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BIOLÓGICAS
Meu Artigo » Educação » Avaliação do ensino/aprendizagem: Um discurso político
Biologia
desvinculado da realidade do educando
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Saúde Avaliação do ensino/aprendizagem: Um discurso
Sexualidade
político desvinculado da realidade do educando
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Engenharias
Por: ROBERTO GIANCATERINO
Física
Informática "A avaliação do ensino/aprendizagem só faz
Matemática sentido para o aluno, quando é um processo
Química contínuo com vista à reflexão crítica sobre a
prática e não apenas configurada por uma
classificação e um discurso político vago
desvinculado da realidade do educando”.
HUMANAS
Roberto Giancaterino
Administração
Artes A avaliação está sempre presente nas
Biografia atividades humanas, uma vez que, se está
Brasil constantemente estabelecendo comparações
Educação entre coisas e valores diferentes (ou
Espanhol semelhantes), obrigando as pessoas a fazerem
Filosofia escolhas, nem sempre fáceis. Dentro do
Folclore ambiente educacional não é diferente, a
Geografia avaliação ocupa lugar de destaque, sendo que
além dos alunos, os professores as instituições
Gramática
também são avaliados.
História
História do Brasil Todavia, em decorrência de padrões históricossociais, que se tornaram crônicos nas práticas
História Geral pedagógicas, a avaliação no ensino assumiu a prática de “provas e exames”, gerando na opinião de
Inglês estudiosos um desvio no uso da avaliação. Assim, ao invés de ser um instrumento favorável a
Literatura construção de resultados satisfatórios, tornouse um meio para classificar os educandos e decidir sobre a
ONG fase subseqüente. Deixando, muitas vezes, de cumprir com seu papel, que é auxiliar o crescimento do
Pedagogia aluno, e não decidir sobre ele.
Poemas e Poesias
O ideal é que a avaliação considere a relação mútua existente entre os aspectos qualitativos e
Política quantitativos da vida escolar do educando. Para isso, deve assumir várias formas, umas mais
Português sistemáticas, outras menos, umas mais formais, ou mais informais. Sendo assim, o resultado das
Psicologia avaliações será apenas o reflexo do trabalho do professor. Isto porque, avaliar é um processo que exige
Redação comprometimento e perseverança do professor para vencer os obstáculos que surgem.
Religião
Sociologia Na ação pedagógica a avaliação sempre se justifica em função dos objetivos previstos, que vão nortear o
processo ensinoaprendizagem, que se define o que e como julgar, ou seja, o que e como avaliar. A
avaliação pode ser entendida como um processo de análise qualitativa referente ao ensino e
aprendizagem entre os alunos. Sendo esta, conseqüência de uma abordagem que envolve, além do
DIVERSOS aluno, o ambiente escolar e principalmente o professor. A avaliação possibilita verificar se os objetivos
Acordo ortográfico foram atingidos e realizados em sala de aula. Através de formas diferentes é possível avaliar o
desenvolvimento do aluno, e assim, obter o resultado para dar continuidade no processo de ensino.
Atualidades
Concursos Vasconcellos (1994:43) destaca a avaliação como sendo “um processo abrangente da existência
Concursos Públicos humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas
Curiosidades resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os
Drogas obstáculos”.
Conforme destaca Granlund apud Sousa (1994:30), a avaliação é um processo contínuo, ligado a todo
bom ensino e aprendizagem. Podendo ser definida como um processo sistemático, determinando a
extensão na quais os objetivos educacionais foram alcançados pelos alunos. De acordo com o próprio
autor, há dois aspectos fundamentais nesta definição, (1) a avaliação implica um processo sistemático,
omitindo observações casuais, nãocontroladas a respeito dos alunos; (2) sempre pressupõe que
objetivos educacionais sejam previamente identificados.
Corroborando com o autor Dias Sobrinho (1995), também enfatiza que a principal questão da avaliação
é a qualidade, termo portador de uma semântica dispersa, especialmente quando referida à educação.
Como é sempre o caso de valores, mergulhado em sistemas filosóficos, político, ético e cultural, a noção
de qualidade educativa é variável no tempo, no espaço e, sobretudo nas diversas organizações
intersubjetivas.
Todavia, os resultados da avaliação têm sido utilizados como um instrumento de questionamento em
busca da qualidade e eficiência nas instituições de ensino no conjunto de seus serviços. Assim, avaliar
os resultados supõe também que exista uma metodologia adequada de coleta de informações que,
evidentemente, precisam ser objetivas.
Vale salientar que, o conceito de avaliação é muito abrangente e contextualiza descrições qualitativas e
quantitativas da atuação do aluno, enquanto permanece no espaço escolar e mais, emite julgamento de
valor no que se refere às metas propostas. Sendo assim, a avaliação acontece independente de medidas
estabelecidas. No entanto, fazse necessário desenvolver uma série de ações sistemáticas que visam
buscar fins comuns.
A avaliação, portanto, representa um trabalho participativo, no qual há o engajamento de toda a
comunidade educacional na busca de êxitos, tendo como perspectiva a continuidade da aprendizagem e
um conhecimento de qualidade. Neste caso, a avaliação deve ser compreendida com um processo
mediador onde os pressupostos de caráter qualitativo sirvam como subsídio para uma contínua reflexão
do trabalho educacional.
De acordo com Luckesi (1991:27), o tema avaliação, vem ganhando foros de independência da relação
professoraluno. Ancorados pelas idéias do autor é possível perceber que a avaliação vem sendo
direcionada para um contexto unicamente classificatório, sob o qual são desenvolvidos testes e provas
que visam analisar unicamente o conteúdo, no sentido teórico e desvinculado da realidade do
educando.
