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Paulo Jorge Carreira Matos | Influência da Aplicação do Eurocódigo 7 no Dimensionamento de Muros de Suporte

Departamento
De Engenharia Civil

Influência da aplicação do Eurocódigo 7 no


dimensionamento de muros de suporte
Dissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em
Construção Urbana

Autor

Paulo Jorge Carreira Matos


Instituição

Instituto politécnico de Coimbra

Instituto Superior de Engenharia de Coimbra

Coimbra, Abril, 2012


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO
Ao terminar esta dissertação de mestrado resta-me registar os sinceros agradecimentos às
individualidades que de várias formas contribuíram para que esta se tornasse uma realidade.
Os meus agradecimentos dirigem-se primeiramente ao Professor Doutor Carlos da Cruz
Moreira, orientador desta dissertação, pela sua disponibilidade, ensinamentos e sugestões
efectuadas, realizadas neste trabalho.
Ao Professor João Marado do Instituto politécnico de Viseu, pela disponibilidade e pelos
conselhos que se relevaram preciosos para a conclusão deste trabalho.
Por fim, aos meus pais, irmão e amigos, pelo apoio, incentivo e paciência que sempre
demonstraram.
A todos o meu profundo agradecimento.

Paulo J.C. Matos ii


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte RESUMO

RESUMO
Na presente dissertação pretende-se analisar a influência do Eurocódigo 7 (EC7) no
dimensionamento de muros de suporte. Pois há vários anos que se constroem muros de
suporte, e obviamente tiveram de ser dimensionados, mas nunca existiu um regulamento para
o seu dimensionamento. Com o aparecimento do EC7 passou a existir, e como tal, decidiu-se
estudar a influência do EC7 no dimensionamento dos muros de suporte.
Para analisar a influência do EC7 no dimensionamento, começou-se por compreender o
funcionamento do método tradicional e fundamentalmente do EC7 no dimensionamento de
muros de suporte, pois trata-se de um regulamento novo e como tal desconhecido para todos.
Pretendeu-se assim analisar essencialmente as regras do EC7, e de seguida decidiu-se realizar
três exemplos práticos, nos quais se efectuou o dimensionamento pelos dois métodos. Assim,
foi possível identificar as formas de calcular, o grau de complexidade dos cálculos e o seu
rigor. Através dos valores resultantes destes cálculos elaborou-se uma análise comparativa
entre o método tradicional e o EC7, que permite constatar as diferenças entre os métodos.

Palavras-chave: Método tradicional, Eurocódigo 7, dimensionamento de muros de suporte,


análise comparativa.
.

Paulo J.C. Matos iii


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte ABSTRACT

ABSTRACT
The present essay alows us to understand the influence of Eurocode 7 (EC7) in the
dimensioning of supporting walls. Supporting walls have been built for several years, and
obviously had to be dimensioned, but never existed a regulation for this.
With the emergence of EC7 the regulation came into existence and, therefore, we decided to
study the influence of EC7 in the dimensioning of supporting walls.
To analyse the influence of EC7, first it was understood the functioning of tradional method
and fundamentally of EC7 in the dimensioning of supporting walls, since it was a new
regulation and as such unknown to everyone.
The purpose was to analyse essentially the rules of EC7, and then undertake three pratical
examples in which the dimensioning is made by the two methods.
Thus, it was possible to identify ways to calculate de degree of complexity of the calculations
and their accuracy. Through the resulting values of these calculations a comparative analysis
between the tradional method and EC7 has been made, which allows to observe the
differences between the two methods.

Keywords: Tradional method, Eurocode 7, dimensioning of supporting walls, comparative


analysis.

Paulo J.C. Matos iv


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte ÍNDICES

ÍNDICE GERAL
RESUMO..................................................................................................................................iii
ABSTRACT ............................................................................................................................. iv
ÍNDICE GERAL ...................................................................................................................... v
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1. Enquadramento ............................................................................................................................................ 1
1.2. Objectivos e Metodologias .......................................................................................................................... 1
1.3. Estrutura da dissertação ............................................................................................................................... 2

2. EUROCÓDIGO 7 ................................................................................................................. 4
2.1. Definição e estrutura .................................................................................................................................... 4
2.2. Objectivos .................................................................................................................................................... 4
2.3. Principais ocorrências na História ............................................................................................................... 4
2.4. Aspectos relevantes do EC7 ........................................................................................................................ 5
2.4.1. Impactos geográficos dos Eurocódigos ................................................................................................ 5
2.4.2. Interacção entre o EC7 e os restantes Eurocódigos .............................................................................. 5
2.4.3. Princípios e regras de aplicação ........................................................................................................... 6
2.4.4. Estados limites de utilização ................................................................................................................ 6
2.4.5. Situações acidentais ............................................................................................................................. 7

3. DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO DE UM MURO DE SUPORTE COM BASE


NO EC7...................................................................................................................................... 9
3.1. Categoria geotécnica .................................................................................................................................... 9
3.2. Requisitos mínimos ..................................................................................................................................... 9
3.3. Dimensionamento por medidas prescritivas .............................................................................................. 10
3.4. Dimensionamento com base em ensaio de carga e ensaios em modelos experimentais ............................ 10
3.5. Método observacional ................................................................................................................................ 10
3.6. Dimensionamento geotécnico com base no cálculo................................................................................... 11
3.6.1. Acções ................................................................................................................................................ 11
3.6.1.1. Valor de cálculo das acções........................................................................................................ 11
3.6.1.2. Estados limite último e correspondentes coeficientes parciais relativos às acções .................... 12
3.6.2. Propriedades de solos, de rochas e de outros materiais ...................................................................... 13
3.6.2.1. Valores característicos................................................................................................................ 13
3.6.2.2. Valores de cálculo dos parâmetros geotécnicos ......................................................................... 14
3.6.2.3. Estados limite último e correspondentes coeficientes parciais relativos às características
resistentes ................................................................................................................................................ 14
3.6.3. Grandezas geométricas ...................................................................................................................... 16
3.6.3.1. Valores de cálculo das grandezas geométricas ........................................................................... 16
3.6.4. Modelos de cálculo ............................................................................................................................ 16
3.6.5. Abordagens de cálculos em situações persistentes ou transitórias – Nos ELU STR/GEO ................ 17
3.7. Critérios e tipos de estados limites últimos a considerar no projecto geotécnico ...................................... 18
3.7.1. ELU de perda de equilíbrio (EQU) .................................................................................................... 18
3.7.2. ELU de rotura estrutural (STR) / de rotura do terreno (GEO) ........................................................... 18
3.7.3. ELU de levantamento global (UPL) .................................................................................................. 19

Paulo J.C. Matos v


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte ÍNDICES

3.7.4. ELU de rotura causada por gradientes hidráulicos (HYD) ................................................................. 20


3.8. Dados geotécnicos ..................................................................................................................................... 20
3.9. Relatório de projecto geotécnico ................................................................................................................ 20

4. ANÁLISES COMPARATIVAS........................................................................................ 21
4.1. Análise comparativa do muro de suporte 1 ................................................................................................ 21
4.2. Análise comparativa do muro de suporte 2 ................................................................................................ 43
4.3. Análise comparativa do muro de suporte 3 ................................................................................................ 60
4.4. Análise comparativa do muro de suporte 4 ................................................................................................ 76

5. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 95
ANEXOS ................................................................................................................................. 96
Anexo I: Aplicação dos métodos de dimensionamento ao muro de suporte 1 .................................................. 96
Anexo II: Aplicação dos métodos de dimensionamento ao muro de suporte 2............................................... 113
Anexo III: Aplicação dos métodos de dimensionamento ao muro de suporte 3 ............................................. 129
Anexo IV: Aplicação dos métodos de dimensionamento ao muro de suporte 4 ............................................. 149

Paulo J.C. Matos vi


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte ÍNDICES

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2-1 – Impacto geográfico dos Eurocódigos (Andrew Bond, 2012) .............................................................. 5
Figura 2-2 - Interacção entre os Eurocódigos intervenientes nas verificações em relação aos ELU e ELUt
(Castorina Vieira, 2007) .......................................................................................................................................... 6
Figura 3-1 - Propriedades do terreno (Rui Correia, 2010) ..................................................................................... 14
Figura 4-1 - Esquema do muro do suporte 1 ......................................................................................................... 22
Figura 4-2 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – derrube no muro de suporte 1 .......... 25
Figura 4-3 - Altura do muro versus largura mínima da base para diferentes ângulos de atrito no muro de suporte
1 pelo EC7 ............................................................................................................................................................. 27
Figura 4-4 - Altura do muro versus largura mínima da base para diferentes ângulos de atrito entra a combinação
condicionante e o método tradicional no muro de suporte 1 ................................................................................. 28
Figura 4-5 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela base no muro de
suporte 1 (k=2/3) ................................................................................................................................................... 31
Figura 4-6 - Ângulo de atrito versus largura mínima da base – deslizamento pela base no muro de suporte 1 .... 32
Figura 4-7 – Altura do muro versus largura mínima da base – deslizamento pela base no muro de suporte 1 pelo
EC7 ........................................................................................................................................................................ 34
Figura 4-8 – Altura do muro versus largura mínima da base – deslizamento pela base no muro de suporte 1 (EC7
vs método tradicional) ........................................................................................................................................... 34
Figura 4-9 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela base no muro de
suporte 1 (betão betonado contra o terreno, k=1) .................................................................................................. 36
Figura 4-10 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – rotura do solo da fundação no muro
de suporte 1 ........................................................................................................................................................... 39
Figura 4-11 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Estabilidade global no muro de
suporte 1 ................................................................................................................................................................ 42
Figura 4-12 - Esquema do muro de suporte 2........................................................................................................ 43
Figura 4-13 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – derrube no muro de suporte 2 ........ 46
Figura 4-14 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela base no muro de
suporte 2 ................................................................................................................................................................ 50
Figura 4-15 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela base com coesão
no solo abaixo da sapata ........................................................................................................................................ 52
Figura 4-16 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Rotura do solo de fundação no muro
de suporte 2, considerando FS = 3,0 ...................................................................................................................... 54
Figura 4-17 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Rotura do solo de fundação no muro
de suporte 2, considerando FS = 2,0 ...................................................................................................................... 55
Figura 4-18 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Estabilidade global no muro de
suporte 2 ................................................................................................................................................................ 59
Figura 4-19 - Esquema do muro de suporte 3........................................................................................................ 60
Figura 4-20 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos considerando betão projectado contra o
terreno – derrube no exemplo 3 (k = 1) ................................................................................................................. 63
Figura 4-21 - Ângulo de atrito versus coeficiente activo no muro de suporte 3 .................................................... 65
Figura 4-22 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos considerando betão pré-fabricado –
derrube no exemplo 3 ............................................................................................................................................ 65
Figura 4-23 - Ângulo de atrito versus coeficiente activo da sobrecarga no muro de suporte 3 ............................. 66
Figura 4-24 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela base no exemplo 3
(k = 1) .................................................................................................................................................................... 68
Figura 4-25 - Ângulo de atrito do solo de fundação versus diferença percentual entre métodos – deslizamento
pela base no exemplo 3 (k = 1) .............................................................................................................................. 69
Figura 4-26 - Ângulo de atrito do solo no tardoz do muro versus diferença percentual entre métodos –
deslizamento pela base no exemplo 3 (k = 2/3) ..................................................................................................... 70
Figura 4-27 - Ângulo de atrito do solo do solo de fundação versus diferença percentual entre métodos – rotura do
solo de fundação no exemplo 3 ............................................................................................................................. 72

Paulo J.C. Matos vii


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte ÍNDICES

Figura 4-28 - Ângulo de atrito do solo do solo de fundação versus diferença percentual entre métodos –
estabilidade global no exemplo 3........................................................................................................................... 75
Figura 4-29 - Esquema do muro de suporte 4 ........................................................................................................ 77
Figura 4-30 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – derrube no muro de suporte 4......... 80
Figura 4-31 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela base no muro 4.. 83
Figura 4-32 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Rotura do solo de fundação no muro
de suporte 4 ............................................................................................................................................................ 86
Figura 4-33 - Ângulo de atrito do solo de fundação versus diferença percentual entre métodos – Rotura do solo
de fundação no muro de suporte 4 ......................................................................................................................... 87
Figura 4-34 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Estabilidade global no muro de
suporte 4 ................................................................................................................................................................ 89

Paulo J.C. Matos viii


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte ÍNDICES

ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2-1 - Coeficientes parciais para os parâmetros do terreno em verificações respeitantes a estados limites
últimos em situações acidentais ............................................................................................................................... 7
Quadro 2-2 - Coeficientes parciais para as acções nas verificações respeitantes a estados limites últimos em
situações acidentais ................................................................................................................................................. 8
Quadro 2-3 - Coeficientes parciais para as capacidades resistentes nas verificações respeitantes a estados limites
últimos em situações acidentais ............................................................................................................................... 8
Quadro 3-1 - Atribuição da Categoria Geotécnica .................................................................................................. 9
Quadro 3-2 - Coeficientes parciais para a verificação de estado limites de perda de equilíbrio (EQU) e de
levantamento global (UPL) ................................................................................................................................... 12
Quadro 3-3 - Coeficientes parciais para a verificação de estado limites de levantamento hidráulico (HYD) ....... 12
Quadro 3-4 - Coeficientes parciais para a verificação de estado limites de rotura de estrutural (STR) ou de rotura
do terreno (GEO) ................................................................................................................................................... 13
Quadro 3-5 - Coeficientes parciais para a verificação de estados limites de perda de equilíbrio (EQU) e de
levantamento global (UPL) (características resistentes) ........................................................................................ 15
Quadro 3-6 - Coeficientes parciais para a verificação de estado limites de rotura de estrutural (STR) ou de rotura
do terreno (GEO) (características resistentes) ....................................................................................................... 15
Quadro 3-7 - Coeficientes parciais para as capacidades resistentes aplicáveis em muros de suporte (yR) ............ 15
Quadro 3-8 - Coeficientes parciais para as capacidades resistentes (yR) para fundações superficiais. ................. 16
Quadro 3-9 - Coeficientes parciais para a capacidade resistente (yR) para taludes e estabilidade global ............. 16
Quadro 4-1 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 38º no muro de suporte 1
............................................................................................................................................................................... 22
Quadro 4-2 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 42º no muro de suporte 1
............................................................................................................................................................................... 23
Quadro 4-3 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 35º no muro de suporte 1
............................................................................................................................................................................... 23
Quadro 4-4 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º no muro de suporte 1
............................................................................................................................................................................... 23
Quadro 4-5 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 25º no muro de suporte 1
............................................................................................................................................................................... 24
Quadro 4-6 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 20º no muro de suporte 1
............................................................................................................................................................................... 24
Quadro 4-7 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 15º no muro de suporte 1
............................................................................................................................................................................... 24
Quadro 4-8 - Diferença percentual na verificação ao derrube no método tradicional no muro de suporte 1 ........ 25
Quadro 4-9 - Diferença percentual na verificação ao derrube pelo EC7 no muro de suporte 1 ............................ 25
Quadro 4-10 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 52º no muro de suporte
1 ............................................................................................................................................................................. 28
Quadro 4-11 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo de atrito de 38º no
muro de suporte 1 .................................................................................................................................................. 30
Quadro 4-12 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo de atrito de 35º no
muro de suporte 1 .................................................................................................................................................. 30
Quadro 4-13 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo de atrito de 30º no
muro de suporte 1 .................................................................................................................................................. 30
Quadro 4-14 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base no método tradicional no muro de
suporte 1 ................................................................................................................................................................ 31
Quadro 4-15 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base pelo EC7 no muro de suporte 1 .. 31
Quadro 4-16 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base no método tradicional no muro de
suporte 1 ................................................................................................................................................................ 33
Quadro 4-17 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo de atrito de 38º no
muro de suporte 1 .................................................................................................................................................. 35

Paulo J.C. Matos ix


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte ÍNDICES

Quadro 4-18 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo de atrito de 35º no
muro de suporte 1 .................................................................................................................................................. 35
Quadro 4-19 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo de atrito de 30º no
muro de suporte 1 .................................................................................................................................................. 36
Quadro 4-20 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base no método tradicional no muro de
suporte 1 ................................................................................................................................................................ 36
Quadro 4-21 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base no método tradicional (betão
betonado contra o terreno) no muro de suporte 1 .................................................................................................. 36
Quadro 4-22 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um ângulo de atrito de 38º
no muro de suporte 1 ............................................................................................................................................. 38
Quadro 4-23 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um ângulo de atrito de 35º
no muro de suporte 1 ............................................................................................................................................. 38
Quadro 4-24 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um ângulo de atrito de 30º
no muro de suporte 1 ............................................................................................................................................. 38
Quadro 4-25 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação no método tradicional no muro de suporte 1 39
Quadro 4-26 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação pelo EC7 no muro de suporte 1 .................... 39
Quadro 4-27 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de atrito de 38º no muro
de suporte 1 ............................................................................................................................................................ 40
Quadro 4-28 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de atrito de 35º no muro
de suporte 1 ............................................................................................................................................................ 41
Quadro 4-29 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de atrito de 30º no muro
de suporte 1 ............................................................................................................................................................ 41
Quadro 4-30 - Diferença percentual na estabilidade global no método tradicional no muro de suporte 1 ............ 41
´ Quadro 4-31 - Diferença percentual na estabilidade global no EC7 no muro de suporte 1 ................................. 41
Quadro 4-32 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 35º no muro de suporte
2 ............................................................................................................................................................................. 44
Quadro 4-33 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º no muro de suporte
2 ............................................................................................................................................................................. 44
Quadro 4-34 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 25º no muro de suporte
2 ............................................................................................................................................................................. 45
Quadro 4-35 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 20º no muro de suporte
2 ............................................................................................................................................................................. 45
Quadro 4-36 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 15º no muro de suporte
2 ............................................................................................................................................................................. 45
Quadro 4-37 - Diferença percentual no derrube pelo método tradicional no muro de suporte 2 ........................... 45
Quadro 4-38 - Diferença percentual no derrube pelo EC7 no muro de suporte 2 .................................................. 46
Quadro 4-39 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 48º no muro de suporte
2 ............................................................................................................................................................................. 47
Quadro 4-40 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 35º no muro de suporte
2 ............................................................................................................................................................................. 48
Quadro 4-41 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º no muro de suporte
2 ............................................................................................................................................................................. 49
Quadro 4-42 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito de 25º no muro de suporte 2
............................................................................................................................................................................... 49
Quadro 4-43 - Diferença percentual no deslizamento pela base no método tradicional no muro de suporte 2 ..... 49
Quadro 4-44 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo EC7 no muro de suporte 2 ......................... 49
Quadro 4-45 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito 35º com uma coesão no solo
da fundação de 12 kPa. .......................................................................................................................................... 50
Quadro 4-46 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito 30º com uma coesão no solo
da fundação de 12 kPa. .......................................................................................................................................... 51

Paulo J.C. Matos x


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte ÍNDICES

Quadro 4-47 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito 25º e com uma coesão de 12
kPa. ........................................................................................................................................................................ 51
Quadro 4-48 - Diferença percentual no deslizamento pela base no método tradicional no muro de suporte 2 ..... 51
Quadro 4-49 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo EC7 no muro de suporte 2 ......................... 51
Quadro 4-50 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um ângulo de atrito de 35º
no muro de suporte 2 ............................................................................................................................................. 53
Quadro 4-51 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um ângulo de atrito de 30º
no muro de suporte 2 ............................................................................................................................................. 53
Quadro 4-52 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um ângulo de atrito de 25º
no muro de suporte 2 ............................................................................................................................................. 54
Quadro 4-53 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação no método tradicional no muro de suporte 2 54
Quadro 4-54 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação pelo EC7 no muro de suporte 2 ................... 54
Quadro 4-55 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de atrito de 35º no muro
de suporte 2 ........................................................................................................................................................... 57
Quadro 4-56 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de atrito de 30º no muro
de suporte 2 ........................................................................................................................................................... 58
Quadro 4-57 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de atrito de 25º no muro
de suporte 2 ........................................................................................................................................................... 58
Quadro 4-58 - Diferença percentual na estabilidade global no método tradicional no muro de suporte 2 ............ 58
Quadro 4-59 - Diferença percentual na estabilidade global pelo EC7 no muro de suporte 2 ................................ 58
Quadro 4-60 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito do solo no tardoz do muro
de 36º no muro de suporte 3 .................................................................................................................................. 61
Quadro 4-61 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito do solo no tardoz do muro
de 30º no muro de suporte 3 .................................................................................................................................. 62
Quadro 4-62 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito do solo no tardoz do muro
de 25º no muro de suporte 3 .................................................................................................................................. 62
Quadro 4-63 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito do solo no tardoz do muro de
20º no muro de suporte 3 ....................................................................................................................................... 62
Quadro 4-64 - Diferença percentual no derrube pelo método tradicional no muro de suporte 3 ........................... 63
Quadro 4-65 - Diferença percentual no derrube pelo EC7 no muro de suporte 3 ................................................. 63
Quadro 4-66 - Valore de “ka” no muro de suporte 3 com variabilidade do ângulo de atrito ................................ 64
Quadro 4-67 - Valore de “ka” para a sobrecarga no muro de suporte 3 com variabilidade do ângulo de atrito .... 66
Quadro 4-68 - Diferença percentual do coeficiente activo do solo e da sobrecarga no muro de suporte 3 com
variabilidade do ângulo de atrito do solo ............................................................................................................... 66
Quadro 4-69 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo de atrito do solo no
tardoz do muro do suporte 3 de 36º ....................................................................................................................... 67
Quadro 4-70 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para o ângulo de atrito do solo no
tardoz do muro do suporte 3 de 30º ....................................................................................................................... 67
Quadro 4-71 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para o ângulo de atrito do solo no
tardoz do muro do suporte 3 de 25º ....................................................................................................................... 68
Quadro 4-72 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo método tradicional no muro de suporte 3 .. 68
Quadro 4-73 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo EC7 no muro de suporte 3 ......................... 68
Quadro 4-74 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para o ângulo de atrito do solo de
fundação de 40º no muro de suporte 3 ................................................................................................................... 71
Quadro 4-75 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para o ângulo de atrito do solo de
fundação de 35º no muro de suporte 3................................................................................................................... 71
Quadro 4-76 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para o ângulo de atrito do solo de
fundação de 30º no muro de suporte 3................................................................................................................... 71
Quadro 4-77 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação pelo método tradicional no muro de suporte 3
............................................................................................................................................................................... 72
Quadro 4-78 - Diferença percentual rotura do solo de fundação pelo EC7 no muro de suporte 3 ........................ 72

Paulo J.C. Matos xi


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte ÍNDICES

Quadro 4-79 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para o ângulo de atrito do solo de
fundação de 40º no muro de suporte 3 ................................................................................................................... 73
Quadro 4-80 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para o ângulo de atrito do solo de
fundação de 35º no muro de suporte 3 ................................................................................................................... 74
Quadro 4-81 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para o ângulo de atrito do solo de
fundação de 30º no muro de suporte 3 ................................................................................................................... 74
Quadro 4-82 - Diferença percentual na estabilidade global pelo método tradicional no muro de suporte 3 ......... 74
Quadro 4-83 - Diferença percentual na estabilidade global pelo EC7 no muro de suporte 3 ................................ 74
Quadro 4-84 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º no muro de suporte
4 ............................................................................................................................................................................. 78
Quadro 4-85 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 59º no muro de suporte
4 ............................................................................................................................................................................. 78
Quadro 4-86 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 46º no muro de suporte
4 ............................................................................................................................................................................. 79
Quadro 4-87 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 25º no muro de suporte
4 ............................................................................................................................................................................. 79
Quadro 4-88 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 20º no muro de suporte
4 ............................................................................................................................................................................. 79
Quadro 4-89 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 15º no muro de suporte
4 ............................................................................................................................................................................. 80
Quadro 4-90 - Diferença percentual no derrube pelo método tradicional no muro de suporte 4 ........................... 80
Quadro 4-91 - Diferença percentual no derrube pelo EC7 no muro de suporte 4 .................................................. 80
Quadro 4-92 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º no muro de suporte
4 ............................................................................................................................................................................. 82
Quadro 4-93 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 25º no muro de suporte
4 ............................................................................................................................................................................. 82
Quadro 4-94 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito de 20º no muro de suporte 4
............................................................................................................................................................................... 82
Quadro 4-95 - Diferença percentual no deslizamento pela base no método tradicional no muro de suporte 4 ..... 83
Quadro 4-96 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo EC7 no muro de suporte 4 ......................... 83
Quadro 4-97 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um ângulo de atrito de 30º
no muro de suporte 4 ............................................................................................................................................. 85
Quadro 4-98 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um ângulo de atrito de 25º
no muro de suporte 4 ............................................................................................................................................. 85
Quadro 4-99 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um ângulo de atrito de 20º
no muro de suporte 4 ............................................................................................................................................. 85
Quadro 4-100 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação no método tradicional no muro de suporte 4
............................................................................................................................................................................... 86
Quadro 4-101 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação pelo EC7 no muro de suporte 2 .................. 86
Quadro 4-102 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de atrito de 30º no
muro de suporte 4 .................................................................................................................................................. 88
Quadro 4-103 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de atrito de 25º no
muro de suporte 4 .................................................................................................................................................. 88
Quadro 4-104 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de atrito de 20º no
muro de suporte 4 .................................................................................................................................................. 88
Quadro 4-105 - Diferença percentual na estabilidade global no método tradicional no muro de suporte 4 .......... 89
Quadro 4-106 - Diferença percentual na estabilidade global pelo EC7 no muro de suporte 4 .............................. 89

Paulo J.C. Matos xii


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS

SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS
ad - Valores de calculo das grandezas geométricas
anom - Valor nominal de grandeza geométrica
∆a - Variância do valor nominal de grandezas geométricas feita para fins específicos do
projecto
B - Largura da sapata
B´- Largura efectiva da sapata
Cd - Valor limite de cálculo do critério relevante de aptidão para a utilização
c - Coesão
c´- Coesão em tensões efectivas
Ed - Valor de cálculo do efeito das acções
Estb;d - Valor de cálculo do efeito das acções estabilizantes
Edst;d - Valor de cálculo do efeito das acções desestabilizantes
Fd - Valores de cálculo das acções
FK - Representa o valor característico da acção
Frep - Valor representativo de uma acção
Gdst;d - Valor de cálculo das acções permanentes desestabilizantes na verificação relativa ao
levantamento global
Gstb;d - Valor de cálculo das acções verticais permanentes estabilizantes na verificação relativa
ao levantamento global
Gstb;d - Valor de cálculo das acções verticais permanentes estabilizantes na verificação relativa
ao levantamento global;
G´stb;d - Valor de cálculo das acções verticais permanentes estabilizantes na verificação
relativa ao levantamento hidráulico (peso submerso)
H - Carga horizontal, ou componente da acção total segundo a direcção da base de uma
fundação
Hed - Valores de cálculo das acções horizontais
Hrd - Valores de cálculo das resistências horizontais
Ka - Coeficiente activo
Mest - Momento estabilizador (método tradicional)
Mderr - Momento derrubador (método tradicional)
MEd,stb - Momento de cálculo estabilizador (EC7)
MEd,dst - Momento de cálculo derrubador (EC7)

Paulo J.C. Matos xiii


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS

q - Valor da acção
qd - Valor de calculo da acção
Qdst;d - Valor de cálculo das acções variáveis verticais destabilizantes na verificação relativa
ao levantamento global
Rd - Valor de cálculo da capacidade resistente em relação a uma acção
Sdst;d - Valor de cálculo da força de percolação desestabilizante no terreno
Td - Valor de cálculo da capacidade resistente total ao corte mobilizável em torno de um bloco
de terreno contendo um grupo de estacas á tracção, ou na parte da estrutura que está em
contacto com o terreno
μdst;d - Valor de cálculo da pressão na água dos poros desestabilizante
V - Carga vertical, ou componente da acção total segundo a direcção normal à base de
fundação
Vd - Valor de cálculo de V
Vdst;d - Valor de cálculo da acção vertical desestabilizantes numa estrutura
Vdst;k - Valor característico da acção vertical desestabilizantes numa estrutura
XK - valores característicos das propriedades do terreno
Xd - valores de cálculo das propriedades do terreno
Letras gregas
α - Inclinação da base de uma fundação relativamente à horizontal
β - Inclinação da superfície de um talude de terreno situado atrás de uma estrutura de suporte
- Ângulo de atrito de contacto solo-estrutura

d - Valor de cálculo de
Y - Peso volúmico
yc´ - Factor parcial para a coesão em tensões efectivas
yF - Coeficiente parcial de segurança para a acção
yG - Coeficiente parcial para uma acção permanente
yG;dst - Coeficiente parcial para as acções permanentes desfavoráveis ou desestabilizantes
yG;stb - Coeficiente parcial para as acções permanentes favoráveis ou estabilizantes

yM - Coeficiente de segurança relativo às propriedades dos materiais


yQ - Coeficiente parcial para uma acção variável
yQ;dst - Coeficiente parcial para as acções variáveis desfavoráveis ou desestabilizantes
yQ;stb - Coeficiente parcial para as acções variáveis favoráveis ou estabilizantes.
yR - Coeficiente parcial para uma capacidade resistente

Paulo J.C. Matos xiv


Aplicação do EC7 em Muros de Suporte SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS

yRc - Coeficiente parcial para a capacidade resistente passiva de terras


yRh - Coeficiente parcial para a capacidade resistente ao deslizamento
yR;x - Coeficiente parcial para a capacidade resistente do terreno
yRv - Coeficiente parcial para a capacidade resistente ao carregamento do terreno de fundação
yy - Coeficiente parcial para o peso volúmico
yφ´ - Coeficiente parcial para o ângulo de atrito interno em tensões efectivas
φ - Ângulo de atrito interno em tensões efectivas
φ d - Valor de cálculo de
φ cv - Ângulo de atrito interno no estado critico
φ cv d - Valor de cálculo de cv

Abreviaturas
AC 1 - Abordagem de cálculo 1
AC 2 - Abordagem de cálculo 2
AC 3 - Abordagem de cálculo 3
CEN - Comité Europeu de Normalização
CG - Categoria Geotécnica
CTT 115 - Comissão Técnica Portuguesa de Normalização
EC1 - Eurocódigo 1
EC2 - Eurocódigo 2
EC3 - Eurocódigo 3
EC7 - Eurocódigo 7
EQU - Estado limite para a perda de equilíbrio
FS - Factor de segurança global
GEO - Estado limite da rotura do terreno
HYD - Estado limite para o levantamento hidráulico
STR - Estado limite para a rotura estrutural
UPL - Estado limite para o levantamento global

Paulo J.C. Matos xv


CAPÍTULO 1

1. INTRODUÇÃO
1.1. Enquadramento
O tema da dissertação é “ Influência da aplicação do Eurocódigo 7 no dimensionamento de
muros de suporte “.
Aqui está-se perante a aplicação de um regulamento geotécnico, o Eurocódigo 7, pertencente
a um grupo de novos regulamentos, que surgiram na Europa devido a uma necessidade de
actualização e uniformização do dimensionamento, com as necessárias diferenças e
necessidades de cada país. O surgimento do grupo de novos regulamentos, no apelidado
programa dos Eurocódigos estruturais, foi importantíssimo e era esperado há muitos anos,
obtendo assim uma grande adesão por parte de vários países, facilitando a interacção entre os
vários países aderentes.
Com o passar do tempo, a forma de dimensionar muros de suporte foi sofrendo altercações.
Até à revolução industrial era consumado com base na experiência, posteriormente passou
para os chamados métodos tradicionais e por fim para o EC7. Então julgou-se importante
concluir acerca da influência que esta evolução regulamentar (dos métodos tradicionais para o
EC7) provocou no dimensionamento de muros de suporte. Este estudo é de particular
interesse, porque o EC7 é o primeiro regulamento para o dimensionamento geotécnico em
Portugal.
Com a evolução dos métodos de dimensionamento, estes foram-se tornando cada vez mais
completos, relevando particular interesse por vários aspectos que anteriormente nunca tinha
manifestado. Um destes, e trazido pelo EC7, foi a maior aproximação ao dimensionamento
estrutural, passando a dimensionar-se por coeficientes parciais em detrimento dos coeficientes
globais, o que trará maior rigor, dimensionar a partir de estados limites últimos e de serviço,
entre outros.
A evolução regulamentar faz com que o EC7 seja de especial confiança por parte de todas as
entidades envolvidas em relação aos dimensionamentos anteriores, devido ao importante
estudo que foi algo, portanto, é possível uma maior fiabilidade e ao mesmo tempo poderá
permitir maiores ganhos económicos, aspecto essencial em qualquer tipo de
dimensionamento.
Com esta dissertação pretende-se essencialmente que o engenheiro fique conhecedor do
dimensionamento de muros de suporte realizados com base no EC7 e que compreenda a
influência que este trouxe ao seu dimensionamento.

