O dadaísmo foi um movimento artístico, com manifestações ao nível da
literatura, pintura, escultura e demais artes da década de 20,séc.XX, quando o mundo se encontrava assolado pela I Guerra Mundial.
Foi criado em Zurique, Suíça – espaço neutro relativamente à guerra - por
jovens descontentes com a guerra que se passa nos seus países – são por isso apelidados de desertores.
O grande objectivo do dadaísmo é ruir com todos os valores e
princípios pré-estabelecidos, instituições veneradas e eliminar o culto de ícones.
A descrença e pessimismo são também sentimentos presentes no
dadaísmo, que se afirmou como uma forte veia crítica ao absurdo e grotesco que foi a I Guerra Mundial, palpitando assim uma forte aversão à sociedade. Munidos com o absurdo, o irracional, espontaneidade, ironia, experimentalismo, confusão e gratuidade, o dadaísmo pretendia ser o reflexo crítico de uma realidade incómoda, apresentando crenças completamente anti-arte :
‘A arte é uma tontice’ – Jacques Vache
‘A arte é um produto farmacêutico para imbecis’ – Francis Picabia
O dadaísmo apresenta-nos assim uma base anárquica e niilista. Resume-
se como a redução ao NADA, com a negação de todos os princípios artísticos:
‘Quando um artista cospe é arte’ -Kurt Schwitters
Esta corrente artística é também indissociável de polémica e provocação,
assumindo como máxima o ESCÂNDALO e mostrando uma forte componente activista,ilustrada pelos seus diversos manifestos e manifestações.
Está assente na libertação da imaginação com a destruição de
convenções artísticas (irelação título-obra intencional ou não, com objectivo de chocar), procura novas experiências e formas expressivas mais apropriadas para expor o homem moderno e a sua vida.
Para a alastração desta corrente contribuíram as atitudes provocantes e os
inúmeros manifestos, que apostava numa actuação interdisciplinar como forma de renovar permanentemente a linguagem artística. Surgiram com esta corrente as fotomontagens, as colagens e o conceito de Ready- Made - este conceito consiste na apropriação de um instrumento já fabricado, qualificado depois como arte, após algumas alterações:
‘Será arte tudo o que eu disser que é arte’
Marcel Duchamp
O acaso é também uma das variáveis desta corrente, e nada melhor
que a história do surgimento do nome desta para o justificar:
Dadá não significa nada em específico, foi escolhido ao acaso num
dicionário por Tristan Tzara.
O dadaísmo apela ao inconsciente e à bondade intrínseca do
homem, quando não corrompido pela sociedade (algo difícil de encontrar, justificando-se assim crenças pessimistas inerentes a este movimento).
Uma das críticas do dadaísmo às restantes correntes é o problema
que é explicar o ser humano, apostando assim na irracionalidade absurda, característica do período de guerra e do resultado desta na sociedade, factor contrastante relativamente às correntes anteriores. É curioso ver que na literatura dadaísta se apostava no non-sense, entendido como a supressão da relação entre o pensamento e a expressão.
Assim a arte é vista como um resultado da psique humana -
heranças a que o surrealismo vem buscar inspiração.
Apesar da originalidade e inovação que este movimento trouxe,
teve um curto período de vida, sendo criticada a sua ausência de utilidade, mas, não deixando ainda assim de ter grande importância para a arte do seu século.
A arte e os seus artistas: alguns artistas relevantes desta corrente
Francis Picabia- Pintor e poeta de origem francesa
publicou uma revista dadaísta ‘391’ em Barcelona,tendo recebido também influência de outras correntes características da época e colaborado com importantes figuras da época.
Fig.1 - Hera
Fig.2- Man Ray- fotógrafo, pintor e anarquista americano
foi responsável por grandes inovações na fotografia, elevando-a à categoria artística.Fundou o grupo dadaísra nova-iorquino.
‘Pinto o que não pode ser fotografado, algo surgido da
imaginação, ou um sonho, ou um impulso do subconsciente. Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem.’
Marcel Duchamp- Pintor, poeta e escultor francês, mais
tarde nacionalizado americano. Fig.3-A fonte- exemplo perfeito do conceito ready-made, que este iniciou e que se tornou marca dadaísta.
Hugo Ball- poeta, escritor e filósofo alemão, distingui-se no
movimento dadaísta por ter escrito o Manifesto Dadaísta. Utilizou poemas sonoros - sem palavras - como metáfora para a insignificância do homem perante a barbaridade.
Fig.4-Na foto encontra-se no Café Voltaire – ponto de encontro
dadaísta
Hans Arp- pintor,poeta e escultor alemão naturalizado francês. Entre
muitas outras actividades foi fundador do grupo de artistas suíços Der Moderne Bund.
Fig.5-Pastor de Nuvens
Tristan Tzara- poeta romeno nacionalizado
francês.Participou na fundação do movimento dadaísta. Em tradução livre o seu pseudónimo significa triste terra.Tinha como vontade destruir a sociedade,os seus valores e para isso apoiava-se na arte. Arte com a qual traduz as suas preocupações sociais e defesa do homem contra todas as formas de escravidão.
Fig.6- “L’Antitête. Le Désespérant
Max Ernst – Pintor alemão responsável pela criação do
grupo Dadá na sua terra natal, tentando uma reacção contra uma sociedade falida e moralmente destroçada. Na Alemanha, o Dadaísmo assumiu uma forte veia de protesto social, devido ao desastroso fim desta nação na guerra.
Fig.7 – ‘The Virgin spanking the Christ child’
George Grosz – pintor alemão destacado inicialmente como uma das
figures mais destacadas do movimento dadaísta. Mais tarde naturalizado americano.
Fig.8- ‘Amalie’
Os Movimentos surgidos na década de 20 serviram de fonte de
inspiração para o surgimento da arte conceptual, expressionismo abstracto e Pop Art americana (Andy Wharnol), mostrando assim a sua importância futura, ainda que no caso particular do dadaísmo, envolta em polémica no presente.
Trabalho Final - ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO DE BOVINOS NO SECTOR FAMILIAR, EM RESPOSTA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS, EM ZONAS SEMI-ÁRIDAS DO DISTRITO DE MABALANE (GAZA)