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35-PORTUG LÍNGUA PORTUGUESA

CONCURSO IFPI – PROFESSOR LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES NESTA PÁGINA

* Você recebeu do fiscal o seguinte material:


a) este Caderno de Questões com o enunciado das 40 (quarenta) questões da prova objetiva.
b) uma Folha de Respostas, destinada às respostas das questões da prova objetiva.

* É responsabilidade do candidato certificar-se de que recebeu a prova correspondente ao curso/disciplina para o qual
concorre (verifique o cabeçalho do Caderno de Questões). Notifique ao fiscal qualquer irregularidade.

* FOLHEAR O CADERNO DE QUESTÕES ANTES DO INÍCIO DA PROVA IMPLICA NA ELIMINAÇÃO


DO CANDIDATO.

* Verifique se as informações contidas na Folha de Respostas estão corretas. Caso contrário, notifique o fiscal.

* Após a conferência, o candidato deverá assinar no espaço próprio da Folha de Respostas, à caneta esferográfica de
tinta na cor preta ou azul.

* Tenha muito cuidado com a Folha de Respostas para não DOBRAR, AMASSAR ou MANCHAR. A Folha de
Respostas somente poderá ser substituída caso esteja danificada em suas margens superior ou inferior – BARRA DE
RECONHECIMENTO PARA LEITURA ÓTICA.

* Será ELIMINADO do Concurso o candidato que:


a) for surpreendido durante o período de realização de sua prova portando (carregando consigo, levando ou
conduzindo) armas ou aparelhos eletrônicos (bip, telefone celular, qualquer tipo de relógio com mostrador digital,
walkman, agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor, gravador, controle de alarme de carro, etc), quer seja na sala
de prova ou nas dependências do seu local de prova. Item 9.17, alínea “c” do edital.
b) ausentar-se da sala de prova, durante o período de realização de sua prova, portando a folha de respostas da prova
objetiva, o caderno de questões, ou quaisquer equipamentos eletrônicos. Item 9.17, alínea “h” do edital.
c) fizer anotação de informações relativas às suas respostas da prova objetiva, em qualquer meio. Item 9.17, alínea “f”
do edital.
d) não permitir a coleta da digital, no procedimento descrito no subitem 9.15 do edital ou não efetuar a transcrição do
texto apresentado caso seja utilizado o procedimento descrito no subitem 9.16 do edital.

* Quando terminar, entregue obrigatoriamente ao fiscal a Folha de Respostas. A entrega do Caderno de Questões é
obrigatória se o candidato terminar a prova antes de faltar 30 (trinta) minutos para o término desta. ASSINE
OBRIGATORIAMENTE A LISTA DE PRESENÇA.

* Será automaticamente eliminado do Concurso Público o candidato que descumprir as instruções contidas no
Caderno de Questões. Item 9.17, alínea “i” do edital.

* Consulte as próximas atividades no cronograma disponível na guia Cronogramas, acessando a página do concurso em
www.funrio.org.br.

* Transcreva em letra cursiva, no espaço próprio na Folha de Respostas, a frase abaixo apresentada entre aspas.
“As obras humanas alteram-se, corrompem-se, modificam-se, transformam-se.” (Machado de Assis)

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♦ Fundamentos da Educação e Legislação Educacional ♦

Questão 01
Os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia – IFET – têm-se apresentado como instituições que
estabelecem vínculos com a valorização da educação e das instituições públicas. Essa interdependência tem como
pressuposto o combate às desigualdades estruturais de toda ordem, sendo fundamentais para a construção de uma nação
democrática e soberana, estando, assim, em consonância com as atuais políticas educacionais e públicas brasileiras.
A Seção II do Art. 6º da lei nº 11.892/08 fala sobre as finalidades e características dos Institutos Federais. Seus incisos
põem em destaque a finalidade de ofertar a Educação Profissional e Tecnológica em todos os níveis e modalidades e
promover a integração e a verticalização da educação profissional, desde a educação básica até a educação superior,
otimizando os recursos de gestão, os quadros de pessoal e a infraestrutura física. Devem constituir-se como centros de
excelência na oferta do ensino de ciências, em geral, e de ciências aplicadas, em particular, e qualificar-se como referência
no apoio à oferta do ensino de ciências nas instituições públicas de ensino, oferecendo capacitação técnica e atualização aos
docentes (Lei 11.892/08, art. 6º).
Esse texto legal, em seu inciso VIII, destaca que o IFET se propõe a realizar e estimular
A) a pesquisa aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e
tecnológico.
B) o ensino de educação infantil, desde a creche até final do ensino fundamental, capacitando seus profissionais em serviço.
C) a produção, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias, voltadas à preservação do meio ambiente.
D) os programas especiais de formação pedagógica, com vista na formação de professores para a educação fundamental.
E) a oferta formativa em benefício da consolidação e fortalecimento dos arranjos produtivos, empresariais e culturais da
Nação.
Questão 02
A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 evidencia no art. 12, incisos de I a VII, as ações atribuídas à escola, que são (...)
elaborar e executar sua proposta pedagógica; administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; assegurar o
cumprimento dos dias letivos e das horas-aula estabelecidas legalmente; velar pelo cumprimento do plano de trabalho de
cada docente; prover meios para a recuperação de alunos de menor rendimento; articular-se com as famílias e a comunidade,
criando processos de integração da sociedade com a escola; informar pais ou responsáveis sobre a frequência e o rendimento
dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.
Para Libâneo (2004), enquanto organizações, as escolas ressaltam a interação entre as pessoas, para a promoção da
formação humana e para que elas funcionem e concretizem seus objetivos, requerendo “tomadas de decisões”, bem como de
direção e controle dessas decisões. Esse processo ele o denomina como
A) controle.
B) ajuste.
C) gestão.
D) abrangência.
E) norteamento.