1.2. Objectivos e Metodologias


O objectivo principal desta dissertação é verificar a influência do EC7 no dimensionamento
de muros de suporte, realizando-se um estudo comparativo entre os métodos tradicionais e o
EC7. Mais especificamente pretende-se:
 Analisar o EC7 destacando alguns dos seus aspectos mais relevantes;
 Dissecar sobre a aplicação do EC7 ao dimensionamento de muros de suporte,
analisando os passos a dar nesse sentido;

Paulo J.C. Matos 1


INTRODUÇÃO CAPITULO 1

 Identificar algumas das influências do EC7 no dimensionamento de muros de suporte,


tal como a nível económico, a evolução no cálculo, entre outras. Para isso é necessário
uma análise comparativa, perante isto considerou-se pertinente analisar alguns muros
de suporte por ambos os métodos (método tradicional e EC7), fazendo variar as
características resistentes do terreno, e comparar os resultados fornecidos por ambos
os métodos, procurando explicar as várias causas para os resultados.
Para que os objectivos fossem atingidos decidiu-se definir um processo de trabalho faseado:
 Estudo do EC7 direccionado para a sua aplicação aos muros de suporte;
 Estudo do Programa “Slide” para uso como auxílio na verificação à estabilidade
global nos muros de suporte; (“Slide” é um programa informático relativo ao estudo
de solos pertencente à Rocscience, cujo a versão utilizada foi 5.0)
 Aplicação prática do dimensionamento de muros de suporte nos métodos tradicionais
e pelo EC7;
 Análise comparativa do dimensionamento aplicado aos vários exemplos de muros de
suporte;
 Organização da informação e escrita do documento final.
Para a realização do primeiro objectivo foi necessário o estudo o EC7 e de outras bibliografias
relacionadas de forma a entender a sua filosofia, a sua organização e os trilhos a seguir no
dimensionamento de muros de suporte. De seguida, foi necessário o estudo do programa slide
para puder entender o seu modo de funcionamento na verificação à estabilidade global. Após
adquirir o conhecimento suficiente pelo programa slide e pelo EC7 segue-se a sua aplicação
prática ao dimensionamento de muros de suporte. Além disso, também foi necessário
relembrar o dimensionamento efectuado pelos métodos tradicionais e assim aplica-los
também aos muros de suporte, para que posteriormente se possa recorrer a uma análise
comparativa e assim entender a influência do EC7 no dimensionamento de muros de suporte.

1.3. Estrutura da dissertação


Esta dissertação é composta por 5 capítulos e quatro anexos.
No capítulo 1 é realizada uma introdução na qual se apresenta o enquadramento do tema,
enumeram-se os objectivos e as metodologias, além disso é descrita de uma forma resumida a
forma com a dissertação está organizada.
No capítulo 2 é apresentado a definição, a estrutura, os objectivos e a forma de surgimento do
novo regulamento. São também apresentados vários aspectos relevantes do EC7 ficando
assim com uma melhor noção acerca deste código.
No capítulo 3, encontra-se explicado de uma forma teórica o EC7 aplicado ao
dimensionamento geotécnico de muros de suporte, de forma a entende-se os passos a dar no
sentido do seu dimensionamento.
No capítulo 4, realizam-se análises comparativas entre os dois métodos de dimensionamento
referentes aos exemplos práticos que estão desenvolvidos nos anexos. É um capitulo bastante
importante, na medida em fornece informações relevantes do ponto de vista prático (valores),

2
INTRODUÇÃO CAPITULO 1

que nos indica as diferenças entre o método tradicional e o EC7, ficando-se assim a conhecer
a influência deste último.
No capítulo 5 apresentam-se as principais conclusões do trabalho efectuado.
Por fim encontram-se os anexos que são reservados para o cálculo, nos quais estão
desenvolvidos exemplos práticos de dimensionamento de muros de suporte por ambos os
métodos. Trata-se de muros de suporte simples porque a ideia fundamental é avaliar a
influência do EC7.

Paulo J.C. Matos 3


EUROCÓDIGO 7

2. EUROCÓDIGO 7
2.1. Definição e estrutura
O Eurocódigo 7 é o primeiro regulamento para o dimensionamento geotécnico utilizado em
Portugal, encontrando-se dividido em duas partes:
A parte 1 é alusiva às regras gerais do dimensionamento geotécnico, sendo constituída por 12
secções, 9 anexos (1 normativo e 8 informativos) e um anexo nacional.
A parte 2 é relativa à caracterização geotécnica: prospecção e ensaios de campo e
laboratoriais. (Rui Correia, 2010)

2.2. Objectivos
O Eurocódigo 7 teve como principais objectivos eliminar entraves técnicos e a harmonização
das especificações técnicas, permitindo assim facilitar o entendimento entre todas as entidades
envolvidas (clientes, projectista, empreiteiro e autoridades publicas) e dispor-se de um sistema
de dimensionamento coerente, garantindo a qualidade estabelecendo parâmetros objectivos.
(Rui Correia, 2010)

2.3. Principais ocorrências na História


O programa dos Eurocódigos estruturais, na qual se insere o Eurocódigo 7, já está a ser
preparado desde 1975, quando a Comissão das Comunidades Europeias, adoptou um
programa de acção na área da construção.
Em 1989 ocorreu a transferência da responsabilidade da elaboração dos Eurocódigos, da
comissão Europeia para o Comité Europeu de Normalização (CEN) com o objectivo de lhes
conferir o estatuto de Norma Europeia.
Em 1990 surgiu a criação do comité técnico CEN/TC 250 do CEN, encarregue e elaborar os
Eurocódigos.
A parte 1 do EC7 foi aprovada em 1993 e publicada como Pré-Norma Europeia em 1994. Dez
anos mais tarde foi publicada como Norma Europeia e em Fevereiro de 2005 foi-lhe dado o
estatuto de Norma Portuguesa. O estatuo de Norma Portuguesa partiu de uma proposta do
laboratório nacional de engenharia civil ao Instituto português de qualidade na criação de uma
Comissão Técnica Portuguesa de Normalização (CT 115), em que esta tinha duplo trabalho,
na participação dos seus vogais nos trabalhos do Comité CEN/TC 250, e na elaboração das
versões nacionais dos Eurocódigos.
As partes 2 (Ensaios laboratoriais) e 3 (Ensaios de Campo) foram aprovadas em 1997 e
publicadas como Pré-Normas Europeias em 1999. Mais tarde estas juntaram-se em apenas
uma parte, englobando nesta a componente laboratorial e de campo, sendo publicada em 2007
como Norma Europeia.
A parte 1 do EC7 em 2009 teve um processo de errata (EN 1997-1:2004/AC:2009), na qual já
está incluída na sua versão mais actual e que se encontra em português (NP EN 1997-1:2010).
A parte 2 do EC7 também sofreu um processo de errata em 2010, em que a versão mais actual
é a EN 1997-2:2007/AC:2010. (FuturEng, 2011) e (LNEC. 2010)

4
EUROCÓDIGO 7 CAPITULO 2

2.4. Aspectos relevantes do EC7


2.4.1. Impactos geográficos dos Eurocódigos
Um dos aspectos que merece especial atenção é o impacto geográfico obtido pelo programa
dos Eurocódigos Estruturais, em que 25 países de União Europeia mais 4 da associação para o
comércio livre aderirem. Este impacto geográfico é bastante positivo, porque permite uma
fácil interacção entre os vários países aderentes, já que a base de dimensionamento é a
mesma, apenas muda o anexo nacional que varia consoante as necessidades de cada país. (Rui
Correia, 2008)
Um exemplo prático e positivo deste impacto geográfico, tornando-se ainda mais evidente
neste período de crise em que se vive, já que existe cada vez mais necessidade de sair do país,
é a possibilidade de um engenheiro português ter a capacidade de trabalhar num destes países
aderentes ou até elaborar projectos em Portugal e exportando-os (tendo apenas atenção ao
anexo nacional de cada país), já que é conhecedor do regulamento.

Figura 2-1 – Impacto geográfico dos Eurocódigos (Andrew Bond, 2012)


2.4.2. Interacção entre o EC7 e os restantes Eurocódigos
A interacção entre o EC7 e os outros Eurocódigos demonstra a forma articulada como este
programa dos Eurocódigos estruturais foi elaborada, facilitando o entendimento/interacção
entre todas as especialidades da engenharia civil.
Observando-se a figura 2.2, é possível verificar a interacção dos códigos nas verificações
respeitantes aos estados limites últimos e de serviço de uma estrutura geotécnica. No que diz
respeito às acções, estas são divididas entre o Eurocódigo 1 e o Eurocódigo 7, classificando-se
no EC1 e definindo-se no EC7. Já as propriedades do material estrutural encontram-se
integralmente nos EC2 e do EC3, utilizando-se posteriormente nas verificações respeitantes
do EC7.

Paulo J.C. Matos 5


EUROCÓDIGO 7 CAPITULO 2

Figura 2-2 - Interacção entre os Eurocódigos intervenientes nas verificações em relação aos
ELU e ELUt (Castorina Vieira, 2007)
2.4.3. Princípios e regras de aplicação
Este código é composto por princípios e regras de aplicação, em que das cerca de 600
cláusulas, quase 70% são princípios, então, e de acordo com Matos Fernandes, o EC7 é um
bom caderno de encargos para o projecto e de modo algum um manual, estabelecendo
sobretudo exigências para o projecto, sendo parco em orientações precisas. (Manuel de Matos
Fernandes, 2011)
Os princípios são indicados pela letra “P”, são compostos por disposições gerais e definições
que não admitem alternativa, e por requisitos e modelos analíticos para os quais não se
admitem alternativas excepto quando expressamente indicado.
As Regras de Aplicação são exemplos de métodos e procedimentos reconhecidos como
adequados, na qual se pode usar regras alternativas, desde que se demonstre que as regras
alternativas estejam de acordo com os princípios aplicáveis. (Jaime Santos, 2011)
2.4.4. Estados limites de utilização
Uma das contribuições positivas trazidas pelo EC7 é a aproximação do dimensionamento
geotécnico ao estrutural, contribuído para isso de forma decisiva a divisão em estados limites
últimos e de utilização.
No estado limite de utilização, poderá ser necessário ou não cálculo explícito dos
deslocamentos no muro de suporte.
Em situações que, exista comprovada experiência comparável com o terreno, estrutura e
método de construção semelhante, e não seja requerido um valor da deformação (situações
enumeradas no capítulo 9 do EC7) considera-se uma abordagem simplificativa, em que para
manter as deformações aquém dos limites de aptidão poderá ser feita a verificação de que é
mobilizada uma fracção suficientemente baixa da resistência do terreno. Portanto, nesta

6
EUROCÓDIGO 7 CAPITULO 2

situação o projecto poderá ser justificado mediante a verificação de que os deslocamentos


estimados não excedem os valores limites respectivos.
Caso contrário, deve-se recorrer ao cálculo de forma a satisfazer o seguinte critério:

d d (2.1)
Ed - Valor de cálculo dos efeitos das acções
Cd - Valor limite de cálculo do critério relevante de aptidão para a utilização
Nesta verificação os coeficientes parciais normalmente utilizados deverão tomar valor 1,0.
Um desses casos é as estruturas fundadas em argila, em que o EC7 requer o cálculo explícito
dos assentamentos sempre que a relação entre a capacidade resistência do terreno e o
carregamento aplicado seja inferior a 3. Se for superior pode-se considerar verificado para
este estado limite.
No anexo H do EC7 estão outros valores limites da deformação estrutural e dos movimentos
da fundação em função de cada estrutura. (EC7-1,2010)
2.4.5. Situações acidentais
O EC7 é um regulamento que considera diversas conjunturas, de tal forma que considera
situações acidentes. Trata-se de situações excepcionais (exemplo: explosões), que dependendo
da situação de projecto, poderão ter de ser verificadas.
Nas situações de acidente, tal como nas situações persistentes e transitórias, tem de se
verificar todos os estados limites a serem considerados, mas no que diz respeito aos estados
limites últimos de rotura estrutural ou de rotura de terreno, segundo o anexo nacional,
contrariamente ao que sucede no caso de situações persistentes ou transitórias, apenas se
considera uma única combinação de conjuntos de valores.
Os coeficientes parciais utilizados com os respectivos estados limites, estão indicados nos
seguintes quadros: 1
Quadro 2-1 - Coeficientes parciais para os parâmetros do terreno em verificações respeitantes
a estados limites últimos em situações acidentais

Tipo de estado de limite


Parâmetro do terreno
EQU STR/GEO UPL
Ângulo de atrito interno
1,25 1,10 1,25
em tensões efectivas
Coesão em tensões
1,25 1,10 1,25
efectivas
Resistência ao corte não
1,40 1,15 1,40
drenada
Resistência à
1,40 1,15 -
compressão unixial
Peso volúmico 1,00 1,00 -

1
Os estados limites e correspondentes critérios de dimensionamentos estão explicados no ponto 3.7.

Paulo J.C. Matos 7


EUROCÓDIGO 7 CAPITULO 2

(EC7-1,2010)
Quadro 2-2 - Coeficientes parciais para as acções nas verificações respeitantes a estados
limites últimos em situações acidentais
Tipo de estado limite
Acções
EQU STR/GEO UPL HYD
Acções
permanentes 1,0 1,0 1,0 1,2
desfavoráveis
Acções
permanentes 1,0 1,0 0,9 0,9
favoráveis
Acções
variáveis 1,0 1,0 1,0 1,0
desfavoráveis
Acções
variáveis 0,0 0,0 - -
favoráveis
(EC7-1,2010)
Quadro 2-3 - Coeficientes parciais para as capacidades resistentes nas verificações
respeitantes a estados limites últimos em situações acidentais
Tipo de estado
Capacidade limite
resistente
STR/GEO UPL
Carregamento de
terreno de 1,0 -
fundação
Deslizamento 1,0 -
Passiva de terras 1,0 -
(EC7-1,2010)

8
DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7

3. DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO DE UM MURO DE SUPORTE


COM BASE NO EC7
3.1. Categoria geotécnica
É importante salientar que o ponto de partida para o dimensionamento geotécnico de um muro
de suporte é a atribuição de uma categoria geotécnica. Antes dos estudos de caracterização
geotécnica deverá ser atribuída de uma forma preliminar uma categoria geotécnica à estrutura.
Esta categoria deverá ser verificada em cada fase do processo de projecto e construção, e
alterada se for necessário.
A categoria geotécnica é escolhida em função da complexidade do projecto geotécnico e dos
riscos que lhe estão associados, e esta varia entre 1 e 3 como se pode verificar pelo quadro
3.1.
Quadro 3-1 - Atribuição da Categoria Geotécnica

Classe de consequências
(CC)
1 2 3
Complexidade Elevado CG2 CG3 CG3
do projecto Médio CG2 CG2 CG3
geotécnico Baixo CG1 CG2 CG2

CG - Categoria Geotécnica (EC7-1,2010)


A categoria geotécnica 1 inclui apenas estruturas pequenas e relativamente simples, com risco
desprezável e conhecido, sendo considerados suficientes estudos de caracterização
qualitativos e procedimentos simplificados no projecto e na construção.
A categoria geotécnica 2 inclui os tipos correntes de estruturas e de fundações que não
envolvam nem riscos fora do comum nem condições difíceis do terreno ou do carregamento.
São requeridos geralmente dados geotécnicos de natureza quantitativa e dimensionamento por
via quantitativa, podendo ser utilizados procedimentos correntes nos ensaios de campo e de
laboratório no projecto e na construção.
A Categoria Geotécnica 3 inclui as estruturas ou partes de estruturas não abrangidas pelas
outras 2 categorias (grande dimensão, risco fora de comum, condições geotécnicas invulgares
ou particularmente difíceis, áreas de elevada sismicidade, entre outras). Nos projectos de
estruturas da categoria geotécnica 3 deverão normalmente ser utilizadas disposições e regras
alternativas às do EC7. (Rui Correia, 2010)

3.2. Requisitos mínimos


Em função da escolha da categoria geotécnica, é estabelecido os requisitos mínimos no que
diz respeito à quantidade e à qualidade dos estudos de caracterização geotécnica, dos cálculos
e dos procedimentos de controlo da construção.
Para cumprir os requisitos de Projecto deve-se definir todas as situações de projecto, tais
como:

Paulo J.C. Matos 9


DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

 As condições locais no que diz respeito à estabilidade global e aos movimentos do


terreno;
 A natureza e a dimensão da estrutura;
 As condições relativas à vizinhança (estruturas próximas, tráfego, redes de serviço,
vegetação, produtos químicos perigosos);
 As condições do terreno;
 As condições de água no terreno;
 A sismicidade regional;
 A influência do ambiente. (EC7-1,2010)
E deve-se também definir todos os estados limite a serem considerados. Para este efeito, o
EC7 fornece várias hipóteses ao projectista, ficando ao critério deste escolher qual o tipo de
dimensionamento mais apropriada ou até recorrendo a combinações destas. Os tipos de
dimensionamento possíveis são:

3.3. Dimensionamento por medidas prescritivas


Utiliza-se nas situações em que não se dispõe de modelos de cálculo ou em que a sua
utilização não se justifique.
O dimensionamento por estas medidas envolve:
 Pormenores convencionais de projecto geralmente conservativos;
 Especial atenção à especificação e controlo dos materiais, à qualidade de execução e
aos procedimentos de protecção e manutenção. (EC7-1,2010)

3.4. Dimensionamento com base em ensaio de carga e ensaios em


modelos experimentais
Quando são utilizados resultados de ensaios de carga ou ensaios de modelos experimentais de
grandes ou pequenas dimensões, na justificação de um dimensionamento ou para
complementar uma das alternativas de verificação dos ELU´s. Devem ser considerados os
seguintes aspectos:
 As diferenças entre as condições de terreno e obra;
 Os efeitos do tempo (diferencial de duração de carregamento entre a obra e o ensaio);
 Os efeitos de escala (nível de tensões, dimensões das partículas). (EC7-1,2010)

3.5. Método observacional


É usado quando a previsão do comportamento geotécnico seja difícil, na qual é possível a
adaptação do projecto durante a construção (poderá ser combinado como método de cálculo
no caso de uma situação geotécnica difícil).
Antes do início da construção devem ser satisfeitos os seguintes requisitos:
 Estabelecer os limites de comportamento admissível;
 Deve ser avaliada a gama de comportamentos possíveis e deve ser demonstrado que
existe uma probabilidade aceitável que o comportamento real se situe aquém dos
limites admissíveis;

10
DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

 Elaborar um plano de observação;


 Elaborar um plano de actuação a ser adoptado caso a observação revele um
comportamento fora dos limites aceitáveis. (EC7-1,2010)

3.6. Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Este dimensionamento é realizado com base no cálculo, tratando-se do tipo de
dimensionamento que engloba a maioria dos casos. O dimensionamento com base no cálculo
implica a consideração:
 De acções;
 Propriedades de solos, de rochas e de outros materiais;
 Grandezas geométricas;
 Modelos de cálculo. (EC7-1,2010)
3.6.1. Acções
Quando se está a tratar de um dimensionamento geotécnico com base no cálculo, um dos
aspectos a ter em conta são as acções, a que se dá o nome de acções geotécnicas. Trata-se de
uma acção transmitida à estrutura por forças (pelo terreno, por um aterro, por água livre ou
por água do terreno) ou impostas pelos deslocamentos.
As acções geotécnicas têm de ser avaliadas caso a caso, e devem ser objecto de especial
atenção:
 As acções variáveis (podem ocorrer de modo conjunto quer separadamente);
 A duração das acções;
 As acções repetidas e as acções de intensidade variável;
 As acções que dão origem a uma resposta dinâmica da estrutura e do terreno;
 As acções em que predominam as forçam devidas à água do terreno ou por água livre.
(EC7-1,2010)
É a partir dos valores resultantes das acções geotécnicas que se obtém os chamados valores
característicos das acções, FK.
3.6.1.1. Valor de cálculo das acções

Após ter obtido os valores característicos das acções, estes serão majorados pela aplicação de
coeficientes de majoração, yF em função do estado limite em causa, de forma a obter os
valores de cálculo das acções, Fd.
Segundo o EC7, os valores de cálculo das acções são obtidos pela equação:
Fd = yF *FK (3.1)
FK - Representa o valor característico da acção;
yF - É o coeficiente parcial de segurança para a acção, que tem em conta possíveis desvios
desfavoráveis do valor da mesma e a possibilidade de existência de inexactidões na forma
como se modelam as acções e as incertezas relativas à determinação do efeito das acções e às
variações geométricas. (EC7-1, 2010)

Paulo J.C. Matos 11


DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

3.6.1.2. Estados limite último e correspondentes coeficientes parciais relativos às acções

Nos próximos quadros estão apresentados os coeficientes parciais para a majoração das
acções, em função do estado limite último.
 Na verificação dos estados limites de rotura de estrutural (STR) ou de rotura do
terreno (GEO) encontra-se os conjuntos A1 e A2 dos coeficientes parciais para as
acções (yF) ou para os efeitos das acções (yE), porque no caso destes estados limites, o
seu critério de dimensionamento assenta sobre a aplicação de abordagens de cálculo,
que como se poderá verificar numa altura mais adiantada da dissertação, necessita
destes dois conjuntos de valores.
Quadro 3-2 - Coeficientes parciais para a verificação de estado limites de perda de equilíbrio
(EQU) e de levantamento global (UPL)

Coeficientes parciais para as acções (YF)


Acção Símbolo Valor
Permanente
Desfavorável yG;dst 1,1
Favorável yG;stb 0,9
Variável
Desfavorável yQ;dst 1,5
Favorável yQ;stb 0,0
(EC7-1,2010)
yG;dst - Para as acções permanentes desfavoráveis ou desestabilizantes;
yG;stb - Para as acções permanentes favoráveis ou estabilizantes;
yQ;dst - Para as acções variáveis desfavoráveis ou desestabilizantes;
yQ;stb - Para as acções variáveis favoráveis ou estabilizantes.
Quadro 3-3 - Coeficientes parciais para a verificação de estado limites de levantamento
hidráulico (HYD)
Coeficientes parciais para as acções (YF)
Acção Símbolo Valor
Permanente
Desfavorável yG;dst 1,35
Favorável yG;stb 0,90
Variável
Desfavorável yQ;dst 1,50
Favorável yQ;stb 0,0

(EC7-1,2010)

12
DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

Quadro 3-4 - Coeficientes parciais para a verificação de estado limites de rotura de estrutural
(STR) ou de rotura do terreno (GEO)
Conjunto
Acção Símbolo (STR/GEO)
A1 A2
Desfavorável 1,4 1,0
Permanente
Favorável 1,0 1,0
Desfavorável 1,5 1,3
Variável
Favorável 0,0 0,0

(EC7-1,2010)
3.6.2. Propriedades de solos, de rochas e de outros materiais
No dimensionamento geotécnico é fundamental ser conhecedor das propriedades do terreno,
como tal, torna-se importante conter uma óptima amplitude e qualidade dos estudos de
caracterização geotécnica. Nesta procura pelo conhecimento das propriedades do terreno
surge um trabalho em conjunto entre as duas partes do Eurocódigo 7.
Inicialmente é a parte 2 do EC7 que fornece a informação necessária, estabelecendo os
requisitos para a realização e para a avaliação dos resultados de ensaios de laboratório e
campo, através de:
 O planeamento dos estudos de caracterização geotécnica (prospecção e ensaios) para
apoio ao projecto;
 Estabelecendo os requisitos gerais para os ensaios mais comuns de campo e de
laboratório;
 A interpretação dos resultados dos ensaios, tendo em vista a determinação de valores
deduzidos dos parâmetros geotécnicos, que deve ser complementada por experiência.
Na determinação dos valores deduzidos, nos casos em que tal seja necessário, devem ser
aplicados coeficientes de calibração para converter os resultados de ensaios de laboratório e
de campo. (EC7-1,2010)
Após chegar a um valor representativo do terreno auxiliado pela parte 2 do EC7, recorre-se à
parte 1 para se chegar aos valores característicos e valores de cálculo dos parâmetros
geotécnicos.
3.6.2.1. Valores característicos

Para se obter os valores característicos, partindo dos valores representativos do terreno, deve-
se recorrer a estimativas cautelosas:
 Se utilizarem métodos estatísticos, o valor característico deverá ser deduzido para que
a probabilidade calculada de que o valor que condiciona a ocorrência do estado limite
em consideração seja mais desfavorável não exceda 5 %;
 No projecto geotécnico o “valor que condiciona” é muitas vezes uma média espacial
dos valores pontuais do parâmetro em causa. O valor característico do parâmetro

Paulo J.C. Matos 13


DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

depende da extensão da zona de terreno que condiciona o comportamento da obra.


(EC7-1,2010)
3.6.2.2. Valores de cálculo dos parâmetros geotécnicos

Após ter obtido os valores característicos dos parâmetros geotécnicos, estes serão minorados
pela aplicação de coeficientes de minoração, em função do estado limite em causa, de
forma a obter os valores de cálculo dos parâmetros geotécnicos Xd.
 Segundo o EC7, a equação para obter os valores de cálculo dos parâmetros
geotécnicos é:
Xd = XK / (3.2)

XK - valores característicos das propriedades do terreno


- Coeficiente de segurança relativo às propriedades dos materiais (EC7-1,2010)

 A outra alternativa presente no código para obter os valores de cálculo dos parâmetros
geotécnicos, é estes serem avaliados directamente, ou seja, a partir dos valores
resultantes dos ensaios estabelece de imediato os valores de cálculo dos parâmetros
geotécnicos.
Na figura 3.1 encontra-se esquematizada toda a informação tratada no ponto 3.3.2. da
dissertação. Que consiste no tratamento dos dados geotécnicos, desde os resultados dos
ensaios até aos valores de cálculo.

Figura 3-1 - Propriedades do terreno (Rui Correia, 2010)


3.6.2.3. Estados limite último e correspondentes coeficientes parciais relativos às
características resistentes

De seguida serão apresentados os quadros com os coeficientes parciais relativos às


características resistentes com maior possibilidade de serem usados em muros de suporte.
 Os coeficientes de segurança relativos às propriedades dos materiais, pretendem ter em
atenção a possibilidade de desvios desfavoráveis em relação ao valor característico, e a

14
DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

possibilidade de existência de inexactidões nos factores de conversão e as incertezas


quanto ao modelo de resistência e os dados geométricos.
 Em caso de risco fora do comum ou de terreno ou condições de carregamento
excepcionais difíceis ou não usuais, deverão ser utilizados valores mais severos do que
vem recomendado nos seguintes quadros, já em estruturas provisórias ou em situações
de projecto transitórias poderão ser utilizados valores menos severos desde que as
sequências prováveis o justifiquem.
Quadro 3-5 - Coeficientes parciais para a verificação de estados limites de perda de equilíbrio
(EQU) e de levantamento global (UPL) (características resistentes)

Parâmetro do solo Símbolo Valor


Ângulo de atrito interno em tensões efectivas yφ´ 1,25
Coesão em tensões efectivas yc´ 1,25
Resistência ao corte não drenada ycu 1,40
Resistência à compressão uniaxial yqu 1,40
Peso volúmico yy 1,00
(EC7-1,2010)
Quadro 3-6 - Coeficientes parciais para a verificação de estado limites de rotura de estrutural
(STR) ou de rotura do terreno (GEO) (características resistentes)
Conjunto
(STR/GEO)
Parâmetro do solo Símbolo
M2
M1
Ângulo de atrito interno em tensões
yφ´ 1,00 1,25
efectivas
Coesão em tensões efectivas yc´ 1,00 1,25
Resistência ao corte não drenada ycu 1,00 1,40
Resistência à compressão unixial yqu 1,00 1,40
Peso volúmico yy 1,00 1,00
(EC7-1,2010)
 Não existem coeficientes parciais para a verificação de estados limites de
levantamento hidráulico (HYD) relativo às características resistentes.
Quadro 3-7 - Coeficientes parciais para as capacidades resistentes aplicáveis em muros de
suporte (yR)
Conjunto
Capacidade resistente Símbolo
R1 R2 R3
Capacidade resistente ao carregamento
yR;v 1,0 1,4 1,0
do terreno de fundação

Capacidade resistente ao deslizamento yR;h 1,0 1,4 1,0

Capacidade resistente passiva de terras yR;e 1,0 1,4 1,0

Paulo J.C. Matos 15


DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

(EC7-1,2010)
Quadro 3-8 - Coeficientes parciais para as capacidades resistentes (yR) para fundações
superficiais.

