Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
de Natureza Mecânica
André Shataloff
Bruna Karine dos Santos
Marcelo Quadros
Roberta Fátima Neumeister
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
André Shataloff
Bruna Karine dos Santos
Marcelo Quadros
Roberta Fátima Neumeister
Conteúdo produzido
Copyright © Sagah Educação S.A.
A372p
Shataloff; André
CDD 005.1
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático Práticas de
Processos de Natureza Mecânica! Nas próximas páginas, abordaremos os
processos de natureza mecânica, ou seja, os vários processos de produção
utilizados na indústria.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA......................1
TÓPICO 2 - FUNDIÇÃO.........................................................................................................................23
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................23
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS.......................................................................................................23
3 PROCESSOS DE FUNDIÇÃO............................................................................................................26
4 PROCESSO DE FUNDIÇÃO...............................................................................................................32
5 CONFECÇÃO DO MODELO..............................................................................................................32
6 CONFECÇÃO DO MOLDE.................................................................................................................32
7 CONFECÇÃO DOS MACHOS...........................................................................................................33
8 FUSÃO.....................................................................................................................................................34
VII
9 TRANSFERÊNCIA................................................................................................................................34
10 VAZAMENTO......................................................................................................................................34
11 DESMOLDAGEM...............................................................................................................................35
12 REBARBAÇÃO.....................................................................................................................................36
13 LIMPEZA...............................................................................................................................................36
14 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO FERRO FUNDIDO NA FUNDIÇÃO..........................37
15 SOLIDIFICAÇÃO................................................................................................................................38
16 MATERIAIS APLICADOS NA FUNDIÇÃO.................................................................................41
17 FUNDIÇÃO EM INDÚSTRIAS DE TRANSFORMAÇÃO PESADA.......................................43
17.1 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS......43
18 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA MÓBIL.........................................................................................44
18.1 INDÚSTRIA NAVAL......................................................................................................................44
18.1 INDÚSTRIA DE ENERGIA...........................................................................................................45
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................46
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................47
TÓPICO 3 - SINTERIZAÇÃO................................................................................................................49
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................49
2 METALURGIA DO PÓ.........................................................................................................................49
3 CARACTERÍSTICAS DA METALURGIA DO PÓ.........................................................................52
4 MATERIAIS CERÂMICOS..................................................................................................................55
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................59
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................60
TÓPICO 4 - UNIÕES................................................................................................................................61
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................61
2 CLASSIFICAÇÃO DAS UNIÕES......................................................................................................61
3 PRINCIPAIS TIPOS DE UNIÕES DE ELEMENTOS DE MÁQUINAS.....................................63
3.1 TIPOS DE ELEMENTOS DE FIXAÇÃO MÓVEL........................................................................64
3.1.1 Parafusos...................................................................................................................................64
3.1.2 Porcas.........................................................................................................................................64
3.1.3 Arruelas.....................................................................................................................................65
3.1.4 Anel elástico..............................................................................................................................66
3.1.5 Pinos e cavilhas........................................................................................................................66
3.1.6 Contrapino ou cupilha............................................................................................................67
3.1.7 Chaveta......................................................................................................................................67
3.2 TIPOS DE ELEMENTOS DE FIXAÇÃO PERMANENTE..........................................................68
3.2.1 Fixação por soldagem.............................................................................................................68
3.2.2 Soldagem por eletrodo revestido..........................................................................................68
3.2.3 Soldagem por oxigás...............................................................................................................69
3.2.4 Soldagem tungsten inert gas (TIG).......................................................................................69
3.2.5 Soldagem em arco submerso.................................................................................................71
3.2.6 Soldagem por resistência elétrica..........................................................................................71
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................73
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................74
VIII
4 CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO..............................................82
4.1 LAMINAÇÃO...................................................................................................................................82
5 EFEITOS DA TEMPERATURA NA RECRISTALIZAÇÃO EFETIVA........................................83
5.1 EFEITO DA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA A FRIO NO AUMENTO DA RESISTÊNCIA
MECÂNICA DOS METAIS.............................................................................................................83
5.2 RECRISTALIZAÇÃO.......................................................................................................................84
6 GERAÇÃO DE CALOR NOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO..........................................86
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................88
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................89
TÓPICO 2 - LAMINAÇÃO.....................................................................................................................91
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................91
2 CONCEITOS GERAIS..........................................................................................................................91
3 LAMINAÇÃO.........................................................................................................................................92
4 MECÂNICA DO PROCESSO DE LAMINAÇÃO...........................................................................94
5 LAMINAÇÃO A QUENTE..................................................................................................................95
6 LAMINAÇÃO A FRIO..........................................................................................................................96
7 EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS DE LAMINAÇÃO...................................................................97
7.1 LAMINAÇÃO A QUENTE.............................................................................................................99
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................101
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................102
TÓPICO 4 - FORJAMENTO.................................................................................................................117
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................117
2 FORJAMENTO.....................................................................................................................................117
2.1 PROCESSO DE FORJAMENTO...................................................................................................119
2.2 QUANTO À TEMPERATURA DA PEÇA DE TRABALHO....................................................119
2.3 FORJADO A QUENTE...................................................................................................................119
2.4 FORJADO A FRIO..........................................................................................................................120
2.5 QUANTO AO TIPO DE MATRIZ DE FORJAMENTO.............................................................121
2.6 MATRIZ ABERTA...........................................................................................................................121
2.7 MATRIZ FECHADA.......................................................................................................................122
2.8 QUANTO AOS EQUIPAMENTOS DE FORJAMENTO...........................................................123
IX
2.9 MARTELAMENTO........................................................................................................................124
2.10 PRENSAGEM................................................................................................................................124
3 VARIÁVEIS DO PROCESSO............................................................................................................126
3.1 MATERIAL A SER FORJADO......................................................................................................126
3.2 RESISTÊNCIA MECÂNICA DO MATERIAL............................................................................127
3.3 QUANTIDADE DE PEÇAS A SEREM FORJADAS...................................................................127
3.4 PRECISÃO DO DIMENSIONAMENTO E ACABAMENTO SUPERFICIAL........................128
3.5 MÁQUINAS E MATRIZES UTILIZADAS NO PROCESSO DE FORJAMENTO.................129
4 APLICAÇÕES DO FORJAMENTO..................................................................................................130
4.1 FORJAMENTO OU FUNDIÇÃO?................................................................................................130
4.2 FORJAMENTO OU USINAGEM?...............................................................................................131
4.3 FORJAMENTO OU METALURGIA DO PÓ?.............................................................................132
4.4 FORJAMENTO OU SOLDAGEM?...............................................................................................132
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................134
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................135
TÓPICO 5 - ESTAMPAGEM.................................................................................................................137
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................137
2 ESTAMPAGEM....................................................................................................................................137
2.1 MECANISMOS DA ESTAMPAGEM...........................................................................................138
2.1.1 Mecanismos da estampagem de corte................................................................................138
2.1.2 Mecanismos da estampagem de dobramento...................................................................140
3 ESTAMPAGEM DE DOBRA.............................................................................................................141
4 ESTAMPAGEM PROFUNDA...........................................................................................................143
4.1 FERRAMENTAL DE ESTAMPAGEM PROFUNDA.................................................................143
4.2 LUBRIFICAÇÃO NA ESTAMPAGEM PROFUNDA................................................................145
5 FERRAMENTAL DE ESTAMPAGEM.............................................................................................146
5.1 ESTAMPO DE CORTE...................................................................................................................146
5.2 MATRIZES E PUNÇÕES PARA ESTAMPAGEM......................................................................148
5.3 TIPOS DE MÁQUINAS UTILIZADAS EM ESTAMPARIA.....................................................150
5.4 PROPRIEDADE DOS ESTAMPADOS.........................................................................................152
6 QUALIDADE DOS PRODUTOS ESTAMPADOS.......................................................................152
7 APLICAÇÕES DA ESTAMPAGEM.................................................................................................152
7.1 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA.......................................................................154
7.2 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA AEROESPACIAL....................................................................155
7.3 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA AGRÍCOLA..............................................................................156
7.4 INDÚSTRIA NAVAL......................................................................................................................156
7.5 INDÚSTRIA DE UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS..........................................................................157
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................160
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................161
UNIDADE 3 - USINAGEM...................................................................................................................163
X
3.6 PERFILAMENTO............................................................................................................................172
3.7 RECARTILHAMENTO..................................................................................................................173
3.8 FURAÇÃO NO TORNO................................................................................................................173
3.9 FRESAMENTO CONVENCIONAL.............................................................................................174
4 PROCESSOS ESPECIAIS DE USINAGEM....................................................................................176
4.1 PROCESSOS DE USINAGEM DE ACABAMENTO.................................................................176
4.2 RETIFICAÇÃO................................................................................................................................177
4.3 BRUNIMENTO...............................................................................................................................178
4.4 LAPIDAÇÃO...................................................................................................................................178
5 PROCESSOS ESPECIAIS DE USINAGEM DE FORMAS..........................................................179
5.1 MANDRILAMENTO.....................................................................................................................179
5.2 BROCHAMENTO...........................................................................................................................180
5.3 ELETROEROSÃO...........................................................................................................................180
5.4 ELETROEROSÃO POR PENETRAÇÃO.....................................................................................180
5.5 ELETROEROSÃO A FIO...............................................................................................................181
5.6 PROCESSOS ESPECIAIS DE USINAGEM DE CORTE............................................................182
5.7 CORTE A LASER............................................................................................................................182
5.8 CORTE PLASMA............................................................................................................................183
5.9 CORTE A JATO D’ÁGUA..............................................................................................................184
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................185
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................186
XI
8.4 OXIDAÇÃO.....................................................................................................................................211
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................212
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................213
XII
16.1.1 Material da peça...................................................................................................................238
16.1.2 Material da ferramenta.......................................................................................................238
16.1.3 Natureza da operação.........................................................................................................239
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................240
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................241
XIII
XIV
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS
PROCESSOS DE NATUREZA
MECÂNICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
1
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 2 – FUNDIÇÃO
TÓPICO 3 – SINTERIZAÇÃO
TÓPICO 4 – UNIÕES
CHAMADA
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Os processos de fabricação são meios de agregar valor aos produtos
e serviços. São utilizados para dar forma às peças — normalmente metálicas,
mas que também podem ser de outros materiais. Com a finalidade de trans-
formar matérias-primas em produtos acabados, os processos são amplamente
utilizados nas indústrias automobilística, de máquinas agrícolas, metalúrgica,
de móveis etc., e a competitividade do mercado faz com que as organizações
procurem formas de aperfeiçoar os seus processos, com o objetivo de diminuir
custos e alavancar lucros.
3
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
FONTE:<industryviews/Shutterstock.com>.
Figura 2. Processo de fundição. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: industryviews/Shutterstock.com.
5
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
6
TÓPICO 1 | OS CINCO PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
2.2.1 Torneamento
Trata-se de um processo mecânico de usinagem (Figura 2), utilizado em
superfícies de revolução, em que se utiliza uma ferramenta de geometria definida
monocortante. Para realizar a operação, a peça gira em torno do eixo principal de
rotação da máquina, e a ferramenta faz a translação ao mesmo tempo. Em geral,
é um processo aplicado na fabricação de peças simétricas de revolução. Necessita
que a ferramenta esteja na altura exata do eixo de centro da peça e da máquina
8 para efetuar
Processos corretamente
mecânicos de fabricaçãoo corte e distribuir os esforços.
FONTE:<Pixel B/Shutterstock.com>.
Figura 3. Processo de torneamento. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Pixel B/Shutterstock.com.
FONTE:<PR Image
Figura 5. Factory/Shutterstock.com>.
Furação de uma peça. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: PR Image Factory/Shutterstock.com.
8
TÓPICO 1 | OS CINCO PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
2.2.3 Fresamento
Na operação de fresamento, a ferramenta de corte multicortante, chamada
de fresa, faz a retirada do sobremetal da superfície de uma peça, na forma de
cavaco. O objetivo é formar superfícies planas, retilíneas ou prismáticas, simples ou
complexas, com a forma, a dimensão, a tolerância e o acabamento desejados.
2.2.4 Serramento
Trata-se de uma operação que visa dividir ou seccionar uma peça em mais
partes ou, ainda, separar partes não necessárias de material para chegar ao for-
mato final requerido. São usadas ferramentas chamadas de serras em equipa-
mentos manuais ou de acionamento eletromecânico.
2.2.5 Roscamento
O roscamento é empregado na obtenção de filetes, por meio da abertura
de um ou vários sulcos helicoidais de passo uniforme, em superfícies cilíndricas
ou cônicas de revolução. A peça ou a ferramenta gira, e uma delas se desloca de
acordo com uma trajetória retilínea paralela ou inclinada em relação ao eixo de
rotação. O roscamento pode ser realizado tanto nos tornos quanto nas fresadoras
e furadeiras. A diferença é que, no torno, podem ser obtidas roscas externas e
internas, enquanto nas fresadoras e furadeiras convencionais somente roscas
internas podem ser obtidas.
9
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
FIGURA 5 – SOLDAGEM
10
TÓPICO 1 | OS CINCO PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
11
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
ATENCAO
2.4.1 Laminação
É um processo de conformação contínua do metal por entre um conjunto de
cilindros que giram, cujos formatos e alturas são ajustados para produzir a seção
desejada por meio da alta pressão imposta para a deformação plástica. Ou seja, é
um processo de redução da espessura e aumento do comprimento, sem causar o
aumento acentuado da largura. A laminação pode ser realizada com o material em
alta temperatura (calor) ou inicialmente na temperatura ambiente (frio).
2.4.2 Forjamento
O metal quente é moldado no formato requerido por meio da aplicação
de pressão ou de força de impacto que causa deformação plástica, utilizando-se
uma prensa ou um martelo em uma matriz, ou uma série de matrizes. Por esse
12
TÓPICO 1 | OS CINCO PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
2.4.3 Trefilação
A seção transversal de uma barra, fio ou tubo é reduzida ao puxar-se a
peça através de uma ferramenta (fieira ou trefila) em forma de funil. É o processo
comum para a obtenção de fios de todo tipo. A trefilação é importante para a
fabricação de hastes, barras, arames, tubos, máquinas, arames de mola ou de
instrumentos musicais.
2.4.4 Extrusão
É o processo no qual a peça é “empurrada” contra a matriz conformadora,
com redução da sua seção transversal. Por esse processo, é possível obter fixadores,
soquetes de ferramentas, corpos de vela de ignição, engrenagens brutas, tubos
flexíveis, pistas de rolamento e assentos de válvula.
FIGURA 6 – CONFORMAÇÃO
• mistura do pó;
• compressão da mistura resultante com o emprego das matrizes (operação de-
nominada compactação);
• aquecimento do compactado resultante, de modo a produzir uma ligação en-
tre as partículas e conferir resistência mecânica ao compactado — ou seja,
sinterização.
14
TÓPICO 1 | OS CINCO PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
DICAS
Por exemplo, quando você descasca uma laranja ou maçã com o uso de uma
faca, o movimento giratório da fruta (peça) realizado pelas mãos (máquina) contra a aresta
de corte afiada e mais dura da faca (ferramenta) retira a casca (cavaco).
15
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
DICAS
16
TÓPICO 1 | OS CINCO PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
ATENCAO
Caso o cálculo da linha neutra esteja errado, a chapa poderá ficar curta ou longa
demais, gerando retrabalho, perda de produtividade e até mesmo desperdício de material.
Vantagens Limitações
Processo extremamente complexo,
Não possui limitação de tamanho,
devido às diversas variáveis
formato ou complexidade
envolvidas
Resulta na obtenção de peças com
Limitação para peças pequenas
forma definida
Apresenta acabamento de superfície e
Obtém de maneira econômica peças
precisão baixos, se comparado com a
de geometria complexa
usinagem
A estabilidade dimensional é menor
Boa estabilidade dimensional
nas peças de maior tamanho
Menor possibilidade de surgimento de
trincas
FONTE:<O autor
17
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
Vantagens Limitações
O ferramental e os equipamentos
Bom aproveitamento da matéria
possuem custo muito elevado
Exige grandes produções para
Rapidez na execução
justificar o processo economicamente
Mantém as propriedades mecânicas
do material
Possibilidade de grande precisão e
tolerância dimensional
FONTE: O autor
Vantagens Limitações
Pode obter produtos e componentes A prensa de compressão possui
acabados com homogeneidade e capacidade limitada à medida que
precisão dimensional superiores as dimensões das peças a serem
às obtidas por outras técnicas produzidas aumentam
Menor custo para grande produção, É necessário que o lote de uma mesma
devido principalmente à economia de peça seja muito grande, devido ao
matéria-prima e energia custo elevado das matrizes
A utilização de grandes prensas torna
Mínima ou nenhuma operação de
o processo impraticável, tanto técnica
usinagem
quanto economicamente
FONTE: O autor
Vantagens Limitações
Juntas de integridade e eficiência
Não pode ser desmontada
elevadas
Pode afetar a microestrutura e as
Grande variedade de processos
propriedades das partes
Pode causar distorções e tensões
Aplicável a diversos materiais
residuais
Requer considerável habilidade do
Operação manual ou automática
operador
Pode exigir operações auxiliares
Pode ser altamente portátil de elevado custo e duração (ex.:
tratamentos térmicos)
18
TÓPICO 1 | OS CINCO PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
Vantagens Limitações
Relativamente mais preciso que os Maior gasto de matéria-prima, mão de
processos de conformação e fundição obra, tempo e energia
Capaz de produzir peças com Não proporciona melhoria nas
geometria complexa, que não propriedades mecânicas da peça e,
poderiam ser obtidas com outros muitas vezes, pode
processos causar degradação do material
Pode gerar superfície com padrão
especial
FONTE: O autor
19
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você aprendeu que:
20
AUTOATIVIDADE
I – Usinagem.
II – Soldagem.
III – Conformação.
IV – Fundição.
V – Metalurgia do pó.
a) ( ) III – I – IV – II – V.
b) ( ) II – V – III – I – IV.
c) ( ) V – IV – I – III – II.
d) ( ) IV – III – II – V – I.
21
22
UNIDADE 1
TÓPICO 2
FUNDIÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, existem diversos processos de conformação e transformação
de metais. Entre esses processos, o de fundição se destaca não somente por ser
um dos processos mais antigos, mas, principalmente, pela sua flexibilidade e
versatilidade, que permitem obter peças das mais variadas formas e tamanhos,
para inúmeros setores da indústria, em especial as indústrias de transformação
pesada. O processo de fundição consiste essencialmente em colocar metal
líquido e fundido no interior da cavidade de um molde com formato e medidas
correspondentes aos da peça a ser fundida. Para que isso seja possível, alguns
fatores precisam ser considerados, como o tipo de ferro das peças a serem fundidas,
o modelo da peça, o molde a ser utilizado, o ponto de fusão, o enchimento do
molde, a desmoldagem, a rebarbação e a limpeza final.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Fundição é o processo de fabricação de peças metálicas, em que o metal
líquido preenche a cavidade de um molde com formato e medidas correspondentes
aos da peça a ser fabricada. Os materiais mais aplicados na fundição são Fundição
ferro, alumínio, aço e ligas de cobre. A fundição aplica moldes com canais para
vazamento do metal líquido.
23
na região de interesse. As principais partes de um molde são apresentadas na
Figura 1, com base em Groover (2014).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
24
motores (Figura 2b), comandos de válvulas e rodas.
TÓPICO 2 | FUNDIÇÃO
3 PROCESSOS DE FUNDIÇÃO
A qualidade da peça fundida depende da qualidade do molde, e o mesmo
pode ser classificado pelo material usado ou pelo método pelo qual é fabricado. A
fundição pode ser executada em moldes de areia ou em moldes permanentes, de
resina ou metálicos. A forma com que a fusão do material é executada também é
importante, e pode-se aplicar fornos com diversos princípios.
26
dependendo da técnica empregada, diferentes moldes e máquinas são ne-
cessários, conforme lecionam Groover (2014) e Chiaverini (1988).
TÓPICO O forno
2 | FUNDIÇÃO
27
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
A fundição com molde em casca (shell) foi desenvolvida a partir do uso das
resinas na areia para a produção de moldes de fundição, sendo que a areia não pre-
cisa mais ser compactada, porque o aglomerante mantém os grãos de areia depois
da moldagem, podendo precisar ou não de aquecimento para que isso ocorra. Um
dos processos, que usa calor para provocar a reação química entre o aglomerante
e os grãos da areia, é a moldagem de casca. Os modelos metálicos são fixados em
placas, com os sistemas de canais e os alimentadores; a placa é presa na máquina
e aquecida por meio de bicos de gás até atingir a temperatura de trabalho. A placa
é, então, girada contra um reservatório contendo uma mistura de areia e resina,
de modo que o modelo fique envolto por essa mistura. O calor funde a resina que
envolve os grãos de areia e a mistura; após algum tempo, forma-se uma casca com
a espessura média de 12 mm sobre o modelo. O endurecimento da resina se com-
pleta quando a placa é colocada em uma estufa em temperaturas de 450ºC; após 2
ou 3 minutos, a casca é extraída do modelo por meio de pinos extratores, conforme
apontam Groover (2014) e Soares (2000).
