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SIMPÓSIO

Reflexões éticas sobre o cuidar


na terminalidade da vida
José Eduardo de Siqueira

A rotina imposta aos médicos é a de reconhecer e perseguir múltiplos objetivos, que podem ser com-
plementares ou excludentes. Curar a enfermidade, cuidar da insuficiência orgânica, restabelecer a
função, compensar a perda, aliviar os sofrimentos, confortar pacientes e familiares e acompanhar,
ativa e serenamente, os últimos momentos da vida do paciente não é tarefa fácil e isenta de frus-
trações, pois os obriga a considerar, caso a caso, o justo equilíbrio nas tomadas de decisões, evitan-
do a obstinação terapêutica em circunstância de terminalidade da vida, reconhecendo a finitude
humana e as limitações da ciência médica sem, entretanto, deixar de proporcionar todos os benefí-
cios oferecidos pelos avanços do conhecimento científico.
O presente artigo pretende oferecer elementos de reflexão para orientar a busca do sensato equi-
líbrio no uso das hodiernas tecnologias biomédicas no tratamento de pacientes com enfermidades
crônico-degenerativas em fase terminal de vida.

Unitermos: cura, terminalidade, fim, vida

Introdução

“Morrer pertence à vida, assim como o nascer. Para


andar, primeiro levantamos o pé e, depois, o baixamos ao
chão (...). Algum dia saberemos que a morte não pode
roubar nada do que nossa alma tiver conquistado, porque
José Eduardo de Siqueira
Professor de Clínica Médica e suas conquistas se identificam com a própria vida”.
Bioética da Universidade Estadual
de Londrina, assessor de Bioética da Assim se expressa Tagore, poeta indiano, incorporando a
Unesco, membro do Board da morte como parte integrante da vida e não como intrusa
International Association of
Bioethics, membro da Câmara indesejável (1) .
Técnica de Doenças em Fase
Bioética 2005 - Vol. 13, nº 2

Terminal/CFM e presidente da
Sociedade Brasileira de Bioética É certo, entretanto, que a modernidade a encara de
maneira diversa, percebendo-a como prova de fracasso.
Em novembro de 1993, o diário The New York Times
assim apresentou o tema da morte: “Quando a morte era
considerada um evento metafísico, exibia certo tipo de
respeito. Hoje, onde o processo se prolonga enorme-
mente, é vista como prova de fracasso (...). Num sentido

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bastante novo em nossa cultura, ficamos enver- Em maio de 1991, o jornal Washington Post
gonhados da morte e procuramos nos esconder publicou um artigo, assinado pelo médico John
dela. A nosso ver, é um fracasso” (2). H. Flaschen, com o título “Escolhendo morte
ou mamba na UTI”, que bem define a situação
Tratando da mesma temática, porém com de sofrimento que muitos doentes experimentam
enfoque muito diverso, recolhemos este ensina- quando internados em nossas modernas
mento de Rubem Alves: “Houve um tempo em unidades de terapia intensiva. Relata o arti-
que nosso poder ante a morte era muito culista, em história ficcional, a experiência vivida
pequeno e, por isso, os homens e as mulheres por três missionários religiosos quando aprisio-
dedicavam-se a ouvir sua voz e podiam tornar- nados por uma tribo de canibais. Como forma de
se sábios na arte de viver. Hoje, nosso poder passamento, o chefe tribal lhes oferecera duas
aumentou, a morte foi definida como inimiga opções: morte ou mamba. Dois deles, sem saber
a ser derrotada, fomos possuídos pela fantasia o significado de mamba, a escolheram, na
onipotente de nos livrarmos de seu toque. Com suposição de que certamente seria melhor que a
isso, nos tornamos surdos às lições que ela pode morte, que bem conheciam. Souberam, então,
nos ensinar” (3). que mamba era uma cobra venenosa cuja mor-
dedura impunha enorme e insuportável sofri-
Não há vida sem morte, e aí temos o caráter mento antes de culminar, após algumas horas,
central da questão, qual seja, o da finitude e em morte. Viveram, assim, longa agonia antes
transitoriedade da existência tão bem tratada do desenlace. Após presenciar o insólito sofri-
por Hegel na Fenomenologia do espírito: “O mento dos companheiros, o terceiro missionário
botão desaparece com o surgimento da flor. rogou ao chefe indígena que lhe concedesse a
Poder-se-ia dizer que aquele é negado por esta. morte. Recebeu como resposta que a teria, sem
Do mesmo modo, o fruto aparece no lugar da dúvida, porém precedida de “um pouquinho de
flor, mostrando o verdadeiro sentido da árvore. mamba”. A questão apresentada por Flaschen,
A morte do botão permite a vida da flor, a morte aos médicos, é a quantidade desproporcional de
da flor significa a vida do fruto, ou seja, vida e mamba imposta cotidianamente a inúmeros
morte estão intimamente entrelaçadas” (4). pacientes internados em UTI (6).