Conjunto
Capacidade resistente Símbolo
R1 R2 R3
Carregamento do terreno yR;v 1,0 1,4 1,0
Deslizamento yR;h 1,0 1,1 1,0
(EC7-1,2010)
Quadro 3-9 - Coeficientes parciais para a capacidade resistente (yR) para taludes e
estabilidade global
Conjunto
Capacidade resistente Símbolo
R1 R2 R3
Capacidade resistente do terreno yR;e 1,0 1,1 1,0
(EC7-1,2010)
3.6.3. Grandezas geométricas
Outro aspecto importante no dimensionamento efectuado com base no cálculo, é as grandezas
geométricas, que indicam as dimensões e os níveis, tais como:
 O nível e a inclinação da superfície de terreno e da água;
 Os níveis das superfícies de contacto entre estratos;
 Os níveis de escavação;
 As dimensões da estrutura geotécnica. (EC7-1,2010)
Uma vez que é usado o cálculo no dimensionamento, é importante que os valores estejam
próximos do que acontece na obra, para que o dimensionamento consiga a precisão
necessária, como tal, nos casos em que os desvios nas grandezas geométricas tenham um
efeito significativo na fiabilidade da estrutura, devem ser calculados os valores de cálculo das
grandezas geométricas (ad).
3.6.3.1. Valores de cálculo das grandezas geométricas

Os valores de cálculo das grandezas geométricas (ad) devem ser avaliados directamente, ou
ser obtidos a partir de valores nominais recorrendo à seguinte expressão:
ad = anom ∆a (3.3)
O valor de ∆a (variância do valor nominal) depende do tipo de estrutura e da grandeza em
causa. No caso dos muros de suporte como dependem pouco destas grandezas (devido ao seu
porte), este cálculo é desnecessário. (EC7-1,2010)
3.6.4. Modelos de cálculo
O dimensionamento com base no cálculo fornece três tipos de modelos, em que seja qual for o
escolhido deve descrever o comportamento presumível do terreno para o estado limite em
consideração, caso não seja possível recorre-se a outro estado limite aplicando coeficientes
que assegurem que a ultrapassagem do estado limite em causa é improvável, ou como
alternativa recorre-se a um dos outros métodos de dimensionamento. O resultado obtido por

16
DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

qualquer um dos modelos de cálculo deve sempre ser dado pelo lado da segurança, e deve ser
escolhido entre estas três hipóteses:
 Modelo analítico;
 Modelo semi-empírico;
 Modelo numérico.
No anexo D está apresentado um método analítico, que foi apoio fundamental na verificação
da segurança à rotura do solo de fundação nos muros de suporte encontrados nos anexos desta
dissertação. (EC7-1,2010)
3.6.5. Abordagens de cálculos em situações persistentes ou transitórias – Nos
ELU STR/GEO
Como disse anteriormente, os estados limites de rotura da estrutura e do terreno são efectuado
com base em abordagens de cálculo, e como tal seria necessário dois conjuntos de valores dos
coeficientes parciais para a sua verificação, como se pode verificar pela constituição da
abordagem de cálculo 1.
O EC7 fornece três tipos de abordagem de cálculo, como se verá de seguida, mas segundo o
anexo nacional do EC7, em Portugal, as verificações respeitantes a estados limites últimos de
rotura estrutural ou de rotura do terreno (STR/GEO) em situações persistentes ou transitórias
devem ser efectuadas utilizando a Abordagem de Cálculo 1.
 Abordagem de cálculo 1 (AC 1) – Excepto no cálculo de estacas carregadas
axialmente e de ancoragens, é feita a verificação de que não ocorre um estado limite
de rotura ou de deformação excessiva em qualquer uma das seguintes combinações:
Combinação 1 (A1ʻʻ+” M1ʻʻ+” R1)
Combinação 2 (A2ʻʻ+”M2ʻʻ+”R1)
No cálculo de estacas carregadas axialmente e de ancoragens, ser feita a verificação de que
não ocorre um estado limite de rotura ou de deformação excessiva por qualquer uma das
seguintes combinações:
Combinação 1 (A1ʻʻ+”M1ʻʻ+”R1)
Combinação 2 A2ʻʻ+” (M1ou M2) ʻʻ+”R4
 Abordagem de cálculo 2 (AC 2) - Deve ser feita a verificação de que não ocorre um
estado limite de rotura ou de deformação excessiva para a seguinte combinação:
Combinação (A1ʻʻ+”M1ʻʻ+”R2)
 Abordagem de cálculo 3 (AC 3) - Deve ser feita a verificação de que não ocorre um
estado limite de rotura ou de deformação excessiva para a seguinte combinação:
Combinação (A1* ou A2+) ʻʻ+” M2ʻʻ+”R3 (EC7-1,2010)
A1* - Nas acções estruturais A2+ - Nas acções geotécnicas
Se for óbvio que uma das combinações condiciona o dimensionamento, não é necessário
efectuar cálculos para a outra combinação. No entanto, diferentes combinações poderão ser

Paulo J.C. Matos 17


DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

críticas para aspectos diferentes do mesmo dimensionamento. Nas várias abordagens de


cálculo são utilizam-se diferentes conjuntos de valores, denominados por:
 A - Conjunto de valores para os coeficientes parciais das acções;
 M - Conjunto de valores para os coeficientes parciais dos parâmetros geotécnicos;
 R - Conjunto de valores para os coeficientes parciais das capacidades resistentes.
(EC7-1,2010)

3.7. Critérios e tipos de estados limites últimos a considerar no


projecto geotécnico
Como se verá de seguida existe vários tipos de estado limite, e cada um destes tem um critério
de dimensionamento associado, ou seja, o engenheiro tem de saber adaptar o estado limite à
situação de projecto em causa e dimensionar segundo o critério de dimensionamento que lhe
está associado.
3.7.1. ELU de perda de equilíbrio (EQU)
Este estado limite aplica-se às situações de projecto que tem como causa a perda de equilíbrio
da estrutura ou de uma das suas partes, consideradas como corpos rígidos.
Um caso exemplar deste estado limite, é a verificação ao derrube de um muro de suporte no
caso de a fundação ser rocha, já que é o equilíbrio da estrutura que está em causa. Então seria
este estado limite a ser utilizado, com os coeficientes parciais e critério de dimensionamento
que lhes estão associados.
Critério: Edst;d Estb;d + Td
Edst;d = E{yF Frep ; XK/yM ; ad}dst (3.4)
e
Estb;d = yE E{Frep ; XK/yM ; ad}stb (3.5)
Edst;d – Valor de cálculo do efeito das acções desestabilizantes
Estb;d - Valor de cálculo do efeito das acções estabilizantes
Td - Capacidade resistente o corte (EC7-1,2010)
3.7.2. ELU de rotura estrutural (STR) / de rotura do terreno (GEO)
Estes dois estados limites utilizam os mesmos valores de coeficientes parciais, tal como o
mesmo critério de dimensionamento, mas são aplicados a situações diferentes de projecto
No caso do estado limite de rotura estrutural, como o próprio nome indica, aplica-se às
situações de rotura da estrutura, portanto, à rotura interna ou deformação excessiva da
estrutura ou de elementos estruturais em que as propriedades de resistência dos materiais
estruturais têm influência significativa na capacidade resistente.
No caso do estado limite de rotura do terreno está relacionado com a rotura ou deformação
excessiva do terreno, em que as propriedades de resistência do solo ou da rocha têm
influência significativa na capacidade resistente. É um estado limite bastante importante na
verificação externa de um muro de suporte, já que depende das propriedades do solo, como

18
DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

tal, é importante em verificações como o derrube (caso a fundação não seja rocha),
deslizamento pela base, segurança à rotura do solo de fundação e estabilidade global.
Critério: Ed Rd
Coeficientes parciais para as acções podem ser aplicados nas próprias acções Frep ou aos seus
efeitos “E”:
Ed = E {yF Frep; XK/yM ; ad} (3.6)
ou
Ed = yE E {Frep ; XK/yM ; ad} (3.7)
Ed – Valor de cálculo dos efeitos das acções;
Frep – Valor representativo de uma acção;
E- Efeito das acções.
Valores de cálculo das capacidades resistentes - Os coeficientes parciais podem ser aplicados
às propriedades do terreno (X), às capacidades resistentes (R) ou ambas:
Rd = R{yF Frep ; XK/yM ; ad} (3.8)
Ou
Rd = R{yF Frep ; XK ; ad}/yR (3.9)
Ou
Rd = R{yF Frep ; XK/yM ; ad}/yR (3.10)
Rd - Valor de cálculo da capacidade resistente em relação a uma acção. (EC7-1,2010)
3.7.3. ELU de levantamento global (UPL)
Este estado limite aplica-se às situações de perda de equilíbrio da estrutura ou do terreno
devida a levantamento global originado por pressões de água ou por outras acções verticais.
Sempre que exista água num muro de suporte este estado limite tem de ser verificado, embora
que em muros de suporte normalmente não é relevante devido ao grande peso próprio da
estrutura, já em outras soluções de muro em que o peso é consideravelmente inferior, torna-se
extremamente importante.
Critério: Vdst;s Gstb;d + Rd
Gdst;d + Qdsd;d Gstb,d + Rd (3.11)
Gdst;d - Acções verticais desestabilizantes permanentes;
Qdsd;d - Acções verticais desestabilizantes variáveis;
Gstb;d - Acções verticais permanentes estabilizantes;
Rd – Valor de cálculo de qualquer capacidade resistente. (EC7-1,2010)

Paulo J.C. Matos 19


DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO COM BASE NO EC7 CAPITULO 3

3.7.4. ELU de rotura causada por gradientes hidráulicos (HYD)


Este estado limite consagra-se nas situações em que existe a possibilidade de levantamento
hidráulico, erosão interna ou erosão tubular no terreno causado por gradientes hidráulicos.
Quando a pressão na água dos poros não é hidrostática, é necessário verificar este estado
limite.
Critério: μ dst;d G stb;d ou Sdst;d G´stb;d
Gstb;d – Tensão total vertical estabilizante na base da coluna;
G´stb;d – Peso submerso da coluna;
Sdst;d - Valor de cálculo da força vertical de percolação na coluna;
μdst;d - Valor de cálculo da pressão na água dos poros desestabilizantes na base da coluna.
(EC7-1,2010)

3.8. Dados geotécnicos


É essencial ter um bom conhecimento dos dados geotécnicos, como tal deve-se sempre
proceder de uma forma cuidadosa à recolha, ao registo e à interpretação da informação
geotécnica. A procura pelo conhecimento dos dados geotécnicos é dividida em vários estudos
como se verá de seguida, estando devidamente descriminados no capítulo 3 do EC7.
 Estudos de caracterização preliminares;
 Estudos de caracterização geotécnica;
 Estudo de caracterização para o dimensionamento;
 Determinação dos parâmetros geotécnicos.
Os resultados dos estudos de caracterização geotécnica devem ser compilados num relatório
que ostente:
 Os requisitos;
 Apresentação da informação geotécnica;
 Avaliação da informação geotécnica. (EC7-1,2010)

3.9. Relatório de projecto geotécnico


Além do relatório geotécnico é necessário a elaboração de um relatório em que consta tudo
acerca do projecto geotécnico, em que o nível de pormenorização do relatório do projecto
pode variar muito, dependendo do tipo de projecto. Neste relatório devem constar elementos,
tais como:
 As hipóteses, os dados, os métodos de cálculo e os resultados da verificação da
segurança e da aptidão para a utilização devem ser registados no Relatório do Projecto
Geotécnico;
 O Relatório do projecto geotécnico deve incluir um plano de supervisão e observação
apropriado;
Relativamente à observação do comportamento da obra, deverão ser explicitados o
objectivo, os locais de medição, a frequência das leituras, o modo como irão ser
obtidos os resultados. (EC7-1,2010)
20
ANÁLISES COMPARATIVAS

4. ANÁLISES COMPARATIVAS
Este é um capítulo que pretende analisar os vários exemplos de muros resolvidos nos anexos,
realizam-se análises comparativas relevantes entre o método tradicional e o EC7, com
diversas avaliações realizadas às várias verificações geotécnicas. (derrube, deslizamento pela
base, rotura do solo de fundação e estabilidade global)

4.1. Análise comparativa do muro de suporte 1


Inicialmente foi estudado o muro de suporte em consola de betão armado que se encontra na
figura 4-1, exemplo de muro este que se encontra no livro “Smith's Elements of Soil
Mechanics, 8th Edition” do Ian Smith.
Trata-se de um tipo de muro interessante de estudar, uma vez que tem grande utilização em
obras reais, dado que tem características importantíssimas como aproveitar a contribuição do
peso das terras sobre a sua base, além do pouco espaço que ocupa quando comparado com
outros muros de suporte.
Este muro encontra-se resolvido pelo método tradicional e pelo EC7 no Anexo I. O método
tradicional utilizado foi Rankine uma vez que o paramento interior do muro é vertical, trata-se
de um método mais simples e provavelmente o utilizado num caso real como este.
Além das características dimensionais e de uma carga variável aplicada à estrutura como se
pode observar pela figura 4-1, contempla as seguintes características relativas às propriedades
do solo e da estrutura:
φ´= 38º
c´ = 0 kPa
yd = 18 kN/m3
ybetão = 24 kN/m3

Paulo J.C. Matos 21


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Figura 4-1 - Esquema do muro do suporte 1


 Verificação ao derrube
Método tradicional
est
S derrube (4.1)
derr

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do derrube no método tradicional:
S–

EC7
MEd,stb ≥ Ed,dst

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do derrube no EC7:
Ed stb – Ed dst

Ed dst

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 1 (Anexo I), obteve-se os seguintes


valores expostos no quadro 4.1:
Quadro 4-1 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 38º no
muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 38,00 3,47 1,50 413,18 165,03 413,18 165,11
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 131,33 150,37 150,25

Nos quadros seguintes, são apresentados os valores resultantes após a variação do ângulo de
atrito do solo:

22
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-2 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 42º no
muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 42,00 4,17 1,50 413,18 137,52 413,18 140,96
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 178,00 200,45 193,12

Quadro 4-3 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 35º no
muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 3,05 1,50 413,18 188,00 413,18 184,59
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 103,33 119,78 123,84

Quadro 4-4 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º no
muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 2,48 1,50 413,18 231,15 413,18 219,91
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 65,33 78,75 87,89

Paulo J.C. Matos 23


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-5 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 25º no
muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 25,00 2,04 1,50 413,18 281,56 413,18 259,08
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 36,00 46,75 59,48

Quadro 4-6 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 20º no
muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 20,00 1,69 1,50 413,18 340,14 413,18 302,63
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 12,67 21,47 36,53

Quadro 4-7 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 15º no
muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 15,00 1,40 1,50 413,18 408,47 413,18 351,23
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -6,67 1,15 17,64

24
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-8 - Diferença percentual na verificação ao derrube no método tradicional no muro


de suporte 1

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 38,00 42,00
Diferença percentual no método
-6,67 12,67 36,00 65,33 103,33 131,33 178,00
tradicional - %

Quadro 4-9 - Diferença percentual na verificação ao derrube pelo EC7 no muro de suporte 1

EC7
Ângulo de atrito (graus) 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 38,00 42,00
Diferença percentual no EC7 - C1 1,15 21,47 46,75 78,75 119,78 150,37 200,45
% C2 17,64 36,53 59,48 87,89 123,84 150,25 193,12

Derrube
Diferença percentual entre métodos - %

190,00

140,00

Método tradicional
90,00
EC7-combinação 1
EC7-Combinação 2
40,00

-10,00
15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00
Ângulo de atrito

Figura 4-2 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – derrube no muro de
suporte 1
Observando a figura 4-2, tal como era esperado à medida que o ângulo de atrito do solo baixa
a diferença entre as acções e resistências diminui nos dois métodos, mas o interessante é
compreender o que sucede em ambos os métodos.
Como se pode constatar pela figura 4-2, a combinação mais condicionante do EC7 varia ao
longo da variação do ângulo de atrito do solo, ou seja, até ao ângulo de atrito do solo de 38º a
combinação 2 é a condicionante (onde o exemplo 1 se incluí), a partir desse ângulo de atrito
do solo para baixo, a combinação condicionante passa a ser a combinação 1.
Pegando no valor do ângulo de atrito do solo correspondente ao utilizado no exemplo 1 que
foi 38º, ficasse a perceber porquê que a combinação 2 é a mais condicionante nesse exemplo e
o porquê de posteriormente a situação mudar. Então, na combinação 1 o impulso permanente
desfavorável é majorado em 1,35 tendo em conta o estado limite empregado (rotura do terreno
- GEO), logo, o momento derrubador é majorado em 35%, e no caso da combinação 2, o

Paulo J.C. Matos 25


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

impulso permanente desfavorável é majorado em 1,29 para o ângulo de atrito de 38º, devido à
minoração do ângulo de atrito em 1,25, que consequentemente tem um aumento de cerca de
29% no coeficiente activo, majorando assim indirectamente o momento derrubador em cerca
de 29%, majoração inferior ao encontrado na combinação 1. Esta majoração de 29% vai
sendo cada vez menor ao longo do abaixamento do ângulo de atrito, razão pela qual a
combinação 2 vai perdendo importância, já que a combinação 1 mantém sempre a majoração
de 1,35, passando assim a ser a combinação condicionante. Mas é necessário também
considerar a acção variável desfavorável, em que esta tem uma majoração superior na
combinação 2 para o ângulo de atrito de 38º, isto porque nesta combinação sofre de duplo
efeito, isto é, sofre a majoração das acções variáveis associada a esta combinação que é 1,3
acumulada à majoração de cerca de 1,29 (porque o ângulo de atrito é 38º), o que acumulado
dá cerca de 1,68, superior à majoração imposta na combinação 1 que tem um valor de 1,50,
então este valor superior de majoração da acção variável desfavorável é suficiente para tornar
a combinação 2 condicionante, mesmo a combinação 1 tendo uma maior majoração das
acções permanentes desfavoráveis, neste caso em particular.
Também no caso das acções variáveis na combinação 2, a majoração vai sendo cada vez
menor pelo mesmo motivo da majoração das acções permanentes desfavoráveis, atingindo a
mesma majoração da combinação 1 para o ângulo de atrito de 20º, já que nessa altura irá
acumular o valor de 1,3 da majoração associada às acções variáveis desfavoráveis, com 1,158
resultante da majoração do coeficiente activo, que irá resultar em 1,50 tal como no caso da
combinação 1.
Por outro lado, temos um momento estabilizador igual nas duas combinações, pois este
somente depende do braço da força e do peso volúmico (o coeficiente parcial de minoração é
sempre 1,0), e o momento derrubador é superior na combinação 2 até ao ângulo de atrito do
solo de 38º incluído e na combinação 1 desse valor para baixo, tornando-se isto evidente pelos
resultados demonstrados na figura 4-2 e pelos quadros 4-1 até 4-7.
Podemos comprovar a combinação condicionante de uma forma mais prática, analisando a
largura da base da sapata. Para isso decidiu-se fazer variar a altura do muro de suporte para
três ângulos de atrito do solo distintos avaliando a largura mínima da base da sapata,
resultando daí a figura seguinte:

26
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Derrube
5

4,5 EC7 - Combinação 1 - k=38º


Largura mínima da base

4
EC7 - Combinação 2 - k=38º
3,5
EC7 - Combinação 1 - k=35º
3

2,5 EC7 - Combinação 2 - k=35º

2 EC7 - Combinação 1 - k=30º

1,5 EC7 - Combinação 2 - k = 30º


5,00 6,00 7,00 8,00 9,00
Altura do muro

Figura 4-3 - Altura do muro versus largura mínima da base para diferentes ângulos de atrito
no muro de suporte 1 pelo EC7
Como se pode constatar pela figura 4-3, para as diferentes alturas e ângulos de atrito a
combinação 1 precisa de uma largura mínima da base da sapata superior à combinação 2,
exepto para o ângulo de atrito de 38º que se aproximam bastante, o que vem comprovar os
valores do quadro 4-1. Também se pode constar que a largura mínima da base vai
aumentando nas duas combinações de uma forma semelhante.
Pelo mesmo critério, chega-se à conclusão que o EC7 é mais económico que o método
tradicional neste caso em particular, já que o método tradicional para o mesmo ângulo de
atrito do solo tem menor margem entre as acções e as resistências que qualquer uma das
combinações do EC7. O método tradicional utilizado neste caso em particular foi o Rankine, e
como se sabe este considera o ângulo de atrito solo-estrutura igual a zero, e no caso do EC7
também se decidiu considerar o ângulo de atrito solo-estrutura igual a zero (porque é o mais
desfavorável), sendo isto possível já que o paramento interior do muro é vertical, como tal, a
diferença de valores entre os métodos resume-se principalmente aos coeficientes parciais no
EC7 e global no método tradicional. O momento estabilizador é o mesmo nos dois métodos,
já que simplesmente depende do braço da força e do peso volúmico os materiais. O momento
derrubador, a que fará toda a diferença entre os métodos, no método tradicional o factor de
segurança utilizado neste caso é 1,5, como tal, quer as acções permanentes quer as acções
variáveis são somadas e transformadas no momento derrubador, em que este tem de ser
superior ao momento estabilizador em 50%, portanto, é como se estas acções depois de
somadas fossem majoradas em 1,5 e comparadas ao momento estabilizador, este raciocínio é
importante para se facilitar a comparação com o EC7, em que na combinação 1 e 2 as
majorações são aplicadas de forma parcial, ou seja, na combinação 1 as acções permanentes
desfavoráveis são majoradas com um valor de 1,35, sendo manifestamente inferior ao 1,5 do
método tradicional, e as acções variáveis desfavoráveis utilizam o valor de 1,5 tal como no
método tradicional.

Paulo J.C. Matos 27


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

No que diz respeito à combinação 2, perante os ângulos de atrito estudados o máximo de


majoração atingida foi 1,45 para um ângulo de atrito de 42º, o que também fica aquém do
método tradicional, e estando já perante um valor consideravelmente alto de ângulo de atrito.
Só para um ângulo de atrito do solo maior ou igual a 52º a que o método tradicional passa a
ser mais económico que o EC7 (quadro 4-10), tendo como combinação condicionante a
combinação 2, já que nesta situação teria uma majoração das acções permanentes
desfavoráveis de 1,40 e nas acções variáveis desfavoráveis de 1,82. Mas este ângulo de atrito
parece um valor relativamente alto para um solo, e por isso não estar incluído nos gráficos.

Quadro 4-10 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 52º
no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 52,00 6,97 1,50 413,18 82,25 413,18 89,17
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 364,67 402,35 363,36

De forma semelhante ao procedimento anterior, também se realizou o estudo para se obter a


largura mínima da base da sapata, tendo em conta os valores volvidos pelo método tradicional
(Rankine) e pela combinação condicionante do EC7, resultando disso a figura 4-4.

Derrube
5

4,5
Método tradicional - 38º
Largura mínima da base

4
EC7 - Combinação 2 - k=38º
3,5
Método tradicional 3 º
3
EC7 - Combinação 1 - k=35º
2,5

2 Método tradicional 3 º

1,5 EC7 - Combinação 1 - k=30º


5,00 6,00 7,00 8,00 9,00
altura do muro

Figura 4-4 - Altura do muro versus largura mínima da base para diferentes ângulos de atrito
entra a combinação condicionante e o método tradicional no muro de suporte 1

28
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Como se pode observar pela figura 4-4, para as diferentes alturas estudadas e diversos ângulos
de atrito, o EC7 necessita de valores menores de largura da sapata, e este comportamento
observa-se em todos os ângulos de atrito estudados. Concluído também daqui que o
dimensionamento pelo EC7 seria mais económico para a maioria dos ângulos de atrito
passíveis de existir.
 Verificação do deslizamento pela base
Método tradicional
desl
S desl. (4.2)
desl

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do deslizamento pela base no método tradicional:
S–

EC7

d ≥ Ed

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do deslizamento pela base no EC7:
d– Ed

Ed

No caso do deslizamento pela base existe algumas diferenças interessantes entre os métodos
de dimensionamento que levam a resultados diferenciados. Uma dessas é no que diz respeito
ao ângulo de atrito solo-estrutura, embora que em ambos os métodos este valor vai depender
da rugosidade da base da sapata, no caso do método tradicional é utilizado = 1/2*φ para
bases lisas, = φ para bases rugosas e = 2/3*φ no geral, portanto, como se sabe na prática o
valor mais usado na maioria das vezes é = 2/3*φ. O EC7 é mais específico nos valores a
usar, até porque o faz em função da maneira com a estruturas foi betonada, ou seja, d =
2/3*φcv,d para betão pré-fabricado e d = 1*φcv,d para estruturas betonadas contra o terreno,
tornando-se o calculo do ângulo de atrito solo-estrutura menos subjectiva que no método
tradicional, além disso, este valor de k ( d = k*φcv,d) é multiplicado por o menor ângulo entre
o ângulo de atrito de calculo e o ângulo de atrito característico no estado critico. (devido à
perturbação do terreno junto da interface)
Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 1 (Anexo I), na qual se considerou o
valor corrente de = 2/3*φ no método tradicional e considerou-se betão pré-fabricado no
EC7, d = 2/3*φ, obteve-se os valores expostos no seguinte quadro:

Paulo J.C. Matos 29


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-11 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo
de atrito de 38º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 38,00 1,79 1,50 116,84 90,10 96,43 89,08
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 19,33 29,70 8,25

De seguida fez-se variar o ângulo de atrito até às margens ficarem consideravelmente


negativas, para se verificar o comportamento de ambos os métodos no deslizamento pela
base:
Quadro 4-12 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo
de atrito de 35º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 1,43 1,50 106,48 102,64 87,43 99,60
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -4,67 3,74 -12,22

Quadro 4-13 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo
de atrito de 30º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 0,98 1,50 89,84 126,25 73,25 118,65
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -34,67 -28,84 -38,26

30
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-14 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base no método


tradicional no muro de suporte 1

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
Diferença percentual no método tradicional - % 34,67 -4,67 19,33

Quadro 4-15 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base pelo EC7 no
muro de suporte 1
EC7
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
C1 -28,84 3,74 29,70
Diferença percentual no EC7 - %
C2 -38,26 -12,22 8,25

Deslizamento pela base


35,00
Diferença percentual entre métodos -

25,00
15,00
5,00
Método tradicional
-5,0025,00 30,00 35,00 40,00
%

EC7-combinação 1
-15,00
EC7-Combinação 2
-25,00
-35,00
-45,00
Ângulo de atrito

Figura 4-5 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela
base no muro de suporte 1 (k=2/3)

Deslizamento pela base


3,9
Largura mínima da base

3,7
3,5
3,3 Método tradicional
3,1 EC7-combinação 1
2,9
EC7-Combinação 2
2,7
2,5
30,00 32,00 34,00 36,00 38,00
ângulo de atrito

Paulo J.C. Matos 31


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Figura 4-6 - Ângulo de atrito versus largura mínima da base – deslizamento pela base no
muro de suporte 1
Como se pode constatar pela figura 4-5 e 4-6, no que diz respeito ao EC7, a combinação 2 é a
combinação condicionante para os ângulos de atrito representados nelas, em que este
resultado é facilmente comprovado. Se nos focarmos na resistência vamos identificar que nas
duas combinações o ângulo de atrito solo-estrutura é d = 2/3*φ, mas a combinação 2 sofre
uma minoração do ângulo de atrito de 1,25, o que fará com que a resistência na combinação 2
seja inferior em cerca de 25% à combinação 1. Se considerarmos o caso das acções, vamos
observar que a combinação 1 consegue um maior valor das acções permanentes desfavoráveis
nos três casos estudados, isto porque a combinação 1 sofre uma majoração de 1,35 nas acções
permanentes desfavoráveis e de 1,5 nas acções variáveis desfavoráveis resultantes das
aplicação do estado limite GEO, contra 1,23 - 1,29 (no que diz respeito aos três ângulos de
atrito em estudo) das ações permanentes desfavoráveis na combinação 2 devido ao efeito
indirecto da minoração do ângulo de atrito, que provoca um aumento do coeficiente activo e
por consequente do impulso activo permanente, e (1,6 – 1,68) na carga variável resultante do
acumular de (1,23 – 1,29) também do aumento do coeficiente activo com 1,3 correspondente
à majoração imposta nas cargas variáveis desfavoráveis do estado limite GEO. Portanto, uma
vez que a combinação 2 tem uma resistência inferior em cerca de 25% em relação à
combinação 1, e no caso das acções a combinação 1 apenas supera a combinação 2 no que diz
respeito às acções permanente desfavoráveis nos casos estudados e de forma menos
significante do que acontece nas resistências, entende-se assim que o gráfico está de acordo
com as ideias, exprimindo que a combinação 2 é a condicionante.
Pelo mesmo critério utilizado, constata-se que o método tradicional neste caso em particular é
o mais económico, já que para o mesmo valor do ângulo de atrito a combinação condicionante
do EC7 tem valores inferiores das margens entre as acções e as resistências. Do lado das
resistências neste caso em particular perante a utilização de betão pré-fabricado, ambos os
métodos utilizam um ângulo de atrito solo-estrutura de d = 2/3*φ, mas a combinação 2 sofre
uma minoração do ângulo de atrito de 1,25, o que fará com que a resistência na combinação 2
seja inferior em cerca de 25% ao método tradicional. Do lado das acções permanentes
desfavoráveis o método tradicional consegue equilibrar, já que o factor de segurança global
utilizado é 1,5, este valor provoca um efeito semelhante a uma majoração de 1,5 nas acções
permanentes desfavoráveis, e a combinação condicionante uma majoração de 1,23-1,29 pelos
motivos enumerados anteriormente, portanto, o método tradicional no caso destes três ângulos
de atrito de solo estudados é o método mais económico, e à medida que o ângulo de atrito
sobe, a majoração imposta nas acções da combinação 2 devido à minoração do ângulo de
atrito sobe de 1,23 para 1,29 nas acções permanentes desfavoráveis e de 1,6 – 1,68 nas acções
variáveis desfavoráveis, e como no método tradicional e na combinação 1 o valor das
majorações são fixas, resulta o afastamento visível entre essas e a combinação 2, tornando a
combinação 2 ainda mais condicionante em relação a combinação 1 e menos económica em
relação ao método tradicional.
No caso em particular deste exemplo decidi estudar até ao ângulo de atrito do solo 30º porque
daí para baixo já não fazia sentido, já que ambos os métodos estavam com margens bastante

32
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

negativas, mas qualquer das formas, é importante salientar, que com um maior abaixamento
do ângulo de atrito do solo, a partir de 20º para baixo, o EC7 passaria a ser o método mais
económico como se pode comprovar pelo quadro 4-16, e isto acontece porque ao baixar o
ângulo de atrito do solo a majoração na combinação 2 que é devido à minoração no ângulo de
atrito e correspondente aumento do coeficiente também diminui para ângulos de atrito
menores. Analisando a situação do ângulo de atrito de 20º isso é visível, em que a majoração
das acções permanentes desfavoráveis é 1,15 contra 1,5 do método tradicional e as acções
variáveis desfavoráveis têm a mesma majoração de 1,5, mas com uma minoração da
resistência de 25%, ou seja, estes 25% mais os 15% nas acções permanentes desfavoráveis
não são suficientes para cobrir os 50% aplicados no método tradicional, e por isso nesta
situação o EC7 seria o método mais económico. Pela mesma lógica, a combinação 2 deixa de
ser condicionante para um ângulo de atrito de 15º, já que a majoração das acções permanentes
passa a ser 1,11 e das acções variáveis 1,44 contra o 1,35 e 1,5 da combinação 1, em que a
menor resistência da combinação 2 de 25% é equivalente à maior majoração da combinação 1
nas acções permanentes desfavoráveis (1,35 para 1,11).
Quadro 4-16 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base no método
tradicional no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 20,00 0,43 1,50 58,50 185,70 47,19 163,28
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
Sobrecarga (kN/m2) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -71,33 -68,50 -71,10

Decidiu-se também nesta verificação, considerar diferentes alturas de muro de suporte e


diferentes alguns de atrito de solo dentro dos razoáveis para o muro em questão, verificando o
impacto produzido na largura da base da sapata. Inicialmente apresenta-se um gráfico onde se
constata que a combinação 2 é a combinação condicionante, mesmo variando a altura do
muro, já que para as diferentes alturas estudadas tendo em conta cada ângulo de atrito, a
largura mínima da base necessária é sempre superior na combinação 2.

Paulo J.C. Matos 33


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Deslizamento pela base


8
7,5
7 EC7 - Combinação 1 - k=38º
Largura mínima da base

6,5
6 EC7 - Combinação 2 - k=38º
5,5
5 EC7 - Combinação 1 - k=35º
4,5
4 EC7 - Combinação 2 - k=35º
3,5
3 EC7 - Combinação 1 - k=30º
2,5
2 EC7 - Combinação 2 - k = 30º
5,00 6,00 7,00 8,00 9,00
Altura do muro

Figura 4-7 – Altura do muro versus largura mínima da base – deslizamento pela base no muro
de suporte 1 pelo EC7
Uma vez sabido a combinação condicionante, portanto, a combinação na qual daria um maior
valor de largura da base segundo o EC7, é importante comparar esta mesma combinação com
o método tradicional, ficando assim a saber qual dos métodos carece de uma base maior.

