregadia com seus sucos, sorrindo contra sua pele
quando sinto seu pulso louco disparar ao meu toque. "Você
está me matando", ela sussurra.
"Paciência, princesa."
Depois de pegar uma camisinha do meu bolso, tiro

minhas calças, quase tropeçando como um maldito juvenil
quando saio da pilha de tecido aos meus pés. Ela ri do meu
leve tropeço, mas todo o humor foge dela, no momento em
que aperto meu pau e o pressiono contra sua entrada.
Aperto. "Você quer isso?" Pergunto, olhando nos olhos

dela. Quero que ela se sinta no controle, e tenho toda a
intenção de perguntar a ela a cada momento, se isso a faz
sentir como se ela tenha dito o que está acontecendo. Fico
mais do que feliz em apertar os botões que ela quer ou sentar
e esperar ela apertar. Rachel está no controle disso, sempre.
“Inferno sim, eu quero. Foda-me já...” ela implora.
O que minha garota quer, ela recebe.
Empurro dentro dela e a pego com força, bem ao lado

de um prato meio comido de waffles e uma xícara de café
preto que espirra toda vez que me movo. E quando ela goza,
ela jorra tanto com meu pau que estou praticamente me
afogando em seu prazer, e não quero isso de outra maneira.
Gozo logo depois dela, com um assobio entre os dentes

quando me inclino para frente e chupo seu lábio inferior,
lambendo a calda que estava me provocando durante todo o
café da manhã.
Ofegamos um contra o outro, voltando da nossa alta

mútua. Ela se sente perfeita. Ela é perfeita, e já quero mais.
No momento em que dou um beijo em sua testa, ouço

uma batida contra a porta da frente antes que ela se abra
rapidamente e passos possam ser ouvidos pelo corredor.
Rachel chia e empurra meu peito. Rapidamente a puxo

tiro a camisinha e estou no processo de puxar minhas calças
de volta quando a voz de Beau Fodido Boedecker chama.
"Rachel?"
"Merda", Rachel assobia. "Eu não quero que ele me veja

assim."
Puxo ela da mesa e a coloco de pé, certificando de que

minha camisa a cobre. Não quero que ele a veja assim, mas
meio que me irrita que ela queira nos manter em segredo.
“Suba as escadas para se vestir. Vou lidar com ele.”
Ela me olha desconfiada. "Jogue bonito."

Bato na bunda dela para fazer com que ela se mova. “Eu
sempre jogo. Mas nem sempre sou legal.”
Capítulo Trinta e Sete
Rachel
"O que diabos você está fazendo aqui?" Ouço Beau

perguntar enquanto puxo os jeans apertados que encontrei
em uma cômoda guardados para essas ocasiões e os puxo
pelos meus quadris. Corro pelo corredor da casa segura,
determinada a parar eles antes que possam se baterem.
"Acho que a melhor pergunta é o que diabos você estava

fazendo deixando Rachel sozinha na noite passada no bar de
Salvador?" O tom acusatório de Godfrey me faz parar, e me
pressiono contra a parede, ansiosa para ouvir a resposta de
Beau.
Sei que ele ia se expor para mim, dar suas desculpas de

uma maneira encantadora para tentar me convencer de que
ele tinha saído por um bom motivo. Não tive tempo de parar
e pensar no que aconteceu com Beau, mas agora que pensei
nisso, fico ainda mais irritada. Percebo que ele tentou me
fazer sair para minha própria segurança, mas conhecendo
minha história, ele nunca deveria ter colocado as mãos em
mim.
"Seu amigo otário me deu um soco e me disse para sair

com a ameaça de sua lâmina."
“Porque você colocou as mãos nela. Você é

supostamente amigo dela, certo? Então você sabe que ela é
teimosa. Você deveria ter ligado para Rocco, mas entrado
com ela porque era disso que ela precisava.”
"Foda-se", Beau cospe quando me inclino contra a

parede do corredor, tentando manter a respiração calma
enquanto continuou a ouvir. "O que ela precisava era ficar
muito longe antes que Eddie chegasse lá."
Godfrey fez uma pausa. "Como você sabe que Eddie ia

para lá?"
"O que?"
Me mudo para que possa finalmente enxergar, vendo os

perfis deles enquanto se encaram na cozinha. Dois dos
guardas do meu pai estão em sentinela perto da porta da
frente e acenam para mim enquanto caminho em direção a
Godfrey e Beau.
Godfrey dá um passo ameaçador à frente. "Eu disse,

como você sabia que Eddie estaria lá?"
Beau empalidece um pouco. "Rachel me disse."
"Não, eu não fiz", digo, avançando e fazendo os dois

girarem a cabeça para olhar para mim.
"Sim, você fez."
Balanço minha cabeça e fico ao lado de Godfrey. Posso

dizer que isso incomoda Beau pelo tique em sua mandíbula.
"Não. Eu lhe disse que tinha ouvido falar que alguns

membros do Macon estariam lá, mas não tinha certeza e
nunca disse o nome de Eddie. Eu nem sabia ainda.”
“Foi um palpite. Assumi que ele estaria lá.”
Godfrey estreitou os olhos. "Você está mentindo, porra."
Olho para Beau, quero dizer, realmente olho para ele.

Vejo um cara ambicioso, disposto a abandonar sua família
por conta de dinheiro. Vejo alguém que diz todas as coisas
certas, faz todos os movimentos certos, mas ele realmente se
sente certo? Faço uma careta com o pensamento. Meus
instintos sempre me alertaram para ele, apesar da minha
tentativa de me convencer a tentar levar as coisas adiante.
Talvez seja hora de prestar atenção ao meu instinto e
descobrir o porquê.
"Por que você sabe quem é Eddie, Beau?", pergunto.
"Todo mundo sabe quem ele é", ele responde com um

encolher de ombros, mas o movimento parece forçado. Seus
olhos castanhos, geralmente lisos como mel, estão se
movendo de um lado para o outro. Ele não consegue usar o
efeito calmo e surpreso como Godfrey. Nunca poderá. "Pare
de me olhar assim. Não sou o inimigo aqui...” ele retruca,
ficando irritado. "Godfrey que foi contratado para te matar."
Pisco de surpresa. Beau Boedecker apenas mostrou sua

mão, e ele está tentando empilhar a porra do convés.
“Como diabos você sabe disso? Você está trabalhando

nos dois lados da cerca, filho da puta?” Godfrey pergunta
enquanto avança. Ele agarra a gola da camisa de Beau,
segurando com tanta força que os nós dos dedos ficam
brancos. Normalmente, eu teria entrado para deter, mas o

medo eletrificado está me matando firmemente no lugar.
"Me solte!" Ele grita antes de empurrar o peito de

Godfrey. Meu herdeiro perfeito não tropeça. Duro e sólido
como uma rocha, ele fica ali, absorvendo o choque como se
não fosse nada.
Os guardas do meu pai entram correndo, mas os impeço

de intervir levantando minha mão.
Olho para Beau e inclino a cabeça enquanto minha

mente reúne informações. “Meu pai nunca trouxe novas
pessoas. Todo mundo é leal a ele. E ele sempre foi cuidadoso
com os locais de seu armazém. Ele as trocava toda semana
para manter JJ fora de nossa trilha...” murmuro, conectando
todos os pontos para que eles explicassem sua traição.
“Naquele dia, fui encontrar meu pai no armazém - ninguém
mais sabia que ele estava lá naquele dia. Foi você quem
pegou o dinheiro para ser levado aos intermediários. Você
disse a JJ, não foi? Foi assim que ele soube onde nos
encontrar naquele dia. Foi você.”
Lá. Minha acusação penetra nas expressões de Beau e

Godfrey. Godfrey parece estar pronto para estalar o pescoço,
enquanto Beau parece doente. Eu o tinha encurralado com
a nitidez da verdade, e não tem nada que ele possa fazer além
de esconder seu coração traidor. “É por isso que você não
queria entrar no clube. Não para me proteger, mas porque
você não queria encontrar nenhum membro da Macon Mob
e ter seu segredo sujo em aberto.”
Dou outro passo mais perto enquanto Godfrey o

mantém parado. Pegando uma faca que sobrou do café da
manhã, testo o peso dela na minha mão. Seus olhos se
arregalam quando ele gagueja. “Não sabia que você estaria
lá, Rach, eu juro! O acordo era apenas para Rocco. JJ deveria

matar ele, assumir o trabalho falso e me dar uma fatia maior
do negócio. Era para ser apenas ele. Você não deveria estar
lá!” diz em um frenesi desesperado, seus olhos ficando
selvagens.
Godfrey bate a cabeça de Beau no balcão, seu crânio

atingindo o granito com um estalo alto. “Seu filho da puta!”
Godfrey rosna.
“Meu pai confiou em você. Ele te tratou como um filho.

