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16/08/2018 Pacientes de fibromialgia: enquadramento como pessoas com deficiência e horário especial de trabalho - Jus.com.

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Da necessidade de enquadramento dos pacientes de


fibromialgia como pessoas com deficiência e da
concessão de horário especial de trabalho
Da necessidade de enquadramento dos pacientes de fibromialgia como
pessoas com deficiência e da concessão de horário especial de trabalho

Theanna de Alencar Borges

Publicado em 11/2014. Elaborado em 07/2013.

Demonstra-se o novo conceito de pessoas com deficiência, que


abrange as pessoas com fibromialgia, e, consequentemente, a
possibilidade de concessão a elas do horário especial da Lei nº
8.112/1990.

1 – Introdução. 2 – Da inconstitucionalidade do art. 4º, do Decreto nº


3.298/1999, que regulamenta a Lei nº 7.853/1989 e do art. 5º, do Decreto nº
5.296/2004, que regulamenta as Leis nº 10.048/2000 e 10.098/2000, tendo em
vista o novo conceito de pessoa com deficiência. 3 – Da concessão de horário
especial para os servidores públicos federais fibromiálgicos. 4 – Conclusão. 5 –
Referências bibliográficas.

1 – INTRODUÇÃO.

A fibromialgia, incluída no Catálogo Internacional de Doenças apenas em 2004,


sob o código CID 10 M79.7, é uma doença multifatorial, de causa ainda
desconhecida, definida pelo renomado profissional, Dr. Drauzio Varela, como
sendo uma:

dor crônica que migra por vários pontos do corpo e se manifesta especialmente
nos tendões e nas articulações. Trata-se de uma patologia relacionada com o
funcionamento do sistema nervoso central e o mecanismo de supressão da dor (...)
[1]
.

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Por se tratar de uma doença recém-descoberta, a comunidade médica ainda não


conseguiu concluir quais são suas causas. Entretanto, já está pacificado que os
portadores da citada enfermidade, em sua maioria mulheres, na faixa etária de 30
a 55 anos, possuem maior sensibilidade à dor do que as pessoas que não são
acometidos por ela, em virtude de o cérebro dos doentes interpretar os estímulos à
dor de forma exagerada, ativando o sistema nervoso por inteiro.

A interpretação exagerada dos estímulos pelo cérebro faz com que o paciente sinta
ainda mais dor, conforme explica a cartilha “Fibromialgia – Cartilha para
pacientes”[2], editada pela Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Os principais sintomas que caracterizam a fibromialgia são dores generalizadas e


recidivas, de modo que às vezes sequer é possível elencar onde dói, sensibilidade
ao toque, síndrome do intestino irritável, sensação de pernas inquietas, dores
abdominais, queimações, formigamentos, dificuldades para urinar, cefaleia,
cansaço, sono não reparador, variação de humor, insônia, falta de memória e
concentração e até mesmo distúrbios emocionais e psicológicos, a exemplo de
transtornos de ansiedade e depressão.

Seu diagnóstico é essencialmente clínico, de acordo com os sintomas informados


pelos pacientes nas consultas médicas, tais como a identificação de pontos
dolorosos sob pressão, também chamados de tender-points.

Não existe um exame específico para sua descoberta, de forma que o diagnóstico
resulta dos sintomas e sinais reconhecidos nos pacientes, bem como da realização
de distintos exames que são utilizados para excluir doenças que possuem sintomas
semelhantes à fibromialgia.

Ainda não há cura para a fibromialgia, sendo o tratamento parte fundamental para
que não se dê a progressão da doença que, embora não seja fatal, implica severas
restrições à existência digna dos pacientes, sendo pacífico que eles possuem uma
queda significativa na qualidade de vida, impactando negativamente nos aspectos
social, profissional e afetivo de sua vida.

A fibromialgia é, portanto, uma condição clínica que demanda controle dos


sintomas, pena de os fatores físicos serem agravados, exigindo a necessidade de
uma combinação de tratamentos medicamentosos e não medicamentosos, em
virtude de a ação dos medicamentos não ser suficiente. Impõe-se, portanto, a
submissão a um tratamento multidisciplinar, como ensina Lin Tchie Yeng, médica
fisiatra que trabalha no Grupo de Dor do Serviço de Ortopedia do Hospital das
Clínicas de São Paulo[3].

O uso de medicamentos pelos pacientes é imperioso para a estabilização de seu


quadro, não gerando quaisquer efeitos os anti-inflamatórios e analgésicos simples,
uma vez que atuam para tratar dores associadas aos danos teciduais, o que não se

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dá na fibromialgia. Como na fibromialgia o que ocorre é uma alteração no cérebro


quanto à percepção da dor, referidos medicamentos não são aptos a tratar os
pacientes.

Os antidepressivos e os neuromoduladores são a principal medicação atualmente


utilizada pelos pacientes de fibromialgia, uma vez que controlam a falta de
regulação da dor por parte do cérebro, atuando sobre os níveis de
neurotransmissores no cérebro, pois são capazes de agir eficazmente na
diminuição da dor, ao aumentar a quantidade de neurotransmissores que
diminuem a dor desses pacientes.

O tratamento não medicamentoso dos pacientes exige, por exemplo, a prática de


atividade física individualizada e especializada, principalmente com exercícios
aeróbicos, de alongamento e de fortalecimento, que deve ser realizada de três a
cinco vezes por semana, acupuntura, massagens relaxantes, infiltração de
anestésicos nos pontos da dor, acompanhamento psicológico, dentre outros.

A realização do tratamento requer, portanto, que o paciente disponha de tempo


suficiente, bem como dispenda gastos de elevada monta, uma vez que o Sistema
Único de Saúde – SUS não dá cobertura a todas essas atividades.

