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210 I SÉRIE — Nº 8 «B. O.

» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 20 DE FEVEREIRO DE 2006

CONSELHO DE MINISTROS «Artigo 1º»

«Objectivos e princípios gerais»


–––––––
O presente diploma que estabelece as bases do Sistema
Decreto-Lei nº 14/2006 Eléctrico tem como objectivos fundamentais o fomento do
desenvolvimento económico e social nacional e a
de 20 de Fevereiro preservação do ambiente, em observância estreita aos
seguintes princípios: Assegurar um fornecimento de
O Decreto-Lei nº 54/99, de 30 de Agosto, estabeleceu as
energia eléctrica seguro e fiável, assim como um aumento
bases do sistema eléctrico de Cabo Verde, enquadrando, à
da cobertura de serviço a todos os consumidores, a um
época, o arranque de uma profunda alteração do quadro
preço razoável, justo e não discriminatório no uso:
institucional e legal e até empresarial relativas ao exercício
das actividades no sector, o qual se reveste de interesse e a) Assegurar um fornecimento de energia eléctrica
serviço públicos. seguro e fiável, assim como um aumento de
cobertura de serviço a todos os consumidores, a
A experiência colhida com a respectiva aplicação e a um preço razoável, justo e não discriminatório
necessidade de dar um novo impulso ao sector, potenciando no uso;
a sua eficiência operacional, a sinergia com outros
investimentos na actividade produtiva e o maior e melhor b) Aumentar o uso de fontes energéticas renováveis e
aproveitamento dos recursos endógenos leva a que se a cogeração para a produção de electricidade;
venham, agora, introduzir algumas alterações àquele
c) Promover a eficiência e inovação tecnológica na
diploma.
produção, transporte, distribuição e uso de
Em concreto, visa-se clarificar o exercício das energia eléctrica no País;
competências entre a administração pública e a entidade d) Atrair investimentos privados nacionais e
reguladora do sector no tocante ao licenciamento das estrangeiros para o Sistema Eléctrico, nele se
actividades de Produção de Energia Eléctrica, vincar o incluindo os auto-produtores e produtores
estímulo às actividades de Produção Independente e de independentes, pela definição de condições
Auto-Produção, habilitando a sua próxima estáveis, equitativas, favoráveis e transparentes
regulamentação, pelo Governo, através de diploma próprio para o investimento;
e robustecer a intervenção do Governo e da entidade
reguladora, a Agência de Regulação Económica, no e) Estimular a sã competição e concorrência no
acompanhamento da expansão do Sistema Eléctrico. Sistema Eléctrico.

Ao mesmo tempo, estabelece-se uma profunda «Artigo 2º»


simplificação processual na entrada em serviço das «Âmbito»
pequenas instalações (de potência inferior a 7,5 kVA),
quando em regime autónomo (stand-alone), dispensando-as 1.Este diploma é aplicado a todos os processos e
de licenciamento, bem como a criação de condições especiais actividades relacionados com a produção, transporte,
para instalações de produção de energia eléctrica com distribuição e venda de energia eléctrica, incluindo a
tecnologias de reconhecido carácter inovador. prestação de serviços de eficiência e de gestão de procura.
2.O disposto neste diploma aplica-se a todas as entidades
Aproveita-se, igualmente, para efectuar a correcção de
públicas, incluindo municípios, ou privadas ou indivíduos
várias gralhas tipográficas existentes na versão publicada,
que forneçam esses serviços, com o objectivo de criar
e contemplar os necessários ajustamentos aos
progressivamente um mercado eficiente e competitivo no
procedimentos de legística em vigor.
Sistema Eléctrico.
Foi ouvida a Agência de Regulação Económica. «Artigo 3º»

Assim: «Definições»

No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do Para os objectivos deste diploma e para a implementação
artigo 203º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: das regras nele estipuladas devem considerar-se as
seguintes definições:
Artigo 1º
a) Abastecimento público: entrega de energia eléctrica
Objecto para clientes finais;

Os artigos 1º, 2º, 3º,4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10º, 11º, 12º, 13º, b) Auto-produtor: qualquer pessoa colectiva pública
14º, 15º, 16º, 17º, 18º, 19º, 20º, 21º, 24º, 25º, 26º, 27º, 28º, ou privada ou pessoa individual que produza
30º, 31º, 32º, 33º, 34º, 35º, 36º, 37º, 39º, 40º, 41º, 43º, 45º, energia eléctrica maioritária e prioritariamente
46º, 48º, 49º, 50º, 51º, 52º, 53º, 54º, 55º, 56º, 57º, 58º, 59º, para uso próprio, devidamente licenciada para
60º, 61º, 63º, 64º, 65º, 66º, 67º, 68º, 69º, 70º, 72º, 73º, 74º, o efeito através de regime específico de acesso e
78º, 79º, 80º, 82º, 83º, 84º, 85º, 87º, 91º, 92º, 94º, 95º, 96º, de remuneração, relativos à energia
97º, 98º, 99º, 100º, 102º, 103º, 104º, 105º, 106º, 107º, 111º,e remanescente entregue à rede de transporte ou
112º passam a ter a seguinte redacção: de distribuição;

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c) Central de Produção: conjunto de sítio, edifícios, r) Entrega de Energia Eléctrica: a entrega de energia
equipamentos e instrumentos utilizados para a eléctrica a um cliente ou intermediário;
produção de electricidade qualquer que seja a
fonte primária e a tecnologia; s) Fornecedor: uma entidade autorizada a fornecer
quaisquer dos serviços previstos neste diploma;
d) Cliente: entidade que adquire energia eléctrica;
t) Instalação: as centrais ou equipamentos afectos à
e) Cogeração: produção conjunta de energia eléctrica produção, transporte ou distribuição de
e térmica através de qualquer processo electricidade, bem como edifícios e terrenos
industrial; utilizados para aqueles fins incluindo tubagens,
equipamentos de transporte, cablagem,
f) Cogerador: qualquer entidade privada ou pública instrumentos de controlo;
que produz energia através de um processo de
cogeração; u) Licença operacional: o acto administrativo pelo qual
as Entidades Reguladas ou outras têm
g) Concedente: o Estado, através do Governo de Cabo
autorização para prestar serviços não sujeitos
Verde;
a Contrato de Concessão;
h) Contrato de concessão: acordo celebrado entre o
v) Licenciado: uma pessoa colectiva pública ou privada
Concedente e o Concessionário em que o
ou indivíduo que detém uma licença para a
Concedente delega e autoriza o Concessionário
produção, transporte, distribuição e venda de
a prestar serviços de interesse público e define
electricidade;
os respectivos direitos e obrigações;
w) Ponto de Entrega: o limite de propriedade entre
i) Concessionária (o): entidade autorizada a prestar
um Produtor e Transportador ou entre um
serviços de interesse público através de um
Transportador e um Distribuidor;
Contrato de Concessão;

j) Consumidor: entidade que recebe energia eléctrica x) Ponto de Interligação: o limite de propriedade entre
para utilização própria; um Distribuidor e um Consumidor Cativo e/ou
entre um Transportador ou Distribuidor e um
k) Consumidor cativo: consumidor final a que é Produtor ou Grande Consumidor;
fornecido electricidade em baixa tensão
exclusivamente por um Distribuidor; y) Tensão de Ligação: nível de tensão ao qual uma
entidade poderá receber a electricidade;
l) Contrato tipo de fornecimento: um acordo definindo
direitos e obrigações do Distribuidor e do z) Produção: todas as actividades relacionadas com a
Consumidor Cativo, relativo às condições de produção de electricidade através de qualquer
fornecimento e uso da electricidade; fonte de energia;

m) Distribuição: todos os serviços entre o gerador ou aa) Produtor: uma entidade privada ou pública ou
o posto de transformação e o contador do indivíduo com uma licença para operar uma
consumidor, não definido como serviço de central de produção por via térmica ou através
transporte. A distribuição, para efeitos deste de fontes renováveis de energia;
diploma, inclui a venda de electricidade;
bb) Produtor Independente: entidade autorizada a
n) Electricidade: energia eléctrica ou força motriz, produzir energia eléctrica, devidamente
produzida, transportada, distribuída e vendida, licenciada para o efeito através de regime
utilizada para qualquer objectivo; específico de acesso e de remuneração, para
entrega à rede de transporte ou de distribuição;
o) Empresa de Electricidade: qualquer pessoa colectiva
pública ou privada ou pessoa individual que cc) Rede de Alta Tensão: redes de transporte e
produza, transporte, distribua e venda subestações com uma tensão igual ou superior
electricidade, qualquer que seja o seu tipo de a 35kV, utilizadas para entrega de electricidade
posse; num Ponto de Entrega ou de Interligação;

p) Entidade Regulada: empresa ou indivíduo que dd) Rede de Distribuição: rede eléctrica, incluindo
fornece serviços objecto de Regulação pela estruturas de suporte, com transformadores
Agência de Regulação no âmbito de uma associados e equipamento de interrupção
concessão e/ou uma licença; utilizados para distribuir electricidade e enviá-
la ao Ponto de Interligação;
q) Agência de Regulação: pessoa colectiva de direito
público com autonomia administrativa, ee) Serviços de Energia Eléctrica: serviços como: a)
patrimonial e financeira criada por lei para prestação de serviços de conservação de energia
regular os sectores do transporte, aviação civil, ou de armazenamento; b) prestação de serviços
comunicações, energia, água, ambiente e da gestão da procura; ou c) prestação de serviços
similares, ou seus sucessores; de gestão de qualidade de energia.

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As Empresas com licença para prestar esses serviços «Artigo 6º»


são definidas como Empresas de Serviços
«Agência de Regulação»
Energéticos;
A Agência de Regulação tem a incumbência de aplicar e
ff) Serviços Regulados: todos os serviços e actividades fazer cumprir este diploma e de adoptar os necessários
mencionados neste diploma e regulados pela regulamentos específicos.
Agência de Regulação;
«Artigo 7º»
gg) Sistema Eléctrico: o conjunto de entidades públicas
e privadas, empresas, utilizadores, instalações «Entidades que poderão prestar serviços regulados»
e equipamentos envolvidos na produção,
Os serviços regulados referidos neste diploma podem ser
transporte, distribuição e venda de electricidade;
prestados através de contratos de concessão ou licenças
hh) Sistema Interligado: vários sistemas de transporte concedidas aos municípios, pessoas colectivas públicas ou
e distribuição de energia eléctrica ligados privadas ou indivíduos.
através de um ou mais pontos de entrega; «Artigo 8º»

ii) Transportador: uma pessoa colectiva pública ou «Obrigações»


privada ou pessoa individual que possui uma
concessão para transportar energia eléctrica 1.Todas as Entidades Reguladas estão sujeitas a este
entre o Ponto de Entrega do Produtor e o ponto diploma e à regulamentação subsequente e serão
de recepção do distribuidor ou Grande continuamente controlados e regularmente auditadas pelos
Consumidor; Serviços Públicos e pela Agência de Regulação, de acordo
com o previsto neste diploma, regulamentos, normas
jj) Transporte: todas as actividades de transporte de técnicas e condições estabelecidas nos Contratos de
energia eléctrica em alta tensão do ponto de Concessão ou Licenças.
transformação até ao ponto de recepção, por
empresas de distribuição ou consumidores com 2.As Entidades Reguladas são responsáveis pelo
nível de tensão definido pela Agência de funcionamento apropriado, seguro e eficiente das suas
Regulação. instalações e actividades.

«Artigo 4º» 3.As Entidades Reguladas devem cumprir as regras e


regulamentos, directivas e orientações da Agência de
«Estrutura» Regulação, bem como os padrões técnicos e normas
estipuladas por órgãos da Administração Pública e demais
1. O Sistema Eléctrico compreende as actividades de leis aplicáveis.
produção, transporte, distribuição e venda de energia
eléctrica. «Artigo 9º»

2. O Sistema Eléctrico compreende ainda a Produção «Princípios do Sistema Eléctrico e da Regulação»


Independente e a Auto-Produção de energia eléctrica,
1.O sistema eléctrico e a prestação de serviços regulados
quando adequadas e necessárias à implementação dos
por este diploma têm como base os seguintes princípios:
objectivos deste diploma.
a) Desenvolvimento económico nacional e bem estar
3. O Sistema Eléctrico pode incluir também as
social dos indivíduos e comunidades – O
actividades de distribuição e venda de energia eléctrica
fornecimento dos serviços regulados referidos
quando em regime integrado em localidades pequenas e
neste diploma serão executados como uma
isoladas.
actividade de utilidade pública;
«Artigo 5º»
b) Universalidade: de acordo com a lei, regulamentos,
«Execução» e os termos dos contratos de concessão ou das
licenças, todos os consumidores dentro da área
1.A implementação deste diploma através de de concessão ou licença que requererem, são
regulamentos, códigos e normas técnicas pertence aos servidos nos termos dos planos de expansão com
serviços públicos com competência nos assuntos em causa, tarifas adequadas à qualidade do serviço
e a uma Agência de Regulação nas respectivas áreas de prestado;
intervenção, estas no contexto do desenvolvimento e
expansão do sistema eléctrico, qualidade de serviço, preços c) Igualdade e Solidariedade: o fornecimento dos
e protecção do consumidor. serviços regulados referidos neste diploma não
é indevidamente discriminatório entre
2.Os regulamentos específicos para a implementação consumidores. Contudo, o regime de tarifas tem
deste diploma são publicados mediante diplomas do em consideração a necessidade de consumidores
Governo ou Regulamentos da Agência de Regulação, de baixo rendimento, electrificação rural e outros
consoante a matéria e atribuições em causa. casos especiais;

