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CAPITULO I : INTRODUÇÃO

O consumo de álcool na sociedade contemporânea é visto predominantemente de


forma positiva, o que dificulta o reconhecimento de determinados padrões de consumo como
doença e, ao mesmo tempo, a mobilização de profissionais de saúde para diminuir índices de
problemas decorrentes do uso do álcool. A dupla moral de uma sociedade que, por um lado,
tolera ou promove o consumo moderado do álcool e, por outro, discrimina o consumo
excessivo e fora de controlo, confunde a população, que precisa se orientar pelas normas.

Desde os tempos mais remotos, a definição de alcoolismo está associada ao status


social, uma espécie de suporte às relações e às interacções sociais. No entanto, foi em 1849
que surgiu o termo alcoolismo e uma de suas primeiras definições, com Magnus Huss, que o
definiu como “o conjunto de manifestações patológicas do sistema nervoso, nas esferas
psíquica, sensitiva e motora”, observadas nos sujeitos que consumiam bebidas alcoólicas de
forma contínua e excessiva, durante longo tempo.

Segundo BREDA (2010), o álcool é a substância de abuso mais comercializada a nível


mundial, sendo também a principal substância de abuso nos jovens. O consumo excessivo de
álcool representa um elevado impacto para a saúde e gera elevados custos relacionados com
os cuidados de saúde, segurança e ordem pública, e, consequentemente um impacto negativo
sobre o desenvolvimento económico e a sociedade em geral.

De acordo com CARLSON (2002), a dependência é explicada fisiologicamente


porque o álcool produz na região do núcleo acumbens (núcleo do proencéfalo basal próximo
ao septo, recebe botões terminais de neurónios dopaminérgicos provenientes da área
tegmental ventral e acredita-se estar envolvido no reforço e na atenção) um estímulo de
reforço para a atitude compulsiva de beber. O etanol promove a liberação de dopamina no
núcleo acumben, promovendo a sensação de prazer.

O presente trabalho tem como objectivo geral conhecer as concepções dos


adolescentes/jovens do bairro Francisco Manyanga na Cidade de Tete sobre os efeitos
fisiológicos nocivos no organismo humano resultantes do consumo excessivo de bebidas
alcoólicas secas. Para atingir este objectivo geral foi necessário identificar as motivações que
levam os adolescentes/jovens do bairro Francisco Manyanga da Cidade de Tete a optarem por
consumirem bebidas alcoólicas secas. Descrever as concepções que os adolescentes/jovens do
bairro Francisco Manyanga na Cidade de Tete sobre efeitos fisiológicos nocivos no
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organismo humano resultante do consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas. E Propor


estratégias com os adolescentes/jovens viáveis para a erradicação ou redução do consumo de
bebidas alcoólicas secas. Como metodologia, para o efeito, a abordagem predominante foi
qualitativa, foi aplicada uma entrevista e observação direita dos adolescentes/jovens que
consomem as bebidas alcoólicas.

O trabalho está dividido em cinco (5) capítulos, nomeadamente: introdução;


fundamentação teórica; metodologia de pesquisa; apresentação, análise e discussão dos dados;
e conclusões e recomendações, respectivamente.

1.1.......................................................................................................................................Deli
mitação do tema e da área de Pesquisa
a) Enquadramento Cientifico

Neste trabalho, cujo tema “Percepção dos Adolescentes/Jovens de Bairro Francisco


Manyanga sobre Efeitos Fisiológicos Nocivos do Consumo Excessivo de Bebidas Alcoólicas
Secas” objetivou-se conhecer as concepções dos adolescentes/jovens do bairro Francisco
Manyanga na Cidade de Tete sobre os efeitos fisiológicos nocivos no organismo humano
resultantes do consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas. Para atingir este objectivo geral
foi necessário identificar as motivações que levam os adolescentes/jovens do bairro Francisco
Manyanga da Cidade de Tete a optarem por consumirem bebidas alcoólicas secas. Descrever
as concepções que os adolescentes/jovens do bairro Francisco Manyanga na Cidade de Tete
sobre efeitos fisiológicos nocivos no organismo humano resultante do consumo excessivo de
bebidas alcoólicas secas. E Propor estratégias com os adolescentes/jovens viáveis para a
erradicação ou redução do consumo de bebidas alcoólicas secas.

b) Espacial

O Trabalho foi desenvolvido no Bairro Francisco Manyanga na Cidade de Tete,


Província de Tete.

c) Temporal

O estudo foi realizado entre Agosto e Dezembro de 2014, neste período foram
recolhidos os dados que foram analisados e formulado o relatório final nos princípios do
corrente ano até final de mês de Junho de 2015.
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1.2. Justificativa da escolha

Justifica-se a escolha deste tema por seguintes razões:

Por autor residir no bairro Francisco Manyanga na Cidade de Tete, e tem Verificado
mediante uma observação direita, que no bairro há muitos Adolescentes/Jovens que optam por
consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas nas horas de lazer e nos momentos festivais.
Observados com atenção, estes jovens/adolescentes alcoolizados são portadores de um
conjunto de sinais comuns, entre os quais se destacam: rubor e edema moderado da face;
edemas das pálpebras; olhos lacrimejantes; eritrose palmar; hálito alcoólico; e falta de
coordenação motora. Segundo por reconhecer que o álcool é a substância de abuso mais
comercializada a nível do bairro, sendo também a principal substância de abuso nos jovens. O
consumo excessivo de álcool representa um elevado impacto para a saúde e gera elevados
custos relacionados com os cuidados de saúde, segurança e ordem pública, e,
consequentemente um impacto negativo sobre o desenvolvimento económico e a sociedade
em geral.

Portanto, um estudo sobre percepção dos adolescentes/jovens de bairro Francisco


Manyanga sobre efeitos fisiológicos nocivos do consumo excessivo de bebidas alcoólicas
secas pode despertar alguns intervenientes para a redução desta prática, uma vez que o
desenvolvimento da humanidade depende da saúde dos recursos humanos de todos
intervenientes.

1.3. Problematização

A história da humanidade tem-nos mostrado o gosto que o Homem, em geral, tem pela
bebida alcoólica. Esta foi, desde sempre, escolhida para aliviar angústias e libertar tensões
estando toda a nossa existência permeada pelo seu consumo. O uso de bebidas alcoólicas
começa a ser um problema social quando surgem, simultaneamente, circunstâncias sociais e
culturais que fomentam o seu uso generalizado e se desenvolvem atitudes contrárias de
repúdio incompatíveis com o uso considerado excessivo.

O álcool é uma substância psicoativa perigosa e prejudicial ao organismo e, mesmo


assim, o acto de beber contínua sendo amplamente aceito pela sociedade. Alguns pais
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geralmente expressam alívio quando descobrem que seus filhos adolescentes e jovens adultos
estão “apenas bebendo”, mesmo considerando que os levantamentos mostram que é nesta
faixa etária que se encontra o maior índice de abuso de bebida alcoólica.