Ele te levou quando você queria deixar os negócios do seu
pai.” digo, minhas palavras lisas e furiosas.
Vou até o fogão enquanto assisto Godfrey bater o rosto

de Beau contra o granito novamente, seu rosto contorcido de
dor. Sei que ele irá se machucar, mas não é suficiente. Ele
traiu meu pai. Ele me traiu. Foi por causa dele que tudo
aconteceu. Minha inocência, minhas alegria foi tirada de
mim assim. Tudo por causa de um traidor ganancioso e
egoísta.
"Ele não me deixou, porra!"
"O que?"
“Eu sempre te amei desde que nos conhecemos. Mas

Rocco me recusou. Disse que eu era muito sujo para
namorar você.” Beau cospe sangue de onde Godfrey bateu o
rosto esmagado contra a bancada, todo o corpo cai sobre ele.
"Foda-se vindo de um gangster que trabalha com dinheiro
sujo."
Godfrey e eu trocamos um olhar, e empalideço. "Então

você decidiu que meu próprio pai seria assassinado como um
caminho para me ter?"
Os homens do meu pai se aproximam, assassinato

evidente em seus rostos, mas tenho uma ideia melhor em
mente. Godfrey, o homem que sempre soube o que eu
precisava, dá um olhar severo, advertindo sem palavras para
não se aproximarem e interferirem. Ligo o queimador, coloco
a faca de metal no fogo antes de me virar para encarar o
homem responsável pela minha captura em primeiro lugar.
“Éramos amigos, Beau. Confiei em você. Ele confiou em

você...” sussurro. Minha raiva é amarrada com intensa
tristeza. Penso em todas às vezes que Beau disse que se
importava comigo e estragou essa memória com o que ele
havia feito - o que ele tentou fazer. Engulo a bile subindo na
minha garganta e engasgo com a fumaça do inferno subindo
na minha barriga. “Você está perseguindo dinheiro há tanto
tempo que se perdeu. Isso não era sobre mim. Era sobre você
sempre querendo mais do que deveria. Eu deveria ter visto
isso antes. Você é um idiota ganancioso, conivente e desleal.
Não é de admirar que seu pai tenha ficado feliz em ver você
partir...” digo, girando a faca sobre a chama no fogão. "Eles
me levaram porque você nos fez vulneráveis."
"Sinto mui..." Godfrey levanta a cabeça e bate de volta

no balcão antes que ele possa terminar sua frase. Ouço seus
dentes baterem quando o sangue se acumula em sua boca,
marcando seu pedido de desculpas com sangue vermelho
que não está fluindo o suficiente. Oh, ele sangra. Todos eles
sangrarão.
Sei quanto tempo leva uma faca para esquentar. Já

tinha visto com meus próprios olhos, contei minhas
respirações até que o raio estivesse brilhando. A marca de JJ
no meu ombro parecia queimar quente com o lembrete. "E
depois de tudo isso, você ainda me perseguiu", digo com um
movimento incrédulo de cabeça. "Você sabe todas as coisas
distorcidas e fodidas que sofri?", pergunto, enquanto pego

uma luva de forno velha de uma gaveta próxima. “Você disse
que gostou do meu novo visual. Será que ele fez você duro,
sabendo que a escuridão dentro de mim, é por causa de
você?”
Sei que Beau não é Eddie, e ele não é JJ. Mas ele é como
um traficante, jogando uma mão ruim para mim e me
deixando no pior jogo da minha vida. "Eu não..." Sua voz está
arrastada. Sei que se Godfrey batesse o crânio novamente,
ele desmaiaria e não o quero inconsciente. Quero que ele
sinta a dor que estou prestes a causar.
Mais uma vez, ele se contorce, tentando

desesperadamente sair das garras de Godfrey. Mas suas
mãos estão amarradas às costas e Godfrey usa todo o seu
peso para manter Beau firmemente no lugar. Quando me
viro, noto que a faca ainda não está brilhando, então olhei
para ela. Assistindo. Esperando por esse momento crucial,
será a arma que eu preciso. "Eu te disse como JJ me
marcou", sussurro. “Expliquei com detalhes sangrentos, me
abri sobre meu trauma, pensando que podia confiar em você.
Mas você já sabia.” A faca fica quente e sorrio enquanto
coloco a luva na minha mão.
"Rachel, eu nunca quis te machucar", ele implora uma

última vez. Mal posso esperar para ouvir ele chorar.
"Bem", começo, antes de pegar a faca e voltar para onde

Godfrey está o segurando. "Você fez. E agora vou marcar você
com minha própria marca especial, Beau. Vou lhe dar algo
que você terá que ver todos os dias. E quando você olhar para
o seu rosto fodido, espero que você pense em mim.”
Sem outra palavra, coloco o metal quente em sua

bochecha, a ponta da lâmina queima sua pálpebra fechada.
Seus gritos enchem a cozinha enquanto ele luta

desesperadamente, tentando fugir, e o cheiro de carne
queimada assalta meu nariz. Isso me lembra minha própria
marca, mas esse flashback me faz pressionar a lâmina com
mais força, afundando o metal escaldante através de
camadas de carne até o sangue começar a pingar. Os
homens do meu pai observam cautelosamente de seus
lugares atrás de mim, e Beau continua gritando enquanto
Godfrey continua a segurar, mas não paro até o metal esfriar
e ele desmaiar de dor. Mantenho ele ali mesmo assim,
olhando para o rosto ensanguentado e queimado da testa até
a bochecha, até Godfrey deixar o seu corpo afundar no chão
com um baque.
Estou tremendo de adrenalina enquanto olho para seu

corpo de bruços, a faca ainda na minha mão.
"Princesa", Godfrey murmura antes de se aproximar e

envolver seus braços fortes em volta de mim. Ele me segura
com força contra seu corpo quente, mas sinto um calafrio
nos meus ossos, mas não consigo tremer. Não pude sentir o
toque dele. Não consigo sentir nada. Eu era um nada e tudo
de uma só vez, coberta pelas manchas da traição sangrenta
de Beau e cheia do cheiro do que tinha feito.
"Quero queimar ele novamente", sussurro. "Quero

queimar todos eles."
Godfrey se afasta, mas mantém os braços em volta das

minhas costas agora cobertos com um brilho de suor. “Nós
vamos princesa. Nós vamos."
Capítulo Trinta e Oito
Rachel
Tudo foi preparado. O Quarenta e Um preparou o

cenário perfeitamente, até conseguiu um passe para os
bastidores do show.
Nos instalamos em um dos armazéns do meu pai -

especificamente aquele de onde fui capturada. O meu eu
assassino e criativo gosta da vibração e do simbolismo, disse
que os ossos do antigo prédio definiriam o cenário. Pude me
sentar em segurança atrás de um espelho de um lado que
meu pai havia instalado, era sua única exigência. Eu
participaria da matança, mas apenas se estivesse fora de
vista e escondida em uma tumba à prova de balas.
Não lutei com ele, principalmente porque estou tão

pronta para finalmente terminar com tudo isso. "Peguei a
arma", Godfrey diz ao entrar na pequena sala de espera onde
estou sentado.
O plano é simples. Meu pai ligou para o Sr. Taylor,

oferecendo um acordo no negócio de dinheiro em troca de
ajuda para lidar com Eddie. E, como o previsível filho da puta
do Sr. Taylor, ele chamou Eddie na primeira chance que teve,
arremessando como um maldito pavão na oportunidade de
oferecer ao Macon Mob meu pai em uma bandeja de prata.
Queremos que eles cheguem juntos; é a única maneira de
funcionar.
Quarenta e Um para de montar o jogo de xadrez, um

toque pessoal que aprecio, e se dirige a Godfrey. “Você tem
certeza de que está registrada no nome de seu pai?” Ele
pergunta.
"Positivo. Me certifiquei de pegar o seu favorito também.

Ele tem suas impressões digitais por toda parte.” Godfrey
pega uma sacola plástica contendo a pistola e a entrega a
Quarenta e Um. Ainda não consegui descobrir se Godfrey
gosta do meu excêntrico assassino ou não. Quando nos
conhecemos há uma semana para finalizar as coisas, ele
estufou o peito como um imbecil territorial. Quarenta e Um
não parece incomodado, apenas dá a ele aquele sorriso
provocador que espero dele e mergulha na logística do golpe.
Quarenta e Um bate os dentes no pulso antes de

manusear a arma, saltando na palma da mão antes de
verificar cada componente da arma, verificando se ela está
totalmente funcional. O juiz Palmisano até tem alguns
oficiais sentados no trânsito nas proximidades, assim eles
estarão próximos uma vez que o gatilho fosse acionado. “É
uma pena que isso acabe em um armário de evidências em
algum lugar. Uma pistola tão bonita...” Quarenta e Um diz
ansioso enquanto a olha.
Godfrey faz uma careta sem graça antes de se virar para

me falar. “De acordo com os rastreadores que Bonham
colocou em seus carros, eles estarão aqui em cerca de quinze
minutos. Rocco está na parte de trás do armazém,
verificando a entrada. Tem certeza de que não o quer aqui,
princesa?” ele pergunta, e balanço minha cabeça. Não
preciso me explicar, Godfrey sabe. Deixei o meu pai
participar, mas esse é o meu tempo. Minha vingança. Minha
conclusão para uma história fodida.
Godfrey deixa escapar um sopro de ar antes de

responder. "OK."
Aqueles quinze minutos passam como uma eternidade

rápida.
Quarenta e Um está em posição dentro do armazém,

enquanto Godfrey e eu estávamos dentro da sala. O telefone
de Godfrey estava em um banquinho entre nossas cadeiras,
nos permitindo ouvir tudo o que acontece do lado de fora,
onde meu pai está posicionado.
"Taylor está aqui."
Engulo em seco com a voz do meu pai no alto-falante e

troco um olhar com Godfrey. Ele assente e então ouvimos o
som de um motor de carro, seguido pelo fechamento de uma
porta. Essa é a parte complicada; sabemos que Eddie não
virá sozinho. Ele não é estúpido o suficiente para pensar que
é invencível. Meu pai prometeu alegremente fazer seus
homens desaparecerem. A única coisa que os policiais vão
ver quando estiverem aqui é o cadáver de Eddie e um Taylor
desmaiado segurando a arma.
Eddie pode ter trazido seus homens, mas meu pai

contratou um exército - um exército pronto para acabar com
o reinado de Macon de uma vez por todas.
"Nomar", a voz de Gerald Taylor sai suavemente em