A morte representa, portanto, o fim da vida em Lemos em Eclesiastes, redigido no século III
duplo sentido: como fim cronológico da existên- a.C.: “Tudo tem seu tempo, o momento opor-
cia humana e, ao mesmo tempo, elemento que tuno para todo propósito debaixo do sol. Tempo
lhe oferece significado, dotando-a de sentido de nascer, tempo de morrer” (Ecl 3, 1 e 2).
transcendente, conforme percebido por Rainer Inevitavelmente, cada vida humana chega a seu
Maria Rilke: “Há que aprender-se a morrer. final. Assegurar que essa passagem ocorra de
Nisto consiste a vida, em preparar com tempo a forma digna, com cuidados e buscando-se o
obra maior de uma morte nobre e superior, uma menor sofrimento possível, é missão daqueles
morte em que a dúvida não tome parte (...) (5). que assistem aos pacientes terminais (7).

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Um grave dilema ético se apresenta, hoje, para percentual de maiores de 60 anos era de 8,2%;
os profissionais de saúde e se refere a quando em 2000, de 10%.
não utilizar toda a tecnologia disponível. No
Brasil, há muito a ser feito, iniciando-se pelos As projeções feitas para 2050 mostram que o
aparelhos formadores que moldam profissionais planeta abrigará 21,1% de pessoas idosas. No
com esmerada formação técnica e muito pouca Brasil, os índices são similares: em 1950,
ênfase em habilidades humanísticas. Precisamos 4,9%; em 2000, 7,8%; para 2050, estima-se
atentar para as observações de Bernard Lown, a impressionante cifra de 23,6% de idosos pre-
que exorta às faculdades de medicina formarem sentes no convívio social (10).
profissionais mais sensíveis ao sofrimento
humano e menos técnicos ou “oficiais maiores Os idosos realizam elevado número de consul-
da ciência e gerentes de biotecnologias com- tas médicas (11/ano) quando comparados com
plexas” (8). os jovens (1/ano). Em 1995, foram respon-
sáveis por 38% de todas as internações hospi-
Envelhecimento populacional talares realizadas nos EUA (11).
e a questão da morte
O aumento significativo de custos impostos
A pessoa idosa sempre foi reconhecida pela por pacientes idosos com doenças crônico-
sociedade por avaliações ambíguas. A princípio, degenerativas é fundamentalmente gerado por
por terem vivido muito, têm a possibilidade de internações mais freqüentes e maior número de
contribuir com experiência e sabedoria para procedimentos terapêuticos. A tendência de
melhor aperfeiçoar a vida da comunidade. Essa gastos crescentes com idosos é uma realidade
é a percepção de Cícero em De senectude, universal. Estima-se que entre 1990 e 2020
quando considera a velhice a presença do passa- haverá um aumento de 7,9% na expectativa de
do no presente, o que facultaria aos idosos só- vida de cidadãos norte-americanos com idade
lida colaboração para a convivência mais har- superior a 65 anos, o que resultará em aumen-
mônica entre os diferentes segmentos gera- to de gastos da ordem de US$ 98 bilhões para
cionais (9). o Sistema Medicare (12).

Paralelamente, a modernidade tornou o passa- As últimas décadas do século XX foram mar-


do, mesmo que próximo, território de pouco cadas por extraordinários avanços tecnológi-
valor. Nessas condições, os idosos serão mere- cos, o que resultou em maior indicação de
cedores de respeito, desde que não se trans- sofisticados procedimentos terapêuticos a
formem em peso demasiado oneroso para a grande parcela da população idosa. Entre
saúde econômica da sociedade. O envelheci- 1987 e 1995, o número de pacientes norte-
mento da população mundial é, seguramente, o americanos com idade superior a 65 anos,
fator que mais preocupará as autoridades gover- beneficiados pela cirurgia de revascularização
namentais no presente século. Em 1950, o miocárdica, saltou de 82.000 para 141.000,

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enquanto que a indicação de angioplastia coro- pessoas idosas: “Os anciãos passados da
nária cresceu três vezes, de 44.000 para maturidade (...) como características (...) são
131.000. Importante considerar que a realização mesquinhos, por terem sido humilhados por
desses procedimentos ocorreu de maneira mais toda a vida (...) covardes e egoístas e vivem mais
significativa em pacientes octogenários (13). com a memória que com a esperança” (14).

