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DIREÇÕES E PLANOS
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CRISTALINOS

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Fabio de Paula Assis

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DIREÇÕES E PLANOS CRISTALINOS
A relação entre comportamento dos materiais, seja comportamento
mecânico, elétrico ou magnético, e o arranjo de seus átomos acarreta na
necessidade de identificar posições, direções e planos específicos de uma
estrutura cristalina. Tal afirmação é particularmente importante no caso de
arranjos atômicos em metais e em suas ligas, que podem exibir características
dependentes da orientação cristalográfica. Por exemplo, conforme visto
anteriormente, as forças de interação entre átomos (repulsão e atração) estão
ligadas ao comportamento elástico do material. O ponto de equilíbrio entre tais
forças corresponde a uma distância de equilíbrio. Em uma estrutura cristalina, a
distância entre os átomos modifica-se de acordo com a direção cristalográfica
tomada, assim como as constantes elásticas do material. Por outro lado, a
existência de determinados conjuntos de planos e direções definidos como
compactos, desempenham importante papel durante a deformação plástica de
metais. A existência de propriedades dependentes da orientação cristalográfica
resulta na necessidade de se determinar direções e planos em um cristal.
Essa identificação torna-se mais simples pela definição de posições atômicas, a
partir de suas coordenadas. No caso das estruturas cúbicas, é utilizado um sistema
cartesiano. É interessante salientar que tais coordenadas são obtidas em função dos
parâmetros de rede da célula unitária.

Os átomos de uma estrutura CS estão localizados nas posições com as


coordenadas: (0,0,0), (1,0,0), (0,1,0), (0,0,1), (1,1,1), (1,1,0), (1,0,1) e (0,1,1),
conforme mostra a figura 3.10.
z

(0,0,1)
(0,1,1)

(1,0,1) (1,1,1)

(0,0,0) (0,1,0) y
(1,1,0)
(1,0,0)

. Posições atômicas em uma célula unitária da estrutura C.S..

No sistema cúbico, as direções cristalográficas são obtidas a partir das


componentes da direção em questão, tomadas nos três eixos cartesianos. A partir dos
  
vetores a , b e c , mostrados na figura 3.11, pode-se representar qualquer vetor no
sistema cristalino. Para indicar esquematicamente uma determinada direção em uma
célula unitária, desenha-se um vetor que parte da origem e atinge a posição definida
pelas coordenadas consideradas ou ainda, um vetor que parte da origem até o ponto
(x,y,z) pode ser descrito como:

   
v xyz = xa + yb + zc 3.16

Assim, para se obter uma direção em um cristal, deve-se observar que:

a. Uma direção é dada pelas componentes do vetor que a escreve no sistema


ortogonal x,y,z, partindo da origem, até o ponto (x,y,z);
b. As coordenadas são reduzidas ao menor conjunto de números inteiros;
c. A unidade de medida de cada eixo é função do parâmetro de rede de cada
eixo e assim, não representa valores reais de distância;
d. A notação empregada é [u v w] (entre colchetes) e representa uma linha que
vai da origem até um ponto de coordenadas (u,v,w);
e. Os índices negativos são representados por uma barra sobre os mesmos:
_
[u v w ] ;
f. Quaisquer direções paralelas são equivalentes;
g. Um vetor que passa na origem, em (1,1,1), em (2,2,2), e em (3,3,3) pode ser
identificado pela direção [111];
h. Em cristais, uma família de direções está associada a um conjunto de direções
com características equivalentes. A notação empregada para representar uma
_ _
família de direções é <uvw>, que contém as direções [u v w ] , [u v w ] , [u v w ] ,
_ _ _ _ _
[u v w ] , [u v w ] , [u v w ] ,... .

 
c
b
  y
a v xyz

Uma direção em uma célula unitária é determinada a partir de um vetor que parte da origem e atinge a
posição definida pelas coordenadas consideradas.