saudação.
"É um prazer conhecer você oficialmente", meu pai

responde.
Eles trocam gentilezas por alguns momentos, e toda a

minha energia nervosa sai pela sola do meu pé enquanto a
balanço para cima e para baixo.
"Ele está pescando", Godfrey murmura, e percebo

imediatamente que ele está certo. O Sr. Taylor está
perguntando sobre o negócio falsificado agora, sobre locais e
fluxo de caixa. Meu pai contínua se esquivando de suas
perguntas, e o Sr. Taylor contínua circulando de volta.
Mas então ouvimos o som revelador dos motores dos

carros e a voz do meu pai. “Traição tão cedo, Taylor? Ainda
nem fizemos um acordo...” meu pai diz.
"Você realmente esperava que eu mudasse de lado para

você?" Sr. Taylor responde.
Portas de carro fechadas. Pés caminham sobre cascalho

duro. E então meu pai, calmo como sempre, diz: Eu não fiz.
Esse é provavelmente o momento em que o Sr. Taylor

sabe que está fodido.
Meu pai deve ter dado o sinal, porque no momento

seguinte ouvimos o som de armas disparando. Gritos sopram
no alto-falante do telefone e começo a mastigar meus dedos,
mordendo como se minha ansiedade fosse arrancar com

minha unha.
Um instante depois, o som de armas para e tudo ficou

estranhamente silencioso. A cada segundo que não ouço a
voz do meu pai, minha ansiedade sobe para um nível
superior.
Talvez nosso plano de matar os homens de Eddie não

tenha funcionado. Talvez eles de alguma forma tenham
vantagem. Talvez...
De repente, a porta do armazém é aberta e dois homens

são empurrados para dentro. Meu pai empurra Eddie pela
porta com tanta força que o homem cai no chão. Meu pai
olho para o meu atormentador e sei que está tomando tudo
dele para não matar ele. “Você machucou minha garotinha.
Se dependesse de mim, eu faria lento.” O pé do meu pai, pega
no rosto de Eddie, e sua bochecha se abre e começa a pingar
sangue.
Meu pai cospe nele por uma boa medida, e depois se

vira quando um de seus homens empurra o Sr. Taylor para
dentro.
Com um último olhar, meu pai bate a porta do

armazém, trancando por fora.
E então havia os dois. Nossos homens mais odiados

ficaram presos dentro do armazém conosco e não tínhamos
para onde ir.
Sem surpresa, o Sr. Taylor chega a uma conclusão mais

rápida do que Eddie. Ele parece saber imediatamente que
não tem como escapar disso. Mas Eddie fica de pé, com os
cabelos ruivos suados e a camisa torta enquanto tenta puxar
a porta que não se abre. Quando ele percebe que não vai dar
certo, ele olha ao redor do resto do espaço, procurando por
outra porta, mas não tem nenhuma. Ele começa a bater com
o punho contra ela, gritando o nome do meu pai e
amaldiçoando até sua voz ficar rouca.
É engraçado - não tem iluminação escura para definir o

clima de ansiedade. Tudo está iluminado com lâmpadas
fluorescentes, destacando o tom pálido da pele de Eddie e
fazendo brilhar os botões de punho de ouro nas mangas do
Sr. Taylor. Também não tem música ameaçadora como nos
filmes. Apenas o som de Eddie xingando, sua voz ecoando no
grande espaço vazio.
Aparentemente, os dois homens não se encaixam, mas

por dentro são iguais. Ambos usam as pessoas, não se
importando com quem machucariam desde que
conseguissem o que queriam. Gerald Taylor em um terno
impecável com abotoaduras e ganância, e Eddie Lancaster
está envolto em poliéster e uma alma venenosa. É justo que
Godfrey e eu sejamos os únicos a acabar com eles. Afinal,
somos os que mais sofreram nas mãos deles.
Quando Eddie finalmente desiste da porta, seus olhos

finalmente caem na mesa no meio da sala, onde o Sr. Taylor
já estava olhando nos últimos minutos.
"Ele vai fazer isso primeiro", Godfrey murmura ao meu

lado e, com certeza, seu pai avança, seus passos ecoando
com arrogância enquanto caminha. Eddie segue atrás dele,
não gosta de ser deixado para trás.
Os dois olham para a única pilha de dinheiro ali, que

têm um pedaço de papel espetado nela com um palito longo.
Eddie pega o dinheiro, seus olhos diferentes combinando
com as palavras que escrevi para ele:
EDDIE,
PREPARE- se para chupar o pau de JJ no inferno.
TUDO DE RUIM,
Rachel Nomar
PS: VOCÊ TEM sorte de não estar se afogando em um

balde de sêmen de elefante. Era o que meu assassino
maluco queria fazer.
"QUE PORRA É ESSA?" Eddie xinga antes de girar,

olhando freneticamente ao redor da sala enquanto Gerald lê
a nota que deixa Eddie em um frenesi. “Você nos enviou de
cabeça para uma armadilha, filho da puta!” Eddie grita para
Gerald, cuspindo nos lábios enquanto circula pela sala,
procurando uma saída.
Essa foi a ideia de Godfrey. Ele pediu que os fizéssemos

esperar e assistir enquanto eles estavam excitados. Isso me
faz pensar com que frequência Gerald Taylor o fazia esperar
por uma iminente derrota, parece adequado que Gerald sofra
o mesmo sofrimento angustiante.
"Não é minha culpa que você tenha sido arrogante e só

trouxe uma dúzia de homens!" Gerald Taylor ferve. "Devia ter
cinquenta deles prontos para nos derrubar!"
Eddie se vira contra seu colega, se aproximando mais

quando a raiva faz sua pele pálida ficar vermelha. Cravo
minhas unhas na minha coxa com aquela visão. Já tinha

visto a raiva dele muitas vezes antes, era suas expressões de
raiva que provocavam terror nas vítimas. "Ele não pode
chegar até você, princesa", Godfrey me assegura, e mais uma
vez amo o quão claramente ele pode me ler — o quão
claramente ele sente o que preciso.
"Eu sei", respondo.
Mais gritos ecoam pelo armazém, e sei que o Quarenta

e Um está gostando do drama. Ele queria um show com um
papel de liderança, e ele conseguiu um. Posicionado atrás de
uma partição, ele pode facilmente ver as coisas se
desenrolando enquanto fica escondido.
"Isto é tudo culpa sua! Você me disse que Rocco queria

um acordo. Você deveria saber que ele estava fingindo!”
Eddie grita, e então alcançou a cintura da calça.
Merda. Meu pai esqueceu de dar um tapinha nele?
Sinto Godfrey enrijecer ao meu lado quando a mesma

percepção ocorre nele. Eu apenas rezo para o Quarenta e Um
ter recursos suficientes para fazer isso. E se ele não visse a
arma?
Eddie se aproximou de Gerald e tira a arma do coldre.

Levantando a pistola ele bate com o cabo de metal na
bochecha do Sr. Taylor, o fazendo cair no chão. O corpo de
Gerald ficou mole, nocauteado pela força.
"Merda, merda, merda", Godfrey sussurra baixinho ao

meu lado.
Quarenta e Um apaga as luzes assim que Eddie apontou

a arma para Taylor, o dedo pairando sobre o gatilho,
preparado para dar o tiro final. Este não é exatamente o

plano, mas ainda teria o mesmo resultado final. Estamos
envoltos em escuridão, incapazes de ver uma coisa, e
Godfrey rosna. Sei que ele quer ver o tiro final, quer ver a
vida de seu pai acabar de uma vez por todas.
“O que diabos o Quarenta e Um está fazendo? Eu não

consigo ver!”
Um tiro soa, claro e penetrante. Ofego e estendo a mão

para pegar Godfrey, envolvendo meus dedos trêmulos em
torno de seu pulso. A bala ecoa nos meus ouvidos.
"Está feito?", pergunto.
"Eu não sei", Godfrey reponde.
Uma respiração.
Duas respirações.
Dezessete.
Esperamos no escuro, meus olhos se esforçando para

ver qualquer coisa, mas não há movimento. Sem sombras.
Apenas breu preto.
Uma risada sinistra ecoa ao meu redor, e sinto nos

meus ossos. Conheço aquela risada, aquela risada cruel. Fui
forçado a ouvir tantas vezes que fez meu sangue se
transformar em ácido.
"Eddie ainda está vivo", choramingo.
Pressiono meu ouvido contra o vidro e ouço o som de

seus sapatos caros estalando ao longo do concreto e, de
repente, não estou no armazém do meu pai. Estou de volta
ao porão, esperando como a presa que sou. Minha respiração

está difícil, e o medo como espinhos pica minhas memórias,
fazendo cada grama minha tremer com a destruição
iminente.
Um ruído áspero, como a pele deslizando contra a

madeira, é fraco, mas ensurdecedor.
As luzes se acendem novamente e vejo Eddie parado na

parede com uma mão sobre o interruptor e a outra na
pistola.
"Foda-se." A voz de Godfrey me faz seguir sua linha de

visão, e ofego, minha mão batendo na minha boca enquanto
meus olhos se arregalam. Quarenta e Um está lá, sua forma
propensa pela partição e uma poça de sangue ficando maior
ao seu redor.
"Não", respiro, mas não tenho tempo de entrar em

pânico, porque Godfrey já está se movendo. Quando ele
chega à porta, olha para trás e aponta para mim. "Fique aqui.
Tranque a porta atrás de mim.”
"Mas..."
"Rachel!" Ele retruca, o medo aparente em seus olhos

arregalados. "Por favor."
"OK."
Ele abre a porta e sai, e a tranco depois dele, como disse