É consensual reconhecer no Ocidente três cor- Os modernos preceitos morais sobre o enve-
rentes de pensamento em bioética: a anglo- lhecimento são paradoxais. Declaram, por
americana, a européia e a latino-americana. A diplomas legais, o respeito aos idosos, mas,
primeira privilegia a autonomia da pessoa, simultaneamente, os marginalizam e conside-
inspirando-se no pragmatismo liberal. A segun- ram como um peso para a sociedade. Chega-se
da, com base na tradição filosófica grega e à velhice ocupando posições centrais em
judaico-cristã, preocupa-se com questões ati- fotografias de famílias, esquecidas em álbuns de
nentes à fundamentação dos princípios morais. recordações, e rimos desbragadamente com a
A terceira, embora ainda em construção, ali- propaganda de cerveja, veiculada por canais de
menta-se das reflexões das escolas anteriores e televisão brasileiros nos meses que antecederam
se distingue das outras por priorizar o social, o carnaval de 2005, onde era apresentado um
dando igual ênfase a fatos científicos e valores enorme e patético cortejo de senhoras idosas
morais. correndo atrás de dois rapazes, que, para fugir
das incômodas perseguidoras, mergulhavam em
As grandes metrópoles da atualidade, produtos uma geladeira de bar, onde encontravam alegre
da revolução industrial iniciada no século XIX, refúgio nos braços de famosa e bela cantora que
impõem a convivência de diferentes gerações e os convidava a consumir uma nova marca da
as obriga a desigual concorrência num mercado bebida.
de trabalho extremamente competitivo, que
valoriza a juventude e subestima a experiência A sociedade é perversamente manipulada em
acumulada dos idosos. campanhas para promover o rejuvenescimento
dos velhos. Os idosos são incentivados a
Curiosamente, revivemos o modelo da “polis” assumir a condição de jovens não somente na
grega, onde a beleza da juventude era valoriza- aparência física, mas também na incorporação
da e a velhice estigmatizada em apreciações de novos hábitos de vida. Para serem acolhidos
cruéis proferidas por, pelo menos, dois dos pela sociedade de consumo precisam renunciar
maiores filósofos da antiguidade clássica, a seus princípios de autodeterminação, além de
Platão e Aristóteles. Em República, o discípu- serem coagidos a incorporar comportamentos
lo preferido de Sócrates considera “a enfermi- alheios a seus valores pessoais.
dade uma velhice precoce e a velhice uma enfer-
midade permanente”. Já Aristóteles, em Elisabeth Kübler-Ross relata pungente depoi-
Retórica, apresenta o seguinte juízo sobre as mento de uma paciente octogenária terminal:

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“Somos como uma torta: damos um pedaço sabor; ao contrário, é ingrediente necessário
para nossos pais, outro para nossos amores, um para tornar assimilável, pela sociedade, o prato
para os amigos, outro para os filhos e um outro condimentado da ciência.
para nossa profissão. No final da vida, algumas
pessoas não guardaram nenhum pedaço para si Não infreqüentemente, os seres humanos são
mesmas e nem mesmo sabem que tipo de torta dominados pelo fascínio da tecnociência e criam
foram” (15). a ilusão de que o acúmulo de conhecimentos é
suficiente para torná-los felizes. Bertold Brecht,
Relacionamento médico-paciente em A vida de Galileu, cunhou a implacável sen-
tença de que “talvez, com o tempo, descubrais
A pergunta que atualmente se impõe aos médi- tudo aquilo que se pode descobrir e, contudo, o
cos é: o que ocorreu com a prática médica no vosso progresso não será mais do que uma pro-
cenário da modernidade? gressão, deixando a humanidade sempre cada
vez mais para trás. A distância entre vós e ela
O modelo cartesiano-flexeneriano, matriz da pode, um dia, tornar-se tão profunda que o
formação médica atual, introduziu práticas na vosso grito de triunfo diante de alguma nova
atenção à saúde que resultaram em dramáticas conquista poderá receber como resposta um
mudanças no relacionamento médico-paciente. grito universal de pavor” (17).
O extraordinário avanço técnico-científico, alia-
do ao uso acrítico de métodos de semiologia O impressionante crescimento da tecnologia
armada, descaracterizou a medicina como arte, em medicina foi sendo assimilado de maneira
levando o profissional a afastar-se das dimen- inadequada na prática profissional, pois origi-
sões socioantropológicas das pessoas enfermas. nalmente complementares, os métodos de
semiologia armada transformaram-se em pro-
Heidegger definiu a tecnociência como “veícu- cedimentos essenciais, deixando a condição de
lo que conduz a vida à pura instrumentalidade, súditos para assumirem a posição de soberanos
inviabilizando o projeto de existência humana nas tomadas de decisões clínicas.
autêntica”. Jacques Ellul, assim como
Heidegger, reconheceu a civilização da técnica Atrofiou-se enormemente a destreza em
como instrumento de anulação da liberdade realizar anamneses elucidativas e o exame físi-
humana e identificou “uma perversão do co detalhado transformou-se em exercício
homem pela tecnologia”, já que esta o desviou cansativo e desnecessário diante da grande pre-
de seus objetivos essencialmente humanos (16). cisão das informações fornecidas pelos equipa-
mentos. O que era complementar transfor-
Se os conhecimentos científicos são cumula- mou-se em essencial.
tivos, a construção de valores éticos não o é. A
ética não é tempero a ser adicionado ao ban- A vinculação entre profissional e enfermo, que
quete da tecnociência para conferir melhor o ato médico impõe, é resultado de dois movi-