Na figura 3.12, as coordenadas do vetor 1, que passa pela origem são (1,0,0).
Assim, a direção do mesmo passa a ser [100]. As coordenadas do vetor 2 são (1,1,0) e
sua direção é dada por [110]. As coordenadas do vetor 3 são (1,1,1) e sua direção é
representada por [111]. As coordenadas do vetor 4 são (0,-1,1). Como uma direção
negativa é representada por um traço sobre o índice, a direção deste vetor é dada por
0 1 1.
A identificação de planos atômicos em cristais também é uma tarefa necessária
no sentido de relacionar-se estrutura e comportamento dos materiais. Nesse caso, são
utilizados os índices de Miller. Os índices de Miller de um plano são obtidos a partir da
interpretação da equação geral do plano:

x y z
+ + =1 3.17
a b c
onde a, b e c referem-se às posições de interceptação do plano com os eixos x, y e z,
respectivamente. No caso de um plano ser paralelo a um ou mais eixos, os valores de a,
b ou c podem ser infinitos, o que leva à adoção dos inversos de a, b e c, na identificação
do plano. Assim, faz-se h=1/a, k=1/b e l=1/c. Dessa maneira, a equação 3.18 pode ser
reescrita como:

hx + ky + lz = 1 3.18

z
[0 1 1]

4
[111]
3

1 2
[100] y
[110]

x
. Direções em uma célula unitária cúbica.

Os índices de Miller são h, k e l.

A identificação dos índices de Miller para um cristal cúbico envolve as seguintes


regras:

a. Plano a ser determinado não pode passar pela origem origem (0,0,0);
b. Planos paralelos são equivalentes;
c. Obtenção dos pontos de interceptação do plano com os eixos x, y e z;
d. Obtenção dos inversos das interceptações: h=1/a, k=1/b e l=1/c;
e. Obtenção do menor conjunto de números inteiros;
f. Índices obtidos devem ser apresentados entre parênteses: (hkl);
g. Índices negativos são representados por uma barra sobre os mesmos: ( h kl) ;
h. Em cristais, alguns planos podem ser equivalentes, o que resulta em uma
família de planos. A notação empregada para representar uma família de
planos é {hkl}, que contém as direções (hkl), ( h kl) , (h k l) , (hk l ) , ( h k l) ,

(hk l ) , ( h k l ) e ( h k l ) .
Em uma estrutura cúbica, os planos atômicos são importantes no tocante ao
comportamento mecânico. A figura 3.13 exemplifica alguns planos desse tipo de
estrutura.

Planos cristalográficos em estruturas cúbicas.

Exemplo 3.6

Determine os I.M. na estrutura cúbica, dos planos que passam pelas posições
atômicas (1,1,3/4); (1,1/2,1/4) e (0,1,0).

Solução

Os pontos fornecidos permitem estabelecer o plano mostrado. Uma linha


unindo os pontos (1,1,3/4) e (1,1/2,1/4) possibilita encontrar o ponto (1,1/4,0).
Deslocando a origem, é possível notar que o plano intercepta o eixo x em x=–1,
o eixo y em y=-3/4 e o eixo z em z=3/4. Isso conduz aos I.M.= ( 3 4 4) .
z

(1,1,3/4)

(0,1,0)

y
x
(1,1/2,1/4)

(1,1/4,0)

Nos cristais cúbicos, algumas relações matemáticas podem facilitar a


identificação de planos e direções em situações especiais. Por exemplo,
considere que é necessário identificar o ângulo entre duas direções, A e B, fato
muito comum na análise de tensões em uma estrutura cristalina solicitada
mecanicamente. O ângulo entre tais direções, ou entre os dois vetores que as
representam, como indica a figura 3.14, pode ser obtido a partir do produto
escalar dos mesmos, ou seja:
   
A = x1a + y 1b + z1c 3.19

   
B = x 2 a + y 2b + z 2 c 3.20

A aplicação da lei dos cossenos aos vetores leva a seguinte relação:

 2 2 2  
B A  B  A  2 B A cos  3.21

ou

 
B.A
cos     3.22
B. A

ou

x1x 2  y1y 2  z1z 2


cos   3.23
( x  y  z1 )1/ 2 ( x 2  y 2  z 2 )1/ 2
2 22 2 2 2
1 1
(x1,y1,z1)

 
B-A

A


 (x2,y2,z2)
(0,0,0) B

Representação das direções A e B, pelos vetores A e B.

Exemplo 3.7

Determine o ângulo entre as direções [111] e [110].

