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Entrevista do Cardeal Müller na íntegra.

Publicamos a seguir a íntegra da entrevista, já publicada anteriormente em versão


reduzida, concedida pelo Cardeal Gerhard Ludwig Müller ao La Nuova Bussola
Quotidiana, bem como a versão portuguesa de sua Declaração de Fé.

***

Cardeal Gerhard Müller, prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé.


Dom Gerhard Müller fala de maneira calma, buscando sempre as palavras corretas em
italiano, mas seus juízos chegam claros e nítidos. Apesar de sua figura imponente, tem
modos simples e malgrado tenha uma mais que sólida formação teológica (cuida, entre
outras coisas, da opera omnia do cardeal Joseph Ratzinger-Bento XVI) tem a capacidade
de ser muito claro.

Ele me acolhe cordialmente em seu apartamento, a dois passos da Basílica de São Pedro,
que ele manteve apesar de ter sido demitido pelo Papa Francisco, o qual de uma forma
um tanto brutal, em julho de 2017, não renovou seu mandato como prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé. Mas este ano suas intervenções, fronte a confusão
crescente que se verifica na Igreja, tiveram sempre o timbre do “guardião da ortodoxia”,
uma espécie de Prefeito “sombra” do ex Santo Ofício.

Cardeal Müller, em vinte dias haverá um encontro no Vaticano sobre abusos


sexuais, um escândalo que está obscurecendo a imagem da Igreja e que, ao mesmo
tempo, causa muitas tensões …

Creio que antes de mais nada este tema deve ser entendido em sua dimensão real.
Embora seja um escândalo grave, é injusto generalizar, pois os abusos dizem respeito, de
qualquer forma, a uma forma muito limitada de sacerdotes. E eu me sinto no dever de
agradecer a todos os bispos, os sacerdotes e os diáconos e os outros colaboradores da
Igreja Católica pelo modo com que se dedicam à missão confiada por Jesus e porque
vivem conforme os critérios de nossa espiritualidade cristã. É justo que a opinião pública
se dê conta deste bom trabalho e dos sacrifícios que fazem nossos bons pastores, tantos
homens que buscam a verdade em suas vidas, que buscam a verdade de Deus em Jesus
Cristo.

Em segundo lugar devemos reconhecer que este é um fenômeno que já teve o seu
pico nos anos 70 e 80 do século passado, também por efeito da revolução sexual; desde
então muito foi feito e hoje os casos diminuíram muito. Além disso é de perguntar-se do
motivo pelo qual a opinião pública seja induzida a falar só disto e não de todos os abusos
e crimes contra as crianças e os adolescentes que existem no mundo: não só os sexuais,
que também na maior parte ocorrem fora da Igreja, mas também outros crimes como o
aborto, ou então a possibilidade que a tantos é negada de viver com os próprios pais,
mães, irmãos. E assim por diante.

É verdade. No entanto a Igreja se encontra no dever de confrontar-se com um


fenômeno inquietante e, como o caso do ex cardeal McCarrick demonstra, ainda tem
dificuldade em julgar também o passado.

Claramente é terrível para a Igreja que haja padres envolvidos, homens que em vez
de terem vidas exemplares, abusam de sua missão. Representantes de Jesus Cristo, o Bom
Pastor, agindo como lobos: é uma perversão de sua missão.

Mas quais são as causas dos abusos em relação aos menores?

Certamente quem abusa não reconhece a dignidade de um menor, que é um homem


e como todos os homens tem sua dignidade. Mas é também uma sexualidade não
dominada. O homem é chamado a usar sua sexualidade no sentido desejado pelo Criador,
como está descrito no início do Gênesis.
A esmagadora maioria dos abusos sexuais cometidos por clérigos são, na verdade,
atos homossexuais.