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mentos que se completam: o do enfermo que quadamente pela mídia, pressionam seus médi-
procura o profissional e o do médico que aco- cos a solicitar os últimos exames gerados pela
lhe o paciente. Embora sejam qualitativamente tecnociência, bem como que lhes prescrevam as
distintos, Hipócrates os descreveu num único mais modernas drogas produzidas pelas empre-
vocábulo: “philia”, que deve ser traduzido como sas farmacêuticas. Esse sinergismo de equívo-
amizade, amor, solidariedade e compaixão (18). cos acaba por transformar o profissional em
prosaico intermediário entre a ganância de
Como apreender o global, o multidimensional, grandes empresas farmacêuticas e de tecnolo-
o complexo e organizar o conhecimento para gias biomédicas pouco afeitas a preceitos éticos
melhor atender o ser humano protagonista cen- e com enorme contingente de consumidores
tral de quaisquer iniciativas em medicina? Esta mal informados e, portanto, vulneráveis.
é a indagação apresentada por Edgar Morin no
que denomina “os princípios do conhecimento Desde as primeiras lições, o estudante de medi-
pertinente”. Em resposta à questão, resgata cina é ensinado, por metodologia analítica, que
ensinamento de Blaise Pascal apresentado na para bem compreender uma enfermidade deve
obra Pensamentos: “Sendo todas as coisas cau- dividir o objeto de seu estudo em tantas partes
sadas e causadoras, ajudadas ou ajudantes, quanto possível. Esse modelo de ciência foi pro-
mediatas e imediatas e sustentando-se todas por posto por René Descartes, filósofo francês que
um elo natural que une as mais distantes e as no século XVII escreveu O discurso do méto-
mais diferentes, considero ser impossível conhe- do, onde propõe que a busca do saber científico
cer as partes sem conhecer o todo, tampouco verdadeiro deve partir do conhecimento das
conhecer o todo sem conhecer as partes” (19). partes e somente por intermédio deste proce-
dimento poder-se-á alcançar os autênticos obje-
Formação profissional tivos de qualquer pesquisa (21).

Müller, citado por Troncon, avalia que “as esco- O modelo vigente de ensino médico, inaugura-
las médicas estão submergindo os estudantes em do no início do século XX por Abraham
pormenores opressores sobre conhecimentos Flexner, é fiel herdeiro da proposta cartesiana.
especializados e aplicação de tecnologias sofisti- Em 1910, o famoso Relatório Flexner impôs
cadas, restringindo a aprendizagem de habili- mudanças radicais e necessárias no relapso sis-
dades médicas fundamentais, o que pode levar a tema de ensino médico norte-americano (22).
uma fascinação pela tecnologia, tornando o
artefato mais importante que o paciente” (20). Quisera pudéssemos ressuscitar Flexner para
nos auxiliar a corrigir as mazelas dos cursos
É óbvio que o fascínio pela tecnologia, aponta- médicos de nosso país, crescentemente domi-
do pelo autor, está presente não exclusivamente nados pela iniciativa de grupos privados de ensi-
na pessoa do profissional, mas, igualmente, na no que têm como preocupação central o lucro
fantasia de pacientes que, informados inade- advindo de mensalidades com valores exorbi-