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d) Qualidade do Serviço, Eficiência e Fiabilidade: o 2. O Contrato de Concessão define, com exclusão das
fornecimento dos serviços regulados neste matérias já contidas na lei, entre outras, a área de
diploma obedece às normas de qualidade concessão, o tarifário e a qualidade dos níveis de serviço e
apropriadas, de eficiência e outras regras em outras obrigações exigíveis ao concessionário.
vigor;
«Artigo 11º»
e) Transparência: a prestação dos serviços de
electricidade por entidades reguladas e o «Concurso»
controlo de serviços fornecidos pelos serviços
1. O Concedente deve anunciar através da publicação
públicos e pela Agência de Regulação são
de anúncio no Boletim Oficial e em outras publicações
efectuados mediante regras e procedimentos
periódicas, a intenção do Estado de atribuir a concessão,
abertos e suportados em regulamentos e
através de concurso.
directivas acessíveis aos interessados;
f) Preços razoáveis e justos: a entidade prestadora 2. O Concedente deve estabelecer um Caderno de
dos serviços só presta serviços de acordo com Encargos a ser cumprido pelos vários candidatos.
termos adequados e condições prevista neste
diploma e subsequentes, por forma a que o seu 3. Os procedimentos do concurso devem ser claros e
equilíbrio económico-financeiro seja todas as partes interessadas são notificadas da hora e local
salvaguardado no âmbito dos contratos de onde as propostas são abertas.
concessão ou licença; «Artigo 12º»
g) Protecção ambiental: a preservação de recursos
«Critérios de Selecção dos Concessionários»
naturais e uso de fontes renováveis guia
coerentemente a gestão, desenvolvimento e 1.As propostas são avaliadas mediante critérios de
expansão do sistema eléctrico; qualificação para os candidatos à concessão, que podem
h) Concorrência: tanto quanto possível e incluir:
economicamente viável, o sistema eléctrico deve
a) Capacidade técnica;
promover a competição no fornecimento de
energia eléctrica e serviços relacionados; e b) Capacidade financeira;
i) Equilíbrio de Interesses: o sistema eléctrico deve
c) Capacidade de gestão;
assegurar um equilíbrio entre interesses dos
consumidores e fornecedores de serviços, de uma
d) Experiência em actividades relevantes e similares; e
forma coerente com os objectivos e condições
socio-económicas do país. e) Identificação de potenciais conflitos ou interesses
2. A Regulação deve, nomeadamente, promover: desfavoráveis em negócios.

a) O fornecimento seguro e fiável de energia eléctrica 2. O Concedente nomeia previamente a entidade


que seja suficiente para as necessidades do responsável pela avaliação das propostas ao concurso.
consumidor e o desenvolvimento económico do
«Artigo 13º»
País, coerentes com o Programa Nacional de
Energia e demais políticas do Governo; «Regulamentos específicos»

b) O fornecimento de energia eléctrica a preços justos,


1. Todo o processo de concessão obedece as regras
razoáveis e não-discriminatórios;
contidas, sendo objecto de regulamento específico
c) A eficiência na produção, transporte, distribuição estabelecido pelo Governo, com prévia consulta à Agência
e uso de energia eléctrica, se necessário através de Regulação.
de incentivos apropriados e efectivos;
2. As decisões que dizem respeito à atribuição de
d) Um ambiente envolvente onde entidades bem concessão são publicadas no Boletim Oficial.
geridas têm uma vasta oportunidade de obter
resultados financeiros positivos; e «Artigo 14º»

e) O uso eficiente e favorável do ambiente e dos «Duração da Concessão»


recursos naturais do país.
1. O Governo concede concessões de serviços regulados
«Artigo 10º» por este diploma por um período inicial não superior a
«Serviços sujeitos a Contratos de Concessão»
cinquenta anos.

1. A prestação de serviços de Transporte e Distribuição 2. Mediante autorização do Governo, e após consulta


de energia eléctrica para uso público requer prévia à Agência de Regulação, o concessionário pode
estabelecimento prévio de um Contrato de Concessão, transferir a concessão ou estabelecer uma sub-concessão
outorgado pelo Governo. nos termos referidos no artigo 16º.

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«Artigo 15º» 2. As eventuais alterações ao contrato de concessão serão
publicadas no Boletim Oficial.
«Exclusividade»
3. Doze meses antes do termo da concessão, o
De acordo com os princípios de promoção de competição, Concedente, através da Agência de Regulação, publica os
e na falta de uma resolução específica do Governo, as termos finais do novo contrato de concessão.
concessões não são exclusivas.
4. O titular da concessão tem trinta dias, após
«Artigo 16º»
publicação dos termos alterados ou adicionados à concessão
«Transferência» para manifestar a sua intenção de renovar a concessão.

1. O poder de transferir uma concessão, no âmbito deste 5. O Concessionário tem trinta dias após a manifestação
diploma, depende de autorização do Governo. do titular da concessão para avaliar o desempenho do
concessionário, incluindo parecer resultante de consulta
2. As concessões não podem ser transferidas sem prévia da Agência de Regulação.
consulta prévia à Agência de Regulação.
6. No caso em que o Concedente decidir fundadamente,
3. Para efeitos do disposto nos números anteriores, a não renovar a concessão ou iniciar um concurso de selecção,
Agência de Regulação deve apreciar as condições técnicas a Agência de Regulação deve ser previamente consultada.
e financeiras, relacionadas com as atribuições do novo «Artigo 19º»
concessionário e pode recomendar condições específicas
destinadas a salvaguardar a adequada prestação dos «Extinção da Concessão»
serviços.
1. As concessões extinguem-se por acordo entre o
«Artigo 17º» Concedente e a Concessionária, por rescisão, por resgate e
por caducidade.
«Alteração das Concessões»
2. Terminada a concessão por falta de renovação ou
1. A concessão pode ser alterada, por acordo de ambas selecção de um novo concessionário, o Concedente pode
as partes, mediante consulta prévia a Agência de estabelecer um acordo com o concessionário, de modo a
Regulação, entre outras circunstâncias: prolongar a concessão, ouvindo a Agência de Regulação ou
nomear um gestor interino até que uma nova concessão
a) A pedido do concessionário, mediante justa causa; seja concedida.
ou
3. Nas condições previstas no número 2 deste artigo,
b) Por iniciativa do Concedente, mediante justa causa. enquanto não for encontrada uma solução, a
Concessionária é obrigada a prestar os bens e serviços
2. Para as alterações ao contrato de concessão, o objectos do Contrato de Concessão.
Concedente deve notificar previamente o Concessionário
da modificação ou modificações propostas e garantir-lhe a «Artigo 20º»
oportunidade de lhe fornecer informações sobre o impacte
«Rescisão da Concessão»
das alterações indicadas.
1. O Concedente pode rescindir a concessão com
3. O concessionário tem direito a compensação por danos fundamento na falência do concessionário ou em
económicos efectivamente sofridos pela alteração ou incumprimento grave das obrigações do Concessionário
alterações ao contrato de concessão: sobre os termos da concessão.
a) Se demonstrar que os danos foram resultantes 2. O Concessionário pode rescindir o contrato de
directos das alterações ao contrato de concessão; concessão com fundamento em incumprimento grave das
obrigações do Concedente, se do mesmo resultarem
b) Se as modificações não forem objecto de parecer da perturbações graves que ponham em causa o exercício das
Agência de Regulação; ou actividades concessionadas.
c) Se os direitos de propriedade do concessionário forem «Artigo 21º»
prejudicados sem a observância dos devidos
«Resgate»
procedimentos legais.

«Artigo 18º»
1. Havendo interesse público e após notificação do
Concessionário, o Governo pode resgatar a Concessão
«Renovação da Concessão» mediante pagamento de uma indemnização equivalente
ao valor de mercado da Concessão.
1. Dezoito meses antes do termo da concessão, o
Concedente, através da Agência de Regulação, notifica a 2. Caso não haja acordo entre as partes, o valor da
Concessionária das eventuais alterações a serem feitas ao indemnização previsto no número um deste artigo, é
contrato de concessão. estipulado por tribunal competente.

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«Artigo 24º» «Artigo 27º»

«Reversão de e compensação» «Critérios de qualificação»

1. Os bens afectos à concessão retrocedem ao Concedente O Governo, ouvida a Agência de Regulação, consoante
após termo da concessão. os casos, especifica os critérios adequados para atribuição
de licenças operacionais, os quais podem incluir:
2. A compensação só é atribuída em caso de término da
concessão sem renovação e após demonstração de que o a) Capacidade técnica;
concessionário foi privado de uma justa oportunidade de
recuperar todos os custos contraídos ao prestar serviços b) Capacidade financeira;
concessionados, durante o período da concessão.
c) Capacidade de gestão; e
3. Os critérios para determinação do montante da
compensação são afixados no contrato de concessão. d) Experiências em actividades relevantes e similares.
«Artigo 28°»
«Artigo 25º»
«Recusa de Licença»
«Serviços sujeitos a licença»

1. A prestação dos serviços de Produção ou de 1. O Governo ou a Agência de Regulação, consoante os


Distribuição, estes quando prestados numa base limitada casos têm de fundamentar as razões de recusa de uma
em rede autónoma situada em localidades geograficamente licença operacional.
isoladas, necessita de obter previamente uma licença do
2. O Governo ou a Agência de Regulação podem recusar
Governo, mediante consulta prévia à Agência de Regulação.
uma licença operacional, entre outras circunstâncias
2. A Produção Independente e a Auto-Produtor, nos atendendo às limitações do mercado, à preservação do
termos das definições contidas no artigo 3º, são objecto de equilíbrio na concorrência, aos perigos para o ambiente, à
licença específica do Governo, ouvida a Agência de dimensão da instalação ou se o serviço puder ser adequada
Regulação. e tempestivamente prestado pela concessão.
«Artigo 30°»
3. O Exercício da Actividade de Produção Independente
e de Auto-Produtor são objecto de regulamentação «Exclusividade»
específica, respeitando os princípios gerais e critérios
consignados neste diploma para atribuição, suspensão, 1.De harmonia com o disposto no artigo 15º deste
revogação e extinção das licenças. diploma, as licenças operacionais podem ser atribuídas
numa base de não-exclusividade.
4. As licenças a atribuir a instalações de produção de
energia relativas a tecnologias e soluções técnicas 2.As decisões sobre pedidos de licença são objecto de
reconhecidas como de inovação tecnológica podem publicação no Boletim Oficial.
beneficiar de regime especial no acesso e condições de
«Artigo 31°»
ligação à rede, ouvidas a Concessionária e a Agência de
Regulação, para além dos demais benefícios que a Lei lhes «Suspensão e Revogação»
concede.
As licenças operacionais podem ser suspensas ou
«Artigo 26°» revogadas em caso de verificação das violações
estabelecidas no artigo 102º deste diploma.
«Licenças»
«Artigo 32°»
1. O Governo através da DGIE, ouvida a Agência de
Regulação, concede licenças operacionais a operadores «Extinção»
referidos no artigo anterior, que tenham obtido todas as
licenças e autorizações de autoridades competentes. 1.As licenças não podem ser extintas arbitrariamente,
nem por decisão do Governo ou da Agência de Regulação
2. Para atribuição de ponto de entrega relativo às nem por opção do licenciado.
licenças de Produção referidas no número anterior, o
Governo pode abrir concurso, mediante programa e caderno 2.O término de uma licença antes do final da sua duração
de encargos, proposto pelos serviços competentes e após deve ser justificado pela parte interessada.
prévia consulta à Agência de Regulação.
«Artigo 33º»
3. Caso o Governo opte pela via concursal referida no «Caducidade e Revogação»
número anterior, o programa e caderno de encargos devem
detalhar, entre outros aspectos, o local ou área em causa 1. A licença extingue-se por caducidade ou por revogação.
para o exercício da actividade, as características essenciais
à satisfação das necessidades do Sistema Eléctrico visadas 2. A caducidade da licença ocorre por decurso do seu
pelo concurso, as obrigações e garantias inerentes à licença prazo inicial ou renovado ou quando tenha sido declarado
a atribuir subsequentemente. o estado de falência ou insolvência do licenciado.

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3. A licença pode ser revogada pelo Governo ou pela 2. O licenciado deve obter a licença para cada central de
Agência de Regulação, consoante o caso, em situação de produção operada por ele ou do qual ele é proprietário.
incumprimento grave e culposo dos demais deveres do seu
titular relativos ao exercício da actividade licenciada. 3. A licença para produção inclui o direito de vender
energia eléctrica produzida pela central, sujeita às
4. Em caso algum a extinção da licença pode pôr em limitações e outras condições mencionadas na licença.
causa a prestação do bem e serviço objecto da licença.
«Artigo 40º»
«Artigo 34º» «Suspensão ou Término»
«Aprovação de Localização»
A suspensão ou término de serviços por parte do
Produtor licenciado deve ser previamente aceite pelo
As entidades reguladas devem submeter à aprovação do
Governo, ouvida a Agência de Regulação.
Governo ou da Agência de Regulação, consoante o caso,
propostas de sítios para as suas instalações. «Artigo 41º»

«Artigo 35º» «Auto-Produção»

«Competência para emitir Licenças» 1. As unidades de produção destinadas a fornecer energia


eléctrica principalmente ao seu proprietário ou operador
1. O órgão competente do Governo emite licenças para a devem obter uma licença antes de iniciar as operações,
construção de instalações nos sítios aprovados nos termos conforme definido no Capítulo V.
do artigo anterior.
2. A produção de energia eléctrica excedentária,
2. A construção de instalações é autorizada de acordo relativamente ao auto-consumo, é, nos termos, limites e
com o disposto no artigo 26º deste diploma. tarifas a fixar em regulamento próprio, obrigatoriamente,
comprada pelos concessionários da rede de transporte e/
«Artigo 36º»
ou distribuição.
«Requisitos para Licenças de Construção de Instalações»
3. Ficam isentas da obrigação de obtenção de licença,
1. O órgão competente do Governo que emite as licenças nos termos do número 1 acima, quando comprovadamente
é responsável para a apreciação de todos os projectos de instaladas por técnicos qualificados, as instalações ou
construção de instalações e análise dos seus impactes no equipamentos de produção de energia eléctrica de baixa
ambiente, saúde e segurança e pela verificação da consulta tensão com uma potência igual ou inferior a 7,5 kW, desde
à Agência de Regulação. que não ligadas à rede de distribuição existente, e
exclusivamente destinadas a auto-consumo.
2. Na emissão de uma licença de construção há lugar à
4. O incumprimento das condições estabelecidas no
cobrança de taxa de serviço, proporcional ao valor estimado
número anterior, por vistoria dos serviços competentes,
para o projecto.
pode determinar a selagem para imobilização temporária
«Artigo 37º» ou definitiva da instalação ou equipamento.

