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Introdução

Em meio aos fogos de artifício que marcavam a passagem de 2019 para 2020,
imagino que 11 em cada 10 investidores apostavam que este ano seria muito bom
para os mercados.
No cenário externo, as
incertezas globais relativas
a guerra comercial vinham
diminuindo e, por conse-
quência, afastando o fan-
tasma da recessão global.
No Brasil, depois de anos
de lentidão da economia,
parecia que finalmente es-
távamos prontos para alçar
voos mais altos no crescimento econômico.

Tudo parecia se encaixar, como peças em um quebra-cabeça. Entretanto, na volta


do carnaval, com a notícia de que o coronavírus havia se espalhado na Europa, o
cenário mudou drasticamente.

Conforme os participantes do merca-


do foram reconhecendo a gravidade da
situação e entendendo que a resposta
dos governos no combate à pandemia
teria como consequência um shutdown
das principais economias, vimos uma
sangria forte nas principais bolsas
globais.

E, claro, neste processo nós não fomos


exceção. A queda no mercado brasilei-
ro foi a mais rápida da história, não
poupando nenhuma ação ou setor se-
quer. Ela também não discriminou in-
vestidores, afetando tanto gestores
experientes quanto as pessoas físicas.
Abaixo, compilamos uma lista de 29
gestores e seus resultados no mês de
março e o no acumulado do ano (31/03): Fonte: Economatica e Nord Research

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Na lista acima fica claro que grande parte da indústria sofreu mais que o Ibovespa
— alguns muito mais e outros menos.

O caso da Alaska chamou muito a atenção por ter sido, de longe, o mais crítico —
com perdas acima de 60%.

Mas, antes de explicar o ocorrido, vamos falar um pouco da gestora.

Sobre a Alaska
A Alaska é uma das gestoras de ações mais co-
nhecidas no mercado brasileiro, com mais de 200
mil cotistas e gerindo mais de 6 bilhões de reais.

O primeiro ponto interessante da casa é que,


apesar do tamanho, um terço dos recursos
pertencem aos sócios — bem acima da média
do restante da indústria de fundos de ações.

Acreditamos que essas grandes somas de re-


cursos são uma sinalização importante, mos-
trando para o cotista que ambos estão no
mesmo barco.

Na gestão temos figuras importantes como


Henrique Bredda, gestor com mais de 15 anos de experiência em análise de ações,
e a lenda Luiz Alves Paes de Barros, um dos
maiores investidores pessoa física do mercado
brasileiro.

Mesmo com esse time de craques, a notoriedade


não veio por meio dos seus currículos, mas por te-
rem apresentado grandes resultados desde o ínicio
da casa em 2011.

Já são nove anos de construção dessa história, com


um retorno acumulado de 303%, contra 48% do
índice Ibovespa.

Além destes resultados espetaculares, o que colocou


eles ainda mais nos holofotes dos investidores foi te-
rem acertado o case de maior valorização da bolsa brasileira nos últimos anos: a
Magazine Luiza (MGLU3).

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A equipe resolveu investir na
empresa na segunda metade de
2015, em meio a uma das maio-
res crises econômicas já vistas
na nossa história e com o varejo
passando por um dos seus dias
mais sombrios.

A companhia sofria uma situação


dramática, tendo perdido mais
de 70% do seu valor de mercado
desde o IPO — chegando a valer
um pouco mais de 300 milhões
de reais.
Fonte: Economatica e Nord Research
Passado cinco anos, graças a todas as transformações feitas internamente, hoje a
varejista vale algo em torno de 82 bilhões — uma multiplicação de valor na ordem
de 273x.

Apesar do investimento em Magazine Luiza ter ajudado a marcar a história da


gestora, o sucesso não vem só desse acerto.

Na verdade, o fundo geralmente possui entre 15 a 20 empresas, onde a varejista faz


parte desse grupo.

Mas não é só da compra de ações que vive a Alaska.

O que houve com a Alaska?


Antes de entender o que aconteceu, precisamos compreender que a gestora
possui dois tipos de estratégia: a do Alaska Black Institucional FIA e do
Alaska Black FIC FIA — BDR nível I.

Comecemos pela primeira, uma vez que ela é a mais simples. O Alaska
Institucional é o fundo de ações tradicional, como aquele que você
encontra em grande parte da indústria.

Por regulamento, ele precisa ter pelo menos 67% dos recursos alocados
em bolsa. Não pode alavancar, fazer day trade ou qualquer outro tipo de
estratégia com derivativos.

Por conta desse mandato mais amarrado e cheio de restrições, esse veículo
recuou em linha com a bolsa e o resto da indústria — algo como 32,19% no
mês, enquanto a média da indústria fez 31,77% e o Ibovespa fez 29,90%.

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Justamente por isso o fundo cha-
mou pouquíssima a atenção. Na
realidade, quase nenhuma.

Enquanto isso, o comportamento


do Alaska Black BDR foi totalmen-
te diferentemente e oferecendo
perdas muito mais significativas
— 62,28% em março, quase o do-
bro do seu irmão.
Fonte: Economatica e Nord Research Isso fez com que boa parte da
performance construída ao longo de 9 anos fosse perdida em questão de dias.

