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cREA pR
Uma publicação do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná
Novembro e dezembro de 2007 . Ano 10 . n0 48
>> ESTRADAS
Situação da maioria
RODOVIAS BRASILEIRAS das rodovias é
tecnologia apropriados,
acostamento e
sinalização
O CAMI NHO DO
PLANEJA MENT O
RESPEITO INCENTIVO PROFISSÃO
Acessibilidade Incubadora Faltam engenheiros
deve ser prevista tecnológica do IEP industriais da
nos projetos auxilia empresas madeira no mercado
LEITURA RÁPIDA
1
a revista em duas páginas
Divulgação/COAMO
36
Cooperativas do PR
são exemplo para BR
Referência na agricultura com recordes
de safra de grãos e produtividade, o
Estado conta com 231 cooperativas bem
estruturadas para agregar valor aos
produtos primários e aumentar a renda
dos agricultores
02
18 33
Estéfano Lessa
20
Brunno Covello/SMCS
32 29
Estéfano Lessa
28
Estéfano Lessa
Projeto acústico 10 PALAVRA Jorge Miguel Samek fala sobre as obras, novas
pode ser a solução tecnologias e os desafios da Itaipu Binacional
35 PLANO DIRETOR 40 ÉTICA PROFISSIONAL Jaime Pusch aborda, em seu artigo, que
o profissional deve ter em mente o potencial ofensivo de seus projetos
Participação de 41 PLURAL Forte Netto e Moacyr Elias Fadel Junior falam sobre
profissionais é as expectativas em relação às Conferências das Cidades
fundamental 42 DE PONTA Empresa descobre nova aplicação na construção
civil para chapa de drywall tratada com Cleaneo 03
DO LEITOR
a opinião de quem lê
Escreva para esta seção: comunicacao@crea-pr.org.br
ntemente
de aeroportuária urge
ampliar capacida
A Paraná precisa
INFRA-ESTRUTUR
Mais pista
Estado, devemos verificar a demanda. atuais certamente serão sentidas no futuro
Acredito que a maioria receba aeronaves que já se apresenta; a natureza nos dá
de pequeno e médio portes, com freqü- uma amostra disso nas “ainda pequenas”
ência relativamente baixa. Portanto, não catástrofes naturais que vemos.
necessitam de pistas maiores e sim, de
melhores auxílios de navegação, baliza- Theodozio Stachera Júnior, engenheiro
mento noturno, áreas de escape, etc. e professor da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná
Estéfano Lessa
ENGENHARIA ELÉTRICA
2.215 metros e 1.800
os
Pistas 45.000 metros quadrad
Área construída 3,5 milhões de passage
iros/ano
s
Capacidade e decolagens/mê
aeronav es 3.500 pousos
BIOCOMBUSTÍVEL
Movimentação iros 180.000 por
mês
Movimentação passage tonelad as mensais
cargas 2.000
Movimentação de 19 posições de estacion
amento
as
Pátio de manobr
cREA pR
um estudo para transformar a área em um Os pesquisadores compararam durante
Revista
complexo intermodal. 30 anos a quantidade de CO2 emitido por
Além da construção de uma pista com veículos movidos á biocombustíveis com
três mil metros, que custaria 47 milhões
Paraná
de reais aos cofres públicos, com a parti- restas no mesmo período de tempo, e che-
cipação do Estado e da União, em partes garam a conclusão que medidas como o
Projetos
iguais, haveria um complexo rodoferrovi- reflorestamento, são de duas a nove vezes universitários
encaram os
ário, ao lado do aeroporto. mais eficazes para a redução de CO2 na novos desafios
do mercado
No lugar da pista auxiliar seria constru- atmosfera do que o uso de biocombustí-
ída uma estrutura viária com barracões, veis no lugar da gasolina. Para os pes- >> INFORMÁTIC
A Robô que
olvido
joga futebol, desenv replicável
gia
na UEM: tecnolo custo
04
CARTA a palavra do presidente
Divulgação/ CREA-PR
As rodovias são os destaques desta edição. Levantamento da
CNT (Confederação Nacional do Transporte) mostra que 73,9%
das estradas apresentam problema de pavimento, sinalização
ou de geometria da via. Nossas rodovias foram construídas há
mais de 50 anos e a necessidade de revitalização, ampliação e
manutenção é cada vez maior.
O PAC – Plano de Aceleração do Crescimento – já começa
a mostrar avanços mas a falta de projetos dificulta a aplicação
dos recursos em curto espaço de tempo. Daí a necessidade de um
planejamento adequado para o desenvolvimento destes projetos
com a participação de profissionais das áreas tecnológicas que,
em seus escritórios ou nas empresas públicas ou privadas, têm o
conhecimento técnico necessário para atender a esta demanda.
É neste sentido que o conhecimento dos nossos profissionais
fará a diferença para o desenvolvimento do setor.
Álvaro J. Cabrini Jr.,
Como contribuição a matéria traz informações relacionadas presidente do CREA-PR,
às especificidades dos projetos e das obras de arte, como são é engenheiro agrônomo
consideradas as pontes e viadutos, elementos tão presentes em e tem especialização
nossas rodovias. em planejamento e
Esta é apenas uma das oportunidades vislumbradas para a desenvolvimento agrícola
inserção profissional. O trabalho dos profissionais da área da
Engenharia Elétrica é enfatizado na matéria que aborda a NBR
5410, que trata das instalações elétricas; os da Agronomia no
texto referente ao crescimento que as cooperativas do Paraná
demonstraram nos últimos anos e o desenvolvimento propor-
“
cionado à economia do Estado. A atribuição dos arquitetos no INVESTIMENTO
desenvolvimento dos planos diretores e dos profissionais da
Mecânica na inspeção veicular são outros destaques, juntamen- É urgente, e cada
te com a experiência de residência técnica para os estudantes vez mais necessário,
de Arquitetura e Engenharia desenvolvida pela Universidade
Federal do Paraná em parceria com a Secretaria de Estado de o investimento em
Obras Públicas. infra-estrutura no
O nosso desafio de promover a valorização e inserção pro- País. Aeroportos,
fissional continua. Os desafios para 2008 são grandes. E, com
certeza, os esforços estarão mais do que redobrados para ga-
portos, rodovias e
rantir o atendimento dos direitos profissionais e trabalhar pela tantos outros setores
melhoria do ambiente de trabalho em todas as esferas. da economia pedem
por atenção
Boa leitura a todos!
Álvaro J. Cabrini Jr.
Presidente do CREA-PR
05
EXPRESSO um giro pelo Paraná
Divulgação/ CREA-PR
CASCAVEL Revitalização de espaço público
>>
CURITIBA Excelência em Higiene Ocupacional
CASCAVEL
APES recebe PRÊMIO NACIONAL
Vídeo divulga
A APES (Associação Paranaense de bom trabalho. “É uma luta que vai além da
Engenharia de Segurança) recebeu, em
setembro, o prêmio “Excelência Higiene
engenharia. É um trabalho incessante de
proteger da vida dos infortúnios no labor
“CASA FÁCIL”
Ocupacional” reconhecido pela Associação de cada dia”, diz Dinão. Um vídeo institucional divul-
Brasileira de Higiene Ocupacional (ABHO). Segundo ele, a APES vai continuar pro- ga a história do “Casa Fácil” em
A entrega foi feita durante o II Congresso movendo treinamentos, cursos e palestras Cascavel. O programa social de-
Brasileiro de Higiene Ocupacional e o XIV para fortalecer a Associação. Atualmente senvolvido por entidades de todo
Encontro Brasileiro de Higienistas são 1.200 engenheiros de Segurança do o Paraná foi criado pelo CREA-PR,
Ocupacionais, que aconteceram Trabalho no Paraná. O tema do evento
Divulgação/ CREA-PR
Campanha propõe
Londrina vai contar
com o serviço de trata-
mento de resíduos da
valorização de AGRÔNOMOS
construção civil e ma-
teriais da área da saúde.
