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Se é verdade que a burguesia aumentou seus lucros no Brasil com a convergência das
políticas neodesenvolvimentistas do PT – cuja principal característica foi o uso
dos recursos públicos para alavancar o capital privado – com um cenário
internacional favorável (ao menos, até a crise econômica de 2008), esse aumento não
seria possível sem o crescimento das formas de exploração e opressão sobre a classe
trabalhadora. Esse processo de desenvolvimento capitalista apoiado pelo PT, nos
dizeres do Banco Mundial um “Neoliberalismo Inclusivo”, gerou a superexploração das
trabalhadoras e trabalhadores, num contexto de péssimas condições de moradia,
transporte, saúde, educação e violência. Nesse período também não foi revertido o
encarceramento em massa e o genocídio do povo negro e favelado, massacrado pelo
Estado, grupos paramilitares e facções criminosas. No campo, os massacres
continuaram contra camponeses e trabalhadores rurais, quilombolas e indígenas.
Afinal, a destruição das vidas das mulheres e homens do povo é fundamental para
manter a superexploração, pela aceitação de trabalhos precários e baixos salários,
e conter a revolta e a insurgência.
A militância nas favelas, periferias e no campo é de extremo risco para aqueles que
estão publicamente de frente. São corpos marcados para morrer, como um aviso para o
povo aceitar a exploração imposta pelas classes dominantes do Estado e do Capital.
Não por acaso o único condenado de 2013 no Rio de Janeiro é um jovem negro, Rafael
Braga, e não por acaso assassinaram a vereadora do PSOL Marielle Franco. A lista
das execuções é enorme: Oziel Terena, Cleomar Rodrigues, José Claudio Ribeiro da
Silva, Maria do Espírito Santo da Silva, Irmã Dorothy, Zé Maria do Tomé, Elias
Francisco Santos da Silva, Paulo Justino e tantos outros.
Do ponto de vista militar tivemos uma série de medidas que fortaleceram as Forças
Armadas. Sob os governos de Lula (2003-2010), foram um dos setores mais
privilegiados. Podemos citar o fortalecimento do complexo industrial-militar em São
José dos Campos-SP e outros pontos, mas a questão do Haiti é, sem dúvidas,
fundamental. Sob o governo petista, as forças armadas lideraram a ocupação do Haiti
durante 13 anos, conferindo aos militares brasileiros um excepcional treinamento de
contrainsurgência em área urbana, experiência que os golpistas de 1964 não tiveram.
Tal experiência foi fundamental para as intervenções militares nas favelas via
assinaturas de decretos de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), cuja insegurança
jurídica das décadas de 1990 foram superadas pelos governos petistas.
Assegurado pelas Forças Armadas e pelo Judiciário, Michel Temer/MDB foi empossado
presidente com uma agenda político-econômica ultraliberal, a Ponte para o Futuro, e
de rompimento com a política externa Sul-Sul. Não por acaso uma série de militares
foram alçados a primeiro escalão no governo Temer, entre eles o Ministro da Defesa,
general Joaquim Silva e Luna, sendo a pela primeira vez desde a redemocratização
que um militar ocupa esse ministério.
Pela primeira vez na história, tropas dos Estados Unidos participam de um exercício
militar, AmaxonLog, no município Tabatinga, situado na margem esquerda do rio
Solimões, na tríplice fronteira entre Peru, Brasil e Colômbia. O chefe do Comando
Sul, Clarence K.K. Chinn, foi condecorado em Brasília com a Medalha do Mérito
Militar e visitou as instalações do Comando Militar da Amazônia, onde foram
realizados os exercícios do AmazonLog.
O aparato jurídico repressor, que já contava com a manutenção da LSN, com segurança
jurídica das GLOs e com a Lei Antiterrorismo (último ato de Dilma como presidenta),
foi incrementado com intervenções militares contra manifestações (utilizada durante
a Greve Geral de abril de 2017) e para a intervenção nos Estados (primeiro durante
a greve da PM do Espírito Santo e depois no Rio de Janeiro durante todo o ano de
2018) e com decreto de lei 9.527/2018, que estabelece o combate ao crime organizado
por meio de uma força-tarefa de inteligência. Esse decreto foi uma vitória dos
militares, pois coloca o general Ministro da Defesa como responsável pela
coordenação das ações do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República (GSI), da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), dos centros das
Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), do Departamento de Polícia
Federal, do sistema penitenciário e da Receita.
