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CIÊNCIAS CONTÁBEIS
FILOSOFIA, ÉTICA E
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Os Persas:
- As discussões filosóficas também estão inseridas na religiosidade.
- Zoroastro funda o masdeísmo, na qual tentou sistematizar algumas crenças das
tradições primitivas esforçando-se para aprofundar racionalmente uma das grandes
questões primárias da humanidade: o problema do mal.
- Cria um dualismo: a existência de dois princípios coeternos e incriados: o princípio do
bem (Ormuzd) e o Principio do Mal (Ahriman), “que entre si disputam o império das
coisas, e cuja luta sem tréguas constitui a história do mundo”. (Maritain, 1985: 25).
A Índia:
-As idéias filosóficas surgem se contrapondo aos costumes religiosos da época (os
Vedas). Surge, então, o bramanismo (ou hinduísmo).
-Sabedoria humana, embora orientada por atributos religiosos.
-O hinduísmo volta-se para a contemplação.
-A centralidade do bramanismo também era o problema do mal, mas considerado o mal
sob o aspecto da dor.
- A diferença básica em relação aos Persas consiste no fato de que para os Persas o mal
estaria relacionado à idéia de pecado (havia o bem moral e o mal moral).
- Posteriormente integra-se na Índia o conhecimento do Buda (o Iluminado).
Filosofia, Ética e Responsabilidade Social Profa. Dra. Vânia Sant‟Anna
- O budismo apresenta-se como uma escola heterodoxa, opondo-se ao bramanismo.
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- Prega a doutrina da libertação da dor até chegar ao Nirvana (nudez espiritual).
- É uma filosofia agnóstica e atéia.
A China:
- Os sábios chineses portavam-se como moralistas: estavam preocupados em regrar as
ações humanas sem se preocuparem com questões metafísicas.
- Foram importantes representantes da filosofia chinesa: Confúcio e Lao-Tseu.
A Grécia:
- Apenas na Grécia a razão humana atingiu a idade de sua força e maturidade.
- A Filosofia toma autonomia e se distingue da Religião. Ela torna-se um campo
estritamente limitado à investigação científica das verdades puramente racionais.
- A religião grega cai – A filosofia forma-se criticando e combatendo a mitologia popular e
aparece como operação própria da razão.
- Os primeiros pensadores da Grécia são os poetas e interpretes da tradição religiosa,
mas não eram filósofos propriamente. De acordo com Aristóteles, Tales de Mileto foi o
precursor da Filosofia porque deu às questões filosóficas, corpo de Filosofia, ou seja,
abordou sistematicamente, os estudos especulativos. Era geômetra e astrônomo.
- Os sábios se propunham a melhorar os costumes da população. Alguns se propuseram
a elaborar lições práticas a partir de sua própria experiência de vida.
- Eram homens de ação, legisladores ou moralistas.
Os Filósofos Pré-Socráticos:
Principais representantes:
- Para Pitágoras os princípios dos números são os princípios de tudo o que é, toda
essência tem seu número.
- Toda especulação sobre a origem ou a natureza das coisas se desfaz em uma
especulação sobre a gênese dos números e as propriedades dos números.
- A escola Pitagórica confunde a Filosofia com a ciência dos números (que carregam
interpretações qualitativas e por isso permanece nas cadeias da imaginação).
- A escola Pitagórica não alcançou a idéia de causa formal (Aristóteles).
Devemos a Pitágoras:
- O nome da Filosofia;
- A defesa da dignidade da ciência (p. 42);
- A idéia de Deus único, presente em todas as coisas;
- A doutrina da transmigração das almas (ou metempsicose);
- O desenvolvimento da filosofia;
- Defendia o relativismo quando dizia que “o homem é a medida de todas as coisas”.
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Os Eleatas:
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- Conseguiram elevar o pensamento grego ao nível da metafísica.
Principais representantes:
- Defendia a idéia do Ser. Só uma coisa ele vê: o que é, e não pode deixar de ser; o ser é,
o não-ser não é.
- Por conseqüência, formulou o princípio de identidade ou de não contradição,
princípio supremo de todo pensamento.
- Logo, se oporá a Heráclito. Parmênides negará a idéia da transformação. Para este, a
mudança, o movimento, o vir-a-ser, assim como a diversidade das coisas é apenas uma
aparência ilusória. Nada mais existe além do Ser e do Um.