«Obrigação de Evitar, Minimizar e Atenuar Impactes «Artigo 43º»


Negativos»
«Limite de Capacidade Instalada»
1. Para a emissão das licenças o órgão competente do
1. A Agência de Regulação deve promover, junto do
Governo deve ter em consideração todos os projectos de
Governo, a obtenção do reforço do fornecimento de energia
construção de instalações previamente autorizadas e a
eléctrica sem prejuízo do equilíbrio técnico e económico
análise dos impactos no ambiente, saúde e segurança.
dos operadores já licenciados no sistema eléctrico.
2. Os concessionários e licenciados devem suportar os 2. A Agência de Regulação pode propor ao Governo a
custos associados à prevenção ou mitigação de danos imposição de restrições, ao constatar desequilíbrio de
ambientais, de saúde e segurança resultantes das suas competitividade, ou ordenar o deslastre de produção quando
operações. necessário para restaurar a competição e o equilíbrio no
sistema eléctrico.
3. Os custos referidos no número anterior devem ser
considerados pela Agência de Regulação no estabelecimento 3. As restrições referidas no número anterior devem ser
das tarifas. do conhecimento antecipado de todos os fornecedores do
Sistema Eléctrico.
«Artigo 39º»
«Artigo 45º»
«Licença»
«Suspensão ou Término»
1. A prestação de serviços de produção de energia
eléctrica depende de uma licença emitida pelo Governo, A suspensão ou término de serviços de transporte de
ouvida a Agência de Regulação, sem prejuízo do disposto energia eléctrica por parte do Concedente, deve ser
nos números 2 e 3 do artigo 25º e do artigo 26º. previamente aprovado pela Agência de Regulação.

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«Artigo 46º» 4. O município pode solicitar a instalação de rede de
iluminação pública em áreas onde não exista rede de
«Livre Acesso»
distribuição em baixa tensão ou segundo traçado diferente
1. De acordo com as disposições anteriores, os do desta rede, suportando, nestes casos, os respectivos
concessionários de transporte de energia eléctrica devem encargos.
permitir acesso às respectivas redes a qualquer operador
«Artigo 52º»
de produção licenciado, incluindo auto-produtores e
produtores independentes de energia eléctrica e a qualquer «Objectivo das Actividades»
consumidor que se qualificar a este acesso nos termos do
disposto neste diploma, mediante o pagamento de taxas De modo a estimular actividades autónomas de gestão
ou tarifas aplicáveis e cumprindo as especificações técnicas energética incluindo gestão da procura, facturação de
estabelecidas para este efeito pela Agência de Regulação. clientes e instalação e manutenção de contadores, empresas
especializadas podem operar dentro do sistema eléctrico.
2. Os termos e condições de acesso são estabelecidos e
aprovados pela Agência de Regulação. «Artigo 53º»

«Artigo 48º» «Acesso»

«Suspensão ou Término» A actividade de empresas dos serviços energéticos deve


ser consistente com os critérios gerais deste diploma e
A suspensão ou término de serviços de distribuição de respectiva regulamentação.
energia eléctrica por parte do Concedente deve ser
previamente aprovado pela Agência de Regulação. «Artigo 54º»

«Artigo 49º» «Responsabilidade»

«Distribuição em Localidades Isoladas» A responsabilidade de operação, despacho, segurança do


sistema e sua optimização é da concessionária do transporte
As instalações utilizadas para distribuir energia
e da distribuição de energia eléctrica, a menos que a
eléctrica numa área limitada e autónoma, em localidades
Agência de Regulação nomeie outra entidade para o fazer.
geograficamente isoladas não incluídas numa área de
concessão de distribuição, podem operar mediante licença «Artigo 55º»
emitida pelo Governo, nos termos deste diploma.
«Não Discriminação e Neutralidade»
«Artigo 50º»
Todas as operações, despacho, segurança de sistema e
«Livre Acesso» optimizações das redes, sejam de transporte ou distribuição
1. De acordo com as disposições anteriores, os de energia eléctrica, são feitas numa base de não-
concessionários de distribuição de energia eléctrica devem discriminação e respeito pela equidade de direitos e
dar acesso às respectivas redes a qualquer operador de obrigações.
produção licenciado, incluindo auto-produtores e produtores «Artigo 56º»
independentes de energia e a qualquer consumidor que se
qualificar a ter acesso sob o disposto neste diploma e que «Regulamentos»
requisitar tal acesso, após pagamento de taxas ou tarifas
aplicáveis e cumprindo as especificações técnicas 1. A Agência de Regulação estabelece regulamentos
estabelecidas para este efeito pela Agência de Regulação. relativos à operação, despacho e optimização das redes.

2. Os termos e condições de acesso são elaborados e 2. Qualquer parte interessada que seja lesada com a
aprovados pela Agência de Regulação. aprovação e aplicação dos regulamentos tem o direito de
apresentar uma queixa formal à Agência de Regulação.
«Artigo 51º»
«Artigo 57º»
«Serviços de Iluminação Pública»
«Informação»
1. O detentor de concessão ou licença de distribuição de
energia eléctrica tem a obrigação de iluminar vias públicas Todas as tarifas são publicadas no Boletim Oficial e em
dentro da área de concessão ou licença nos termos do artigo Jornais de maior circulação no País.
49º, em conformidade com as condições estipuladas no
«Artigo 58º»
contrato de concessão ou licença.
«Princípios do Tarifário»
2. Os municípios são responsáveis pelo pagamento do
consumo de iluminação pública na sua área municipal, 1. As tarifas para serviços previstos neste diploma devem
mediante tarifa fixada pela Agência de Regulação. ser justas e razoáveis.

3. Salvo indicação em contrário do município, a rede de 2. Para efeito do disposto no número anterior, aplicam-
iluminação pública acompanha a rede de distribuição em se os princípios estabelecidos nos artigos 59º e 60º deste
baixa tensão e é do mesmo tipo desta. diploma.

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«Artigo 59º» «Artigo 63º»

«Serviços Concorrênciais» «Tarifas de Interligação»

Existindo competitividade efectiva, as tarifas devem ser O sistema tarifário de ligação a rede estabelece os
baseadas nos valores praticados no mercado. termos, condições e valores que os produtores
independentes e auto-produtores de energia eléctrica devem
«Artigo 60º»
pagar para ligação dos respectivos sistemas aos sistemas
«Serviços Não Concorrênciais» de transporte e distribuição de energia eléctrica.

1. As tarifas para serviços não competitivos devem ser «Artigo 64º»


baseadas no sistema de preço máximo por um período de
«Produtores de Energia Cativa»
cinco anos, sujeito a uma revisão intercalar após três anos,
se a Entidade Regulada e a Agência de Regulação assim O produtor que seja cativo a um comprador pode solicitar
acordarem. Outros reajustes, embora mínimos, podem ser a aprovação de tarifas de venda através da Agência de
feitos conforme permitido pelo contrato de concessão. Os Regulação.
reajustes permitidos devem reportar-se a custos para a
expansão da rede quando não previstos, a alterações «Artigo 65º»
extraordinárias no custo de combustível, ou de outro factor
de custo significativo. «Revisões de Tarifas»

2. As tarifas devem ser estabelecidas num nível que 1. No fim de cada cinco anos, desde o início do período
garanta ao concessionário oportunidade de recuperar custos de concessão, a Agência de Regulação tem a autoridade
contraídos na prestação do serviço e outros encargos para alterar o indicador de evolução de preços utilizado,
previstos neste diploma e demais leis aplicáveis. ou o factor produtivo ou ambos, e pode ainda alterar o
cálculo de custo base a que foram aplicados o indicador de
3. As tarifas devem ser estabelecidas a um nível que evolução de preços e/ou o factor de produtividade.
garanta ao concessionário um lucro proporcionado com os
riscos assumidos. 2. No terceiro ano do Contrato de Concessão, se for
demonstrado que o sistema de cálculo está desajustado,
4. As tarifas devem ser formuladas de modo a fornecer causando prejuízos à Concessionária ou aos Consumidores,
incentivo suficiente para promover eficiência. a Agência de Regulação tem autoridade para rever o
indicador de evolução de preços utilizado, ou o factor
5. As tarifas devem ser estabelecidas por forma a produtivo ou ambos, e pode rever ainda o cálculo de custo
promover a poupança de energia. base a que foram aplicados o indicador de evolução de preços
e/ou o factor de produtividade.
6. Os reajustes tarifários, quando executados, devem
ser concretizados de forma a minimizar perturbações 3. Outras revisões à tarifa podem ser feitas em
económicas. consequência do contrato de concessão, designadamente
sempre que seja necessário repor o equilíbrio contratual.
7. As tarifas devem ser indexadas de modo a reflectirem
mudanças nos preços dos bens e serviços no país. As «Artigo 66º»
alterações significativas no índice de preços ao consumidor
podem reflectir proporcionalmente nos ajustes anuais feitos «Categorias Tarifárias»
às tarifas.
1. A Agência de Regulação tem autoridade para decidir
8. As tarifas devem reflectir os custos do fornecimento a área onde as tarifas devem ser uniformes por categoria
do serviço às várias classes de consumidores abrangidos e para criar categorias de consumidores baseadas em zonas
pelas tarifas. comuns de custos do serviço.

9. As tarifas não devem reflectir os custos associados a 2. A desagregação tarifária deve reflectir os níveis de
bens onde o concessionário não investiu ou dos que tenham tensão aplicáveis a usos diferentes e quando necessários,
sido doados ao Estado de Cabo Verde. a forma binominal.

10. As tarifas não devem reflectir insuficiências dos «Artigo 67º»


sistemas de produção, transporte e distribuição,
«Categorias de Clientes»
designadamente resultante de obsolescência tecnológica.
1. A Agência de Regulação pode dividir clientes em
«Artigo 61º»
categorias para diferenciar preços.
«Separação de Custos»
2. A separação de categorias deve reflectir as diferenças
Os custos podem ser separadas ou integradas de modo a no uso de energia e custo do serviço. As categorias de
melhor, em cada caso, reflectir serviços específicos de clientes podem discriminar consumidores do tipo
acordo com as necessidades de consumidores e de residencial, comercial, industrial, iluminação pública e
produtores de energia. de produção de água.

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3. Os clientes podem, com prévia aprovação da Agência «Artigo 74º»


de Regulação, celebrar contratos especiais com «Contabilidade»
concessionários ou licenciados.
1. A Agência de Regulação deve, dentro dos limites da
4. A aprovação prevista nos termos do número anterior,
sua jurisdição, assegurar que o Plano Nacional de
só é concedida em casos onde a Agência de Regulação esteja
Contabilidade é aplicado por todas as entidades reguladas.
segura que o custo de fornecer o serviço não é representado
em nenhuma categoria de clientes referida neste artigo. 2. A Agência de Regulação pode emitir regras de
«Artigo 68º»
contabilidade suplementares.

«Regras de Cálculo» «Artigo 78º»

1. A Agência de Regulação pode apurar os custos e «Relatórios Anuais»


rendimentos entre as diferentes categorias a fim de 1. As entidades reguladas devem preparar e submeter à
estabelecer as tarifas. Agência de Regulação um relatório anual auditado,
2. A Agência de Regulação deve separar as tarifas em incluindo o Balanço e Contas.
elementos fixos e variáveis.
2. Outras informações podem ser solicitadas,
«Artigo 69º» nomeadamente sobre:
«Subsídios» a) Contratos de construção, manutenção e uso de
1. As tarifas para cada categoria de cliente devem instalações, incluindo os respectivos
reflectir, no máximo possível, o custo total de fornecer um orçamentos;
serviço a essa categoria. b) Contratos entre fornecedores de serviços regulados
2. Os subsídios de uma categoria de clientes para outra para uso comum;
são desaconselhados.
c) Receitas, classificadas de acordo com o tipo de
«Artigo 70º» serviço prestado;
«Tarifas Sazonais e Horárias» d) Contratos de fornecimento de combustível e
As tarifas podem ser estabelecidas de modo a reflectir a electricidade.
diferença no custo de fornecer serviços em diferentes e) A eficiência da operação de entidades reguladas;
períodos do ano e a horas diferentes do dia, assim como os
custos diferentes de fornecer tipos e qualidades diferentes f) Facturação de consumidores e pagamentos em
de serviços quando os clientes têm acesso técnico a mora;
alternativas.
g) Acidentes; e
«Artigo 72º»

«Expansão e Custos de Ligação»


h) Objectivos de desempenho e grande cumprimento
dos objectivos de desempenho de anos anteriores.
1. A Agência de Regulação tem autoridade para aprovar
«Artigo 79º»
taxas de ligação para consumidores fora das áreas de
serviço, reflectindo o custo de ligar tais consumidores. «Oneração da Concessão»

2. A Agência de Regulação pode aceitar que os custos As entidades reguladas têm que obter acordo do
sejam ressarcidos através de prestações ou outros Concedente, mediante consulta prévia da Agência de
mecanismos de financiamento de modo a tornar o serviço Regulação, para qualquer venda ou emissão de acções e
mais acessível. obrigações, constituição de garantias, execução de
empréstimos ou qualquer outro tipo de financiamento, com
3. O consumidor que beneficiar da expansão paga por
ónus sobre a concessão ou seus bens.
outro consumidor, contribui com parte dos custos de
expansão em proporção com a potência contratada, sendo «Artigo 80º»
o primeiro consumidor assim ressarcido do seu desembolso.
«Alteração da Razão Social ou Denominação»
«Artigo 73º»
As entidades reguladas devem obter aprovação do
«Disponibilidade dos Arquivos»
Concedente para alterar o objecto, forma ou denominação
1. As entidades reguladas devem manter livros, da empresa.
anotações, documentos e qualquer outro material escrito «Artigo 82º»
relacionados com os contratos, serviços prestados e
propriedades. «Planeamento e Expansão»

2. Todos estes documentos e registos devem ser A Agência de Regulação supervisiona o planeamento e
disponibilizados à Agência de Regulação para auditoria, expansão do Sistema Eléctrico de acordo com o previsto no
em qualquer altura, sem aviso prévio. contrato de concessão.