A impressão que se tem é que as notas não possuem relação com a aprendizagem. Tratase apenas de
um fetiche cujos propósitos levam a conclusão que a seletividade é o objetivo principal da avaliação. No
entanto, é importante observar que a avaliação não pode ser usada como instrumento reducionista,
como se avaliar pudesse limitarse à aplicação de meios, para coleta de dados com posterior mensuração
ou valor. Neste sentido, “o diagnóstico de dificuldades e facilidades não deve ser compreendido como
um veredicto, mas sim, como uma análise da situação atual do educando, em função das condições de
ensino que irão sendo oferecidas” (Sousa, 1994:227).
Além disso, de acordo com D’ambrósio (1999:37), “não há testes que respondam com exatidão ao que
o aluno deve saber em determinada idade ou em determinada etapa, contudo, cada aluno é um
indivíduo com estilo e ritmo próprio de aprendizagem”. E neste contexto, a realidade educacional não
demonstra clareza dos propósitos que a avaliação deve alcançar, principalmente porque, na maioria das
vezes, ela assume um caráter mecanicista e limitador das potencialidades do educando.
Neste aspecto, de acordo com Albuquerque & Silva (1995:9), a avaliação deve deixar de ser um
momento terminal no processo educativo para “transformarse na busca incessante de compreensão das
dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento”. Entretanto, na
medida em que a ação avaliativa exerce uma função dialogada e interativa, ela promove os seres morais
e intelectualmente, tornandose críticos e participativos, inseridos no contexto social e político.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação é um processo contínuo que deve ocorrernos mais diferentes momentos do trabalho. A
verificação e a qualificação dos resultados da aprendizagem no início, durante e no final das unidades
didáticas, visam sempre diagnosticar e superar dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a
continuarem dedicandose aos estudos. A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir o seu
verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bemsucedida.
A condição necessária para que isso aconteça é de que a avaliação deixe de ser utilizada como um
recurso de autoridade, que decide sobre os destinos do educando, e assuma o papel de auxiliar o
crescimento. É neste sentido que os professores encontram muitas dificuldades, sendo de suma
importância que o professor saiba exercer seu papel de mediador entre o aluno e o saber e utilize a
avaliação como alavanca de promoção do indivíduo.
Portanto, avaliar o aluno apenas no seu desenvolvimento cognitivo é avaliar uma faceta do processo de
aprendizagem, é negarlhe o desenvolvimento de todas as suas possibilidades, é uma farsa, um discurso
político desvinculado da realidade do educando.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, Ivanise M. & SILVA, Arnold C. Abordagem e tendências. Fortaleza CE, 1995.
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação para uma sociedade em transição. Campinas SP: Papirus, 1999.
DIAS SOBRINHO, José (org.). Avaliação institucional da unicamp: processo, discussão e
resultados. Campinas São Paulo: UNICAMP, 1995.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Revista tecnologia educacional. Rio de Janeiro RJ: v. 20 jul/ago, 1991.
SOUSA, Clariza Prado de. (org.). Avaliação do rendimento escolar. 3. ed. Campinas SP: Papirus,
1994.
VASCONCELLOS, C. S. A construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Cadernos
Pedagógicos do Libertad 2, 1994.
SOBRE O AUTOR
Prof. Dr. Roberto Giancaterino, PhD, nasceu em 1964, na cidade de Campinas, estado de São Paulo.
Residente em São Bernardo do Campo SP. É PósDoutorado em Educação; Doutor em Filosofia,
Tecnologia Educacional e Mestre em Ciências da Educação e Valores Humanos. Especialista em
Psicopedagogia Clínica e Institucional; Valores Humanos Transdisciplinares; Docência do Ensino
Superior; Administração e Supervisão Educacional. Também é Bacharel e Licenciado em Filosofia, Física,
Matemática e Pedagogia. Escritor, Pesquisador, Palestrante, Conferencista e Seminarista na Área
Educacional.
É autor de vários trabalhos científicos reconhecidos por acadêmicos, entre eles: O bestseller “Escola,
Professor, Aluno Os Participantes do Processo Educacional” editado pela editora Madras que já é
sucesso mundial. Iniciouse no magistério em 1984 na disciplina de Matemática, posteriormente, ao final
da mesma década já lecionava também na disciplina de Física. Atualmente atua como professor
universitário em cursos de pósgraduação em disciplinas pedagógicas, e, na rede pública estadual
leciona Matemática e Física. Em seu caminhar pela educação, Giancaterino idealiza com uma educação
de qualidade e completa para todos, principalmente aos menos favorecidos e que associe todas as
dimensões do sujeito como ser humano.
Algumas frases marcante de sua autoria:
“Quando a escola não é importante para os pais, também não é para os filhos”.
“Um país se constrói com bons homens e bons livros”.
“Enquanto a Educação for utópica em sua complexidade, o sonho é necessário para que possamos
trilhar um caminho”.
“O trabalho de um homem perpetua quando atravessa os tempos”.
“Às vezes, as coisas mais reais do mundo são aquelas que não podemos ver”.
“Ceder, nem sempre é sinônimo de derrota, é ser mediador do bom senso para o momento”.
“Existe só uma maneira de superar os obstáculos, ultrapassálos”.
“O trabalho enobrece o homem quando ele é digno do seu suor”.
“Enquanto houver guerras entre os homens à paz será uma espécie em extinção”.
“Um dos maiores atos de covardia do ser humano, não é errar, mas sim, não assumir seu próprio erro”.
“O espírito de luz é aquele que transforma as coisas ruins em virtudes”.
Contato:prof.giancaterino@terra.com.br / giancaterino@terra.com.br
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