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Autor
Glauco Bueno da Silva
Graduado em Engenharia Mecânica – Universidade de Brasília (UnB), Pós-graduado em Engenharia de Seguran-
ça do Trabalho – Instituto Laboro – Universidade Estácio de Sá, Pós-graduado em Docência do Ensino Superior
– FACTED Brasília, especialista em gestão de frotas de veículos leves e pesados, desenvolvimento de projetos de
revitalização de veículos militares e especiais, gestão de manutenção industrial leve e pesada, consultor autôno-
mo nas áreas de segurança do trabalho em altura, segurança de máquinas com foco em oficinas metalúrgicas e
mecânicas veiculares pesadas e leves. Experiência como docente das disciplinas de Matemática e Física, níveis
fundamental e médio, Dinâmica das Organizações, nível superior, e Formação e Treinamento de CIPAS e Sesmts.
Coautor
Tiago de Bortoli Luciano
Graduado em Engenharia Mecânica pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF). Possui experiência na
área de projetos mecânicos civis e militares, com atuação na função de Coordenador de projetos em engenharia
mecânica industrial, automotiva e de defesa. Possui conhecimentos e habilidades em controle dimensional, instru-
ção e treinamento, formação de diagnósticos e relatórios, estudos de viabilidade técnica (EVTEA). Experiência
como docente das disciplinas Cálculo I, II e III e Física de nível superior.
Revisão Ilustração
NT Editora Dino Motta
Editoração Eletrônica
NT Editora e Figuramundo
ISBN - 978-85-8416-108-9
Sistemas automotivos, engrenagens, eixo cardan, corrente, polia, correia
automotiva, molas, hidráulica, sistemas articulados.
ÍCONES
Prezado(a) aluno(a),
Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do material
didático. A presença desses ícones o ajudará a compreender melhor o conteúdo abor-
dado e também como fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:
Saiba Mais
Este ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que
você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-
ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.
Importante
O conteúdo indicado com este ícone tem bastante importância para seus es-
tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.
Dicas
Este ícone apresenta dicas de estudo.
Exercícios
Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.
Exercícios
Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.
Bons estudos!
Sumário
1. TECNOLOGIA AUTOMOTIVA...................................................................................7
1.1 Definição de componentes, sistemas e integração de sistemas....................................... 7
1.2 Apresentação dos principais sistemas automotivos...........................................................10
1.3 Definição da integração e interatividade entre os sistemas automotivos..................26
1.4 Sistemas automotivos para veículos de passeio...................................................................27
1.5 Sistemas automotivos para veículos comerciais...................................................................30
2. ENGRENAGENS.......................................................................................................34
2.1 Definição e elementos constitutivos.........................................................................................34
2.2 Princípio da transmissão de energia por engrenagens......................................................38
2.3 Elementos definidores de uma engrenagem........................................................................42
2.4 Principais tipos de engrenagens................................................................................................44
2.5 Princípios construtivos...................................................................................................................49
2.6 Princípios operacionais..................................................................................................................51
2.7 Onde se encontram engrenagens em um veículo?.............................................................53
3. EIXO CARDAN.........................................................................................................59
3.1 Definição e elementos constitutivos.........................................................................................59
3.2 Princípio da transmissão de energia por torque...................................................................65
3.3 Tipos de cardans e suas aplicações............................................................................................66
3.4 Dimensionamento de cardans....................................................................................................68
3.5 Juntas e uniões de acoplamento mais comumente usadas.............................................69
3.6 Princípios construtivos...................................................................................................................73
3.7 Onde se encontram cardans e eixos de transmissão em um veículo?..........................74
4. CORRENTES............................................................................................................80
4.1 Definição e elementos constitutivos ........................................................................................80
4.2 Princípio da transmissão de energia por correntes.............................................................87
4.3 Correntes de rolos, coroas e seus elementos definidores.................................................89
4.4 Princípios construtivos...................................................................................................................93
4.5 Princípios operacionais..................................................................................................................94
4.6 Onde se encontram correntes em um veículo?....................................................................99
4 NT Editora
5. CORREIAS E POLIAS............................................................................................ 104
5.1 introdução........................................................................................................................................104
5.2 Definição e elementos constitutivos.......................................................................................105
5.3 Princípio de transmissão de energia entre correias e polias..........................................110
5.4 Tipos de polias e suas associações aos tipos de correias.................................................114
5.5 Princípios construtivos de polias e de correias....................................................................121
5.6 Princípios operacionais................................................................................................................122
5.7 Onde se encontram correias e polias em um veículo?.....................................................126
6. MOLAS.................................................................................................................. 132
6.1 Definições e elementos constitutivos.....................................................................................132
6.2 Princípio de transmissão de energia na mola......................................................................138
6.3 Tipos de molas e suas aplicações.............................................................................................142
6.4 Princípios construtivos.................................................................................................................152
6.5 Princípios operacionais................................................................................................................154
6.6 Onde se encontram molas em um veículo?.........................................................................154
GLOSSÁRIO.............................................................................................................. 219
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................... 224
Administração Mercadológica 5
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo ao curso de mecânica aplicada a sistemas automotivos, ao longo das lições
você irá aprender mais sobre os conjuntos mecânicos que compõem um veículo, seus princípios cons-
trutivos e operacionais.