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«Artigo 83º» «Artigo 87º»

«Previsão de Expansão» «Discriminação»

1. As entidade reguladas devem submeter a Agência de 1. As entidades reguladas estão proibidas de discriminar
Regulação, em cada dois anos, um relatório perspectivando consumidores no que diz respeito às tarifas, condições e
os cinco anos seguintes, incluindo: qualidade do serviço.

a) Procura prevista e respectivo nível previsional de 2. A discriminação pode resultar da diferenciação dos
satisfação; termos, condições ou preço dos serviços fornecidos a um
cliente em comparação a outro na mesma situação, sem
b) Previsão de investimento; justificação na lei, nos contratos de concessão ou licença.

c) Previsão financeira; «Artigo 91º»

«Suspensão de Fornecimento»
d) Previsão dos preços de combustível;
1. As entidades reguladas podem cortar o serviço a um
e) Explicação completa da metodologia utilizada nas cliente por falta de pagamento de facturas com mais de
previsões; e sessenta dias em atraso e desde que tenha sido comunicado,
após esse período, com quinze dias de antecedência em
f) Oportunidades para ganhos de eficiência e de
relação à data do corte.
qualidade de serviço, designadamente através
de interligações de redes, desenvolvimento 2. A Agência de Regulação define as regras para o corte
tecnológico e outras fontes primárias do serviço por falta de pagamento e o processo e custos
alternativas. para nova ligação.
2. A Agência de Regulação avalia se as previsões e os 3. As entidades reguladas podem igualmente cortar o
planos são adequados. serviço por furto, fraude ou uso negligente do equipamento
instalado, sem prejuízo do disposto no artigo 107º.
3. Se a Agência de Regulação entender que as previsões
e os planos não são adequados, notifica as entidades «Artigo 92º»
reguladas das insuficiências a suprir em relatório a
«Transferência e Revenda dos Serviços pelo Consumidor»
concluir em prazo por ela definido.

«Artigo 84º»
1. Os consumidores não podem transferir ou revender
os serviços recebidos de uma entidade regulada, sem o
«Responsabilidade em Situações de Crise» consentimento desta, e mediante parecer favorável da
Agência de Regulação.
1. Em situações de crise ou emergência que afecte a
disponibilidade de energia eléctrica ou caso a segurança 2. Os consumidores não podem utilizar, nem deixar que
física das pessoas, instalações ou a integridade do sistema os equipamentos e instalações da concessionária sejam
seja ameaçado, o Governo toma as medidas necessárias e utilizados, fora das especificações técnicas e contratuais.
poderá impor limitações temporárias de consumo de
energia eléctrica e de alteração da operação de centrais de 3. A Agência de Regulação aprova o modelo de contrato
produção e das demais instalações relacionadas com o a utilizar pelo Concessionário com o Cliente.
fornecimento de energia eléctrica.
«Artigo 94º»

2. Os órgãos competentes do Governo estabelecem planos «Estabelecimento de Critérios»


de emergência, após consulta prévia a Agência de
Regulação, onde as prioridades de fornecimento de energia A Agência de Regulação é obrigada a estabelecer e a
eléctrica serão definidas. publicar os critérios mínimos para a prestação de serviços
eléctricos, designadamente:
3. O plano de emergência deve incluir medidas
relacionadas com a segurança das instalações de entidades a) Número e duração de quebras de tensão toleradas
reguladas em caso de emergência. sem penalização;

«Artigo 85º» b) Período dentro do qual o pedido de serviço é recebido


de um consumidor que se encontra dentro de
«Serviço Universal» uma área de concessão ou licença, deve ser
satisfeito;
De acordo com as tarifas e outros custos aprovados, as
entidades reguladas têm de fornecer serviço de energia c) Horário em que as queixas do consumidor podem
eléctrica a qualquer consumidor que o requerer dentro da ser resolvidas;
área de concessão ou no contexto do Plano de Expansão do
Sistema Eléctrico, salvo excepções previstas na lei, no d) Critérios relativos ao formato das facturas e
contrato de concessão ou na licença. informação nelas contida;

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e) Ensaio e calibragens dos contadores; «Artigo 100º»

f) Direitos e obrigações dos clientes; «Expropriações e Servidões»

g) Promoção do uso eficiente de energia; 1. No estabelecimento das suas instalações, as entidades


reguladas têm direito a utilizar os bens do Estado e das
h) Disponibilidade de serviço; autarquias locais, incluindo os do domínio público, nos
termos da lei, em consequência da aprovação dos projectos
i) Pagamentos especiais para clientes com ou atribuição das concessões ou licenças, sem prejuízo da
necessidades especiais; e formalização da respectiva cedência nos termos da lei.
j) Segurança e fiabilidade do serviço. 2. Após a obtenção da concessão ou licença e aprovação
dos sítios para novas instalações necessárias ao
«Artigo 95º»
fornecimento do serviço de energia eléctrica, o
«Controlo» concessionário ou licenciado pode solicitar a expropriação
ou servidão de modo a obter acesso e uso da propriedade
1. A Agência de Regulação tem a responsabilidade de privada com o objectivo de poder fornecer o serviço público
supervisionar a qualidade do serviço de fornecimento de para o qual tem concessão ou licença.
energia eléctrica.
3. No caso referido no número anterior, o concessionário
2. A Agência de Regulação estabelece e publica regras e é obrigado a pagar como indemnização o valor apropriado
procedimentos para o controlo da qualidade do serviço de de mercado.
energia eléctrica.
4. Se a expropriação ou servidão for contestada, a
«Artigo 96º»
entidade regulada deve fundamentar a indispensabilidade
«Procedimentos de Suspensão e Interrupção» do uso coerente com a concessão ou licença.

A Agência de Regulação pode criar procedimentos e «Artigo 102º»


regras que regulem a interrupção ou suspensão de um
«Suspensão e Revogação por Violações de Leis»
serviço por falta de pagamento ou fraude.
«Artigo 97º»
A concessão ou licença pode ser suspensa ou revogada,
entre outras circunstâncias:
«Relatório de Suspensão, Interrupção e Desvio da
Qualidade do Serviço» a) Se a concessão ou licença for obtida através de
fraude ou apresentação de informação falsa ou
1. A entidade regulada informa imediatamente a Agência incompleta;
de Regulação de qualquer suspensão, interrupção dos
serviços ou desvio da qualidade do serviço. b) Se a concessão ou licença for transferida ou sub-
estabelecida sem autorização prévia do
2. A Agência de Regulação emite regras sob a forma de Concedente;
relatório que incluam, no mínimo, data e localização da
interrupção ou desvio, a duração da interrupção ou desvio c) Se o concessionário ou licenciado violarem a lei;
e a causa.
d) Se o concessionário ou licenciado praticarem actos
«Artigo 98º»
cujos resultados possam prejudicar ou ameaçar
«Responsabilidade das Entidades Reguladas» a saúde ou segurança, públicas;

A Agência de Regulação pode emitir, no âmbito da sua e) Se o concessionário ou licenciado não cumprir as
jurisdição, regras e orientações que digam respeito às ordens ou instruções da Agência de Regulação; e
responsabilidades das entidades reguladas para problemas
relacionados com o serviço de energia eléctrica prestado. f) Se o concessionário ou licenciado não prestar os
serviços pelo qual a concessão ou licença foram
«Artigo 99º» obtidos, sem razão justificável, por mais de doze
meses ou outro período definido pela Agência de
«Acesso a Propriedades»
Regulação.
1. Os consumidores devem permitir às entidades
«Artigo 103º»
reguladas e seus representantes autorizados acesso às suas
instalações para inspeccionarem e retirarem contadores e «Contra-Ordenações»
outros equipamentos, para inspeccionarem violações ou
outras circunstâncias onde a segurança de indivíduos ou 1. Constitui contra-ordenação a prática dos seguintes
propriedade esteja envolvida. actos ilícitos pelas entidades reguladas:

2. Salvo situações de emergência, as inspecções previstas a) O exercício de actividades de produçäo, transporte,


nos termos do número anterior carecem de aviso prévio ao distribuiçäo ou venda de energia eléctrica sem
consumidor. licença ou concessão;

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b) A aplicação a clientes de tarifas ou de preços que ou como medida de precaução ou como penalidade
não tenham sido aprovados pelas entidades acessória, propor ao concedente a suspensão da actividade
competentes; do concessionário ou do licenciado.

c) Impedir ou dificultar o acesso das entidades de «Artigo 106º»


fiscalização previstas neste diploma às
«Recurso»
instalações, auditorias, arquivos, registos, livros
ou documentos;
1. As decisões que aplicam multas ou penalidades
d) A inobservância das regras na relação com os acessórias podem ser objecto de recurso a um tribunal em
consumidores; cuja jurisdição a contra-ordenação foi cometida.

e) O não envio à entidade reguladora, no prazo legal, 2. Todas as penalidades devem ser avaliadas na proporção
dos Planos de Expansão do Sistema Eléctrico; e razoável das faltas ou irregularidades cometidas pelo
concessionário ou licenciado.
f) A não observância das regras de compra pelos
«Artigo 107º»
concessionários das redes de transporte ou
distribuição da produção excedentária dos auto- «Furto de Electricidade e Outras Violações»
produtores ou de produtores independentes.
O furto de electricidade, vandalismo em instalações de
2. As contra-ordenações previstas no número anterior energia eléctrica assim como a violação de equipamento
são punidas com as seguintes coimas: de contadores é punível segundo o código civil e criminal
em vigor no País e de acordo com qualquer outra
a) De 5.000.000$00 (cinco milhões de escudos) a
regulamentação de execução deste diploma.
8.000.000$00 (oito milhões de escudos) no caso
da alínea a); «Artigo 111º»

b) De 1.000.000$00 (um milhão de escudos) a «Serviços da Electra SARL»


4.000.000$00 (quatro milhões de escudos) nos
casos das alíneas b) e f); 1. A Electra SARL continua a prestar, até à sua
privatização, serviços regulados neste diploma sob forma
c) De 500.000$00 (quinhentos mil escudos) a e nos locais onde os serviços são prestados à data da
3.000.000$00 (três milhões de escudos) nos casos promulgação deste diploma.
das alíneas c), d) e e), podendo ser alteradas por
Portaria Conjunta dos responsáveis do sector e 2. Com a privatização, a Electra SARL obtém
das finanças. automaticamente concessão e licenças para continuar a
prestar os serviços regulados referidos no número anterior,
3. A tentativa e a negligência são puníveis. nas condições actuais.

4. Em caso de tentativa e negligência as medidas das «Artigo 112º»


coimas previstas no número anterior são reduzidas para
metade. «Outros Fornecedores de Serviços»

«Artigo 104º» 1. Todos os indivíduos ou entidades que actualmente


fornecem serviços regulados neste diploma, incluindo redes
«Processamento das contra-ordenações e cobrança de autónomas têm que requerer uma licença ou concessão
coimas»
até 120 (cento e vinte) dias após a sua entrada em vigor,
1. O processamento das contra-ordenações previstas de modo a poderem continuar a prestar serviços.
neste diploma é da competência do órgão competente do
2. As entidades que sejam, à data de publicação deste
Governo ou da Agência de Regulação, em função das
diploma, detentoras de licença para o exercício de
respectivas atribuições, os quais devem observar o regime
actividades enquadráveis no regime de Produção
jurídico das contra-ordenações.
Independente ou de Auto-Produção deverão requerer o seu
2. As entidades referidas no número anterior têm enquadramento no prazo de 90 (noventa) dias contados
autoridade para cobrar coimas pelas violações do disposto desde essa data, no novo regime aplicável a essas mesmas
neste diploma, que podem atingir 8.000.000$00 (oito entidades, sem prejuízo dos termos das licenças de que
milhões de escudos) e impor reembolsos aos consumidores sejam já detentoras.
por cobrança indevida.
Artigo 2º
«Artigo 105º»
Republicação
«Penalidades Acessórias»
O Decreto-Lei nº 54/99, de 30 de Agosto, é republicado
Havendo reincidência na prática das contra-ordenações em Anexo, de acordo com as alterações constantes do
pelas entidades reguladas, a Agência de Regulação pode, presente diploma.

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Artigo 3º 2. O disposto neste diploma aplica-se a todas as entidades
Vigência públicas, incluindo municípios, ou privadas ou indivíduos
que forneçam esses serviços, com o objectivo de criar
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao progressivamente um mercado eficiente e competitivo no
da sua publicação. Sistema Eléctrico.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros. Artigo 3º
José Maria Pereira Neves - João Pereira Silva - João
Definições
Pinto Serra
Promulgado em 20 de Janeiro de 2006 Para os objectivos deste diploma e para a implementação
das regras nele estipuladas devem considerar-se as
Publique-se seguintes definições:
O Presidente da República (Interino), ARISTIDES a) Abastecimento público: entrega de energia eléctrica
RAIMUNDO LIMA para clientes finais;
Referendado em 20 de Janeiro de 2006
b) Auto-produtor: qualquer pessoa colectiva pública
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves ou privada ou pessoa individual que produza
energia eléctrica maioritária e prioritariamente
Decreto-Lei nº 54/99
para uso próprio, devidamente licenciada para
de 30 de Agosto o efeito através de regime específico de acesso e
de remuneração, relativos á energia
CAPÍTULO I
remanescente entregue à rede de transporte ou
Disposições Gerais de distribuição;
Artigo 1º
c) Central de Produção: conjunto de sítio, edifícios,
Objectivos e princípios gerais equipamentos e instrumentos utilizados para a
produção de electricidade qualquer que seja a
O presente diploma que estabelece as bases do Sistema
fonte primária e a tecnologia;
Eléctrico tem como objectivos fundamentais o fomento do
desenvolvimento económico e social nacional e a d) Cliente: entidade que adquire energia eléctrica;
preservação do ambiente, em observância estreita aos
seguintes princípios: Assegurar um fornecimento de e) Cogeração: produção conjunta de energia eléctrica
energia eléctrica seguro e fiável, assim como um aumento e térmica através de qualquer processo
da cobertura de serviço a todos os consumidores, a um industrial;
preço razoável, justo e não discriminatório no uso:
f) Cogerador: qualquer entidade privada ou pública
a) Assegurar um fornecimento de energia eléctrica
que produz energia através de um processo de
seguro e fiável, assim como um aumento de
cogeração;
cobertura de serviço a todos os consumidores, a
um preço razoável, justo e não discriminatório; g) Concedente: o Estado, através do Governo de Cabo
b) Aumentar o uso de fontes energéticas renováveis e Verde;
a cogeração para a produção de electricidade;
h) Contrato de concessão: acordo celebrado entre o
c) Promover a eficiência e inovação tecnológica na Concedente e o Concessionário em que o
produção, transporte, distribuição e uso de Concedente delega e autoriza o Concessionário
energia eléctrica no País; a prestar serviços de interesse público e define
os respectivos direitos e obrigações;
d) Atrair investimentos privados nacionais e
estrangeiros para o Sistema Eléctrico, nele se i) Concessionária (o): entidade autorizada a prestar
incluindo os auto-produtores e produtores serviços de interesse público através de um
independentes, pela definição de condições Contrato de Concessão;
estáveis, equitativas, favoráveis e transparentes
para o investimento; j) Consumidor: entidade que recebe energia eléctrica
e) Estimular a sã competição e concorrência no para utilizaçäo própria;
Sistema Eléctrico.
k) Consumidor cativo: consumidor final a que é
Artigo 2º fornecido electricidade em baixa tensão
Âmbito
exclusivamente por um Distribuidor;

