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EAD

Subsídios Gramaticais

1. OBJETIVOS
• Dominar regras gramaticais da norma padrão.
• Aplicar teorias e regras sistematizadas na elaboração de
diferentes tipos de texto.

2. CONTEÚDOS
• Crase.
• Colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos.
• Pontuação: uso da vírgula.
• Concordância verbal.
• Concordância nominal.
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3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) Você perceberá que, em alguns dos exemplos apresenta-
dos nesta unidade, colocamos um asterisco (*) no início
de frases. Fazemos isso para mostrar que a frase apre-
sentada é agramatical, ou seja, que se trata de algo que
nenhum falante de português construiria. Assim, quan-
do encontrar esse sinal iniciando orações, você saberá
que está diante de um caso impossível de se ocorrer na
língua.
2) Caso você queira aprofundar os seus conhecimentos
acerca dos conceitos aqui apresentados, sugerimos a
consulta à obra: ABREU, A. S. Gramática Mínima para
o Domínio da Língua Padrão. 2. ed. Cotia: Ateliê, 2003.
3) Se você não sabe ou não se lembra de alguma nomen-
clatura utilizada neste material, você pode consultar o
Glossário de Conceitos. Além disso, você pode consultar,
também, uma gramática tradicional da língua portugue-
sa. Dentre as muitas existentes, você pode utilizar a se-
guinte: CUNHA, C. F.; CINTRA, L. F. L. Nova gramática do
português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2001.
4) No decorrer do texto, você perceberá que, muitas vezes,
utilizamos palavras ou frases entre aspas duplas (“). Fa-
zemos isso para denotar o uso de metalinguagem, ou
seja, quando nos utilizamos da língua para falar da pró-
pria língua. Por exemplo, ao utilizarmos a língua escrita
(esta que você está lendo agora) para falar de um fato
linguístico, estamos fazendo uso de metalinguagem. Eis
um fato de sua ocorrência: A palavra "de" está no gru-
po concernente às preposições. Não se deve confundir,
porém, as aspas de metalinguagem com as aspas de ci-
tação direta. As citações diretas vêm sempre acompa-
nhadas das seguintes informações: autor, ano e página.
5) É importante que, ao final do estudo desta unidade, você
realize as Questões Autoavaliativas, a fim de que possa
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perceber se o conteúdo aqui apresentado foi realmen-


te aprendido. Uma vez realizadas essas questões, você
pode conferir a resolução destas no tópico Gabarito.

4. INTRODUÇÃO
Na Unidade 2, estudamos a coesão, que é a manifestação
linguística, na superfície do texto, da coerência.
A coesão é estabelecida por meio de elementos gramati-
cais (pronomes, artigos, preposições, conjunções e advérbios) e
lexicais (repetição de termos, sinônimos, hipônimos, hiperônimos
etc.).
Além desses elementos, expedientes gramaticais como a
crase, a colocação pronominal, a pontuação e a concordância
verbal e a nominal contribuem para o estabelecimento da coesão
textual. Vejamos, brevemente, cada um deles.

5. CRASE
Quando se pergunta o que é crase, é comum algumas pes-
soas responderem que é o acento grave (`) colocado no "a". Esse
acento não é crase, mas um sinal gráfico que indica a ocorrência
de crase.
O que é crase, então?
Crase é fusão de duas vogais idênticas.
Na língua portuguesa, ocorre crase nos casos enumerados a
seguir:
a) Do ponto de vista da história da língua, houve crase com
a palavra “dor”, que veio da palavra latina “dolore”. Na
transformação do latim para o português, “dolore” per-
deu o “l” que ocorria entre as duas vogais e o “e” final,
resultando dessas quedas a forma “door”, que, poste-

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riormente, se transformou em "dor" devido à crase (fu-


são) dos dois "os".
b) Do ponto de vista fonético, teremos crase na palavra "ál-
cool" se, ao pronunciá-la, dissermos "álcu", com a crase
(apenas na fala, não na escrita) dos dois "os".
c) Do ponto de vista gráfico, lembra Kury (1986, p. 99) que
Graciliano Ramos empregou a crase na palavra "caatin-
ga" ao escrevê-la "catinga" no fim do primeiro parágrafo
de "Vidas secas".
d) Do ponto de vista fonético e gráfico, ocorre crase:
• quando se fundem a preposição "a" e o artigo defini-
do feminino "a(s)", como em "Ele deu flores à namo-
rada" (à = "a" preposição + "a" artigo);
• quando se fundem a preposição "a" e a vogal ini-
cial dos pronomes demonstrativos "aquele(s)",
"aquela(s)", "aquilo", como em "Refiro-me àquele
homem que chegou", "Refiro-me àquelas mulheres
que chegaram" (àquelas = "a" preposição + "a" de
"aquela");
• quando se fundem a preposição "a" e "a" de "a(s)
qual(is)", como em "A mulher à qual me refiro é mi-
nha tia" ("à qual" = "a" preposição + "a" de "a qual").
É o quarto tipo de crase que nos interessa.
Quando você escreve um texto, sente dificuldade de saber
se há a crase? A dificuldade pode ser sanada quando entendemos
esse fenômeno linguístico.
É necessário você saber que crase é a fusão de "a" preposição
e "a" artigo definido feminino, "a" preposição e "a" de "aquele(s,
a, as)" ou "a" preposição e "a" de "a(s) qual(is)", como afirmamos
no item “d”. Se um desses "as" não ocorrer, obviamente, não ocor-
rerá crase. Observe:
Ele conseguiu resolver as questões em pouco tempo.
O "a" de "as questões" não recebe acento grave. Por que isso
ocorre? Porque esse "a" é apenas o artigo definido feminino "a".
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O verbo "resolver" é denominado transitivo direto, pois não rege


preposição: resolvemos algo, e não resolvemos a algo. Observe
outro exemplo:
Fomos submetidos a interrogatórios intermináveis.
Inversamente, esse "a" não é artigo definido feminino, já
que "interrogatórios" é palavra masculina. É apenas a preposição
"a", regida pelo particípio "submetidos". Nesses dois exemplos,
portanto, não há crase, pois ou falta a preposição, ou falta o artigo.
Dessa forma, é preciso você saber que, para ocorrer crase,
duas condições têm de ser preenchidas:
• o primeiro termo – um verbo, um substantivo, um adje-
tivo ou um advérbio –, que é denominado regente, deve
requerer a preposição "a";
• o segundo termo, que é denominado regido, deve ser
compatível com o artigo definido feminino "a".
Assim, ocorre crase em:
Refiro-me apenas às moças magras.
Não se fez referência às moças magras.
Este trabalho é referente à disciplina de Língua Portuguesa.
Relativamente às questões da prova, posso dizer que eram fáceis.
Veja que, de um lado, os termos regentes "refiro-me" (ver-
bo), "referência" (substantivo), "referente" (adjetivo) e "relativa-
mente" (advérbio) requerem a preposição "a", e, de outro, as pala-
vras femininas "moças", "disciplina" e "questões" são compatíveis
com o artigo definido feminino "a". Portanto, preenchidas as con-
dições anteriormente mencionadas, ocorre crase.
As gramáticas de língua portuguesa enumeram regras de cra-
se. Acreditamos que não seja necessário decorar todas elas, pois
basta entender em que consiste tal fenômeno, saber identificar os
termos regente e regido e verificar se o primeiro rege a preposição
"a" e o segundo é compatível com o artigo "a". Trata-se, na verda-
de, da lógica da língua. Tomemos alguns exemplos:

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1) Refiro-me a ela/a você/a nós.


