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A respiração: sua importância

Todas as pessoas têm bem presente na sua mente a importância que


reside no acto vital da respiração. Já o mesmo não se pode dizer no
respeitante às peculiaridades fisiológicas do acto, assim como às suas
particulares vicissitudes.
Não importa, pois claro, gastar muitas letras a explicar o acto da
respiração enquanto processo fisiológico. Chegará, talvez, dizer que o
processo respiratório se faz de dois tempos: (a) a inspiração, que
corresponde à entrada do ar e subsequente expansão pulmonar, a qual
resulta da contracção do diafragma e descida da sua parte central ou
tendinosa (o centro frénico), e (b) a expiração, que corresponde à saída
do ar, normalmente um processo passivo que resulta do relaxamento dos
músculos inspiratórios e à recuperação da amplitude elástica dos
pulmões.
Também não será muito importante falar da complexidade anatómica do
aparelho respiratório, mas talvez seja relevante referir que, em termos
físicos, desportivos e terapêuticos, ou melhor dizendo em termos
mecânicos, nos podemos referir a três tipos de respiração: a respiração
costal superior (que se faz sobretudo ao nível do tórax superior), a
respiração costal inferior (que muitos referem como respiração torácica,
por se efectuar numa zona relativamente ampla do tórax) e a respiração
diafragmática (a qual se faz sobretudo nas zonas abdómino-
diafragmáticas).
Em termos históricos, os dissemelhantes tempos respiratórios, assim
como os distintos tipos mecânicos de respiração, têm sido diferentemente
valorizados, tanto por diferentes culturas como em tempos determinados.
É tão grande a quantidade de funções que dependem directa ou
indirectamente de uma boa ventilação que desde sempre, a respiração,
símbolo da vida e da saúde, esteve no centro das preocupações do
Homem. A cada época a medicina preocupou-se com isto desde a mais
longínqua antiguidade. Chineses e hindus começaram por privilegiar o
desenvolvimento da expiração. Depois, no Ocidente e durante o século
XX, foi a vez da inspiração; aliás, a ginástica clássica moderna obstinou-
se a reforçar o volume torácico e a força dos músculos inspiratórios...
negligenciando completamente o facto de que para encher os pulmões é
necessário antes esvaziá-los do seu ar viciado (Souchard).
De facto, quase todos os desportos contemporâneos se centram no
desenvolvimento da capacidade inspiratória. Mesmo na Fisioterapia
respiratória, é comum utilizarem-se diversas modalidades e/ou técnicas de
inspiração forçada ou profunda, sendo que só ultimamente se tem dado
alguma atenção ao tempo expiratório.
Podemos ver, por exemplo, pelo Yoga, a importância que certas
medicinas menos convencionais dão ao acto respiratório amplo, inclusivo
de uma inspiração profunda, feita do abdómen para o tórax
(contemplativa, portanto, de diversos tipos respiratórios mecânicos) e de
uma expiração igualmente profunda, feita em sentido inverso.
Na realidade, os métodos de reeducação postural, como o método
Mézières e os de Souchard, centram-se num tipo de respiração
completamente diferente desta última. Estes métodos dão primazia à
expiração, sendo que tentam inibir o processo inspiratório activo. Ou seja,
podemos dizer que a última grande atitude científica e reeducativa
relativamente ao tipo de respiração praticada se centra, efectivamente, na
efectuação de uma respiração torácica superior, com um tempo
expiratório máximo e activo (dependente da contracção abdominal), o qual
pode ser realizado estufando a barriga (permitindo ao máximo o
prolongamento da expiração), contraindo os músculos abdominais
essencialmente dinâmicos (rectos e oblíquos do abdómen) ou recolhendo
o ventre (permitindo a contracção do músculo transverso abdominal e
soalho pélvico), seguido de uma inspiração passiva. Ou seja, a
reeducação postural centra o processo respiratório a um nível costal (à
semelhança do Pilates), mas a um nível muito profundo no respeitante ao
tempo expiratório; como o tempo expiratório é máximo, a inspiração