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tantes para nossa realidade. Inegavelmente um temperamento pessoal, de vivências e
imprescindíveis, o método cartesiano – que experiências já vividas. E mesmo que se apre-
permitiu desvincular a ciência do território sente com fisionomia semelhante no conjunto,
inadvertidamente ocupado por dogmas reli- seus traços particulares sempre mostram pecu-
giosos – e o modelo flexneriano de ensino, que liaridades específicas de cada ser biográfico. O
trouxe credibilidade à formação médica, per- doente, na visão de Michel Foucault, sempre
manecem imutáveis até nossos dias, desco- será a expressão da doença “com traços singu-
nhecendo que no transcurso do século XX a lares, com sombra e relevo, modulações,
sociedade assistiu a transformações nos campos matizes e profundidade, sendo que a tarefa do
do conhecimento científico e de valores morais médico ao descrever a enfermidade será a de
como nunca antes em toda a história da reconhecer esta realidade viva” (24).
humanidade.
Fundamental, portanto, será reconhecer a
A aplicação do método cartesiano em medici- necessidade de introduzir mudanças no ensino
na nos faz descrever o ser humano por dife- para formar profissionais mais sensíveis e aten-
rentes mecanismos: respiratório, circulatório, tos aos novos horizontes que se apresentam à
hormonal, muscular, ósseo, digestivo, imuno- prática da medicina, pois é forçoso considerar
lógico, reprodutor, etc. Tenta-se empilhar as que educar é muito mais que fazer escolas para
informações colhidas destes processos e orga- oferecer certificação acadêmica. Educar não é
nizá-las em órgãos e sistemas contidos num simplesmente “instruir”, mas aperfeiçoar a for-
grande saco epidérmico. Olhar para esta estru- mação do caráter de uma pessoa. Assim sendo,
tura disforme e imaginar que estamos diante há que se perceber que, além de habilidades
de um ser humano é reduzir ao estritamente técnicas, as universidades devem “formar”
biológico o que, em realidade, é biopsicossocial médicos que respeitem valores éticos distintos
e espiritual. daqueles que lhes são próprios – e isto não se
consegue unicamente com lições sobre códigos
Aléxis Carrel, médico e fisiologista francês fale- deontológicos (25).
cido em 1944, descreve em O homem, este
desconhecido: “(...) o homem que os especialis- Ao subestimarmos valores socioantropológicos
tas conhecem não é o homem concreto, o do ser humano enfermo e ao apreendê-lo como
homem real. É apenas um esquema, ele próprio um conjunto de variáveis biológicas, induzimos
composto por esquemas construídos pelas téc- jovens estudantes de medicina a se transfor-
nicas de cada ciência” (23). marem em meros cuidadores de doenças.
Qualquer médico sabe, por experiência própria,
O ser humano, o grande “desconhecido” de que uma doença raramente é orgânica ou
Carrel, é, em verdade, muito complexo e os psíquica, social ou familiar. O profissional
médicos reconhecem quase que unanimemente reconhece que a enfermidade é simultanea-
não haver enfermidade que se manifeste fora de mente orgânica e psíquica, social e familiar.

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Algumas diretrizes obrigatórias para a adequa- considerava imprescindível não esquecer que “o
da formação médica são apontadas pela Co- paciente é um semelhante, transido de dor e
missão Institucional de Avaliação do Ensino que jamais deve ser considerado como mero
Médico (Cinaem) de nosso país: receptáculo de doenças” (27).

