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O Tratamento contabilístico dos contratos de trabalho dos jogadores de futebol nos

clubes da cidade de Maputo que militam no Moçambola e o efeito nas Demonstrações


financeiras (2014-2017).

Por:

Frazão Felizardo Joaquim Macuàcua

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique

Maputo, Agosto de 2019


O Tratamento contabilístico dos contratos de trabalho dos jogadores de futebol nos
clubes da cidade de Maputo que militam no Moçambola e o efeito nas Demonstrações
financeiras (2014-2017).

Por:

Frazão Felizardo Joaquim Macuàcua

Projecto apresentado em cumprimento dos requisitos de culminação de estudos para a


obtenção do grau de licenciado em Contabilidade e Auditoria no ISCAM

Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique

Supervisor Principal: dr. Jeronimo Uamba

Maputo, Agosto de 2019


Índice
Capitulo I: Introdução........................................................................................................1
1.1. Contextualização.................................................................................................1
1.2. Problema de Pesquisa.........................................................................................3
1.3. Objectivos...........................................................................................................5
1.3.1. Geral:...........................................................................................................5
1.3.2. Específicos:..................................................................................................5
1.4. Justificativa.........................................................................................................6
1.5. Estrutura..............................................................................................................7
Capitulo II: Revisão da Literatura.....................................................................................8
2.1. Os Contratos de trabalho vigentes para a prática profissional do futebol..............8
2.1.1. Conceito de Contratos de Trabalho.................................................................8
2.1.2. Características do contrato de trabalho......................................................10
2.1.3. Contrato de Trabalho para a práctica de Futebol Profissional..................11
2.1.3.1. Contrato de Trabalho para a pratica de futebol profissional em
Mocambique.............................................................................................................12
2.1.3.1.1. Contrato de Formação em Moçambique................................................13
2.2. Sistema de Transferências de Jogadores...........................................................14
2.3. Contabilização dos Contratos de Trabalho Profissional dos Jogadores de
Futebol.........................................................................................................................17
2.3.1. Breve Introdução...........................................................................................17
2.3.2. Activo Intangível.......................................................................................19
2.3.2.1. Activos Intangíveis nos clubes de Futebol............................................19
2.3.2.2. Contabilização dos Contratos dos Jogadores Adquiridos Externamente
20
2.3.2.3.1. Custo com Formação dos Jogadores......................................................23
2.3.2.3.2. Norma Relativas à Indemnização de Formação para Jogadores Jovens24
Capitulo III: Metodologia................................................................................................29
3.1. Caracterização da Pesquisa...................................................................................29
3.1.1. Quanto a Natureza..........................................................................................29
3.1.2. Quanto ao Procedimento Técnico.............................................................30
3.1.3. Técnicas de colecta de dados.........................................................................31
3.1.3.1. Instrumento de Colecta de Dado.................................................................31
3.2. Seleção da População e Amostra..........................................................................31
3.2.1. Amostra..........................................................................................................32
3.3. Hipóteses de Pesquisa...............................................................................................32
Apêndices e Anexos........................................................................................................33
Referencias Bibliográficas...............................................................................................48
Capitulo I: Introdução
1.1. Contextualização
Segundo Constantino (2006), o futebol que no início do século XX era praticado a título
amador, desenvolveu-se de tal forma que hoje representa uma indústria que movimenta
milhões, onde os jogadores constituem os seus maiores valores.
Com o desenvolvimento do futebol do amador ao profissional a forma de ver o jogador
de futebol mudou tanto a nível de rendimento como a nível da imagem, deste modo
surgi o valor dos direitos do Jogador de futebol, Constantino (2006), afirma que a
mudança Veio alavancar o papel dos Jogadores nos clubes em termos empresarias.
Para Lopes & Davis (2006), os clubes de futebol são, geralmente, entidades civis de
carácter desportivo, com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
tendo por objectivo a realização de eventos de carácter social, cultural e desportivo, com
a promoção, difusão e aperfeiçoamento da prática da educação física, dos desportos em
geral, de reuniões e diversões de carácter desportivo, social, cultural, cívico e recreativo,
além de manterem quadros de futebol profissional e de equipas para a prática de
desportos amadores.
Para os moldes actuais da prática dos clubes de futebol mundial, o conceito dado por
Lopes e Davis não se enquadra na sua plenitude, pelo facto de alguns clubes já estarem
a apoiar a realização de praticas desportivas com a finalidade de arrecadar rendimentos.
Em Moçambique por mais que essa modalidade seja umas das que mais movimenta,
pessoas e apoios por parte de empresas e do Estado, a sua administração não é
transparente no que diz respeito a apresentação das suas contas e os meios pelos quais
os clubes de futebol usam para se vincularem com os seus jogadores.
Sendo o futebol uma indústria que movimenta milhões, ai surge a necessidade pela
contabilidade que independentemente do porte ou segmento e da sua forma de
tributação oferece um maior controlo financeiro e económico das organizações, neste
caso em particular os clubes de futebol que representam o nosso campo de estudo.
Segundo Barros (2002), contabilidade é uma ciência social que estuda e pratica as
funções de controlo e de registo relativas aos actos e factos da administração e da
economia. Mais especificamente, trata-se do estudo e do controlo do património das
entidades (empresas), e tem como objectivo o fornecimento de informação económica
para os Stakeholders.
È deveras importante realçar que com o uso e aplicação da contabilidade como um
instrumento fundamental e indispensável para assegurar a transparência para o meio

1
interno da organização e para todos os seus stakeholders poderá potenciar maior
transparência na divulgação e apresentação dos relatórios no que tange a movimentação
do seu activo como elemento diferencial para com os diferentes clubes que militam no
Moçambola. Ѐ com a aplicação da contabilidade que os clubes iram conhecer o valor
dos do seu património e do seu desempenho durante o exercício económico, pois a
contabilidade é um instrumento necessário para todas as entidades e também para as
pessoas físicas, ajudando no processo de tomada de decisões de pequenos e grandes
negócios.
Importa aqui referir que existem informações que são difíceis de serem indicados nas
demonstrações contabilísticas como é o caso da valorização no que tange aos direitos
contratuais dos jogadores de futebol com os seus clubes.
Segundo Filipe (2013), o que diferencia o futebol amador e o profissional são as
características seguintes:
O patrocínio e as remunerações, mas estas não são as únicas características que podem
ser usadas para diferenciar o futebol amador do profissional, mas sim uma das
principais por serem as que mais dão nas vistas. Os clubes profissionais arrecadam
muitas somas financeiras através de patrocínios provenientes de grandes empresas ou
marcas que procuram aumentar suas vendas e visibilidade ao associarem-se a essas
equipes enquanto que no futebol amador a visibilidade das mesmas empresas e marcas
não será a mesma como nas equipes profissionais pelo que essas equipes arrecadam
tanto como as outras e essas equipas amadoras muitas das vezes devem ser
autossuficientes e sobreviver de subsídios próprios, quanto ao remuneração pela
explicação acima descrita já da para perceber que as equipes profissionais tem maior
capacidade de pagar melhores salários aos seus jogadores doque as equipes amadoras, e
muitas vezes as praticas desportivas dos clubes amadores não são remuneradas.
Mesmo com os Patrocínios das grandes empresas do pais e de Instituições públicas, o
futebol Moçambicano tem estado numa crise profunda tanto por resultados desportivos
como por parte dos resultados financeiros-económicos, oque é demonstrado pelo atraso
de pagamentos salários por parte dos clubes para os seus jogadores e infraestruturas
desportivas danificadas ou precisando de reabilitações profundas facto este que ocorre
em muitos clubes do nosso belo Moçambique.
Segundo o Site Oficial da Liga Moçambicana de Futebol (LMF), o moçambola é
constituído por 16 equipes, que competem entre si em 30 Jornadas, destas equipes no

2
ano de 2019, 7 são da zona Sul, 5 da zona Centro e 4 da zona Norte. Factos esses e
demais que me levaram a escolher o tema que será abordado na presente pesquisa.
1.2. Problema de Pesquisa
Marconi e Lakatos (2007), dizem que o problema é uma dificuldade, teórica ou pratica,
no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar
uma solução. Para se formular um problema tem que se haver clareza, concisão e
objectividade, de onde deve ser levantado de formas interrogativas e delimitas, pois a
gravidade de um problema depende da importância dos objectivos e da eficácia das
alternativas.
É importante salientar que a popularidade do futebol e o seu envolvimento dos adeptos
frénicos e apaixonados e envolvendo valores sociais trouxeram aos clubes uma maior
visibilidade em termos económicos, sociais e Políticos. Os Intervenientes da sociedade
estão preocupados com o desempenho económico e financeiro dos clubes de futebol por
estes estarem a empregar, estarem aptos a cumprirem com as suas obrigações legais.
De acordo com Tony Gravata no Jornal Domingo de 01 Fevereiro de 2014, os clubes
nacionais não respeitam o jogador de futebol como deve ser, os mesmos clubes não tem
uma gerência transparente no que diz respeito ao conteúdo dos contratos de trabalho dos
jogadores, algumas vezes os próprios jogadores pagam aos dirigentes dos clubes para
fazerem parte das mesmas.
Além dos problemas acima descritos Estevão no Jornal Desafio de 02 de Maio de 2016,
Acrescenta que um bom número de clubes do Moçambola está a atravessar graves
problemas financeiros e enfrenta grandes problemas para pagar a remuneração aos
jogadores, treinadores, pessoal de apoio e funcionários. Algumas situações agravam-se
pela situação económica que o país tem estado a atravessar, desde 2015 mas outras
arrastam-se já há anos. O Grupo Desportivo de Maputo é o clube que apresenta o
cenário mais preocupante pois desde os períodos de 2010 a 2018 tem enfrentado os
mesmos problemas. Os “alvi-negros” têm cinco salários por pagar. Três desses cinco
meses são referentes ao ano passado, sendo que os outros dois meses são do ano em
curso. E caso não seja pago o mês de Abril, até ao dia 6 de Maio a dívida passará para
seis meses de salários em atraso.

Sabendo que para os clubes de futebol os jogadores de futebol são o seu activo mais
valioso há que reparar nessa questão e analisar com enfase e conhecimento de causa
sobre o tratamento que esses devem ter por parte dos clubes.

3
Para muitos clubes que militam no Moçambola a contabilização dos seus jogadores
como sendo activos tem-se mostrado muito deficitária, desta forma essas práticas
divergem com os princípios, politicas e regras estabelecidas nas normas de
contabilidade e pela FIFA. Devido a essas práticas as demonstrações financeiras dos
Clubes de Futebol de Moçambique podem não estar sendo produzidas de forma
fidedigna e Fiável no que diz respeito a contabilização dos contratos e a forma de
reconhecimento dos jogadores de futebol nas suas demonstrações financeiras (DF’s),
deste modo surgem o seguinte problema:
Qual é o tratamento contabilístico dado aos contratos de trabalho dos jogadores de
futebol por parte dos clubes de futebol da cidade de Maputo que militam no
Moçambola e o seu efeito nas Demonstrações financeiras nos períodos 2014-2017.