Questão 03
O Programa de Integração da Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos –
PROEJA – tem por objetivo dar oportunidades educacionais a jovens e adultos que ainda não terminaram o ensino
fundamental, bem como aos que já o finalizaram, mas ainda não concluíram nem o ensino médio nem um curso que os
habilite em uma profissão técnica de nível médio.
O Art. 5o, do decreto nº 5.840/2006, estabelece que as instituições que oferecem esses cursos são responsáveis por sua
estruturação e pela expedição de certificados e diplomas.
Por isso, o Parágrafo Único deste Art. 5º determina que “as áreas profissionais escolhidas para a estruturação dos cursos
serão, preferencialmente, as que maior sintonia guardarem com as demandas de nível local e regional, de forma a contribuir
com o fortalecimento das estratégias” de que tipo de desenvolvimento?
A) sócio-histórico e cultural.
B) sócio-histórico e profissional.
C) técnico-artístico e econômico.
D) técnico-político e econômico.
E) socioeconômico e cultural.
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Questão 04

Segundo a LDB/96, garantir o direito subjetivo de aprender implica fazer da escola um lugar em que os cidadãos se
sintam valorizados e reconhecidos em sua identidade e singularidade.
Os diversos sistemas, níveis e modalidades de ensino desenvolvidos nas escolas brasileiras expõem os desafios da
qualidade e da equidade, na nossa educação, os quais para serem superados devem se dar em ambiente acolhedor, que
reconheça e valorize as diferenças da diferença, ultrapassando, assim, as desigualdades.
Assim sendo, para atender a essa norma de procedimento, o Art. 1°, da Resolução nº 1/ 2004, estabelece as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana, a serem consideradas “pelas instituições de ensino, que atuam nos níveis e modalidades da Educação Brasileira e,
em especial, por Instituições” que desenvolvam atividades de que tipo?

A) cursos de extensão sobre as Culturas Brasileira e Africana.


B) programas de formação inicial e continuada de professores.
C) oficinas pedagógicas/temáticas de inclusão sobre as culturas.
D) palestras e seminários sobre a Cultura Afro-Brasileira.
E) parcerias com instituições voltadas à Cultura Africana.

Questão 05

Em consonância com as profundas mudanças encontradas no mundo do trabalho e do conhecimento na atualidade, a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional reserva um de seus capítulos à educação profissional. Em seu Capítulo III,
Título V, ela trata da educação profissional e tecnológica e, para atender a essas exigências, o art. 39 estabelece que “a
educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional”,

A) associa-se ao conselho escolar, aos interesses da comunidade em geral e às exigências do mercado de trabalho.
B) vincula-se aos elevados padrões de inovação tecnológica e científica do trabalho, nas diferentes modalidades de ensino.
C) sujeita-se às exigências do desenvolvimento tecnológico, em termos de qualificação de mão de obra e de desempenho.
D) integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.
E) subordina-se aos desafios teórico-metodológicos da relação trabalho-educação e ao preparo para o mundo do trabalho.

Questão 06

Planejamento é algo inerente ao ser humano. O processo de ensino e aprendizagem necessita ser planejado, com
intencionalidade e qualidade. Ao se planejar, se antecipam ações para atingir a satisfação dos objetivos traçados, ancoradas
nos diferentes elementos que o compõem e em necessidades criadas a partir de uma determinada realidade, as quais levam a
agir conforme essas ideias antecipadas.
Portanto, o planejamento, enquanto processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, deve se
articular com as atividades a serem desenvolvidas na escola com incerteza ou dificuldade inerente ao contexto social.
Nesse contexto, cabe retomar o que diz Libâneo (2012), para quem “a ação de planejar não se reduz ao simples
preenchimento de formulários para controle administrativo”, pois é

A) a atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas nas opções político-pedagógicas.
B) a verificação da aplicação de métodos, técnicas e conceitos científicos às decisões a serem tomadas na escola.
C) a decisão de realizar uma listagem de ações e recursos a serem executados em determinados datas e prazos.
D) o processo linear e indefinido, estabelecido com prazos fixos, a serem verificados os conteúdos.
E) o processo simples e harmônico, voltado para a verificação da metodologia das ações feitas em grupo.

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Questão 07
O art. 205 da Constituição Federal brasileira estabelece que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
Para que esse artigo possa se concretizar, entre outros princípios que embasam o ensino a ser ministrado à Nação, em
compatibilidade com o Art. 206, seguem-se cinco princípios:
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
III. gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
IV. garantia de padrão de qualidade
V. piso salarial nacional unificado para os profissionais da escola privada.
Quais desses princípios estão compatíveis com o Artigo citado?
A) II, III, IV e V.
B) I, II, IV e V.
C) I, II, III e IV.
D) I, II, III e V.
E) I, III, IV e V.