2) Refiro-me a essa mulher de vermelho.
3) Não me refiro a ninguém/a nenhuma pessoa. Refiro-me
a qualquer pessoa/a todas as pessoas.
4) Refiro-me apenas a uma mulher.
5) Refiro-me à prima de Luana. Luís deu asas à imaginação.
6) Refiro-me à minha tia Maria/a minha tia Maria.
7) Não sei se irei a pé ou a cavalo.
8) Começou a gritar. Puseram-se a falar sem parar. Ele se
dispôs a não comentar o fato.
9) Refiro-me a mulheres solteiras.
Em todas essas frases, quais são os termos regentes?
Os termos regentes são os verbos "referir-se", "ir", "dar" "co-
meçar", "pôr-se" e "dispor", os quais regem a preposição "a".
Os termos regidos são aqueles que complementam os ver-
bos. Basta, agora, sabermos se os termos regidos são compatíveis
com o artigo "a". Como saber?
Tomemos os termos regidos e transformemo-los em um su-
jeito de uma frase que inventamos. Se for possível colocar o artigo
"a" antes de tais termos, então eles serão compatíveis com esse
artigo. Façamos isso!
Retomemos a primeira frase.
(1) Refiro-me a ela/a você/a nós.
Os termos regidos são os pronomes "ela", "você" e "nós".
Transformemo-los em sujeitos de frases, colocando o artigo "a"
antes deles a fim de verificar se há compatibilidade entre ambos:
*A ela é linda. *A você é linda. *A nós somos brasileiros.
Verificamos que o artigo "a" é incompatível com "ela", "você"
e "nós". Ninguém usaria o artigo nessas frases. Portanto, na frase
(1) não há crase, já que não ocorre artigo antes desses pronomes.
O "a" que ocorre é preposição, regida pelo verbo "refiro-me".
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Façamos o teste com as demais frases.


(2) Refiro-me a essa mulher de vermelho.
*A essa mulher de vermelho é linda: incompatibilidade entre
o artigo "a" e o demonstrativo "essa" (correto: Essa mulher de
vermelho é linda).

(3) Não me refiro a ninguém/a nenhuma pessoa. Refiro-me a


qualquer pessoa/a todas as pessoas.
*A ninguém comeu o doce, *A nenhuma pessoa comeu o
doce, *A qualquer pessoa comeu o doce, *As todas as pes-
soas comeram o doce: incompatibilidade entre o artigo "a" e
os pronomes indefinidos "ninguém", "nenhuma", "qualquer" e
"todas" (correto: “Ninguém comeu o doce”, “Nenhuma pessoa
comeu o doce”, “Qualquer pessoa comeu o doce”, “Todas as
pessoas comeram o doce”).

(4) Refiro-me apenas a uma mulher.


*A uma mulher é um ser sensível: incompatibilidade entre o
artigo "a" e o artigo indefinido "uma" (correto: Uma mulher é
um ser sensível).

(5) Refiro-me à prima de Luana. Luís deu asas à imaginação.


A prima de Luana é linda: compatibilidade entre o artigo "a"
e a expressão "prima de Luana"; A imaginação de Luís é fértil:
compatibilidade entre o artigo "a" e a expressão "imaginação
de Luís".
Em (5), portanto, há crase, já que ocorre a preposição "a"
(regida pelos verbos "referir-se" e "dar") e o artigo "a" (compatível
com os substantivos femininos "prima" e "imaginação").
(6) Refiro-me à minha tia Maria/a minha tia Maria.
A minha tia/minha tia chegou: a presença do artigo "a" antes
do pronome possessivo "minha" é facultativo, o que faculta a
crase em (6). Em outras palavras, pode-se usá-la ou não.
(7) Não sei se irei a pé ou a cavalo.
*A pé está quebrado e *A cavalo é velho: incompatibilidade entre
o artigo definido "a" e os substantivos masculinos (pé e cavalo).

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É óbvio que dizemos “O pé está quebrado” e “O cavalo é


velho”. Portanto, o "a" de (7) é apenas a preposição regida pelo
verbo (ir).
(8) Começou a gritar. Puseram-se a falar sem parar. Ele se dis-
pôs a não comentar o fato.
Não ocorre nenhum tipo de artigo antes de verbos. Se ocorre, é
porque o verbo foi transformado em substantivo, como em “O olhar
da moça era misterioso”, o que não se aplica ao caso da crase.
(9) Refiro-me a mulheres solteiras.
Quando usamos termos em sentido genérico, sem determi-
ná-lo, não usamos o artigo definido antes.
Além desses casos de crase, há alguns específicos, que estu-
daremos na sequência:
1) Com palavras regidas que indicam lugar e o verbo "ir",
pode ou não ocorrer a crase. Para verificarmos a ocor-
rência ou não da crase, trocamos o verbo "ir" por "vir",
que rege a preposição "de". Somente se ocorrer o artigo
"a" com "de" ("da"), ocorrerá a crase no caso de "ir":
Vou a Paris.­­ Venho de Paris.
Vou à Itália. Venho da Itália.
Vou a Brasília. Venho de Brasília.
Vou à bela Brasília. Venho da bela Brasília.
Vou à velha Bahia. Venho da velha Bahia.
2) Em locuções adverbiais, ocorre a crase somente se o subs-
tantivo que compõe a locução for feminino. Observe:
• não ocorre crase em "a pé", "a cavalo”, “a lápis", "a
prazo", o que se explica pelo fato de palavras masculi-
nas serem incompatíveis com o artigo feminino;
• ocorre crase em “à tarde”, “à noite”, “às vezes”, “às
avessas”, “à esquerda”, “à direita”, “à mesa” etc.
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3) Com as palavras “casa” e “terra”:


• não ocorre crase se indicam, respectivamente, lar do
falante (“Cheguei a casa muito tarde ontem”) e terra
firme (“O navio atracou a terra”);
• ocorre crase se ambas as palavras não tiverem esses
dois sentidos anteriores e forem especificadas: “Che-
guei à casa de meus pais ontem”, “Cheguei à terra de
meus avós”.
4) Com a expressão "à moda de", explícita ou implícita, há
crase: “Pedimos o frango à moda da casa”, “Pedimos ar-
roz à grega”.
5) Não ocorre crase em expressões cujas palavras (mas-
culinas ou femininas) se repetem: "face a face", "mês a
mês", "lado a lado".
6) A ocorrência de crase é opcional com a preposição "até":
“Irei até a loja ou Irei até à loja”.
7) Com palavras elípticas, ocorre crase:
• A qual saia você se refere?
• Refiro-me à (saia) que já foi vendida.
Esperamos que você tenha compreendido o conceito de cra-
se e as condições em que ela ocorre. Nosso objetivo é que, ao
escrever seus textos, você consiga usá-la adequadamente.

6. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS


ÁTONOS
São pronomes pessoais oblíquos átonos: "me", "te", "o(s)",
"a(s)", "lhe(s)", "se" (reflexivo), "nos" e "vos". Esses pronomes são
oblíquos porque atuam em função de objeto direto ou indireto
e são átonos porque ocorrem na oração sempre acompanhando
verbos, podendo, pois, ocorrer em:
• próclise (antes do verbo);
• mesóclise (no meio do verbo);
• ênclise (depois do verbo).