- Começa em Atenas;
- Os pré-socráticos deram resultados essenciais para o pensamento humano, mas que
foram encobertos pela confusão das teorias contraditórias e pela abundância e gravidade
dos erros.
- Os conhecimentos obtidos pelos filósofos ao invés de se unirem para se completarem,
tinha-se fragmentado com a ambição de saber tudo e de descortinar, de uma só vez, todo
o conhecimento humano:
“Por causa dessa ambição sem limites e porque ignoravam a disciplina e a medida no
manejo das idéias, conseguia-se apenas entrechocar conceitos de modo confuso e opor,
indefinidamente, verossimilhança a verossimilhança”.
Crise Intelectual
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“Em que certo mal do Espírito, ou corrupção, ia pôr tudo em perigo”.
SOFÍSTICA
SÓCRATES
1) Era considerado um médico das almas sua preocupação era fazer com que as
inteligências trabalhassem.
- Seus discursos se referiam, primordialmente, a conduta da vida humana ao
problema moral;
* Ele dizia: “Devo fazer só o que me é bom, e o que me é bom é o que me é útil,
verdadeiramente útil”.
O que é verdadeiramente útil: é o bem absoluto e incorruptível.
É o bem honesto onde deve predominar os nossos grandes interesses eternos (morais e
espirituais).
* Para ele: o homem, para poder se dirigir, deve primeiramente saber; a virtude se
identifica com a ciência e todo pecador não passa de um ignorante.
- A moral só existirá, ou seja, só será verdadeira se constituir um conjunto de verdades
estabelecidas demonstrativamente uma ciência.
- Foi, portanto, o fundador da CIÊNCIA MORAL.
Isso significa que: para Sócrates, “a tomada de posse da verdade é uma operação vital e
pessoal, em que o mestre apenas ajuda a inteligência do discípulo como o médico „ajuda
a natureza‟, mas em que a inteligência do discípulo desempenha papel de „agente
principal‟”. (Maritain: 49)
* Como a Maiêutica contribuiu para a construção da Filosofia?
A Filosofia de Sócrates é, pois, a FILOSOFIA DAS ESSÊNCIAS, porque ele exigia que se
distinguisse sempre o essencial do acidental e que se exercitasse incansavelmente a
busca das essências.
Em outras palavras,
Sua filosofia consistia em buscar, intelectualmente, uma definição para as coisas, ou
melhor, para cada coisa, delimitando e determinando o que ela é, por um conceito que
convém somente a ela.
3) Sócrates aparece, então, como MESTRE DO ESPÍRITO CIENTÍFICO e do
INTELECTUALISMO MINUCIOSO.
Em síntese:
- Reverteu a crise sofistica para a salvação da razão;
- Fundou a ciência da ética e libertou o pensamento da fascinação sensível;
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- Orientou a especulação filosófica para a metafísica e para a sabedoria propriamente
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dita;
- Foi, enfim, um iniciador da Filosofia propriamente dita. A consumação da Filosofia
estava reservada a Platão e a Aristóteles.
- Foi condenado à morte sob a acusação de “corruptor da juventude e de não ter respeito
pelas instituições”.
* A Filosofia Socrática é, enfim, a Filosofia das Essências. *
Os Socráticos Menores:
A tendência destes pensadores era arruinar toda a ciência, embora tenham contribuído
para o desenvolvimento da Lógica.
Principais representantes:
- Os neo-sofistas de Elis: Fede, Menédemo.
- Os neo-sofistas de Megara: Euclides de Megara, Eubúlides de Mileto, Diodoro Cronos e
Estilpão.
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Os Socráticos Maiores:
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IDÉIA REALIDADE
- O Mito da Caverna:
Aquilo que vemos e sentimos são tão inconsistentes como as sombras que passam
numa parede.
O homem – cativo do corpo e dos sentidos – é comparado a um prisioneiro
acorrentado numa caverna que vê no fundo as imagens/sombras dos que circulam fora
da caverna sob a luz do sol – sombras fugazes e inatingíveis das idéias-substâncias, que
o sol do mundo inteligível, Deus ou Idéia do Bem, ilumina.
Em síntese:
* Pretendia encontrar na filosofia da salvação, a purificação e a vida integral do homem.
