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MÓDULO DE:

PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DE CURSOS DE EAD

AUTORIA:

TERESA CRISTINA MATÉ CALVO


MARIA DA RESSURREIÇÃO COQUEIRO BORGES

Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Módulo de: PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DE CURSOS DE EAD
Autoria: Ma. TERESA CRISTINA MATÉ CALVO

Primeira edição: 2008

CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS

Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste Módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização
e direitos autorais.
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.

Todos os direitos desta edição reservados à


ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA
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Av. Santa Leopoldina, nº 840/07
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES
CEP: 29102-040
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A presentação

Caro(a) Aluno(a).

O Módulo: Planejamento e Avaliação em cursos de EAD trata de temas relacionados à


sistematização do planejamento, implementação, execução e avaliação de cursos
desenvolvidos, segundo a proposta da Educação a Distância; de forma específica os cursos
em ambiente virtual. O objetivo principal deste módulo é capacitar docentes para o
planejamento da Educação a Distância, em todos os contextos de aprendizagem.

Nesse sentido, este módulo trata dos aspectos que ampliam a identificação e a interpretação
de conceitos básicos do planejamento e organização da Educação a Distância. Ao final, será
mais fácil desenvolver e incorporar os recursos da Educação a Distância na prática, a partir
da construção de uma visão panorâmica sobre, como os programas de EAD contribuem para
um projeto educacional e assim, participar de maneira efetiva na produção e avaliação dos
cursos em EAD.

Bom estudo!

Teresa Maté

O bjetivo

O Planejamento em Educação a Distância. Definição de objetivos educacionais. Abordagens


pedagógicas e modelos de curso. Situações de aprendizagem em EAD. O processo de
avaliação de cursos a distância.

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E menta

Capacitar docentes para o planejamento da Educação a Distância.

Promover a apropriação das Tecnologias da Informação e da Comunicação para a Educação


a Distância.

Identificar as interfaces e o material adequado e necessário para a execução dos cursos da


Educação a Distância.

Planejar atividades de aprendizagem em ambiente on-line

Planejar a avaliação de alunos e cursos, em EAD

Organizar a infraestrutura tecnológica

Contextualizar as características da EAD com os procedimentos tecnológicos.

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S obre o Autor

Mestrado em Educação, pela Universidade São Marcos

Pós-graduação em Administração Escolar pela Universidade Salgado de Oliveira Filho

Pós-graduação em Psicopedagogia, pela Parceria UVV/Universidade Estácio de Sá

Pós-graduação em Planejamento Educacional, pela Universidade Salgado de Oliveira Filho

Pós-graduação em Supervisão Escolar, pela Universidade Salgado de Oliveira Filho

Pós-graduação em Tecnologia Educacional Aplicada ao Ensino de 1º Grau, pela Associação


Brasileira de Tecnologia Educacional

Graduação em Pedagogia com Especialização em Orientação Educacional, pela


Universidade Federal do Maranhão

Educadora dos cursos de graduação, na área Pedagógica; professora de cursos de Pós-


graduação.

Consultora Educacional e Palestrante Motivacional e Educacional.

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S UMÁRIO

UNIDADE 1 .............................................................................................................................. 8
Planejamento ....................................................................................................................... 8
UNIDADE 2 ............................................................................................................................ 11
Planejamento nos Cursos de EAD................................................................................... 11
UNIDADE 3 ............................................................................................................................ 14
Tendências de Cursos de EAD on-line............................................................................14
UNIDADE 4 ............................................................................................................................ 17

UNIDADE 5 ............................................................................................................................ 20
Os Princípios Teórico-metodológicos de Moore & Kearsley ........................................20
UNIDADE 6 ............................................................................................................................ 23

UNIDADE 7 ............................................................................................................................ 28

UNIDADE 8 ............................................................................................................................ 33

UNIDADE 9 ............................................................................................................................ 38

UNIDADE 10 .......................................................................................................................... 42
Indicadores de Qualidade e o Sistema de Gerenciamento de EAD: sob o olhar
pedagógico. ....................................................................................................................... 42
UNIDADE 11 .......................................................................................................................... 46

UNIDADE 12 .......................................................................................................................... 51
O Docente na Ação Construtiva do Projeto ....................................................................51
UNIDADE 13 .......................................................................................................................... 56
Navegando nos Conceitos e Reflexões sobre Projetos e a Pedagogia de Projetos ...56
UNIDADE 14 .......................................................................................................................... 61
Projetos e a Interdisciplinaridade .................................................................................... 61
UNIDADE 15 .......................................................................................................................... 63
Pedagogia de Projetos na EAD: uma alternativa? ......................................................... 63
UNIDADE 16 .......................................................................................................................... 67

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Viabilizando a Pedagogia de Projetos .............................................................................67
UNIDADE 17 .......................................................................................................................... 72

UNIDADE 18 .......................................................................................................................... 75

UNIDADE 19 .......................................................................................................................... 79

UNIDADE 20 .......................................................................................................................... 83

UNIDADE 21 .......................................................................................................................... 88
Avaliação da aprendizagem na EAD ................................................................................ 88
UNIDADE 22 .......................................................................................................................... 91
Modalidades de Avaliação ................................................................................................ 91
UNIDADE 23 .......................................................................................................................... 98
A Avaliação na EAD ..........................................................................................................98
UNIDADE 24 ........................................................................................................................ 101
Reflexões sobre A Avaliação na EAD ............................................................................ 101
UNIDADE 25 ........................................................................................................................ 105
Memorial da Avaliação na EAD ...................................................................................... 105
UNIDADE 26 ........................................................................................................................ 110
Passos para uma Avaliação Reflexiva .......................................................................... 110
UNIDADE 27 ........................................................................................................................ 114
Avaliação na EAD ............................................................................................................ 114
UNIDADE 28 ........................................................................................................................ 116
Contribuição dos Softwares para a Avaliação de Resultados na EAD ...................... 116
UNIDADE 29 ........................................................................................................................ 121
O Papel do Docente na EAD ........................................................................................... 121
UNIDADE 30 ........................................................................................................................ 124
Considerações Finais: .................................................................................................... 124
GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 126

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 127

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U NIDADE 1
Objetivos: Apontar conceitos pedagógicos e administrativos para o planejamento em EAD,
fazendo uma aproximação entre duas áreas de análise, Pedagogia e Tecnologia; pilares dos
cursos a distância contemporâneos.

Planejamento

No cotidiano, ações sem planejamento são as mais frequentes,


ou seja, as ações, quase sempre, são sem um planejar
conscientemente, inclusive porque se consegue antecipar
resultados, já que o ser humano é capaz de reordenar e adaptar
suas atividades ainda em curso. Porém, para situações mais
complexas ou não familiares, que envolvem alto risco, alto custo
ou parceria com alguém, por exemplo, o ser humano reflete a
respeito e costuma agir de forma planejada.

Nos cursos da EAD, há um processo educacional específico, bastante heterogêneo e de


múltiplas dimensões onde, as novas tecnologias da comunicação contribuem para o sucesso
do curso considerando o potencial humano envolvido. Nessas condições observa-se que o
planejamento nos cursos em EAD, além de transmitir conhecimento, possibilita ao aluno a
independência e individualização de sua aprendizagem; exercitando e desenvolvendo a
autonomia do discente. Situação bastante propícia para a utilização das novas tecnologias
da comunicação.

Como definir Planejamento:

O Planejamento na Administração

A Previsão da Teoria Clássica da Administração de Henry Fayol (1930) é substituída na


Escola Neoclássica, de Chiavenato (1983) pelo planejamento, na função de coordenar,
comandar, organizar e controlar.

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Assim, planejar é uma atitude que antecipa situações, a partir de contextos previstos, que
permite decidir, de forma racional e objetiva, estratégias adequadas para seguir um eixo que
orienta e mantém as referências de um processo de elaboração das diferentes atividades
humanas.

É pelo planejamento que se constrói um instrumento administrativo, que demanda tempo e


muitas vezes dinheiro e que, por meio dele, propicia observar a realidade presente e projetar
resultados futuros; elaborando os meios apropriados e redirecionando continuamente as
etapas previstas anteriormente para alcançar alguns objetivos pré-definidos.

Dessa forma, se pode entender o planejamento como um processo cíclico, ou seja, um


processo contínuo que envolve interatividade e permanente análise de propostas, situações,
soluções e resultados que, baseados na multidisciplinaridade, interferem nas tomadas de
decisões.

Na Educação é importante o planejamento; com a especificidade que essa área de


conhecimento exige.

O que é Planejamento???
É a definição das etapas e dos objetivos a serem
alcançados na execução de uma atividade.

Como deveria
Como é “Gap Analisys” ser
hoje

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O Planejamento na Educação

Na Educação há muitos tipos de planejamento. Pode-se dizer que ele existe para preparar e
aprimorar a ação educativa, antevendo o futuro e orientando seus atores na execução do
ensino e da aprendizagem prevendo acompanhamento e promovendo avaliação das ações
envolvidas no processo do planejamento em si.

Com uma visão ampla, Padilha (2001) diz que: o planejamento é um processo de etapas
bem definidas que procura o equilíbrio entre meios e fins, recursos e objetivos para melhorar
o funcionamento das instituições e requer previsão daquilo que se necessitará;
racionalização dos recursos; sejam eles materiais ou humanos, reflexão antes de qualquer
tomada de decisão. Para que se concretizem objetivos em prazos anteriormente
determinados, por meio de avaliações. Alguns deles são bastante específicos para seus
contextos pedagógicos.

Quando se pensa em planejamento curricular, fala-se de um planejamento que


essencialmente orienta as experiências de aprendizagem oferecidas ao estudante por meio
dos componentes curriculares e que pode ser definido como o "processo de tomada de
decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a
vida escolar do aluno" (VASCONCELLOS, 1995, p. 56).

Já o planejamento de ensino é específico para a prática docente que, como aponta Padilha
(2001), envolve ações e situações de interação entre professor e alunos e entre os próprios
alunos.

Gandin (1994) aponta para o planejamento operacional que prioriza os meios, ou seja, que
ressalta a técnica e os instrumentos que administram a execução das etapas do
planejamento. Seja ele do caráter educacional que for.

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U NIDADE 2
Planejamento nos Cursos de EAD

No âmbito da Educação, devido à natureza cada vez


mais mutável do hoje, bem como às pressões da
economia e dos mercados e ainda a rápida
implementação de programas e cursos de Ensino a
Distância, as definições do que constitui o ensino e a
aprendizagem estão mudando (PALLOFF e PRATT,
2001)

O ensino no ciberespaço exige que se pense para além dos tradicionais modelos de
Pedagogia, implementando-se novas práticas. Neste espaço, a Docência implica muito mais
do que a tradicional sala de aula, com a transferência de conteúdos e verdades prontas.
Diferentemente da relação face a face, manifestada na sala de aula convencional, na
Educação a Distância, on-line, a atenção das ações devem ser dispostas também para o
desenvolvimento do senso de comunidade no grupo de participantes do processo de
aprendizagem.

Ao falar em Planejamento, nos cursos de EAD, a ideia é de plano coerente, ordenado,


sequencial e sistemático, apresentado pela Administração; com os objetivos, elementos e
fatores que constituem a ação educativa apresentada pela Pedagogia.

Na modalidade de EAD o planejamento deve ultrapassar a prática de organização de


conteúdos de forma sequencial, articulando o contexto pedagógico com a importância do
tema, com o perfil dos alunos e com os objetivos do curso. Dessa forma, não há fragmentos
de conceitos ensinados. O que define a metodologia e a fundamentação teórica trabalhadas
na elaboração do material didático de cada curso, com as especificidades de interatividade e
dialogicidade encontradas nas aplicações dos meios disponíveis para a produção e

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aplicabilidade de conhecimento. O que permite afirmar que os cursos de EAD caracterizam-
se por apresentar um processo de caráter educativo, indo além do instrutivo.

O planejamento nos cursos de EAD foca o desenvolvimento das competências técnicas e


profissionais, sem esquecer-se da dimensão humana. Tendo como principal desafio, diminuir
a distância entre o virtual e o real.

Logo, pode-se identificar as etapas do planejamento de um curso de EAD, de forma


resumida, já que serão exploradas mais adiante nas próximas unidades, na seguinte ordem:

 Concepção do curso.

 Estruturação da equipe de EAD.

 Elaboração do projeto pedagógico do curso.

 Elaboração dos diferentes materiais didáticos.

 Produção do curso com a integração dos materiais didáticos.

 Implementação do curso.

 Avaliação do curso.

Como ação constante do planejamento tem-se a análise do mesmo, ou seja, o tempo todo se
analisa o contexto pedagógico, o cronograma, as estratégias adotadas, as justificativas e os
objetivos propostos, assim como, os recursos utilizados e se todo este conjunto atende as
necessidades dos alunos. Essa análise traz dados e informações que permitem a avaliação
global do curso, considerando cada uma de suas etapas. O que permite a readequação dos
constituintes do planejamento, caso seja necessário, e promovem a realização e a gestão de
cursos em EAD.

Assim, o planejamento não acontece dissociado da avaliação e ambos consideram o perfil do


aluno e suas expectativas. É dessa forma que se definem atividades individuais e coletivas
que, articuladas aos objetivos educacionais, proporcionem atingir os resultados esperados no

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sistema de ensino-aprendizagem, além de desenvolver competências colaborativas e
solidárias.

Planejar significa construir uma ponte mental partindo de onde você está agora até onde
deseja estar, quando tiver alcançado o objetivo

O planejamento é um processo que deve estar presente em todas as atividades,


direcionando o profissional nas suas ações.

O planejamento tem como principal finalidade nortear e direcionar o profissional para a ação
a ser desencadeada, assim, o ato de planejar, garante que a ação proposta seja objetiva,
operacional, funcional, executável, contínua e produtiva

Agora vá ao Fórum e expresse a sua opinião sobre a importância do Planejamento na


Educação.

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U NIDADE 3
Objetivo: Discutir sobre as tendências de EAD on-line

Tendências de Cursos de EAD on-line

O e-Iearning ou Educação pela internet é um mercado crescente no mundo, inclusive no


Brasil. É uma tecnologia muito usada para treinamento de funcionários, nas mais diferentes
áreas. O fato das empresas terem sido as primeiras a adotar este tipo de curso se explica na
necessidade de atualização constante e no corte de custos com treinamento.

Em um primeiro momento os cursos de EAD on-line, custavam muito menos que um


treinamento presencial, eram autoinstrucionais, com os conteúdos todos publicados na
internet e quase sem interatividade. Atendia a flexibilidade de tempo, espaço e ritmo do aluno
e a avaliação se dava no próprio ambiente, com a correção feita por um software que
apresentava o resultado na hora.

Numa segunda fase, as preocupações pedagógicas passaram a ser o diferencial e o aluno o


centro. As estratégias pedagógicas, as mídias articuladas ao processo de ensino-
aprendizagem e mais, interatividade com chats, fóruns e lista de discussão já são comuns
nos cursos de EAD on-line.

Para não fugir a regra, na Educação, mais uma vez em sua história, as coisas foram um
pouco mais lentas. As primeiras experiências surgiram no atendimento e as áreas que
apresentavam mais problemas eram as relacionadas transferências, dependências e
reprovações de alunos. Os primeiros progressos foram as ofertas de disciplinas com parte da
carga horária à distância. Hoje, com amparo legal, os cursos de graduação já podem ofertar
disciplinas completas totalmente a distância e essa realidade, também, se faz presente em
cursos de especialização, extensão, qualificação e de curta duração.

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Com a possibilidade de aulas, com o uso de tele ou videoconferência, pela internet e com o
apoio das mídias, hoje é possível elaborar uma proposta de curso, onde os próprios alunos
definem o caminho e assim, encontram-se cursos prontos ou semiprontos, com atividades
colaborativas. Acarretando uma aproximação cada vez maior entre empresas e
universidades.

Cabe ressaltar que as universidades públicas hoje são as detentoras do capital intelectual,
consequência do incentivo a pesquisa, porém, são as empresas que possuem os recursos
econômicos, a agilidade e o dinamismo. Juntas, numa sinergia impar, elas ganham com a
tecnologia dos cursos EAD, principalmente on-line, que usam os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem.

É verdade que a Internet ainda traz muito de texto e mídias já conhecidas, mas o avanço
tecnológico permite a incorporação de mais inovações como: a TV interativa, a banda larga,
os celulares e o acesso sem fio (wireless), só para citar alguns.

O importante nos cursos de EAD, seja em instituições de ensino ou em empresas, é a


organização do processo de ensino e aprendizagem. Essa organização está presente ao se
planejar, desenvolver e executar o curso. Conhecer o púbico alvo, os alunos, desenvolver
sua autonomia para aprendizagem, por meio de ações que promovam a interatividade e a
colaboração, depende das estratégias pedagógicas e da forma como os conteúdos foram
transpostos para as mídias que comporão o curso no AVA.

Alguns estudos indicam que pessoas em período de formação alcançam o sucesso em


cursos que combinam o presencial com EAD, como teleaulas ou videoconferências, com
atividades individuais ou em grupo. No caso destas últimas, elas estimulam e motivam os
alunos, ainda que sejam por chats, listas de discussão ou fóruns.

Para pessoas com maturidade intelectual e com domínio tecnológico, cursos mais flexíveis e
com menor tempo de interatividade simultânea, costumam ser os mais apropriados, porque
permitem a organização do tempo para aprendizagem enquanto trabalham, sendo a
comunicação assíncrona a mais usada.

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Agora que você já teve uma visão geral sobre o planejamento e a sua importância na
Educação a Distância on-line leia o texto complementar: Muito Além do Jardim de Infância -
O desafio do preparo de alunos e professores on-line de autoria de Wilson Azevedo.

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U NIDADE 4
Objetivo: Identificar os diferentes modelos do processo de Planejamento em cursos de EAD

Tendências dos cursos da EAD on-line I I

O marco dos cursos de EAD, e principal característica,


é a flexibilidade de espaço e tempo; o que exige do
aluno uma postura mais participativa e da equipe
pedagógica, um processo de acompanhamento que o
motive continuamente, além, de avaliar se, e como,
está ocorrendo a aprendizagem no ambiente virtual.
Por isso os cursos de EAD devem ser avaliados
constantemente em seus processos. Outra
característica importante dos cursos on-line, é a
proposta de ajuste de conteúdos e estratégias
metodológicas, para atender os objetivos pedagógicos
do curso, as carências e necessidades educacionais
dos alunos. Ponto de partida para caracterizar o
modelo de um curso de EAD.

Modelos do processo de Planejamento em cursos de EAD

São muitos os modelos metodológicos do processo de planejamento e construção de cursos


on-line. Aqui, alguns serão abordados; como os de Willis (apud ASSIS, 2002), que afirma
que a EAD deve apresentar conteúdos baseados e adaptados de acordo com as
necessidades do aluno e deve ser composto por 4 etapas principais:

 Design: determina necessidades, analisa a audiência e estabelece metas.

 Desenvolvimento: cria linhas gerais do conteúdo, consulta materiais existentes,


organiza e desenvolve o conteúdo, selecionar e desenvolve material e metodologia.

 Avaliação: revisa as metas e os objetivos, desenvolver a estratégia de avaliação,


coleta e analisa dados.

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 Revisão: desenvolve e implementa o plano de revisão.

Figura 1: Modelo de Desenvolvimento de Willis

O modelo de Eastmond (apud BARCIA; RODRIGUES, 1998), apóia-se em três pontos. São
eles:

Diagnóstico: uso de questionários, entrevistas, pesquisa documental, observação


participativa, grupos de discussão, envolvimento da comunidade.

Desenvolvimento: após análise dos dados, selecionar a melhor alternativa que define o
design e a produção de materiais do curso, seguido então para a implantação.

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Avaliação: com ênfase no envolvimento da instituição, seleciona-se as estratégias das
avaliações, formativas e somativas, e, após a revisão do curso, (re)inicia-se o ciclo.

Figura 2 : Modelo de Desenvolvimento de Eastmond

Por ser um modelo de desenvolvimento mais detalhado e possuir base teórica e


metodológica atual e diferenciada para os cursos de EAD, se dará destaque para as
contribuições das ideias de Moore e Kearsley no Ensino a Distância.

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U NIDADE 5
Objetivo: Discutir os princípios teórico-metodológicos de Moore & Kearsley

Os Princípios Teórico-metodológicos de Moore & Kearsley

Os princípios teórico-metodológicos propostos por Moore & Kearsley (apud COMASSETTO,


2006) e Moore (apud AZEVEDO; OLIVEIRA, 2007, http://parcerias.wikispaces.com/;
19/04/2008) são encontrados na Teoria da Distância Transacional que teve sua origem nas
tentativas de enunciar uma teoria da Educação a Distância a partir da ideia da palavra
“transação”.

