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Internacional
Grande parte da reflexão clássica e da critica da economia politica pensa em como a riqueza é
gerada.
Adam Smith viveu durante o início da revolução industrial, a tecelagem, primeiras maquinas
rudimentares. A riqueza muda de característica, deixa de ser imobiliária como na idade média,
e passa a ser mobiliária, capital. Para A. Smith o que produz a riqueza é a divisão social do
trabalho, cada trabalhador fazendo algo específico dentro do processo produtivo, e isso mutila
o trabalhador, pois expropria dele o produto que ele produz. Isso faz mal ao trabalhador, mas
são as dores do parto para uma sociedade melhor, mais rica. E é dai que vem a noção de
mercado para A. Smith, onde pessoas individuais vão para ter seus interesses individuais
atendidos, mas quando o fazem, atendem o interesse coletivo. Se eu produzo vinho e vou a
feira buscando meu interesse que é vender vinho e com isso ganhar dinheiro, eu vendo vinho
para outro mercador que leva esse vinho à região dele, e a mão invisível desse mercado fez
com que isso comtemplasse todos. A mão invisível trata de pequenos mercados, com
pequenos mercadores/produtores locais.
O Estado sempre alega que suas ações são pelo bem coletivo através, majoritariamente, do
argumento de segurança. Essas duas instâncias se desenvolvem de forma paralelas, porém
sempre em interlocução; O Estado é baseado em territorialidade enquanto o Mercado na
interdependência entre compradores e vendedores, que nem sempre se encontram no mesmo
território.
“Estado e mercado interagem para influenciar a distribuição de poder e riqueza nas Relações
Internacionais.”
O mercado é expansivo e sempre busca o maior lucro, o Estado busca controlar o processo de
crescimento do mercado, tanto para impossibilitar o excesso de poder neste e ter que pôr-se
ao serviço do mesmo, tanto por querer beneficiar-se das atividades financeiras. Nesta relação,
pode-se discutir os termos:
1. Interação das mudanças econômicas e políticas: Como interagem entre si, decisões
políticas que afetam a economia e vice-versa.
2. Como a interdependência (das nações) afeta a política internacional: Ex. A saída dos
EUA da ONU e a súper taxação
3. O esforço do Estado para controlar as regras do comércio: Ex. OMC
*Utopia
Pág. 37: “A desigualdade é o principal problema dos pensadores capitalistas, dado que a maior
concentração de renda há mens consumidores e menos expansionismo para o capitalismo.”
Aula 03. O Liberalismo na Economia Política
Para os liberais a política e a economia devem ser esferas separadas, ou seja, livre mercado e
mínimo de intervenção estatal. Hoje podemos dividir o liberalismo clássico entre dois autores:
Adam Smith e David Ricardo, logo o Liberalismo Keynesiano, Escola Austríaca (Hayek e Mises),
Escola de Chicago (Milton Friedman) etc.
O mercado surge de maneira espontânea para o homem suprir suas necessidades, e tem sua
própria lógica interna, premissa.
ADAM SMITH:
Filósofo da moral, defende que a natureza produz tudo o que é necessário para o sustento
animal, ou seja, alimento, abrigo e proteção. O animal homem ao produzir esses itens acaba
por produzir também excedentes, que pode ser estocado ou trocado por algo que o indivíduo
não tenha e precise, deste modo nasceria o mercado como necessidade humana, que com o
decorrer do tempo conclui na divisão social do trabalho.
A troca ocorre após a persuasão, do indivíduo convencer-se de necessitar algo e por tanto ter
que produzir mais para poder possuir mais, essa linha de pensamento traz a divisão social do
trabalho, logo, se só um indivíduo se encarrega do processo inteiro de produção, a produção é
menos eficaz que se em cada etapa do processo por feita por uma pessoa especializada,
concluindo em maior produção, mais excedente e consequentemente mais troca. Logo, o
liberalismo sempre é benéfico para o indivíduo.
Os termos da troca são definidos exclusivamente pela oferta e pela demanda, não pelo poder
ou a coerção; Segundo Gilpin a coerção pode ser uma influência cultural para que um grupo se
comporte segundo o interesse do vendedor.