Alimentado por uma cultura neoliberal e por uma série de fundações (Estudantes pela
Liberdade, Atlas Networking, MBL) e grupos econômicos (Irmãos Koch, Fundação
Lemann), o movimento contra o PT caminhou mais e mais para a direita. Assim, o
capitão da reserva Jair Bolsonaro, há mais de 25 anos no baixo clero da política,
surge como candidato antissistema pelo PSL. Com seu discurso moralista reacionário
atraiu o apoio dos pastores evangélicos e do clero católico e conseguiu fechar o
acordo de apoio dos comandantes das Forças Armadas definindo o General Mourão como
seu vice. O apoio das frações burguesas começou a se ampliar principalmente com a
adesão de Paulo Guedes, da Bozanno Investimentos, responsável pela agenda
ultraliberal de sua campanha.
A candidatura Bolsonaro foi vendida como “outsider” e antissistema, mas suas bases
de sustentação estão totalmente estabelecidas entre os setores da “velha política”,
quer dizer, os poderosos de sempre. As mudanças no bloco no poder, substituição
pelo bloco de conciliação de classe tendo o PT na Presidência, agora é substituído
por um bloco ultraliberal, teológico e militarismo. A eleição de Bolsonaro
acompanha uma série de vitórias recentes da extrema direita: Donald Trump nos EUA,
Rodrigo Roa Duterte nas Filipinas, Recep Tayyip Erdoğan na Turquia, Viktor Orbán na
Hungria, Matteo Salvini que é vice-primeiro-ministro da Itália, Mauricio Macri na
Argentina, Sebastián Piñera no Chile e Iván Duque na Colômbia. Portanto, temos
elementos suficientes para considerar que o capital imperialista lança mão dos
governos de extrema direita/proto-fascistas para avançar sobre os direitos e os
recursos dos povos.
A ala militar que hoje ascende ao poder executivo representa o setor que, ao final
da Ditadura Empresarial-Militar, foi contrário ao projeto elaborado por Geisel e
Golbery que propunha a abertura lenta, gradual e segura do regime e que originou a
Anistia Geral e Irrestrita. Essa política possibilitou o controle do processo de
abertura, a tutela militar sobre a promulgação da Constituição de 1988 (que manteve
a Lei de Segurança Nacional) e manteve as Forças Armadas intocadas pelos sucessivos
governos civis. Em defesa de posição oposta, o presidente eleito, seu vice e a
maioria do alto-comando do exército foram todos formados na Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN) no final dos anos 1970. Isso significa que representam
pensamento da caserna, da doutrina anticomunista e da subserviência aos EUA do
período da Guerra Fria. Portanto, a vitória de Bolsonaro é a vitória dos porões da
Ditadura Empresarial-Militar.
https://uniaoanarquista.wordpress.com/2019/01/02/a-miseria-da-socialdemocraciaA
vitória da chapa Bolsonaro-Mourão (PSL/PRTB) significa o avanço do militarismo, do
teologismo e do ultraliberalismo na estrutura de poder do Governo Federal.
Se é verdade que a burguesia aumentou seus lucros no Brasil com a convergência das
políticas neodesenvolvimentistas do PT – cuja principal característica foi o uso
dos recursos públicos para alavancar o capital privado – com um cenário
internacional favorável (ao menos, até a crise econômica de 2008), esse aumento não
seria possível sem o crescimento das formas de exploração e opressão sobre a classe
trabalhadora. Esse processo de desenvolvimento capitalista apoiado pelo PT, nos
dizeres do Banco Mundial um “Neoliberalismo Inclusivo”, gerou a superexploração das
trabalhadoras e trabalhadores, num contexto de péssimas condições de moradia,
transporte, saúde, educação e violência. Nesse período também não foi revertido o
encarceramento em massa e o genocídio do povo negro e favelado, massacrado pelo
Estado, grupos paramilitares e facções criminosas. No campo, os massacres
continuaram contra camponeses e trabalhadores rurais, quilombolas e indígenas.
Afinal, a destruição das vidas das mulheres e homens do povo é fundamental para
manter a superexploração, pela aceitação de trabalhos precários e baixos salários,
e conter a revolta e a insurgência.