28
TÓPICO 2 | FUNDIÇÃO
NOTA
Fundição
Etapas da moldagem tipo casca (shell) com resina que precisa de aquecimento
para cura:
1) a placa modelo é aquecida e posicionada sobre uma caixa contendo areia misturada
ficação.
comOresina;
processo é totalmente mecanizado e automatizado e é adequado
2) a caixa é invertida de modo que a areia com resina cai sobre o modelo aquecido, causando
para peças pequenas
a cura parcial e deemformatos
da mistura contato com complexos.
a superfície eA fundição
formando umadas peças
casca é feita
resistente;
por gravidade. A maior desvantagem desse processo é o custo mais elevado
3) a caixa é reposicionada, e a areia solta não curada se desprende do modelo;
4) a casca de areia é aquecida em um forno por diversos minutos para completar a cura
em relação à moldagem em areia verde. As etapas da moldagem em casca
da resina;
são apresentadas
5) o molde shell é na Figura 4, com base em Groover (2014).
removido;
6) as duas metades do molde shell são montadas e acondicionadas em uma caixa, supor-
tadas por areia ou granalha de metal, e o vazamento é realizado;
7) peça fundida já rebarbada.
O endurecimento
A fundição portambém pode também
cera perdida, ser executado
chamadasemdeafundição
utilização
de de calor,
precisão,
consiste na confecção de um modelo em cera; este é recoberto com material
aplicando-se um catalisador na resina. Porém, a cura inicia no momento da
mistura, o que pode ser um problema
29 se a produção não mantiver o ritmo
Fundição
FundiçãoUNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
FONTE:5.
Figura Adaptada
ProcessodedeGroover
fundição(2014).
por cera perdida: (1) produção dos modelos com cera;
(2) geração do conjunto de peças
Figura 5. Processo de fundição por a serem executadas;
cera perdida: (3) adição
(1) produção demodelos
dos material com
refratário;
cera;
(4) execução do molde; (5) aquecimento do molde para derretimento e retirada da
(2) geração do conjunto de peças a serem executadas; (3) adição de material refratário;cera;
(6) execução
(4) vazamentododo molde;
molde; (5)(7) molde quebrado
aquecimento 30parapara
do molde remoção do conjunto
derretimento de peças.
e retirada da cera;
(6) vazamento
Fonte: Adaptada do molde; (2014).
de Groover (7) molde quebrado para remoção do conjunto de peças.
Fundição
A fundição por centrifugação consiste no vazamento em umTÓPICO molde que gira,
2 | FUNDIÇÃO
sendo queAofundição
número de porrotações varia consiste
centrifugação de acordo no com o tipo de
vazamento em peça e o material
um molde que
gira,Asendo
vazado. que centrífuga
A força
fundição o número
por defaz
rotações
centrifugaçãocom variaono
que
consiste de acordo
metal comem
escorra
vazamento oetipo
umque dea peça
molde quee gira,
o ma- de
ocorrência
terial vazado. A força centrífuga faz com que o metal escorra e que a ocorrência de
sendoseja
defeitos quebaixa,
o número de rotações
conforme podevaria de acordo com
ser observado o tipo 6.
na Figura deApeça e o material
produção de tubos
defeitos seja baixa, conforme pode ser observado na Figura 11. A produção de tu-
semvazado.
boscosturaA eforçae centrífuga
anéis
sem costura é usual,
anéis fazmas
mas
é usual, com quepeças
outras
outrasopeças
metal escorrapodem
também
também e que ser
podem aser
ocorrência de
especificadas.
especificadas.
defeitos seja baixa, conforme pode ser observado na Figura 6. A produção de tubos
sem costura e anéis é usual, mas outras peças também podem ser especificadas.
FIGURA 11 – PROCESSO DE FUNDIÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO — DETALHE DA ROTAÇÃO DO MOLDE.
32
Conrformacao_Book.indb 216 11/07/2018 15:33:0
do modelo fabricado (Figura 4).
TÓPICO 2 | FUNDIÇÃO
Fonte: Mr.1/Shutterstock.com. 33
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
8 FUSÃO
Nessa importante etapa, acontece a fusão do metal, na qual o material
passa do estado sólido para o estado líquido e transforma-se em fluídico. Esse
processo deverá ter a sua temperatura controlada por processos automatizados
em sistemas supervisórios de controle nas grandes fundições ou, em alguns casos
de fundições menores, utilizando-se simples controladores de temperatura e
termopares. A temperatura deverá ser adequada para cada tipo de material a ser
fundido e para as suas ligas. Nessa etapa, são adicionadas às ligas as propriedades
mecânicas necessárias em função da aplicabilidade da peça.
9 TRANSFERÊNCIA
Consiste no transporte do metal líquido do forno até o molde. Quando
se deseja a obtenção de ferro fundido nodular ou vermicular, realiza-se uma
operação intermediária de nodulização. Existem diversas técnicas de nodulização,
nas quais se adiciona a liga nodulizante (Fe-Si-Mg) no fundo da panela e, depois,
Fundição
despeja-se o metal líquido, para que ocorra a dissolução do nodulizante.
10 VAZAMENTO
Nesse processo, é realizado o enchimento do molde com metal líquido,
Vazamento
que passou pelo processo de fusão e agora está pronto para preencher o molde
com material fundido.
Nesse processo, é realizado o enchimento do molde com metal líquido, que
passou pelo processo de fusão e agora34está pronto para preencher o molde
com material fundido (Figura 7).
com material fundido (Figura 7).
TÓPICO 2 | FUNDIÇÃO
0 Fundição
11 DESMOLDAGEM
Depois de preenchido o molde com o material líquido com as características
especiaisDepois de preenchido
de cada o moldefundido
peça, o material com o material
começa líquido
a se com as características
solidifi car dentro do
especiais de cada peça, o material fundido começa a se solidificar dentro do molde.
molde (Figura 8). O tempo de solidificação é variável e determinante para a
O tempo de solidificação é variável e determinante para a perfeita fundição dos
perfeita fundição
diversos materiais.dos diversos materiais.
35
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
12 REBARBAÇÃO
Posterior à desmoldagem, o processo de rebarbação ocorre quando a peça
está próxima da temperatura ambiente. A rebarbação consiste na retirada dos
materiais excedentes oriundos dos processos anteriores, como as rebarbas e os
Fundição 22
canais de alimentação necessários para a passagem do metal líquido até o molde.
13 LIMPEZA
Na etapa final do processo de fundição, depois da rebarbação, as peças
devem ser limpas, ou seja, devem ficar isentas de incrustações provenientes da
areia do molde. Podem ser utilizados processos de jateamento (Figura 18) ou a
Limpeza
limpeza de forma manual.
Na etapa final do processo de fundição, depois da rebarbação, as peças devem
ser limpas, ou seja, devem ficar isentas de incrustações provenientes da
areia do molde. Podem ser utilizados processos de jateamento (Figura 10) ou
a limpeza de forma manual.
36
TÓPICO 2 | FUNDIÇÃO
15 SOLIDIFICAÇÃO
O vazamento só pode ser executado após a fusão do metal, e o aqueci-
mento executado em fornos específicos, os quais inserem a energia requerida
para aumentar a temperatura do material até a fusão e a temperatura adequada
de vazamento. A introdução do material líquido no molde deve permitir o preen-
chimento completo do molde antes da solidificação. Segundo Groover (2014), os
fatores que influenciam o preenchimento do molde são:
38
TÓPICO 2 | FUNDIÇÃO
Fundição 11
FONTE:
Figura 8. a) Curva de tempo Adaptadade
de solidificação demetal
Groover
puro;(2014).
b) formação de microestrutura
em metal puro; c) formação de microestrutura em liga.
Fonte: Adaptada de Groover (2014).
A contração é uma característica importante do material e ocorre em três
etapas, conforme leciona Groover (2014).
A contração
1. A contração é uma característica
do líquido importante do
durante o resfriamento, material
antes e ocorre emfaz
da solidificação, trêscom
que a altura do líquido diminua e fique
etapas, conforme leciona Groover (2014). em torno de 0,5%.
40
TÓPICO 2 | FUNDIÇÃO
O carbono está presente nos ferros fundidos sob duas formas: grafita, que
é carbono puro, e cementita, que é carboneto de ferro (Fe3C). A fusão de ferros
fundidos é feita a partir de um carregamento, consistindo basicamente de ferro-
gusa e sucata de aço, que devem ser balanceados para se obter a composição
especificada. A classificação dos ferros fundidos depende da composição química
e do tempo de resfriamento da peça, conforme lecionam Chiaverini (1988) e ASM
International (1990).
41
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
Outro material comum na fundição é o alumínio e suas ligas, sendo que a liga
alumínio-cobre gera excelente usinabilidade, baixa resistência à corrosão e à oxida-
ção e baixa soldabilidade. A liga alumínio-silício gera elevada resistência à corrosão,
fragilidade e boa fluidez para fundição. A liga alumínio-magnésio mostra melhor
combinação de propriedades mecânicas, resistência à corrosão e boa usinabilidade.
O alumínio-estanho apresenta alto limite de resistência à fadiga e boa resistência à
corrosão, pela ação de óleos lubrificantes; a temperatura de fusão é baixa, o que faci-
lita a aplicação de fundição por injeção, conforme aponta Zolin (2010).
FONTE:
Figura<Tony Stock/Shutterstock.com>.
13. Peças fundidas da indústria móbil.Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Tony Stock/Shutterstock.com.
44
TÓPICO 2 | FUNDIÇÃO
FONTE:Figura
<Photomarine/Shutterstock.com>.
14. Torre eólica. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Photomarine/Shutterstock.com.
• Alguns problemas que podem ocorrer na fundição são porosidade das peças,
partículas indesejadas, areia do molde nas paredes e rechupe.
• O ferro fundido pode apresentar várias formas, algumas das mais comuns
sendo o ferro fundido cinzento, ferro fundido vernicular e ferro fundido
nodular.
46
AUTOATIVIDADE
I- Porosidade da peça.
II- Presença de trincas na superfície.
III- Presença de partículas indesejáveis.
47
48
UNIDADE 1
TÓPICO 3
SINTERIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A metalurgia do pó é o nome dado ao processo de produção de peças a
partir de pós. As etapas do processo de metalurgia do pó foram desenvolvidas no
século XIX. Em 1829, foram produzidas peças de platina a partir de pó. No século
XX, foram desenvolvidos processos para produção de peças de molibdênio e de
tungstênio; a partir de então, o processo passou a ser difundido e, hoje, é uma
opção competitiva para a produção de peças complexas.
2 METALURGIA DO PÓ
A metalurgia do pó se baseia na prensagem de pós em moldes metálicos,
com aquecimento controlado para finalização da peça. O resultado é um produto
com a forma desejada, bom acabamento de superfície, composição química e pro-
priedades mecânicas controladas.
51
Groover (2014). A etapa de aquecimento geralmente é executada em linha
com1 |as
UNIDADE etapas de
INTRODUÇÃO AOSpré-aquecimento,
PROCESSOS DE NATUREZAsinterização
MECÂNICA e resfriamento, conforme
mostra a Figura 2d.
FIGURA 25 – ETAPAS DO PROCESSO DE METALURGIA DO PÓ: A) MISTURA/
HOMOGENEIZAÇÃO DOS PÓS; B) COMPACTAÇÃO EM PRENSA; C) PEÇA DEPOIS DO
AQUECIMENTO; D) LINHA COM FORNO PARA AS ETAPAS DE PRÉ-AQUECIMENTO,
SINTERIZAÇÃO E RESFRIAMENTO
(Continuação)
(Continua)
FONTE:
Figura 2. Etapas do processo Adaptada de
de metalurgia do Groover (2010).
pó: a) mistura/homogeneização dos pós;
b) compactação em prensa; c) peça depois do aquecimento; d) linha com forno para as
etapas de pré-aquecimento, sinterização e resfriamento.
3 CARACTERÍSTICAS
Fonte: Adaptada de Groover (2010).DA METALURGIA DO PÓ
Qualquer volume
Qualquer de pós
volume soltos
de pós vaivai
soltos conter
conterporos
porosentre as partículas.
entre as partículas. Estes
Estes
sãosão chamados
chamados poros
dede porosabertos,
abertos, porque
porque são
são externos
externosàsàspartículas
partículasindividuais.
individuais.
Poros abertos são espaços nos quais fluidos, como água, óleo ou um metal fun-
Poros abertos
dido, podem são espaços
penetrar nos26).
(Figura quais
Alémfluidos, comoporos
deles, existem água,fechados
óleo ou—um metal
vazios
fundido, podem
internos penetrar
na estrutura (Figura
de uma 3). Além
partícula deles, existem poros fechados —
individual.
vazios internos na estrutura de uma partícula individual.
FIGURA 26 – A) PARTÍCULAS DURANTE A HOMOGENEIZAÇÃO. B) PARTÍCULAS DURANTE
A COMPRESSÃO. C) PARTÍCULAS DURANTE A SINTERIZAÇÃO. D) MICROESTRUTURA DO
MATERIAL SINTERIZADO
ATENCAO
54
como usinagem, para completar a forma da parte prensada e sinterizada,
segundo Groover (2014). TÓPICO 3 | SINTERIZAÇÃO
A metalurgia
A metalurgiado pótambém
do pó também é aplicada
é aplicada em nanotecnologia,
em nanotecnologia, que trabalhaque
com trabalha
com estruturas nana
estruturas dimensão
dimensão do donanômetro
nanômetro (< 100
(< 100 nm),nm),
já quejáhá
queumahá uma tendência
tendência de de
desenvolvimento de novos produtos e processos industriais com
desenvolvimento de novos produtos e processos industriais com esse enforque. esse enforque.
Uma dasUmaaplicações é o grafeno,
das aplicações é o grafeno,que
quetem
tem aaespessura
espessurade umdeátomo
um de átomo
carbonodee carbono
é e
é um material que apresenta
um material que apresentapropriedades mecânicas,
propriedades mecânicas, elétricas,
elétricas, térmicas,
térmicas, ópticas, ópticas,
dentre outras. O grafeno é uma folha plana de átomos de carbono,
dentre outras. O grafeno é uma folha plana de átomos de carbono, compacta- compactados
em umados grade
em uma grade de duas dimensões, com espessura de apenas um átomo,átomo, e
de duas dimensões, com espessura de apenas um
reunidoseem uma em
reunidos estrutura cristalina
uma estrutura hexagonal.
cristalina hexagonal.A folha
A folhadedegrafeno pode formar
grafeno pode
uma esfera ou um tubo. Uma das inúmeras possibilidades de
formar uma esfera ou um tubo. Uma das inúmeras possibilidades de utilização utilização desse
material desse
é como reforço para materiais com matriz metálica,
material é como reforço para materiais com matriz metálica, aplicando- aplicando-se a
técnica de
-semetalurgia do pó, emdoque
a técnica de metalurgia pó, aemmistura é formada
que a mistura por por
é formada materiais
materiaismetálicos
e reforçada com grafeno.
metálicos e reforçada com grafeno, conforme apontam Marion e Hasan (2016).
Materiais
4 MATERIAIS cerâmicos
CERÂMICOS
AAcerâmica
cerâmica ééumum composto
composto inorgânico
inorgânico constituído
constituído de um metaldeeum metal
de um e de um ou
ou mais
mais nãonão
metais. Exemplos
metais. demateriais
Exemplos de materiais cerâmicos
cerâmicos são asão a sílica,
sílica, aplicada
aplicada em vidros,
em vidros,
a alumina, aplicada
a alumina, em abrasivos,
aplicada e a caulinita,
em abrasivos, que
e a caulinita, compõe
que compõeos os produtos
produtos dede argila.
Alguns exemplos de produtos
argila. Alguns exemplos decerâmicos são apresentados
produtos cerâmicos na Figura
são apresentados 28.5.
na Figura
55
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
Fabricação de materiais cerâmicos 9
FONTE: a) <Andrei
Figura 5.Molchan/Shutterstock.com>; b) avançadas.
a) Cerâmicas tradicionais. b) Cerâmicas <Dzha33/Shutterstock.com>; c) <Abelopez/
c) Vidros. d) Fornos utilizados
Shutterstock.com>;
no processamento d)da
<Artem Furman/Shutterstock.com>.
metalurgia do pó. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: a) Andrei Molchan/Shutterstock.com; b) Dzha33/Shutterstock.com; c) Abelopez/Shutterstock.com;
d) Artem Furman/Shutterstock.com.
56
TÓPICO 3 | SINTERIZAÇÃO
Os vidros são compostos inorgânico de sílica que resfriam para uma con-
dição rígida sem cristalizar, sendo que o vidro é um sólido cerâmico que está no
estado vítreo. A sílica é obtida do quartzo, que ocorre de maneira natural como
uma substância cristalina, mas, quando fundida e resfriada, assume a forma de
sílica vítrea. Para facilitar o processamento e controlar as propriedades, a com-
posição da maioria dos vidros comerciais inclui outros óxidos além da sílica. A
sílica permanece como o principal componente nesses vidros, usualmente entre
50 e 75% da composição total. O componente adicional tem função de promover
a fusão durante o aquecimento, aumentar a fluidez do vidro fundido, retardar
a tendência à cristalização a partir do estado vítreo, reduzir a expansão térmica
do produto final, melhorar a resistência química contra o ataque de ácidos, de
substâncias básicas ou da água, colorir o vidro e alterar o índice de refração para
aplicações ópticas, segundo Groover (2014) e Askeland e Phulé (2008). Alguns
exemplos de aplicação são vidros de janela, refratários e vidraria de laboratório,
conforme observa-se na Figura 28c.
57
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
58
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você aprendeu que:
59
AUTOATIVIDADE
I- Tamanho da peça.
II- Custo inicial de investimento.
III- Acabamento superficial.
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) F – F – V – V.
60
UNIDADE 1
TÓPICO 4
UNIÕES
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos estudar os tipos de uniões dos elementos de má-
quinas. Esses importantes elementos de fixação devem ser utilizados com muita
competência e, principalmente, com cuidados em relação à segurança das fixa-
ções. Em geral, esses componentes são considerados os mais instáveis em uma
máquina ou em um equipamento. Para gerar um conjunto mecânico é necessário
escolher o elemento de fixação mais adequado aos tipos de peças ou conjuntos
que irão ser unidos ou fixados. Se, por exemplo, unirmos peças que exigem gran-
des esforços com elementos de fixação fracos e mal projetados, o conjunto poderá
apresentar imprevistos, causar a fadiga e a ruptura de materiais e a quebra da
máquina, além de sérios riscos à segurança dos envolvidos no processo. Na rela-
ção inversa, se reforçarmos as uniões aumentamos muito os custos de fabricação
das máquinas. Por isso é muito importante planejar e escolher de forma correta
os elementos de união a serem utilizados para garantir o melhor custo-benefício
sem comprometer a segurança.
61
De forma bem geral, as uniões mais comuns na mecânica são: rebites, para-
fusos, porcas e anilhas. Os elementos de fixação dividem-se em duas categorias:
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
fixação
De forma móvel;
bem geral, as uniões mais comuns na mecânica são: rebites, pa-
rafusos, porcas e anilhas.
fixação permanente. Os elementos de fixação dividem-se em duas categorias:
• fixação móvel;
• Na fixação
fixação móvel, os elementos de união podem ser colocados ou retirados
permanente.
do conjunto sem causar qualquer dano às peças que foram unidas. É o caso,
Na fixação móvel, os elementos de união podem ser colocados ou retirados
por exemplo, de uniões feitas com parafusos, porcas e arruelas (Figura 1).
do conjunto sem causar qualquer dano às peças que foram unidas. É o caso, por
exemplo, de uniões feitas com parafusos, porcas e arruelas (Figura 29).
Tipos de uniões 3
FONTE:
Figura <22August/Shutterstock.com>.
2. Exemplo de fixação permanente. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: 22August/Shutterstock.com.
62
TÓPICO 4 | UNIÕES
ATENCAO
63
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
3.1.1 Parafusos
São componentes formados por um corpo cilíndrico e uma cabeça — a
qual pode ter várias formas — utilizados na união móvel das peças. Os parafusos
se diferenciam por:
3.1.2 Porcas
São elementos de máquinas de fixação e estão sempre associadas a um fuso
ou a um parafuso. Seus tipos variam de acordo com as roscas e com o formato.
Os mais comuns são as porcas sextavadas (Figura 33), quadradas, recartilhadas,
autotravantes, do tipo borboleta e de pressão.
6 Tipos de uniões
3.1.3 Arruelas
Arruelas
São
Sãopeças cilíndricas
peças cilíndricas de de pequena
pequena espessura
espessura com um com um
furo no furopelo
centro noqual
centro pelo
qual passa o corpo do parafuso (Figura 34). As arruelas servem
passa o corpo do parafuso (Figura 6). As arruelas servem para: para:
• protegera proteger
superfície das peças;
a superfície das peças;
• evitar deformações nas superfícies
evitar deformações de contato;
nas superfícies de contato;
• evitar que a porca afrouxe;
evitar que a porca afrouxe;
• suprimir folgas axiais;
suprimir folgas axiais;
• evitar desgaste da cabeça
evitar desgaste da do parafuso
cabeça ou da
do parafuso ouporca.
da porca.