. A bebida alcoólica traz momentos bons e de alegria, o que não é novidade, no


entanto, gera também consequências para muitos indivíduos que consomem excessivamente
essa droga, haja vista que pode trazer sofrimento como resultado de acidentes
automobilísticos, atropelamentos, quedas, violência familiar e nas ruas, além de uma série de
problemas sociais e de saúde física e psíquica.

Verifica – se mediante uma observação direita, que a muitos Adolescentes/Jovens do


bairro Francisco Manyanga na Cidade de Tete, optam por consumo excessivo de bebidas
alcoólicas secas nas horas de lazer e nos momentos festivais. Observados com atenção os
jovens/adolescentes alcoolizados são portadores de um conjunto de sinais comuns, entre os
quais se destacam: rubor e edema moderado da face; edemas das pálpebras; olhos
lacrimejantes; eritrose palmar; hálito alcoólico; e falta de coordenação motora.

Vários são os prejuízos causados pelo consumo elevado de bebidas alcoólicas. O


envolvimento em brigas, vandalismo, absenteísmo do trabalho pode ser ocasionados por esse
consumo. O indivíduo sob o efeito de substâncias psicoativas, como o álcool, tem maior
probabilidade de colocar-se em situação de risco, a exemplo da aquisição de Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST), uma vez que o efeito da droga prejudica sua capacidade
de julgamento, levando-o a negligenciar os cuidados, como a prática de sexo seguro. Como
visto, o consumo do álcool está associado a problemas graves, como a ocorrência de
acidentes, violência, produção ou agravamento de doenças variadas, que afectam o sistema
nervoso, sistema circulatório, sistema digestivo, sistema excretor e outros sistemas que
interferem no metabolismo do organismo. Perante esta situação uma questão se coloca:

 Qual é o nível de conhecimento dos adolescentes/jovens do bairro Francisco


Manyanga na Cidade de Tete, sobre os efeitos fisiológicos no organismo
humano resultante do consumo excessivo de bebidas alcoólicas?
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1.4. Questões de Pesquisas

1. O que é que leva muitos adolescentes/Jovens a procurarem e tomarem bebidas


alcoólicas secas em deferimentos de outras bebidas?
2. Que reconhecimento que os adolescentes/jovens tem sobre efeitos fisiológicos
nocivos no organismo humano resultante do consumo excessivo de bebidas
alcoólicas secas?
3. Que estratégia os adolescentes/jovens acham viável para a erradicação do
consumo de bebidas alcoólicas secas?

1.5. Hipóteses

1. Os adolescentes/jovens tem suas motivações para procurarem e tomarem


bebidas alcoólicas secas e reconhecem os efeitos nocivos resultantes de
consumo excessivo bem como estratégias para a erradicação do consumo
destas bebidas.
2. Os adolescentes/jovens não tem suas motivações para procurarem e tomarem
bebidas alcoólicas secas e nem reconhecem os efeitos nocivos resultantes de
consumo excessivo bem como estratégias para a erradicação do consumo
destas bebidas.
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1.6. Objectivos

1.6.1. Objectivo Geral

Conhecer as concepções dos adolescentes/jovens do bairro Francisco


Manyanga na Cidade de Tete sobre os efeitos fisiológicos nocivos no
organismo humano resultantes do consumo excessivo de bebidas alcoólicas
secas.

1.6.2. Objectivos Específicos

1) Identificar as motivações que levam os adolescentes/jovens do bairro


Francisco Manyanga da Cidade de Tete a optarem por consumirem
bebidas alcoólicas secas.
2) Descrever as concepções que os adolescentes/jovens do bairro
Francisco Manyanga na Cidade de Tete sobre efeitos fisiológicos
nocivos no organismo humano resultante do consumo excessivo de
bebidas alcoólicas secas.
3) Propor estratégias com os adolescentes/jovens viáveis para a
erradicação ou redução do consumo de bebidas alcoólicas secas.
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CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

1.1. Definição de Alguns Conceitos Chaves

Alcoólico

Segundo Morton Jellinek (1960), o alcoólico é todo o individuo cujo o consumo de


bebidas alcoólicas possa prejudicar o próprio, a sociedade ou ambos e categorizou o
alcoolismo como doença, tendo por base as quantidades de álcool consumidas, ou seja, o
consumo de álcool torna-se patogénico quando há perda do controlo do mesmo e quando isso
prejudica o individuo ou o meio em que está inserido.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o alcoólico é um bebedor


excessivo, cuja dependência em relação ao álcool, é acompanhado de perturbações mentais,
da saúde física, da relação com os outros e do seu comportamento social e económico.

Alcoolismo

Segundo MAGNUS HUSS (1849), o alcoolismo é o conjunto de manifestações


patológicas do sistema nervoso, nas suas esferas psíquicas, sensitivas e motora, observados
nos sujeitos que consumiram bebidas alcoólicas de forma contínua e excessiva e durante
longo período.

De acordo com MORTON JELLINEK (1960), o alcoolismo é a reestruturada e o


comportamento do alcoólico passa a ser classificado como doença, dando-lhe assim uma
noção de repercussão negativa e social.

Whisky

Segundo o dicionário brasileiro Houaiss,  Uísque  (em inglês whisky ou whiskey,


abreviatura de usquebaugh a partir do gaélico uisce beatha) é uma bebida
alcoólica destilada degrãos, muitas vezes incluindo malte, que foi envelhecida em barris.

Gin

Segundo o dicionário brasileiro Houaiss,  Gim ou gin é uma bebida destilada à base


de cereais. Posteriormente passa por um processo de infusão com zimbro e outras especiarias.
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Tem teor alcoólico entre 40 e 50 graus, dependendo da marca (teor semelhante a outras
aguardentes como vodca, whisky ou cachaça). Teve origem nos Países Baixos, no século
XVII, mas adquiriu sua forma actual na Inglaterra.

Adolescentes

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), adolescência compreende a faixa


etária entre 10 e 19 anos. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8.069
de 13/07/90), é considerado adolescente o indivíduo entre 12 e 18 anos de idade. Essa
diferença é pouco relevante frente a todas as modificações biológicas, psicológicas e sociais
que caracterizam esse período da vida.

No Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, está escrito que adolescente é


aquele que “[...] está no começo, que ainda não atingiu todo o vigor”. Segundo Rapapport
(1981, p. 23) o termo adolescência vem do latim “adolescere” e significa “crescer ou crescer
até a maturidade.

Jovens

A Organização das Nações Unidas define juventude como a faixa de indivíduos com
15 a 24 anos de idade.

1.2. Alguns aspectos históricos do consumo de álcool

Segundo BARRUCAND e DELORME (1988), supõe-se que os líquidos fermentados


foram descobertos acidentalmente na Pré- história e utilizados pelo Homem do Paleolítico.
Nessa época o Homem vivia exclusivamente de caça e pesca, começa a utilizar argila na
fabricação de recipientes necessários para guardar raízes, frutos e mel. Descobre o álcool
quando bebia "sumo" de fruta ou mel que havia fermentado.