4
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral:
Analisar o tratamento contabilístico e o efeito nas Demonstrações financeiras dos
contratos de trabalho dos jogadores de futebol por parte dos clubes de futebol da cidade
de Maputo que militam no Moçambola nos períodos 2014-2017.

1.3.2. Específicos:
 Identificar os contratos de trabalho vigentes para a prática profissional do
futebol, nos clubes;
 Caracterizar o sistema de transferências segundo o regulamento da FIFA e a sua
aplicação pelo Clubes;
 Descrever a forma de contabilização dos contratos de trabalho no futebol
profissional;

5
1.4. Justificativa
A importância do estudo deste tema será analisada nas seguintes perspectivas:
A nível social: sabe que no nosso pais as pessoas crescem num ambiente onde o futebol
é a modalidade mais praticada e acompanhada, por esse motivo, muitos desde crianças
noutrem uma paixão especial pelo futebol oque os leva a informarem-se melhor sobre o
mundo do futebol em particular quando se refere a uma informação que diz respeito ao
seu pais. Este trabalho é importante porque ira mostrar a todos, como é feita a
contabilização dos jogadores de futebol por parte dos clubes de futebol Moçambicanos,
pois vivesse ouvindo a respeito dos jogadores do exterior (Portugal, Inglaterra, etc…), a
cerca do valor dos seus contratos e dificilmente ouve-se sobre a realidade nacional, este
trabalho vem para reduzir essa expectativas e proporcionar aos amantes do futebol e
demais algumas bases de como os clubes se comportam a respeito do registo do seu
activo mais valioso, e dar a conhecer qual e o tratamento contabilístico que esses clubes
dão aos contratos de trabalho profissional dos jogadores adquiridos externamente e dos
formados internamente.
A nível científico: a realização desse trabalho é importante pois vai reforçar o forte
apelo por parte dos contabilistas dos clubes internacionais e pela comunidade
interessada na criação de uma norma internacional de contabilidade que regule de forma
universal a contabilização dos jogadores de futebol, porque com isso poderá se alcançar
a harmonização contabilística na área desportiva, facilitando a comparação entre os
diferentes clubes, nacionais e internacionais.
A nível Empresarial: este estudo a este nível ira dar maior visibilidade aos clubes, isto é,
as matérias abordadas irão mostrar aos empresários qual é o desempenho económico-
financeiro e estes podem optar por associarem a sua marca aos clubes moçambicanos, e
estas parceria não ira só alavancar os rendimentos dos clubes mas também das empresas
que estiverem associadas. No caso se os clubes de futebol não estiverem a contabilizar
segundo a IAS 38 com a adopção da mesma os seus resultados antes de imposto irão
mostrar um aumento.

6
1.5. Estrutura
O presente trabalho (projecto) estará dividido em quatro (5) capítulos:

1° Capítulo: que compreende os seguintes elementos: introdução, contextualização,


problema, justificativa, objectivos (geral e específicos).

2° Capítulo: compreende as diferentes abordagens sobre o tema de acordo com


diferentes autores.

3° Capítulo: compreende o material necessário de autores, para o alcance do estudo:


Amostra, tipo de estudo, população e material.

7
Capitulo II: Revisão da Literatura
2.1. Os Contratos de trabalho vigentes para a prática profissional do futebol

2.1.1. Conceito de Contratos de Trabalho


O código civil no seu artigo 1152ᵒ refere que o contrato de trabalho é aquele pelo qual
uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade intelectual ou
manual a outra pessoa, sob a autoridade e direção desta.

Para Fernandes (2012; p. 107), define contrato de trabalho como sendo aquele pelo qual
uma pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade a outra
ou outras pessoas, no âmbito de organização e sob a autoridade destas.
É de salientar que os autores acima referenciados concordam quanto ao conceito de
contrato de trabalho, eles conceituam contrato de trabalho como sendo um acordo entre
duas partes, empregador empregado, no qual este subordina-se profissionalmente ao
empregador, oferecendo serviços contínuos em troca de um salario.
Fernandes (2012; p.107), analisa o seu conceito com base nos elementos fundamentais
de um contrato de trabalho, segundo eles são os encontraremos abaixo:

a) Objecto do contrato: a actividade do trabalhador1

O primeiro elemento a salientar consiste na natureza da prestação a que se obriga o


trabalhador. Trata-se de uma prestação de actividade, que se concretiza, pois, em fazer
algo que é justamente a aplicação ou exteriorização da força de trabalho tornada
disponível, para outra parte, por este negócio.

O autor acima citado afirma ainda que, na verdade aquilo que o trabalhador se obriga é,
fundamentalmente, a colocar e manter a sua força de trabalho (conjunto de aptidões
psíquicas e físicas) disponível pela entidade patronal, em certos termos e dentro de
certos limites qualitativos e quantitativos, enquanto o contrato vigorar. É obvio que tal
disponibilidade contém a necessitas do serviço efectivo (se, quando, onde e como o
empregador determinar), mas o serviço efectivo não esgota o comportamento devido
pelo trabalhador com base no mesmo contrato. É oque , com toda a clareza, estabelece o

1
Não é obviamente, rigoroso dizer-se que o objecto do contrato de trabalho consiste na obrigação a cargo
do trabalhador. Dele faz parte também o debito salarial. Mas, em sentido menos exacto, há muito se
salienta que a obrigação laboral é na verdade o ‘’objecto característico do contrato de trabalho’’.

8
art. 197°/1 CT: tempo de trabalho é todo aquele em que “o trabalhador exerce a
actividade ou permanece adstrito à realização da prestação”.

Quando se aponta a actividade do trabalhador como objecto do contrato, quer-se


significar que é essa a actividade, não o resultado.

b) Sujeitos: Trabalhador e a entidade empregadora

Segundo Fernandes (2012; pp. 112-113), trabalhador é aquele que, por contrato, coloca
a sua força de trabalho a disposição de outrem, mediante retribuição enquanto que
entidade patronal, empregadora, ou empregador é a pessoa individual ou colectiva que,
por contrato, adquire o poder de dispor da forca de trabalho de outrem, no âmbito de um
empresa ou não, mediante o pagamento de uma retribuição.

c) Retribuição

Para Fernandes (2012; pp. 113-114), é o elemento essencial do contrato individual do


trabalho que, em troca da disponibilidade da força de trabalho, seja devida ao
2
trabalhador uma retribuição Normalmente em dinheiro (embora possa ser paga,
parcialmente, em género). Qualquer forma de trabalho gratuito é, como se sabe, ex –
cluida deste âmbito.

d) Subordinação jurídica

Segundo Fernandes (2012; pp. 114-118), para que se reconheça a existência de um


contrato de trabalho é fundamental que, na situação concreta, ocorram as características
da subordinação jurídica por parte do trabalhador.

Segundo o mesmo autor a subordinação jurídica consiste numa relação de dependência


necessária da conduta pessoal do trabalhador na execução do contrato face às ordens,
regras ou orientações ditadas pelo empregador, dentro dos limites do mesmo contrato e
das normas que o regem.

2
Termo usado para designar a prestação devida pela entidade patronal, também pode ser designado o por:
salario, ordenado, etc…

9
2.1.2. Características do contrato de trabalho

Segundo Xavier (1993), entre as características do contrato de trabalho que costumam


ser apontados na doutrina destacaremos as seguintes, fazendo notar que certos aspectos
típicos importantes do contrato já foram do trabalho, como o da subordinação já foram,
já foram referidos:

a) Contratualidade: O contrato é elemento essencial para a prestação do trabalho no


regime de contrato de trabalho o acordo das partes: é pelo contrato que surge as
obrigações reciproca entre a entidade patronal e o trabalhador (plano genético) e
a correspondente relação contratual (plano funcional). Pelo contrato de trabalho
estabelece-se uma relação contratual entre entidade patronal e trabalhador, de
conteúdo muito complexo, com um intrincado feixe de direitos e deveres
recíprocos. Deste modo pode afirmar-se que o contrato é também lei entre as
partes (plano normativo), dele podem constar clausulas que fixam os direitos e
deveres emergentes.
b) Onerosidade e comutatividade: O contrato de trabalho é um contrato oneroso,
contrato, pois, pelo qual há uma troca de vantagens e benefícios, e um contrato
bilateral e comutativo, em que as prestações são reciprocas e interdependentes.
O contrato de trabalho segue um modelo sinalagmático quer na sua génese, já
que na constituição do contrato a obrigação assumida por um dos contraentes
constitui a razão de ser da obrigação contraída pelo outro (sinalagma genética),
quer no seu, já que as obrigações têm de ser cumpridas com relativa
simultaneidade e independência (sinalagma funcional).
c) Complexidade: O conteúdo da relação de trabalho não se analisa apenas nas
obrigações das partes: prestação do trabalho subordinado e prestação da
retribuição. A muitos direitos e deveres, alguns deles conexos com as prestações
fundamentais (o dever de de obediência, e o dever de pontualidade do
trabalhador), surgindo outros com relativa independência (obrigação patronal de
indemnizar o trabalhador por prejuízos causados por acidentes de trabalho,
obrigação de dar ferias, a obrigação de lealdade do trabalhador).
d) Durabilidade: O contrato de trabalho é duradouro, porque satisfaz interesses dos
contraentes que se destinam a perdurar no tempo (permanente exigência de mão-
de-obra na empresa e, no que se refere ao trabalhador, necessidade de assegurar

10
para si próprio e para os familiares o salario, que constitui sua base essencial de
sustento).
A prestação do trabalho tem de ser ordenada temporalmente em função de
determinadas necessidades da empresa, de modo a dar respostas as exigências de
mão-de-obra suposta de funcionamento das empresas. Muitas vezes a prestação
de trabalho tem uma expressão temporal, que constitui a sua medida ou
dimensão quantitativa e que se relaciona com a retribuição.
e) Caracter Colaborativo: Qualquer relação contratual supõe a colaboração de boa-
fé de ambos os contratantes na execução do programa contratual. A acentuação
destes aspectos na civilística moderna está a retirar conteúdo ao chamado
princípio de colaboração, que se tem reclamado para o para o vinculo do
trabalho. Ainda que a colaboração esteja suposta mesmo nas simples relações de
troca e não exija qualquer perspectiva pessoal ou comunitária, parece-nos que o
princípio da colaboração tem uma acentuação especial no contrato de trabalho
pela relação organizativa duradoura na empresa que se estabelece entre os
contraentes.
f) Caracter Fiduciário: O contrato de trabalho e de caracter pessoal (intuitu
personae) e pressupõe uma relação de confiança e de colaboração estreita,
estando nele subjacente o acreditarem as partes em qualidade de honestidade,
lealdade, e confidencialidade fundamentais para a consecução da finalidade
contratual.