Há três fatores que determinam os preços no mercado:
1. Demanda
2. Abundancia e escassez de um bem em relação a necessidade
(A necessidade pode ser legítima ou não)
3. Riqueza ou pobreza de quem demanda
O pensamento liberal clássico defende a desvinculação do Estado a não ser que a economia
falhe e/ou haja um pró à segurança e defesa do mesmo. Para Smith o Estado é garantidor das
condições ao exercício ordenado da produção, da troca e do consumo. (pág 182) check
1. Defesa, segurança
2. Gastos para administração do serviço público
3. Gastos para as obras e instituições públicas
O Estado irá intervir pontualmente para produzir riqueza; Gastos com a educação e gastos
para a dignidade do soberano também são necessários e públicos, ou seja, devem ser pagos
por todos porque interessa a todos; há alguns serviços que devem ser financiados pelos
interessados, como é o caso da construção de uma estrada que é patrocinada através dos
pedágios cobrados, ou seja, por quem as usa.
*Classes:
Os impostos devem ser proporcionais e o imposto direto é injusto dado que na compra de um
produto tanto pobres como ricos pagam pelo mesmo valor; com exceção de produtos de luxo
que sim devem receber maior tributação dado que quem o consome possui maior capacidade
económica. A arrecadação para manutenção dos gastos é o imposto, porém não deve ser
injusto para não estimular a revolta da população.
Se cada indivíduo buscar investir com foco no máximo de lucro, o extremo possível da
otimização de seus benefícios, há a criação e por tanto crescimento de renda nacional,
colaborando com a economia nacional e incluso internacional.
DAVID RICARDO:
Adam Smith já teria escrito sobre a Acumulação Previa como o processo anterior ao
capitalismo para captar a riqueza necessária para que o mesmo se inicializara.
Marx critica a obra de Smith e sua origem do capitalismo na divisão social do trabalho; Para
Marx a origem está na expropriação do trabalhador e dos meios de produção, ou seja, o
capitalismo nasce de um processo violento, quando o trabalhador perde o acesso e a
propriedade. “Na doce Economia Política só se conhece o idílio. O direito e o trabalho foram
sempre o único meio de enriquecimento (...) na realidade, os métodos de acumulação
primitiva nada têm de idílicos.”
Logo, a forma de se enriquecer é pelo trabalho, porém se esquece da violência e força bruta
que isso envolve. A acumulação primitiva é ponto de partida do modo de produção capitalista.
“A relação capitalista supõe a separação do trabalhador dos meios de produção”. Isso deve
acontecer para a sobrevivência do capitalismo, que força que o trabalhador só possua a força
de seu trabalho a oferecer. Para ocorrer a separação mencionada, há a necessidade do fim do
feudalismo. O capitalismo necessita que toda terra seja mercadoria e o servil feudal seja
liberado para que sua força de trabalho seja explorada ao igual que os grêmios e o mercado-
cidade à época; podendo ser assim um “trabalhador assalariado livre”. Os historiadores
burgueses relatam esse processo como positivo enquanto para Marx essa prática só fez os
trabalhadores virarem vendedores de si mesmos e de sua força de trabalho, se passa a
corrente da Escravização do Trabalhador, a exploração passa de ser servil à capitalista.
Esse processo tem início na Inglaterra já no século XIV servidão havia desaparecido e dá-se
início a terra rendatoria, um trabalhador livre baixo aluguel. Entre 1470 e 1520, massas de
camponeses foram expulsos do campo e jogados no mercado de trabalho, um êxodo forçado
pelo preço da lã e pela nobreza latifundiária que passou a preferir dinheiro à terra. Esse
processo dá início ao Mercantilismo: A busca pelo metal. Com o surgimento da manufatura
têxtil, surge a primeira divisão social do trabalho, o que leva paralelamente ao aumento do
preço da lã e a destinação da terra à pasto de ovelha.
Pode-se observar também como a igreja católica, maior possuidora de terras à época, sofre a
reforma protestante e o confisco de terras que ficará a mãos do mercado e do governo inglês,
este último também junto a nobreza reivindica terras comunais para vende-las. Conclui-se o
processo no ponto crucial da Revolução Gloriosa (1688-1689).
CAMPESINOS SEM
IGREJA ESTADO PROTESTANTE BURGUESES COMPRAM TERRAS
ACESSO A TERRAS
TERRAS REVINDICA TERRAS EXPROPRIAÇÃO DE CAMPESINOS COMUNS,
OBRIGADOS A
ADENTRAR-SE NO
MERCADO DE
TRABALHO
A expropriação também cria um mercado interno, por exemplo, com a criação das
grandes cidades há a impossibilidade de plantar, logo a necessidade de comprar o
alimento que precisará ser transportado até a mesma, gerando oportunidade a um novo
capitalista.