A maioria
A maioriadas arruelas
das arruelas é fabricada
é fabricada em aço,em
masaço, mas
o latão o latão
também também é
é empre-
empregado. Neste caso, são utilizadas com porcas e parafusos do mesmo
gado. Neste caso, são utilizadas com porcas e parafusos do mesmo material.
material.
As arruelas de cobre, de alumínio, de fibra e de couro são muito utilizadas
As arruelas de cobre, de alumínio, de fibra e de couro são muito utilizadas
na
vedação de fluidos.
na vedação de fluidos.
FIGURA 34 – ARRUELAS
FONTE:
Figura <Coprid/Shutterstock.com>. Acesso em: 13 jan. 2020.
6. Arruelas.
Fonte: Coprid/Shutterstock.com.
65
Tipos de uniões
Anel elástico
3.1.4 Anel elástico
É utilizado
É utilizado principalmente
principalmente parao deslocamento
para impedir impedir o deslocamento
de eixos, masde eixos,
também
mas também para posicionar ou limitar o movimento de uma peça que
para posicionar ou limitar o movimento de uma peça que desliza sobre eles. des-
liza sobre eles.
Os anéis elásticos ou anéis de retenção também são elementos de fixação
utilizados para evitar
Os anéis o deslocamento
elásticos ou anéis deaxial de peças
retenção (Figura
também são7).elementos de
fixação utilizados para evitar o deslocamento axial de peças (Figura 35).
Tipos de uniões 9
FIGURA 36 – PINOS E CAVILHAS
3.1.7 Chaveta
É um elemento retangular ou semicircular, de maneira geral, fabricado
em aço. Se interpõe em uma cavidade (rasgo da chaveta) de um eixo e de uma
peça, ligando-os dessa forma. As chavetas dividem-se em chavetas de cunha, de
disco e paralelasFigura
(Figura 38).
9. Contrapino ou cupilha.
Fonte: Eaum M/Shutterstock.com.
67
peça, ligando-os dessa forma. As chavetas dividem-se em chavetas de cunha,
de disco e paralelas (Figura 10).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
FIGURA 38 – CHAVETA
Na
Na soldagem
soldagem de de componentes,
componentes, podemospodemos utilizartipos
utilizar diversos diversos tipos de pro-
de processos
cessos ememfunção daenergia
função da energia aplicada
aplicada para unirmos
para unirmos as dos
as estruturas estruturas
materiais: dos
fusão,materiais:
fusão, fricção,
fricção,impacto oupressão.
impacto ou pressão.
A escolha do processo dependerá de fatores classificados de acordo com a
Afonte
escolha do processo
de energia utilizada oudependerá de natureza
de acordo com fatores da
classificados de acordo com
união. Na soldagem,
a fonte de energia
acontece utilizada
o aumento ou de da
localizado acordo com natureza
temperatura do material,da
deunião. Naela
forma que soldagem,
aconteceultrapasse
o aumento localizado
a temperatura da temperatura
de fusão do consequência,
do metal e, como material, deocorra
formaa que ela
ultrapasse a temperatura de fusão do metal e, como consequência, ocorra a so-
lidificação desses diversos materiais unidos por soldagem. Esses materiais são
utilizados na união dos mais diversos setores e em aplicações industriais como o
mercado automotivo, a construção naval, a ferroviária, a aeroespacial, a manu-
tenção, a caldeiraria e a construção civil.
68
Essa soldagem, geralmente manual, é realizada por meio do calor de um arco
elétrico produzido entre o eletrodo revestido e as peças metálicas a serem
unidas (Figura 11). TÓPICO 4 | UNIÕES
FONTE:<branislavpudar/Shutterstock.com>.
Figura 11. Soldagem por eletrodo revestido. Acesso em: 13 jan. 2020.
12 Fonte: branislavpudar/Shutterstock.com.
Tipos de uniões
Nesse processo,
Nesse processo,aa fusão
fusão dodometal
metal
basebase
e, de e, de maneira
maneira geral, a dogeral,
metal adedo metal de
adição, acontece quando os ambos são soldados por meio de
adição, acontece quando os ambos são soldados por meio de aquecimentoaquecimento com
uma chamacomdeumaumchama
gás decombustível e dee oxigênio
um gás combustível produzida
de oxigênio produzida na de
na ponta ponta de um
maçarico. Essa chama,Essa
um maçarico. concentrada e de alta
chama, concentrada e detemperatura,
alta temperatura, funde o metal base e o
funde o metal
metal de adição
base e(Figura
o metal de40).
adição (Figura 12).
FONTE:<Matee Nuserm/Shutterstock.com>.
Figura 12. Soldagem por oxigás. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Matee Nuserm/Shutterstock.com.
Soldagem mig metal inert gas (MIG) e mag metal active gas (MAG). O pro-
cesso de soldagem MAG é utilizado apenas em soldagem de materiais ferrosos,
Soldagem mig metal inert gas (MIG) e mag metal active gas (MAG)
enquanto o processo MIG pode ser utilizado tanto na soldagem de materiais fer-
rosos quanto de não ferrosos.
O processo de soldagemNeste processo,
MAG é utilizado apenaso em
eletrodo
soldagem édesubstituído
materiais pelo ara-
me de soldagem. Esse
ferrosos, arame
enquanto ou liga
o processo MIGde podealumínio
ser utilizado étanto
alimentado
na soldagem decontinuamente
por meio da tocha e ferrosos
materiais é soldadoquantocom
de nãooferrosos.
metalNestebase com ooeletrodo
processo, arco elétrico
é subs- gerado por
tituído pelo arame de soldagem. Esse arame ou liga de alumínio
corrente contínua. Nesse caso, o ambiente da poça de fusão é mantido protegido é alimentado
continuamente por meio da tocha e é soldado com o metal base com o arco
pelos gases inertes específicos para esse processo: o CO2, argônio ou mistura,
14 Tipos de uniões elétrico gerado por corrente contínua. Nesse caso, o ambiente da poça de fusão
dependendo da aplicação
é mantido protegido(Figura 46).
pelos gases inertes específicos para esse processo: o CO2,
argônio ou mistura, dependendo da aplicação (Figura 14).
FONTE:
Figura <Kokliang
14. Soldagem /Shutterstock.com>. Acesso em: 13 jan. 2020.
MIG.
Fonte: Kokliang /Shutterstock.com.
70
Fonte: Kokliang /Shutterstock.com.
TÓPICO 4 | UNIÕES
3.2.5 Soldagem em
Soldagem em arco arco submerso
submerso
OOprocesso desoldagem
processo de soldagem porpor
arcoarco submerso
submerso é o método
é o método no qual ono qual oé material
material
é fundidofundido com o calor proveniente da corrente elétrica que é transportada entre entre a
com o calor proveniente da corrente elétrica que é transportada
peça a sera peça
unida e o arame de soldagem sólido ou tubular, que gera o arco elétrico
a ser unida e o arame de soldagem sólido ou tubular, que gera o arco
completamente coberto por um fluxo (Figura 43).
elétrico completamente coberto por um fluxo (Figura 15).
FONTE:
Figura<noomcpk/Shutterstock.com>.
15. Soldagem por arco submerso. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: noomcpk/Shutterstock.com.
Tipos de uniões 15
FONTE: <Dmitry
Figura Kalinovsky/Shutterstock.com>.
16. Soldagem por resistência elétrica. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com.
71
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE NATUREZA MECÂNICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Esse trabalho tem por objetivo a obtenção de uma peça fundida em molde
de areia. Para tal, foram necessárias as seguintes etapas: moldagem (construção
das caixas de moldagem, preparação da areia de fundição), fusão de barras de
alumínio, vazamento no molde, desmoldagem, rebarbação e limpeza da peça.
Para materiais com ponto de fusão mais baixos, como o alumínio e suas
ligas, pode-se utilizar areia com granulometria menor que permite melhor acaba-
mento no contorno da peça.
72
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você aprendeu que:
• A fixação móvel pode ser removida sempre que necessário, sem dano às partes
envolvidas. Como exemplos pode-se citar parafusos, pinos e chavetas.
• Os parafusos são elementos rosqueados que fixam duas peças uma à outra,
e são auxiliados pelas porcas, que são rosqueadas junto no lado oposto e as
arruelas, que aumentam a área de contato e diminuem o desgaste entre a
cabeça do parafuso e a peça.
CHAMADA
73
AUTOATIVIDADE
1 As fixações são utilizadas para unir duas peças separadas, e podem ser clas-
sificadas em dois grupos: fixações móveis e fixações permanentes. Com rela-
ção a esses grupos de fixações, associe os itens utilizando o código a seguir:
I- Fixação móvel.
II- Fixação permanente.
( ) Chaveta.
( ) Parafusos.
( ) Pinos.
( ) Rebites.
( ) Soldas.
a) ( ) II – I – II – I – II.
b) ( ) I – II – I – I – II.
c) ( ) II – I – II – II – I.
d) ( ) I – I – I – II – II.
74
UNIDADE 2
PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
75
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 4 – FORJAMENTO
TÓPICO 5 – ESTAMPAGEM
CHAMADA
76
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A conformação mecânica está presente em diversos processos de fabri-
cação amplamente utilizados na indústria, sendo de extrema importância que as
principais características de cada processo, assim como as alterações que geram
na peça, sejam conhecidas. É muito comum a necessidade de se aplicar processos
posteriores no material obtido por conformação, uma vez que as chapas e tubos
são produzidos aplicando-se deformação plástica, e, dependendo do processo,
ocorre alteração da microestrutura e presença de tensões residuais, que podem
impactar na qualidade do produto.
77
processos de forjamento e laminação manuais são apresentados na Figura 1.
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
78
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE CONFORMAÇÃO
ATENCAO
79
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
80
6 Conformação mecânica
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE CONFORMAÇÃO
FONTE: a) <Usoltsev
Figura Kirill/Shutterstock.com>;
2. Máquinas b)mecânica
aplicadas na conformação <SvedOliver/Shutterstock.com>; c) <muph/
por: a) laminação, b) forjamento,
Shutterstock.com>; d) <RUBEN M RAMOS/Shutterstock.com>. Acesso em: 13 jan. 2020.
c) trefilação e d) extrusão.
Fonte: a) Usoltsev Kirill/Shutterstock.com; b) SvedOliver/Shutterstock.com; c) muph/Shutterstock.com;
d) RUBEN M RAMOS/Shutterstock.com.
Nos processos de conformação de chapas, as operações são de corte ou
de mudança de forma, sendo realizadas em metais sob a forma de chapas, tiras
e bobinas. Estampagem é o termo mais usual quando se refere à conformação de
chapasNos processos
de forma deAs
geral. conformação de conformação
operações de chapas, as operações
de chapassãosão
de corte ou de
normalmente
mudança
realizadas de forma,
a frio sendo realizadas
e efetuadas por meio deemummetais sob a forma
conjunto de chapas, composto
de ferramentas tiras e
bobinas.
de um Estampagem
punção é o termo
e uma matriz. mais usual
O punção é aquando se refere àe conformação
parte positiva a matriz é a departe
negativa
chapas de forma geral. As operações de conformação de chapas são normal- são
do ferramental. As principais operações de conformação de chapas
o dobramento, o corte
mente realizadas e a estampagem,
a frio e efetuadas porconforme mostra
meio de um a Figura
conjunto 3.
de ferramentas
composto de um punção e uma matriz. O punção é a parte positiva e a matriz
O dobramento consiste na deformação de uma chapa formando um
é a parte
ângulo negativaao
em relação do material
ferramental.
nãoAsdeformado,
principais operações
conformedemostra
conformação de 3a.
a Figura
chapas são o dobramento, o corte e a estampagem, conforme mostra
A estampagem é a conformação de uma chapa de metal plana em uma forma a Figura 3.
aleatória que deixa aconsiste
O dobramento peça oca, conforme ilustrado
na deformação na Figura
de uma chapa formando 3b.umOângulo
corte é o
cisalhamento da chapa metálica utilizando um punção e uma matriz (Figura
em relação ao material não deformado, conforme mostra a Figura 3a. A estampa- 3c). A
conformação de chapas abrange a conformação por estiramento, a calandragem,
gem é a conformação de uma chapa de metal plana em uma forma aleatória que
o repuxamento e o dobramento de tubos, pois se aplicam punções e matrizes na
deixa a peçaconforme
conformação, oca, conforme ilustrado
leciona Groover Figura 3b. O corte é o cisalhamento da
na (2014).
chapa metálica utilizando um punção e uma matriz (Figura 3c). A conformação
de chapas abrange a conformação por estiramento, a calandragem, o repuxamento
e o dobramento de tubos, pois se aplicam punções e matrizes na conformação,
conforme leciona Groover (2014).
81
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO Conformação mecânica 7
FONTE: a) Figura
<Kachain Mungwattana/Shutterstock.com>; b) <ANTONIO TRUZZI/Shutterstock.
3. Operações de conformação de chapas: a) dobramento, b) estampagem e c) corte.
com>; c) <Nordroden/ Shutterstock.com>. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: a) Kachain Mungwattana/Shutterstock.com; b) ANTONIO TRUZZI/Shutterstock.com; c) Nordroden/
Shutterstock.com.
4.1 LAMINAÇÃO
Laminação
A laminação é um processo de conformação no qual a espessura do metal
A laminação é um processo de conformação no qual a espessura do metal
é reduzida por esforços compressivos, exercidos por meio de dois cilindros,
é reduzida por esforços compressivos, exercidos por meio de dois cilindros,
conforme mostra a Figura 3; os cilindros comprimem e puxam o material.
conforme mostra a Figura 4; os cilindros comprimem e puxam o material.
A laminação mais usual é para obtenção de chapas e perfis. A maioria dos
A laminação mais usual é para obtenção de chapas e perfis. A maioria dos
processosprocessos de laminação demanda alto custo de investimento, e os laminadores
de laminação demanda alto custo de investimento, e os laminadores
são aplicados para produção de itens padronizados.
são aplicados para produção de itens padronizados.
De acordo com Smith e Hashemi (2012), a maior parte das ligas no campo
da engenharia são policristalinas. A condição dos materiais policristalinos implica
em ter grãos espalhados na estrutura, ou seja, durante a solidificação surgem
diversos núcleos aos quais vão se formando estruturas celulares desorientadas
uns dos outros grãos, o que leva à condição de grande capacidade de deformação,
além de não haver uma única estrutura cristalina. Os contornos de grãos
promovem obstáculos ao movimento de deformação impostos por tensões.
O encruamento
O encruamentoou ouendurecimento ajuda
endurecimento ajuda a aumentar
a aumentar a resistência
a resistência mecâ- mecâni-
ca de alguns
nica de alguns metais, tais como os utilizados na trefilação, melhorando suasua resis-
metais, tais como os utilizados na trefilação, melhorando
tência à tração e oàlimite
resistência tração de escoamento.
e o limite de escoamento.
Na Figura 1 podemos observar uma liga metálica de 70% Cu-30% Zn, o
Na Figura 4 podemos observar uma liga metálica de 70% Cu-30% Zn, o
conhecido latão, cujas propriedades de resistência à tração sobem à medida
conhecido latão, cujas propriedades de resistência à tração sobem à medida que
que aumentamos o alongamento a frio. Um exemplo seria, na condição inicial,
aumentamos o alongamento a frio. Um exemplo seria, na condição inicial, termos,
para zerotermos, para zero
de trabalho de trabalho
a frio, a frio, uma capacidade
uma capacidade de resistência
de resistência à tração
à tração de 46deKsi. Uma
46 trabalha
vez que se Ksi. Uma vez queem
a frio se trabalha
43%, o alimite
frio emde43%, o limite deàresistência
resistência tração passaà tração
para 80 Ksi,
ao passo que seu limite de escoamento cai para 10 Ksi. Tal valor mostraTala variação
passa para 80 Ksi, ao passo que seu limite de escoamento cai para 10 Ksi.
da capacidade de trabalho
valor mostra a variação dodamaterial
capacidade emdefunção
trabalhoda
do deformação a frio.
material em função daPara me-
lhorar o limite de escoamento,
deformação podemos
a frio. Para melhorar recuperar
o limite ou recristalizar
de escoamento, o metal, favore-
podemos recuperar
cendo o restabelecimento de características
ou recristalizar o metal, desejadas ao produto
favorecendo o restabelecimento final.
de características
desejadas ao produto final.
70% Cu-30% Zn
100
60 60
Limite de escoamento (MPa)
% de alongamento
40 40
20 Alongamento 20
0 10 20 30 40 50 60
% de trabalho a frio
FONTE: Adaptada de Smith e Hashemi (2012, p. 184).
Figura 1. Porcentagem de deformação a frio em função do limite de resistência à tração
e alongamento até a quebra da liga 70% de Cu-30% de Zn.
Fonte: Adaptada de Smith e Hashemi (2012, p. 184).
5.2 RECRISTALIZAÇÃO
De acordo com Smith e Hashemi (2012), se aquecermos o material a tem-
peraturas abaixo da faixa de recristalização do material, ou seja, não permitindo
a nucleação de novos grãos na estrutura metálica, ocorrerá apenas o alívio das
tensões internas do metal. Na Figura 5, a curva das tensões internas residuais cai
significativamente, a ductilidade aumenta e a dureza altera pouco.
84
Atingindo a temperatura de recristalização, poderá ocorrer recristalização
primária por meio do surgimento da nucleação
TÓPICO 1 |dentro dosBÁSICOS
CONCEITOS grãosDEmaiores,
CONFORMAÇÃO
deformados, ou o crescimento de subgrãos formados nos contornos dos grãos
dos,eou o crescimento
que de subgrãos
tendem a migrar formados
das regiões nos contornos
fortemente deformadas,dosaliviando,
grãos e que tendem
assim,
a migrar
a energia interna do material. A resistência à tração decai, aumentando interna
das regiões fortemente deformadas, aliviando, assim, a energia in-
do material. A resistência à tração decai, aumentando inversamente a ductilidade.
versamente a ductilidade.
Ductilidade
Resistência
Resistência,
ductilidade
dureza,
Dureza
Deformado a
frio e recuperado Novos grãos
Tamanho
de grãos
Recuperado Recristalizado
Aumento de temperatura
Figura 2. FONTE:
Efeito do Adaptada dena
recozimento Smith e Hashemi
alteração (2012,
da estrutura p. 184).
e propriedades me-
cânicas de um metal em função do aumento da temperatura.
Fonte: Adaptada de Smith e Hashemi (2012, p. 184).
NOTA
85
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
DICAS
https://goo.gl/vPz9jB
Para saber sobre o calor gerado, devemos conhecer o atrito, muitas vezes
associado ao consumo de energia, desgaste de ferramentas, aumento da tempe-
ratura etc. O atrito é importante nos casos de laminação e forjamento. Existem
tabelas de parâmetro que devem ser verificadas in loco, no entanto, temos, de
acordo com Schaeffer (2009), algumas referências:
NTE
INTERESSA
Temperatura 10 s a ar
inicial
Temperatura Convecção:
10 s a ar 347
Temperatura
350 ºC
inicial 0,010 s a ar ºC
kW/m2
Convecção: 347
Temperatura
inicial 10 s a ar
Convecção: 347
350 ºC 0,0 kW/m2 ºC
inicial
350 ºC Convecção:
0,0 kW/m2 ºC 347
350 ºC 0,0 kW/m2 ºC
345
345
b) 345
b) 345 (ºC)
Temperatura
b)
v = 50 mm/s Temperatura (ºC)
b) 445
Temperatura (ºC)
v = 50 mm/s v = 50 mm/s 445
Temperatura (ºC)
v = 50 mm/s 445
v = 50 mm/s
v = 50 mm/s v = 50 mm/s 445
v = 50 mm/s
395
395
395
395
I II 345
I II 345
FONTE:Adaptada
Figura 3. a) I
Distribuição de Silva
de temperaturas et tarugo
em um al. (2017). 345
II de alumínio, inicialmente
I II 345
Figura 3. a)de
aquecido, Distribuição de temperaturas
forma homogênea, até 350em°C eum tarugo de
resfriado a aralumínio, inicialmente
por 10 segundos. b)
Figura 3. a) Distribuição de temperaturas em um tarugo de alumínio, inicialmente
aquecido,
Gradiente de
Figura 3. a)de forma homogênea,
temperatura
Distribuição de até
tarugo 350
de °C e resfriado
alumínio
87 até 350em
de temperaturas aquecidoa ar por
até 10
350 segundos.