Deslizamento pela base


8
7,5
7 Método tradicional - 38º
6,5
Largura da base

6 EC7 - Combinação 2 - k=38º


5,5
5 Método tradicional 3 º
4,5
4 EC7 - Combinação 2 - k=35º
3,5
3 Método tradicional 3 º
2,5
2 EC7 - Combinação 2 - k = 30º
4,50 5,50 6,50 7,50 8,50 9,50
altura do muro

Figura 4-8 – Altura do muro versus largura mínima da base – deslizamento pela base no muro
de suporte 1 (EC7 vs método tradicional)
Como se pode comprovar pela figura 4-7, o método que mais necessita de uma base maior
para o caso estudado é o EC7, e este facto observa-se ao longo das várias alturas estudadas, e

34
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

para os três ângulos de atrito estudados, o que fará com que neste caso em particular
economiza-se mais se utiliza-se o método tradicional.
Por fim, tendo em conta novamente as propriedades do solo do exemplo 1 (Anexo I), na qual
se considerou o valor corrente de = 2/3*φ no método tradicional e betão pré-fabricado pelo
EC7, optou-se agora por se considerar a estrutura realizada em betão betonado contra o
terreno pelo EC7, d = 1*φ obtendo-se os valores expostos no seguinte quadro:
Quadro 4-17 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo
de atrito de 38º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 38,00 1,79 1,50 192,85 90,10 154,28 89,08
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 19,33 114,04 73,19

De seguida fez-se variar novamente o ângulo de atrito até as margens ficarem


consideravelmente negativas, para se verificar o comportamento de ambos os métodos no
deslizamento pela base, mas agora com a nova consideração quanto à forma de betonar
(estrutura betonada contra o terreno).
Quadro 4-18 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo
de atrito de 35º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 1,43 1,50 172,84 102,64 138,27 99,60
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
Sobrecarga (kN/m2) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -4,67 68,39 38,83

Paulo J.C. Matos 35


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-19 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo
de atrito de 30º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 0,98 1,50 142,51 126,25 114,01 118,54
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -34,67 12,88 -3,82

Quadro 4-20 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base no método


tradicional no muro de suporte 1

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
Diferença percentual no método tradicional - % -34,67 -4,67 19,33

Quadro 4-21 - Diferença percentual na verificação ao deslizamento pela base no método


tradicional (betão betonado contra o terreno) no muro de suporte 1
EC7
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
C1 12,88 68,39 114,04
Diferença percentual no EC7 - %
C2 -3,82 38,83 73,19

Deslizamento pela base


135,00
Diferença percentual entre métodos - %

115,00
95,00
75,00
55,00 Método tradicional
35,00 EC7-combinação 1
15,00 EC7-Combinação 2
-5,00
25,00 30,00 35,00 40,00
-25,00
-45,00
Ângulo de atrito

Figura 4-9 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela
base no muro de suporte 1 (betão betonado contra o terreno, k=1)

36
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Esta comparação pode não ser muito justa, porque do lado do método tradicional considera-se
somente o ângulo de atrito solo-estrutura com o valor corrente = 2/3*φ, e do lado do EC7
tem-se d = 1*φ mas, em termos práticos, se tivéssemos perante uma estrutura betonada contra
o terreno, no método tradicional vai-se provavelmente considerar = 2/3*φ por segurança, já
do lado do EC7 d = 1*φ, já que este ao particulariza o tipo de estrutura, dá maior segurança
ao projectista para utilizar d = 1*φ. Se no método tradicional também fosse considerado d =
1*φ a comparação entre métodos ficaria semelhante à comparação anterior, já que o valor do
ângulo de atrito solo-estrutura seria calculado de forma semelhante.
Pelo mesmo motivo da comparação anterior, a combinação 2 continua a ser a combinação
condicionante entre as duas combinações possíveis do EC7. Mas comparando a combinação
condicionante do EC7 com o método tradicional constata-se que o EC7 passou a ser o método
mais económico, e de uma forma mais evidente que o método tradicional o era na comparação
anterior, e isso é fácil de observar pelo maior afastamento entre as linhas da combinação
condicionante do EC7 e do método tradicional na figura 4-9. É fácil entender este grande
afastamento entre os métodos, já que na combinação condicionante do EC7 a resistência
apenas sofre uma minoração devido à aplicação do coeficiente parcial de 1,25, uma vez que o
ângulo de atrito solo estrutura é igual ao ângulo de atrito, d = 1*φ, já no método tradicional
como = 2/3*φ a resistência total diminui cerca de 60%, além disso o método tradicional no
que diz respeito às acções permanentes desfavoráveis supera a combinação 2 para os ângulos
de atrito do solo estudados, já que é sujeita ao factor de segurança global de 1,5 e a
combinação 2 tem uma majoração entre 1,23-1,29 pelo motivo já enumerado anteriormente. A
combinação 2 apenas superar o método tradicional no que diz respeito à carga variável
desfavorável (1,6-1,68), mas como é evidente não chega para a diferença nas acções
permanentes desfavoráveis porque o valor das acções variáveis desfavoráveis é inferior às
acções permanentes desfavoráveis neste caso, nem tão pouco das resistências entre os
métodos, daí a grande diferença entre os métodos como se pode constatar pela figura 4-9.
 Segurança à rotura do solo de fundação
Método tradicional
pr
Srot.de fund. (4.3)
qma

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação da


segurança à rotura do solo de fundação no método tradicional:
S3

EC7
qrd ≥ qed
Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação da
segurança à rotura do solo de fundação no EC7:
qrd qed
qed

Paulo J.C. Matos 37


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 1 (Anexo I), obteve-se os seguintes


valores expostos no quadro seguinte:
Quadro 4-22 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um
ângulo de atrito de 38º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 38,00 8,22 3,00 804,76 141,37 199,23 123,42
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 174,00 469,26 62,20

De seguida fez-se variar o ângulo de atrito até às margens ficarem consideravelmente


negativas, para se verificar o comportamento de ambos os métodos na rotura do solo de
fundação:
Quadro 4-23 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um
ângulo de atrito de 35º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 4,01 3,00 414,16 150,15 106,45 133,28
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 33,73 175,83 -20,13

Quadro 4-24 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um
ângulo de atrito de 30º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 1,18 3,00 136,05 170,03 37,45 157,43
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -60,67 -19,98 -76,21

38
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-25 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação no método tradicional no


muro de suporte 1

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
Diferença percentual no método tradicional - % -60,67 33,73 174,00

Quadro 4-26 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação pelo EC7 no muro de
suporte 1
EC7
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
C1 -19,98 175,83 469,26
Diferença percentual no EC7 - %
C2 -76,21 -20,13 62,20

Rotura do solo de fundação


510,00
Diferença percentual entre métodos - %

450,00
390,00
330,00
270,00
Método tradicional
210,00
EC7-combinação 1
150,00
EC7-Combinação 2
90,00
30,00
-30,0025,00 30,00 35,00 40,00
-90,00
Ângulo de atrito

Figura 4-10 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – rotura do solo da
fundação no muro de suporte 1
Como se pode constar pela figura 4-10 a combinação 2 do EC7 é a combinação condicionante
neste caso em particular, e com grande diferença como se pode observar pela distância entre
linha correspondente à combinação 1 e à combinação 2. Este grande afastamento tem um
fundamento essencial, que é o facto de esta verificação depender de uma forma preponderante
da capacidade do solo, e como a combinação 2 minora o ângulo de atrito com um coeficiente
parcial de 1,25, este vai provocar um efeito enorme nos factores de capacidade de carga, que
são decisivos no juízo final da capacidade de carga do solo.
Pelo mesmo motivo neste caso em particular o método tradicional é o mais económico,
porque neste método ao contrário da combinação 2 do EC7 não se minora as resistências. Mas
a diferença da combinação 2 para o método tradicional é bastante inferior em relação à
combinação 1, isto porque no final das contas o método tradicional ainda é sujeito a um factor
de segurança global com o valor 3, o que faz com que o método tradicional seja mais exigente

Paulo J.C. Matos 39


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

que a combinação 1, mas que neste caso em particular não chegou a ser mais exigente que a
combinação 2, como tal, o método tradicional é o método mais económico como se pode
comprovar pela colocação da linha que se encontra a um nível superior à linha da combinação
condicionante do EC7.
 Verificação da estabilidade global
Método tradicional
estistências
S estabilidade global (4.4)
orças
Diferença percentual entre o factor de segurança global resultante e o estritamente necessário
para a verificação da estabilidade global do solo de fundação no método tradicional:
S

EC7
esistências minoradas ≥ orças ma oradas
Diferença percentual entre o “factor de segurança global” resultante e o estritamente
necessário para a verificação da segurança à estabilidade global. No caso em particular desta
verificação, como é efectuada com auxílio do programa slide, o valor resultante do programa
apresenta-se sobre a forma de factor de segurança global, mas todos os dados foram lançados
no programa tendo em conta a realidade do EC7.
S

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 1 (Anexo I), obteve-se os seguintes


valores expostos no quadro seguinte:
Quadro 4-27 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de
atrito de 38º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS FS
FS FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 38,00 1,69 1,50 1,57 1,00 1,29 1,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 13,00 57,30 29,40

De seguida fez-se variar novamente o ângulo de atrito até às margens ficarem


consideravelmente negativas, para se verificar o comportamento de ambos os métodos na
estabilidade global:

40
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-28 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de
atrito de 35º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS FS
FS FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 1,52 1,50 1,41 1,00 1,16 1,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 1,27 40,90 16,00

Quadro 4-29 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de
atrito de 30º no muro de suporte 1
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS FS
FS FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 1,25 1,50 1,16 1,00 0,96 1,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -16,47 16,20 -4,30

Quadro 4-30 - Diferença percentual na estabilidade global no método tradicional no muro de


suporte 1

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
Diferença percentual no método tradicional - % -16,47 1,27 13,00

´ Quadro 4-31 - Diferença percentual na estabilidade global no EC7 no muro de suporte 1


EC7
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
C1 16,20 40,90 57,30
Diferença percentual no EC7 - %
C2 -4,30 16,00 29,40

Paulo J.C. Matos 41


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Estabilidade global

Diferença percentual entre métodos - %


55,00
45,00
35,00
25,00 Método tradicional
15,00 EC7-combinação 1
5,00 EC7-Combinação 2
-5,0025,00 30,00 35,00 40,00
-15,00
-25,00
Ângulo de atrito

Figura 4-11 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Estabilidade
global no muro de suporte 1
Nesta verificação tal como na anterior, a capacidade resistência do solo é fundamental, como
tal, a combinação 2 continua a ser a combinação mais condicionante do EC7 devido à
necessidade de lhe conferir a minoração do ângulo de atrito, baixando deste modo a sua
capacidade resistente. Na figura 4-11 é visível isso mesmo, já que para o mesmo ângulo de
atrito, a margem entre as acções e as resistências ao longo dos vários ângulos de atritos
estudados é inferior na combinação 2.
Já na comparação com o método tradicional, a linha correspondente à combinação 2 e ao
método tradicional trocam de posição em relação à verificação anterior, ou seja, nesta
verificação é o EC7 o método mais económico, já que o abaixamento da capacidade resistente
na combinação 2 não é suficiente para tornar o EC7 mais exigente neste caso em particular.
Não se pode comparar directamente a verificação à rotura do solo de fundação com a
estabilidade global, mas é certo que ambos dependem bastante da capacidade do terreno e que
a grande diferença no factor de segurança global utilizado (3,0 e 1,5 respectivamente) neste
caso em particular ajuda a essa alteração do método mais económico.
Esta verificação foi realizada com auxílio do programa slide através do método Bishop,
fazendo-se as devidas substituições dos valores entre o método tradicional e o EC7. Utilizou-
se o factor de segurança global de 1,5, já que é o valor utilizado pela maioria das referências
bibliográficas para este caso específico.

42
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

4.2. Análise comparativa do muro de suporte 2


Neste exemplo foi estudado um muro de gravidade, em que tal como no exemplo anterior,
tem como bibliografia o livro “Smith's Elements of Soil Mechanics, 8th Edition” do Ian
Smith.
Pretendeu-se com este muro uma visão diferente do encontrado no muro anterior, já que tem
uma configuração diferente como se observar pela figura 4-12.
Este muro encontra-se resolvido pelo método tradicional e pelo EC7 no Anexo II. O método
tradicional utilizado foi mais uma vez Rankine, pelos motivos enumerados no caso anterior.
Além das características dimensionais observadas na figura 4-12, contempla as seguintes
características relativas às propriedades do solo e da estrutura:
φ´= 35º
c´ = 0 kPa
yd = 18 kN/m3
y betão = 24 kN/m3

Figura 4-12 - Esquema do muro de suporte 2


 Verificação ao derrube
Método tradicional
est
S derrube (4.5)
derr

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do derrube no método tradicional:

Paulo J.C. Matos 43


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

EC7
MEd,stb ≥ Ed,dst

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do derrube no EC7:
Ed stb – Ed dst

Ed dst

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 2 (Anexo II), obteve-se os valores


expostos no quadro seguinte:
Quadro 4-32 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 35º
no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 3,00 1,50 526,45 237,06 526,45 222,55
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 100,00 122,07 136,55

De seguida são apresentados os valores resultantes após variação do ângulo de atrito:


Quadro 4-33 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º
no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 2,44 1,50 526,45 291,60 526,45 265,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 62,67 80,54 98,66

44
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-34 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 25º
no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 25,00 2,00 1,50 526,45 355,05 526,45 312,34
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 33,33 48,27 68,55

Quadro 4-35 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 20º
no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS min. Mstb Mdst Mstb Mdst
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 20,00 1,66 1,50 526,45 428,91 526,45 364,84
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 10,67 22,74 44,30

Quadro 4-36 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 15º
no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 15,00 1,38 1,50 526,45 515,07 526,45 423,43
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
Sobrecarga (kN/m2) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -8,00 2,21 24,33

Quadro 4-37 - Diferença percentual no derrube pelo método tradicional no muro de suporte 2

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00
Diferença percentual no método tradicional - % 100,00 62,67 33,33 10,67 -8,00

Paulo J.C. Matos 45


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-38 - Diferença percentual no derrube pelo EC7 no muro de suporte 2

EC7
Ângulo de atrito (graus) 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00
C1 122,07 80,54 48,27 22,74 2,21
Diferença percentual no EC7 - %
C2 136,55 98,66 68,55 44,30 24,33

Derrube
150,00
Diferença percentual entre métodos - %

130,00
110,00
90,00
Método tradicional
70,00
EC7-combinação 1
50,00
EC7-Combinação 2
30,00
10,00
-10,0010,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
Ângulo de atrito

Figura 4-13 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – derrube no muro
de suporte 2
Como se pode observar pela figura 4-13, tal como era esperado, à medida que o ângulo de
atrito do solo baixa, as margens entre as acções e resistências também baixam. Também se
pode constatar, que tal como no exemplo 1, a combinação 1 continua a ser a combinação
condicionante do EC7 ao longo de um intervalo maior de ângulos de atrito do solo. Uma vez
que no caso deste muro de suporte a combinação 2 só é mais condicionante a partir de um
ângulo de atrito do solo de superior a 48º, valor pouco comum nos solos, então não foi
incluído na figura 4-13, mas qualquer das formas é apresentado os resultados obtidos no
quadro 4-39, em que é possível visualizar-se que a combinação 2 já tem um menor valor das
margens entre as acções e as resistências. Neste caso em particular, pelo facto de não existir
uma carga variável, a diferença entre a combinação 1 e a combinação 2 ainda é mais
acentuada, tal como se pode constatar pelos valores fornecidos pelos respectivos quadros e
figura, e é também por este facto que a combinação 2 só é mais condicionante que a
combinação 1 para ângulos de atrito do solo com valores superiores ao que aconteceu no
exemplo 1. (48º em vez de 38º)
Este maior afastamento entre as duas combinações, deve-se ao tipo de coeficientes parciais
utilizados, ou seja, o facto de não existir carga variável, faz com que apenas se aplica o
coeficiente parcial de 1,35 às acções permanentes desfavoráveis na combinação 1 e uma única
majoração de cerca de 1,11 (para φ = 15º) até 1,27 (para φ = 35º) na combinação 2 devido à
minoração do ângulo de atrito que provoca um aumento no coeficiente activo. Como se sabe,

46
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

estas majorações terão efeito no momento derrubador, para um momento estabilizador igual,
portanto, é fácil perceber que a combinação 1 será a mais condicionante, uma vez que terá um
maior valor de momento derrubador, para os casos expostos na figura 4-13. Comparando este
momento derrubador da combinação 1 com o do exemplo 1, este será mais condicionante em
relação à combinação 2, isto porque ao não existir uma carga variável, o momento derrubador
não será sujeito ao coeficiente parcial aplicado as cargas variáveis, em que na combinação 2 o
coeficiente parcial para as cargas variáveis desfavoráveis acumula 1,3 da majoração imposta
para as acções variáveis desfavoráveis com 1,11 (para φ = 15º) até 1,27 (para φ = 35º) devido
ao aumento do coeficiente activo provocado pela minoração do ângulo de atrito, o que torna a
majoração das acções variáveis desfavoráveis superior ao imposto na combinação 1 (onde o
coeficiente parcial para as acções variáveis desfavoráveis é 1,5) para um maior intervalo de
ângulos de atrito grande (ângulos de atrito maiores ou iguais a 20º), como tal, para ângulos de
atrito superiores a 20º a acção variável desfavorável da combinação 2, terá um efeito mais
derrubador do que o existente na combinação 1.
Analisando agora a diferença entre a combinação condicionante do EC7 (considerando a
combinação 1 como tal, já que é a realidade na maioria dos ângulos de atrito estudados) com
o método tradicional constata-se que tal como no exemplo 1, o EC7 continua a ser mais
económico, tal como se pode observar pela figura 4-13, já que, para o mesmo ângulo de atrito
a margem é inferior no método tradicional.
Como já foi anteriormente referido, o momento estabilizador é igual nos dois métodos, uma
vez que este depende dos braços da estrutura (como a estrutura é a mesma, os braços são
iguais) e dos pesos (coeficiente parcial do peso volúmico é 1,0), então o que fará a diferença
mais uma vez é o momento derrubador. Tal como já se disse também, o momento derrubador
da combinação condicionante do EC7 admite uma majoração de 1,35, e no método tradicional
embora não se majore, indirectamente o momento derrubador acaba por ser majorado (ou o
momento estabilizador minorado) com a verificação final relativo ao factor de segurança
global com o valor de 1,5, ou seja, de uma forma prática e acessível de explicar, é como se o
momento derrubador sofresse uma majoração de 1,35 na combinação condicionante do EC7 e
1,5 no método tradicional para o mesmo momento estabilizador, o que prova a possibilidade
de obter uma maior economia pelo EC7.
Quadro 4-39 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 48º
no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 48,00 4,10 1,50 526,45 128,90 526,45 130,75
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 173,33 308,42 302,64

Paulo J.C. Matos 47


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

 Verificação do deslizamento pela base


Método tradicional
desl
S desl. (4.6)
desl

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do deslizamento pela base no método tradicional:
S

EC7

d ≥ Ed

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do deslizamento pela base no EC7:
d– Ed

Ed

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 2 (Anexo II), obteve-se os valores


expostos no quadro seguinte:
Quadro 4-40 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 35º
no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 1,67 1,50 146,23 118,53 120,07 111,28
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 11,33 23,37 7,90

De seguida são apresentados os valores resultantes após variação do ângulo de atrito:

48
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-41 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º
no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 1,14 1,50 123,39 146,80 100,59 132,56
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -24,00 -15,95 -24,12

Quadro 4-42 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito de 25º no
muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 25,00 0,77 1,50 101,49 177,52 82,25 156,17
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -48,67 -42,83 -47,33

Quadro 4-43 - Diferença percentual no deslizamento pela base no método tradicional no muro
de suporte 2

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 25,00 30,00 35,00
Diferença percentual no método tradicional - % - 48,67 - 24,00 11,33

Quadro 4-44 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo EC7 no muro de suporte 2
EC7
Ângulo de atrito (graus) 25,00 30,00 35,00
C1 - 42,83 - 15,95 23,37
Diferença percentual no EC7 - %
C2 - 47,33 - 24,12 7,90

Paulo J.C. Matos 49


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Deslizamento pela base


35
Diferença percentual entre métodos - % 25
15
5
Método tradicional
-5 25 30 35 40
EC7-combinação 1
-15 EC7-Combinação 2
-25
-35
-45
Ângulo de atrito

Figura 4-14 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela
base no muro de suporte 2
Estudando agora a mesma variabilidade do ângulo de atrito, mas num solo com coesão na
parte inferior da sapata, mantendo a estrutura de betão pré-fabricado ( d = 2/3*φ), a
verificação no método tradicional muda, portanto:
Método tradicional
Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação
do deslizamento pela base no método tradicional:
S

EC7
Já no caso do EC7 mantém-se o mesmo critério:
d– Ed

Ed

Quadro 4-45 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito 35º com
uma coesão no solo da fundação de 12 kPa.
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 2,04 2,00 179,23 118,53 146,47 111,28
Coesão efectiva (kPa) c' = 12,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 2,00 51,21 31,62

50
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-46 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito 30º com
uma coesão no solo da fundação de 12 kPa.
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 1,45 2,00 156,39 145,80 126,99 132,56
Coesão efectiva (kPa) c' = 12,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -27,50 7,26 -4,20

Quadro 4-47 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito 25º e com
uma coesão de 12 kPa.
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 25,00 1,02 2,00 134,49 177,52 108,65 156,17
Coesão efectiva (kPa) c' = 12,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -49,00 -24,24 -30,43

Quadro 4-48 - Diferença percentual no deslizamento pela base no método tradicional no muro
de suporte 2

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 25,00 30,00 35,00
Diferença percentual no método tradicional - % - 49,00 -27,50 2,00

Quadro 4-49 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo EC7 no muro de suporte 2
EC7
Ângulo de atrito (graus) 25,00 30,00 35,00
C1 - 24,24 7,26 51,21
Diferença percentual no EC7 - %
C2 - 30,43 - 4,20 31,62

Paulo J.C. Matos 51


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Deslizamento pela base


135
Diferença percentual entre métodos - % 115
95
75
55 Método tradicional
35 EC7-combinação 1
15 EC7-Combinação 2
-5
25 30 35 40
-25
-45
Ângulo de atrito

Figura 4-15 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela
base com coesão no solo abaixo da sapata
Para esta verificação em particular, achei bastante interessante neste exemplo 2 estudar a
implicação que a coesão no solo abaixo da sapata provoca nas margens entre as acções e as
resistências para os dois métodos.
Observando as figuras 4-14 e 4-15 é visível que houve uma alteração da posição no gráfico da
linha correspondente ao método tradicional e à combinação 2. Este facto deve-se
fundamentalmente ao valor correntemente utilizado no factor de segurança global para o
deslizamento pela base, que passou a ser 2,0 devido ao facto de passarmos a ter solos
coerentes (figura 4-15) em detrimento do 1,5 utilizado em solos incoerentes (figura 4-14).
Portanto, esta troca no gráfico após a “introdução” da coesão no solo abaixo da sapata, tem
implicações maiores no método tradicional do que na combinação condicionante do EC7, já
que no método tradicional “ma ora-se” o factor de segurança global em cerca de %
(passando de 1,5 para 2,0), já no caso da combinação 2 do EC7 a única implicação que traz é
a minoração da parcela da coesão em 1,40, ou seja, neste caso em particular pelo facto de
passar a ter coesão no solo de fundação o EC7 passa a ser considerado o método mais
económico, inversamente ao que sucedia quando o solo era totalmente incoerente, em que
nesse caso como se pode observar pelo gráfico 4-14, o método mais económico era o método
tradicional.
 Verificação da segurança à rotura do solo de fundação
Método tradicional
pr
Srot.de fund. (4.7)
qma

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação da


segurança à rotura do solo de fundação no método tradicional:
S3
3

52
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

EC7
qrd ≥ qed

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação da


segurança à rotura do solo de fundação no EC7:
qrd qed
qed
Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 2 (Anexo II), obteve-se valores expostos
no quadro seguinte:
Quadro 4-50 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um
ângulo de atrito de 35º no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 4,39 3,00 671,89 221,10 224,69 189,08
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 46,23 203,89 18,83

De seguida são apresentados os valores resultantes após variação do ângulo de atrito:


Quadro 4-51 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um
ângulo de atrito de 30º no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 1,49 3,00 258,59 249,87 96,93 219,87
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -50,33 3,49 -55,91

Paulo J.C. Matos 53


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-52 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um
ângulo de atrito de 25º no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 25,00 0,50 3,00 100,81 294,44 42,65 268,37
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -83,33 -65,76 -84,11

Quadro 4-53 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação no método tradicional no


muro de suporte 2

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
Diferença percentual no método tradicional - % - 83,33 -50,33 46,23

Quadro 4-54 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação pelo EC7 no muro de
suporte 2
EC7
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
C1 - 65,76 3,49 203,89
Diferença percentual no EC7 - %
C2 - 84,11 - 55,91 18,83

Rotura do solo de fundação


510
Diferença percentual entre métodos

450
390
330
270
Método tradicional
210
-%

EC7-combinação 1
150
EC7-Combinação 2
90
30
-30 25 30 35 40
-90
Ângulo de atrito

Figura 4-16 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Rotura do solo de
fundação no muro de suporte 2, considerando FS = 3,0

54
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Como se pode observar pela figura 4-16, o gráfico tem um comportamento semelhante à
mesma verificação no exemplo 1, já que como foi dito, esta verificação depende
fundamentalmente das propriedades do solo, e como estas são minoradas na combinação 2 é
evidente que será a combinação condicionante, como se pode comprovar pelo gráfico
apresentado.
Tal como no exemplo 1, o método tradicional continua a ser o método mais económico, uma
vez que as margens entre as acções e as resistências são maiores para o mesmo ângulo de
atrito em comparação com a combinação condicionante do EC7. Mas é importante revelar que
isto acontece mesmo com factor de segurança global utilizado 3,0, valor este que nesta
verificação poderia sofrer uma mudança para o valor 2,0 em caso de um conhecimento
completo das características do solo, e nesse caso o método tradicional seria ainda mais
económico em relação ao EC7 como se poderá comprovar pela figura 4-17, uma vez que a
linha correspondente ao método tradicional subiu, distanciando-se mais da combinação
condicionante do EC7.

Rotura do solo de fundação


510,00
Diferença percentual entre métodos

450,00
390,00
330,00
270,00
Método tradicional
210,00
-%

EC7-combinação 1
150,00
EC7-Combinação 2
90,00
30,00
-30,0025,00 30,00 35,00 40,00
-90,00
Ângulo de atrito

Figura 4-17 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Rotura do solo de
fundação no muro de suporte 2, considerando FS = 2,0
Observando a verificação da rotura do solo de fundação que se encontra efectuado no anexo
II, constata-se que a sapata está à tracção na combinação 2 do EC7 e o mesmo não acontece
no método tradicional, como tal, teria de se redimensionar o valor da base da sapata no EC7.
Este procedimento terá de ser realizado sempre que a sapata se encontra à tracção, além disso,
após a reformulação da base da sapata, seria necessário voltar a verificar a capacidade
resistente do solo para a sapata reformulada.
 Garantir a segurança do muro à rotura de solo de fundação tendo em conta o EC7
Uma vez que a sapata se encontra à tracção, inverteu-se o cálculo de forma a achar um valor
de B para que isso deixa-se de acontecer, e para tal, condicionou-se o cálculo de forma que a
resultante das forças fique dentro do núcleo, através na inequação: e , adoptando-se assim o
seguinte raciocínio:

Paulo J.C. Matos 55


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Combinação condicionante - (combinação 2)

stb função de
stb dst
e E e
V
7
e (para não e istir tracção

dst = 222,55 kN.m/m


( 3 ( 3 3 ( 3 ( stb

stb
( 3

stb 679,90 kNm.m


B = 3,022 m
Diferença percentual:
3 – 7
8 %
7
Seria necessário um aumento de cerca de 9,89% (aproximadamente 28 cm) no comprimento
da sapata, para que não ocorra o levantamento da base da sapata.
O mesmo raciocínio foi seguido no método tradicional:
Método tradicional

est çã
est derr
e E e
V
7
e (para não e istir tracção

derr = 175,60 kN.m/m


( 3 ( 3 3 ( 3 ( stb

stb 7
( 3

stb 440,40 kNm.m


B = 2,43 m
Diferença percentual:
3– 7
%
7
No método tradicional apenas seria necessário uma base com cerca de 2,43 m de
comprimento da sapata para que não ocorra o levantamento da base da sapata, sendo então
evidente que tem um comprimento de sapata superior ao necessário em cerca de 11,64%
56
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

referente a esta situação. Já pelo EC7 acontece precisamente o contrário, à base que existe
seria necessário um acréscimo de cerca de 9,89%, portanto, entre o método tradicional e a
combinação condicionante existe uma variação de cerca de 59 cm.
Mais um aspecto em que é notório que o método tradicional seria mais económico, pois em
caso de reformulação da base da sapata, iria se gastar menos que pelo EC7 como se pode
constatar.
 Verificação da estabilidade global
Método tradicional
estistências
S estabilidade global (4.8)
orças
Diferença percentual entre o factor de segurança global resultante e o estritamente necessário
para a verificação da estabilidade global no método tradicional:

EC7
Diferença percentual entre o “factor de segurança global” resultante e o estritamente
necessário para a verificação da estabilidade global no EC7:
S

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 2 (Anexo II), obteve-se valores expostos
no quadro seguinte:
Quadro 4-55 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de
atrito de 35º no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS
FS FS min FS FS
min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 35,00 2,06 1,50 2,06 1,00 1,65 1,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 37,47 106,00 65,00

De seguida são apresentados os valores resultantes após variação do ângulo de atrito:

Paulo J.C. Matos 57


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-56 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de
atrito de 30º no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS FS
FS FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00 1,70 1,50 1,70 1,00 1,36 1,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
Sobrecarga (kN/m2) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 13,33 70,00 36,00

Quadro 4-57 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de
atrito de 25º no muro de suporte 2
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS FS
FS FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 25,00 1,37 1,50 1,37 1,00 1,10 1,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -8,47 37,00 9,90

Quadro 4-58 - Diferença percentual na estabilidade global no método tradicional no muro de


suporte 2

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
Diferença percentual no método tradicional - % - 8,47 13,33 37,47

Quadro 4-59 - Diferença percentual na estabilidade global pelo EC7 no muro de suporte 2
EC7
Ângulo de atrito (graus) 30,00 35,00 38,00
C1 37,00 70,00 106,00
Diferença percentual no EC7 - %
C2 9,90 36,00 65,00

58
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Estabilidade global

Diferença percentual entre métodos -


55
45
35
% 25 Método tradicional
15 EC7-combinação 1
5 EC7-Combinação 2
-5 25 30 35 40
-15
-25
Ângulo de atrito

Figura 4-18 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Estabilidade
global no muro de suporte 2
Tal como no exemplo 1, consagra-se aqui o aspecto fundamental da capacidade resistente do
terreno nesta verificação. O EC7 é novamente o método mais poupado, o que significa que,
também neste caso o abaixamento da capacidade resistente na combinação 2 não é suficiente
para tornar o EC7 mais exigente, tornando-se assim insuficiente perante um factor de
segurança global de 1,5 usado no método tradicional, concluído assim que também neste caso
em particular e nesta verificação o EC7 é mais económico.
Tal como no exemplo 1, mais uma vez esta verificação foi realizada com auxílio do programa
slide através do método Bishop, fazendo-se as devidas substituições dos valores entre o
método tradicional e o EC7. Utilizou-se o factor de segurança global de 1,5, sendo que é o
valor utilizado pela maioria das referências bibliográficas para este caso específico.