Em que pesem as severas restrições impostas à sadia qualidade de vida dos


pacientes, referida doença não foi contemplada pelo rol de pessoas com deficiência
elencado do art. 4º, do Decreto nº 3.298/1999, que regulamenta a Lei nº
7.853/1989 e do art. 5º, do Decreto nº 5.296/2004, que regulamenta as Leis nº
10.048/2000 e 10.098/2000. Isso tem causado inúmeros transtornos a essas
pessoas, especialmente no que tange à concessão de benefícios destinados às
pessoas com deficiência, razão pela qual se torna relevante a presente discussão.

2 – DA INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 4º, DO


DECRETO Nº 3.298/1999, QUE REGULAMENTA A LEI Nº
7.853/1989 E DO ART. 5º, DO DECRETO Nº 5.296/2004, QUE
REGULAMENTA AS LEIS Nº 10.048/2000 E 10.098/2000,
TENDO EM VISTA O NOVO CONCEITO DE PESSOA COM
DEFICIÊNCIA.

A Constituição Federal de 1988 – CF/88 elegeu como fundamento central do


ordenamento jurídico brasileiro a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III,
CF/88), mostrando, já em seus primeiros artigos, a preocupação com a redução
das desigualdades e com o tratamento igualitário, sem que haja qualquer forma de
discriminação (art. 3º, III e IV, CF/88).

É exatamente em razão de mencionados ideais que ela impõe a obrigação de se


conferir tratamento adequado às pessoas com deficiência, demonstrando a
necessidade de se realizar a inclusão das pessoas com deficiência em sociedade de

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diversas formas, merecendo destaque a inclusão através do trabalho.

Tanto é assim que a Constituição determina que no seu art. 7º, inciso XXXI, a
“proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão
do trabalhador portador de deficiência” no âmbito das relações privadas de
trabalho. Já na seara pública, ela prescreve, em seu art. 37, inciso VIII, que “a lei
reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão”.

Haja vista os mandamentos constitucionais, foram promulgadas leis acerca da


temática da proteção das pessoas com deficiência, vindo em seguida os decretos
regulamentadores, instituindo diversos conceitos de relevo para a efetiva inclusão
das pessoas com deficiência em sociedade.

Com efeito, o Decreto nº 3.298/1999, que regulamenta a Lei nº 7.853/1989,


estabelece o conceito de deficiência, in verbis:

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Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se


enquadra nas seguintes categorias:

I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais


segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da
função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia,
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com
deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de
funções;

II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de


quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas
freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz;

III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual


ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a
baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor
olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória
da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor
que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições
anteriores;

IV - deficiência mental – funcionamento intelectual


significativamente inferior à média, com manifestação antes dos
dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de
habilidades adaptativas, tais como:

a) comunicação;

b) cuidado pessoal;

c) habilidades sociais;

d) utilização da comunidade;

d) utilização dos recursos da comunidade;

e) saúde e segurança;

f) habilidades acadêmicas;

g) lazer; e

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h) trabalho;

V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.

O Decreto nº 5.296/2004, que regulamenta as Leis nº 10.048/2000 e


10.098/2000, por sua vez, estabelece em seu art. 5º as hipóteses de deficiência.
Vejamos:

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Art. 5º Os órgãos da administração pública direta, indireta e


fundacional, as empresas prestadoras de serviços públicos e as
instituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário
às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

§ 1o Considera-se, para os efeitos deste Decreto:

I - pessoa portadora de deficiência, além daquelas previstas na Lei


no 10.690, de 16 de junho de 2003, a que possui limitação ou
incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas
seguintes categorias:

a) deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais


segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da
função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia,
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com
deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de
funções;

b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta


e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências
de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz;

c) deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou


menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a
baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor
olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória
da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor
que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições
anteriores;

d) deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente


inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e
limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades
adaptativas, tais como:

1. comunicação;

2. cuidado pessoal;

3. habilidades sociais;

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4. utilização dos recursos da comunidade;

5. saúde e segurança;

6. habilidades acadêmicas;

7. lazer; e

8. trabalho;

e) deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências; e

II - pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não se


enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiência, tenha,
por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou
temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade,
flexibilidade, coordenação motora e percepção.

Referidos decretos não encontram suporte no atual bloco de constitucionalidade


brasileiro, ampliado pela aprovação da Convenção Internacional sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência pelo Brasil, que se deu em dois turnos, seguindo o
procedimento previsto no art. 5º, §3º, da Constituição Federal de 1988, já
integrando o ordenamento jurídico brasileiro com o status de emenda
constitucional, consoante se vê da promulgação realizada através do Decreto
6.949, de 25 de agosto de 2009.

Com a promulgação do Decreto 6.949/2009, deu-se uma revolução no conceito


legal de pessoa com deficiência no Direito Brasileiro, eis que ocorreu uma
mudança de perspectiva, notadamente em virtude de a deficiência deixar de ser
vista sob a perspectiva da pessoa com deficiência, sendo considerada a partir do
prisma da inadequação do Estado e da sociedade, que não se adaptaram para
incluir essas pessoas na vida em sociedade.

Muda-se, portanto, a perspectiva do conceito de deficiência, que passa a repousar


na sociedade e no Estado, nas barreiras atitudinais e ambientais que eles impõem
às pessoas que possuem certos impedimentos, nos termos do art. 1º, da
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que
conceitua pessoa com deficiência da seguinte forma:

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“Preâmbulo:

(...)

e) Reconhecendo que a deficiência é um conceito em evolução e que


a deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as
barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e
efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas,

(...)

Artigo 1

O propósito da presente Convenção é promover, proteger e


assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com
deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente.

