Вы находитесь на странице: 1из 8

Morangos mofados, Caio Fernando Abreu

Morangos mofados, Caio Fernando Abreu


a) A divisão: 18 contos, divididos em três partes: “O mofo”, “Os
morangos” e “Morangos mofados”.

b) narrativa de trajetória e sensação: narrativas difusas sobre crises —


relação sugestiva com a música, com animais, com os astros, com as
frutas.

c) atestado de uma geração que perdeu a utopia: no clima de anos


70, o fim das utopias (o mofo) e a urgência de um recomeço (os
morangos), embora não se adivinhem soluções ao impasse (morangos
que voltarão a mofar).

d) a crise da contracultura: o texto funciona como um manifesto da


derrota contra os sistemas hegemônicos da sociedade — a solidão
como sintoma.

e) a temática homoerótica: vários textos funcionam como manifestos


do desejo livre, contra hegemonia sexual.
Morangos mofados, Caio Fernando Abreu
f) o existencialismo: o desencontro, a precariedade das ilusões a dois e
a busca do eu.

g) a linguagem poética: o fluxo de consciência, o monólogo interior e a


epifania:
"Chovia, chovia, chovia e eu ia indo por dentro da chuva ao encontro
dele, sem guarda-chuva nem nada, eu sempre perdia todos pelos bares, só
levava uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito, parece falso
dito desse jeito, mas bem assim eu ia pelo meio da chuva, uma garrafa de
conhaque na mão e um maço de cigarros molhados no bolso. Teve uma hora
que eu podia ter tomado um táxi, mas não era muito longe, e se eu tomasse o
táxi não poderia comprar cigarros nem conhaque, e eu pensei com força então
que seria melhor chegar molhado da chuva, porque aí beberíamos o conhaque,
fazia frio, nem tanto frio, mais umidade entrando pelo pano das roupas, pela
sola fina esburacada dos sapatos, e fumaríamos, beberíamos sem medidas,
haveria música, sempre aquelas vozes roucas, aquele sax gemido e o olho dele
posto em cima de mim, ducha morna distendendo meus músculos." (Além do
ponto)
Morangos mofados, Caio Fernando Abreu
o mofo
Terça-feira gorda — 1ª pessoa.
a) "De repente ele começou a sambar bonito e veio vindo para mim. Me olhava
nos olhos quase sorrindo, uma ruga tensa entre as sobrancelhas, pedindo
confirmação. Confirmei, quase sorrindo também, a boca gosmenta de tanta
cerveja morna, vodca com coca-cola, uísque nacional, gostos que eu nem
identificava mais, passando de mão em mão dentro dos copos de plástico."

b) A dança, os carinhos, o ecstasy da sunga e a praia com cocaína

c) O sexo: corpos nus de homem brilhando como o plâncton do mar.

d) O cerco da repressão — o espancamento e a fuga:


"Fechando os olhos então, como um filme contra as pálpebras, eu
conseguia ver três imagens se sobrepondo. Primeiro o corpo suado dele,
sambando, vindo em minha direção. Depois as Plêiades, feito uma raquete de
tênis suspensa no céu lá em cima. E finalmente a queda lenta de um figo muito
maduro, até esborrachar-se contra o chão em mil pedaços sangrentos."
Morangos mofados, Caio Fernando Abreu

os morangos
Sargento Garcia — 1ª pessoa.
1) Hermes (vestibular para Filosofia), nu, dispensado pelo Sargento
Garcia diante do pelotão

2) A saída do quartel:
a) Hermes e a carona do Sargento Garcia, que questiona a filosofia de
vida de Hermes (Leibnitz):

"— As mônadas. É um cara aí, ele dizia que tudo no universo


são, assim que nem janelas fechadas, como caixas. Mônadas,
entende? Separadas umas das outras. — Ele franziu a testa,
interessado. Ou sem entender nada. Continuei: — Incomunicáveis,
entende? Umas coisas assim meio sem ter nada a ver umas com as
outras.
Morangos mofados, Caio Fernando Abreu

—Tudo?
— É, tudo, eu acho. As casas, as pessoas, cada uma delas. Os
animais, as plantas, tudo. Cada um, uma mônada. Fechada."

b) O sargento (33) e sua filosofia de vida — pisar antes que te pisem.

c) Garcia "cara aberto" apalpa Hermes, lhe dá um cigarro E convida-o a


"aprender".

3) A travesti Isadora, "primeira mulher" de Hermes: Garcia inicia


Hermes
Morangos mofados, Caio Fernando Abreu

Morangos mofados
Morangos mofados — 3ª pessoa.
a) Nele, ampliava-se na boca aquela sensação de morangos mofados.

b) A avaliação negativa do médico: "[...] mas não é no cérebro que acho que
tenho o câncer, doutor, é na alma, e isso não aparece em check-up algum."

c) A melancolia e a invenção dos dias:


"Levantou-se, pensando que tudo tinha passado, mas deu-se conta de
que não: "minha vida não passa de um ontem não resolvido"

d) As lembranças de Alice e o vômito: pedaços de morangos esverdeados pelo


mofo.

e) Sonhava e, mesmo no sonho, sentia, se tentava cantar como John Lennon,


sair da boca aquele cheiro. Até Billie Holiday tentou estender a mão para
auxiliar Lennon, mas da boca saiu o cheiro horrível de morangos guardados há
muito. Acordou com o plim-plim da televisão. Foi à janela:
Morangos mofados, Caio Fernando Abreu

"O cheiro daquele único jasmim espalhado sobre os sete viadutos da


avenida mais central. Bastava um leve impulso, debruçou-se no
parapeito, entrevado, morto da cintura para baixo, da cintura para
cima, da cintura para fora, da cintura para dentro — que diferença faz?
Oficializar o já acontecido: perdi um pedaço, tem tempo. E nem morri."

f) O renascimento: "Que talvez não houvesse lesões, no sentido de


perder, mas acúmulos no sentido de somar?" o gosto dos morangos
havia desaparecido.

g) Tinha 35 anos, mas se sentia um recém-nascido. Olhou os canteiros


de cimento e desejou plantar morangos na varanda. "Frescos morangos
vivos vermelhos".

Вам также может понравиться