É um fato que mais de 80% das crianças vítimas de abuso são homens e
adolescentes. Devemos encarar essa realidade, são estatísticas que não podem ser
negadas. Os que não querem ver esta realidade acusam os que dizem a verdade de aversão
aos homossexuais em geral. Mas os homossexuais enquanto categoria não existem, é
uma invenção. É evidente que eles falam para encobrir os seus próprios interesses.
Voltemos ao Gênesis: existe uma sexualidade feminina e uma masculina, nada mais. O
homem foi criado para a mulher e a mulher foi criada para o homem, como diz São Paulo
na Primeira Carta os Coríntios (capítulo ll). Na criação, o conceito de homossexualidade
não existe, é uma invenção que não possui nenhum fundamento na natureza humana. As
tendências homossexuais não são um fato ontológico, mas de ordem psicológica. Alguns
querem tornar a homossexualidade um dado ontológico.

No Código de Direito Canônico de 1983 desapareceu o cânone que anteriormente


estabelecia para os clérigos responsáveis de atos sodomitas a remoção do ofício, a
privação de qualquer privilégio e, nos casos mais graves, a redução ao estado laical.
O que também hoje torna mais difícil intervir em casos como os do ex cardeal
McCarrick. Quem quis cancelar este cânone e por qual motivo?

Não o sei, mas creio que seja fruto da atmosfera geral daquele período: não se quer
punir as pessoas, mas apontar para o positivo. Seguramente a intenção é boa, mas não se
pode negar a realidade da fraqueza humana. Se adverte as pessoas para ajuda-las a fazer
o bem. E sobretudo a Igreja não pode aceitar entre os sacerdotes um mau comportamento
contrário à vontade de Deus, assim destrói a própria credibilidade.

Existe infelizmente quem fez própria a ideologia homosexualista, mas se pode


aceitar a falsidade do mundo e introduzi-la na Igreja? Devemos alimentar-nos da Palavra
de Deus, da Escritura, da Tradição, do Magistério. Estes são os pontos de pensar como
um católico. Devemos dar ao tempo moderno a boa resposta que vem de Deus. É o mundo
que necessita de salvação, e não Deus que tem necessidade de salvação por parte do
mundo.

Nos dias passados foi lançada uma petição justamente para pedir aos padres que
participarão na reunião de cúpula no Vaticano em fevereiro de fechar a rede
homossexual, e um dos pontos diz respeito justamente a reintrodução do cânone que
pune os atos sodomitas.

Creio que a petição é legítima, há quem queira negar a verdade estatística pela qual
a grande maioria dos abusos cometidos por sacerdotes sejam atos homossexuais. Não se
pode fugir a esta realidade. Quem a nega não quer resolver o problema. Não se devem
subvalorizar também os abusos cometidos com seminaristas: é um pecado enorme, um
crime contra a dignidade destes homens, mas também no confronto com os genitores que
confiam os próprios filhos aos sacerdotes, ao bispo, ao seminário. Um bispo que cai a este
nível é um escândalo enorme. Imaginemos o que teria feito Jesus se um dos apóstolos
tivesse feito isso com alguns outros discípulos? É um absurdo só em pensá-lo. Mas temo
que também estas iniciativas de leigos sejam neutralizadas, acusando-as de uma rebelião
contra o Papa.
É uma fixação, também o cardeal Kasper interveio várias vezes nestes dias
denunciando um complô para fazer demitir o Papa Francisco.

Infelizmente no Vaticano existe quem explica tudo o que acontece na Igreja com o
fato que seriam os inimigos do Papa que estão organizando um complô, através de sites
da internet. Da Itália, Estados Unidos, Alemanha, França, todos juntos só para criar
problemas ao Papa. É uma loucura. Não conheço todas as motivações dos outros, mas um
católico está sempre ao lado do Papa, mesmo quando pode ter opiniões diversas sobre as
quais é possível discutir. Os verdadeiros amigos do Papa são os que dizem a verdade, que
o ajudam a encontrar o caminho certo, e não os que querem levá-lo na própria direção.

A propósito, o Papa e seus colaboradores mais estreitos quando falam de abusos


apontam o dedo contra o clericalismo.

É um termo equívoco. O que é o clericalismo? Quem define este conceito? E quem


é clerical? O termo nasceu na França e na Itália no século XIX e servia para atacar a Igreja
como inimiga da sociedade moderna. Verdadeiramente querem entrar nesta polêmica
contra nós próprios? Ou querem acusar Jesus que instituiu o clero? Clero é o termo grego
que encontramos nos Atos dos Apóstolos quando os 11 Apóstolos tiram a sorte para a
substituição de Judas e transferem a sua “parte” – cleros – a Matias.