BARRUCAND e DELORME (1988), destacam que desde a época do Neolítico


(10000 a 5000 anos a. C.) que o Homem fabrica e consome bebidas alcoólicas a partir de
cereais fermentados. A sua embriaguez terá sido ocasional e considerada como uma
manifestação divina (dados os efeitos psicotrópicos do álcool), assim, é vista como uma
aliança com o divino que confere a imortalidade e o seu uso era reservado a feiticeiros e
chefes de tribo, em rituais festivos.
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As civilizações Grega e Romana são marcadas pelo culto dos Deuses do vinho e da
vinha - Dionísio e Baco - respectivamente, adorados e festejados pelos seus povos. Os
mesmos autores salientam que também no Novo Testamento o vinho é frequentemente
símbolo da aliança entre Deus e o Homem, entre os quais salientamos a transformação da
água em vinho no Seu primeiro milagre e a Última Ceia com os Apóstolos, onde Cristo ergue
um cálice de vinho simbolizando o Seu sangue. A partir daqui, o vinho e a religião cristã
permanecem ligados assumindo esta, uma importância capital para o desenvolvimento de
técnicas da cultura da vinha e fabrico de bebidas alcoólicas.

Segundo BREDA (1994), no séc. XVIII, ocorre um novo passo no desenvolvimento


das bebidas alcoólicas com a descoberta da destilação, esta permite a obtenção de bebidas
com maior teor alcoólico o que origina o aparecimento de inúmeras variedades: aguardente,
cognac, whisky, vodka, entre outras. Estas bebidas têm uma rápida expansão dado o seu
elevado valor comercial, difundem-se nas principais potências ultramarinas da época. Com a
Revolução Industrial e todo o desenvolvimento científico, tecnológico e comercial do séc.
XIX, rapidamente se diversificam as bebidas alcoólicas e os seus consumidores, bem como os
locais de consumo (surgem os cafés e cabaret's) e os motivos por que se bebe. Assim, de
sagradas as bebidas tornam-se num hábito quotidiano, sendo ingeridas em todas as ocasiões.

Mello, Barrias e Breda (2001) afirmam que desde os tempos mais remotos são
conhecidos os efeitos patológicos das bebidas fermentadas. Através de estudos arqueológicos
e bibliográficos foi possível afirmar que as bebidas alcoólicas foram utilizadas e conhecidos
os seus efeitos já há algumas dezenas de milhar de anos antes mesmo da era cristã,
destacando-se Egípcios, Gregos e Romanos pelo desenvolvimento das artes do fabrico de
bebidas alcoólicas.

Carvalho (2002) refere que o consumo assumido de substâncias com acção


psicotrópica tem evoluído de acordo com os percursos civilizacionais e que, embora numa
primeira fase actue no funcionamento mental (euforizante, estimulante, anestesiante,
inebriante, desculpabilizante), numa segunda fase, induz em dependência e tolerância,
apresentando elevados riscos bio-psico-sociais imediatos e/ou mediatos.

Para Carvalho (2003), após a década de 70, a melhoria do poder de compra e a


liberalização dos costumes contribuíram para a progressiva agressividade das cervejeiras e das
empresas de comercialização de bebidas destiladas e cria novos hábitos. O aumento da
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sociedade de consumo e a globalização vieram aumentar o leque de bebidas disponíveis


concomitantemente com um discurso anti-álcool, mal aceite por alguns sectores.

1.3. Classificação da Dependência Alcoólica

Segundo CLONINGER (1987) propôs três dimensões para a personalidade: a procura


da novidade, a evitação do perigo e a busca de recompensa, e classificou o alcoolismo
segundo duas tipologias (I e II).

De acordo com BABOR (1992), propôs duas tipologias (A e B) a partir da análise de


dezassete características encontradas em indivíduos alcoolistas.

BABOR (1992), por sua vez, classificou o alcoolismo tipo A como aquele de início
após os 20 anos de idade, evolução lenta, com menor frequência de psicopatologia associada,
melhor prognóstico e menor frequência das perturbações e dos factores de risco na infância.
Já o tipo B foi classificado como aquele de início antes dos 20 anos de idade, com maior
frequência de alcoolismo familiar, dependência mais grave, maior frequência de associação
com outras drogas e conformidade psicopatológica e maior influência dos factores de risco na
infância, como comportamentos agressivos e impulsividade.

De acordo com Adés e Lejoyeux (2004), propuseram uma classificação que integra a
classificação de Cloninger com o alcoolismo primário e secundário, definindo como
alcoolismo primário aquele que engloba 70% das formas do alcoolismo, em que a
predominância é exclusivamente masculina, de início antes dos 20 anos de idade e derivado
dos factores de risco biológicos ou genéticos. Nessa forma de alcoolismo, os comportamentos
são bastante alterados e marcados por impulsividade, agressividade e procura de sensações
fortes, com rápida evolução para a dependência, uma vez que implicam consumo excessivo,
diário e intermitente. O alcoolismo secundário, por sua vez, engloba os 30% restantes das
formas de alcoolismo, em que a predominância masculina é menos marcada, de início após os
20 anos de idade, com factores de risco que podem ser biológicos ou genéticos, também
menos marcados. O grande factor de risco é o consumo do álcool como automedicação,
causado por perturbações ansiosas, depressivas ou esquizofrénicas, muitas vezes responsáveis
por transtornos de personalidade.
21

Segundo Jellinek (1960), o alcoolismo é como qualquer comportamento alcoólico que


cause algum dano ao indivíduo, à sociedade ou a ambos, faz a distinção entre alcoolismo e
comportamentos alcoólicos, na qual o alcoolismo passa por vários níveis, considerando o
processo de doença e os seus sintomas. Utilizando letras do alfabeto grego, Jellinek1
classificou os níveis de alcoolismo em:

 Alcoolismo alfa: definido como alcoolismo social, no qual o álcool é utilizado como
factor desinibitório das relações interpessoais e os sintomas são pura e exclusivamente
físicos, ou seja, decorrentes da intoxicação. Nesse tipo, não se coloca em questão a
perda de controlo, nem a dificuldade para manter abstinência. Também é definido
como a categoria de problemas decorrentes do uso do álcool;
 Alcoolismo beta: tipo de alcoolismo em que as complicações físicas são maiores
(p.ex., gastrites e hepatites) e podem persistir mesmo que não haja dependência física
ou psicológica;
 Alcoolismo gama: espécie de alcoolismo em que existe um aumento de tolerância ao
álcool, adaptação ao metabolismo do álcool, craving e perda de controlo sobre o
consumo. Nessa categoria, estão os alcoolistas crónicos;
 Alcoolismo delta: espécie de alcoolismo que reúne as três primeiras características do
tipo gama, mas com incapacidade de manter abstinência no lugar da perda de controlo;
 Alcoolismo épsilon: considerado alcoolismo periódico no indivíduo que, após
intervalos de discreta interrupção, volta a beber por dias seguidos, apresentando perda
de controlo e desenvolvimento de severa dependência psicológica.