Solução

O ângulo pode ser obtido através de trigonometria ou a partir da equação


3.23, ou seja:

x 1 x 2  y 1 y 2  z 1z 2 1 .1  1 .1  1 .0 2
cos    
(x 1
2
y 1
2
 z1 )
2 1/ 2
(x 2  y 2  z2 )
2 2 2 1/ 2
(1  1  1) (1  1  0)
1/ 2 1/ 2
6

Logo, o valor de  é igual a 35,2o.


z

[111]

y
[110]

x
Outra situação comum em cristalografia surge da intersecção de dois
planos. Tal intersecção pode ser representada por um vetor. A figura 3.15 mostra

os planos A e B. A normal às direções perpendiculares a tais planos (vetores A e
 
B ) é dada pelo vetor C , que é paralelo à direção da intersecção dos planos A e
B. Essa direção da intersecção pode ser determinada a partir do produto
 
vetorial de A e B . Supondo que os I.M. dos planos A e B sejam,

respectivamente, (hA kA lA) e (hB kB lB), a direção pode ser dada pelo vetor C .


Direção da intersecção dos planos A e B dada pelo vetor C

A normal ao plano A é dada pela direção [hA kA lA], enquanto a normal ao



plano B é a direção [hB kB lB]. A direção de intersecção (vetor C ) é calculada a
partir da equação:
  
a b c
    
A XB  hA kA l A  a(k A lB  k B l A )  b(l A hB  lB h A )  c(h A k B  hB k A ) 3.24
hB kB lB

Exemplo 3.8
Determine a direção da intersecção dos planos (111) e (001).
Solução

O produto vetorial entre os planos A e B produzem o vetor C (direção de
intersecção):
  
a b c
     
C 1 1 1  a(1  0)  b(0  1)  c(0  0)  a  b
0 0 1

A direção de intersecção é [1 1 0] .

DIREÇÕES E PLANOS EM CRISTAIS HEXAGONAIS

Direções em cristais hexagonais são geralmente indicadas por quatro índices u,


v, t e w, apresentados entre colchetes. Estes índices são baseados em um sistema de
coordenadas com quatro eixos, conforme mostrado na figura 3.16. Os índices u, v
e t são relativos aos eixos a1, a2 e a3, respectivamente e o índice w é relativo ao eixo c. O
procedimento a ser seguido no uso destes índices para a identificação de direção no
sistema HC, envolve a obtenção dos menores inteiros que representem a sua direção e
que satisfaça a relação u+v=-t. Estabelecer direções em um sistema de quatro eixos não
é tão simples como no sistema cartesiano. Uma forma de facilitar o estabelecimento de
posições nesse sistema consiste em dividir o parâmetro de rede de cada eixo basal (a1,
a2 e a3) em três partes. Tal operação conduz à obtenção de diversos triângulos
equiláteros, como poder ser visto na figura 3.17.a, e nesse caso, a unidade de cada eixo
corresponde ao lado de um desses triângulos ou um terço do valor original. Para
estabelecer uma direção a partir da origem, caminha-se em cada eixo, a quantidade
associada ao valor numérico de cada índice. É importante salientar que uma dada
direção apenas pode ser indicada quando a relação u+v=-t. A figura 3.17.b apresenta
algumas direções na célula hexagonal compacta. Apesar desse método de identificação
ser redundante, à medida que apenas dois eixos são suficientes para posicionamento no
plano, ele é considerado eficiente e prático no caso da estrutura hexagonal.
Os planos em cristais hexagonais são identificados também pelo uso dos quatros
eixos já descritos. Os índices empregados neste caso são denominados como índices de
Miller-Bravais e são representados pelas letras h, k, i e l, apresentadas como no caso
anterior entre parênteses ou (hkil).

+c

c
+a3
-a1

-a2 +a2
-c
+a1
a -a3

Os quatro eixos usados como referência em um sistema hexagonal.


a3
[0001]
+c

[ 1 1 20] [ 1 2 1 0]
[0 1 10]

2 [ 2 1 1 0]

1 1 -1 -1 [ 1 2 1 0]
-1 [ 1 2 1 0]
-1 c
1 a2
+a3
-1 -a1
[1 1 00]

-a2 +a2
-c
+a1
a1 a -a3

(a) (b)
(a) Eixos basais e ilustração do procedimento para estabelecer direções no sistema hexagonal; (b) Principais
direções em uma célula unitária hexagonal.