Cleros então não é um grupo de pessoas, mas a participação na autoridade de Jesus


Cristo que foi transferida aos Apóstolos e seus sucessores. Não é certamente este
clericalismo que pode ser considerado culpado de pecado contra o VI mandamento. Os
verdadeiros abusos de poder são a simonia, o carreirismo ou fazer-se cortesão na corte do
Papa para receber a mitra, para ser premiado. Quando Maquiavel vale mais do que o
evangelho no exercício da política eclesiástica, que é o abuso de poder. Falar de
clericalismo ou por sob acusação o celibato é uma falsa estrada que desvia da verdadeira
causa do problema.

Com efeito, não são poucos os que põem em discussão o celibato como resposta aos
abusos.

Ao contrário, devemos levar a sério o VI mandamento, a castidade como atitude,


como virtude. Não é fácil nesta cultura sexualizada, mas é necessário se queremos
encontrar uma saída a este desastre, que interessa toda a sociedade. A Igreja indica um
caminho, é necessário retomar nossa antropologia. A Igreja não deve ser vista como uma
organização que distribui poder e prestígio, é família de Deus que comporta familiaridade
entre todos nós, a responsabilidade de um pelo outro, o respeito para com as crianças e os
jovens. Nunca ver a outra pessoa como objeto de cupidez. O outro é sempre sujeito, nunca
objeto, merece respeito.

Em vista da reunião de cúpula no fim de fevereiro, há já aqueles que querem


aproveitar para sustentar que a homossexualidade deve ser aceita: não importa se
um padre tem tendências homossexuais, o importante é que ele viva castamente. Na
Alemanha, há bispos que já deram declarações neste sentido.

Seria um crime contra a Igreja: instrumentalizar o pecado para estabelecer ou


normalizar um pecado contra o VI mandamento, é um crime. Não há forma de legitimar
atos homossexuais ou mesmo atos sexuais desordenados. Se cremos em Deus, cremos
que os Dez mandamentos são a expressão direta da vontade salvífica de Deus para
conosco. Não são mandamentos exteriores como as leis positivas que edita o Estado, são
a substância da moralidade do homem e de sua felicidade, são a expressão da vida, da
verdade de Deus.

Em suma, arrisca-se derrubar a antropologia cristã…

É o que alguns se predispõem, querem o homem que se define a si próprio. Deus


para eles é só um ponto de referência para a própria auto justificação. Algumas pessoas
me escreveram que na juventude tiveram certas experiências homossexuais, mas depois
superaram tudo e vivem agora felizes num matrimônio. Não são ideias, são experiências
verdadeiras de pessoas, que devemos escutar.

Quando se desperta a sexualidade, podem existir momentos de confusão, mas isto


não quer dizer que sejam tendências enraizadas. Existem pessoas que querem fazer da
homossexualidade um dado ontológico.

Isto nos remete aquele documento sobre a pastoral para com as pessoas com
tendências homossexuais publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé em
1986, em que já se denunciava uma rede gay no interior e no exterior da Igreja que
tem a finalidade de subverter a doutrina católica.

Sim, geralmente não se manifestam publicamente, mas se podem reconhecer por


alguns comportamentos estranhos, pelo modo com que se apresentam, por certas
opiniões. Se sustentam um ao outro e atacam pessoalmente os que são um obstáculo para
a sua agenda, alteram a doutrina da Igreja para seus fins, fazem contínuas polêmicas
contra os católicos ortodoxos. Isto os revela. Mas assim destroem não só a doutrina, mas
também as pessoas que dizem desejar ajudar. Usam as pessoas que tem tendências
homossexuais para fazer vencer sua ideologia: abusam ideologicamente destas pessoas.

Contudo, até o quotidiano dos bispos italianos, Avvenire, sustenta que na Igreja
tenha havido uma mudança sobre a homossexualidade, que não há mais reprovação
moral, e isto se deduziria da Exortação Apostólica Amoris Laetitia.