* QUANTO ÀS IDÉIAS:
- Para Aristóteles, tudo possuía uma finalidade, ou seja, por trás de tudo na natureza
havia um propósito/intenção maior.
- Aristóteles já reconhecia existir três tipos de causa para os fenômenos: Causa
substancial ou material; Causa atuante ou eficiente; Causa formal (inerente à forma).
Porém, para ele havia ainda a causa final ou de finalidade, válida para tudo na natureza.
* LÓGICA:
- Aristóteles foi um organizador queria pôr ordem nos conceitos dos homens.
- Fundou, então, a ciência da lógica estabeleceu uma série de normas rígidas
para que conclusões ou provas pudessem ser consideradas logicamente válidas.
Exemplo:
Todas as criaturas vivas são mortais. 1ª premissa
Hermes é uma criatura viva. 2ª premissa
Logo, Hermes é mortal. Conclusão
Concluímos, pois, que:
- A lógica aristotélica trata da relação entre os conceitos.
- Para se chegar ao conceito de ciência é preciso percorrer o caminho da lógica.
- Aristóteles tratou da lógica nos seguintes livros:
- Categorias: analisou as idéias particulares e universais e os predicados;
- Da Interpretação: abordou a teoria das idéias e conceitos;
- Primeiros e Segundos Analíticos: tratou da teoria dos raciocínios e silogismo;
- Tópicos: onde apresentou os lugares comuns;
- Refutação sofística: onde mostrou os raciocínios errôneos ou sofísticos.
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- A investigação científica é, enfim, a passagem de um conhecimento de um fato às
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explicações das razões desse fato. Em outras palavras,
- A investigação científica se dá pelo método observação causa:
indução
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observação princípios explicativos
4 3
dedução
* HIERARQUIA DA NATUREZA:
- Aristóteles observou na natureza que havia uma escala/hierarquia que era determinada
não só pelas características das coisas, mas principalmente pelo que elas fazem ou são
capazes de fazer.
- Para Aristóteles, a natureza progride, passo a passo, das coisas inanimadas para as
criaturas vivas. Ele dividiu a natureza em dois grupos principais:
A ÉTICA ARISTOTÉLICA:
Quanto à Felicidade:
- O homem só é feliz se puder desenvolver e utilizar todas as suas capacidades e
possibilidades.
- A felicidade divide-se em três formas:
1ª) Uma vida de prazeres e satisfação; REAL
2ª) Uma vida como cidadão livre e responsável; FELICIDADE
3ª) a vida como pesquisador e filósofo.
Quanto à Virtude:
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A POLÍTICA:
A MULHER:
A DIVISÃO DA FILOSOFIA:
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Ética – ao nível do indivíduo
Agível Econômica – ao nível familiar
Prática Política – ao nível do Estado
PLATÃO ARISTÓTELES
* Mergulhado no mundo das idéias * Estudou peixes, rãs e as plantas.
(idéias perfeitas que estão acima do
mundo sensorial)
* Não observava as mudanças ao nosso * Interessava-se pelos processos
derredor. Queria encontrar algo que naturais (mudanças da natureza).
fosse eterno e imutável.
* Usou apenas a razão. * Usou os sentidos.
* Usava uma linguagem poética e * Usou uma linguagem sóbria,
mitológica em seus escritos. pormenorizada, como os de uma
enciclopédia.
* Tudo o que escrevia era resultado de
seus estudos – observados e
“experimentados”.
* O grau máximo da realidade está em * O grau máximo da realidade está em
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PERÍODO PÓS-SOCRÁTICO
O Helenismo
Cultura grega vigente nos três grandes reinos helênicos: a Macedônia, a Síria e o Egito.
- Rei da Macedônia.
- Foi aluno de Aristóteles.
- Vitória final sobre os persas.
- Uniu o Egito e todo o Oriente até a Índia, à civilização grega.
- Fez surgir uma comunidade internacional, na qual a cultura e a língua grega
desempenharam um papel importante.
- Este período durou aproximadamente 300 anos.
- A partir de 50 a.C., Roma foi a predominância militar. Conquistou os reinos helênicos.
- A cultura e língua romana predominavam da Espanha, no Ocidente, até o extremo da
Ásia.