que faria. A última coisa que quero é que ele vá lá sozinho
encontrar o lobo, mas tudo está acontecendo tão rápido.
Observo pelo espelho de duas direções enquanto Eddie

se aproxima do Quarenta e Um e o cutuca com o pé.
Quarenta e Um não se mexe e Eddie começou a rir. “É o

melhor que você pode fazer?” Ele grita para o armazém vazio
com as mãos levantadas enquanto grita. Eddie sempre foi
um bastardo arrogante.
Ele ainda está girando quando Godfrey o empurra por

trás e o derruba no chão. Eddie cai duro no concreto com
Godfrey pousando em cima dele. Godfrey não lhe dá um
segundo para se recuperar antes de começar a chutar socos.
Godfrey o mantém preso enquanto seus punhos batem no
rosto de Eddie, e me encolho a cada golpe.
De alguma forma, apenas pelo tamanho bruto, Eddie

consegue empurrar Godfrey, enviando de volta. Antes que
Godfrey possa se levantar, Eddie está pegando sua arma. Eu
assisto horrorizada, o tempo diminuindo quando Godfrey
muda de movimento no último segundo e vai pegar a pistola
também.
Um piscar de olhos. Foi o tempo que levou. Uma mão se

fecha em volta da pistola. Ele o balança, ainda no chão, com
um olhar assassino. "Isso é para Rachel, seu filho da puta."
Godfrey atira. O som penetra nos meus ouvidos e

reverbera no meu crânio.
Eddie cai, um único tiro em sua têmpora, morto antes

de bater no concreto. Seu veneno vaza com seu sangue, e sei
que nunca conseguiremos tirar a mancha.
Godfrey senta sobre os calcanhares, largando a pistola

com um baque retumbante. Abro a porta e saio correndo,
correndo na frente dele. "Você está bem?"
Seus olhos se arrastam lentamente de Eddie para mim

e ele assente. "Sim. Você?"
Assinto. "Sim."
Godfrey se levanta, seu olhar ainda em Eddie, enquanto

corro para verificar o Quarenta e Um. Meu coração pula na
garganta quando toquei sua bochecha, e seus olhos se
abriram. "Oh, graças a Deus", respiro.
Quarenta e Um fez uma careta quando sua mão vai para

o peito. "Não Deus. Kevlar...” ele diz. “Primeira bala atingiu
meu colete. A segunda golpeou meu maldito braço.” Ele tenta
levantar, mas a dor é muito grande, então ele sibila e o coloca
de volta na poça de sangue coletada embaixo dele. “Não
ajudou que bati minha cabeça com muita força quando
desci. O filho da puta deve ter me visto quando apaguei as
luzes.”
Abro a boca para responder, mas ouço um barulho atrás

de mim e, quando me viro, vejo que o Sr. Taylor tinha
acordado em algum momento. Ele agora está com as mãos
em volta da garganta de Godfrey.
"Godfrey!"
Godfrey afasta as mãos de seu pai e o empurra no peito,

fazendo cambalear para trás. O Sr. Taylor enxuga o sangue
dos lábios e ri enquanto tira o paletó e o coloca no chão.
Como um maldito psicopata, ele começa a arregaçar as
mangas da camisa metodicamente, seus olhos nunca
deixando o filho. “Então você escolheu ficar do lado dos
Nomars. Uma jogada interessante, mas não uma jogada
vencedora. Apesar de tudo, eu realmente não me importo
com Eddie...” ele diz com um encolher de ombros, como se a
morte de seu colega não importasse. “Haverá alguém para
tomar o seu lugar. Há sempre alguém. E eu sempre saio por
cima.”
"Porra. Você...” Godfrey cospe, os punhos cerrados ao

lado do corpo.
"Você sabe o que aprecio em você?" Sr. Taylor continua.

“Você sempre tenta dar um bom latido. Mas nós dois
sabemos como isso termina. Você sempre será o cachorro, e
eu sempre serei o mestre. Você se aproxima de mim. Você se
alinha e faz o que eu digo. Você aceita seu castigo na medida
que achar melhor. É assim que sempre foi, e é assim que
sempre será, garoto."
Sem aviso, o Sr. Taylor balança o punho e dá um golpe

poderoso no rosto de Godfrey. Godfrey cambaleia, e não
quero nada além de tomar todos os golpes por ele, aceitar a
dor e salvar de seu pai fodido.
O Sr. Taylor avançou se levanta próximo do rosto de

Godfrey, seu rosnado a poucos centímetros dele. Assisto
horrorizada quando Godfrey se esforça ao máximo para não
inclinar a cabeça em submissão. Ele está tremendo com o
esforço, e tenho orgulho dele por estar forte, encontrando o
olhar de seu pai de frente. Submeter é uma característica
condicionada; ele passou a vida inteira se curvando à
vontade de seu pai, mas agora foi o suficiente, e nós dois
vimos isso no enrolamento de seus punhos.
“Você vai me bater, garoto? Você não é melhor do que

sou...” Gerald diz enquanto inclina a cabeça para o lado,
olhando com uma crueldade calculada que o faz parecer
maníaco. Por toda a nossa conversa sobre jogos, eu nunca
tinha percebido o jogo definitivo que Godfrey estava jogando
a vida inteira. Seu pai é imprevisível. Um movimento errado
pode fazer com que todos desabem.
Godfrey empurra o pai e recuo. Gerald não é afetado.

Ele se mantém firme como o idiota teimoso que é e recua os
lábios, mostrando os dentes afiados fazendo parecer

predatório.
"Sou melhor que você", Godfrey diz, embora sua voz

esteja embargada.
"Você é igual a mim!" Gerald grita. “Fiz você, possuo você

e possuo toda essa maldita cidade.”
Gerald levanta a perna e chuta Godfrey nas bolas,

fazendo meu herdeiro cair de joelhos com um grunhido. Meu
coração sobe na minha garganta enquanto olho Godfrey de
joelhos aos pés de seu pai. Dou outro passo para trás. Essa
coisa toda foi para o inferno, e é tudo culpa minha. Isso foi
orquestrado por minha causa.
Meu calcanhar bate em algo pesado, e olho para o metal

com o qual ele bateu. Arma de Quarenta e Um.
Meu matador deve ter derrubado quando levou um tiro,

e ele não pode atirar agora com um braço inchado, mas ele
pode chutar em minha direção, o que é exatamente o que ele
faz. Nossos olhos se encontram, e ele acena para mim, me
dando força. Respiro com determinação e muito lentamente
pego, mantendo o Sr. Taylor à vista.
Depois que meus dedos se conectam com o metal frio,

envolvo minha palma em torno dele, lembrando de todas
aquelas vezes em que meu pai me levou para o campo e
ensinou a atirar. Nunca gostei de ir, nunca fui fã de violência.
Mas agora tenho liderança em minhas mãos e uma
necessidade de salvar o garoto que amo.
Seguro a arma, apontei para a cabeça de Gerald Taylor,

onde ele está em pé sobre Godfrey. Solto um suspiro trêmulo,
tentando manter meus dedos imóveis e meu alvo à vista. Não
posso deixar de me perguntar se o destino nos levou a esse

momento. Se sempre quis conhecer Godfrey Taylor, se
sempre quisemos ajudar um ao outro a destruir nossos
demônios.
"Ei, Gerald", digo, ganhando a atenção dele enquanto

Godfrey se defende de seus golpes. O Sr. Taylor vira para me
encontrar de frente, seus olhos se arregalam quando vê a
arma que estou apontado para seu peito. Não quero acertar
no crânio, quero que esse golpe caia no buraco negro onde
seu coração deve estar.
Quero que ele sofra. Sou a pequena princesa gangster

do meu pai e finalmente cheguei ao meu direito de
primogenitura.
“Você é um maldito covarde. Godfrey é mais forte, mais

inteligente e melhor do que você...” falo, mantendo minha voz
forte e deixando ricochetear nas paredes. “Você escolhe
coisas que o intimidam, certo? Godfrey é tudo o que você não
é, e isso te irrita. Você não passa de um valentão narcisista.“
“Você não vai atirar em mim. Você não tem bolas para
isso...” ele ri quando Godfrey se arrasta para fora do
caminho, arrastando seu corpo para longe de seu pai e me
dando uma chance clara. Não preciso me preocupar com
nenhuma bala perdida atingindo ele agora.
"Eu não preciso de bolas", respondo. "Eu só preciso

saber que você nunca o machucará novamente."
Aperto o gatilho.
A bala foi como um estalo, cortando o ar e estourando

um buraco no peito no momento do impacto. O sangue
espirra ao seu redor, e ele olha chocado para o peito.
Descrença é à última expressão que cruza seu rosto antes de

atirar nele de novo e de novo e de novo. Esvazio o pente
inteiro em seu corpo.
Ele cai como um saco e sangra no chão do armazém do

meu pai.
Meu olhar colide com o de Godfrey, e ficamos assim,

apenas nos observando e imersos no rescaldo. Nossas mãos
estão manchadas com o sangue dos inimigos um do outro.
Ele me vingou, e eu o vinguei.
Soltando a arma, vou até Godfrey enquanto ele se

levanta. Assim que estou perto o suficiente, ele me puxou
contra ele e me embala contra seu peito. "Acabou, acabou",
sussurro em loop, tranquilizando o homem forte, mas
quebrado que amo, mesmo quando ele está dizendo a mesma
coisa para mim. Ele fecha os olhos e me cheira, sem
palavras, agradecendo por fazer o que ele lutou por toda a
sua vida, enquanto agarro sua camisa, o alívio me enchendo
por Eddie finalmente ter ido embora.
Um som entusiasmado de palmas enche meus ouvidos,

e Godfrey e eu nos viramos para cumprimentar o barulho de
frente. Quarenta e Um está sentado encostado na parede, à
boca aberta com admiração quando ele nos aplaude usando
sua mão boa para dar um tapa na coxa. "Agora esse foi um
show infernal, Loirinha."
Capítulo Trinta e Nove

Godfrey
Este foi um show de merda.
Evidências e sangue preenchem o espaço e revestem o

concreto, e tudo que quero é envolver Rachel nos meus
braços, mas as sirenes soam a distância. Porra. Não temos
tempo. A polícia não deveria ter sido chamada ainda; alguém
que passava deve ter ouvido os tiros. Com certeza espero que
Rocco termine de lidar com os corpos lá fora. É um armazém
bastante remoto, mas, ocasionalmente, as pessoas dirigem
pela estrada nas proximidades.
Meus olhos piscam para a visão do meu pai no chão.