Paulo J.C. Matos 59


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

4.3. Análise comparativa do muro de suporte 3


No caso 3 recorreu-se ao estudo de um muro de gravidade com a configuração estrutural
diferente do exemplo 2, como se pode observar pela figura 4-19, diferença essa que fará com
que o método tradicional a ser usado passe a ser o Coulomb em detrimento do Rankine, o que
fará diferença no cálculo do dimensionamento e trará outras conclusões também importantes
no decorrer da sua análise. O referido dimensionamento realizado por Coulomb e pelo EC7
encontra-se no anexo III.
Este muro de suporte encontra-se descrito no livro ”decoding Eurocode 7” de Andrew Bond e
Andrew Harris.
Além das características dimensionais e de uma carga variável aplicada à estrutura como se
pode observar pela figura 4-19, contempla as seguintes características relativas às
propriedades do solo e da estrutura:
φ´ = 36º
φ´ fund.= 40º
c´ = c´fund. = 0 kPa
y = y fund.=19 kN/m3
y betão = 24 kN/m3

Figura 4-19 - Esquema do muro de suporte 3

60
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

 Verificação do derrube
Método tradicional
est
S derrube (4.9)
derr

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do derrube no método tradicional:
S

EC7
MEd,stb ≥ Ed,dst

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do derrube no EC7:
Ed stb – Ed dst

Ed dst

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 3 (Anexo III), obteve-se os seguintes


valores expostos no quadro 4-60:
Quadro 4-60 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito do solo
no tardoz do muro de 36º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 36,00
Ângulo de atrito da fundação 6,77 1,50 144,00 8,34 144,00 9,75
φ´fund = 40,00
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 351,33 1626,62 1376,92

De seguida são apresentados os valores resultantes após variação do ângulo de atrito:

Paulo J.C. Matos 61


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-61 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito do solo
no tardoz do muro de 30º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00
Ângulo de atrito da fundação 3,72 1,50 144,00 35,28 144,00 36,68
φ´fund = 40,00
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 148,00 308,16 292,58

Quadro 4-62 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito do solo
no tardoz do muro de 25º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(KN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 25,00
Ângulo de atrito da fundação 2,35 1,50 144,00 66,10 144,00 67,50
φ´fund = 40,00
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 56,67 117,85 113,33

Quadro 4-63 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito do solo no
tardoz do muro de 20º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(KN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 20,00
Ângulo de atrito da fundação
φ´fund = 40,00 1,54 1,50 144,00 113,11 144,00 111,60
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 2,67 27,31 29,03

62
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-64 - Diferença percentual no derrube pelo método tradicional no muro de suporte 3

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 36,00 30,00 25,00 20,00
Diferença percentual no método tradicional - % 351,33 148,00 56,67 2,67

Quadro 4-65 - Diferença percentual no derrube pelo EC7 no muro de suporte 3

EC7
Ângulo de atrito (graus) 36,00 30,00 25,00 20,00
C1 1626,62 308,16 117,85 27,31
Diferenças percentual no EC7 - %
C2 1376,92 292,58 113,33 29,03

Derrube
Diferença percentual entre métodos - %

1575,00
1375,00
1175,00
975,00
Método tradicional
775,00
EC7-combinação 1
575,00
EC7-Combinação 2
375,00
175,00
-25,00
18,00 23,00 28,00 33,00
Ângulo de atrito

Figura 4-20 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos considerando betão
projectado contra o terreno – derrube no exemplo 3 (k = 1)
Na figura 4-20 e nos quadros 4-63 e 4-64 pode-se constar que a combinação 1 é a
condicionante até ao ângulo de atrito do solo de aproximadamente 20º, e a combinação 2 para
valores superiores, e em ambos os casos o EC7 é mais económicos que o método tradicional,
que neste caso é Coulomb. Neste exemplo a combinação 2 é a combinação condicionante num
intervalo de ângulos de atrito maior, e isto deve-se à sua superioridade no valor do coeficiente
activo (figura 4-21 e quadro 4-66) acumulada com o facto de ter menores valores do impulso
vertical do solo em relação ao impulso horizontal do solo (isto porque tem um menor valor do
ângulo de atrito solo-estrutura), resultando assim num momento derrubador maior
relativamente à combinação 1, embora que a diferença entre combinações seja bastante
reduzida, já que é preciso contar com as majorações das acções na combinação 1. Outro
aspecto importante neste exemplo, é que o facto de a minoração da resistência do ângulo de
atrito na combinação 2 não conseguir produzir tanto efeito na redução da resistência em
relação à combinação 1 como nos exemplos anteriores, e isto porque neste exemplo teve-se
acesso ao valor do ângulo de atrito no estado critico (em que d ≠ 0, no tardoz do muro ao

Paulo J.C. Matos 63


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

contrário dos outros exemplos), e como se sabe, segundo o EC7 o valor de ângulo de atrito
solo-estrutura é calculado pela seguinte equação d = k*φcv,k, em que φcv,k resulta do valor
inferior entre o ângulo de atrito do solo de calculo e o valor característico do ângulo de atrito
do solo no estado critico, e como este é inferior ao valor do ângulo de atrito característico do
solo em 20% (neste caso), e a minoração é de 25%, o efeito da minoração neste caso faz-se
notar menos na combinação 2 face à combinação 1 relativamente aos exemplos anteriores.
Na comparação entre métodos, e tendo em conta inicialmente a situação de estrutura betonada
contra o terreno, e considerando a combinação 2 como a condicionante (já que é a
combinação condicionante para um intervalo de ângulos de atrito maior), é importante
salientar a particularidade de existir duas componentes verticais favoráveis (componente
vertical do impulso do solo e do impulso da sobrecarga), que provocam uma diminuição
maior no momento derrubador no EC7 que no método tradicional, porque o ângulo de atrito
solo-estrutura é superior no EC7 (já que se considerou d = 1*φcv,k no EC7), fazendo com que
o valor do impulso vertical se aproxime mais do impulso horizontal, reduzindo assim mais o
momento derrubador, e isto é mais evidente para valores grandes de ângulo de atrito, uma vez
que atinge valores de momento derrubador bastante pequenos, para o mesmo momento
estabilizador em ambos os métodos, que dependem somente da estrutura, chegando-se à
conclusão que o EC7 seria o método mais económico.
Por outro lado, se tivesse considerado uma estrutura de betão prefabricado no EC7 (k = 2/3) o
método tradicional passaria a ser o método mais económico como se pode constatar pela
figura 4-22, porque se tivemos em conta a combinação condicionante (combinação 2), além
do coeficiente activo ser superior, a relação da componente vertical do impulso do solo com a
horizontal é menor que no método tradicional, tendo assim um momento derrubador maior na
combinação 2 em relação ao método tradicional. Se tivermos em conta a combinação 1, já que
as combinações estão muito próximas como é possível observar pela figura 4-22, as
majorações impostas nesta combinação e o facto de a relação entre a componente vertical do
impulso do solo com a horizontal ser menor que no método tradicional, faz com que o método
tradicional seja também mais económico.
Quadro 4-66 - Valore de “ka” no muro de suporte 3 com variabilidade do ângulo de atrito

Valores de “ka” - Paramento interior do muro inclinado


EC7 M. Tradicional
Ângulo
Combinação 1 Combinação 2 Coulomb
(graus)
k = 1 k = 2/3 k = 1 k = 2/3 orrente = 3
36 0,304 0,321 0,385 0,402 0,348
30 0,395 0,414 0,491 0,509 0,438
25 0,495 0,516 0,605 0,624 0,534
20 0,631 0,652 0,772 0,793 0,662

64
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

1,000

0,900

0,800

0,700 K=1_C1
Ky

0,600 K=2/3_C1

0,500 Coulomb_2/3
K=1_C2
0,400
K=2/3_C2
0,300

0,200
20 22 24 26 28 30 32 34 36
ângulo de atrito - φ

Figura 4-21 - Ângulo de atrito versus coeficiente activo no muro de suporte 3

Derrube
Diferença percentual entre métodos - %

325,00

275,00

225,00

175,00 Método tradicional


EC7-combinação 1
125,00
EC7-Combinação 2
75,00

25,00

-25,0018,00 23,00 28,00 33,00


Ângulo de atrito

Figura 4-22 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos considerando betão
pré-fabricado – derrube no exemplo 3
Outro aspecto que importa também analisar, é que segundo o EC7 quando o ângulo do
paramento interior do muro é diferente de zero (θ ≠ temos K ≠ Kq, ou seja, é necessário
calcular dois coeficientes activos, um coeficiente activo para o solo (ky) e outro para a
sobrecarga (kq), ao contrário do método tradicional em que o mesmo coeficiente activo servia
para os dois casos. Para os valores do coeficiente activo do solo representados no quadro 4-66
e figura 4-21 são agora demonstrados no quadro 4-67 e figura 4-23 os coeficientes activos
correspondentes para a sobrecarga, podendo facilmente observar que as diferenças em relação
ao “ka” utilizado no solo e na sobrecarga são poucas e no método tradicional nenhuma, pois
como já disse o valor do coeficiente activo utilizado no solo é o mesmo que para a sobrecarga,
tal como se torna mais fácil de descriminar pelo quadro 4-68.

Paulo J.C. Matos 65


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-67 - Valore de “ka” para a sobrecarga no muro de suporte 3 com variabilidade do
ângulo de atrito
Valores de “ka” - Carga variável em paramentos interiores do muro
inclinados
EC7 M. Tradicional
Ângulo Combinação 1 Combinação 2 Coulomb
k = 1 k = 2/3 k = 1 k = 2/3 Corrente = 2/3*φ
36 0,286 0,302 0,362 0,379 0,348
30 0,372 0,390 0,462 0,479 0,438
25 0,466 0,485 0,569 0,588 0,534
20 0,594 0,614 0,727 0,747 0,662

1,000
0,900
0,800
0,700 K=1_C1
Kq

0,600 K=2/3_C1

0,500 Coulomb_2/3

0,400 K=1_C2
K=2/3_C2
0,300
0,200
20 22 24 26 28 30 32 34 36
ângulo de atrito - φ

Figura 4-23 - Ângulo de atrito versus coeficiente activo da sobrecarga no muro de suporte 3
Quadro 4-68 - Diferença percentual do coeficiente activo do solo e da sobrecarga no muro de
suporte 3 com variabilidade do ângulo de atrito do solo

Diferença percentual entre o “ka” do solo e da sobrecarga


EC7 M. tradicional
Ângulo Combinação 1 Combinação 2 Coulomb
k = 1 k = 2/3 k = 1 k = 2/3 Corrente = 2/3*φ
36 6,216 6,216 6,216 6,216 0,00
30 6,216 6,216 6,216 6,216 0,00
25 6,216 6,216 6,216 6,216 0,00
20 6,216 6,216 6,216 6,216 0,00

 Verificação do deslizamento pela base


Método tradicional
desl
S desl. (4.10)
desl

66
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do deslizamento pela base no método tradicional:
S

EC7

d ≥ Ed

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do deslizamento pela base no EC7:
d– Ed

Ed

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 3 (Anexo III), obteve-se os valores


expostos no quadro seguinte:
Quadro 4-69 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para um ângulo
de atrito do solo no tardoz do muro do suporte 3 de 36º
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(KN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 36,00
Ângulo de atrito da fundação
φ´fund = 40,00 1,73 1,50 120,83 45,05 96,76 43,93
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 15,33 168,21 120,03

Quadro 4-70 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para o ângulo de
atrito do solo no tardoz do muro do suporte 3 de 30º
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 30,00
Ângulo de atrito da fundação
φ´fund = 40,00 1,24 1,50 120,83 73,60 96,66 70,87
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -17,33 64,17 36,39

Paulo J.C. Matos 67


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-71 - Diferença percentual dos métodos no deslizamento pela base para o ângulo de
atrito do solo no tardoz do muro do suporte 3 de 25º
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 25,00
Ângulo de atrito da 0,91 1,50 120,83 103,25 96,66 98,64
φ´fund = 40,00
fundação (graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -39,33 17,03 -2,01

Quadro 4-72 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo método tradicional no
muro de suporte 3

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 36,00 30,00 25,00
Diferença percentual no método
15,33 -17,33 -39,33
tradicional - %

Quadro 4-73 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo EC7 no muro de suporte 3
EC7
Ângulo de atrito (graus) 36,00 30,00 25,00
C1 168,21 64,17 17,03
Diferença percentual no EC7 - %
C2 120,03 36,39 -2,01

Deslizamento pela base


205,00
Diferença percentual entre métodos -

155,00

105,00
Método tradicional
%

EC7-combinação 1
55,00
EC7-Combinação 2
5,00
22,00 27,00 32,00 37,00
-45,00
Ângulo de atrito

Figura 4-24 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela
base no exemplo 3 (k = 1)

68
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Como é evidente o valor do ângulo de atrito solo–estrutura na base da sapata condiciona


bastante a verificação ao deslizamento pela base, então neste caso, tal como também se fez no
exemplo 1, ao se considerar no EC7 que o betão é projectado contra o terreno (k = 1), e pelo
método tradicional utilizando o valor corrente do ângulo de atrito solo–estrutura = 2/3*φ,
torna-se claro que o EC7 é o método mais económico, pelo facto de a resistência assumida ser
bastante superior ao arcado pelo método tradicional. Além disso, é importante evidenciar que
não foi fornecido qualquer dado acerca do ângulo de atrito do solo no estado critica na
fundação, como tal o valor do ângulo de atrito do solo-estrutura é calculado em função do
valor de cálculo do ângulo de atrito, ao contrário do sucedido na verificação ao derrube.
Algo que difere do exemplo 1, é que o valor do coeficiente activo é diferente no método
tradicional e no EC7 como já se viu anteriormente, mas o valor superior do coeficiente activo
na combinação condicionante (combinação 2) em relação ao método tradicional apenas o
supera em 4,02 %, valor este insignificante quando comparado com a diferença das
resistências, continuando assim a grande discrepância nesta verificação entre o método
tradicional e o EC7, tal como no exemplo 1, além disso, é importante salientar a
particularidade de existir duas componentes verticais favoráveis (componente vertical do
impulso do solo e do impulso da sobrecarga), que provocam uma diminuição maior nas forças
actuantes no EC7 que no método tradicional, porque o ângulo de atrito solo-estrutura é
superior no EC7 (já que se considerou d = 1*φcv,k no EC7), o que contribui ainda mais para o
EC7 ser o método mais económico.
Pode-se observar que se está altamente condicionado pela forma como ambos os métodos
calculam o valor do ângulo de atrito solo-estrutura, quer varie o ângulo de atrito do solo no
tardoz do muro tal como se pode visualizar pela figura 4-24, quer se faça variar o ângulo de
atrito do solo de fundação como se pode verificar pela figura 4-25, já que em ambos os casos
o EC7 mantém-se sempre como o método mais económico.

Deslizamento pela base


205,00
Diferença percentual entre métodos - %

155,00

105,00
Método tradicional
EC7-combinação 1
55,00
EC7-Combinação 2

5,00
27,00 32,00 37,00 42,00
-45,00
Ângulo de atrito do solo de fundação

Figura 4-25 - Ângulo de atrito do solo de fundação versus diferença percentual entre métodos
– deslizamento pela base no exemplo 3 (k = 1)

Paulo J.C. Matos 69


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Considerando agora que pelo EC7 se passava a considerar que o betão é pré-fabricado, neste
exemplo tal como nos anteriores, como se pode observar pelas figuras 4-25 e 4-26 há uma
alteração visível entre o método tradicional e o EC7, passando o método tradicional a ser o
mais económico.

Deslizamento pela base


20,00
Diferença percentual entre métodos - %

10,00

0,00
22,00 27,00 32,00 37,00
-10,00 Método tradicional
EC7-combinação 1
-20,00
EC7-Combinação 2
-30,00

-40,00

-50,00
Ângulo de atrito

Figura 4-26 - Ângulo de atrito do solo no tardoz do muro versus diferença percentual entre
métodos – deslizamento pela base no exemplo 3 (k = 2/3)
 Segurança à rotura do solo de fundação
Método tradicional
pr
Srot.de fund. (4.11)
qma

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação da


segurança à rotura do solo de fundação no método tradicional:
S3
3
EC7
qrd ≥ qed

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação da


segurança à rotura do solo de fundação no EC7:
qrd qed
qed
Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 3 (Anexo III), obteve-se os valores
expostos no quadro seguinte:

70
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-74 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para o ângulo
de atrito do solo de fundação de 40º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 36,00
Ângulo de atrito da fundação
φ´fund = 40,00 8,39 3,00 1047,61 175,11 318,51 154,01
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 179,67 498,26 106,83

Quadro 4-75 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para o ângulo
de atrito do solo de fundação de 35º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 36,00
Ângulo de atrito da 4,02 3,00 499,67 175,11 173,95 154,00
φ´fund = 35,00
fundação (graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 34,00 185,35 12,95

Quadro 4-76 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para o ângulo
de atrito do solo de fundação de 30º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 36,00
Ângulo de atrito da fundação 2,05 3,00 254,24 175,11 100,55 154,00
φ´fund = 30,00
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -31,67 45,19 -34,71

Paulo J.C. Matos 71


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-77 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação pelo método tradicional no
muro de suporte 3

Método tradicional
Ângulo de atrito do solo de fundação (graus) 30,00 35,00 40,00
Diferença percentual no método tradicional -
-31,67 34,00 179,67
%

Quadro 4-78 - Diferença percentual rotura do solo de fundação pelo EC7 no muro de suporte
3
EC7
Ângulo de atrito do solo de fundação (graus) 30,00 35,00 40,00
C1 45,19 185,35 498,26
Diferença percentual no EC7 - %
C2 -34,71 12,95 106,83

Rotura do solo de fundação


480
Diferença percentual entre métodos - %

420
360
300
240 Método tradicional
180 EC7-combinação 1
120 EC7-Combinação 2
60
0
25 30 35 40
-60
-120
Ângulo de atrito do solo da fundação

Figura 4-27 - Ângulo de atrito do solo do solo de fundação versus diferença percentual entre
métodos – rotura do solo de fundação no exemplo 3
Mesmo variando somente o ângulo de atrito do solo de fundação, mais uma vez é evidente
que a combinação 2 é a combinação condicionante do EC7 pelos motivos já enumerados nos
casos anteriores, tal como foi dito, esta verificação depende fundamentalmente da capacidade
resistente do solo de fundação, e como esta combinação possui coeficientes de minoração das
características resistentes, esta terá menores valores de resistência.
Também se pode visualizar, que mais uma vez o método tradicional é o mais económico, já
que nem o valor do factor de segurança global de 3,0 foi suficiente para inverter esta situação
também neste caso.

72
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

 Estabilidade Global
Método tradicional
estistências
S estabilidade global (4.12)
orças
Diferença percentual entre o factor de segurança global resultante e o estritamente necessário
para a verificação da estabilidade global no método tradicional:

EC7
Diferença percentual entre o “factor de segurança global” resultante e o estritamente
necessário para a verificação da estabilidade global no EC7:
S

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 3 (Anexo III), obteve-se os valores


expostos no quadro seguinte:
Quadro 4-79 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para o ângulo de atrito
do solo de fundação de 40º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS FS
Fs FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 19,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 36,00
Ângulo de atrito da fundação 2,36 1,50 2,16 1,00 1,78 1,00
φ´fund = 40,00
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 57,40 115,60 78,40

Paulo J.C. Matos 73


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-80 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para o ângulo de atrito
do solo de fundação de 35º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS FS
Fs FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 36,00
Ângulo de atrito da fundação 2,15 1,50 1,97 1,00 1,63 1,00
φ´fund = 35,00
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 43,20 97,00 62,80

Quadro 4-81 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para o ângulo de atrito
do solo de fundação de 30º no muro de suporte 3
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS FS
Fs FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 18,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´= 36,00
Ângulo de atrito da fundação 1,92 1,50 1,77 1,00 1,46 1,00
φ´fund = 30,00
(graus)
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 27,80 77,30 46,20

Quadro 4-82 - Diferença percentual na estabilidade global pelo método tradicional no muro de
suporte 3

Método tradicional
Ângulo de atrito do solo da fundação (graus) 40,00 35,00 30,00
Diferença percentual do método - % 57,53 43,20 27,80

Quadro 4-83 - Diferença percentual na estabilidade global pelo EC7 no muro de suporte 3
EC7
Ângulo de atrito do solo da fundação (graus) 40,00 35,00 30,00
C1 115,70 97,00 77,30
Diferença percentual do método - %
C2 78,50 62,80 46,20

74
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Estabilidade global

Diferença percentual entre métodos - %


115,00
105,00
95,00
85,00
75,00
Método tradicional
65,00
EC7-combinação 1
55,00
EC7-Combinação 2
45,00
35,00
25,00
25,00 30,00 35,00 40,00 45,00
Ângulo de atrito do solo da fundação

Figura 4-28 - Ângulo de atrito do solo do solo de fundação versus diferença percentual entre
métodos – estabilidade global no exemplo 3
Tal como no exemplo 1 e exemplo 2, constata-se mais uma vez que o EC7 é o método mais
económico.
O essencial nesta verificação é as propriedades do solo e os pesos, e uma vez que os pesos se
calculam da mesma forma em ambas as combinações, são as propriedades do terreno que
farão toda a diferença, e aqui destaca-se o ângulo de atrito (porque a coesão é zero e o peso
volúmico é o mesmo), que influência decididamente os resultados, pois na combinação 2 foi
aplicado o coeficiente parcial de minoração ao ângulo de atrito, reduzindo assim a resistência
do solo, tornando-a a combinação condicionante do EC7.
A mesma comparação é feita da combinação condicionante em relação ao método
tradicional, uma vez que os pesos são calculados da mesma forma também nos dois métodos
(factor parcial do peso volúmico é 1,0), a diferença reside também nas propriedades do solo.
Como as margens da combinação condicionante são superior ás do método tradicional, este
último é mais exigente, e isso deve-se em grande parte ao facto de o método tradicional ter
um factor de segurança global de 1,50, fazendo descer consideravelmente as margens
percentuais, tendo este maior capacidade de influenciar o resultado final que o abaixamento
da resistência do solo na combinação condicionante, daí resultar margens inferiores no
método tradicional, sendo legítimo pensar que segundo os valores resultantes do EC7, o
método tradicional está a ser demasiado exigente nesta situação.
Tal como no exemplo 1 e no exemplo 2, esta verificação foi realizada com auxílio do
programa slide através do método Bishop, fazendo-se as devidas substituições dos valores
entre o método tradicional e o EC7. Utilizou-se o factor de segurança global de 1,5, sendo que
é o valor utilizado pela maioria das referências bibliográficas para este caso específico.

Paulo J.C. Matos 75


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

4.4. Análise comparativa do muro de suporte 4


O estudo deste caso é provavelmente o mais interessante de todos, já que se trata de um muro
de suporte de uma obra real.
Estamos perante um projecto que engloba quatro muros de suporte: M1, M2, M3 e M4.
Achou-se interessante trabalhar sobre o muro M2, uma vez que se trata do muro mais longo
com cerca de 85 m e um muro diferente dos estudados nos exemplos anteriores, já que se trata
um muro de suporte do tipo consola com contrafortes (em que estes servem para apoio da laje,
portanto, a sua principal função é reduzir os momentos flectores e esforço transverso,
diminuindo assim a espessura da laje vertical), e além disso é munido de um dente na base da
sapata o que irá trazer implicações importantes na comparação dos métodos. Estes quatros
muros estão representados na planta exposta no fim do anexo IV, pela figura IV-10.
O Muro M1 e M2 como se pode constatar pela figura IV-10 encontram-se na mesma
continuidade, como tal estão ambos representados no alçado da figura IV-11, em que desde a
extremidade mais alta até à mais baixa tem uma variação da cota do topo do muro de 94 m até
75,76 m.
Como é possível visualizar quer pela figura IV-10 e IV-11, o muro M2 é dividido em vários
tramos e cortes, em que se decidiu escolher o tramo 2 - corte 6 (figura IV-12 do anexo IV)
para o estudo pretendido, escolha esta feita em função da elevada altura do muro de suporte
nesta secção.
Uma vez que se trata de um muro real, foi necessários elaborar um estudo geotécnico, na qual
foram realizadas 7 sondagens à rotação com trado oco, com realização de ensaios SPT a cada
1,5 m, como se pode constatar pelo relatório geotécnico apresentado no final no anexo IV.
Além da apresentação do relatório geotécnico é também apresentado no fim do anexo IV,
parte do anexo do relatório geotécnico, como: o desenho relativo aos principais alinhamentos
da prospecção, o perfil EF (alinhamento de prospecção que contêm a sondagem S3), e o perfil
da sondagem 3 destacando-se de forma particular neste estudo já que é a mais próxima da
secção do muro em análise.
Como se pode observar pelo perfil da sondagem 3, esta tem início na cota 76,1 m, e para cotas
inferiores a 73 m (após passagem da primeira fase de aterros, ZG1) o número de pancadas
varia entre 25 e 60 (atravessando a zona ZG2 e ZG3), ou seja, o ângulo de atrito do solo varia
entre 30º e 50º, e tendo em conta que a fundação do muro de suporte se encontra assente a
uma cota de 74,2 m, considera-se por segurança que o ângulo de atrito do solo de fundação é
igual a 30º. Tendo em conta o tipo de solo que constitui a zona ZG2 e a sondagem S3
considera-se que a coesão é zero.
Por fim é importante salientar a existência de um nível freático que não foi possível detectar
na Sondagem 3 devido ao facto de o furo ter colapsado aos 2,8m, mas tendo em conta as
sondagens mais próximas, a S1 e S2, dá-se conta que o nível freático esta a uma cota de 67,7
m e 67,1 m respectivamente, ou seja, a 6,5 m e 7,1 m da cota que a sapata assenta, o que
significa que não interfere com as verificações ao dimensionamento geotécnico dado o seu
afastamento.

76
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Tendo em conta todos estes argumentos, são apresentados de seguida as características


relativas às propriedades do solo e da estrutura, além de um esquema com as dimensões da
secção em estudo.
φ´= 30º
c´ = 0 kPa
yd = 20 kN/m3
ybetão = 24 kN/m3

Figura 4-29 - Esquema do muro de suporte 4


 Verificação do derrube
Método tradicional
est
S derrube (4.13)
derr

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do derrube no método tradicional:
S

EC7
MEd,stb ≥ Ed,dst

Paulo J.C. Matos 77


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do derrube no EC7:
Ed stb – Ed dst

Ed dst

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 4 (Anexo IV), obteve-se os valores


expostos no quadro seguinte:
Quadro 4-84 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º
no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 30,00 3,07 1,50 2096,81 923,02 2096,81 839,44
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 104,67 127,17 149,79

Quadro 4-85 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 59º
no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 59,00 14,23 1,50 2096,81 202,71 2096,81 221,57
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 848,67 934,49 846,34

78
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-86 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 46º
no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 46,00 6,34 1,50 2096,81 448,14 2096,81 450,85
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 322,67 367,89 365,08

Quadro 4-87 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 25º
no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 25,00 2,52 1,50 2096,81 1124,85 2096,81 989,64
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 68,00 86,41 111,88

Quadro 4-88 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 20º
no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 20,00 2,08 1,50 2096,81 1359,64 2096,81 1156,52
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 38,67 54,22 81,30

Paulo J.C. Matos 79


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-89 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 15º
no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Mstb Mdst Mstb Mdst
min.
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 15,00 1,66 1,50 2096,81 1633,41 2096,81 1342,68
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 10,67 28,37 56,16

Quadro 4-90 - Diferença percentual no derrube pelo método tradicional no muro de suporte 4

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 59,00 46,00 30,00 25,00 20,00 15,00
Diferenças percentual do método - % 848,67 322,67 104,67 68,00 38,67 10,67

Quadro 4-91 - Diferença percentual no derrube pelo EC7 no muro de suporte 4

EC7
Ângulo de atrito (graus) 59,00 46,00 30,00 25,00 20,00 15,00
Diferenças percentual do C1 934,39 367,89 127,17 86,41 54,22 28,37
método - % C2 846,34 365,08 149,79 111,88 81,30 56,17

Derrube
1000,00
Diferença percentual entre métodos - %

900,00
800,00
700,00
600,00
500,00 Método tradicional
400,00 EC7-combinação 1
300,00 EC7-Combinação 2
200,00
100,00
0,00
-100,00 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63
Ângulo de atrito

Figura 4-30 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – derrube no muro
de suporte 4

80
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Neste exemplo através da figura 4-30, é demonstrado um grande leque de ângulos de atrito do
solo.
Observando inicialmente o comportamento dos métodos para um ângulo de atrito do solo com
o valor de 30º, valor correspondente ao utilizado no muro em causa, é fácil comprovar que a
combinação 1 é a combinação condicionante do EC7 já que contêm margens inferiores à
combinação 2, e que uma vez mais o EC7 continua a ser o método mais económico. Esta
situação mantém-se inalterada desde um ângulo de atrito do solo muito baixo (15º) até valores
bastante elevados (46º), concluído daqui que para a maioria dos solos utilizados num muro
deste género o comportamento seria o referido anteriormente. Mas, há excepções, e como tal é
importante tê-las em conta, e como se pode comprovar pela figura 4-30, uma dessas
excepções encontra-se para valores maiores ou iguais ao ângulo de atrito do solo
correspondente a 46º, em que a combinação 2 passa a ser a combinação condicionante do
EC7, existindo para isto uma explicação válida. Na combinação 1 o coeficiente parcial de
1,35 aplicado às acções permanentes desfavoráveis é superado pela majoração indirecta
devido à minoração do ângulo de atrito que provoca um aumento no coeficiente activo na
combinação 2, que para este ângulo de atrito do solo 46º corresponde a 1,354, além disso o
valor do impulso passivo é superior na combinação 1 devido ao ser maior valor do coeficiente
passivo, reduzindo ainda mais o seu momento derrubador.
A outra excepção dá-se para ângulos de atrito do solo maiores ou iguais a 59º, em que o
método tradicional passa a ser o método mais económico, isto porque, como se sabe o valor
do factor de segurança global utilizado nesta verificação é 1,5, como tal, é como se o
momento derrubador sofresse uma “ma oração” de 1,5 e a combinação 2 (já que é a
condicionante) para este ângulo de atrito do solo tem uma majoração de 1,448, mas como o
método tradicional tem um maior valor do impulso passivo, este contribui para a maior
redução do momento derrubador, sendo por isso que é a partir deste valor que o método
tradicional passa a ser mais económico.
 Verificação do deslizamento pela base
Método tradicional
desl
S desl. (4.14)
desl

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do deslizamento pela base no método tradicional:
S

EC7

d ≥ Ed

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação


do deslizamento pela base no EC7:
d– Ed

Ed

Paulo J.C. Matos 81


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 4 (Anexo IV), obteve-se os valores


expostos no quadro seguinte:
Quadro 4-92 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 30º
no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 30,00 1,75 1,50 411,18 320,26 328,94 291,89
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 16,67 28,39 12,69

Quadro 4-93 - Diferença percentual dos métodos no derrube para um ângulo de atrito de 25º
no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 25,00 1,15 1,50 332,10 392,93 265,68 345,91
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -23,33 -15,48 -23,19

Quadro 4-94 - Diferença percentual dos métodos no derrube para o ângulo de atrito de 20º no
muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS Hrd Hed Hrd Hed
min
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 20,00 0,74 1,50 259,21 477,03 207,37 405,68
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -50,67 -45,66 -48,88

82
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-95 - Diferença percentual no deslizamento pela base no método tradicional no muro
de suporte 4

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 30,00 25,00 20,00
Diferenças percentuais dos métodos - % 16,67 -23,33 -50,67

Quadro 4-96 - Diferença percentual no deslizamento pela base pelo EC7 no muro de suporte 4

EC7
Ângulo de atrito (graus) 30,00 25,00 20,00
C1 28,39 -15,48 -45,66
Diferenças percentuais dos métodos - %
C2 12,69 -23,19 -48,88

Deslizamento pela base


35,00
25,00
Diferença percentual entre métodos - %

15,00
5,00
-5,0020,00 25,00 30,00
Método tradicional
-15,00
EC7-combinação 1
-25,00
EC7-Combinação 2
-35,00
-45,00
-55,00
-65,00
Ângulo de atrito

Figura 4-31 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – deslizamento pela
base no muro 4
A verificação ao deslizamento pela base neste exemplo trás mais um dado novo, que é o facto
de conter um dente na base da sapata, ficando assim o ângulo de atrito solo-estrutura
dependente do ângulo de atrito do solo, já que estamos perante uma situação em que a
superfície de deslizamento é solo-solo.
Decidiu-se também neste caso abrir o leque no que diz respeito aos ângulos de atrito do solo
expostos no gráfico, como se pode constatar pela figura 4-31, e por essa mesma figura torna-
se evidente que só seria necessário efectuar o estudo até valores de ângulo de atrito do solo na
ordem de 25º, pois é quando em ambos os métodos o deslizamento pela base não verifica,
mas decidiu-se chegar ate ao valor 20º para se confirmar uma conclusão também importante
no que diz respeito à comparação de métodos.