Embora Jellinek1 não considere os dois primeiros tipos como alcoólatras, essa
classificação não foi construída como uma gradação. Ao contrário, foi concebida muito
mais para indicar os problemas sociais e terapêuticos específicos de cada tipo. A
necessidade de tratamento, no entanto, não depende do tipo de alcoolismo, sendo
estabelecida de acordo com os aspectos individuais e sociais do dependente.

1.4. Factores que contribuem para o consumo de


álcool – Etiologia

Identificar as causas do consumo excessivo de álcool não é tarefa fácil, pois este
comportamento patológico tem sido motivo de numerosos estudos nas diversas ciências:
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psicologia, sociologia, psicopatologia, neurobiologia e psicofarmacologia. Porém, nenhuma


hipótese explica isoladamente o alcoolismo, dada a existência de múltiplos factores
coadjuvantes e a inexistência de uma causa determinante. A bibliografia consultada aponta
para várias hipóteses etiológicas nomeadamente biológicas, psicológicas e socioculturais, as
quais iremos abordar seguidamente.

1) Teorias biológicas: Admite-se hoje que os factores genéticos e neuroquímicos


possam influenciar os padrões de consumo de álcool. A pesquisa de possíveis
marcadores biológicos que possam estar associados a uma vulnerabilidade
aumentada no alcoolismo, de acordo com Schuckit (1991), revelou que o potencial
genético que traduz uma maior ou menor vulnerabilidade ao álcool é variável de
indivíduo para indivíduo e de família para família, onde ocorrem variações na
actividade enzimática interveniente, por exemplo, no sistema de oxidação do
etanol. O risco é cerca de 3 a 4 vezes mais elevado em filhos de alcoólicos.
Embora a importância dos factores genéticos seja indiscutível, não conduzem só
por si à dependência alcoólica, uma vez que mesmo em indivíduos predispostos
geneticamente, interagem sempre com o meio, modulando e condicionando a
existência da dependência alcoólica. Estes indivíduos têm de estar regularmente
expostos ao etanol para que a doença se desenvolva. Deste modo os factores
ambientais e genéticos condicionam em partes iguais a dependência alcoólica
(Adès e Lejoyeux et ai, 1997). Paralelamente, uma série de estudos vêm
alicerçando a importância dos neurotransmissores (dopamina, serotonina,
noradrenalina, GABA e glutamato) e seus receptores, dos sistemas de
compensação cerebral e sistemas opióide e, suas interacções com o etanol, uma
vez que ocorrem importantes modificações na estrutura, composição e
funcionalidade destas susbtâncias (Adès e Lejoyeux et ai., 1997).

2) Teorias psicológicas: Também aqui se torna difícil propor uma única explicação,
sendo que uma das barreiras se relaciona com as numerosas diferenças
psicológicas existentes entre alcoólicos e a outra com a dificuldade em estabelecer
quais as características psicológicas prévias à doença e quais as que são resultado
dela. As várias teorias existentes tentam explicar o desenvolvimento da
dependência alcoólica através de influências psicológicas, que incluem processos
cognitivos e factores afectivos. Alguns estudos referidos por Formigoni et ai.
23

(1997) procuraram evidenciar as diferenças de personalidade entre dependentes e


não dependentes de álcool, porém as diferenças encontradas podem resultar do uso
de álcool e não ser a sua causa. Os defensores da hipótese psicodinâmica, afirmam
que os alcoólicos tentam satisfazer necessidades pessoais com a bebida, por
exemplo: controlar impulsos narcisistas (egocentrismo) ou satisfazer necessidades
de auto-punição, assumindo o álcool uma função de "objecto substituto". As
teorias mais clássicas definem o alcoólico como um indivíduo oral ou passivo-
dependente. Nesta perspectiva psicanalítica o alcoolismo funciona como
manifestação de um conflito não resolvido (Ramón, 1995). McDougall (citado por
Adès e Lejoyeux et ai., 1997) argumenta que os alcoólicos vivem um processo de
desafectação, a ausência de emoção vivenciada na sua vida relacional, que se
traduz na incapacidade de exteriorizar estados afectivos ou sentimentos. As teorias
de reforço ou recompensa partem da premissa que as pessoas começam a beber
porque de algum modo o álcool lhes traz satisfação, prazer, remoção de
desconforto, aumento da interacção social, além do preenchimento da necessidade
de se sentir poderoso, funcionando como um reforço positivo, importante na
persistência e repetição do comportamento alcoólico. O álcool adquire de tal modo
propriedades reforçadoras, que pode explicar a perda de controle e a grande
tolerância adquirida. (Schuckit, 1991). As teorias psicológicas incluem a hipótese
de redução da ansiedade, assente no pressuposto de que o álcool pode ser utilizado
na tentativa de reduzir ou eliminar a ansiedade. Contudo, na opinião da maioria
dos autores esta é uma hipótese controversa, já que alguns estudos comprovam o
contrário, que os alcoólicos são mais deprimidos, mais ansiosos e mais excitados
(embora no dia seguinte os pacientes digam que se sentiam mais relaxados)
(Schuckit, 1991).
3) Teorias socioculturais: A observação das semelhanças e diferenças entre grupos e
subgrupos culturais e étnicos, permite a elaboração de algumas teorias sobre a
dependência alcoólica, salientando a importância de alguns factores interpessoais
como: a influência dos pares e da família, as diferenças relacionadas com o sexo, a
idade, os grupos étnicos, grau de escolaridade e a religião. Certas teorias e estudos
sobre os motivos que induzem o adolescente à bebida referem-se a uma tentativa
de aquisição de comportamento dos adultos. Culturas que ensinam a criança a
beber responsavelmente (italianos) ou que seguem rituais estabelecidos, têm taxas
24

menos elevadas de abuso de álcool quando comparadas com culturas que


simplesmente o proíbem (Ramón, 1995). Na opinião de Schuckit (1991) os
padrões sociais fomentam o consumo de bebida como forma de comportamento do
adulto, criando uma pressão sobre o indivíduo que o induz ao consumo, porém o
exemplo dos pais também é de extrema importância Outra teoria salientada pelo
mesmo autor inclui os costumes sociais que proíbem a mulher de beber em
público, o que explica a menor incidência da doença nas mulheres. No entanto,
existem aspectos biológicos (diminuição dos níveis de ADH) que contribuem para
a ideia de que a mulher é mais "frágil", não sendo por isso uma questão de ordem
moral, mas sim biológica. Outro aspecto sociocultural relacionado com o
alcoolismo refere-se à demasiada permissividade com a publicidade das bebidas
alcoólicas, que favorece o aumento o consumo de álcool e quem sabe o número de
alcoólicos (Schuckit, 1991). Após esta reflexão sobre a etiologia do excessivo
consumo de álcool, conclui-se que não existe uma explicação universal, dado que
nenhuma hipótese (biológica, psicológica ou sociocultural) explica isoladamente o
alcoolismo, uma vez que a maior ou menor vulnerabilidade para desencadear a
doença resulta da interacção dos múltiplos factores.