- Seria o início do período romano ou “Final da Antigüidade”.
- Mas antes dessa conquista, Roma já teria sido província da cultura grega, o que também
permitiu que a Filosofia grega continuasse com um papel importante na construção do
conhecimento ocidental, mesmo que a sociedade grega já havia sido esquecida.
A Filosofia no Helenismo
- não surgiram novos e nem grandes nomes.
- Os três grandes filósofos de Atenas (Sócrates, Platão e Aristóteles) se tornaram
inspiração para diferentes correntes filosóficas, tais como:
- Os cínicos;
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- Os estóicos;
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- Os Epicureus;
- O neoplatonismo.
- O ponto em comum entre eles era o desejo de responder às perguntas sobre qual a
melhor maneira de o homem viver e morrer.
- A ética também foi uma discussão importante, ou melhor, a discussão central.
- Procuraram saber em que consistia a verdadeira felicidade e como ela poderia ser
alcançada.
- A partir das respostas encontradas pelos filósofos, através das pesquisas, surgem as
ciências.
- A Filosofia não surgiu, portanto, como uma ciência, mas primeiramente como reflexão e
lógica.
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A PATRÍSTICA E SANTO AGOSTINHO
AURELIUS AUGUSTINUS
PRINCIPAIS OBRAS
400 – Confissões
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412 – Espírito e Letra
413-426 – A Cidade de Deus
413-426 – Retratações
A PATRÍSTICA
Inicialmente foi uma doutrina constituída por algumas regras de conduta moral e
pela crença na salvação através do sacrifício de Cristo, sem nenhuma fundamentação
filosófica.
Posteriormente foi feito um esforço em conciliar as verdades reveladas com idéias
filosóficas, isso pelos primeiros pensadores cristãos – Padres da Igreja, por isso
PATRÍSTICA.
Trata-se de uma metáfora recebida de Platão, que a partir do mito da caverna diz
que o conhecimento, em ultima instância, é o resultado do bem, considerado como um sol
que ilumina o mundo inteligível. A diferença, porém, de Agostinho para Platão é que, para
o primeiro, o conhecimento não seria uma descoberta pela alma de um conteúdo do
passado, mas sim uma irradiação divina no presente.
Todo conhecimento verdadeiro, portanto, é resultado de um processo de
iluminação divina, que possibilita ao homem contemplar as idéias, arquétipos eternos de
toda a realidade. Essa iluminação também pode advir quando o homem passa a
contemplar a luz divina ao olhar o sol: seria a “experiência mística”.
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O HOMEM E A ESSÊNCIA DO PECADO
Na ordem das coisas o homem ocupa uma posição privilegiada, visto que foi feito à
semelhança de Deus. A alma possui três faculdades que corresponde às três pessoas da
Trindade:
A memória (persistência de imagens) – Deus (essência – aquilo que é e nunca
deixa de ser);
A inteligência (correlato do verbo, razão ou verdade) – Filho
A vontade (expressão humana do amor) – Espírito Santo.
Na obra Cidade de Deus ele irá discutir a dualidade dos eleitos e dos condenados,
discussão central de sua filosofia da história. Ainda irá discutir acerca das oposições entre
o inteligível e o sensível, alma e corpo, espírito e matéria, bem e mal, ser e não-ser.
A história é vista por Agostinho como resultado do pecado original de adão e Eva,
que se transferiu a todos os homens. Aqueles que neles persistem constroem a cidade
humana, ou terrena, onde são permanentemente castigados. Os eleitos pela graça divina
edificam a Cidade de Deus e vivem em bem-aventurança eterna. A construção
progressiva da Cidade de Deus seria, pois, a grande obra começada depois da criação e
incessantemente continuada.
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A ESCOLÁSTICA E SÃO TOMÁS DE ÁQUINO
A ESCOLÁSTICA
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Severino Boécio – primeiro dos escolásticos; importante para o início do período medieval. Traduziu obras
gregas para o latim, como a Lógica aristotélica.