Esta teoria centra como principal característica e problemática dos cursos de EAD o grau de
distância na interação, distância comunicativa ou psíquica, entre alunos e professores,
diferente da distância física. Assim há uma troca de ideias, informações e conhecimentos
entre professor e aluno e para que essa troca se dê de maneira equilibrada no enfoque
pedagógico é preciso pontuar as dimensões que constituem essa teoria.

O modelo apresentado por Moore e Kearsley (apud ASSIS, 2002 p. 54) é mais detalhado e
tem maior número de etapas.

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Tipo de Curso Design Implementação Interações Ambiente de
Aprendizado

- - Design - Impresso - Tutores - Trabalho


Necessidades
Instrucional
dos Alunos

- Filosofia da - - Vídeo/Áudio - - Residência


Planejamento Administração
Instituição
do curso

- Especialistas - Produção - Televisão/Rádio - Colegas - Sala de Aula


dos

materiais

- Estratégia - Estratégias - Softwares - Centros de


de Aprendizagem
pedagógica
Avaliação

-
Videoconferência

- Redes de
Computadores

Figura 3. Modelo de Desenvolvimento adaptado de Moore e Kearsley. BARCIA;


RODRIGUES, 1998. p. 08.

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Para Moore e Kearsley (apud RODRIGUES, 1998) existem variáveis como filosofia, política e
objetivos da instituição que já devem ser consideradas na primeira etapa, já que estarão
presentes nos valores dispostos no curso e outras variáveis, ainda que extracurriculares,
como a família, deveres e interesses sociais, a saúde e o trabalho que podem interferir no
desempenho do aluno, porém há uma variável importante que se refere a estrutura dos
programas educacionais, especificamente ao binômio flexibilidade – rigidez das estratégias
metodológicas de ensino, desenvolvimento e adaptação dos objetivos e dos processos de
avaliação aos objetivos dos alunos. A também outra variável que se refere ao diálogo que
ressalta a qualidade da interação entre professor e aluno e estimula meio de comunicação
que ajudem a diminuir a distância transacional.

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U NIDADE 6
Objetivo: Discutir os diferentes tipos de curso de EAD e suas implicações no Planejamento, a
partir da análise de algumas variáveis.

Para Moore e Kearsley o tipo de curso só é definido após o conhecimento do perfil dos
alunos e análise das necessidades de aprendizagem dos mesmos, que deve ser atendida a
partir dos princípios filosóficos da instituição. Além disso, é necessário saber e analisar a
existência e disponibilidade de especialistas no mercado e como serão trabalhadas as
estratégias pedagógicas, peculiares para essa modalidade de ensino. A seguir, como realizar
esse processo da análise das variáveis que fazem parte do planejamento.

Modalidade de curso e as variáveis no planejamento

Para Belloni (1999) duas são as modalidades de curso: Educação Aberta e Educação a
Distância. São diferentes e escolher uma delas depende do objetivo da instituição.

A Educação Aberta (EA) considera os critérios de acesso ao sistema educacional e


flexibilidade de tempo, espaço e ritmo, enquanto a Educação a Distância (EAD) usa de meios
técnicos para a comunicação e há separação física entre professor e aluno. Ambas as
modalidades podem existir de forma independente ou integrada.

No Brasil, o interesse do aluno está no grau de empregabilidade que a certificação


proporciona e as duas modalidades fazem uso intensivo de várias tecnologias como áudio,
CD-ROM, Internet, material impresso, realidade virtual, vídeo.

É importante ressaltar que os critérios definidos pelo MEC para avaliação de reconhecimento
para certificação dos cursos nas IES na EA ou na EAD hoje, são iguais aos cursos de
modalidade presencial e com esse rigor, evita-se modelos considerados de categoria inferior.
Dessa forma, o aluno fica mais tranquilo em relação ao investimento em tempo e dinheiro,

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para realizar um curso que atenda suas necessidades profissionais, aceito pelo sistema
educacional vigente e reconhecido no âmbito social e profissional.

Para Belloni (1999), hoje existem dois tipos de instituições consolidadas que oferecem
cursos a distância:

Instituições Especializadas – desenvolvem exclusivamente a EAD. Abrangem grande


amplitude territorial, em geral são em nível nacional e têm orçamento próprio e independente.
Emitem certificados com o mesmo valor formal e legal das IES, que oferecem cursos na
modalidade presencial.

Instituições Integradas – desenvolvem cursos na modalidade presencial, mas atuam também


na EAD.

As variáveis:

Porter (1996) ao abordar o processo de planejamento de cursos, através do uso de meios


tecnológicos considera algumas variáveis:

 Público: conhecer o perfil cultural, social e econômico dos alunos, assim como suas
expectativas e necessidades auxiliam na seleção dos métodos e recursos
tecnológicos mais adequados.

 Conteúdo adequado: um conteúdo que atenda às necessidades do aluno pode


superar as deficiências tecnológicas e para isso, é importante que a apresentação da
informação se dê de diferentes maneiras; fato este que deve ser considerado no
planejamento, desenvolvimento e avaliação do ensino. Neste sentido, vale ressaltar
que uma equipe multidisciplinar pode proporcionar distintos enfoques e realidades
profissionais na elaboração das atividades ofertadas ao aluno, ajudando-o a superar
possíveis problemas psicológicos, sociais e técnicos.

 Meios tecnológicos: é necessário considerar acessibilidade física e temporal,


compatibilidade entre conteúdo e recurso tecnológico e custo. O tipo e o objetivo do

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curso em geral determinam a tecnologia mais adequada. As mais utilizadas são a
internet, material impresso, vídeo, videoconferência, videoaula e teleconferência.

 Fases de implementação e controle: registro e controle das informações dos alunos


que podem ser: nível de satisfação com o curso, qualidade dos meios pedagógicos e
metodológicos entre outros, auxiliando na validação do modelo do curso.

Modelos de Cursos

Há alguns componentes que são comuns nos cursos de modalidade presencial e na EAD.
São eles:

 Apresentação do conteúdo;

 Atividades práticas

 Interação com professores, alunos através dos meios tecnológicos

 Suporte pedagógico e logístico

 Avaliação

De acordo com o Institute for Distance Education (IDE, 1997) os cursos a distância podem se
apresentar como:

 Classe distribuída pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação.: O


curso que se baseia em sala de aula pode ser expandido para outros locais com o
controle do ritmo e do lugar realizado pelos professores da instituição.

 Aprendizado independente: O aluno recebe o material para estudo individual e o usará


para estudar sem que se determine lugar e se estabeleça um horário. O
acompanhamento pedagógico se dará por alguém indicado pela instituição.

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 Aprendizado independente + aula: além do material que o aluno recebe para estudo,
também há encontros presenciais ou uso de mídias interativas, para troca entre
professores e colegas.

Segundo o IDE, as etapas de um planejamento básico para um curso a distância são:

 Suporte Logístico: refere-se à distribuição de materiais; independente da mídia,


estrutura de avaliação de aprendizagem, ressarcimento aos professores e equipe de
suporte dos custos com comunicação ou deslocamento para atendimento aos alunos.

 Suporte aos Alunos: acesso a bibliotecas, atendimento individual para o aluno, acesso
a; laboratórios e equipamentos de informática além da orientação acadêmica.

 Suporte aos Professores: treinamento da tecnologia e metodologia do curso,


reconhecimento financeiro e/ou acadêmico do trabalho em EAD; assessoria de
especialistas na produção de materiais e acesso ás ferramentas apropriadas; seleção
e contratação de bons professores.

 Avaliação de Processo: o suporte técnico deve ser avaliado tanto pelos professores
como pelos alunos. A avaliação do desempenho dos professores deve ser adequada
e ser distinta dos outros sistemas de suporte ao aluno. Deve-se avaliar também o
suporte ao professor e o treinamento oferecido à este.

 Laboratório: este espaço poderá ser usado para desenvolvimento de mídias para uso
individual, videoconferência, gravação e edição de questões ou simulações como
também para encontros presenciais com equipamento adequado.

Sendo assim, para planejar um ambiente de Educação a Distância e torná-lo viável é


necessário ter domínio e embasamento de múltiplas variáveis que considerem o modelo de
curso oferecido e a identidade filosófica da instituição, usando de estratégia pedagógica
adequada e assim atender as necessidades e anseios dos alunos.

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Agora que você já teve a oportunidade de entender os aspectos e as variáveis do
Planejamento em Educação a Distância, resolva a lista de exercícios 1 no “link”
ATIVIDADES.

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U NIDADE 7
Objetivo: Conceituar Sistema de Gerenciamento de Ensino a Distância e explorar os
componentes que o compõe.

Ao se definir o design de um curso a distância


depara-se com as dificuldades da falta de integração
e compatibilidade entre os materiais desenvolvidos e
o gerenciamento necessário das informações virtuais
disponibilizadas. Para resolver esta situação deve-se
criar um sistema de gerenciamento próprio para o
contexto do Ensino a Distância. Este sistema na
verdade é um conjunto de ferramentas para: administração, manipulação de textos e
gráficos, acompanhar o desenvolvimento do aluno como avaliações, trabalhos extraclasses,
avaliações além de outras exigências do ambiente de ensino.

Sistema de Gerenciamento de Ensino a Distância e o Sistema de Software

Um sistema de software para este tipo de gerenciamento é composto por:

 Banco de dados: responsáveis em armazenar as informações relacionadas ao


ambiente de ensino e aos usuários como os alunos e professores.

 Controle de mensagens: administram o tráfego das mensagens das diferentes caixas


postais e o endereço de correio eletrônico de cada usuário.

 Servidores: são os responsáveis pela manutenção e controle da comunicação entre os


diversos computadores da rede.

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 Tutores inteligentes: incluem funções especiais para acompanhar a evolução e o
desenvolvimento do aluno, usando para isso de características pessoais de cada
aluno. Está baseado nos conhecimentos da Inteligência Artificial.

As interfaces precisam ser integradas para facilitar a disponibilização de serviços básicos e


assim o sistema de gerenciamento deve dar condições para acesso à:

 Acompanhamento do progresso e do desenvolvimento dos alunos.

 Administração de material avaliativo como exercícios, provas e testes que alimentam o


banco de dados.

 Auxílio aos professores no registro de aulas e notas e aos administradores na


atualização dos relatórios do andamento das atividades.

 Comunicação entre professor/aluno, aluno/aluno, instituição/professor,


instituição/aluno, etc.

 Conferência por áudio e/u vídeo.

 Controle e organização dos conteúdos, reunindo as informações dispersas.

 Correio eletrônico para comunicação

 Criação e edição de páginas em HTML, sem a necessidade do domínio desta


linguagem, podendo ser usada ferramentas que apresentam tutores assistentes.

 Edição colaborativa de documentos.

 Links para informações que se relacionam e se completam em outros pontos do


ambiente web.

 Material multimídia como animação, hipertexto, imagens, som, vídeo, arquivos em


Power Point, planilhas eletrônicas e outras mídias que podem estar agrupados em
uma página da internet e acessados remotamente em casa, sala de aula ou
laboratórios.

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 Mural de avisos dos professores aos alunos para indicação de tarefas e de trabalhos
cooperativos.

 Páginas pessoais de alunos e professores.

 Salas de bate papo virtual (chats) e fóruns de discussão.

 A integração entre o sistema de gerenciamento e o banco de dados também é


importante e deve garantir:

 Autenticação de acesso dos alunos.

 Atualização automática da vida acadêmica dos alunos como notas e frequências.

 Criação e manutenção de turmas virtuais.

Principais Ferramentas de um Sistema de Gerenciamento de Ensino a Distância

 Avaliação on-line

É uma ferramenta que permite verificar o desempenho do aluno. Em geral os sistemas


selecionam automaticamente as questões que estão em um banco de dados e geram o
teste que em função das respostas dos alunos, fazem o cálculo automático das notas. Há
sistemas, que os testes são vinculados ao conteúdo e permitem ao professor detectar
pontos que precisam ser revistos e assim realimentados de informação, o que leva a
possíveis adequações do currículo.

 Bibliotecas Digitais

É um sistema que une a tradição de busca, classificação e divulgação do conhecimento


com a tecnologia da internet. Apresenta mecanismos automatizados de indexação e de
busca de informações através de palavras-chave.

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 Facilidades de Interação

Em geral os sistemas atendem 3 níveis de interação: alunos com conteúdo; alunos com
professores e alunos com alunos.

Os sistemas preveem o uso de correio eletrônico com conteúdos que podem variar desde
mensagens simples até páginas de textos e trabalhos desenvolvidos. Também
consideram o uso dos fóruns de discussão que, por apresentarem caráter assíncrono de
comunicação, têm sua aplicação na troca de mensagens que são visualizadas de forma
organizada e hierárquica. Além do correio eletrônico e dos fóruns existem as salas de
bate papo que tem o seu diferencial na comunicação síncrona que dinamiza a discussão
entre os participantes.

 Trabalho Cooperativo

São os recursos de rede que são usados para interação entre alunos e professores.
Essa interação pode ser síncrona, ou seja, a comunicação se dá em tempo real e
simultânea ou assíncrona que é a comunicação entre os participantes em momentos
diferentes. Há também a possibilidade de visualizar, adicionar e editar o material
compartilhado. Sistemas que apresentam esses serviços em uma única interface
costumam ser mais eficientes.

O uso de Sistemas de Gerenciamento na Educação a Distância é um elemento da tecnologia


que promove o ensino centrado no aluno, na sua participação ativa, na aprendizagem
colaborativa tendo o professor o papel de facilitador deste processo. Por serem navegáveis
em ambiente web e fáceis de serem usados, são familiares aos alunos e professores; o que
reduz o tempo e custo de treinamento.

Para se desenvolver os conteúdos do material instrucional, com base em um Sistema de


Gerenciamento, o ideal é usar a hipermídia simples, que pode ser criada, em pouco tempo,
por pessoas com conhecimentos básicos de informática. Também se pode recorrer ao
ambiente de rede e explorar o uso de links. Nessa proposta, os sistemas oferecem maior
facilidade de edição, atualização e disseminação das informações.

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O padrão de acesso, através de protocolos de comunicação da internet, facilita ao usuário o
acesso ao sistema de gerenciamento.

O importante é saber que; qualquer que seja o sistema de gerenciamento, ele deve permitir
ao professor controlar, analisar e ajustar todo o processo de ensino-aprendizagem. Além de
interligar as pessoas que fazem parte deste processo, permiti atualizações que sustentem e
facilitem distintas estratégias de ensino com flexibilidade de desenvolvimento e distribuição
do material instrucional.

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U NIDADE 8
Objetivo: Conhecer os profissionais envolvidos na criação do ambiente de EAD e os
possíveis tipos de usuários deste ambiente.

A criação do ambiente do sistema de gerenciamento em EAD se


constitui basicamente no desenvolvimento do design. É realizado
por um provedor de EAD que conhece os princípios pedagógicos
e os fundamentos tecnológicos da instituição. Aproveita-se então
do potencial das TICs, somado ao conhecimento de uma equipe
especializada no aprendizado pelas novas tecnologias, para se
definir o design educativo e o design computacional. Dessa forma,
é importante a participação de uma equipe multidisciplinar para a construção e
desenvolvimento deste ambiente.

Equipe multidisciplinar no desenvolvimento de ambiente EAD

Designer Educativo

O papel do designer educativo é coordenar todo o trabalho de criação do ambiente EAD. Ele
é responsável pelo planejamento, desenvolvimento, seleção e acompanhamento de
métodos, técnicas e atividades de ensino que facilitem a aprendizagem.

É o designer educativo que pensa a arquitetura pedagógica do ambiente com base: na


estrutura de ensino da disciplina, no contexto educativo do ambiente, nas definições das
estratégias pedagógicas e nas definições do conjunto de ações para implementação. Para
tanto considera:

 Contexto do ambiente: define-se o público alvo, a área de conhecimento, a subárea,


os objetivos e conteúdo.

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 Estratégias pedagógicas: define-se como se apresentarão os conteúdos e o modo de
intervenção pedagógica. Como estratégias mais comuns se têm: apresentação e
demonstração de assuntos, resolução de problemas, respostas e avaliação dos
alunos.

 Definição do conjunto de ações: implementa-se as estratégias com a execução das


atividades em diferentes graus de interação, que podem ser síncronas ou
assíncronas, como: perguntar, usar gráficos, exemplificar e disponibilizar textos.

 As estratégias de ensino em EAD: devem atuar de forma macro e sistêmica durante o


processo de aprendizagem. Isso pode se dar através de conteúdo texto, exercícios
com respostas, figuras, gráficos, índices, perguntas e outras táticas.

Assim o ambiente de aprendizagem produzido se apresentará motivador e interativo, já que


provocará no aluno o exercício do pensar analítico e crítico em situações reais onde o
conhecimento adquirido possa ser aplicado e transcender das representações para a
realidade. Além disso, tem como suporte as intervenções do professor que quando
necessárias, possibilitarão ao aluno novas estratégias.

Designer instrucional

Este profissional projeta o ambiente virtual a partir do domínio das metodologias das teorias
de ensino e aprendizagem aplicadas nas tecnologias educacionais.

Seu papel é ajudar as pessoas através de uma variedade de métodos e formas, a aprender e
desenvolver competências. Dessa maneira contribui na definição de quando usar - ou não
usar - cada um destes métodos.

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Conteudista

Profissional que domina o conteúdo do curso e trabalha de forma integrada com o designer
instrucional. Em geral é um professor ou especialista, mestre ou doutor, com experiência nas
disciplinas de estudo do conteúdo. O material produzido pelo conteudista deve refletir seu
saber, mas também as necessidades do projeto de EAD ao qual está inserido.

Designer gráfico

São os produtores de mídias que, a partir das ideias do designer instrucional e do


conteudista, desenvolve o material educacional e define o tipo de mídia que deve ser usada
para cada situação. Como especialistas tem-se:

Webdesigner

Concebe e produz o site, dá identidade visual, mantém as páginas atualizadas, digitaliza e


trata as imagens e é responsável pela diagramação e animações.

Programador web

Concebe e projeta as aplicações no ambiente Web além de: desenvolver, codificar, testar e
documentar as aplicações que tratam automaticamente a informação.

Animador em computação gráfica

Planeja, cria os roteiros e projeta as animações por computação gráfica e outras mídias.

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A construção desse ambiente deve atender os objetivos pedagógicos, as expectativas do
público alvo, assegurando qualidade da aprendizagem, indo de encontro aos anseios de
todos os tipos de usuários. Mas quem são eles?

Tipos de Usuários

Administrador geral

Responsável pela administração geral do ambiente virtual. Pode trabalhar com


administradores auxiliares. Define para categoria de usuário seus direitos
administrativos e espaço de acesso no ambiente do curso.

Administrador auxiliar

Tem todos os direitos de acesso que o administrador geral, com exceção de desativar
o administrador geral ou outro administrador auxiliar.

Professor

São vários tipos de professor que podemos encontrar. São eles:

Autor

Cria cursos, edita conteúdos além de ativar salas de aulas virtuais e definir os
tutores para cada uma.

Editor

Edita o conteúdo dos cursos e administra a tutoria dos mesmos, mas não tem
direito administrativo de criar salas virtuais ou ativar tutores.

Tutor

Administra as rotinas de tutoria dos cursos como atribuir nota às tarefas dos
alunos, monitorar a realização de tarefas, além de facilitar e mediar os fóruns.

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Não tem o direito administrativo de alterar o curso, criar salas virtuais ou ativar
outros tutores.

Estudante

Desde que inscrito no curso, participa do mesmo com direito de acesso ao conteúdo
do e das atividades pedagógicas como: questionários, enquetes, resumos, fóruns,
entre outras.

Visitante

Há espaços de acesso ao ambiente virtual que permitem ao visitante acompanhar e


conhecer um pouco do conteúdo, da metodologia usada, da interatividade, enfim da
estrutura e dinâmica do curso EAD.

Nesta unidade foram abordados os componentes da Equipe Multidisciplinar no ambiente de


desenvolvimento de EAD. Você já teve a experiência num desses papéis? Relate a sua
percepção no Fórum correspondente.

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U NIDADE 9
Objetivo: Conhecer e compreender os indicadores de qualidade em cursos EAD e o Sistema
de Gerenciamento de EAD do ponto de vista Pedagógico.

Para se atingir um padrão de excelência em um ambiente virtual voltado para a Educação é


preciso refletir sobre a qualidade dos cursos em EAD que se quer oferecer e observar quais
os aspectos a serem considerados para garantir a qualidade do processo de ensino e
aprendizagem no meio digitalizado.