Pessoas com deficiência são aquelas que têm


impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com
diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena
e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as
demais pessoas.” (destaques)

Ricardo Tadeu Marques da Fonseca escreveu um artigo de extrema lucidez, antes


mesmo da superveniência da promulgação da citada convenção no Brasil,
intitulado “A ONU e seu conceito revolucionário de pessoa com deficiência”[4], em
que leciona:

Evidencia-se, então, a percepção de que deficiência está na


sociedade, não nos atributos dos cidadãos que apresentam
impedimentos físicos mentais, intelectuais ou sensoriais. Na
medida em que as sociedades removam essas barreiras
culturais, tecnológicas, físicas e atitudinais, as pessoas
com impedimentos têm asseguradas ou não a sua
cidadania. (destaques)

A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi


internalizada no Brasil com “status” de emenda constitucional, como já fora
mencionado, razão pela qual integra o bloco de constitucionalidade brasileiro,
sendo, portanto, de aplicação imediata, nos termos do art. 5º, §1º, CF/88,
constituindo norma de direito fundamental.

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Desta feita, os conceitos de pessoa com deficiência, trazidos pelo Decreto nº


3.298/1999, que regulamentou a Lei nº 7.853/1989, e pelo Decreto nº
5.296/2004, que regulamenta as Leis nº 10.048/2000 e 10.098/2000, por sua
vez, são demasiadamente restritivos, não se compatibilizando com os critérios,
agora constitucionais, trazidos pela epigrafada Convenção.

Tanto é assim que a então Procuradora-geral da República, Deborah Duprat,


propôs a Arguição de Preceito Fundamental nº 182 junto ao Supremo Tribunal
Federal – STF, requerendo que seja declarada a invalidade por não recepção do
art. 20, §2º, da Lei nº 8.742/93, que também se vale de um conceito restritivo
para conceder o benefício de assistência social, consoante cópias anexas[5].

Importante alertar que a Súmula 377, do STJ já asseverava, antes mesmo da


promulgação da mencionada Convenção, que “o portador de visão monocular tem
direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes”.
Mencionada interpretação se baseia na constatação de que o rol do Decreto nº
3.298/1999 é demasiadamente restritivo, já que exclui as pessoas com visão
monocular do conceito de pessoas com deficiência, fazendo-se necessária, na
hipótese, a atuação do Judiciário conformando a norma ao caso concreto.

De se mencionar ainda que, nos termos do art. 1º, do Decreto nº 6.949/2009, “a


Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo, apensos por cópia ao presente Decreto, serão executados e cumpridos
tão inteiramente como neles se contém”, sendo, portanto, de aplicação obrigatória
para a Administração Direta e Indireta.

Tendo em vista a natureza constitucional das normas insculpidas no Decreto nº


6.949/2009, o novo conceito de pessoa com deficiência revoga todas as normas
que forem com ele incompatíveis. Assim sendo, o art. 4º, do Decreto 3.298/1999 e
o art. 5º, do Decreto 5.296/2004 não mais possuem amparo constitucional, não
podendo a Administração Pública observá-los em suas decisões administrativas, já
que também o Estado deverá submeter-se ao império dos mandamentos
constitucionais, haja vista a supremacia da Constituição Federal de 1988,
notadamente em se tratando de direitos fundamentais sociais e do princípio da
legalidade.

É preciso lembrar que o tema está afeto à garantia dos direitos da liberdade ao
trabalho (art. 5º, II e XIII, CF/88) e da igualdade de oportunidade e tratamento
no trabalho (art. 5º, caput, 6º, 7º, XXX e 39, §3º, CF/88), que são direitos
fundamentais, sendo resultado da necessidade de se garantir igualdade não
apenas formal, considerando-se o homem de forma isolada e abstrata, mas
material, possibilitando a efetivação dos princípios da igualdade entre os homens
e da dignidade da pessoa humana, bem como dos direitos fundamentais à vida e à
saúde (art. 5º, caput, 6º e 196, CF/88).

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Assim é que se autoriza a existência de discriminação positiva consubstanciada na


promoção da igualdade de oportunidade e de tratamento em matéria de trabalho,
em respeito à dignidade da pessoa humana e ao valor social do trabalho, ambos
fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, III e IV, CF/88),
concretizando-se o dever de obediência ao princípio da legalidade que se impõe à
Administração Pública direta e indireta, dentre a qual se inclui a autarquia
requerida, nos termos do art. 37, caput, CF/88.

Sobre a dignidade da pessoa humana, em que repousa a centralidade de todo


ordenamento jurídico brasileiro instituído pela Constituição Federal de 1988,
releva colacionar as lições de Annelise Fonseca (2012, p. 135)[6]:

É de salutar relevância explicitar que a dignidade da pessoa humana, além de ser


um valor moral, alcançou o patamar de valor jurídico a ser tutelado por todos os
estatutos normativos. E mais, não só produz efeitos no plano jurídico, mas
também a dignidade deve produzir efeitos no plano material, impondo obrigações
ao Estado e à sociedade.

Ingo Sarlet (2007, p. 48)[7] expõe com clareza que incumbe ao Estado pautar-se
por condutas que concretizam a dignidade da pessoa humana.

Como tarefa imposta ao Estado, a dignidade da pessoa reclama que este guie as
suas ações tanto no sentido de preservar a dignidade existente, quanto
objetivando a promoção da dignidade, especialmente criando condições que
possibilitem o pleno exercício e fruição da dignidade, sendo portanto dependente
(a dignidade) da ordem comunitária, já que é de se perquirir até que ponto é
possível ao indivíduo realizar, ele próprio, parcial ou totalmente, suas
necessidades existenciais básicas ou se necessita, para tanto, do concurso do
Estado ou da comunidade (este seria, portanto, o elemento mutável da dignidade),
constatação esta que remete a uma conexão com o princípio da subsidiariedade,
que assume uma função relevante também neste contexto. 83 84

De se ver, portanto, que o conceito insculpido no artigo 1º, da Convenção


Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, efetivamente
incorpora a dimensão médica ao conceito de deficiência, mas leva em conta,
também, a importância da interação com os fatores sociais que levam à exclusão
das pessoas com deficiência da vida digna.