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TOMÁS DE AQUINO
OBRAS
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DIALÉTICA X TEOLOGIA
Ao longo do tempo, o interesse intelectual pelas idéias aristotélicas vem tomando força
em Paris – capital do mais poderoso reino da Europa e pólo de atração de estrangeiros. A
partir da segunda metade do século XII, os conteúdos desse pensador são divulgados
graças as traduções feitas pela escola de Toledo. Na física de Aristóteles a idéias de
concepção de mundo se opõe a do cristianismo: “o mundo é eterno e incriado. Deus é o
motor imóvel do universo, o „pensamento que se pensa a si mesmo‟ (...). A alma é
entendida, pois, como forma do corpo organizado, devendo nascer e morrer com ele sem
ter nenhuma destinação sobrenatural”.
Os adeptos a esses princípios aristotélicos eram chamados de dialéticos e o
número de pessoas que assim pensavam crescia cada vez mais. Acirra-se, dessa
maneira, as discussões entre dialéticos e a Igreja que toma as medidas legais:
Em 1211, o concílio de Paris proíbe o ensino da física de Aristóteles;
Em 1215, o legado papal proíbe a leitura das obras Metafísica e Filosofia Natural;
Em 1231, a disposição papal determinava que a dialética não deveria ser mais que um
instrumento auxiliar à teologia e os mestres não deveriam fazer “ostentação da
filosofia”.
O EIXO DA TEO-FILOSOFIA
das criaturas não implica sua existência e, daí, elas não existem por si mesmas e sim
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devido a uma outra realidade.
A distinção real entre essência e existência torna-se o fundamento metafísico da
contingência das criaturas humanas e permite introduzir na filosofia aristotélica a idéia da
criação.
Apenas em Deus haveria identidade entre essência e existência. Deus existe por si
- “Eu sou aquele que sou” (Moisés). Deus seria, assim, criador de todas as coisas e
fundamento de suas existências contingentes.
AS VIAS QUE LEVAM A DEUS
1) No universo existe movimento. Todo movimento tem uma causa exterior ao próprio ser
que está em movimento. – Uma coisa não pode ser ela mesma a coisa movida e o
princípio motor que a faz movimentar-se e o próprio motor deve ser movido por um outro,
e este por um terceiro, e assim por diante. Daí deve-se admitir ou que a série de motores
é infinita e não existe um primeiro termo ou que a série é finita e seu primeiro termo é
Deus;
2) A idéia de causa em geral. Todas as coisas ou são causas ou são efeitos, não se
podendo conceber que alguma coisa seja causa de si mesma. Para Santo Tomás toda
causa deve ter sido causada por outra e esta por uma terceira e assim sucessivamente.
Logo, deve-se admitir duas possibilidades: admitir a existência de uma primeira causa não
causada – Deus – ou aceitar uma série infinita e não explicar a causalidade;
5) Fundamenta-se na ordem das coisas. Para Santo Tomás, todas as operações dos
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corpos materiais tenderiam a um fim, mesmo quando desprovida da consciência disso. A
regularidade com que alcançam seu fim mostraria que eles não estão movidos pelo
acaso; a regularidade seria intencional e desejada, e mais, ordenada por uma inteligência
primeira – Deus.
A IGREJA E O ESTADO
Em política, Santo Tomás distingue três tipos de lei que dirigem a comunidade ao
bem comum:
1) Lei Natural – conservação da vida, geração e educação dos filhos, desejo da vontade;
2) Lei Positiva – estabelecidas pelo homem com base na lei natural e dirigida à utilidade
comum;
3) Lei Divina – guia o homem na consecução de seu fim sobrenatural, enquanto alma
imortal.
Filosofia, Ética e Responsabilidade Social Profa. Dra. Vânia Sant‟Anna
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Com relação ao Estado, foi entendido como instituição natural, cuja finalidade
consistiria em promover e assegurar o bem comum.
A Igreja, por sua vez, seria uma instituição dotada fundamentalmente de fins
sobrenaturais. Assim, o Estado não precisaria se subordinar à Igreja, como se ela fosse
um Estado superior. A subordinação do Estado à Igreja deveria limitar-se aos vínculos de
subordinação existentes entre a ordem natural e a ordem sobrenatural, na medida em que
esta aperfeiçoasse a primeira.