1. Adquirir habilidades e conhecimentos que Vários são os relatos veiculados pela mídia
lhes permita identificar os problemas básicos de acerca de maus-tratos a idosos, asilados ou
saúde do indivíduo e da sociedade; internados com doenças crônico-degenerativas,
abandonados às próprias sortes, o que os faz
2. Ter flexibilidade profissional que lhes permi- entregar-se ao desânimo, passando a viver ine-
ta ser eficientes e considerar os valores, direitos xorável decadência física e mental.
e a realidade socioeconômica de seus pacientes;
Médico e paciente são dominados pela sensação
3. Aprender métodos científicos e postura ética de fracasso. O médico, vencido pela falta de
para tomar decisões adequadas que, expressas alternativas terapêuticas em casos de doenças
no trabalho clínico, sejam eficientes e incuráveis; o paciente, aterrorizado com o vulto
respeitosas ao ser humano e seu ambiente; da morte que se aproxima incontinente, assu-
mindo atitudes de fuga ou negação. Decep-
4. Ter formação que lhes possibilite aprender ciona-se o médico, sobretudo aquele que va-
fazendo e aprender a aprender, procurando ati- loriza excessivamente a busca da impossível
vamente construir seus próprios conhecimen- cura, subestimando as ações de cuidar e confor-
tos (26). tar e orientando-se pela equivocada prerrogativa
de que os pacientes submetidos a seus cuidados
Bernard Lown, em obra já apontada anterior- devem obedecê-lo sem impor quaisquer ques-
mente, nos propõe a inquietante questão: “(...) tionamentos sobre propostas diagnósticas e/ou
busca-se o médico com quem nos sentimos à terapêuticas, já que para tanto bastaria o reco-
vontade quando descrevemos nossas queixas, nhecimento de sua competência técnica.
sem receio de sermos submetidos, por causa
disso, a numerosos procedimentos; o médico Evidentemente, é frustrante para o médico não
para quem o paciente nunca é uma estatística realizar um procedimento que julga beneficente
(...) e, acima de tudo, que seja um semelhante, para seu paciente. Esta, certamente, nunca será
um ser humano cuja preocupação pelo paciente decisão passível de assimilação sem conflitos
é avivada pela alegria de servir”(p. 349) . com a própria consciência profissional.
Contudo, não reconhecer o direito de o enfer-
É razoável pensar que só formaremos o médico mo recusar autonomamente uma proposta te-
entrevisto por Lown quando estivermos pre- rapêutica ou diagnóstica é atitude inaceitável do
parados para compreender o ensinamento de ponto de vista ético. Como justificar moral-
Maimônides, célebre médico do século XII, que mente a imposição de valores, mesmo que na

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SIMPÓSIO
busca do maior benefício ao paciente, se o pro- verdade a nova droga custará para cada paciente
tagonista da ação terapêutica assim não o dese- US$1.000/ano, ao invés dos centavos ne-
ja? O enfermo, quando competente, tem o cessários para a compra de aspirina”. Aduz,
direito de exercer plenamente sua autonomia ainda, que a venda do mencionado medica-
em tomar decisões sobre seu próprio corpo, mento já superara a impressionante cifra de
mesmo ante propostas médicas baseadas em US$1 bilhão/ano. Se considerado que seu
evidências científicas. efeito antiagregante plaquetário é parcialmente
bloqueado quando do uso concomitante de
Os médicos são submetidos, com enorme fre- qualquer estatina, medicamento invariavel-
qüência, a duras provas oriundas de diferentes mente presente no receituário dos pacientes
percepções morais, o que não deve ser interpre- com hipercolesterolemia e aterosclerose coro-
tado como impotência pessoal mas sim como nariana, facilmente conclui-se que se deve aco-
limitações intrínsecas ao ato de cuidar da saúde lher com muita parcimônia a desproporcional
de pessoas que têm o direito de discordar de euforia apresentada pela empresa farmacêuti-
suas propostas. No mesmo sentido, dois outros ca (28).
aspectos devem merecer nossa atenção: a me-
dicalização da vida e a ocultação da morte. No Com relação à formação profissional, parece
Ocidente, ao mesmo tempo em que se imagina útil considerar os dados descritos por Hill, que,
possível oferecer medicamentos para tratar decorridos mais de dez anos da publicação de
todos os males físicos e mentais, a finitude da sua pesquisa, ainda mostram-se atuais. Nesse
vida é encarada como prova de fracasso da trabalho, as conclusões expostas pretendem
medicina. demonstrar que entre as causas do despreparo
dos médicos para tratar de questões atinentes à
Com relação à medicalização da vida, é impor- morte e à terminalidade está a insuficiência de
tante ter presente que pacientes com idade conteúdos programáticos sobre a temática
superior a 65 anos, nos EUA, embora repre- oferecidos nas grades curriculares dos cursos
sentem apenas 13% da população, consomem médicos de graduação e pós-graduação. O estu-
mais de 1/3 dos gastos com medicamentos. do apresenta dados que demonstram que ape-
nas cinco entre 126 escolas de medicina norte-
Lown denuncia em artigo veiculado por The americanas ofereciam ensinamentos sobre a
Lown Forum situação moralmente questioná- morte e somente 26 de 7.048 programas de
vel envolvendo divulgação de pesquisa com residência médica tratavam do tema como
nova e potente droga antiagregante plaquetária atividade obrigatória em algum momento da
veiculada como substituta ideal da tradicional formação especializada (29).
aspirina para o tratamento de diferentes formas
de insuficiência coronária, embora apresente Estudo realizado na Universidade de Londrina
custo proibitivo até mesmo para os padrões do demonstra quão distantes estamos de capacitar,
consumidor norte-americano. Declara que “na no campo da ética, os formandos em medicina.