À fl. 13 da cartilha “Fibromialgia – Cartilha para pacientes”[8], editada pela


Sociedade Brasileira de Reumatologia, os impactos negativos trazidos pela
fibromialgia à vida do paciente, bem como a necessidade de realização de
atividades físicas, ficam bem claros:

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(...) podemos observar, em um número significativo de pacientes,


uma queda importante da qualidade de vida, com reflexos nos
aspectos social, profissional e afetivo destes pacientes. Uma questão
central para os fibromiálgicos é a dificuldade para a execução de
tarefas, profissionais ou do cotidiano. Os pacientes mostram-se
extremamente inseguros quanto ao desempenho pessoal, gerando
um estado crônico de revolta em relação a sua saúde. Queixam-se
frequentemente da redução da qualidade do seu trabalho, com
consequente influência em sua vida profissional e mesmo na renda
familiar. Comuns também são relatos de indiferença por parte de
amigos e familiares, problemas conjugais e diminuição da
frequência de atividades de lazer e mesmo religiosas.

É muito importante que a pessoa com Fibromialgia entenda que a atividade física
regular terá que ser mantida para o resto da vida, pelo risco de a Fibromialgia
voltar se esta atividade for interrompida.

O tema é de demasiada importância, tanto assim o é, que tramita em caráter


conclusivo o Projeto de Lei 2.680/2011[9], de autoria do Deputado Miriquinho
Batista (PT-PA), que acrescenta dispositivo à Consolidação das Leis do Trabalho,
para reduzir a jornada de trabalho de portador de fibromialgia, em quatro horas,
condicionada à comprovação de prática de atividade física.

Impende ainda asseverar que a fibromialgia é uma doença do sistema


osteomuscular e do tecido conjuntivo, que só recentemente foi catalogada no
Cadastro de Internacional de Doenças – CID, recebendo o código CID
10 M 79.7, o que ocorreu somente 2004[10]. Assim, havendo o Decreto
3.298/1999, que estabelece as formas de deficiência, sido editado em
1999, era impossível que àquela época a fibromialgia pudesse ser
enquadrada no mencionado rol.

Conforme já detalhadamente exposto, a fibromialgia é uma doença que importa ao


paciente impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual e
sensorial, que, em interação com as diversas barreiras impostas pelo trabalho
deles, notadamente no que tange à jornada de oito horas de trabalho, efetivamente
obstruem sua participação plena e efetiva na sociedade, especialmente em seu
trabalho, em igualdade de condições com os demais servidores, que não estão
acometidos por qualquer patologia como a fibromialgia.

Nestes termos, impõe-se o reconhecimento da inconstitucionalidade do artigo 4º


do Decreto nº 3.298/1999, que regulamentou a Lei nº 7.853/1989, bem como do
art. 5º, do Decreto nº 5.296/2004, que regulamentou as Leis nº 10.048/2000 e
10.098/2000, criando um rol taxativo de deficiências, valendo-se da técnica da
interpretação conforme à Constituição (balizada no novo bloco de
constitucionalidade firmado a partir da Convenção Internacional sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência), para considerar o referido dispositivo como

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indicativo de exemplos, não se excluindo outras formas de deficiência, dentre as


quais se inclui a fibromialgia, concluindo-se que as pessoas com fibromialgia se
enquadram plenamente no novo conceito jurídico de pessoa com deficiência.

3 – DA CONCESSÃO DE HORÁRIO ESPECIAL PARA OS


SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS FIBROMIÁLGICOS.

A Lei 8.112/90, que instituiu o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da
União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas
federais, em obediência aos mandamentos constitucionais acerca da proteção às
pessoas com deficiência, possibilita que os servidores públicos com deficiência
gozem de horário especial de trabalho. Seu art. 98, §2º assim prescreve:

Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante,


quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o
da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.

(...)

§ 2º. Também será concedido horário especial ao servidor portador


de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica
oficial, independentemente de compensação de horário. (grifos)

A fibromialgia impede que os pacientes tenham as mesmas condições de trabalho


que seus colegas que não se encontram enfermos, permitindo-lhes o
enquadramento como pessoa com deficiência.

Saliente-se, entretanto, que não se deve confundir deficiência com impossibilidade


de trabalhar, uma vez que eles, em sua maioria, são capazes de trabalhar,
necessitando apenas que sejam removidas as barreiras que impedem o exercício
de sua plena capacidade, exatamente a elevada carga horária, diante da
necessidade de tratamento de saúde.

Urge colacionar a lição de GUGEL (apud PEREIRA, 2012, p. 139)[11]:

A pessoa com deficiência, portanto, é sujeito de direitos, devendo


gozar das mesmas oportunidades disponíveis na sociedade, razão
pela qual deve ser afastado do conceito de deficiência o conceito de
doença ou incapacidade.

É exatamente por isso que o artigo 2º da Convenção Internacional sobre os


Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto nº 6.949/2009) permite que se
estabeleçam adaptações razoáveis para que as pessoas com deficiência sejam
tratadas de forma isonômica, consoante os princípios insculpidos no art. 3º da
mencionada Convenção, especialmente o respeito pela dignidade inerente, a

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autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a


independência das pessoas, a não-discriminação, a plena e efetiva participação e
inclusão na sociedade, o respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com
deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade e a igualdade de
oportunidades.