Questão 08

A educação tecnológica deve permitir e impulsionar a formação do futuro profissional técnico e cidadão. Nesse intuito,
necessita desenvolver um trabalho pedagógico a partir da evolução da tecnologia através de uma visão social, onde as
transformações inovadoras e as diferentes estratégias utilizadas possam conciliar os imperativos da economia às conjunturas
sociais.
A educação tecnológica deve associar a pesquisa e a reflexão às propostas das práticas pedagógicas, passando pelo
“entendimento da tecnologia como processo educativo que se situa no interior da inteligência das técnicas para gerá-las de
outra forma e adaptá-las às peculiaridades das regiões e às novas condições da sociedade” (Arroyo, apud Gadotti).
Para a relevância da formação do futuro profissional, é preciso desenvolver o senso crítico conectado ao mundo
circundante, subordinado pelos princípios de igualdade e solidariedade, através dos trabalhos de pesquisa realizados nas
instituições de ensino, num diálogo entre os profissionais das diferentes áreas do conhecimento e o embasamento
educacional, com vistas a compreender que fenômenos?
A) Igualmente os econômicos dos discentes e os decorrentes de suas necessidades no mercado de trabalho.
B) Especialmente os financeiros, frente à formação de mão de obra qualificada.
C) Apenas os questionadores do mundo do trabalho e das possibilidades de empregabilidade.
D) Não só os da aquisição das práticas profissionais isoladas, como os do trabalho tecnológico.
E) Tanto os educativos quanto os culturais, dentro e fora da escola.

Questão 09

Com grande destaque, a educação profissional e tecnológica, planetária e particularmente em nosso país, mostra-se
como elemento estratégico. A formação educacional de qualidade se faz necessária para uma melhor inserção de jovens e
trabalhadores na sociedade atual, repleta de grandes transformações e de avanços científicos/tecnológicos, tanto em termos
conceituais, quanto em suas práticas, por serem complexas e abundantes.
A problemática fundamental dessa modalidade de ensino – educação profissional e tecnológica – envolve
necessariamente o estreito vínculo com o contexto maior da educação brasileira: sua legislação educacional.
Assim, a LDB 9.394/96, em seu Art. 2º, que decreta os fins da Educação Nacional, reza que a “educação, dever da
família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando”, preparando-o para

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A) o desenvolvimento do espírito ético/estético e a inserção no mercado de trabalho.


B) o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
C) a participação, de forma competitiva e satisfatória, da qualificação profissional.
D) a inserção no mundo produtivo, capacitado para ocupar cargos proeminentes.
E) a atuação consistente e atualizada nas empresas governamentais e privadas.
Questão 10

A inclusão social é um dos grandes desafios brasileiros, uma vez que, ao longo de sua história, propiciou o acúmulo de
desigualdades sociais no que tange à distribuição da terra, da riqueza, do acesso aos bens materiais e culturais e da
apropriação dos conhecimentos científicos e tecnológicos.
A inclusão social abrange também a proposição de condições para que todos os habitantes do país possam ter uma
qualidade de vida adequada e como cidadãos plenos, dotados de conhecimentos, meios e mecanismos de participação
política, que os tornem aptos a agir de maneira consciente e fundamentada.
De acordo com essa premissa, em seu Art.1º, o Decreto nº 5.840/2006, institui, no âmbito federal, o Programa Nacional
de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA.
Os incisos I e II, do § 1o deste artigo rezam que o PROEJA abrangerá os seguintes cursos e programas de educação
profissional:

A) formação inicial e continuada de trabalhadores e educação profissional técnica de nível médio.


B) formação teórica/tecnológica e o treinamento da mão de obra qualificada para o mercado de trabalho.
C) restrição de oportunidades educacionais e de vagas no mercado de trabalho para os alunos do PROEJA.
D) ruptura com a formação de profissionais em número suficiente e ampliação do aproveitamento adequado.
E) treinamento da população excluída do conhecimento científico/tecnológico e a inserção no trabalho.

♦ Conhecimentos Específicos ♦

As questões 11 a 15 tomarão por base o seguinte texto:

A dicotomia conceitual básica entre povos que têm e povos que não têm um sistema de escrita – dicotomia que está na
base da distinção entre história e pré-história – foi a única contraposição conceitual que o pensamento europeu produziu com
relação à escrita, quando não eram conhecidas na Europa alternativas ao sistema de escrita do tipo alfabético.
Durante o século XVI alguns europeus estudaram os sistemas hieroglíficos elaborados pelas culturas Nahuatl e Maya,
mas certamente tais trabalhos não surtiram um efeito decisivo na mentalidade europeia, por existir uma dúvida profunda
sobre a possibilidade de incluir os povos do México, considerados idólatras que praticavam sacrifícios humanos, entre os
povos “racionais” civilizados.
A partir do século XVII, o conhecimento da escrita e da cultura chinesa foi um fator decisivo para o estabelecimento
de um continuum conceitual: ausência de escrita / escrita não alfabética / escrita alfabética, com todos os possíveis estágios
intermediários.
A posição mais alta desse continuum conceitual era ocupada pelas elites cultas da Europa. Estas também ocupavam a
posição mais alta de um outro continuum: aquele interno às sociedades europeias, que tinha, na base, as massas de
analfabetos, para chegar, no topo, às pessoas letradas e “cultas”. Tanto o primeiro continuum conceitual, aquele que
ordenava, de alguma forma, diferentes tipos de escrita, quanto o segundo tipo de continuum conceitual, aquele que
classificava através da capacidade de ler e escrever os indivíduos de uma mesma sociedade, passaram por uma história
complexa.
(Maurizio Gnerre. Linguagem, escrita e poder. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 35-6.)