Seu corpo foi destruído. Parecia que alguém o colocava em
um moedor de carne, sua carne e ossos cutucando sua pele
em uma exibição horrível onde às balas o cortaram e o
explodiram.
Deveria estar com nojo e ter sentido um remorso ao

saber que meu pai estava morto, mas, em vez disso, tudo que
sinto é alívio.
"Merda, a polícia está chegando, o que fazemos?" Rachel

pergunta.
Ela está tremendo ao meu lado, e me pergunto se a

adrenalina se dissipou. Ela terá que carregar o que fez pelo
resto de sua vida, e não estarei lá para confortar, porque nós
definitivamente seremos presos agora. Seremos apanhados
no meio de uma guerra de gangues, e Gerald Taylor está
morto por nossas mãos. Não tem como sair dessa. Todo o
nosso plano deu errado no momento em que Eddie puxou a
arma. Todas as peças em movimento, todos os planos bem-
intencionados, se transformaram em fumaça.
Nós os queríamos mortos, mas agora iremos apodrecer

na prisão por isso.
"Quarenta e Um, você tem que tirar Rachel daqui!"

Entro em ação. Saindo do lado de Rachel se apressando para
o assassino ajudar. Sei como isso funciona, posso ver as
pilhas de evidências contra nós e estou preparado para
enfrentar a queda por minha princesa. Afinal, estou no
negócio de limpar a bagunça. Segurando minha mão, eu a
ajudo a levantar, assim que a porta principal do armazém se
abre e um Rocco acabado entra.
Ele parece arrasado, com o nariz quebrado e o olho roxo

cobrindo o rosto enquanto segura as costelas. "Pai?" A voz
estridente de Rachel grita quando ela corre para ele.
"Estou bem", ele resmunga quando ela aparece ao lado

dele. “Mais homens de Eddie apareceram. Tenho caras
tirando todos eles do local, mas será por pouco tempo.” O
filho da puta já estava recrutando para seu império, aposto.
Os trazendo em vez de matar para mostrar que ele era um
líder formidável, enganando os homens de Eddie para seguir
porque ele os salvou.
“Que diabos aconteceu aqui?” Rocco pergunta, olhando

ao redor da sala e vendo a carnificina. Os olhos dele se
voltam para a arma dobrada contra a barriga dela.
"Eu... eu matei Gerald Taylor", a voz de Rachel diz

rouca.
Finalmente está batendo nela; a realidade de seu crime

está afundando em seus ossos, e percebo que, no final, eu
finalmente me tornei meu pai. Serei a razão pela qual ela terá
que viver com a merda que ela fez pelo resto de sua vida. Ela
não deveria ter feito isso. Eu deveria ter tido forças para
acabar com o bastardo, mas não tive. Ela me salvou.
"OK, baby. Tudo bem...” Rocco diz antes de envolver

Rachel em um abraço, apertando com força antes de ver o
Quarenta e Um no chão.
“Ainda tenho Quarenta e Um, ao que parece. Godfrey

teve que matar Eddie. Eu já tinha pedido novos cartões de
visita e tudo mais...” ele fala chateado.
Balanço minha cabeça para ele. Que porra de pessoa

pode ser tão despreocupado nesse momento?
"Não estou pagando um centavo", Rocco diz entre

dentes. Sempre voltava ao dinheiro. Girando para mim, ele
pega o machucado se formando no meu rosto e o olhar triste
no meu rosto. Sei que ele está pensando o mesmo que eu, e
as sirenes estão se aproximando. Não vai demorar muito
agora. Tem que sair daqui com Rachel. A lei não será boa
para um falsificador e a princesa de um gângster.
"Certo", Rocco diz antes de apertar sua filha uma última

vez. "Você precisa sair, bebê."
Minha boca cai aberta em choque. Rocco tinha sido

bem-intencionado, mas ainda egoísta durante toda a
jornada. "O quê?" Rachel pergunta antes de se afastar. Ela
enxuga uma lágrima perdida dos olhos e olha o pai. "O que
você quer dizer?"
Rocco dá um meio sorriso, embora o efeito seja cansado

por seu rosto inchado e machucado. “Baby, você tem que
sair. Se eu disser que fiz isso, ninguém ficará de olho. Tenho
os federais respirando no meu pescoço por anos. Não era
segredo que a Máfia dos Macon tinha divulgado sobre mim e
meus homens. Esta é uma guerra de gangues, e Gerald
Taylor foi pego na mira. É a única maneira."
"Não, não, não. Você não pode...” Rachel diz, sua voz
aumentando em volume enquanto ela crescia histérica. “Eles
vão te prender! Vamos todos embora!”
“Eles vão me rastrear e não vou correr. Não vou fazer

você passar por isso. Este é o meu armazém. Esses são os
meus homens lá fora, e tem sangue por toda parte. Não há
outra maneira."
Levanto e vou até Rachel. Ela está puxando o braço do

pai, desesperada para tirar ele de lá, mas o homem teimoso
não se mexe. "Tenho que fazer isso. Eu amo você, Rachel.
Estraguei tudo, mas é minha hora de fazer o certo por você.”
Rocco desliza a mão na cintura dela e puxou a arma dela,
segurando firmemente na mão. Ele está com a arma do
crime. A configuração. O motivo. Cada última peça do
quebra-cabeça está se encaixando.
Uma vez que estou ao lado dela, pego pela cintura. Não
temos muito tempo agora, as sirenes estão bem à nossa
porta. Estabelecemos uma rota de fuga, então tenho que
tirar ela pela porta escondida nos fundos e para o veículo de
segurança que montamos para escapar pela floresta atrás do

armazém de Rocco.
"Não, não posso deixar você, pai", ela soluça quando a

puxo. Os olhos de Rocco ficam enevoados quando ele dá um
passo para trás, se distanciando.
“Tire ela daqui, Godfrey. Proteja minha garota.”
"Sim, senhor", respondo antes de me inclinar e pegar

Rachel. Ela se debate, desesperada para ficar com o pai
quando o Quarenta e Um também cambaleia para a porta,
segurando seu braço enquanto eu a arrasto para fora. Ela
tenta gritar, um último esforço para ficar, me forçando a
colocar a mão sobre a boca. Sei que ela provavelmente me
odiará por isso mais tarde, mas é o único jeito. Sou egoísta o
suficiente para deixar o pai dela sofrer a queda. Me importo
demais para deixar isso acontecer de outra maneira.
Nós a puxamos para fora, e levo um segundo para olhar

para Rocco Nomar. Parece uma eternidade. Ele fica lá como
uma estátua, aliviado ao ver sua filha sendo levada em
segurança. Posso contar com uma mão o número de homens
que respeito e, naquele momento, adicionei Ricco a lista
curta.
Rachel está chorando quando chegamos ao jipe

estacionado nas sombras do lado de fora. Tenho que embalar
ela contra o meu peito para impedir de voltar para dentro.
Luzes azuis e vermelhas piscantes podendo ser vistas
através das árvores grossas, lançando luz ao nosso redor.
Temos que sair agora, antes que o prédio seja cercado. Mais
sirenes podem ser ouvidas à distância, toda a maldita
unidade de Savannah estará aqui para isso. Enquanto o
Quarenta e Um usa a mão não ferida para abrir a porta do
passageiro, eu a agarro com força, roubando qualquer
contato que posso. Não sei se voltaremos com isso, mas não
pode ter outra maneira.
Coloco Rachel no carro, rapidamente a afivelo antes de

entrar no banco do motorista. Saio de lá o mais rápido e
silenciosamente que posso, seguindo a rota predeterminada
enquanto a garota que amo desmorona diante dos meus
olhos.
"Vou tirar seu pai disso, Rachel", prometo, embora não

sei se posso. Mas farei o que for preciso. Tenho que fazer isso
direito.
Árvores arranham as janelas enquanto dirijo. Sujeira e

cascalho trituram sob as rodas, e todos ficamos em silêncio.
Os únicos outros sons que posso ouvir são os soluços de
Rachel. Planejamos ir a uma casa segura originalmente, mas
não sei se é realmente seguro. Logo, as operações de Rocco
se dissolverão. Ele não está apenas desistindo de sua
liberdade; ele está também desistindo do seu sindicato do
crime. Em poucas horas, haverá mandados de busca e
policiais inundando todas as suas propriedades.
No momento em que meus pneus caem no asfalto,

aumento minha velocidade, indo em direção à propriedade
de Rogue Kelly. Olho para o relógio, vejo que passa um pouco
da meia-noite, para que a festa deles estejam em pleno
andamento. Aparecer agora será um bom álibi, se Rachel for
convidada para interrogatório. Precisaremos mostrar onde
estávamos. Bonham pode fazer fotos conosco e as publicar
nas mídias sociais para solidificar nosso álibi.
Um soluço sai dela novamente, seus olhos se fecham

com dor enquanto corro pelas ruas de Savannah. Quero
confortar ela. Quero envolver Rachel em um abraço e
prometer que tudo ficará bem. Mas sei que o que aconteceu
naquele armazém a assombrará por um longo tempo.
Assim que estacionamos na frente do Rogue, puxo