Ao final do curso, você será capaz de identificar através do formato, funcionamento ou dos
efeitos produzidos por alguns dos itens presentes em boa parte dos sistemas mecânicos automotivos,
a serem eles: Engrenagens, eixos cardan, correntes, correias e polias, molas, sistemas hidráulicos e
sistemas articulados. Você também conhecerá os princípios físicos que regem a construção e a funcio-
namento de cada um desses itens.
Não perca tempo! Aproveite esta oportunidade para adquirir e consolidar os seus conhecimentos,
é de extrema importância sua dedicação e organização para realizar seus estudos, não esqueça que você
também deverá responder aos questionários ao final de cada lição para verificar seu aprendizado.
Bons estudos,
Glauco Bueno
6 NT Editora SUMÁRIO
1. TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
Objetivos
Vamos lá!
Peça: ele-
mento que
se aplica na
montagem de
um sistema
automotivo.
Pois bem, com esses dois novos conhecimentos, estamos aptos a entender a definição de “sistema”!
Um sistema pode ser visto como uma reunião de componentes que de algum modo, mecânico
ou elétrico, estabelece a comunicação entre cada componente (peças) separados ou já integrados,
8 NT Editora SUMÁRIO
A integração da qual estamos falando é a conexão, interligação ou comunicação de montagem
e operacional entre sistemas diferentes, visando objetivo comum.
Como exemplo de sistema integrado de sucesso, podemos citar o automóvel que, como mostra
a figura 1.3, conta com o trabalho conjunto de uma série de componentes, que quando integrados em
harmonia, resultam no produto final que conhecemos.
Exercitando o conhecimento...
Classifique numerando de 1 a 3 a ordem correta na qual devem ser avaliados os siste-
mas antes de suas integrações:
( ) Componente – peça isolada.
( ) Sistema – conjunto de componentes atuando para geração de um efeito específico.
( ) Integração – comunicação entre os componentes e sistemas.
...
Resp. 1, 3, 2. Muito bom!
Você já está compreendendo os conceitos base para prosseguir no estudo, mesmo tendo
a ideia que peça, componente e sistema parecem ser a mesma coisa, você verá que não são.
Vamos caminhar mais um pouco!
Saiba Mais!
A palavra SISTEMA também é utilizada para descrever estruturas sociais, econômicas e modos de
pensamento, sua aplicação está intimamente ligada a forma como se organiza algum assunto.
Agora que você conhece os conceitos básicos para prosseguir no estudo dos componentes, sua
Vamos em frente!
Existem inúmeros sistemas mecânicos que não necessariamente são automotivos, sistemas in-
dustriais pneumáticos, hidráulicos, de transmissão, filtragem e elétricos por exemplo.
10 NT Editora SUMÁRIO
Parece complicado?
Na verdade não é!