subsequente é fundamentalmente passiva e não activa. Portanto, o que
estou a dizer é que a respiração apropriada, ou seja, aquela que podemos
considerar como de carácter reeducativo (no sentido postural do termo),
corresponde à respiração inversa àquela que temos tendência a realizar
no nosso dia a dia.
A respiração do dia a dia é essencialmente corrente, mas com tendência
para inspirações mais prolongadas, principalmente quando são realizados
esforços. Acontece que essa é uma função normal e hegemónica, a qual,
num tempo reeducativo, tem de ser distorcida ou desembaraçada. Isto
significa que, durante o processo de intervenção reeducativa, a respiração
que se realiza durante horas e horas a fio tem de ser tornada paradoxal,
com ênfase na expiração. E isto porquê? Porque a respiração com ênfase
na inspiração, a qual mantemos em grande parte do tempo da nossa vida,
tende a fixar o diafragma numa posição de bloqueio inspiratório. E este
mesmo bloqueio está na origem das mais diversas deformidades
posturais. Não devemos esquecer que a cadeia respiratória é central a
todas as outras cadeias musculares. O alongamento global das cadeias
só poderá ser realizado durante a expiração, quando o diafragma está a
ser adequadamente distendido.
Assim sendo, também é fundamental sublinhar que todos os grandes
esforços deverão ser realizados em expiração. Só assim se evita o
bloqueio diafragmático e, simultaneamente, se facilita a contracção
abdominal indutora de estabilidade vertebral. E aqui estamos todos no
mesmo barco, pois é certo que os exercícios de musculação ou as
diferentes actividades de fitness tendem a valorizar a expiração nas fases
de maior esforço muscular.
Muitas pessoas não imaginam qual a importância do diafragma na
construção de deformidades posturais e/ou patologias respiratórias.
Pela sua relação privilegiada com a coluna lombar e dorsal inferior, e uma
relação indirecta com a cervical (feita através do sinergismo com os
músculos inspiratórios da escápula e da nuca), o diafragma é um músculo
lordosante. E obviamente que a necessária deslordose só se consegue
pela expiração (e isto deve contemplar todas as irredutíveis
compensações imanescentes). Pela sua relação íntima com as diversas
cadeias musculares, o diafragma serve de transporte a compensações
musculares deformadoras, entre a cadeia posterior e as cadeias
anteriores. Por exemplo, a cifose torácica pode ter origem na retracção
dessas cadeias anteriores, mas essas mesmas retracções tiveram
necessária origem a nível posterior. Eventualmente, a directa retracção do
diafragma ou dos músculos inspiratórios acessórios levam a que as
aumentadas lordoses cervical e lombar se pareçam com uma (falsa)
cifose torácica.
A lordose aumentada, derivada da contracção diafragmática na
inspiração, é também o resultado da relação de sinergia entre o músculo
inspiratório e o conjunto dos músculos paravertebrais (mas também esta
relação pode ser perspectivada como um exemplo das já aludidas
ligações entre o diafragma e as diversas cadeias musculares).
A respiração correcta é também apanágio do bom funcionamento do
aparelho respiratório. No mundo da fisioterapia é comum dizer-se que
patologias restritivas (como a atelectasia ou certos quadros infecciosos)
se devem tratar com recurso à inspiração forçada e que as patologias
obstrutivas (como a asma ou a doença pulmonar obstrutiva crónica) se
devem tratar por meio da expiração forçada.

Mas eu diria que ambos os tipos de patologia ganham se forem tratadas


com recurso a uma expiração prolongada. Esta permitirá o correcto
alongamento da musculatura inspiratória, facilitando o seu trabalho e
evitando a retracção indutora de insuficiência respiratória e consequente
hiperventilação.
Ficam, então, presentes as vantagens de se realizar uma boa respiração,
que tende cada vez mais a ser feita em torno de um percurso expiratório
máximo.
Extraído do site:
http://reeducacaopostural.blogspot.com/2007/09/respirao-sua-importncia.html

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