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Um país ainda mais desigual

PLÍNIO LOPES E RENATA BUONO


11maio2020_10h46

U
m brasileiro que está entre os 10% mais ricos da população ganha o
mesmo que 54 brasileiros entre os 10% mais pobres. E essa
diferença cresceu nos últimos cinco anos por dois motivos: os ricos
ficaram mais ricos, e os pobres, mais pobres. A desigualdade só diminuiu
no Amapá e no Distrito Federal, mas aumentou nos outros 25 estados. O
=igualdades desta semana mostra os abismos na renda dos brasileiros nos
últimos anos.
Em 2015, um brasileiro no grupo dos 10% mais ricos recebia 39 vezes a
renda de uma pessoa do grupo dos 10% mais pobres. Em 2019, a
desigualdade cresceu, e o mesmo brasileiro passou a ganhar o mesmo
que 54 pobres.
A desigualdade cresceu ainda mais na comparação entre os muito ricos –
o 1% com maior renda – e os 10% mais pobres. Em 2015, um brasileiro
muito rico o mesmo que 107 pessoas pobres. Em 2019, passou a receber o
mesmo que 155 pobres.

Os pobres ficaram mais pobres. Em 2015, um brasileiro que estava entre


os 10% mais pobres recebia R$ 142 mensais, em média. Em 2019, esse
valor caiu 21% e foi para R$ 112. Ou seja, para cada R$ 100 que um pobre
recebia em 2015, passou a receber R$ 79 em 2019.
Os muito ricos também ficaram mais ricos. Em 2015, alguém do 1% mais
rico da população recebia R$ 15,2 mil, em média. Já em 2019, esse valor
aumentou em 14% e foi para R$ 17,4 mil. Para cada R$ 100 que um rico
recebia em 2015, passou a receber R$ 114 em 2019.
Roraima foi a unidade da federação onde a desigualdade mais cresceu.
Em 2015, alguém do grupo dos 10% mais ricos do estado ganhava o
mesmo que 33 pessoas do grupo dos 10% mais pobres. Em 2019, um rico
ganhava o mesmo que 66 pobres. Isso aconteceu porque a renda dos mais
pobres caiu pela metade. A cada R$ 100 reais que um pobre recebia em
2015, passou a receber R$ 45 em 2019.
A desigualdade só diminuiu em duas unidades da federação, Distrito
Federal e Amapá, sendo que foi nesse estado a maior queda. Em 2015,
considerando todos os rendimentos, uma pessoa dos 10% mais ricos do
Amapá recebia por mês o mesmo que 43 do grupo dos 10% mais pobres.
Em 2019, a diferença diminuiu, e um rico ganha o mesmo que 32 pobres.
Isso aconteceu porque a renda dos mais ricos caiu 18% e a dos pobres
subiu 11%. A cada R$ 100 reais que um rico recebia em 2015, passou a
receber R$ 82 em 2019.
Os pobres são mais pobres no Maranhão: entre os 10% mais pobres, a
renda domiciliar per capita média é R$ 41. E os ricos são mais ricos no
Distrito Federal, onde quem está na faixa dos 10% mais ricos ganha em
média R$ 10,8 mil. A cada R$ 1 que um maranhense pobre ganha, um
rico no DF ganha R$ 263.
São Paulo e Distrito Federal têm os brasileiros mais ricos. No grupo dos
10% mais ricos, o DF tem renda mais alta (R$ 10,8 mil) que São Paulo
(R$ 8,1 mil). Considerando só o 1% mais rico, São Paulo passa na frente
(R$ 23,7 mil) do Distrito Federal (R$ 22,8 mil). Para cada R$ 100 que um
paulista super-rico ganha, um do DF ganha R$ 96.

Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc)


do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

* Foram considerados os rendimentos médios mensais domiciliares per


capita. Todos os valores foram deflacionados para 2019.

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