A Kurica Ambiental está
instalando um complexo
Para valorizar a atuação profissional “Essa foi uma forma de homenagear industrial na cidade para
dos agrônomos e comemorar o Dia do os profissionais dessa área, oferecendo co- o beneficiamento e trata-
Agrônomo (12/10), a Laborsolo lançou, nhecimento e informação”, afirma a direto- mento de resíduos sólidos,
em parceria com o CREA-PR, a campanha ra executiva da Laborsolo, Lia Della Libera. materiais da saúde, com-
“Todo dia é dia de Agrônomo na Laborsolo”, Para ela, o tema é de interesse dos profis- postagem e tratamento
que se estende até dezembro desse ano. sionais porque o DRIS é uma importante de resíduos industriais,
A campanha prevê a realização de ferramenta da agricultura de precisão. como vidros, baterias e
cursos sobre “A Diagnose foliar sob a ótica As inscrições do curso são gratuitas e celulares. Além disso, a
do DRIS (Sistema Integrado de Diagnose podem ser feitas pelo site, onde também empresa prestará serviços
e Recomendação)” em quatro cidades do podem ser encontradas mais informa- de lavanderia industrial
Estado. Em Londrina, o curso foi realizado ções: www.laborsolo.com.br. O partici- para limpeza de mate-
nos dias 6 e 13 de novembro. Em Maringá, pante deve levar um quilo de alimento riais de clínicas e hospi-
nos dias 20 a 27/11, em Ponta Grossa, no não-perecível, que será doado a institui- tais. (por Muriel Amaral)
dia 4/12 e, em Pato Branco, no dia 11/12. ções beneficentes. (por Muriel Amaral)
CASA FÁCIL
Divulgação/ CREA-PR
A AEAM (Associação de Enge- los de projetos completos, arquitetô-
nheiros e Arquitetos de Maringá) foi nicos e complementares – elétrico,
destaque na aplicação do projeto de hidráulico, telefônico e estrutural –,
engenharia social no I Seminário de além de quatro modelos adaptados a
Gestão nos Convênios Casa Fácil. pessoas com deficiência. O projeto é
Além do número de casas constru- desenvolvido, desde 1989, em parce-
ídas, mais de 20 mil, a associação ria com o CREA-PR, a Prefeitura do
também conta com grande variedade Município de Maringá e prefeituras
de projetos oferecidos. São 33 mode- da região. (por Diniz Neto)
>>
PONTA GROSSA
Acordo para produção
UNIVERSIDADE de soja transgênica
PROMOVE
A Embrapa e Basf, uma das maiores indústrias de
FEIRA DE ESTÁGIOS produtos químicos do Brasil, firmaram acordo para pro-
Aproximar empresas dos aca- dução de variedades de soja geneticamente modificadas
dêmicos de cursos das áreas de que serão resistentes à atuação de herbicidas da classe
Engenharia, Agronomia, Geografia das imidazolinonas.
e Tecnologia. Este foi o objetivo da I Parte das pesquisas será desenvolvida na unidade da
Feira de Estágios da UEPG (Univer- Embrapa-Soja, em Londrina. O processo prevê a intro-
sidade Estadual de Ponta Grossa), dução do gene ahas, que será fornecido pela Basf, nas
promovida em outubro. O evento plantas de soja. A novidade tem previsão de estar dispo-
foi uma parceria entre CREA-PR, nível aos produtores de sementes entre 2010 e 2011, e
Empresas Júnior da UEPG (Univer- para os agricultores em 2012.
sidade Estadual de Ponta Grossa) Esse será o primeiro produto geneticamente dis-
e CREA Júnior. Foi uma oportu- ponibilizado no mercado brasileiro através da parceria
nidade das empresas divulgarem público-privada. Com o desenvolvimento da pesquisa, o
gratuitamente sua estrutura, área diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, acredita
de atuação e o perfil do profissio- que o País dará um salto na tecnologia. “Estamos mos-
nal desejado para preencher vagas trando ao mundo nossa capacidade de gerar inovação e
existentes ou a serem abertas conhecimento. E a biotecnologia, aliada aos princípios
futuramente, tanto para estágio, da sustentabilidade, traz resultados capazes de gerar ri-
programas de trainee, como para queza e bem-estar e nos coloca à frente do nosso tem-
08
8 emprego. (por Jocelaine Santos) po”. (por Muriel Amaral)
>>
PATO BRANCO Associação cobra ações governamentais PONTA GROSSA
Divulgação/ CREA-PR
PINHÃO é alternativa
O pinhão manso, considerado muito opção de renda nas propriedades rurais.
vantajoso para a produção de biodiesel, Porém, os estudos mostram que ela não
está sendo pesquisado na fazenda experi- é tão resistente a pragas e doenças, o que
mental do Centro Universitário de Marin- vai exigir cuidados. Outra constatação é a
gá (Cesumar). boa reação à adubação nitrogenada.
O objetivo é verificar a adaptação do O pinhão manso tem vida útil de 80
arbusto na região e testar a quantidade de anos, ao contrário da mamona, por exem-
óleo que é capaz de produzir. plo, que exige replantio a cada dois anos.
O professor e pesquisador do curso de Está sendo estudada a reação da planta a
Agronomia do Cesumar, engenheiro agrô- condições rústicas e a tipos de adubação.
nomo Pérsio Sandir D’Oliveira, revela que Com os dados finais, será possível es-
foram plantados 500 pés e a primeira co- tabelecer o potencial na região, ajudan-
lheita de sementes já está acontecendo. do a definir as reais condições de uso da ALTERNATIVA Estudos vão
Caso confirmada a adaptação da planta como matéria-prima para produção apontar se pinhão manso é viá-
planta à região, ela poderá ser uma boa sustentável de biodiesel. (por Diniz Neto) vel na região: mais renda 09
PALAVRA perguntas e respostas
Energia para o
crescimento
Jorge Miguel
Samek fala sobre
os investimentos
na Itaipu, o setor
energético brasileiro por PATRÍCIA BLÜMEL
e as pesquisas para o
A Itaipu Binacional é atualmente a maior usina hidrelétrica do mundo em geração
desenvolvimento de de energia. Com investimentos em modernização e expansão, a hidrelétrica conta com
novas alternativas 20 unidades geradoras e fornece 20% da energia consumida no Brasil e abastece 95% do
consumo paraguaio. O engenheiro agrônomo Jorge Miguel Samek, diretor Geral Brasilei-
ro desde 2003, conta, nesta entrevista, como a Itaipu está se preparando para os novos
tempos em que o atendimento ao consumo e as pesquisas para alternativas energéticas
“
representam um desafio mundial. Ele também fala sobre a diplomacia necessária para
CAPACIDADE conciliar as diferenças nas leis trabalhistas do Brasil e do Paraguai.
Uma usina nunca está total-
mente pronta. Com a instala- Concluída a montagem das duas turbinas que completaram o parque de geração da hidre-
ção das duas unidades gera- létrica, existe alguma perspectiva de novos investimentos de grande porte no planejamento
doras, concluída neste ano, a estratégico da Itaipu?
capacidade instalada da usina JORGE MIGUEL SAMEK Uma usina nunca está totalmente pronta. Com a instalação das
passou de 12.600 Megawatt duas unidades geradoras, concluída neste ano, a capacidade instalada da usina passou
para 14.000 Megawatt. Com de 12.600 Megawatts para 14.000 Megawatts. Com as 20 unidades geradoras em ativi-
as 20 unidades geradoras em dade e o Rio Paraná em condições favoráveis, com chuvas em níveis normais em toda
atividade e o Rio Paraná em a bacia, a geração anual poderá chegar a 100 bilhões de quilowatts. Para assegurar a
condições favoráveis, com continuidade das operações com confiabilidade, iniciamos um processo de modernização
chuvas em níveis normais em que prevê investimentos de US$ 30 milhões até 2011. O início foi dado com o Plano
toda a bacia, a geração anual de Atualização Tecnológica (PAT). Para 2007/2008 devem ser concluídas as análises do
poderá chegar a 100 bilhões estado dos equipamentos da usina, que permitirão a extensão da vida útil dos que apre-
de quilowatts sentam perfeitas condições de funcionamento. Esse diagnóstico deverá orientar a ordem
de prioridades a ser observada na implementação do plano de modernização da usina.
“
A partir desse mapeamento minucioso daremos início à contratação de equipamentos e
serviços. Hoje a usina está toda digitalizada.
CONFIABILIDADE Investimos nos últimos quatro anos na instalação do sistema Scada (Supervisory Control
Não importa a situação econô- and Data Acquisition), que garante um nível de eficiência grande, pois detecta o problema
mica, não mexemos nos valo- antes mesmo de acontecer, avisa em tempo real e proporciona o controle da geração de
res destinados à manutenção energia. Os dados são fornecidos por 25 mil pontos de medição em toda a hidrelétrica.
preventiva. Os investimentos Ao todo, o investimento foi de US$ 7,5 milhões, o que incluiu, além da aquisição do equi-
e o aprimoramento constante pamento, o treinamento de seis engenheiros nos Estados Unidos por um ano. Na Itaipu
dos processos nos deram um nós tratamos a manutenção como prioridade, pois isso garante uma estabilidade de pro-
grau de eficiência tão gran- dução indispensável para o setor elétrico brasileiro. Os investimentos e o aprimoramento
de que hoje as unidades são constante dos processos nos deram um grau de eficiência tão grande que hoje as unidades
paralisadas para manutenção são paralisadas para manutenção por apenas 13 dias. O tempo anterior era de 100 dias.
por apenas 13 dias. O tempo É um ganho de eficiência extraordinário, sobretudo se considerarmos que as primeiras
anterior era de 100 dias máquinas de Itaipu têm 23 anos. Essa eficiência, inclusive, já chamou a atenção dos chi-
neses que estão interessados em comprar essa tecnologia para aplicá-la em Três Gargantas
(hidrelétrica construída na China).
