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Cleci Dezordi
Wenceslau Geraldes Teixeira
Editores-Técnicos
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Amazônia Ocidental
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Seminário de Pós-Graduação na
Embrapa Amazônia Ocidental:
Integrando Esforços para o
Desenvolvimento da Amazônia
Cleci Dezordi
Wenceslau Geraldes Teixeira
Editores-Técnicos
CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação.
Embrapa Amazônia Ocidental.
ISBN 978-85-89111-05-8
CDD 630.72
© Embrapa 2008
Editores
Cleci Dezordi
Bolsista CNPq, Embrapa Amazônia Ocidental,
Manaus, AM, cleci.dezordi@cpaa.embrapa.br
Resumo
Na Amazônia, existem áreas de solo que apresentam coloração escura, pH elevado, teores
elevados de cálcio, magnésio e fósforo e a presença de artefatos cerâmicos, localmente
chamados de Terra Preta de Índio (TPI). Essas áreas são classificadas apenas como horizonte
superficial A, com características antrópicas, no quarto nível categórico pelo Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Com o intuito de proporcionar maior abrangência
e detalhar as especificidades dessas áreas, foi proposta a Legenda de Classificação de Arqueo-
antropossolos (LCA). Dessa forma, o objetivo deste trabalho é classificar e caracterizar a
morfologia e as propriedades físicas e químicas de três perfis com horizonte antrópico, por
meio do SiBCS e da LCA, em área de várzea do Rio Solimões, Amazônia Central. Foram
descritos e amostrados três perfis localizados na margem do rio (barranco), sendo o P01
localizado no Município de Coari e os demais localizados próximos à cidade de Manacapuru. Os
perfis foram classificados como Neossolo Flúvico Ta eutrófico antrópico (SiBCS) e, segundo a
LCA, como Arqueo-antrossolo Tapto-hórtico cinzento, textura média, êutrico, cumúlico,
flúvico (P01 e P03) e como Arqueo-antrossolo Tapto-hórtico cinzento, textura média, êutrico,
cumúlico, flúvico (P02). Os elevados teores de P e C orgânico e a presença de material
arqueológico presente no horizonte antrópico evidenciam fator humano na acumulação de
resíduos, devido ao fato de essa camada, no passado, ter sido a superfície do solo. Os estudos
pedológicos em TPI podem contribuir para o entendimento da capacidade de suporte do meio
pelos povos pré-colombianos que deixaram seus vestígios na forma de modificações nos solos.
Introdução
Na Amazônia, existem áreas de solo alteradas consideravelmente pelas populações indígenas
pré-colombianas. Esses solos, conhecidos como Terra Preta de Índio (TPI), são caracterizados
por apresentarem coloração escura, elevados estoques de carbono, pH elevado, teores
elevados de cálcio, magnésio e fósforo, sendo comum a presença de artefatos cerâmicos e
líticos (KAMPF e KERN, 2005).
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Tabela 1. Cor e composição granulométrica de três perfis com horizonte antrópico (Terra Preta de Índio) em área de
várzea do Rio Solimões, no trecho entre Coari-Manaus, AM.
Hor. Prof. Cor Composição granulométrica (%) Classe
(cm) Cor Mosqueado Areia grossa Silte Argila Areia fina textural
Todos os perfis têm textura média, sendo incapacidade dos cursos d'água em
que o horizonte enterrado dos perfis P01 e transportar sedimentos mais grosseiros até a
P03 apresentaram textura franca e o P02 planície de sedimentação.
textura franco-siltosa. Observou-se o
predomínio da fração silte, com valores em Os perfis apresentam horizonte antrópico
média superiores a 45% e baixo conteúdo de enterrado Au com presença de material
areia grossa (Tabela 1), pelo fato de serem, arqueológico (cerâmicas), sendo
segundo Lima et al. (2007), solos novos caracterizados como Táptico, pela LAC, e
formados a partir de sedimentos antrópicos, pelo SiBCS, pelo fato de serem
recentemente depositados e pela formados ou modificados pelo uso contínuo
102 R. S. Macedo et al.
A 6,28 5,38 81 0,21 0,04 8,34 4,00 0,00 1,63 12,59 14,22 88 0 9,86
C 6,35 4,62 83 0,17 0,07 6,56 2,30 0,04 0,86 9,10 9,96 91 0 1,96
2C2 6,11 4,51 90 0,22 0,11 11,22 4,43 0,04 1,60 15,98 17,58 91 0 4,71
Au 6,26 4,84 379 0,20 0,10 8,98 2,83 0,00 1,67 12,11 13,78 88 0 3,94
3C3 6,52 4,84 214 0,18 0,09 8,04 2,47 0,02 0,25 10,78 11,03 98 0 0,88
A - - - - - - - - - - - - - -
C 6,15 4,36 77 0,11 0,11 7,68 2,36 0,00 1,42 10,26 9,77 85 0 8,35
2C2 6,31 4,27 14 0,13 0,17 10,12 2,52 0,06 1,21 12,93 14,56 92 0 3,27
Au 6,18 4,74 1.027 0,15 0,23 11,73 3,56 0,01 4,11 15,67 22,01 81 0 13,40
3C3 6,28 4,78 461 0,14 0,16 8,82 2,85 0,00 1,52 11,97 18,58 92 0 1,56
R. S. Macedo et al.
A 5,78 5,03 125 0,15 0,05 6,22 1,91 0,00 1,42 8,32 9,77 85 0 8,35
C 5,79 4,46 29 0,15 0,07 9,93 3,15 0,06 1,21 13,30 14,58 92 0 3,27
Au 5,95 4,90 884 0,19 0,18 14,55 2,86 0,01 4,11 17,78 22,01 81 0 13,40
2C2 6,27 4,65 246 0,17 0,14 13,53 3,12 0,00 1,52 16,96 18,58 92 0 1,56
3C3 6,41 4,68 191 0,25 0,15 12,87 3,49 0,00 1,13 16,76 17,88 94 0 1,27
(1)
SB = soma de bases trocáveis; (2)T = CTC a pH 7,0; (3)V = saturação por bases; (4)m = saturação por alumínio.
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104 R. S. Macedo et al.