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Questão 11
Para dialogar com esse texto de Gnerre, com o intuito de reforçar o mesmo ponto de vista, pode-se recorrer ao seguinte
trecho, extraído de um livro referencial nos estudos linguísticos:
A) A linguagem, faculdade humana, característica universal e imutável do homem, não é a mesma coisa que as línguas,
sempre particulares e variáveis, nas quais se realiza.
B) O ensino de língua não pode ser alheio à subjetividade daquele que a faz funcionar e que, justamente pela língua, faz do
mundo e, inclusive, da própria língua o tema de sua relação com o outro.
C) O exercício da linguagem dá-se por meio da frase, ponte que permite ultrapassar a noção de língua enquanto mero
sistema de signos e entrar no campo da língua em uso.
D) É um homem falando que encontramos no mundo, um homem falando com outro homem, e a linguagem ensina a própria
definição de homem.
E) É na linguagem e pela linguagem que o homem se constitui como sujeito; porque só a linguagem fundamenta
narealidade, na sua realidade que é a do ser, o conceito de “ego”.
Questão 12
Ao dizer que no topo estão as pessoas letradas e cultas, o texto dá a entender que
A) o conhecimento da escrita chinesa foi um fator decisivo para o estabelecimento dos critérios de avaliação das sociedades.
B) os sistemas hieroglíficos impediram os europeus de formalizar sua dicotomia conceitual básica.
C) o acesso à escrita alfabética, com todos os seus estágios intermediários, é um requisito para alcançar o conhecimento.
D) a mentalidade europeia dependia da decisão sobre quais os povos que seriam de fato civilizados.
E) a ordenação dos povos segundo o uso progressivo da escrita era uma certeza que, em dado momento, virou uma dúvida.
Questão 13
No último parágrafo do texto, quando fala de dois tipos de continuum (ambos conceituais), o autor demonstra que já havia na
sociedade europeia do século XVII uma distribuição dos indivíduos baseada em
A) seu conhecimento linguístico.
B) sua posição na escala social.
C) suas posses e poderio econômico.
D) seu prestígio na corte ou no clero.
E) suas qualidades artísticas.
Questão 14
Sobre a estrutura sintática do segundo parágrafo, é correto reconhecer que há um único período contendo
A) quatro orações, sendo uma principal.
B) cinco orações, sendo duas reduzidas.
C) seis orações, sendo duas coordenadas.
D) sete orações, sendo três reduzidas.
E) doze orações, sendo quatro desenvolvidas.
Questão 15
O primeiro parágrafo utiliza a palavra QUE quatro vezes. Seu papel morfossintático, nessas quatro ocorrências, é
A) pronome relativo em todas elas.
B) conjunção integrante em todas elas.
C) pronome relativo em duas delas e conjunção integrante nas outras duas.
D) pronome relativo em uma delas e conjunção integrante nas outras três.
E) conjunção integrante em uma delas e pronome relativo nas outras três.
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As questões 16 a 19 tomarão por base o seguinte texto:

Distinguir classes de palavras e estudá-las separadamente é um dos mais antigos tópicos dos estudos linguísticos, e um dos
que mais fortemente resistiram ao tempo e às inúmeras reorganizações por que já passou a Gramática como disciplina.
Bastaria esse retrospecto para justificar que nossa coleção se ocupe das classes de palavras, mas a decisão de fazê-lo, no
nosso caso, não é fruto de uma aceitação inerte da tradição. (...)
Nesta nova edição, os capítulos sobre classes de palavras foram separados em dois livros, dedicados, respectivamente: 1)
às classes que a tradição linguística considera “abertas”, porque ganham o tempo todo novos itens, e 2) às classes que, a qualquer
momento da história da língua, aparecem como “fechadas”, porque a admissão de novos itens é mais lenta, exigindo às vezes um
trabalho de séculos.
(Rodolfo Ilari. “Introdução”. Palavras de Classe Aberta. São Paulo: Contexto, 2014, p. 7-8)
Questão 16
Rodolfo Ilari fala de “classes abertas”, que podem ser exemplificadas na seguinte alternativa:
A) verbos, substantivos, adjetivos e advérbios.
B) substantivos, pronomes, adjetivos e numerais.
C) pronomes, numerais, conjunções e preposições.
D) numerais, artigos, interjeições e verbos.
E) artigos, advérbios, interjeições e conjunções.
Questão 17
Rodolfo Ilari fala também de “classes fechadas”, que podem ser exemplificadas na seguinte alternativa:
A) verbos, substantivos, adjetivos e advérbios.
B) substantivos, pronomes, adjetivos e numerais.
A) pronomes, numerais, conjunções e preposições.
B) numerais, artigos, interjeições e verbos.
C) artigos, advérbios, interjeições e conjunções.
Questão 18
Observa-se em “inúmeras reorganizações por que já passou a Gramática como disciplina” uma referência às mudanças nos
estudos gramaticais, o que pode remeter o leitor para uma reflexão sobre a presença da gramática nas aulas de Língua
Portuguesa.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (v. 2, 1997, p. 31), sobre isso, afirmam:
O ensino de Língua Portuguesa, pelo que se pode observar em suas práticas habituais, tende a tratar essa fala da e
sobre a linguagem como se fosse um conteúdo em si, não como um meio para melhorar a qualidade da produção
linguística. É o caso, por exemplo, da gramática que, ensinada de forma descontextualizada, tornou-se emblemática de
um conteúdo estritamente escolar, do tipo que só serve para ir bem na prova e passar de ano — uma prática
pedagógica que vai da metalíngua para a língua por meio de exemplificação, exercícios de reconhecimento e
memorização de nomenclatura. Em função disso, tem-se discutido se há ou não necessidade de ensinar gramática. Mas
essa é uma falsa questão: a questão verdadeira é para que e como ensiná-la.
Conclui-se então que, se ensinar gramática em suas aulas, o professor
A) será considerado ultrapassado e retrógrado por colegas que tenham formação linguística.
B) precisará adotar métodos que produzam nos alunos um melhor domínio da produção linguística.
C) terá de recorrer a uma terminologia linguística moderna, que dispense a memorização.
D) concentrará suas explicações nas variedades e combaterá o preconceito linguístico.
E) deixará de usar a nomenclatura gramatical brasileira, que precisa ser atualizada.
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Questão 19

O texto de Rodolfo Ilari contém características que mostram como predominantes as funções

A) conativa e referencial da linguagem.