Trata-se da aplica-
ção do conceito de
“Partes do Todo”
As Partes são os Sistemas Automotivos que integrados compõem o veículo que é o Todo. Para
entender melhor imagine o gráfico pizza abaixo, onde cada fatia representa um dos sistemas automo-
tivos e todas elas juntas formam uma pizza completa que em nosso estudo é um veículo.
Podemos analisar a pizza inteira ou cada uma das partes que a compõe.
Um dos principais motivos para dividir um veículo em sistemas é justamente poder avaliar o
efeito que cada parte tem sobre o todo, ou seja, entender como cada sistema automotivo atua para o
funcionamento do veículo.
Vencida a etapa das terminologias vamos passar a conhecer os principais sistemas automotivos
constituintes dos veículos que conhecemos.
Exercitando o conhecimento...
Em relação aos sistemas automotivos é correto afirmar que:
a) podem ser analisados em separado ou após estarem integrados, sendo que separa-
dos avalia-se o estado, integrados avalia-se os efeitos que provocam.
b) não importa o critério utilizado para realizar qualquer análise.
c) não exibem os conceitos de integração que caracterizam qualquer sistema
...
Muito bom!
Nesse ponto tenho que fazer uma pequena observação, a ideia de avaliar os sistemas inte-
grados ou separados reside numa necessidade simples.
Quando em funcionamento, estão integrados, ou seja, operam simultaneamente produ-
zindo resultados positivos, ou, manifestando inconvenientes (defeitos), no momento em que
formos atuar sobre um componente defeituoso, localizado em um sistema específico, o estare-
mos fazendo analisando esse sistema em separado dos demais.
Aqui também vale a antiga máxima, unidos no sucesso, separados nos problemas para nos
reunirmos no sucesso outra vez. Traduzindo... Quando tudo está bem, somos sistemas integra-
dos, quando ocorrer um problema, você será um sistema em separado até ser reparado para
reintegrar a operação de todos os sistemas.
Energia mo-
triz: energia
que gera
movimento.
Os motores também são conhecidos como “máquinas térmicas”, pois realizam conversão de
Virabrequim:
calor, proveniente da queima da mistura ar combustível, em trabalho (energia de movimento).
eixo interno ao
motor ao qual Em um motor de combustão interna a queima do combustível (seja o álcool, gasolina, diesel,
são conecta-
das as bielas.
biodiesel ou gás natural veicular) dentro dos cilindros do motor gera a movimentação de seus pistões,
que por sua vez acionam o virabrequim a partir de onde será acoplada embreagem e caixa de câmbio
para transferência de movimento ao eixo das rodas.
12 NT Editora SUMÁRIO
Abaixo, segue um exemplo de vista externa de motor de combustão interna.
Mesmo sendo uma peça compacta, um motor é resultado da integração de várias peças (com-
ponentes), móveis e fixas, como citado no tópico 1, que juntas formam o sistema automotivo motor.
Um motor de combustão interna pode ser classificado em função de seus detalhes constituti-
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vos e operacionais, a título de informação relacionamos abaixo alguns desses detalhes os quais não
serão analisados nesse livro:
• Tipo de combustível que utiliza (diesel, gasolina, álcool, gás natural).
• Alinhamento dos seus cilindros (V, linha, 90º, contrapostos, radiais).
• Performance (baixa, média e alta).
• Tempos de funcionamento (quatro ou dois tempos).
Performance:
• Posição de instalação no veículo (dianteiro, intermediária, traseira). rendimento
• Tipo de uso (veicular, estacionário ou industrial). funcional.
• Tipo de sistema alimentação (injeção direta, gerenciamento indireto, carga direta, carbu-
rados etc.).
Os primeiros veículos de passeio produzidos eram impulsionados por motores a vapor e não
por motores a combustão interna. Originalmente os motores foram concebidos para aplicações
industriais e não automotivas.
Vamos verificar o
seu aprendizado?
Exercitando o conhecimento...
Complete a frase a seguir.
Os motores à combustão interna, também conhecidos como , reali-
zam a conversão do , proveniente da de combustí-
vel, em (energia de movimento).