°C e resfriadob)
aquecido, forma homogênea, °C eum tarugo de
resfriado a aralumínio, inicialmente
por 10 segundos. b)
Gradiente
aquecido, de
de temperatura
por 10 segundos, sem
forma trocade
detarugo
homogênea, calor de alumínio
atéentre
350 aquecido
as matrizes
°C araté
e aapeça,
e resfriado 350
porem °C e I.resfriado
10que: Forjado
segundos. b)
Gradiente de temperatura de tarugo de alumínio aquecido até 350 °C e resfriado
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você aprendeu que:
• O processo de conformação afeta a forma e tamanho dos grãos, o que por sua
vez afeta a dureza do material.
88
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – F – V – V.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – V – V – F.
89
90
UNIDADE 2 TÓPICO 2
LAMINAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Os metais são produzidos e disponibilizados pela indústria metalúrgica
2 Conformação mecânica: processo de laminação
ou siderúrgica em diversos formatos, tais como: blocos, tarugos, redondos, vigas,
placas grossas, médias e finas, lingotes etc. A simples entrega desses formatos já
supõe ser necessária a conformação mecânica, mesmo inicialmente. A conforma-
lingotamento contínuo, alimentando laminadores, produzindo e solidificando
ção primária em um fluxograma de processo rotineiro para conversão de maté-
blocos, tarugos e placas; b) direciona-se para os moldes de lingotamento,
rias-primas em produtos acabados passa pela laminação.
solidificando em lingotes, esfriando e sendo novamente aquecidos em uma
segunda etapa para que possam passar por processos primários aos quais se
Neste tópico, estudaremos os conceitos gerais da mecânica do processo de
destacam a laminação, a extrusão, a trefilação, o forjamento e a estampagem.
laminação O (aprocesso
quentedee laminação
a frio), astempropriedades de produtos
uma função importante no setorlaminados
primário e também
aprenderá a relacionar e a aplicar os equipamentos e máquinas usados
ao produzir produtos iniciais e atuar em produtos finais, ou seja, produtos no para a
execuçãosetor
do secundário,
processo atendendo
de laminação.
o consumidor final.
2 CONCEITOS GERAIS
Conceitos gerais
ASegundo
essência Bresciani e Silva (2011),
do processo a essência do processo
de conformação mecânica de denominado
conformação laminação
mecânica denominado laminação consiste na passagem de um corpo sólido
consiste na passagem de um corpo sólido metálico – a peça – entre dois cilindros,
atuandometálico – a peça – entre dois cilindros, atuando na condição de ferramentas em
na condição de ferramentas em movimento sincrônico, porém em
movimento sincrônico, porém em sentidos opostos, promovendo deformação
sentidos opostos, promovendo deformação plástica e reduzindo a espessura
plástica e reduzindo a espessura inicial (h ) ao tamanho da espessura final (hf ),
inicial (hi) ao tamanho da espessura finali (hf), como se observa na Figura 7.
como se observa na Figura 1.
R
Espessura
inicial
Espessura
L final
hi hf
FONTE:
Figura 1. Ilustração genérica de Adaptada
laminação. de Rocha (2012, p. 33)
Fonte: Adaptada de Rocha (2012, p. 33).
91
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
Para alcançar o objetivo final de redução da espessura da peça, não é
Parana
possível, alcançar
maioriaodos
objetivo
casos,final de redução
fazê-lo em uma da espessura
única passagemdanos
peça, não é pos-
cilindros,
sível,
sendo necessário, portanto, submetê-la a uma série e a sucessivos passes.sendo
na maioria dos casos, fazê-lo em uma única passagem nos cilindros, A
necessário, portanto, submetê-la a uma série e a sucessivos passes. A força de
força de atrito é a responsável em atuar nas superfícies de contato em ambos
atrito é a responsável em atuar nas superfícies de contato em ambos os cilindros
e aos cilindros e a peça.
peça.
Observe na Figura 2 o esquema sequencial de operações de redução do
Observe
lingote na Figura
em placa 8 o esquema
nos laminadores sequencial
reversíveis deduo,
tipos operações
sendo de redução do
necessários
lingote
cincoem placapara
passos nosalcançar
laminadores reversíveis
o objetivo tipos duo, sendo necessários cinco
de redução.
passos para alcançar o objetivo de redução.
Segundo Smith e Hashemi (2012), a laminação a quente e a frio são muito
usadas no processamento
Segundo dos metais
Smith e Hashemi e ligas
(2012), metálicas. aChapas
a laminação quentefinas ou grossas
e a frio são muito
de grandes
usadas comprimentosdos
no processamento podem ser eobtidas
metais através desse
ligas metálicas. método.
Chapas A Figura
finas 2
ou grossas
demostra
grandes o esquema de laminação a quente, refletindo a grande redução possível 8
comprimentos podem ser obtidas através desse método. A Figura
mostra
entre um passo e de
o esquema laminação a quente, refletindo a grande redução possível
outro.
entre um passo e outro.
Bresciani e Silva (2011) classificam o laminador duo reversível como ideal
para se trabalhar
Bresciani peças(2011)
e Silva pesadas e longas ao exemplo
classificam laminadorde duo
blocos, chapas grossas,
reversível como ideal
para se trabalhar peças pesadas e longas a exemplo de blocos, chapase grossas,
tarugos, vergalhões. Isso se deve à alternância de movimento, horário anti-
tarugos, vergalhões.
-horário, ao qual nãoIsso se deve
giram à alternância
somente de movimento,
para um determinado lado.horário e anti-ho-
Analisando os
rário, ao qual não giram somente para um determinado lado. Analisando
casos do laminador duo, sem ser reversível, girando somente em determinada os casos
do laminador duo, sem ser reversível, girando somente em determinada direção,
direção, há limitação do movimento e a peça é obrigada a voltar por cima,
há limitação do movimento e a peça é obrigada a voltar por cima, não seguindo
não seguindo
o mesmo plano. o mesmo plano.
Passo nº 4 Passo nº 5
FONTE:
Figura 2. Operações Adaptada
sequenciais dede Smith e aHashemi
laminação (2012, p. 152). um lingote em
quente, transformando
placa, via laminadores reversíveis tipo duo.
Fonte: Adaptada de Smith e Hashemi (2012, p. 152).
3 LAMINAÇÃO
A maioria dos processos de laminação é realizada por meio de trabalho
a quente, chamado de laminação a quente, em razão da necessidade de grande
volume de material a ser deformado. O metal laminado a quente é geralmente
isento de tensões residuais e suas propriedades são isotrópicas. As desvantagens
92
quente, chamado de laminação a quente, em razão da necessidade de grande
volume de material a ser deformado. O metal laminado a quente éTÓPICO geralmente
2 | LAMINAÇÃO
isento de tensões residuais e suas propriedades são isotrópicas. As desvantagens
da laminação
da laminação a quente
a quente sãosão relacionadas com
relacionadas com aaimpossibilidade
impossibilidade de serem
de seremobtidos
obtidos
produtos
produtos comcom tolerâncias
tolerâncias estreitase ea asuperfície
estreitas superfície apresentar
apresentar a acarepa, conforme
carepa.
apontam Marciniak e Duncan (2002), Altan, Oh e Gegel (1999) e Groover (2014)
AAfabricação
fabricação de aço utiliza
de aço utilizaa alaminação,
laminação, sendo
sendo queque o metal
o metal iniciainicia
sob asob a
formaforma
de um lingote
de um dedeaço
lingote açofundido recém-solidificado.
fundido recém-solidificado. O lingote
O lingote é colocado
é colocado
em umem um forno, no qual permanece até atingir temperatura uniforme. NoNo
forno, no qual permanece até atingir temperatura uniforme. aço,aço, a
temperatura de laminação fica em torno de 1.200°C, e o lingote é movido para
a temperatura de laminação fica em torno de 1.200°C, e o lingote é movido
o laminador, onde é laminado em uma das três formas intermediárias: blocos,
paraouo laminador,
tarugos placas. Essasondeformas
é laminado em uma dassão
intermediárias três posteriormente
formas intermediárias:
laminadas
blocos,
para as formastarugos
finaisoudoplacas.
produto,Essas formas intermediárias
conforme mostra a Figura são9.posteriormente
laminadas para as formas finais do produto, conforme mostra a Figura 4.
FIGURA 9 – ALTERAÇÕES NA MICROESTRUTURA QUE OCORRE NA LAMINAÇÃO A QUENTE E
TIPOS DE LAMINADORES
Figura 4. Alterações
FONTE: Adaptada de
na microestrutura Swift
que e Booker
ocorre (2014).a quente e tipos de
na laminação
laminadores.
Fonte: Adaptada de Swift e Booker (2014).
A laminação a frio aumenta a resistência do metal e permite tolerâncias
mais estreitas na espessura. Além disso, a superfície da chapa laminada a frio é
isenta de carepas. Essas características tornam as chapas finas, as tiras e as bobinas
laminadas a frio as matérias-primas ideais para estampas, conforme apontam
Altan, Oh e Gegel (1999) e Groover (2014).
93
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
0,6 a 1,4 m. A configuração de laminador duo pode ser tanto reversível quanto
irreversível. Na cadeira de laminação irreversível, os cilindros sempre giram no
mesmo sentido, e a peça sempre passa através dos cilindros pelo mesmo lado. A
cadeira de laminação reversível permite a reversão do sentido de rotação do cilin-
dro, para que a peça possa ser laminada em ambas as direções. A desvantagem da
configuração reversível compreende o significante momento angular alcançado
pelos grandes cilindros rotativos e os problemas técnicos associados à reversão,
segundo aponta Groover (2014).
94
Conformação mecânica:
TÓPICOprocesso de laminaçã
2 | LAMINAÇÃO
Cilindro de
apoio Secção inicial Secção laminada
Zona de deformação
vista lateral esq.
De acordoAcom temperatura
Smith ede trabalho(2012),
Hashemi é acimaoda faixa de recristalização
aquecimento do material daaumenta
peça,
diminuindo a deformação plástica e permitindo a recuperação da estrutura
as reduções demetal.
cristalina do espessura a cada passo, não sendo necessárias muitas etapas
para se chegar ao resultado desejado. Uma opção ideal seria a redução dos
Entende-se por “trem” um grupo de laminadores — gaiolas — trabalhando
lingotes a quente
em conjunto, logo ser
podendo apósde alaminação
fundição,
de adesbaste
fim deou evitar o reaquecimento do
acabamento.
material e, assim, aproveitar a energia. Quanto se necessita reaquecer os fornos
tipo poço, deve-se trabalhar na condição do aço, perto de 1.200 ºC.
A temperatura de trabalho é acima da faixa de recristalização da peça,
diminuindo a deformação plástica e permitindo a recuperação da estrutura
cristalina do metal.
Na Figura 4 é possível observar a linha em sequência típica, sendo: a)
chapas grossas provenientes de placas quentes; b) quebra-carepa (retirada de
óxido de ferro); c) redutor de chapas grossas, redutor de bloco; d) laminador
de desbaste, para redução alta de espessura;
95 e) cortador de extremidades; f)
Conformação mecânica: processo de laminação
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
BrescianiAplicando
e Silva (2011) iniciam praticamente
os laminadores quasesequência
quadruo e uma toda a chapa
entrede
3 eaço carbono
6 gaiolas, o
material passa a ser reduzido até a especificação. As velocidades são
laminada a frio com o processo de conformação a quente. A qualidade a frio sincronizadas
a fim de garantir o tensionamento da chapa e, quando finalizado, o material é
é melhor a exemplo da rugosidade e as propriedades mecânicas do material,
rebobinado.
pois sofre o encruamento. Quando não se deseja o encruamento, utilizam-se
A ausência
os tratamentos de cobertura
térmicos de óxidos
a exemplo é uma vantagem,
da normalização ou apesar das pressões de
recozimento.
trabalho subirem. Na medida em que se aumenta o encruamento, nas passagens
Aplicando
mais difíceisos laminadores
para quadruo
se trabalhar, e uma
as últimas sequência
passadas entre 3 ée pequena.
a redução 6 gaiolas,Ao
material passade
temperatura a ser reduzido
trabalho para até a especificação.
materiais Asentre
ferrosos varia velocidades sãoQuando
65° e 120°C. sincro-
o objetivo é refrigerar, se aplica óleo solúvel.
nizadas a fim de garantir o tensionamento da chapa e, quando finalizado, o
material éArebobinado.
Figura 12 mostra a configuração de um só trem e o agrupamento de
A ausência
trens em sériede coberturasincronizados.
trabalhando de óxidos é uma vantagem, apesar das pressões
de trabalho subirem. Na medida em que se aumenta o encruamento, nas
passagens mais difíceis para se trabalhar, as últimas passadas a redução é
pequena. A temperatura de trabalho para96materiais ferrosos varia entre 65° e
TÓPICO 2 | LAMINAÇÃO
(a) (b)
ATENCAO
97
tomadas ações preventivas;
controle de qualidade da matéria-prima via ensaios dimensionais, me-
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
talográficos, químicos e mecânicos.
FIGURA 13 – MAQUINÁRIO DE LAMINAÇÃO A FRIO DESTINADO A PLACAS DE AÇO, ESTANHO
E METAIS NÃO FERROSOS
98
TÓPICO 2 | LAMINAÇÃO
FONTE:
Figura <OVKNHR/Shutterstock.com>.
7. Maquinário de laminação a quente. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: OVKNHR/Shutterstock.com.
DICAS
https://goo.gl/DsXC9m
100
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você aprendeu que:
101
AUTOATIVIDADE
102
UNIDADE 2 TÓPICO 3
EXTRUSÃO E TREFILAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Os metais são produzidos e disponibilizados pela indústria metalúrgica
em diversos formatos, tais como: blocos, tarugos, redondos, vigas, placas (gros-
sas, médias e finas), lingotes etc. Na conformação mecânica, os produtos primá-
rios podem ser feitos conformados em vários processos, dentre os quais o pro-
cesso de extrusão, sendo moldado por pressão, ou o processo de trefilação, cuja
transformação ocorre via estiramento ou tracionamento.
2 EXTRUSÃO
Extrusão é um processo de conformação por compressão no qual o ma-
terial é forçado a escoar através da abertura de uma matriz para produzir a for-
ma da seção transversal desejada. As principais vantagens são a possibilidade
de produzir várias formas, especialmente no processo a quente. A estrutura dos
grãos e as propriedades de resistência são melhoradas nas extrusões a frio e a
morno, sendo possível alcançar tolerâncias apertadas e gerar pouca sucata. A
limitação da extrusão é que a peça deve possuir seção transversal uniforme ao
longo de seu comprimento.
103
é agravado pela camada de óxido na superfície do material. É aplicado em
seções vazadas.
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
104
Mecanismos
Segundo Moro e Aurasde extrusão
(2006), os parâmetros de TÓPICOextrusão se dividem em
3 | EXTRUSÃO E TREFILAÇÃO
características geométricas e físicas.
Segundo
3Quanto Moro
MECANISMOS
aos e Auras
fatores DE(2006),
EXTRUSÃO
geométricos, os se
parâmetros
destacam:dea)extrusão
o ângulose dedividem
afunilamentoem
da características
matriz (observe geométricas
o ângulo eαfísicas.
na Figura 1); b) a força de extrusão; c) a tem-
Segundo
Quanto Moro egeométricos,
aos fatores Auras (2006),se
osdestacam:
parâmetrosa)de extrusãodeseafunilamento
o ângulo dividem em
peratura inicial geométricas
características do lingote;ed) o tipo de lubrificante utilizado.
físicas.
da matriz (observe o ângulo α na Figura 1); b) a força de extrusão; c) a tem-
peraturaQuanto
inicialaos
dofatores
lingote; d) o tipo de
geométricos, selubrificante
destacam: a) utilizado.
o ângulo de afunilamento
da matriz (observe o ângulo α na Figura 17); b) a força de extrusão; c) a temperatura
inicial do
Pressão delingote; d) o tipo de lubrificante utilizado.
extrusão
Pressão de extrusão
A pressão de extrusão
3.1 PRESSÃO DE pode
EXTRUSÃO ser calculada por meio da análise da técnica de
deformação
A pressão dehomogênea que éserdeterminada
extrusão pode calculada porpor: meioσE da= σanálise
0
. ln Re, onde σde
da técnica E
éa
A pressão de extrusão pode ser calculada por meio da análise da técnica
tensão de escoamento,
deformação
de deformaçãohomogênea
homogênea é aque
σ0 que tensão inicial epor:
é determinada
é determinada Re
por:=
σσEA==0 σ/σ0A..fln
ln→,
Re,a onde
Re, relação
onde σσEE ééentre
aa
E 0
a área inicial
tensão
tensão e área final.
escoamento,
de escoamento, σσ
0 0
é éa tensão
a tensão inicial
inicial e Ree =Re
A0=/ Af0 →,
/ Aaf relação
→, a relação
entre a entre
área
ainicial e área final.
área inicial e área final.
Tarugo
Tarugo
Perfil extrudado
Pressão Ao Ar Pistão
Perfil extrudado
Pressão Ao Ar Pistão
105
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
106
evita a fusão do lingote ao pistão devido às altas temperaturas — na extrusão
a quente — e à pressão exercida durante o processo.
TÓPICO 3 | EXTRUSÃO E TREFILAÇÃO
Figurado
Ciclo 18 processo
– Ciclo do de
processo de extrusão.
extrusão direta
Ciclo do processo de extrusão direta
Portas de entrada
4 TREFILAÇÃO
A trefilação é uma operação na qual uma seção transversal de uma barra,
vara ou arame é reduzida, sendo puxada através da abertura de uma matriz. Na
trefilação, o metal é puxado através da matriz, conforme apresentado na Figura
20, gerando tensões trativas. A compressão também ocorre à medida que passa
pela abertura da matriz; por esse motivo, a deformação que ocorre na trefilação é
denominada compressão indireta. Conformação mecânica 13
109
De acordo com as propriedades do material, serão necessários processos
mediário de recristalização
gradativos, para continuar
passando em diversas a redução
fieiras, e utilizar até o térmico
tratamento ponto desejado.
inter-
mediário de
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE recristalização
CONFORMAÇÃO para continuar a redução até o ponto desejado.
ZONADEDE
α α FIEIRA
FIEIRA
ZONA
DEFORMAÇÃO
DEFORMAÇÃO MOVIMENTO
MOVIMENTO
FIOFIO PLÁSTICA
PLÁSTICA
DO FIO DO FIO
nformação mecânica: processos de extrusão e trefilação
Ot = TENSÃO DE TRAÇÃO
Di = DIÂMETRO INICIAL
Ot = TENSÃO
Oc = TENSÃO DE DE TRAÇÃO
Di =DDIÂMETRO
= DIÂMETROINICIAL
FINAL Oc = TENSÃO DE
COMPRESSÃO
f
Df = DIÂMETRO FINAL COMPRESSÃO
(a)
Ferramenta de (a)trefilação (b)
(b)
Figura 4. Mecanismo de trefilação. Em (a), passagem do fio pela fieira com redução do
diâmetro; emFONTE:<Adaptada detração
(b), esforços atuantes de Bresciani e Silva (2011, p. 49).
e compressão.
De acordo com
Figura Moro e Auras
4. Mecanismo (2006),
de trefilação. Em (a),a passagem
Fonte: Adaptada de Bresciani e Silva (2011, p. 49).
fieira é ododispositivo básico
fio pela fieira com dadotrefilação.
redução
diâmetro; em (b), esforços atuantes de tração e compressão.
Ao observar a Figura 5a, temos: em (a), o cone de entrada; em (b), o cone de
4.3
8 FERRAMENTA
Fonte: Adaptada
Conformação de Bresciani
mecânica: DE
processos TREFILAÇÃO
e Silva
de (2011, p. 49).
extrusão e trefilação
trabalho; em (c), o cilindro de calibração; e em (d), o cone de saída. Na Figura
5b, temos:De β =acordo
semiângulocom Moro de entrada;
e Auras (2006), α = semiângulo de trabalho;
a fieira é o dispositivo Hc =da
básico altura
trefilação.Ferramenta
Ao observarde a Figura
trefilação 21a, temos: em (a), o cone de entrada; em (b), o
de calibração;
cone de trabalho;Dc =em diâmetro
(c), o cilindro de calibração;
de calibração; γ =esemiângulo
em (d), o conede desaída.
saída. Na
Quanto
Figura 21b,à utilização
De temos:com
acordo β =Moro dose Auras
materiais
semiângulo ana
de entrada;
(2006), fieirafieira,
éoα = os principais
semiângulo
dispositivo básico dade são: metal
trabalho;
trefilação. Hc =duro,
altura deAo calibração; D
observar a Figura = diâmetro de calibração; γ = semiângulo
5a, temos: em (a), o cone de entrada; em (b), o cone de de saída.
aços revestidos de cromo, c
aços especiais e materiais cerâmicos.
trabalho; em (c), o cilindro de calibração; e em (d), o cone de saída. Na Figura
Segundo 5b,Moro
Quanto temos: βe= semiângulo
Aurasdos
à utilização (2006), entrada;a αtrefilação
demateriais na fieira, os de
= semiângulo pode
principaisserHsão:
trabalho; dividida
c
em dois
metal duro,
= altura
aços revestidos de cromo, aços especiais e materiais cerâmicos.
grupos: a) trefiladora
de calibração; de Dc =bancada,
diâmetro de utilizadacalibração; γ na conformação
= semiângulo de saída.de barras e tubos
Quanto à utilização dos materiais na fieira, os principais são: metal duro,
(Figura 6c); b) revestidos
Segundo
aços trefiladora
Morodeecromo, de tambor
Auras (2006),
aços especiais com escorregamento
a trefilação
e materiais pode (Figura
ser dividida
cerâmicos. em6a) e sem
dois
grupos: a) trefiladora
escorregamento Segundo(Figura
Moro de6b).
ebancada,
Auras (2006), utilizada na conformação
a trefilação pode ser dividida de embarras
dois e tubos
(Figura 22c); b)a)trefiladora
grupos: trefiladora dede tambor
bancada, com escorregamento
utilizada (Figura
na conformação de barras 22a) e sem
e tubos
escorregamento (Figura 22b).