Por que isso aconteceu? Quais as ra-


zões para toda essa diferença? Bom,
para responder essa pergunta preci-
samos entender qual é a estratégia
utilizada neste outro fundo.

O Alaska Black BDR, diferentemen-


te da estratégia anterior, é um livro
aberto, onde o gestor tem um leque
de opções de ativos muito maior à sua
disposição.
Performance Ibovespa e Alaska Black BDR até
Além das posições compradas em ações 30/04/2020 - Fonte: Economática

brasileiras, o regulamento ainda permite que ele invista internacionalmente e


também faça alavancagens nos mercados de juros futuros e de dólar.

É com todo esse pacote de estratégias que a Alaska trabalha desde 2016, gerando
todo o sucesso que obteve.

Nesses últimos cinco anos, em quase todos eles, as posições em dólar foram
detratoras da performance do fundo. No caso dos juros, esse é o segundo ano onde
isso acontece.

Contudo, de forma geral, essas


perdas sempre foram extrema-
mente compensadas por ga-
nhos astronômicos na carteira de
ações — exatamente como mos-
tra a tabela. Fonte: Alaska e Nord Research

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O problema foi que, com a crise do coronavírus, tivemos três golpes certeiros no
fundo.

Enquanto eles estavam vendidos no dólar, o mesmo subiu 15% no mês. Nesse meio
tempo, a bolsa recuava 30% após os 6 circuit breakers e os juros futuros abriram
mais de 200 bps.

E, por incrível que pareça, o fundo estava na ponta contrária de todos esses
movimentos — vendido em dólar, comprado em ações e aplicado nos juros.

A junção desses movimentos é o que explica o fundo ter uma perda de quase 70%
no ano, o que realmente assustou os investidores.

Agora, mesmo entendendo que esse é um evento raro, precisamos enfatizar que
houve também algum erro da gestão em dimensionar a exposição causada pelas
estratégias de juros e câmbio.

Para que fique bastante claro: isso não é segredo para ninguém. O próprio Bredda
já reconheceu inúmeras vezes, apontando que erraram nos tamanhos das posições
alavancadas.

O que fazer se você é cotista?


Se você investiu em algum fundo da Alaska com a cabeça de longo prazo, ou seja,
da maneira como se deve investir em qualquer fundo de Ações, nossa recomen-
dação é que você não faça nada no momento.

Vender em funções das quedas é um dos maiores erros que o investidor pode
cometer.

Se você escolheu seu fundo pelas razões corretas, o que indicamos é que um
resgate só seja feito em caso de mudança do racional na gestora.

Ou seja, caso as condições que foram responsáveis pela decisão de investimento


não existam mais.

Por exemplo: a saída de gestores da equipe, mudança societária importante na


gestora, mudança da estratégia do fundo ao longo do tempo…

Enfim, esses são os aspectos a serem levados em consideração.

Por isso que, quando o assunto é fundos de investimento, é importante não só


olhar a performance passada, justamente porque ela pode levar você a correr ris-
cos que você nem imaginava.

É extremamente necessário você entender qual é o mandato que você está dando

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ao gestor no momento em que você aporta recursos naquele fundo.

No Nord Fundos, eu e o Renato Breia fazemos toda essa curadoria por você. Ao
longo do tempo, nós criamos um processo muito bem estruturado e que tem se
mostrado muito capaz, não só de mostrar os melhores gestores, mas também es-
colher a melhor estratégia.

Um grande exemplo é justamente a Alaska. Quando estudamos a casa, no início


de 2019, sabendo dos riscos que envolviam as estratégias envolvendo juros e
câmbio, preferimos a prudência e consistência do fundo Institucional.

Então recomendamos que nossos assinantes ficassem de fora do BDR — o que,


sem dúvidas, salvou incontáveis somas de dinheiro.

E, claro, estamos vasculhando a indústria o tempo todo. Nossa equipe avalia cente-
nas de fundos de investimento, recomendando para você somente alguns poucos.
Recomendamos o que realmente vale a pena.

Escolher um excelente gestor para tomar decisões de investimento por você pode
fazer muita diferença ao longo do tempo.

Se quiser saber mais, veja a apresentação de nossa série sobre fundos clicando
aqui.

Não invista em nenhum fundo sem entender primeiro os critérios que utilizamos
para escolha deles. Esse conhecimento mudará sua forma de avaliar os fundos
para sempre.

Você encontra tudo isso na série Nord Fundos.

Acompanhe os conteúdos da Nord e invista melhor.

Um abraço,
Luiz Felippo, CNPI

Em observância aos Artigos 20 e 21 da Instrução CVM nº 598/2018, o Analista Luiz Felippo declara:
Que é o responsável principal pelo conteúdo do presente Relatório de Análise;
Que as recomendações constantes no presente Relatório de Análise refletem única e exclusivamente suas opiniões pessoais e
foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à Nord Research;
Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece:
1. Que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por
diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes
produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas
no contexto da estratégia que o norteia.

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