2.1.3. Contrato de Trabalho para a práctica de Futebol Profissional

Segundo Amado (1995, p.11) a crescente complexidade que vem assumindo o


fenómeno desportivo, em especial no atinente à actividade desportiva orientada para o
rendimento, suscita, com premência sempre maior, conflitos de interesse que ao Direito
cabe harmonizar.

Segundo Amado (1995, p.11) o que sucede, com particular acuidade, no domínio do
contrato de trabalho dos praticantes desportivos, onde a necessidade de intervenção
legislativa se justifica em razão das especialidades que a actividade desportiva comporta
e a que o regime geral do contrato de trabalho não pode responder inteiramente.

11
O jogador é uma pessoa singular que surge na dupla qualidade de atleta e trabalhador
(Amado, 1995, p. 13). O jogador é precisamente um trabalhador desportivo ou um
desportista profissional – alguém que pratica o futebol como meio de vida,
profissionalmente (Rei et al., 2002, p. 11).
Porque o futebol implica o confronto entre equipas, o jogador profissional de futebol
presta a sua actividade através da celebração de um contrato de trabalho. Dependendo
das circunstâncias, podemos estar perante um contrato de trabalho desportivo ou de um
contrato de formação desportiva.
A lei nº 23/2007 de, 01 de Agosto (lei do Trabalho), refere-se no seu artigo 3 que o
trabalho desportivo esta regido em legislação especial. E segundo o Decreto nº. 24/2011
de, 9 de junho no seu artigo 4º, o vinculo de trabalho entre o agente desportivo, e a
entidade empregadora desportiva ( clube futebol) e o empresário desportivo, obriga a
celebração de contrato.
Estruturalmente o contrato de trabalho desportivo pressupõe que uma das partes seja um
praticante desportivo e a outra parte tenha por objecto o desenvolvimento e a
participação em actividades desportivas (Clubes).
Todavia, a característica fundamental deste regime especial reside no conteúdo
obrigacional do praticante – prestação de uma actividade desportiva: a prestação em
competição desportiva da modalidade para que foi contratado (Candeias, 2000, pp.103-
104).
A especificidade fisionómica do contrato de trabalho desportivo, em relação a outros
contratos da mesma espécie, encontra-se na imperativa submissão aos seguintes factores
(Candeias, 2000, p. 104):

 Um termo resolutivo;
 Um termo estabilizador;
 Um limite de duração máximo;
 A eficácia do registo;
 Vínculo desportivo.
2.1.3.1. Contrato de Trabalho para a pratica de futebol profissional em
Mocambique.
Para a caracterizacao do contrato de trabalho para a pratica de futebol profissional em
Mocambique iremos ter como base os factores indicados acima.

12
O termo resolutivo, esta consagrado no artigo 8 do decreto nº. 24/2011 de, 9 de junho
(Regulamento do Trabalho Desportivo “RTD”), que exige a estipulação do termo de
vigência do contracto, o montante da remuneração, etc..
O termo estabilizador fundamenta-se na ilicitude da denúncia antecipada do contracto,
exceptuando a denúncia contratual com base em justa causa. O contrato de trabalho
desportivo garante (obrigacionalmente) a estabilidade de manutenção dos seus efeitos
até ao termo resolutivo (Candeias, 2000, p. 105).
O limite máximo de duração de um contracto, segundo o artigo 10º do (Regulamento do
Trabalho Desportivo “RTD”): o contracto de trabalho desportivo não pode ter uma
duração superior a 4 épocas.
O quarto elemento, sui generis, advém da obrigatoriedade do registo prévio do contrato
de trabalho desportivo na federação da modalidade que o jogador pratica (artigo 9 do
Regulamento do Trabalho Desportivo “RTD”)
Por fim o vínculo desportivo (Candeias, 2000, p. 111), último elemento caracterizador,
é de algum modo consequência da interpretação acabada de efectuar: advém da
voluntária sujeição de todos os intervenientes desportivos a normas (estatutárias e
regulamentares) emitidas por uma terceira entidade (federação da modalidade
desportiva exercida pelo praticante) aparentemente estranha ao relacionamento entre as
partes (jogador e clube) que, indirectamente, influencia a execução contractual.

2.1.3.1.1. Contrato de Formação em Moçambique


O contracto de formação é um contracto que uma entidade empregadora desportiva se
vincula a um menor de idade com o objectivo de o formar nas áreas desportivas, o
artigo 5 do RTD (Regulamento do Trabalho Desportivo) refere que o contrato de
trabalho celebrado com um menor de quinze anos de idade só é valido mediante
autorização, por escrito, do seu representante legal.

Segundo o artigo 3 do anexo 4 do regulamento da FIFA, o qual estabelece a forma de


distribuição da indemminização entre as entidades empregadoras desportivas que
contribuíram para a formação do atleta. Portanto, conclui-se que o contrato de formação
desportiva é susceptível de ser equiparado ao de trabalho desportivo (Candeias, 2000, p.
123), mas desde que o formando possa, regularmente, participar nas competições
realizadas pelas federações das modalidades respectivas.

13
2.2. Sistema de Transferências de Jogadores
Segundo Amador (2004), as origens históricas do sistema de transferência podem ser
detectadas numa cláusula inserida nos regulamentos da Associação de Futebol Inglesa
(Football Association) em 1885 que exigia o registo anual de todos os jogadores na
associação. O registo, por sua vez, tornou-se um meio hábil para comprar e vender os
direitos dos atletas. A prática resultou na criação de um mercado de transferências onde
a inscrição do jogador surge como o meio de negociar os seus próprios direitos.

Os clubes passaram deter um controlo considerável sobre os seus jogadores, a sua força
de trabalho. Depois de um jogador assinar o contrato com um clube e este ser inscrito
pelo clube na associação só poderia vir a jogar noutro clube, mesmo após a cessação do
contrato, se este último chegasse ao acordo com aquele clube quanto à verba de
transferência a pagar pela compra do jogador. Era a existência de uma verba de
transferência e a dificuldade de os jogadores se libertarem dos seus clubes, já depois de
expirado o contrato, que permitia caracterizar estes profissionais como empregados
diferentes (Morrow apud Constantino, 2006)

Se um clube recusasse a transferência de um jogador para outro clube, o atleta ficava


obrigado a continuar jogando por esse mesmo clube, desde que o seu salário se
mantivesse igual ao que recebia em conformidade com o anterior contrato. Este sistema
de transferências permitia aos clubes controlar a vida laboral dos seus
jogadores/trabalhadores (Constantino, 2006).

Este processo trouxe problemas posteriormente. Portanto, estes problemas sobretudo os


da liberdade de movimento dos jogadores, não foi apenas o caso Bosman que abordou a
situação; já anteriormente, o problema havia sido abordado no caso Eastham em 1978.
Neste caso, o jogador estava registado no Newcastle, mas no fim do seu contrato,
pretendia jogar num outro clube, mesmo estando este disposto a pagar a respectiva
verba de transferência. Porém, o Newcastle não pretendia libertar‖ o jogador. O tribunal
decidiu dar razão à queixa do jogador alegando que a postura do clube Newcastle
constituía um comportamento restritivo da liberdade do jogador poder jogar noutro
clube, desde que este pagasse a verba de transferência.

14
Na época desportiva de 1978/79 foi instituída a liberdade de contrato, significando isto
que, tendo terminado um contrato, o jogador, mesmo que o clube mantivesse a oferta
remuneratória do contrato anterior, podia procurar outro clube; todavia, o seu clube
anterior continuaria a ter direito a uma verba de transferência. Se esta verba de
transferência não fosse acordada entre os clubes intervenientes, caberia a um tribunal
decidir sobre a verba de transferência que o clube comprador teria de pagar ao clube
vendedor. Era este o sistema que vigorava até à data da decisão Bosman.

Em 1990 surgiu o caso Bosman. Este caso terminou com uma sentença proferida pelo
Tribunal Europeu de Justiça, em 1996, que determinou como ilegal a existência de uma
verba de transferência de jogadores (trabalhadores) em final de contrato (por contrariar
o art.º 39.º (ex art.º 48.º) do Tratado de Roma) e da limitação quanto ao número de
jogadores de um estado membro da união europeia que poderiam jogar no campeonato
de outro estado membro. Esta decisão teve repercussões directamente em todos os
Estados membros e indirectamente nos normativos da Union Européenne de Football
Association (UEFA) e Fédération Internationale de Football Association (FIFA).

O caso Bosman surgiu devido à obrigatoriedade de um clube que pretendesse adquirir


um jogador inscrito noutro clube, efectuar o pagamento de uma verba de transferência.
O jogador Jean Marc Bosman estava inscrito no clube belga RFC (Royal Club Liége);
no entanto, tendo terminado o seu contrato, pretendeu inscrever-se no clube francês
Dunkerque, mas o clube belga exigiu ao clube francês o pagamento de uma verba de
transferência. Esta exigência, no entender do jogador constituía uma restrição à sua
liberdade de circulação enquanto trabalhador dentro do espaço comunitário, de acordo
com o consagrado no Tratado de Roma. O jogador alegou não ser legal a exigência de
uma verba de transferência por parte de um clube a outro quando o jogador tivesse
concluído o seu contrato (Morrow, 1997).

Nesse sentido o tribunal deu razão às queixas de J. M. Bosman, confirmando que o


sistema de transferências restringia efectivamente a liberdade de movimento dos
jogadores/trabalhadores no seu trabalho, limitando a sua liberdade de escolha
(Constantino, 2006).

Em 2001 surgiu um outro caso em que o jogador Tibor Balog tendo terminado o seu
contrato com o clube Belga Charleroi pretendia jogar pelo clube francês do Nantes. No
entanto, devido à elevada comissão de transferência exigida pelo Charleroi ao Nantes, a

15
sua transferência não foi concretizada, não se lhe podendo aplicar a sentença Bosman
pela circunstância de o jogador não ser nacional de nenhum Estado-membro. No
entanto, chegou-se ao acordo entre a FIFA, a UEFA e a Comissão Europeia de que
qualquer jogador independentemente da nacionalidade, depois de expirado o seu
contrato com um clube, poderia vir a jogar num outro qualquer clube, sendo obrigatório
o pagamento de uma comissão somente se o jogador tivesse menos de 23 anos, relativa
aos custos com a sua formação.