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Além dos pronomes pessoais oblíquos, são também átonos


o pronome apassivador "se" (como em “Analisaram-se todas as
frases”), o índice de indeterminação do sujeito "se" (“Precisa-se
de secretárias”) e o pronome “se” que acompanha os verbos cha-
mados pronominais (“Trata-se de uma questão difícil”, “Lembre-se
de que estamos já em abril”), ocorrendo, portanto, em próclise,
mesóclise ou ênclise.
Estudaremos, a seguir, as regras de uso dessas três coloca-
ções pronominais.
A colocação pronominal é assunto controverso na língua portu-
guesa. No português brasileiro, há uma tendência para o uso da pró-
clise; no português de Portugal, para o uso da ênclise, o que está de
acordo com o que pregam as gramáticas normativas e tradicionais.
Seguiremos o que propõem os gramáticos tradicionais Cunha
e Cintra (2001).

Ênclise
De acordo com Cunha e Cintra (2001), não havendo palavra
ou termo que exija a próclise, a colocação normal deveria ser a
ênclise:
“Efebos de ouro erguiam-se sobre pedestais de sólida constru-
ção, segurando nas mãos fachos acesos, que de noite ilumina-
vam os convivas na sala" (HOMERO, 2002, p. 94, grifo nosso).
“Estes calam-se, à espera de que tu fales" (HOMERO, 2002, p.
96, grifo nosso).
No uso padrão da língua, a ênclise é obrigatória:
a) com verbo que inicia oração ou período:
Cala-te!
“Embarcou-me numa jangada de numerosas ataduras, deu-
-me abundantes provisões, pão e vinho, cobriu-me de vestes
imortais, e enviou-me uma brisa tépida e favorável" (HOMERO,
2002, p. 98, grifos nossos).
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“Mostra-me a povoação, e dá-me um farrapo com que me co-


brir [...]” (HOMERO, 2002, p. 88, grifos nossos).

b) após pausa:
"No momento em que Ulisses abraçava os joelhos de Arete,
dissipou-se a nuvem divina” (HOMERO, 2002, p. 95, grifo nos-
so).
"Hóspede, levanta-te e vem; a cama está pronta" (HOMERO,
2002, p. 99, grifo nosso).

Mesóclise
A mesóclise ocorre quando os verbos se encontram no futu-
ro do presente ou no futuro do pretérito. Observe:
“Dir-se-ia serem moças, cuja cristalina voz me feriu os ouvidos
[...]" (HOMERO, 2002, p. 87, grifo nosso).
"Entanto, responderei à tua pergunta e dir-te-ei o que preten-
des saber” (HOMERO, 2002, p. 97, grifo nosso).
“Se consentisses em ficar, dar-te-ia casa e riquezas; [...]” (HO-
MERO, 2002, p. 99, grifo nosso).
Entretanto, como lembram Cunha e Cintra (2001), também
é correta a próclise:
"[...] mas se essa não é tua vontade, nenhum dos Féaces te
deterá [...]" (HOMERO, 2002, p. 99, grifo nosso).
"Nós te reconduziremos, [...]” (HOMERO, 2002, p. 88, grifo
nosso).

Próclise
Todos os casos enumerados a seguir exigem a próclise do
pronome oblíquo átono, seja com formas verbais simples (um só
verbo), seja com locuções verbais (geralmente formadas de dois
verbos):
A. Palavras de valor negativo ("não", "nada", "nunca", "nin-
guém", "jamais", "nenhum" etc.):

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“Nunca seus frutos se estragam ou faltam, nem no inverno


nem no verão" (HOMERO, 2002, p. 95, grifos nossos).
“Nenhum dos deuses nem dos homens a freqüenta" (HOME-
RO, 2002, p. 97, grifos nossos).
Paula não me disse se virá.
Nada, disse-me ele, me fez desistir.
Observe que, neste último exemplo, com a palavra negati-
va "nada" utilizamos a próclise. A oração entre vírgulas ("disse-me
ele"), denominada intercalada, não altera a regra de uso da prócli-
se. Na oração "disse-me ele", empregamos a ênclise porque há a
pausa, marcada pela vírgula, antes do verbo "disse".
Em locuções verbais, aplicamos a mesma regra:
Não se pode dizer quem falava a verdade. (locução verbal:
pode dizer)
Entretanto, também é possível a ênclise ao verbo no infinitivo:
Carlos afirmou que jamais poderia tratar-me como amiga. (lo-
cução verbal: poderia tratar)
B. Pronomes relativos ("que", "quem", "o(s, a, as) qual(is)",
"cujo(s, a, as)", "onde", "como", "quanto"), conjunções integrantes
("que", "se"), conjunções subordinativas adverbiais ("quando", "por-
que", "se", "embora", "a fim de que", "à medida que", "como" etc.):
"Dir-se-ia serem moças, cuja cristalina voz me feriu os ouvidos
[...]” (HOMERO, 2002, p. 87, grifo nosso) (pronome relativo:
“cuja”).
"[...] nossos remadores te transportarão [...] até que chegues à
pátria e tua casa, [...], tão distante, consoante informam aque-
les dos nossos que a viram” (HOMERO, 2002, p. 99, grifo nos-
so) (pronome relativo: “que”).
Observe que, com o pronome relativo “que”, empregamos a
próclise ao verbo auxiliar da locução verbal:
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"Havia ido lá, seguido por muita gente naquela viagem, que tão
cruéis cuidados me devia causar” (HOMERO, 2002, p. 87, grifo
nosso) (locução verbal: devia causar).
Veja casos com conjunção integrante:
Manda que o estrangeiro se levante e tome assento numa ca-
deira cravejada de prata; [...] (HOMERO, 2002, p. 96, grifos nos-
sos) (conjunção integrante: "que”).
Carolina disse-me que, apesar do frio, se levantou cedo e lavou
toda a roupa.
Observe que a expressão "apesar do frio", que ocorre entre
vírgulas, não impede a próclise de "se", provocada pela conjunção
integrante "que". O pronome "me", por sua vez, ocorre em ênclise
porque não há nada que o atraia.
Veja casos com conjunções subordinativas adverbiais:
"Só a filha de Alcino não fugiu, porque Atena lhe incutira ânimo
no espírito e [porque] lhe tirara o medo dos membros" (HO-
MERO, 2002, p. 87, grifo nosso) (conjunção causal: "porque").
“Por isso, quando te contemplo, sinto-me tomado de respei-
to" (HOMERO, 2002, p. 88, grifo nosso) (conjunção temporal:
"quando").
"Arete de níveos braços deu ordem às escravas que lhe armas-
sem um leito debaixo do pórtico, [...]" (HOMERO, 2002, p. 99,
grifos nossos) (conjunção final: que, equivale a "para que")
Quando Lara se aproximou, o cachorro rosnou e tentou mor-
dê-la.
O pronome "se" ocorre em próclise por causa da conjunção
temporal "quando". Observe a ênclise do pronome "la" ao verbo
"morder".
Observe outro caso:
A lua estava tão grande que se podia ver claramente o caminho
a uns dois quilômetros. (locução verbal: podia ver)