Combustão:
queima da
mistura ar Alimentação, admissão e escape
combustível.
O motor para gerar energia é alimentado com um combustível, o qual é misturado com ar, essa
mistura é queimada em suas câmaras de combustão liberando em seguida energia em forma de tra-
balho (movimento), calor (irradiação) e os resíduos da queima (escape).
14 NT Editora SUMÁRIO
O sistema de alimentação é definido pelo conjunto formado pelo tanque de combustível, tubula-
ção, filtros e sistema de injeção de combustível nas câmaras de combustão, conforme esquema apresen-
tado na figura 1.6, que representa o sistema de alimentação para a um veículo movido a Diesel.
Admissão:
entrada de ar e
combustível.
Saiba Mais!
Exercitando o conhecimento...
Com base no conhecimento adquirido marque os tipos de combustíveis que podem ser
utilizados por motores de combustão interna.
a) Diesel. c) Gás natural. e) Gás refrigerante.
b) Gasolina e álcool. d) Carvão em pedra. f ) Lenha (madeira).
16 NT Editora SUMÁRIO
...
Muito bem!
Vale a pena lembrar que na verdade a queima acontece pela queima da mistura ar combus-
tível, sem descer a detalhes devemos entender combustível como qualquer substância capaz
de fornecer energia mediante a ocorrência de um processo físico-químico que no final resulte
em trabalho.
O trabalho de que estamos falando não é somente a geração de movimento, também deve-
remos considerar o aumento de temperatura, geração de corrente elétrica, aumento de pres-
são e outros processos que necessitem o trânsito de energia para que ocorram. Simplificando,
o combustível é uma fonte de energia.
Cabeçote:
subsistema
do motor que
Vamos retomar nosso estudo.
agrega as
Nesse momento faz-se necessário destacar a função do cabeçote, um dos conjuntos que com- válvulas de
admissão e
põe o sistema motor, ele é responsável pelo gerenciamento da entrada de ar e saída de gases de quei- escape e rea-
ma das câmaras de combustão. Realiza essa tarefa através da abertura e fechamento das válvulas de liza o controle
admissão e escape nele instaladas. de entrada
de ar e saída
Abaixo, segue a figura de um cabeçote com a descrição dos principais itens que o compõem. dos gases da
queima.
Saiba Mais!
Nos motores a quatro tempos são necessárias duas voltas completas no virabrequim para reali-
zar o ciclo, já nos motores a 2 tempos somente 1 volta é necessária para realizar o ciclo.
Abaixo, apresentamos a figura 1.9, na qual estão identificadas as válvulas do cabeçote e como
se dão os fluxos de admissão e escape nas câmaras de combustão de um motor quatro tempos, me-
lhor falando, as etapas de funcionamento do motor 4 tempos.
O sistema de Admissão é composto pelo filtro de ar, tubulação de aspiração, coletor de admis-
são, conforme figura abaixo que descreve o circuito de admissão e outros elementos complementares
típicos a instalação do conjunto em um motor de quatro tempos.
18 NT Editora SUMÁRIO
Figura 1.10 – Filtro de ar e tubulação de admissão de um motor.
O Sistema de Escape, que expulsa os gases provenientes da queima da mistura ar/ combustível é
composto pelo coletor de escape, conjunto de escapamento, sonda e catalizador, conforme figura abaixo.
O conjunto de escape colhe os gases resultantes da queima, em alguns casos utiliza parte do
fluxo de exaustão para acionar turbinas ou sistemas de recirculação, filtra o fluxo em seu catalizador
e ainda manda informações para o sistema de alimentação do veículo informando a quantidade de
oxigênio não queimado remanescente na mistura de exaustão.
Após a combustão interna do motor, todos os gases gerados nesse processo são coletados nas
saídas dos cilindros por um coletor e eliminados pelo escapamento.
Exercitando o conhecimento...
Com base no conhecimento adquirido complete o quadro abaixo.
SISTEMA FUNÇÃO
...
Resposta: b, c, a.
20 NT Editora SUMÁRIO
Parabéns por já ter
chegado até aqui e
vamos em frente!