E de salientar que a o sistema de transferência sofreu diversas transformações para se


tornar oque é hoje, hoje o sistema de transferência tornou-se num mercado activo, onde
os jogadores futebol podem ser negociados num ambiente acessível onde existem
intermediários, entre o jogador e os clubes interessados.

Neste mercado activo é possível comprar e vender jogadores de futebol num ambiente
organizado, em analogia, no qual os clubes e os empresários dos jogadores podem expor
os seus atletas e os clubes interessados nesses jogadores podem comprar os seus passes.

O valor do jogador nesse mercado activo e dado por profissionais (consultorias


desportivas) da área que medem o desempenho do atleta: fora do campo: considerando
os seguintes factores: se a imagem do jogador é comercial, existe retorno em acções de
marketing, quanto mais simpático, articulado, querido pelos adeptos e cobiçado por
patrocinadores pessoais, dentro do campo: os critérios para avaliar o valor de um
jogador podem ser bem objectivos: idade, golos marcados, qualidade passe e
cabeceamento, dribles, Condição física e capacidade de liderança.

Estes e alguns outros factores e que condicionam o apuramento do valor do jogador de


futebol, pelo que actualmente para se saber os valor de um jogador de futebol pode se
acessar ao site: transfermaket3 ou outros sites e ainda jornais e canais desportivos.

Segundo o jornal abola do dia 5 de julho de 2019, uma startup portuguesa criou uma
plataforma que facilita a contratação de atletas profissionais ou amadores. O programa
aplica-se a diversas modalidades mas o seu foco é o futebol por causa da sua
popularidade. Os clubes podem inscrever anúncios e dando conta do tipo de atletas e
staff4 que pretende contratar. Os atletas e staff que estão disponíveis e que procuram um
clube podem inscrever-se de forma gratuita na plataforma, preencher os seus perfis,
3
WWW.transfermarket.com
4
Staff – Funcionários

16
características e de forma automática a plataforma ira permitir que os clubes encontrem
os atletas adequados as suas necessidades.

É portanto e de referenciar que o mercado do futebol esta tao evoluído, que ate pode ser
comparado a um mercado financeiro, isto é, onde os preços oscilam segundo o
desempenho das empresas ou da situação do mercado, quando se refere aos jogadores
ao seu desempenho fora de dentro do campo.

2.3. Contabilização dos Contratos de Trabalho Profissional dos Jogadores de


Futebol
2.3.1. Breve Introdução
A contabilização dos contratos de trabalho dos jogadores de futebol como e de
conhecimento dos interessados pela matéria carece de norma internacional para que se
possa contabilizar os contratos de trabalho dos jogadores de futebol de forma da mesma
forma por parte dos clubes para que se possa alcançar a harmonização contabilística e
proporcionar a comparabilidade entre os mesmos, pelo que como a não existe uma
norma própria os clubes internacionais adoptaram as IAS 38 para a contabilização dos
contratos de trabalho por causa da complexidade dos mesmos. Pelo que iremos abordar
a contabilização dos contratos segundos a IAS 38.

O Novo Plano Geral de contabilidade denominado PGC – NIRFs preparado de acordo


com as NIRFs, usa o mesmo conceito da IASB International Accounting Standards
Bord organismo que cria as Normas Internacionais de Contabilidade - IAS para a
definição do activo. Refere que é um recurso controlado pela empresa como resultado
de acontecimentos passados do qual se espera que para a mesma fluam benefícios
económicos futuros.

O Accounting Standards Board (ASB), organismo de normalização do Reino Unido, no


seu Statement of Principles for Financial Reporting, define activo como o direito ou
qualquer outra garantia aos benefícios económicos futuros controlados por uma entidade
como resultado de acontecimentos ou transacções passadas.

A respeito dos jogadores de futebol Rezende (2004) argumenta que pode se partilhar da
relação entre o activo e o seu agente, onde o activo é o jogador e o agente é o clube que

17
usufrui desses benefícios, a medida em que pode trazer benefícios económicos futuros
para a entidade.

Os benefícios econômicos futuros do clube de futebol ocorrem pelo performance dos


seus jogadores. Os atletas habilitam um clube a gerar renda através da venda de
bilheteira, comercialização de produtos, direitos televisivos, patrocínio etc.

Para se poder afirmar que determinado elemento é um activo, empresa tem que
controlar os benefícios económicos futuros decorrentes do mesmo e poder impedir o
acesso por outros a esses mesmos benefícios.

Mas como é que se afere o controlo? Usualmente a empresa obtém o controlo dos
benefícios económicos futuros através de direitos legais (contractos). No entanto, este
não é um requisito indispensável se a entidade tem a possibilidade de obter e controlar
os benefícios de outra forma.

As transacções ou eventos que se espera venham a ocorrer no futuro não originam, por
si próprias, o surgimento de activos (IASB, 1989, §58). O corolário, conforme a SFAC
6 (1985, §197), é o de que a empresa continua a possuir o activo se a transacção ou
evento que destruir, retirar ou remover o controlo sobre os benefícios económicos só
ocorrer no futuro.

O importante é que os direitos existam numa data específica. Os direitos que ainda não
tenham sido obtidos ou controlados não podem ser considerados como activos. E os
meios pelos quais os direitos foram obtidos, não modificam a natureza dos direitos
como activos.

Ijiri (1967, p. 71) diz-nos que a contabilidade não reconhece as existências a serem
recebidas no futuro como activos da empresa, mesmo que tenham sido assinados
contratos. Se foi pago algum valor pelas existências isso é tratado como um pré-
pagamento e não como existências futuras.

Para o IASB um activo intangível é um activo não monetário identificável sem


substância física (IAS 38, 2014, §8). Um activo não monetário é o activo além do
dinheiro e dos activos a receber numa quantia de dinheiro fixa ou determinável; activo
identificável (IAS 38, 2014, §§11 e 12) significa que o activo é separável, isto é, pode
ser separado da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado,

18
individualmente ou em conjunto com outro contrato, activo ou passivo relacionado, ou
que é um activo que resulta de um contrato ou de outro direito legal, independentemente
de os direitos poderem ou não ser transferidos ou separados da entidade ou de outros
direitos ou obrigações.

A NCRF 14 tal como a IAS 38 além de definir o conceito de activo intangível ainda
identifica 3 atributos que os activos intangíveis têm de cumprir:

a) Identificabilidade - deve ser passível de identificação e descrição, ou seja, deve ser


possível obter uma descrição clara e objectiva do activo, para que possa ser
diferenciável relativamente a qualquer outro activo. No fundo, esta é condição
necessária para que o activo seja objecto de direitos de propriedade;

b) Controlo - deve possuir existência e protecção legal;

c) Gerar benefícios económicos futuros – estes poderão incluir réditos da venda de


produtos ou serviços, poupanças de custos, bem como outros benefícios resultantes do
uso do activo pela entidade que o detêm;

2.3.2. Activo Intangível


Segundo a NIRF 14 e a IAS 38, o reconhecimento de um item como activo intangível
exige que uma entidade demonstre que o item satisfaz:
a) A definição de Activo Intangível;
b) Os critérios de reconhecimento.
Estes requisitos aplicam-se as despesas suportadas inicialmente para adquirir ou gerar
internamente um activo intangível e aos suportados posteriormente para adicionar,
substituir uma parte ou dar assistência ao mesmo.
A IAS 38 e a NCRF 6 no seu § 24, determinam que um activo intangível que obedeça
ao princípio do reconhecimento como activo, deve ser inicialmente mensurado pelo seu
custo.
Os activos tangíveis bem como os activos intangíveis são mensurados pelo custo no
momento de aquisição, isto é, o custo original ou de entrada. Assim, esse custo incluí
todas as despesas inerentes à aquisição, tal como as directamente necessárias para tornar
o intangível pronto para ser utilizado.

19
2.3.2.1. Activos Intangíveis nos clubes de Futebol
Parece inquestionável serem os jogadores de futebol os principais elementos geradores
de receitas para as clubes, na medida em que é sobre eles que se apoia todo o negócio.
Solana (2000), afirma que o valor desportivo da equipa técnica e o valor económico do
serviço espectáculo (que constitui o objecto de venda no mercado) estão fortemente
relacionados.
Na secção de definição dos padrões contabilísticos, a IASB estabelece ―a team of
skilled staff como exemplo onde benefícios econômicos futuros fluirão para a entidade,
mas que a entidade não tem controle sobre esses benefícios para reconhece-los como
activos intangíveis. Porém, a natureza incomum de um contrato com um jogador de
futebol significa que o clube tem o controlo sobre o atleta durante o termo contratual, e
consequentemente sugere que jogadores adquiridos devem ser reconhecidos como
activos intangíveis.
A Contabilização dos jogadores de futebol como activos e de difícil percepção por parte
de muita gente não aprofunda no assunto, diferentemente das instalações e outros
activos. O sistema de transferência e ou o mercado de transferência em que os contratos
dos jogadores podem ser negociados colmata qualquer equívoco em relação ao
tratamento contabilístico desses jogadores, pois actualmemte estamos num mercado
activo na negociação dos jogadores de futebol que pode ser comparado a um mercado
financeiro onde os preços oscilam.

É necessário, no entanto, que se verifiquem os critérios de reconhecimento. Um jogador,


adquirido externamente ou formado nas escolas do clube, que faça parte de uma equipa
profissional de futebol, está a contribuir para o desempenho da respectiva equipa e
correspondentemente a gerar proveitos aos Clubes, através das receitas da venda de
bilhetes e do merchandising (verificando o critério de que benefícios económicos
futuros possam ser atribuíveis ao activo).
Mas adiante analisaremos pontos como deve ser feita a mensuração e contabilização dos
jogadores adquiridos externamente e os desenvolvidos internamente, em face aos
normativo contabilístico IAS 38 e do PGC – NIRF e da literatura existente.
Segundo Rezende (2004), na prática, quando um clube assina um contrato com um
jogador é exigido que o custo de aquisição seja contabilizado no Balanço e a
amortização ocorra pelo prazo de vigência do contrato. Esses custos são escriturados
como activos fixos intangíveis no Balanço Patrimonial.

