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Hiperrealidade
Esta categoria resume-se essencialmente em tornar real algo em que certa altura fora
impossível ou simulação ou, efetivamente, apenas uma hipótese. Para Baudrillard, as
simulações não passam de representações de situações imaginárias ou, em alguns casos, de
situações imaginárias do passado. Através de diferentes tipos de comunicação, os significados
atribuídos podem ser destacados do conceito original e outros novos significados podem ser
atribuídos. Um grande exemplo poderá ser uma simples pasta de dentes. Tirando o significado
associado à mesma (pasta que serve para escovar os dentes), este termo pode adquirir outro
novo significado simbólico como beleza, felicidade, atração, etc. Estes novos significados
podem simular uma nova realidade através do poder da comunicação e são aceites como
verdade. Na verdade, a comunidade consumista torna-se crente porque acaba por aceitar
estes novos significados como verdadeiros, uma vez que ao utilizar a pasta dos dentes este
sentir-se-á atrativo, bonito, feliz, etc. O fenómeno do marketing é imediatamente reconhecível
nesta condição. Efetivamente, o marketing dá novo significado a um termo, palavra e marca,
substituindo o pré existente.
Fragmentação
Esta categoria implica que em cada instante em que haja consumo, o consumidor
compromete-se a fazer diferentes atos simultaneamente com diferentes propósitos. Um
grande exemplo será a mulher que é vista como mãe, funcionária exemplar, uma parceira ideal
para o cônjuge e uma excelente cozinheira. Cada um destes papéis representa uma diferente
imagem, que requer diferentes personalidades e que são visíveis, geralmente, apenas numa só
mulher. Outra exemplo, muitas vezes associado a esta condição são alguns centros comerciais.
Estes optam, para além consumo associado a estes estabelecimentos, por outros tipos de
entretenimento (outras atividades de marketing). Nordstrom’s trata-se de um centro
comercial onde é possível comprar o que este oferece e, simultaneamente, estar na presença
de um concerto ao vivo. O consumidor pode aqui experienciar diferentes experiências
fragmentadas.
Além disso, a fragmentação transformou, sem sombra de dúvida, a habilidade para ler e
descobrir conexões entre diferentes objetos na era Pós-modernista. Os slogans “Just do it”,
“Heartbeat of America” e “Leva a amizade a sério” são associados imediatamente ao objeto
em questão. A habilidade para associar imagens e associar significados é, efetivamente, o
coração da cultura do marketing.
Reversão de consumo e produção
Descentralização do sujeito
Na era Modernista, o humano era visto como o centro com habilidade para atuar
independente e autonomamente na escolha e em alcançar os seus objetivos. Para os pós-
modernistas, existe uma confusão entre o sujeito e o objeto, não se sabendo bem qual deles
está, de facto, em controlo. Por exemplo, o sujeito segue as instruções do manual para usar o
microondas ou máquina de lavar. As suas ações são determinadas pelas propriedades e
estruturas dos produtos. Na verdade, o papel do ser humano passa apenas por permitir que os
produtos efetuem as suas funções. A confusão existente é também aumentada pelo simples
facto de o sujeito se considerar um item do marketing e ter tendência para ser representado
como uma imagem. Isto é visível no aumento da procura da cirurgias plásticas para
corresponder às expetativas culturais. Assim sendo, a moda torna-se a metáfora da cultura.
Justaposição paradoxal
Esta condição permite a justaposição de alguma coisa com outra, por mais contraditória que
possa ser (exibir emoções opostas, por exemplo). Está presente quer a nível literário ou até
mesmo na arte. A nível da comunicação social, esta condição está bastante patente. Um
exemplo será um anúncio que é, simultaneamente, ironizado mas ao mesmo tempo
promovido ou então um anúncio que ganha credibilidade através da negação da mesma.
Outro exemplo comum são os restaurantes étnicos. Estes podem ser divididos em dois tipos:
aqueles que servem imigrantes e aqueles que transformam as suas cozinhas para cativar os
consumidores mais refinados. Os que optam pelo segundo tipo de restaurantes sabem que,
efetivamente, as cozinhas foram modificadas para agradar os seus palatos, mas ao
experienciarem a comida deste tipo de restaurantes, defendem a ideia que estão a vivenciar
outra cultura étnica. Wilson defende a ideia que o Pós-Modernismo jamais recusa privilegiar
apenas uma só perspetiva, mas sim reconhecer apenas diferenças, nunca desigualdade,
reconhecer fragmentos e nunca conflito.