Rachel para fora do carro e Quarenta e Um pula no banco
do motorista. Ele se inclina e deu um beijo na bochecha de
Rachel, seus lábios ficando úmidos de suas lágrimas. “Ainda
podemos enterrar o bastardo em um caixão cheio de porra.
Apenas diga a palavra, e está feito.”
Me encolho com o visual, mas ele fez minha garota

sorrir, e é isso que importava. "Obrigada, Quarenta e Um",
ela sussurra quando a puxo para os fundos da casa.
Vou pela porta lateral que levava à biblioteca, que Rogue

deixou aberta apenas para nós. Passamos por uma multidão
de pessoas subindo as escadas, e pego um copo só para
segurar enquanto mantenho meu braço em volta da cintura
dela e estampo um sorriso fácil e falso no meu rosto. As
pessoas nos cumprimentam, olhando para nossa aparência
desgrenhada e sem dúvida reunindo suas próprias
conclusões sórdidas sobre o que fizemos na biblioteca
trancada.
Rachel mantém o rosto baixo e a bochecha pressionada

contra o meu peito, então dou um beijo em sua têmpora e
aceno com a cabeça para as pessoas enquanto caminho para
o meu quarto emprestado. Quando estamos em segurança
atrás da porta fechada, levo Rachel para o banheiro e começo
a encher a banheira. Ela fica entorpecida quando tiro suas
roupas, pegando as gotas de sangue manchadas nela. Tiro
as minhas também, feliz por termos pensando em vestir
cores escuras, para que ninguém pudesse notar a carnificina
em nós.
Cuidadosamente, ajudo Rachel a entrar na banheira e

depois me sento atrás dela, trazendo de volta para descansar
contra o meu peito. Ficamos juntos na água, com nosso
silêncio pesado e nossa retribuição completa. O tabuleiro do
jogo está vazio. Fizemos nossa jogada final. E apesar de todos
os movimentos confusos e terríveis, vencemos.
A vitória foi agridoce.

Capítulo Quarenta
Godfrey
Desta vez NÃO apareço no escritório do juiz Palmisano.

Vou para a casa dele, abro a porta, usando a chave que sei
que está escondida embaixo de uma pedra pintada e entro.
A mansão inteira cheira a perfume de Stephanie e faço uma
careta com o cheiro. Particularmente não gosto de estar aqui,
mas vim para pegar o juiz desprevenido. Bonham me
garantiu que ele estaria em casa hoje à noite. Ele o estava
rastreando há algumas noites.
"Ei, juiz!", grito antes de bater na porta do escritório,

sem me preocupar em esperar por sua resposta.
Simplesmente viro a maçaneta e entro, engasgando com o
cheiro de colônia e frango frito quando o vejo dormindo em
sua cadeira de couro com o queixo pressionado contra o
peito. Dizem que ele foi expulso do quarto. Aparentemente,
ele voltou para casa com um adorável caso de clamídia, e a
senhora quase o expulsou. Savannah, na Geórgia, precisa de
um abate; todo o sangue velho daquele lugar é lodo tóxico
que ameaça se espalhar se não o retermos.
Ando até seu corpo volumoso, adormecido e torço o

nariz para o sanduíche de pastrami meio comido deixado em
sua mesa. Ele olha para a paz enquanto roncava, tão
completamente inconsciente que estou prestes a virar a
porra do mundo dele. Agarro o canivete que peguei
emprestado de Luis, empurro seu queixo e seguro a lâmina
contra sua jugular.
"Bom dia, idiota", digo.
Ele cospe e sacode, a lâmina cortando sua pele apenas

o suficiente para fazer ele congelar. “Godfrey? O que... qual
é o significado disso?” assobia quando o cheiro de urina
enche meu nariz. Como se esta casa já não fedesse o
suficiente.
"Você acabou de mijar a si mesmo?" Maldito covarde.

Inclino a cabeça para o lado e observo uma grande gota de
suor escorrendo pelo pescoço dele.
Seus olhos redondos caem para a lâmina na minha mão

e olho para ver a que distância está o telefone. Balanço
minha cabeça. "Eu não faria isso", aviso. Apoiando meu
quadril contra a mesa, deixo a lâmina cortar um pouco mais,
e ele se estica contra o encosto da cadeira. "Como está a
família?", pergunto.
Sei que é um pouco arriscado vir aqui. Temos os federais

respirando em nossos pescoços desde o assassinato.
Algumas das evidências não foram adicionadas, mas não
fizeram nada, graças a um álibi duro como ferro e o nosso
homônimo. Nosso dinheiro também não mudou. Ninguém se
atreveu a foder com os herdeiros, e ninguém ficou muito
triste ao ver Eddie e Gerald Taylor partirem. Até minha irmã
e minha mãe ficaram aliviadas, apesar das roupas pretas que
usaram no funeral dele.
"Por quê você está aqui? Seu pai está morto e Rocco
Nomar sofreu a queda. Parece que você conseguiu
exatamente o que queria.”
Nem tanto. Princesa não me culpou pelo que tinha

acontecido. Ela até falou que faria tudo de novo. Mas ela
sente falta do pai. Ela se sente culpada por ele estar atrás
das grades, e a solução veio a mim ontem à noite, clara como
cristal. "Não é exatamente o que eu queria", digo enquanto
pressiono a ponta da lâmina para mais perto. "Quero Rocco
livre."
Os olhos do juiz Palmisano se arregalam. A janela à

direita deixa uma lâmina de luz atravessar as persianas
enquanto passa um carro na rua, revelando sua expressão
desconfiada. “Rocco estava com as provas contra ele.
Quando ele for a julgamento, ele terá uma sentença de prisão
perpétua pela frente.”
“Sim, bem, isso não vai funcionar para mim. Sua

audiência é daqui a um mês. Você e eu sabemos que a
evidência aparece e desaparece todo o tempo. Você também
sabe que pode usar uma acusação para atender às suas
necessidades. Ele estava se defendendo. Você viu aquela
cena horrível.”
Sei muito bem que o juiz Palmisano é bom em

interpretar um crime; foi por isso que ele trabalhou tão bem
com meu pai.
Palmisano começa a sacudir a cabeça, mas para

imediatamente quando sente a pele arranhar contra a
lâmina. “Foi um assassinato muito público, Taylor. Nem
mesmo sua equipe de limpeza conseguiria os meios para
encobrir esta. Talvez eu possa lhe dar uma pena mais leve.
Talvez. Mas não há nenhuma maneira de tirar ele

completamente. Simplesmente não é possível.”
Estreito meus olhos. “Você pode e você irá. Stephanie

está lá em cima em seu quarto neste exato momento. Talvez
eu deva ligar para ela aqui embaixo e informar pra ela como
um ser humano tão terrível é o pai dela.”
Essa ameaça parece chegar em casa, porque seus dedos

gordinhos tremem quando ele agarra seu cinto. Puxei a faca
para trás enquanto endireito minha coluna, permitindo que
ele respire um momento antes de fazer o que tenho que fazer
a seguir.
“Não conte a ela, por favor. Tem que haver algo mais que
você esteja disposto a aceitar.”
“Você vai dizer que Rocco estava se defendendo. Você

vai girar para que um homem inocente seja pego em uma
trágica briga de gangues e garra para sair. Você fará toda a
maldita cidade sentir pena de Rocco Nomar, então você o
tirará do gancho.”
“Ele estava fabricando dinheiro falso! Mesmo se as

evidências forem perdidas para o assassinato, ainda terá a
dificuldade pelo dinheiro. Não há como escapar disso.”
Sorrio "Você tem certeza sobre isso? Aposto que se você

procurar no apartamento de Beau Boedecker, descobrirá que
ele era o homem de verdade que dirigia essas operações. Peça
o mandado, juiz.”
Plantei todas as evidências que pude no apartamento

daquele desgraçado ontem à noite, bem como queimei as
dezenas de fotos amassadas que encontrei de Rachel. O
idiota era um filho da puta assustador, e meu único
arrependimento em tudo isso foi que eu não o matei naquele

dia na cozinha.
“Você conhece os Boedeckers, certo? Eles dirigem

aquela famosa gangue de motoqueiros em Atlanta. Os
federais vão mijar na oportunidade de prender eles. Você
seria um herói nacional, juiz.”
Estou jogando com a ganância de Palmisano. Sei que ele

anseia por validação e heroísmo. Ele quer que o mundo beije
seus pés. Assisto às engrenagens girando em sua cabeça e
sei que ele concordará com o meu plano antes dele. A última
coisa que ele quer é que seu próprio e confuso assassinato
aconteça, e isso, combinado com a oportunidade de obter
crédito por derrubar uma notória gangue de motoqueiros, é
como uma droga para ele. Todo mundo tem seus vícios.
Princesa é a minha.
"Bem. Não posso adiar a data, no entanto. E não posso

prometer não dar a ele pelo menos um ano atrás das grades.”
Faço uma careta. Isso não é bom o suficiente, mas é

melhor do que o resto da vida. “Faça o seu melhor, juiz. Eu
odiaria ver o que acontece se você falhar comigo. Você teria
sua bunda na prisão, pendurado com todos os homens que
você coloca atrás das grades. A clamídia será a menor das
suas preocupações.”
Ele fica um tom de vermelho ainda mais profundo com

o segredo sujo derramado dos meus lábios. Sei tudo e posso
arruinar ele com um sussurro. Eu sou um maldito herdeiro.
"Bem. Vou fazer isso. Mas você destrói minhas