Nesse sentido, a referida Convenção trata do trabalho e emprego das pessoas com
deficiência, falando de “trabalho” para abranger, inclusive, as relações
administrativas, de natureza estatutária, como a relação existente entre os
servidores públicos federais e a União. É o que reza o art. 27, item 1, da Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto nº
6.949/2009):

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Artigo 27

Trabalho e emprego

1.Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com


deficiência ao trabalho, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas. Esse direito abrange o direito à
oportunidade de se manter com um trabalho de sua livre
escolha ou aceitação no mercado laboral, em ambiente de
trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a pessoas
com deficiência. Os Estados Partes salvaguardarão e
promoverão a realização do direito ao trabalho, inclusive
daqueles que tiverem adquirido uma deficiência no
emprego, adotando medidas apropriadas, incluídas na
legislação, com o fim de, entre outros:

a) Proibir a discriminação baseada na deficiência com respeito a


todas as questões relacionadas com as formas de emprego, inclusive
condições de recrutamento, contratação e admissão, permanência
no emprego, ascensão profissional e condições seguras e salubres de
trabalho;

b) Proteger os direitos das pessoas com deficiência, em


condições de igualdade com as demais pessoas, às
condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo iguais
oportunidades e igual remuneração por trabalho de igual
valor, condições seguras e salubres de trabalho, além de
reparação de injustiças e proteção contra o assédio no
trabalho;

c) Assegurar que as pessoas com deficiência possam exercer seus


direitos trabalhistas e sindicais, em condições de igualdade com as
demais pessoas;

d) Possibilitar às pessoas com deficiência o acesso efetivo a


programas de orientação técnica e profissional e a serviços de
colocação no trabalho e de treinamento profissional e continuado;

e) Promover oportunidades de emprego e ascensão profissional


para pessoas com deficiência no mercado de trabalho, bem como
assistência na procura, obtenção e manutenção do emprego e no
retorno ao emprego;

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f) Promover oportunidades de trabalho autônomo,


empreendedorismo, desenvolvimento de cooperativas e
estabelecimento de negócio próprio;

g) Empregar pessoas com deficiência no setor público;

h) Promover o emprego de pessoas com deficiência no setor


privado, mediante políticas e medidas apropriadas, que poderão
incluir programas de ação afirmativa, incentivos e outras medidas;

i) Assegurar que adaptações razoáveis sejam feitas para


pessoas com deficiência no local de trabalho;

j) Promover a aquisição de experiência de trabalho por pessoas com


deficiência no mercado aberto de trabalho;

k) Promover reabilitação profissional, manutenção do


emprego e programas de retorno ao trabalho para pessoas
com deficiência.

(destaques)

Tendo em vista as necessidades diversificadas das pessoas com deficiência, com


finalidade de permitir a isonomia com aquelas que não possuem qualquer tipo de
deficiência, tratando desiguais, desigualmente, foi que o legislador trouxe o
permissivo legal do art. 98, §2º, da Lei nº 8.112/1990, de realização de jornada
especial de trabalho, independentemente de compensação de horários.
Mencionado dispositivo legal guarda total pertinência com a alteração na ordem
jurídica trazida pelo Decreto nº 6.949/2009).

Especificamente quanto à fibromialgia, impende ressaltar que tal enfermidade


vem sendo constantemente discutida em juízo e, em muitos dos casos, os Colendos
Tribunais vêm acolhendo até mesmo a tese de aposentadoria por invalidez à
pessoa com fibromialgia.

De fato, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais decidiu, em 30 de abril


de 2008, conceder o benefício à interessada sob o argumento de que
"comprovadas a invalidez permanente e total por doença e a consequente
impossibilidade de reabilitação para o exercício de atividade garantidora da
subsistência do obreiro, é de ser deferida a aposentadoria por invalidez, impondo-
se que a dúvida a respeito do nexo de causalidade seja dirimida em favor do
requerente, por força do principio In Dúbio Pro Misero e no sentido social da
legislação infortunística." (TJMG - 11ª Cam. Cível; ACi nº 1.0024.06. 100773-
8/001 - Belo Horizonte - MG; Rel. Des. Afrânio Vilela; j. 30.04.08, vu).

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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal também coaduna do mesmo


entendimento, conforme se extrai do julgado abaixo transcrito:

APOSENTADORIA. PROVENTOS PROPORCIONAIS. SERVIDORA


PÚBLICA. PORTADORA DE FIBROMIALGIA. ART. 186, § 1º, DA
LEI 8.112/90. ROL EXEMPLIFICATIVO.186§ 1º8.112

I - O ART. 186, § 1º, DA LEI 8.112/90 CONTÉM ROL


EXEMPLIFICATIVO, QUE ADMITE INCLUSÃO, PARA FIM DE
APOSENTAÇÃO INTEGRAL, DE OUTRAS DOENÇAS QUE NÃO
AS NELE ELENCADAS OU EM LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA.
PRECEDENTES.186§ 1º8.112

II - A FIBROMIALGIA NÃO CONSTA DO ROL DO


SUPRACITADO ARTIGO. A DESPEITO DISSO, É ENFERMIDADE
GRAVE E INCURÁVEL, CONFORME CONCLUIU A JUNTA
MÉDICA DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL. POR ISSO,
A APOSENTAÇÃO DA SERVIDORA ACOMETIDA DA
RETROCITADA DOENÇA DEVE OCORRER COM PROVENTOS
INTEGRAIS.

III - APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL IMPROVIDAS.