20
2.3.2.2. Contabilização dos Contratos dos Jogadores Adquiridos
Externamente
Segundo Nogueira e Ribeiro (2007), Dois clubes podem chegar ao acordo quanto à
venda e compra definitiva de um determinado jogador, ainda com contrato em vigor,
desde que este último manifeste, igualmente, o seu consentimento. Estabelecido o valor
da transferência entre o clube vendedor e o clube comprador, extingue-se o contrato
desportivo entre o jogador e o seu antigo clube e novo contrato desportivo é
formalizado.
Roberto (2003, p. 35) refere que nestas circunstâncias o contrato subscrito entre o
jogador de futebol e o clube de futebol satisfaz a definição de activo: o contrato é
identificável; existe separabilidade do activo, pois o contrato pode ser vendido ou
trocado; existe controlo, uma vez que o clube de futebol controla os benefícios
económicos futuros obtidos do jogador, pois tem o direito legal de fazer cumprir o
contrato por um tribunal, projectam-se os benefícios económicos futuros, pois é com
base nessa expectativa que os clubes adquirem os jogadores numa base continuada,
usualmente por mais de um ano.
Segundo Constantino (2006), A prática tradicional de contabilizar os jogadores de
futebol excluía qualquer forma de valorização dos mesmos no balanço patrimonial, quer
fossem eles adquiridos no mercado de transferências, quer fossem desenvolvidos
internamente pelos clubes. Segundo esta prática, as verbas de transferências (e demais
custos associados) eram imputados directamente a custos ou proveitos no exercício em
que a transferência acontecia.
De acordo com Michie e Verna (1999, pp. 146-147) apud Constatino (2006), referem
dois métodos alternativos para a capitalização dos direitos sobre os jogadores de
futebol: os métodos baseados no custo (custo histórico, custo de reposição, custo de
oportunidade) e métodos baseados no valor de mercado (por exemplo, o valor
económico dos recursos humanos). Os autores entendem que, para os jogadores
adquiridos pelos clubes de futebol, o montante pago pela transferência é uma
importância que pode ser considerada como o valor do jogador num determinado
momento.
Constantino (2006) Afirma ainda que a consequência da valorização através do custo de
aquisição é a de dificultar o reconhecimento dos direitos desportivos dos jogadores de
futebol profissional,

21
Procedentes de outros clubes, sem que tenha sido efectuado o pagamento de qualquer
verba de transferência como por exemplo: os jogadores terem terminado o seu contrato
terem saído a custo zero, e dos jogadores desenvolvidos internamente nas escolas dos
clubes.
Mas com o crescimento do mercado de Transferência dos jogadores de futebol já é
possível estimar o custo de aquisição de um jogador que terminou o contrato e saiu a
custo zero.

2.3.2.3. Contabilização dos Contratos dos Jogadores Formados


Internamente
Segundo Morrow (1996), os direitos sobre os jogadores desenvolvidos internamente
podem ser considerados como activos intangíveis: são identificáveis (cada jogador
constitui um activo susceptível de ser transferido), são controlados pelo clube e são
capazes de gerar benefícios económicos futuros.
Segundo Rojas e Domínguez (2001, p. 187) apud Constatino (2006), a formação de
jogadores de futebol pode assimilar-se a uma actividade de desenvolvimento. Indicam
que muitas sociedades desportivas (clubes) desenvolvem políticas de formação de
jogadores com o objectivo de “produzir” jogadores para a sua equipa profissional e
também de proceder à sua transferência, pelo que as verbas destinadas à formação têm a
características de um investimento.
Segundo Nogueira e Ribeiro (2007), eles afirmam que num primeiro aspecto eles
consideram fundamental que para a proposta que apresentarem, relaciona-se com as
fases de geração de um activo intangível gerado internamente. Na opinião deles, a
formação dos jogadores, enquadrar-se-á na fase de desenvolvimento e não na fase de
pesquisa, pelo que existe então a hipótese de reconhecimento no activo.
No que se refere à identificabilidade, eles são da opinião de Ordóñez Solana (2002), que
considera que os jogadores de futebol formados internamente, não só são identificados
com facilidade, como são também separáveis do goodwil. Acrescentam ainda que, tal
como define a alínea a) do § 12 da IAS 38, os jogadores de futebol formados
internamente, podem ser separados da entidade e vendidos, transferidos ou trocados.
Esta constatação é já um passo importante para que possamos reconhecê-los como
activos patrimoniais.
Para Roberto (2003, p. 39), adoptando a divisão que a IAS 38 concretiza entre fase de
pesquisa e fase de desenvolvimento, pode dizer-se que por pesquisa se entende a escola

22
de formação levada a efeito com a perspectiva de detectar e obter potenciais jogadores
de futebol profissionais; por desenvolvimento a fase de selecção e descoberta de um
jogador derivado da pesquisa nas escolas de formação que assina um contrato de
formação desportiva.
De acordo com a IAS 38 (2014) nos parágrafos §54 a §58, todas as despesas de
pesquisa são consideradas gastos do exercício no qual foram ocorridas. No entanto, em
relação às despesas de desenvolvimento, permite a sua capitalização, quando cumpridos
cumulativamente os seguintes critérios:

I. Viabilidade técnica de conclusão do activo intangível, de modo que ele fique


disponível para uso ou Venda.
II. A intenção de concluir o ativo intangível e utilizá-lo ou vendê-lo.
III. A capacidade de utilizar ou vender o ativo intangível.
IV. As circunstância enque o activo intangível gerará prováveis benefícios
econômicos futuros. Entre outras coisas, a entidade pode demonstrar a existência
de um mercado para a produção do activo intangível ou para o próprio activo
intangível ou, se estiver destinado a ser usado internamente, a utilidade do activo
intangível.
V. A disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para
concluir o desenvolvimento e utilizar ou vender o ativo intangível.
VI. A capacidade de mensurar de forma confiável o gasto atribuível ao ativo
intangível durante seu desenvolvimento.

A IAS 38 (2014) afirma ainda que a fase de desenvolvimento de um projeto interno,


uma entidade pode, em alguns casos, identificar um ativo intangível e demonstrar que o
ativo gerará prováveis benefícios econômicos futuros. Isso se deve ao fato de que a fase
de desenvolvimento de um projeto é mais avançada do que a fase de pesquisa.

2.3.2.3.1. Custo com Formação dos Jogadores


De acordo com Roberto (2003, p. 39) apud Constatino (2006), a assinatura do contrato
de formação desportiva entre o atleta e o clube possibilita o cumprimento das primeiras
quatro condições anteriormente referidas. As outras duas condições dependem da
organização e dos recursos de cada clube, mas podem ser realizadas, constituindo a
questão da mensuração do activo o maior problema.

23
Segundo o estabelecido no § 65 da IAS 38 (2004), o custo de um activo intangível
gerado internamente, será igual à soma dos dispêndios incorridos desde a data em que o
activo intangível satisfaz os critérios de reconhecimento, anteriormente apresentados.
Roberto (2003, p. 39) apud Constatino (2006) acrescenta ainda que todos os dispêndios
anteriores a essa data, serão reconhecidos como custos dos exercícios em que foram
incorridos, não podem ser novamente imputados ao activo.
Solana (2002, p. 133) apud Constatino (2006), afirma que o procedimento aplicável
para a atribuição de custos de formação aos jogadores desenvolvidos internamente não
implicaria maiores dificuldades que as que normalmente se verificam em qualquer
processo de imputação de custos na empresa, como acontece com as existências. Esta
última circunstância, ao exigir adequados e importantes recursos técnicos e financeiros
para a implantação do sistema de contabilidade de gestão específico, pode constituir um
obstáculo para os clubes com menores recursos.
Segundo Constantino (2006), o problema com a utilização de métodos a custo histórico,
capitalizando todos os custos relacionados com o treino e desenvolvimento de
jogadores, é que esses custos podem ser de difícil identificação. Ainda que os custos de
formação de um jogador possam ser identificados de forma objectiva, isso não significa
que os mesmos reflictam o valor do jogador bem-sucedido. No entanto, a inexistência
de mecanismos minimamente objectivos para a valoração dos direitos de formação,
antes da normativa FIFA (Regulamento sobre os estatuto e a transferência de jogadores)
sobre os direitos de formação, dificultava consideravelmente a possibilidade de
capitalização daqueles mesmos direitos, por suscitar a presença de apreciações
puramente subjectivas. Com efeito o normativo da FIFA veio colmatar estas
dificuldades todas.

2.3.2.3.2. Norma Relativas à Indemnização de Formação para Jogadores Jovens


Segundo o Regulamento Regulamento relativo ao Estatuto e Transferências de
Jogadores da FIFA apud Nogueira e Ribeiro (2007), a transferência internacional de
jogadores só é permitida, segundo o n.º 1 do artigo n.º 19 do Regulamento, quando o
jogador tiver 18 anos. No entanto, o mesmo artigo apresenta algumas excepções que
não são fundamentais para o âmbito do nosso trabalho.
As regras estabelecidas, nesta matéria, têm como objectivo principal criar mecanismos
que permitam promover uma melhoria da formação de jogadores jovens. Assim, o

24
artigo n.º 21 do Regulamento estabelece que deve ser paga uma indemnização por
formação, ao clube ou clubes formadores, nas seguintes situações:

 Quando o jogador celebra o seu primeiro contrato profissional;


 Por cada transferência de um jogador profissional, até ao fim da temporada em
que cumpra 23 anos.
O Anexo 4 do Regulamento apresenta, aprofundadamente, as regras relacionadas com a
indemnização por formação tal como veremos de seguida.
Antes de mais, o Anexo define, no seu n.º 1 do artigo 1.º do Regulamento relativo a
transferência de Jogadores, que a formação e a educação de um jogador se realiza entre
os 12 e os 23 anos. Neste sentido, regra geral, a indemnização será paga até aos 23 anos,
mas para o seu cálculo apenas são considerados os anos de formação do período dos 12
aos 21 anos (máximo de 12 anos de formação).
O artigo 4.º do Anexo estabelece a forma como deve ser calculada a indemnização por
formação. Este aspecto é extremamente importante, para justificar a contabilização dos
jogadores formados internamente. Para facilitar o cálculo dos custos de formação e para
que não exista subjectividade, a FIFA cria 4 categorias de clubes, tendo por base os
investimentos financeiros na formação dos jogadores. Desta forma, no final de cada ano
civil, são apresentados os valores para cada categoria, o que facilita o cálculo da
indemnização.
No cálculo dos custos de formação para a indemnização será importante considerar o
seguinte:
 O valor da indemnização calculado deverá reflectir os custos efectivos de
formação do jogador;
 No cálculo do custo deverá ter-se em consideração o chamado “factor jogador”,
que será a relação entre o número de jogadores que deverão formar-se para que
se consiga obter um jogador profissional.
A fórmula para o cálculo da indemnização será então a seguinte:

C = Σx * factor jogador, onde:


C = Custos de formação
x = Soma requerida para formar um jogador durante um ano
Σx = x * número de anos da formação

25
Factor jogador = Relação entre o número de jogadores que se devem formar para obter
um jogador profissional.
Como se pode observar, será fácil calcular a indemnização que terá de ser paga aos
clubes formadores, no entanto podem surgir ainda algumas questões. Para a resolução
dessas questões o artigo 5.º do Anexo estabelece mais algumas condições:
 Como regra geral, considera-se que para o cálculo da indemnização por
formação, será necessário considerar os custos que o novo clube teria no caso de
ter formado o jogador;
 Na primeira vez que o jogador for inscrito como profissional, a indemnização
será calculada, com os custos de formação do novo clube, multiplicados pelo
número de anos de formação;
 Para que as indemnizações, por formação de jogadores muito jovens, sejam
garantidas, os custos de formação dos jogadores entre os 12 e os 15 anos, serão
os estabelecidos para a categoria 4.