LENIN:
1. Mercado consumidor
2. Matéria prima
3. Escoamento de capital
A competição pelas colônias faz com que haja divisão do mundo de acordo com o poder das
potências. A luta dos impérios é o que leva, segundo Lenin, à Primeira Guerra Mundial.
Gilpin indica que o autor é mais interessado na luta entre as nações do que na luta de classes.
Milton Santos entende por globalização como, de certa forma, o ápice do processo de
internacionalização do capitalismo, enquanto Freitas indica que não é somente a
internacionalização ou extensão do mercado, mas a de todo conjunto de valores morais e
sociais, ou seja, é também um movimento de ideias, como por exemplo a democracia que é
exportada como valor moral a países com outras construções sociais acabam aderindo a
mesma e “falando a mesma língua”.
Santos ao mesmo tempo que a globalização cria um mundo de oportunidades, ele cria um
discurso único, é dizer, por mais que estejamos relacionados ao individualismo, todos estamos
inseridos ao Discurso Único do capitalismo. A globalização também se caracteriza como
expansão do fluxo de informações: O mundo inteiro terá acesso à informação do mundo
inteiro. De todos modos, a globalização é desigual, por mais que haja um discurso único, há
individualidades em cada território que reage ao capitalismo a seu modo; Ex. Os diferentes
tipos de democracia que entramos pelo mundo.
Mesmo a economia global forte, ao final quem impõe à vontade sobre as esferas da
globalização econômica são os países mais ricos.
Segundo Barbosa, a globalização não elimina as especificidades nacionais e locais senão que se
superpõe a essas. Segundo Santos a globalização política é menos visível, como pode-se
observar com a ONU que tem seu poder menos notável frente os mercados. Os movimentos
sociais são sim globais: F.S.M. (Foro Social Mundial)
Para criar-se a mais-valia universal há de se criar uma massa de trabalhadores, que podem
vincular-se e criar movimentos sociais com alcance a nível global, logo, seria possível uma
globalização menos desigual que melhorasse a vida dos indivíduos tal e como prega o discurso
liberal. *Sobre o discurso elitista do cidadão do mundo*
O foco positivo da globalização é sua capacidade nas transformações sociais. O que de fato a
globalização universalizou: Desemprego (desempregados de país x passam a buscar emprego
em país y); Informalidade (mercado informal); Privatização do Estado etc.
1. Globalização como fábula: Se impõe como ideia, fantasia, com fim de bem para todos
2. Globalização como perversidade: Mostra-se a concentração do capital no centro frente
à periferia, desemprego, informalidade entre outros efeitos secundários.
3. Por uma outra globalização: Há potência para transformação da sociedade com fim
benéfico, porém deve ser melhor direcionado.
O conceito de globalização aparece recentemente nos anos 80. A globalização como
fenômeno se consolida nos anos 90. Como processo histórico a mesma é fruto da
modernidade com o avanço das grandes navegações entre XV e XVI, com a primeira
aparição de um mercado globalizado nas Américas e Índias – mercado triangular –
Deve-se ter em conta que enquanto o centro urbanizado está desenvolvendo-se com a
extensão dos trabalhadores assalariados, obtendo redução do analfabetismo e indivíduos
mais nutridos, em contrapartida ocorre o oposto à consequência desse desenvolvimento
global, nas periferias.
Após a Segunda Guerra Mundial, temos o tratado de Bretton Woods que implica a
intromissão dos EUA na política internacional, o boom do marketing, propaganda e
consumismo: Golden Ages (50’s). Nesse período os Estados Unidos passam a disputar com
o mercado europeu. Logo temos a crise dos 70’s, retirada do padrão ouro com o dólar,
inflação, desemprego, crise do petróleo etc. Que deixa traz certa incerteza sobre o
mercado internacional e que fornece as primeiras impressões de: Se há globalização dos
mercados, também haverá das crises. Com a caída da URSS há uma enorme abertura de
mercado e massa de proletariado.
Aula 06. A Globalização Foi Muito Longe?
