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Universidade de Aveiro | Departamento de Comunicação e Artes

U.C.: Multiculturalismo na Educação


Docente: Rosa Madeira

Caso 1 – Cultura e Identidade

Este texto foi proposto com o intuito de responder a duas questões. A primeira é
acerca da relevância da diferença cultural para a compreensão da situação das deslocações
forçadas pela guerra, da violência persistente, das perseguições, da pobreza extrema, das
catástrofes naturais, entre outros. A segunda questão é sobre a função da definição,
afirmação ou atribuição da identidade no caso dos refugiados e dos apátridas. Para
responder a estas questões, abordarei primeiro os conceitos de cultura e identidade, de
forma a compreender mais eficazmente a problemática presente nestas situações.

A cultura engloba um conjunto de instituições e configurações simbólicas que dão


orientação e significado à vida quotidiana. São estas que originam as relações e esquemas
de pensamento e de acção, os modelos e significados, as práticas sociais de produção e de
consumo e padrões de conduta. Todos estes conhecimentos, crenças, leis, a moral, os
costumes, hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano, não só em família, mas também
pela pertença a uma sociedade, tornam-se herança social. A UNESCO defende que a cultura
dá ao ser humano a capacidade de reflectir sobre si mesmo, e que através desta reflexão, o
sujeito discerne valores e procura novos significados. Uma das características da cultura, e
das mais marcantes, é que é um mecanismo adaptativo. O ser humano tem a capacidade de
dar resposta ao seu meio, mudando os seu hábitos. Estas modificações vão se acumulando,
passando de geração em geração, perdendo e incluindo novas características, de modo a
melhorar a vivência das novas gerações. A cultura está sempre em desenvolvimento, sendo
sempre influenciada por novos pensamentos que estão inerentes ao desenvolvimento do
ser humano.
De acordo com a Convenção de Genebra, um refugiado é aquele que, “receando
com razão ser perseguido em virtude da sua raça, religião, nacionalidade, filiação em certo
grupo social ou das suas opiniões políticas, se encontre fora do país de que tem a
nacionalidade e não possa ou, em virtude daquele receio, não queira pedir a proteção
daquele país; ou que, se não tiver nacionalidade e estiver fora do país no qual tinha a sua
residência habitual após aqueles acontecimentos, não possa ou, em virtude do dito receio,
a ele não queira voltar”. Ora, a diferença cultural tem um peso elevado na causa das
deslocações forçadas pela guerra. Penso que o que acontece aqui é que, dentro do mesmo
território, há um choque de culturas. Ou seja, a visão do mundo dada como verdadeira de
cada uma das partes não coincide. Estas ideias vão passando de geração em geração, onde
há uma aculturação, o que afecta a forma como os indivíduos vivem o seu quotidiano. Na
minha opinião, a solução para a diferença cultural seria a tolerância. No entanto, este não
pode ser o caso, pois surgem comportamentos que atingem os direitos e deveres humanos.
Aqui, a solução para os que não querem pôr a sua vida em risco é partir do seu país. Sendo
assim, é compreensível que a causa das deslocações forçadas pela guerra, pela violência
persistente e pelas perseguições seja em grande parte a diferença cultural. Fazem-no para
melhorar a qualidade de vida das gerações futuras.
Já no caso de, por exemplo, deslocações forçadas por catástrofes naturais, embora
a causa não seja a mesma, é pelo mesmo motivo: a segurança. Todos estes casos forçam o
ser humano a uma adaptação a um novo meio e, consequentemente, a uma nova cultura.

A identidade, segundo Giddens, “é um conjunto de compreensões que as pessoas


mantêm sobre quem elas são e sobre o que lhes é significativo” (2001, p.43). A identidade
e a cultura não existem isoladamente. A identidade não se forma sem influência do meio
social em que vive, assim como o grupo social é susceptível às mudanças dos indivíduos nele
incluídos. O conceito de identidade tem sofrido alterações ao longo da História. Zygmunt
Bauman refere que a identidade, hoje, não é herdada. Somos nós que a criamos a partir do
zero e passamos toda a vida a redefinir a nossa identidade. Há vários factores que podem
definir e/ou influenciar a identidade do ser humano: a época e o lugar onde vive, pois todos
os lugares têm significado pessoal, que indicam factos marcantes de dada época.
Após a visualização do documentário “Europa: Land of Humanity” de Miguel
Januário, percebemos que os refugiados se deslocaram da sua pátria com o fim de obter
segurança e liberdade. No entanto, vários aspectos que marcam a sua cultura e identidade
são afectados. Encontram-se em culturas com costumes, língua, crenças, tradições ou
concepções de subjectividade diferentes, pelo que serão obrigados a uma adaptação. Assim
como o aspecto da nacionalidade de um indivíduo faz parte da sua identidade, estes
refugiados tanto não se sentem incluídos na sua nação, nem como na nação onde se
encontram actualmente. Há uma “peça” que falta na formação da sua identidade. Com a
atribuição ou afirmação de uma identidade de uma nação, estes poderiam obter mais
protecção e ajuda por parte desses grupos sociais. Contudo, sem conseguir essa ajuda e
impotentes, permanecem apátridas, sem qualquer sensação de pertença a um local, quer
físico, quer social.

Sofia Pais, Nº95097

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