Para Demo (1994) qualidade é a representação do desafio de humanizar a realidade e por


meio da sociedade estabelecer valores e fins que sejam desejáveis, necessários e éticos do
ponto de vista do desenvolvimento humano, sendo a educação e o conhecimento sua base
principal. Assim, a busca de indicadores de qualidade em cursos de EAD na verdade é um
compromisso de todos aqueles que creem em um trabalho responsável que envolve o
desenvolvimento social, principalmente do aluno, sujeito ativo dos processos de
aprendizagem que no caso de EAD se dá de forma bastante peculiar.

Na Conference Board of Canadá (1991) foram identificadas as competências essenciais para


os profissionais do Século XXI. São elas: atitudes positivas; autoaprendizado; ler, escrever,
falar e ouvir; ética; flexibilidade às mudanças; pensamento crítico, lógico e numérico;
relacionamento interpessoal; responsabilidade; trabalho em equipe; solução de problemas e
busca de informação.

O ambiente virtual voltado para o ensino e aprendizagem precisa então integrar: pesquisa,
navegação, compreensão da informação, aplicação do conhecimento e desenvolvimento das
competências do profissional que se quer hoje.

Aspectos como infraestrutura tecnológica adequada, coerência entre objetivos propostos e o


desenvolvimento do curso, gestão de recursos humanos, atuação dos professores,

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apresentação e nível de conteúdo dos materiais didáticos digitalizados, são pontos que
apresentam, em geral, muito descontentamento para os alunos.

Como exemplo, o Canadá elaborou um guia de cursos e programas virtuais com suas
características e indicadores de qualidade. De forma esquemática, encontra-se em ordem de
importância:

Vale esclarecer que; como segundo item mais importante para se avaliar a qualidade de um
curso EAD, os processos de ensino e aprendizagem incluem: a avaliação dos processos, o
suporte do sistema e o uso dos recursos de tecnologia de informação e comunicação.

Indicadores de qualidade para ambientes de cursos EAD

Como parâmetro de qualidade deve-se estabelecer alguns critérios, considerados


fundamentais para os cursos de EAD. Entre eles destacam-se:

- Acessibilidade

O ambiente deve apresentar conteúdo rico em informação, acessível, interface


amigável e de alto nível de interatividade. Neste item interface, deve-se prestar
atenção para que esta não esteja dissociada da proposta pedagógica. O mais

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importante é que o acesso de todos esteja garantindo, permitindo ao usuário, seja qual
for, usar qualquer ferramenta para entender e interagir com os conteúdos do curso.

- Clareza

A apresentação visual do ambiente virtual e a estrutura que a informação é transmitida


são de extrema importância, pois a aquisição dos conhecimentos e a, conseqüente,
aprendizagem dependem muito da clareza e a concisão do material didático
produzido. Assim, deve-se ter especial cuidado na seleção e organização de
conteúdos, que devem estar adequados a proposta pedagógica que fundamenta o
curso, na criação das atividades de estudo e de avaliação de aprendizagem.

- Consistência

O curso de EAD deve apresentar consistência teórica didática, ou seja, as aulas


deverão apresentar objetivos pedagógicos que possam ser alcançados com o suporte
dos conteúdos selecionados e com avaliação de aprendizagem coerente com as
atividades propostas. Isto significa que há uma uniformidade nas respostas originadas
em situações de interação.

- Eficiência

O acompanhamento do acesso do aluno no ambiente do curso de EAD já pode ser


considerado· um indicativo de eficiência, quando este ambiente oportuniza reflexão
sobre os progressos atingidos pelo mesmo. É assim que se verifica como os
conteúdos estão integrados com as atividades e avaliações que levem ao
aprofundamento da compreensão do assunto e como o aluno, sujeito da
aprendizagem, aplica seus novos conhecimentos na realidade.

Isto significa analisar todas as ações que envolvem o curso de EAD, desde o
planejamento até sua execução, embutido aí o atendimento das demandas dos vários
tipos de usuários.

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- Flexibilidade

As ferramentas que se encontram nos ambientes virtuais são muito vantajosas quando
se trata da independência de tempo e espaço, ponto-chave hoje nos cursos de EAD. A
questão aqui, porém é a flexibilidade das estratégias didáticas que devem ser
adaptáveis para atender o aluno para que ele possa aprender em seu próprio ritmo,
com os recursos que melhor se ajustem ao sue processo único de aprendizagem.

- Quantidade adequada de links

É muito importante que se use de elementos de mídia distintos, que motivem e


favoreçam o envolvimento do aluno no desenvolvimento dos conteúdos, durante o
processo de aprendizagem. Assim a interatividade atingida, pela aplicação dos
recursos multimídias, deve ser muito bem explorada, já que pelo seu caráter não
linear, promove uma atitude investigativa, mas que se for de apelação de extrema
ludicidade pode, em vez de ajudar, distrair e tirar o foco do objetivo pedagógico
proposto.

Os indicadores aqui apresentados são alguns a serem observados. Como essa abordagem
está voltada para ambiente de cursos em EAD, há uma dinâmica a ser considerada, própria
da característica dos ambientes virtuais. Isso significa que as reavaliações devem ser
contínuas para constante ajuste das ações que compõem a implementação de um curso on-
line.

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U NIDADE 10
Objetivo: Conhecer e compreender os indicadores de qualidade em cursos EAD e o Sistema
de Gerenciamento de EAD, do ponto de vista pedagógico.

Indicadores de Qualidade e o Sistema de Gerenciamento de EAD: sob o olhar


pedagógico.

Para aprofundar um pouco mais sobre os indicadores de qualidade deve-se retomar o que foi
anteriormente explorado na unidade sobre Sistema de Gerenciamento de EAD, porém
enfatizando a reflexão pedagógica que permeia todo o desenvolvimento do ambiente virtual
para cursos de EAD.

Como primeiro critério para escolha do SG tem-se a concepção epistemológica, isto é, a


crença de como se dá a aprendizagem, o desenvolvimento e a aquisição do conhecimento
pelo sujeito.

Segundo Okada & Santos (2003) há SG que podem ser instrucionistas, interativos e
colaborativos. Se instrucionistas, o centro é o conteúdo e isso pode ser verificado pelo
material que pode ser impresso e pelo tipo de suporte oferecido pelos tutoriais ou formulários
enviados por e-mail; com o mínimo de interação e participação on-line do aluno. Já o SG
interativo tem como objetivo a interação on-line com o máximo de participação do aluno. Em
geral, os materiais são desenvolvidos durante o curso, já que considera as expectativas e
opiniões dos participantes. Há liberdade de escolha do material desejado e de
interpretação, vinculado à responsabilidade que cabe ao aluno no decorrer do curso.
As atividades se organizam em áreas de interesse e profissionais convidados podem
participar. Sem dúvida que a participação do professor é mais intensa nesse SG.

Se a concepção epistemológica é cooperativa, o trabalho é colaborativo e se dá pela


participação on-line, isto significa que o processo de comunicação e interação é

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muito ativo. Há grande comunicação on-line entre os participantes, dando um ritmo
bastante dinâmico para o curso, sendo o sujeito o centro do processo de aprendizagem.

Entre os SG mais usados tem-se AulaNet, DotLRN, Intralearn, Moodle, Teleduc, Webaula
e Webensino. A tabela abaixo apresenta algumas informações sobre estes Sistemas de
Gerenciamento de EAD.

Plataforma Principais Características Concepção ou Forma de Código


Abordagem Pedagógica Distribuição Aberto
Virtual

AulaNet Independência de “expertise”: Não apresenta Gratuito / Não


o autor do curso não precisa Livre
ser um especialista em
Internet;

Interatividade: o autor do
curso deve enfatizar a
interatividade de forma a
atrair a participação intensa
do aprendiz;

Reutilização: o ambiente
possibilita a reutilização de
conteúdos já existentes em
mídia digital, através, por
exemplo, da importação de
arquivos

DotLRN Possui arquitetura escalável, Não existe claro uma Gratuito/Livr Sim
modularizada e extensível, foi e
Definição de
desenvolvido para suportar
Abordagem pedagógica.
comunidades on-line em

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situações de ensino, A escolha é feita pelos
pesquisa, administração e professores e
redes sociais. desenvolvedores dos

cursos e não do

ambiente virtual.

Intralearn Interatividade e colaboração Não apresenta Comercializ Não


a partir de um conjunto de ado
ferramentas e recursos
digitais.

Moodle Promove uma Pedagogia Construtivismo Gratuito/Livr Sim


e
Social Construcionista; Construcionismo

Adequado para aulas 100% Construtivismo


on-line;
social
Fácil de instalar em qualquer
Conectado e
plataforma que suporte o
separado
PHP; Independência total

da base de dados.

TelEduc Facilidade de uso; Resolução de Gratuito/Livr Não


problemas, interação e e
Flexibilidade quanto ao modo
a colaboração
de usar o ambiente;
(Construtivismo,
Conjunto enxuto de
funcionalidades. Interacionismo e

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Construcionismo)

WebAula Estrutura modular e Não apresenta Comercializ Não


ado
compõe-se de módulo de

sala de aula, tutoria,

administrativo,

coordenação e ecommerce

WebEnsin Modelos flexíveis de Não apresenta Comercializ Não


o ado
implantação, personalização,
integração com outros
sistemas, multiplataforma,

multilínguas e compatível

com os padrões
internacionais SCORM e

AICC.

Tabela 1: Características e informações das plataformas virtuais adaptada de Comassetto,


2006. p 41

Ao se analisar e relacionar os indicadores de qualidade com as características dos diferentes


SG pode-se afirmar que, o que de fato traz diferencial nos cursos EAD é a concepção
pedagógica. Indo mais além, a importância da equipe multidisciplinar, que na soma das
especializações de cada profissional envolvido, amplia as possibilidades, olhares e práticas
da didática encontrada nos cursos de EAD que usam as tecnologias da informação.

Com o conhecimento desenvolvido até o momento já há condições de se compreender como


se dá o desenvolvimento do ambiente de EAD.

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U NIDADE 11
Objetivo: Discutir a elaboração do Projeto Pedagógico como fator de identidade de um
ambiente de EAD.

Para se atingir um padrão de excelência em um ambiente virtual voltado para a Educação é


preciso refletir sobre a qualidade dos cursos EAD que se quer oferecer e observar quais os
aspectos a serem considerados para garantir a qualidade do processo de ensino e
aprendizagem no meio digitalizado.

Um curso on-line, como já foi dito anteriormente, deve ter claro sua proposta pedagógica,
porém a peculiaridade que envolve o espaço virtual traz a necessidade de mudanças de
paradigmas no modo de pensar, elaborar e aplicar um projeto pedagógico.

A necessidade da construção de Projeto Pedagógico em EAD

Projeto Político Pedagógico Institucional em EAD

Em uma empresa o projeto pedagógico de EAD é um investimento para médio e longo prazo,
que beneficia a organização e os indivíduos que dela participam.

A instituição ganha com a diminuição dos espaços vazios de competências, espaços estes
que acabam por se relacionar com estratégias e diretrizes organizacionais, promovendo,
portanto a democratização do conhecimento para todos os envolvidos neste processo. Para
os funcionários, o ganho se verifica na velocidade do desenvolvimento profissional que o
contexto da organização proporciona.

São três as etapas que devem ser observadas na implantação do Projeto Pedagógico para
EAD em uma instituição. São elas:

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1. Introdução: é preciso adquirir competências pra atuar internamente com EAD e criar na
instituição o espaço para isto. Como dificuldades encontradas nesta etapa têm-se: o
desconhecimento sobre EAD pelas pessoas, resistência e descaso para o que se
desconhece, principalmente, para o pessoal interno; restrições de investimento, pouca, ou
nenhuma, infraestrutura técnica e gerencial que sustentem o projeto.

2. Difusão: fase de institucionalização do projeto, ou seja, é o momento que se organiza e


se prepara a instituição e seus funcionários para a execução do projeto. Ainda é possível
nesta etapa encontrar resistências, mas em geral são decorrentes de conflitos de
distribuição de poder entre as distintas áreas de atuação na empresa. Além disso, a
infraestrutura ainda pode apresentar problemas o que pode levar a situações de
centralização e excesso de burocratização.

3. Consolidação: nesta etapa há a expansão da EAD na organização e resistências pontuais


ainda podem ser encontradas. E preciso atentar para que a falta de recursos para a
manutenção das ações na implantação do Projeto Pedagógico em EAD não ponha tudo a
perder.

E importante que a empresa tenha em seus principais líderes, consciência das dificuldades e
da sua parcela de responsabilidade para o sucesso do projeto político institucional criado.

Projeto pedagógico de um Curso

Como um desenho de um plano, o Projeto Pedagógico de um curso deve apresentar unidade


e estar coerente com o Projeto Pedagógico da instituição.

Nele, encontra-se o delineamento do material didático a ser produzido e as ferramentas


tecnológicas do ambiente EAD que serão usadas na mediação com o aluno como proposta
de solução educacional.

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Para elaborar então um Projeto Pedagógico em EAD considera-se:

 Público alvo: perfil, necessidades e expectativas

 Seleção de conteúdos: objetiva atender o desenvolvimento de competências


necessárias

 Meios tecnológicos e suporte técnico: escolha do meio mais apropriado para o


desenvolvimento das competências, da especificidade do conteúdo e da
acessibilidade dos participantes.

 Avaliação contínua de aprendizagem: seleção de ferramentas de acompanhamento,


inclusive a tutoria.

 Estratégias e táticas de interatividade e interação: escolha de instrumentos e canais


que se integrem e facilitem o processo de aprendizagem.

 Avaliação do projeto: identificação da metodologia e instrumentos para a avaliação do


projeto, desde sua concepção, passando pela implementação até os resultados
atingidos pelos alunos e pela organização.

Pode-se afirmar então que: A necessidade da construção de um Projeto Pedagógico em


EAD se justifica no exercício da interação entre a equipe multidisciplinar, que acaba por dar
identidade à organização e ao curso, já que ele possibilita a intervenção positiva, a
participação espontânea, o prazer e a responsabilidade da (co)autoria; numa verdadeira
construção coletiva de conhecimento.

A partir dessa fase é que se determina a escolha do Sistema de Gerenciamento e as


ferramentas que irão mediar o processo de ensino e aprendizagem, reconhecendo que
apesar de se desenvolver atividades colaborativas, o conhecimento passa a ser apreendido
de forma mais individual.

Diante deste novo cenário, aspectos teóricos e práticos dos projetos pedagógicos em cursos
EAD são (re)conceituados e, nessa nova perspectiva assumem o nome de Desenho
Pedagógico.
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Desenho Pedagógico

É um novo termo conceitual do processo de ensino e aprendizagem e pode ser explicado


como a sistematização do uso de procedimentos, estratégicas didáticas e metodologia que
resultam em uma aprendizagem eficiente e produtiva. Em ambientes virtuais há algumas
adaptações com a inclusão de novos componentes como:

a) análise da base de conhecimento sobre as teorias da aprendizagem e das teorias


instrucionais, b) desenho da estrutura de referência usado para o contexto, grupo alvo e
conteúdo similar c) agrupamento de regras ou procedimentos válidos para regularizar e
realizar o processo e o produto do desenho (LOWYCK apud COMASSETTO, 2006 ).

Comassettto (2006) também apresenta os desenhos pedagógicos mais encontrados já sob


este novo modelo de ensino que usa das tecnologias nos processos de ensino e
aprendizagem.

- Instruction System Design - ISO

Conhecido como Design Instrucional, é um modelo mais voltado para treinamento que
facilita a maneira de ensinar e aprender. Sua metodologia está voltada para
planejamento e programas de capacitação. Definido como modelo de enfoque
sistêmico, apresenta cinco fases de trabalho: Análise, Design, Desenvolvimento,
Implementação e Avaliação. A qualidade de seu resultado depende mais dos
conhecimentos básicos e conceituais das pessoas que o utilizam.

- Cognitive Instructional Design - CIO

Esse modelo proporciona ao aluno aprendizagens significativas através de:


experiências, estímulos externos e por processos de autorregulações dos alunos, isto
é, o aluno se autocontrola e há uma intensificação das atividades mentais, fazendo da
aprendizagem um processo reflexivo e ativo.

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- Distributed Knowledge Design

A aprendizagem passou por uma revolução com a internet já que esta trouxe
facilidade para a divulgação e a distribuição das informações. Assim, é possível
construir conhecimento com esta tecnologia respeitando as características individuais
do aluno, mas através da cooperação e comunicação que são pertinentes a rede.

- Computer-Supported Collaborative Learning Design - CSCL

Esse modelo baseia-se nas teorias de aprendizagem colaborativa e cooperativa, por


meio das tecnologias de informação e comunicação. Onde a construção do
conhecimento é um processo educativo, realizado pela participação dos sujeitos em
situações que sejam necessárias a discussão, reflexão e tomadas de decisão, sempre
de forma colaborativa; o que pode ser favorecido em ambientes virtuais.

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U NIDADE 12
Objetivo: Conhecer o papel do docente na construção do Projeto Pedagógico.

O Docente na Ação Construtiva do Projeto

Na conjuntura da EAD grandes desafios são apresentados e, no sentido de sedimentar no


país uma educação de qualidade num formato mais democratizante, esses desafios
precisam ser enfrentados.

O primeiro deles é a resistência do docente em investir em uma nova proposta; a de


partilhar o seu espaço de saber com os atores envolvidos no processo. Incorporada a essa
situação tem-se o preconceito em relação à EAD, enraizado na população brasileira e em
algumas instituições educacionais. Embora, muitas experiências vêm sido desenvolvidas, no
sentido de responder a esses desafios, somente a utilização de novos modelos mediáticos
de comunicação não são suficientes para garantir a superação dos mesmos. Assim como
não existem fórmulas prontas ou mágicas para a mudança da postura educacional exigida
nessa modalidade de ensino-aprendizagem.

Outro fato relevante é a resistência da sociedade a mudanças sociais. Como a Educação a


Distância envolve, além de uma formação docente mais específica, alterações em
documentos e planos institucionais, exigindo, também, a presença de um departamento com
objetivos específicos que promovam a inovação educativa das instituições acaba sendo um
exemplo dessa resistência.

Quanto ao educador, envolto em novas exigências, que abrangem o seu fazer profissional,
no contexto universitário, está inserido em uma instituição social que deve ser referência e
motor de mudança e inovação na sociedade. Sendo assim, a formação, a capacidade e as
atitudes dos docentes tornam essencial a presença do educador na elaboração do Projeto
Pedagógico.

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Essa capacidade do Professor se inicia com o preparo do material didático impresso, pois a
comunicação com os alunos inicia-se com este material. Outro ponto relevante da
participação docente está na preparação e execução das teleaulas, pois geralmente são
feitas ao vivo e exigem grande preparo e dedicação do docente.

Para cumprir com as necessidades citadas anteriormente, o docente de Educação a


Distância deve se formar na especificidade de suas funções; que são diferentes das funções
do docente tradicional. A seguir, algumas das áreas que este profissional deverá investir:

 Fundamentos, estruturas e possibilidades de Educação a Distância;

 Identificação do estudante adulto;

 Características biopsicosociológicas condicionadoras da aprendizagem;

 Teorias de aprendizagem, formas de aprender, estilos, ritmos, possibilidades e


métodos, recursos, concepções;

 Conhecimento teórico-prático da comunicação;

 Utilização dos diferentes recursos tecnológicos que lhe facilitam o trabalho;

 Integração de recursos didáticos próprios da modalidade (impressos, áudio, vídeo,


etc.) adaptando-os para a aprendizagem independente e/ou colaborativa dos
estudantes;

 Conteúdos científicos, tecnológicos e práticos do curso ou matéria em questão;

 Adaptação do curso às necessidades formativas do estudante;

 Organização do plano de trabalho;

 Técnicas de tutoria presencial e a distância, técnicas de feedback;

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 Técnicas para fomentar nos alunos a criatividade, a autonomia, a autoaprendizagem,
o autocontrole, a automotivação, o autoconceito e a autoreflexão sobre o próprio estilo
de aprendizagem;

 Técnicas de avaliação (autoavaliação e avaliação heterogênea), o quê, como, quando


avaliar?

 Estilos de correção e qualificação e modos de realizar comentários nos trabalhos e


provas.

Como em qualquer outro curso, o professor precisa ter em mente o fim. O que ele quer que
seus alunos aprendam quando interagirem com o material do curso? Que experiência os
alunos levarão com eles ao concluí-lo? Assim como em um curso presencial, no curso on-
line, o plano de ensino deve permitir que os alunos desenvolvam novas ideias, exercitem sua
capacidade de pensar criticamente e saibam pesquisar.