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Quando profissionais egressos da instituição condições que permitam aos graduados tomar
foram indagados sobre temas de formação ética as decisões profissionais adequadas (31).
não incluídos no período de graduação do curso
médico, as seguintes respostas foram apresen- Conclusão
tadas: 38,5% indicaram o tema ética propria-
mente dita; 33,8%, conhecimentos de ciências A medicina atual vive um momento de busca
humanas; 29,4%, relação médico-paciente; do sensato equilíbrio na relação médico-
29,1%, questões relacionadas à morte e ao paciente. A ética médica tradicional, concebida
morrer. Essas constatações nos causam enorme no modelo hipocrático, tem forte acento pater-
perplexidade, especialmente porque cerca de nalista. Ao paciente cabe simplesmente obe-
40% dos entrevistados manifestaram-se espon- diência às decisões médicas, tal qual uma cri-
taneamente, afirmando não reconhecer nas ança deve cumprir, sem questionar, as ordens
aulas da tradicional disciplina de Medicina paternas. Assim, até a primeira metade do
Legal e Deontologia momentos de reflexão século XX qualquer ato médico era julgado
adequados para a formação ética durante o levando-se em conta apenas a moralidade do
curso médico (30). agente; desconsiderando-se os valores e crenças
dos pacientes. Somente a partir da década de
Faz-se necessário, portanto, introduzir com 60 os códigos de ética profissionais reconhece-
maior determinação temas de bioética na grade ram o enfermo como agente autônomo.
curricular dos cursos médicos e ouvir, com
atenção, a recomendação de André Hellegers, À mesma época, a medicina passou a incorporar
primeiro diretor do Instituto Kennedy de com grande rapidez um impressionante avanço
Bioética, que considerou que os problemas tecnológico. Unidades de terapia intensiva e
enfrentados pelos médicos no alvorecer do sécu- novas metodologias criadas para aferir e contro-
lo XXI seriam, cada vez mais, de natureza ética lar as variáveis vitais ofereceram aos profissionais
e menos de ordem técnica. a possibilidade de adiar o momento da morte. Se
no início do século XX o tempo estimado para o
A propósito, recordo citação de Edgar Morin: desenlace após a instalação de enfermidade grave
“A primeira finalidade do ensino foi formulada era de cinco dias, ao seu final era dez vezes maior.
por Montaigne, ao considerar que mais vale Tamanho é o arsenal tecnológico hoje disponível
uma cabeça bem feita do que uma bem cheia”. que não é descabido dizer que se torna quase
O significado de uma cabeça bem cheia, obvia- impossível morrer sem a anuência do médico.
mente, é uma cabeça onde o saber é acumula-
do, empilhado e não dispõe de princípios de Em contundente observação, na obra referida
seleção e organização que lhes dê sentido. (p.286) Lown afirma: “As escolas de medicina
Contrariamente, uma cabeça bem feita signifi- e o estágio nos hospitais os preparam (os futu-
ca que, em vez de acumular indiscriminada- ros médicos) para tornar-se oficiais-maiores da
mente o saber, é mais importante dotá-lo de ciência e gerentes de biotecnologias complexas.