O plano basal nesta estrutura é considerado um plano muito importante. Como o plano
basal superior é paralelo aos eixos a1, a2 e a3, então o plano interceptará tais eixos no
infinito. Por outro lado, pode-se afirmar que tal plano intercepta o eixo c em 1. Assim, a
representação dos planos basais é dada por (0001), como mostra figura 3.18. Usando o
mesmo método, os pontos onde o plano frontal da figura 3.18 intercepta os eixos são
a1=+2, a2=-1, a3=-1, e c=. Isto permite afirmar que tal plano é representado por

(2 1 1 0) . O terceiro plano da mesma figura intercepta os eixos são a1=, a2=1, a3=-1, e

c=, o que resulta no plano (01 1 0) .


Índices de Miller de alguns planos no sistema hexagonal compacto.

Exemplo 3.9

Identifique os índices de Miller-Bravais dos planos A e B e das direções Ce D.

Solução
Plano A:
a1=1; a2=1; a3=-1/2 e c=1. Invertendo tais valores, é possível obter 1; 1; -2 e 1,
respectivamente. Logo, o plano A tem índices (11 2 1)
Plano B:
a1=1; a2=-1; a3= e c=. Invertendo tais valores, é possível obter 1; -1; 0 e 0,
respectivamente. Logo, o plano A tem índices (1 1 00) .
Direção C
Tomando-se uma direção paralela (que passa pela origem), tem-se um vetor
da origem até o ponto de coordenadas (1,-1,0,0). Logo, a direção será [ 1 1 00 ]
Direção D
Tomando-se uma direção paralela (que passa pela origem), tem-se um vetor
da origem até o ponto de coordenadas (1,-2,1,1). Logo, a direção será [ 1 2 11]

DENSIDADES ATÔMICA EM CRISTAIS

Dentre os planos e direções de um cristal, alguns revelam ser mais compactos


que outros, ou seja, possuem mais átomos por unidade de comprimento ou de área.
A definição de uma direção compacta envolve a definição de densidade linear de
átomos. Essa densidade é obtida determinando o número de átomos que efetivamente
estão contidos em um determinado comprimento. Assim, a densidade linear da família de
direções <100>, no sistema CS (figura 3.19) é igual a:

1 1
+
no de atomos 2 2 1
Dlinear = = =
compriment o a a
3.25

Da mesma forma, um plano compacto é determinado calculando-se o número de


átomos que efetivamente ocupam uma certa área. Assim, a densidade planar de átomos
da família de planos {100}, no sistema CS (figura 3.19) é igual a:

1 1 1 1
+ + +
no de atomos 4 4 4 4 1
Dplanar = = 2
= 2
área a a
3.26
Plano (100) e direção [100] no sistema CS.

Assim no sistema CS, as direções mais compactas são as da família


<100> e os planos mais compactos são os da família {100}. Os planos e direções
compactos são importantes porque desempenham papel significativo no estudo
da deformação plástica de metais. Os átomos de um cristal solicitado
mecanicamente deslizam-se ao longo de planos compactos, seguindo direções
compactas.

Exemplo 3.10
A estrutura do cádmio à temperatura ambiente é HC. Considerando que
seus parâmetros de rede são a=0,2973nm e c=0,5618nm, determine as
densidades atômicas: (a) Na direção [2 1 1 0] ; (b) No plano (0001).
Solução
A densidade na direção [2 1 1 0] é obtida determinando-se o número de átomos
dentro de uma distância conhecida. Tomando-se, na direção mencionada, a distância
equivalente a um parâmetro de rede a, tem-se

Número de átomos = 2 x 1/2 = 1 átomo

Distância = 0,2973x10-9 m
1 1
o +
n de atomos 2 2 1 1
Dlinear = = =  9
 3,36 x10 9 átomos / m
compriment o a a 0,2973 x10 m

O plano (0001) é denominado de plano basal. A densidade de tal plano pode


ser obtida através da razão entre número de átomos presentes em uma área
determinada e o valor de tal área. Tomando-se como referência um dos triângulos
equiláteros do plano hexagonal, tem-se:

Número de átomos = 3 x 1/6 = 1/2 átomo


Área = 3,8x10-20 m2

1 1 1
o + +
n de atomos 6 6 6
Dplanar = = -9
= 1,31x10 19 átomos/m 2
área 3,8x10 m