>> CONTINUA NA PÁGINA 12
10
PLANEJAMENTO
O engenheiro agrônomo Jorge
Miguel Samek, diretor Geral
Brasileiro da Itaipu Binacional:
modernização e desafios para
o setor energético
11
PALAVRA perguntas e respostas
“
consumo de equipamentos de informática e telefones celulares. É uma proposta que
ainda está em fase de pesquisa e desenvolvimento, em parceria com a Unicamp. ENERGIA NUCLEAR
Quais as medidas que devem ser tomadas para ampliar a matriz energética brasileira?
Em minha opinião, a ener-
O Brasil tem a peculiaridade que nenhum outro país tem: a produção de energia gia nuclear é limpa, não
limpa baseada na hidroeletricidade. Somente um terço do imenso potencial hidráulico
dos rios brasileiro é explorado. Hoje, 87,4% da energia elétrica consumida no Brasil
contribui para o efeito
vem de fontes renováveis. É um número muito bom, já que nos países desenvolvidos estufa e é segura. Acredito
somente 13% da matriz energética é renovável. O Brasil é um espetáculo de recursos que as pesquisas avança-
ambientais e nosso megawatt/hora é muito competitivo. A disponibilidade de recursos ram e os requisitos de
e o preço do petróleo colocam o Brasil numa condição muito boa. Mas acredito que segurança também. Hoje
para ampliar a matriz é importante diversificar para fugir de um colapso energético. existe um cuidado grande
O Brasil deve investir e acelerar o desenvolvimento da energia nuclear como alter- com a segurança, também
nativa energética? em relação aos resíduos
A hidroeletricidade deverá continuar como principal vetor da matriz energética bra-
sileira nas próximas décadas. Não devemos deixar de fazer bons projetos de aprovei-
tamento do potencial hidráulico, precedidos de rigorosos estudos sobre os impactos
ambientais e sociais, o que não deve inibir esforços para desenvolver novas alternati-
vas. Em minha opinião, a energia nuclear é limpa, não contribui para o efeito estufa e
é segura. Acredito que as pesquisas avançaram e os requisitos de segurança também.
Hoje existe um cuidado grande com a segurança, também em relação aos resíduos. O
Brasil deve continuar investindo e concluir Angra 3. O Brasil não está acostumado a
“
crescer. O País ficou três décadas estagnado ou com crescimento lento. Agora mudou.
Precisamos cada vez de mais energia para atender à demanda crescente. GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
Como evitar o desenvolvimento da energia carvoeira, uma das maiores responsáveis
pela poluição global? A Itaipu é parceira na im-
plantação do programa
Com investimento em tecnologia e pesquisa para desenvolvimento de alternativas Geração Distribuída, ge-
energéticas. O aproveitamento do bagaço de cana-de-açúcar para geração distribuída
de energia elétrica é um bom exemplo das possibilidades que temos para evitar o uso
rada a partir de biomas-
do carvão. O Brasil vai por esse caminho já que grande parte de sua matriz energética sas residuais de esgoto
é baseada em energias renováveis. humano e de animais. Es-
tão nesse perfil o sanea-
Além do carro elétrico que outros projetos para uso da energia renovável estão sendo
desenvolvidos pela Itaipu?
mento, água, esgoto, lixo
e agronegócio. A idéia
A Itaipu é parceira na implantação do programa Geração Distribuída, gerada a partir
de biomassas residuais de esgoto humano e de animais. Com isso, abriremos gran-
é utilizar a biomassa,
des possibilidades de aproveitamento energético. Estão nesse perfil o saneamento, efluentes e resíduos or-
água, esgoto, lixo e agronegócio. A idéia é utilizar a biomassa, efluentes e resídu- gânicos em biodigestores
os orgânicos em biodigestores para geração de biogás, um combustível natural que para geração de biogás,
pode ser convertido em energia elétrica. São parceiras da Itaipu neste programa a um combustível natural
Eletrobrás, Eletrosul, Copel, Sanepar, Ocepar, Cooperativa Lar, Instituto Ambien- que pode ser convertido
tal do Paraná, os institutos Cepel e Lactec, além do Parque Tecnológico Itaipu (PTI). em energia elétrica
Quais seriam os resultados práticos do programa de Geração Distribuída?
Dados mostram que um pequeno criador de suínos, com mil animais confinados, pode
produzir cinco vezes mais energia elétrica com biogás do que consumiria para manter
uma granja. Isso se reverteria em dinheiro, já que a compra do excedente é garantida
pela Copel. Cálculos mostram também que é possível gerar em torno de 36 Megawatts,
equivalente à produção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), com os dejetos
de 1,2 milhão de suínos, número estimado de animais que são criados na região
Oeste do Paraná. O projeto poderá beneficiar cerca de 10 mil pequenos produtores.
12
+ 3 PERGUNTAS
Divulgação/Itaipu Binacional
Produção de energia deve ser
aliada à preservação ambiental
PERFIL
ÁLVARO J. CABRINI JR. Presidente do CREA-PR
Em sua opinião o que pode ser feito para melhorar o desempenho dos órgãos licenciadores?
JORGE MIGUEL SAMEK Precisamos achar um ponto de equilíbrio para produzir
energia aliada à preservação ambiental. O tempo em que o RIMA (Relatório de
Impacto Ambiental) era malfeito acabou. Agora, os projetos são feitos com o olhar
para a sustentabilidade e a busca de alternativas. O Brasil está avançando muito na O PROFISSIONAL
questão ambiental. A elaboração dos Planos Diretores também auxilia o planeja-
mento. Uma consciência que não existia no passado quando, muitas vezes, os pro-
JORGE MIGUEL SAMEK
jetos visavam somente ao lucro, sem levar em conta o impacto ambiental. Acredito é engenheiro agrônomo e
que tem que existir os órgãos reguladores com autonomia e independência, mas especialista em orçamento
eles devem dar uma resposta rápida. Sim ou não, mas uma resposta rápida, para público e em políticas urbanas
que não se tornem um empecilho no desenvolvimento de um novo projeto.
>> Natural de Foz do Iguaçu (PR), 52
SISTEMA FIEP Federação das Indústrias do Estado do Paraná anos, foi chefe do escritório do Insti-
tuto de Terras, Cartografias e Flores-
Quais as razões que levaram a Itaipu a investir na pesquisa de um carro elétrico? E como a
tas (ITCF) de União da Vitória (1979)
empresa geradora vê a inserção da indústria paranaense neste programa?
e do litoral paranaense (1981).
JORGE MIGUEL SAMEK A idéia foi conceber carros que dispensam o uso de com-
bustíveis fósseis e que não poluem. O desenvolvimento dos protótipos foi feito em >> Ocupou a chefia de gabinete do ex-
parceria com a Fiat, que forneceu o kit mecânico e a Kraftwerke Oberhasli (KWO), secretário da Agricultura do Paraná
empresa controladora de hidrelétricas suíças e que atua no aperfeiçoamento da no governo José Richa, Claus Germer
tecnologia empregada na parte elétrica. Com um acordo de cooperação tecnológica, >> Foi secretário de Abastecimento de
assinado em 2004, foi feita pesquisa de viabilidade técnica e econômica dos veí- Curitiba e presidente do CEASA – PR
culos. Até 2011, a Itaipu pretende investir US$ 230 mil no projeto que beneficia, (l985-l988).
