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Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Distintos Convidados,

A nossa pátria, a nossa grande casa, está em festa. Todos nós, moçambicanas e moçambicanos,
nos juntamos hoje numa celebração que não tem credo, não tem raça, não tem etnia, nem filiação
partidária.

Hoje é o dia de todos nós, moçambicanos. Hoje é o dia em que partilhamos o nascimento da nossa
soberania como nação e da nossa cidadania como pessoas.

Para que esta festa, que não é apenas nossa, tivesse o brilho que merece, convidamos a juntarem-
se a nós amigos e companheiros de todo o mundo.

O primeiro dever de quem festeja é ser um bom anfitrião. Por isso damos a primazia, nestas
palavras de saudação, aos convidados que nos visitam.

Começo, assim, por dar as boas vindas aos Senhores Chefes de Estado e de Governo e Altos
Dignitários, por terem acedido juntar-se à celebração do quadragésimo aniversário da nossa
independência.

Fazemos votos para que se sintam em casa, que a maioria de vós já conhece, guiados pela simpatia
e hospitalidade dos cidadãos da nossa capital.
Maputo que vos recebe, simboliza o carinho de todo Moçambique.

Minhas senhoras, meus senhores,

Foi neste Estádio da Machava que há 40 anos subiu, pela primeira vez, a bandeira que
representava o nosso sonho de liberdade.

Foi neste estádio que ecoou o primeiro Hino de uma nação sonhada por gerações e gerações. Foi
neste lugar que ecoaram as emocionadas palavras com que Samora Machel proclamou a
Independência Nacional.

Estamos aqui hoje com a mesma emoção e o mesmo sentido da História.

Quarenta anos depois move-nos o mesmo desejo de vencer e de construir um futuro melhor.
Escolhemos este lugar mítico porque quisemos exaltar um percurso cheio de História. Tal como
há 40 anos, aqui, neste mesmo lugar, exaltamos a identidade nacional. Aqui esquecemos as cores
partidárias, as nossas diversas origens identitárias. Aqui, somos uma só voz, um único coração,
uma única vontade.

A proclamação da Independência Nacional aconteceu a 25 de Junho de 1975. Mas ela começou


antes, quando Eduardo Mondlane, consagrou num só lema o desejo que motivou gerações:
“Independência ou morte!”. Esse foi o apelo que nos conduziu a enfrentar um inimigo poderoso
e a vencer a dominação e a exploração.

Durante séculos tínhamos acumulado um passado de discriminação, de injustiça e de humilhação.


O acesso à saúde e à educação tinha-nos sido negado.

À nossa pátria não se reconhecia nem a sua história nem a sua cultura. Aos moçambicanos estava
reservado o lugar de subalterno, sem rosto, sem voz, sem dignidade. A nossa gente era anónima,
a nossa nação era invisível.

Durante toda a nossa luta nunca faltou a clareza na definição dos alvos a abater. O nosso combate
não se fez contra um outro povo, nem contra uma noutra nação.

Moçambicanos e portugueses lutaram juntos contra um mesmo regime opressor. Ao libertar a


nossa pátria, nós ajudamos a libertar o próprio colonizador.

A verdade é que viramos uma página na História quando proclamamos o nosso direito histórico
à independência e à liberdade. Mesmo antes da primeira bandeira ter sido hasteada num mastro
deste estádio, já dentro de nós tinha sido erguido esse estandarte. Esse estandarte vitorioso tem
um nome: chama-se Unidade Nacional.

A grande lição do nosso passado de dominação não pode ser encontrada naquilo que os nossos
inimigos foram capazes de fazer. A grande lição está naquilo que nos faltava fazer.

E o que nos faltou, durante tanto tempo, foi o saber estarmos juntos, numa mesma plataforma de
combate. Mais do que pelo poderio do inimigo, nós fomos vencidos pela falta de uma visão
integrada e unitária. Perdemos muitas batalhas por causa da falta de unidade, de diálogo e de
consensos.

Com a fundação da FRELIMO, em 1962, a unidade nacional foi adoptada como a melhor arma
para lutar contra a máquina colonial portuguesa. Os combatentes para a libertação de
Moçambique eram oriundos de todas as regiões do país.

Quarenta anos depois a mesma arma continua a ser o segredo da nossa força e dos nossos futuros
sucessos. Tal como fizemos há quarenta anos, hoje gritamos bem alto “ABAIXO O
DIVISIONISMO”.

E proclamamos com toda a energia: “VIVA A UNIDADE NACIONAL”. E dizemos numa só


voz: “VIVA O POVO MOÇAMBICANO UNIDO DO ROVUMA AO MAPUTO”.