1. Este diploma é aplicado a todos os processos e l) Contrato tipo de fornecimento: um acordo definindo
actividades relacionados com a produção, transporte, direitos e obrigações do Distribuidor e do
distribuição e venda de energia eléctrica, incluindo a Consumidor Cativo, relativo às condições de
prestação de serviços de eficiência e de gestão de procura. fornecimento e uso da electricidade;

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m) Distribuição: todos os serviços entre o gerador ou bb) Produtor Independente: entidade autorizada a
o posto de transformação e o contador do produzir energia eléctrica, devidamente
consumidor, não definido como serviço de licenciada para o efeito através de regime
transporte. A distribuição, para efeitos deste específico de acesso e de remuneração, para
diploma, inclui a venda de electricidade; entrega à rede de transporte ou de distribuição;
n) Electricidade: energia eléctrica ou força motriz, cc) Rede de Alta Tensão: redes de transporte e
produzida, transportada, distribuída e vendida, subestações com uma tensão igual ou superior
utilizada para qualquer objectivo; a 35kV, utilizadas para entrega de electricidade
o) Empresa de Electricidade: qualquer pessoa colectiva num Ponto de Entrega ou de Interligação;
pública ou privada ou pessoa individual que
produza, transporte, distribua e venda dd) Rede de Distribuição: rede eléctrica, incluindo
electricidade, qualquer que seja o seu tipo de posse; estruturas de suporte, com transformadores
associados e equipamento de interrupção
p) Entidade Regulada: empresa ou indivíduo que utilizados para distribuir electricidade e enviá-
fornece serviços objecto de Regulação pela la ao Ponto de Interligação;
Agência de Regulação no âmbito de uma
concessão e/ou uma licença; ee) Serviços de Energia Eléctrica: serviços como: a)
prestação de serviços de conservação de energia
q) Agência de Regulação: pessoa colectiva de direito
ou de armazenamento; b) prestação de serviços
público com autonomia administrativa,
da gestão da procura; ou c) prestação de serviços
patrimonial e financeira criada por lei para
de gestão de qualidade de energia.
regular os sectores do transporte, aviação civil,
comunicações, energia, água, ambiente e As Empresas com licença para prestar esses serviços
similares, ou seus sucessores; são definidas como Empresas de Serviços
r) Entrega de Energia Eléctrica: a entrega de energia Energéticos;
eléctrica a um cliente ou intermediário;
ff) Serviços Regulados: todos os serviços e actividades
s) Fornecedor: uma entidade autorizada a fornecer mencionados neste diploma e regulados pela
quaisquer dos serviços previstos neste diploma; Agência de Regulação;
t) Instalação: as centrais ou equipamentos afectos à
gg) Sistema Eléctrico: o conjunto de entidades públicas
produção, transporte ou distribuição de
e privadas, empresas, utilizadores, instalações
electricidade, bem como edifícios e terrenos
e equipamentos envolvidos na produção,
utilizados para aqueles fins incluindo tubagens,
transporte, distribuição e venda de electricidade;
equipamentos de transporte, cablagem,
instrumentos de controlo; hh) Sistema Interligado: vários sistemas de transporte
u) Licença: o acto administrativo pelo qual as e distribuição de energia eléctrica ligados
Entidades Reguladas ou outras têm autorização através de um ou mais pontos de entrega;
para prestar serviços não sujeitos a Contrato
ii) Transportador: uma pessoa colectiva pública ou
de Concessão;
privada ou pessoa indivídual que possui uma
v) Licenciado: uma pessoa colectiva pública ou privada concessão para transportar energia eléctrica
ou indivíduo que detém uma licença para a entre o Ponto de Entrega do Produtor e o ponto
produção, transporte, distribuição e venda de de recepção do distribuidor ou Grande
electricidade; Consumidor;
w) Ponto de Entrega: o limite de propriedade entre jj) Transporte: todas as actividades de transporte de
um Produtor e Transportador ou entre um energia eléctrica em alta tensão do ponto de
Transportador e um Distribuidor; transformação até ao ponto de recepção, por
x) Ponto de Interligação: o limite de propriedade entre empresas de distribuição ou consumidores com
um Distribuidor e um Consumidor Cativo e/ou nível de tensão definido pela Agência de
entre um Transportador ou Distribuidor e um Regulação.
Produtor ou Grande Consumidor;
CAPÍTULO II
y) Tensão de Ligação: nível de tensão ao qual uma
entidade poderá receber a electricidade; Estrutura e funções relacionadas
com o sistema eléctrico
z) Produção: todas as actividade relacionadas com a
produção de electricidade através de qualquer Artigo 4º
fonte de energia;
Estrutura
aa) Produtor: uma entidade privada ou pública ou
indivíduo com uma licença para operar uma 1. O Sistema Eléctrico compreende as actividades de
central de produção por via térmica ou através produção, transporte, distribuição e venda de energia
de fontes renováveis de energia; eléctrica.

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2. O Sistema Eléctrico compreende ainda a Produção CAPÍTULO III


Independente e a Auto-Produção de energia eléctrica,
Sistema Eléctrico e Regulação
quando adequadas e necessárias à implementação dos
objectivos deste diploma. Artigo 9º

Princípios do Sistema Eléctrico e da Regulação


3. O Sistema Eléctrico pode incluir também as
actividades de distribuição e venda de energia eléctrica 1. O sistema eléctrico e a prestação de serviços regulados
quando em regime integrado em localidades pequenas e por este diploma têm como base os seguintes princípios:
isoladas. a) Desenvolvimento económico nacional e bem estar
social dos indivíduos e comunidades – O
Artigo 5º
fornecimento dos serviços regulados referidos
Execução neste diploma serão executados como uma
actividade de utilidade pública;
1. A implementação deste diploma através de
b) Universalidade: de acordo com a lei, regulamentos,
regulamentos, códigos e normas técnicas pertence aos
e os termos dos contratos de concessão ou das
serviços públicos com competência nos assuntos em causa,
licenças, todos os consumidores dentro da área
e a uma Agência de Regulação nas respectivas áreas de
de concessão ou licença que requererem, são
intervenção, estas no contexto do desenvolvimento e
servidos nos termos dos planos de expansão com
expansão do sistema eléctrico, qualidade de serviço, preços
tarifas adequadas à qualidade do serviço
e protecção do consumidor.
prestado;
2. Os regulamentos específicos para a implementação c) Igualdade e Solidariedade: o fornecimento dos
deste diploma são publicados mediante diplomas do serviços regulados referidos neste diploma não
Governo ou Regulamentos da Agência de Regulação, é indevidamente discriminatório entre
consoante a matéria e atribuições em causa. consumidores. Contudo, o regime de tarifas tem
em consideração a necessidade de consumidores
Artigo 6º de baixo rendimento, electrificação rural e outros
casos especiais;
Agência de Regulação
d) Qualidade do Serviço, Eficiência e Fiabilidade: o
A Agência de Regulação tem a incumbência de aplicar e fornecimento dos serviços regulados neste diploma
fazer cumprir este diploma e de adoptar os necessários obedece às normas de qualidade apropriadas, de
regulamentos específicos. eficiência e outras regras em vigor;

Artigo 7º e) Transparência: a prestação dos serviços de


electricidade por entidades reguladas e o
Entidades que poderão prestar serviços regulados controlo de serviços fornecidos pelos serviços
públicos e pela Agência de Regulação são
Os serviços regulados referidos neste diploma podem ser efectuados mediante regras e procedimentos
prestados através de contratos de concessão ou licenças abertos e suportados em regulamentos e
concedidas aos municípios, pessoas colectivas públicas ou directivas acessíveis aos interessados;
privadas ou indivíduos.
f) Preços razoáveis e justos: a entidade prestadora
Artigo 8º dos serviços só presta serviços de acordo com
termos adequados e condições prevista neste
Obrigações diploma e subsequentes, por forma a que o seu
equilíbrio económico-financeiro seja
1. Todas as Entidades Reguladas estão sujeitas a este salvaguardado no âmbito dos contratos de
diploma e à regulamentação subsequente e serão concessão ou licença;
continuamente controlados e regularmente auditadas pelos
Serviços Públicos e pela Agência de Regulação, de acordo g) Protecção ambiental: a preservação de recursos
com o previsto neste diploma, regulamentos, normas naturais e uso de fontes renováveis guia
técnicas e condições estabelecidas nos Contratos de coerentemente a gestão, desenvolvimento e
Concessão ou Licenças. expansão do sistema eléctrico;
h) Concorrência: tanto quanto possível e
2. As Entidades Reguladas são responsáveis pelo economicamente viável, o sistema eléctrico deve
funcionamento apropriado, seguro e eficiente das suas promover a competição no fornecimento de
instalações e actividades. energia eléctrica e serviços relacionados; e
3. As Entidades Reguladas devem cumprir as regras e i) Equilíbrio de Interesses: o sistema eléctrico deve
regulamentos, directivas e orientações da Agência de assegurar um equilíbrio entre interesses dos
Regulação, bem como os padrões técnicos e normas consumidores e fornecedores de serviços, de uma
estipuladas por órgãos da Administração Pública e demais forma coerente com os objectivos e condições
leis aplicáveis. socio-económicas do país.

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2. A Regulação deve, nomeadamente, promover: c) Capacidade de gestão;

a) O fornecimento seguro e fiável de energia eléctrica d) Experiência em actividades relevantes e similares; e


que seja suficiente para as necessidades do
e) Identificação de potenciais conflitos ou interesses
consumidor e o desenvolvimento económico do
desfavoráveis em negócios.
País, coerentes com o Programa Nacional de
Energia e demais políticas do Governo; 2. O Concedente nomeia previamente a entidade
responsável pela avaliação das propostas ao concurso.
b) O fornecimento de energia eléctrica a preços justos,
razoáveis e não-discriminatórios; Artigo 13º

Regulamentos específicos
c) A eficiência na produção, transporte, distribuição
e uso de energia eléctrica, se necessário através 1. Todo o processo de concessão obedece as regras
de incentivos apropriados e efectivos; contidas, sendo objecto de regulamento específico
estabelecido pelo Governo, com prévia consulta à Agência
d) Um ambiente envolvente onde entidades bem de Regulação.
geridas têm uma vasta oportunidade de obter
resultados financeiros positivos; e 2. As decisões que dizem respeito à atribuição de
concessão são publicadas no Boletim Oficial.
e) O uso eficiente e favorável do ambiente e dos
recursos naturais do país. Artigo 14º

Duração da Concessão
CAPÍTULO IV
1. O Governo concede concessões de serviços regulados
Concessões/Princípios por este diploma por um período inicial não superior a
cinquenta anos.
Artigo 10º
2. Mediante autorização do Governo, e após consulta
Serviços sujeitos a Contratos de Concessão
prévia à Agência de Regulação, o concessionário pode
1. A prestação de serviços de Transporte e Distribuição transferir a concessão ou estabelecer uma sub-concessão
de energia eléctrica para uso público requer nos termos referidos no artigo 16º.
estabelecimento prévio de um Contrato de Concessão, Artigo 15º
outorgado pelo Governo.
Exclusividade
2. O Contrato de Concessão define, com exclusão das
matérias já contidas na lei, entre outras, a área de De acordo com os princípios de promoção de competição,
concessão, o tarifário e a qualidade dos níveis de serviço e e na falta de uma resolução específica do Governo, as
outras obrigações exigíveis ao concessionário. concessões não são exclusivas.
Artigo 16º
Artigo 11º
Transferência
Concurso
1. O poder de transferir uma concessão, no âmbito deste
1. O Concedente deve anunciar através da publicação diploma, depende de autorização do Governo.
de anúncio no Boletim Oficial e em outras publicações
periódicas, a intenção do Estado de atribuir a concessão, 2. As concessões não podem ser transferidas sem
através de concurso. consulta prévia à Agência de Regulação.

2. O Concedente deve estabelecer um Caderno de 3. Para efeitos do disposto nos números anteriores, a
Encargos a ser cumprido pelos vários candidatos. Agência de Regulação deve apreciar as condições técnicas
e financeiras, relacionadas com as atribuições do novo
3. Os procedimentos do concurso devem ser claros e concessionário e pode recomendar condições específicas
todas as partes interessadas são notificadas da hora e local destinadas a salvaguardar a adequada prestação dos
onde as propostas são abertas. serviços.

Artigo 12º Artigo 17º

Alteração das Concessões


Critérios de Selecção dos Concessionàrios
1. A concessão pode ser alterada, por acordo de ambas
1. As propostas são avaliadas mediante critérios de as partes, mediante consulta prévia a Agência de
qualificação para os candidatos à concessão, que podem Regulação, entre outras circunstâncias:
incluir:
a) A pedido do concessionário, mediante justa causa;
a) Capacidade técnica; ou
b) Capacidade financeira; b) Por iniciativa do Concedente, mediante justa causa.