Além das densidades atômicas linear e planar, a densidade atômica volumétrica


é relevante, à medida que a mesma está diretamente relacionada com o cálculo teórico
da densidade de massa de um material cristalino. Computando a massa de cada um dos
átomos presentes em um determinado volume é possível determinar a massa por
unidade de volume. A densidade volumétrica da estrutura CS é dada por:

1 1 1 1 1 1 1 1
+ + +  + + +
n o de atomos 8 8 8 8 8 8 8 8 1
Dvolum étrica = = 3
= 3
volume a a
3.27

Exemplo 3.11
Sabendo-se que a massa atômica do ouro é igual a 196,97 g/mol, sua
estrutura é CFC e seu raio atômico é igual a 0,144 nm, determine sua
densidade em g/cm3.

Solução
A solução pode ser obtida tratando o problema a partir do volume de uma célula
unitária. Em uma célula unitária da estrutura cúbica de face centrada, o número de
átomos que efetivamente fazem parte da mesma e seu volume são dados por:
Número total de átomos = 8.1/8 + 6.1/2 = 4

4r 32 r 3
Volume da célula unitária = a3 = (
3
) =  16r 3 2
2 2

A massa atômica de um elemento equivale à massa de 6,02x1023 de seus


átomos. Assim, a densidade pode ser determinada pela equação:

196,97
o 4 x
(n de átomos) x (massa de 1 átomo) 6,02x10 23
D= = 3
= 19,3 g / cm 3
volume 16r 2

PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA

Observar e obter informações sobre direções e planos em um sistema


cartesiano de três eixos necessariamente envolve visão espacial apurada. Além disso,
a natureza tridimensional da estrutura cristalina é uma barreira natural para que
características comuns da mesma sejam avaliadas e comparadas conjuntamente
através do sistema tradicional de três eixos. Tais observações também são válidas no
caso do sistema de eixos hexagonal. Com a finalidade de contornar essas
dificuldades, a estrutura cristalina pode ser estudada de maneira alternativa utilizando-
se de projeções estereográficas.

O conceito de estereografia está associado à representação de figuras sólidas


no plano, ou seja, no caso da cristalografia, à representação de planos e direções em
apenas duas dimensões. Pode-se resumir o conceito de projeções estereográficas
como um meio de representar características tridimensionais utilizando-se de gráficos
e figuras bidimensionais.

A primeira etapa do uso de projeções estereográficas no estudo das estruturas


cristalinas consiste em posicionar a célula unitária de um cristal no centro de uma
esfera imaginária, de raio muito maior que os parâmetros de rede dessa célula. A
célula unitária contém uma infinidade de planos, que quando estendidos, interceptam
a superfície da esfera, formando círculos que representam os planos considerados,
como ilustra a figura 3.20.
Polo do Plano (hkl)

Plano (hkl)
z

Extensão do
Plano (hkl)
Interceptação
do plano (hkl)
com a
y superfície da
esfera
x

. Posicionamento de uma célula unitária no interior de uma esfera imaginário na concepção de projeções
estereográfica.

Por outro lado, os mesmos índices que representam um dado plano,


representam também a direção normal ao mesmo. Dado um plano, se uma linha
perpendicular ao mesmo é estendida em direção à superfície da esfera imaginária que
contém a célula unitária, o ponto de interceptação dessa linha com tal superfície é
denominado de polo do plano, como também ilustra a figura 3.20.

A segunda etapa desse procedimento envolve a obtenção de uma figura


plana da esfera contendo a célula unitária. Isso é elaborado a partir da visão
desse conjunto por um observado situado à frente de um dado plano. Nesse
caso, a esfera será vista como um círculo, o plano estendido como um círculo
ou um segmento de um círculo e o seu polo, como um ponto no círculo.
Nas estruturas cúbicas existem três famílias de planos principais, quais sejam:
famílias {100}, {110} e {111}. Planos dessas famílias são mostrados na figura 3.21.
z Plano
Polo (100)
(100)

Polo
y (100)
Plano
x (100)

(a)

z Plano
(110)
Polo
(110)

Polo
y (110)

x Plano
(110)

(b)

Polo Polo
Plano (111)
(111)
(111)

y
Plano
x (111)