B) referencial e metalinguística da linguagem.
A) metalinguística e poética da linguagem.
B) poética e fática da linguagem.
C) fática e conativa da linguagem.

As questões 20 a 25 tomarão por base o seguinte texto:

Falamos de texto como algo concreto que se insere num campo de práticas discursivas. É uma unidade-
mega, composta de unidades-macro (as sentenças), de unidades-mídi (as orações, grupos fraseológicos) e de
unidades-micro (as palavras). Bronckart se refere ao texto como “a unidade comunicativa de nível superior” (1999,
p. 71), Bakhtin diz que “quaisquer que se sejam os objetivos de um estudo, o ponto de partida só pode ser o texto”,
sendo seu principal interesse o texto verbal, “que é o dado primário de todas as disciplinas das ciências humanas,
em particular nas áreas da linguística, da filologia, da literatura” (1992, p. 330).
Já estamos habituados a conviver com a pluralidade (que às vezes inclui o antagonismo) das definições dos
termos técnicos da literatura linguística. Como diriam os filósofos contemporâneos, essas múltiplas explicações
até ajudam – quando não atrapalham...
Pois bem, a palavra GÊNERO, aplicada aos estudos linguísticos, pode também abranger um variado mosaico
de explicações. É o caso então de refinarmos um pouco nossas lentes e tratar dessa palavra sempre acompanhada
de um adjetivo, falando em GÊNERO DISCURSIVO e em GÊNERO TEXTUAL. No Dicionário de Análise do Discurso
(2004, p. 250-1), Charaudeau e Maingueneau oferecem para o verbete “discurso” (no trecho que aborda apenas o
enfoque linguístico) uma longa explanação sobre seu significado do ponto de vista funcional, do ponto de vista
enunciativo, do ponto de vista textual e do ponto de vista comunicacional. Ao final, os autores afirmam que “a
diversidade dos pontos de vista mostra a complexidade da questão dos gêneros, incluindo as denominações, já que
alguns falam de gêneros de discurso, outros falam de gêneros de textos, outros ainda de tipos de textos”.
(Claudio Cezar Henriques. Estilística e discurso. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011, p. 7.)

Questão 20

Diz Luiz Carlos Travaglia (2007, p. 39) que “a identificação e caracterização das diferentes categorias de texto é um dos
objetivos da Linguística Textual em seu programa de trabalho”, mas acrescenta que, “ao nos debruçarmos sobre os textos
circulantes em uma sociedade e cultura, vemos que esta não é uma tarefa fácil”.

Comparada com o conteúdo do texto de Henriques, a afirmação de Travaglia

A) oferece mais um argumento a favor do que está exposto no texto.


B) contradiz parcialmente a explicação sobre o significado da palavra “gênero”.
A) contraria a expectativa do leitor de encontrar uma definição clara para os termos técnicos.
B) reitera a importância dos estudos de textualidade para uso nas aulas de Língua Portuguesa.
C) reforça o mito do hermetismo nas definições encontradas em dicionários especializados.

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Questão 21
Como diz o texto, “a palavra gênero, aplicada aos estudos linguísticos, pode abranger um variado mosaico de explicações”.
Uma das propostas a esse respeito indica os “gêneros (ou domínios) discursivos” chamados de literário, jurídico, jornalístico,
publicitário, etc. Nesse caso, dir-se-ia que “artigo, entrevista, reportagem, editorial” são exemplos de gêneros textuais do
domínio discursivo jornalístico e que o modo de organização desses textos pode ser argumentativo, descritivo, enunciativo,
injuntivo, narrativo.
Se, de outro modo, estivermos pensando em gêneros textuais do domínio discursivo literário, poderemos mencionar os
seguintes:
A) crônica, coluna, carta, roteiro, entre outros.
B) aviso, bilhete, nota, recado, entre outros.
C) biografia, conto, diário, novela, entre outros.
D) anúncio, chamada, panfleto, prospecto, entre outros.
E) lista, painel, resenha, ementa, entre outros.
Questão 22
O professor ofereceu a seus alunos a tarefa de deslocar o trecho “aplicada aos estudos linguísticos” (último parágrafo) e
observar outras possibilidades de colocação para ele, sem prejuízo do sentido e sem outras alterações. O resultado poderia ser
qualquer um dos que estão oferecidos nas alternativas seguintes, exceto este:
A) aplicada aos estudos linguísticos, a palavra GÊNERO pode também abranger um variado mosaico de explicações.
B) a palavra GÊNERO pode também, aplicada aos estudos linguísticos, abranger um variado mosaico de explicações.
C) a palavra GÊNERO pode também abranger, aplicada aos estudos linguísticos, um variado mosaico de explicações.
D) a palavra GÊNERO pode também abranger um variado mosaico de explicações, aplicada aos estudos linguísticos.
E) aplicada aos estudos linguísticos, pode a palavra GÊNERO abranger também um variado mosaico de explicações.
Questão 23
Na primeira linha do texto, o autor usa a palavra SE: “algo concreto que se insere num campo de práticas discursivas”. O
papel morfossintático dessa palavra está repetido na seguinte alternativa:
A) Optou-se por numerar os parágrafos da análise para facilitar o comentário.
B) Os autores às vezes se referem a um tipo de texto que problematiza as classificações tradicionais.
C) Quando o leitor se limita a reproduzir o que leu, ele está restrito à mera compreensão do texto.
D) A lição que se tira daí é que haverá sempre tantas leituras quantos forem os leitores.
E) Talvez haja mais pessoas que se mostrem satisfeitas com uma abordagem morfossintática.
Questão 24
A forma verbal que contém alomorfe do radical é
A) REFERE.
B) DIZ.
C) PODE.
D) DIRIAM.
E) MOSTRA.
Questão 25
Assinale a alternativa que contém palavras formadas apenas pelo processo de derivação.
A) unidades-mega / unidades-macro / quaisquer.
B) enunciativo / pluralidade / conviver.
C) verbete / incluindo / discursiva.
D) linguística / filologia / literatura.
E) antagonismo / comunicacional / fraseologia.
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Questão 26

