Вы находитесь на странице: 1из 3

Ô COISA BEM EMPREGADA !!

Luzia garrou no sono


Quando acordou tava morta
Deixou o viúvo o prefeito
Cujo nome não importa
Acudia por pitomba
E a noticia feito bomba
Com a votação na porta.

Prefeito macaco velho


Prevendo grande sacada
Mandou aprontar ligeiro
Mode entrançar na finada
Um rosário de pintomba
Com uma cruz dependurada
Rosário grosso e comprido
E nas cores do partido...
Ação de gente safada.

Mais safado que o prefeito


Era o seu eleitorado
Politiqueiro tinhoso
Beato e camumbembado
Vinha tudo de bandeja
Dizendo- louvado seja !
Pro rosário apitombado.

Tome choro, tome vela


Tome aperto de mão
Prefeito que é choro só
Da de garra com o caixão
Acena pros eleitor
Já magimando o furor
Do dia da votação

A ponpa da funerária
Vai que é tua Paraiso
Previa salva de tiros
De fuzil e de canhão
Na descida do caixão
Num andamento preciso

Prefeito desprevenido
Quando pipoco estourou
Deu uma queda de asa
Que o caixão se balanço
Desaprumou na descida
Que a pobre da falecida
Por pouco não desabou

No tranco do ataúde
Me desculpe a heresia
O rosário apitombado
Rolou da mão de Luzia
Todos os quinze mistério
Pai nosso, Ave Maria
Foi para o fundo do caixão
Foi aquele zoadão
Que lá de fora se ouvia.

Diante dessa zoada


Foi grande o sarapatel
Grito de lovado seja
Beata puxando reza
De alpercata pro ceú.

Foi tão grande o escarcéu


Que o caixão levou um baque
Nego dando piripaque
Quando a tampa se abriu
O prefeito deu um pique
Que a poeira subiu
O rosário se partiu....
Ô coisa bem empregada!!!
Foi tanta queda e sobrada
Que no meio dessa zoada
Só a defunta não riu.

Poeta : Jessier Quirino

Вам также может понравиться