(c)
Representações estereográficas dos planos (a) (100); (b) (110) e (c) (111).
O primeiro plano, (100), refere-se ao plano paralelo à face do cubo e é visto na
figura 3.21.a. Um observador situado à frente desse plano verá que a extensão do
mesmo plano corresponde a um círculo que coincide com o círculo associado à
projeção da esfera e definido como círculo principal. O mesmo observador verá que o
polo desse plano corresponde a um ponto localizado exatamente no centro do círculo
principal. A extensão do plano na parte posterior da esfera também formará um
círculo, ou parte desse. Nesse caso, é necessário que a interceptação do plano com a
superfície frontal da esfera seja indicada de modo distinto da interceptação com a
parte posterior da mesma esfera, por exemplo, através de linhas contínua e tracejada.
O mesmo procedimento deve ser efetuado com relação a polos.

O segundo plano, (110), é mostrado na figura 3.21.b. Sua interceptação com a


superfície da esfera gera um arco, enquanto que um vetor perpendicular ao plano gera
o polo situado ao longo de uma linha divisória entre a parte superior e a inferior do
círculo, denominado de equador da esfera. Finalmente, o terceiro plano, (111), é
apresentado na figura 3.21.c. A extensão do plano (111) conduz a um arco, enquanto
que um vetor perpendicular ao mesmo, resulta em um polo localizado no meio do
primeiro quadrante do círculo.

A representação de um dado plano pode ser feita a partir de um arco em


um círculo ou ainda, de um ponto (representado o polo do plano) no interior do
círculo, ambos posicionados apropriadamente.
A utilização de projeções estereográficas em cristalografia é
padronizada por meio de redes estereográficas. A figura 3.22 mostra uma
esfera estereográfica. Em tal globo são estabelecidos um polo Norte e um Sul,
uma linha do Equador e círculos correspondentes a linhas de longitude e de
latitude. O ângulo  indica a distância angular entre duas linhas de latitude,
enquanto o ângulo  mostra a distância entre duas linhas de longitude. A linha
do Equador permite dividir o globo em duas metades, o Hemisfério Sul e o
Norte.
A projeção de um globo estereográfico conduz à rede estereográfica.
Essa rede, que é apresentada na figura 3.23, apresenta linhas de latitude
separadas por ângulos de 2o, e linhas de longitude, também a cada 2o. Essa
representação é denominada de rede de Wulff.
Polo
Norte


 Linhas de
Latitude

Linhas de
Polo Longitude
Sul
Globo estereográfico.

Rede estereográfica de Wulff.

A rede estereográfica mais empregada em estudos cristalográficos é a


de Wulff. Nesse tipo de padrão, o eixo Norte-Sul é posicionado paralelo ao
plano do papel. O posicionamento de polos de planos em uma rede de Wulff
leva, por exemplo, à identificação rápida do ângulo entre eles.
Em uma rede de Wulff, as linhas de longitude formam uma série de
círculos que invariavelmente passam pelos polos norte e sul. Esses círculos
são denominados de círculos principais. As linhas de latitude são denominadas
de círculos pequenos ou secundários, com exceção do círculo do equador, que
é um círculo principal.
A intersecção de um conjunto de planos em uma única direção é definida como
direção de uma zona. As figuras 3.24 a 3.26 mostram a intersecção de diversos planos,
formando a direção [110].

Plano
(1 1 1)
z

Polo Polo
[110] [110]

y
Plano
x (1 1 1)

Representação estereográfica do plano (1 1 1) e do polo [110].

Plano
(1 1 0)
z

Polo Polo
[110] [110]

y
Plano
x (1 1 0)

Representação estereográfica do plano (1 1 0) e do polo [110].


z

Polo Polo
[110] [110]
Plano
(001)
y
Plano
x (001)

Representação estereográfica do plano (001) e do polo [110].

Diversos outros planos interceptam tal direção. Se os polos de tais


planos são assinalados no círculo, observa-se que todos estarão sobre o arco
que representa o plano (110), como mostra a figura 3.27. Essa representação é
denominada de planos de uma zona.
(001)

(1 1 3)
Plano
(1 1 1) (110 )

(2 2 1)
Polo
[110]
(1 1 0)

(2 2 1)

(1 1 1)

(00 1)

Representação estereográfica dos polos de alguns planos que interceptam a direção [110].