evidências. Depois disso, estamos quites.”
"Combinado."
Dou um passo para trás, finalmente abaixando a

lâmina, e ele suspira aliviado e levanta a mão para tirar o
sangue do pescoço. “Você deve limpar o mijo da calça, juiz.
Essa merda não é vaso sanitário.” fecho o canivete e assinto.
"Te vejo em breve."
Saio da casa do Palmisano e volto para o meu carro,

vendo Rachel lá, esperando no banco do passageiro onde a
deixei. Me acomodo ao volante e viro para olhar ela. Rachel
está linda, cabelos loiros pálidos dançando nas sombras,
lábios inchados dos beijos que dei nela antes de vir aqui.
Tenho como único objetivo adorar cada maldita polegada
perfeita dela, a confortar enquanto tentávamos descobrir
como salvar o pai dela.
“Acha que vai funcionar?” Ela pergunta em voz baixa

enquanto tenta ligar o ar condicionado. Com a explosão de
ar fresco, seu perfume me envolve, e minha boca fica com
água. "Obrigado, foda-se, você não cheira a pastrami ou
Palmisanos."
Ela ri. "O que?"
"Nada", digo, balançando a cabeça. “Mas sim, acho que

vai funcionar. Ele não pode tirar completamente o seu pai,
mas ele disse algo sobre um ano em vez de perpétua. Beau
pegará a pena pelos negócios falsificados.”
Ela solta um suspiro de alívio e depois se inclina sobre

o console central para me beijar. Minha boca responde
instantaneamente e a lambo, serpenteando minha língua
para provar sua boca. Ela é doce e triste. Ela é ácida e
emocionante.
Ela é minha.
Seguro seu peito e sorrio contra ela quando ela

estremece com o toque, arrepios de prazer tornando o
momento muito doce para ignorar. "Eu te amo", ela sussurra
antes de se abaixar para massagear meu pau crescente sobre
minhas calças. Mas não a quero assim, não a quero na
entrada de carros de Palmisano, o que é estranho,
considerando que geralmente a quero em todos os lugares
em que possa ter. Havia despertado o seu vício, mas sou eu
que precisa de uma dose agora. Sou viciado nela. Ela está
em minhas veias, meu sangue, minha alma e minhas
palavras. Ela é tudo para mim.
"Vamos para casa, princesa", sussurro.
Ela cede com um gemido aborrecido, afastando e

ajustando seu top preto. "E agora?" sussurra.
Parece que agora que o jogo acabou não sabemos o que

fazer. Lutamos para ganhar a tanto tempo que não sabemos
como reagir agora que as mãos estão todas jogadas e as
fichas estão limpas.
"Agora? Agora eu te amo pelo resto da minha vida...”

respondo antes de colocar o carro na estrada.
Epílogo
Rachel
"Sem chance no inferno Godfrey."
Ele sorri para mim, sabendo muito bem o que seu

sorriso faz comigo. Ele está encostado no batente da porta,
parecendo quente como o pecado, sua pele ainda mais
bronzeada do que o habitual dos nossos dias passados ao
sol. Quarenta e Um pode não ter feito o sucesso, mas ele me
surpreendeu com as férias na praia sobre as quais
conversamos quando nos conhecemos. É o nosso "feriado de
homicídios", como ele gosta de chamar.
Levanto o biquíni branco com cartas de baralho por

cima, enquanto lanço um olhar irônico. O termo biquíni é
muito generoso. É mais cordas do que biquíni de verdade.
"Não vou vestir isso."
“Oh vamos lá, princesa. Escolhi especialmente para

você. Além disso, estamos em uma ilha particular.”
Dou risada e jogo em seu rosto antes de ir para a

cômoda e pegar meu biquíni preto que realmente cobre todas
minhas partes íntimas. "Sim, uma ilha particular com seus

amigos, Quarenta e Um, e inferno, até sua irmã!"
Ele dá risada e joga o biquíni de pôquer na cama. “Bom

argumento. Você pode usar ele mais tarde. Quero ser o único
a te ver nele.”
"Como se você fosse deixar isso em mim por muito

tempo", falo enquanto arranco a camiseta solta uso pra
dormir e visto a parte de baixo do meu biquíni. Aqui é lindo.
Toda areia branca, água limpa e a melhor parte é que
estamos longe, muito longe de Savannah, na Geórgia.
“Ei, gosto de ter você só para mim pelos próximos

meses. Assim que Rocco sair, tenho certeza de que ele
guardará você sozinho...” Godfrey fica de mau-humor.
Apesar do beicinho exagerado, ele está tão animado quanto
eu por meu pai ser libertado. Nós o visitamos toda semana
durante sua sentença de um ano, e ele só tem mais quatro
meses, supondo que não tivesse mais brigas na prisão. Meu
pai é um ímã para problemas. Ele gosta de desafiar líderes e
reivindicar exércitos para si mesmo. Velhos hábitos nunca
morrem.
“Você já ouviu falar de Royal? Ela parecia chateada

ontem à noite...” Godfrey menciona antes de amarrar o
cordão nos calções de banho. Royal e eu nos tornamos
amigas nos últimos dois meses. Ela é um espírito livre e me
faz sentir como se eu pudesse fazer qualquer coisa. Sei que
tem alguma coisa acontecendo entre ela e Luis, mas é um
assunto difícil para Godfrey.
"Não", minto. Sei que ela passou a maior parte da noite

passada chorando em seu quarto com Luis do lado de fora,
exigindo sua entrada.
"Vou ver mais tarde", Godfrey resmunga, e sei que

preciso distrair ele, ou ele ficará emburrado a noite toda. Luis
e Royal tinham um arranjo único, e isso o fez querer dar um
soco em tudo, e claro, no seu melhor amigo também.
Me viro para mostrar minhas costas para Godfrey.

"Ajuda a amarrar?" pergunto em um tom tímido, sabendo o
que minhas costas fazem com ele. Foi preciso um tatuador
criativo, mas fiz uma nova tatuagem para encobrir a marca
de JJ. Agora, em vez do lembrete do que havia acontecido
comigo, há um conjunto de cartas de baralho - um rei e uma
rainha. Representando Godfrey e eu e o jogo que nos uniu.
Ele adora tanto que a qualquer momento que possa ver, ele
passa a língua pela minha pele, provando o poder que
recuperei e ficando embriagado, sabendo que ele está sob
minha pele - literalmente.
Funcionou como um encanto. Godfrey está em mim em

um instante, arrastando os nós dos dedos pela minha
espinha antes de pegar as cordas do meu biquíni e segurar
em suas mãos. "De repente, estou com vontade de ficar em
nosso quarto", ele murmura, sua voz passando sobre a
minha pele como ondas quentes do oceano.
“Ficamos no quarto as férias inteiras. Em algum

momento, teremos que sair.” provoco.
"Acho que você aprendeu ontem à noite na banheira de

hidromassagem que sou muito bom em prender a
respiração", ele diz antes de passar a mão livre pela minha
cintura e apertar minha barriga, a ponta do dedo
mergulhando logo abaixo da banda do meu biquíni. Me
contorço e pressiono contra ele, gemendo quando sinto sua
calça contra minha bunda.
Tento me virar para encarar ele, mas o aperto que ele

tem no meu biquíni e a mão na minha barriga me mantém
firmemente no lugar. Ele me pressiona para frente até
estarmos de pé nas portas duplas de vidro que dão para o
pátio. Estamos olhando pela janela, vendo as ondas ao longe
enquanto pressiono minha bochecha contra o vidro frio, uma
bela contradição ao seu corpo quente atrás de mim.
"Alguém poderia passar, por favor", sussurro. Estamos

todos hospedados em vilas alinhadas na areia.
"Sério? Eu acidentalmente peguei Rogue comendo

Scarlett no pátio deles ontem à noite. Não deixarei ninguém
ver o que é meu se você não quiser. Mas você tem que admitir
que há uma certa emoção no medo de ser pego.”
Minha respiração engata quando ele cai de joelhos,

raspando os dentes ao longo da minha pele enquanto ele
passa. As cordas do meu biquíni cai, e os pequenos
triângulos pendiam frouxos sobre meus bicos.
"Me fale para parar", ele diz antes de beliscar a minha

roupa de banho com os dentes e arrastar o material até os
tornozelos. Toda vez, ele pergunta se quero, e toda vez falo
que sim. Ele empurra os limites, mas ele sempre me faz
sentir segura.
Estamos trabalhando nos meus gatilhos, e toda vez que

atravessamos uma nova barreira do meu prazer, parece uma
vitória. Posso aproveitar cada centímetro de Godfrey e
superar a merda que aconteceu comigo. Adoro explorar meus
desejos com alguém que confio completamente.
"Não quero que você pare." choramingo enquanto

pressiono às duas mãos contra o vidro, meus dedos se
espalham como teias de aranha enquanto seu rosto deixa

faixas de calor ao longo da minha pele.
Godfrey volta para a minha bunda. "Bom", rosna, antes

de afundar levemente os dentes na minha pele macia. Seu
hálito quente fluí sobre mim quando sua mão gentilmente
encoraja minha posição mais ampla. Movendo minhas
pernas, me afasto quando suas mãos sobem pela minha coxa
até seus dedos mergulharem no meu calor escorregadio.
Meus joelhos dobram quando ele empurra dois dedos dentro
de mim, me curvando para atingir aquele ponto sensível
profundamente dentro de mim.
"Oh merda", geme antes de beijar minha bunda. Ele