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A conjunção consecutiva "tão... que" provoca a próclise ao


verbo auxiliar "podia".
É importante observarmos que pronomes relativos, conjun-
ções integrantes e conjunções adverbiais exercem influência ape-
nas sobre a oração em que ocorrem, e não sobre a oração prin-
cipal, ou seja, requerem a próclise do pronome átono ligado ao
verbo da oração a que pertencem apenas. No exemplo seguinte,
veja que o pronome relativo "que" não afeta a colocação do pro-
nome átono que acompanha o verbo da oração principal, o que
justifica a ênclise:
A pessoa que estava sentada à minha direita mantinha-se imó-
vel.
C. Orações iniciadas por expressões interrogativas e excla-
mativas e orações que exprimem desejo:
O que você me dirá agora? (oração interrogativa).
Quem lhe deu este livro? (oração interrogativa).
“Rainha, eu te suplico! És deusa ou mortal?" (HOMERO, 2002,
p. 87, grifo nosso) (oração exclamativa).
"Zeus pai, oxalá se cumpram todas as promessas de Alcino!"
(HOMERO, 2002, p. 99, grifo nosso) (oração que exprime de-
sejo).
D. Advérbios e expressões adverbiais ("aqui", "lá", "ontem",
"amanhã", "à tarde", "à noite" etc.), pronomes indefinidos ("al-
guém", "tudo", "qualquer", "todo" etc.), numeral "ambos":
Talvez ela me dissesse a verdade (advérbio de dúvida: talvez).
À tarde ela me disse que iria à aula (expressão adverbial de
tempo: à tarde).
“[...], e todos se quedaram quietos e silenciosos” (HOMERO,
2002, p. 95, grifo nosso) (pronome indefinido: todos).
Ambos se atracaram no parque.
Havendo pausa entre a expressão adverbial e o verbo, em-
prega-se a ênclise:
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“Longe, no mar, ergue-se uma ilha, Ogígia, [...]" (HOMERO,


2002, p. 97, grifo nosso) (advérbio de lugar: longe, com pausa
entre ele e o verbo).
E. Orações alternativas:
Ou me obedece, ou lhe corto a mesada.
Vamos, a seguir, verificar a colocação pronominal com locu-
ções verbais prescrita pelas gramáticas normativas em compara-
ção com a utilizada no Brasil, embora não recomendada:
Pode-se analisar o problema sob outro ângulo (uso recomen-
dado pelas gramáticas normativas).
Pode dizer-me com quem saiu ontem (uso recomendado pelas gramáti-
cas normativas).
Pode me dizer com quem saiu ontem. (uso no Brasil)
O clarão ia-se estendendo por toda a rua (uso recomendado
pelas gramáticas normativas).
O clarão ia estendendo-se por toda a rua (uso recomendado
pelas gramáticas normativas).
O clarão ia se estendendo por toda a rua (uso no Brasil).
Era um prejuízo que não se podia imaginar (uso recomendado
pelas gramáticas normativas).
Era um prejuízo que não podia imaginar-se (uso recomendado
pelas gramáticas normativas).
Era um prejuízo que não podia se imaginar (uso no Brasil).
Não se emprega a ênclise ao verbo no particípio. Somente é
possível:
Não o tenho consultado há meses.
Haviam-no acusado injustamente.

7. PONTUAÇÃO: USO DA VÍRGULA


São sinais de pontuação o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e
vírgula (;), os dois-pontos (:), o ponto de interrogação (?), o ponto

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de exclamação (!), as reticências (...), as aspas (" ”), os parênteses ( ), os


colchetes ([ ]) e o travessão (–). Por uma questão de tempo e espaço e
por ser ela de uso mais complexo, estudaremos apenas a vírgula.
Antes de estudar as regras que determinam o uso da vírgula,
é necessário você saber que:
• não a utilizamos para separar sujeito de predicado, mes-
mo que a frase não esteja na ordem direta. Observe:
“[...] a leitura dos 66 integrantes desse livro[sujeito] leva à consta-
tação da imensa abordagem interdisciplinar[predicado].” (UNESCO,
2004, p. 14. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.
br/download/texto/ue000031.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2008).
Observe que, no caso seguinte, não se está separando sujei-
to de predicado, já que o termo intercalado vem entre vírgulas; é
como se esse termo ocorresse entre parênteses:
“A UNESCO[sujeito], tantas vezes presente no debate sobre
a Universidade que o nosso século exige, alia-se a esse
empreendimento[predicado] [...]" (UNESCO, 2004, p. 13. Disponí-
vel em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
ue000031.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2008, grifo nosso).
• não se usa vírgula para separa objetos direto e indireto
de verbo, predicativo de verbo ou complemento de nome
complementado. Veja:
"Duas das áreas abordam a questão da Gestão da Extensão
Universitária e a Avaliação Institucional[objeto direto composto]. Esses
temas remetem à necessária sistematização e institucionaliza-
ção da extensão e à obrigatória avaliação de todas as etapas
das ações extensionistas[objeto indireto composto].” (UNESCO, 2004, p.
14. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/down-
load/texto/ue000031.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2008, grifo nos-
so).
A garota está feliz[predicativo do sujeito]. A compra do
apartamento[complemento nominal] foi um sucesso.
© U3 - Subsídios Gramaticais 127

Observe que, no caso a seguir, não se está separando objeto


de predicado, já que o termo intercalado vem entre vírgulas:
"A Universidade federal de Minas Gerais coordena, com a
participação de outras universidades públicas, comunitárias e
privadas, a realização do 2º Congresso Brasileiro de Extensão
Universitária[objeto direto], [...] (UNESCO, 2004, p. 13. Disponível
em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
ue000031.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2008 grifo nosso).
Vejamos quando devemos usar vírgula, segundo os gramáti-
cos Kury (1986) e Cunha e Cintra (2001).
A. Segundo Kury (1986, p. 65), utilizamos vírgula para sepa-
rar termos coordenados assindéticos (que não se ligam por con-
junção) em função de sujeito, objeto direto, objeto indireto etc.:
Comprei maçã, banana, goiaba, laranja, mamão, morango e li-
mão (objetos diretos coordenados).
Carlos, Mariana, José Augusto e Flora foram à missa hoje (su-
jeitos coordenados).
Darei presentes à mamãe, à vovó Joana e à tia Marta (objetos
indiretos coordenados).
B. Devemos separar por vírgulas o aposto e o vocativo:
Fernando Pessoa, escritor português, tinha vários heterônimos
(aposto: escritor português).
Clara, traga-me as uvas (vocativo: Clara).
C. Segundo Kury (1986, p. 66), devemos usar vírgula para se-
parar expressões de sentido explicativo, retificativo, continuativo,
conclusivo, enfático etc. ("além disso", "enfim", "aliás", "isto é",
"ou seja", "em suma" etc.):
Esqueci-me de trazer tesoura, linha, barbante, papel, cola, en-
fim, todos os materiais e utensílios de que vamos precisar para
fazer o trabalho.
Comemos, bebemos e dançamos muito. Em suma, podemos
dizer que a festa foi excelente.

