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DIREÇÕES E PLANOS
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CRISTALINOS
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Fabio de Paula Assis
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DIREÇÕES E PLANOS CRISTALINOS
A relação entre comportamento dos materiais, seja comportamento
mecânico, elétrico ou magnético, e o arranjo de seus átomos acarreta na
necessidade de identificar posições, direções e planos específicos de uma
estrutura cristalina. Tal afirmação é particularmente importante no caso de
arranjos atômicos em metais e em suas ligas, que podem exibir características
dependentes da orientação cristalográfica. Por exemplo, conforme visto
anteriormente, as forças de interação entre átomos (repulsão e atração) estão
ligadas ao comportamento elástico do material. O ponto de equilíbrio entre tais
forças corresponde a uma distância de equilíbrio. Em uma estrutura cristalina, a
distância entre os átomos modifica-se de acordo com a direção cristalográfica
tomada, assim como as constantes elásticas do material. Por outro lado, a
existência de determinados conjuntos de planos e direções definidos como
compactos, desempenham importante papel durante a deformação plástica de
metais. A existência de propriedades dependentes da orientação cristalográfica
resulta na necessidade de se determinar direções e planos em um cristal.
Essa identificação torna-se mais simples pela definição de posições atômicas, a
partir de suas coordenadas. No caso das estruturas cúbicas, é utilizado um sistema
cartesiano. É interessante salientar que tais coordenadas são obtidas em função dos
parâmetros de rede da célula unitária.
(0,0,1)
(0,1,1)
(1,0,1) (1,1,1)
(0,0,0) (0,1,0) y
(1,1,0)
(1,0,0)
v xyz = xa + yb + zc 3.16
c
b
y
a v xyz
Uma direção em uma célula unitária é determinada a partir de um vetor que parte da origem e atinge a
posição definida pelas coordenadas consideradas.
Na figura 3.12, as coordenadas do vetor 1, que passa pela origem são (1,0,0).
Assim, a direção do mesmo passa a ser [100]. As coordenadas do vetor 2 são (1,1,0) e
sua direção é dada por [110]. As coordenadas do vetor 3 são (1,1,1) e sua direção é
representada por [111]. As coordenadas do vetor 4 são (0,-1,1). Como uma direção
negativa é representada por um traço sobre o índice, a direção deste vetor é dada por
0 1 1.
A identificação de planos atômicos em cristais também é uma tarefa necessária
no sentido de relacionar-se estrutura e comportamento dos materiais. Nesse caso, são
utilizados os índices de Miller. Os índices de Miller de um plano são obtidos a partir da
interpretação da equação geral do plano:
x y z
+ + =1 3.17
a b c
onde a, b e c referem-se às posições de interceptação do plano com os eixos x, y e z,
respectivamente. No caso de um plano ser paralelo a um ou mais eixos, os valores de a,
b ou c podem ser infinitos, o que leva à adoção dos inversos de a, b e c, na identificação
do plano. Assim, faz-se h=1/a, k=1/b e l=1/c. Dessa maneira, a equação 3.18 pode ser
reescrita como:
hx + ky + lz = 1 3.18
z
[0 1 1]
4
[111]
3
1 2
[100] y
[110]
x
. Direções em uma célula unitária cúbica.
a. Plano a ser determinado não pode passar pela origem origem (0,0,0);
b. Planos paralelos são equivalentes;
c. Obtenção dos pontos de interceptação do plano com os eixos x, y e z;
d. Obtenção dos inversos das interceptações: h=1/a, k=1/b e l=1/c;
e. Obtenção do menor conjunto de números inteiros;
f. Índices obtidos devem ser apresentados entre parênteses: (hkl);
g. Índices negativos são representados por uma barra sobre os mesmos: ( h kl) ;
h. Em cristais, alguns planos podem ser equivalentes, o que resulta em uma
família de planos. A notação empregada para representar uma família de
planos é {hkl}, que contém as direções (hkl), ( h kl) , (h k l) , (hk l ) , ( h k l) ,
(hk l ) , ( h k l ) e ( h k l ) .
Em uma estrutura cúbica, os planos atômicos são importantes no tocante ao
comportamento mecânico. A figura 3.13 exemplifica alguns planos desse tipo de
estrutura.
Exemplo 3.6
Determine os I.M. na estrutura cúbica, dos planos que passam pelas posições
atômicas (1,1,3/4); (1,1/2,1/4) e (0,1,0).
Solução
(1,1,3/4)
(0,1,0)
y
x
(1,1/2,1/4)
(1,1/4,0)
B = x 2 a + y 2b + z 2 c 3.20
2 2 2
B A B A 2 B A cos 3.21
ou
B.A
cos 3.22
B. A
ou
B-A
A
(x2,y2,z2)
(0,0,0) B
Exemplo 3.7
Solução
x 1 x 2 y 1 y 2 z 1z 2 1 .1 1 .1 1 .0 2
cos
(x 1
2
y 1
2
z1 )
2 1/ 2
(x 2 y 2 z2 )
2 2 2 1/ 2
(1 1 1) (1 1 0)
1/ 2 1/ 2
6
[111]
y
[110]
x
Outra situação comum em cristalografia surge da intersecção de dois
planos. Tal intersecção pode ser representada por um vetor. A figura 3.15 mostra
os planos A e B. A normal às direções perpendiculares a tais planos (vetores A e
B ) é dada pelo vetor C , que é paralelo à direção da intersecção dos planos A e
B. Essa direção da intersecção pode ser determinada a partir do produto
vetorial de A e B . Supondo que os I.M. dos planos A e B sejam,
respectivamente, (hA kA lA) e (hB kB lB), a direção pode ser dada pelo vetor C .