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2. Para as alterações ao contrato de concessão, o Artigo 20°


Concedente deve notificar previamente o Concessionário
Rescisão da Concessão
da modificação ou modificações propostas e garantir-lhe a
oportunidade de lhe fornecer informações sobre o impacte 1. O Concedente pode rescindir a concessão com
das alterações indicadas. fundamento na falência do concessionário ou em
incumprimento grave das obrigações do Concessionário
3. O concessionário tem direito a compensação por danos
sobre os termos da concessão.
económicos efectivamente sofridos pela alteração ou
alterações ao contrato de concessão: 2. O Concessionário pode rescindir o contrato de
concessão com fundamento em incumprimento grave das
a) Se demonstrar que os danos foram resultantes
obrigações do Concedente, se do mesmo resultarem
directos das alterações ao contrato de concessão;
perturbações graves que ponham em causa o exercício das
b) Se as modificações não forem objecto de parecer da actividades concessionadas.
Agência de Regulação; ou Artigo 21º

c) Se os direitos de propriedade do concessionário forem Resgate


prejudicados sem a observância dos devidos
procedimentos legais. 1. Havendo interesse público e após notificação do
Concessionário, o Governo pode resgatar a Concessão
Artigo 18º
mediante pagamento de uma indemnização equivalente
Renovação da Concessão ao valor de mercado da Concessão.

1. Dezoito meses antes do termo da concessão, o 2. Caso não haja acordo entre as partes, o valor da
Concedente, através da Agência de Regulação, notifica a indemnização previsto no número um deste artigo, é
Concessionária das eventuais alterações a serem feitas ao estipulado por tribunal competente.
contrato de concessão.
Artigo 22º
2. As eventuais alterações ao contrato de concessão serão Caducidade da Concessão
publicadas no Boletim Oficial.
A caducidade da concessão ocorre por decurso do prazo
3. Doze meses antes do termo da concessão, o inicial ou prorrogado.
Concedente, através da Agência de Regulação, publica os
termos finais do novo contrato de concessão. Artigo 23º

4. O titular da concessão tem trinta dias, após Dominialidade dos Bens Afectos a Concessão
publicação dos termos alterados ou adicionados à concessão
Os bens parte da concessão são de domínio público.
para manifestar a sua intenção de renovar a concessão.
Artigo 24º
5. O Concessionário tem trinta dias após a manifestação
do titular da concessão para avaliar o desempenho do Reversão de e compensação
concessionário, incluindo parecer resultante de consulta
prévia da Agência de Regulação. 1. Os bens afectos à concessão retrocedem ao Concedente
após termo da concessão.
6. No caso em que o Concedente decidir fundadamente,
não renovar a concessão ou iniciar um concurso de selecção, 2. A compensação só é atribuída em caso de término da
a Agência de Regulação deve ser previamente consultada. concessão sem renovação e após demonstração de que o
concessionário foi privado de uma justa oportunidade de
Artigo 19º recuperar todos os custos contraídos ao prestar serviços
Extinção da Concessão concessionados, durante o período da concessão.

1. As concessões extinguem-se por acordo entre o 3. Os critérios para determinação do montante da


Concedente e a Concessionária, por rescisão, por resgate e compensação são afixados no contrato de concessão.
por caducidade.
CAPÍTULO V
2. Terminada a concessão por falta de renovação ou
selecção de um novo concessionário, o Concedente pode Licenças Operacionais
estabelecer um acordo com o concessionário, de modo a Artigo 25°
prolongar a concessão, ouvindo a Agência de Regulação ou
nomear um gestor interino até que uma nova concessão Serviços sujeitos a licença
seja concedida.
1. A prestação dos serviços de Produção ou de
3. Nas condições previstas no número 2 deste artigo, Distribuição, estes quando prestados numa base limitada
enquanto não for encontrada uma solução, a em rede autónoma situada em localidades geograficamente
Concessionária é obrigada a prestar os bens e serviços isoladas, necessita de obter previamente uma licença do
objectos do Contrato de Concessão. Governo, mediante consulta prévia à Agência de Regulação.

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2. A Produção Independente e a Auto-Produtor, nos atendendo às limitações do mercado, à preservação do


termos das definições contidas no artigo 3º, são objecto de equilíbrio na concorrência, aos perigos para o ambiente, à
licença específica do Governo, ouvida a Agência de dimensão da instalação ou se o serviço puder ser adequada
Regulação. e tempestivamente prestado pela concessão.

3. O Exercício da Actividade de Produção Independente Artigo 29º


e de Auto-Produtor são objecto de regulamentação
Duração da Licença
específica, respeitando os princípios gerais e critérios
consignados neste diploma para atribuição, suspensão, As licenças podem ser concedidas por períodos até 30
revogação e extinção das licenças. anos.
4. As licenças a atribuir a instalações de produção de Artigo 30º
energia relativas a tecnologias e soluções técnicas
Exclusividade
reconhecidas como de inovação tecnológica podem
beneficiar de regime especial no acesso e condições de 1. De harmonia com o disposto no artigo 15º deste
ligação à rede, ouvidas a Concessionária e a Agência de diploma, as licenças operacionais podem ser atribuídas
Regulação, para além dos demais benefícios que a Lei lhes numa base de não-exclusividade.
concede.
2. As decisões sobre pedidos de licença são objecto de
Artigo 26°
publicação no Boletim Oficial.
Licenças
Artigo 31º
1. O Governo, através da DGIE, ouvida a Agência de Suspensão e Revogação
Regulação, concede licenças operacionais a operadores
referidos no artigo anterior, que tenham obtido todas as As licenças operacionais podem ser suspensas ou
licenças e autorizações de autoridades competentes. revogadas em caso de verificação das violações
estabelecidas no artigo 102º deste diploma.
2. Para atribuição do ponto de entrega relativo às
licenças de Produção referidas no número anterior, o Artigo 32º
Governo pode abrir concurso, mediante programa e caderno
Extinção
de encargos, proposto pelos serviços competentes e após
prévia consulta à Agência de Regulação. 1. As licenças não podem ser extintas arbitrariamente,
nem por decisão do Governo ou da Agência de Regulação
3. Caso o Governo opte pela via concursal referida no nem por opção do licenciado.
número anterior, o programa e caderno de encargos devem
detalhar, entre outros aspectos, o local ou área em causa 2. O término de uma licença antes do final da sua
para o exercício da actividade, as características essenciais duração deve ser justificado pela parte interessada.
à satisfação das necessidades do Sistema Eléctrico visadas
pelo concurso, as obrigações e garantias inerentes à licença Artigo 33º
a atribuir subsequentemente. Caducidade e Revogação

Artigo 27°
1. A licença extingue-se por caducidade ou por revogação.
Critérios de qualificação
2. A caducidade da licença ocorre por decurso do seu
O Governo, ouvida a Agência de Regulação, consoante prazo inicial ou renovado ou quando tenha sido declarado
os casos, especifica os critérios adequados para atribuição o estado de falência ou insolvência do licenciado.
de licenças operacionais, os quais podem incluir:
3. A licença pode ser revogada pelo Governo ou pela
a) Capacidade técnica; Agência de Regulação, consoante o caso, em situação de
incumprimento grave e culposo dos demais deveres do seu
b) Capacidade financeira; titular relativos ao exercício da actividade licenciada.

c) Capacidade de gestão; e 4. Em caso algum a extinção da licença pode pôr em


causa a prestação do bem e serviço objecto da licença.
d) Experiências em actividades relevantes e similares.
CAPÍTULO VI
Artigo 28º

Recusa de Licença
Licenças de Construção
Artigo 34º
1.O Governo ou a Agência de Regulação, consoante os
casos têm de fundamentar as razões de recusa de uma Aprovação de Localização
licença operacional.
As entidades reguladas devem submeter à aprovação do
2.O Governo ou a Agência de Regulação podem recusar Governo ou da Agência de Regulação, consoante o caso,
uma licença operacional, entre outras circunstâncias propostas de sítios para as suas instalações.

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I SÉRIE — Nº 8 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 20 DE FEVEREIRO DE 2006 229
Artigo 35º 2. O licenciado deve obter a licença para cada central de
Competência para emitir Licenças
produção operada por ele ou do qual ele é proprietário.

1. O órgão competente do Governo emite licenças para a 3. A licença para produção inclui o direito de vender
construção de instalações nos sítios aprovados nos termos energia eléctrica produzida pela central, sujeita às
do artigo anterior. limitações e outras condições mencionadas na licença.
Artigo 40º
2. A construção de instalações é autorizada de acordo
com o disposto no artigo 26º deste diploma. Suspensão ou Término

Artigo 36º A suspensão ou término de serviços por parte do


Requisitos para Licenças de Construção de Instalações Produtor licenciado deve ser previamente aceite pelo
Governo, ouvida a Agência de Regulação.
1. O órgão competente do Governo que emite as licenças
Artigo 41º
é responsável para a apreciação de todos os projectos de
construção de instalações e análise dos seus impactes no Auto-Produção
ambiente, saúde e segurança e pela verificação da consulta
à Agência de Regulação. 1. As unidades de produção destinadas a fornecer energia
eléctrica principalmente ao seu proprietário ou operador
2. Na emissão de uma licença de construção há lugar à devem obter uma licença antes de iniciar as operações,
cobrança de taxa de serviço, proporcional ao valor estimado conforme definido no Capítulo V.
para o projecto.
2. A produção de energia eléctrica excedentária,
CAPÍTULO VII relativamente ao auto-consumo, é, nos termos, limites e
tarifas a fixar em regulamento próprio, obrigatoriamente,
Questões legais, fiscais, técnicas e sociais
comprada pelos concessionários da rede de transporte e/
Artigo 37º ou distribuição.
Obrigação de evitar, minimizar e atenuar impactes 3. Ficam isentas da obrigação de obtenção de licença,
negativos nos termos do número 1 acima, quando comprovadamente
1. Para a emissão das licenças o órgão competente do instaladas por técnicos qualificados, as instalações ou
Governo deve ter em consideração todos os projectos de equipamentos de produção de energia eléctrica de baixa
construção de instalações previamente autorizadas e a tensão com uma potência igual ou inferior a 7,5 kW, desde
análise dos impactos no ambiente, saúde e segurança. que não ligadas à rede de distribuição existente, e
exclusivamente destinadas a auto-consumo.
2. Os concessionários e licenciados devem suportar os
custos associados à prevenção ou mitigação de danos 4. O incumprimento das condições estabelecidas no
ambientais, de saúde e segurança resultantes das suas número anterior, por vistoria dos serviços competentes,
operações. pode determinar a selagem para imobilização temporária
ou definitiva da instalação ou equipamento.
3. Os custos referidos no número anterior devem ser
Artigo 42º
considerados pela Agência de Regulação no estabelecimento
das tarifas. Produção em Localidades Isoladas

Artigo 38º As unidades de produção utilizadas para fornecer energia


Outras Obrigações eléctrica numa área limitada ou localidades
geograficamente isoladas operam através de licença.
Os concessionários e licenciados devem planear,
Artigo 43º
construir, instalar, manter e operar instalações e
equipamento de acordo com critérios e normas legais, Limite de Capacidade Instalada
financeiras, fiscais, técnicas, ambientais, de saúde e de
segurança em vigor no País, ou na falta delas pelas boas 1. A Agência de Regulação deve promover, junto do
práticas e normas técnicas internacionais. Governo, a obtenção do reforço do fornecimento de energia
eléctrica sem prejuízo do equilíbrio técnico e económico
CAPÍTULO VIII dos operadores já licenciados no sistema eléctrico.
Produção de Electricidade 2. A Agência de Regulação pode propor ao Governo a
Artigo 39º
imposição de restrições, ao constatar desequilíbrio de
competitividade, ou ordenar o deslastre de produção quando
Licença necessário para restaurar a competição e o equilíbrio no
sistema eléctrico.
1. A prestação de serviços de produção de energia
eléctrica depende de uma licença emitida pelo Governo, 3. As restrições referidas no número anterior devem ser
ouvida a Agência de Regulação, sem prejuízo do disposto do conhecimento antecipado de todos os fornecedores do
nos números 2 e 3 do artigo 25º e do artigo 26º. Sistema Eléctrico.

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CAPÍTULO IX dar acesso às respectivas redes a qualquer operador de


produção licenciado, incluindo auto-produtores e produtores
Serviços de Transporte independentes de energia e a qualquer consumidor que se
Artigo 44º qualificar a ter acesso sob o disposto neste diploma e que
requisitar tal acesso, após pagamento de taxas ou tarifas
Concessão aplicáveis e cumprindo as especificações técnicas
A prestação de serviços de transporte de energia eléctrica estabelecidas para este efeito pela Agência de Regulação.
exige a outorga de um contrato de concessão nos termos
2. Os termos e condições de acesso são elaborados e
definidos por este diploma.
aprovados pela Agência de Regulação.
Artigo 45º
Artigo 51º
Suspensão ou Término
Serviços de Iluminação Pública
A suspensão ou término de serviços de transporte de
energia eléctrica por parte do Concedente, deve ser 1. O detentor de concessão ou licença de distribuição de
previamente aprovado pela Agência de Regulação. energia eléctrica tem a obrigação de iluminar vias públicas
dentro da área de concessão ou licença nos termos do artigo
Artigo 46º 49º, em conformidade com as condições estipuladas no
Livre Acesso contrato de concessão ou licença.

1. De acordo com as disposições anteriores, os 2. Os municípios são responsáveis pelo pagamento do


concessionários de transporte de energia eléctrica devem consumo de iluminação pública na sua área municipal,
permitir acesso às respectivas redes a qualquer operador mediante tarifa fixada pela Agência de Regulação.
de produção licenciado, incluindo auto-produtores e
produtores independentes de energia eléctrica e a qualquer 3. Salvo indicação em contrário do município, a rede de
consumidor que se qualificar a este acesso nos termos do iluminação pública acompanha a rede de distribuição em
disposto neste diploma, mediante o pagamento de taxas baixa tensão e é do mesmo tipo desta.
ou tarifas aplicáveis e cumprindo as especificações técnicas
4. O município pode solicitar a instalação de rede de
estabelecidas para este efeito pela Agência de Regulação.
iluminação pública em áreas onde não exista rede de
2. Os termos e condições de acesso são estabelecidos e distribuição em baixa tensão ou segundo traçado diferente
aprovados pela Agência de Regulação. do desta rede, suportando, nestes casos, os respectivos
encargos.
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
Distribuição
Outros Serviços de Energia Eléctrica
Artigo 47º

Concessão Artigo 52º

A prestação de serviços de distribuição de energia Objectivo das Actividades


eléctrica depende de contrato de concessão ou, nos casos
De modo a estimular actividades autónomas de gestão
definidos por este diploma, de uma licença.
energética incluindo gestão da procura, facturação de
Artigo 48º clientes e instalação e manutenção de contadores, empresas
especializadas podem operar dentro do sistema eléctrico.
Suspensão ou Término
Artigo 53º
A suspensão ou término de serviços de distribuição de
energia eléctrica por parte do Concedente deve ser Acesso
previamente aprovado pela Agência de Regulação.
A actividade de empresas dos serviços energéticos deve
Artigo 49º ser consistente com os critérios gerais deste diploma e
Distribuição em Localidades Isoladas respectiva regulamentação.