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128 © Comunicação e Linguagem

D. Usamos vírgula para separar expressões adverbiais que


foram deslocadas para o início ou para o meio da oração. Entretan-
to, quando a expressão adverbial é curta ("ontem", "hoje", "aqui"
"lá" etc.) o uso da vírgula é opcional:
Ontem, preferi ficar em casa. Ontem preferi ficar em casa (no
primeiro caso, a vírgula é utilizada para enfatizar o advérbio de
tempo).
Durante os meses frios de inverno em Paris, recolhia-me mui-
to cedo.
O Aníbal, devido ao mau tempo que fez ontem pela manhã,
não foi trabalhar.
E. Empregamos vírgula, opcionalmente, para indicar a su-
pressão de uma palavra, geralmente o verbo (é o que se denomina
zeugma):
Carlos nasceu no Brasil; seu irmão, em Portugal. Carlos nasceu
no Brasil, seu irmão em Portugal.
F. Em datas, separamos por vírgula o nome da cidade:
Batatais, 13 de março de 2008.
G. Segundo Kury (1986), no caso de orações coordenadas
aditivas, usamos vírgula nos seguintes casos:
• para separar coordenadas aditivas assindéticas: “Levantei
cedo, fiz café, pus a mesa, lavei a louça e limpei toda a casa”.
• antes da coordenada aditiva sindética quando o sujeito é
diferente do da oração anterior: “Carina ria de tanta feli-
cidade, e Paula, por causa do namorado, chorava copio-
samente”.
• para realçar oração ou expressão introduzida por "e":
"Essa questão era esperada, e desejada, porque interdisci-
plinaridade é uma das diretrizes colocadas, hoje, para a ação
da extensão universitária (UNESCO, 2004, p. 14. Disponível
em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
ue000031.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2008, grifo nosso).
© U3 - Subsídios Gramaticais 129

H. Usamos vírgula antes da conjunção "e" com valor adver-


sativo (equivalente a "mas", "todavia" etc.):
Reclamou que a comida estava salgada, e não deixou nada no
prato.
I. Empregamos vírgula para separar as orações coordenati-
vas que não sejam as introduzidas pela conjunção aditiva "e":
A criança estava cansada, mas não queria dormir. (coordenada
adversativa)
O dia está nublado, portanto vai chover. (coordenada conclu-
siva)
Penso, logo existo. (coordenada conclusiva)
Sai da chuva, que você se resfria. (coordenada explicativa)
Não me venha com piadas, pois hoje não estou bem. (coorde-
nada explicativa)
J. Utilizamos vírgula para separar as orações adverbiais que
são antepostas ou intercaladas à oração principal; quando tais ora-
ções são pospostas (posição normal na língua tanto para adjuntos
adverbiais como para orações adverbiais), a vírgula é facultativa:
Eu estava tomando banho quando Laura chegou. Eu estava to-
mando banho, quando Laura chegou (oração adverbial tempo-
ral posposta à oração principal).
Quando Laura chegou, eu estava tomando banho (oração ad-
verbial temporal anteposta à oração principal).
Nos dias frios, Laura, porque tinha medo que o filho adoeces-
se, exagerava no agasalho do garoto (oração adverbial causal
intercalada à oração principal).
K. Empregamos vírgula para separar as orações denomina-
das adjetivas explicativas. Observe, a seguir, a diferença entre a
explicativa e a adjetiva restritiva, que ocorre sem vírgulas:
Eu tenho três gatos que são pretos.
Eu tenho três gatos, que são pretos.

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130 © Comunicação e Linguagem

Nas orações adjetivas, o uso da vírgula é significativo.


No primeiro exemplo, "que são pretos" é oração adjetiva
restritiva, pois não há pausa separando-a da oração principal "Eu
tenho três gatos". O valor semântico dessa frase é o de restrição,
delimitação: eu tenho mais de três gatos e, deles, três são pretos.
No segundo exemplo, "que são pretos" é oração adjetiva
explicativa, pois há vírgula separando-a da oração principal "Eu
tenho três gatos". O valor semântico dessa frase é o de generaliza-
ção: eu tenho três gatos e os três são pretos.
Observe dois outros exemplos:
Os trabalhadores que são esforçados terão aumento salarial.
Os trabalhadores, que são esforçados, terão aumento salarial.
No primeiro exemplo, existem trabalhadores esforçados e
trabalhadores não esforçados; nesse caso, restringe-se o aumen-
to salarial apenas aos esforçados. No segundo exemplo, todos os
trabalhadores, sem exceção, são esforçados; portanto, todos terão
aumento salarial.

8. CONCORDÂNCIA VERBAL
Por uma questão de tempo e espaço, não apresentaremos
todas as regras de concordância verbal. Enumeramos, a seguir,
aquelas que julgamos mais importantes. Para um aprofundamento
do estudo deste assunto, sugerimos que você consulte gramáticas
de língua portuguesa.
Concordância verbal diz respeito à concordância em pessoa
e número do verbo com o sujeito. Observe:
Nós iremos a Brasília amanhã.
Todos os verbos do texto estão no presente.
Perceberam que eu estava aqui as três pessoas de que faláva-
mos.
© U3 - Subsídios Gramaticais 131

Nessas frases, "iremos" concorda em pessoa (primeira) e nú-


mero (plural) com "nós"; "estão" concorda com "todos os verbos
do texto"; "perceberam" concorda com "as três pessoas de que
falávamos".
Vejamos, a seguir, algumas regras específicas.

Concordância com sujeito composto


A. Quando o sujeito composto está antes do verbo, o verbo
concorda com todos eles:
A flor, o animal e a criança compunham um quadro que eu
admirava.
B. Quando o sujeito composto é formado de pronomes pes-
soais do caso reto, a primeira pessoa prevalece sobre as demais e
a segunda (tu) sobre a terceira (ele):
Fomos ao clube tu, Mariana e eu.
Fostes ao clube tu e Mariana?
Foram ao clube você e Mariana?
Foram ao clube ele e Mariana?
C. Quando o sujeito composto está depois do verbo, a con-
cordância é feita com todos eles ou, opcionalmente, com o núcleo
do sujeito mais próximo:
Estavam aqui o Paulo, o Luís e o Antônio.
Correram para os braços do pai a menina e os três meninos
mais novos.
Correu para os braços do pai a menina e os três meninos mais
novos.
D. Quando o sujeito composto é resumido por expressão
como "tudo", "nada" etc., o verbo concorda com a expressão:
Brinquedos, doce, chocolate, nada fazia a criança parar de
chorar.

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132 © Comunicação e Linguagem

E. Quando a palavra "cada" antecede os núcleos do sujeito


composto, o verbo fica no singular:
Cada flor, cada árvore, cada folha fazia-o relembrar a infância.
F. Com as expressões "um e outro", "nem um nem outro",
"nem...n em”, o verbo pode ficar no singular ou no plural:
Um e outro olhava/olhavam para ela (o plural é mais frequen-
te).
Nem um nem outro dizia/diziam a verdade (o singular é mais
frequente).
Nem sorvete nem doce foi oferecido/foram oferecidos como
sobremesa.
G. Com a conjunção "ou" com valor inclusivo, o verbo vai
para o plural, mas com a conjunção "ou" exclusiva, o verbo vai para
o singular:
Pedro ou Antônio podem fazer esse trabalho (“ou” inclusivo).
Pedro ou Paulo vencerá as eleições. ("ou" exclusivo).