Embreagem
A embreagem está presente em muitas coisas que você provavelmente vê ou utiliza todos os
dias: furadeiras sem fio, motosserras, centrífugas e até mesmo em alguns ioiôs.
Ela é o mecanismo utilizado nos automóveis para conduzir a rotação do motor para as engre-
nagens da caixa de velocidades, que por sua vez, irá reduzir ou aumentar a velocidade de rotação e
transferi-la para o eixo através do diferencial.
Você sabia que se não houvesse caixa de câmbio no veículo, ou seja, o motor fosse conectado
diretamente às rodas, a velocidade do veículo não ultrapassaria 8 (oito) km/h. Isto porque as
variações no torque do motor seriam insignificantes.
22 NT Editora SUMÁRIO
Figura 1.14 – Sistema diferencial em uma curva.
Ao efetuarmos uma curva (para a direita, no caso da figura), as rodas esquerda e direita irão
percorrer distâncias diferentes, representadas pelos arcos. O diferencial, através de seu conjunto de
coroa e planetária, faz com que a roda mais externa rotacione mais rapidamente que a interna, garan-
tido uma curva mais suave e segura. Estudaremos com mais detalhamento a construção e forma de
atuação desse conjunto nas próximas lições.
Saiba Mais!
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O diferencial, também conhecido como coroa, pião e planetárias, podem funcionar impulsio-
nando tanto eixos traseiros quanto dianteiros.
É nesse sentido que se percebe a importância da direção. O volante é a conexão entre o condu-
tor e a direção de um veículo. Cada movimento de revolução é convertido em movimentos coinciden-
tes com as rodas, que se dão por força da caixa de direção que age como um multiplicador de força,
exigindo pouco esforço do condutor para alterar a orientação dos pneus.
É fácil perceber que pressionar o pedal de freio faz com que um veiculo reduza progressivamen-
te a sua velocidade e está é sua função. Ao pressionar o pedal de freio, ele usa a pressão provocada por
seu pé para acionar o fluido que acionará as pinças e cilindros de freio. Como os freios necessitam de
uma força muito maior do que você poderia aplicar com seu pé, seu carro precisa multiplicar esta força
utilizando a forca de atrito dos pneus e a forca de alavanca. Geralmente, essa multiplicação acontece
por ação de um sistema auxiliar chamado de servo freio, hidrovácuo ou bomba de vácuo, assim uma
leve pressão sobre o pedal resultará em um grande esforço transmitido aos conjuntos de frenagem.
24 NT Editora SUMÁRIO
Os sistemas de freios têm várias configurações, a tambor nas quatro rodas, a disco nas rodas
dianteiras, a disco nas quatro rodas, com sistemas antibloqueio e outras assistências eletro eletrônicas,
essas diferenciações não serão tratadas nesse livro.
Abaixo, uma representação de um sistema de freio simples, com disco nas quatro rodas.
Exercitando o conhecimento...
Complete a frase a seguir:
O motor funciona produzindo rotação, a acopla ao volante do motor do
veículo e faz com que o funcione e transmita por sua vez energia de movi-
mento para o diferencial e este para as do veículo.
A eletrônica vem se mostrando cada vez mais presente, pois boa parte dos automóveis já sai
de fábrica com injeção eletrônica, painéis digitais, freio ABS (antiblocante), alarmes, e muitos outros
equipamentos em todas as partes do mundo.
Em carros tradicionais, a eletrônica controla quase tudo na parte mecânica e elétrica dos carros
e em veículos híbridos ela controla praticamente toda a parte mecânica e elétrica.
O Sistema elétrico de um carro é alimentado por uma bateria recarregável que extrai sua
Fazer com que todos os sistemas atuem de forma “integrada”, gerando os melhores rendimen-
tos, conforto, economia, segurança e durabilidade possíveis, é o que diferencia as marcas e modelos
26 NT Editora SUMÁRIO
de veículos de passeio e utilitários. Conseguir a melhor resposta dos sistemas automotivos de um
veículo, por assim dizer, define e diferencia o produto final.