As instalações utilizadas para distribuir energia CAPÍTULO XII


eléctrica numa área limitada e autónoma, em localidades
geograficamente isoladas não incluídas numa área de Operação, despacho e segurança do sistema
concessão de distribuição, podem operar mediante licença
Artigo 54º
emitida pelo Governo, nos termos deste diploma.
Responsabilidade
Artigo 50º

Livre Acesso A responsabilidade de operação, despacho, segurança do


sistema e sua optimização é da concessionária do transporte
1. De acordo com as disposições anteriores, os e da distribuição de energia eléctrica, a menos que a
concessionários de distribuição de energia eléctrica devem Agência de Regulação nomeie outra entidade para o fazer.

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I SÉRIE — Nº 8 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 20 DE FEVEREIRO DE 2006 231
Artigo 55º 3. As tarifas devem ser estabelecidas a um nível que
garanta ao concessionário um lucro proporcionado com os
Não Discriminação e Neutralidade
riscos assumidos.
Todas as operações, despacho, segurança de sistema e
optimizações das redes, sejam de transporte ou distribuição 4. As tarifas devem ser formuladas de modo a fornecer
de energia eléctrica, são feitas numa base de não- incentivo suficiente para promover eficiência.
discriminação e respeito pela equidade de direitos e
5. As tarifas devem ser estabelecidas por forma a
obrigações.
promover a poupança de energia.
Artigo 56º
6. Os reajustes tarifários, quando executados, devem
Regulamentos ser concretizados de forma a minimizar perturbações
económicas.
1. A Agência de Regulação estabelece regulamentos
relativos à operação, despacho e optimização das redes. 7. As tarifas devem ser indexadas de modo a reflectirem
mudanças nos preços dos bens e serviços no país. As
2. Qualquer parte interessada que seja lesada com a alterações significativas no índice de preços ao consumidor
aprovação e aplicação dos regulamentos tem o direito de podem reflectir proporcionalmente nos ajustes anuais feitos
apresentar uma queixa formal à Agência de Regulação. às tarifas.
CAPÍTULO XIII 8. As tarifas devem reflectir os custos do fornecimento
do serviço às várias classes de consumidores abrangidos
Tarifas
pelas tarifas.
Artigo 57º
9. As tarifas não devem reflectir os custos associados a
Informação bens onde o concessionário não investiu ou dos que tenham
sido doados ao Estado de Cabo Verde.
Todas as tarifas são publicadas no Boletim Oficial e em
Jornais de maior circulação no País. 10. As tarifas não devem reflectir insuficiências dos
sistemas de produção, transporte e distribuição,
Artigo 58º
designadamente resultante de obsolescência tecnológica.
Princípios do Tarifário
Artigo 61º
1. As tarifas para serviços previstos neste diploma devem
Separação de Custos
ser justas e razoáveis.
Os custos podem ser separadas ou integradas de modo a
2. Para efeito do disposto no número anterior, aplicam-
melhor, em cada caso, reflectir serviços específicos de
se os princípios estabelecidos nos artigos 59º e 60º deste
acordo com as necessidades de consumidores e de
diploma.
produtores de energia.
Artigo 59º
Artigo 62º
Serviços Concorrênciais
Recursos Renováveis e Uso Eficiente da Energia
Existindo competitividade efectiva, as tarifas devem ser
As tarifas devem ser utilizadas para promover a
baseadas nos valores praticados no mercado.
conservação de energia eléctrica, a gestão da procura e
Artigo 60º eficiência da sua utilização, assim como promover o
aproveitamento de recursos renováveis.
Serviços não Concorrênciais
Artigo 63º
1. As tarifas para serviços não competitivos devem ser
baseadas no sistema de preço máximo por um período de Tarifas de Interligação
cinco anos, sujeito a uma revisão intercalar após três anos,
se a Entidade Regulada e a Agência de Regulação assim O sistema tarifário de ligação a rede estabelece os
acordarem. Outros reajustes, embora mínimos, podem ser termos, condições e valores que os produtores
feitos conforme permitido pelo contrato de concessão. Os independentes e auto-produtores de energia eléctrica devem
reajustes permitidos devem reportar-se a custos para a pagar para ligação dos respectivos sistemas aos sistemas
expansão da rede quando não previstos, a alterações de transporte e distribuição de energia eléctrica.
extraordinárias no custo de combustível, ou de outro factor Artigo 64º
de custo significativo.
Produtores de Energia Cativa
2. As tarifas devem ser estabelecidas num nível que
garanta ao concessionário oportunidade de recuperar custos O produtor que seja cativo a um comprador pode solicitar
contraídos na prestação do serviço e outros encargos a aprovação de tarifas de venda através da Agência de
previstos neste diploma e demais leis aplicáveis. Regulação.

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232 I SÉRIE — Nº 8 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 20 DE FEVEREIRO DE 2006
Artigo 65º Artigo 69º

Revisões de Tarifas Subsídios

1. No fim de cada cinco anos, desde o início do período 1. As tarifas para cada categoria de cliente devem
de concessão, a Agência de Regulação tem a autoridade reflectir, no máximo possível, o custo total de fornecer um
para alterar o indicador de evolução de preços utilizado, serviço a essa categoria.
ou o factor produtivo ou ambos, e pode ainda alterar o 2. Os subsídios de uma categoria de clientes para outra
cálculo de custo base a que foram aplicados o indicador de são desaconselhados.
evolução de preços e/ou o factor de produtividade.
Artigo 70º
2. No terceiro ano do Contrato de Concessão, se for Tarifas Sazonais e Horárias
demonstrado que o sistema de cálculo está desajustado,
causando prejuízos à Concessionária ou aos Consumidores, As tarifas podem ser estabelecidas de modo a reflectir a
a Agência de Regulação tem autoridade para rever o diferença no custo de fornecer serviços em diferentes
indicador de evolução de preços utilizado, ou o factor períodos do ano e a horas diferentes do dia, assim como os
produtivo ou ambos, e pode rever ainda o cálculo de custo custos diferentes de fornecer tipos e qualidades diferentes
base a que foram aplicados o indicador de evolução de preços de serviços quando os clientes têm acesso técnico a
e/ou o factor de produtividade. alternativas.
Artigo 71º
3. Outras revisões à tarifa podem ser feitas em
consequência do contrato de concessão, designadamente Valoração
sempre que seja necessário repor o equilíbrio contratual.
As tarifas devem, de preferência, ser fixadas sobre uma
Artigo 66º base de Kilowatt hora ou outra medida aprovada pela
Agência de Regulação.
Categorias Tarifárias
Artigo 72º
1. A Agência de Regulação tem autoridade para decidir
Expansão e Custos de Ligação
a área onde as tarifas devem ser uniformes por categoria
e para criar categorias de consumidores baseadas em zonas 1. A Agência de Regulação tem autoridade para aprovar
comuns de custos do serviço. taxas de ligação para consumidores fora das áreas de
serviço, reflectindo o custo de ligar tais consumidores.
2. A desagregação tarifária deve reflectir os níveis de
tensão aplicáveis a usos diferentes e quando necessários, 2. A Agência de Regulação pode aceitar que os custos
a forma binominal. sejam ressarcidos através de prestações ou outros
mecanismos de financiamento de modo a tornar o serviço
Artigo 67º mais acessível.
Categorias de Clientes
3. O consumidor que beneficiar da expansão paga por
1. A Agência de Regulação pode dividir clientes em outro consumidor, contribui com parte dos custos de
categorias para diferenciar preços. expansão em proporção com a potência contratada, sendo
o primeiro consumidor assim ressarcido do seu desembolso.
2. A separação de categorias deve reflectir as diferenças
CAPÍTULO XIV
no uso de energia e custo do serviço. As categorias de
clientes podem discriminar consumidores do tipo Arquivos e contabilidade
residencial, comercial, industrial, iluminação pública e
Artigo 73º
de produção de água.
Disponibilidade dos Arquivos
3. Os clientes podem, com prévia aprovação da Agência
de Regulação, celebrar contratos especiais com 1. As entidades reguladas devem manter livros,
concessionários ou licenciados. anotações, documentos e qualquer outro material escrito
relacionados com os contratos, serviços prestados e
4. A aprovação prevista nos termos do número anterior, propriedades.
só é concedida em casos onde a Agência de Regulação esteja
2. Todos estes documentos e registos devem ser
segura que o custo de fornecer o serviço não é representado
disponibilizados à Agência de Regulação para auditoria,
em nenhuma categoria de clientes referida neste artigo.
em qualquer altura, sem aviso prévio.
Artigo 68º
Artigo 74º
Regras de Cálculo Contabilidade

1. A Agência de Regulação pode apurar os custos e 1. A Agência de Regulação deve, dentro dos limites da
rendimentos entre as diferentes categorias a fim de sua jurisdição, assegurar que o Plano Nacional de
estabelecer as tarifas. Contabilidade é aplicado por todas as entidades reguladas.
2. A Agência de Regulação deve separar as tarifas em 2. A Agência de Regulação pode emitir regras de
elementos fixos e variáveis. contabilidade suplementares.

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I SÉRIE — Nº 8 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 20 DE FEVEREIRO DE 2006 233
Artigo 75º Artigo 79º

Acesso Oneração da Concessão

As entidades reguladas devem conceder acesso à Agência As entidades reguladas têm que obter acordo do
de Regulação e seus representantes, em qualquer altura e Concedente, mediante consulta prévia da Agência de
sem pré-aviso, a todos os seus escritórios, instalações, Regulação, para qualquer venda ou emissão de acções e
registos, livros e arquivos. obrigações, constituição de garantias, execução de
empréstimos ou qualquer outro tipo de financiamento, com
Artigo 76°
ónus sobre a concessão ou seus bens.
Separação de Contas
Artigo 80º

1. As entidades reguladas devem manter contas Alteração da Razão Social ou Denominação


separadas e registos para cada actividade económica que
executarem. As entidades reguladas devem obter aprovação do
Concedente para alterar o objecto, forma ou denominação
2. As entidades reguladas devem manter rigorosa da empresa.
separação de contas entre os diferentes serviços regulados
de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica. Artigo 81º

Alienação de Bens
3. As receitas para outros serviços prestados pelas
actividades que as entidades reguladas executam, tais como As entidades reguladas necessitam de obter aprovação
a produção de água dessalinizada por empresas de do Concedente, com prévia consulta da Agência de
electricidade, devem ser devidamente individualizadas. Regulação, antes de alienar qualquer bem, objecto de
Artigo 77º
concessão.

Auditorias CAPÍTULO XV

A Agência de Regulação tem autoridade para executar Planeamento, expansão e emergência


auditorias financeiras e de gestão a entidades reguladas
Artigo 82º
quando achar necessário.
Planeamento e Expansão
Artigo 78º

Relatórios Anuais
A Agência de Regulação supervisiona o planeamento e
expansão do Sistema Eléctrico de acordo com o previsto no
1. As entidades reguladas devem preparar e submeter à contrato de concessão.
Agência de Regulação um relatório anual auditado,
Artigo 83º
incluindo o Balanço e Contas.
Previsão de Expansão
2. Outras informações podem ser solicitadas,
nomeadamente sobre: 1.As entidade reguladas devem submeter a Agência de
Regulação, em cada dois anos, um relatório perspectivando
a) Contratos de construção, manutenção e uso de os cinco anos seguintes, incluindo:
instalações, incluindo os respectivos
orçamentos; a) Procura prevista e respectivo nível previsional de
satisfação;
b) Contratos entre fornecedores de serviços regulados
para uso comum; b) Previsão de investimento;

c) Receitas, classificadas de acordo com o tipo de c) Previsão financeira;


serviço prestado;
d) Previsão dos preços de combustível;
d) Contratos de fornecimento de combustível e
electricidade. e) Explicação completa da metodologia utilizada nas
previsões; e
e) A eficiência da operação de entidades reguladas;
f) Oportunidades para ganhos de eficiência e de
f) Facturação de consumidores e pagamentos em qualidade de serviço, designadamente através
mora; de interligações de redes, desenvolvimento
tecnológico e outras fontes primárias
g) Acidentes; e alternativas.

h) Objectivos de desempenho e grande cumprimento 2. A Agência de Regulação avalia se as previsões e os


dos objectivos de desempenho de anos anteriores. planos são adequados.