Concordância com sujeito simples


A. Se o sujeito é acompanhado de artigo no plural e seu nú-
cleo também está no plural, o verbo vai para o plural:
Os Estados Unidos são um país muito rico.
B. Com expressão denominada partitiva ("a maioria de",
"parte de", "a minoria de", "metade de" etc.) seguida de substan-
tivo no plural, é mais correto o verbo ser colocado no singular, em-
bora as gramáticas normativas admitam o plural:
A maioria dos alunos foi aprovada.
A maioria dos alunos foram aprovados (concordância menos
usual, portanto deve ser evitada).
C. Com expressão que indica quantidade aproximada ("cerca
de", "perto de", "mais de" etc.) seguida de numeral e substantivo,
o verbo concorda com o substantivo:
© U3 - Subsídios Gramaticais 133

Cerca de trinta mil pessoas assistiram ao show de Ana Carolina.


D. Não há consenso entre as gramáticas normativas em rela-
ção à expressão que indica percentual. Abreu (2002, p. 106) afirma
que a concordância pode ser feita com o número percentual ou
com o substantivo:
Trinta por cento (30%) da turma tirou nota 10 na prova.
Trinta por cento (30%) da turma tiraram nota 10 na prova.
Se o substantivo está no plural, logicamente, o verbo vai para
o plural:
Trinta por cento (30%) dos alunos tiraram nota 10 na prova.
Se não há substantivo acompanhando a expressão percen-
tual, o verbo concorda com ela:
Trinta por cento (30%) tiraram 10 na prova.
E. Quando o sujeito é "cada um", o verbo fica no singular:
Cada um dos advogados da empresa era da mesma opinião.
F. Com a expressão "um dos que", o verbo vai para o plural:
Carlos foi um dos candidatos que foram aprovados (dos can-
didatos aprovados, Carlos foi um deles; esse "que" é pronome
relativo anafórico, pois retoma "candidatos", que está no plural)
G. Os verbos impessoais ficam na terceira pessoa do singu-
lar. São eles:
• verbo “haver” com o sentido de existir: “Há flores no jar-
dim”. Entretanto, se o verbo for “existir”, o sujeito passa a
ser “flores”, devendo, portanto, concordar com o sujeito:
“Existem flores no jardim”.
• verbos "fazer", "ir" e "haver" na indicação de tempo de-
corrido: “Faz dez anos que não a vejo.”, “Deve fazer dez
anos que não a vejo.”, “Vai para dez anos que não a vejo.”,
“Há dez anos não a vejo”.
Se o verbo "ser" indica tempo, concorda com a expressão nu-
mérica: “São dez horas.”, “Hoje são vinte e dois de agosto.”, “É meio-
-dia.”, “É uma hora.” (mas: “Hoje é dia vinte e dois de agosto”).

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134 © Comunicação e Linguagem

9. CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal diz respeito à concordância em
gênero e número dos determinantes e quantificadores (artigos,
pronomes demonstrativos, possessivos, numerais, pronomes in-
definidos etc.) com os substantivos (“Todas as meninas estão na
sala”) ou dos adjetivos e expressões adjetivas com o substantivo,
seja em função de adjunto adnominal (“As suas belas flores estão
no vaso”), seja em função de predicativo do sujeito (Todos esses
peixes são lindos).
Vejamos, a seguir, algumas regras básicas de concordância
do adjetivo com o substantivo.
A. Para Abreu (2002, p. 101), quando o adjetivo em função
de adjunto adnominal vem depois de dois ou mais substantivos,
pode concordar com o mais próximo, restringindo-se, entretanto,
a este apenas, ou pode concordar com todos eles, referindo-se a
todos. Observe:
Vimos o vidro e a ferragem conservados (concordância que ex-
plicita que ambos estão conservados).
Vimos o vidro e a ferragem conservada (concordância apenas
com "ferragem”).
B. Quando o adjetivo em função de adjunto nominal vem
antes de dois ou mais substantivos, pode concordar com o mais
próximo ou com todos eles:
Vimos conservado o vidro e a ferragem.
Vimos conservados o vidro e a ferragem.
Segundo Abreu (2002, p. 101), em ambos os casos, está claro
que o adjetivo se refere aos dois substantivos.
D. Inversamente, quando um substantivo apenas é acompa-
nhado por dois ou mais adjetivos, duas concordâncias são possíveis:
Estudo a teoria gerativista e a funcionalista.
Estudo as teorias gerativista e funcionalista.
© U3 - Subsídios Gramaticais 135

A frase "Estudo a teoria gerativista e funcionalista" é ambí-


gua, pois pode significar que a mesma teoria é, simultaneamente,
gerativista e funcionalista. Construções desse tipo devem, portan-
to, ser evitadas.
E. Adjetivo em função sintática de predicativo de sujeito
composto ou predicativo de objeto composto deve concordar com
todos os núcleos:
Flores e animais são belos. Flores e árvores são belas. Animais
e homens são belos ("flores e animais", "flores e árvores" e
"animais e homens" são sujeitos compostos e "belos", "belas"
e "belos" são predicativos do sujeito).
O juiz considerou culpados o réu e a ré ("réu" e "ré" são obje-
tos diretos e "culpados" é predicativo do objeto).
F. Segundo Cipro Neto e Infante (1997, p. 495), com nume-
rais ordinais que antecedem apenas um substantivo, são possíveis
estas concordâncias:
Refiro-me às disciplinas do primeiro e segundo ano.
Refiro-me às disciplinas do primeiro e segundo anos.

10. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS


A seguir, disponibilizamos a você algumas questões sobre o
conteúdo da Unidade 3, a fim de que você perceba se realmen-
te conseguiu aprender os conceitos aqui apresentados. Depois de
realizar as questões, confira no tópico Gabarito se você foi bem-
-sucedido em suas respostas.
1) Preencha as lacunas com “a”, “as”, “à”, “às”.
a) Na Antiguidade, o estudo da linguagem vinculava-se
___ Lógica e ___ Filosofia.
b) O método indutivo está relacionado ___ corrente fi-
losófica denominada Empirismo, segundo ___ qual
todo conhecimento tem como fonte ___ experiên-
cia. Da experiência chega-se ____ teorização.

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136 © Comunicação e Linguagem

c) Um sociolinguista pode estudar ___ variação no uso


de "seu" e "teu" em referência ___ segunda pessoa
do singular.
d) Originalmente, ___ relação entre o significado e ___
forma da palavra era natural e passou ___ conven-
cional ___ partir das "corrupções" decorrentes do
uso.
e) ___ língua atribui uma forma ___ substância.
f) E fazemo-lo porque ___ sua instabilidade de com-
plexos de fatores múltiplos e diversamente combi-
nados, aliada ___ vicissitudes históricas e deplorá-
vel situação mental em que jazem, as tornam talvez
efêmeras, destinadas ___ próximo desaparecimento
ante ___ exigências crescentes da civilização e ___
concorrência material intensiva das correntes mi-
gratórias que começam ___ invadir profundamente
___ nossa terra (CUNHA, s.d., p. 1. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/
texto/bn000153.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2008).
g) Hesitaram um pouco; mas, logo depois advertiram
que ___ palavras do primeiro eram sinal certo da vi-
dência e da franqueza da adivinha; nem todos teriam
___ mesma sorte alegre. ___ dos meninos de Nativi-
dade podia ser miserável, e então... Enquanto cogi-
tavam passou fora um carteiro, que as fez subir mais
depressa, para escapar ___ outros olhos. Tinham fé,
mas tinham também vexame da opinião, como um
devoto que se benzesse ___ escondidas. Velho cabo-
clo, pai da adivinha, conduziu ___ senhoras ___ sala.
Esta era simples, ___ paredes nuas, nada que lem-
brasse mistério ou incutisse pavor, nenhum petre-
cho simbólico, nenhum bicho empalhado, esqueleto
ou desenho de aleijões. Quando muito um registro
da Conceição colado ___ parede podia lembrar um
mistério, apesar de encardido e roído, mas não me-
tia medo. Sobre uma cadeira, uma viola (ASSIS, s.d.,
p. 2. Disponível em: <http://www.dominiopublico.
gov.br/download/texto/bn000030.pdf>. Acesso em:
21 jul. 2008).
© U3 - Subsídios Gramaticais 137