Paulo J.C. Matos 83


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Tendo em conta o valor do ângulo de atrito do solo aplicado a este exemplo, (30º) torna-se
evidente que a combinação 2 é a combinação condicionante, isto porque, ao esta verificação
depender bastante do ângulo de atrito do solo-estrutura, que neste caso é solo-solo, depende
do valor do ângulo de atrito do solo, como na combinação 2 a resistência do solo é minorada
com um coeficiente parcial de 1,25 reduzindo assim a resistência em 25% e majorada em
cerca de 23% (para φ =30º) devido à minoração do ângulo de atrito que provoca um aumento
ao coeficiente activo, então este acumular torna a combinação mais condicionante que a 1,
que simplesmente majora as acções permanentes desfavoráveis em 35%.
Pegando na combinação condicionante, em que acumula uma majoração de 1,23 das acções
permanentes desfavoráveis com uma minoração de 1,25 das resistências, e tendo em conta
uma comparação mais facilitada com o método tradicional, considera-se que as acções são
majoradas em 1,54 contra o valor de 1,50 utilizado no método tradicional, já que se trata de
um solo incoerente, como tal, é visível a maior exigência por parte da combinação 2 do EC7,
tornando-se óbvio que o método tradicional é mais económico.
Como para o ângulo de atrito do solo 30º a diferença entre métodos foi muito pouca (1,54
para 1,50), decidiu-se realizar o cálculo também para o ângulo de atrito do solo 25º, e
constatou-se que o problema se invertia, ou seja, o EC7 passa a ser o método mais económico,
porque neste caso tem na mesma uma minoração da resistência de 25% mas uma majoração
de somente 18,76%, o que significa um acumular de 48,45%, logo exige menos que o método
tradicional (50%), tornando-se deste modo o EC7 como o método mais económico,
confirmando-se essa tendência com o ângulo de atrito do solo de 20º como se pode constatar
pela figura 4-31.
 Segurança à rotura do solo de fundação
Método tradicional
pr
Srot.de fund. (4.15)
qma

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação da


segurança à rotura do solo de fundação no método tradicional: (o FS mínimo nesta caso é 2,0
por trata-se do caso de uma obra real, como tal, existe um conhecimento completo das
características do solo)
S

EC7
qrd ≥ qed

Diferença percentual entre as acções e resistências, estritamente necessária para verificação da


segurança à rotura do solo de fundação no EC7:
qrd qed
qed

84
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 4 (Anexo IV), obteve-se valores


expostos no quadro seguinte:
Quadro 4-97 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um
ângulo de atrito de 30º no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 30,00 2,80 2,00 450,67 239,61 158,05 199,50
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % 40,00 88,20 -20,71

Quadro 4-98 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um
ângulo de atrito de 25º no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 25,00 0,92 2,00 163,43 267,80 64,15 226,38
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -54,00 -38,97 -71,66

Quadro 4-99 - Diferença percentual dos métodos na rotura do solo de fundação para um
ângulo de atrito de 20º no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS
FS qrd qult qrd qult
min
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 20,00 0,29 2,00 57,71 310,53 25,58 266,56
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 0,00
Diferença percentual dos métodos - % -85,50 -81,42 -90,40

Paulo J.C. Matos 85


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-100 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação no método tradicional no


muro de suporte 4

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 30,00 25,00 20,00
Diferença percentual no método tradicional - % 40,00 -54,00 -85,50

Quadro 4-101 - Diferença percentual na rotura do solo de fundação pelo EC7 no muro de
suporte 2
EC7
Ângulo de atrito (graus) 30,00 25,00 20,00
C1 88,20 -38,97 -81,42
Diferença percentual no EC7 - %
C2 -20,71 - 71,66 -90,40

Rotura do solo de fundação


100,00
Diferença percentual entre métodos

80,00
60,00
40,00
20,00 Método tradicional
0,00
-%

EC7-combinação 1
-20,0015,00 20,00 25,00 30,00 35,00
-40,00 EC7-Combinação 2
-60,00
-80,00
-100,00
Ângulo de atrito

Figura 4-32 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Rotura do solo de
fundação no muro de suporte 4
Neste exemplo decidiu-se inicialmente fazer variar o ângulo de atrito do solo do tardoz e da
fundação em conjunto como se pode verificar pela figura 4-32, e posteriormente variar
somente o ângulo de atrito do solo da fundação como se pode constatar pela figura 4-33, e
como é evidente pelas figuras o resultado continua o mesmo que o sucedido anteriormente,
em que a combinação 2 continua a condicionante, e o método tradicional o método mais
económico, uma vez que as margens entre as acções e as resistências são maiores para o
mesmo ângulo de atrito do solo em comparação com a combinação condicionante do EC7.
É necessário ter em conta que este exemplo trata o problema real de uma obra, como tal, foi
elaborado um relatório geotécnico do solo, o que significa que existe um conhecimento
completo das características do solo, então o factor de segurança global utilizado é 2,0, facto
que tornou o método tradicional ainda mais económico relativamente ao EC7, que o
utilizando anteriormente, 3,0.

86
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Rotura do solo de fundação


100,00

Diferença percentual entre métodos


80,00
60,00
40,00
20,00
Método tradicional
-% 0,00
EC7-combinação 1
-20,0015,00 20,00 25,00 30,00 35,00
-40,00 EC7-Combinação 2
-60,00
-80,00
-100,00
Ângulo de atrito do solo de fundação

Figura 4-33 - Ângulo de atrito do solo de fundação versus diferença percentual entre métodos
– Rotura do solo de fundação no muro de suporte 4
 Estabilidade Global
Método tradicional
estistências
S estabilidade global (4.16)
orças
Diferença percentual entre o factor de segurança global resultante e o estritamente necessário
para a verificação da estabilidade global no método tradicional:

EC7
Diferença percentual entre o “factor de segurança global” resultante e o estritamente
necessário para a verificação da estabilidade global no EC7:
S

Tendo em conta as propriedades do solo do exemplo 4 (Anexo IV), obteve-se valores


expostos no quadro seguinte:

Paulo J.C. Matos 87


ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-102 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de
atrito de 30º no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS
Fs FS min FS FS
min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 30,00 2,20 1,50 2,20 1,00 1,76 1,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q = 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 46,87 120,30 76,30

Quadro 4-103 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de
atrito de 25º no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional.
FS FS FS
Fs FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 25,00 1,78 1,50 1,78 1,00 1,42 1,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % 18,60 77,90 42,30

Quadro 4-104 - Diferença percentual dos métodos na estabilidade global para um ângulo de
atrito de 20º no muro de suporte 4
Método
EC7 - C1 EC7 - C2
tradicional
FS FS FS
Fs FS FS
min min. min.
Peso volúmico do solo
y´ = 20,00
(kN/m3)
Ângulo de atrito (graus) φ´ = 20,00 1,39 1,50 1,39 1,00 1,11 1,00
Coesão efectiva (kPa) c' = 0,00
2
Sobrecarga (kN/m ) q= 10,00
Diferença percentual dos métodos - % -7,47 38,80 11,10

88
ANÁLISES COMPARATIVAS CAPITULO 4

Quadro 4-105 - Diferença percentual na estabilidade global no método tradicional no muro de


suporte 4

Método tradicional
Ângulo de atrito (graus) 30,00 25,00 20,00
Diferença percentual no método tradicional - % 46,87 18,60 -7,47

Quadro 4-106 - Diferença percentual na estabilidade global pelo EC7 no muro de suporte 4
EC7
Ângulo de atrito (graus) 30,00 25,00 20,00
C1 120,30 77,90 38,80
Diferença percentual no EC7 - %
C2 76,30 42,30 11,10

Estabilidade global
125,00
Diferença percentual entre métodos - %

115,00
105,00
95,00
85,00
75,00
65,00 Método tradicional
55,00
45,00 EC7-combinação 1
35,00 EC7-Combinação 2
25,00
15,00
5,00
-5,00
-15,0015,00 20,00 25,00 30,00 35,00
Ângulo de atrito

Figura 4-34 - Ângulo de atrito versus diferença percentual entre métodos – Estabilidade
global no muro de suporte 4
Tal como nos exemplos anteriores e pelos mesmos motivos, o EC7 continua a ser o método
mais económico, e a combinação 2 a condicionante do EC7.
Mais uma vez, verificação foi realizada com auxílio do programa slide através do método
Bishop, fazendo-se as devidas substituições dos valores entre o método tradicional e o EC7.
Utilizou-se novamente o factor de segurança global de 1,5, já que é o valor utilizado pela
maioria das referências bibliográficas para este caso específico.

Paulo J.C. Matos 89


CONCLUSÃO

5. CONCLUSÃO
Como se pode constatar pelo tema desta dissertação, esta consistiu em determinar a influência
do Eurocódigo 7 (primeiro regulamento geotécnico em Portugal) no dimensionamento de
muros de suporte, e como se sabe este regulamento está dirigido para a vertente geotécnica,
como tal, as verificações ao derrube, deslizamento pela base, rotura do solo de fundação e
estabilidade global de um muro de suporte têm de ser necessariamente comparadas entre os
métodos tradicionais e o EC7, ficando-se assim a perceber qual a influência do EC7, que é o
mesmo que dizer, qual a influência que o novo regulamento traz a nível geotécnico nos muros
de suporte.
Ao longo da dissertação, nomeadamente no capítulo 3 e nos anexos, ficou atestado que o EC7
segue regras muito particulares e completamente diferentes do método tradicional no que diz
respeito ao dimensionamento. No EC7, inicialmente é necessário verificar o estado limite
último apropriado a usar para a verificação geotécnica em estudo, que no caso dos exemplos
que constam nos anexos utilizou-se GEO (utiliza-se na verificação de estados limites de rotura
do terreno) para todas as verificações, e tendo em conta a escolha deste estado limite é
imprescindível escolher a abordagem de cálculo a utilizar entre três abordagens, mas que
segundo o anexo nacional do EC7, em Portugal deve-se utilizar a abordagem de cálculo 1.
Sabendo isto, pode-se aplicar os respectivos coeficientes parciais tendo em conta as duas
combinações propostas pela abordagem de cálculo 1. No caso do método tradicional o
processo é bastante mais simples, abordando também de forma resumida, este consiste
simplesmente nas verificações geotécnicas, aplicando os factores de segurança global
respectivos.
Verificação ao derrube
Através das análises comparativas elaboradas no capítulo 4 foi possível chegar a várias
conclusões importantes relativas ao derrube. Pela análise alusiva ao exemplo 1, ficou
demonstrado que a combinação mais condicionante do EC7 varia com a variação do ângulo
de atrito do solo, no exemplo 1, para valores superiores de ângulo de atrito do solo a 38º a
combinação 2 é a condicionante, e para valores inferiores a combinação condicionante passa a
ser a combinação 1, o que evidência a necessidade de se proceder sempre ao cálculo das duas
combinações e demonstra o quanto a combinação 2 depende das características do solo, já que
nesta combinação os coeficientes parciais são diferentes de 1,0 para as características do solo,
minorando assim a resistência deste, e em simultâneo, consegue uma majoração das acções
por intermédio do cálculo do coeficiente activo, já que a minoração do ângulo de atrito do
solo provoca um aumento no coeficiente activo, e quanto maior é o ângulo de atrito do solo
maior será esse aumento, obtendo-se assim uma majoração das acções permanentes
desfavoráveis em função do ângulo de atrito do solo na combinação 2, (exemplo: para º
obtém uma ma oração apenas de e para º obtém uma ma oração de 1,31) e o
mesmo acontece com as acções variáveis desfavoráveis, embora que esta contenha uma
majoração fixa de 1,30, que acumula com a majoração obtida pela majoração do coeficiente
activo (exemplo: para φ = 15º obtém uma majoração de 1,11*1,3 = 1,44 e para φ = 40º obtém
uma majoração de 1,31*1,30 = 1,70).

90
CONCLUSÃO CAPITULO 5

Chegou-se também à conclusão, que o método mais económico na verificação ao derrube


varia com o ângulo de atrito do solo independentemente da combinação condicionante, se
tomarmos o exemplo 1, vamos verificar que no intervalo de ângulos de atrito do solo em que
a combinação 2 é a condicionante, o método mais económico altera em função do ângulo de
atrito do solo, ou seja, desde o ângulo de atrito 38º até 52º o EC7 é mais económico que o
método tradicional, para valores superiores a 52º o método tradicional passa a ser mais
económico que o EC7. No intervalo de ângulos de atrito em que a combinação 1 é a
condicionante, o EC7 vai ser sempre o método mais económico, porque a combinação 1 do
EC7 contem uma majoração de 1,35 para as acções permanentes desfavoráveis e 1,5 para as
acções variáveis desfavoráveis contra a majoração das acções permanentes e variáveis
desfavoráveis que depois de somadas é como se fossem majoradas com o valor de 1,50
devido ao factor de segurança global utilizado ser 1,50, e como tanto no método tradicional
como na combinação 1 as majorações são fixas, neste intervalo de ângulo de atrito do solo o
EC7 é sempre mais económico.
Na análise ao derrube respeitante ao exemplo 2, destaca-se que o facto de não existir uma
carga variável desfavorável tal como no caso anterior, o que provoca maior afastamento entre
a combinação 1 e a combinação 2 para valores superiores a 20º (ângulo de atrito do solo),
originando que neste exemplo só para valores na ordem dos 48º de ângulo de atrito do solo a
combinação 2 consegue atingir uma majoração superior (1,37) ao coeficiente parcial de 1,35
da combinação 1, logo, a combinação 2 só é mais condicionante que a combinação 1 para
ângulos de atrito do solo com valores superiores ao que aconteceu no exemplo 1 (48º em vez
de 38º), isto porque, a majoração das acções variáveis desfavoráveis para valores superiores a
20º (de ângulo de atrito do solo) é superior na combinação 2 ao verificado na combinação 1,
então não existindo as acções variáveis desfavoráveis, fica ao critério exclusivo das acções
permanentes desfavoráveis, logo, o intervalo de valores do ângulo de atrito do solo em que a
combinação 1 é a condicionante aumenta.
Como é evidente este facto vai trazer repercussões na avaliação do método mais económico,
e isso torna-se visível pelos valores resultantes no exemplo 2, em que só para valores
superiores ao ângulo de atrito do solo 48º a que o EC7 é mais económico que o método
tradicional (Rankine), facto este que torna o efeito inverso para valores superiores a 69º (φ =
70º para um coeficiente parcial de 1,51). Nas situações em que a combinação 1 é a
condicionante (ângulo de atrito do solo inferior a 48º), o EC7 é o mais económico, já que tem
uma “ma oração” das acções permanentes desfavoráveis de 1,5 contra 1,35 da combinação 1
do EC7, ambas fixas.
Comportamento de métodos de dimensionamento muito semelhante ao do exemplo 2 é o
encontrado no exemplo 4, em que também é usado como método tradicional o Rankine, além
da também ausência de carga variável. Embora a configuração do muro não seja a mesma,
neste caso não teve grande influência.
Ficou demonstrado nos exemplos 1, 2 e 4 que pela utilização de Rankine como método
tradicional, a variação do comportamento dos métodos de dimensionamento em função do
ângulo de atrito do solo na verificação ao derrube, está relacionado principalmente com os

Paulo J.C. Matos 91


CONCLUSÃO CAPITULO 5

coeficientes parciais no EC7 e factor de segurança global no Rankine, mas ao analisar a


verificação do derrube tendo como base de fundamento o exemplo 3, em que o método
tradicional passou a ser Coulomb, destaca-se outros pontos importantes, já que Coulomb ao
contrário de Rankine ( = o) considera o ângulo de atrito solo-estrutura igual a 2/3*φ e o EC7
para estruturas com o paramento interior inclinado também considera d ≠ 0, seguindo a
equação d = k*φcv,k.
Tendo a equação d = k*φcv,k como referência à que destacar um facto importante, que é a
possibilidade de o EC7 puder considerar a estrutura com betão pré-fabricado (k = 2/3) ou uma
estrutura betonada contra o terreno (k = 1), o que nesta última situação tornou o EC7 mais
económico que o método tradicional no exemplo 3, já que o ângulo de atrito solo-estrutura vai
ser superior no EC7 ( d = 1*φcv,k) que no método tradicional, ( =2/3*φ) fazendo com que o
valor do impulso vertical favorável se aproxime mais do impulso horizontal desfavorável no
EC7 que no método tradicional, provocando uma diminuição maior no momento derrubador
no EC7 que no método tradicional, por outro lado, se for considerada uma estrutura de betão
prefabricado no EC7 (k = 2/3), o método tradicional passaria a ser o método mais económico,
já que a relação da componente vertical do impulso do solo com a horizontal é menor que no
método tradicional, já que ficam apenas dependentes do valor do ângulo de atrito, já que o
valor de “k” é o mesmo.
Outro aspecto que importa também concluir, é que segundo o EC7 quando o ângulo do
paramento interior do muro é diferente de zero (θ ≠ temos k ≠ kq, ou seja, é necessário
calcular dois coeficientes activos, um coeficiente activo para o solo (ky) e outro para a
sobrecarga (kq), ao contrário do método tradicional em que o mesmo coeficiente activo servia
para os dois casos.
Deslizamento pela base
Outra das verificações geotécnicas também analisadas no capítulo 4 é o deslizamento pela
base, na qual também se chegou a várias conclusões importantes. É evidente a maior
subjectividade por parte do método tradicional num dos aspectos essenciais no deslizamento
pela base, que é no calculo do ângulo de atrito solo-estrutura na base da sapata, porque
embora em ambos os métodos este valor dependa da rugosidade da base da sapata, o EC7 é
mais especifico, porque o faz em função da maneira como a estruturas foi betonada, ou seja,
d = 2/3*φcv,d para betão pré-fabricado e d = 1*φcv,d para estruturas betonadas contra o
terreno, já no caso do método tradicional é em função da rugosidade da base, o que pode levar
a algum receito na utilização de certos valores devido à sua subjectividade, usando-se por isso
geralmente = 2/3*φ, embora que haja mais dois valores usados, = 1/2*φ para bases lisas e
= φ para bases rugosas. No exemplo 1, ficou bem evidente este facto, inicialmente ao se
considerar por parte do EC7 betão pré-fabricado, verificou-se que para um grande intervalo de
ângulos de atrito do solo a combinação 2 é a condicionante, porque além da minoração de
cerca de 25% das resistências (devido a minoração do ângulo de atrito do solo), acumula uma
majoração indirecta no coeficiente activo devido à minoração do ângulo de atrito, e tendo em
conta esta combinação e a consideração de k = 2/3, o método tradicional é o mais económico
para grande parte dos ângulos de atrito, só para valores bastante baixos do ângulo de atrito

92
CONCLUSÃO CAPITULO 5

isto se inverte, que no caso do exemplo 1, foi para valores inferiores a cerca de 20º.
Posteriormente considerou-se betão projectado contra o terreno, k = 1, e comparando a
combinação condicionante (que continua a ser a combinação 2 para a maioria dos ângulos de
atrito, já que não depende do valor do k) com o método tradicional, constatou-se que o EC7
passou a ser o método mais económico, devendo-se principalmente à resistência assumida
pelos dois métodos, enquanto no método tradicional o ângulo de atrito é multiplicado por 2/3
baixando desta forma a resistência, neste caso do EC7, o ângulo de atrito do solo é multiplica
por 1,0, onde o abaixamento de resistência produzido pela minoração do ângulo de atrito
(25%) fica muito aquém da redução que a multiplicação do ângulo de atrito por 2/3 provoca
na resistência.
Outro aspecto importante a ter em conta no deslizamento pela base é o factor de segurança
global utilizado. O valor correntemente utilizado é 1,50, mas quando se trata de solos
coerentes este valor passa a ser 2,0, e esta diferença de cerca de 50% resulta numa mudança
superior ao encontrado no EC7 quando se passa de um solo incoerente para um solo coerente,
como se pode constatar pela análise realizada ao exemplo 2, já que a principal mudança
encontrada no EC7 é a minoração da parcela da coesão, o que fará um menor efeito que a
diferença de 50% encontrada no método tradicional, e por isso, na análise feita ao exemplo 2,
identificou-se uma alteração do método mais económico, passando o EC7 a ser o método mais
económico numa situação em que se considerou betão pré-fabricado.
Outra situação interessante de analisar é com a inclusão de um dente na base da sapata, tal
como consta no exemplo 4, já que neste caso a superfície de deslizamento passa a ser solo-
solo, o que significa que a resistência vai estar dependente do ângulo de atrito do solo e não
do ângulo de atrito do solo-estrutura, e uma vez que a combinação 2 minora as características
do solo e em simultâneo majora a partir do coeficiente activo, torna o método tradicional mais
económico para a maioria dos ângulos de atrito do solo, como se pode constatar pela sua
análise (análise comparativa 4).
Rotura do solo de fundação
Nas quatros análises realizadas, conclui-se que esta verificação depende muito da capacidade
do solo, na qual os factores da capacidade de carga têm uma importância fulcral. Como é
evidente, quanto menor for o ângulo de atrito do solo, menor será os factores da capacidade
do solo e por consequência a capacidade do solo, facto este que evidência a importância da
combinação 2, já que esta tem a função de minorar o ângulo de atrito do solo, o que provoca
uma grande queda nos valores dos factores da capacidade do solo, e por consequência na
resistência do solo, tornando assim a combinação 2 a condicionante nos 4 exemplos.
Nos quatro casos estudados conclui-se que o método tradicional é o mais económico, porque
no método tradicional ao contrário da combinação 2 do EC7 não se minora as resistências, e
nem o factor de segurança global utilizado (3,0 no caso de um conhecimento parcial das
características do solo e 2,0 no caso de um conhecimento completo das características do
solo) chega para tornar o método tradicional mais exigente. É de salientar também que no
método tradicional o valor do factor de segurança global a utilizar varia em função do
conhecimento pelas características do solo e pelo tipo de estrutura que estamos a dimensionar,

Paulo J.C. Matos 93


CONCLUSÃO CAPITULO 5

tornando assim o dimensionamento mais exposto a critérios e sensatez dos projectistas que no
caso do EC7.
No exemplo 4 decidiu-se inicialmente fazer variar o ângulo de atrito do solo do tardoz e da
fundação em conjunto e posteriormente variar somente o ângulo de atrito do solo da fundação,
chegando-se à conclusão que o comportamento é semelhante, já que a combinação 2 continua
a condicionante, e o método tradicional o método mais económico, embora que quando baixa
o ângulo de atrito no tardoz do muro e também no solo de fundação provoca um efeito maior
quer num método quer no outro, isto porque ao baixar o ângulo de atrito do solo, aumenta as
forças horizontais e mantém as forças verticais, diminuindo assim os factores de inclinação,
provocando uma redução maior da capacidade do solo.
Estabilidade global
Nos 4 casos estudados conclui-se que esta verificação (realizada segundo o método Bishop,
com au ílio do programa “slide” dependente de forma fundamental da capacidade do terreno,
como tal a combinação 2 irá ter uma importância preponderante, uma vez que se trata da
combinação que minora as propriedades resistentes do solo, tornando-se a combinação
condicionante do EC7 nos quatro exemplos analisados.
Também se conclui, tendo em conta os quatro casos avaliados, que o EC7 é o método mais
económico, o que significa que, o abaixamento da capacidade resistente na combinação 2 não
é suficiente para tornar o EC7 mais exigente, tornando-se assim insuficiente perante um factor
de segurança global de 1,5 usado no método tradicional
Pelas razões expostas, pode-se concluir que há várias diferenças entre os métodos, em que
uma das mais importantes é a possibilidade que o EC7 tem de aplicar factores parciais, o que
permite trabalhar com os graus de confiança nos parâmetros, ao contrário do método
tradicional. Conclui-se também que o EC7 permitiu uma aproximação ao cálculo estrutural.

94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.eurocode7.com/downloads/Eurocode%207%20is%20coming.pdf
Bond, A e Harri, A (2003). Decoding Eurocode 7, Inglaterra (em inglês).
Castorina, V. (2007). Dimensionamento de estruturas de suporte flexíveis segundo o
Eurocódigo 7. Dissertação de mestrado. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,
Porto.
Correia, R. (2008) Eurocódigo 7, EN 1997 - Projecto Geotécnico. Encontro Nacional de
Engenharia de Estruturas. Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Disponível em:
http://estruturas2008.lnec.pt/20_document/S2B.pdf
Correia, R (2010) Eurocódigo 7 – Parte 1, Projecto geotécnico – Regras gerais. Seminário
Eurocódigos estruturais. Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Disponível em:
http://www.lnec.pt/qpe/eurocodigos/seminario_lisboa/EC7_Parte1_LNEC2010_RC.pdf
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FuturEng (consultado em Agosto de 2011). http://www.futureng.pt/eurocodigos.
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Matos Fernandes, M. (consultado em Maio de 2011). Questões essenciais e ponto da
situação. disponível em:
http://civil.fe.up.pt/pub/apoio/ano4/ms2/ano4_ms2_files/paper_CongGeot_2000.htm
Moreira, C. (consultado em Julho de 2011). Apontamentos das aulas das disciplinas
fundações 1. Departamento de Engenharia civil do Instituto superior de Engenharia de
Coimbra. Apontamentos não publicados.
Moreira, C. (2008). Muros de suporte. Departamento de Engenharia civil do Instituto superior
de Engenharia de Coimbra. Apontamentos não publicados.
Santos, J. (Consultado em Março de 2011) EC7 - Importância da Caracterização Geotécnica.
Apontamentos de apoio às aulas de fundações de estruturas, Mestrado em Engenharia de
estruturas, Instituto Superior Técnico. Disponível em:
http://www.civil.ist.utl.pt/~jaime/ME2.pdf
Smith, I. (Maio de 2006). Smith´s Elements of soil Mechanics, 8th edition. Disponível em:
http://sbe.napier.ac.uk/esm/

Paulo J.C. Matos 95


ANEXO I ANEXOS

ANEXOS
Anexo I: Aplicação dos métodos de dimensionamento ao muro de
suporte 1
 Aplicação do método tradicional (Rankine)

Figura I-1 - Esquema do muro de suporte 1 (Método tradicional)


Características do solo
- As características do solo no tardoz do muro e no solo de fundação são as mesmas.
φ´ = 38º
c´= 0 kPa
y = 18 kN/m3
y betão = 24 kN/m3
Cálculo do coeficiente activo – Ka
sen(φ
Ka (I-1)
sen(φ
φ 38º
– sen(38
Ka 38
sen(38

96
ANEXO I ANEXOS

Figura I-2 - Esquema dos pesos no muro de suporte 1 (método tradicional)


Cálculo de pesos
P1 = 44,16 kN/m
P2 = 173,88 kN/m
P3 = 28,80 kN/m

Figura I-3 - Esquema das tensões e dos impulsos horizontais do muro de suporte 1 (método
tradicional)
Cálculo das tensões activas horizontais
ha = Ka*y*d (I-2)
ha A = 2,38 kPa

Paulo J.C. Matos 97


ANEXO I ANEXOS

ha B = 2,38 + 21,41 = 23,79 kPa


- Não se considerou as tensões do lado passivo por segurança, devido à baixa altura do solo à
frente do muro de suporte, já que é possível a sua remoção.
Cálculo de impulsos
Ia = 53,52 kN/m
Iq = 11,89 kN/m
Verificação da estabilidade exterior do muro
 Derrube
est
S derrube (I-3)
derr

derr = 53,52*1,67 + 11,89*2,50 = 118,94 kNm/m

est 44,16*0,7 + 28,80*1,50 + 173,88*1,95 = 413,18 kNm/m


3 8
S derrube 3 7
8
Como o factor de segurança é maior ou igual a 1,5 verifica ao derrube.
 Deslizamento pela base
desl
S desl. (I-4)
desl

desl = 53,52 + 11,89 = 65,42 kN/m

desl ca V tg( (I-5)


Utilizando o valor corrente do ângulo de atrito solo-estrutura na base da sapata segundo
Rankine, tem-se: = 2/3*φ´.
φ 38 ; 3 38 33º

desl 88 73 88 tg 33 8 k m
8
S desl. 7

Como o factor de segurança é igual ou maior a 1,5 verifica ao deslizamento pela base.
 Segurança à rotura do solo de fundação
Mliq = est . - derr

Mliq = 413,18 – 118,94 = 294,24 kNm/m


liq
E
V

E m
8

98
ANEXO I ANEXOS

e E

3
e 3 m

3
m

Uma vez que e a resultante das forças cai dentro do núcleo, logo, não existe tracções na
base da sapata.
Capacidade de carga da fundação
Pr = Pressão de rotura
B = Largura de fundação
e = excentricidade
B´ = B – 2*e
L = Comprimento da fundação
y = Peso especifico do solo
c´ = Coesão
d = Profundidade da fundação
φ´ = Ângulo de atrito interno

N = tg2 (45 + )
tg
e 2
Factores de capacidade de carga, com N = tg (45+ /2)
Vésic:
Ny = 2(Nq-1)*tg (φ´)
D Coeficientes de Profundidade
dq d Kp

Para H paralelo a B (largura da sapata):


ic = (iqNq-1)*(Nq-1)
3
7 Coeficientes de inclinação
iq
V . . .cotg
3
i
V . . .cotg

pr Sc dc ic c c Sq dq iq q q S d i (I-6)

Como a sapata é contínua e a coesão é zero, a equação simplifica:

Paulo J.C. Matos 99


ANEXO I ANEXOS

pr dq iq q q d i (I-7)

φ´ = 38º
38
tg tg

tg tg38
e = e 8 3

= 2(Nq-1) tg ( ) = 2*(48,94-1) tg (38) = 74,90


D
dq d kp = 8
3

B´ = B – 2*e = 3 – 2*0,31 = 2,38 m


3
7
iq
8
3
i
8
q = 0,4*18 = 7,2 kN/m3

pr = 1,03*0,54*7,2*48,93 + ½*18*1,03*0,40*2,38*74,90 = 851,06 kPa


Tensão máxima aplicada
V
qma (I-8)

8
qma 3 7 kPa
38
pr
Srot.de fund. (I-9)
qma
8
Srot.de fund. 8
37
Consultando o quadro que nos fornece o factor de segurança global a usar nesta verificação
em função da estrutura e do conhecimento pelas características do solo, considerou-se
apropriado que o muro de suporte pertence à na categoria C (equiparando o muro de suporte a
edifícios de escritórios e habitação), e como existe um conhecimento limitado pelas
características do solo, deve-se considerar um factor de segurança global para a segurança à
rotura de solo de fundação de 3,0. Neste caso como o factor de segurança é 8,22 considera-se
verificada a segurança á rotura de solo de fundação. (Carlos Moreira, 2011)
 Estabilidade Global
Características do solo:
φ´ = 38º
c´ = 0 kPa

100
ANEXO I ANEXOS

y = 18 kN/m3
y betão = 24 kN/m3
Carga variável
10 kN/m2 distribuídos por 5 m = 50 kN/m
Método utilizado: Bishop

Figura I-4 - Estabilidade global do muro de suporte 1 – Método tradicional


estistências
S estabilidade global (I-10)
orças
S estabilidade global = 1,690
Como o factor de segurança é superior a 1,5 verifica à estabilidade global.
O Cálculo usado no método tradicional foi realizado seguindo como referência Moreira
(2008) e (2011).

Paulo J.C. Matos 101


ANEXO I ANEXOS

 Aplicação do EC7

Figura I-5 - Esquema do muro de suporte 1 (EC7)


Valores característicos do solo
φ k,fdn = φ k = 38 º
c´k,fdn = ck´ = 0 kPa
y k = y k,fund = 18 kN/m3
Valores de cálculo do solo
c´d = 0 kPa
yd = yk / yy = 18/1,0 = 18 kN/m3
Valor característico do betão
yck = 24 kN/m3
Valor de cálculo do betão
ycd = 24 kN/m3
Sobrecarga
qK = 10 kN/m2

102
ANEXO I ANEXOS

Figura I-6 - Esquema dos pesos no muro de suporte 1 (EC7)


Cálculo dos pesos
WGK 1 = 44,16 kN/m
WGK 2 = 173,88 kN/m
WGK 3 = 28,80 kN/m
∑ WGK = 246,84 kN/m
Cálculo das acções e das propriedades segundo o estado limite GEO/STR, recorrendo à
abordagem de cálculo 1:
Combinação 1
A1ʻʻ+” M1ʻʻ+” R1
Condições:
yF > 1
yM = 1
yR = 1
Propriedades do solo

k
Para φ´k = 38º, aplicando o factor parcial em tan- tan ,o valor de φ´d = 38º.