As fábricas de automóveis, motos, caminhões e utilitários, projetam sistemas cada vez melhores
e aproveitam ao máximo as capacidades de cada um (motor, alimentação, embreagem e câmbio) para
criarem um produto final que possa nos auxiliar como um meio de transporte.
Esse esforço levou as industrias a cada vez mais recorrerem a aplicações de eletrônica embarca-
da, engenharia de novos materiais, processos de fabricação diferenciados e até mudanças na prática
da manutenção de pós-venda, inclusive mudando os antigos conceitos de sistemas automotivos, que
se orientavam pela relação de peças e força, mas que agora também levam em consideração as possi-
bilidades de controles ativo e passivo de tudo que ocorre em cada sistema.
Ciclo otto:
referente ao ci-
clo termodinâ-
mico utilizado
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pelos motores
a explosão de
4 tempos que
demandam
presença de
centelha para
queima.
Flex: denomi-
nação atribu-
1.4 Sistemas automotivos para veículos de passeio ída a veículos
que podem
Nos veículos de passeios a força motriz é dada por motores do ciclo otto (4 tempos) a gasolina, utilizar mais
a álcool, ou mistos (flex). Os sistemas automotivos nessa modalidade privilegiam o conforto, rapidez, de um tipo de
combustível.
economia, baixa vibração e a possibilidade de transporte de um número reduzido de pessoas. Todos
os sistemas são dimensionados para operar priorizando a segurança, normalmente atuando em re-
giões abaixo dos seus limites operacionais de projeto.
Outro aspecto peculiar dos sistemas automotivos para veículos de passeio é o compromisso
com o design do veículo, compondo não só um produto de beleza diferenciada, mas um veículo ao
mesmo tempo potente, seguro, confortável, econômico e de preço acessível.
Desta forma, devemos saber que dos sistemas automotivos empregados nos veículos de pas-
seio, os motores são responsáveis por gerar potência e torque aos demais componentes do automó-
vel, contando com a ajuda dos sistemas de embreagem e câmbio passando pela transmissão (eixos
cardan e diferencial) para depois transferir e controlar as rotações das rodas motrizes e a equalização
das velocidades de giro delas em operações nas curvas, assim propiciando que ao se ligar o motor e
acelerar o veículo saia da imobilização ao movimento, utilizando o sistema de freios para diminuir a
velocidade do veículo ou imobilizá-lo quando necessário.
28 NT Editora SUMÁRIO
O câmbio tem a função de ajustar as rotações do motor à velocidade requerida pelas rodas, tan-
to para mais como para menos, através de variadas combinações de engrenagens que possui em seu
interior, é possível permitir uma gama de reduções e multiplicações de forças, o que deixa os conjuntos
móveis posteriores à caixa de marcha girando em velocidades diferentes da do virabrequim do motor.
Saiba Mais!
Você sabia que a relação entre a velocidade e a força é indiretamente proporcional, ou seja, se a
relação de transmissão escolhida aumenta a velocidade do veículo, você passará a contar com
uma menor força, ou o contrário.
Com este raciocínio você estará apto a entender as relações entre os sistemas automotivos de
um veículo, por exemplo, se a rotação do eixo principal da caixa de marchas for igual à rotação do eixo
que vai para as rodas, a relação de transmissão é de 1:1, da mesma forma, se a rotação do eixo das
rodas for de ¼ da rotação que sai do eixo principal do câmbio, a relação de transmissão será de 0,25:1.
Temos também o diferencial que, como estudado, é formado por várias engrenagens e nesta
integração de sistemas permite que as rodas de um mesmo eixo girem em velocidades diferentes, o
que facilita fazer uma curva, por exemplo.
Ainda não apresentado, temos um sistema de suma importância para a segurança veicular,
você imagina do que estamos falando? Do sistema de freios!!!
Todos nós sabemos que ao pressionar o pedal de freio o carro começar a reduzir progressiva-
mente sua velocidade. Mas como isso acontece? Como o carro transmite a força do seu pé para as
rodas do veículo? Como multiplica a força de modo que seja suficiente para parar um objeto com a
massa e dimensões de um automóvel?
