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Universidade de Évora

Escola de Artes
Departamento de Música
João Pedro Schwingel Carada, l42295

Etnomusicologia II
Atividade – leitura e resposta a questões

Leia atentamente os pontos 1, 2 e 3 da entrada “Música tradicional” da autoria de Salwa


Castelo-Branco (2010) (disponível no moodle).

1) Como define Música Tradicional?

Os etnomusicólogos em Portugal definem o termo como o conjunto de práticas,


gêneros e estilos musicais associados a contextos rurais.

2) A que práticas musicais se refere “Música Tradicional”?

As práticas musicais/coreográficas relacionadas as festividades, rituais, etapas de


ciclos de vidas, trabalho (agrícola), criadas colectivamente no contexto rural e que
identificam o conjunto de indivíduos de uma determinada região.

3) Concorda com a seguinte afirmação: A “Música Tradicional” diz respeito apenas à


música rural do passado, preservada e inalterada até aos nossos dias. Justifique.

A músical rural é contínua no seu desenvolvimento. Os traços que identificam uma


cultura étnica podem permanecer inalterados, mudar ou desaperecer, de forma que
as práticas se desenvolvem a partir de influências internas e externas. Por exemplo,
os etnomusicólogicos entre a década de 30 e 80 focaram-se essenciclamente na
música, relevando os contextos sociais e ideológicos associados a elas, de forma que
as categorizações viriam a condicionar a forma como os prórpios detentores da
tradição definiriam suas práticas.
4) Em que contexto surge a perspetiva regionalista do país, no que às práticas musicais
diz respeito? Situe a passagem no texto.

Nos estudos de 1930 a 1980, quando o levantamento das práticas de cada região leva
a uma categorização condicionada de um corpus limitado de gêneros e práticas
tradicionais, ignorando alguns subgêneros que tinham sincroncidades e
diacronicidades entre si, pela falta de cuidado na documentação, que era
majoritariamente feita por transcrições musiais e descrições verbais. Castelo-Branco
salienta “o forte impacte da *folclorização nos discursos perfaormativo e etnográfico.
Estes apresentam uma perspectiva regionalista do país, associando géneros musicais
e coreográficos e *instrumentos musicais a identidades regionais, e configuram um
cânone constituído por géneros e repertórios tipificados e cristalizados para cada
região” (Castelo-Branco, 2010, p. 888)

5) A autenticidade pode ser construída no tempo? Reflita acerca do exemplo do Grupo


Coral dos Ceifeiros de Cuba (pg. 892)

Ao expor os diversos contextos pelos quais os gêneros da música tradicional


passaram, há duas perspectivas a serem levadas em consideração. A ascensão do
nacionalismo durante o período ditatorial e o condicionamento de uma autencidade
baseada nos estudos e coleta já realizados e a transformação dos detentores desta
tradição ao participar do contexto de êxodo rural e movimentos migratórios. O líder
do Grupo do Coral dos Ceifeiros de Cuba afirma que o uso da lentidão nas suas
práticas múscais é um indício da autencidade, na medida que tenta reafirmar a
tradição a partir das memórias performativas do grupo. Mas a autenticidade não é
um conceito estático se considerarmos que a música tradicional é criada
coletivamente, deste modo sendo influenciado por todos aqueles que detém aquela
tradição e possuem sua carga ideológica e cultural consigo. Este coral influenciou
outros grupos a tomaram esta memória de que lentidão á autenticidade, porém ao
pensarmos nas trocas culturais das festividades e rituais que estas pessoas participam,
podemos perceber que as escolhas de interpretação podem mudar com o tempo e
que outros contextos podem exigir uma interpretação ou outra (se considerarmos a
lentidão, alguns corais podem escolher cantar as músicas mais lentas ou menos,
sendo que lentidão também é um conceito volátil), neste caso, a autenticidade é criada
coletivamente e através do tempo. Agora, se pensarmos a unidade regional que os
etnomusicólogos do século XX buscavam, podemos considerar autenticidade como
o que mais se aproxima dos registros e estudos já feitos durante a primeirma metade
do século (mesmo que condicionados) e que remetam a antiguidade da tradição.
Desta forma, a autencidade funciona como uma ferramenta de categorização e
reafirmação desta tradição (antiga e estática em um determinado período de tempo),
que busca as raízes de um povo que estava no passado e releva a vivência das novas
gerações que perpetuam aquela tradição.

6) Qual a importância das festas e ciclos anuais no contexto das práticas musicais
tradicionais?

As festas, rituais e práticas anuais tem o papel de socializar e trocar vivências entre
as diferentes gerações de uma mesma tradição. Deste modo, a tradição pode ser
perpetuada através do tempo, não de forma estática, mas de forma que se torne um
eco das suas raízes, mesmo que ela possa em determinados contextos mudar ou ficar
estatética. É uma ferramenta para que aquela cultura musical/coreográfica não
desapareça. Além disso, é um traço cotidiano que faz parte da vida destes grupos
culturais, como afirma Castelo-Branco quando diz que "as etapas do ciclo de vida e
os rituais de passagem associados eram assinalados com desempenho musical e
coreográfico, do nascimento ao baptismo, passando pela infância, pelos ritos de
passagem de adolescente a adulto, pelo serviço militar (no caso dos homens), pelo
namoro e casamento e pela morte" (Castelo-Branco, 2010, p. 890).

➢ Bibliografia

Castelo-Branco, Salwa. (Ed.) (2010), (Castelo-Branco, 2010). In Enciclopédia da música em


Portugal no século XX. Lisboa: Círculo de Leitores/Temas e Debates.

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