Uma página da internet mostra fotos de letreiros luminosos com avisos. Pesquisando o emprego de acento de crase, um
estudante de Letras selecionou cinco dessas imagens e levou-as para seu professor. Apenas um dos avisos, porém, estava
correto quanto ao uso do acento. Qual?

A) BEM-VINDO À TERESINA.
B) SAÍDA À 500m.
C) ASFALTO À FRIO.
D) VEÍCULO À DERIVA.
E) PEDÁGIO À PAGAR.
Questão 27

Fonte: http://www.fotosface.com.br/charges-engracadas_3.html

A associação entre palavras pode ser feita a partir de ligações de sentido, mas também pode acontecer por razões
puramente formais ou até por uma combinação entre forma e significado. A charge acima estabelece entre o verbo “ter” (dito
pelo médico) e o verbo “possuir” (entendido pelo paciente) uma associação
A) morfo-lexical.
B) sintático-semântica.
C) semântico-conceitual.
D) léxico-estilística.
E) morfossintática.
Questão 28
Assinale a alternativa que contém frase com desvio na flexão da forma verbal.
A) Ainda que eles reouvessem seus pertences, o prejuízo seria enorme.
B) Eles pediram que nós aduzíssemos aas informações mais relevantes.
C) Na próxima eleição, espero que vocês elejam os melhores candidatos.
D) Comprei um produto perfeito para que vocês pulam meu carro.
E) Quando o seu advogado interpor esse recurso, o prazo já terá expirado.
Questão 29
No sintagma “flores ornamentais” há uma hiperonímia em relação às seguintes palavras:
A) jarro / jarra / vaso.
B) cores / amores / penhores.
C) saltos / peças / peixes.
D) tulipa / rosa / margarida.
E) quadro / pintura / escultura.
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Questão 30
O leitor do jornal manda uma pergunta para o consultor do Imposto de Renda. O jornal a publica na forma do discurso direto:
“Fui demitido e recebi FGTS e seguro-desemprego. A Caixa tem de me enviar informes desses créditos?” (Folha de S.Paulo:
22/03/2014, M2, p. 4)
A transposição de uma frase do discurso indireto para o discurso direto (ou vice-versa) obedece a certos princípios lógico-
sintáticos. Caso o jornal colocasse a pergunta do leitor na forma do discurso indireto, qual seria a correta equivalência?
A) O leitor diz que foi demitido e recebeu FGTS e seguro-desemprego e pergunta se a Caixa tem de lhe enviar informes
desses créditos.
B) O leitor diz que o demitiram e que recebeu FGTS e seguro-desemprego, pergunta ainda se a Caixa tem de enviar-lhe
informes daqueles créditos.
C) O leitor diz que se demitiu, tendo recebido FGTS e seguro-desemprego, e quer saber se a Caixa tem de enviar-lhe
informes dos créditos.
D) O leitor diz que a Caixa o demitiu, recebendo FGTS e seguro-desemprego, e quer saber se a Caixa tem de lhe enviar
informes desses créditos.
E) O leitor diz que o demitiram e que recebeu FGTS e seguro-desemprego e pergunta se a Caixa tem de enviar-lhe informes
daqueles créditos.
Questão 31
Querendo impressionar seu interlocutor, a quem devia muitos favores, o empresário preparou um discurso de elogio, dizendo
de pronto que não havia divergência entre ele e seu “padrinho”. Entretanto, por não saber empregar as palavras com
propriedade, acabou usando uma frase que quase “estremeceu” a relação. A frase equivocada foi esta:
A) Meu grande amigo, quero hoje destacar suas ações, pois elas vêm de encontro às minhas ideias sobre vida pública.
B) Senhoras e senhores, estou aqui para dizer que nós dois comungamos as mesmas lições de honestidade.
C) Quero compartilhar com todos a minha alegria de poder trabalhar pelo bem do povo ao lado de um homem de bem.
D) Meus amigos, estou ao lado de um ser humano de grande visão e espírito público, a quem procuro imitar.
E) Meus caros, estou aqui irmanado com uma pessoa de índole inatacável, em quem me espelho no meu cotidiano.
Questão 32

A foto acima está contextualizada pela informação seguinte: “O corso de Teresina é a principal manifestação carnavalesca da
capital piauiense. Segundo o Diário do Povo do Piauí (10/02/2013), em 2013 o evento reuniu pelo menos 300 mil pessoas.”
Ao buscar um título para organizar a matéria do jornal, o editor-chefe recebeu cinco sugestões. Assinale a única que não
serviria para intitular coerentemente a foto e o contexto.
A) Cidade recebe com festa seus campeões.
B) Multidão nas ruas.
C) Desfile emociona os foliões.
D) Corso é de novo um sucesso.
E) Povo feliz.
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Questão 33

“Língua é um sistema de signos convencionais usado pelos membros de uma mesma comunidade.” Essa afirmação se
refere à dicotomia
A) significante / significado.
B) sintagma / paradigma.
C) denotação / conotação.
D) langue / parole.
E) forma / substância.