(Figura 6c); b) trefiladora de tambor com escorregamento (Figura 6a) e sem
escorregamento (Figura 6b).
FIGURA 22 – FERRAMENTA DE TREFILAÇÃO. (A) REPRESENTAÇÃO DAS REGIÕES DA FIEIRA: A —
CONE DE ENTRADA; B — CONE DE TRABALHO; C — CILINDRO DE CALIBRAÇÃO; D — CONE DE
SAÍDA. (B) REPRESENTAÇÃO DOS SEMIÂNGULOS DOS CONES E DA ALTURA E DIÂMETRO DO
EsquemaCILINDRO
de trefilarDEcom deslizamento
CALIBRAÇÃO
Esquema de trefilar com deslizamento
Trefiladoras de tambor
Roldana Roldana
Desbobinadeira
1ª fieira Bobinadeira
2ª fieira
Roldana
1º anel
tirante com 2º anel
fio deslizante tirante com
fio deslizante
(b) com deslizamento
DICAS
https://goo.gl/2ot5iA
DICAS
https://goo.gl/UwgQA7.
https://goo.gl/P2Ag2Y.
112
TÓPICO 3 | EXTRUSÃO E TREFILAÇÃO
ATENCAO
113
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você aprendeu que:
• A extrusão a frio e a morno produz peças com boa qualidade superficial e bem
detalhadas. Já a extrusão a quente sofre devido ao alto atrito gerado pelo pro-
cesso, podendo gerar maior desgaste da matriz e alteração na forma da barra.
• Alguns dos principais fatores que afetam o processo de extrusão estão o ângu-
lo de afunilamento, a força de extrusão e a relação de áreas.
114
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – V – F – V.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – F – V – V.
115
116
UNIDADE 2
TÓPICO 4
FORJAMENTO
1 INTRODUÇÃO
O processo de forjamento, um dos mais antigos e importantes processos
de conformação mecânica, teve início há muitos anos, com os ferreiros. Atual-
mente, está presente nas indústrias mecânica, automotiva, agrícola, naval, aeroes-
pacial, etc. Essa tecnologia mecânica é capaz de produzir peças dos mais variados
tamanhos e formatos. São forjados desde os componentes mais simples, como
parafusos e chaves de boca, até os mais complexos, como grandes eixos e rotores.
2 FORJAMENTO
Forjamento é um processo de conformação no qual a peça processada é com-
primida entre duas matrizes, por impacto ou pressão gradativa, para dar forma à
peça. O forjamento é realizado a quente ou a morno, em razão da grande quantidade
de deformação requerida pelo processo e da necessidade de reduzir a resistência e
aumentar a ductilidade do metal em processamento. O forjamento a frio é também
aplicado, e sua vantagem é a elevada resistência da peça como resultado do encrua-
mento, conforme apontam Altan, Oh e Gegel (1999) e Groover (2014).
117
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
118
TÓPICO 4 | FORJAMENTO
119
Forjamento 3
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
FONTE: <SvedOliver/Shutterstock.com>.
Figura 1. Peça sendo forjada a quente. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: SvedOliver/Shutterstock.com.
121
grande porte, com formatos relativamente simples (Figuras 4 e 5), em pe-
quena quantidade.
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
orjamento
FONTE:<Milos Zvicer/Shutterstock.com
Figura 4. Exemplo de matriz aberta para peças de grandes
dimensões.
FIGURA 29 –Fonte: Milos Zvicer/Shutterstock.com.
EXEMPLO DE MATRIZ ABERTA PARA PEÇAS DE GRANDES DIMENSÕES
FONTE:Figura
<Aumm graphixphoto/Shutterstock.com>.
7. Processo Acesso
de forjamento utilizando matriz em: 13 jan. 2020.
fechada.
Fonte: Aumm graphixphoto/Shutterstock.com.
ATENCAO
Forjamento
2.9 MARTELAMENTO
O forjamento com martelamento é realizado com a aplicação de golpes
rápidos
com a peça.e sucessivos no metal,
Em seguida, tendo pressão
rapidamente máxima no
se normalizam primeiro
a força contato do
e a intensidade
martelo com a peça. Em seguida, rapidamente se normalizam a força e a intensidade
dodogolpe,
golpe,gerando umadeformação
gerando uma deformação direcionada
direcionada às camadas
às camadas superfida
superficiais ciais da
peça,
peça, conforme
conforme mostramostra a Figura
a Figura 32. 8.
125
a velocidade e o custo. A prensa hidráulica tem as vantagens de flexibilidade
e capacidade, já a prensa mecânica tem como vantagens ser uma máquina
mais rápida
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE eCONFORMAÇÃO
de menor custo.
FONTE:Figura
<Milos10.Zvicer/Shutterstock.com>. Acesso
Prensagem de uma peça de grande porte. em: 13 jan. 2020.
Fonte: Milos Zvicer/Shutterstock.com.
3 VARIÁVEIS DO PROCESSO
Variáveis
No forjamento, docomo
processo
em qualquer outro processo de conformação e
transformação de metais, existem inúmeras variáveis a serem verificadas, das
quais destacam-se, pela
No forjamento, suaemimportância:
como qualquer outro processo de conformação e transfor-
mação de metais, existem inúmeras variáveis a serem verificadas, das quais
10 o material a ser forjado;
destacam-se, pela sua importância:
11 a resistência mecânica
o material a serdo material;
forjado;
a resistência mecânica do material;
12 a quantidade de peçasdea peças
a quantidade serema serem
forjadas;
forjadas;
a precisão do dimensionamento e do acabamento superficial;
13 a precisão
do dimensionamento
as máquinas e do acabamento
e matrizes a serem superficial;
utilizadas no processo de forjamento.
14 as máquinas e matrizes
Levando-se a serem utilizadas
em consideração no processo
essas características, de um
teremos forjamento.
processo
que garante a qualidade do produto forjado e melhora a sua microestrutura,
Levando-se em consideração
mantendo resistências essas
mecânicas aptas características,
à função teremos
das peças obtidas um processo
e respeitando
que garante a qualidade do produto forjado e melhora a sua microestrutura,
as especificações de dimensões e acabamento superficial do projeto.
mantendo resistências mecânicas aptas à função das peças obtidas e respeitando
as especificações de dimensões e acabamento superficial do projeto.
126
TÓPICO 4 | FORJAMENTO
127
propriedades mecânicas exigidas no produto final puderem ser obtidas em um
processo simples de forjamento.
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
3.4 PRECISÃO
Precisão DO DIMENSIONAMENTO
do dimensionamento E ACABAMENTO
e acabamento superficial
SUPERFICIAL
Entre as variáveis mais importantes do processo estão a precisão no dimen-
Entre as variáveis mais importantes do processo estão a precisão no
sionamento, o grauodegrau
dimensionamento, acabamento superfi
de acabamento cial e a precisão
superficial geométrica
e a precisão da peça
geométrica da
obtida. As tabelas
peça obtida. das 35
As figuras Figuras 11 e 12 apresentam
e 36 apresentam um demonstrativo
um demonstrativo desses
desses parâmetros
em comparação
parâmetros a outros processos
em comparação mecânicos.
a outros processos mecânicos.
Forjamento 13
Figura 11. TolerânciasFONTE: Esperança (c2018, documento on-line).
de precisão e de acabamento conforme o processo empregado.
Fonte: Esperança (c2018, documento on-line).
FIGURA 36 – GRAUS DE TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA CONFORME O PROCESSO EMPREGADO
NOTA
4 APLICAÇÕES DO FORJAMENTO
O processo de forjamento é aplicado em vários segmentos industriais.
A correta aplicação do método e, principalmente, a escolha desse processo em
detrimento de outros, como fundição, usinagem e metalurgia do pó, são desafios
para o profissional que trabalha no desenvolvimento de produtos. Veremos a
seguir as vantagens de aplicação do forjamento em relação a outros processos
de fabricação.
Forjamento 15
FONTE:
Figura 14. Estrutura interna do material: O Autor.
a) forjado e b) fundido.
E
IMPORTANT
16 Forjamento
ÉForjamento ou qual
difícil descrever usinagem?
desses processos é o melhor, pois, na maioria das
vezes eles se completam: várias peças produzidas iniciam pelo forjamento e de-
É difícil
pois passam peladescrever
usinagem qualdedesses processos é o melhor, pois, na maioria das
precisão.
vezes eles se completam: várias peças produzidas iniciam pelo forjamento e
depois a
Porém passam
grande pelavantagem
usinagem de precisão.
das peças forjadas é ter seu grão orientado ao
Porém
perfil, gerando a grande
maior vantagemAs
resistência. dasbarras
peças forjadas
e tarugosé ter seu grão são
usinados orientado
mais suscetí-
ao perfil,
veis à fadiga gerando maior
e à corrosão, em resistência.
função deAs barras e tarugos
a usinagem cortarusinados são mais
o formato do grão do
suscetíveis à fadiga e à corrosão, em função de a usinagem cortar
material, conforme mostra a Figura 39. Na maioria dos casos, o forjado gera uma o formato
estruturadodegrão
grãodoorientada
material, conforme mostra
pela forma daapeça,
Figuraresultando
15. Na maioria
emdos casos,
maior o
ductilidade
forjado
e resistência ao gera uma estrutura
impacto de grão orientada pela forma da peça, resultando
e à fadiga.
em maior ductilidade e resistência ao impacto e à fadiga.
131
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
132
TÓPICO 4 | FORJAMENTO
133
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você aprendeu que:
• O forjamento a frio necessita de forças mais altas, mas produz resultados que
apresentam bom acabamento superficial. A cunhagem, recalque e extrusão de
metais são sempre realizados a frio.
• As matrizes fechadas formam uma cavidade entre elas, onde ficará a peça, sob
elevada pressão. Necessita de cálculos precisos para garantir que a cavidade
seja devidamente preenchida.
134
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – V – F – V.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – F – V – V.
a) ( ) F – F – V – V.
b) ( ) V – F – V – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) V – V – F – F.
135
136
UNIDADE 2 TÓPICO 5
ESTAMPAGEM
1 INTRODUÇÃO
O processo de estampagem compreende um conjunto de operações de
corte e conformação em materiais metálicos, geralmente planos. Por meio da
plasticidade dos materiais, formatos e perfis são transformados e conformados
nos mais variados tamanhos e modelos.
2 ESTAMPAGEM
Segundo Moro e Auras (2006), o processo de estampagem, também denomi-
nado de conformação de chapas metálicas, consiste em dar novas formas geométri-
cas a formas geralmente planas, com o auxílio de ferramentas de punção e matriz.
137
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
FIGURA
Conformação 40 – PRINCIPAIS
mecânica: PROCESSOS
processos de DE ESTAMPAGEM: (A) FLANGEAMENTO RETO; (B)
estampagem
FLANGEAMENTO DE FURO; (C) ENROLAMENTO PARCIAL; (D) ENROLAMENTO TOTAL;
(E) DOBRAMENTO; (F) REDOBRAMENTO; (G) CORRUGAMENTO; (H) NERVURAMENTO; (I)
ESTAQUEAMENTO; (J) CONFORMAÇÃO DE TUBO DOBRAMENTO; (K) CONFORMAÇÃO DE
TUBO EXPANSÃO; (L) ABAULAMENTO; (M) PREGUEAMENTO
(j)
(i) (k) (l) (m)
FONTE: Adaptada de Bresciani e Silva (2011, p. 63).
Figura 1. Principais processos de estampagem: (a) flangeamento reto; (b) flangeamento de
furo; (c) enrolamento parcial; (d) Enrolamento total; (e) dobramento; (f) redobramento; (g)
corrugamento;
De acordo(h) nervuramento;
com Chiaverini (i) estaqueamento; (j) conformação
(1986), na maioria de tubo dobramento;
das aplicações a conforma-
(k)éconformação
ção feita a frio,demas
tuboem
expansão;
estampagem (l) abaulamento;
profunda(m) pode
pregueamento.
ser feita a quente, aten-
dendo
Fonte:aAdaptada
necessidades técnicas.
de Bresciani O autor
e Silva (2011, p. 63). prefere dividir o processo em três grupos
principais:
• corte;
• dobramento e encurvamento;
• estampagem
De profunda.
acordo com Chiaverini (1986), na maioria das aplicações a conformação
é feita aVamos
frio, mas em estampagem profunda pode ser feita a quente, atendendo
nos aprofundar primeiramente na estampagem sob a ótica do
acorte
necessidades técnicas.
e do dobramento, O autor prefere
entendendo dividir o processo em três grupos
seus mecanismos.
principais:
2.1
MECANISMOS
corte; DA ESTAMPAGEM
dobramento e encurvamento;
estampagem
2.1.1 Mecanismosprofunda.
da estampagem de corte
Segundo
Vamos Weiss (2012),
nos aprofundar as forças cortantes
primeiramente devido asob
na estampagem ação contrária
a ótica do
do corte
punção e da matriz provocam a separação do material por cisalhamento. Na
eFigura
do dobramento, entendendo
41, na posição seusobservar
(a1), podemos mecanismos.
uma linha de corte que representa as
cunhas de corte. Para se atingir a condição (a2), é necessário o empenho da força
de corte na qual a matriz reage à força contrária do punção. O cálculo dessa força
é determinante para a escolha da máquina de trabalho.
Mecanismos da estampagem
138
Mecanismos da estampagem de corte
cunhas de corte. Para se atingir a condição (a2), é necessário o empenho da
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
força de corte na qual a matriz reage à força contrária do punção. O cálculo
FIGURA 41 – ESQUEMA DE DEFORMAÇÃO NA ESTAMPAGEM: (A ) APROXIMAÇÃO E (A ) CORTE
dessa força POR
DE CHAPA é determinante para
MEIO DO PUNÇÃO; (B )aAPROXIMAÇÃO
escolha da Emáquina de trabalho.
(B ) DOBRAMENTO
1
DE FLANGE; (C )
2
1 2 1
APROXIMAÇÃO E (C2) DOBRAMENTO EM V; (D) LAYOUT DA POSIÇÃO DE CORTE DA PEÇA SOBRE A
CHAPA, ONDE (D2) TEM MELHOR APROVEITAMENTO QUE (D1); (E) DOBRA EM V, OCORRE TRAÇÃO
NA REGIÃO EXTERNA E COMPRESSÃO NAS LINHAS INTERNAS. SÍMBOLOS: V = MOVIMENTO; F
= FORÇA APLICADA AO DOBRAMENTO; FM = FORÇA DE FIXAÇÃO.
punção
punção Fixação da peça
corte
descarte matriz
matriz (b2)
(b1)
(a1) (a2)
(d1)
punção tração
(e)
linha
neutra
compressão
matriz
Perfil em V (d2)
(c1) (c2)
e = espessura.Perímetro total = 4 × L + p × D = PT
S = PT.e → 139
S = área de corte
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
Onde:
F = Força (N);
S = área (m2);
140
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
Aço inoxidável 50 56
Alumínio 7a9 13 a 16
Prata e Monel 28 a 36 45 a 56
Bronze 33 a 40 40 a 60
Cobre 18 a 22 25 a 30
Estanho 03 04
Zinco 12 20
Chumbo 02 03
3 ESTAMPAGEM DE DOBRA
A estampagem de dobramento é um processo de conformação em que o
metal é deformado ou dobrado ao longo de um eixo, ocorrendo a deformação por
flexão. A peça, anteriormente recortada e com segmento plano, é conformada
utilizando-se estampos de dobramento e matrizes montadas em uma prensa,
para deixar as chapas com segmentos curvos. Estampagem
ATENCAO
AAdureza
durezaeeaaductilidade sãopropriedades
ductilidade são propriedades queque indicam
indicam a capacidade dos
a capacidade
materiais
dos de se deformarem
materiais e alongarem
de se deformarem sem sem
e alongarem fraturar, à medida
fraturar, à medidaque
queaapeça é sub-
metidapeça
à deformação.
é submetida àElas estão diretamente
tal deformação. Elas estãorelacionadas à geometria
diretamente relacionadas à da peça e
determinam os raios dos materiais. Ou seja, materiais mais dúcteis,
geometria da peça e determinam os raios dos materiais. Ou seja, materiais como aços de
baixo carbono, latão, alumínio e cobre, terão raios menores em comparação
mais dúcteis, como aços de baixo carbono, latão, alumínio e cobre, terão raios aos
de maior dureza, como aços com médio e alto teores de carbono.
menores em comparação aos de maior dureza, como aços com médio e alto
teores de carbono.
No projeto da peça e das matrizes, devemos levar em consideração os
No projeto da peça e das matrizes, devemos levar em consideração os
raios de curvatura no desenho da peça, bem como o material da chapa a ser uti-
lizada,raios
sua de curvatura no desenho da peça, bem como o material da chapa a ser
espessura e seu sentido de laminação. Até atingir o formato final, o
utilizada,
produto pode ser sua espessura
dobradoecomseu sentido de laminação.
o auxílio de apenasAtéum
atingir o formatoem
estampo, final,
uma ou mais
o produto pode ser dobrado com o auxílio de apenas um estampo,
fases, ou com mais de um estampo, realizando-se várias operações em em uma ou sequência,
mais fases,
para evitar ou com mais
deformação de um estampo,do
ou rompimento realizando-se
material. várias operações em
sequência, para evitar deformação ou rompimento do material.
E
IMPORTANT
FONTE:Fonte:
<AlexanderZam/Shutterstock.com>.
AlexanderZam/Shutterstock.com. Acesso em: 13 jan. 2020.
142
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
4 ESTAMPAGEM PROFUNDA
De acordo com Moro e Auras (2006), a estampagem profunda, mostrada na
Figura 43, é a transformação de uma chapa em um copo. O repuxo ou embutimento
consiste no material ser puxado à força para dentro da matriz, conformando as pa-
redes da peça. Um parâmetro para que esse tipo de estampagem seja considerado
profundo é a condição atingir uma altura superior à metade de seu diâmetro.
Anel fixador
(b)
(a)
Ferramenta
Matriz (d)
(c)
Endireitamento
Dobramento
Compressão e
espessamento
da flange
(d) (e)
FONTE: Adaptada de Groover (2014).
Figura 10. Esquema de deformação: (a) o punção pouco antes do contato com a peça de
trabalho; (b)dobramento; (c) endireitamento; (d) atrito e compressão; (e) copo final com
Na dos
indicação Figura
efeitos 45 temos, sob
de afinamento dois aspectos
nas paredes diferentes, dois processos
do estampo.
acontecendo, 45(a ) e
Fonte: Adaptada de Groover
1
45(b ),
(2014).
1
ambos tendo uma força aplicada às chapas segurando
o blank para evitar que ele escorregue e tendo o punção a empurrar ao centro.
Em (a2), a peça está sendo estampada no sentido reverso à forma apresentada,
e em (b2) a peça é reestampada no mesmo sentido, mas deformando somente
parte central. Esses dois métodos de estampagem reversa e reestampagem são
derivações do processo de estampagem profunda.
Na Figura 11 temos, sob dois aspectos diferentes, dois processos aconte-
cendo, 11(a1) e 11(b1), ambos tendo uma força aplicada às chapas segurando o
blank para evitar que ele escorregue e tendo o punção a empurrar ao centro.
Em (a2), a peça está sendo estampada no sentido reverso à forma apresentada,
e em (b2) a peça é reestampada no mesmo sentido, mas deformando somente
parte central. Esses dois métodos de estampagem reversa e reestampagem são
derivações do processo de estampagem profunda.
144
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
Conformação mecânica: processos de estampag
FIGURA 45 – OPERAÇÕES DIFERENCIADAS: ESTAMPAGEM REVERSA, INICIANDO EM (A1)
APROXIMAÇÃO E RECALQUE, E (A2) CHAPA ESTAMPADA NO SENTIDO OPOSTO DA ESTAMPAGEM
INICIAL. REESTAMPAGEM DE UM COPO EM (B1) APROXIMAÇÃO E RECALQUE, E (B2) ESTAMPANDO
NO MESMO SENTIDO DA DEFORMAÇÃO ANTERIOR.
(a1) (b1)
(a2) (b2)
DICAS
<https://goo.gl/2ot5iA>
Veja, também, o vídeo com exemplo de célula de repuxo. Observe também os dispositivos
feitos para otimizar o processo e analise a velocidade produtiva.