2.3.2.3.3. Mecanismo de Solidariedade

Segundo o artigo 1.º do Regulamento FIFA, no seu anexo 5, afirma que se um


Profissional mudar de clube no decurso de um contrato, 5% do valor de qualquer
compensação, à excepção da Compensação por Formação, paga ao Clube Anterior será
deduzida ao valor total da compensação e distribuída pelo Novo Clube, como
contribuição de solidariedade, aos clubes envolvidos na formação e educação do
jogador ao longo dos anos. Esta contribuição de solidariedade será distribuída de acordo
com o número de anos (calculado numa base percentual se for menos de um ano) que o
jogador esteve inscrito em cada clube entre as Épocas do seu 12.º e 23.º aniversário, do
seguinte modo:

 Época do 12.º aniversário, 5% (i.e. 0,25% da compensação total)


 Época do 13.º aniversário, 5% (i.e. 0,25% da compensação total)
 Época do 14.º aniversário, 5% (i.e. 0,25% da compensação total)
 Época do 15.º aniversário, 5% (i.e. 0,25% da compensação total)
 Época do 16.º aniversário, 10% (i.e. 0,5% da compensação total)
 Época do 17.º aniversário, 10% (i.e. 0,5% da compensação total)
 Época do 18.º aniversário, 10% (i.e. 0,5% da compensação total)

26
 Época do 19.º aniversário, 10% (i.e. 0,5% da compensação total)
 Época do 20.º aniversário, 10% (i.e. 0,5% da compensação total)
 Época do 21.º aniversário, 10% (i.e. 0,5% da compensação total)
 Época do 22.º aniversário, 10% (i.e. 0,5% da compensação total)
 Época do 23.º aniversário, 10% (i.e. 0,5% da compensação total)

E ainda no mesmo anexo mas no seu artigo 2.º nos seus n˚s. 1 a 4 afirmam que o novo
clube deve pagar a contribuição de solidariedade ao(s) clube(s) formador(es), em
conformidade com as disposições acima estabelecidas, o mais tardar no prazo de 30 dias
após a inscrição do jogador ou, em caso de pagamentos parcelares, 30 dias após a data
de tais pagamentos. É responsabilidade do novo clube calcular o montante da
contribuição de solidariedade e a forma como deve ser distribuído de acordo com a
história da carreira do jogador. O jogador deve, se necessário, apoiar o novo clube no
cumprimento desta obrigação.
Se não puder ser estabelecida uma ligação entre o Profissional e qualquer um dos clubes
dos quais recebeu formação, no prazo de 18 meses após a sua transferência, a
contribuição de solidariedade é paga à Federação ou Federações do país (ou países) no
qual o jogador recebeu formação. Esta contribuição de solidariedade será afecta aos
programas de desenvolvimento do futebol jovem na Federação ou Federações em
questão. No caso de os clubes não seguirem a risca oque estipulado a FIFA poderá
tomar medidas disciplinares.

2.3.2.4. Mensuração Subsequente ao Reconhecimento Inicial


Segundo a IAS 38 (2014), afirma que após o reconhecimento inicial, um activo
intangível será reconhecido ao valor reavaliado, sendo o seu valor justo na data da
reavaliação menos qualquer amortização acumulada subsequente e quaisquer perdas
acumuladas subsequentes por redução ao seu valor recuperável. Para a finalidade das
reavaliações de acordo com a norma acima citada, o valor justo será mensurado por
referência a um mercado activo. As reavaliações serão feitas com tal regularidade que,
no final do período de relatório, o valor contábil do activo não seja significativamente
diferente do seu valor justo.
Segundo Constantino (2006), este último tratamento obriga, para determinação do justo
valor, à existência de um mercado activo para o activo intangível. No mundo do futebol,

27
de acordo com Roberto (2003, p. 39) apud Constantino (2016), não existem
compradores e vendedores dispostos a negociar a qualquer momento, os preços não
estão disponíveis ao público e não é possível afirmar que os jogadores sejam
homogéneos. Portanto, não existe um mercado activo como o que determina a IAS 38,
pelo que apenas parece ser possível a aplicação do tratamento de referência.
Mas segundo as ultimas notícias do mundo do futebol, já existe um mercado activo de
jogadores de futebol, pelo que o valor dos jogadores de futebol é sempre actualizado
sempre que o mercado de transferência dos jogadores de futebol abre e quando o mesmo
esta num bom e mau momento de forma o seu valor de mercado vai oscilando, pelo que
para se saber o valor actual dos jogadores de deve se visitar o site: Transfer market
(www.transfermarket.com).
Ѐ de salientar que durante as visitas feitas ao site acima referenciado, não vemos o valor
actual dos jogadores Moçambicanos pelo que podemos afirmar que o site ainda não
contempla jogadores que militam no campeonato moçambicano.
Mas continuando a analisar o ponto acima Roberto (2003, p. 39) apud Constantino
(2006) afirma que no tratamento de referência, após o reconhecimento do activo
intangível pelo custo de aquisição, o activo é amortizado numa base sistemática de
acordo com o período do contrato. E se o jogador se lesiona ou deixa de fazer parte da
equipa principal, passando a jogar e a integrar a equipa B (como acontece em muitos
clubes), isso pode presumir que o jogador perdeu valor. Nesta situação será necessário
proceder a um teste de imparidade, de acordo com a IAS 36.
Segundo Constantino (2006), usualmente não existe um valor residual para estes
activos, pois representam o direito à utilização dos serviços do jogador, o qual termina
com o final do contrato. No entanto, nos contratos de formação desportiva, ele pode
existir, porque os clubes têm direito a uma indemnização por formação, mesmo que o
jogador, com idade inferior a 23 anos, tenha terminado o seu contrato. Podem verificar-
se, também, cessões temporárias de jogadores. Nestas situações, mantém-se o vínculo
contratual entre o jogador e o clube cedente, continuando aquele reflectido no Balanço,
os gastos com o jogador por parte do clube cessionário são reconhecidos como custo do
exercício em que ocorrem. Ainda no caso de jogadores não adquiridos e com contratos
vencidos, Constantino (2006) indica que o valor da à renovação de contratos com os
jogadores poderá ser ser reavaliado, considerando-se para efeitos de amortização o
período do novo contrato.

28
Capitulo III: Metodologia
Segundo Mutimucuio (2008), a metodologia de investigação trata de estratégias para
responder adequadamente as perguntas de pesquisa ou testar as hipóteses de pesquisa.
Em outras palavras, a metodologia permite definir o meio pelo qual o pesquisador irá
atingir os objectivos propostos para a pesquisa.

3.1. Caracterização da Pesquisa


Segundo Mutimucuio (2008), a caracterização consiste na definição da natureza da
pesquisa, dos métodos que serão utilizados, dos procedimentos técnicos, e das
modalidades de actividades, quanto ao fim a pesquisa será do tipo:

 Pesquisa exploratória onde visa proporcionar maior familiaridade com o


problema com vista a torná-lo explícito ou construir hipóteses. Envolve
levantamento bibliográfico, entrevista com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema pesquisado: análise de exemplo que simulem a
compreensão.
 Pesquisa Explicativa onde visa identificar os factores que determinam ou
contribuem para a ocorrência dos fenómenos. Aprofunda o conhecimento da
realidade porque explica a razão, o “porquê” das coisas.

3.1.1. Quanto a Natureza


Quanto a natureza o estudo é de natureza teórico- empirico onde além da utilização de
dados secundários, o pesquisador recolhe dados primários em pesquisa de campo,
usando os seus órgãos sensoriais.

Quanto a natureza os dados da pesquisa serão do tipo:

29
 Qualitativa-quantitativa, neste estudo a investigação qualitativa aparece primeiro
como um estudo exploratório no qual se conduzem entrevistas e observações
com participantes e se definem conceitos e hipóteses, neste estudo exploratório
faremos ainda a validação dos pressupostos teóricos deste trabalho, no qual se
buscou evidências na literatura para demonstrar se o jogador de futebol cumpri
com os requisitos para ser tratado como um activo para o clube. Na segunda fase
identificam-se as variáveis a partir dos conceitos derivados da análise qualitativa
e as hipóteses são testadas com técnicas quantitativas com finalidade explicativa,
nesta fase faremos uma comparação entre contabilização segundo a IAS 38 e a
forma usada pelo clube para a contabilização dos jogadores de futebol, e ai
diremos qual dos dois métodos e mais eficaz para a o bom desempenho
económico- financeiro do clube.

3.1.2. Quanto ao Procedimento Técnico


Para a prossecução desse trabalho os procedimentos técnicos utilizados para o alcance
dos objectivos propostos serão os seguintes:

 Pesquisa Bibliográfica: consistira na procura e explicação de um problema a


partir de referências teóricas publicadas em documentos (desenvolvida a partir
de material já elaborado). Embora em quase todos os estudos seja exigido algum
tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a
partir de fontes bibliográficas. Para a realização deste trabalho foram visitados
livros, manuais e documentos eletcrónicos, de direito, sem deixar de lado as leis
e os decretos que são reguladores da convivência social e não ficariam de lado
nesse trabalho no que se refere ao direito de trabalho para uma maior analise dos
contratos de trabalho e também foram consultados livros e manuais de
contabilidade, normas internacionais de contabilidade principalmente a IAS 38.
 Pesquisa documental: esta pode ser definida com a observação que tem como
objecto não os fenómenos sociais, quando e como se produzem, mas as
manifestações que registam estes fenómenos e as ideias elaboradas a partir deles.
Em termos gerais, a análise documental consiste em uma série de operações que
visam estudar e analisar um ou vários documentos para descobrir as
circunstâncias sociais e económicas com as quais podem estar relacionados. Para
a realização deste trabalho a pesquisa documental cera importante pelo facto de
poder-se analisar as demonstrações financeiras dos clubes para que com base

30
nesses documentos possa-se tirar conclusões adequadas e fazer-se uma análise
comparativa do desempenho financeiro dos clubes.