DESCARTES
[Opõe-se ao realismo: afirma a existência objetiva de uma realidade externa. O que existe
é a razão objetiva]
Os princípios
- Evidência: o claro e distinto / intuição intelectual que não vai se colocar em dúvida;
- Decomposição: análise
- Ordem: do mais simples ao mais complexo
- Enumeração: descrição
A ATIVIDADE RACIONAL
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KANT
A FILOSOFIA CRÍTICA
HEGEL
A DIALÉTICA
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ÉTICA
CONCEITO DE ÉTICA
ETIMOLOGIA
Vocábulo grego ethos = morada; lugar onde se habita. Mas também pode significar
“modo de ser” ou “caráter”.
OBJETO DA ÉTICA
OBJETIVOS DA ÉTICA:
Geral
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Cortina (1997) apud Nalini (2006: 26)
3
Maynez (1939) apud Nalini (2006: 26)
Filosofia, Ética e Responsabilidade Social Profa. Dra. Vânia Sant‟Anna
Extrair dos fatos morais os princípios gerais a eles aplicáveis. Como ciência, deve
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aspirar a racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve
proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível,
comprováveis.
Específicos
- Elucidar em que consiste o moral – que não se identifica com outros saberes
práticos: jurídico, político e religioso), embora estejam interligados;
- Tentar fundamentar o moral, ou seja, inquirir as razões para que haja moral ou
denunciar que não há;
- Tentar uma aplicação dos princípios éticos descobertos aos distintos âmbitos da
vida cotidiana
A Ética reveste conteúdo mais teórico do que a moral. Está mais direcionada a
uma reflexão dos fundamentos do que a moral – mais pragmática. O que distingue a ética
da moral é que a ética está além dos limites da moral, ou seja, a ética não se limita a um
conjunto de regras de conduta de uma cultura, mas diz respeito a uma “metamoral” =
doutrina além da moral. “Daí, a primazia da ética sobre a moral: a ética é desconstrutora e
fundadora, enunciadora de princípios ou de fundamentos últimos”. (Nalini, 2006: 27)
HIPÓTESE
CONCEITO DE MORAL
ETIMOLOGIA:
CONCEITO DE NORMA
Norma é regra de conduta que postula dever. Toda norma pressupõe uma
valoração: conceito do bom, corresponde ao valioso; conceito do mau, corresponde ao
desvalioso.
Todo juízo normativo é regra de conduta, mas nem toda regra de conduta é uma
norma, pois algumas regras de conduta têm caráter obrigatório, enquanto outras são
facultativas. Ex: as regras técnicas.
As normas têm fins práticos. Não pretendem explicar nada, mas provocar um
comportamento. Exprime um dever e se dirige aos seres capazes de cumpri-la ou viola-la.
É de essência da norma a possibilidade de sua violação.
CLASSIFICAÇÃO DA ÉTICA
Ética Empírica: é aquela que pretende derivar seus princípios na observação dos
fatos. Nesse caso, não deve questionar o que o homem deve fazer, mas examinar o que
ele faz. Pois o homem deve ser como naturalmente é, e não se comportar como as
normas queiram que ele seja.
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A classificação exposta foi adotada pelo pensador Eduardo Garcia Maynez, em seus estudos.
Ver mais a esse respeito em NALINE (2006: 33)
Filosofia, Ética e Responsabilidade Social Profa. Dra. Vânia Sant‟Anna
preceitos: “só sei que nada sei” – dúvida metódica/provisória que conduz ao
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conhecimento e denota humildade – e “conhece-te a ti mesmo” – para se chegar
ao verdadeiro conhecimento. Para Sócrates não havia pessoas más. A maldade
seria produto da ignorância.
- A ética platônica: a virtude reside no mundo das idéias;
- A ética aristotélica: a ética consiste na realização do bem comum;
- A ética epicurista: retoma o hedonismo: o homem deve procurar o prazer e o gozo
da vida. A felicidade é o bem último da existência e consiste exatamente no prazer.
- A ética estóica: pode ser sintetizada em duas fórmulas: vive de acordo contigo
mesmo e vive de acordo com a natureza. A natureza humana se submete à razão.
Logo, viver de acordo com a natureza é viver de acordo com a razão.
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REFERENCIAS
LÖWY, M. Ideologias e Ciência Social – Elementos Para uma Análise Marxista. 4ª Ed.
São Paulo: Cortez, 1988.
MARITAIN, J. Elementos da filosofia II: a Ordem dos Conceitos, Lógica Menor. 11ª ed.
Rio de Janeiro: Agir, 1986.