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21/09/2017 OneNote Online

Uma história da razão


quinta-feira, 14 de setembro de 2017 20:35

A invenção da razão
Grécia clássica - Atenas sec V - Democracia: que na época se definia essencialmente pela igualdade.
Todos os cidadãos quaisquer que sejam são iguais perante a lei. Têm o mesmo direito de intervir diante
dos tribunais e de tomar a palavra nas assembleias em que se decide o destino coletivo.

Na democracia, a palavra se torna rainha. Até então as decisões eram geralmente tomadas em segredo
pelos aristocratas. A educação era principalmente moral e militar. Falava-se pouco e, quando se falava,
recitavam-se os velhos poemas tradicionais, que glorificavam as origens misteriosas da cidade.
Na democracia, a palavra vai impor-se, e quem domina-la, dominará a cidade.

Esse desenvolvimento da palavra acarretará o nascimento das tecnicas específicas que serão chamadas
depois de retórica.
Para ocupar um lugar na cidade, é preciso saber falar, saber convencer.
O aparecimento de uma técnica gera o nascimento de uma profissão. A democracia ateniense tem
necessidade de professores, de pessoas capazes de ensinar a falar bem, a manejar habilmente os
argumentos de modo a convencer os tribunais, que tratam dos assuntos privados, ou nas assembleias,
que tratam questões públicas.
Platão os chama de sofistas.
Sócrates trabalha com a construção de conceitos. Ele abalava as certezas sobre as quais a cidade
ateniense estava construída.
A filosofia parte de perguntas simples, o que se chama habitualmente, no jargão filosófico, questões
"empíricas".
Platão tenta construir uma argumentação que permita responder, não no plano da simples opinião, mas
no plano do conceito - da ideia clara e distinta. Tendo feito a pergunta, ele mostra o seu núcleo, a ideia
central à qual ela se refere. Depois, através de um jogo de perguntas e respostas, monta um dispositivo
argumentativo que, a cada etapa do desenvolvimento, exige a concordância dos interlocutores
interessados. É por isso que o diálogo é a forma normal da filosofia nascente. Estilisticamente, um
diálogo é um jogo de perguntas e respostas argumentadas, com a possibilidade, para cada um dos
interlocutores, de intervir a fim de solicitar explicações suplementares para exigir uma prova realmente
satisfatória.
Dialética - arte do diálogo
O filósofo platônico constata que, na assembleia do povo, que toma as decisões para Atenas, cada um vê
as coisas através do seu próprio prisma, como se diz. Cada um constrói a realidade em função de suas
paixões, de seus desejos, de seus interesses, e a decisão que resulta disso não é necessariamente
verdadeira.
O conceito é a estrutura mental que acompanha o desenvolvimento do discurso.

Platão fundamenta seu empreendimento construindo uma ontologia, uma doutrina do ser, inventando,
por assim dizer, a palavra, dizendo o que é o ser. Isso se chama doutrina, ou hipótese, das Ideias.
Os gregos inventaram o logos, ou razão, uma forma de construir a sabedoria.

A razão e a realidade
Platão dá o nome de doxa às opiniões múltiplas desenvolvidas pelo bom senso democrático. Mostra que
essas opiniões se referem sempre a supostos fatos que, na realidade, são em grande parte produto das
paixões, dos interesses, e chama de "realidade" a tudo que corresponde às suas disposições subjetivas.

O ponto de partida de toda filosofia é o reconhecimento da necessidade de um tal desvio através desse
mundo estável, construído antiteticamente ao mundo das aparências. O mundo das aparências é
confuso, o mundo das Ideias é transparente. No mundo das aparências, as diversas sequências se
sobrepõem, de tal forma que nunca se sabe em que ponta se está. Como o mundo matemático, o
mundo das Ideias é constituído de essências que mantêm umas com as outras relações claras.

À hipótese das Ideias deve-se acrescentar outra, a hipótese de que há no homem algo que lhe permite
apreender essa realidade transcendente, apreender a essência. Deve-se supor que o homem possua, ao

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mesmo tempo que um corpo mergulhado nas aparências, um espírito capaz de apreender as Ideias ou
essências através da construção do discurso.

Assim, pode-se compreender por que a filosofia se faz pedagogia. Etimologicamente, pedagogia é o
caminho que indicamos às crianças, a estrada que lhes mostramos, tomando-as pela mão para conduzi-
las da ignorância ao conhecimento. A filosofia é pedagógica na medida em que considera que os homens
estão apegados às aparências e só acreditam no que percebem com seus sentidos, como crianças.

O platonismo, primeiro momento da filosofia, constituiu-se por motivos e causas políticas.


Posteriormente ele se desenvolveu como religião, mas uma religião do inteligível e não do misterioso. É
o mistério do inteligível e não a apologia dos misterioso. Ele afirma que o inteligível subjaz ao mundo e
que o espírito governa. Para se conduzir como convém neste mundo terreno, é preciso submeter-se a
algumas provas, que são a aprendizagem do saber.

O projeto platônico quer tornar o homem satisfeito, apesar da partida dos deuses. É como se Platão
dissesse: se os deuses foram embora, isso não nos deve levar à capitulação. Os homens têm em si a
reserva do seu espírito que lhes deve permitir superar a infelicidade doravante imanente ao mundo.
E, nessa perspectiva, Platão propõe uma escola, a Academia. Partindo da hipótese das Ideias, propõe
uma nova descida ao mundo sensível. Os que viram as Ideias têm doravante a obrigação de ajudar os
seus semelhantes, que não tiveram esse privilégio, a lutar tanto quanto possível contra o domínio da
infelicidade – ficando claro que essa luta nunca termina, que sempre será preciso combater pelo triunfo
da inteligibilidade.

