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Psicoterapeuta Familiar
QUESTIONAMENTO REFLEXIVO
UM MODO PRODUTIVO DE PERGUNTAR
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
porque ele teria que fazê-lo para ajudar-nos com nossos trabalhos de escola”.
Outra disse: “Provavelmente ele nos ajudaria a cozinhar e com a limpeza, etc”.
REFLEXIVIDADE
Quando o terapeuta faz perguntas durante uma entrevista, ele geralmente o faz
para entender a família, seus membros e sua situação problemática. Esta forma
de entrevista pode ser chamada de “questionamento descritivo”. Com algumas
séries de questões, ele convida os membros da família a descreverem seus
problemas, seus padrões comportamentais, sua experiência, sua história, etc. sua
intenção primária é desenvolver seu próprio entendimento da situação.
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efeito, suas perguntas refletirão isto. Por exemplo, ele pode começar uma sessão
com uma sequência linear de questões descritivas como: “Que problema a
trouxe ver-me?” (Meu marido tornou-se deprimido), “O que o levou a ficar tão
deprimido?” (Eu não sei, ele não tem motivo, apenas fica deitado), “Ninguém
tentou levantá-lo?”, (Realmente não), “Porque não?”, (Bem, eu quis mima-lo um
pouco, sabe?). A noção de causalidade implícita nestas perguntas é linear. Estes
tipos de questões geralmente carregam uma atitude de julgamento, ou seja, de
que alguma coisa está errada e que não deveria ser deste modo. Devido a que
as pessoas geralmente não gostam de se culparem, estas questões podem
estimular os membros da família a se tornarem mais críticos para algum outro
membro, em suas respostas.
Se o terapeuta assume que os eventos que ele explora soa recorrentes, suas
perguntas descritivas serão mais circulares.“O que aconteceu pra vocês estarem
aqui hoje?”, (Vim porque estou preocupada com a depressão de meu marido),
“Quem mais está preocupado?”, (Os meninos. Perguntam muito sobre isto), “O
que é que seu pai faz usualmente, quando vocês e sua mãe conversam?”,
(Geralmente ele vai pra cama), “Que faz sua mãe quando ele vai pra cama?”,
(Ela se preocupa), etc. Estas perguntas buscam conexões recorrentes e tendem a
ser mais neutra se aceitáveis. As respostas que elas eliciam nos membros da
família, provavelmente, são também menos julgadoras.
O questionamento descritivo pode ter muitos diferentes efeitos, e por isto, será útil
subdividi-lo em dois:
a - Questionamento (descritivo) linear,
b - Questionamento (descritivo) circular.
Similarmente, o questionamento interventivo pode ser subdividido em:
a - Inquirição (circular) reflexiva,
b - Inquirição (linear) estratégica.
Esta distinção depende se o terapeuta espera que suas perguntas meramente
perturbem o processo circular existente na família ou se ele espera que elas
tenham um impacto linear direto com efetiva mudança. Estas expectativas
diferentes manifestam-se não apenas no fraseado da questão, mas também no
tom em que é feita. Considere as duas seguintes perguntas interventivas que
podem ser usadas numa situação em que uma filha fugitiva está sendo
severamente disciplinada pelo pai: “Você não acha que sua disciplina é muito
dura e que, em realidade, está forçando-a a fugir?” versus “Se você for ainda
mais severo em sua disciplina, você acha que isso fará mais ou menos provável
que sua filha outra vez?” . A primeira questão é mais estratégica e implica um
julgamento tanto quanto um direcionamento por parte do terapeuta. A última é
mais reflexiva e orientada para disparar uma possível mudança ao mobilizar para
o pai as implicações de seus próprios atos. A pergunta reflexiva permite ao pai
mais liberdade para escolher sua própria posição. Por isso, o questionamento
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Suposições circulares
Questionamento Questionamento
circular Questões de reflexivo
Questões de perspectivas
diferença do observador
Questões de Questões de
explanação orientação
Questionamento de problemas Questionamento
linear Estratégico
Suposições lineares
Quem quer que tenha observado a equipe de Milão conduzir uma terapia, sabe
que eles planejam todos e cada um dos movimentos com muito cuidado. O
processo de gerar planos alternativos de ação avaliá-los e decidir sobre qual
curso seguir, não se limita às discussões entre - sessões, quando eles preparam a
intervenção final. Mas, acontece durante a entrevista mesma. O terapeuta está
continuamente tomando decisões com base em cada momento, enquanto a
sessão se desenvolve. “Qual hipótese devo explorar agora?”, “Esta família está
preparada para conversar abertamente sobre esta área?”, “Como deve ser
formulada?”, “A quem devo dirigi-la?”, “Devo perseguir mais este tema ou
explorar outro?”, “Devo abrir aquela nova direção agora ou mais tarde?”, etc.
A equipe atrás do espelho está também avaliando ativamente a atuação do
terapeuta, e se tem sugestões para um curso alternativo de inquirição,
interrompe a sessão e chama o terapeuta para uma rápida conferência.
O processo de decidir sobre quais ações o terapeuta deve nos escolher, está
implícito, mas não adequadamente considerado nos três princípios de entrevistar
que Selvini e outros (1980) descrevem originalmente. Daí, ser adequada a
necessidade de delinear um quarto princípio, “estrategizar”, para orientar o
terapeuta na escolha de suas decisões.
“Estrategizar” pode ser definido como a atividade cognitiva do terapeuta (e da
equipe) na elaboração de planos alternativos de ação, avaliando as possíveis
conseqüências das várias alternativas e decidindo como proceder em cada
momento particular, com base na melhor utilidade terapêutica. Enquanto um
princípio de entrevista, a “estrategização” impõe ao terapeuta escolhas
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intencionais sobre o que ele deve ou não fazer, a fim de avançar para o alvo da
mudança terapêutica. (A noção de “estrategizar” tem muito em comum, mas
não é equivalente à terapia estratégica. Esta última refere-se a uma orientação
ou abordagem específica do tratamento. “Estrategização” ocorre em todas as
terapias).
Os quatro princípios de entrevistar são, é claro, interconectados. Mais, cada um
enfatiza uma operação distinta ou categoria separada de atividades
terapêutica. Enquanto todos os quatros podem estar ativos ao mesmo tempo, por
uma ou outra forma, a atenção consciente do terapeuta tende a mover-se
através deles em seqüência, como ilustrado na figura 2. A seqüência é recorrente
de modo que pode começar em qualquer ponto. Tipicamente, o terapeuta
começa com a hipotetização, utilizando qualquer informação que possa ter
sobre a família.
Neutralidade 4 # Estrategização 2
Questões
Questões
reflexivas
circulares Intenção Intenção
Exploratória Facilitadora
Intenção Intenção
Questões investigadora corretiva Questões
lineares estratégicas
APÊNDICE
Exemplos de questões reflexivas