1. A unidade da técnica.
2. A convergência dos momentos.
3. Motor único da história = Mais-valia globalizada.
Fiori diz sobre a globalização que não é obra do próprio capitalismo senão dos Estados
Nacionais e das Economias Nacionais, que querem impor ao sistema internacional sua
hegemonia, sua moeda, seu poder soberano, duas condições de troca sobrepondo sua
supremacia no comercio.
Destaca dois autores dos 70’s: Charles Kindle Benger e R. Gilpin: Teoria da Estabilidade
Hegemônica; uma economia liberal mundial precisa de um país estabilizador, um país que
fornece ao sistema “bens públicos” como a moeda, como os EUA que oferece o dólar, defende
o livre comercio e garante a existência do sistema, ou seja, uma potência.
Gilpin como neorrealista indica que quando não temos uma potência dominante, a
cooperação e paz, a estabilidade entre os países, não permanece.
Wallergstein e G. Arrighi como neomarxistas indicam que nos últimos 500 anos tivemos países
que garantissem o sistema, que permitia que a disputa entre os países não derivasse em caos.
Sendo as duas guerras mundiais por exemplo ocorridas durante momento de crise hegemônica
e transferência de poder.
A primazia norte americana não facilitou mais paz ao mundo. Até o ano de 1999 os EUA se
involucraram em 98 intervenções militares. Os EUA não permitem julgamento no TPI. O que
traz a nova teoria de que desta vez a hegemonia é a causadora da crise. O pensamento
neomarxista de Arrighi defende que estamos na crise terminal do sistema hegemônico,
enquanto os neoliberais dizem que há crise, mas pode não ser terminal senão sinais do final da
hegemonia atual.
Segundo Fiori, a nova economia mundial (E.P.I) vá dar-se através da fusão do poder político
com o poder econômico.
Fernand Braudel é um historiador que estuda à longa duração, o mesmo verifica que se
olhamos a Europa vemos como o poder político foi o que criou o mercado, a economia
nacional é criada pela necessidade do governo regular e organizar as trocas, ou seja, para
existir um mercado há necessariamente a existência de um poder político, um poder territorial
que unifique o mercado. Não é a riqueza que cria o Estado-Nação senão o próprio Estado que
dá lugar ao mercado nacional que concluirá na expansão territorial.
Voltando a Fiori, vemos que a economia nacional é o espaço político transformado pelo Estado
a partir de suas necessidades como crítica ao pensamento liberal. A guerra tem um papel
nessa formação, foram elas que teceram a acumulação do poder político em certas mãos. Essa
compulsão expansiva em busca do monopólio junto à concentração de poder, levará ao caos e
não a ordem. Esse pensamento é refletido na atual política dos EUA que apresenta uma
acumulação de poder e pode-se então concluir em caos.
Atualmente o principal competidor dos EUA supõe a China. O país hegemônico precisa desse
conflito com outro para manter sua hegemonia.
Segundo Fiori não é necessária a superpotência em si, senão a busca deste pela guerra: Um
Estado por mais que possua poder pode também possuir dívida pública, tendo assim que
emitir títulos de seu tesouro para venda. Esses títulos podem ser comprados por outro Estado,
havendo assim um encontro do Dono do Poder com o Dono do Capital; como foi o caso da
China que possui uma quantidade abismal de títulos dos EUA. Esse encontro justificado pela
guerra, onde nasce o capitalismo.
O poder político busca cada vez mais o monopólio, ao igual que o financeiro. “A frmação do
sistema político mundial não foi produto somatório apenas de território, foi uma criação do
poder expansivo de alguns poderes nacionais europeus que conquistaram e colonizaram o
mundo durante cinco séculos que lutaram entre si pela monopolização hegemônica, seja
regional ou global.” Porém, até o momento, o país que chegou mais perto do poder global
foram os Estados Unidos.
O segredo da acumulação capitalista não é um país que dita e gerencia a regra do sistema
internacional, senão a capacidade de contornar as regras.
Durante o período da Guerra Fria se dá a hegemonia aos EUA por medo da eclosão de uma
possível Terceira Guerra Mundial, hoje, com o medo estabilizado percebe-se que não há nos
Estados Unidos uma figura de hegemonia, senão uma figura que gera caos. Podendo assim
estar perto da emergência de uma nova hegemonia, que poderia ser a China.
