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Um lixão pode ser eliminado ou pela sua transformação em aterro sanitário ou pelo seu
encerramento, de forma ambientalmente adequada, devendo-se, neste caso, implantar-se
um novo aterro para a cidade. Estas iniciativas esbarram, porém, nos custos de
investimento e de operação, em geral, superiores à capacidade financeira das prefeituras.
Esta situação faz com que o problema da destinação dos resíduos sólidos urbanos no
Brasil seja um problema ainda longe de ser resolvido, como mostra a recente pesquisa
sobre saneamento básico do IBGE onde o percentual de cidades com lixões é superior a
70%.
Um incentivo econômico que vem sendo cada vez mais estudado para a solução deste
problema é a exploração e utilização do biogás formado naturalmente no processo da
decomposição anaeróbia do lixo, biogás esse composto por cerca de 50% de gás
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metano.
Este gás combustível pode ser usado em caldeiras, fornos, motores à explosão para
veículos ou para geração de energia elétrica, com a vantagem adicional de gerar os
chamados CER – Certificados de Emissões Reduzidas, conforme estabelecido pelo
“Protocolo de Quioto”, que tem como objetivo reduzir a presença de gases formadores
do efeito estufa na atmosfera terrestre.
Esta nova oportunidade começa a ser apoiada pelo Banco Mundial e por outras agências
de fomento e desenvolvimento internacionais, que vem disponibilizando recursos e
informações para a implantação de aterros sanitários com sistemas de recuperação e
exploração de “Biogás do lixo” .
Neste artigo vamos tentar esclarecer a questão dos créditos de carbono, uma vez que a
recuperação e o aproveitamento do biogás como combustível já tem sido objeto de muitas
publicações técnicas, algumas disponíveis no site Resíduos Sólidos (www.web-resol.org).
Este fenômeno tem um efeito parecido ao dos painéis de vidro em uma estufa de plantas,
que retém o calor que tem origem no sol. Da mesma forma que os
painéis de vidro, a presença de alguns gases na atmosfera,
principalmente o vapor de água, o gás carbônico e o metano, Q uic k Tim e™ and a
TIF F ( L Z W ) dec om pr es s or
impedem que o calor gerado pela incidência dos raios de sol na ar e needed t o s ee t his pic t ur e.
superfície da terra, e que é refletido, seja liberado de volta ao espaço,
como mostra a figura ao lado.
Ocorre entretanto que, nos últimos anos, a concentração desses gases na atmosfera vem
aumentando, em virtude principalmente do maior uso de combustíveis fósseis, como
carvão e petróleo, nas atividades domésticas, industriais e de transporte. Como
conseqüência, está ocorrendo um processo de aumento da temperatura média da Terra,
colocando em perigo o delicado balanço de temperatura que torna o nosso meio
ambiente habitável.
Como exemplo dramático do que pode significar a mudança de clima na Terra, usa-se
como referência o fenômeno da extinção dos dinossauros, que existiam em toda terrão
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planeta e que, segundo a teoria mais aceita, desapareceram em virtude da nuvem de
poeira criada pelo choque de um meteorito na superfície de nosso planeta, que provocou
uma redução drástica da temperatura global.
A ONU, preocupada em estancar, ou, pelo menos, reduzir a velocidade deste processo,
convocou uma reunião durante a Rio 92, que estabeleceu a “Convenção Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança de Clima”, que resultou afinal no Protocolo de Quioto,
assinado na cidade de mesmo nome, no Japão, em 1997.
No geral, o Protocolo de Quioto estabelece que as emissões de gases efeito estufa (GEE)
oriundos dos países relacionados em seu Anexo 1 devem estar, entre 2008 e 2012, cerca
de 7 por cento abaixo dos níveis encontrados em 1995.
Estes compromissos constam de metas para a redução das emissões dos gases do efeito
estufa para os paises desenvolvidos, relacionados no Anexo 1 do Protocolo, e um
programa de comercialização das “reduções de emissões” desses gases. Os países não
listados no Anexo 1, como é o caso do Brasil, não têm obrigação de redução de emissões,
de acordo com o Protocolo, mas ao contrário, poderão transferir aos paises do Anexo 1,
os créditos correspondentes à redução de emissões decorrentes de projetos empreendidos
para este fim, estabelecidos de acordo com o que se chamou de Projetos de MDL-
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
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É importante lembrar que cada tonelada de metano equivale a 21 toneladas de CO2, em
termos de efeito estufa. Assim, os CER’s passam a existir na medida em que ocorre a
simples combustão do metano, e assim as emissões equivalentes em CO2 são diminuídas.