também, o Paraná porque o coloca em destaque nessa tecnologia. Queremos pro-
duzir em escala para exportar para a Europa. >> Foi eleito vereador em Curitiba em
Outra idéia é beneficiar os criadores de aves e suínos do Oeste do Paraná. Em par- 1988, pelo PMDB, filiou-se ao (PT), em
ceria com a Copel, Universidade Federal do Paraná, Universidade Estadual do Oeste 1990, e foi reeleito para outros três
do Paraná e Lactec vamos desenvolver um protótipo de veículo utilitário elétrico mandatos consecutivos. É autor da Lei
movido com a energia proveniente dos biodigestores. A energia pode ser utilizada Municipal do Meio Ambiente de Curi-
na própria criação e o restante pode ser vendido para a Copel. tiba e da Lei de Taxação Progressiva de
Áreas Ociosas, além da proposta de re-
visão do Plano Diretor
ULISSES KANIAK Diretor presidente do SENGE-PR (Sindicato dos Engenheiros no Estado
do Paraná e engenheiro Eletrônico) >> Em 1994, foi candidato a governador,
Durante sua gestão, existe o objetivo de equalização de tratamento nos dois lados da fron- e, no ano seguinte, foi eleito presi-
teira, extinguindo diferenças entre contratos? dente do Partido dos Trabalhadores
do Paraná, quando consolidou o par-
JORGE MIGUEL SAMEK Como a Itaipu é binacional, temos em nosso quadro fun- tido em mais de 250 municípios
cionários do Paraguai e do Brasil e as leis trabalhistas são diferentes. Trabalhamos
para equilibrar essas questões. Achar um meio termo, com regras transparentes e >> É autor dos livros: “A Curitiba do
definidas. O Acordo Coletivo de Trabalho 2007/2008, que acabamos de concluir, Terceiro Milênio” (editora Palavra) e
prevê a implantação de um programa permanente de desligamento voluntário, “Curitiba: entre o mito e a realidade”
estabelecendo sistemas de indenização equilibrados para os trabalhadores brasi- (editora Clichepar)
leiros e paraguaios. Isso atende a uma antiga reivindicação dos trabalhadores e >> Foi o deputado federal mais votado
sindicatos. Creio, portanto, que a equalização de tratamento aos empregados das em Curitiba e Região Metropolita-
duas margens está definitivamente assegurada. Por fim, existe um mito de que os na nas eleições de 2002
funcionários da Itaipu ganham muito. Isso não corresponde à realidade. Temos um
quadro funcional altamente qualificado que desempenha atividade da mais alta >> Assumiu a diretoria Geral
complexidade e responsabilidade. Os salários pagos são compatíveis com a nature- Brasileira de Itaipu
za das funções e com os que são praticados pelo setor elétrico brasileiro. em 2003
13
GUIA CREA-PR o conselho ao seu dispôr
Divulgação/ CREA-PR
Os profissionais registrados têm o direito
de associar-se à Caixa de Assistência aos pro-
fissionais do sistema CONFEA/CREA. Assim,
podem ter benefícios, como: auxílio pe-
cuniário por falta de trabalho; pecúlio
REGISTRO
por morte; auxílio funeral; assistên-
cia médica e hospitalar; na aquisição
de medicamentos, entre outros.
REGISTROS
>>
>>
Confira o número de
COMO requerimento específico
Quitação do Serviço Militar
FAZER
disponível na página do
profissionais por área CREA-PR Exame laboratorial com o
RG tipo sangüíneo - fator RH
Modalidade Nº de registros (opcional)
Após a formatura,
Civil 13.756 CPF
o profissional pode Técnicos de nível médio
Agrimensura 770 solicitar o registro, Título de eleitor e devem apresentar o
Agronomia 12.709 apresentando os comprovante de regularidade conteúdo das disciplinas
Arquitetura 4.925 seguintes documentos, com a justiça eleitoral cursadas, ementas
em original e cópia e a grade curricular,
Elétrica 11.167 Comprovante de residência para análise quanto à
simples ou fotocópia
Geologia/Eng. de Minas 495 Três fotos 3x4 coloridas, com concessão
autenticada
Mecânica Metalúrgica 4.498 fundo branco, recentes das atribuições
Engenharia Química 1.439
>> De posse da documentação o profissional pode se dirigir a qualquer uma das inspetorias
Outras 1.407 ou postos de atendimento do CREA-PR.
14 Total 51.166 >> Mais informações 0800 41 00 67 ou no site www.crea-pr.org.br
CURTAS
Rua Dr. Zamenhof, 35, Alto da Glória, Curitiba-PR
e-mail comunicacao@crea-pr.org.br
site www.crea-pr.org.br
PARANÁ Fortalecimento do sindicato da categoria Fones (41) 3350-6700 ou 0800-410067
DIRETORIA
Conselheira federal
comercial urbano
Revista
cREA pR
no noroeste cidadão CONSELHO EDITORIAL
Engenheiro agrônomo Álvaro J. Cabrini Jr. (membro nato),
engenheiro civil Gilberto Piva, arquiteto Agostinho Celso Zanelo
O livro “O Sucesso da Citricultura Comer- Mostrar uma proposta cidadã do dese- de Aguiar, engenheiro agrônomo Natalino Avance de Souza,
cial no Norte e Noroeste do Paraná” (Edi- nho urbano com foco no enfrentamento engenheiro eletricista Aldino Beal, engenheiro químico Marcos
José Marques dos Santos e geólogo Mauro Monastier. Assessoria
tora Midiograf), do engenheiro agrônomo das causas da insustentabilidade é o que de Comunicação Social: Anna Preussler.
e mestre em Produção Vegetal Valdomiro propõe o arquiteto com mestrado em Ges-
Tormem, mostra a importância da cultura tão Urbana Carlos Domingos Nigro em Coordenação Anna Preussler (jornalista)
comercial da laranja para a região. O livro, seu livro “[In] Sustentabilidade Urbana” Editor Flávio Arantes
Editor-adjunto Patrícia Blümel
produzido com apoio da Cocamar, também (Editora IBPEX). O autor aborda o risco da Colaboram nesta edição
CREA-PR Rolf Gustavo Meyer
aborda os modernos padrões de tecnolo- favelização para a qualidade de vida das Reportagem Brisa Teixeira, Diniz Neto,
gia e qualidade, a geração de riqueza e os cidades como resultado de um projeto Jean Paterno, Jocelaine dos Santos,
Marielle Santos, Muriel Amaral, Patrícia
benefícios econômicos e sociais que foram urbanístico que interliga fatores que estão Blümel, Sandra Solda, Julio Cesar Lima
obtidos com o cultivo comercial da fruta. além das formas ou da construção arqui- e Vanda Ramos
Fotos Estéfano Lessa, Leandro Taques,
Mais do que retratar a história, a obra regis- tetônica das fave- Stock.XCHNG e divulgação (CREA-PR,
tra o trabalho de las. Segundo o livro, IEP, Brasil Telecom, SMCS Curitiba, Senai)
Diagramação Letícia Junqueira
engenheiros, pro- existe uma neces- Arte Daniela Baumguertner
Tratamento de imagens Paulo de Arazão
dutores, empresas sidade urgente de Revisão Andrea Vizzotto
e empreendedores as cidades focarem Pós-produção Daniel Nunes
Jornalista responsável Cláudia Tavares
que emprestam suas perspectivas e
Sua opinião é importante para nós.
sua vocação para projetos na “huma- Escreva para a seção de cartas:
o desenvolvimento nidade” como alter- comunicacao@crea-pr.org.br
e aperfeiçoamento nativa de fuga do
* TIRAGEM 52.000 exemplares
da citricultura. caos urbano.
Realização Toda Editora R. México, 20, conj. 31,
Curitiba (PR) (41) 3236-2141 e 3356-1696 15
toda@todaeditora.com.br / www.todaeditora.com.br
INDÚSTRIA Cerâmica vermelha gera empregos e renda
Estéfano Lessa
Em busca da
EXCELÊNCIA
Setor aposta na pesquisa e tecnologia para
melhorar a qualidade dos produtos derivados
16
ECONOMIA Pequenos projetos podem reduzir custo da energia
Bioenergias bem
DISTRIBUÍDAS
Geradores particulares poderão fornecer
energia para as concessionárias
Leandro Taques
Os hotéis precisam de água quente. E o cidos como geradores eólicos, turbinas hidráulicas, cal-
Brasil precisa de energia das seis da tarde às deiras de alta pressão com turbinas a vapor. “O que
nove da noite, no horário de pico. “Seria óti- ainda não existe no País é a conexão de pequenas
mo se os pequenos pudessem gerar energia máquinas geradoras na rede elétrica pública”.
neste horário”, afirma Fendel. O engenheiro explica que nos países desenvol-
O hotel pode gerar sua energia elétrica vidos as concessionárias são obrigadas a comprar
com álcool ou com óleo vegetal e aproveitar qualquer fração de microenergia elétrica disponí-
o calor residual. Isto se chama co-geração. vel e a pagar bem por elas. A pequena geração
“Assim, no horário de pico, se o hotel gera eólica, por exemplo, é comprada e remunerada
50 kwh e gasta 5 kwh, injeta 45 kwh na com 90% do valor de venda da energia elé-
rede. Se gasta R$ 0,40 por kwh recebe R$ trica pelas concessionárias.
0,30 de volta. Isto é totalmente automático.
Seria justo e todo mundo sairia ganhando”,
explica Fendel. ALTENATIVA O engenheiro
Fendel: idealizador do projeto
17
TRAVESSIA Projeto prevê acessibilidade
ACESSIBILIDADE Projeto na BR 476,
em Curitiba, segue normas da ABNT:
34 pontos de travessia
Imagens: Divulgação/PMC
LINHA VERDE
Obra é equipamentos e edificações; distân-
cia padrão entre estes equipamen-
acompanhada tos e meio-fio, o que significa que
placas, telefones e postes de ilumi-
pelo CREA-PR e nação, por exemplo, ficarão todos
teve adaptações em linha reta.
“Felizmente, a sociedade já in-
no projeto para corporou este conceito. É uma ques-
tão abrangente, para que todas as
atender às normas pessoas tenham boas condições de
mobilidade. Piso antiderrapante, por
>>
exemplo, é necessário em qualquer
por JULIO CESAR LIMA situação”, afirma Célia Bim.