Tal como no passado, temos uma mesma certeza: podemos ter caminhos diferentes para progredir
ao longo do tempo. Mas não existe futuro nenhum para uma nação que se apresente dividida por
ambições de poder.

Não existe futuro para uma nação sobre a qual pese a ameaça da guerra e da violência. A unidade
de todos os moçambicanos sob uma única bandeira é tão vital como o ar que respiramos. Essa
unidade é o pão e o chão de todos os moçambicanos.

Compatriotas,
Minhas Senhoras, meus senhores,

Sabíamos, desde o início, que não basta ter a independência política. Um longo caminho havia
ainda por percorrer nas esferas social, da cultura e da economia, na conquista de uma nação que
albergue o bem estar para todos e não apenas para uma pequena minoria.

Esse percurso tem sido longo, rico e enriquecedor. Nessa longa viagem há nomes que é
imperativo recordar. Falámos já de Eduardo Mondlane, obreiro e arquitecto da unidade nacional.

É imprescindível que recordemos Samora Machel, o Presidente que proclamou a independência


nacional neste estádio há 40 anos.

Devemos homenagear também Joaquim Chissano, o estadista que soube combinar os interesses
da paz com os da democracia.

E é igualmente justo lembrar Armando Guebuza, o presidente que conciliou a democracia e o


desenvolvimento.
Todos estes nomes simbolizam o heroísmo do nosso povo. Todos estes nomes estão inscritos nas
páginas na nossa gloriosa História.

Queremos publicamente reconhecer o esforço das anteriores lideranças do nosso país com a
promessa de darmos continuidade dos seus ideais em benefício do nosso Povo.

Moçambicanas, Moçambicanos,
Povo Moçambicano,

Hoje, 40 anos após a proclamação da nossa Independência Nacional, estamos aqui como povo
livre e soberano para dizer a África e ao mundo que o nosso balanço dos anos da nossa soberania
é francamente positivo.

Ao longo de quarenta anos, nós crescemos, formámos os nossos quadros que hoje constituem
orgulho do nosso Povo heróico e trabalhador.

A nossa aposta é que Moçambique seja uma terra em que se afirma equidade, onde os recursos
naturais são propriedade de todos, terra de oportunidades iguais.

Em 1975, herdamos um país com enormes desafios e a nossa capacidade para os enfrentar era
limitada. O país não tinha quadros suficientes para responder as várias necessidades, agravado
pela fuga maciça de portugueses.

O Estado concentrou-se então na formação dos moçambicanos e na prestação de serviços básicos


de saúde.
Na Educação eliminamos o modelo discriminatório e opressor de ensino que dividia o ensino em
oficial e rudimentar.

A massificação permitiu estender a rede escolar em todos os subsistemas de ensino. Estas medidas
traduziram-se em mais crianças que passaram a ter a acesso à educação. A taxa de analfabetismo
passou de 93%, em 1975, para cerca de 48%, em 2015.

O número de professores do ensino primário e secundário aumentou sete vezes. Esse número de
professores aumentou cinco vezes no ensino técnico profissional. E os professores universitários
passaram de 244 para 6400.

Em 1975 havia 5.260 escolas primárias. Agora há 17.150.


Em 1975 havia 12 escolas secundárias. Agora há 920.

Em 1975 havia 26 escolas técnicas e profissionais. Hoje temos 111.

Em 1975, havia apenas uma universidade. Agora há 48 instituições de ensino superior.

No desenvolvimento Humano, está o segredo da nossa evolução como um Estado, um País. Quero
em representação de todo o Povo moçambicano, saudar calorosamente a todos os professores e
funcionários da Educação.

Na saúde o quadro era mais dramático na altura da Independência. Em 1975 havia pouco mais de
500 unidades sanitárias. Com a criação do Serviço Nacional da Saúde, passados 40 anos este
número triplicou.

Em 1975, havia pouco menos de uma centena de médicos. E hoje, esse número superou os 1.600
médicos.

E o número de enfermeiros cresceu de 1.200 em 1975 para cerca de 15.000 40 anos depois.

Uma das grandes conquistas da independência nacional foi a diminuição da mortalidade infantil.

A esperança média de vida que era de 41 anos, em 1975, passou para 52 anos, em 2015.

A todos socorristas, enfermeiros e médicos de todo território nacional, as nossas felicitações.

Ilustres convidados,
Minhas senhoras, meus senhores,

Na agricultura colonial, o processo de dominação e exploração era de imposição das culturas


obrigatórias do algodão, chá, sisal e cana-de-açúcar, produtos que serviam para a exportação, à
custa dos moçambicanos.