(309998820058070001 DF 0030999-88.2005.807.0001, Relator:


VERA ANDRIGHI, Data de Julgamento: 05/11/2008, 1ª Turma
Cível, Data de Publicação: 24/11/2008, DJ-e Pág. 54)

Também no TRF5 há jurisprudência no sentido de que a fibromialgia deve ser


enquadrada como deficiência. Vejamos:

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EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADORA RURAL. BENEFÍCIO DE


AMPARO SOCIAL. FIBROMIALGIA. INCAPACIDADE.
REQUISITOS. PREENCHIMENTO. ART. 203, V, CF/88 C/C ART.
20, § 3º DA LEI Nº 8.742/93. LAUDO PERICIAL. LIVRE
CONVENCIMENTO DO MAGISTRADO. ARTS. 436 E 131 DO CPC.

- Para a concessão do benefício de prestação continuada, amparo


social, é necessário à comprovação de alguns requisitos, dentre eles,
que a pessoa seja portadora de deficiência que a incapacite para o
trabalho e para a vida independente, e que não possua meios de
prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família
(art. 20, §§ 2º e 3º da Lei 8.742/93).

- É entendimento jurisprudencial que, quanto ao aspecto da


incapacidade laborativa, o magistrado é livre na apreciação da
prova, não estando vinculado ao laudo pericial, sendo-lhe lícito
apreciar livremente as provas acostadas aos autos (arts. 436 e 131
do CPC).

- In casu, não obstante o laudo médico pericial tenha concluído que


a enfermidade que acomete a autora 'fibromialgia reumática' só
incapacita de forma parcial, estando apta para as atividades
laborativas que requer menor esforço físico, verifica-se do conjunto
probatório dos autos, que resta configurada sua incapacidade para
as atividades na agricultura, em que às dores musculares e ósseas
freqüentes impõe limitações para o trabalho. Considerada, ainda,
que se trata de uma pessoa pobre, de grau de instrução baixo, e que
sobrevive da agricultura em regime de economia familiar, sendo,
portanto, infrutífera qualquer tentativa de reabilitação para inseri-
lo no mercado de trabalho.

- In casu, preenchido os requisitos legais de concessão do benefício


de amparo social, deve ser deferido o seu pleito, a contar da data do
requerimento administrativo.

- Apelação provida.

(Processo AC - 529039/CE - 0004835-45.2011.4.05.9999,


RELATOR:DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO WILDO
LACERDA DANTAS, ORIGEM:Vara Única da Comarca de Milagres,

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Data de julgamento: 25/10/2011, Publicado no DOU, Tribunal


Regional Federal - 5ª Região TRF5 de 03/11/2011, Pg. 291)

O E. STF já se manifestou acerca do reconhecimento da natureza da fibromialgia


como doença grave, autorizadora da concessão da aposentadoria por invalidez,
tendo em vista que não caberia à lei a exclusão da fibromialgia dos conceitos
constitucionais. Vejamos:

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Decisão

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou


seguimento a recurso extraordinário. O acórdão porta a seguinte "
(...) APOSENTADORIA -INVALIDEZ PERMANENTE -
FIBROMIALGIA -DOENÇA INCAPACITANTE -GRAVE E
INCURÁVEL -RECONHECIMENTO OFICIAL -PREVISÃO
CONSTITUCIONAL (ART. 40, § 1º, I).É cristalina a regra
constitucional ao dizer que a aposentadoria ocorre por invalidez
permanente decorrente de doença grave (art. 40, § 1º, I, CF). Se a
fibromialgia está inserida dentre as doenças graves e ainda
acrescido da agravante ser incurável, por si só se enquadra nos
dizeres da Constituição, sendo desnecessário qualquer referência
expressa em lei ordinária, diga-se, que só tem o condão de
atravancar o direito constitucionalmente assegurado ao
trabalhador.(...)" (fl. 33).No RE, fundado no art. 102, III, a, da
Constituição, alegou-se violação ao art. 40, § 1º, I, da mesma Carta.
O agravo não merece acolhida. Para se chegar à conclusão contrária
à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do
conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a
incidência da Súmula 279 do STF. Por oportuno, trago à colação
trecho do acórdão recorrido:"(...) É cristalina a regra constitucional
ao dizer que a aposentadoria ocorre por invalidez permanente
decorrente de doença grave. Ora, se a fibromialgia está inserida
dentre as doenças graves e ainda acrescido da agravante de ser
incurável, por si só se enquadra nos dizeres da Constituição, sendo
desnecessário qualquer referência expressa em lei ordinária, diga-
se, que só tem o condão de atravancar o direito constitucionalmente
assegurado ao trabalhador.(...) E neste caso específico em epígrafe
não se pode desprezar a realização de Laudo Médico por órgão
oficial, onde foi constatada a patologia.Com a devida vênia do
doutor Relator, entendo que a matéria foi ampla e
fundamentadamente analisada pelo julgador singular, de modo que
a prescrição atinge aos atos da administração pública.(...) Restou
comprovado, também, que ela está em desvio de função por não ter
condições de exercer atividades próprias do concurso público que
prestou, desde 2002" (fls. 42-44). Isso posto, nego seguimento ao
recurso. Publique-se. Brasília, 2 de fevereiro de 2010. Ministro
RICARDO LEWANDOWSKI- Relator (Processo: AI 781129 MT,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Julgamento:
02/02/2010, Publicação: DJe-028 DIVULG 12/02/2010 PUBLIC
17/02/2010).

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O raciocínio esposado nos julgados acima colacionados, de que a fibromialgia é


doença grave e incurável, ensejando, inclusive, aposentadoria por invalidez,
também é aqui aplicado, não podendo, mutatis mutandis, os servidores públicos
federais fibromiálgicos ser excluídos do direito a uma jornada especial de
trabalho, nos termos do art. 98, §2º, da Lei nº 8.112/1990.