<https://goo.gl/P97zbZ>
<https://goo.gl/UwgQA7>
Disponível em:
<https://goo.gl/vmYtYq>
5 FERRAMENTAL DE ESTAMPAGEM
Segundo Weiss (2012), as ferramentas de estampar são chamadas de
estampos, pois as máquinas geralmente possuem características que permitem
executar não somente um único produto ou uma única ferramenta, mas sim uma
faixa de trabalho, geralmente se limitando às forças máximas exigidas, à área a
qual se aplicam essas forças e à velocidade dos ciclos de trabalho. As ferramentas
podem ser configuradas para o corte, a dobra e a estampagem profunda.
146
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
Com o passar do tempo, o desgaste que ocorre nas linhas de corte passa
a afetar a geometria do produto final. Bresciani e Silva (2011) reforça ser comum
produzir de 20 a 30 mil peças que não necessitam de reformas, mas isso varia de
acordo com o tamanho dos punções, ocorrendo diversas retificações – que podem
chegar a 40 – na ferramenta durante a vida útil da peça. Isso representa uma
produção média da ferramenta com reformas na faixa de 800.000 a 1.200.000 peças.
e) usinagem da ferramenta;
Folga = D1 – D
Onde:
Folga = Valor obtido por meio do gráfico da Figura 47, determinado pela
resistência à tração do material.
148
8 Conformação mecânica: processos de estampagem
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
Folga f = D1 - D(mm)
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6
Espessura da chapa (mm)
UNI
Dada a espessura da
chapa e = 4,3 mm,
Folga f = D1 - D(mm)
Dessa forma:
Folga f = D1 – D
D = 10 mm
D1 = D + Folga f
D1 = 10 + 0,3 mm
Resposta: D1 = 10,3 mm
Obs.: Nas literaturas técnicas, existem gráficos e tabelas que determinam os valores de
folga em função da espessura da chapa e de seu material. De acordo com Rocha (2012), as
matrizes de corte terão as dimensões correspondentes ao limite inferior da tolerância das
peças e, por outro lado, nos punções, devemos sempre adotar nos cálculos as dimensões
correspondentes ao limite superior da tolerância.
150
compressão, o que a torna apropriada para trabalhar em repuxo e dobra.
A prensa guilhotina, mostrada na Figura 6d, é utilizada para chapas de
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
metais, corte a frio e possui elevada capacidade de carga.
Figura 7. Prensa viradeira: (a) visão geral da máquina; (b) régua prismática, faca e peça.
Fonte: Taechit Tanantornanutra/Shutterstock.com e Dreamsquare/Shutterstock.com.
FONTE: <Taechit
Figura Tanantornanutra/Shutterstock.com>
7. Prensa e <Dreamsquare/Shutterstock.com>.
viradeira: (a) visão geral da máquina; (b) régua prismática, faca e peça.
Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Taechit Tanantornanutra/Shutterstock.com e Dreamsquare/Shutterstock.com.
Na Figura 8a, tem-se uma vista panorâmica da puncionadeira que trabalha
a alta velocidade,
Na Figuratroca
50a, ferramentas e atua,
tem-se uma vista além do corte,
panorâmica na dobra e no
da puncionadeira quere-
trabalha
puxo. a alta velocidade,
Ela também troca ferramentas
possui Comando Numéricoe atua, além do corte, na dobra
Computadorizado (CNC),e noque
repuxo. Ela também possui Comando Numérico Computadorizado (CNC), que
permite boa
permite Na
boa competitividade.
Figura 8a, tem-se umaAA
competitividade. Figura
vista 8bmostra
panorâmica
Figura 50b mostra a puncionadeira
da puncionadeira cortando
que trabalha
a puncionadeira cortando e,
e, na a alta
na Figura velocidade, troca
8c, dobrando.
Figura 50c, dobrando. ferramentas e atua, além do corte, na dobra e no re-
puxo. Ela também possui Comando Numérico Computadorizado (CNC), que
permite boa competitividade. A Figura 8b mostra a puncionadeira cortando
FIGURA 50 – PUNCIONADEIRA CNC: (A) VISTA GERAL; (B) CABEÇOTE E FERRAMENTA DE
e, na FiguraCORTE;
8c, dobrando.
(C) CABEÇOTE, FERRAMENTA DE CORTE E DOBRA.
ATENCAO
De acordo com Weiss (2012), algumas considerações devem ser feitas quanto
à segurança ao usar prensas, principalmente na estampagem:
• Toda prensa deve ter dispositivos para prevenir acidentes, a exemplo de ter de acionar
dois interruptores ao mesmo tempo, liberando funcionamento da máquina;
• O manuseio de chapas só pode ser feito com Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs);
• O operador de máquina deve fazer um curso para trabalhar em prensas;
• É preciso observar a Norma Regulamentadora (NR) Nº12, as ações desde o projeto
e a rotina de trabalho para garantir que máquinas, equipamentos e pessoas estejam
seguros.
7 APLICAÇÕES DA ESTAMPAGEM
A estampagem de metal pode ser aplicada a uma gama enorme de peças
para as mais diversas aplicações, em uma variedade de segmentos. Isso se deve às
qualidades únicas dos materiais utilizados nesse processo. Pode-se utilizar dois
tipos de conformação de chapas na estampagem:
152
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
• indústria automotiva;
• indústria de utensílios domésticos;
• indústria agrícola;
• indústria naval;
• indústria aeroespacial.
NTE
INTERESSA
153
14 Estampagem
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
FONTE:Figura
<Alex4.Neshitoff/Shutterstock.com>.
Estampagem em carros. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Alex Neshitoff/Shutterstock.com.
154
Estampagem
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
CHAMADA
157
UNIDADE 2 | PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
158
TÓPICO 5 | ESTAMPAGEM
159
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico você aprendeu que:
160
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 52 kN.
b) ( ) 104 kN.
c) ( ) 208 kN.
d) ( ) 416 kN.
161
162
UNIDADE 3
USINAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
163
164
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O processo de usinagem consiste em dar forma aos materiais por meio
da remoção de cavaco, conferindo ao produto final as formas, as dimensões e
os acabamentos especificados em desenhos técnicos mecânicos. Para que isso
seja possível, alguns fatores precisam ser considerados, como o tipo do material
a ser usinado, as ferramentas de corte e, principalmente, as operações a serem
realizadas. A usinagem pode ser efetuada por meio de processos convencionais,
como o torneamento e o fresamento, por máquinas de comando numérico
computadorizado (CNC) ou, ainda, por processos especiais de acabamento, de
cortes e de perfis complexos.
2 CLASSIFICAÇÕES DA USINAGEM
A usinagem é um processo caracterizado pela remoção de material, cujo
objetivo é conferir a forma desejada a uma peça. O processo de usinagem é re-
alizado em um material e resulta na peça e em cavacos, que são uma porção do
material removido pela ferramenta para conferir o formato desejado.
165
UNIDADE 3 | USINAGEM
da. A usinagem com ferramenta definida exige ferramentas com arestas de corte e
ângulos específicos para cada uma das operações, como o caso do torneamento e
do fresamento. As ferramentas com geometria definida permitem a identificação
do ponto de corte e as regiões necessárias para um bom funcionamento da fer-
ramenta, como ângulo de folga, ângulo de saída e superfície de saída do cavaco,
conforme leciona Fitzpatrick (2013) e mostra a Figura 1a.
Na Figura 1d, pode ser observada a aplicação de uma ferramenta não de-
finida na afiação de um utensílio. Outras operações, como a eletroerosão, tam-
bém podem ser classificadas como usinagem com ferramenta com geometria não
definida, pois o eletrodo aplicado na remoção do material apresenta formato e
dimensão irregulares.
166
podem ser classificadas como usinagem com ferramenta com geometria não
definida, pois o eletrodo aplicado na remoçãoTÓPICO
do material apresenta
1 | CONCEITOS formato
BÁSICOS DE USINAGEM
e dimensão irregulares.
FIGURA 1 – A) ESQUEMA DE FERRAMENTA DEFINIDA; B) EXEMPLO DE FERRAMENTA DEFINIDA:
BROCA DE AÇO RÁPIDO COM MANDRIL E FRESA COM PASTILHAS INTERCAMBIÁVEIS; C)
ESQUEMA DE FERRAMENTA NÃO DEFINIDA; D) EXEMPLO DE FERRAMENTA NÃO DEFINIDA:
REBOLO SENDO APLICADO EM AFIAÇÃO.
167
UNIDADE 3 | USINAGEM
3 178
PROCESSO
Usinagem
DE USINAGEM
Na usinagem de componentes, podemos utilizar diversos tipos de pro-
Processo de usinagem
cessos de fabricação. Entre eles, temos dois grandes grupos, os mais conhecidos
e utilizados: a usinagem convencional e a usinagem com CNC, que ganha cada
Na usinagem de componentes, podemos utilizar diversos tipos de processos
vez mais mercados. A escolha do processo varia conforme a operação em que
de fabricação. Entre eles, temos dois grandes grupos, os mais conhecidos e
este será utilizado
utilizados: a usinagem das
e depende tolerâncias
convencional dimensionais,
e a usinagem com CNC, geométricas
que ganha e de aca-
bamento, bem como do material e da quantidade de peças a serememusinadas. A
cada vez mais mercados. A escolha do processo varia conforme a operação
seguir, vamos conhecer
que este os processos
será utilizado e depende de
das fabricação com usinagem
tolerâncias dimensionais, convencional e
geométricas
usinagem CNC,
e de acabamento, bem como do material e da quantidade de peças a serem (FITZPA-
bem como as suas máquinas, ferramentas e operações
TRICK, 2013).
usinadas. A seguir, vamos conhecer os processos de fabricação com usinagem
convencional e usinagem CNC, bem como as suas máquinas, ferramentas e
As máquinas mais empregadas
operações (FITZPATRICK, 2013). na usinagem são os tornos e as fresadoras,
utilizadas tanto pelas oficinas
As máquinas mais simples
mais empregadas quanto
na usinagem são ospelas
tornosgrandes empresas mul-
e as fresadoras,
tinacionais. Elas correspondem à usinagem convencional. A figura 2 mostra uma
utilizadas tanto pelas oficinas mais simples quanto pelas grandes empresas
máquina de multinacionais. Elas correspondem
usinagem convencional à usinagem
e outra convencional.
de usinagem CNC. A Figura 1
mostra uma máquina de usinagem convencional e outra de usinagem CNC.
168
Torneamento convencional
A ideia do torno foi evoluindo ao longo do tempo. As primeiras máquinas-
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE USINAGEM
-ferramenta que surgiram foram os tornos de vara, que consistiam em uma
corda amarrada a um galho em uma ponta e a uma peça na outra — quando
da grande demanda
o galho subiapela suapuxava
e descia, aplicação. O torno
a corda, realizando mecânico
o movimento universal (Figura
de rotação
3), por sua vez, é oOsmais
da peça. utilizado
primeiros entre ossurgiram
tornos automáticos váriosnatipos
década dee modelos
1960, em de tornos,
devido a sua razão
versatilidade. Alémpela
da grande demanda desuaefetuar todas
aplicação. O tornoasmecânico
operações de torneamento,
universal
(Figura 2),
o torno universal por suaexecutar
pode vez, é o maisoperações
utilizado entreque
os vários tipos e modelos de
normalmente são feitas por
tornos, devido à sua versatilidade. Além de efetuar todas as operações de
outras máquinas, como a furadeira, a fresadora e a retificadora, com adaptações
torneamento, o torno universal pode executar operações que normalmente
relativamentesão
simples.
feitas por outras máquinas, como a furadeira, a fresadora e a retificadora,
com adaptações relativamente simples.
FONTE: <Andrey
Figura 2. Eremin/Shutterstock.com>.
Torno mecânico universal. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Andrey Eremin/Shutterstock.com.
FONTE:<Dovzhykov Andriy/Shutterstock.com>.
Figura 3. Processo de torneamento. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Dovzhykov Andriy/Shutterstock.com.
169
UNIDADE 3 | USINAGEM
FIGURA 7 – FACEAMENTO
Figura
FONTE: <Red6. Faceamento.
ivory/Shutterstock.com>. Acesso em: 13 jan. 2020.
Figura 6. Faceamento.
Fonte: Red ivory/Shutterstock.com.
Fonte: Red ivory/Shutterstock.com.
FONTE:<Ikonoklast Fotografie/Shutterstock.com>.
Figura 7. Medindo Acesso em: 13 jan. 2020.
a peça na operação de acabamento.
Figura 7. Medindo a peça na operação de acabamento.
Fonte: Ikonoklast Fotografie/Shutterstock.com.
Fonte: Ikonoklast Fotografie/Shutterstock.com.
3.4 Rosqueamento
Operação de usinagem de diferentes tipos de roscas, que podem ser
métricas, whitworth, NPT, BSPP, entre outras (Figura 9). Podem ser fabricadas
roscas com perfis triangulares, quadrados, redondos ou trapezoidais.
Processo_Conrformacao_Book.indb 182 11/07/2018 15:32:57
Processo_Conrformacao_Book.indb 182 11/07/2018 15:32:57
171
whitworth, NPT, BSPP, entre outras (Figura 8). Podem ser fabricadas roscas
com perfis triangulares, quadrados, redondos ou trapezoidais.
UNIDADE 3 | USINAGEM
FONTE: <Dmitry
Figura 8.Kalinovsky/Shutterstock.com>.
Operação de rosqueamento. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com.
3.5 SANGRAGEM
Sangragem
São utilizadas para tornear cavidades ou fazer o corte das peças
torneadas (Figura 10). É considerada uma das operações mais perigosas do torno
São utilizadas para tornear cavidades ou fazer o corte das peças torneadas
convencional, pois pode acarretar na quebra da ferramenta ou da peça que, se
(Figura 9). É considerada uma das operações mais perigosas do torno con-
deslocada na direção do operador, pode ocasionar lesões.
184 vencional,
Usinagem pois pode acarretar na quebra da ferramenta ou da peça que, se
deslocada na direção do operador, pode ocasionar lesões.
FIGURA 10 – OPERAÇÃO DE SANGRAMENTO
FONTE:<fotografos/Shutterstock.com>.
Figura 9. Operação de sangramento. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: fotografos/Shutterstock.com.
Processo_Conrformacao_Book.indb 183 11/07/2018 15:32:57
3.6 PERFILAMENTO
Perfilamento
Essa operação envolve ferramentas confeccionadas no formato do perfil
desejado para a operação
Essa peça; ouenvolve
seja, éferramentas
o perfil daconfeccionadas
ferramenta que determina
no formato do perfiol formato
de-
final da peça. Dessa maneira, podem ser perfiladas peças com formas variadas
sejado para a peça; ou seja, é o perfil da ferramenta que determina o formato
(Figura 11). final da peça. Dessa maneira, podem ser perfiladas peças com formas variadas
(Figura 10).
172
sejado para a peça; ou seja, é o perfil da ferramenta que determina o formato
final da peça. Dessa maneira, podem ser perfiladas peças com formas variadas
(Figura 10). TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE USINAGEM
FONTE:<Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com>.
Figura 10. Peça perfilada. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com. Usinagem 185
3.7 RECARTILHAMENTO
Recartilhamento
Operação utilizada para formar estrias ou sulcos paralelos e cruzados nas
Operação
superfícies utilizada
das peças para formar
cilíndricas paraestrias ou sulcos
o melhor paralelos
manuseio eme cruzados
aplicaçõesnasem geral
superfícies
(Figura 12). das peças cilíndricas para o melhor manuseio em aplicações em
geral (Figura 11).
Processo_Conrformacao_Book.indb 184 11/07/2018 15:32:58
FONTE:<OSABEE/Shutterstock.com>.
Figura 11. Peças recartilhadas no torno. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: OSABEE/Shutterstock.com.
173
186 Usinagem
UNIDADE 3 | USINAGEM
FONTE: <worawit_j/Shutterstock.com>.
Figura 12. Operação de furação. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: worawit_j/Shutterstock.com.
ATENCAO
O torno mecânico é uma importante máquina para usinar peças, mas também
O torno mecânico é uma importante máquina para usinar peças, mas também uma
uma das mais perigosas em relação a acidentes de trabalho. Muitos operadores perderam
das mais perigosas em relação a acidentes de trabalho. Muitos operadores perderam
mãos, braços e até mesmo a vida trabalhando nessas máquinas. Para evitar acidentes,
mãos, braços e até mesmo a vida trabalhando nessas máquinas. Para evitar acidentes,
é obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs): óculos de proteção,
é obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs): óculos de
sapatos de segurança, protetor auricular e, no caso de o operador ter cabelos longos, rede
proteção, sapatos de segurança, protetor auricular e, no caso de o operador ter cabelos
de proteção.
longos, rede de proteção.
188 Usinagem
FONTE: <Vadim
Figura 14.Gavrilov/Shutterstock.com>.
Fresagem de superfícies inclinadas. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: Vadim Gavrilov/Shutterstock.com.
FONTE: <wavebreakmedia/Shutterstock.com>.
Figura 15. Operação de furação. Acesso em: 13 jan. 2020.
Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock.com.
175
Figura 15. Operação de furação.
UNIDADE 3 | USINAGEM
4.2 RETIFICAÇÃO
Para executar tarefas que exigem maior exatidão e acabamento superficial
na produção de peças, a retificação é um dos processos mais sofisticados dentro
da indústria mecânica. As primeiras máquinas retificadoras foram construídas
por volta de 1860, nos Estados Unidos. Com o avanço tecnológico, as retificadoras
convencionais estão sendo substituídas por máquinas retificadoras CNC. A
retificação possibilita um acabamento preciso às superfícies das peças e consiste
na utilização de máquinas para remover materiais em até 0,001 mm. O processo
da retificação acontece por meio de uma peça geralmente fixada em placas e um
eixo rotacional em que é colocada a ferramenta abrasiva (rebolo). A retificação
ocorre de duas formas:
4.3 BRUNIMENTO
O processo de usinagem por brunimento tem como função dar acabamento
às peças por meio da abrasão, utilizando grãos ativos do brunidor, que durante
o giro e avanço é guiado pela peça e deslocado ao longo da sua superfície,
geralmente cilíndrica, em movimentos alternativos de baixa rotação. A grande
diferença entre os processos de brunimento e de retificação é a velocidade de
rotação da ferramenta, que é menor no brunimento. Nas operações de retificação,
podem surgir queimas e alteração da estrutura do material devido à alta rotação
do rebolo. Com o processo de brunimento, devido à baixa velocidade de trabalho,
evitamos esses defeitos.
4.4 LAPIDAÇÃO
O processo de usinagem especial de acabamento por lapidação, como o
nome sugere, consiste em lapidar as peças por meio de um pó abrasivo, deixando
a superfície da peça com elevado grau de acabamento. Assim como ocorre com
as pedras preciosas, a lapidação é realizada nas superfícies de vários metais para
dar o acabamento desejado. No processo de lapidação, é colocado um líquido
sobre a placa metálica e, depois, um pó abrasivo sobre o líquido, efetuando-se
movimentos circulares até chegar ao acabamento superficial desejado (Figura 19).
Como exemplo desse processo temos os blocos-padrão, as faces de contato de
instrumentos de medição, os pinos e os furos em geral.
178
blocos-padrão, as faces de contato de instrumentos de medição, os pinos
e os furos em geral.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE USINAGEM
Usinagem 203
5.2 BROCHAMENTO
O processo especial de usinagem por brochamento, também conhecido
como brochagem, apresenta como característica a remoção de material da super-
fície de peças de maneira progressiva, utilizando ferramentas multicortantes que
retiram o material em pequenas quantidades ao longo do eixo. Essas remoções
podem variar entre 0,06 e 0,15 mm, até a peça alcançar a forma e o perfil final de-
sejado. Caso haja necessidade de remover grandes quantidades de material, será
necessário um número elevado de dentes e uma máquina com um curso maior.
5.3 ELETROEROSÃO
A usinagem especial por eletroerosão é um processo de alta precisão que
utiliza métodos complexos — descargas elétricas — na destruição progressiva
e lenta das partículas de peças metálicas limitadas. Os materiais precisam ser
condutores de eletricidade. A eletroerosão geralmente é utilizada para a fabricação
de ferramentas e peças com geometrias complexas de grande dureza, para as
quais os processos convencionais não são aplicáveis. Esse processo é dividido em
eletroerosão por penetração e eletroerosão por fio.