Isto não é verdade, mas mesmo se fosse verdade, um documento pontifício não
pode mudar a antropologia radicada na criação de Deus. É possível que um documento
pontifício ou o Magistério da Igreja não explique bem os dados da Revelação e da
Criação, mas o Magistério não constitui a doutrina cristã.

Há um modo de compreender o Magistério que não tem nada que ver com a tradição
católica, se trata o Papa como se fosse um oráculo, o que quer que diga torna-se verdade
indiscutível. Mas não é assim: muitas coisas são opiniões privadas do Papa, coisas, então,
que se podem discutir. Se o Papa hoje dissesse que as partes são mais do que o todo,
teríamos mudado as estruturas da matemática, da geometria, um absurdo. Ou se o Papa
dissesse hoje que não podemos mais comer a carne dos animais, para nenhum católico
seria proibido comer carne.
O senhor quer dizer que se, por pura hipótese, o Papa escrevesse uma encíclica
“vegetariana”, esta não vincularia os católicos? Como é isso?

Porque isto não faz parte da materia fidei. A autoridade do Papa é muito limitada.
Alguns veem só a sua autoridade pública, o que é referido nos meios de comunicação
social e o utilizam segundo os próprios pensamentos, mas na realidade não aceitam a
autoridade do Papa assim como está fundamentada em nossa eclesiologia.

A propósito de eclesiologia, recentemente denunciamos na Nuova Bussola


Quotidiana, o caso de uma missa ecumênica em Milão, na qual uma pastora batista
proclamou o Evangelho, fez a homilia, distribuiu a Eucaristia após permanecer ao
lado do padre durante a consagração. E o pároco explicou que a transubstanciação
é só uma forma de compreender a Eucaristia. Infelizmente este tipo de ecumenismo
não é um fato isolado.

E um bispo deveria intervir, pois infelizmente existe uma crassa ignorância entre
sacerdotes, bispos e mesmo cardeais: eles são servidores da Palavra de Deus, mas não a
conhecem, bem como desconhecem a doutrina. Se falamos de transubstanciação, o
Quarto Concílio de Latrão, o Concílio Tridentino e também o Vaticano II, assim como
algumas encíclicas, como Mysterium Fidei (1965) explicaram que com essa expressão a
Igreja constata a realidade da verdadeira conversão do pão e do vinho na substância do
corpo e do sangue de Jesus Cristo.

Os luteranos creem na presença real, mas não no sentido católico, não creem na
conversão do pão e do vinho. Não é pequena diferença. Na Inglaterra, no tempo de
Eduardo VI e Elizabeth I (século XVI), havia a pena de morte para aqueles que
acreditavam na transubstanciação. Muitos católicos foram martirizados e não é que
sacrificaram suas vidas só por causa de uma das muitas maneiras de compreender a
Eucaristia, mas era pela realidade do sacramento.

Santo Tomás dizia que é um pecado grave se os bispos e os sacerdotes não


conhecem a doutrina da Igreja. É dever deles. Seguramente como o sacerdote de Milão
terão lido algo em teólogos de terceira categoria, aqueles que escrevem sem conhecer a
doutrina e dizem coisas estúpidas. Mas isto não pode justificar um ato quase blasfemo.
Os protestantes não aceitam em sua fé o sacramento da ordem, assim não podem estar ao
lado de um sacerdote católico. Se o pároco faz assim nega também o sacramento da
ordem, se fez protestante. Também com os ortodoxos, de que, no entanto, reconhecemos
o sacerdócio sacramental, não é possível concelebrar, pois falta a plena comunhão.

Mas o que um fiel pode fazer se se encontra numa missa dessas?

Deve protestar publicamente. Têm o direito de sair ou, se é capaz, pode dizer algo:
“Eu protesto contra esta dessacralização da Santa Missa”; “Vim aqui para celebrar a missa
católica, não para participar de uma construção de um pároco que não conhece nada da
fé católica”. O que aconteceu na paróquia de Milão não é um verdadeiro ecumenismo, ao
contrário, é um golpe contra o verdadeiro ecumenismo.
Qual é o verdadeiro ecumenismo?