Tal se deve ao fato de que a fibromialgia importa impedimentos de natureza física,


mental, intelectual e sensorial durante toda a vida do paciente, de modo que
mencionados impedimentos, em interação com as barreiras impostas pela jornada
de trabalho de 8 (oito) horas obstruem sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com os servidores públicos não acometidos
por referida patologia, dever imposto, pelos princípios da legalidade (art. 37,
caput, CF/88) e da supremacia da Constituição, também à autarquia requerida.

Assim, em se tratando de horário especial de trabalho, independentemente da


compensação de horários, deduz-se que a jornada especial de trabalho não pode
implicar redução dos vencimentos do servidor público, sob pena de violar
frontalmente o princípio da irredutibilidade de vencimentos dos servidores
públicos, previsto expressamente no art. 37, XV, da CF/88 e no art. 40, §3º, da Lei
8.112/1990.

A concessão de horário especial aos servidores públicos federais fibromiálgicos,


nos termos do art. 98, §2º, da Lei nº 8.112/1990, consiste na realização de uma
adaptação razoável, nos termos dos artigos 2º e 27, da Convenção Internacional
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto nº 6.949/2009), sendo
medida que se impõe para evitar que em médio prazo conduza à incapacidade
para o trabalho, gerando aposentadoria por invalidez e perda de sua força de
trabalho. Isso implicaria um ônus para a sociedade, que arcará com o benefício
previdenciário prematuro, tendo em vista a alta expectativa de vida do brasileiro,
que é atualmente de 74 (setenta e quatro) anos e 29 (vinte e nove) dias, segundo
aponta o IBGE[12], bem como um ônus para a União, que perderá de seus quadros
servidores diligentes e responsáveis, porém acometidos de doença grave e
incurável.

A não concessão do horário especial a esse grupo de pessoas importará, ainda,


inestimáveis prejuízos para eles, que, além de ter seu quadro de saúde agravado,
em ofensa ao direito fundamental à saúde (art. 6º e 196, CF/88 e art. 25, da
Convenção da ONU sob comento), ficarão incapacitados para o trabalho,
perdendo a sua dignidade e ficando à margem da sociedade.

Resta claro que a negativa em conceder o horário especial aos pacientes de


fibromialgia, por não constar do rol do artigo 4º do Decreto nº 3.298/1999, que
regulamentou a Lei nº 7.853/1989, bem como do art. 5º, do Decreto nº
5.296/2004, que regulamentou as Leis nº 10.048/2000 e 10.098/2000, não está
respaldada na legalidade em sentido amplo, uma vez que desrespeita, inclusive, os

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fundamentos da República Federativa do Brasil, quais sejam a dignidade da


pessoa humana e o valor social do trabalho (art. 1º, III e IV, CF/88), violando
frontalmente a Constituição Federal de 1988.

De se mencionar que se a Constituição Federal de 1988 impõe à iniciativa privada,


ao tratar da ordem econômica (art. 170, CF/88), a necessidade de observar os
princípios da redução das desigualdades sociais e econômicas e a busca do pleno
emprego, com muito mais razão deve se exigir do Estado, encarregado de zelar
pela construção de uma sociedade livre, justa e solidária e de promover o bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação (art. 3º, I e IV, CF/88), o respeito a tais princípios.

4 – CONCLUSÃO

A fibromialgia é uma patologia já reconhecida pela comunidade médica, apesar de


recentemente descoberta. Sua causa ainda é desconhecida, atualmente estando
classificada no CID 10 M79.7, sendo reputada como uma doença grave e incurável.

Mencionada enfermidade traz inúmeros desconfortos ao paciente que afetam de


modo severo sua vida digna, saúde e sadia qualidade de vida. Tal se deve em razão
de os estímulos à dor serem interpretados de modo exagerado, ativando todo o
sistema nervoso, o que provoca dores por todo o corpo deles.

Os principais sintomas que caracterizam a fibromialgia, quais sejam, dores


generalizadas e recidivas, impedindo a identificação de onde se localiza a dor,
sensibilidade ao toque, sensação de pernas inquietas, dores abdominais, síndrome
do intestino irritável, queimações, dificuldades para urinar, formigamentos,
cefaleia, cansaço, sono não reparador, variação de humor, insônia, falta de
memória e concentração e até mesmo distúrbios emocionais e psicológicos, a
exemplo de transtornos de ansiedade e depressão, geram diversos impedimentos
aos fibromiálgicos.

A interação de referidos impedimentos com as barreiras atitudinais e ambientais


que a sociedade e o Estado impõem às pessoas com fibromialgia autorizam o
reconhecimento de que as pessoas que padecem de fibromialgia podem ser
enquadradas como pessoas com deficiência, nos termos do art. 1º, da Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, internalizada no
Brasil pelo Decreto nº 6.949/2009.

Referida norma goza, no Brasil, do status de norma constitucional, por haver sido
incorporada ao nosso ordenamento jurídico através do procedimento previsto no
art. 5º, §3º, CF/88, sendo, portanto, de uso imperativo no âmbito público e
privado, autorizando a conclusão de que o bloco de constitucionalidade brasileiro
foi ampliado.

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Assim é que as definições de deficiência, trazidas pelo artigo 4º do Decreto nº


3.298/1999, que regulamentou a Lei nº 7.853/1989, bem como pelo art. 5º, do
Decreto nº 5.296/2004, que regulamentou as Leis nº 10.048/2000 e
10.098/2000, devem ser interpretadas conforme à Constituição para que se
entenda que não estabelecem rol taxativo de deficiências, pena de violar o novo
bloco de constitucionalidade brasileiro, formado a partir da aprovação da
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência com o
procedimento de emenda constitucional.