Quando o pedal de freio é pressionado, este sistema transmite a força aplicada para as lonas ou
discos de freios por meio de um fluido. Como os freios em si requerem uma força muito maior do que
você poderia aplicar com seu pé, existem componentes que fazem a multiplicação da força hidráulica.
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Saiba Mais!
Você sabia que os freios transmitem a força aos pneus usando o atrito?! E os pneus, por sua vez,
transmitem essa força à estrada usando também o atrito?! Através do atrito a energia mecânica
do veículo é contida pela superfície estática (estrada) até que o carro possa parar.
Outra curiosidade é que o pedal de freio é projetado de tal maneira que pode multiplicar a força
da sua perna diversas vezes antes mesmo que ela seja transmitida ao fluido de freio.
Por fim, temos os eixos cardan, que são instalados em carros com o motor na frente e tração
traseira, devemos atentar que os automóveis com motor na dianteira e com tração dianteira ou com o
motor atrás e tração nas rodas de trás dispensam o uso do eixo cardan.
A figura 1.20 ilustra um veículo comercial da linha pesada, devemos entender que a grosso
modo esse tipo de sistema automotivo segue os mesmos princípios que acabamos de estudar nos
veículos de passeio, com diferenças principalmente no tipo de motor, que agora passa a apresentar
configurações que visam torque.
30 NT Editora SUMÁRIO
em maior quantidade e outra diferença é a reserva de espaço para carga, sendo diferente apenas em
ônibus que visam o transporte de pessoas.
Nesses conceitos, devemos saber que toda essa robustez faz com que o custo de produção
desses veículos seja muito superior ao dos veículos de passeio.
Parabéns!
Você chegou ao final da primeira lição, espero que você
já tenha os conceitos de componentes, sistema e de
integração bem fixados; também conheceu um pouco
a respeito dos principais sistemas automotivos que
compõem um veículo, como interagem durante o fun-
cionamento do veículo e por que há diferenças entre os
sistemas de carros de passeio e os veículos utilitários.
Exercícios
Parabéns,
Questão 01 – Qual o significado de tecnologia automotiva?
você finalizou
a) É o ramo comercial voltado para venda de automóveis e caminhões. esta lição!
b) É o ramo do ensino técnico e de engenharia que estuda os sistemas que compõem os
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Agora
veículos automotivos. responda
às questões
c) É o estudo dos manuais de proprietário dos automóveis. ao lado.
d) É definida como a técnica aplicada para produção individual de móveis.
Questão 05 – Do que você aprendeu sobre sistemas automotivos escolha a questão correta.
a) A combinação de sistemas automotivos é que gera um veículo; eles podem ser ana-
lisados em separado ou integrados.
b) Os sistemas automotivos só podem ser analisados separadamente.
c) Os sistemas automotivos só podem ser analisados após integrados.
d) A integração de sistemas automotivos não prevê o equilíbrio funcional entre eles,
tampouco a consecução de um objetivo comum.
Questão 07 – Qual alternativa apresenta descrição mais adequada aos sistemas de di-
reção, suspensão e freios.
a) A direção orienta, a suspensão eleva o carro do solo e os freios param o veículo.
b) A direção orienta a trajetória do veículo, a suspensão atenua as vibrações transmiti-
das do solo ao veículo e os freios realizam a redução da velocidade deslocamento e parada
do veículo, todas trabalham de forma integrada.
32 NT Editora SUMÁRIO
c) São sistemas que não se comunicam nem se integram durante o funcionamento do
veículo em que estão instalados, têm comportamentos independentes e não se integram
operacionalmente.
d) Apesar de funcionarem em um mesmo veículo suas funções não se comunicam mui-
to menos se integram operacionalmente.
c) As diferenças são significativas apenas nos sistemas elétricos, isso em função do tipo
de injeção de combustível utilizado por um e outro.
d) Apresentam diferença no tipo de combustível, no tipo de motor, no dimensionamen-
to de freios, suspensão, câmbio, chassis, principalmente em função do esforço necessário
e das cargas a serem transportadas.