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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE xxxxx.
FULANO DE TAL, brasileiro, estado civil..., profissã o..., CPF de nº..., RG nº..., residente e
domiciliado na Rua xxx, bairro xxx, na cidade de xxxx vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, representado por seus procuradores (documento em anexo) com escritó rio na
Rua..., propor:
PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA
nos termos do artigo 310, inciso III do Có digo de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos
que passa a expor.
DOS FATOS
O réu desta presente açã o, foi preso em flagrante no dia xx de xxx de 20xx, por
supostamente, ter cometido em os crimes de uso permitido[1]e posse ilegal de arma de
fogo[2] ambos da Lei 10.826/2003.
Apó s cumprimento de mandado de busca e apreensã o em sua residência foi encontrada
uma imitaçã o de arma de fogo, muniçõ es de arma de fogo de calibres permitidos e também
restrito, além de, materiais utilizados para fabricaçã o de muniçõ es, sem autorizaçã o legal.
O auto de prisã o em flagrante foi homologado, e o réu, foi recolhido no Presídio xxx na
Comarca de xxx. No juízo criminal, nã o houve manifestaçã o, sendo que os autos foram
remetidos ao Ministério Pú blico até a presente data.
DO DIREITO
De acordo com o Artigo 5º, em seu inciso LXVI da nossa Constituiçã o Federal, ninguém
poderá ser levado a prisã o ou mantido nela, quando a lei admitir a liberdade provisó ria.
Dispõ e o art. 5º, LXVI da Constituiçã o Federal de 1988 que:
Art. 5º. Todos sã o iguais perante a lei, sem distinçã o de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
LXVI - ninguém será levado à prisã o ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisó ria, com ou sem fiança (Brasil, 1988).
O referido Artigo da nossa Carta Maior, legisla, no sentido de que nã o existe a possibilidade
de deixar alguém preso, quando, a lei permite liberdade provisó ria.
No caso em tela, o réu, teve a sua prisã o em flagrante decreta, porém, conforme o Artigo
310, Inciso III do Có digo de Processo Penal, o juiz possuía a opçã o de relaxar a prisã o ilegal,
converter a prisã o em flagrante para preventiva, e o que nos importa, conceder a liberdade
provisó ria.
Art. 310. Ao receber o auto de prisã o em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
[...]
III - conceder liberdade provisó ria, com ou sem fiança. (Brasil, 1941)
De acordo com os ensinamentos de Luiz Flá vio Gomes:
“O eixo, a base, os fundamentos de todas as prisõ es cautelares no Brasil residem naqueles
requisitos da prisã o preventiva. Quando presentes, pode o Juiz fundamentadamente
decretar qualquer prisã o cautelar; quando ausentes, ainda que se trate de reincidente ou
de quem nã o tem bons antecedentes, ou de crime hediondo ou de trá fico, não pode ser
decretada a prisão antes do trânsito em julgado da decisão. [3] (Grifou-se)
Conforme o entendimento do doutrinador supracitado, quando inexiste, os requisitos para
prisã o preventiva, nã o pode ser decretada a prisã o antes do trâ nsito em julgado da decisã o.
Salienta-se, portanto, que o réu nã o cumpre os requisitos que se encontram no Artigo 312
do Có digo de Processo Penal.
Art. 312. A prisã o preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pú blica, da
ordem econô mica, por conveniência da instruçã o criminal, ou para assegurar a aplicaçã o da
lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
(Brasil, 1941)
O réu da presente açã o, nã o oferece risco para a ordem pú blica e econô mica. Tais
fundamentos nã o se encontram presentes no caso, portanto nã o existe vedaçã o Legal para
que nã o seja concedida a Liberdade Provisó ria, visto que, a garantia da ordem pú blica nã o
será abalada, pois o delito imputado ao requerente nã o foi de repercussã o social de grande
impacto.
No que se refere à prisã o por conveniência da instruçã o criminal, esta também nã o merece
acolhimento. De acordo com Eugenio Pacelli de Oliveira (2004, p. 518):
Por fim, a liberdade provisó ria é a regra, devendo ser a prisã o preventiva, em qualquer uma
de suas formas, uma exceçã o dentro da sistemá tica processual penal brasileira.
É importante ainda, adentrarmos no Artigo 313 também do Có digo de Processo Penal.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Có digo, será admitida a decretaçã o da prisã o
preventiva
I - Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade má xima superior a 4
(quatro) anos;
II - Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art.64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Có digo Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execuçã o das
medidas protetivas de urgência; (Brasil, 1941).
O réu, cometeu supostamente, os crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e
posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, os Artigos 14 e 16, respectivamente, ambos, os
crimes disciplinados na Lei 10826/2003.
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depó sito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de
fogo, acessó rio ou muniçã o, de uso permitido, sem autorizaçã o e em desacordo com
determinaçã o legal ou regulamentar:
Pena – reclusã o, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.” (Brasil, 2003).
E ainda
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depó sito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
ocultar arma de fogo, acessó rio ou muniçã o de uso proibido ou restrito, sem autorizaçã o e
em desacordo com determinaçã o legal ou regulamentar:
Pena – reclusã o, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa (Brasil, 2003).
Ambos os crimes nã o possuem pena superior a quatro anos, além disso, o réu é primá rio,
nã o preenchido o requisito que incide no inciso dois do Artigo 313 do Có digo de Processo
Civil. Em recente decisã o do Tribunal de Justiça catarinense, extrai –se a seguinte
jurisprudência.