nunca tinha explorado essa parte específica do meu corpo, e
não achava que ia gostar de ter sua atenção total lá, mas
caramba, ele sempre me faz sentir tão bem.
"Sim", gemo quando seu dedo me fode.
Minha respiração está embaçando o vidro e fecho meus

olhos, incapaz de manter abertos por causa do prazer que
derrama sobre mim. Fui reduzida a palavras de uma sílaba,
uma poça de sensações e luxúria. Ele puxa os dedos para
fora de mim, apenas para começar a esfregar pequenos
círculos em volta do meu clitóris. Quase caio no chão, meus
nervos estão tremendo de prazer quando ele me acaricia.
"Quero me deliciar com você a noite toda", diz antes de

deixar cair as mãos e me girar e colocar o rosto entre as
minhas pernas. Quando olho para baixo, posso ver seus
olhos azuis aquecidos me encarando, uma promessa
implícita em seu olhar. Sua língua mergulha dentro de mim,
e tenho que apoiar minhas costas contra o vidro para parar
de cair. Posso sentir seus lábios sorridentes enquanto ele
trabalha, aquela língua me lambendo antes de sacudir meu

clitóris.
“Oh. Meu. Godfrey!” grito, jogando a cabeça para trás e

olhando para o teto.
Suas mãos envolvem minhas coxas para me manter

imóvel. "Não se mexa, Rachel, seu prazer é todo meu", ele
repreende antes de me beijar novamente. Mas é demais, não
consigo ficar parada. Gozo com tanta força, o êxtase cai sobre
mim, e monto sua boca através de cada pulso que balança
através de mim, meu orgasmo chovendo em seu queixo.
Olho de volta para ele bem a tempo de ver esfregar o

queixo na minha coxa. "Eu ainda não terminei com você", ele
sussurra, antes de passar embaixo de mim para ficar mais
uma vez nas minhas costas.
Em segundos, ele tira o calção de banho e pega um

preservativo na mesa de cabeceira. Então pressiona contra
mim mais uma vez, me apoiando no vidro. Cada centímetro
quente de sua pele está contra a minha quando ele beija meu
pescoço e depois lambe o caminho pelas linhas ousadas da
minha tatuagem. Agarrando meus quadris, ele me guia de
volta, criando mais espaço entre o vidro e nossos corpos. Fico
ainda mais ampla com minha postura e me inclino na
cintura.
"Eu preciso de você", imploro quando ele me provoca

com a cabeça de seu pau. Ele continua esfregando ao longo
da minha bunda e me fazendo choramingar de necessidade.
"Você quer isso?" Pergunta antes de segurar meu

pescoço e me endireitar mais uma vez. Seus lábios estão nos
meus ouvidos em um instante, sussurrando mais palavras
sujas que me fazem contorcer. Meus mamilos estão tensos,
implorando por sua atenção, então ele levanta a mão para

rolar entre os dedos, espalhando calafrios pela minha pele.
"Eu amo como sua respiração para uma pouco antes de eu
entrar na sua boceta."
Inclinei minha cabeça para trás e descanso em seu

ombro enquanto suas mãos percorrem meus seios, torcendo
e me sacudindo. Ele nem está dentro de mim ainda, e já
estou prestes a gozar de novo. Me pergunto se será sempre
assim com Godfrey. Se sempre me sentirei tão quente, tão
carente. O sexo com ele me faz pegar minhas percepções
distorcidas sobre sensualidade e possuir elas. Nem preciso
mais dos desafios da Dr. Taffy. Godfrey me ensina a me
desafia.
Seus braços envolvem minha barriga e me inclino

novamente, me apoiando no vidro. Olho para trás, assistindo
suas mãos agarrarem meus quadris. "Pronta, princesa?"
Lambo meus lábios e inclino minha bunda mais alto.

"Estou pronta."
Ele mergulha em mim com um único impulso duro, e

Godfrey joga a cabeça para trás em êxtase. “Porra, sua doce
boceta está apertando meu pau. Parece tão bom.” ele geme
antes de sair completamente.
Choramingo com a perda dele, mas ele não deixa a

sensação de vazio durar por muito tempo. Logo, ele está
empurrando dentro de mim de novo e de novo, forte e rápido.
Cada metida parece um jogo, e quero ganhar. Ele está
tentando ver o quão longe ele pode me empurrar, o quão
longe posso aguentar. Aceito tudo.
"Mais", imploro.
Ele sorri e bate dentro de mim.
"Novamente", exijo. Nunca me senti tão no controle do

meu próprio prazer.
Ele aumenta o ritmo, me segurando em seus braços e

batendo com seu pau, e somos o ajuste tão perfeito que cada
toque na nossa pele me fez implorar. Mais forte, mais rápido,
mais forte, ele me enche da melhor maneira possível.
"Eu vou gozar", grito, possuindo tudo isso.
Rendo completamente a ele, e Godfrey Taylor vence,

mas desta vez o prêmio dele é meus gemidos ofegantes
enquanto aperto em torno de seu pau.
Mais três investidas, e ele goza dentro de mim, meu

próprio orgasmo ainda estremecendo minha alma. Sinto
cada sacudida, ouço o engate em sua respiração, sinto o
sangue na minha bochecha por morder tão forte de prazer.
Me endireito, e ele fica dentro de mim, me segurando em seu
peito enquanto abaixamos nossos corpos.
Girando, me viro para olhar Godfrey e inclino para beijar

sua boca, explorando seu gosto com a minha língua e me
afogando no meu amor por ele. Passando as mãos pelos
meus fios loiros, um gesto que não me incomoda mais, ele
me beija de volta. Não é um beijo que inspira paixão; é um
beijo de realidade, de solidariedade. É uma promessa que é
isso - Godfrey e eu. A melhor metade para o meu todo. A
melhor carta que já joguei e o prêmio mais precioso que já
ganhei. Ficamos ali por muito tempo em nosso
contentamento unido, confortáveis na presença um do outro.
Finalmente, fico na ponta dos pés e coloco mais um beijo em
seus lábios, meus olhos varrendo seu rosto e apreciando
cada centímetro dele. Ele me salvou me desafiando a me

salvar.
Nossa história de amor pode não ser simples ou bonita,

mas para nós é perfeita.
"Eu odeio te amar, Godfrey Taylor."
"Amo odiar você também, princesa.
Fim!!!

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#EspecialFimDeAno2019

Ela está quebrada, cansada. Uma coisa triste e bonita, com um

Enquanto o diabo em mim não a arruinar primeiro.

Nota dos autores:

Muito obrigado por ler Cruel e confiar em nós para

Este livro aborda alguns temas obscuros que podem

Incluímos muitos temas difíceis neste

Cheira como nada.

Como a absoluta ausência de perfume.

Depois de semanas e semanas sendo mantida em

A falta de cheiro e o estranho “bipe” me tira do meu

meus olhos, minhas pálpebras se abrem como um envelope

Uma luz brilhante me atinge como uma marreta. Tenho

Demora um segundo para lembrar porque aquelas

Não estou pronta para enfrentar o desejo ainda, então

Minha garganta está seca. Minha pele está rachada.

necessidade em construção, teria arrancado cada pedaço de

Mas a instabilidade se manifesta antes que possa

Aperto meus olhos contra a queimação que se acumula

Assim que vejo o rosto de Pick na minha cabeça, meu

Cuspo, tentando tirar o gosto da minha boca, antes de

De repente, o quarto do hospital está insuportavelmente

Meus olhos se abrem, e lá está ele. Meu Salvador.

“Você está acordada!”, ele diz, de alguma forma

Faço uma careta para ele. “O que você está fazendo

“Estive aqui todos os dias. Esperando você acordar.”

Sua admissão me choca demais. Não o conheço, mas sei

A primeira vez que vi Godfrey Taylor de perto, ele tinha

“Por quê?”. Pergunto novamente.

Me encarando com aquele olhar intenso e calculista

Suas palavras me atingem como um soco, e recuo

preparatória, Smith Academy, enquanto eu não tinha

Enquanto estudávamos um ao outro agora, vejo que ele

“Obrigada”, consigo dizer, quebrando o silêncio entre

Ele não aceita minhas palavras. Em vez disso, diz: “Você

Bufo sem humor enquanto subconscientemente me

“Isso não responde à minha pergunta.”

Sua curiosidade me irrita, mas me encontro

Quando seus olhos disparam, sigo seu olhar para onde

braço, estou cutucando minha pele, desejando que fosse

Godfrey nota aonde minha mente foi, porque vejo à

E, no entanto, não quero que ele me olhe assim.

Meu pedido soa como uma pergunta. Aprendi a dominar

E todo dia terminava com destruição. Mendigar não me

E, assim como os homens que não me deixaram ir,

“Você é nojento”, respondo em um bufo, raiva

Ele sorri. “Acenda o fogo, Rachel Nomar. É a única

Sinto pânico irracional a cada passo que ele dá. Não

“Vou ver você de novo?” Pergunto antes que ele possa

"Por que não?"

Godfrey suspira e se vira para me olhar da porta. A

conveniente para mim. Fiquei porque estava curioso. Mas

Ele sai sem olhar para trás e, naquele momento, todos

Uma Pessoa é tão forte quanto sua necessidade de

Acordo com a necessidade de fugir. Meu pai estava

Há uma multidão. Posso sentir seus olhos gananciosos

“Venha garoto. Não tenho o dia todo.”

Tenho que controlar meu desdém. O homem que aceita

“Sessenta no Califórnia Chrome”, falo enquanto mastigo

“O mínimo é um valor alto”, diz o homem que aceita

“Eu gaguejei, porra? Sessenta mil, idiota.”

Bato a pilha de dinheiro que roubei do cofre do querido

Sei que, se pedisse, meus amigos me emprestariam o