Todas projeções estereográficas analisadas até agora têm como característica


comum o fato de o círculo principal representar o plano (100). Em todos esses
casos, o polo desse plano localiza-se no centro do círculo. Tal procedimento
identifica a projeção padrão 100. Da mesma forma, é possível localizar no
centro de tal círculo, qualquer plano, como o (111). Nesse caso, o tipo de
projeção estereográfica empregada é a de padrão (111). A figura 3.28 mostra
esses dois tipos de projeção padrão: (100) e (111).
001

01 1 011

101
111
11 1

110 110
010 010
100

11 1 11 1
10 1

01 1 01 1

00 1

(a)

011 1 01

111 001

1 11

101 011
110 1 10
111

100 010
110

11 1

10 1 01 1

(b)
Representação estereográfica padrão (a) (100) e (b) (111).

Nas projeções (100) e (111), os planos da família {100} são representados por
quadrados, os da família {110}, por elipses e finalmente, os planos da família {111},
representados por triângulos. Tais figuras geométricas derivam do tipo de corte que o
plano faz junto à superfície do globo estereográfico.
Na figura 3.28, um outro fato interessante e que deve ser salientado relaciona-
se aos triângulos estereográficos. Analisando as projeções (100) e (111), observa-se a
existência de 24 triângulos. Esses triângulos têm em seus vértices os polos das
famílias {100}, {110} e {111}. Essa constatação mostra que um cristal cúbico é
constituído por regiões cristalográficas semelhantes. Assim, quando é necessário
representar qualquer característica ou propriedade de um cristal, basta utilizar apenas
um triângulo estereográfico, com vértices exibindo polos na forma de um quadrado,
uma elipse e um triângulo, como indica a figura 3.29.

111

100 110

Triângulo estereográfico permite representar e comparar característica e propriedades em cristais


cúbicos.

O uso da projeção estereográfica permite facilmente medir ângulos entre polos


de planos distintos. Tal facilidade está associada à possibilidade de rotação desses
polos em relação a um ponto específico. Por exemplo, conforme mostra a figura 3.30,
o plano (111), indicado em uma projeção padrão (100) sofreu uma rotação de 90o em
relação ao eixo x. Observa-se que todo o sistema sofreu tal rotação.

Da mesma forma, seria possível girar todo o sistema em torno de um


outro eixo, como o eixo z, como indica a figura 3.31.

Polo
(001)
z
Polo
(111)

Polo
(100) Polo
Plano (010)
y (111)
x Plano
(111)

(a)
Plano
(111)

Polo Polo
(100) (001)

z Polo
(111)
x
y Plano Polo
(111) (010)
(b)

Identificação do plano (111) no sistema cartesiano e através de projeção estereográfica, antes (a) e após
o
(b) uma rotação de 90 em torno da direção [100].

Polo
(001)
z
Polo
(111)

Polo
Polo
(100)
(010)
Plano
y (111)
x Plano
(111)

(a)
Polo
(001)
z
Polo
(111)
Polo
(100)
Polo
Plano (010)
x (111)
Plano
y (111)

(b)
Identificação do plano (111) no sistema cartesiano e através de projeção estereográfica, antes (a) e após
o
(b) uma rotação de 90 em torno da direção [001].
Exemplo 3.12. No sistema cúbico existem 13 eixos de simetria, resultantes dos
três polos da família de planos {100}, dos seis da família {110} e dos quatro da
família {111}. Considerando que o círculo principal corresponde ao plano (010)
e que o polo norte está associado à direção [00 1 ], identifique os polos de
todos os planos citados.

Solução
Partindo-se da projeção padrão (100), pode-se obter a projeção
desejada pela rotação do globo de 90o em torno do eixo z [001], seguida da
rotação de 180o em torno do eixo y [010]:
Padrão (100)/polo norte:[001] Padrão (010)/polo norte:[001]
001

01 1 011

101
111
11 1

110 110
010 010
100

11 1 11 1
10 1

01 1 01 1

00 1

001

101 1 01

011
111
1 11

110 1 10
100 1 00
010

11 1 111
01 1

10 1 101

00 1

Padrão (010)/polo norte:[00 1 ]


00 1

101 10 1

01 1
111 11 1

1 10 110
1 00 100
010

111
1 11
011

1 01 101

001

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