(c) Reduções de emissões que sejam adicionais as que ocorreriam na ausência do projeto
(linha de base).
Na Argentina foi recentemente aberta licitação para uma concessão que envolve a coleta
e tratamento do metano no grande aterro sanitário de Villa Domínico, em Buenos Aires,
com apoio e assistência do Banco Mundial. Este projeto é o primeiro, da Argentina, que
será apresentado ao Conselho Executivo do Protocolo de Quioto como MDL.
O projeto pioneiro no contexto do MDL, aprovado pelo seu Conselho Executivo, ocorreu
no Brasil: a unidade de geração de eletricidade utilizando o metano do biogás de lixo
como combustível, implantada pela empresa Nova Gerar, em Nova Iguaçu (RJ). O
projeto vai capturar o equivalente a 2,5 milhões de toneladas de gás carbônico (US$ 4,5 a
tonelada) e tem, no Governo da Holanda, seu primeiro cliente.
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Província de Maldonado, e tem o objetivo de capturar 18.962 toneladas de metano, num
período de 15 anos.
a. Institucionais
Deve haver uma clara e inequívoca demonstração, por parte do Prefeito e de sua equipe
de secretários, da intenção de implementar um programa permanente de coleta e
destinação final dos resíduos domiciliares com qualidade tal que alcance toda a
população urbana (universalização dos serviços), garantindo assim sua saúde e a
qualidade do meio ambiente local.
Para que se consiga este feito, é necessária a existência de uma unidade gerencial mínima
na administração municipal, com suficiente capacitação para o desempenho destas
atribuições, além de uma dotação orçamentária anual, específica para limpeza urbana, em
valor adequado às necessidades de investimento e custeio das operações do sistema.
b. Físicas e operacionais
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pelo menos 20 t/dia.
Na hipótese do aterro não ser operado de forma sanitária, sem cobertura do lixo com
argila nem coleta e tratamento de chorume e biogás, deve-se estudar a possibilidade de
sua recuperação ao mesmo tempo em que se reinicia a operação em moldes sanitários ou
controlados. Deve-se dar preferência à continuidade da operação na mesma área onde o
antigo vazadouro vem operando, se esta atender às condições fundiária, de zoneamento
urbano e ambientais mínimas, de modo a se evitar as dificuldades naturais de implantação
de um novo aterro em área urbana.
c. Sociais
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Critério de Elegibilidade para obter Créditos de Carbono em Aterros Sanitários
Características Sim Não
A população urbana é maior que 30.000 habitantes ?
Existe um órgão responsável pela limpeza urbana no município ?
Há capacitação técnica no órgão responsável ?
O sistema de coleta de lixo atende, no mínimo, a 80% da população ?
A acumulação do lixo coletado, em um único lugar, é de, pelo menos, 15 t/dia ?
O aterro está operando regularmente em moldes controlados: há disponibilidade de
equipamentos, segue um plano de avanço, os resíduos são compactados, é feita a
cobertura regular com capa de argila, a camada de resíduos tem mais que 5 metros de
espessura,há captação e tratamento ou recirculação de chorume ?
O aterro está sendo operado de forma terceirizada ?
Existe rubrica orçamentária municipal específica para a limpeza urbana com valores
suficientes para a manutenção dos serviços com qualidade adequada ?
Existe taxa de limpeza urbana ou de coleta de lixo, com arrecadação superior a 40 %
do custo dos serviços
Existe, no município, um Regulamento de Limpeza Urbana, que pode ser parte do
Código de Posturas, mas que tenha eficácia
Há a determinação política do Prefeito em recuperar o vazadouro existente, se for o
caso, e implantar novo aterro em moldes sanitários
Existe área, de propriedade da Prefeitura, com condições ambientais adequadas para
receber um aterro sanitário
Existe, ou pretende-se implantar, um programa de sensibilização da população para as
questões ambientais, de modo geral, ou de limpeza urbana, em particular
Não ocorre vazamento de resíduos industriais no aterro
6- Conclusões
A receita oriunda dos CER’s, ainda que não ocorra imediatamente após a transformação
de um lixão num aterro sanitário, poderá servir, a médio prazo, de real ajuda financeira às
Prefeituras, para garantir a correta operação de instalações para destinação final do lixo
urbano, resolvendo, definitivamente e a baixo custo, esta obrigação constitucional e
moral das prefeituras, que é dar uma destinação correta aos resíduos produzidos nas suas
aglomerações urbanas e oferecer adequadas condições de saneamento básico aos
moradores das cidades que administram.
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