2) Nas frases seguintes, preencha as lacunas com “a”, “as”,


“à”, “às” e diga se o elemento utilizado é apenas artigo,
apenas preposição ou crase de preposição e artigo:
a) Vou ___ casa, não ___ sua casa.
b) Usava sapatos ___ Luiz XV.
c) Obedecia ___ todos os mais velhos.
d) Obedecia apenas ___ uma pessoa.
e) Solicite ___ informações ___ secretária da sala 8.
f) As pessoas ___ quais dei auxílio agradeceram-me.

3) Nas frases seguintes, coloque o pronome que está entre


parênteses em próclise, mesóclise ou ênclise ao verbo
destacado. Justifique a colocação pronominal, explici-
tando as regras:
a) Quando os hóspedes recolheram, já era muito tar-
de. (se)
b) Carolina disse que não quis ver por muito tempo.
(me, a)
c) Quem levou a São Paulo? (os)
d) Analisaram os problemas que apresentavam. (se, se)
e) Que os anjos protejam! (o)
f) Não, pode afirmar que havia correções a fazer. (se)
g) Não queria contar a verdade. (me)
h) Todas as orações condicionais que ocorrem antepos-
tas comportam como tópico frásico. (se)
i) Ninguém responsabilizou pelo acidente. (se)
j) O agente daria as informações necessárias, se qui-
sesse. (nos)

4) No texto seguinte, coloque a vírgula onde for necessário.


Até há bem pouco tempo os livros didáticos e a escola de modo
geral registravam de nossa história apenas os heróis as datas e os
fatos. Sem dúvida esses aspectos são bem importantes.
Mas existem outras formas de contar a História do Brasil. A tendên-
cia moderna mostra que todos os momentos e todas as persona-
gens que mereceram destaque ao longo do tempo só ganharam re-

Claretiano - Centro Universitário


138 © Comunicação e Linguagem

levo graças ao trabalho e aos conflitos diários das pessoas comuns


de sua época.
Os processos sociais e seus atores anônimos são a força que produz
os heróis os fatos e as datas marcantes. Nessa nova perspectiva his-
tórica, foi programada a série de vídeos "Brasil 500 anos: um novo
mundo na TV".
Em uma bem-humorada versão em ficção a TV Escola em íntima
colaboração com a Fundação Joaquim Nabuco apresenta essa série
a partir da crônica cotidiana de seus cidadãos narrando os aconte-
cimentos que representaram marcos históricos importantes: a che-
gada dos portugueses no ano de 1500 o período de administração
da Colônia o Império e a República (GUILLEN; COUCEIRO, 2001, p.
5. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/
texto/me002182.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2008).
5) Nas frases seguintes, a concordância verbal está inade-
quada. Faça a concordância verbal de acordo com a lín-
gua padrão.
a) Não podiam haver sobreviventes naquele terrível
acidente.
b) Utilizou-se, na solução daquele problema, todos os
recursos disponíveis.
c) Francisco ou Augusto serão eleitos presidente da
empresa.
d) Cerca de quinhentos mil reais foi gasto na constru-
ção.
e) Creio que 50% dos produtos estava com o prazo de
validade vencido.
f) Tu, André e João viajarão a Paris?
g) Podemos concluir que não existe modificações signi-
ficativas nas células analisadas.
h) A evasão nos cursos de Matemática, analisando-se
os dados, foram menor neste ano em relação aos
cinco anteriores.
i) Atualmente se exigem das escolas públicas maior es-
forço no sentido de melhorar a qualidade do ensino.
j) Faziam dias que eu estava com vontade de comer
pudim de leite condensado.
© U3 - Subsídios Gramaticais 139

Gabarito
Veja, agora, a solução das questões autoavaliativas propos-
tas anteriormente.
Questão n. 1
a) Na Antiguidade, o estudo da linguagem vinculava-se à
Lógica e à Filosofia.
b) O método indutivo está relacionado à corrente filosófi-
ca denominada Empirismo, segundo a qual todo conhe-
cimento tem como fonte a experiência. Da experiência
chega-se à teorização.
c) Um sociolinguista pode estudar a variação no uso de
"seu" e "teu" em referência à segunda pessoa do singu-
lar.
d) Originalmente, a relação entre o significado e a forma da
palavra era natural e passou a convencional a partir das
"corrupções" decorrentes do uso.
e) A língua atribui uma forma à substância.
f) E fazemo-lo porque a sua instabilidade de complexos de
fatores múltiplos e diversamente combinados, aliada às
vicissitudes históricas e deplorável situação mental em
que jazem, as tornam talvez efêmeras, destinadas a pró-
ximo desaparecimento ante as exigências crescentes da
civilização e a concorrência material intensiva das cor-
rentes migratórias que começam a invadir profunda-
mente a nossa terra. (CUNHA, s.d., p. 1. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
bn000153.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2008).
g) Hesitaram um pouco; mas, logo depois, advertiram que
as palavras do primeiro eram sinal certo da vidência e
da franqueza da adivinha; nem todos teriam a mesma
sorte alegre. A dos meninos de Natividade podia ser mi-
serável, e então... Enquanto cogitavam passou fora um
carteiro, que as fez subir mais depressa, para escapar a
outros olhos. Tinham fé, mas tinham também vexame
da opinião, como um devoto que se benzesse às escon-
didas. Velho caboclo, pai da adivinha, conduziu as se-
nhoras à sala. Esta era simples, as paredes nuas, nada

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140 © Comunicação e Linguagem

que lembrasse mistério ou incutisse pavor, nenhum pe-


trecho simbólico, nenhum bicho empalhado, esqueleto
ou desenho de aleijões. Quando muito um registro da
Conceição colado à parede podia lembrar um mistério,
apesar de encardido e roído, mas não metia medo. So-
bre uma cadeira, uma viola. (ASSIS, s.d., p. 2. Disponí-
vel em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/
texto/bn000030.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2008).
Questão n. 2
a) Vou a casa, não à/a sua casa.
O primeiro "a" é apenas preposição, já que "casa" tem
sentido de lar do falante. Antes de pronome possessivo
a crase é facultativa porque com ele o artigo definido
é facultativo; portanto, em "à" ocorre crase de preposi-
ção e artigo e em "a" ocorre apenas a preposição, regida
pelo verbo "ir".
b) Usava sapatos à Luiz XV.
Temos a crase da preposição "a" e do artigo definido fe-
minino "a", pois a expressão "à moda de" está implícita.
c) Obedecia a todos os mais velhos.
Temos apenas a preposição, pois o pronome indefinido
"todos" é incompatível com o artigo definido feminino.
Além disso, o termo "todos os mais velhos" está no mas-
culino.
d) Obedecia apenas a uma pessoa.
Temos apenas a preposição, pois o artigo indefinido
"uma" é incompatível com o artigo definido feminino.
e) Solicite as informações à secretária da sala 8.
O primeiro "as" é artigo definido feminino e em "à" ocor-
re crase da preposição e do artigo. A regência do verbo
é solicitar algo (as informações) a alguém (à secretária
da sala 8).
f) As pessoas às quais dei auxílio agradeceram-me.
Temos a crase de preposição "a" com o "a" de "as quais",
pois damos algo (auxílio) a alguém (às quais = às pessoas).
© U3 - Subsídios Gramaticais 141