Quanto aos objetivos, estes podem ser mais amplos, para que os discentes desfrutem de um
curso com base em seus interesses e necessidades, por que ao planejar um curso on-line é
importante considerar os resultados esperados conforme o curso floresce.

Algo que contribui e leva uma determinada certificação da evolução é a avaliação


institucional permanente dos cursos que, por sua vez, são determinantes no diferencial de
qualidade dos mesmos. Logo, todas as informações obtidas destas avaliações ajudarão a
introduzir as modificações pertinentes para a melhoria do curso, pois, os cursos de ensino a
distância devem ser submetidos a um processo permanente de avaliação e correção.

No mais, educador e instituições jamais deverão esquecer que a EAD, não veio para
substituir a educação tradicional, mas sim complementá-la. Onde a ênfase desta é o aluno,
ou seja, o alvo centra-se no aprender a aprender e não simplesmente ensinar, em vista que,
a assimilação do saber, da relação professor/aluno á algo particularmente das questões
relacionadas à avaliação.

Em suma, as técnicas em EAD, praticamente deixam de funcionar quando não há


interatividade, obrigando a existência de escala, pois ao contrário do projeto este não tem
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como se viabilizar economicamente. E partir desses ideais, conclui-se que: “(...)ninguém se
torna educador da noite para o dia, assim como não nasce pronto ou com faixa escrita, sou
educador. A pessoa se faz educador e forma-se permanentemente, por meio da prática e
reflexão sobre a própria prática.” Paulo Freire (1986).

Porquanto, a construção do saber e a docência são marcadas pelo trabalho de estruturar os


componentes de estudo; orientar, estimular e provocar o participante a construir o seu
próprio saber. Partindo do princípio de que não há resposta feita a cada um, mas que, na
dimensão de busca perpassa a aprendizagem caracterizando-se como uma presença que é
representada como um campo quão pode conviver o passado e o futuro, subsidiando
projeções a serem vividas autonomamente.

A docência caracteriza-se por seu caráter solidário e interativo, possibilitando o


relacionamento da pessoa como um ser existente, inclusive para colocar-se entre outros,
como uma presença que se põe intencionalmente. Professor e especialmente o tutor é
sempre alguém que possui duas características essenciais: domínio do conteúdo técnico-
científico e, ao mesmo tempo, habilidade para estimular a busca de resposta pelo
participante.

Ele é uma figura singular em todas as instituições de ensino a distância, pois é um


conselheiro, um orientador, um assessor, etc., que auxilia os alunos no processo de ensino-
aprendizagem, com o fito de reduzir ou eliminar as distâncias que definem os estudos por
esta modalidade.

No mais, o tutor deve ter em mente que a sua funcionalidade centra-se em instantes
diferenciados, podendo este ocorrer diretamente ou à distância, enfatizando-se em qualquer
um dos dois momentos. O contato com o discente não consiste num jogo de perguntas e
respostas, incide no discutir e indicar bibliografia que amplie o raio de visão do educando,
que viabilizem a sua prática.

No processo de orientação à distância o atendimento realiza-se a partir da necessidade do


aluno, que busca situar-se no contexto da aprendizagem. Os recursos tecnológicos são os
intermediários do diálogo do tutor com o participante no qual o primeiro deverá contribuir com

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informações adequadas para o processo de construção do conhecimento do aluno,
evidenciando. É importante lembrar que dominar conteúdos não é o suficiente, além disto, a
capacidade de uma inter-relação entre membros, dinâmica do processo e dizeres
relacionados à modalidade de ensino apresentada, é fundamental.

Conclui-se que o desenho pedagógico determina a sistematização do processo de ensino e


aprendizagem, onde o centro está na construção de conhecimentos por meio de estratégias
que envolvem atividades de divulgação e disseminação de informações, interações
socioculturais, discussões e reflexões sobre cooperação e colaboração, essência de um
curso de EAD.

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U NIDADE 13
Objetivo: Discutir sobre Pedagogia de Projetos

Navegando nos Conceitos e Reflexões sobre Projetos e a Pedagogia de Projetos

Projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto


de atividades inter-relacionadas e cuja meta é o de alcançar objetivos
específicos dentro dos limites de tempo e orçamentos dados.

É uma ação de investigação que poderá propiciar a interação do


sujeito aprendiz com o meio e com o objeto de conhecimento
gerando, por consequência, pesquisa, criação, elaboração, depuração, (re) elaboração e
múltiplas aquisições.

Procedimento de trabalho que diz respeito ao processo de dar forma a ideia que está no
horizonte. Estar em diálogo permanente com o contexto, com as circunstâncias e com os
indivíduos, de uma maneira ou outra, vão contribuir para esse processo.

Transformar uma temática em um problema é construir um projeto de trabalho.

A Pedagogia de Projetos surge no início do século, com John Dewey e outros representantes
da chamada “Pedagogia Ativa”. Embasada numa concepção de que educação é um
processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deve representar a
vida presente – tão real e vital para o aluno como a que ele vive em casa, no bairro ou no
pátio.

É uma proposta de intervenção pedagógica que dá a atividade de aprender um sentido novo,


onde as necessidades de aprendizagem aparecem nas tentativas de resolver situações
problemáticas.

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Um projeto gera situações de aprendizagem ao mesmo tempo, reais e diversificadas. É uma
discussão sobre uma postura pedagógica e não sobre uma técnica de ensino mais atrativa
para os alunos.

Características fundamentais de um projeto:

1. O projeto é uma atividade intencional.

2. Apresenta responsabilidade e autonomia dos alunos que são (co)responsáveis com a


equipe.

3. Um projeto tem que ter autenticidade e o problema a ser resolvido deve ter
relevância.

4. Envolve complexidade e resolução de problemas. O objetivo central do projeto


constitui um problema ou uma fonte geradora de problemas.

5. Um projeto tem um caráter prolongado e faseado.

O que poderia ser um projeto de trabalho:

Um percurso por um tema problema que favorece a análise, a interpretação e a crítica (como
contraste no ponto de vista), onde predomina a atitude de cooperação, onde o professor é
um aprendiz e não um especialista (pois ajuda a aprender sobre temas que irá estudar com
os alunos). Um percurso que procura estabelecer conexões e que questiona a ideia de uma
versão única de realidade. Como se trabalha com diferentes tipos de informações, cada
percurso é singular.

Como surge um Projeto?

Surge na teia das relações que se estabelecem entre os alunos, e destas com o professor e
de ambos, com o conhecimento.

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De onde surgem os temas?

Do cotidiano das pessoas em forma de: dúvidas, curiosidades, certezas; que são
transformadas em dúvidas, e envolve a necessidade de compreensão da realidade.

Escolha do tema:

Que assunto abordar?

Quando estiver pensando em um TEMA um projeto, é importante se perguntar: Até que


ponto ele vai despertar a atenção dos seus alunos, das pessoas, da comunidade, da
sociedade? Quais são as vantagens e desvantagens de escolher esse ou aquele tema, o que
ele teria a oferecer?

Para que sejam vivenciados com o sucesso, os projetos de trabalho apresentam algumas
características que precisam ser levadas em consideração:

Os projetos de ação pedagógica devem:

 Partir de um tema ou de um problema negociando com a turma ou com o grupo;

 Deve iniciar um processo de pesquisa;

 Buscar e selecionar fontes de informações;

 Recolher novas dúvidas e perguntas;

 Estabelecer relações com outros problemas;

 Recapitular o que a pessoa aprendeu;

 Entrar em contato com um novo tema ou problema.

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Funções do Professor ou Coordenador:

Definir prioridades levando em conta o nível de desenvolvimento do grupo de trabalho;

Problematizar as situações de aprendizagem;

Intervir adequadamente, tendo em vista seu papel de mediador entre o conhecimento


cotidiano do aluno e o conhecimento científico que será apropriado.

Buscar a participação dos alunos nas definições de responsabilidades, tomadas de decisões


e no desenvolvimento de todas as etapas do trabalho;

Conectar os conteúdos que vão sendo trabalhados com aspectos de outras áreas.

Funções do aluno ou participante envolvido no projeto:

Opinar e decidir sobre o tema e o tipo de projeto que será vivenciado pela turma ou grupo;

Participar das discussões das atividades que farão parte do projeto de trabalho;

Organizar de forma coletiva o tempo e o espaço para o desenvolvimento do projeto;

Definir as diferentes etapas do projeto em conjunto com o professor ou coordenador;

Vivenciar as diferentes etapas do projeto.

O que tem em comum os projetos de trabalho com outras estratégias de ensino:

Vão além dos limites curriculares (tanto das áreas como dos conteúdos).

Implicam a realização de atividades práticas.

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Os temas selecionados são apropriados aos interesses e ao estágio de desenvolvimento dos
alunos.

São realizadas experiências de primeira mão como visitas, presença de convidados na sala
de aula, etc.

Deve ser feito pesquisa.

Necessita-se trabalhar estratégias de busca, ordenação e estudo de diferentes fontes de


informação.

Implicam atividades individuais, grupais e de classe, em relação com as diferentes


habilidades e conceitos que são aprendidos.

O Espectro das Inteligências e a Construção de Projetos:

A capacidade de resolver problemas leva o sujeito a descobrir caminhos, possibilidades e


rotas diferentes para atingir um objetivo.

Todos nascem com um “espectro”, que são: as vivências, leituras, interações sociais e
história de vida que vão compondo e desenvolvendo nossas competências e possibilidades
de interagir com o mundo.

O espectro de uma pessoa pode ser comparado a uma impressão digital. Cada pessoa é um
sujeito ímpar, único e, portanto, com experiências únicas.

Cada pessoa é um sujeito singular e tem forças cognitivas diferentes, aprende de forma e
estilo diferente de outras pessoas, vale lembrar que as inteligências se interligam como uma
rede trabalha junta, umas as outras, em uníssono e assim buscam oportunidades concretas
e vivenciais para construir um projeto.

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U NIDADE 14
Objetivo: Conhecer melhor os conceitos de Projeto Interdisciplinares, e Transdisciplinares

Projetos e a Interdisciplinaridade

Importante frisar que um projeto não precisa necessariamente ser interdisciplinar. Muitos
professores desenvolvem projetos isolados, referentes apenas à sua disciplina e ao seu
conteúdo, e nem por isso deixam de ser projetos.

Os nós da interdisciplinaridade

Desde a década de 70, a interdisciplinaridade adentra o ambiente escolar e deixa


professores e coordenadores pedagógicos em constante euforia na busca de uma práxis.

Como melhor saída para sua prática, a Pedagogia de Projetos parece de alguma forma
suprir, com seus conceitos e didática, as necessidades de maneira mais dinâmica e ativa
para praticar a interdisciplinaridade. Na realidade, a interdisciplinaridade possui, como um
dos grandes “nós”, a questão da postura.

Para sua prática, se faz necessária uma postura aberta para tudo e para todos, aberta aos
seus saberes e aos seus não saberes. Exatamente este é o grande problema: “estar aberto
aos seus não saberes”.

Sem a postura de humildade e reconhecimento dos seus não saberes, diante de seus pares,
o professor não se dispõe a realizar trocas com os demais especialistas.

É necessário também pensar em outro “nó”, que é a concepção do projeto temático de forma
unilateral e não num trabalho cooperativo e coletivo sem a participação de toda a
comunidade escolar, desde a sua concepção, um projeto dificilmente alcançará os objetivos
da interdisciplinaridade.
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É necessária uma COORDENAÇÃO que integre objetivos, atividades, procedimentos e que
propicie o intercâmbio, a troca, o diálogo, etc.

Planejamento de um projeto interdisciplinar

Esta é uma das etapas mais importantes do projeto, pois é onde serão traçados os pontos de
convergência entre as disciplinas e a temática em questão.

Planejamento de um projeto é o pensar reflexivo das diversas atividades que deverão ser
realizadas durante o decorrer do mesmo.

O planejamento é um roteiro que o ajudará na condução dos trabalhos durante a fase de


execução do projeto. O Projeto é o resultado, a culminância do processo mental de
planejamento.

Sugestão de um esquema de projeto educacional.

Tema:

Público alvo:

Duração:

Objetivos: - Geral

- Específico

Justificativa: Para quê? Por quê? ... Escolheu este tema.

 Estratégias/ procedimentos (explique como pretende alcançar as metas)

Como fazer?

 Recursos: humanos e materiais

 Custos

 Avaliação: Contínua (antes e durante do processo)

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U NIDADE 15
Objetivo: Conhecer melhor os conceitos e as finalidades da Pedagogia de Projetos na EAD.

Pedagogia de Projetos na EAD: uma alternativa?

Socializando a Pedagogia de Projetos:

Sabe-se que a sociedade do século XXI vive de forma intensa e


maçante ao mesmo tempo, pois o tempo cede lugar a razão e a razão
ao querer, no qual nem todos dispõe deste, alegando a sua passagem
rápida no decorrer do dia, esquecendo que este continua com 24
horas diárias. Na verdade, o que mudou foi que a velocidade presente
em tudo, aumentou a quantidade de tarefas; incutindo nas pessoas e empresas um cobiçar
sempre maior, não sendo diferente nas instituições de ensino onde o sucesso de cada um
depende de como cada qual ensina e aprende, logo, os resultados e méritos dependem de
quão os conteúdos são expostos bem como a realização destes.

Para tanto, é necessário: planejar, organizar e projetar-se, centrado em algo e para a


construção deste se faz preciso, antes de tudo, saber o que se deseja e espera, além de
conhecer a realidade da demanda presente. A partir disto será possível pensar num projeto
independente de sua duração, desde que seja focalizado o ponto pertinente a sua
estruturação, bem como suas etapas, ou seja: O que é? Como desenvolvê-lo? Questões
como estas tendem a contribuir com o êxito de qualquer projeto em ação.

É interessante refletir o quanto a geração atual tem falado em projetos, isso é bom, onde
Adriana Barroso de Azevedo Doutora em Comunicação Social pela UMESP, Mestre em
Educação pela UFMT e Pedagoga pela UFMT, Assessora Pedagógica da Pró-Reitoria de
Educação a Distância da Universidade Metodista de São Paulo; muito contribui quando cita
Paulo Freire:

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Ninguém sabe tudo, assim como ninguém ignora tudo. O saber começa com a
consciência do saber pouco (enquanto alguém atua). É sabendo que sabe
pouco que uma pessoa se prepara para saber mais. [...] O homem, como um
ser histórico, inserido num permanente movimento de procura, faz e refaz
constantemente o seu saber. E é por isso, que todo saber novo se gera num
saber que passou a ser velho, o qual, anteriormente, gerando-se num outro
saber, que também se tornara velho; se havia instalado como saber novo. Há,
portanto, uma sucessão constante do saber, de tal forma que todo novo saber,
ao instalar-se, aponta para o que virá substituí-lo (FREIRE, 1981, p.47).

Assim como em todos os seus escritos, mais uma vez Freire é feliz com tal pontuação, pois
há certa desmistificação, ao referir-se quanto à familiarização e conhecimento do saber por
meio do novo e a tomada de consciência de que sabe pouco, gerando o encontro do novo e
o velho; em suma, para haver um confronto entre o existente e a novidade é preciso antes de
tudo querer, desejar e colocar-se frente aos dispositivos da práxis cotidiana; a qual circunda
a realidade dos indivíduos. Adequar-se se abrindo aos novos paradigmas, por meio de um
olhar holístico e norteador.

E o que tem haver a fala de Freire com a EAD? A Pedagogia de Projetos, assim como a
EAD, são práticas novas na Educação brasileira e, para alguns, ainda flui como assustador.
Alguns desconfiam quanto a sua seriedade e credibilidade junto aos órgãos competentes, é
claro que o novo amedronta, mas quando descoberto e conhecido, torna-se prazeroso.

Para os cursos a distância, os projetos tendem a tornar um meio eficaz e complementar


juntamente ao processo de ensino aprendizagem, ou seja, o objetivo é fazer o conhecimento
chegar ao docente de forma clara e precisa, bem como os conteúdos e assuntos, muitas
vezes complexos e extensos por demais, de difícil acesso a realidade dos alunos e
instituições.

Portanto, vale relembrar que a EAD está amparada pela LDB (Lei de Diretrizes e Base),
mediante a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, o qual dispôs oito dispositivos, a

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propósito da Educação a Distância; sendo um artigo, quatro parágrafos e três incisos, no
Artigo 80, o seguinte:

"Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas


de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada.

§ 1° A Educação a Distância, organizada com abertura e regime especiais, será


oferecida por instituições específicas, credenciadas pela União.

§ 2° A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de


diploma relativo a cursos de Educação a Distância.

§ 3° As normas para produção, controle e avaliação de programas de Educação a


Distância e a autorização para sua implementação caberão aos respectivos sistemas
de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.

§ 4° A Educação a Distância gozará de tratamento diferenciado que incluirá:

I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de


sons e imagens;

II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;

III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários
de canais comerciais. "

No mais, é bom não esquecer que, o conhecimento se dá por meio de fatores e intervenções
e neste caso, a EAD, é vista como uma nova modalidade de ensino que, ao ser associada à
Pedagogia de Projetos, provoca maior amplitude no ensinar e aprender. Onde as etapas e
adequações proporcionam a aplicação de regras precisas e claras.

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Contextualizando a Pedagogia de Projetos

Conforme explanado, os avanços e desenvolvimentos tecnológicos têm levado instituições e


empresas a buscarem medidas imediatas; capazes de promover uma rápida aprendizagem e
evolução de seus colaboradores e para tal, os projetos são verdadeiras alavancas frente à
demanda de capacitações eloquentes e transitórias, proporcionando a eficácia e sucesso
daqueles que descobrem na EAD um meio preciso para aprender e capacitar-se.

Tais razões fizeram brotar a precisão de uma metodologia capaz de valorizar o envolvimento
dos avaliados e avaliadores dentro do processo ensino-aprendizagem, tornando-os
responsáveis pela elaboração e desenvolvimento de cada projeto elaborado. Em 1998,
Hernandez, sustenta essa afirmativa ao dizer que: "Os Projetos de Trabalho contribuem para
uma (re)significação dos espaços de aprendizagem, de tal forma, que eles se voltem para a
formação de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes”.

Os projetos favorecem um conhecimento ativo por parte dos alunos, uma vez que:
vivenciam situações-problema; são capazes de refletir e tomar atitudes através dos
fatos, enquanto ao professor, cabe resgatar as vivências, auxiliá-las e direcionar para
a concretização destas transformando-as em ação.

Um ponto deve ser considerado, em EAD. A competência em projetar; a temática central dos
projetos, os conteúdos específicos, assim como, a estrutura do seu desenvolvimento, não
compete somente do professor, mas a toda uma equipe, pois, essa forma de trabalho exige
coletividade, obrigando a aplicabilidade da ação pedagógica em conjunto. Uma das maiores
falhas nas instituições educacionais é elaborar o seu PPP (Proposta Político Pedagógico),
sem a participação de todos os envolvidos no processo. Em geral, só o apresenta aos seus
educadores, depois de pronto; ignorando a importância da participação de seus membros na
elaboração.

No caso da EAD, que abrange pessoas de toda federação, os temas devem ser voltados à
realidade nacional, e para isto deve focalizar, de maneira particular, a cultura, cidadania.
Aspectos sociais, que descrevam a historicidade federativa e corporativa de cada região.

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U NIDADE 16
Objetivo: Conhecer as etapas para a construção de um projeto.

Viabilizando a Pedagogia de Projetos

“Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca;


não aprendo nem ensino” (Paulo Freire)

Passos para o sucesso de um projeto

Apesar de já explorado, após a temática escolhida é fundamental definir os resultados a


serem alcançados, embora nem todos sejam fáceis. Cabe aos projetistas atentar para que
este não seja simplesmente mais um ato ou uma série de conteúdos a serem aplicados, mas
que tenha a garantia da transmissão e mediação de um aprendizado no qual o emissor e
receptor estejam interconectados por meio da sistematização do ensino.

No entanto, importa saber que os projetos são extremamente diferentes de atividade


funcionais. O primeiro é uma atividade organizada tendo por finalidade resolver um
determinado problema; enquanto o segundo se refere às funções regulares, estas
acontecem repetidamente, sofrendo leves variações, além de não terem um término, já que e
não há prazo de conclusão. Os projetos exigem um período de ressonância e conclusão.

Caracterizando um Projeto

 Objetivo definido em função de um problema, cuja solução é o critério para definir


seu grau de sucesso.

 Em geral, são realizados em função de uma necessidade específica.

 São finitos: têm começo e término programados, solucionado o problema, o projeto


termina.

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 São “irregulares”, ou seja, fogem da rotina.