1.5. Significados do consumo de álcool nos


Adolescentes e jovens

Muitos jovens não bebem, mesmo, nenhum álcool, ou bebem em quantidades mínimas. A sua
decisão em não beberem, ou beberem com moderação, parece resultar de uma combinação de
factores:

 A ligação afectiva. Os jovens com laços familiares fortes, com amigos, ou com outras
pessoas com importância para si, tendem a beber menos. Eles têm ligações emocionais
de proximidade com os outros, preocupam-se com as expectativas dos outros, e com
as suas opiniões acerca do seu comportamento.
 A responsabilidade. Os jovens que investem quantidades significativas de tempo, de
energia, e de recursos, nas actividades convencionais como estudar, trabalhar, fazer
parte de um culto religioso, e/ou participando em clubes, ou actividades desportivas,
tendem a beber menos que aqueles estudantes que não investem tanto, talvez por 15
25

causa de não terem tanto tempo disponível devido às suas actividades focadas no
consumo de álcool.
 As Crenças. Os jovens que aceitam os valores convencionais, que obedecem às regras
da sociedade, e que respeitam a autoridade, tendem a beber menos que aqueles que o
não fazem. Acrescentando, muitos dos estudos sugerem que os jovens –
particularmente os estudantes universitários – bebem porque partem do princípio que
todos os outros, também, o fazem.

O consumo ocasional ou abusivo de álcool pelos jovens inscreve-se na problemática


desenvolvimental experienciada pelo jovem nesta fase do ciclo vital, assim, os significados
deste consumo são múltiplos e devem ser interpretados em função do contexto psicológico e
social, dos comportamentos de dependência associados e da presença ou ausência de sinais de
angústia psicossocial.

FONTAN (citado por Tridon, 1988) defende que o consumo de álcool nos jovens pode
ser considerado como uma reacção em consequência de uma depressão, uma experiência ou
um sintoma desta fase da vida.

Nesta linha de orientação Adès e Lejoyeux (1997) salientam que o diagnóstico do uso
ocasional ou abusivo de álcool do jovem, raramente é o motivo de consulta e, habitualmente é
feito através de: estados depressivos/tentativas de suicídio, problemas médicos e sociais,
acidentes e comportamentos delinquentes. Os mesmos autores distinguem três formas de uso
ocasional ou abuso de álcool nos jovens, formas estas que importam destacar, dado que o seu
prognóstico é diferente, o que implica a adaptação de uma atitude terapêutica adaptada e
ajustada a cada tipo de comportamento:

a) Comportamento adaptativo de integração ao grupo de pares e ao mundo dos


adultos - incontestavelmente o álcool está integrado na cultura do jovem, é
consumido ocasionalmente mas em abundância e frequentemente até à
embriaguez, é agente de fácil acesso à "pedrada" (à alteração ou perda da
consciência), que acompanha uma festa ou a saída do fim-de-semana. Este
tipo de consumo suscitado pela influência do grupo, pode cessar na idade
adulta e transformar-se num consumo social sem risco, ou poderá manter-se e
conduzir à dependência.
26

b) Comportamento de auto-medicação - o uso de álcool pelo adolescente, pode


estar relacionado com as suas propriedades psicotrópicas, desinibidoras,
euforizantes e ansiolíticas, associadas à vivência de crise da adolescência
muito marcada. Nesta situação, o álcool vem atenuar transitoriamente a
ansiedade, a melancolia, os sentimentos de inferioridade e o tédio, tão
frequentes nesta fase do ciclo vital.
c) Comportamentos toxicomaníaco - neste tipo de comportamento distinguem-se
duas situações: o uso de álcool é a primeira experiência com substâncias
tóxicas. O experienciar da embriaguez e da sua consequente perturbação do
estado de consciência, suscitará a procura rápida de outros psicodislépticos e
seus efeitos, ou pode estar enquadrado em situações de politoxicodependência:
haxixe, derivados anfetaminícos.

1.6. O que é o alcoolismo: causas e consequências

De forma directa, o tema específico do alcoolismo foi incorporado pela OMS


(Organização Mundial de Saúde) na Classificação Internacional das Doenças em 1967 (CID-
8), a partir da 8ª Conferência Mundial de Saúde. No entanto, a questão do impacto do abuso
do álcool sobre a saúde já vinha a ser objecto de discussão pela OMS desde o início dos anos
50, compondo um processo longo de maturação que, ainda hoje ainda é objecto de contendas
médico-científicas (www.who.com, consult. Em 15 de Dezembro de 2008). Então, a
Organização Mundial de Saúde classificou as drogas pelo seu grau de perigosidade, utilizando
critérios como o maior ou menor perigo tóxico, a maior ou menor capacidade de provocar a
dependência física e a maior ou menor rapidez em que esta dependência se estabelece. Com
base nestes critérios, as drogas são classificadas como:

 Grupo 1: ópio e derivados (por exemplo, morfina e heroína);


 Grupo 2: barbitúricos e álcool;
 Grupo 3: cocaína e anfetaminas;
 Grupo 4: LSD, canabinoides, tabaco, entre outros.

É interessante verificar que o álcool é classificado no segundo grupo devido aos


seus efeitos na saúde e à grande dependência física e psíquica que provoca quando consumido
em excesso (Idem).
27

Para Schuckit (1991) o álcool, a nicotina e a cafeína são as substâncias mais


consumidas no ocidente, sendo o álcool a mais destrutiva. Aparentemente a nossa sociedade
valoriza os aspectos benéficos do uso de bebidas alcoólicas mais do que teme as
consequências maléficas pela facilidade de acesso de forma ilimitada (Michel, 2002).

Segundo Hapetian (1997), pode considerar-se uma droga toda a substância com
capacidade para modificar o funcionamento do organismo e dos sentidos. As drogas podem
ser legais e socialmente aceites, como é o caso do álcool e do tabaco, ou ilegais como a
heroína e a cocaína. Sob este ponto de vista, o álcool, ainda que legal, não deixa de ser uma
droga. Porém, o facto de o álcool fazer parte integrante da nossa cultura permite “ (…) aos
seus consumidores habituais uma gestão mais ou menos adequada dos consumos, tal como
acontece com o costume de mascar folha de coca, no Peru, e o hábito de fumar haxixe nos
países árabes ou arabizados.”