 Levantamento: caracteriza-se pela interrogação directa das pessoas cujo


comportamento se deseja conhecer. Procede-se à solicitação de informações a
um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em
seguida, mediante análise quantitativa, se obterem as conclusões
correspondentes aos dados recolhidos. No levantamento

 Estudo de Comparativo: que irá consistir num estudo profundo e exaustivo dos
clubes de futebol que militam no Moçambola, de maneira que permita seu amplo
e detalhado conhecimento, isto é, comparar as suas Demonstrações financeiras
de modo a perceber se os jogadores de futebol são contabilizados como activos e
se não, fazer uma comparação dessas demonstrações e outras por forma a
perceber se os jogadores fossem tratados como activos como qual será o
desempenho financeiro- económico dos clubes, isto é, qual será o impacto do
registo dos jogadores como activos nas Demonstrações financeiras. O estudo
comparativo ira se basear numa comparação das demonstrações financeiras dos
clubes Ferroviário de Maputo, Clube dos Desportos da Maxaquene, Clube dos
Desportos do Costa do Sol e Grupo Desportivo de Maputo.

3.1.3. Técnicas de colecta de dados


Segundo Simioni (2010), a colecta de dados é o acto de pesquisar, juntar documentos e
provas, procurar informações sobre um determinado tema ou conjunto de temas
correlacionados e agrupá-las de forma a facilitar uma posterior análise. Das diversas
formas de colecta de dados, nomeadamente entrevista, observação, questionário, testes
entre outros, o presente estudo fará uso da entrevista ou questionário dependendo da
disponibilidade dos representantes dos clubes para a área em questão e também irá-se
juntar documentos (Demonstrações Financeiras) com vista a obter dados que serão
colectados nos Clubes seleccionadas que farão a parte da amostra.

31
3.1.3.1. Instrumento de Colecta de Dado
As técnicas e instrumentos a aplicar dependem de estudo para estudo e, sobretudo, dos
objectivos de cada pesquisa, como técnica de colecta de dados para esses trabalho será o
da entrevista mas dependendo da disponibilidade dos entrevistado poderá ser alterada
para um questionário, o instrumento que será utilizado nesta pesquisa é Guião de
Entrevista ou Questionário.

3.2. Seleção da População e Amostra


A população é o conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas) a quem a
pesquisa se aplica. Neste Trabalho a População em estudo será composta pelos clubes
da cidade de Maputo que militam no moçambola, no total os clubes da cidade de
maputo que já estiveram no moçambola totalizam 9 clubes desde a sua criação.

3.2.1. Amostra
É a parte do universo (população) escolhida por algum critério de representatividade. Se
não tiver uma amostra representativa, não se pode declarar que os resultados obtidos
podem ser generalizados à população alvo.
Para o trabalho que se segue, como será difícil trabalhar com todos os clubes da cidade
de Maputo, convencionou-se que se trabalharia com os clubes da cidade de Maputo que
tem maior historia no moçambola e que estão quase sempre no campeonato, querendo
dizer que o sistema do moçambola da a possibilidade de alguns clubes da segunda
divisão possam subir para a primeira divisão (Moçambola) no fim de cada época desde
que estejam em primeiro lugar nos campeonatos regionais e os três últimos classificados
do moçambola descem de divisão com isto quer-se dizer que os clubes selecionados
como a amostra são os que demonstraram ao longo dos anos maior consistência e
frequência no moçambola. Pelo que foram selecionados 5 clubes que já foram
identificados acima.

3.3. Hipóteses de Pesquisa

As hipóteses baseiam-se em teorias, métodos ou técnicas anteriores e são formuladas de


tal modo que possam ser testadas. Uma vez formulado o problema, com a certeza de ser

32
cientificamente válido, propõe-se uma resposta "suposta, provável e provisória", isto é,
uma hipótese. Ambos, problemas e hipóteses, são enunciados de relações entre variáveis
(fatos, fenômenos); a diferença reside em que o problema constitui sentença
interrogativa e a hipótese, sentença afirmativa mais detalhada.

Hₒ: Os contratos de trabalho dos jogadores de futebol dos clubes da cidade de Maputo
que militam no Moçambola são reconhecidos como custo do exercício, isto é nas contas
de resultados.

Hₐ: Os contratos de trabalho dos jogadores de futebol dos clubes da cidade de Maputo
que militam no Moçambola são reconhecidos nas contas do balanço e amortizados
durante a vigência do contrato.

Apêndices e Anexos
Apêndice 1: Orçamento da pesquisa

Produtos Quantidades Preço unitário Total


Esferográficas 10 15 150
Lápis de carvão 5 10 50
Afiador 2 10 20
Borracha 5 5 25
Toner 1 700 700
Transporte 20 10 200
Mega bytes 7 Gb’s 100 700
Crédito vodacom 500 1 500
Lanches 20 150 3000
Total 0

Apêndice 2: Cronograma

Descrição 2018
Jan. Fev Mar Abri. Mai. Jun. Jul. Ago Set
. . .
Criação de um problema
de pesquisa
Revisão dos objectivos
Localização e
identificação das fontes
de obtenção dos dados ou
documentos
Determinação de
categoria para tratamento
dos dados documentais

33
Análise e interpretação
dos dados documentais
Digitação da Monografia
Análise e discussão de
dados
Revisão da Monografia
Conclusão da monografia

Apêndice 3: Mapeamento dos Objectivos específicos

1° Objectivo Específico: Identificar os contractos vigentes para a practica profissional


do futebol, no clube Desportivo de Maputo;

Descrição População Amostra Materiais Tipo de


Estudo
Conceituar Obras Literatura de Livros de Qualitativo
contratos de literárias; direito; direito
trabalho, Legislação; legislação trabalho,
contratos de Manuais de especifica lei do trabalho
trabalho direito para a área e regulamento
desportivo em analise do trabalho
desportivo
Descrever os Obras Literatura de Livros de Qualitativo
contratos literárias; direito; direito
desportivos em Legislação; legislação trabalho,
moçambique Manuais de especifica lei do trabalho
direito para a área e regulamento
em analise do trabalho
desportivo
Falar dos Obras Literatura de Livros de Qualitativo
contratos de literárias; direito; direito
formação em Legislação; legislação trabalho,
Moçambique Manuais de especifica lei do trabalho
direito para a área e regulamento
em analise do trabalho
desportivo
Caracterizar os Clube Jogadores do Guia de Qualitativo
contractos Desportivo de Clube Entrevista e
desportivos no Maputo Desportivo Questionário
Clube Desportivo de Maputo
de Maputo
Descrever o Obras Livros Livros Qualitativo
sistema de literárias específicos
Transferência dos
jogadores de
futebol

34
2° Objectivo específico: Descrever a forma de contabilização segundo a IAS 38 e as
regras da FIFA para a contabilização dos jogadores formados internamente;

Descrição População Amostra Materiais Tipo de


Estudo
Conceituar Obras Literatura de Livros de Qualitativo
jogadores de literárias; direito, sites direito
futebol Sites da da internet desportivo,
internet sites
desportivos
Identificar as Obras Livros e Livros sobre Qualitativo
forma de literárias; manuais de activos
tratamento Normas contabilidade; intagiveis,
contabilístico internacionais IFRS, IAS IAS 38
segundo a IAS de
38 contabilidade
Classificar os Obras Livros e Livros sobre Qualitativo
critérios de literárias; manuais de activos
reconhecimento Normas contabilidade; intagiveis,
do activo internacionais IFRS, IAS IAS 38
jogadores de de
futebol contabilidade
Descrever as Obras Livros e Livros de Qualitativo
regras da FIFA Literárias, manuais de contabilidade,
para os Regulamentos contabilida e regulamento
jogadores Legislacao regulamento do trabalho
formados da FIFA desportivo
Internamente. Leis e
regulamentos

35
Questionário

Este questionário enquadra-se numa pesquisa no âmbito de conclusão do curso de


licenciatura em Contabilidade e Auditoria no Instituto Superior de Contabilidade e
Auditoria de Moçambique através de monografia científica com tema: O Tratamento
contabilístico dos contratos de trabalho dos jogadores de futebol dos clubes da
cidade de Maputo que militam no Moçambola e o efeito nas Demonstrações
Financeiras. Os resultados obtidos serão utilizados apenas para fins académicos
(monografia). O questionário é anónimo, não devendo por isso colocar a sua
identificação em nenhuma das folhas nem assinar o questionário. Não existem respostas
certas ou erradas. Por isso lhe solicitamos que responda de forma espontânea e sincera a
todas as questões.
Na maioria das questões terá apenas de assinalar com um X a sua opção de resposta.
Obrigado pela sua colaboração.
SECÇÃO I
Nome da entidade:
_______________________________________________________;
Idade do respondente: ______;
Sexo do respondente: ______;
Cargo do respondente: __________________;

36
1. Quais foram as razões que levaram a criação deste clube?
Razões Sociais
Razões Económicas
Razões Politicas
Outra

Se outra qual?_________________________________________________

2. Os clubes internacionais de futebol na sua maioria denominam-se por sociedades


anónimas desportivas (SAD’s), por isso na sua estrutura de gestão apresentam a
contabilidade como uma das suas ferramentas de trabalho.

2.1. Qual é a denominação societária apresenta por este clube?


Sociedade anonima desportiva
Sociedade desportiva unipessoal por quotas
Sociedade em nome colectivo
Empresa Individual
Outra forma

Se outra qual? _____________________________


2.2. Em quase todas organizações o departamento de contabilidade está
organizado segundo alguma das hierarquias próxima a descrita abaixo. Qual das
hierarquias melhor se enquadra no vosso clube?
Director Financeiro, Contabilista Sénior, Contabilista, Assistente, em diante
Director de Contabilidade, Contabilista Sénior, Contabilista, em diante
Nem das formas anteriores
Outra forma

Se outra qual?____________________________________________
2.2.1. Enque regime de tributação está sujeito o clube?
Regimes Simplificado
Contabilidade Organizada
Nenhuma das anteriores
Outra forma

Se outra qual?__________________________

37
2.3. Segundo o artigo 63˚ do Regulamento lei do Desporto moçambicano, os
clubes de futebol profissional são obrigados a ter uma contabilidade, mas como
não existe um plano de contabilidade específico da actividade desportiva, os
clubes estão sujeitas as regras aplicáveis as sociedades constituídas de acordo
com a lei comercial, em matéria de organização e publicação de contas, neste
âmbito:
2.3.1. Entre os anos 2014 a 2018, o vosso clube fez o registo contabilístico dos
seus jogadores?
Sim: _______ Não: _______
2.4. Se sim. Como é feita a contabilização dos jogadores filiados ao vosso
clube?
Custo com o pessoal
Como Activo Intangível
Investimento
Outra forma