Questão 34

O signo linguístico mantém determinadas relações com os outros signos linguísticos dentro do sistema. Mas essas relações
poderiam ser outras, pois não são necessárias, nem obrigatórias, nem motivadas. Essa afirmação se refere a que aspecto da
teoria linguística?
A) A linearidade do signo linguístico.
B) A arbitrariedade do signo linguístico.
C) A univocidade do signo linguístico.
D) A bipolaridade do signo linguístico.
E) A gramaticalidade do signo linguístico.

Questão 35

O desenvolvimento do Romantismo no Brasil pode ser melhor compreendido em conjunto com o processo de emancipação
política do país, que culminou com a Independência, em 1822. As ideias que dariam forma ao movimento ganham impulso a
partir de 1808, quando a família real portuguesa se instala no Rio de Janeiro, declara a cidade a nova sede da monarquia e
promove melhorias que transformam o Rio em importante centro urbano. A fundação de institutos de ensino, bibliotecas,
casas tipográficas e, principalmente, de órgãos de imprensa contribuiu para agilizar a circulação de informações e a
fermentação de idEias no país.
(Fonte: Enciclopédia da Literatura Brasileira – verbete: ROMANTISMO)
Sobre o Romantismo brasileiro é incorreto afirmar que ele
A) tem traços próprios, como a valorização da figura literária do índio.
B) é uma derivação do Romantismo europeu e recebe influência de escritores ingleses, alemães e franceses.
C) pode ser visto como uma rejeição aos princípios de equilíbrio, ordem e racionalidade do Arcadismo.
D) mostra interesse pelas origens históricas e culturais da nação.
E) adota os princípios racionalistas e iluministas como modelo de construção literária.

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Questão 36
“Nasci em um tempo em que a maioria dos jovens haviam perdido a crença em Deus, pela mesma razão que os seus
maiores a haviam tido - sem saber porquê. E então, porque o espírito humano tende naturalmente para criticar porque sente, e
não porque pensa, a maioria desses jovens escolheu a Humanidade para sucedâneo de Deus. Pertenço, porém, àquela espécie
de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem, nem vêem só a multidão de que são, senão também os
grandes espaços que há ao lado. Por isso nem abandonei Deus tão amplamente como eles, nem aceitei nunca a Humanidade.
Considerei que Deus, sendo improvável, poderia ser, podendo pois dever ser adorado; mas que a Humanidade, sendo uma
mera ideia biológica, e não significando mais que a espécie animal humana, não era mais digna de adoração do que qualquer
outra espécie animal.”
O trecho acima é de autoria daquele que é considerado pela crítica “o mais universal dos poetas portugueses”, tendo sido
incluído por Harold Bloom no cânone dos 26 principais escritores da literatura universal. O nome desse escritor é
A) José Saramago.
B) Luís de Camões.
C) Antero de Quental.
D) Fernando Pessoa.
E) Almeida Garrett.

Questão 37

Assim como Xanana Gusmão, poeta timorense que militou na guerrilha de esquerda, e Luandino Vieira, que combateu nas
fileiras da MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) durante a Guerra Colonial de Angola, Mia Couto
posicionou-se politicamente integrando os quadros da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), movimento de
guerrilha anticolonial de inspiração marxista que se transforma em partido oficial depois da independência, em 1975. Foi
atendendo às orientações da FRELIMO que Mia Couto abandonou o curso de medicina e ingressou no jornalismo.
Desencantado com o jornalismo, estudou biologia e dedicou-se à literatura, onde não abandonou suas posições políticas. Seu
engajamento é com a cultura do sudeste africano e com a divulgação da luta do povo moçambicano pela sobrevivência e na
construção de uma nação. É também uma denúncia, como quando fala o personagem Tuahir (do livro Terra Sonâmbula):

A) “Foi o que fez esta guerra: agora todos estamos sozinhos, mortos e vivos. Agora já não há país.”
B) “Nas estreitas ruas do regresso reina um cheiro a peixe frito e há um desfiar de televisores pela janelas abertas.”
C) “Suspirou fundo, feliz: dali, debaixo de uma Lua que parecia fazer parte da própria terra, via a sua luz derramada
sobre a lagoa.”
D) “Já tinha anoitecido quando a diligência entrou na Ponte ao trote esgalgado dos seus magros cavalos brancos, e veio
parar ao pé do chafariz.”
E) “As louças de barro são as que mais geralmente vão à mesa do pobre e mais facilmente se partem.”

