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EXEMPLO:

EXEMPLO: Carta aberta para Renato Aragão, o nosso Didi.


Quinta, 23 de julho de 2008.

Querido Didi,

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas
que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de
ter gostado do lápis e das etiquetas com meu Nome para colar nas correspondências).
Achei que as cartas não deveriam sem endereçadas a mim. Agora, novamente, você me escreve
preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar
tudo e te escrever uma resposta.
Não foi por 'algum' motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que
me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre
esses motivos). Você diz, em sua última Carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a
chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.
Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto
apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou ministra da educação, não ordeno e nem
priorizo as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a frequentar as salas de aula. A minha parte
eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da
minha família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não Mata ninguém. Muito pelo contrário, faz bem! Estudei na
escola da zona rural, fiz Supletivo, estudei à distância e muito antes de ser Jornalista e publicitária eu já era uma
micro empresária.
Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a
educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos
Impostos embutidos em cada alimento, em cada produto ou serviço que preciso comprar para o sustento e
sobrevivência da minha família.
Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na
escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus
dois filhos merecem. Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir
pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais.
O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores, dessa dinheirama toda, não têm a
educação como prioridade. Pois a educação tira a subserviência e esse fato, por si só não interessa aos políticos no
poder. Por isso, o dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando muito mal. Para você ter uma
ideia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e
oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)!
O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda? Você pode ajudar a mudar isso! Não acha?
Você diz em sua Carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um
texto simples ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua Carta não
deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é 'o cara'. Ele tem a
chave do Cofre e a vontade Política para aplicar os recursos. Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro
lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas do país, sem nenhum tipo
de distinção ou discriminação. Mas, infelizmente, não é o que acontece...
No último parágrafo da sua Carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo
que as crianças precisam da 'minha' doação, que a 'minha' doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você
Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família
por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias.
Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha
doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho. Isso
significa que o governo leva mais de um terço de tudo que eu recebo e posso te garantir que essa grana, se ficasse
comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.
Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou
precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso
padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não. Você é um homem de bom senso e saberá entender os
meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.
Outra coisa Didi, mande uma Carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os ministros e
professores das escolas públicas. Só escolher quem, de fato, tem vocação para ser ministro e para o ensino.
Melhorar os salários, desses profissionais, também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de
fato, a camisa da educação.
Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler,
escrever e fazer contas possa desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso
tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.
Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças
Brasileiras e eu vou me despedindo assinando...
Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari.
P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal-educada: vou rasgá-la
antes de abrir.
DIFERENÇA ENTRE CARTA ARGUMENTATIVA E CARTA ABERTA

CARTA ABERTA

CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros
quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha
e três estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta
serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco
milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não
atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do
Planeta.
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de
esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras
centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de
desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto
de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo
direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas
cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.
Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada.
Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para
combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica.
Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de
compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.
Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semiabandonada, pode dobrar a sua produção
de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo
gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.

Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da
devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:
"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais"

Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO


DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!
É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.
1. A carta aberta geralmente é utilizada como forma de protesto contra um problema de interesse coletivo, como
alerta ou como conscientização da população ou de representante de alguma entidade ou do governo acerca da
problemática em questão.

A carta aberta não apresenta uma estrutura usual de carta: local e data escritos à esquerda; vocativo; corpo do
texto despedida e assinatura. O título tem como finalidade a identificação do destinatário (pode ser destinada tanto a
um indivíduo, quanto a um grupo de pessoas ou a sociedade como um todo).

Responda: Qual é o título da carta lida? A quem ela é dirigida? Comprove sua resposta com passagens do texto.

2. O gênero discursivo carta aberta apresenta em sua composição os elementos do discurso argumentativo.
Identifique no texto lido trechos que podem corresponder a cada uma das seguintes partes:

a. ancoragem ( introdução para situar o leitor);


b. apresentação da opinião ou da posição assumida sobre o assunto;

c. argumentos: ideias para fundamentar a posição, dados e informações para dar mais consistência às ideias.

3. Selecionem um trecho da carta que vocês considerem mais significativo e urgente. Justifiquem a escolha feita.

CARTA ARGUMENTATIVA

PREZADOS SENHORES:
Uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e
que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido
muito urgente.
Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou
de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente
sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um
direito dos senhores.
Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este
pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada.
Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros.
Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para
mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo.
Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de
sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso será importante para mim.
Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi
presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem
pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço.
Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike.
Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos
os efeitos, chamo-o de casa.
Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem
sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante.
Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria
nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele
é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida."
(MOACYR SCLIAR)
1. Atualmente, com os recursos tecnológicos, a comunicação entre as pessoas tem sofrido mudanças. Cartas,
cartões postais telegramas tem sido substituídos por e-mails, e redes sociais como Twiter, Facebook, dentre outros,
que possibilitam comunicação em tempo real. Entretanto, a carta argumentativa ainda continua sendo um veículo de
comunicação muito importante e muito requisitado nos concursos e provas de vestibulares.

Assim como a carta aberta, a carta argumentativa apresenta em sua composição os elementos do discurso
argumentativo.  Identifique esses elementos na carta lida.

2. Na carta argumentativa, há uma interlocução explícita, ou seja, ela é destinada a um ou mais destinatários de
forma específica.

a. A quem se destina a carta lida?

b. O grau de formalidade, na carta argumentativa, dependerá do nível de intimidade estabelecido entre os


interlocutores.  Nessa carta, a linguagem é formal ou coloquial? Justifique.

3. Dentre os elementos da estrutura formal da carta (local e data, vocativo, corpo do texto, despedida e assinatura),
quais são os que não aparecem na carta de Moacyr Scliar?

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