Hoje, 40 anos depois, o nosso sistema agrícola está virado para satisfação das nossas reais
necessidades que são as de produção de comida e criação de renda para o sustento.

O sector familiar passou a ser preocupação principal. Em 1987, criamos o Programa de Extensão
Agrária. No período 1996-1997 a extensão pública operava em 68 distritos tendo evoluído para
128 Distritos em 2009 com um total de 701 extensionistas.

A produção do milho que, em 1975 estava em 95.000 toneladas, na mais recente campanha atingiu
o valor de 1.800.000 toneladas. A produção de arroz que em 1975 rondava as 94.000 toneladas
passou para 375.000 toneladas.

A produção pecuária também observou crescimentos assinaláveis. A produção de


carne bovina passou de 6.9 mil toneladas, em 1975, para uma produção estimada em 12.mil
toneladas, em 2015.

Aos camponeses, agricultores familiares, associados e privados, nós moçambicanos


reconhecemos-vos e vos saudamos pelo que tem feito por Moçambique.

Compatriotas,

As nossas conquistas não se limitaram aos sectores vitais da educação, da saúde e da agricultura.
Expandimos a rede eléctrica para todo o país e a Nação Moçambicana celebrou recentemente a
reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).

Introduzimos e expandimos a telefonia e a fibra óptica em todas capitais provinciais. Os distritos


estão cobertos pela rede de telefonia móvel com um total de 10 milhões de utilizadores.

No domínio da habitação, apenas nos últimos 10 anos, foram construídas 80 mil casas por
particulares e instituições públicas e privadas.

A rede de estradas tem vindo a conhecer melhorias sensíveis, nos últimos anos. Assim, de 2005
a 2014, foram reabilitados 3.573 km de estradas e 162.000 km beneficiaram de intervenções de
manutenção. No que respeita às pontes rodoviárias construíram-se 8.974 metros de pontes, em
todo o País.

Isto representa um crescimento de rede de estradas em boas condições e razoáveis, de cerca de


60% em 2004 para cerca de 75% até ao presente momento. E a rede de estradas asfaltadas cresceu
de 5.000 km, em 2004, para mais de 1.200 km de estradas, em 2014.

Expandimos a rede de abastecimento de água em que mais moçambicanos passaram a ter água
canalizada, o que deixou de ser privilégio de algumas pessoas, passando a ser o direito da maioria
dos Moçambicanos.

No abastecimento de água urbana, o número de ligações domiciliárias passou de 8.500, em 2007,


para 420 mil até 2014 e o número de fontanários subiu de 216, em 2007, para 2.400, em 2014.

Reabilitamos e construímos novos aeroportos o que tem vindo a dinamizar o turismo e


introduzimos novas rotas que beneficiam social e economicamente o nosso Povo.

A todos os operários e trabalhadores, saudamos-vos pelo empenho.

Compatriotas,
Minhas senhoras, meus senhores,

Todas estas conquistas económicas e sociais foram possíveis porque beneficiamos do concurso
de outros actores que garantiram a segurança e a defesa da nossa soberania.

Quero usar esta oportunidade para saudar as nossas Forças de Defesa e Segurança pelo excelente
trabalho que têm realizado em prol da defesa dos interesses da pátria moçambicana. Moçambique
orgulha-se de ter servidores com o vosso nível e qualidade, merecedor de elogios e respeito no
seio do nosso Povo.

Queremos endereçar as nossas calorosas saudações a todos os membros das Forças de Defesa e
Segurança pelo papel patriótico desempenhado nestes últimos 40 anos na defesa territorial, da
soberania e na preservação da paz e tranquilidade.

Apostamos na consolidação do carácter patriótico e apartidário das Forças de Defesa e Segurança,


com a missão de defender o País contra todas as formas de agressão, para protecção dos cidadãos,
dos bens e dos meios de desenvolvimento da Nação, e a sua subordinação aos órgãos de soberania
e ao poder democraticamente instituído.

Compatriotas,
Minhas senhoras, meus senhores,

Falamos das grandes conquistas sociais, políticas e económicas que marcaram as quatro décadas
da nossa existência como Nação livre e independente. Porém, reconhecemos o quanto nos falta
ainda caminhar.
Os níveis de crescimento de Moçambique são hoje referidos como um caso positivo no continente
e no mundo inteiro. Mas nós sabemos que devemos ainda trabalhar afincadamente para garantir
o bem-estar para todos os Moçambicanos.