Com certeza, frente aos principais pontos que demarcam a pessoalidade do projeto; em seu
destrinchar poderão ocorrer algumas esfinges por isso, a atenção minuciosa a cada passo é
importante, pois as falhas precisam ser notadas antes mesmo de sua execução. Embora o
êxito implique em conhecê-lo somente durante a sua aplicação, razão esta em que se devem
evitar algumas problemáticas como:

 Objetivo confuso:

o Aqui ele tem grande possibilidade de frustração. Quando não se tem a ideia de
onde chegar, é difícil atingir algum objetivo. Este se alastra, partindo por meio de
diversas origens, logo, entende-se que a causa não fora estudada do mesmo jeito
que não houve entendimento por parte de quem o elaborou, podendo ainda
acrescentar a pressa que houve ao notar a não clareza.

o O Coordenador e equipe não apreendem o problema e fazem hipóteses incorretas


sobre o resultado a ser alcançado.

o O objetivo claro, porém, não coerente com a esfinge, fará com que os resultados
conquistados sejam conflitantes com a temática.

 Execução confusa

o As normas de determinação são confusas, não tendo artifício de métodos para


solucionar as causas conflitantes.

o Autoridade e responsabilidade indefinidas provocam incertezas sobre a quem


compete os deveres atributivos bem como o que e para quê?

o A previsão de recursos é incoerente com as atividades. Talvez, eles tenham sido


desdenhados ou subestimados.

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o A atividade avança muito sem que, pelo menos, as intenções básicas do projeto
estejam bem definidas e por último:

 Falhas na execução:

o Para que não haja condenação e nem frustração é bom conscientizar-se de que
mesmo bem planejados e organizados os projetos poderão ter falhas. Não há
garantia total de sucesso em sua execução, até por que depende, também, a
quem será aplicado e o estado (momento) de cada individuo.

As orientações expostas não buscam provocar insegurança ou atrito quanto a preparação


dos projetos, mas viabilizar e tornar claro os prováveis erros que poderão surgir durante a
execução de qualquer projeto. Procurou-se, também indicar pontos pertinentes de como
alcançar êxito.

Definição do problema:

o Projetos bem sucedidos, de forma geral, são definidos a partir do problema a ser
resolvido e da clareza com que se define a solução do problema.

o O mais importante é definir com clareza os objetivos do projeto.

o Uma vez decidida à realização de um projeto, deve-se discutir exaustivamente


como o problema pode ser resolvido e as características do resultado final,
descritas nos objetivos do projeto ou em suas metas.

o Sempre que possível, o próprio título do projeto deve indicar as características do


resultado final.

o Por exemplo: Reforma; instalação ou colocação em funcionamento da cantina


escolar. Quanto mais tarde se deixa para realizar essas discussões e definições,
mais difícil se torna a implementação do projeto.

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 Envolvimento da equipe:

o Quanto mais o projeto representa um desafio para a equipe envolvida, maior é a


probabilidade de que venha a ter sucesso.

o Projetos bem sucedidos criam na equipe uma sensação de propriedade: “Este é o


nosso projeto, o problema que temos de resolver”.

Com certeza é preciso tomar alguns cuidados para o êxito dos projetos, donde as definições
dos resultados são marcantes e auxiliadoras enquanto retorno, sendo direcionado também
por indagações simples que contribuem para a prática do projeto, intervinda pelos afazeres e
providências necessária a implementação deste e quando elas devem acontecer.

Artefatos indispensáveis à execução do Projeto

Antes de qualquer coisa um projeto deve conter um cronograma, no qual todas as tarefas e
providências deverão estar pontuadas:

 Data de início, final e nome dos responsáveis.

 Fechando o cronograma, os resultados do projeto e a data planejada para sua


finalização.

 Relacionada a cada tarefa ou providência, aparece(m) o(s) nome(s) do(s) responsável


(is) pela sua execução.

 Um bom cronograma deve estabelecer os momentos em que a equipe irá se reunir


com o propósito principal de avaliar a execução do plano e verificar se o que foi
imaginado está acontecendo, ou se há necessidade de alterar tarefas, providências e
prazos.

Nota-se que trabalhos com projetos tendem a dar conta de determinados objetivos
educacionais com maior profundidade e segurança; em particular o desenvolvimento da
autonomia intelectual, o aprender a aprender, o desenvolvimento da organização individual e
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coletiva, bem como a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas com o propósito de
realizar pequenos ou grandes projetos pessoais.

Resolva a lista de exercícios 2 no “link” ATIVIDADES.

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U NIDADE 17
Objetivo: Descrever a operacionalização do curso e o processo de roteirização das mídias
empregadas.

Com todo o planejamento pronto, é necessário colocá-lo em


prática. Através do cumprimento do cronograma, da capacitação
dos participantes internos que interagirão com o curso; autores,
tutores, e equipe técnica; produção das atividades e material
didático, além de verificação das ferramentas tecnológicas
escolhidas dentro do Sistema de Gerenciamento selecionado.

Operacionalização do curso em EAD

Para a realização desta etapa, algumas atividades como: a análise do potencial pedagógico
das ferramentas e recursos tecnológicos; levantamento detalhado de quais os recursos
necessários para a execução das atividades que exigem interatividade, já devem estar
prontas. Especificando quando elas serão assíncronas e quando serão síncronas.

Depois de realizado tal levantamento deve-se organizar e definir as ferramentas de


colaboração, como: salas de bate-papo e fóruns; ferramentas de informação e
acompanhamento do aluno, o login, o mapa de navegação e por fim as ferramentas de
comunicação como vídeos e teleconferências.

Com o Projeto Pedagógico elaborado, conteúdos predefinidos; sistema de gerenciamento


escolhido; cria-se a página web que expressa à rede de construção do ambiente de EAD;
definindo-se as questões ergonômicas como cores, layout, organização de navegação,
interface, entre outras.

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É importante lembrar que da equipe multidisciplinar, são os profissionais das Tecnologias da
Informação e da Comunicação que deverão ser responsáveis pelas características do
ambiente virtual como, por exemplo, qual o acesso a internet, conexão entre computadores
pessoais e tipo de rede.

A página web deve integrar duas estruturas. Uma é a estrutura de armazenamento e a outra
é a de apresentação visual que facilita a navegação. Pode ser de 3 formas:

- hierárquica: há grupo de elementos em um nível que leva a outro grupo de


elementos.

- sequencial: metáfora do livro, ou seja, se apresenta como um livro eletrônico.

- hipermídia: aplicação de links que levam o usuário a outras informações, páginas e


mídias.

Quanto ao conteúdo, este é um aspecto que merece uma atenção especial. É necessário
que haja um tratamento compatível com a mídia para qual foi definido sua veiculação no
ambiente do curso e, depois disso, organizar cada um deles e criar uma rede de conteúdos
mapeados; o que facilita muito no passo seguinte que é a roteirização.

É preciso enfatizar a importância da análise e considerar os objetivos que se quer atingir por
meio dos conteúdos e mídias disponíveis.

Roteirização de material multimídia e hipermídia

A roteirização é o processo de escolha dos métodos de apresentação, da mídia que


veiculará os conteúdos de acordo com os objetivos pedagógicos e ferramentas de
interatividade e comunicação.

É com a base dada pela roteirização que se tem, definida pelo professor, o conjunto de
conteúdos, estratégias pedagógicas e atividades didáticas, envoltos em um conjunto de
procedimentos.

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Assim, a roteirização procura propor uma navegação que se guie pelos objetivos e que
respeite a rede de conteúdos desenvolvida pelo autor. Sendo o grau de liberdade de
navegação bastante alto, ainda que em alguns momentos se apresente de forma sequencial.

Este roteiro, porém deve ser flexível para que, durante o monitoramento da execução do
curso, possa ser realizados ajustes. Também, deve haver a possibilidade de adaptação em
função de perfis diferentes dos usuários, como professor e aluno, por exemplo.

Para o professor, o acompanhamento daquilo que está sendo realizado, permite avaliar se os
objetivos pedagógicos estão sendo atingidos e caso haja algum problema, a flexibilidade do
roteiro facilita uma eventual interferência do mesmo, usando de roteiros alternativos.

No caso da interface destinada à navegação do aluno, cada um realizará seu próprio


caminho pelo ambiente e, como resultado disso, a adaptabilidade e flexibilidade do roteiro
ficam ainda mais evidente. Será em função deste percurso pessoal que poderá haver
redirecionamentos ou propostas de roteiros alternativos, propostos pelo professor que
monitora seu aluno.

Como última etapa de roteirização há os testes que podem ser considerados processuais e
devem ser acompanhadas pelo professor, pelo conteudista e pelo tutor.

Os testes servem para simular a situação real do curso em EAD e, em geral, ajuda na
revisão final do ambiente e considerar o uso da tecnologia e a concepção pedagógica.

Com o olhar do uso da tecnologia se testa a eficiência das ferramentas do sistema de


gerenciamento e as interfaces em função dos tipos de usuários. Quanto ao olhar pedagógico,
observa-se se o material didático e as estratégias que facilitem a aprendizagem. O que
significa observar como se comporta o roteiro instrucional.

Ao final o uso das mídias somadas à internet, características dos cursos em EAD, devem dar
base para a construção de conhecimento do indivíduo, a partir de sistemas de comunicação
eletrônica, e assim, assegurar que as ferramentas tecnológicas sejam instrumentos que
promovam a aprendizagem ativa de forma colaborativa.

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U NIDADE 18
Objetivo: Analisar a linguagem das mídias em EAD, a necessidade de adequações para os
diferentes tipos e apontar possibilidades de gestão das mesmas.

Quando se fala em EAD há que refletir como transpor o conteúdo definido pelo professor em
uma linguagem apropriada para o ambiente virtual, de acordo com a mídia escolhida.

Mais que suporte de informação, a linguagem é o caminho que privilegia a interação, a


construção e reconstrução de conhecimento, fazendo do aluno o centro do processo de
aprendizagem.

Por isso a linguagem na EAD merece um destaque, já que através dela os conteúdos dos
cursos receberão um tratamento especial, para atender os objetivos propostos no projeto
pedagógico.

Linguagem das mídias em cursos de EAD

Cada mídia tem seu potencial pedagógico, mas também tem limitações específicas de
linguagem, porém a integração de todas facilita a autoaprendizagem já que elas se
completam. Sendo natural e esperado que se observe redundância nas informações das
mídias produzidas.

Em geral, ao usar a palavra, escrita ou falada, procura-se envolver o aluno, estabelecendo


uma relação de interação onde, o discente é colocado na posição de interlocutor, e assim
aproximando-o mais das possibilidades de desenvolvimento do conhecimento previstos nos
objetivos pedagógicos. O que se quer é que se privilegie o diálogo, por isso, as mídias
usadas na transposição do conteúdo devem ter uma linguagem que lembre uma conversa.

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Com a internet, as mudanças nos processos de interação humana e até mesmo em
situações de comunicação são inegáveis; seja ela síncrona ou assíncrona, portanto é preciso
planejar e ter cuidado com a linguagem e suas interpretações.

Os conteúdos, que podem estar organizados em módulos, aulas ou unidades serão


desenvolvidos em mídias apropriadas que permitam o acompanhamento do desempenho do
aluno e a avaliação da aprendizagem, transformando-se em material didático.

Considera-se que por ser material didático, especialmente preparado para atender as
demandas de aprendizagem dos alunos, devem ser produzidos com alguns cuidados como:
respeito à diversidade étnica e cultural dos diferentes povos e desenvolvimento de atitudes e
valores de cidadania e ética.

O conhecimento evolui e se amplia, levando a uma permanente atualização dos conteúdos


que ajudam na construção deste conhecimento; o que significa dizer que o material didático,
seja ele qual for; passa por constante adaptação, ampliação, revisão, modificação e
reformulação, já que deve atender os critérios de acessibilidade, presteza e usabilidade.
Levando em consideração a velocidade da evolução tecnológica, essa preocupação é maior
nos ambientes virtuais.

Na sociedade atual e, especificamente, no ambiente virtual voltado para aprendizagem à


compreensão da linguagem audiovisual, seus mecanismos e suas dinâmicas são
diferenciais que garantem a comunicação entre os diferentes usuários do curso de EAD.

Por isso, no planejamento e roteirização há que se considerar se a mídia tem o formato


desejado e se a linguagem utilizada é adequada ao perfil do público alvo, num verdadeiro
processo de gestão das mídias em educação.

Os diferentes tipos de suportes mediáticos de EAD em ambientes virtuais

Os diversos formatos de mídia como material impresso, áudio e vídeo apresentam


comportamento específico nos cursos on-line de EAD, porém a possibilidade de usá-los ao

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mesmo tempo e em uma só tela aumenta a qualidade e o nível de interação e interatividade
entre os usuários, principalmente entre professor e aluno.

Assim, animações; imagens; vídeos; textos e outros se somam e se completam, numa


organização articulada no ambiente virtual que permite uma navegação flexível e particular
por parte do aluno, muitas vezes acrescida de Iinks de acesso que o encaminham para
outras mídias. Oferecendo interação entre os próprios alunos, professores e alunos,
professores e também entre tutores; além de estimular a pesquisa e o aprofundamento de
conhecimentos com acesso a outras páginas web sobre o conteúdo em questão.

Nos ambientes virtuais o acesso dos alunos é direto nas mídias e muitos dos arquivos
disponíveis têm a possibilidade de serem salvos e impressos. Com o a fundamentação
teórica e interação dessas mídias explora-se os chats e os fóruns de discussão,
desenvolvendo inclusive a criatividade na criação de apresentação de alguns desses
suportes mediáticos.

Há, também, a possibilidade de avaliações on-line, individuais ou em grupo, que podem ser
executadas, enviadas ao sistema ou ao professor que imediatamente retoma com o
resultado do desempenho do aluno.

Existem cursos que integram as novas tecnologias com programas radiofônicos e televisivos,
somados ao acesso de via telefone e correio postal. Também há cursos que se desenvolvem
em suportes mediáticos diferenciados, ou seja, o mesmo curso é oferecido em ambiente
virtual, em vídeo ou material impresso por exemplo. A definição do suporte mediático
determina a modalidade de EAD que se irá oferecer e, portanto é fator importante no
planejamento.

Se a opção é um curso por correio postal, por exemplo, a estruturação e o planejamento se


dão de uma forma, já que se privilegia o conteúdo, que em geral é disponibilizado em
material impresso. A metodologia de ensino, a exploração do material pelo aluno e o
acompanhamento e avaliação de seu desempenho, acontece através das respostas aos
exercícios e testes enviados para correção.

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Há cursos de EAD que são veiculados via rádio, vídeo, CD-ROM e softwares, com
estratégias pedagógicas muito parecidas com os cursos por correio postal, mas com
planejamento diferenciado.

Pode-se verificar essa diferenciação quando se aponta a organização e o treinamento da


equipe, da tutoria, dos investimentos em infraestrutura tecnológica, das propostas das
atividades pedagógicas e avaliativas, entre outros.

No ambiente virtual há cuidados mais específicos como equipamentos, por exemplo. É


inadmissível que seja suspensa a não transmissão de uma videoconferência, que ocorra a
falta de conexão de internet; que o envio de uma correspondência seja suspenso ou se
atrase por problemas de equipamentos, por outras questões operacionais e/ou técnicas.

Conclui-se então que a apropriação das mídias em cursos de EAD faz (re)significar o
conhecimento, matéria-prima de um ambiente virtual para aprendizagem. As questões que
envolvem a comunicação requerem mais atenção, porque a circulação de conhecimento
proporcionada pela interatividade depende do planejamento, gestão e avaliação, que diferem
em função das mídias utilizadas.

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U NIDADE 19
Objetivo: Identificar as características das mídias em cursos de EAD e explicar ó importância
da integração das mesmas em ambientes virtuais de aprendizagem.

As novas tecnologias trouxeram novas técnicas de ensino e consequente discussão, estudo


e reflexão sobre os processos de aprendizagem que utilizam recursos tecnológicos. Tais
recursos proporcionam ao ambiente maior interatividade e troca de saberes, facilitando o
desenvolvimento de competências para o professor e para o aluno.

Porém, o que se observa é a existência de docentes que ainda não reconheçam a


importância do uso desses recursos; desconhecendo a importância do seu uso em um
ambiente virtual. Em geral isso se dá porque não sabem do potencial pedagógico que essas
ferramentas possuem, principalmente no aspecto da comunicação e do acesso e troca de
informações.

Características das mídias em cursos de EAD

Antes de identificar as características é preciso esclarecer o se entende por mídia.

Em latim a palavra "mídia" é o plural da palavra "meio" e hoje é usada quando se faz
referência a suportes de difusão, divulgação, geração e veiculação de informações.

Assim as mídias passam a ser uma nova maneira que as pessoas têm para interagir com o
mundo de diferentes formas de expressão e distintas linguagens, que podem ser: gráficos,
imagéticas, orais, textuais, sonoras ou outras ainda.

Podem ser digital, eletrônica, impressa ou usando outro material para suporte. Podem
também ser síncronas ou assíncronas. Hoje são consideradas como importante recurso de
mediação nos espaços educativos.

Em EAD, a definição da escolha das mídias deve estar comprometida com o projeto
pedagógico do curso e os recursos financeiros da instituição. Então, no planejamento

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considera-se o tipo de equipamento, tipo e nível de interatividade entre os usuários e a
melhor forma de atendê-los.

Pode-se caracterizar as mídias a partir de duas categorias.

1. Mídias de comunicação

Os meios de comunicação de transmissão de texto, voz e imagem; encontradas na


internet são as tele e videoconferências, emails, chats, fóruns, lista de discussão e
comunidades virtuais. Os dois últimos permitem que todos tenham acesso às
intervenções feitas e participem de forma colaborativa na criação e desenvolvimento
da comunidade. Essas mídias estão voltadas para a comunicação entre os usuários
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, professor e aluno. Podem
ser caracterizadas como:

a. Síncronas: Temos as textuais, como os chats e as teleconferências. A


comunicação se desenvolve livremente em espaço de tempo, em geral
determinado, e é muito usada para esclarecer dúvidas, responder
questionamentos na hora em que eles surgem.

b. Assíncronas: São os fóruns e a lista de discussão. Trazem a flexibilização do


tempo e a disponibilização do registro textual das mensagens de todos os
participantes.

2. Mídias de reprodução

São os meios de reprodução de conteúdos como material impresso, sites, rádio, TV,
CD-ROM, DVD, e vídeo. Podem se apresentar como:

a. Mídias de reprodução de texto e imagem. As mais encontradas são material


impresso e sites. Alguns tipos de CD-ROM, DVD, vídeo e TV.

b. Mídias de reprodução de áudio. Tradicionalmente são: o rádio, CD-ROM e


audiocassete.

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c. Mídias de reprodução de áudio e imagem. Neste caso temos a TV, o DVD e o
CD-ROM.

A integração e a seleção das mídias em cursos on-line

A interatividade que as mídias trazem ao aprendizado faz dela uma variável importante que
determina e identifica um curso de EAD. Porém para efetivação dessa interatividade deve-se
recorrer à integração das mesmas.

A proposta de integração traz a facilidade de navegação e de instantaneidade no acesso a


informação, porém essa integração deve ser precedida pela seleção das mídias que, de
acordo com Moore e Kearsley (1996), será através da identificação:

 dos potenciais de cada mídia para cada objetivo instrucional ou atividades de


aprendizado.

 das características do público alvo que pede para inserir ou retirar determinado tipo de
mídia.

 das características do ambiente de aprendizagem dos fatores econômicos ou


organizacionais que viabilizam, ou não, determinada mídia.

Vale ressaltar que atualmente os cursos de EAD favorecem o desenvolvimento de


competências relacionadas à leitura, em situações de interpretação de texto, hipertextos e
leitura de textos de outro aluno, e também relacionadas à escrita, necessárias para
expressar as próprias ideias.

A possibilidade de navegar de forma livre pelo ambiente faz com que cada aluno percorra
seu próprio caminho e assim, vivenciar o papel de receptor, outras vezes de emissor,
atuando como comunicador que lê e escreve, ou seja, interaja efetivamente, pelos recursos
tecnológicos com os demais usuários.

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Pode-se afirmar então que a velocidade das tecnologias e sua integração nos ambientes
virtuais de aprendizagem afeta as formas de ensinar e aprender. As aulas podem ser a
distância e síncronas; presenciais; com interação, via Internet, com uso de distintas mídias, a
distância e assíncronas; enfim as possibilidades e combinações são inúmeras, mas é
importante lembrar que as mídias nos cursos de EAD serão veículos de conhecimentos, que
tem origem na concepção de materiais didáticos específicos para EAD.

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U NIDADE 20
Objetivo: Explicar as práticas de desenvolvimento do material didático para EAD, a partir da
apresentação de alguns modelos.