180
A eletroerosão por penetração consiste em um processo em que a peça perma-
nece submersa em um líquido dielétrico, ou seja,TÓPICO um líquido não condutor de
1 | CONCEITOS BÁSICOS DE USINAGEM
eletricidade, que possui alta resistência ao fluxo da corrente elétrica. Ocorre a
descarga
a dissipação dodecalor
um eletrodo,
gerado quenodaráprocesso
o formato desejado
é rápida.à peçaAa ser
peçaeletroerodida;
geralmente é de
cobre oua latão,
dissipação
ou dedo calor gerado
grafita, emnoalguns
processo é rápida.
casos. Com A peça
o uso geralmente
da descargaé de elétrica
cobre ou latão, ou de grafi ta, em alguns casos. Com o uso
não existe esforço de corte, evitando assim que se formem as tensões comuns da descarga elétrica
não existe
aos processos esforço de corte,de
convencionais evitando assim que
usinagem. se formem as tensões
A eletroerosão comuns
por penetração tem
aos processos convencionais de usinagem. A eletroerosão por
como característica o fato de a imagem do eletrodo ser transferida à peça, sendo penetração tem
como característica
ambos mergulhados num o fato de a imagem
recipiente do eletrodo
que contém serotransferida à peça, sendopara que
fluido dielétrico
ocorra o ambos mergulhados
processo. Peça e num recipiente
eletrodo são que contém o flauido
conectados uma dielétrico
fonte CC parapor
que meio de
cabos ligados a um interruptor: o eletrodo tem polaridade positiva e adepeça tem
ocorra o processo. Peça e eletrodo são conectados a uma fonte CC por meio
cabos
polaridade ligados a um
negativa, interruptor:
gerando o eletrodonecessária
a descarga tem polaridadeparapositiva e a peça tem
o desenvolvimento da
usinagem polaridade
especialnegativa,
(Figuragerando
21). a descarga necessária para o desenvolvimento
da usinagem especial (Figura 23).
FONTE: <DuxX/Shutterstock.com>.
Figura 23. Processo de eletroerosão porAcesso em: 13 jan. 2020.
penetração.
Fonte: DuxX/Shutterstock.com.
Por esse fio, passam alta corrente e baixa tensão. Ao ser ligado o interruptor,
forma-se uma tensão elétrica entre o fio e a peça, criando-se um arco voltaico
entre os polos; esse arco voltaico é responsável pelo corte. A distância mínima
entre o fio e a peça denomina-se GAP.
181
UNIDADE 3 | USINAGEM
182
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE USINAGEM
183
UNIDADE 3 | USINAGEM
184
RESUMO DO TÓPICO 1
185
AUTOATIVIDADE
a) ( ) F – V – V – F.
b) ( ) V – V – F – F.
c) ( ) F – F – V – V.
d) ( ) V – F – F – V.
186
UNIDADE 3
TÓPICO 2
FERRAMENTAS DE USINAGEM
1 INTRODUÇÃO
Uma parte essencial do processo de usinagem é a escolha da ferramen-
ta de corte apropriada, seja quanto à geometria, quanto ao seu material. Nesse
contexto, os fabricantes de ferramentas, buscando obter melhores rendimentos,
examinam detalhadamente as formas geométricas das ferramentas de corte.
187
UNIDADE 3 | USINAGEM
NTE
INTERESSA
Superfície de saída Aγ
• Aresta principal de corte (S): é o nome dado à aresta da cunha de corte forma-
da pela intersecção entre a superfície de saída e a superfície de folga principal.
Estas podem ser retilíneas, angulares ou curvilíneas.
• Aresta secundária de corte (S’): é o nome dado à aresta da cunha de corte formada
pela intersecção das superfícies de folga secundária e a superfície de saída.
• Ponto de corte: é o nome dado à intersecção, ou encontro, entre a aresta princi-
pal e a aresta secundária de corte. O ponto de corte serve como referência para
determinação das superfícies e dos ângulos da cunha de corte.
4 • 4Ponto
Geometria dade corte
cunha
Geometria escolhido:
cortante
da cunha cortante refere-se a um ponto de corte arbitrário da ferramen-
ta, destinado à determinação dos planos e ângulos da cunha de corte. Também
recebe a nomenclatura de Ponto de Referência.
A Figura
A Figura 2 mostra
2 mostra uma uma ferramenta de
ferramenta de corte
cortetipicamente
tipicamente empregada
empregadana na
A operação
Figura 25 mostra uma
de tornearia. Nela éferramenta de corte
possível identificar suas tipicamente empregada na
arestas e superfícies.
operação de tornearia. Nela é possível identificar suas arestas e superfícies.
operação de tornearia. Nela é possível identificar suas arestas e superfícies.
Ponta de corte
Aresta secundária
de corte S’ Aresta principal de corte S
Aresta secundária Superfície principal
Superfície secundária deprincipal
folga Aα de corte S
de corte S’ A’α
de folga Direção de avanço
Aresta
Superfície principal
Superfície secundária de folga Aα
Figura 2. Partes constituintes de uma ferramenta de corte.
de folga A’α Direção de avanço
Fonte: Machado et al. (2009, p. 25).
FONTE: Machado et al. (2009, p. 25).
Figura 2. Partes constituintes de uma ferramenta de corte.
Fonte: Machado et al. (2009, p. 25).
A Figura 26 ilustra
A Figura 3 ilustrauma ferramenta
uma ferramenta de de corte,
corte, também
também empregada
empregada na ope- na ope-
ração de tornearia. Note que
ração de tornearia. Note aque
ferramenta
a ferramentaestá
está fixada
fixada ememumum suporte
suporte e estee este não
exerce influência
não exercenainfluência
operação na de usinagem;
operação sua única
de usinagem; função
sua única é fixar
função a ferramenta
é fixar a
cortante. ferramenta cortante.
A Figura 3 ilustra uma ferramenta de corte, também empregada na ope-
ração de tornearia. Note que a ferramenta está fixada em um suporte e este
não exerce
FIGURA influência na operação
26 – FERRAMENTA de usinagem;
DE CORTE FIXADA NO suaPORTA-FERRAMENTA
única função é fixar a
ferramenta cortante.
FONTE:<Abramov Maxim/Shutterstock.com>.
Figura 3. Ferramenta Acesso em: 13 jan. 2020.
de corte fixada no porta-ferramenta.
Fonte: Abramov Maxim/Shutterstock.com.
189
UNIDADE 3 | USINAGEM
190
6 Geometria da cunha cortante
TÓPICO 2 | FERRAMENTAS DE USINAGEM
192
ferramenta não fará o corte adequado na peça e enfrentará dificuldades
de penetração devido ao aquecimento exagerado, causando o desgaste
excessivo. Se o ângulo de folga for muito grande, a ferramenta
TÓPICO 2 | FERRAMENTASperde
DE USINAGEM
Plano de referência
da ferramenta Pr
Superfície de
Direção admitida saída Aγ
de avanço 90º
γ0
Plano de corte da
ferramenta Ps
Superfície de β0
folga Aγ
α0
FONTE:<Diniz, Marcondes e Coppini (1999, p. 41).
Figura 5. Sistema de Referência da ferramenta.
Fonte: Diniz, Marcondes e Coppini (1999, p. 41).
Tabela
TABELA 1. Graus
1 – GRAUS utilizados NOS
UTILIZADOS nos ângulos
ÂNGULOSde folga e saída,
DE FOLGA de acordo
E SAÍDA, com o material
DE ACORDO COM O MATERIAL
FONTE: O Autor.
5 FERRAMENTAS DE CORTE
Usinagem é todo processo de fabricação pelo qual se modifica a geome-
tria de
1. Qual peça
uma por meio
a definição da remoção progressiva
de cunha de material
ferramenta napelo
formada forma de cava-
co. Paranaobter êxito nas
ferramenta operações de usinagem encontro
de corte? além dadas geometria,
superfíciesode
material da
ferramenta cortante também se
a) É o ponto de intersecção
apresenta como fator determinante nas operações.
saída com a superfície de folga
As exigências básicas apresentadas pelo material de corte (DINIZ; MARCONDES;
entre a aresta principal e a da ferramenta cortante.
COPPINI, 1999; MACHADO et al., 2009; STEMMER, 1993) serão listadas a seguir.
aresta secundária de corte. 2. Identifique cada região na
b) Também chamado de ferramenta de corte:
gume cortante, é a parte
5.1 CONSIDERAÇÕES
da ferramenta por onde SOBRE A FERRAMENTA (6) DE CORTE
ocorre a saída de cavaco.
• Dureza a quente:
c) Também durante
chamado a usinagem, dependendo
de gume (2) das condições de traba-
lho (material, operação, velocidade de corte etc.), a temperatura da ferramenta
cortante, é a parte da ferramenta
pode ultrapassar 1000 °C. É necessário usar materiais que consigam trabalhar
formada pela intersecção das
nessa temperatura sem apresentar um desgaste (3) excessivo e que ofereçam du-
superfícies principal de folga (1)
reza suficiente para suportar as tensões de corte.
com a superfície secundária de (4)
• Dureza a frio bem superior à da peça a usinar: (5) durante a usinagem, o material a
folga da ferreamente cortante. Direção do
usinar sofre uma deformação plástica resultante de um processo deAvanço
conforma-
d) É o nome dado a um ponto
ção mecânica que provoca o endurecimento do material, ao qual damos o nome
de referência
de encruamento. ferramenta, aumentaa)a(1)dureza
Onaencruamento Aresta secundária
superficial dedo material e
pode sercom o objetivoa de
observado temperaturas corte, (2) Ponta
determinar baixas, necessitando, de corte,
assim, que(3)a ferramen-
ta de corte apresente dureza a frio relativamente superior à dureza (4)
os planos e ângulos de corte. Aresta principal de corte, da peça.
e) Também
• Tenacidade: é a chamado
capacidade de que o material apresenta
Superfícieem absorver
principal energia sem
de folga,
falhar (sem
gumese romper).
cortante, Durante
é a parte da as operações de usinagem podem ocorrer
choques devido a vibrações e instabilidades da máquina-ferramenta. Uma fer-
ramenta tenaz se mostra resistente ao choque.
• Resistência à abrasão: também conhecida como resistência ao desgaste, confe-
re à ferramenta cortante resistência ao atrito e está diretamente ligada à dureza
a quente do material.
194
TÓPICO 2 | FERRAMENTAS DE USINAGEM
• aço ferramenta;
• aço rápido;
• liga fundida;
• metal duro;
• cerâmica;
• ultraduros.
195
UNIDADE 3 | USINAGEM
196
TÓPICO 2 | FERRAMENTAS DE USINAGEM
197
UNIDADE 3 | USINAGEM
DICAS
Essas ligas receberam esse nome em virtude do método pelo qual são
fabricadas. Elas passam pelo processo de fundição, são vazadas em moldes e,
posteriormente, após resfriamento, são limpas das carepas e retificadas.
198
TÓPICO 2 | FERRAMENTAS DE USINAGEM
199
UNIDADE 3 | USINAGEM
6.5 CERÂMICA
Embora existam relatos da utilização de ferramentas em material cerâmi-
co desde meados do século XX, sua utilização só passou a ocupar maior relevân-
cia após alguns desenvolvimentos na área das propriedades das cerâmicas, na
década de 1980.
6.6 ULTRADUROS
Os materiais ultraduros normalmente apresentam dureza superior a 3.000
HV. Os tipos aplicados à ferramenta de corte são: diamante natural, diamante
sintético e nitreto cúbico de boro.
202
12 Materiais para ferramenta
TÓPICO 2 | FERRAMENTAS DE USINAGEM
203
UNIDADE 3 | USINAGEM
NTE
INTERESSA
204
TÓPICO 2 | FERRAMENTAS DE USINAGEM
ATENCAO
205
da peça usinada. O desgaste, como ilustra a Figura 1, se apresenta de três
formas principais: desgaste de cratera (A), desgaste de flanco (B) e desgaste
UNIDADE 3 | USINAGEM
de entalhe (C e D).
Aresta de
corte chanfrada
Superfície
de saída
A C
D B Superfície principal
de folga
NTE
INTERESSA
206
TÓPICO 2 | FERRAMENTAS DE USINAGEM
Difusão
Desgaste total
Adesão
Abrasão
Oxidação
Temperatura de corte
(velocidade de corte, avanço e outros fatores)
208
TÓPICO 2 | FERRAMENTAS DE USINAGEM
7.6 ADERÊNCIA
A aderência é o resultado do contato de duas superfícies metálicas
expostas a cargas moderadas, baixas temperaturas e baixas velocidades de corte.
Nesse fenômeno, as partículas mais próximas da superfície de um metal migram
para a superfície do outro. A aderência também pode ser verificada na formação
de APC e no desgaste por entalhe.
7.7 DIFUSÃO
A difusão é a transferência de matéria da ferramenta para a peça/cavaco
e desta para a ferramenta. Esse processo consiste na transferência de átomos de
um metal a outro, devido à afinidade química, sendo, portanto, um fenômeno
microscópico. A difusão depende da temperatura, do tempo de contato e da
afinidade físico-química entre a ferramenta e a peça. O desgaste por difusão pode
ser observado ao usinar ligas ferrosas com ferramentas de diamante. O carbono
contido no mineral possui afinidade físico-química com ferro fundido, e sob altas
temperaturas, como ocorre na usinagem (600 °C), o processo de difusão é ativado.
209
UNIDADE 3 | USINAGEM
7.8 OXIDAÇÃO
Os materiais ferrosos oxidam quando são expostos à presença de oxigênio
(presente no ar) e água (presente no fluido de corte) a temperatura ambiente; du-
rante a usinagem, o aumento da temperatura acelera esse processo.
8.3 DIFUSÃO
Embora cada ferramenta/peça apresente reações específicas, todas tendem
a enfraquecê-la não só pela perda de elementos importantes da ferramenta para
o cavaco através do transporte atômico difusivo, mas também pela combinação
com elementos do cavaco, que resulta na perda de carbonetos duros e abrasivos
em troca de outros menos resistentes ao desgaste.
210
TÓPICO 2 | FERRAMENTAS DE USINAGEM
8.4 OXIDAÇÃO
As peças de materiais ferrosos, sobretudo de ferro fundido, são as que
apresentam a oxidação como um dos principais desgastes das ferramentas de
corte. As ferramentas de nitreto de silício (Si3N4), que entre outras qualidades
apresentam boa resistência à oxidação, sofrem esse desgaste ao usinar o ferro
fundido. As altas temperaturas empregadas nesse processo, com a presença de
água e ar, faz com que o nitrito de silício se oxide formando dióxido de silício +
nitrogênio (3SiO2+2N2).
211
RESUMO DO TÓPICO 2
• Alguns dos materiais comuns de usinagem são o aço rápido, o aço ferramenta,
as ligas fundidas, o metal duro e a cerâmica, que costuma possuir alta dureza.
• O metal duro é classificado por uma letra e números, onde números maiores,
representa menor resistência e maior tenacidade.
212
AUTOATIVIDADE
I- Cunha de corte.
II- Superfície de saída.
III- Superfície de folga.
a) ( ) I – III – II.
b) ( ) III – I – II.
c) ( ) II – I – III.
d) ( ) III – II – I.
213
214
UNIDADE 3
TÓPICO 3
PARÂMETROS DE USINAGEM
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, aprenderemos sobre o processo de fabricação de usinagem.
2 PARÂMETROS DE USINAGEM
Os processos de usinagem com produção de cavacos são aqueles em
que a ferramenta remove o material excedente da peça. Para esses processos
serem realizados, temos que conhecer algumas técnicas, como os movimentos
de usinagem, o cálculo dos parâmetros de corte, as rotações por minuto (RPM),
os golpes por minuto (GPM) e, principalmente, a escolha da ferramenta mais
adequada para a operação. É importante que os movimentos da usinagem
sejam compreendidos, pois consistem nos caminhos que as ferramentas e as
peças percorrerão durante a execução do processo. Nas diferentes máquinas de
usinagem, temos movimentos circulares (giratórios) e lineares (longitudinais e
transversais). Para esses movimentos serem realizados, devemos conhecer alguns
conceitos e efetuar cálculos técnicos, mediante o uso de fórmulas.
3 VELOCIDADE DE CORTE
Consiste no resultado de deslocamento da peça em relação à ferramenta.
As operações podem consistir no movimento giratório da ferramenta, como nas
fresadoras, retificadoras e furadeiras, ou da peça, como no torno. Por meio da
velocidade de corte, podemos calcular as rotações e os golpes por minuto que a
215
UNIDADE 3 | USINAGEM
onde:
onde:
onde:
Vc =V velocidade
= velocidadede
de corte (m/min);
corte (m/min);
• dV = velocidade de corte (m/min);
c
=dcdiâmetro
= diâmetro da ferramenta ououdada
da ferramenta peça
peça (mm);
(mm);
• d = diâmetro da ferramenta ou da peça (mm);
n=nrotações
= rotaçõespor
porminuto (RPM);
minuto (RPM);
• n = rotações por minuto (RPM);
• π π π =
= 3,14.3,14.
= 3,14.
Aço Aço
SAESAE 2520 30
25 8 10 120 200 160 300
10201045
Aço Aço
SAESAE 2025 20
25 6 8 40 120 60 160
1060
1045
Ferro 20 25 8 70 85
Aço fundido
SAE 25 20 6 40 60
1060
Bronze 30 40 25 300 380
Ferro 20 25 8 70 85
Latão e 40 50 25 350 400
fundido
cobre
Bronze
Alumínio 3060 40
90 25 25 500 300 700 380
FONTE: O Autor.
216
Usinagem 19
TABELATabela 2. VelocidadeDE
2 – VELOCIDADE de CORTE
corte para alguns
PARA materiais
ALGUNS usinados nas
MATERIAIS fresadoras
USINADOS NAS FRESADORAS
Nota: para fresamentos com pastilhas de metal duro, utilizar velocidade de corte
três vezes maior.
Desbaste Acabamento
Materiais
De Até De Até
Ferro fundido 10 12 14 18
Ferro fundido 14 16 18 20
Ferro fundido 10 12 16 18
FONTE: O Autor.
NTE
INTERESSA
217
esponde à velocidade
ferramentas, do movimento
como Sandvik, Seco Tools, Iscar,de avançoe Taegutec.
Kennametal da ferramenta ou da peça
nte o processo de usinagem, podendo ser calculada pela seguinte fórmula:
UNIDADE 3 | USINAGEM
4 VELOCIDADE
Velocidade DE AVANÇO
de avanço
Corresponde à velocidade
Corresponde do movimento
à velocidade de avanço da
do movimento de ferramenta ou da peça ou da
avanço da ferramenta
: peça durante o processo de usinagem, podendo ser calculada pela
durante o processo de usinagem, podendo ser calculada pela seguinteseguinte fórmula:
fórmula:
5 TEMPO DE CORTE
empoTempo
que os de corte
movimentos de corte e avanço levam para usinar uma peça
nte cada É oda
passe tempo que os movimentos de corte e avanço levam para usinar uma
É o tempo que osferramenta. Pode
movimentos de corteser calculado
e avanço levam com a seguinte
para usinar fórmula:
uma peça
peça durante cada passe da ferramenta. Pode ser calculado com a seguinte fórmula:
durante cada passe da ferramenta. Pode ser calculado com a seguinte fórmula:
onde:
: onde:
• If = percurso de avanço (mm);
• Vf = velocidade de avanço (mm/min);
I = percurso
If = percurso de avanço
de avanço (mm);
(mm);
• Vfc = velocidade de corte (m/min);
• = velocidade
fV=f avanço de avanço (mm/min);
(mm/volta);
Vf = velocidade de avanço (mm/min);
• dV=c =diâmetro
velocidade de corte (m/min);
da ferramenta (mm); Usinagem 199
Vc = • velocidade
n = rotaçõesde corte
por (m/min);
minuto(RPM);
f = avanço (mm/volta);
• tc = tempo de corte (min);
f = avanço (mm/volta);
• πd ==3,14.
diâmetro da ferramenta (mm);
n = rotações
d =Rotações
diâmetro da por minuto(RPM);
ferramenta (mm);
por minuto (RPM)
tc = tempo de corte (min);
n = rotações por minuto(RPM);
6 ROTAÇÕES
π = 3,14. POR MINUTO (RPM)
tc =Étempo
uma informação de extrema
de corte (min); importância para a usinagem, pois tem como
finalidade indicar
É uma quantasde
informação voltas a cada
extrema minuto apara
importância ferramenta ou pois
a usinagem, a peça
temvai
como
π =girar.
3,14. Uma peça
finalidade ouquantas
indicar ferramenta deve
voltas ter ominuto
a cada seu RPM de acordooucom
a ferramenta o especi-
a peça vai girar.
fiUma
cado peça
paraou ferramenta
obter deve ter segura
uma usinagem o seu RPM
e efide acordo
ciente. A com o especificado
fórmula para ob-
para obtenção
ter uma usinagem segura e eficiente. A fórmula para obtenção da RPM é a seguinte:
da RPM é a seguinte:
onde:
formacao_Book.indb 198 11/07/2018 15:33:01
onde:
k.indb 198 218 11/07/2018 1
TÓPICO 3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
ATENCAO
Na maioria dos casos, quando calculamos a RPM, verificamos que não existem
esses valores nas regulagens das máquinas convencionais. Por esse motivo, selecionamos os
valores mais próximos disponíveis nas máquinas em relação aos encontrados nos cálculos.
7 VELOCIDADE DE CORTE
A velocidade de corte é o parâmetro que exerce maior influência na vida
útil da ferramenta de corte. Normalmente, os fornecedores de ferramentas dispo-
nibilizam tabelas com recomendações de uso que variam de acordo com o tipo de
material a ser usinado, relacionando a velocidade de corte com o tipo de ferramen-
ta e dureza do material a ser usinado, como exemplifica a tabela 3.