Tendo em vista que aos servidores públicos federais com deficiência foi
assegurado o direito à concessão de horário especial (art. 98, §2º, da Lei nº
8.112/1990), também aos servidores públicos pacientes de fibromialgia, que
tenham condições de trabalhar, deve ser estendido mencionado benefício,
realizando-se assim as adaptações razoáveis que a Convenção Internacional sobre
os Direitos das Pessoas com Deficiência exige em seu art. 2º.

É que, em razão da necessidade de submissão a um tratamento multidisciplinar, a


jornada de trabalho de 8 (oito) horas diárias e 40 (quarenta) horas semanais
impede a realização do tratamento que a doença exige, provocando o agravamento
da doença e, em alguns casos, conduzindo até mesmo à incapacidade para o
trabalho. Tanto é assim que a jurisprudência já vem, inclusive, reconhecendo o
direito à aposentadoria por invalidez das pessoas com fibromialgia.

Ocorre que o agravamento da patologia traz severas e inoportunas consequências


não apenas para os enfermos, que terão sua vida digna e saudável comprometida e
ficarão à margem da sociedade, uma vez que o trabalho é forma de garantir a sua
dignidade e inclusão social. Implica, ainda, prejuízos para o ente público, que
perde força de trabalho preparada, bem como para a sociedade, que precocemente
será obrigada a custear os valores do pagamento do benefício da aposentadoria
por invalidez.

De se mencionar, ainda, que mencionada redução de horário é medida que não


pode implicar redução de vencimentos do servidor enfermo, haja vista,
notadamente, o princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos (art.
37, XV, da CF/88 e art. 40, §3º, da Lei 8.112/1990).

Do exposto, conclui-se que a concessão de horário especial de trabalho ao servidor


público com fibromialgia é medida que se impõe, garantindo-se, especialmente, a
efetivação dos mandamentos constitucionais de proteção à vida, saúde, dignidade
da pessoa humana, igualdade material, valor social do trabalho, dentre outros (art.
1º, III, IV, 3º, III e IV, 5º, 6º, 196, CF/88), construindo-se, efetivamente, uma
sociedade livre, justa e solidária.

5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://jus.com.br/imprimir/33468/da-necessidade-de-enquadramento-dos-pacientes-de-fibromialgia-como-pessoas-com-deficiencia-e-da-conc… 23/26
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NOTAS

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16/08/2018 Pacientes de fibromialgia: enquadramento como pessoas com deficiência e horário especial de trabalho - Jus.com.br | Jus Navigandi

[1]
Doenças e sintomas – Fibromialgia. Disponível em:
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/fibromialgia/. Acesso em
27/03/2013.

[2] Fibromialgia – Cartilha para pacientes. Disponível em:


http://pt.scribd.com/doc/138263284/ Cartilha-fibromialgia. Acesso em
27/03/2013.
[3]
Entrevista Fibromialgia. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/wiki-
saude/fibromialgia-3/. Acesso em 27/03/2013.
[4]
FONSECA, Ricardo Tadeu Marques da. A ONU e seu conceito revolucionário de
pessoa com deficiência. In: Revista LTr., Vol. 72-03/263, março de 2008.
[5]
PGR pede que se adote conceito de pessoa com deficiência utilizado em
Convenção. Disponível em: http://noticias.pgr.mpf.mp.br/noticias/noticias-do-
site/copy_of_constitucional/pgr-pede-que-se-adote-conceito-de-pessoa-com-
deficiencia-utilizado-em-convencao/?searchterm=. Acesso em 11/03/2013.
[6]
PEREIRA, Annelise Fonseca Leal. Das Medidas Efetivas para Inclusão no
Trabalho da Pessoa com Deficiência, In: Direitos Fundamentais do Trabalho na
Visão de Procuradores do Trabalho, São Paulo: LTr Editora, 2012.
[7]
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos
Fundamentais na Constituição Federal de 1988. 5 ed. rev. e atual., Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2007.
[8]
Ibidem.
[9]
Portador de Fibromialgia poderá ter jornada de trabalho reduzida. Disponível
em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?
idProposicao=526983. Acesso em 19/04/2013.

[10] Histórico das versões. Disponível em:


http://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/v2008.htm. Acesso em 11/04/2013.
[11]
GUGEL, Maria Aparecida apud PEREIRA, Annelise Fonseca Leal. Das Medidas
Efetivas para Inclusão no Trabalho da Pessoa com Deficiência, in Direitos
Fundamentais do Trabalho na Visão de Procuradores do Trabalho, São Paulo: LTr
Editora, 2012.
[12]
Expectativa de vida do brasileiro aumenta para 74 anos. Disponível em:
http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/11/29/expectativa-de-vida-do-
brasileiro-aumenta-para-74-anos. Acesso em 11/06/2013.

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Theanna de Theanna de Alencar Borges


Alencar
Borges Especialista em Direito do Trabalho. Juíza do Trabalho
Substituta do TRT da 16ª Região. Editora do blog Loucos por
Trabalho (http://loucosportrabalho.blogspot.com.br/). Professora do Grupo
de Estudos Loucos por Trabalho - GELT
(https://www.facebook.com/geltlpt). Ex-Professora de Direito do Trabalho e
Direito Processual do Trabalho da Faculdade Paraíso do Ceará – FAPCE. Ex-
Técnica Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará – TRE/CE.

Site(s):

loucosportrabalho.blogspot.com.br/

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Como citar este texto (NBR 6023:2002 ABNT)

BORGES, Theanna de Alencar. Da necessidade de enquadramento dos pacientes


de fibromialgia como pessoas com deficiência e da concessão de horário especial
de trabalho. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 20, n.
4466, 23 set. 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/33468>. Acesso
em: 16 ago. 2018.

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