A elaboração do material didático é um dos momentos mais importantes no desenvolvimento


de cursos de EAD, já que através dele se estabelece o contexto da relação educativa, pois
apóia a mediação e atribui significado a aprendizagem. Somado as intervenções do
professor, auxilia na construção de conhecimentos dos alunos.

Qualquer material didático deve proporcionar a aquisição de conhecimentos e comunicação


facilitadora entre professor e aluno, além de sugerir a organização dos processos de ensino
e aprendizagem. Para cursos de EAD, eles ainda devem promover a interatividade.

Assim o material didático deve se apresentar articulado com a· didática do professor, ou seja,
ele deve complementar as interações entre o aluno e o conhecimento, para que os objetivos
pedagógicos propostos sejam alcançados.

Desenvolvimento de material didático para EAD

Em cursos de EAD o material didático é elaborado pra atender uma aprendizagem


personalizada e, dessa forma, atender o ritmo de cada aluno, estruturado de maneira a
percorrer o conteúdo, passo a passo, sabendo que existe a flexibilidade de tempo e espaço
para os estudos.

O professor, além de mediador, estimula o aluno na vivência de novas experiências


significativas através de estratégias pedagógicas que levam ao aluno a uma postura ativa no
seu processo, único e pessoal, da construção de conhecimentos.

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Na prática da elaboração deste material alguns aspectos foram considerados, como por
exemplo:

- Aprendizagem personalizada

Cursos intensos demandam mais trabalho ao aluno e mais dias de conexão, portanto
as ações do tutor também acontecem mais ativamente. Há mais tempo dedicado para
atendê-las, A redação desses comentários deve ser cuidadosa, reflexiva, porém
realizada em tempo hábil. O local de publicação deve ser definido anteriormente para
que se evite quaisquer constrangimentos.

As intervenções devem ser feitas assim que se verifica a necessidade delas, ou seja,
o acompanhamento do tutor tem que ser permanente. Essas ações se somam à
animação e sugestão dada ao grupo. As atividades propostas pelo professor devem
ser flexíveis para atender ao ritmo do aluno, mas também a sua disponibilidade.

- Facilitação para comunicação virtual

A comunicação em cursos de EAD em ambientes virtuais se dá em geral pela escrita e


alguns alunos, não poucos, sentem dificuldade em se expressar dessa forma. Essa
situação pode gerar timidez no momento de perguntar, esclarecer dúvidas, emitir
opiniões acarretando pouca interatividade entre os participantes.

Professores e tutores, atentos a esta possibilidade, buscarão estratégias que


promovam e estimulem a participação dos alunos, porém clara e objetiva e que podem
ser, desde encontros presenciais até a realização de chats; privilegiando a
comunicação informal.

- Motivação dos alunos

O conteúdo do curso deve ser apresentado de maneira interessante, motivadora,


objetiva. O professor ou o tutor atuam como animadores estimulando a interatividade
constante com os diferentes recursos que são oferecidos como fórum, chats e lista de
discussões.

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- Interação e Interatividade

Este deve ser o principal foco no desenvolvimento do material didático. É interessante


que após um primeiro contato com o conteúdo, os alunos transformem a informação
em conhecimento e que o professor esteja atento para dinamizar o grupo e auxiliar na
organização de atividades motivacionais, incentivando os alunos a realizar análises,
comparações e discussões que expressem sua opinião sobre o assunto.

Apresentação dos modelos de alguns materiais didáticos

O conjunto de mídias que constituem o material didático de cursos de EAD deve ter uma
linguagem dialógica e contextualizada e a interação com o aluno deve ser diversificada. São
objetos de aprendizagem como: textos, imagens, áudio, música, vídeo, animações,
hipertextos, e outros, explorados pelo aluno num percurso não linear, que o possibilita a
construir seu próprio caminho de aprendizagem.

Os materiais didáticos podem ser divididos em três categorias básicas.

- Materiais Impressos: apostilas, enciclopédias, livros, cadernos de atividades e


outros.

São os principais meios de divulgação do conhecimento, pois são mais familiares para
o aluno. Por serem impressos, facilitam a leitura e anotações, que podem acontecer
em diversos lugares, a qualquer momento. Suas principais características são: o
fortalecimento dos processos de leitura e escrita numa linguagem coloquial; uso de
imagens que auxiliem na compreensão e interpretação dos textos, consideração aos
conhecimentos prévios dos alunos, uso de situações do dia a dia, elementos de humor
e leveza de projeto gráfico.

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- Materiais audiovisuais: filmes, outdoors, programas de TV e rádio, revistas
eletrônicas, vídeos, games, clipes, videoconferências entre alguns.

Com estes materiais encontram-se a integração de imagem e som, que servem como
estímulos para o aluno construir conhecimentos a partir de experiências e vivências
que se articulam com o processo de ensino-aprendizagem. Entre algumas
características destacam-se a promoção de provocações e questionamentos,
(re)conceitos e o desenvolvimento da criticidade.

- Materiais digitais: animações, atividades interativas, chats, fóruns, hipermídia,


hipertextos, objetos de aprendizagem, tarefas virtuais, simuladores, webquestwiki,
para citar alguns.

São materiais de suporte digital que, por integrarem várias mídias, são fontes de
grande quantidade de informações que estimulam a interatividade e a aquisição de
conhecimento.

Sua produção depende de ferramentas computacionais e os ambientes virtuais potencializam


a aprendizagem ampliando a compreensão de conceitos e a abordagem dialógica do
processo pedagógico. As características mais relevantes são o favorecimento para a
aprendizagem colaborativa, a autoria e o estudo, fixação e revisão dos conteúdos.

Além dos recursos de computador, também, é necessário contar com equipe técnica
específica que dominem a elaboração, manutenção e uso desses materiais.

É importante lembrar que seja qual for o material didático selecionado, este deve alcançar o
objetivo pedagógico proposto de maneira a garantir uma aprendizagem significativa.

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Conheça os endereços que disponibilizam materiais digitalizados:

A Magia dos números - área de Matemática:


http://nautilus.fis.uc.pt/mn/p_index.html
Banco Internacional de Objetos de Aprendizagem - diversas áreas:
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br
Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação - diversas áreas:
http://www.cinted.ufrgs.br/CESTA/
Laboratório Virtual de Matemática-área de Matemática:
http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/
Laboratório Didático Virtual áreas de Física e Química
http://www.labvirt.te.usp.br/
Laboratório de estudos cognitivos áreas diversas
http://www.lec.ufrgs.br/index.php/F%C3%A1brica_Virtual
Programa RIVED: Rede Interativa Virtual de Educação criado pelo MEC pela SEED,
Secretaria de Educação a Distância:
http://www.rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php
Micro&Gene – área de Biologia:
http://www.ib.usp.br/microgene/
Science Museum área de Física e Lógica:
http://www.sciencemuseum.org.uk/onlinestuff/games.aspx

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Objetivo: Refletir sobre a Avaliação da Aprendizagem na EAD

Avaliação da aprendizagem na EAD

Com a expansão do Ensino a Distância, surgiram indagações quanto à forma de avaliar a


esses alunos e qual seria o método mais adequado para a situação. Logo, se faz preciso
buscar alternativas, instrumentos avaliativos educacionais a distância e suas respectivas
características para compreendê-la como mais um processo formativo e qualitativo enquanto
ensino. Isso porque, os sistemas de ensino a distância existentes, ou os modelos de
avaliação, geralmente não fornecem meios para abalançamento formal e informal integrados,
pois o principal objetivo desses modelos é fornecer dados classificatórios dos alunos, através
de avaliações somativas.

No entanto, o modelo de avaliação citado pretende integrar a avaliação formal e informal,


procurando identificar os problemas de aprendizagem ocorridos durante a interação dos
alunos com o ambiente de ensino a distância. Com o intuito de fornecer resultados que
provoquem mudanças na estratégia utilizada no ambiente de ensino, utiliza-se uma avaliação
formativa.

O desenvolvimento do ensino a distância no Brasil, realmente alargou não somente as


possibilidades na formação de docentes, como também o número de oportunidades para
capacitação os professores.

A Educação a Distância é uma alternativa valiosa para uma federação como o Brasil, onde a
sua expansão territorial e a falta de equidade na distribuição de oportunidades educacionais
são fatos inquestionáveis.

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Por ser uma etapa do processo ensino aprendizagem, a avaliação não pode ser desligada
das demais ações, isto, por que ela deve ser realizada em todo momento, ou seja, durante o
todo o ensino-aprendizagem, logo, esta é uma atividade meio e não um fim objetivando
somente comprovar dados. Ela deve ser vista como um meio para análise e detecção de
problemas e evolução no aprendizado dos alunos e professores, através de seus resultados.
Nesta perspectiva a avaliação deve ser encarada numa visão de (re)construção do erro.

Para a eficácia e utilidade do sistema de Educação a Distância é primordial a adequação de


um bom projeto interligado a avaliação, pois é praticamente impossível vê-los caminhando ou
acontecendo independentes um do outro, seria como que desejar tirar as águas do mar com
uma concha; parece irreal e com certeza é.

É preciso planejar, projetar, organizar e esquematizar ações, propostas, partindo do principio


do que se deseja, almeja e onde quer chegar, conhecimentos básicos de didática enquanto
objetivos ajudam a compreender melhor o que venha ser planejamento.

É necessário ter em mente as análises dos objetivos, os recursos, o material didático e


outros aspectos, sempre fazendo relevância da adequação destes a realidade dos alunos.
Com certeza são pontos críticos, ainda mais por se tratar de EAD, definindo então, os
aspectos mais relevantes, avaliando todas as dimensões do projeto, ressalto: quanto mais
participativo o planejamento, mais participativa a avaliação e consequentemente a
fundamentação dos conhecimentos obtidos por meio desta.

Um dos pontos que se deve reconsiderar constantemente é a realidade dos alunos. Por
exemplo, no ensino a distância por meio da Web, o educador precisa lembrar que por trás da
máquina está um ser, que pensa, age, tem emoções, razões e a cima de tudo um coração.
Por esses motivos, a hostilidade jamais poderá fazer parte dessa técnica de ensinamento,
onde o docente necessita de segurança e entendimento por parte de quem o assessora.

É devido aos fatos supracitados que a EAD é vista como um meio de democratização do
ensino, considerando-a também um ótimo investimento para as organizações enquanto
treinamento e desenvolvimento do capital humano. O Decreto-Lei 5.622/2005 dá
confiabilidade a EAD, embora no Brasil ela ainda esteja num processo de embrião, percebe-

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se, através de projetos maravilhosos como: o interesse no pleno desenvolvimento da
Educação, reformulação dos métodos de ensino, ênfase na interdisciplinaridade,
manutenção do espírito investigativo, capacitação de professores, qualidade, personalização
de conteúdos e processos de ensino, democratização e credibilidade do ensino, e a
preparação dos alunos para transitarem no novo espaço de aprendizado, um crescimento no
interesse na melhoria da Educação no país.

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U NIDADE 22
Objetivo: Conhecer as modalidades de avaliação e sua utilização como momento de
conhecimento e pesquisa.

Modalidades de Avaliação

Segundo Benjamin Bloom, classifica-se a avaliação em três modalidades:

 Diagnóstica

 Formativa

 Somativa

Avaliação Diagnóstica:

Visa determinar a presença ou ausência de conhecimentos e habilidades. Permite averiguar


as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem.

Afirma-se que o educando é o sujeito, e não o objeto da ação educativa; no entanto, ele
próprio não participa do processo de sua avaliação, apenas recebe, indiretamente, o
resultado de sua vitória ou fracasso.

O diagnóstico se constitui por uma sondagem, projeção e retrospecção da situação de


desenvolvimento do aluno, dando-lhe elementos para verificar o que aprendeu e como
aprendeu.

Alunos e professores, a partir da avaliação diagnóstica de forma integrada, reajustarão seus


planos de ação.

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A principio é realizada pelo docente para diagnosticar as falhas dos alunos, ou seja, os
considerados “fracos ou fortes”, nas diversas áreas do saber e ocorre por meio do processo
de ensino-aprendizagem, acontecendo través da construção de conhecimento, aonde alguns
teóricos chegam a comparar esta etapa de diagnóstico ao início da fundação de uma casa,
no caso, os alunos, constata-se se ele domina ou não os pré-requisitos.

O professor precisa saber se o discente de fato apreendeu os conteúdos, a fim de dar


sequência à posterior sem que passe algo despercebido na matéria em questão, sendo
assim, este tipo de avaliação se condensa numa necessidade de revisão dos princípios e fins
da temática.

Avaliação Formativa:

Geralmente esta é realizada durante o processo de ensino-aprendizagem, tendo maior


proveito quando o feedback velozmente é equipado aos alunos, neste caso ele contribuirá
para a correção dos erros de interpretação dos conteúdos passado, em suma, facilita a
leitura dos resultados, de acordo com os critérios adquiridos.

É realizada com o propósito de informar o professor e aluno sobre o resultado da


aprendizagem, durante o desenvolvimento das atividades escolares.

Para que se processe a avaliação formativa deve-se observar:

1. Seleção de objetivos e conteúdos distribuídos em pequenas unidades de ensino.

2. Formulação de objetivos, estabelecendo critérios de tempo, qualidade e/ou


quantidade.

3. Elaboração de um quadro que permita a identificação das áreas de maiores


dificuldades.

4. Correção de erros e insuficiências.

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5. Seleção adequada de alternativas terapêuticas para ajudar o aluno a se recuperar de
alguma insuficiência no processo ensino-aprendizagem.

Érica Grassau apresenta as tarefas que devem ser desencadeadas para que o processo
formativo ocorra:

I. Especificar o que deseja avaliar e a razão por que se avalia.

II. Determinar os objetivos que se deseja alcançar.

III. Selecionar as variáveis relevantes para se obter uma informação objetiva.

IV. Traduzir os objetivos educacionais e estabelecer critérios para se emitirem juízos


valorativos.

V. Construir instrumentos para obter as informações.

VI. Fixar uma amostra que servirá de base para obter as informações relevantes.

VII. Processar e analisar os dados coletados para obter informações que permitam um
diagnóstico do que desejamos avaliar.

VIII. Tomar decisões para executar a ação desejada (GRASSAU 1973,)

Avaliação Somativa:

Sem muitos segredos esta é realizada no final de um curso e é chamada de 'prova', ela,
serve para classificar se o aluno 'passou' ou não, e atender a obrigatoriedade dos
professores fornecerem 'notas', é a mais utilizada no ensino tradicional.

Sua função é classificar os alunos ao final da unidade, semestre ou ano letivo, segundo
níveis de aproveitamento apresentados.

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Segundo Bloom, a avaliação somativa "objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os
resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e ao final de um curso".

Concluindo, a classificação deve se processar conforme parâmetros individuais e grupais.

FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO

Diagnóstica Formativa Classificatória

Determinar a Informar professor e Classificar os alunos


presença ou ausência aluno sobre o ao fim de um
de habilidades e/ou rendimento da semestre, ano ou
pré-requisitos. aprendizagem curso, segundo níveis
durante o de aproveitamento.
desenvolvimento das
atividades escolares.

Identificar as causas
de repetidas
Propósitos
dificuldades na
aprendizagem. Localizar deficiências
na organização do
ensino de modo a
possibilitar
reformulações no
mesmo e aplicação
de técnicas de
recuperação do
aluno.

Comportamento Comportamento Geralmente

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Objeto de Medida cognitivo e cognitivo, afetivo e comportamento
psicomotor psicomotor. cognitivo, às vezes
comportamento
psicomotor e
ocasionalmente
comportamento
afetivo.

No início de um Durante o ensino. Ao final de um


semestre, ano letivo semestre, ano letivo
ou curso. ou curso.

Durante o ensino,
quando o aluno
evidencia a
Época
dificuldade em seu
desempenho escolar.

Pré-teste Instrumentos Exame; prova ou


especificamente teste final.
Teste padronizado de
planejados de acordo
rendimento
com os objetivos
Teste diagnóstico propostos.

Ficha de observação
Instrumentos
Instrumento
elaborado pelo
professor.

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A avaliação diagnóstica e a sua função

Para Luckesi, a avaliação deve ser voltada para autocompreensão e participação do aluno,
devendo ser um instrumento auxiliar da aprendizagem, ou seja, muito mais que diagnóstica,
e não para aprovação/reprovação de alunos; tão pouco deve ser somativa, até por que esta
deve ser um instrumento auxiliar da aprendizagem e não um instrumento de aprovação ou
reprovação dos discentes, no entanto, para se findar tais propósitos, basta orienta-se de que
isso seria o principio básico e norteador da ação diagnóstica.

É notória, a preocupação da avaliação da aprendizagem em prol do crescimento e


desenvolvimento do discente, ao contrario disto ela jamais será diagnóstica, onde o
pensamento de Luckesi, ainda contribui a respeito da função da avaliação como um meio de
autocompreensão por parte do professor, aluno e sistema de ensino, que tende a descobrir
as anomalias,

Luckesi acrescenta que para a avaliação funcionar, como ferramenta de autocompreensão,


deve ter um caráter participativo. Ele defende a tese de que a avaliação diagnóstica possui
um elevado valor didático; permitindo a correção de rumos do sistema de ensino, do
professor e do aluno, durante o processo de ensino-aprendizagem através da
autocompreensão e que para esta ocorrer, deverá ser participativa, através de diálogo
adequado com os alunos.

Nas falas de Luckesi, percebe-se sua convicção a respeito da avaliação diagnóstica, embora
na prática constata-se a inclinação das avaliações somativas, em prejuízo das avaliações
diagnósticas e formativas. Logo, se faz a seguinte leitura: Da avaliação diagnóstica, espera-
se a constatação de seus problemas, soluções, bem como a sua realização antes do
processo de ensino aprendizagem. Sendo assim, se pode concluir que ao final não haverá
tempo preciso para as mudanças necessárias, exigindo assim, maior esforço tanto do
professor quanto de aluno; assim, o educador só poderá conhecer a peculiaridade de cada
um, por meio da participação. Para maior compreensão, é necessário alertar que a
aplicabilidade da avaliativa diagnóstica poderá ocorrer tanto no inicio, quanto no decorrer do
processo.

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Durante a sua evolução, onde uma das alternativas seria utilizá-la para os
encaminhamentos ou reforços escolares, objetivando a resolução de seus problemas por
parte dos alunos com o apoio de especialistas tais como: psicólogos, orientadores
educacionais e outros de acordo com cada necessidade.

A princípio destina-se ao levantamento de dados informativos para verificar as habilidades


dos educandos; a identificação das questões não pedagógicas, provenientes das sucessivas
repetições escolar, podendo ainda incluir a esta, a necessidade de reestruturar o estudo.

É importante lembrar que ao ser aplicada no inicio dos cursos, a avaliação diagnóstica tem
por finalidade levantar problemas, facilitando o encaminhamento ao espaço ou especialista
adequado, mas ao ser utilizada frequentemente ela poderá ser participativa para a
autocompreensão, neste caso a prova quando corrigida junto aos alunos.

A avaliação deve ser encarada como um processo contínuo, sistemático, e com ótica
holística de prioridade formativa. Nesta perspectiva, reflita e comente sua opinião sobre o
papel do educador que comunga com um processo avaliativo capaz de possibilitar
momentos de pesquisa, aprendizagem e transformação de atitudes e valores. Assim, vá até
o fórum e registre o seu ponto de vista.

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U NIDADE 23
Objetivo: Compreender a importância da avaliação na EAD

A Avaliação na EAD

O itinerário avaliativo na EAD

Embora a EAD seja novidade para muitos, ele já circula em âmbito nacional há cerca de 10
anos. Solidificou-se por meio de cursos preparados com material instrucional impresso,
distribuído aos estudantes pelos correios, e por este enviadas suas dúvidas e atividades.
Devido aos avanços tecnológicos e no processo da globalização, tais modelos de avaliação e
resultados têm sido repensados para a melhoria da qualidade educacional da EAD,
proporcionado avanços como, maior flexibilidade e acessibilidade por meio das redes de
computadores.

A agilidade e eficácia e o conhecimento de recursos como a tecnologia da informática com


alta velocidade, têm legado aos educandos e educadores uma linha de pesquisa sem
fronteiras; permitindo pesquisar, simular situações, testar conhecimentos, descobrir novos
caminhos, conceitos, lugares e produzir novos textos, avaliações e experimentos.

Neste panorama, a avaliação da aprendizagem torna-se um componente fundamental


provocando a necessidade de conhecer um pouco da história da avaliação,

De acordo com a Profª Lea Depresbiteris (1999), a avaliação inicia como sinônimo de prova,
em 2205 a.C., um imperador chinês para prover o Estado de homens capacitados examinava
seus oficiais a cada três anos, com o objetivo de promoção ou demissão.