Direção da intersecção dos planos A e B dada pelo vetor C
Exemplo 3.8
Determine a direção da intersecção dos planos (111) e (001).
Solução
O produto vetorial entre os planos A e B produzem o vetor C (direção de
intersecção):
a b c
C 1 1 1 a(1 0) b(0 1) c(0 0) a b
0 0 1
A direção de intersecção é [1 1 0] .
+c
c
+a3
-a1
-a2 +a2
-c
+a1
a -a3
[ 1 1 20] [ 1 2 1 0]
[0 1 10]
2 [ 2 1 1 0]
1 1 -1 -1 [ 1 2 1 0]
-1 [ 1 2 1 0]
-1 c
1 a2
+a3
-1 -a1
[1 1 00]
-a2 +a2
-c
+a1
a1 a -a3
(a) (b)
(a) Eixos basais e ilustração do procedimento para estabelecer direções no sistema hexagonal; (b) Principais
direções em uma célula unitária hexagonal.
O plano basal nesta estrutura é considerado um plano muito importante. Como o plano
basal superior é paralelo aos eixos a1, a2 e a3, então o plano interceptará tais eixos no
infinito. Por outro lado, pode-se afirmar que tal plano intercepta o eixo c em 1. Assim, a
representação dos planos basais é dada por (0001), como mostra figura 3.18. Usando o
mesmo método, os pontos onde o plano frontal da figura 3.18 intercepta os eixos são
a1=+2, a2=-1, a3=-1, e c=. Isto permite afirmar que tal plano é representado por
(2 1 1 0) . O terceiro plano da mesma figura intercepta os eixos são a1=, a2=1, a3=-1, e
Exemplo 3.9
Solução
Plano A:
a1=1; a2=1; a3=-1/2 e c=1. Invertendo tais valores, é possível obter 1; 1; -2 e 1,
respectivamente. Logo, o plano A tem índices (11 2 1)
Plano B:
a1=1; a2=-1; a3= e c=. Invertendo tais valores, é possível obter 1; -1; 0 e 0,
respectivamente. Logo, o plano A tem índices (1 1 00) .
Direção C
Tomando-se uma direção paralela (que passa pela origem), tem-se um vetor
da origem até o ponto de coordenadas (1,-1,0,0). Logo, a direção será [ 1 1 00 ]
Direção D
Tomando-se uma direção paralela (que passa pela origem), tem-se um vetor
da origem até o ponto de coordenadas (1,-2,1,1). Logo, a direção será [ 1 2 11]
1 1
+
no de atomos 2 2 1
Dlinear = = =
compriment o a a
3.25
1 1 1 1
+ + +
no de atomos 4 4 4 4 1
Dplanar = = 2
= 2
área a a
3.26
Plano (100) e direção [100] no sistema CS.
Exemplo 3.10
A estrutura do cádmio à temperatura ambiente é HC. Considerando que
seus parâmetros de rede são a=0,2973nm e c=0,5618nm, determine as
densidades atômicas: (a) Na direção [2 1 1 0] ; (b) No plano (0001).
Solução
A densidade na direção [2 1 1 0] é obtida determinando-se o número de átomos
dentro de uma distância conhecida. Tomando-se, na direção mencionada, a distância
equivalente a um parâmetro de rede a, tem-se
Distância = 0,2973x10-9 m
1 1
o +
n de atomos 2 2 1 1
Dlinear = = = 9
3,36 x10 9 átomos / m
compriment o a a 0,2973 x10 m
1 1 1
o + +
n de atomos 6 6 6
Dplanar = = -9
= 1,31x10 19 átomos/m 2
área 3,8x10 m
1 1 1 1 1 1 1 1
+ + + + + +
n o de atomos 8 8 8 8 8 8 8 8 1
Dvolum étrica = = 3
= 3
volume a a
3.27
Exemplo 3.11
Sabendo-se que a massa atômica do ouro é igual a 196,97 g/mol, sua
estrutura é CFC e seu raio atômico é igual a 0,144 nm, determine sua
densidade em g/cm3.
Solução
A solução pode ser obtida tratando o problema a partir do volume de uma célula
unitária. Em uma célula unitária da estrutura cúbica de face centrada, o número de
átomos que efetivamente fazem parte da mesma e seu volume são dados por:
Número total de átomos = 8.1/8 + 6.1/2 = 4
4r 32 r 3
Volume da célula unitária = a3 = (
3
) = 16r 3 2
2 2
196,97
o 4 x
(n de átomos) x (massa de 1 átomo) 6,02x10 23
D= = 3
= 19,3 g / cm 3
volume 16r 2
PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA
Plano (hkl)
z
Extensão do
Plano (hkl)
Interceptação
do plano (hkl)
com a
y superfície da
esfera
x
. Posicionamento de uma célula unitária no interior de uma esfera imaginário na concepção de projeções
estereográfica.