Em 1955, Pierre Fouquet concluía que o conceito de alcoolismo, a sua patogenia,


os seus fundamentos e a sua realidade continuavam a ser noções muito pouco claras.
Actualmente, as dificuldades de definição continuam apesar da vasta investigação realizada
nos últimos anos, quer a nível clínico, laboratorial ou epidemiológico. Realça-se sim, uma
nova compreensão social do problema. A designação de Alcoolismo refere-se, habitualmente,
às consequências da ingestão de álcool no indivíduo traduzido por um quadro mórbido de
sinais e sintomas, nem sempre reconhecendo a complexa problemática ligada ao uso das
bebidas contendo álcool. No entanto, é a Organização Mundial de Saúde que assume a maior
relevância na definição da problemática ligada ao álcool. Para a OMS (1980) existem
vantagens em utilizar a designação de “problemas ligados ao Álcool” dado o vasto e
multiforme leque de situações relacionadas com o álcool pois existem relações mais ou menos
perigosas do álcool com a condução rodoviária, criminalidade, a patologia laboral, as
perturbações familiares e efeitos sobre a criança (concepção, gestação, aleitamento,
desenvolvimento e rendimento escolar). O álcool representa um risco na normal saúde
infantil, juvenil e do adulto.

Deste modo, é a OMS que estabelece a distinção entre alcoolismo como doença e
alcoólico como doente. Assim, o alcoolismo é constituído pela totalidade dos problemas
motivados pelo álcool no indivíduo, estendendo-se em vários planos e causando perturbações
orgânicas e psíquicas, perturbações da vida familiar, profissional e social com as suas
28

repercussões económicas, legais e morais. Quando os alcoólicos são bebedores excessivos,


cuja dependência em relação ao álcool se acompanha de perturbações mentais, da saúde
física, da relação com os outros e do seu comportamento social e económico, devem
submeter-se a tratamento. Socialmente, o alcoolismo determina uma enorme ambiguidade:
tolerado e mais do que tolerado, estruturante do desenvolvimento psicossocial e individual,
mesmo apesar do reconhecido risco que acarreta em termos de saúde no seu conceito mais
lato, ou seja, o de bem-estar físico, psíquico e social. Assim, é possível que coexistam,
socialmente, uma gama de apelos ao seu consumo (dos mais explícitos aos mais subtis), com
uma permanente chamada de atenção para os seus riscos da parte dos sistemas de consumo.

Num outro documento apresentado na 35º Assembleia Mundial de Saúde, em


Genebra, em 1982, a OMS refere que “Problemas ligados ao álcool, ou simplesmente
problemas de álcool, são uma expressão imprecisa mas cada vez mais usada nestes últimos
anos para designar as consequências nocivas do consumo de álcool. Estas consequências
atingem não só o bebedor, mas também a família e a colectividade em geral. As perturbações
causadas podem ser físicas, mentais ou sociais e resultam de episódios agudos, de um
consumo excessivo ou inoportuno, ou de um consumo prolongado”.

A pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo,


pode desenvolver dependência do álcool, condição está conhecida como "alcoolismo". O
alcoolismo é geralmente definido como o consumo consistente e excessivo e/ou preocupação
com bebidas alcoólicas ao ponto deste comportamento interferir com a vida pessoal, familiar,
social ou profissional da pessoa. O alcoolismo pode potencialmente resultar em condições
(doenças) psicológicas e fisiológicas, assim como, por fim, na morte. O alcoolismo é um dos
problemas mundiais de uso de drogas que mais custos trazem.

1.7. O Álcool e o Sistema Nervoso

Para o bom funcionamento do sistema nervoso existem neurotransmissores específicos


para causar o efeito inibitório ou excitatório das actividades neuronais, como exemplo,
podemos citar o glutamato, com efeito excitatório e o GABA com efeitos inibitórios.

Segundo CARLSON (2002), o GABA é um aminoácido simples com actividade de


neuro transmissão, e é secretado por neurónios. Apresenta a capacidade de estimular sinapses
29

inibitórias, podendo ser identificados dois receptores: GABA A – responsável por controlar

um canal cloreto e o GABA B- que controla um canal de potássio.

De acordo com KOLB (2002), no receptor GABA A existem cerca de cinco sítios de

ligação. No primeiro sítio temos o GABA; no segundo liga-se a família das drogas
tranquilizantes, chamadas de benzodiazepínicos, provavelmente também o álcool; no terceiro
sítio liga-se os barbitúricos; no quarto sítio os esteróides e o quinto são específicos para um
veneno encontrado em plantas da Índia chamado de picrotoxina

O álcool tem sua acção preferencial sobre as membranas celulares, que por sua vez,
funcionam como barreira ou porta de saída e entrada de substâncias específicas. Ao afectar as
células e o seu funcionamento o etanol consegue prejudicar todo o organismo. Porque a
grande quantidade ingerida, pode tornar as membranas endurecidas ou enfraquecidas,
podendo até se dissolverem. Uma vez destruídas, substâncias venenosas penetram nas células,
enquanto seu citoplasma sai.

Segundo MENESES (1999), os efeitos agudos do consumo de bebidas alcoólicas,


como alegria, loquacidade são mascaradores da acção inibidora que o álcool tem sobre o
sistema nervoso, assim como os anestésicos. O álcool age indirectamente sobre o sistema
límbico, que tem um papel crucial na expressão das emoções e na actividade do sistema de
recompensa do cérebro – área ventral e “nucleus accumbens”.

Segundo FERREIRA (2001), quanto aos efeitos crónicos o álcool causa no sistema
límbico uma menor oxigenação, devido à diminuição da circulação do sangue nessa área.

De acordo com GOODMAN (1997), ocorre um desornamento dos processos


neurológicos, principalmente do córtex cerebral, que é responsável pelo controle integrador.
30

CAPÍTULO III: METODOLOGIAS DE PESQUISA

3.1. Métodos de Pesquisa

Segundo MINAYO & SANCHES (1993), a investigação qualitativa, trabalha


com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões . Os métodos qualitativos
têm muita validade interna porque focalizam as particularidades e as especificidades dos
grupos sociais estudados.

Quanto a abordagem deste trabalho, o método de pesquisa é do tipo qualitativo, porque


centra-se, também, na análise da atitude ou das qualidades comportamentais dos envolvidos
na pesquisa além dos aspectos mensuráveis.

3.2. Técnicas de Pesquisa

Observação

A observação foi direita, participante e não grupal, onde o pesquisador foi


observar os comportamentos dos consumidores de bebidas alcoólicas.

Segundo MINON, apud RUDIO (1999) sustenta que, no sentido mais amplo, observar
não se trata apenas de ver, mas de examinar. Não se trata somente de entender mas de
auscultar. Trata-se também de ler documentos (livros, jornais, impressos diversos) na medida
em que estes não somente nos informam dos resultados das observações e pesquisas feitas por
outros mas traduzem também a reacção dos seus autores.

Entrevista

De acordo com BELL (1997:121), quanto mais estandardizada for a entrevista, mais
fácil será agregar e quantificar os resultados. Uma entrevista estruturada pode adoptar a forma
de um questionário ou de uma lista que sejam completados pelo entrevistador e não pelo
entrevistado. Se entrevistar pela primeira vez será mais fácil usar um formato estruturado.
31

Segundo MOSER e KALTON (1971), apud BELL (1997:118), afirmam que a


entrevista é “uma conversa entre um entrevistador e um entrevistado que tem o objectivo de
extrair determinada informação do entrevistado”. Nesta pesquisa foi utilizado uma entrevista
estruturada.