Paulo J.C. Matos 103


ANEXO I ANEXOS

Como estamos perante um muro de suporte com paramento interior vertical, segundo o EC7,
o coeficiente activo pode ser calculado segundo os gráficos do anexo C, e como neste caso se
considerou ângulo de atrito solo-estrutura igual a zero, o valor obtido desse gráfico nesta
condição é equivalente ao realizado por Rankine, para ambas as combinações.
sen(φ
Ka (I-9)
sen(φ
φ´d = 38º
sen(38
Ka 38
sen(38
Acções
Cálculo de tensões activas horizontais
ha = Ka* yd *d (I-10)
ha A = 2,38 kPa
ha B = 2,38 + 21,41 = 21,79 kPa
-Não se considerou as tensões do lado passivo por segurança.
Cálculo dos impulsos horizontais
HEk = 53,53 kN/m
Iqk = 11,89 kN/m
HEk total = 65,42 kN/m
Majoração das acções horizontais
Coeficiente parcial para as acções permanentes desfavoráveis é 1,35
HEd = 72,26 kN/m
Coeficiente parcial para as acções variáveis desfavoráveis é 1,50
Iqd = 17,84 kN/m
Impulso total de cálculo
HEd total = 90,10 kN/m
Combinação 2
A2 ʻʻ+” M2 ʻʻ+” R1
Condições:
yF > 1
yM > 1
YR =1
Propriedades do solo

104
ANEXO I ANEXOS

φ
Para φ 38 , aplicando o factor parcial tan- tan , o valor de φ d
3 .

O cálculo do coeficiente activo no EC7, segundo a equação de Rankine:


sen(φ
Ka (I-10)
sen(φ
φ d
3
sen(3
Ka 3 7
sen(3
Acções
Cálculo de tensões activas horizontais
ha = Ka*yd*d (I-11)
ha A = 3,07 kPa
ha B = 3,07 + 27,65 = 30,72 kPa
Cálculo dos impulsos horizontais
HEk = 69,11 kN/m
Iqk = 15,36 kN/m
HEK total = 84,47 kN/m
Majoração das acções horizontais
Coeficiente parcial para as acções permanentes desfavoráveis é 1,0
HEd = 69,11 kN/m
Coeficiente parcial para as acções variáveis desfavoráveis é 1,30
Iqd = 19,97 kN/m
HEd total = 89,08 kN/m
Verificação da estabilidade exterior do muro – Estados limites últimos
 Derrube (GEO)
MEd,dst Ed,stb

Combinação 1
HEd = 72,26 kN/m
Iqd = 17,84 kN/m
HEd total = 90,10 kN/m

Ek stb = 44,16*0,7 + 28,80*1,50 + 173,88*1,95 = 413,18 kNm/m

Ed stb R = yG,fav * Ek stb = 1,0 * 413,18 = 413,18 kNm/m

Paulo J.C. Matos 105


ANEXO I ANEXOS

Ed dst 72,26*1,67 + 17,84*2,50 = 165,03 kNm/m


3 8≥ 3
Combinação 2
HEd = 69,11 kN/m
Iqd = 19,97 kN/m
HEd total = 89,08 kN/m

Ek stb = 56,16*0,7 + 28,80*1,50 + 173,88*1,95 = 413,18 kNm/m

Ed stb = yG,fav * Ek stb = 1,0 * 413,18 = 413,18 kNm/m

Ed dst 69,11*1,67 + 19,97*2,50 = 165,11 kNm/m


3 8≥
Como as condições são conferidas, verifica ao derrube.
 Deslizamento pela base (GEO)

d ≥ Ed

Combinação 1
HEd = 72,26 kN/m
Iqd = 17,84 kN/m
HEd total = 90,10 kN/m
ca ∑ V tg d
d (I-12)

Considerando uma estrutura de betão pré-fabricado, o EC7 considera k = 2/3 na equação do


ângulo de atrito solo-estrutra, d = k*φ´cv,d
φ´cv,d = min (φ´d, φ´cv,k)
Como neste exemplo o valor do ângulo de atrito do solo no estado critica (φ´cv,k) não foi
indicado, o cálculo do valor do ângulo de atrito de solo-estrutura procedeu-se recorrendo ao
valor de cálculo do ângulo de atrito do solo, resultando daqui d = 25,33º para φ´d = 38º; YR =
1,0.
87 tg 33
d 8 k m

8 ≥
Combinação 2
Nesta combinação o procedimento é semelhante à combinação 1, em que considerando uma
estrutura de betão pré-fabricado, o EC7 considera k = 2/3 na equação do ângulo de atrito solo-
estrutra, d = k*φ´cv,d, resultando daqui d = 21,34º para φ´d = 32,01º; yR = 1,0.

106
ANEXO I ANEXOS

HEd = 69,11 kN/m


Iqd = 19,97 kN/m
HEd total = 89,08 kN/m
ca ∑ V tg d
d (I-13)

87 tg 3
d 3k m

3≥8 8
Como as condições são conferidas, verifica ao deslizamento pela base.
 Segurança à rotura do solo de fundação (GEO)
Combinação 1
HEd = 72,26 kN/m
Iqd = 17,84 kN/m
HEd total = 90,10 kN/m

Ek stb = 44,16*0,7 + 28,80*1,50 + 173,88*1,95 = 413,18 kNm/m

Ed stb = yG,desv* Ek stb = 1,35*413,18 = 557,79 kNm/m

Ed dst 72,26*1,67 + 17,84*2,50 = 165,03 kNm/m


Mliq = Ed stb R - Ed dst

Mliq = 557,79-165,03 = 392,76 kN.m/m


liq
E
Vd
3 7
E 8m
333 3

e E

3
8 3 m

3
m

omo e não existe tracções na base da sapata.

Capacidade de carga da fundação


Recorrendo ao anexo D do EC7

Paulo J.C. Matos 107


ANEXO I ANEXOS

c c bc Sc ic q q bq Sq iq bSi (I-14)
A
Como c´d = 0 kPa, a sapata encontra-se na horizontal e é contínua, fica:

q q iq i (I-15)
A
φ d = 38 º
q´ = y´*d =18*0,4 = 7,2 kN/m

tg tg38 38
q e tg e tg 8 3

Ny = 2(Nq-1) tg φ) = 2*(48,93-1) tg (38) = 74,89


B´ = B – 2*e = 3 – 2* 0,32 = 2,36 m
Considerando uma sapata contínua, portanto, L = infinito, temos:

mb (I-16)

Inclinação da carga causada por uma força horizontal


m
Edtotal
iq iq 3
333 3
m 3
Edtotal
i i 3
333 3
qult = 7,2*48,93*0,53 + ½*18*2,36*74,89*0,39 = 804,76 kPa
qult 8 7
q rd 8 7 kPa
V

Tensão máxima aplicada


Vd
q ed (I-17)

333 3
qed 37 kPa
3
qrd ≥ qed
804,76 ≥ 141,37
Combinação 2
HEd = 69,11 kN/m
Iqd = 19,97 kN/m
HEd total = 89,08 kN/m

Ek stb = 44,16*0,7 + 28,80*1,50 + 173,88*1,95 = 413,18 kNm/m


108
ANEXO I ANEXOS

Ed stb R = yG,desv* Ek stb = 1,0*413,18 = 413,18 kNm/m

Ed dst 69,11*1,67 + 19,97*2,50 = 165,11 kNm/m


Mliq = Ed stb R - Ed dst

Mliq = 413,18 – 165,11 = 248,07 kNm/m


liq
E
Vd
8 7
E m
8

e E

3
e m

3
m

Como e , pode-se considerar que a resultante das forças ainda cai dentro do núcleo,
portanto, considera-se que não existe tracções na base da fundação.
Capacidade de carga da fundação
Recorrendo ao anexo D do EC7

c c bc Sc ic q q bq Sq iq b Si (I-18)
A
Como c´d = 0 kPa, a sapata encontra-se na horizontal e é contínua, fica:

q q iq i (I-19)
A
φ k = 38 º; φ´d = 32,01º
q´ = y´*d = 18*0,4 = 7,2 kN/m

tg tg3 3
q e tg e tg 3

Ny = 2(Nq-1) tg(φ´) =2*(23,19-1) tg (32,01) = 27,74


B´ = B – 2*e = 3 – 2* 0,5 = 2 m
Considerando uma sapata contínua, portanto, L = infinito, temos:

mb (I-20)

Paulo J.C. Matos 109


ANEXO I ANEXOS

Inclinação da carga causada por uma força horizontal


m
E dtotal 8 8
iq iq
Vd 8
m 3
E dtotal 8 8
i i
Vd 8
qult = 7,2*23,19*0,41 + ½*18*2*27,74*0,26 = 199,23 kPa
qult 3
q rd 3 kPa
V

Tensão máxima aplicada


Vd
q ed (I-21)

8
3 kPa

qrd ≥ qed
3≥ 3
Como as condições são conferidas, verifica à rotura do solo de fundação.
 Estabilidade global (GEO)
Combinação 1
Valores de cálculo do solo
φ´d = 38 º
c´d = 0 kPa
yd = 18 kN/m3
Valor de cálculo do betão
ycd = 24 kN/m3
Carga variável
10 kN/m2 distribuídos por 5 m = 50 kN/m
Carga variável majorada
50*1,5 = 75 kN/m
Método utilizado: Bishop

110
ANEXO I ANEXOS

Figura I-7 - Estabilidade global do muro de suporte 1 – combinação 1


yR;e = 1,0
esistências minoradas 8≥ orças ma oradas
As resistências minoradas são maiores ou iguais às acções majoradas, como tal verifica a
condição.
Combinação 2:
Valores de cálculo do solo
φ´d = 32,01º
c´d = 0 kPa
yd = 18 kN/m3
Valor de cálculo do betão
ycd = 24 kN/m3
Carga variável
10 kN/m2 distribuídos por 5m = 50 kN/m
Carga variável majorada
50*1,3 = 65 kN/m
Método utilizado: Bishop

Paulo J.C. Matos 111


ANEXO I ANEXOS

Figura I-8 - Estabilidade global do muro de suporte 1 – combinação 2


yR;e = 1,0
esistências minoradas 8 ≥ orças minoradas
As resistências minoradas são maiores ou iguais às acções majoradas, como tal verifica a
condição.
O Cálculo usado no EC7 foi realizado seguindo como referência Smith (2006).

112
ANEXO II

Anexo II: Aplicação dos métodos de dimensionamento ao muro de


suporte 2
 Aplicação do método tradicional (Rankine)

Figura II-9 - Esquema do muro de suporte 2 (Método tradicional)


Características do solo:
- As características do solo no tardoz do muro e no solo de fundação são as mesmas.
φ´= 35º
c´ = 0 kPa
y = 18 kN/m3
y betão = 24 kN/m3
Cálculo de coeficiente activo – ka
sen(φ
Ka (II-1)
sen(φ
φ´= 35º
sen(3
Ka 7
sen(3

Paulo J.C. Matos 113


ANEXO II ANEXOS

Figura II-10 - Esquema dos pesos no muro de suporte 2 (Método tradicional)


Cálculo de pesos
P1 = 57 kN/m
P2 = 216 kN/m
P3 = 66 kN/m
Ptotal = 339 kN/m

Figura II-11 - Esquema das tensões activas horizontais do muro de suporte 2 (Método
tradicional)

114
ANEXO II ANEXOS

Cálculo de tensões activas horizontais


ha = Ka*y*d (II-2)
ha A = 0 kPa
ha B = 29,27 kPa
-Não se considerou as tensões do lado passivo por segurança, pois embora contenha 1 m de
solo junto ao muro, estes são passíveis de remoção facilmente.
Cálculo de impulso horizontal
Ia = 87,80 kN/m
Verificação da estabilidade exterior do muro
 Derrube
est
S derrube (II-3)
derr

est 57*0,63 + 216*1,85 + 66*1,38 = 526,45 kNm/m

derr 87,8*2 = 175,60 kNm/m

S derrube 3
7
Como o factor de segurança é maior ou igual a 1,5 verifica ao derrube.
 Deslizamento pela base
desl
S desl. (II-4)
desl

desl = 87,80 kN/m

desl ca V tg( (II-5)


Utilizando o valor corrente do ângulo de atrito solo-estrutura na base da sapata segundo
Rankine, tem-se: = 2/3*φ.
φ´= 35º; 3 3 3 33º
7 tg 3 33 3k m
3
Sdesl. 7
87 8
Como o factor de segurança é igual ou maior a 1,5 verifica ao deslizamento pela base.
 Segurança à rotura do solo de fundação
Mliq = est . - derr

Mliq = 526,45 – 175,60 = 350,86 kN.m/m


liq
E
V

Paulo J.C. Matos 115


ANEXO II ANEXOS

3 8
E 3m
( 7

e E

7
e 3 3 m

7
m

omo e não existe tracções na base da sapata.

Capacidade de carga da fundação


Pr = pressão de rotura
B = Largura de fundação
e = excentricidade
B´ = B – 2*e
L = Comprimento da fundação
y = Peso especifico do solo
c = Coesão
d = Profundidade da fundação
φ = Ângulo de atrito interno
Nc = (Nq-1) cotgφ
tg
Nq = N e 2
Factores de capacidade de carga, com N = tg (45+ /2)
Vésic:
Ny = 2(Nq-1) tg (φ´)
D
dq d Kp Coeficientes de Profundidade

Para H paralelo a B (largura da sapata):


ic = (iqNq-1)(Nq-1)
3
7 Coeficientes de inclinação
iq
V . . .cotg
3
i
V . . .cotg

pr Sc dc ic c c Sq dq iq q q S d i (II-6)

116
ANEXO II ANEXOS

Como a sapata é contínua e a coesão é zero, a equação simplifica:

pr dq iq q q d i (II-7)

φ´ = 35º
φ 3
tg tg 3
tgφ tg35
Nq = N e ´ = 3,69 e = 33,30
Ny = 2(Nq-1) tg ( ) = 2*(33,30 – 1)*tg(35) = 45,23
D
dq d kp = 3 7
7

B´ = B – 2*e = 2,75 – 2*0,345 = 2,07 m


3
7 87 8
iq
33
3
87 8
i
33
q = 1*18 =18 kN/m2

pr = 1,07*0,55*18*33,30 + ½*18*1,07*0,41*2,07*45,24 = 718,61 kPa


Tensão máxima aplicada
V
qma (II-8)

33
q ma 3 77 kPa
7
pr
Srot.de fund. (II-9)
qma
7 8
Srot.de fund. 3
3 77
Tal como no exemplo 1, neste caso também se achou apropriado considerar o muro de suporte
pertence à categoria C (equiparando o muro de suporte a edifícios de escritórios e habitação),
e como também existe um conhecimento limitado pelas características do solo, deve-se
considerar um factor de segurança global para a segurança à rotura de solo de fundação de
3,0. Neste caso como o factor de segurança é 4,39 considera-se verificada a segurança à rotura
de solo de fundação. (Carlos Moreira, 2011)
 Estabilidade Global
Características do solo:
φ´ = 35º
c´= 0 kPa

Paulo J.C. Matos 117


ANEXO II ANEXOS

y =18 kN/m3
Método utilizado: Bishop

Figura II-12 - Estabilidade global do muro de suporte 2 – Método tradicional


estistências
S estabilidade global (II-10)
orças
S estabilidade global = 2,059
Como o factor de segurança é superior a 1,5 verifica à estabilidade global
O Cálculo usado no método tradicional foi realizado seguindo como referência Moreira
(2008) e (2011).

118
ANEXO II ANEXOS

 Aplicação do EC7

Figura II-13 - Esquema do muro de suporte 2 (EC7)


Valores característicos do solo
φ´k,fdn = φ´k = 35º
c´k,fdn = c´k = 0 kPa
y k = y k,fund.= 18 kN/m3
Valores de cálculo do solo
φ´d,fdn = φ´d = 35º
c´d,fdn = c´d = 0 kPa
yd = yk / yy = 18/1,0 = 18 kN/m3
Valor característico do betão
yck = 24 kN/m3
Valor de cálculo do betão
ycd = 24 kN/m3

Paulo J.C. Matos 119


ANEXO II ANEXOS

Figura II-14 - Esquema dos pesos do muro de suporte 2 (EC7)


Cálculo dos pesos
WGK 1 = 57 kN/m
WGK 2 = 216 kN/m
WGK 3 = 66 kN/m
∑ WGK = 339 kN/m
Cálculo das acções e das propriedades segundo o estado limite GEO/STR, recorrendo à
abordagem de cálculo 1
Combinação 1
A1ʻʻ+” M1ʻʻ+” R1
Condições:
yF > 1
yM = 1
yR = 1
Propriedades do solo

φk
Para φ´k = 35º aplicando o factor parcial em tan- tan , o valor de φ´d = 35º

120
ANEXO II ANEXOS

Tal como no exemplo 2, estamos novamente perante um muro de suporte com paramento
interior vertical, em que, segundo o EC7 o coeficiente activo pode ser calculado segundo os
gráficos do anexo C, e como neste caso se considerou ângulo de atrito solo-estrutura igual a
zero, o valor obtido desse gráfico nesta condição é equivalente ao realizado por Rankine, para
ambas as combinações.
sen(φ
Ka (II-11)
sen(φ
φ d 3 º
sen(3
Ka 7
sen(3
Acções
Cálculo de tensões activas horizontais
ha = Ka* yd *d (II-12)
ha A = 0 kPa
ha B = 29,27 kPa
-Não se considerou as tensões do lado passivo por segurança
Cálculo do impulso horizontal
HEk = 87,80 kN/m
Majoração da acção horizontal
Coeficiente parcial para as acções permanentes desfavoráveis é 1,35
HEd = 118,53 kN/m
Combinação 2
A2 ʻʻ+” M2 ʻʻ+” R1
Condições:
yF > 1
yM > 1
YR =1
Propriedades do solo

k
Para φ´k 3 º aplicando o factor parcial em tan- tan , o valor de φ´d .

O cálculo do coeficiente activo pelo EC7, segundo a equação de Rankine:


sen(φ
Ka (II-13)
sen(φ

Paulo J.C. Matos 121


ANEXO II ANEXOS

φ d º
sen(
Ka 3 3
sen(
Acções
Cálculo de tensões activas horizontais
ha = Ka*yd*d (II-14)
ha A = 0 kPa
ha B = 37,09 kPa
Cálculo do impulso horizontal
HEk = 11,28 kN/m
Majoração da acção horizontal
Coeficiente parcial para as acções permanentes desfavoráveis é 1,0
HEd = 111,28 kN/m
Verificação da estabilidade exterior do muro – Estados limites últimos
 Derrube (GEO)
MEd,stb ≥ MEd,dst
Combinação 1
HEd = 118,53 kN/m

Ek stb = 57*0,63 + 216*1,85 + 66*1,38 = 526,45 kNm/m

Ed stb = yG,fav * Ek stb = 1,0 * 526,45 = 526,45 kNm/m

Ed dst 118,53 * 2 = 237,06 kNm/m


≥ 37
Combinação 2
HEd = 111,28 kN/m

Ek stb = 57*0,63 + 216*1,85 + 66*1,38 = 526,45 kNm/m

Ed stb = yG,fav * Ek stb = 1,0 * 526,45 = 526,45 kNm/m

Ed dst 111,28*2 = 222,55 kNm/m



Como as condições são conferidas, verifica ao derrube.
 Deslizamento pela base (GEO)

d ≥ Ed

Combinação 1

122
ANEXO II ANEXOS

HEd = 118,53 kN/m


ca ∑ V tg d
d (I-15)

Considerando uma estrutura de betão pré-fabricado, o EC7 considera k = 2/3 na equação do


ângulo de atrito solo-estrutra, d = k*φ´cv,d
φ´cv,d = min (φ´d, φ´cv,k)
omo neste e emplo o valor do ângulo de atrito do solo no estado critica ( cv,k) não foi
indicado, o cálculo do valor do ângulo de atrito de solo-estrutura procedeu-se recorrendo ao
valor de cálculo do ângulo de atrito do solo, resultando daqui d = 23,33º para φ´d = 35º; yR =
1,0.
33 tg 3 33
d 3k m

3 8 3
Combinação 2
HEd = 111,28 kN/m
Aqui o procedimento é semelhante à combinação 1, em que se considerou uma estrutura de
betão pré-fabricado, na qual o EC7 considera k = 2/3 na equação do ângulo de atrito solo-
estrutra, d = k*φ´cv,d, resultando daí d = 19,50º; φ´d = 29,26º; yR = 1,0
ca ∑ V tg d
d (II-16)

33 tg
d 7k m

7 8
Como as condições são conferidas, verifica ao deslizamento pela base.
 Segurança á rotura do solo de fundação (GEO)
Combinação 1
HEd = 118,53 kN/m

Ek stb = 57*0,63 + 216*1,85 + 66*1,38 = 526,45 kNm/m

Ed stb = yG,desv * Ek stb = 1,35 * 526,45 = 710,71 kNm/m

Ed dst 118,53*2 = 237,06 kNm/m


Mliq = Ed stb R - Ed dst

Mliq = 710,71 - 237,06 = 473,65 kN.m/m


liq
E
Vd

Paulo J.C. Matos 123


ANEXO II ANEXOS

73
E 3m
7

e E

7
3 3 m

7
m

Uma vez que e , ou seja, a resultante das forças cai dentro do núcleo, não existe tracções
na base da sapata.
Cálculo das tensões instaladas na base de fundação
Capacidade de carga da fundação
Recorrendo ao anexo D do EC7

c c bc Sc ic q q bq Sq iq bSi (II-17)
A
Como c´d = 0 kPa, a sapata encontra-se na horizontal e é contínua, fica:

q q iq i (II-18)
A
φ k = 35º

tg φ tg3 3
q e tg e tg 33 3

Ny = 2(Nq-1) tg(φ´) =2*(33,30-1) tg (35) = 45,23


q´ = d*y´= 1*18 = 18 kN/m2
B´ = B – 2*e = 2,75 – 2* 0,345 = 2,07 m
Considerando uma sapata contínua, portanto, L = infinito, temos:

mb (II-19)

Inclinação da carga causada por uma força horizontal


mb
Edtotal 8 3
iq iq
Vd 7
mb 3
Edtotal 8 3
i i
Vd 7
qult = 18*33,30*0,55 + ½*18*2,07*45,23*0,41 = 671,89 kPa

124
ANEXO II ANEXOS

qult 7 8
q rd 7 8 kPa
V

Tensão máxima aplicada


Vd
q ed (II-20)

7
qed kPa
7
qrd ≥ qed
671,89 ≥ 221,10
Combinação 2:
HEd = 111,28 kN/m

Ek stb = 57*0,63 + 216*1,85 + 66*1,38 = 526,45 kNm/m

Ed stb = yG,desv * Ek stb = 1,0 * 526,45 = 526,45 kNm/m

Ed dst 111,28*2 = 222,55 kNm/m


Mliq = Ed stb R - Ed dst

Mliq = 526,45 – 222,55 = 303,90 kN.m/m


liq
E
Vd
3 3
E m
33

e E

7
e 7 m

7
8m

Uma vez que e , a resultante das forças cai fora do núcleo, logo, existe tracções na sapata.
Neste caso existiria necessidade de reformulação da base da sapata para que este facto
deixasse de ocorrer, da forma como está descrito na análise comparativa 2.
Capacidade de carga da fundação
Recorrendo ao anexo D do EC7

c c bc Sc ic q q bq Sq iq b Si (II-21)
A
Como c´d = 0 kPa, a sapata encontra-se na horizontal e é contínua, fica:

Paulo J.C. Matos 125


ANEXO II ANEXOS

q q iq i (II-22)
A
φ´k = 35º; φ´d = 29,26º
q´ = y´*d = 18*1 = 18 kN/m2

tgφ φ tg
q e tg e tg

Ny = 2(Nq-1) tg( ) = 2*(16,92-1) tg (29,26) = 17,84


B´ = B – 2*e = 2,75 – 2* 0,475 = 1,79 m
Considerando uma sapata contínua, portanto, L = infinito, temos:

mb (II-23)

Inclinação da carga causada por uma força horizontal


m
Edtotal 8
iq iq
Vd 33
m 3
Edtotal 8
i i 3
Vd 33
qult = 18*16,92*0,45+½*18*1,79*17,84*0,30 = 224,69 kPa
qult
q rd kPa
V

Tensão máxima aplicada


Vd
q ed (II-24)

33
qed 8 8 kPa
7
qrd ≥ qed

224,69 ≥ 189,08
No que diz respeito à capacidade resistente do solo as condições são conferidas nas duas
combinações, mas havia necessidade de se redimensionar a base da sapata no que diz respeito
à combinação 2.
 Estabilidade global (GEO)
Combinação 1
Valores de cálculo do solo
φ´d = 35º
c´d = 0 kPa
126
ANEXO II ANEXOS

yd = 18 kN/m3
Valor de cálculo do betão
ycd = 24 kN/m3
Método utilizado: Bishop

Figura II-15 - Estabilidade global do muro de suporte 2 – combinação 1


yR;e = 1,0
esistências minoradas ≥ orças ma oradas
Combinação 2
Valores de cálculo do solo
φ´d = 29,26º
c´d = 0 kPa
yd = 18 kN/m3
Valor de cálculo do betão
ycd = 24 kN/m3
Método utilizado: Bishop

Paulo J.C. Matos 127


ANEXO II ANEXOS

Figura II-16 - Estabilidade global do muro de suporte 2 – combinação 2


yR;e = 1,0
esistências minoradas 8≥ orças minoradas
Como as resistências minoradas são maiores ou iguais às acções majoradas, verifica as
condições.
O Cálculo usado no EC7 foi realizado seguindo como referência Smith (2006).

128
ANEXOS III

Anexo III: Aplicação dos métodos de dimensionamento ao muro


de suporte 3
 Aplicação do método tradicional

Figura III-17 - Esquema do muro de suporte 3 (método tradicional)


Características do solo:
φ´ = 36º
φ´ fund.= 40º
c´= c´fund. = 0 kPa
y = y fund.= 19 kN/m3
y betão = 24 kN/m3
( b
m

( b
θ tan 7 3º

tan-

q = 10 kN/m2
Neste problema é aplicado o método Coulomb devido à inclinação do paramento interior do
muro, mas como se trata de um caso em que a geometria e as solicitações são simples
(paramento e superfície do terreno rectilíneos e inexistência de sobrecargas que não sejam

Paulo J.C. Matos 129


ANEXO III ANEXOS

uniformes), é tratado analiticamente, recorrendo-se á seguinte fórmula para determinação do


coeficiente activo. (Matos Fernandes, 2005)
Cálculo de coeficiente activo – ka
cos(
Ka
sen( sen( (III-1)
cos cos( . cos( cos(

(Matos Fernandes, 2005)


φ´ = 36º
= 14º
= θ = 7,13º

2 = 2/3*φ = 24º
Ka 0,348

Figura III-18 - Esquema dos pesos no muro de suporte 3 (método tradicional)


Cálculo de pesos
P1 = 24 kN/m
P2 = 96 kN/m
P3 = 24 kN/m

130
ANEXO III ANEXOS

Figura III-19 - Esquema dos impulsos activos (método tradicional)


Cálculo do impulso permanente (solo)
Ia = ½*Ka*y*H2 (III-2)
Ia = ½*0,348*19*42 = 52,90 kN/m
Cálculo do impulso variável (sobrecarga)
Iq = q*ka*H (III-3)
Iq = 10*0,348*4 = 13,92 kN/m
Decomposição dos impulsos
Em impulsos horizontais
Iah = 52,90*cos(θ+ ) = 52,90*cos(7,2+24) = 45,25 kN/m
Iqh = 13,92*cos(θ+ ) = 13,92*cos(7,2+24) = 11,91 kN/m
Em impulsos verticais
Iav = 52,90*sen(θ+ ) = 52,90*sen(7,2+24) = 27,40 kN/m
Iqv = 13,92* sen(θ+ ) = 13,92*sen(7,2+24) = 7,21 kN/m
Verificação da estabilidade exterior do muro
 Derrube
est
S derrube (III-4)
derr

Paulo J.C. Matos 131


ANEXO III ANEXOS

est k mm
3 3

est 7 7 3 k mm
3 3

Sderrube 77
3
Como o factor de segurança é maior ou igual a 1,5 verifica ao derrube.
 Deslizamento pela base
desl
S desl. (III-5)
desl

desl 45,25+11,91 – (27,4+7,21)*tg(24) = 41,75 kN/m

desl a V tg( (III-6)


φ´fund.= 40º

1 = 2/3* φ´fund.= 26,67º


tg 7 7 3 k m
7 3
Sdesl. 73
7
Como o factor de segurança é igual ou maior a 1,5 verifica ao deslizamento pela base.
 Segurança à rotura do solo de fundação
Mliq = est . - derr

Mliq = 144 – 21,30 = 122,70 kN.m/m


liq
E
V
7
E m
( 7 7

e E

e 3 m

333 m

Como e não existe trações na base da sapata.

Capacidade de carga da fundação


Pr = Pressão de rotura
B = Largura de fundação

132
ANEXO III ANEXOS

e = excentricidade
B´ = B – 2*e
L = Comprimento da fundação
y = Peso especifico do solo
c = Coesão
d = Profundidade da fundação
φ = Ângulo de atrito interno
Nc = (Nq-1) cotgφ´
tgφ
Nq = N e ´ 2
Factores de capacidade de carga, com N = tg (45+ /2)
Vésic:
Ny = 2(Nq-1) tg (φ´)
D
dq d Kp
Coeficientes de Profundidade
Para H paralelo a B (largura da sapata):
ic = (iqNq-1)(Nq-1)
3
7 Coeficientes de Profundidade
iq
V . . .cotg
3
i
V . . .cotg

pr Sc dc ic c c Sq dq iq q q S d i (III-7)

Como a sapata é contínua e a coesão é zero, a equação simplifica:

pr dq iq q q d i (III-8)

ϕ´ fund.= 40º
φ
tg tg
tg tg40
Nq = e = 4,60 e = 64,20
Ny = 2(Nq-1) tg ( ) = 2*(64,20-1) tg (40) =106,05
3
7 (
iq 7
78
3
i 3
78

Paulo J.C. Matos 133


ANEXO III ANEXOS

D
dq d kp = 87 8

q = 1*19 = 19 KN/m2

B´= B – 2*e = 2- 2*0,31 = 1,37 m


pr = 1,08*0,47*19*64,20+1/2*19*1,08*0,31*1,37*106,05 = 1090,55 kPa
Tensão máxima aplicada
V
qma (III-9)

78
qma kPa
37
pr
Srot.de fund. (III-10)
qma

Srot.de fund. 83

Este caso é semelhante ao exemplo 1 e exemplo 2 no que diz respeito à utilização do factor de
segurança global mais apropriado, uma vez que o muro de suporte também pertence à
categoria C (equiparando o muro de suporte a edifícios de escritórios e habitação), e como
também existe um conhecimento limitado pelas características do solo, logo, deve-se
considerar um factor de segurança global para a segurança à rotura de solo de fundação de
3,0. Neste caso como o factor de segurança é 8,39 considera-se verificada a segurança à rotura
de solo de fundação. (Carlos Moreira, 2011)
 Estabilidade Global
Características do solo:
φ´ = 36º
φ´ fund.= 40º
c´= c´fund. = 0 kPa
y = y fund.= 19 kN/m3
ybetão = 24 kN/m3
( b
m

( b
θ tan 7 3º

tan-

q = 10 kN/m2
Considerando que a carga está distribuída ao longo de uma faixa de 4 m:
q = 10 kN/m2*4m = 40 kN/m

134
ANEXO III ANEXOS

Método utilizado: Bishop

Figura III-20 - Estabilidade global do muro de suporte 3 - Método tradicional


estistências
S estabilidade global (III-11)
orças
S estabilidade global = 2,361
Como o factor de segurança é superior a 1,5 verifica à estabilidade global.
O Cálculo usado no método tradicional foi realizado seguindo como referência Moreira
(2008) e (2011).