Se outra qual?_____________________________________________

2.4.1. Quais são as normas contabilísticas pelas quais se basearam na produção da


informação contabilística preparada pelo clube nos anos em estudo (2014 a
2018)?
Normas Nacionais – Decreto nº 70/2009 (PGC NIRF)
Normas Nacionais – Decreto nº 70/2009 (PGC PE)
Normas Internacionais (IFRS)
Ambas as normas
Nenhum das anteriores
Outra forma

Se outra qual? ________________________________


2.4.2. Que sistemas contabilísticos o clube usou/usa para efectuar a contabilização
das suas actividade?
Accpac (Sage)
Primavera
Infinity
PHC
Outra forma

38
Se outra qual? _________________________________________
2.4.3. O clube tem elaborados os relatórios de contas (Relatório Financeiro) dos
anos em estudo (2014 a 2018)?
Sim: ________ Não: _______

Se sim, dos elementos que se seguem indique os que corporizam o vosso relatório de
contas:
Balanço, DR5, DFC6, Capitais Próprios, Mapa de Amortizações, Notas
explicativas
Balanço, DR, DFC, Capitais Próprios
Balanço, DR, DFC
Nenhum

2.4.4. Parte dos clubes moçambicanos detém na sua carteira, mais de uma
modalidade desportiva. Para o vosso caso, qual das estruturas abaixo
descritas melhor se adequa a vossa realidade na contabilização aplicada em
cada uma das modalidades entre os anos 2014 e 2018.
A contabilidade é única para todas modalidades existentes na carteira do clube
A contabilidade é separada para cada uma das modalidades
A contabilidade é separada e no fim do exercício da lugar a consolidação:
Outra Forma

Se outra qual? ________________________________________

3. Sabe-se que a os jogadores são os maiores activos dos clubes de futebol, pelo
que a sua contratação carece de planeamento:
3.2. O clube teve um plano para a contratação de jogadores nos anos em
estudo?
Sim: _______ Não:________

3.3. Quais são os critérios de contratação de jogadores usados pelo Clube?


Idade dos Jogadores
Avaliação Técnica (Desempenho do Jogador em Campo)
Investimento Necessário (a relação custo Beneficio):
Todos acima descritos

5
Demonstração de Resultados
6
Demonstração de Fluxo de Caixa

39
3.4. Qual foi a média da duração dos contratos de trabalho dos jogadores do
clube nessas épocas (2014 a 2018):
3.4.1. Com jogadores dos 06 aos 23 anos de idade?
De 0 a 3 anos
De 3 a 4 anos:
De 4 em diante (renovações sucessivas):

3.4.2. Com jogadores dos 23 aos 35 anos de idade?


De 0 a 3 anos
De 3 a 4 anos:
De 4 em diante (renovações sucessivas):

3.5. O clube tem/teve escalões de formação?


Não: _______ Sim: _______
3.5.1. Se Sim, Qual dos escalões de formação o clube obedece/obedeceu:
Infantis, iniciados, juvenis, juniores, seniores:
Iniciados, juvenis, juniores, seniores
Juvenis, juniores, seniores
Juniores, seniores

3.5.2. Para casos ligados a alínea anterior. Quais tem sido os critérios usados para
passar de um escalão para outro?
Idade dos Jogadores
Avaliação Técnica (Desempenho do Jogador em Campo)
Disciplina e Profissionalismo
Todos os critérios acima
Outros

Se outros quais? _______________________________________

3.5.3. Quantos atletas dos 06 aos 22 anos passaram pelos escalões de formação do
clube nos períodos de 2014 a 2017?
50 – 100 Atletas
100 – 200 Atletas
200 – 500 Atletas
500 Atletas em diante
Nenhuma Opção

40
3.5.3.1. Quantos desses Atletas já têm/tiveram contratos assinados?
25 – 50 Atletas
50 – 100 Atletas
100 – 200 Atletas
Nenhuma das Opções

3.6. Existe um plano de incentivos para que os jogadores jovens não saiam
do clube?
Sim:_______ Não: _______
Se sim: quais?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________

4. Os clubes mundiais, adoptam o modelo da FIFA para calcular o custo com


formação dos seus jogadores, custo este que depois serve de base para classificar
os clubes para que se possa determinar o valor da indemnização por receber por
cada clube que participou na formação do Atleta.
4.2. Terá sido usado o método da FIFA para calcular o custo com a formação
dos jogadores formados internamente entre 2014 e 2018?
Sim _____ b) Não_____
4.2.1. Se sim, este método tem demonstrado o real valor gasto com a formação dos
jogadores?
Sim______ b) Não _____
4.2.2. Se não, qual é o método usado para determinar o custo com formação?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5. Os clubes de futebol além de arrecadar as receitas, através da venda de bilhetes e


patrocínio, têm como uma das suas maiores fontes de rendimento a venda dos
seus activos mais valiosos (os jogadores de futebol).

41
5.2. Como é determinado o preço de venda dos jogadores de futebol ao nível
do vosso clube?

Segundo o Método de Margem de contribuição


Segundo o Método de Markup7:
Segundo o Método de Pesquisa de Preços:
Outra Forma:

Se outra qual? _________________________________


5.3. A FIFA com as suas políticas de incentivo a formação de atletas em
países em via de desenvolvimento, criou um regulamento que obriga os clubes
contratantes de atletas menores de 23 anos a compensarem os clubes que
estiveram envolvidos nessa formação. No intervalo dos anos 2014 e 2018, terá
se verificado este fenómeno no vosso clube?
Sim: ______ Não: _______
Se sim. Terá se usado a fórmula da FIFA para calcular o valor da Indemnização?
Sim: _________ Não: _________
5.4. Qual foi tratamento contabilístico dado a essa indemnização?
Rendimentos Operacionais
Rendimentos Financeiros
Outra forma

Se outra qual? _______________________________________


5.5. Além da Indemnização a FIFA criou um outro método de compensar os
clubes de formação, esse método e chamado de Mecanismo de solidariedade,
onde o clube da formação deve receber uma porção do valor do novo contrato
assinado pelo atleta, diferente do valor da indemnização o mecanismo de
solidariedade compensa os contratos que o atleta assina depois dos 23 anos.
5.5.1. No intervalo em pesquisa o clube terá recebido o valor do mecanismo de
solidariedade?
Sim: _______ Não: _______
5.5.2. Se Sim, qual foi/é o tratamento dado ao recebimento desse valor?
Rendimentos Operacionais
Rendimentos Financeiros
Ganhos Extraordinários
7
Markup é um índice utilizado na formação do preço de venda de um produto ou serviço, que aparece na
definição do seu custo.

42
Outra forma

Se outra qual? _______________________________________


5.6. No que diz respeito ao reforço do plantel. Além de adquirir os serviços
do jogador de futebol o clube também adquire o direito de imagem sobre o
jogador?
Sim: ______ Não: _______

5.6.1. Se sim, a contabilização do contrato de serviços e os direitos de imagem é


separada, ou feita numa só base?
Não: ______ Sim: ________
5.6.2. Existem Jogadores do clube que estão associados a uma marca (Patrocínio)
que não esteja ligada ao clube?
Sim: ________ Não: _______
5.6.2.1. Existe uma cláusula nos contratos que obriga os jogadores a si
associarem somente a marcas ligadas ao clube?
Sim: _______ Não: _______

5.7. Qual é a forma de contabilização dos jogadores formados internamente?


Activo Intangível
Activo Tangível
Investimento
Outra forma

Se outra qual? _________________________________________


5.8. Como é feita a contabilização da compra de um jogador de futebol?
Como Activo Intangível
Custo com o pessoal
Outra forma

Se outra qual? ___________________________________________


5.9. Qual é a forma de contabilização dos jogadores formados internamente.

43
Como Activo Intangível
Custo com o pessoal
Ativos Tangíveis
Investimento
Outra forma

Se outra qual? _________________________________


6. Como é contabilizada a renovação contratual dos jogadores de futebol durante a
vigência do contrato anterior?
Como Activo Intangível
Amortiza cada um dos contratos separadamente
Outra forma

Se outra qual? _____________________________________________

6.2. Como e feita a contabilização da venda dos direitos desportivos dos


jogadores de futebol (venda do Jogador).
Como Rendimento Operacional
Como Rendimento Financeiro
Outra Forma

Se outra qual? __________________________________________


7. Sabendo que em moçambique ainda não temos um mercado activo para a
compra e venda de jogadores de futebol. Como é reconhecido (preço da compra)
o jogador cujo contrato de trabalho termina antes de ser procurado por outros
clubes, (transferência a custo Zero):

Custo Historico baseado em:

Idade dos Jogadores:


Avaliação Técnica (Desempenho do Jogador em Campo):
Investimento Necessário (a relação custo Beneficio):
Todos acima descritos

Revalorização baseado em:

44
Nível de procura por outros clubes
Avaliação Técnica (Desempenho do Jogador em Campo)
Nenhuma das duas

8. Nos últimos anos, temo-nos deparado com a evolução do futebol, tanto a nível
técnico, como a nível económico- financeiro, esta evolução é acompanhado pelo
mercado de transferências dos jogadores.
8.2. Acreditam que já existe um mercado activo de Jogadores de Futebol em
Moçambique?
Sim: ______ Não: _____
8.3. Há algum Jogador do clube que esta cotado nesse mercado activo?
Sim: _______ Não: _______

8.4. O clube serve-se desse mercado para a negociação dos seus jogadores:
como para a compra tanto para a venda?
Sim______ Não: _______

SECÇÃO II
Se o contrato do jogador de futebol for contabilizado como activo intangível, por
favor, responda as perguntas abaixo.
9. A IAS 38 (2014), que vem esclarecer os métodos aceitáveis de depreciações e
amortizações obriga as entidades a amortizarem um activo numa base
sistemática de acordo com o período do contrato.
9.2. Em caso de activo intangível: qual é o método usado para amortização
do contrato
Quotas constantes
Desgaste funcional
Outra forma

Se outra qual? _____________________________________________


9.3. Há situações em que durante a vigência do contrato, o valor do jogador
no mercado aumenta, isto é, o seu passe é valorizado por vários factores, um
deles é a melhoria do seu desempenho em campo. No intervalo de 2014 a 2018
houve uma situação destas?
Sim: _______ Não:_________

45
Se sim, terá havido uma situação de perda por imparidade?
Sim: ________ Não:________
……………………………………………xxxx………………………………………….
Deseja receber o resultado desta pesquisa: ( ) sim ( ) não
email: ______________________________________
OBRIGADO PELA SUA PARTICIPAÇÃO!
Em caso de dúvida contacta: 843719184 ou frzmacuacua@gmail.co.mz

Referencias Bibliográficas
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Coimbra
Editora, 4ª Edição.
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Clubes de Futebol……Disponível em: [www.ludopedio.com.br]. consultado a
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48

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