Na opinião do prefeito Beto
A Linha Verde, trecho de dez Richa, que é engenheiro civil, to- PROJETO
quilômetros da rodovia BR-476 (an- dos os direitos previstos nas obras
tiga BR-116), em Curitiba, que será públicas serão garantidos na obra. PREVÊ ACESSO
transformado em avenida, tem seus “Estamos trabalhando para adequar
34 pontos de travessia construídos toda nossa cidade às normas atuais PARA TODOS
conforme as normas da ABNT 9050. da ABNT. Promovendo uma revisão
A norma regulamenta e especifica das condições atuais e incluindo Detalhes vão fazer a
todos os materiais e formatos a se- num grande plano todos os elemen-
tos de mobilidade. E a Linha Verde
diferença para a segurança e
rem aplicados na obra para garan-
será uma obra exemplar, também mobilidade dos usuários
tia do conforto e da segurança para
pessoas com deficiência. neste aspecto”, explica o prefeito.
Segundo a supervisora de Pla- Iniciada em janeiro deste ano, a
nejamento do Ippuc (Instituto de construção da Linha Verde deverá
s
Pesquisa e Planejamento Urbano terminar até meados de 2008. São >> INTEGRAÇÃO entre bairroBR-116
separados pela antiga
de Curitiba), arquiteta Célia Bim, dez quilômetros de avenida que vai
há um cuidado para esses aspectos. passar por dez bairros entre o Pi- ra
“Em alguns casos fizemos adap- nheirinho e o Jardim Botânico e vai >> TRAVESSIA segura pa
pedestres e ve ícu los
tações nos projetos e procuramos permitir a implantação de novas
atender a todas as necessidades e linhas da Rede Integrada de Trans-
critérios para que a obra seja con- porte e de oito novas estações de >> SEIS QUILÔMETROS de
transporte. O investimento da Pre- ciclovia exclusiva
cluída com rampas, acessos e, em
feitura de Curitiba na obra é de R$ OS de
>> QUATRO QUILÔMETR a
alguns locais, elevadores automá-
ticos ou plataformas que auxiliem 121 milhões, com financiamento art ilhad
ciclov ia co mp
nas travessias”. parcial do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID).
Em alguns casos, as rampas pré-
>> PISOS diferenciados
fabricadas foram trocadas por outras
que têm um tipo de piso que aten- >> NOVOS CAMINHOS no
da às exigências legais. “O projeto EM AÇÃO Calçadas trânsito da cidade
é acompanhado pelo CREA-PR, que antiderrapantes vão garantir
orienta para que a obra atenda a to- mais segurança para pessoas com >> RAMPAS de acesso a
dos os cidadãos de forma deficiência: benefício equipamentos
indiscriminada”, afirmou.
, pis ta
A norma ABNT 9050 >> RAMPAS entre calçada
estabelece tipos de pisos, e meio-fio
que precisam ser lisos e
dores
antiderrapantes; incli- >> PLATAFORMAS e eleva
nação das rampas, de
no máximo 8 graus;
detalhes como piso de
relevo no entorno de
19
SETOR ELÉTRICO Falta fiscalização e punição
Instalações
Norma ainda
não é cumprida elétricas
seguras
na maioria das
construções e
coloca em risco
a segurança
em prédios e
residências
por SANDRA SOLDA
NORMA Exemplo de instalações elétricas que trazem riscos para residências e prédios (à esquerda e meio) e instalação bem-feita (à direita)
RECU PER A ÇÃ O
PLA NEJA DA
22
DER Técnicos acompanham projetos
Há profissionais e conhecimento no País
para projetos, mas prazos curtos para obras Fiscalização
dificultam planejamento supervisionada
por SANDRA SOLDA falarmos sobre indisponibilidade de O DER (Departamento de Estra-
recursos, precisamos de planeja- das de Rodagem) é o órgão respon-
Os principais eixos rodoviários mento adequado. Os projetos rodo- sável pela fiscalização, execução e
do País foram construídos há mais viários são contratados em prazos entrega das obras. O secretário de
de 50 anos. Uma pesquisa divul- muito curtos e com foco na execu- Transportes do Paraná, Rogério Ti-
gada recentemente pela CNT (Con- ção imediata da obra, o que impede zzot, explica que todos os projetos
federação Nacional do Transpor- o bom planejamento”, afirma. são acompanhados por técnicos.
te), avaliou 87.592 quilômetros de Djalma cita como exemplo o “Mesmo quando contratamos ter-
rodovias do Brasil e mostrou que PAC (Plano de Aceleração do Cres- ceiros para desenvolvimento de
73,9% (64.699 quilômetros) das cimento), programa do governo projetos ou fiscalização, os técnicos
estradas apresentaram algum pro- federal que prevê o investimento do DER participam ativamente das
blema no pavimento, sinalização de R$ 24,6 bilhões até 2010 em decisões”, afirma.
ou de geometria da via. transporte. “A inexistência de um No Paraná, as obras em exe-
Para piorar a situação, a in- estoque adequado de projetos tem cução são fiscalizadas pelo Tecpar
dústria desenvolve caminhões sido fator limitador para a execu- (Instituto de Tecnologia do Paraná).
com capacidade de carga cada vez ção de parte das obras previstas”, “O convênio possibilitou a recupe-
maior, acima da capacidade su- diz Djalma. Mas o engenheiro re- ração de mais de cinco mil quilô-
portada pelas rodovias brasileiras. força que o Brasil tem muitos pro- metros de estradas em todas as re-
Para o engenheiro civil Djal- fissionais e conhecimento. “Temos giões do Estado”, explica.
ma Martins Pereira, é preciso um know-how suficiente para a for-
levantamento periódico da situa- matação de projetos adequados às
ção das estradas. “Para ter conhe- nossas necessidades”.
cimento efetivo da situação atual, O engenheiro civil Edmundo
precisamos de dados periódicos so- Talamini Filho estima que a obra
Divulgação/SESCS
bre volume, classificação de tráfego, de construção de uma rodovia de
parâmetros estruturais e funcionais aproximadamente 30 quilômetros
ligados ao pavimento e demais ele- de extensão necessita de dois anos
mentos da estrada”, afirma. para ser executada. Para a recu-
Segundo ele, a solução para a peração de uma rodovia da mes-
malha rodoviária começa por um ma extensão, o tempo necessário
planejamento adequado. “Antes de é de um ano.
IMPRUDÊNCIA
A maioria dos acidentes ocorre:
24
INOVAÇÃO Projetos modernos
Projetos de engenharia
proporcionam soluções
NÚMEROS
As condições das estradas bra-
sileiras contribuem para o alto índi-
tões ambientais e de seguranças dos
usuários. “Mas para que isso se torne alarmantes
ce de acidentes no País. Segundo a uma realidade é necessária uma re-
Polícia Rodoviária Federal, até o mês muneração adequada e prazos condi- Confira os dados da Pesquisa
de outubro deste ano aconteceram zentes para a concepção, maturação, Rodoviária CNT 2007
99.449 acidentes nas rodovias de discussão e revisão dos projetos.”
todo o País. Segundo ele, somente com con-
O engenheiro Djalma destaca que dições de trabalho adequadas pode- 54,5% da malha rodoviária analisada
um projeto de engenharia inovador se chegar à elaboração de projetos de (47.777 km) estão com o pavimento em
tem muito a contribuir para as ques- excelência nessa área. estado regular, ruim ou péssimo
Trabalham em uma obra vários profissionais: 39% da extensão avaliada têm placas com
a legibilidade deteriorada (31.880 km)
ENGENHEIRO RESIDENTE TOPÓGRAFO
37,5% não possuem placas de limite de
ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO LABORATORISTA velocidade (32.815 km)
Estéfano Lessa
Leandro Taques
ão nas estradas
PERIGO Falta de manutenç
contribui para acidentes
26
Divulgação/CREA-PR
IN
>>
LOCO
Confira as ações
em cada região
NOROESTE
TECERAM em 22
AS FISCALIZAÇÕES ACON
das rod ovi as BR-487, entre
quilômetros
e na PR-556, nas
Campo Mourão e Iretama,
vaí , entre São João do
proximidades de Parana
Caiuá.
Caiuá e Santo Antônio do
CAMPOS GERAIS
PREVENÇÃO CREA-PR realiza ações de fiscalização em parceria
U que a Rodovia
com entidades em 300 quilômetros de rodovias: trechos perigosos A FISCALIZAÇÃO REVELO
Estadual PR-092, ent re os municípios de
e Ara pot i, est á em péssimo estado
Jaguariaíva
verificou que em
de conservação. A equipe
DE OLHO Laudos apontam precariedade ovi a foram feitas obras
alguns trechos da rod
rar as condições
emergenciais para melho
situação ainda é
de trafegabilidade, mas a
CREA-PR fiscaliza precária, colocando em
motoristas.
risc o a segurança dos
27
SEGURANÇA Falta de manutenção pode causar acidentes
MECÂNICA em ordem
Cerca de 46% dos veículos inspecionados apresentam algum defeito
por SANDRA SOLDA to voltou a ser discutido atualmente Código de Trânsito, há dez anos –,
com os grandes acidentes que ocor- dos custos desses acidentes para a
Manter os veículos com um mí- rem por falta de manutenção dos sociedade, da importância da ins-
nimo de condições de segurança. veículos. “Os manuais do proprie- peção veicular e dos benefícios que
Esse é o principal objetivo da inspe- tário têm um plano de manutenção ela pode trazer para a segurança. O
ção veicular periódica, prática ain- que deveria ser seguido”, afirma. objetivo é determinar qual seria o
da não obrigatória no Brasil, mas O engenheiro vai apresentar seu impacto, em curto e médio prazos,
adotada há mais de 50 anos nos trabalho “Programa de Inspeção e da implantação do controle da con-
países da comunidade européia. No Manutenção de Veículos em Uso - dição de trafegabilidade no Brasil.