Paulo J.C. Matos 135


ANEXO III ANEXOS

 Aplicação do EC7

Figura III-21 - Esquema do muro de suporte 3 (EC7)


Valores característicos do solo
φ k = 36º
φ´cvk = 30º
φ k,fdn = 40º
c´k,fdn = c´k = 0 kPa
y k = y k,find = 19 kN/m3
Valores de cálculo do solo
c´d = 0 kPa
yd = yk / yy = 19/1,0 = 19 kN/m3
Valor característico do betão
yck = 24 kN/m3
Valor de cálculo do betão
ycd = 24 kN/m3

136
ANEXO III ANEXOS

Figura III-22 - Esquema de pesos do muro de suporte 3 (EC7)


Cálculo dos pesos
WGK 1 = 24 kN/m
WGK 2 = 96 kN/m
WGK 3 = 24 kN/m
∑ WGK = 144 kN/m
Cálculo das acções e das propriedades segundo o estado limite GEO/STR, recorrendo à
abordagem de cálculo 1
Combinação 1
A1ʻʻ+” M1ʻʻ+” R1
Condições:
yF > 1
yM = 1
yR = 1
Propriedades do solo

k
Para φ´k = 36 º, aplicando o factor parcial tan- tan , fica φ´d =36 º

Segundo o EC7 o ângulo de atrito solo-estrutura é realizado segundo a equação seguinte:

d= k*φ´cv,d (III-12)

Paulo J.C. Matos 137


ANEXO III ANEXOS

k = 1 para estruturas betonadas contra o terreno


φ´cv,d = min (φ´d, φ´cv,k) (III-13)
φ´cv,d = min (36º, 30º) = 30º

d= k*φ´cv,d

d= 1*30 = 30º
Interface entre o solo e a base de fundação
φ´k,fdn = 40º

k
Para φ k = 40 º, aplicando o factor parcial em tan- tan , o valor de φ d = 40 º

d, fundação = k* φ d (III-14)

d, fundação = 1*40 = 40º

Figura III-23 - Esquema de impulsos activos (EC7)


Cálculo do coeficiente activo
Este valor foi realizado tendo em conta as indicações presentes no anexo C do EC7, seguindo
os passos sugeridos por este, portanto:
φ´ = - 36º = - 0,628 Radianos
= 14º = 0,244 Radianos
= θ = 7,13º = 0,126 Radianos

d = -30º = -0,524 Radianos

138
ANEXO III ANEXOS

sen(
acos
sen( (III-15)
mt

sen(
acos sen(
(III-16)
mw

v mt mw θ (III-17)
sen sen( mw .v.tan(
kn e
sen sen( mt (III-18)
ky = kn.cos( ).cos( – θ (III-19)
sen(
acos sen( –( 8 –
8
mt 7

sen(
acos sen( –( 8 –(
8
mw 8 3

v = 0,765 + 0,244 – 0,853 – 0,126 = 0,031


sen 8 sen( 8 3 ( 8 . 3 .tan( 8
kn e 3
sen 8 sen( 7 ( 8
ky = 0,315*cos(0,244).cos(0,244 – 0,126) = 0,304
Cálculo do impulso activo horizontal do solo
Pahk1 = 46,15 kN/m
Pahd1 = ½*yG*Ky*yd*H2 (III-20)
Pahd1 = ½*1,35*0,304*19*42 = 62,3 kN/m
Cálculo do impulso activo vertical do solo
Pavk1 = 35,04 kN/m
Pavd1 = Pahd1* tan(θ + d) = 62,3*tan(7,2+30) = 47,3 kN/m
Cálculo do coeficiente activo para a sobrecarga
2
kq = kn.cos( (III-21)
kq = 0,315.cos(0,244)2 = 0,297
Cálculo do impulso activo horizontal devido à sobrecarga
Pahk2 = 11,87 kN/m
Pahd2 = yQ*Kq*qQk*H (III-22)
Pahd2 = 1,5*0,297*10*4 = 17,8 kN/m
HEd = 62,3 + 17,8 = 80,2 kN/m

Paulo J.C. Matos 139


ANEXO III ANEXOS

Cálculo do impulso activo vertical devido à sobrecarga


Pavk2 = 9 kN/m
Pavd2 = Pahd2* tan(θ + d) = 17,8*tan(7,2+30) = 13,5 kN/m
Pavd = 47,3 + 13,5 = 60,8 kN/m
Combinação 2
A2 ʻʻ+” M2 ʻʻ+” R1
Condições:
yF > 1
yM > 1
YR =1
Propriedades do solo

k
Para φ´k = 36º, aplicando o factor parcial tan- tan , o valor de φ´d = 30,2º

O valor do ângulo de atrito solo-estrutura segundo o EC7, é obtido segundo a equação:

d= k*φ´cv,d (III-23)
k = 1 para estruturas betonadas contra o terreno
φ´cv,d = min (φ´d, φ´cv,k) (III-24)
φ´cv,d = min(30,2º, 30º) = 30º

d= k*φ´cv,d

d= 1*30 = 30º
Interface entre o solo e a base de fundação:
φ k,fdn = 40º

k
Para φ k = 40 º, aplicando o factor parcial tan- tan , o valor de φ d =33,9 º

d, fundação = k* φ d (III-25)

d, fundação = 1*33,9 = 33,9º


Cálculo do coeficiente activo
φ´ = - 30,2º = - 0,527 Radianos
º Radianos
= θ = 7,13º = 0,126 Radianos

d = -30º = -0,524 Radianos

140
ANEXO III ANEXOS

sen(
acos
sen( (III-26)
mt

sen(
acos sen(
(III-27)
mw

v mt mw θ (III-28)
sen sen( mw .v.tan(
kn e
sen sen( mt (III-29)
ky = kn.cos( ).cos( – θ (III-30)
sen(
acos sen( –( 7 –
7
mt 7

sen(
acos sen( –( 7 –(
7
mw 8

v = 0,676 + 0,244 – 0,580 – 0,126 = 0,214


sen sen( 8 ( . .tan(
kn e
sen sen( 7 (
ky = 0,40*cos(0,244).cos(0,244 – 0,126) = 0,385
Cálculo do impulso activo horizontal do solo
Pahk1 = 58,5 kN/m
Pahd1 = ½*yG*Ky*yd*H2 (III-31)
Pahd1 = ½*1,0*0,385*19*42 = 58,5 kN/m
Cálculo do impulso activo vertical do solo
Pavk1 = 44,4 kN/m
Pavd1 = Pahd1*tan(θ + d) = 58,5*tan(7,2+30) = 44,48 kN/m
Cálculo do coeficiente activo da sobrecarga
2
kq = kn.cos( (III-32)
kq = 0,40.cos(0,244)2 = 0,377
Cálculo do impulso activo horizontal devido à sobrecarga
Pahk2 = 15,1 kN/m
Pahd2 = yQ*Kq*qQk*H (III-33)
Pahd2 = 1,3*0,377*10*4 = 19,6 kN/m
HEd = 58,5 + 19,6 = 78,1 kN/m

Paulo J.C. Matos 141


ANEXO III ANEXOS

Cálculo do impulso activo vertical devido à sobrecarga


Pavk2 = 11,4 kN/m
Pavd2 = Pahd2* tan(θ + d) = 19,6*tan(7,2+30) = 14,87 kN/m
Pavd = 44,4 + 14,8 = 59,2 kN/m
Verificação da estabilidade exterior do muro – Estados limites últimos
 Derrube (GEO)
MEd,stb ≥ MEd,dst
Combinação 1
Pahd1 = 62,3 kN/m
Pahd2 = 17,8 kN/m
Pavd1 = 47,3 kN/m
Pavd2 = 13,5 kN/m

Ed stb k mm
3 3

Ed dst 3 78 73 3 83 k mm
3 3
≥83
Combinação 2
Pahd1 = 58,5 kN/m
Pahd2 = 19,60 kN/m
Pavd1 = 44,48 kN/m
Pavd2 = 14,87 kN/m

Ed stb k mm
3 3

Ed dst 8 87 7 k mm
3 3
≥ 7
Como as condições são conferidas, verifica ao derrube.
 Deslizamento pela base (GEO)

d ≥ Ed

Combinação 1
HEd = 62,3 + 17,8 – (47,3 + 13,5)*tg(30) = 45,05 kN/m

142
ANEXO III ANEXOS

ca ∑ V tg d
d (III-34)

d, fundação = 40º; yR = 1,0


tg
d 83 k m

83 ≥
Combinação 2
HEd = 58,5 + 19,6 – (44,48+14,87)*tg(30) = 43,93 kN/m
ca ∑ V tg d
d (III-35)

d, fundação = 1*33,9 = 33,9º; yR = 1,0


tg 33
d 7 k m

96,76 ≥ 43,93
Como a condição é conferida, verifica ao deslizamento pela base.
 Segurança à rotura do solo de fundação (GEO)
Combinação 1

Ed stb = 144*1,35 = 194,4 kNm/m

Ed dst 8,34 kNm/m


Mliq = Ed stb R - Ed dst

Mliq = 194,4 – 8,34 = 135,66 kN.m/m


liq
E

3
E 73 m
7

e E

73 7m

333 m

Uma vez que e não existe tracções na sapata.

Cálculo das tensões instaladas na base de fundação


Capacidade de carga da fundação

Paulo J.C. Matos 143


ANEXO III ANEXOS

Recorrendo ao anexo D do EC7

c c bc Sc ic q q bq Sq iq bSi (III-36)
A
Como c´d = 0 kPa, a sapata encontra-se na horizontal e é contínua, fica:

q q iq i (III-37)
A
φ k fundação = 40 º
q´ = y´*d = 19*1,0 = 19 kN/m2

tg tg
q e tg e tg

Ny = 2(Nq- tg = 2*(64,20 - 1) tg (40) = 106,06


B´ = B – 2*e = 2 – 2* 0,27 = 1,46 m
Considerando uma sapata contínua, portanto, L = infinito, temos:

mb (III-38)

Inclinação da carga causada por forças horizontais


m
Edtotal 37 78
iq iq 7
Vd 7
m 3
Edtotal 37 78
i i 3
Vd 7
qult = 19*64,20*0,47 + ½*19*1,46*106,06*0,32 = 1047,61 kPa
qult 7
q rd 7 kPa
V

Tensão máxima aplicada


Vd
q ed (III-39)

7
qed 7 kPa

qrd ≥ qed

7 ≥ 7
Verifica, pois confere a condição.
Combinação 2:

Ed stb = 144 kNm/m

144
ANEXO III ANEXOS

Ed dst = 9,75 kNm/m


Mliq = Ed stb R - Ed dst

Mliq = 144 – 9,75 = 134,25 kN.m/m


liq
E
Vd
3
E m
33

e E

e 3 m

333 m

Uma vez que e ≥ , a resultante das forças cai fora do núcleo, portanto, existe tracções na base
da sapata. Neste caso teríamos de recorrer à reformulação da base da sapata tal como está
demonstrado na análise comparativa referente a este exemplo.
Capacidade de carga da fundação
Recorrendo ao anexo D do EC7

c c bc Sc ic q q bq Sq iq b Si (III-40)
A
Como c´d = 0 kPa, a sapata encontra-se na horizontal e é contínua, fica:

q q iq i (III-41)
A
φ k = 40 º; φ d = 33,87 º
q´ = y´*d = 19*1,0 = 19 KN/m2

tg φ tg33 87 33 87
q e tg e tg 8 8

Ny = 2(Nq-1) tgφ = 2*(28,98-1) tg (33,87) = 37,56


B´ = B – 2*e = 2 – 2* 0,34 = 1,32 m
Considerando uma sapata contínua, portanto, L = infinito, temos:

mb (III-42)

Inclinação da carga causada por forças horizontais


m
Edtotal 78
iq iq 38
Vd 33
Paulo J.C. Matos 145
ANEXO III ANEXOS

m 3
Edtotal 78
i i 3
Vd 33
qult = 19*28,98*0,38+½*19*1,32*37,56*0,23 = 318,51 kPa
qult 3 8
q rd 3 8 kPa
V

Tensão máxima aplicada


Vd
q ed (III-43)

33
qed kPa
3
qrd ≥ qed

3 8 ≥
Verifica, pois confere a condição.
 Estabilidade global (GEO)
Combinação 1
Características do solo:
φ´k = 36º
φ´k,fdn = 40º
c´d = 0 kPa
yd = 19 kN/m3
ycd = 24 kN/m3
Considerando que a carga está distribuída ao longo de uma faixa de 4 m:
q = 10 kN/m2*4m = 40 kN/m
Majorando a carga variável:
q = 40*1,5 = 60 kN/m
Método utilizado: Bishop

146
ANEXO III ANEXOS

Figura III-24 - Estabilidade global no muro de suporte 3 - combinação 1


yR;e = 1,0
esistências minoradas ≥ orças ma oradas
As resistências minoradas são maiores ou iguais às acções majoradas, como tal verifica a
condição.
Combinação 2
Características do solo:
φ´k = 30,2º
φ´k,fdn = 33,87º
c´d = 0 kPa
yd = 19 kN/m3
ycd = 24 kN/m3
Considerando que a carga está distribuída ao longo de uma faixa de 4 m:
q = 10 kN/m2*4m = 40 kN/m
Majorando a carga variável:
q = 40*1,3 = 52 kN/m
Método utilizado: Bishop

Paulo J.C. Matos 147


ANEXO III ANEXOS

Figura III-25 - Estabilidade Global no muro de suporte 3 – Combinação 2


yR;e = 1,0
esistências minoradas 78 ≥ orças minoradas
As resistências minoradas são maiores ou iguais às acções majoradas, como tal verifica a
condição.
O Cálculo usado na aplicação do EC7 foi realizado seguindo como principais referências
Bond e Harris (2003) e Frank, et al (2006)

148
ANEXO IV

Anexo IV: Aplicação dos métodos de dimensionamento ao muro


de suporte 4
 Aplicação do método tradicional

Figura IV-26 - Esquema do muro de suporte 4 (Método tradicional)


Características do solo
- As características do solo no tardoz do muro e no solo de fundação são as mesmas.
φ´ = 30º
c´ = 0 kPa
y = 20 kN/m3
y betão = 24 kN/m3
Cálculo do coeficiente activo – Ka
sen(φ
Ka (IV-1)
sen(φ
φ 30º
sen(3
Ka 333
sen(3

Paulo J.C. Matos 149


ANEXO IV ANEXOS

Figura IV-27 - Esquema dos pesos no muro de suporte 4 (Método tradicional)


Cálculo de pesos
P1 = 56,16 kN/m
P2 = 547,96 kN/m
P3 = 97,92 kN/m
P4 = 6,00 kN/m

Figura IV-28 - Esquema das tensões activas horizontais do muro de suporte 4 (Método
tradicional)

150
ANEXO IV ANEXOS

Cálculo de tensões activas horizontais


ha = Ka*y*d (IV-2)
ha A = 0 kPa
ha B = 0 kPa
ha C = 56,73 kPa
-Não se considerou as tensões do lado passivo por segurança, pois embora contenha 2,35 m de
solo junto ao muro, estes são passíveis de remoção. Considerando-se porém o impulso
passivo referente ao dente na base da sapata.
hp C = 30 kPa
Cálculo de impulso horizontal
Ia = 241,40 kN/m
Ip = 7,5 kN/m
Verificação da estabilidade exterior do muro
 Derrube
est
S derrube (IV-3)
derr

38
est 7 3 7 8 8 k mm

derr 8 – 83 8 k m m
3
8
S derrube 3 7
83 8
Como o factor de segurança é maior ou igual a 1,5 verifica ao derrube.

Paulo J.C. Matos 151


ANEXO IV ANEXOS

 Deslizamento pela base

Figura IV-4 – Superfície de deslizamento no muro de suporte 4


desl
S desl. (IV-4)
desl

7
desl 3 8k m
cos ( cos (

desl ca V tg( (IV-5)


φ 3 ; 3 º, pois estamos perante uma situação de atrito solo-solo devido ao dente
aplicado tal como ilustra nas figuras.
7
desl tg 3 8K m
cos (
8
Sdesl. 7
3 8
Como o factor de segurança é igual ou maior a 1,5 verifica ao deslizamento pela base.
 Segurança à rotura do solo de fundação
Mliq = est . - derr

Mliq = 2096,85-683,08 = 1413,73 kN.m/m


liq
E
V

152
ANEXO IV ANEXOS

3 73
E 7 m
(7 8

e E

e m

8 m

Como e não há tracção na base da sapata.

Capacidade de carga da fundação


Pr = Pressão de rotura
B = Largura de fundação
e = excentricidade
B´ = B – 2*e
L = Comprimento da fundação
y = Peso especifico do solo
c = Coesão
d = Profundidade da fundação
φ´ = Ângulo de atrito interno

tg
tg
e 2
Factores de capacidade de carga, com N = tg (45+ /2)
Vésic:
Ny = 2(Nq-1)*tg ( )
D Coeficientes de Profundidade
dq d Kp

Para H paralelo a B (largura da sapata):


ic = (iqNq-1)*(Nq-1)
3
7 Coeficientes de inclinação
iq
V . . .cotg
3
i
V . . .cotg
(IV-6)
pr Sc dc ic c c Sq dq iq q q S d i

Paulo J.C. Matos 153


ANEXO IV ANEXOS

Como a sapata é contínua e a coesão é zero, a equação simplifica:

pr dq iq q q d i (IV-7)

φ´ = 30º
φ 3
tg tg 3
tg tg30
Nq = N e = 3e =18,40
Ny = 2(Nq-1) tg (φ´) = 2*(18,40-1) tg (30) = 20,09
D
dq d kp = 3 8
3

B´ = B – 2*e = 5,10 – 2*0,55 = 3,99 m


3
7 ( 7
iq
7 8
3
7
i 3
8
q0 = d*y´d = 1,3*20 = 26 kN/m3
pr = 1,08*0,45*26*18,40 + ½*20*1,08*0,30*3,99*20,09 = 497,21 kPa
Tensão máxima aplicada
V
qma (IV-8)

7 8
qma 77 kPa
3
pr
Srot.de fund. (IV-9)
qma
7
Srot.de fund. 8
77
Como este muro é um caso real e foram executadas sondagens, o que permite ter um certo
grau de confiança nos parâmetros do solo (fornecidos num relatório geotécnico), e
considerando o muro de suporte na categoria C (equiparando o muro de suporte a edifícios de
escritórios e habitação), considera-se o factor de segurança global verificado para a segurança
à rotura de solo de fundação se este for maior ou igual a 2. Neste caso como o factor de
segurança é 2,80 considera-se verificada a segurança à rotura de solo de fundação. (Carlos
Moreira, 2011)
 Estabilidade Global
Características do solo:

154
ANEXO IV ANEXOS

φ´ = 30º
c´ = 0 kPa
y = 20 kN/m3
y betão = 24 kN/m3
Método utilizado: Bishop

Figura IV-5 - Estabilidade global do muro de suporte 4 – Método tradicional


estistências
S estabilidade global (IV-10)
orças
S estabilidade global = 2,203
Como o factor de segurança é superior a 1,5 verifica à estabilidade global
O Cálculo usado no método tradicional foi realizado seguindo como referência Moreira
(2008) e (2011).

Paulo J.C. Matos 155


ANEXO IV ANEXOS

 Aplicação do EC7

Figura IV-6 - Esquema do muro de suporte 4 (EC7)


Valores característicos do solo
φ k,fdn = φ k = 30 º
c´k,fdn = c´k = 0 kPa
yk = yk fund = 20 kN/m3
Valores de cálculo do solo
c´d = 0 kPa
yd = yk / yy = 20/1,0 = 20 kN/m3
Valor característico do betão
yck = 24 kN/m3
Valor de cálculo do betão
ycd = 24 kN/m3

156
ANEXO IV ANEXOS

Figura IV-7 -Esquema dos pesos do muro de suporte 4 (EC7)


Cálculo dos pesos:
WGK 1 = 56,16 kN/m
WGK 2 = 547,96 kN/m
WGK 3 = 97,92 kN/m
WGK 4 = 6,00 kN/m
∑ WGK = 708,02 kN/m
Cálculo das acções e das propriedades segundo o estado limite GEO/STR, recorrendo à
abordagem de cálculo 1
Combinação 1
A1ʻʻ+” M1ʻʻ+” R1
Condições:
yF > 1
yM = 1
yR = 1

Paulo J.C. Matos 157


ANEXO IV ANEXOS

Propriedades do solo

k
Para φ´k = 30º, aplicando o factor parcial em tan- tan o valor de φ´d = 30º.

Tal como no exemplo 1 e 2, como estamos perante um muro de suporte com paramento
interior vertical, segundo o EC7 o coeficiente activo pode ser calculado segundo os gráficos
do anexo C, e como neste caso se considerou ângulo de atrito solo-estrutura igual a zero, o
valor obtido desse gráfico nesta condição é equivalente ao realizado por Rankine, para ambas
as combinações.
sen(
Ka (IV-11)
sen(
φ´d = 30º
sen(3
Ka 333
sen(3
Acções
Cálculo de tensões activas horizontais
ha = Ka* yd *d (IV-12)
ha A = 0 kPa
ha B = 0 kPa
ha C = 0,333*20*(9,1-0,59) = 56,73 kPa
Cálculo do impulso activo horizontal
HEk = 241,40 kN/m
Majoração da acção horizontal
Coeficiente parcial para as acções permanentes desfavoráveis é 1,35
HEd = 325,89 kN/m
Cálculo de tensões passivas horizontais (devido ao dente instalado na base da sapata)
ha C = 3*20*0,5 = 30 kPa
Cálculo do impulso passivo horizontal
HRk = 7,5 kN/m
Majoração da acção horizontal
Coeficiente parcial para as acções permanentes favoráveis é 1,0
HRd = 7,5 kN/m
Combinação 2
A2 ʻʻ+” M2 ʻʻ+” R1

158
ANEXO IV ANEXOS

Condições:
yF > 1
yM > 1
YR =1
Propriedades do solo

k
Para φ k
3 , aplicando o factor parcial em tan- tan , o valor de φ d
7 .

O cálculo do coeficiente activo no EC7, segundo a equação de Rankine:


sen(
Ka (IV-13)
sen(
φ´d = 24,79º
sen( 7
Ka
sen( 7
Acções
Cálculo de tensões activas horizontais
ha = Ka*yd*d (IV-14)
ha A = 0 kPa
ha B = 0 kPa
ha C = 0,41*20*(9,1-0,59) = 69,63 kPa
Cálculo do impulso horizontal
HEk = 296,29 kN/m
Majoração da acção horizontal
Coeficiente parcial para as acções permanentes desfavoráveis é 1,0
HEd = 296,29 kN/m
Cálculo de tensões passivas horizontais (devido ao dente instalado na base da sapata)
hp C = 2,44*20*0,5 = 24,44 kPa
Cálculo do impulso passivo horizontal
HRk = 6,11 kN/m
Majoração da acção horizontal
Coeficiente parcial para as acções permanentes favoráveis é 1,0
HRd = 6,11 kN/m
Verificação da estabilidade exterior do muro – Estados limites últimos

Paulo J.C. Matos 159


ANEXO IV ANEXOS

 Derrube (GEO)
MEd,stb ≥ MEd,dst
Combinação 1
HEd = 325,89 kN/m
HRd = 7,5 kN/m
38
est 7 3 7 8 8 k mm

Ed dst 3 8 8 –7 3 3k m
3
8 ≥ 3 3
Combinação 2
HEd = 296,29 kN/m
HRd = 6,11 kN/m
38
est 7 3 7 8 8 k mm

Ed dst 8 – 83 k m
3
8 ≥ 83
Como as condições são conferidas, verifica ao derrube.
 Deslizamento pela base (GEO)

d ≥ Ed

Combinação 1
HEd = 325,89 kN/m
HRd = 7,5 kN/m
3 8 7
desl 3 k m
cos ( cos (
∑ V
∑ V 7 m
cos
ca ∑ V tg d
d (IV-15)

φ´d = 30º; d = 30º; yR = 1,0


7 tg 3
d 8k m

8 3

160
ANEXO IV ANEXOS

Combinação 2
HEd = 296,29 kN/m
HRd = 6,11 kN/m

desl 8 k m
cos ( cos (
∑ V
∑ V 7 k m
cos
ca ∑ V tg d
d (IV-16)

φ´k = 30º; φd´ = 24,79º d = 24,79º; yR = 1,0


7 tg 7
d 3 8 k m

3 8 8
Como as condições são conferidas, verifica ao deslizamento pela base.
 Segurança à rotura do solo de fundação (GEO)
Combinação 1
HEd = 325,89 kN/m
HRd = 7,5 kN/m

Ek stb = 2096,81 kNm/m

Ed stb = yG,desv * Ek stb = 1,35 * 2096,85 = 2830,75 kNm/m

Ed dst 923,03 kNm/m


Mliq = Ed stb R - Ed dst

Mliq = 2830,75-923,03 = 1907,66 kN.m/m


liq
E
Vd
7
E m
83

e E

8 m

Paulo J.C. Matos 161


ANEXO IV ANEXOS

Uma vez que e , ou seja, a resultante das forças cai dentro do núcleo, não existe tracções
na sapata.
Cálculo das tensões instaladas na base de fundação
Capacidade de carga da fundação
Recorrendo ao anexo D do EC7

c c bc Sc ic q q bq Sq iq bSi (IV-17)
A
Como c´d = 0 kPa, a sapata encontra-se na horizontal e é contínua, fica:

q q iq i (IV-18)
A
φ k =30 º = φ d =30 º

tg tg3 3
q e tg e tg 8

Ny = 2(Nq-1) tg φ) = 2*(18,40-1) tg (30) = 20,09


q´ = d*y´d = 1,3*20 = 26 kN/m2
B´ = B – 2*e = 5,10 – 2* 0,55 = 3,99 m
Considerando uma sapata contínua, portanto, L = infinito, temos:

mb (IV-19)

Inclinação da carga causada por forças horizontais


m
Edtotal 3 8 –7
iq iq
Vd 83
m 3
Edtotal 3 8 –7
i i 3
Vd 83
qult = 26*18,4*0,44 + ½*20*3,99*20,09*0,30 = 450,67 KPa
qult 7
q rd 7 kPa
V

Tensão máxima aplicada


Vd
q ed (IV-20)

83
qed 3 kPa
3
qrd ≥ qed

162
ANEXO IV ANEXOS

450,67 ≥ 239,61
Verifica, pois confere a condição.
Combinação 2:
HEd = 296,29 kN/m
HRd = 6,11 kN/m

Ek stb = 2096,81 KNm/m

Ed stb = yG,desv* Ek stb = 1,0 * 2096,81 = 2096,81 KNm/m

Ed dst Ek dst = 839,44 kNm/m


Mliq = Ed stb R - Ed dst

Mliq = 2096,81 – 839,44 = 1257,37 kN.m/m


liq
E
Vd
7 37
E 78 m
7 8

e E

e 78 77 m

8 m

Uma vez que e , a resultante das forças cai dentro do núcleo, logo, não existe tracções na
base da sapata.
Capacidade de carga da fundação
Recorrendo ao anexo D do EC7

c c bc Sc ic q q bq Sq iq b Si (IV-21)
A
Como c´d = 0 kPa , a sapata encontra-se na horizontal e é continua, fica:

q q iq i (IV-22)
A
φ k = 30 º = φ d = 24,79 º

tg tg 7 7
q e tg e tg 3

Ny = 2(Nq-1) tg φ´) = 2*(10,43-1) tg (24,79) = 8,71


q´ = d*y´d = 1,3*20 = 26 kN/m2
B´ = B – 2*e = 5,10 – 2* 0,77 = 3,55 m

Paulo J.C. Matos 163


ANEXO IV ANEXOS

Considerando uma sapata contínua, portanto, L = infinito, temos:

mb (IV-23)

Inclinação da carga causada por forças horizontais


m
Edtotal
iq iq 3
Vd 7 8
m 3
Edtotal
i i
Vd 7 8
qult = 26*10,43*0,35+½*20*3,55*8,71*0,21 = 158,05 kPa
qult 8
q rd 8 kPa
V

Tensão máxima aplicada


Vd
q ed (IV-24)

7 8
qed kPa
3
qrd ≥ qed

8 ≥
Não verifica, pois a condição referente à combinação 2 não verifica.
 Estabilidade global (GEO)
Combinação 1
Características do solo:
φ´d = φ´d,fdn = 30º
c´d = c´d fund = 0 kPa
yd = 20 kN/m3
ycd = 24 kN/m3
Método utilizado: Bishop

164
ANEXO IV ANEXOS

Figura IV-8 - Estabilidade global do muro de suporte 4 – combinação 1


yR;e = 1,0
esistências minoradas 3≥ orças ma oradas
As resistências minoradas são maiores ou iguais às acções majoradas, como tal verifica a
condição.
Combinação 2
Características do solo:
φ´d = φ´d,fdn = 24,79º
c´d = c´d fund = 0 kPa
yd = 20 kN/m3
ycd = 24 kN/m3
Método utilizado: Bishop

Paulo J.C. Matos 165


ANEXO IV ANEXOS

Figura IV-9 - Estabilidade global do muro de suporte 4 – combinação 2


YR;e = 1,0
esistências minoradas 7 ≥ orças minoradas
As resistências minoradas são maiores ou iguais às acções majoradas, como tal verifica a
condição.
O Cálculo usado na aplicação do EC7 foi realizado seguindo como principais referências
Bond e Harris (2003) e Frank, et al (2006)

166
ANEXO IV ANEXOS

Como já foi dito anteriormente, estamos perante um projecto que engloba quatro muros de
suporte, como se pode observar pela figura 4-10. A secção em estudo está assinalada com um
círculo no contraforte, localizada no muro de suporte 2 (M 2), quer na planta quer no alçado.
Na figura 4-10 é apresentado o perfil da secção do muro em estudo.

M1 M2 M3 M4

Figura IV-10 – Planta do muro M1,M2,M3 e M4

Figura IV-11 – Alçado do muro de suporte M1 e M2


M1 M2

Paulo J.C. Matos 167


ANEXO IV ANEXOS

Figura IV-12 – Perfil da secção em estudo (Corte 6 – Muro 2 – Tramo 2)


Estados limites de serviço
Não foi efectuado o cálculo explícito dos estados limites de serviço em nenhum dos casos,
porque se considerou que existe comprovada experiência comparável com o terreno, estrutura
e o método de construção semelhantes. Além disso em nenhuma das situações é necessário
requerer o valor da deformação para verificar o estado limite de utilização, podendo-se então
considerar de uma forma simplificada segundo o EC7 que, é mobilizada uma fracção do
terreno suficientemente baixa da resistência do terreno, mantendo assim as deformações
aquém dos limites de aptidão.
O valor da deformação só é requerido em determinadas situações especiais, que se encontram
enumeradas no capítulo 9 do EC7, portanto, na maioria dos muros de suporte, tal como
acontece com os exemplos incluídos nesta dissertação e, desde que seja possível fazer uma
comparação com outro muro com as mesmas características, pode-se considerar simplesmente
que as deformações estão aquém do limite, não sendo necessário nesse caso recorrer ao
cálculo explícito.
Relatório geotécnico e anexo do relatório geotécnico
De seguida é apresentado o relatório geotécnico, e os seguintes elementos que constam no
anexo do relatório geotécnico que são importantes para a secção do muro em estudo: o
desenho relativo aos principais alinhamentos da prospecção, a sondagem S3 e o perfil EF.

168

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