Enquanto na Idade Média, os alunos colocavam moedas no boné do professor,


proporcionalmente à satisfação que tinham com o desempenho do mesmo. Já em 1920, os
testes avaliativos eram tão conhecidos e usados que se criou uma ciência chamada
Docimologia, significando o estudo sistemático dos exames e do sistema de atribuição de
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notas, nascendo na França, difundindo-se para outros países como Portugal e Estados
Unidos.

Nas primeiras décadas do século XX, nos EUA, a avaliação utilizada como sinônimo de
exames foi tão difundida que se criaram associações e comitês encarregados do estudo e
elaboração de testes padronizados, imprimindo-se, assim, um caráter instrumental ao
processo avaliativo. E por volta de 1950, Tyler propõe outras formas de avaliar utilizando
diferentes instrumentos para coletar evidências dos alunos, como: escalas de atitude,
inventários, questionários e fichas de registro de observações. Sua proposta era inovadora
para a época, porém a avaliação ainda era entendida como uma atividade final para medir o
alcance dos objetivos do ensino.

E neste percurso, a avaliação foi orientada pelos estudos docimológicos, “restrita ao estudo
dos exames e fundada no modelo da medida (ou modelo Psicométrico)”, observando-se que
este traço tem permanecido até os dias de hoje. Esta persistência do modelo de avaliação
leva a questionar até que ponto os “estudos docimológicos terão verdadeiramente estudado
a avaliação do ponto de vista pedagógico”, conferindo-lhe um estatuto educativo consistente
no espaço das discussões da Ciência da Educação.

Somente a partir do ano de 1970, alguns educadores começam a propor formas


diferenciadas de avaliação destacando-se: Strake, Scriven e Stufflebeam. No decorrer do
tempo, principalmente nas décadas de 80 e 90, ocorreram muitos avanços teóricos e
metodológicos no campo da avaliação, como registra Depresbiteris (1999).

“É o próprio sistema de avaliação que induz ao questionamento quanto aos estudos


docimológicos, se estes de fato têm estudado a avaliação do ponto de vista pedagógico,
conferindo-lhe um estatuto educativo consistente no espaço das discussões da ciência da
educação, em que ao discutir o tema Perrenoud (1999), argumenta que: Os pesquisadores
em educação passaram, com muita frequência, da crítica docimológica fundamentada na
avaliação escolar à tentação de substituí-la, por seus próprios instrumentos, sem perceber
que, assim, mudavam de variável dependente”.

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Hoje, a sociedade vive em processo contínuo e acelerado de mudanças, exigindo novos
comportamentos dos indivíduos, cuja, escola tem como desafio educar cada vez mais
pessoas, com qualidade adequada num panorama em constante evolução, no qual Oliveira
(1998) relata que neste novo contexto, não se põe em dúvida a necessidade de rever as
práticas pedagógicas e consequentemente as concepções da avaliação, até por que a
classificatória, voltada para a seleção social, vem perdendo o seu sentido.

E para tal é preciso reinventar novos mecanismos, procedimentos e critérios que possibilitem
considerar a avaliação como um processo capaz de promover o aprendizado e melhorar o
ensino.

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U NIDADE 24
Objetivo: Compreender a importância da avaliação na EAD

Reflexões sobre A Avaliação na EAD

Acredita-se que já esteja em processo à mudança dos paradigmas quanto à área da


avaliação; atravessando um padrão de testes e exames que, de certa forma, valorizam a
medição das quantidades aprendidas dos conhecimentos transmitidos, para um modelo no
qual os alunos podem explanar o saber construído por eles. Na verdade, um modelo que
aprecia as aprendizagens quantitativas e qualitativas, no decorrer do processo de
aprendizagem.

A avaliação tem o poder de alargar suas dimensões, de forma a contribuir para o auxílio do
ensino, orientando a aprendizagem, além de fornecer informações sobre os alunos, os
professores e a própria instituição; bem como assegurar, ao final da cada período, o avanço,
onde o avaliar educacional tem sofrido transformações radicais com a mudança da cultura da
prova para o cultivo da avaliação. Vale ressaltar que o avanço que se conseguiu, até hoje,
para a avaliação é constituir-se como parte do processo de ensino-aprendizagem,
permeando e auxiliando o processo, não simplesmente como atividade estagnativas.

O que os educadores desejam é uma avaliação-ensino, como processos desmistificando o


atrito entre avaliação e verificação. No entanto a avaliação, independente do nível de ensino,
vem fazendo um caminho mais de instrumentalização do que processo ou agente fixado no
ensino. Sendo assim, tanto avaliação quanto ensino devem responder a ideia de que
ensinando se avalia e avaliando ensina-se, ao mesmo tempo.

Tudo isso, não significa enfraquecer ou abolir a avaliação no processo de ensino-


aprendizagem, mas criar uma intimidade de atuação entre ambos, a ponto de se confundirem
como processo, isto é, avaliação como ensino por excelência.

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Embora exista uma amplitude de escritos referentes à avaliação, quase não se encontram
olhares voltados para o de ensino, constituindo-se um processo comunicativo de vai e vem
entre professor e aluno, razão pelo qual se espera que a práxis da EAD, associada a
autoaprendizagem tenha espaço, oportunizando a ambos o desempenho de novos papéis
frente à transmissão do conhecimento que já não é vista como eficaz e como o único meio
capaz de formar sujeitos.

Logo, a autoaprendizagem é uma inovação precisa nos processos de ensino mediados pela
tecnologia, sendo esta uma ótima proposta para os alunos da EAD, não sendo necessário
abandonar os demais instrumentos de avaliação.

Perrenoud (1999) é um dos autores que defende a autoavaliação, que ele denomina de
autorregulação pressupondo que nenhuma intervenção externa age se não for percebida,
interpretada e assimilada pelo sujeito. Ainda, segundo o autor, a ação educativa deveria
estimular o autodesenvolvimento, a autoaprendizagem e a autorregulação de um sujeito,
modificando seu meio e entrando em interação com ele.

Perrenoud reafirma que apostar na autorregulação é “reforçar as capacidades do sujeito de


gerir ele próprio seus projetos, seus progressos, suas estratégias diante das tarefas e
obstáculos”. Neste caso, o objetivo é estimular a autoavaliação como parte importante do
processo de ensino-aprendizagem, logo, dá a entender que não é suficiente confiar somente
na espontaneidade dos educandos, mas realizar contratos e dispositivos didáticos muito
habilidosos de animação e de construção no sentido muito sutis para manter o interesse dos
alunos, conforme recomenda Perrenoud (1999).

O educando é a pessoa ideal para descrever a sua caminhada, pois, a autoavaliação leva à
metacognição, acrescenta Perrenoud. Na EAD, esse tipo de avaliação induz o discente a
refletir sobre seu próprio saber, até por que, eles estudam individualmente, sendo este um
dos fatores contribuintes que direciona a pessoa a uma circunstância de comunicação,
confrontando-se com seus próprios limites.

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Assim, como em todas as modalidades, mas de maneira particular, é preciso resgatar a
avaliação como meio de comunicação na EAD, por meio de processos criativos e
inovadores, o qual solicita alguns passos:

1. Assumir o paradigma do ensino centrado no aluno em oposição ao paradigma que


centra o ensino no professor, superando os traumas e mágoas deixadas ao longo do
tempo, tanto pelos alunos como pelos professores;

2. Compartilhar as ações do processo avaliativo entre os envolvidos, construindo critérios


claros e em conjunto, propondo instrumentos que, para além de medir, verificar e
classificar informe e possibilite uma troca, uma construção constante.

3. O objetivo é buscar alternativas no processo de avaliação na Educação a Distância.

O diálogo é fundamental para a educação, afinal não é possível pensar na formação da


autonomia dos estudantes com os saberes organizados de maneira fragmentada, em
currículos sequenciais e lineares, que pressupõem previamente as etapas a serem vencidas;
usando a avaliação apenas para decretar promoções e reprovações e, principalmente, como
um divisor que separa uma disciplina da outra.

A avaliação formativa e continuada, contextualizada, flexível e interativa, estimula o diálogo


entre professores e alunos. A dificuldade de implementar tal avaliação em cursos de
Educação a Distância, dado ao tempo que exige dos docentes, pode ser diminuído,
buscando o suporte das tecnologias, tão presentes por meio dos processos de Educação a
Distância e muito pouco utilizadas em benefício da avaliação.

E de tantos ditos, observa-se que o professor da EAD não está só; junto dele há uma equipe
fazendo um professor coletivo. Pesquisa recente feita pela Universidade de Barcelona,
intitulado Projeto Teeode, constatou que embora haja um grande avanço tecnológico, a
avaliação via computador ainda é pouco utilizada. Apesar dos docentes utilizarem novas
modalidades para ensinar, no que tange a avaliação; continuam adeptos de abordagens
bastante tradicionais. Isso foi constatado a partir de pesquisas realizadas em instituição de

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ensino a distância em 15 países membros da União Europeia, o que contradiz ao ensino de
hoje.

Quanto às avaliações presenciais, essas geralmente possuem características prognósticas e


cumulativas, visando à adaptação do aluno ao programa de estudo e verificando as
aprendizagens alcançadas. Já as avaliações empreendidas a distância podem ter, tanto um
caráter prognóstico e cumulativo (contagem de entradas do aluno no ambiente, contagem de
participações em fóruns, postagem ou não de trabalhos, etc.) quanto um caráter qualitativo-
formativo, tais como aquelas avaliações de acompanhamento dos alunos nas atividades ao
longo do semestre letivo.

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U NIDADE 25
Objetivo: Compreender que a avaliação do discente tem como referência básica, contínua e
final na interdependência das modalidades formativa, diagnóstica e somativa

Memorial da Avaliação na EAD

Instrumentalizando a Avaliação

A posse do saber tecnológico e a adequação dos novos papéis às redes de informática e


comunicação, de certa forma, têm sido primordiais; podendo ser visto e considerado como
mais um instrumento de construção de novos saberes, onde a apropriação do conhecimento
tecnológico, a informática e as redes de comunicação assumem novos papéis no processo
de transformação social da sociedade moderna.

Acredita-se que este conhecimento deva ser um instrumento de apropriação e construção de


novos conhecimentos, onde a rede mundial de computadores pode apoiar formas inovadoras
de aprender, ensinar e avaliar, sendo vista como uma aliada no processo de reestruturação
do ambiente de ensino e aprendizagem.

A avaliação é constitutiva do processo educacional, pois as suas interfaces evidenciam-se


particularmente nos Fóruns, por meio de ambientes virtuais de aprendizagem, podendo
constituir-se importantes espaços avaliativos. À medida que as propostas de processos de
autoria são feitas aos alunos, contribuem para a produção de diversos gêneros discursivos.
E, conhecer os seus dizeres nada mais é do que tornar público esta dimensão da avaliação
formativa, essencial enquanto resposta de EAD, quando de fato, há seriedade em seu
projeto de ação.

Sabe-se que há uma variedade de modelos e sugestões de avaliação educacional, porém


uma merece destaque na modalidade de ensino EAD, é a avaliação formativa cujo processo
avaliativo são os recursos tecnológicos utilizados para dar suporte ao processo, bem como

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alguns resultados obtidos com sua implementação. O registro das aprendizagens em blogs
apresenta-se como um recurso importante para o aluno acompanhar suas aprendizagens.

Nesta parte, convém relembrar a importância do planejamento e o quanto ele e a avaliação


caminham juntos, ou seja, dialogam entre si. Na verdade, o educador planeja a avaliação,
avalia o planejamento e nesse vai e vem, consequentemente, surgem às práticas que
propiciam a construção de saberes em uma relação intersubjetiva.

Para chegar a essa compreensão, faz-se necessária uma análise das concepções
subjacentes às propostas de aprendizagem que se dá saber por meio dos Ambientes Virtuais
de Aprendizagem (AVA), bem como uma análise desses próprios ambientes.

É importante o destaque para questão da avaliação de desempenho do aluno na EAD, tendo


em vista que é cultural no país não se atentar para o que realmente significa avaliar,
particularmente nesta modalidade. Afinal, a avaliação faz parte de um sistema mais extenso
do Projeto Pedagógico.

A avaliação desempenha funções que a autenticam tornando-a indispensável ao processo


educativo. Sua função mais evidente e reconhecida é a pedagógica, que visa,
principalmente, à verificação da aprendizagem dos alunos, à identificação de suas
necessidades e a melhoria do processo de ensino aprendizagem.

Essa função se complementa com a função social de certificação dos alunos, compreendida
como declaração de domínio das competências curriculares enunciadas em uma proposta
pedagógica, onde esta traz a explicitação do conceito de ponderação subjacente a essa
proposta.

Todavia, a avaliação de desempenho escolar é um processo sistemático de obtenção e


análise de informações sobre uma realidade, buscando na compreensão dessas, os
elementos que possibilitam uma intervenção consciente daqueles que dela participam,
visando aos objetivos de ensino e aos fins da educação.

E como processo sistemático, a avaliação põe em destaque os fatos; as ações; os resultados


parciais e finais do processo ensino-aprendizagem, mostrando não só o que são, mas

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também porque são deste ou daquele modo. A avaliação é um dos recursos que contribuem
para a efetivação de uma proposta pedagógica que tenha como um de seus desafios, o
sucesso de seus alunos, pois, somente ela é capaz de fornecer fontes informativas
permanente sobre a realidade do processo ensino-aprendizagem.

Como em todas as modalidades de ensino a avaliação na EAD, sustenta-se na


interdependência das modalidades diagnóstica, formativa e somativa, com ênfase em sua
continuidade. Ponto ápice destas são a orientação fixa dos que participam do processo
ensino-aprendizagem no caso, os cursistas, tutores, agências formadoras e a regulação
desse processo; juntos possibilitam a continuidade do trabalho pedagógico e o respeito ao
ritmo de aprendizagem de cada aluno.

Enquanto para muitos a avaliação é tida como o “bicho-papão” do processo de ensino, para
a EAD, ela tem a função motivadora, pois por ser informado todo o tempo sobre o seu
aprendizado, sucesso e progresso; sente-se estimulado. O importante é que tal informação
não ocorre somente nos instantes formais de avaliação, mas também em outros momentos,
como: cadernos de avaliação, provas, seminários, monografias, observação da prática
pedagógica.

Essa situação justifica a necessidade de um material bem elaborado para a EAD; que
possibilite ao aluno uma avaliação estável do seu avanço e dificuldades, oferecendo-lhe
oportunidade para continuar ou indício da necessidade de buscar orientação complementar,
quer do sistema de tutoria ou outro apoio disponível.

Portanto, cada passo da avaliação contribui para uma melhor compreensão da avaliação,
como parte integrante do processo ensino-aprendizagem e de suas funções formadora e
mobilizadora da aprendizagem.

A vivência da avaliação de desempenho, num processo contínuo e formador, contribui para


uma mudança na prática avaliativa de uma escola, em um programa de EAD e na formação
de docentes, portanto, também deve ser contínua, cumulativa, abrangente, sistemática e
flexível, de modo a permitir acompanhar o desempenho do curso.

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Além do mais proporciona a identificação dos aspectos que demandam atenção especial,
bem como: identificar e planejar formas de apoio aos alunos que apresentam dificuldades;
verificando se os objetivos específicos propostos estão sendo alcançados; buscar subsídios
para a revisão dos materiais e do desenvolvimento do curso e instrumentos especialmente
planejados e elaborados, tendo em vista os objetivos de cada momento avaliativo e das
informações que se deseja obter.

Algo que não se pode negligenciar é a exigência legal da avaliação presencial para os cursos
de Educação a Distância, podendo se destacar dois momentos implícitos na avaliação:
Primeiro, acontece em momentos diferenciados ao longo do curso, de acordo com o ritmo de
cada aluno; porém observando os limites do calendário proposto no plano de ação das
unidades ou módulos de ensino. Segundo, é o que acontece ao final de cada módulo, sob a
forma de prova.

Um dos fatores que asseguram a permanência e confiabilidade ao modo de ensino é o fato


da avaliação estender-se por todo o módulo, caracterizando-se por seu aspecto formativo e
diagnóstico; favorecendo o diálogo constante entre as atividades didáticas e a aprendizagem.

Como as avaliações, formativa e diagnóstica acontecem durante todo o processo


possibilitam que as dificuldades encontradas pelo aluno sejam percebidas no momento em
que aparecem tornando possíveis as ações que visam à superação destas. E, durante a
recuperação o aluno sente-se mais motivado a buscar os procedimentos e recursos didáticos
que possam lhe ajudar.

Logo, toda movimentação do sistema de avaliação dar-se-á quando os instrumentos


utilizados para a obtenção de dados e informações; quer na educação presencial ou na EAD
tiverem sido bastante criteriosos durante a escolha, tendo em vista os objetivos da avaliação
e as características dos dados a serem obtidos, neste caso como momentos e instrumentos
para uma avaliação na Educação a Distância têm-se:

 Avaliação mensal da aprendizagem ou unidade de estudo: prova; caderno de


atividades, seminários (quando há possibilidade de encontros mensais de grupos de
alunos);
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 Redação de memorial em seus diversos momentos e versões;

 Elaboração de projeto de monografia; redação de monografia em suas diferentes


versões e momentos.

 Avaliação da prática pedagógica: ficha de registro de observação; entrevista;


questionário; análise de planos; memorial; seminários (quando é possível a reunião de
grupo de alunos).

 Avaliação semestral ou do módulo cursado: prova; memorial como síntese parcial de


curso; monografia (observação dos avanços no semestre ou módulo).

 Avaliação final de curso: prova; memorial em sua versão final; monografia em sua
versão final.

A avaliação do aluno na EAD e na formação de professores orienta-se, pelo Projeto


Pedagógico do curso no qual está inserido, resguardando as características peculiares da
modalidade. A avaliação do discente tem como referência básica, contínua e final, na
interdependência das modalidades formativa, diagnóstica e somativa.

Agora que você já teve uma visão inicial sobre avaliação geral e na EAD, assista a um
interessante vídeo, sobre o tema, disponível no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=y6BCljHcjL8

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U NIDADE 26
Objetivo: Entender a avaliação como uma ação reflexiva

Passos para uma Avaliação Reflexiva

O cenário socioeconômico atual, fortemente influenciado pela globalização econômica, exige


das pessoas uma postura ativa no sentido de se adaptar e sobreviver a uma realidade de
constantes e profundas mudanças políticas, econômicas, educacionais e sociais; de forma a
conduzir a uma inabalável reciclagem além da apreensão de novos conhecimentos e claro a
quebra dos paradigmas.

E a partir desses princípios nota-se que aprender o novo, não é propriamente fazer melhor
aquilo que já se faz bem, assim, como as pessoas que trabalham com o conhecimento e
serviços aprendem mais quando ensinam; razão esta em que o processo educacional é
essencial para o ser humano, uma vez que ele é um ser culturado e dependente da
educação para conduzir a totalização de sua inteligência e vontade.

Jeanette Voss, em seu livro Revolucionando a Aprendizagem, diz que: “o ser humano
aprende em média 10% pelo que lê; 15% pelo que ouve e 80% pelo que vivencia”, suas
afirmativas atestam que, de certa forma negligenciamos o fator mais importante que é a
participação ativa do aluno no processo.

Na verdade, experienciar e vivenciar significam mudar o foco de ensinar para aprender.


Fazer do discente o (co)responsável por seu aprendizado, de forma a tornar-se o consumidor
e cobrador do seu conhecimento; tendo uma única certeza de que o professor não ensina,
mas ajuda o aluno a aprender. Esta afirmativa pode ser confrontada ao filme “A Sociedade
dos Poetas Mortos” onde o professor realça que Educar é ensinar a pensar sozinho.

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E neste caso, a partir do ponto de vista didático, a EAD caminha na mesma ótica do filme,
pois o processo de ensino e aprendizagem, apesar de diferente, tem uma ligação mais ou
menos integrada ao estudo em sala de aula, podendo ser equiparado da seguinte forma:

Aprender por meio...

 De leitura e material impresso.

 Do estudo dirigido.

 Do trabalho científico autônomo.

 Da comunicação pessoal.

 De meios auditivos e audiovisuais.

 Da participação em tradicionais ofertas de ensino acadêmico.