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Questão 38

Ao aparecer o Primo Basílio, de Eça de Queirós, Machado de Assis, que cultivava também a crítica literária, escreveu um
estudo precioso. Essa crítica de Machado a um dos livros mais famosos de nossa língua foi publicada em 1878, em três
números da revista “O Cruzeiro”, que naquela época se editava entre nós. Numa das passagens, Machado analisa um outro
romance de Eça de Queirós e faz referência ao rigor do escritor português na observação do estilo realista, escrevendo:
Ora bem, compreende-se a ruidosa aceitação do Crime do Padre Amaro. Era realismo implacável, consequente, lógico, levado
à puerilidade e à obscuridade. Víamos aparecer na nossa língua um realista sem rebuço, sem atenuações, sem melindres,
resoluto a vibrar o camartelo no mármore da outra escola, que aos olhos do sr. Eça de Queiroz parecia uma simples ruína, uma
tradição acabada. Não se conhecia no nosso idioma aquela reprodução fotográfica e servil das coisas mínimas e ignóbeis. Pela
primeira vez, aparecia um livro em que o escuso e o – digamos o próprio termo, pois tratamos de repelir a doutrina, não o
talento, e menos o homem – em que o escuso e o torpe eram tratados com um carinho minucioso e relacionados com uma
exação de inventário.
Fonte: Letras Brasileiras, tomo I. Rio de Janeiro: A Noite, agosto de 1943, p. 60-69.

Assinale a alternativa que transcreve o trecho que, dando continuidade à passagem acima, mantém a crítica ao rigor de Eça
quanto aos ditames da chamada “escola realista”.
A) O próprio Crime do Padre Amaro é imitação do romance de Zola La faute de l'abbé Mouret. Situação análoga; iguais
tendências; diferença do meio; diferença do desenlace; idêntico estilo; algumas reminiscências, como no capítulo da
missa, e outros; enfim, o mesmo título. Quem os leu a ambos, não contestou de certo a originalidade do sr. Eça de
Queiroz, porque ele a tinha, e tem, e a manifesta de modo afirmativo; creio até que essa mesma originalidade deu motivo
ao maior defeito na concepção do Crime do Padre Amaro.
B) Vejamos o que é O Primo Basílio e comecemos por uma palavra que há nele. Um dos personagens, Sebastião, conta a
outro o caso de Basílio, que, tendo namorado Luíza em solteira, estivera para casar com ela; mas falindo o pai, veio para
o Brasil, donde escreveu desfazendo o casamento. – Mas é a Eugênia Grandet! exclama o outro. O sr. Eça de Queiroz
incumbiu-se de nos dar o fio da sua concepção.
C) Casada com Jorge, faz este uma viagem ao Alentejo, ficando ela sozinha em Lisboa; aparece-lhe o Primo Basílio, que a
amou em solteira. Ela já o não ama; quando leu a notícia da chegada dele, doze dias antes, ficou muito “admirada”,
depois foi cuidar dos coletes do marido. Agora que o vê, começa por ficar nervosa; ele lhe fala das viagens, do patriarca
de Jerusalém, do papa, das luvas de oito botões, de um rosário e dos namoros de outro tempo; diz-lhe que estimara ter
vindo justamente na ocasião de estar o marido ausente.
D) Se o autor, visto que o realismo também inculca vocação social e apostólica, intentou dar no seu romance algum
ensinamento ou demonstrar com ele alguma tese, força é confessar que o não conseguiu, a menos de supor que a tese ou
ensinamento seja isto: – A boa escolha dos fâmulos é uma condição de paz no adultério. A um escritor esclarecido e de boa
fé, como o sr. Eça de Queiroz, não seria lícito contestar que, por mais singular que pareça a conclusão, não há outra no seu
livro.
E) A gente de gosto leu com prazer alguns quadros, excelentemente acabados, em que o sr. Eça de Queiroz esquecia por
minutos as preocupações da escola; e, ainda nos quadros que lhe destoavam, achou mais de um rasgo feliz, mais de uma
expressão verdadeira; a maioria, porém, atirou-se ao inventário. Pois que havia de fazer a maioria, senão admirar a
fidelidade de um autor que não esquece nada e não oculta nada? Porque a nova poética é isto, e só chegará à perfeição no
dia em que nos disser o número exato dos fios de que se compõe um lenço de cambraia ou um esfregão de cozinha.

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As questões 39 e 40 tomarão por base o seguinte texto:

O motoqueiro ronda a rotina


das ruas da velocidade.
O capacete no braço
fumaça no ar
o broto na garupa
fumaça no ar
a emoção em duas rodas
fumaça no ar.
A pressa da cidade voa
e o passeio devora a hora
quando os corpos na calçada
recolhem-se para o silêncio.
O motoqueiro ronda a rotina
e desmonta a noite
na porta do céu.
(Dilson Lages Monteiro. “Velocidade Máxima”. In: Ares e Lares de Amores Tantos.
Teresina: Entretextos, 2014, p. 59)
Questão 39
Assinale a alternativa que contém um comentário incorreto a respeito do poema.
A) Na primeira estrofe, o poeta emprega uma aliteração expressiva de valor alegórico.
B) Na segunda estrofe, predomina o teor descritivo com traços de subjetividade.
C) Na terceira estrofe, há metáforas e metonímias que configuram o cenário final do poema.
D) Na quarta estrofe, a repetição do verso inicial representa a retomada do ciclo da vida.
E) A reiteração de que há fumaça no ar enfatiza o teor denotativo e conotativo da palavra fumaça.
Questão 40
Uma característica formal das poesias modernas que está presente nesse poema é

A) a preocupação com a métrica e o ritmo.


B) o uso do verso livre.
C) a temática do cotidiano.
D) a supressão das marcas sintáticas de pontuação.
E) o mal do século.

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