É o decreto do Concílio Vaticano II, Unitatis redintegratio, que nos capítulos 1 e 2


descreve os princípios de um ecumenismo católico. Não existe um ecumenismo em tese,
mas o ecumenismo segundo os princípios da fé católica, e os outros tem um ecumenismo
segundo seus princípios. Com as outras confissões cristãs não existe só uma diversidade
nos conteúdos da fé, mas também na hermenêutica da fé.

Para os católicos os aniversários se tornaram perigosos. Após o Jubileu da Reforma


Protestante, com todo o falso ecumenismo que impulsionou, agora temos os 800 anos
do encontro entre São Francisco e o Sultão. Já estão acontecendo cursos de
Islamismo nas paróquias e imãs estão sendo convidados para irem a igrejas explicar
quem é Jesus para o Islã…

Sim, mas aposto que o pároco não vai numa mesquita explicar o Concílio de Nicéia.
Para nós, é uma ofensa dizer que Jesus foi só um homem, que não é o Filho de Deus.
Como se pode convidar alguém para vir a uma igreja para fazer-se ofender? Mas hoje há
uma má consciência presente no Catolicismo para com a própria fé e se ajoelham sempre
diante dos outros. Primeiro o jubileu de Lutero, agora o de São Francisco: se usam para
protestantizar e para islamizar a Igreja. Isso não é verdadeiro diálogo, alguns de nós
perdemos a fé e querem se tornar escravos de outros para serem amados.

Qual é o principal problema que a Igreja enfrenta hoje?

A relativização da fé. Parece complicado anunciar a fé católica em sua integridade


e com uma consciência reta. Embora o mundo de hoje mereça a verdade e a verdade é a
verdade de Deus Pai, é a verdade de Jesus Cristo, a verdade do Espírito Santo. Os falsos
compromissos não servem ao homem de hoje. Em vez de propor a fé, educar o povo,
ensinar às pessoas, tende-se sempre a relativizar, sempre se diz um pouco menos, menos,
menos…

Um exemplo: em vez de tornar claro o sentido do matrimônio, a indissolubilidade,


se buscam exceções, se recua; em vez de falar da dignidade do sacerdócio, sua glória, do
esplendor da verdade dos sacramentos, se reduz tudo a uma ocasião de estar juntos. Há
uma horizontalização do cristianismo, ele é reduzido de forma a agradar os homens de
hoje, e assim se engana o povo.

Quando nos encontramos com pessoas de outras religiões, não podemos unir-nos
numa fé vaga. Se reduz a fé a uma fé filosófica. Deus a um ser transcendente e depois
dizemos que Alá ou Deus pai de Jesus Cristo são a mesma coisa. Assim como o Deus do
deísmo não tem nada que ver com o Deus dos cristãos.

O Papa está insistindo muito no conceito de fraternidade universal. Como deve ser
entendida, a fim de não confundir as pessoas?

Não me agradaram todos estes grandes louvores dos maçons ao Papa. A


fraternidade deles não é a fraternidade dos cristãos em Jesus Cristo, é muito menos. Não
podemos tomar como medida da fraternidade aquilo que vem da Revolução Francesa, que
é ideologia, como o comunismo. Quem define quem é meu irmão? Somos irmãos entre
nós porque somos filhos de Deus, porque aceitamos Cristo, que se fez homem. Este é o
fundamento da fraternidade.

Na base da criação somos todos filhos de Deus. Neste sentido falamos também de
fraternidade universal: não se pode matar; também na guerra aquele que mato é meu
irmão. Todos temos um Pai no céu, mas este Pai se revelou em Israel, a Moisés, aos
profetas e no fim em Jesus Cristo. Se não elevamos a natural fraternidade do homem em
direção à fraternidade em Jesus Cristo, jogamos fora a dimensão sobrenatural e
naturalizamos a graça.

Uma religião universal não existe, existe uma religiosidade universal, uma
dimensão religiosa que conduz todo homem em direção do mistério. Por vezes, circulam
ideias absurdas, como a do Papa “chefe de uma religião universal”, mas isso é ridículo.
Pedro é Papa por conta de sua confissão ou profissão de fé: “Vós sois o Cristo, o Filho de
Deus vivo”. Este é o Papa, não o chefe da ONU.

***

https://fratresinunum.com/2019/02/11/o-manifesto-do-cardeal-muller-e-a-integra-da-
entrevista/

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