Rio de Janeiro é realizada a inspe- Custos da não implantação” em no- Paulo Gottlieb é assessor geral
ção anual obrigatória de emissões vembro, no XVI Congresso e Expo- do Grupo Consultivo Regional para
de poluentes. sição Internacionais de Tecnologia América Central e do Sul da Cita (Co-
Paulo Gottlieb, engenheiro me- da Mobilidade SAE BRASIL. mitê Internacional de Inspeção Vei-
cânico que há 18 anos atua no setor O trabalho trata dos altos índi- cular), que reúne empresas e gover-
automotivo e há 15 anos com ins- ces de acidentes de trânsito – mes- nos onde está implantada a inspeção
peção veicular, explica que o assun- mo após a implantação do Novo veicular obrigatória no mundo.
Imagens: Leandro Taques
DADOS
>>
Acervo técnico
Convênio entre CREA-PR e SEOP valoriza profissionais da área técnica
CREA-PR
> VIABILIZAR O RESGATE do Acervo Técnico das atividades exerci-
das no passado conforme as determinações normativas vigentes na
data do requerimento, atualmente estabelecidas na Resolução nº
394/95 do CONFEA, desde que, à época, o profissional empregado
da SEOP ou a ela vinculado, através do convênio, estivesse com seu
registro regular e em dia com suas obrigações perante o CREA-PR.
29
EMPREENDEDORISMO Incubadora tecnológica incentiva projetos inovadores
por JULIO CESAR LIMA As empresas incubadas contam empresa está em fase de expansão e
com assessoria de marketing, jurídica logo será graduada, quando deixa-
O IEP (Instituto de Engenharia e administrativa, além de consultoria rá as dependências da incubadora.
do Paraná) inovou com a criação de especializada, cursos de capacitação, “Com o aprendizado de novas téc-
uma incubadora tecnológica (a IE2P), participação em feiras e eventos. Es- nicas, consegui expandir atividades
em setembro de 2003. Foi a primeira tratégias para inserir o empresário no e vislumbrar oportunidades”, disse.
entidade de classe do Brasil a ofere- mercado. Ricardo Luiz Araújo, enge- Com os projetos de sua empresa, vol-
cer incentivo a projetos inovadores nheiro eletricista, trabalhou durante tados para a área de software, Táci-
na área de engenharia. Além de fo- 11 anos no Lactec, antes de criar a to tem participado de concorrências
mentar a pesquisa com o apoio a sua empresa, a Emfield, especializa- públicas e venceu, recentemente,
profissionais e alunos de engenharia. da na área de ensaios elétricos. “Eu processo licitatório da Eletronorte.
“A realidade do nosso País, com fazia mestrado quando soube da in- O engenheiro mecânico Roberto
grande carga tributária, dificulta o cubadora e resolvi concorrer a uma Gregório da Silva Jr., presidente da
surgimento de novos empreendi- vaga. Desde então desenvolvo pro- Engenova, empresa gestora da in-
mentos. Por meio da incubadora os jetos na estrutura física da incuba- cubadora, acredita que é um desafio
profissionais recebem o incentivo dora, um apoio fundamental”, disse. criar condições para que as empresas
que faltava para desenvolver seus O engenheiro eletricista Tácito se desenvolvam.“Temos necessida-
trabalhos”, disse a gerente da incu- Fieker está com sua empresa, Cad- des financeiras para prosseguir com
badora, advogada Silvana Chociay. graph, na incubadora, desde 2004. A esse incentivo às empresas”, concluiu.
30
>> PRIMEIRO OPORTUNIDADE
PASSO
Para participar
Confira quais são as empresas incubadas
Para ingressar na IE2P, o candi-
e o que desenvolvem dato precisa agendar uma entrevis-
ta. Caso o projeto seja enquadrado
dentro do escopo da incubadora, a
CADGRAPH SOLUÇÕES EMFIELD CONSULTORIA proposta será submetida à análise de
PARA ENGENHARIA EM ENSAIOS ELÉTRICOS uma Comissão de Avaliação, formada
LTDA. atua no LTDA. atua na área de ensaios por consultores e engenheiros asso-
desenvolvimento de elétricos especializados, ciados ao IEP.
aplicativos gráficos para investigação e solução de A incubação de empresas é rea-
engenharia elétrica em problemas de compatibilidade lizada através das seguintes moda-
lidades: Empresa Residente, aquela
projetos de subestações de magnética em instalações
que reside na incubadora, e Empresa
energia, usinas hidrelétricas dos setores elétrico, de
Associada, que desenvolve suas ati-
e plataformas de petróleo. telecomunicações, industrial
vidades em instalações externas e/ou
e de petróleo. próprias. Ambas contam com os mes-
AGNES ELETRÔNICA mos serviços de apoio.
E AUTOMAÇÃO THINKTECH ENGENHEIROS
A incubadora possui capacidade
INDUSTRIAL LTDA. ASSOCIADOS LTDA. para atender, simultaneamente, oito
desenvolve soluções de Empresas Residentes e um número ili-
atua na área de automação
engenharia e gestão de mitado de Empresas Associadas. Todas
industrial no projeto
processos para o setor de rochas as empresas incubadas na IE2P devem
e desenvolvimento de
ornamentais. estar formalmente constituídas. Mais
Sistemas Eletrônicos
Customizados de Automação informações pelo telefone 41 3079-
GHIBLI DO BRASIL LTDA. 5671 ou e-mail silvana@iep.org.br
(CAES), equipamentos trabalha na área de Soluções
eletrônicos para medição Tecnológicas para Limpeza
de nível e umidade e Industrial. Seus principais
Sistemas de Processamento produtos são Aspirador com Alto SERVIÇOS
de Imagens para Indústria Poder de Limpeza e a Lavadora de Tácito Fieker
(I2PS), especificamente na Alta Pressão. está na
Granulometria de Materiais incubadora
e Imageamento. ROVTEC INDÚSTRIA E desde 2004:
COMÉRCIO desenvolve e apoio essencial
ASPECT AUTOMAÇÃO comercializa produtos e projetos para lançar
LTDA. atua com soluções de sistemas de base tecnológica empresa no
Leandro Taques
31
RESPONSABILIDADE Normas de acessibilidade devem ser previstas
FALTA DE
ACESSIBILIDADE
gera denúncias
Profissional responsável pela obra
corre o risco de ser advertido
por JULIO CESAR LIMA
FISCALIZA
dios públicos, além de outra em prédio par-
ticular, todos na cidade de Curitiba. Foram
instaurados 29 processos administrativos e
ÇÃO
>>
ajuizada uma ação civil pública.
