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TECNOLOGIA

AS
Há 4 meses entre os livros mais
vendidos do país, a biografia do
criador da Apple tem servido
de inspiração para muita gente.
Mas cuidado. Em vez de gênio,
você pode ser só um babaca.
Como ele diria, aliás.
-
TEXTO FELIPE VAN DEURSEN
DESIGN RENATASTEFFEN
ILUSTRAÇÃO NIK

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o
FOCO NO
PRODUTO
A ideio Não estou
aqui pelo dinheiro.

o alumínio escovado do iMac.


A iluminação do teclado do
MacBook Air. As bordas arre-
dondadas dos ícones no iOS. O
tec-tec do iPod ao dar voltas e
voltas com o dedo em busca de
uma música. A caixa fosca com
um novo iPhone repousando
cuidadosamente no berçário.
A Apple cria fetiche em cima de
fetiche para seus produtos. Du-
rante suas passagens à frente
dela (1976-1985 e 1997-2011),
Steve Jobs buscou isso. O foco
na excelência do produto este-
ve teoricamente à frente da
busca por lucros. O que signifi-
cava uma atenção assombrosa
do chefe pelos mínimos deta-
lhes. Por exemplo, em 1998,
Jobs bateu o pé com a entrada
de CO do iMac. Ele exigia um
slot como os dos mais sofistica-
dos aparelhos de som da época
em vez de uma bandeja. Conse-
guiu o que queria, mesmo con-
orFariando sua equipe.

PORÉM .•.
Não foi a primeira vez que Jobs
errou. Ele insistiu no slot drive
mesmo sabendo que ele era in-
compatível com uma tecnoLogia
que despontava na época, o gra-
vador de COs, só disponível no
formato bandeja. A Apple ficou
de fora do incipiente mercado
de CO-Rs.Além disso, foco no
produto não é o único caminho
do sucesso. A Apple já tinha um
sistema operacional de interface
Jobs não tinha placa no gráfica quando a Microsoft lan-
carro e não respeitava çou o Windows, em 1985. Jobs e
leis de trânsito.
Seusfuncionários BiLL Gates roubaram essa ideia
criaram um slogan: da Xerox. Gates disponibiUzou o
"Estacione diferente". Windows para qualquer PC. Jobs
manteve seu sistema apenas em
computadores Apple. Perdeu. »

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f) 8)
CERCAR-SE PERFECCIONISMO
DE CRAQUES A ideia Só será lançado quando estiver perfeito.
jobs preferia atrasar o lançamento de um produto se ele ainda não estivesse incrível
A ideia Pessoas nível 8
aos seus olhos. Essa perfeição podia estar no chão das AppLeStores, revestido de um
'atraem outras 8, que
arenito específico da Toscana, ou no GoriUa Glass, o resistente vidro do iPhone 4. A
atraem gente C. Evite.
atenção obsessiva pelos detalhes, que fazia com que a mera compra de uma máquina
Para uma marca cultuada de lavar se tomasse uma discussão de 2 semanas com a mulher, tomou a AppLeum
e um CEO de ares messiâ- símbolo do design nas últimas 3 décadas.
nicos, Apple eSteve Jobs
tinham relativamente pou- PORÉM .•.
ca dificuldade em atrair O iMac G4 Cube, de 2000, era um cubo tão sofisticado que parou no Museu de
gente acima da média. Mas Arte Moderna de Nova York. Mas fracassou nas vendas por ser caro demais. Às
muito do culto não é gra- vezes, apostar em algo sabidamente inferior que a concorrência pode ser certeiro.
tuito, af.inal a Apple é feita O Nintendo Wii, de 2006, é menos potente que os concorrentes. Mas mudou o
de profissionais extrema- rumo dos videogames com o controle sensível a movimentos. Por anos, o Wii ven-
mente talentosos, é claro. deu mais que o PlayStation 3 e o Xbox 360 juntos.
Até porque Jobs demitia
sem doer e humilhava fun-
cionários na frente de to-
dos. Ele não queria dar es-
paço à mediocridade. E
fazia isso de um jeito ex-
cêntrico. Perguntava em
entrevistas de emprego se
o candidato era virgem e
se já tinha tomado LCD,
por exemplo. A pessoa ti-
nha que "querer deixar
uma marca no Universo".
E Jobs queria sentir isso,
encontrar gente "criativa,
muito inteUgente e Ugeira-
mente rebelde", segundo
sua biografia, escrita pelo
jornaUsta americano
Walter Isaacson.