Polo
y (100)
Plano
x (100)
(a)
z Plano
(110)
Polo
(110)
Polo
y (110)
x Plano
(110)
(b)
Polo Polo
Plano (111)
(111)
(111)
y
Plano
x (111)
(c)
Representações estereográficas dos planos (a) (100); (b) (110) e (c) (111).
O primeiro plano, (100), refere-se ao plano paralelo à face do cubo e é visto na
figura 3.21.a. Um observador situado à frente desse plano verá que a extensão do
mesmo plano corresponde a um círculo que coincide com o círculo associado à
projeção da esfera e definido como círculo principal. O mesmo observador verá que o
polo desse plano corresponde a um ponto localizado exatamente no centro do círculo
principal. A extensão do plano na parte posterior da esfera também formará um
círculo, ou parte desse. Nesse caso, é necessário que a interceptação do plano com a
superfície frontal da esfera seja indicada de modo distinto da interceptação com a
parte posterior da mesma esfera, por exemplo, através de linhas contínua e tracejada.
O mesmo procedimento deve ser efetuado com relação a polos.
Linhas de
Latitude
Linhas de
Polo Longitude
Sul
Globo estereográfico.
Plano
(1 1 1)
z
Polo Polo
[110] [110]
y
Plano
x (1 1 1)
Plano
(1 1 0)
z
Polo Polo
[110] [110]
y
Plano
x (1 1 0)
Polo Polo
[110] [110]
Plano
(001)
y
Plano
x (001)
(1 1 3)
Plano
(1 1 1) (110 )
(2 2 1)
Polo
[110]
(1 1 0)
(2 2 1)
(1 1 1)
(00 1)
Representação estereográfica dos polos de alguns planos que interceptam a direção [110].
01 1 011
101
111
11 1
110 110
010 010
100
11 1 11 1
10 1
01 1 01 1
00 1
(a)
011 1 01
111 001
1 11
101 011
110 1 10
111
100 010
110
11 1
10 1 01 1
(b)
Representação estereográfica padrão (a) (100) e (b) (111).
Nas projeções (100) e (111), os planos da família {100} são representados por
quadrados, os da família {110}, por elipses e finalmente, os planos da família {111},
representados por triângulos. Tais figuras geométricas derivam do tipo de corte que o
plano faz junto à superfície do globo estereográfico.
Na figura 3.28, um outro fato interessante e que deve ser salientado relaciona-
se aos triângulos estereográficos. Analisando as projeções (100) e (111), observa-se a
existência de 24 triângulos. Esses triângulos têm em seus vértices os polos das
famílias {100}, {110} e {111}. Essa constatação mostra que um cristal cúbico é
constituído por regiões cristalográficas semelhantes. Assim, quando é necessário
representar qualquer característica ou propriedade de um cristal, basta utilizar apenas
um triângulo estereográfico, com vértices exibindo polos na forma de um quadrado,
uma elipse e um triângulo, como indica a figura 3.29.
111
100 110
Polo
(001)
z
Polo
(111)
Polo
(100) Polo
Plano (010)
y (111)
x Plano
(111)
(a)
Plano
(111)
Polo Polo
(100) (001)
z Polo
(111)
x
y Plano Polo
(111) (010)
(b)
Identificação do plano (111) no sistema cartesiano e através de projeção estereográfica, antes (a) e após
o
(b) uma rotação de 90 em torno da direção [100].
Polo
(001)
z
Polo
(111)
Polo
Polo
(100)
(010)
Plano
y (111)
x Plano
(111)
(a)
Polo
(001)
z
Polo
(111)
Polo
(100)
Polo
Plano (010)
x (111)
Plano
y (111)
(b)
Identificação do plano (111) no sistema cartesiano e através de projeção estereográfica, antes (a) e após
o
(b) uma rotação de 90 em torno da direção [001].
Exemplo 3.12. No sistema cúbico existem 13 eixos de simetria, resultantes dos
três polos da família de planos {100}, dos seis da família {110} e dos quatro da
família {111}. Considerando que o círculo principal corresponde ao plano (010)
e que o polo norte está associado à direção [00 1 ], identifique os polos de
todos os planos citados.
Solução
Partindo-se da projeção padrão (100), pode-se obter a projeção
desejada pela rotação do globo de 90o em torno do eixo z [001], seguida da
rotação de 180o em torno do eixo y [010]:
Padrão (100)/polo norte:[001] Padrão (010)/polo norte:[001]
001
01 1 011
101
111
11 1
110 110
010 010
100
11 1 11 1
10 1
01 1 01 1
00 1
001
101 1 01
011
111
1 11
110 1 10
100 1 00
010
11 1 111
01 1
10 1 101
00 1
101 10 1
01 1
111 11 1
1 10 110
1 00 100
010
111
1 11
011
1 01 101
001