TABELA
Tabela 3 – VELOCIDADE
1. Velocidade DE CORTE
de corte de acordo com o DE ACORDO COM O MATERIAL
material
Metais ferrosos
Aço Carbono
Ferro fundido
FONTE: O Autor.
219
UNIDADE 3 | USINAGEM
220
10 Grandezas físicas no processo de corte
TÓPICO 3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
Aços para
trabalho a quente
WC-CO
Cerâmicas óxidas
Cerâmicas mistas
Diamante
Materiais de
alta dureza
Nitreto de boro
221
e mais fácil de encontrar, mas não possuindo a mesma qualidade. No Quadro
1, são apresentados os principais materiais utilizados nas indústrias.
UNIDADE 3 | USINAGEM
Quadro 1. Características
QUADRO dos materiais de usinagem
1 – CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS DE USINAGEM
Material Características
FCF=
C
=KK ×A
S S × A (7)(7)
Dentre
Dentreososdiversos
diversosautores
autoresquequepropuseram
propuseramuma umafórmula
fórmulapara
paracalcular
calculara a
Dentre os diversos autores que propuseram uma fórmula para calcular
pressão
pressãodedecorte,
corte,Kienzle
Kienzle(1951
(1951apud
apudDINIZ;
DINIZ;MARCONDES;
MARCONDES;COPPINI,
COPPINI,1999)1999)
a pressão de corte, Kienzle (1951 apud DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 1999)
obteve
obteveótimos
ótimosresultados
resultadosaoaoutilizar
utilizara aEquação
Equação8,8,desenvolvida
desenvolvidapor
porele.
ele.Em
Em
obteve ótimos resultados ao utilizar a Equação 8, desenvolvida por ele. Em
operações de torneamento utiliza-se a Equação
operações de torneamento utiliza-se a Equação 9. 9.
operações de torneamento utiliza-se a Equação 9.
KK = Ksl ×
S S = K sl
×h–zh–z (8)(8)
KK = Ksl ×
S S = K sl
×h1h–1z–×z ×b b (9)(9)
222
TÓPICO 3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
223
menta de corte e a peça e entre o cavaco e a ferramenta. Consequentemente,
também ocorre a diminuição da pressão específica: quanto mais eficiente for
o efeito lubrificante
UNIDADE 3 | USINAGEMdo fluido, menor será o valor da pressão.
10 POTÊNCIA DE USINAGEM
Potência de usinagem
Para girar seu eixo-árvore e executar os movimentos de corte e de avanço,
uma máquina-ferramenta precisa
Para girar seu eixo-árvore e executar gerar potência
os movimentos de cortepara que seja possível realizar
e de avanço,
esses movimentos.
uma máquina-ferramenta precisa gerar potência para que seja possível realizar
esses movimentos.
A de
A potência potência
usinagemde usinagem
efetiva é a soma efetiva é a soma
das potências das para
necessárias potências
cada necessárias para
cada componente da força de usinagem, e é obtida com a utilização
componente da força de usinagem, e é obtida com a utilização da Equação 10. da Equação 10.
Fc × vc
Pc = [KW] (12)
60 × 1000
Potência de Potência
avanço (Pfde): éavanço (Putilizada
a potência f
): é a potência utilizadaferramenta
para movimentar para movimentar ferramenta
de corte
de corte no sentido
no sentido do avanço.
do avanço. Em operações
Em operações de usinagem,de
elausinagem, ela representa uma par-
representa uma
celamuito
parcela muitopequena,
pequena, sendo,
sendo, muitas
muitas vezes,vezes, negligenciada
negligenciada como potência e entrando
como potência
no cálculo
e entrando das perdas.
no cálculo Ela obtida
das perdas. Ela obtidaporpor
meio
meiodas
dasEquações 13 ou
Equações 13 ou Equação 14.
Equação 14.
224
Ff × vf
[CV]
parcela
parcelamuito
muitopequena,
pequena,sendo,
sendo,muitas
muitasvezes,
vezes,negligenciada
negligenciadacomo
comopotência
potência
e eentrando
entrandononocálculo
cálculodas
dasperdas.
perdas.Ela
Elaobtida
obtidapor
pormeio
meiodas
dasEquações
Equações1313ouou3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
TÓPICO
Equação
Equação14.14.
FfF×f ×vfvf
PfP=f = [CV]
[CV] (13)
(13)
1000
1000× ×6060× ×7575
FfF×f ×vfvf
PfP=f =60 × 106 [KW][KW] (14)
(14)
60 × 106
Potência Potência
Potênciafornecida
fornecidapelo
pelofornecida
motor
motor(P(Ppelo
): como motor (Pm):decomo
a potência
m m): como a potência decorte
corteaé épotência
bem
bemmaiorde corte é bem maior
maior
queaque
que aavanço,
de avanço,
adedeavanço, em em máquina-ferramentas
emmáquina-ferramentas
máquina-ferramentas que
queapresentam que
apresentam apresentam
somente
somente um
ummotor
motorsomente um motor a
potência
a apotência de
potênciadedeavanço avanço é desprezada
avançoé édesprezada
desprezadapara para
parao ocálculo o cálculo
cálculodadapotência da potência
potênciafornecida fornecida
fornecidapelo
pelo pelo motor.
motor.Assim,
motor.Assim, fazemos
Assim,fazemos uso
fazemosuso da Equação
usodadaEquação
Equação15.15.15.
PP Forças
Forçase epotências
potênciasdedeusinagem
usinagem 1111
PmPm= = c c[CV
[CVououKW]
KW] (15)
(15)
ηη
Forças e potências de usinagem 11
O rendimento
OOrendimento
rendimento (η) (η) da máquina-ferramenta
(η)dadamáquina-ferramenta
máquina-ferramenta normalmente normalmente
normalmentecorresponde
corresponde 60ee corresponde a 60
aa60
80% para máquinas convencionais e a 90% para máquinas CNC. Na máquina-CNC. Na máquina-
80% e 80%
para para
máquinasmáquinas
convencionaisconvencionais
e a 90% para e a 90%
máquinas para
CNC. máquinas
Na máquina-
-ferramenta
-ferramenta
-ferramenta geralmente
geralmente
O rendimento
geralmente (η) daespecifica-se
especifica-se
especifica-se potênciaeeaaeficiência
aapotência
máquina-ferramenta potência
eficiência e acorresponde
eficiênciaa 60
(rendimento)
normalmente
(rendimento) (rendimento)
e
fornecida
fornecida
fornecida pelo
pelo pelo
80%seu
para
seu seuSendo
motor.
máquinas
motor. motor.
Sendo Sendo
assim,
convencionais
assim, assim,
éépossível
possívelobter
e a 90% épara
obter apossível
apotência obter
potênciaefetiva
máquinas CNC.de
efetiva aNa
depotência
máquina- efetiva de
corte, quando negligenciamos a potência de avanço, utilizando a Equação 16. a Equação 16.
corte,
corte, quando
quando
-ferramentanegligenciamos
negligenciamos a
geralmentepotência a
depotência
avanço,
especifica-se a de avanço,
utilizando
potência e a utilizando
Equação
eficiência16.(rendimento)
fornecida pelo seu motor. Sendo assim, é possível obter a potência efetiva de
PPC ==PPm ××ηη[CV[CV ou
ouKW]
KW] de avanço, utilizando(16)
corte, quando negligenciamos
C m a potência a Equação 16.
(16)
Aentre
relação PC = Pm ×deη [CV
entredeadecorte
potência ou eKW]
corte a depor
avanço édaobtida(16)
por meio da
AArelação
relação entreaapotência
potência corteeeaade deavanço
avançoééobtida
obtida pormeio
meioda
Equação
Equação
Equação17.
17.
17.
A relação entre a potência de corte e a de avanço é obtida por meio da
PPc FFc dd (17)
Equação 17. c= × c× (17)
PPf = × FFf × ff
f f
Pc F d (17)
=× c ×
Pf Ff f
NOTA
Um
Umcilindro
cilindrode
de1010mm
mmde dediâmetro
diâmetroserá
serátorneado
torneadocom
comumumavanço
avançodede1 1mm/volta.
mm/volta.
Sabendo que F = Um
4,5F , cilindro
calcule a de 10entre
relação mmpotência
de diâmetro
e serádetorneado
potência avanço. com um avanço de 1 mm/
Sabendo que cF = 4,5F f , calcule a relação entre potência e potência de avanço.
volta. c f
Umque
cilindro FcF será torneado com um avanço de 1 mm/volta.
Sabendo Fc = de 10, mm
4,5F de diâmetro
calcule a relação
f FC = 4,5Ff → c= 4,5 entre potência e potência de avanço.
FC =
Sabendo que Fc = 4,5F 4,5Ff →aFfrelação
, calcule = 4,5 entre potência e potência de avanço.
f Ff
d d==1010mm mm F
f=f =1 1mm/volta
mm/voltaFC = 4,5Ff → c = 4,5
Ff
d = 10 mm
PcP FcF d f = 1 mm/volta
c= × c× d= 3,14 × 4,5 × 1010
PfP = × FfF × f f = 3,14 × 4,5 ×1 1
f f
Pc F d 10
= × c × = 3,14 × 4,5 ×
PcPPf Ff f 1
c= 141,4
PfP = 141,4
f
Pc
= 141,4
Pf
No
Noexemplo
exemploapresentado,
apresentado,foi
foiescolhido
escolhidoumum cilindro
cilindrode
dediâmetro
diâmetromuito
muito
225
pequeno
pequeno a se usinar e um avanço alto. As escolhas extremas paraessa
a se usinar e um avanço alto. As escolhas extremas para essaoperação
operação
UNIDADE 3 | USINAGEM
vc ⋅ t (1)
Lc =
1000
Lf = f ∙ n ∙ t [mm] (2)
Onde:
vc = velocidade de corte [m/min];
t = tempo [s];
f = distância percorrida pela ferramenta [mm]; n = número de rotações [rpm].
226
TÓPICO 3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
227
UNIDADE 3 | USINAGEM
de corte tenha chegado ao fim. Muitas vezes, esses fenômenos são provocados
pelo desgaste de flanco.
228
TÓPICO 3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
229
profundidade de corte, e alterando a velocidade de corte de cada ensaio. As
curvas
UNIDADE 3 | USINAGEM obtidas avaliando o desgaste ao decorrer do tempo são chamadas de
“curvas de desgastes”. Após a obtenção dessa curva, é estabelecida a curva
de vida útil da ferramenta para determinado valor de desgaste (previamente
fixado de forma a não danificar a peça a usinar). Acompanhe no exemplo a
NOTA
seguir como uma curva de vida útil da ferramenta é obtida.
Figura FONTE:
3. Curva de desgaste.
Adaptada de Machado et al. (2009, p. 268).
Fonte: Adaptada de Machado et al. (2009, p. 268).
VALORES
Tabela 1. Valores das variáveis DAS VARIÁVEIS
Velocidade de corte [m/min] Tempo de vida útil [minutos]
Velocidade de corte [m/min] Tempo de vida útil [minutos]
128 70
128 70
144 50
144 50
180 28
180 28
Vida útil da ferramenta e fatores que a influenciam 9
Considerando que o valor para marca do desgaste do flanco de 0,8 mm é o desgaste
máximo aceito para não prejudicar a qualidade da peça e analisando o gráfico, é possível
construir a curva de vida útil da ferramenta para Vb = 0,80.
Considerando que o valor para marca do desgaste do flanco de 0,8 mm é o desgaste
máximo aceito para não prejudicar a qualidade da peça e analisando o gráfico, é possível
construir a curva de vida útil da ferramenta para Vb = 0,80 de acordo com a Figura 4.
CURVA DE VIDA PARA VB = 0,80
FONTE:
Figura 4. Curva deAdaptada
vida para Vb =de
0,80.Machado et al. (2009, p. 269).
Fonte: Adaptada de Machado et al. (2009, p. 269).
230
TÓPICO 3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
231
UNIDADE 3 | USINAGEM
14.3 MÁQUINA/FERRAMENTA
As máquinas/ferramentas que não apresentam rigidez, ou que apresentem
folgas em seus mancais, polias ou engrenagens apresentarão vibrações, mesmo
que pequenas, nas ferramentas e/ou nas peças. Essas vibrações vão gerar micro-
colisões entre ferramenta e peça, e esse impacto podem deixar as ferramentas
com lascas. Isso é mais comum em ferramentas de cerâmicas e metal duro, já as
de aço rápido são mais resistentes a esse desgaste.
232
TÓPICO 3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
Figura 1. FONTE:
Aplicação<Pixel B/Shutterstock.com>. Acesso em: 13 jan. 2020.
do fluido de corte.
Fonte: Pixel B/Shutterstock.com.
• baixa viscosidade, pois assim eles não ficarão aderentes na peça e fluirão
facilmente;
• elevado calor específico, propriedade que possibilita a absorção de calorias
pelo fluido sem o aumento de temperatura;
• alta condutividade térmica, para absorver o calor gerado.
NTE
INTERESSA
234
TÓPICO 3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
15.4 ÓLEOS
Os primeiros fluidos líquidos utilizados na usinagem de metais a base
de óleo foram os lubrificantes de origem animal e vegetal (óleos graxos). Esses
óleos possuem boa propriedade lubrificante, mas não são bons refrigerantes.
Além disso, apresentam rápida deterioração e sua obtenção é de alto custo. Hoje,
são usados como aditivos nos fluidos de origem mineral, a fim de melhorar a
propriedade lubrificante deles.
15.5 EMULSÕES
Compostos basicamente de óleos minerais e água, além de agentes emul-
sificantes ou surfactantes esses tipos de lubrificantes abrangem os fluidos de corte
semissintéticos e emulsionáveis.
15.6 SOLUÇÕES
Conhecidas como fluidos sintéticos, as soluções são compostas de água
e óleo, além de sais orgânicos e inorgânicos, e inibidores de corrosão, sem a
presença de emulsificantes e óleo mineral, pois o óleo reage quimicamente com
água, dissolvendo complemente e formando uma única fase.
236
TÓPICO 3 | PARÂMETROS DE USINAGEM
NTE
INTERESSA
Fluido de corte sólido: de emprego restrito, normalmente utilizado como efeito lubrificante,
esse fluido, geralmente de grafita ou bissulfeto de molibdênio, é aplicado sobre a superfície
da ferramenta, diminuindo o atrito entre ela e a peça.
237
UNIDADE 3 | USINAGEM
que envolve essa operação é o descarte do fluido de corte velho. O ideal seria
reciclá-lo, mas essa técnica não é usada na maioria das vezes. O mais comum é o
descarte do fluido na rede de esgoto, seguindo as seguintes normas ambientais
de tratamento:
FIGURA 34 – CANAL POR ONDE ESCOA O FLUIDO DE CORTE NAS BROCAS DE FURAÇÃO
FONTE:
Figura 2. Canal por onde escoa Rebeyka
o fluido (2016,
de corte nasp. 212). de furação.
brocas
Fonte: Rebeyka (2016, p. 212).
240
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 2,7 s.
b) ( ) 5,4 s.
c) ( ) 10,8 s.
d) ( ) 21,6 s.
2 Uma peça de diâmetro de 20 cm e área de corte 1,25 mm² está sendo usinada
a 120 RPM. Sabendo que a pressão específica de corte é igual a 2500 N/mm²,
calcule a potência de corte.
a) ( ) 1,9 kW.
b) ( ) 3,9 kW.
c) ( ) 5,9 kW.
d) ( ) 7,9 kW.
241
242
UNIDADE 3
TÓPICO 4
USINAGEM CNC
1 INTRODUÇÃO
A usinagem com máquinas CNC é muito difundida na indústria, pois
possibilita a execução de geometrias complexas, que não poderiam ser fabricadas
na usinagem manual ou que gerariam grandes dificuldades na execução. A
redução no tempo de usinagem e a manutenção dos parâmetros especificados
durante as operações também são fatores que pesam a favor de sua utilização.
Os pontos negativos são a necessidade de operadores com maior qualificação e o
maior tempo de planejamento da peça.
243
UNIDADE 3 | USINAGEM
A evolução dos CNCs pode ser dividida em etapas, mas, dependendo das
características empregadas na classificação, o agrupamento é alterado. Fitzpa-
trick (2013) sugere a divisão da evolução máquina-ferramenta em três gerações,
considerando a forma como eram usadas na indústria e no ensino.
A segunda geração inclui o período de 1965 até 1990; foi nesse período
que as mudanças mais significativas foram observadas nas máquinas de coman-
do numérico, dando origem ao CNC. O avanço pode ser atribuído ao desenvol-
vimento dos microprocessadores e computadores, pois facilitaram as programa-
ções e o acesso à informação. Os programas de computador também evoluíram
e permitiram a programação de peças mais complexas e com utilização de múl-
tiplas ferramentas. As máquinas CNC passaram a ser a maioria nas indústrias
nessa geração; a linguagem de programação passou a ser difundida entre mais
operadores e começou a ser ensinada em cursos de usinagem.
244
TÓPICO 4 | USINAGEM CNC
4 Usinagem CNC
FIGURA 35 – A) MÁQUINA CNC, B) SUPORTE DE FERRAMENTAS, C) FUSO DE ESFERAS APLICADO
NO ACIONAMENTO E NA MOVIMENTAÇÃO DO CNC E D) FRESADORA COM CABEÇOTE MÓVEL
USINANDO BLOCO DE MOTOR
FONTE: a) Moreno
Figura 1.<Soppelsa/Shutterstock.com>; b) <Aumm
a) Máquina CNC, b) suporte de ferramentas, c) fuso degraphixphoto/Shutterstock.com>;
esferas aplicado no acio-
c) <Factory_Easy/ Shutterstock.com>;
namento e na movimentação do d)
CNCAndrey <Armyagov/Shutterstock.com>.
e d) fresadora com cabeçote móvel usinando bloco Acesso em: 13
de motor. jan. 2020.
Fonte: a) Moreno Soppelsa/Shutterstock.com; b) Aumm graphixphoto/Shutterstock.com; c) Factory_Easy/
Shutterstock.com; d) Andrey Armyagov/Shutterstock.com.
NTE
INTERESSA
246
6 Usinagem CNC TÓPICO 4 | USINAGEM CNC
248
TÓPICO 4 | USINAGEM CNC
249
bruto na peça desejada. Cada programa de CAM apresenta suas peculiaridades
e pode apresentar funções de otimização.
UNIDADE 3 | USINAGEM
250
TÓPICO 4 | USINAGEM CNC
Funções preparatórias
Código G Função
G00 Avanço rápido
G01 Interpolação linear
Interpolação circular/interpolação helicoidal (sentido
G02 horário)
Interpolação circular/interpolação helicoidal (anti-
G03 horário)
G04 Pausa, parada exata
G20 Entrada em polegadas
G21 Entrada em milímetros
G28 Retorno ao ponto de referência
G41 Compensação do raio da ponta da ferramenta
Funções auxiliares
M3 Eixo girando no sentido horário
M4 Eixo girando no sentido anti-horário
M20 Adiciona alimentador de barras
M21 Para alimentador de barras
M49 Troca de barras
N Número sequencial de blocos: N10, N20, N30
FONTE: Adaptado de Silva (2008).
252
poupam tempo de programação e evitam erros nas programações.
TÓPICO 4 | USINAGEM CNC
FONTE:
Figura 6. Exemplo de peça Adaptada para
e programa de Silva (2008).
torno FANUC.
Fonte: Adaptada de Silva (2008).
CHAMADA
253
UNIDADE 3 | USINAGEM
LEITURA COMPLEMENTAR
O projeto conta com a produção de arruelas lisas, que são peças mais
comuns e utilizadas, podem ser feitas várias aplicações, devido sua versatilidade.
254
TÓPICO 4 | USINAGEM CNC
FONTE: OLIVEIRA, E. S. de et al. Projeto do produto: um estudo de caso na produção de arruelas por
métodos artesanais e tecnológicos. Revista Engenharia em Ação UniToledo, Araçatuba, v. 2, n. 2, p.
46-61, set./dez. 2017. Disponível em: http://bit.ly/36SQ8yr. Acesso em: 16 jan. 2020.
255
RESUMO DO TÓPICO 4
256
AUTOATIVIDADE
1 As máquinas CNC são uma invenção moderna de amplo uso que proporciona
certas vantagens no processo de usinagem, mas acarretando certos custos.
Quanto às vantagens das máquinas CNC, classifique em V para as verdadeiras
e F para as falsas:
a) ( ) V – V – F – F.
a) ( ) F – V – V – F.
a) ( ) V – F – F – V.
a) ( ) F – F – V – V.
257
258
REFERÊNCIAS
ASM INTERNATIONAL. ASM Handbook: properties and selection: irons,
steels, and high performance alloys. 10th ed. Geauga County, Ohio: ASM
International, 1990.
259
SOARES, G. A. Fundição: mercado, processos e metalurgia. Rio de Janeiro:
COPPE/ UFRJ, 2000.
260