Os profissionais responsáveis pelas obras Veja como a
judar nesse
que não prevêem a acessibilidade correm ris- processo
cos de receber advertência, suspensão e mul- TODO CIDAD
ta. Segundo o assessor jurídico do Crea-PR,
ÃO pode fazer de
n
úncias de falt
Kristian Cobra, a entidade não diz como o ELAS PODEM a de acessibi
SER feitas aos lidade
profissional deve realizar seu trabalho, pois esta dual e munic ór gãos da adm
ipal inistração pú
há a sua responsabilidade na ART (Anotação blica federal,
OS CONSEL
de Responsabilidade Técnica). “O profissio- HOS NACIO
Portadora de NAL, Estadual
nal deve prever o direito ao acesso às pesso- Def iciência e as eM unicipal dos
deficiência ta organizações Direitos da Pe
as com deficiência e evitar qualquer tipo de mbém têm le representativa ssoa
Ministério Pú gitimidade e s de pessoas co
constrangimento, mas no caso dos prédios blico podem ser ac m
ionados, assi
mais antigos existe a possibilidade de adap- APÓS AS DE m como o
tação às novas normas, também prevista em
NÚNCIAS, os
implementar do
as soluções pa nos dos imóveis precisam
lei”, disse. Segundo ele, é uma questão de ra eliminação apresentar e
NO CASO D das barreiras
n
ética o profissional assumir riscos por causa E DE o prazo estabe
de uma obra que desrespeita esses direitos. justiça a subm NÚNCIA ao Ministério lecido
ete à apreciaç Pú blico Estadual
O CREA-PR promove ações de fiscaliza- ão técnica e , o pr omotor de
CASO SEJA jurídica
ção em prédios públicos e locais de grande PROCEDENT
solicitando ao E, é instaurado
circulação. Recentemente acompanhou essa proprietário um processo
das barreiras. do imóvel as administrativ
questão na obra da Linha Verde e fiscalizou Se necessário, adequações o,
de Conduta (T será celebrad para eliminaç
os aeroportos de Londrina e o Afonso Pena, AC) o um Termo ão
de Ajustamen
em Curitiba to
32
ACÚSTICA
LONGEDOS
RUIDOS
Falta de projeto inicial de acústica
compromete funcionalidade do ambiente
CONFORTO ACÚSTICO
Projetos de acústica podem ser uma
oportunidade para profissionais da área 33
RESIDÊNCIA TÉCNICA Impulso ao mercado de trabalho
Oportunidade prática
Programa de educação continuada agrega novos
conhecimentos e experiência para profissionais
MAIS
estados”, ressalta o engenheiro civil ressado. “Pretendemos, em um futuro
Mauro Lacerda, coordenador do pro- próximo, oferecer esta oportunidade
grama e diretor da Escola de Engenha- aos nossos profissionais”, enfatiza o
ria e Arquitetura da UFPR. O Governo engenheiro agrônomo Luis Lucchesi,
Conheça os detalhes do Estado investiu R$ 400 mil no pro- presidente da Associação dos Enge-
grama, por meio do Fundo Paraná. nheiros Agrônomos do Paraná.
do Programa de
Residência Técnica
NA PRÁTICA Engenheiros civis e arquitetos da primeira turma da residência: aperfeiçoamento
PROFISSIONAIS
Engenheiros civis ou arquitetos
PRÉ-REQUISITO
Ter até três anos de formado
BOL SA-AUXÍLIO
R$ 1.10 0
PRÓXIMA TURMA
2008
Estéfano Lessa
INFORMAÇÕES
34 www .tecnologia.ufpr.br
desenho urbano
Estéfano Lessa
CONTRA O CRIME
Espaço
Residencial
No livro “A prevenção
do crime através do
desenho urbano”, o co-
ronel da Polícia Militar
do Paraná Roberson
Luiz Bondaruk dá dicas
CONTRIBUIÇÃO Arquitetos devem participar da elaboração dos planos diretores importantes sobre como os projetos
podem trazer segurança para resi-
dências e espaços comerciais.
DESENVOLVIMENTO DICA
PLANEJADO
Não basta investir na chamada segu-
rança de fachada, que ocorre quando se
coloca um aparato de segurança na par-
te frontal da residência, deixando-se as
laterais ou fundos desguarnecidos. Além
de não melhorar efetivamente a segu-
rança da residência, costuma desafiar a
Formação ampla coordenadora da Câmara Especia- inteligência do delinqüente, que sempre
lizada de Arquitetura do CREA-PR, verifica as possibilidades de acesso fur-
da categoria é os profissionais podem e devem tivo na residência que pretende atacar,
fundamental opinar na elaboração e nos ajustes antes de praticar um delito.
“
do Plano Diretor. “Os arquitetos
para reduzir as e urbanistas têm o conhecimento
disparidades espaciais para integrar as ações com atenção Os profissionais devem estar
especial para as dezesseis diretri- atentos e prever as condições de segu-
e a concentração de zes da legislação federal, visando à rança nos projetos de residências. Uma
oportunidades de redução das disparidades espaciais das principais ações seria a definição
e da concentração de oportunida-
desenvolvimento des no desenvolvimento”, diz.
territorial do espaço, em que todas as
áreas internas e externas estariam sob
No Paraná, essas intervenções
o controle ou a influência dos residen-
urbanas nos planos diretores são
tes. Acredito que a integração das resi-
por JULIO CESAR LIMA realidade. Cerca de 300 municí-
dências urbanas com áreas comerciais
pios estão com seus planos em an-
”
Criado para dar autonomia no e sociais também auxilia no fortaleci-
damento, sendo que a metade foi
direcionamento e planejamento de mento da segurança dessas casas.
aprovada nos legislativos locais,
diretrizes para ocupação das cida- segundo dados da Secretaria de
des, o Plano Diretor dos Municípios Desenvolvimento Urbano (Sedu- Arquiteta Zenaide Narciso Basso,
é elaborado de maneira democrática, Paranacidade). Esse número supe- presidente da Sociedade de Arquitetura
com envolvimento de representantes ra a meta federal. e Urbanismo de Cascavel
da sociedade. Todos os municípios do “Agora vamos avaliar se essa
Paraná são obrigados a elaborar seu recente produção de Planos Dire-
Divulgação/CREA-PR
35
COOPERATIVAS Importante papel econômico e social no Paraná
Divulgação/OCEPAR
EXEMPLO DE
ORG A N I Z A Ç Ã O
No Estado existem 231 direto. O faturamento previsto para o Segundo Koslovski, o desafio atu-
final de 2007 é de R$ 18 bilhões. al das cooperativas é oferecer produtos
cooperativas, que geram “Estas cooperativas são funda- com maior valor agregado, que che-
773 mil postos de mentais para a implantação de novos guem direto ao consumidor. O objetivo
projetos, que agregam valor aos pro- é ter uma participação crescente desde
trabalho e são destaque dutos primários e melhoram a renda a produção até a prateleira.
em todo o País do cooperado”, explica o engenheiro As cooperativas expandiram as
agrônomo João Paulo Koslovski, pre- fronteiras agrícolas e passaram a de-
sidente do Sindicato e Organização senvolver-se também no meio urbano
por VANDA RAMOS das Cooperativas do Estado do Paraná nas áreas da saúde, trabalho, turismo
(Sistema Ocepar). e lazer, consumo, educação, habitação
Divulgação/OCEPAR
Líder nacional de produção e pro- Segundo ele, 850 engenheiros agrô- e crédito.
dutividade agrícola, o Paraná ocupa nomos trabalham nas cooperativas do As cooperativas de crédito também
lugar de destaque no ranking de or- Estado. “O trabalho da assistência téc- têm uma participação representati-
ganizações cooperativas do País. nica das cooperativas paranaenses é es- va no Estado, sendo 65 no total, com
Os números justificam esta sencial para o desenvolvimento da nos- uma receita bruta de R$ 760 milhões
posição: são 231 cooperativas sa agricultura. Dentro desta estrutura em ativos e movimentação de apro-
em todo o Estado, totalizando técnica existem diversos profissionais, ximadamente R$ 2 bilhões, em 2006,
mais de 451 mil associados entre os quais, os engenheiros agrôno- ano em que foram feitos mais de 252
e 773 mil postos de trabalho mos, verdadeiros difusores da tecnolo- mil empréstimos. No Paraná, há três
gia no campo”, afirma Koslovski. sistemas de crédito organizados em
As mais representativas são as 77 centrais e filiadas ao Sistema Ocepar:
DESAFIO O engenheiro agrônomo cooperativas agropecuárias, respon- Sicredi, Sicoob e Unicred. Há ainda
João Paulo Koslovski sáveis por 55% do Produto Interno cooperativas de crédito urbano e rural
ressalta a importância Bruto (PIB) agrícola brasileiro e 16,5% não vinculadas às centrais. O CREA-
do cooperativismo: do PIB do Estado. Elas respondem pela PR estuda a possibilidade de criação de
produtos com maior exportação de mais de 40 produtos uma cooperativa de crédito para aten-
36 valor agregado para cerca de 70 países. der aos profissionais vinculados.
>>
IMPORTÂNCIA Atendimento a cerca de 1/3 da população rural
EM
CASTROLANDA
Fábrica de rações
em Piraí do Sul:
mais valor à
Divulgação/OCEPAR
matéria-prima
37
PROFISSÃO E MERCADO um guia de oportunidades
Mercado Profissionais
formados são
insuficientes para
ATRIBUIÇÕES
por SANDRA SOLDA
09 A 13/12
2º SIMPÓSIO BRASILEIRO
DE DESASTRES NATURAIS E
TECNOLÓGICOS
O simpósio acontece em Santos (São
Paulo) e tem por objetivo reunir a
iniciativa privada, poder público,
comunidade científica e terceiro
setor para discutir riscos relativos
aos desastres naturais e tecnológicos,
sua ocorrência, controle, custos
e aspectos correlatos. Mais
informações pelo telefone (11) 3522-
8164 ou no site www.acquacon.com.
br/2sibraden
Ato e conseqüência
Há uma teoria que diz alegoricamente que uma causa camadas mais profundas de solo, ser arrastada pela chuva
não se limita ao seu primeiro efeito. É a teoria da asa e incorporar-se a lençóis e cursos de água. E a coisa por aí
da borboleta. Seu enunciado pode ser resumido em uma vai fazendo novos efeitos que, dois ou três passos adiante
frase: “o simples farfalhar das asas de uma borboleta, aqui já se mostram imprevisíveis.