Questão n. 3
a) Quando os hóspedes se recolheram, já era muito tarde.
– A conjunção adverbial temporal "quando" provoca a
próclise.
b) Carolina disse-me que não a quis ver/quis vê-la por mui-
to tempo.
– Empregamos a ênclise no caso do pronome átono
"me" porque não há palavra antes do verbo "disse" que
provoque a próclise. O pronome "a", devido à presen-
ça de "não", pode ocorrer em próclise ao verbo auxiliar
"quis" ou, ainda, em ênclise ao verbo principal "ver" no
infinitivo.
c) Quem os levou a São Paulo?
– Utilizamos a próclise em orações interrogativas.
"Quem" é pronome interrogativo.
d) Analisaram-se os problemas que se apresentavam.
– Utilizamos a ênclise no primeiro caso uma vez que não
se inicia período ou oração por pronome átono. No se-
gundo caso, o pronome relativo "que" provoca a próclise
de "se".
e) Que os anjos o protejam!
– Utilizamos a próclise em orações que exprimem desejo.
f) Não, pode-se afirmar/pode afirmar-se que havia corre-
ções a fazer.
– A pausa antes da partícula negativa "não" provoca a
ênclise ao verbo auxiliar "pode". É também possível a
ênclise ao verbo principal "afirmar".
g) Não me queria contar/queria contar-me a verdade.
– "Não" provoca a próclise ao verbo auxiliar "me". É
também possível a ênclise ao verbo principal "contar".
h) Todas as orações condicionais que ocorrem antepostas
comportam-se como tópico frásico.
– Empregamos a ênclise porque o pronome relativo
"que" da oração subordinada "que ocorrem antepostas"
não provoca a próclise do pronome "se" ao verbo da
oração principal ("comportam").

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142 © Comunicação e Linguagem

i) Ninguém se responsabilizou pelo acidente.


A partícula negativa "ninguém" provoca a próclise de
"se".
j) O agente dar-nos-ia/nos daria informações, se quiséssemos.
Com verbo no futuro do pretérito e do presente, po-
demos empregar a mesóclise (dar-nos-ia) ou a próclise
(nos daria).
Questão n. 4
Até há bem pouco tempo, os livros didáticos e a escola, de modo
geral, registravam de nossa história apenas os heróis, as datas e os
fatos. Sem dúvida, esses aspectos são bem importantes.
Mas existem outras formas de contar a História do Brasil. A tendên-
cia moderna mostra que todos os momentos e todas as persona-
gens que mereceram destaque, ao longo do tempo, só ganharam
relevo graças ao trabalho e aos conflitos diários das pessoas co-
muns de sua época.
Os processos sociais e seus atores anônimos são a força que produz
os heróis, os fatos e as datas marcantes. Nessa nova perspectiva
histórica foi programada a série de vídeos "Brasil 500 anos: um
novo mundo na TV".
Em uma bem-humorada versão em ficção, a TV Escola, em íntima
colaboração com a Fundação Joaquim Nabuco, apresenta essa série
a partir da crônica cotidiana de seus cidadãos, narrando os aconte-
cimentos que representaram marcos históricos importantes: a che-
gada dos portugueses no ano de 1500, o período de administração
da Colônia, o Império e a República (GUILLEN; COUCEIRO, 2001, p.
5. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/
texto/me002182.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2008).

Questão n. 5
a) Não podia haver sobreviventes naquele terrível aciden-
te.
b) Utilizaram-se, na solução daquele problema, todos os re-
cursos disponíveis (temos voz passiva sintética, em que
"todos os recursos disponíveis" é sujeito plural de "utili-
zaram". Essa passiva sintética equivale à passiva analíti-
ca "todos os recursos disponíveis foram utilizados").
c) Francisco ou Augusto será eleito presidente da empresa.
© U3 - Subsídios Gramaticais 143

d) Cerca de quinhentos mil reais foram gastos na constru-


ção.
e) Creio que 50% dos produtos estavam com o prazo de
validade vencido.
f) Tu, André e João viajareis a Paris?
g) Podemos concluir que não existem modificações signifi-
cativas nas células analisadas.
h) A evasão nos cursos de Matemática, analisando-se os da-
dos, foi menor neste ano em relação aos cinco anteriores.
i) Atualmente se exige das escolas públicas maior esforço
no sentido de melhorar a qualidade do ensino.
j) Fazia dias que eu estava com vontade de comer pudim
de leite condensado.

11. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim de mais uma unidade. Tivemos a oportuni-
dade de estudar algumas regras gramaticais que nos possibilitam
escrever textos na norma padrão da língua.
Na próxima unidade, daremos atenção à interpretação do
texto. Realizaremos um estudo dos assuntos abordados em um
texto e das formas de organizá-los. Em seguida, focalizaremos a
estrutura do parágrafo, em específico, o parágrafo dissertativo.
Para aprofundar seus estudos sobre os tópicos abordados
nesta unidade, sugerimos a leitura dos textos teóricos indicados
nas referências bibliográficas.

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ABREU, A. S. Curso de redação. 11 ed. São Paulo: Ática, 2002.
______. Gramática Mínima para o Domínio da Língua Padrão. 2. ed. Cotia: Ateliê, 2003
CIPRO NETO, P.; INFANTE, U. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 1997.
CUNHA, C. F.; CINTRA, L. F. L. Nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
HOMERO. Odisséia. Tradução de Antônio Pinto de Carvalho. São Paulo: Nova Cultural,

Claretiano - Centro Universitário


144 © Comunicação e Linguagem

2002.
KURY, A. G. Ortografia, pontuação, crase. 2. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1986.

Sites
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. Ministério da Cultura. Fundação Biblioteca Nacional,
Departamento Nacional do Livro, s.d. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.
br/download/texto/bn000030.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2008.
CUNHA, Euclides da. Os sertões. Ministério da Cultura. Fundação Biblioteca Nacional,
Departamento Nacional do Livro, s.d. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.
br/download/texto/bn000153.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2008.
GUILLEN, Isabel; COUCEIRO, Sylvia. 500 Anos, Um Novo Mundo na TV, O Descobrimento
– Brasil Colônia. Cadernos da TV Escola. Brasília, Ministério da Educação, Secretaria
de Educação a Distância, 2001. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/me002182.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2008.
UNESCO. (Re)conhecer diferenças, construir resultados. Organizado por Edison José
Corrêa, Eleonora Schettini Martins Cunha, Aysson Massote Carvalho. Brasília: UNESCO,
2004. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000031.
pdf>. Acesso em: 20 jul. 2008.

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