3.3. População – Alvo

Adolescentes e jovens que consomem bebidas alcoólicas e que frequentam os bares e


barracas do Bairro Francisco Manyanga, na Cidade de Tete.

3.4. Amostragem

Será utilizada uma amostragem do tipo aleatória, pois permitirá que a população seja
seleccionada ao acaso para fazer parte da amostra. A autora está consciente que a amostra é
representativa, pois, a pesquisa é mais qualitativa. Constitui amostra para esta pesquisa, 100
Adolescentes ou Jovens do Bairro Francisco Manyanga, na Cidade de Tete.

3.5. Procedimentos de Análise dos Dados.

Depois de se recolher os dados a partir das técnicas mencionadas, estes foram processados
usando o Microsoft Word. Também a analise dos dados consistiu em:

 Análise e leitura de imagens: o trabalho com o imagem obrigará os pesquisador a ter


conhecimentos referentes à leitura de imagens.
 Análise de conteúdo: os métodos da análise de conteúdo podem ser quantitativos ou
qualitativos. Principalmente será utilizado a análises qualitativas referem-se à “análise
de grande número de informações sumárias e teriam como informação de base a
frequência de aparecimento de certas características de conteúdo ou de correlação
entre elas”.

3.6. Considerações éticas

Para o desenvolvimento do trabalho foi necessária a apresentação de uma credencial


que será concebida pela Universidade Pedagógica, delegação de Tete. Este credencial
facilitou a recolha dos dados e a assistência de algumas aulas e o desenvolvimento do tema na
escola em estudo.
32
33

CAPITILO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Actualmente, as dificuldades de definição continuam apesar da vasta investigação


realizada nos últimos anos, quer a nível clínico, laboratorial ou epidemiológico. Realça-se
sim, uma nova compreensão social do problema. A designação de Alcoolismo refere-se,
habitualmente, às consequências da ingestão de álcool no indivíduo traduzido por um quadro
mórbido de sinais e sintomas, nem sempre reconhecendo a complexa problemática ligada ao
uso das bebidas contendo álcool.

No entanto, é a Organização Mundial de Saúde que assume a maior relevância na


definição da problemática ligada ao álcool. Para a OMS (1980) existem vantagens em utilizar
a designação de “problemas ligados ao Álcool” dado o vasto e multiforme leque de situações
relacionadas com o álcool pois existem relações mais ou menos perigosas do álcool com a
condução rodoviária, criminalidade, a patologia laboral, as perturbações familiares e efeitos
sobre a criança (concepção, gestação, aleitamento, desenvolvimento e rendimento escolar).

O álcool representa um risco na normal saúde infantil, juvenil e do adulto. A


Tabela abaixo apresenta as concepções dos 100 adolescentes/Jovens entrevistados,
consumidores das bebidas alcoólicas secas: nomeadamente, Tentação, Black gat, Boss, Black
Mponda rum, Royal, Safary, Double punch, Zed, Salvador, Tambirane Gin, Lawidzane Gin.
Destas marcas algum são Whisky e outras bebidas secas são Gim.

Tabela 1: Concepções dos Adolescentes e Jovens sobre os efeitos fisiológico do consumo de bebidas
alcoólicas secas no organismo humano.

Questão Alternativa %
1. O que é que leva muitos adolescentes/Jovens a Falta de dinheiro 40%
Gosto pelas bebidas 28%
procurarem e tomarem bebidas alcoólicas secas?
Falta de ocupação 14%
Problemas sociais 18%
2. Quais são as marcas mais preferidas pelos jovens e Gin 55%
Whisky 15%
adolescentes?
Gin e Whisky 20%
Não sabe 10%
3. Quais são os efeitos negativo que as bebidas secas Explica claramente 20%
podem causar no funcionamento do organismo Explica 30%
Explica c/dificuldade 26%
humano?
Não sabe 24%
34

3. Quais são as principais doenças provocadas pelo Explica claramente 15%


Explica 25%
consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas.
Explica c/dificuldade 34%
Não sabe 26%
7. De que forma o álcool afecta o funcionamento do Explica claramente 12%
Explica 13%
sistema nervoso?
Explica c/dificuldade 50%
Não sabe 25%
11. Quais são as consequências de alto nível de álcool no Explica claramente 6%
Explica 14%
sangue?
Explica c/dificuldade 60%
Não sabe 20%
15. Que estratégia pode ser adoptadas para diminuir o Eliminar o fabrico 16%
Aumentar o preço 58%
consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas na
Proibir a venda 12%
camada de adolescente e jovens?
Não sabe 14%

Fonte (autor): 2015

Como mostra a tabela dos 100 adolescentes/jovens entrevistados 40% afirmam


que optam por procurarem e tomarem bebidas alcoólicas secas por falta de dinheiro, outros
acerca de 28% afirmaram que procuram e tomam estas bebidas pelo gosto destes tipos de
bebidas alcoólicas.

Sobre os efeitos negativos que as bebidas secas podem causar no funcionamento


do organismo humano, apenas 20% dos entrevistados explicam claramente, 26% explicam
com dificuldades e 24% não sabem explicar que efeitos nocivos podem-se desenvolver no
organismo humano devido ao consumo excessivo de bebidas secas.

Em relação as principais doenças provocadas pelo consumo excessivo de bebidas


secas, 34% dos entrevistados mencionam com dificuldades, 25% não conseguem mencionar,
pelo menos uma patologia, somente 5% dos entrevistados conseguem mencionar
correctamente duas ou três patologias causadas pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas
secas.

Em média 55% dos entrevistados tem dificuldades de explicar as consequências


do alto nível de álcool no sangue e como é que o álcool pode afectar o funcionamento do
sistema nervoso.
35

Em relação as estratégias que podem ser adoptadas para diminuir o consumo


excessivo de bebidas alcoólicas secas 58% dos entrevistados afirmam que os vendedores
deveriam aumentar o preço de venda destas bebidas, isto poderia contribuir para a redução do
consumo excessivo.

A maior parte dos entrevistados cerca de 55% afirmam que muitos dos
adolescentes ou jovem gostam mais de Gin em relação a outros tipos de bebidas alcoólicas
secas.

Na opinião do autor, os adolescentes ou jovens tem lacunas na compreensão desta


matéria, muitos não sabem explicar claramente sobre os efeitos fisiológicos do consumo
excessivo de bebidas alcoólicas secas no organismo humano. O autor esta de acordo com a
estratégia alternativo optadas pelos entrevistados na sua maioria, pois, uma vez que muitos
adolescentes e jovens procuram e tomam bebidas alcoólicas secas por falta de dinheiro e
aumentando preço desta bebida pode contribuir para a diminuição do consumo excessivo dos
mesmos.