Há ainda muito que fazer para melhorar as condições de vida de todos, melhorar o acesso ao
emprego, e promover a produtividade e a competitividade.

Os índices de crescimento económico do País, devem se reflectir na qualidade de vida de cada


um dos moçambicanos.

Vamos criar riqueza, gerando um desenvolvimento equilibrado e inclusivo, num ambiente de paz,
estabilidade e segurança. O Governo continuará a promover a harmonia, solidariedade, justiça e
coesão entre os Moçambicanos.

Estes objectivos estão plasmados no nosso Programa Quinquenal do Governo 2015 – 2019 no
qual elegemos 5 prioridades:
- Consolidação da Unidade Nacional, da Paz e Soberania;
- Desenvolvimento do Capital Humano e Social;
- Promoção do Emprego, da Produtividade e da Competitividade;
- Desenvolvimento de Infra-estruturas Económicas e Sociais; e,
- Garantia de Exploração e Gestão Sustentável e Transparente dos Recursos Naturais e do
Ambiente.

Reconhecemos todos que a paz é um bem precioso que deve ser preservado a todo o custo. A paz
implica muito mais do que a mera ausência de guerra ou violência física. Ela inclui a ausência de
todo tipo de violência, a justiça social, a igualdade de oportunidade que o nosso Governo defende,
o respeito pela diferença e legitimidade dos dirigentes democraticamente eleitos.

Compatriotas e amigos,
Minhas senhoras e meus senhores,

Na nossa luta pela independência nacional que nos reúne neste emblemático e majestoso Estádio
da Machava, contamos com o apoio incondicional e solidariedade de vários povos irmãos e
amigos de todos os cantos do mundo. Esse apoio e essa solidariedade foram decisivas para a
vitória sobre a dominação colonial.

O nosso povo soube valorizar e retribuir com generosidade na arena internacional. O papel de
Moçambique como sujeito de relações internacionais foi notório nos últimos 40 anos, sobretudo,
na região da África Austral.

Os regimes minoritários vizinhos, prevalecentes mesmo depois da independência de Moçambique


na nossa região, tudo fizeram para inviabilizar a total libertação do nosso Povo.

Enfrentámos adversidades económicas e sociais. Superamos inimigos cujas agressões militares


semearam luto, dor e consternação na nossa jovem República. A guerra contra nós movida,
destruiu infra-estruturas económicas e sociais e fez atrasar gravemente a nossa marcha rumo ao
progresso.

A visão e clareza das nossas lideranças que cedo entenderam que a nossa libertação apenas seria
completa se a nossa solidariedade se estendesse aos Povos irmãos das Repúblicas da África do
Sul, Namíbia e Zimbabwe que de armas em punho lutavam contra os regimes minoritários e
racistas prevalecentes na região. Assim como tivemos o carinho e acolhimento dos povos irmãos
da República Unida da Tanzânia e República da Zâmbia.

Prosseguiremos com a nossa política externa de “fazer mais amigos, promover mais parcerias”
na salvaguarda do interesse nacional, mantendo laços de amizade e cooperação com os países da
região, do continente e no concerto das nações.

Continuaremos a observar os princípios consagrados na SADC, União Africana, CPLP,


CommonWealth, ONU e outros organismos internacionais.

Compatriotas,
Minhas senhoras, meus senhores,

O futuro está nas nossas mãos. Moçambique tem todas as premissas para emergir, nas próximas
décadas, como um país unido e economicamente mais forte do que é hoje. A prevalência do clima
de paz e a descoberta de imensos recursos naturais no subsolo impõe novos desafios ao país.

A nossa aposta é de assegurar que a sua exploração seja gerida de forma sustentável, transparente
e objectiva de modo a garantir que os seus benefícios sirvam o desenvolvimento e a prosperidade
de todos os moçambicanos.

Vamos explorar os nossos recursos de forma racional, cuidando do nosso ambiente, hoje mais
ameaçado do que nunca em todo mundo.
Caros convidados,
Minhas senhoras, meus senhores,

Ao terminar exortamos a todo o Povo Moçambicano, o “meu patrão”, no campo e na cidade, no


país ou na diáspora e sem ter em conta a sua filiação partidária, origem étnica, crença religiosa,
cor, género ou idade a comemorarem este evento como a grande festa de todos, do Rovuma ao
Maputo.

Estamos cientes dos desafios que temos pela frente. Mas estamos ainda mais confiantes na nossa
capacidade de vencer os obstáculos futuros.

Porque foi assim que fizemos nestes 40 anos que hoje celebramos.

Muito obrigado pela atenção!

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