Definição da Ideia: é uma essência (a essência é aquilo sem o qual uma coisa não seria o que ela é)
A essência define o desenvolvimento daquilo que a coisa, cuja essência é a essência, pode ser. A Ideia é
também o arquétipo. O mundo das aparências é, contudo, um mundo a propósito do qual podemos
enunciar algumas verdades parciais. Por mais fluente, por mais indistinto, por mais incerto que ele
possa ser, podemos descobrir nele, por exemplo, leis de consequência ou de co-presença, leis científicas.
Assim, esse mundo das aparências possui um pouco de inteligibilidade. Pois bem, Platão explica que essa
inteligibilidade parcial do mundo das aparências vem do fato de ele ser uma cópia do mundo das Ideias.
Ele imita imperfeitamente o mundo essencial.

A Ideia pode ser também a realidade produtora. Platão não discute esse ponto, mas sua filosofia será
retomada durante o período medieval pelo filósofos cristãos, que explicarão que Deus, quando criou o
mundo, tinha no seu entendimento, no seu espírito, essências eternas a partir das quais criou o que
chamamos hoje "Criação", isto é, o mundo das aparências. A essência, desse ponto de vista, é a causa do
que é.

Aristóteles - discípulo de Platão, aluno de sua academia. Segundo a lenda, Aristóteles rompeu
com o mestre e criou sua própria escola, o Liceu. Aristóteles considerava que o
desenvolvimento do pensamento platônico era de tal natureza que havia pouca possibilidade de
que a filosofia fosse efetivamente compreendida e pudesse produzir o efeito empírico que
Platão esperava.

Aristóteles quer salvar a filosofia porque julga que o programa estabelecido por Sócrates, via Platão, é
insubstituível e impraticável, que a filosofia é efetivamente o caminho certo, mas que é preciso adaptá-
la às exigências deste mundo. Ele assume o papel de administrador da filosofia. Ele vai definir certo
número de temas e noções capazes de tornar a filosofia mais facilmente praticável.

Para Platão, há um corte absoluto entre o aquém-mundo, apenas sensível ao espírito, e este mundo em
que vivemos. É essa ruptura que torna necessária uma educação longa e violenta, a única que permite
passar de um a outro mundo. O filósofo aristotélico parte da ideia de que se deve tomar o aprendiz de
filósofo como ele é, no mundo sensível no qual ele crê, que desenvolve, a respeito desse mundo, suas
opiniões e constrói suas certezas a partir de suas experiências.

O empirismo é a doutrina segundo a qual o conhecimento começa obrigatoriamente pela experiência.


Nesse ponto, Aristóteles está de acordo com o pensamento popular: para aprender, é preciso fazer. Mas
é nesse nível que intervém o jogo aristotélico. Pede-se àquele que, tendo feito essas experiências, as
formule em certo discurso e construa a respeito delas concepções ou teorias, tentando saber
exatamente o que quer dizer.

O procedimento de Aristóteles consiste primeiramente em uma lógica de teoria que se chama


silogismo.

Um silogismo é um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a argumentação lógica perfeita, constituída de três
proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das duas primeiras, chamadas premissas, é possível
deduzir uma conclusão
Ex:

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Todo homem é mortal (premissa maior)


Sócrates é homem (premissa menor)
Sócrates é mortal (conclusão)

Enquanto Platão se propunha o projeto louco de mostrar o que, por definição, não pode aparecer,
Aristóteles põe a filosofia ao alcance de todo os cidadãos, pois cada um pode julgar a validade desse
discurso, referindo-se à sua experiência costumeira. Então a essência se torna outra coisa. Não mais
aquela realidade transparente que se encontra em outro lugar, mas agora é encontrada nas próprias
coisas. É o núcleo comum que todos podem distinguir, desde que saibam expressar a sua experiência
segundo as formas normais de um discurso bem regulado, bem construído.

Em suma, Aristóteles faz a operação que se tornará a do trabalho filosófico: introduzir uma constante
circulação entre a essência e a aparência. A essência não é uma realidade situada no além, a essência é a
essência da aparência. Assim, a essência é, em uma realidade sensível qualquer, aquilo que é
permanente, que não muda, que subsiste, quaisquer que sejam os acidentes. Aristóteles diz: a essência
do homem é possuir a palavra significante, o que encontramos sob o termo logos, esse núcleo
significante. Os medievais traduzirão assim: o homem é um ser racional.
Não se deve confundir a essência e o próprio: a razão é a essência, o riso é próprio do homem.

De Platão, Aristóteles conserva o projeto de conjunto: construir o discurso capaz de julgar todos os
outros discursos e todas as condutas. Aristóteles concorda com Platão em pensar que assim se pode ter
acesso à Sophia, essa espécie de saber-sabedoria que permite ao homem viver como convém ao
homem.
Também concorda com Platão em pensar que o discurso filósofo deve ser legitimado a cada uma de suas
etapas, que ele deve produzir a convicção do ouvinte ou do interlocutor, mas acrescenta um critério
suplementar, o da verificação.

Ao passo que Aristóteles convida o cidadão a verificar a cada instante, na realidade, no seio do mundo
das aparências, a validade dos enunciados filosóficos. Na ótica platônica, o discurso universal só tem a
justificação discursiva. É apenas uma justificação do discurso pelo discurso. E, diante dessa fraqueza,
Platão supôs a existência das ideias.

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