Segundo BREDA (2010), o consumo excessivo de álcool representa um elevado


impacto para a saúde e gera elevados custos relacionados com os cuidados de saúde,
segurança e ordem pública, e, consequentemente um impacto negativo sobre o
desenvolvimento económico e a sociedade em geral. O consumo abusivo de álcool é um
determinante da saúde e uma das principais causas de mortes prematuras e evitáveis. O
consumo excessivo de bebidas secas (álcool) pode trazer sofrimento como resultado de
acidentes automobilísticos, atropelamentos, quedas, violência familiar e nas ruas, além de
uma série de problemas sociais e de saúde física e psíquica. Vários são os prejuízos causados
pelo consumo elevado de bebidas alcoólicas. O envolvimento em brigas, vandalismo,
absenteísmo do trabalho pode ser ocasionados por esse consumo. O indivíduo sob o efeito de
substâncias psicoativas, como o álcool, tem maior probabilidade de colocar-se em situação de
risco, a exemplo da aquisição de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), uma vez que o
efeito da droga prejudica sua capacidade de julgamento, levando-o a negligenciar os cuidados,
como a prática de sexo seguro.

O Gráfico abaixo mostra de forma nítida as concepções dos adolescentes/jovens


sobre efeitos fisiológicos de consumo excessivo das bebidas secas sobre o organismo humano.
36

Gráfico 1: Concepções dos adolescentes/Jovens sobre efeitos fisiológicos de Bebidas secas

Concepções dos adolescentes/jovens sobre efitos fisiologico de bebidas secas


FD GB FO PS G W GW NS EC E ED NS2
EC2 E2 ED2 NS3 EC3 E3 ED3 NS4 EC4 E4 ED4 NS5

0.6

0.5

0.2
0.25
0.34 0.14
0.26
55%
0.25 0.13 0.06
0.24 0.12
0.30.26
0.15
0.2
0.4 20%

0.28 15% 10%


0.18
0.14

Q1 Q2 A3 A4 A5 Q6

Fonte (autores): 2015

4.1. Marcas de bebidas secas vendidas no Bairro Francisco Manyanga.

Figura 1: Boss – uma marca de bebida seca de tipo WHISKY .


37

Fonte (autor): 2015

Figura 2: Royal – Uma marca de bebida seca de tipo WHISKY

Fonte (autor): 2015

Figura 3: Black – Uma marca de bebidas secas de tipo WHISKY


38

Fonte (autor): 2015

Boss, Royal e Black são bebidas alcoólicas preferidas com 15% dos
adolescentes/jovens entrevistados. Estas bebidas secas possuem em média 43% de volume de
álcool. Portanto alguns preferem estas bebidas alcoólicas em deferimento das bebidas
alcoólicas com menor teor de volume de álcool a título de exemplo das cervejas, como as
marcas de cervejas nomeadamente: 2M com 4,5% de volume de álcool, MANICA com 5% de
volume de álcool, MILSTRAUT com 6% de volume de álcool e entre outras bebidas que não
chegam a 10% de volume de álcool, como LAITE, ENIKER, SPIN, PREMMIUM e etc.

Figura 4: DOUBLE PUNCH – Uma marca de bebidas secas de tipo GIN


39

Fonte (autor): 2015

Figura 5: BLACK CAT – Uma marca de bebidas secas de tipo GIN

Fonte (autor): 2015

Figura 6: TENTAÇÃO – Uma marca de bebidas secas do tipo GIN.


40

Fonte (autor): 2015

A maior parte dos entrevistados cerca de 55% afirmam que muitos dos adolescentes
ou jovem gostam mais de GIN em relação a outros tipos de bebidas alcoólicas secas. Poucos
jovens gostam de bebidas alcoólicas de marca WHISKY. As marcas de GIN mais vendidas no
bairro Francisco são; TENTAÇÃO, DOUBLE PUNCH e BLAC CAT.

Para além destas marcas, existem outras marcas que são fabricadas dentro do
Município da Cidade de Tete TAWIRANI. Outras bebidas que também contribuem para o
consumo de bebidas alcoólica secas são de fabrico caseira vulgo KACASSO.

CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES


41

5.1. Conclusões

Segundo BREDA (2010), o consumo excessivo de bebidas secas (álcool) pode


trazer sofrimento como resultado de acidentes automobilísticos, atropelamentos, quedas,
violência familiar e nas ruas, além de uma série de problemas sociais e de saúde física e
psíquica. O indivíduo sob o efeito de substâncias psicoativas, como o álcool, tem maior
probabilidade de colocar-se em situação de risco, a exemplo da aquisição de Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST), uma vez que o efeito da droga prejudica sua capacidade
de julgamento, levando-o a negligenciar os cuidados, como a prática de sexo seguro. Portanto,
isso se deve aos efeitos fisiológicos do álcool no organismo humano, na corrente sanguínea e
nas células nervosas e na comunicação hormonal, cuja dose elevadas do álcool pode afectar o
normal funcionamento de vários sistemas do organismo.

Dos adolescentes/jovens entrevistados, na sua maioria, 40% afirmam que optam


por procurarem e tomarem bebidas alcoólicas secas por falta de dinheiro, outros acerca de
28% afirmaram que procuram e tomam estas bebidas pelo gosto destes tipos de bebidas
alcoólicas.

Sobre os efeitos negativos que as bebidas secas podem causar no funcionamento


do organismo humano, a maior parte dos jovens/adolescentes em média 25% não sabem
explicar que efeitos nocivos podem-se desenvolver no organismo humano devido ao consumo
excessivo de bebidas secas. Em relação as principais doenças provocadas pelo consumo
excessivo de bebidas secas, 34% dos entrevistados mencionam com dificuldades algumas
doenças e 5% dos entrevistados conseguem mencionar correctamente duas ou três patologias
causadas pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas.

Em relação as estratégias que podem ser adoptadas para diminuir o consumo


excessivo de bebidas alcoólicas secas 58% dos entrevistados afirmam que os vendedores
deveriam aumentar o preço de venda destas bebidas, isto poderia contribuir para a redução do
consumo excessivo.

5.2. Recomendações
42

Uma vez que o desenvolvimento da humanidade depende da saúde dos recursos


humanos de todos intervenientes. Recomenda-se:

 A todos intervenientes na vida económica, social, politica, educativa e saúde


pública, aos órgãos de comunicação social, os responsáveis de indústria e
comercio, aos educadores, aos políticos e aos agentes promotores de hábitos
saudáveis na Cidade de Tete, a sua máxima intervenção com políticas
públicas que trabalham a partir da fonte de produção de bebidas alcoólicas
secas, aos vendedores e aos consumidores proporem estratégias para a
redução de consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas. No caso em
estudo, os adolescentes/jovens propõem a elevação de preço de venda como
forma de repelir – os, uma vez a sua motivação está relacionado com a falta
de dinheiro.
 Aos adolescentes/jovens procurarem se informar com os demais sobre os
efeitos fisiológicos nocivos no organismo humano resultante de consumo
excessivo de bebidas alcoólicas.

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