JOSÉ LUIS FIORI: “EUA, AMÉRICA DO SUL E BRASIL: SEIS TÓPICOS PARA UMA DISCUSSÃO”
Para acontecer a U.E. todos tiveram que abrir mão de sua moeda. No Mercosul cada país abriu
mão de linhas de bem de consumo que tiveram as barreiras alfandegarias anuladas ou
reduzidas, abrindo espaço para negociação internacional.
Para outros autores o regionalismo, sobretudo na América do Sul, é uma reação à globalização.
A primeira tendência do Estado é fazer parceria com seus vizinhos imediatos, conhecido na
literatura como regionalismo aberto, sendo assim um primeiro passo, ou seja, sem foco de
fechar o bloco senão regionalizar-se para abrir-se. Pode-se haver disputas sobre priorizações
dos diferentes regionalismos dentro do ponto comercial.
A Unasul tinha inspiração em união nacional do tipo U.E., porém não progrediu.
Nos anos 90’s essas regionalizações foram predominantemente feitas entre países
assimétricos: NAFTA e incluso o Mercosul. Para alguns autores, isso se dá como maneira de
aumentar o poder político e económico das supremacias e como maneira de projetar-se
internacionalmente para os países menores.
Quando os países da América do Sul se juntam no Mercosul, supõe uma forma de reagir à
globalização perversa do neoliberalismo e introdução de mercados como os EUA
violentamente em seus territórios. Nesse sentido, o regionalismo é uma postura reativa
entregue a necessidade de ser mais competitivo frente justamente no momento em que
diminui a capacidade de regular sua economia e criar políticas em momento de fraqueza. É
uma tentativa de resistência. A política econômica regional vá articular-se para responder à
competição internacional de maneira mais eficaz.
- 1991 – Fim da URSS e Estados Unidos busca se impor como poder global absoluto através do
projeto bélico
A tentativa que o USA faz de se tornar o poder global, encontra seu ápice com a China que
compra títulos da dívida pública dos EUA, sendo assim seu maior credor e o dono do poder de
capital.
A política expansiva dos EUA traz com sua ascensão a outros países, como a China, que
chegando a certo nível passa a afrontar a hegemonia. É um momento em que se acaba o
neoliberalismo e os Estados reafirmam seu papel na vida econômica fechando suas fronteiras
e estabilizando suas economias interiores. Ex. Brexit.
No território da América Latina nunca houve disputa hegemonia entre os países do continente,
não como na Europa; as colônias passaram da influência de suas metrópoles à da Inglaterra
para logo à dos EUA. Não havendo nunca uma integração. A América do Sul de 1995 a 2001
vemos um alienamento com os EUA, mudança devido ao 11S que muda o foco da política
exterior da América Latina ao Oriente Médio. Outro ponto em 2002 são os novos governos da
América do Sul: Lugo, Chavez, Lula, Kircher, Bacheuet, Vazquez y Correa, uma onda de
governos progressistas que coincide com um momento de desenvolvimento econômico.
Fiori chama esse momento de processo do fim da longa adolescência da América do Sul.
Há teorias sobre uma possível disputa hegemonia entre EUA e Brasil, na qual explica-se que a
regionalização é um processo no qual o Brasil busca sua hegemonia no espaço latino-
americano enquanto a globalização é a projeção dos EUA: “Um de dentro brigando com o de
fora”. Há o debate sobre se o Brasil tem realmente interesse em ser hegemônico ou se prefere
ser um sócio auxiliar.
O Brasil sempre se comportou como sócio auxiliar à exceção do governo Geisel (1974 – 1979)
no qual se propõe um projeto de potência intermediária para o Brasil, capaz de alinhar
estratégias com países que não são de interesse norte-americano, como a Angola.
Essa política termina nos anos 80’s e nos 90’s temos a ALCA que põe aos EUA novamente na
hegemonia, outros acordos como o BRICS determina a intenção do Brasil em acordos por fora
da influência americana.
Já o autor Lenry Kissinger aplica a teoria anterior e substitui o Direito a Intervenção pela
ameaça externa, pela ameaça interna de transformar-se em socialistas. Não usa essa desculpa
para enviar tropas senão cria dentro dos próprios países uma militância que combata o
“perigo”. As elites políticas como sócios-auxiliares se opunham ao próprio país à favor da
política dos EUA. Para Fiori a ameaça para a hegemonia dos EUA era a própria América do Sul.
Hoje temos teorias mais sólidas que põe a China como antagonista do poder americano.