em meu jardim, desencadeia uma sucessão de eventos Aquele engenheiro que projetou o software de comuni-
atmosféricos que pode resultar em uma tempestade lá no cações da torre de controle de Brasília – que falhou em
Oceano Pacifico”. determinado momento – poderia imaginar que uma crian-
Vale dizer, todo evento é uma causa que produz um ça em São Paulo viria a ficar sem um salvador transplante
efeito. Todo efeito é uma nova causa de outro efeito e de fígado? Com certeza tal conseqüência dramática jamais
assim, em cadeia, ao infinito. As circunstâncias, adidas poderia ter lhe passado pela cabeça. Mas, aconteceu. E a
de outras causas convergentes, podem potencializar o causa primeira talvez tenha sido o mau funcionamento
impacto de um efeito lá, mais adiante. Esta mísera borbo- do equipamento aeronáutico que atrasou todos os vôos,
letinha pode derrubar um Boeing no Taiti. E, o pior, é que inclusive o que levaria o órgão a ser transplantado.
nem sempre podemos prever tal catástrofe. A imprevisi- Com certeza, o arquiteto que planejou o calçadão do
bilidade das cadeias de eventos trabalha contra a procura centro de sua cidade em petit-pavé não desejou, nem
de um efeito desejado e circunscrito a ele mesmo. imaginou que alguém, um dia, muitos anos depois, nele
Lepidópteros esvoaçantes não são do interesse apenas escorregaria e se lesionaria gravemente. A pedra calcá-
de entomologistas e eventualmente de meteorologistas. ria, com o uso intenso, tornou-se perigosamente polida
Isto vale para o exercício de nossas profissões que são e mostrou-se inviável de receber manutenção antiderra-
proativas e resolutivas. Ao menos como alegoria, merecem pante do órgão público responsável.
a atenção de todos os promotores de mudanças. Nós, Em nenhum caso podemos esticar o dedo e apontar
engenheiros, arquitetos e agrônomos buscamos resultados culpados. Todos agiram de boa-fé. Todos foram impeca-
antecipando o futuro. Somos buscadores de transforma- velmente corretos em seus projetos e prescrições. Casos
ções no meio, com vistas ao processo civilizatório, pois fortuitos não são obras da tecnologia. Nenhuma borbole-
esta é a razão ética de nossas profissões. Todo dia fazemos ta voa com a intenção de derrubar aviões do outro lado
com que nossas asas tecnológicas batam em nosso quintal do mundo.
profissional promovendo vôos resolutivos para a satisfa- No entanto, o que se espera é que cada profissional
ção de nossos clientes, pois esta é a nossa missão. tenha em mente o potencial de ofensividade de seus atos.
O agrônomo, ao prescrever um defensivo para Que em cada solução anteveja um novo problema que ela
erradicar uma lagarta, visa à fitossanidade da lavoura pode causar. Que a cadeia de eventos, ainda que impre-
que atende. É nobre a intenção a de proteger o produto visível, seja cercada de cautelas iniciais para amenizar
de seu cliente para assegurar rentabilidade e qualidade possíveis efeitos danosos. É nosso dever ético contri-
do alimento no mercado. Porém, deve ter em mente as buir com a incolumidade pública, com a preser-
possíveis conseqüências desta sua boa intenção. A lagarta vação ambiental, com a paz e a segurança
incorpora uma cadeia alimentar natural. O aplicador da das pessoas.
química é um ser humano também suscetível ao contato Nenhuma borboleta, por propó-
com o pesticida. A molécula é solúvel e pode atingir sito, é um animal daninho.
GESTÃO Luiz Forte Netto, da SEDU, e Moacyr Fadel Júnior, da AMP, opinam sobre a Conferência das Cidades
Alavanca para
momentos em que o poder público e a sociedade civil se
encontram para definir as diretrizes da construção de
cidades mais igualitárias.
Mais do que um espaço aberto ao debate franco sobre a
política urbana entre todos os cidadãos, as conferências são o
o desenvolvimento
primeiro passo para que cada esfera governamental – municipal,
estadual e nacional – elabore e execute ações e programas Não poderia ser mais relevante o debate que o governo fede-
adequados às suas necessidades e demandas sociais. ral, o governo estadual, os municípios e a sociedade civil estão
Espaço que assume caráter permanente. De acordo com fazendo por meio das Conferências das Cidades. Não há instru-
o Decreto nº 1.483, de 26 de setembro de 2007, o Paraná mento mais eficaz e democrático para definir as políticas de
regulamenta a implantação dos seus conselhos municipais, desenvolvimento urbano das 5,5 mil prefeituras brasileiras.
regionais e Estadual das cidades, cujas representações são Isto ficou claro quando participamos, no dia 26 de setembro,
referendadas no processo das conferências. da 3ª Conferência Estadual das Cidades, em Foz do Iguaçu. Na
Estes órgãos colegiados – formados por representantes ocasião, definimos dez propostas do Paraná para todo o País,
do poder público, movimentos sociais e populares, que foram apresentadas no encontro nacional, em Brasília.
trabalhadores, empresários, profissionais acadêmicos e A formulação destas propostas só foi possível porque os
de pesquisa e organizações não-governamentais – serão 1.092 representantes do poder público que participaram do
indispensáveis para a distribuição dos recursos do Plano de encontro, todos eles eleitos nas conferências municipais e regio-
Aceleração do Crescimento (PAC). nais, entenderam a seriedade e a importância da participação
No Paraná, o Conselho Estadual das Cidades será ativa de suas entidades no processo.
responsável pela definição das normas e prioridades para As Conferências das Cidades têm extrema importância
formulação da Política de Desenvolvimento Econômico do porque permitem uma plena interação entre os diferentes
Estado (PDE) e poderá emitir orientações e recomendações órgãos governamentais e a sociedade. Constituem-se em
relacionadas ao desenvolvimento urbano e regional, por um momento privilegiado para a formulação, articulação e
meio de resoluções. discussão de propostas que conduzam ao desenvolvimento
Além de sugerir e recomendar a aplicação dos recursos democrático e justo dos municípios. Foi isto o que aconteceu
para a criação e execução de novos programas relacionados em Foz do Iguaçu. É isto o que acontece em todas as cidades
às políticas públicas, os conselhos vão garantir a utilização onde as Conferências têm se realizado.
responsável de instrumentos como os fundos Nacional Este debate torna-se ainda mais relevante na medida em
e Estadual de Habitação de Interesse Social (FHIS); a que o Estatuto das Cidades completa seis anos de existência.
regulamentação de projetos de regularização urbana, As Conferências das Cidades têm papel crucial na garantia da
com a Lei de Responsabilidade Territorial Urbana e o execução das políticas públicas definidas na lei. Por isso, os
desenvolvimento de ações da Política Federal e do Plano prefeitos do Paraná são e serão sempre parceiros da União e do
Nacional de Saneamento Básico – resoluções retiradas de Estado nas Conferências. Mais do que espaços democráticos,
conferências das cidades anteriores. elas são uma ferramenta poderosa para alavancar o desenvol-
vimento nas nossas cidades.
Luiz Forte Netto é secretário de Estado do Desenvolvimento
Urbano, superintendente do Paranacidade e sua formação é em Moacyr Elias Fadel Junior é presidente da Associação dos
Arquitetura e Urbanismo Municípios do Paraná e prefeito de Castro
41
DE PONTA novidades a seu favor
Valor agregado
>>
ODORES
Tratamento por PATRÍCIA BLÜMEL
de chapa Redução de
Durante pesquisas com diferentes ma- partículas nocivas
com Cleaneo, térias-primas para o desenvolvimento do
que inclui drywall, sistema construtivo que substitui as
paredes internas de tijolos ou blocos, técnicos
o mineral da Knauf Drywall descobriram uma nova apli-
100% 100%
zeolito, cação para o produto. O tratamento das cha-
pas Delta, do drywall, com Cleaneo, uma com-
recebe nova posição especial de gesso e outros agregados,
aplicação como entre os quais se destaca o zeolito, um mineral
catalisador de rocha vulcânica, funciona como um catali-
sador, um purificador de ar. 28% 22%
“A descoberta foi feita em fevereiro de 2007
e, em outubro, o produto foi lançado, oficial-
mente, em todo o mundo. Foi uma inovação
porque nunca foi usado um produto parecido
na construção civil”, explica o engenheiro ci- Nível inicial de
vil Omair Zorzi, gerente técnico da Knauf. Formaldeídos 100%
Segundo ele, o crescimento da aplicação
do produto na construção civil tem sido de Nível inicial de Benzol 100%
40% ao ano. As chapas Delta com Cleaneo
têm aplicação em ambientes fechados, como Nível de compensação
escritórios, escolas, hotéis e restaurantes, onde
nem sempre o ar tem a qualidade ideal ou é
suficientemente renovado.
>>
APLICAÇÃO
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