ESTADO DE SANTA CATARINATRIBUNAL DE JUSTIÇA Habeas Corpus n. 4001409-


41.2016.8.24.0000 ESTADO DE SANTA CATARINATRIBUNAL DE JUSTIÇA Habeas Corpus n.
4001409-41.2016.8.24.0000, de Palhoça Relator: Des. Rodrigo Collaço HABEAS CORPUS.
SUPOSTA PRÁ TICA DO CRIME DE AMEAÇA DENTRO DO AMBIENTE DOMÉ STICO. PRISÃ O
EM FLAGRANTE CONVERTIDA EM PREVENTIVA. PRESSUPOSTOS DO ART. 313 DO CÓ DIGO
DE PROCESSO PENAL NÃ O PREENCHIDOS. RÉ U PRIMÁ RIO. AUSÊ NCIA DE IMPOSIÇÃ O
PRELIMINAR DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊ NCIA OU DA INDICAÇÃ O DE SUA
INADEQUAÇÃ O AO CASO. SEGREGAÇÃ O CAUTELAR POR PERÍODO MUITO SUPERIOR AO
DA PENA MÍNIMA ABSTRATAMENTE COMINADA AO DELITO. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL DEMONSTRADO. ORDEM CONCEDIDA. V (TJSC, Habeas Corpus n. 4001409-
41.2016.8.24.0000, de Palhoça, rel. Des. Rodrigo Collaço, j. 05-05-2016).[5]
No caso acima descrito, o réu cometeu crime de ameaça em ambiente doméstico, porém, os
pressupostos do Artigo 313 do Có digo de Processo Penal nã o foram preenchidas, além do
mais, o réu, como o réu desta presente açã o, possuía bons antecedentes e era réu primá rio.
Demonstrada, portanto, a ausência dos pressupostos do Artigo 312 e 313 do Có digo Penal,
fica caracterizada a ilegalidade na manutençã o da prisã o em flagrante, devendo o
requerente ser posto em liberdade.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência, nos termos do art. 316 do CPP, a concessã o
imediata da Liberdade Provisó ria sem Fiança em favor do requerente, para que este seja
imediatamente reintegrado ao convívio social, visto que nã o estã o presentes os requisitos
elencados no art. 312 do Có digo de Processo Penal, mediante termo de comparecimento a
todos os atos do processo para os quais for intimado.
Requer, ainda, a expediçã o do competente alvará de soltura para o cumprimento imediato
pela autoridade policial que mantém sua custó dia.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
[Nú mero de Inscriçã o na OAB]
ROL DE DOCUMENTOS
1. Procuraçã o;
2. Comprovante de residência do Réu;
3. Fotocopia autenticada da CTPS.

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