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SIMPÓSIO
Muito pouco se ensina sobre a arte de ser médi- to do enfermo terminal, impondo-lhe longa e
co. Os médicos aprendem pouquíssimo a lidar sofrida agonia. Adiamos a morte às custas de
com os enfermos terminais (...). A realidade insensato e prolongado sofrimento para o
mais fundamental é que houve uma revolução paciente e sua família. O estudo Support co-
biotecnológica que possibilita o prolongamento lheu informações de familiares e pacientes
interminável do morrer”. idosos gravemente enfermos e concluiu que
55% dos mesmos esteve consciente nos três
O poder de intervenção do médico cresceu dias que antecederam a morte, 40% sofreu
enormemente sem que simultaneamente ocor- dores insuportáveis, 80% fadiga extrema e
resse uma reflexão sobre o impacto dessa nova 63%, extrema dificuldade para tolerar o sofri-
realidade na qualidade de vida dos enfermos. mento físico e emocional (32).
Seria ocioso comentar os benefícios auferidos
com as novas metodologias diagnósticas e te- As evidências parecem demonstrar que esque-
rapêuticas. Incontáveis são as vidas salvas em cemos o antigo ensinamento que reconhece
situações críticas como, por exemplo, a como função do médico “curar às vezes, aliviar
enfrentada pelos pacientes recuperados após muito freqüentemente e confortar sempre”.
infarto agudo do miocárdio e/ou enfermidades Deixamos de cuidar da pessoa doente e nos
com graves distúrbios hemodinâmicos, resgata- empenhamos em tratar a doença da pessoa,
dos plenamente saudáveis mediante enge- desconhecendo que nossa missão primacial
nhosos procedimentos terapêuticos. deve ser a busca do bem-estar físico e emocional
do enfermo, já que todo ser humano sempre
Ocorre que nossas UTIs passaram a receber, será uma complexa realidade biopsicossocial e
também, pacientes portadores de doenças espiritual.
crônicas incuráveis com intercorrências clíni-
cas as mais diversas, contemplados com os A obsessão de manter a vida biológica a qual-
mesmos cuidados oferecidos aos agudamente quer custo nos conduz à chamada obstinação
enfermos. Se para os últimos, com freqüência, terapêutica. Alguns, alegando ser a vida um
alcança-se plena recuperação, para os crônicos bem sagrado, por nada se afastam da determi-
pouco se oferece além de um sobreviver nação de tudo fazer enquanto restar débil
precário e, às vezes, não mais que vegetativo. sopro de vida. Documento da Igreja Católica
Somos expostos à dúvida sobre o real signifi- de maio de 1980, sobre a eutanásia, assim
cado da vida e da morte. Até quando avançar considera a questão: “É lícito renunciar a cer-
nos procedimentos de suporte vital? Em que tas intervenções médicas inadequadas às situa-
momento parar e, sobretudo, guiados por que ções reais do doente, porque não propor-
modelos de moralidade? cionadas aos resultados que se poderiam espe-
rar ou, ainda, porque demasiado gravosas para
Despreparados para a questão, passamos a ele e sua família. Nessas situações, quando a
praticar uma medicina que subestima o confor- morte se anuncia iminente e inevitável, pode-se

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em consciência renunciar a tratamentos que desconsiderou a possibilidade de ser internado
dariam somente um prolongamento precário e na UTI do Hospital Gemelli, em Roma, e
penoso da vida(...)” (33). preferiu passar seus últimos momentos de vida
recolhido em seus aposentos, ouvindo as preces
Seu autor, o Papa João Paulo II, foi protago- de uma multidão de fiéis reunidos em longa
nista exemplar desta orientação quando, por vigília na Praça de São Pedro, na cidade do
vontade própria e contra sugestões médicas, Vaticano.

RESUMEN

Reflexiones éticas sobre el cuidado en la terminalidad de la vida

La rutina impuesta a los médicos es la de reconocer y perseguir múltiples objetivos, que pueden ser
complementarios o excluyentes. Curar la enfermedad, cuidar de la insuficiencia orgánica, restablecer
la función, compensar la pérdida, aliviar los sufrimientos, confortar pacientes y familiares y acom-
pañar, activa y serenamente, los últimos momentos de la vida del paciente no es tarea fácil y libre de
frustraciones, puesto que nos obliga a considerar, caso a caso, el justo equilibrio en la toma de deci-
siones, evitando la obstinación terapéutica en circunstancia de terminalidad de la vida, reconocien-
do la finitud humana y las limitaciones de la ciencia médica sin dejar de proporcionar todos los ben-
eficios ofrecidos por los avances del conocimiento científico. El presente artículo pretende ofrecer ele-
mentos de reflexión para orientar la búsqueda del sensato equilibrio en el uso de las actuales tec-
nologías biomédicas en el tratamiento de pacientes con enfermedades crónico-degenerativas en fase
terminal de vida.

Unitérminos: curar, terminalidad, finitud, vida

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SIMPÓSIO
ABSTRACT

Ethical considerations about caring for terminal patients.

Doctors' routines include getting to know and pursuing multiple objectives, which can be exclusive
or complementary. Curing the disease, tending to organic insufficiency, re-establishing vital func-
tions, compensating losses, alleviating suffering, comforting patients and their families and being
with the patient, actively and serenely, during the patient's last moments is no easy task devoid of
frustrations. Doctors are made to consider, on a case-by-case basis, the fine balance underlying his
or her decision-making, avoiding futile efforts in cases of life ending, acknowledging human finality
and the limitations of medical science while, at the same time, providing all the benefits offered by
advances in scientific knowledge. This article seeks to offer elements for reflection that could guide
the correct use of modern bio-medical life support technologies when treating chronic, terminally-ill
patients.

Uniterms: cure, terminality, finality, life, terminality

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