Umas das coisas que não se pode esquecer é que durante o desenvolvimento do processo
de ensino-aprendizagem ocorrem fatores intervenientes que necessitam de consideração,
onde a antiga e nova práxis docente podem ser resumidas da seguinte maneira:

 Antigo/Novo

 Aula/Orientação

 Transmitir/Construir

 Copiar/Participar

 Prova/Elaboração própria

 Verdade/Aproximação

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No entanto, hoje há uma diversidade de subsídios tais como: simuladores on-line em rede de
computadores; sistemas de dados em voz e imagem; via satélite ou por cabos de fibra ótica;
formas avançadas de comunicação, que servem de interação entre o aluno e a instituição;
podendo-se assim, concluir que a EAD tem de tudo para mudar a História da Educação
brasileira, principalmente enquanto avaliação, no qual os avanços tecnológicos lhe
proporcionam maior eficácia e agilidade.

A verdade é que no geral em EAD, o critério de avaliação se dá de forma presencial e


individual, onde o discente se prepara por meio de uma série de atividades relacionadas aos
objetos estudados e, alguns, alunos somente estudam no período da avaliação, fazendo um
verdadeiro “sopão” de conteúdos. Essa prática nociva merece ser vista sob uma ótica na
qual ela possa ser refletida e reconsiderada, por meio de algumas interrogativas, conforme
exemplos a seguir:

 O que se deseja medir ao aplicar uma prova?

 Como elaborar as questões que integrarão a avaliação?

 Quais são os objetivos esperados?

 Que critérios serão utilizados ao efetuar a correção da produção do aluno?

 Qual a relação existente entre objetivos, métodos e avaliação?

 A avaliação será aplicada somente em relação ao conteúdo da disciplina, ou outros


aspectos relacionados a comportamento, interesse?

No mais, caberá ao docente conhecer os aspectos quantitativos e qualitativos do


comportamento humano, esses que, por sua vez, são variantes da personalidade (traços de
caráter, de temperamento, capacidade de ajustamento, interesses, atitudes) ou aspectos
relacionados diretamente com a aprendizagem sistemática: medida de aptidões, indicadores
daquilo que o indivíduo já aprendeu ou está aprendendo.

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Finalizando a esquematização dos passos avaliativos, é possível destacar, alguns aspectos
comuns, porém importantes nesta variante.

O primeiro deles é a estruturação de acordo com as características do grupo ao qual se


destina, ou seja, não há uma fórmula pronta para toda e qualquer ocasião.

O último tópico volta-se para a existência de uma cultura materializada, colocando um peso
irrelevante a nota do discente que, na maioria das vezes, precisa desta e acaba por
desmerecer o sentido em si da avaliação, razão pelo qual em determinados lugares esta
continua a ser chamada de prova.

Todavia vale lembrar que o ensino aprendizagem tradicional prioriza a transmissão de


informações e imagens; mediante definições que devem ser memorizadas progressivamente,
considerando o aluno como receptador passivo.

Logo, em EAD a avaliação funciona como um recurso de medidas de objetivos do ensino de:
métodos, conteúdos, currículos, programas e das próprias habilidades do professor, devendo
este dar atenção às diferenças individuais, pois neste ângulo, a chance de levar os alunos a
produzirem com mais satisfação, elevando o nível de aprendizagem, é maior.

Um dos pontos que deve ser respeitado é a visão do discente frente ao quadro avaliativo, e,
para isso, o feedback é um dos grandes aliados dos alunos e professores; objetivando a
tomada de conhecimento dos resultados alcançados no decorrer do de ensino-
aprendizagem, analisando-os e possibilitando acertar os erros e reestruturar as propostas
determinadas.

Para tanto, é preciso lembrar que o feedback, por ser contínuo, permite a avaliação do
comportamento de cada pessoa; além das correções necessárias para alcançar o objetivo
final. Ele reforça os acertos, contribui para a elevação da autoestima. Na verdade favorece a
revisão e atualização eficaz.

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U NIDADE 27
Objetivo: Refletir sobre a avaliação em EAD

Avaliação na EAD

Um dos tipos ou modos de avaliação muito usada inclusive no sistema EAD, é o COLLES
aplicado por Taylor e Maor, na verdade, esse módulo avaliativo foi programado objetivando o
adestramento da monitoria, a extensividade e capacidade interativa da Internet; de forma a
incluir os alunos às práticas do aprendizado dinâmico. Onde e como este será aplicado
dependerá do Planejamento do curso; geralmente após duas semanas de aula e em seguida
na reta final deste.

O método COLLES (Constructivist On-Line Learning Environment Survey), nada mais é do


que uma autoavaliação, avaliada por seis critérios contributivos como: relevância, reflexão,
interatividade, suporte da tutoria, suporte entre estudantes e interpretação. Tais aspectos são
excelentes ferramentas para a autocompreensão dos relacionamentos entre:
professor/aluno; tutor/aluno e aluno/aluno.

É preciso não esquecer que todos os tipos de avaliação são importantes e que elas não são
excludentes entre si; independente de caracteres diagnósticos, formativos e/ou somativos ao
mesmo tempo.

No mais, um excelente processo de ensino-aprendizagem, incide em ciclo iterativo


classificando e diagnosticando e que se houver um descuido, de cada um dos tipos de
avaliação, consequentemente, não se terá bons frutos. Por isso, o docente precisa realizar o
diagnóstico no início, a fim de evitar erros e ensinar aquilo que o discente não é capaz de
aprender.

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Portanto, a avaliação diagnóstica é um conjunto dos diversos tipos de avaliação frente ao
processo de ensino-aprendizagem, sendo vital para sua eficácia: a autocompreensão, a
diagnose das deficiências e capacidades, quando mediadas pelas ações corretivas; podendo
assim dizer que a avaliação diagnóstica contribui para que o discente se desenvolva ao
decurso da modalidade tanto presencial quanto a distância.

Já a avaliação somativa, condensa os resultados, adquiridos no processo. A sua


aplicabilidade permite detectar onde o discente ficou, ou seja, o que ele não fora capaz de
alcançar a principio, razão pelo qual ela deve ser utilizada durante todo desenvolvimento,
principalmente no termino de um curso.

No entanto, é preciso atentar que a legislação atual obriga que, no mínimo, 60% da nota final
das avaliações sejam resultantes de uma avaliação somativa e/ou atividade presencial, ou
seja, de uma prova.

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U NIDADE 28
Objetivo: Discutir sobre a contribuição dos softwares para a avaliação de resultados na EAD

Contribuição dos Softwares para a Avaliação de Resultados na EAD

O trilhar de uma nova era educacional

Os avanços tecnológicos vieram contribuir, e muito, com a EAD, pois, via on-line, as pessoas
aprendem por teleconferências e muitas outras ferramentas. A própria LDB, faz referência às
vantagens desta ao mundo educacional.

Em 1964, nasce a rede mundial de computadores, mais conhecida como Internet, recebendo
vida pelo Pentágono (Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América), devido às
experiências do pesquisador da Rand Corporatiom; Paul Baran cria esta máquina, no
período de guerra, objetivando maior comunicação com as forças armadas. Devido a
grandiosidade da evolução da comunicação, a cada dia espalha-se mais e mais, ocupando,
hoje, um espaço incomensurável na sociedade; cerca de 50 milhões de usuários.

Hoje, a Internet é só mais um dos muitos avanços tecnológicos como: Bitnet, Minitel, entre
outros; oferecendo novas possibilidades na área do mundo virtual, não podendo ser vista
simplesmente como mais uma etapa de renovação ou globalização, mas a chegada de
novos métodos, objetivos, conteúdos e um novo mundo de fato virtual onde o protagonista é
o próprio usuário que enfatiza suas buscas e conhecimentos.

Alguns detalhes, sob a ótica da LDB:

1) atender à crescente demanda em todos os níveis de ensino, sem necessidade de


se ampliar o número de salas de aula, de instalações, de professores e de

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funcionários o que, além de significar redução de custos, poderá, definitivamente,
proporcionar a democratização do ensino básico;

2) suprir o problema da baixa qualificação dos professores, especialmente nas


Regiões Norte e Nordeste, para as quais deve ser dada prioridade pelos programas
governamentais.

3) melhorar a qualidade do ensino nas escolas presenciais, com a utilização, nas


aulas presenciais, de programas de Educação a Distância;

4) oferecer o mesmo nível de qualidade para todas as regiões do País, respeitando e


valorizando características das culturas regionais;

5) otimizar os recursos disponíveis nos diversos sistemas de educação;

6) aumentar a motivação dos alunos para sua própria aprendizagem;

7) implantar, em ritmo muito mais rápido, novos métodos e técnicas de ensino;

8) desenvolver uma educação de qualidade muito superior à vigente nas escolas


presenciais;

9) criar escolas virtuais;

10) libertar o estudante das paredes das escolas, facilitando o ensino e a


aprendizagem no lugar e no tempo mais adequados ao aluno;

11) transformar os prédios escolares em centros de estudos e de pesquisas e em


verdadeiros clubes para práticas esportivas e encontros sociais, principalmente
festivos, com uma integração maior com a comunidade;

12) possibilitar ao aluno o desenvolvimento de sua capacidade para avaliar o seu


próprio trabalho escolar; o desafio de verificar o seu autodesenvolvimento educativo e
de se autocorrigir aumenta o prazer de aprender;

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13) implantar, efetivamente, a educação permanente, com a transformação e a
abertura do ensino superior, tanto de graduação quanto de pós-graduação.

Enfim, modificar as relações entre professores e alunos, com a utilização de encontros e


aulas virtuais, totalmente flexíveis, reduzindo, assim, a necessidade de encontros diários,
com horário inflexível e em sala de aula, como ocorre hoje. Segundo a LDB, apesar de
apresentar inegáveis qualidades, o modelo tradicional de ensino em salas de aula, com
grandes turmas e muitas aulas expositivas, raro trabalhos individuais e alguns trabalhos em
grupo, acaba gerando desgastes nas relações entre alunos e professores, com danosas
repercussões para a aprendizagem.

O documento acima ainda afirma que: A rede de computadores tem por finalidade eliminar as
relações físicas forçadas, muitas vezes indesejáveis e contraprodutivas, entre alunos e
professores em sala de aula; substituindo-as pela flexibilidade de encontros (físicos ou
virtuais) desejáveis e programados pelas partes diretamente interessadas na evolução de
seus processos de ensino-aprendizagem.

O mesmo poderá, também, oferecer condições para a implantação de projetos experimentais


(hiperaprendizagem). Processos educativos que utilizam os mais modernos recursos da
multimídia, sem as tradicionais estruturas e hierarquias das escolas e das salas de aula.
Facilitando ao educando aprender e ensinar e, ao mesmo tempo, se comunicar com o
mundo; determinando, no seu próprio ritmo, a direção de sua aprendizagem e de seu
desenvolvimento pessoal e profissional.

De fato, os educandos estão podendo atravessar continentes sem sair de casa, bem como
museus, laboratórios do mundo e assistir a aulas teóricas e práticas, assim como
teleconferências e videoconferências, nas mais diferentes partes do mundo, mediante
comunicação instantânea, a qualquer hora do dia ou da noite.

Eric C. Richardson, ressalta que a Web tem facilitado o acréscimo de componentes de áudio
e vídeo às aulas eletrônicas, permitindo à EAD dar um verdadeiro salto. Assegura ainda que,
mais além, o ensino virtual, através da VRML (Virtual Reality Modeling Language), a versão
da HTML ( Hypertext Markup Language), dará mais um salto para a realidade virtual. Na

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verdade a VRML permitirá aos usuários navegarem em salas e espaços tridimensionais, ao
invés de clicarem em telas planas de texto e imagens estáticas.

Para Otsuka & Rocha, o ensino a distância tem encontrado relevância no que concerne à
crescente e vertiginosa capilarização da Internet, o que reforça a polêmica em torno da
questão da avaliação, cujo conceito constitui provavelmente o maior “calcanhar de Aquiles”
no contexto da formação, inclusive a realizada à distância; Menezes (2004).

O lado positivo da avaliação na EAD, intervinda pelo computador e centrada em serviços de


Internet, é que ela acontece via on-line, que por sua vez depara com várias resistências,
embora se destaque pela diversidade de vantagens e potencialidades, onde a crítica se
estende as vantagens e desvantagens.

Um fator relacional e preciso neste caso é o feedback necessário e imediato ocasionado por
meio de questões objetivas, ora, o que sustenta e torna este viável é a rapidez em sua
aplicabilidade, mesmo sendo eles personalizados em torno dos objetivos específicos, onde
Brusilovsky & Miller citados por Otsuka & Rocha corroboram ao afirmar que este se dá por
meio do desenvolvimento de questões adaptativas, de acordo com a análise do
conhecimento do aluno em diferentes conceitos e tópicos, representado pelo modelo do
aluno.

Para Menezes (2004), a avaliação incide assim no grau de aquisição de conhecimentos, mas
também no feedback do aluno, ou seja, na dinâmica e empenho demonstrados no
desenvolvimento das tarefas propostas e no nível de interatividade que supõe a auto e
heteroavaliação, que Júnior & Alves (2003) denominam por saber fazer avaliativo, no qual o
avaliar on-line acontece de forma contextualizada sob a modalidade e-learning, este
relacionado aos recursos, serviços e ferramentas disponíveis na web, de modo a facilitar o
feedback do saber repassado e os acertos necessários.

A contribuição da Internet para o sistema de educação, inclusive a distância é inegável, até


por que esta oportuniza aos alunos a realizarem sua autoavaliação, em qualquer instante.
Por ser imediata e precisa contribui para mapear os conceitos e ainda, permite ao

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aluno/formando (re)organizar ideias e conceitos através de mapas; possibilitando ao
professor/formador proceder à avaliação de forma eficaz.

Há uma infinidade de ferramentas na web, útil ao campo educacional, onde algumas se


destacam mais do que outras como, por exemplo: Cmap Tools, Hot Potatoes onde qualquer
técnica via Internet, desde que bem aplicada, do poderá somar com o processo ensino
aprendizagem. A primeira ferramenta citada aqui permite construir, navegar, partilhar e
refletir, criticamente, sobre os modelos de representação do conhecimento, por meio da
elaboração de mapas conceituais e de download.

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U NIDADE 29
Objetivo: Refletir sobre o papel do docente que atua em EAD e sua formação pedagógica.

O Papel do Docente na EAD

As exigências para a contratação do docente para a EAD, não fica fora dos padrões de
exigência comum à contratação para qualquer outra modalidade de ensino. Como qualquer
professor, precisa ser um comunicador, ou seja, deve saber comunicar-se bem através dos
meios selecionados, estando mais como um facilitador da aprendizagem, orientador
acadêmico e dinamizador da interação coletiva (no caso de cursos que se utilizam de meios
que permitam tal interação).

Logo, um educador que dispõe de tais habilidades saberá beneficiar-se desta ou de qualquer
outra forma de ensino. Obvio que precisará ser familiarizado com a tecnologia digital, o que
consegue em cursos de especialização e aperfeiçoamento, conforme o caso, pois estarão
em contato com alunos, nas mais diversas regiões do Brasil. Com esse novo tipo de contato
ele terá oportunidade de adquirir e compartilhar novos conhecimentos, oportunizando
também a conquista das novas competências para atingir adequadamente seus alunos.

Uma das questões mais emergentes, discutida nos grandes fóruns educacionais, é a
precisão da formação dos professores no país, mas isso em qualquer modalidade de ensino.
Daí, a importância do planejar e implementar, com urgência, programas da União, dos
Estados, dos Municípios e das Instituições de Ensino Superior, objetivando a preparação dos
atuais e dos novos professores para a utilização da avançada tecnologia educacional que
está sendo difundida e para que, em primeiro lugar, se beneficiem com a educação
continuada. Esta preparação pode ser proporcionada pela EAD, especialmente para que
saibam avaliar e utilizar um software didático, e desenvolver trabalhos com a Educação a
Distância.
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O caminho a ser percorrido (de forma global e democrática) à escola virtual parece longo,
mas o conceito de sala de aula está sendo repensado, e a superação dos conceitos
tradicionais já é uma realidade. Graças ao acesso cada vez mais rápido e mais fácil a uma
Internet permanentemente atualizada e mais rica de informações.

Uma ironia interessante é que: foram necessários anos e anos para que a
humanidade percebesse que valia a pena fazer com que os estudantes
saíssem de casa todos os dias, durante anos, para se aperfeiçoarem. Agora,
como iremos convencer a sociedade de que podemos realizar a tarefa dentro
de casa, sentados de frente para um monitor? (RICHARDSON, ano, p?).

Em menor tempo do que se espera, os profissionais da educação, principalmente os


professores, preocupados com a prática diária dos alunos e com a formação para a
cidadania, terão que se adaptar à nova realidade dos modernos equipamentos e recursos de
informática e televisivos, assumindo o papel de dirigi-los e de orientar os alunos; bem como o
de responsáveis pela integração da escola com a comunidade, preocupados com a prática
diária dos alunos e com a formação para a cidadania.

O professor que não conseguir essa adaptação estará sujeito a ser substituído pelas telinhas
das televisões e dos computadores ou por profissionais mais habilitados do que ele, para a
imensa e urgente tarefa de educar para o novo mundo, cuja construção ele poderá
marginalizar-se ou ser participante ativo.

A educação chegou num ponto em que o professor usa os instrumentos de EAD como um
recurso importante. Objetivando a ampliação de sua própria visão do mundo e a de seus
alunos, estimulando a aprendizagem e interferindo para o desenvolvimento do processo de
reflexão de cada um, tornando-os pessoas cada vez mais curiosas e capazes de questionar
os ensinamentos e a própria realidade. Assim, evita que sejam simples espectadores
passivos, classificados e alienados; caso contrário, não estará exercitando seu senso crítico
nem repensando a educação e deixará de ser exemplo vivo para seus alunos, isto é, perderá
sua utilidade na nova sociedade.

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A verdade é que para continuar a ser professor, ele deve dominar a nova realidade
educacional e pedagógica, promovida pela LDB e acomodada pelos meios de Educação a
Distância. Será imprescindível estar treinado para conhecer melhor a si mesmo e aos alunos,
bem como necessário que o docente conheça a utilidade dos sistemas representativos dos
alunos, para que o ensino possa se desenvolver com respeito mútuo voltadas para a
construção de mentalidades de sucesso e sintonizadas com: os processos de integração da
humanidade; as mudanças globais na economia; a busca de uma sociedade democrática e a
concretização dos direitos humanos.

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.

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U NIDADE 30
Objetivo: Refletir sobre o papel do docente que atua em EAD e sua formação pedagógica.

Considerações Finais:

Para a conclusão deste material é preciso reconhecer e assumir a destemida frase: “o que
sei é que nada sei”. O equivale trazer aqui alguns pensamentos de Paulo Freire, um grande
e sábio educador que ensina que: “(...) ser mestre é ultrapassar as fronteiras do
conhecimento, sendo capaz de agachar-se quando preciso e ergue-se com elegância frente
aos inúmeros atropelos encontrados no decorrer da vida educacional”. Um dos maiores
desafios está no saber avaliar e programar; bem como estar aberto aos possíveis momentos
de formação e instrução e, jamais esquecer que todos vivem o mesmo processo: Ora
avaliados, ora avaliadores!

Os pensamentos de Freire contribuem para uma maior reflexão sobre as consequências das
ações impostas pelo sistema e programas de ensino:

“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação/reflexão”.

"Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra,
minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige
de mim que escolha entre isto e aquilo".

"O Ensino deve permitir que brilhe, com o máximo de intensidade, a luz que cada ser
humano porta dentro de si".

"Se a Educação pudesse falar, ela diria: Tenho que compreender quão limitada me obrigam
a ser, dado o limite políticos que não me permitem ultrapassar".

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Logo, o ato de avaliar também se estende a sua limitação entre prática e teoria, uma vez que
esta é muito bonita, mas na praticidade as coisas têm outro rumo, onde avaliar é buscar,
querer, conhecer e acima de tudo acreditar e confiar nos resultados obtidos. É necessário
dominar os conteúdos, não para despejá-los sobre os alunos, mas fazer a interação deste
com o processo de ensino-aprendizagem, a fim de colher resultados crescentes. Por isto a
prática avaliativa, a formação docente e tantos mais só terão êxito quando de fato houver
programas e propostas realmente voltadas à realidade educacional de cada época, povo e
nação. Onde, o hoje é presente, o ontem é passado e o amanhã é futuro.

E, para que se possa colher bons frutos é preciso acreditar; aderir medidas viáveis ao mundo
da nova geração, buscando caminhar com os tempos, no qual a prova está nos avanços
exacerbados da era digital e Internet, portanto, a sala de aula tradicional precisa adequar-se
a era da cinegética, pois a tecnologia faz parte da expansividade mundial e social.

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G LOSSÁRIO

Caso haja dúvidas sobre algum termo ou sigla utilizada, consulte o link glossário em sua sala
de aula, no site da ESAB.

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