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234 I SÉRIE — Nº 8 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 20 DE FEVEREIRO DE 2006

3. Se a Agência de Regulação entender que as previsões Artigo 88º


e os planos não são adequados, notifica as entidades
Queixas dos Consumidores
reguladas das insuficiências a suprir em relatório a
concluir em prazo por ela definido.
1. As entidades reguladas devem responder às queixas
Artigo 84º dos consumidores, nos termos da legislação nacional
relativa à protecção dos direitos do consumidor.
Responsabilidade em Situações de Crise
2. Outras disposições podem ser consideradas em código
1. Em situações de crise ou emergência que afecte a
específico a ser emitido pela Agência de Regulação.
disponibilidade de energia eléctrica ou caso a segurança
física das pessoas, instalações ou a integridade do sistema
CAPÍTULO XVIII
seja ameaçado, o Governo toma as medidas necessárias e
poderá impor limitações temporárias de consumo de
Contagem e facturação
energia eléctrica e de alteração da operação de centrais de
produção e das demais instalações relacionadas com o Artigo 89º
fornecimento de energia eléctrica.
Contadores
2. Os órgãos competentes do Governo estabelecem planos
de emergência, após consulta prévia a Agência de 1. Qualquer entidade distribuidora de energia eléctrica
Regulação, onde as prioridades de fornecimento de energia é obrigada a fornecer contadores certificados a todos os
eléctrica serão definidas. clientes que servir.
3. O plano de emergência deve incluir medidas
2. O contador de cada cliente deve ser lido pelo menos
relacionadas com a segurança das instalações de entidades
uma vez de dois em dois meses.
reguladas em caso de emergência.
Artigo 90º
CAPÍTULO XVI
Facturação
Acesso aos Serviços

Artigo 85º 1. As entidades reguladas têm a obrigação de facturar o


cliente, mensalmente, com regularidade.
Serviço Universal
2. A Agência de Regulação deve aprovar a formato de
De acordo com as tarifas e outros custos aprovados, as todas as facturas.
entidades reguladas têm de fornecer serviço de energia
eléctrica a qualquer consumidor que o requerer dentro da 3. As entidades reguladas têm que fornecer recibos de
área de concessão ou no contexto do Plano de Expansão do qualquer quantia paga pelos clientes.
Sistema Eléctrico, salvo excepções previstas na lei, no
contrato de concessão ou na licença. Artigo 91º

Artigo 86º
Suspensão de Fornecimento
Consumidores Fora das Áreas de Serviço
1. As entidades reguladas podem cortar o serviço a um
O Governo tem autoridade para emitir normas cliente por falta de pagamento de facturas com mais de
destinadas a assegurar serviços a consumidores fora das sessenta dias em atraso e desde que tenha sido comunicado,
áreas de serviço, tomando em consideração os legítimos após esse período, com quinze dias de antecedência em
objectivos do país, sem prejuízo do equilíbrio económico relação à data do corte.
dos concessionários ou detentores de licença.
2. A Agência de Regulação define as regras para o corte
CAPÍTULO XVII do serviço por falta de pagamento e o processo e custos
para nova ligação.
Relação com consumidores
Artigo 87º
3. As entidades reguladas podem igualmente cortar o
serviço por furto, fraude ou uso negligente do equipamento
Discriminação instalado, sem prejuízo do disposto no artigo 107º.

1. As entidades reguladas estão proibidas de discriminar Artigo 92º


consumidores no que diz respeito às tarifas, condições e
qualidade do serviço. Transferência e Revenda dos Serviços pelo Consumidor

2. A discriminação pode resultar da diferenciação dos 1. Os consumidores não podem transferir ou revender
termos, condições ou preço dos serviços fornecidos a um os serviços recebidos de uma entidade regulada, sem o
cliente em comparação a outro na mesma situação, sem consentimento desta, e mediante parecer favorável da
justificação na lei, nos contratos de concessão ou licença. Agência de Regulação.

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I SÉRIE — Nº 8 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 20 DE FEVEREIRO DE 2006 235

2. Os consumidores não podem utilizar, nem deixar que Artigo 96º


os equipamentos e instalações da concessionária sejam
Procedimentos de Suspensão e Interrupção
utilizados, fora das especificações técnicas e contratuais.
A Agência de Regulação pode criar procedimentos e
3. A Agência de Regulação aprova o modelo de contrato regras que regulem a interrupção ou suspensão de um
a utilizar pelo Concessionário com o Cliente. serviço por falta de pagamento ou fraude.
CAPÍTULO XIX Artigo 97º

Qualidade do Serviço Relatório de Suspensão, Interrupção e Desvio da


Qualidade do Serviço
Artigo 93º
1. A entidade regulada informa imediatamente a Agência
Critérios Mínimos de Regulação de qualquer suspensão, interrupção dos
serviços ou desvio da qualidade do serviço.
Todos os distribuidores de electricidade devem manter
a qualidade de serviço conforme definido nos regulamentos 2. A Agência de Regulação emite regras sob a forma de
e nos contratos de concessão. relatório que incluam, no mínimo, data e localização da
interrupção ou desvio, a duração da interrupção ou desvio
Artigo 94º e a causa.

Estabelecimento de Critérios Artigo 98º

Responsabilidade das Entidades Reguladas


A Agência de Regulação é obrigada a estabelecer e a
publicar os critérios mínimos para a prestação de serviços A Agência de Regulação pode emitir, no âmbito da sua
eléctricos, designadamente: jurisdição, regras e orientações que digam respeito às
responsabilidades das entidades reguladas para problemas
a) Número e duração de quebras de tensão toleradas relacionados com o serviço de energia eléctrica prestado.
sem penalização;
CAPÍTULO XX
b) Período dentro do qual o pedido de serviço é recebido
de um consumidor que se encontra dentro de Direitos e prerrogativas das Entidades Reguladas
uma área de concessão ou licença, deve ser
satisfeito; Artigo 99º

Acesso a Propriedades
c) Horário em que as queixas do consumidor podem
ser resolvidas; 1. Os consumidores devem permitir às entidades
reguladas e seus representantes autorizados acesso às suas
d) Critérios relativos ao formato das facturas e instalações para inspeccionarem e retirarem contadores e
informação nelas contida; outros equipamentos, para inspeccionarem violações ou
outras circunstâncias onde a segurança de indivíduos ou
e) Ensaio e calibragens dos contadores; propriedade esteja envolvida.
f) Direitos e obrigações dos clientes; 2. Salvo situações de emergência, as inspecções previstas
nos termos do número anterior carecem de aviso prévio ao
g) Promoção do uso eficiente de energia; consumidor.

h) Disponibilidade de serviço; Artigo 100º

Expropriações e Servidões
i) Pagamentos especiais para clientes com
necessidades especiais; e
1. No estabelecimento das suas instalações, as entidades
reguladas têm direito a utilizar os bens do Estado e das
j) Segurança e fiabilidade do serviço.
autarquias locais, incluindo os do domínio público, nos
Artigo 95º
termos da lei, em consequência da aprovação dos projectos
ou atribuição das concessões ou licenças, sem prejuízo da
Controlo formalização da respectiva cedência nos termos da lei.

1. A Agência de Regulação tem a responsabilidade de 2. Após a obtenção da concessão ou licença e aprovação


supervisionar a qualidade do serviço de fornecimento de dos sítios para novas instalações necessárias ao
energia eléctrica. fornecimento do serviço de energia eléctrica, o
concessionário ou licenciado pode solicitar a expropriação
2. A Agência de Regulação estabelece e publica regras e ou servidão de modo a obter acesso e uso da propriedade
procedimentos para o controlo da qualidade do serviço de privada com o objectivo de poder fornecer o serviço público
energia eléctrica. para o qual tem concessão ou licença.

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236 I SÉRIE — Nº 8 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 20 DE FEVEREIRO DE 2006

3. No caso referido no número anterior, o concessionário c) Impedir ou dificultar o acesso das entidades de
é obrigado a pagar como indemnização o valor apropriado fiscalização previstas neste diploma às
de mercado. instalações, auditorias, arquivos, registos, livros
ou documentos;
4. Se a expropriação ou servidão for contestada, a
entidade regulada deve fundamentar a indispensabilidade d) A inobservância das regras na relação com os
do uso coerente com a concessão ou licença. consumidores;
CAPÍTULO XXI e) O não envio à entidade reguladora, no prazo legal,
Violações e Penalidades dos Planos de Expansão do Sistema Eléctrico; e

Artigo 101º f) A não observância das regras de compra pelos


concessionários das redes de transporte ou
Violação dos Termos de Concessão ou Licença
distribuição da produção excedentária dos auto-
Após a violação dos termos e condições de concessão ou produtores ou de produtores independentes.
licença, o Concedente, com consulta prévia à Agência de
Regulação, tem autoridade para suspender ou revogar a 2. As contra-ordenações previstas no número anterior
concessão ou licença, solicitar o pagamento de são punidas com as seguintes coimas:
indemnizações, requerer o reembolso a consumidores
a) De 5.000.000$00 (cinco milhões de escudos) a
desfavoravelmente afectados, reduzir tarifas para reflectir
8.000.000$00 (oito milhões de escudos) no caso
o valor minorado dos serviços ou tomar outras medidas
da alínea a);
apropriadas às circunstâncias.
Artigo 102º b) De 1.000.000$00 (um milhão de escudos) a
4.000.000$00 (quatro milhões de escudos) nos
Suspensão e Revogação por Violações de Leis casos das alíneas b) e f);
A concessão ou licença pode ser suspensa ou revogada,
c) De 500.000$00 (quinhentos mil escudos) a
entre outras circunstâncias:
3.000.000$00 (três milhões de escudos) nos casos
a) Se a concessão ou licença for obtida através de das alíneas c), d) e e), podendo ser alteradas por
fraude ou apresentação de informação falsa ou Portaria Conjunta dos responsáveis do sector e
incompleta; das finanças.

b) Se a concessão ou licença for transferida ou sub- 3. A tentativa e a negligência são puníveis.


estabelecida sem autorização prévia do
Concedente; 4. Em caso de tentativa e negligência as medidas das
coimas previstas no número anterior são reduzidas para
c) Se o concessionário ou licenciado violarem a lei; metade.
d) Se o concessionário ou licenciado praticarem actos Artigo 104º
cujos resultados possam prejudicar ou ameaçar
a saúde ou segurança, públicas; Processamento das contra-ordenações e cobrança de
coimas
e) Se o concessionário ou licenciado não cumprir as
ordens ou instruções da Agência de Regulação; e 1. O processamento das contra-ordenações previstas
neste diploma é da competência do órgão competente do
f) Se o concessionário ou licenciado não prestar os Governo ou da Agência de Regulação, em função das
serviços pelo qual a concessão ou licença foram respectivas atribuições, os quais devem observar o regime
obtidos, sem razão justificável, por mais de doze jurídico das contra-ordenações.
meses ou outro período definido pela Agência de
Regulação. 2. As entidades referidas no número anterior têm
autoridade para cobrar coimas pelas violações do disposto
Artigo 103º
neste diploma, que podem atingir 8.000.000$00 (oito
Contra-Ordenações milhões de escudos) e impor reembolsos aos consumidores
por cobrança indevida.
1. Constitui contra-ordenação a prática dos seguintes
actos ilícitos pelas entidades reguladas: Artigo 105º

a) O exercício de actividades de produçäo, transporte, Penalidades Acessórias


distribuiçäo ou venda de energia eléctrica sem
licença ou concessão; Havendo reincidência na prática das contra-ordenações
pelas entidades reguladas, a Agência de Regulação pode,
b) A aplicação a clientes de tarifas ou de preços que ou como medida de precaução ou como penalidade
não tenham sido aprovados pelas entidades acessória, propor ao concedente a suspensão da actividade
competentes; do concessionário ou do licenciado.

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I SÉRIE — Nº 8 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 20 DE FEVEREIRO DE 2006 237
Artigo 106º Artigo 112º

Recurso Outros Fornecedores de Serviços

1. As decisões que aplicam multas ou penalidades 1. Todos os indivíduos ou entidades que actualmente
acessórias podem ser objecto de recurso a um tribunal em fornecem serviços regulados neste diploma, incluindo redes
cuja jurisdição a contra-ordenação foi cometida. autónomas têm que requerer uma licença ou concessão
até 120 (cento e vinte) dias após a sua entrada em vigor,
2. Todas as penalidades devem ser avaliadas na proporção de modo a poderem continuar a prestar serviços.
razoável das faltas ou irregularidades cometidas pelo
concessionário ou licenciado. 2. As entidades que sejam, à data de publicação deste
diploma, detentoras de licença para o exercício de
Artigo 107º actividades enquadráveis no regime de Produção
Independente ou de Auto-Produção deverão requerer o seu
Furto de Electricidade e Outras Violações enquadramento no prazo de 90 (noventa) dias contados
desde essa data, no novo regime aplicável a essas mesmas
O furto de electricidade, vandalismo em instalações de
entidades, sem prejuízo dos termos das licenças de que
energia eléctrica assim como a violação de equipamento
sejam já detentoras.
de contadores é punível segundo o código civil e criminal
em vigor no País e de acordo com qualquer outra Artigo 113º
regulamentação de execução deste diploma.
Entrada em Vigor
Artigo 108°
Este diploma entra em vigor após 5 dias da sua
Indemnizações publicação.

A aplicação de coimas e penalidades através de medidas, Artigo 114º


administrativas ou criminais não prejudica a Revogação
indemnização que os lesados tenham direito pelos danos
que lhes forem causados. Ficam revogadas todas as legislações que contrariem o
disposto neste diploma.
CAPÍTULO XXII
Visto e aprovado em Conselho de Ministros
Condições finais e interinas
Carlos Veiga - António Gualberto do Rosário -
Artigo 109º Alexandre Monteiro.

Autoridade de Inspecção Promulgado em 19 de Agosto de 1999

O órgão competente do Governo e a Agência de Regulação O Presidente da República, ANTÓNIO MANUEL


têm a autoridade para inspeccionar instalações e MASCARENHAS GOMES MONTEIRO
equipamentos de entidades reguladas e suas operações.
Referendado em 20 de Agosto de 1999
Artigo 110º
O Primeiro-Ministro, Carlos Veiga.
Licença específica
–––––––
Todos os operadores que forneçam serviços, agora
regulados, anteriormente a publicação deste diploma, são Decreto-Lei nº 15/2006
obrigados a requerer até cento e vinte dias após a entrada
de 20 de Fevereiro
em vigor desta lei, uma licença específica relativa à
modalidade e locais onde os referidos serviços são As competências de fiscalização da actividade das
prestados, mediante pedido expresso dirigido a Agência de agências de viagens e turismo, atribuídas à Direcção Geral
Regulação. do Desenvolvimento Turístico devem ser exercidas com
inteira salvaguarda dos direitos e garantias dos cidadãos,
Artigo 111º
sem prejuízo da eficácia das acções a realizar pelo pessoal,
Serviços da Electra SARL quando em exercício de funções de fiscalização.

1. A Electra SARL continua a prestar, até à sua Com vista a obviar a acção de fiscalização da Direcção
privatização, serviços regulados neste diploma sob forma da Fiscalização Turística da Direcção Geral do
e nos locais onde os serviços são prestados à data da Desenvolvimento Turístico concede-se, pelo presente
promulgação deste diploma. diploma, ao seu pessoal que desempenhe funções de
fiscalização, e quando se encontrem no exercício efectivo
2. Com a privatização, a Electra SARL obtém das suas funções, algumas prerrogativas e atribui-se ao
automaticamente concessão e licenças para continuar a mesmo um cartão de identificação, cujo modelo e condições
prestar os serviços regulados referidos no número anterior, de emissão serão objecto de portaria do membro do Governo
nas condições actuais. responsável pela área da economia.

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