PORÉM •.•
Jobs não tinha curso supe-
rior. Mas ele não precisa- Arte
o
da sedução
A ideia fascínio do campo de distorção da realidade.
va. E o resto da empresa?
A Apple investe pouco em
lobs convencia qualquer um. Dobrou as gravadoras, inimigas do download ilegal, a
seus funcionários, segun-
vender música na internet, na iTunes Store. E distorcia a realidade para fazer todos
do 80b Sanders, presiden-
verem o que ele queria. Após críticas à antena do iPhone 4, declarou: "Não somos
te da consultoria america-
perfeitos. Celulares não são perfeitos". Não assumiu a falha e mudou o foco ao dis-
na Sanders. "Pegar alguém
tribuir a culpa entre todos os fabricantes de celular.
mediano e levá-lo a níveis
que ele nunca sonhou é a
PORÉM •..
marca de um grande ti-
Ele se deixava enganar por suas ideias. Desprezou o tratamento convencional para o
der", diz. Jobs dificilmente
câncer, que descobrira ter em 2005. Apostava em bizarros jejuns e dietas. Quando jo-
diria algo assim.
vem, achou que isso o dispensaria do banho. Depois, acreditou que se curaria. Perdeu.

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8
Maniqueísmo
A ideia Tudo se divide em ótimo ou lixo.
Para lobs, tudo no mundo é excelente ou uma
porcaria, sem meio-termo. E ele podia mudar
de opinião no dia seguinte. "A gente vivia com
medo de ser derrubado do pedestal", diz Bill
Atkinson, designer do primeiro Mac, na bíogra-
fia do ex-patrão. Quem sentiu a transição do
céu ao inferno foi a Adobe. A Apple ajudou a
empresa a crescer ao adotar seus programas.
Mas, nos anos 90, a Adobe dava mais atenção
ao Windows, fazendo pouco caso da Apple.
lobs se vingou dos antigos aliados ao vetar o
Flash, da Adobe, no iPhone e no iPad. A expli-
cação? "Flash é uma mixórdia tecnológica."

PORÉM ...
A Apple brigou com o Google, acusando-o de
roubo de patentes. Mas está perdendo nas lo-
jas. O Android, sistema operacional do rival, é
mais popular que o iPhone. Abandonar o rnaní-
queísmo e aceitar o meio-termo pode ser bom.
Em 2011, LG e Sony baixaram armas após brio
gas por patentes. Pouparam esforços e dinheiro.

r
o
CENTRAL~CÃO
8
AVERSÃO AO POWERPOINT
I
~
NOS NEGOCIOS
A ideia Quanto menos gente souber
A ideia Quem usa o .ppt não sabe do que está faLando.

r dos próximos passos, meLhor. lobs era um showman e até PORÉM ...
r, Jobs era centraUzador. Do material de acabamen-
seus desafetos reconheciam Ele mesmo usava slides. Mas
to dos iPods às vidraças das Apple Stores, da fá- isso. Em reuniões, dava escân- brilhar muito em apresenta-
brica ao marketing, ele estava em tudo. E compar- dalo quando alguém apresen- ções nem sempre é a chave
tilhava pouco. Quase nenhum funcionário viu o tava uma ideia usando o para uma carreira brilhante. O
iPhone antes do lançamento. Ele confiava tanto Powerpoint. Não porque fosse próprio Steve Wozniak, cofun-
no próprio instinto que levou a Apple até onde um programa da Microsoft (o dador da Apple, compensou a
chegou: a empresa mais vaUosa do mundo.
Powepoint tem versão para timidez extrema sendo um en-
PORÉM ... Mac). Mas porque, para lobs, genheiro fora de série. E só
CentraUzação em excesso pode ser um problema. quem sabe do que está falando mais uma coisa: evite terminar
Os executivos da Kodak não deram valor a Steve não precisa da muleta corpora- suas apresentações como lobs,
Sasson, engenheiro da empresa que inventou a tiva dos slides. "Imbecil"era usando a saída triunfal do "só
câmera digital, em 1975. Em 2012, a gigante da
fotografia pediu concordata. Jáa 3M ouviu e inves- um adjetivo bastante atribuído mais uma coisa". Você pode
tiu na ideia de 2 funcionários. Em 1980, ela lançou a quem fazia apresentações as- correr o risco de ser, nas pala-
um de seus mais famosos inventos, o Post-it. sim. E agora, o último slide: vras dele, "um babaca". O

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