A militância nas favelas, periferias e no campo é de extremo risco para aqueles que
estão publicamente de frente. São corpos marcados para morrer, como um aviso para o
povo aceitar a exploração imposta pelas classes dominantes do Estado e do Capital.
Não por acaso o único condenado de 2013 no Rio de Janeiro é um jovem negro, Rafael
Braga, e não por acaso assassinaram a vereadora do PSOL Marielle Franco. A lista
das execuções é enorme: Oziel Terena, Cleomar Rodrigues, José Claudio Ribeiro da
Silva, Maria do Espírito Santo da Silva, Irmã Dorothy, Zé Maria do Tomé, Elias
Francisco Santos da Silva, Paulo Justino e tantos outros.
Do ponto de vista militar tivemos uma série de medidas que fortaleceram as Forças
Armadas. Sob os governos de Lula (2003-2010), foram um dos setores mais
privilegiados. Podemos citar o fortalecimento do complexo industrial-militar em São
José dos Campos-SP e outros pontos, mas a questão do Haiti é, sem dúvidas,
fundamental. Sob o governo petista, as forças armadas lideraram a ocupação do Haiti
durante 13 anos, conferindo aos militares brasileiros um excepcional treinamento de
contrainsurgência em área urbana, experiência que os golpistas de 1964 não tiveram.
Tal experiência foi fundamental para as intervenções militares nas favelas via
assinaturas de decretos de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), cuja insegurança
jurídica das décadas de 1990 foram superadas pelos governos petistas.
Assegurado pelas Forças Armadas e pelo Judiciário, Michel Temer/MDB foi empossado
presidente com uma agenda político-econômica ultraliberal, a Ponte para o Futuro, e
de rompimento com a política externa Sul-Sul. Não por acaso uma série de militares
foram alçados a primeiro escalão no governo Temer, entre eles o Ministro da Defesa,
general Joaquim Silva e Luna, sendo a pela primeira vez desde a redemocratização
que um militar ocupa esse ministério.
Pela primeira vez na história, tropas dos Estados Unidos participam de um exercício
militar, AmaxonLog, no município Tabatinga, situado na margem esquerda do rio
Solimões, na tríplice fronteira entre Peru, Brasil e Colômbia. O chefe do Comando
Sul, Clarence K.K. Chinn, foi condecorado em Brasília com a Medalha do Mérito
Militar e visitou as instalações do Comando Militar da Amazônia, onde foram
realizados os exercícios do AmazonLog.
O aparato jurídico repressor, que já contava com a manutenção da LSN, com segurança
jurídica das GLOs e com a Lei Antiterrorismo (último ato de Dilma como presidenta),
foi incrementado com intervenções militares contra manifestações (utilizada durante
a Greve Geral de abril de 2017) e para a intervenção nos Estados (primeiro durante
a greve da PM do Espírito Santo e depois no Rio de Janeiro durante todo o ano de
2018) e com decreto de lei 9.527/2018, que estabelece o combate ao crime organizado
por meio de uma força-tarefa de inteligência. Esse decreto foi uma vitória dos
militares, pois coloca o general Ministro da Defesa como responsável pela
coordenação das ações do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República (GSI), da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), dos centros das
Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), do Departamento de Polícia
Federal, do sistema penitenciário e da Receita.
Alimentado por uma cultura neoliberal e por uma série de fundações (Estudantes pela
Liberdade, Atlas Networking, MBL) e grupos econômicos (Irmãos Koch, Fundação
Lemann), o movimento contra o PT caminhou mais e mais para a direita. Assim, o
capitão da reserva Jair Bolsonaro, há mais de 25 anos no baixo clero da política,
surge como candidato antissistema pelo PSL. Com seu discurso moralista reacionário
atraiu o apoio dos pastores evangélicos e do clero católico e conseguiu fechar o
acordo de apoio dos comandantes das Forças Armadas definindo o General Mourão como
seu vice. O apoio das frações burguesas começou a se ampliar principalmente com a
adesão de Paulo Guedes, da Bozanno Investimentos, responsável pela agenda
ultraliberal de sua campanha.
A candidatura Bolsonaro foi vendida como “outsider” e antissistema, mas suas bases
de sustentação estão totalmente estabelecidas entre os setores da “velha política”,
quer dizer, os poderosos de sempre. As mudanças no bloco no poder, substituição
pelo bloco de conciliação de classe tendo o PT na Presidência, agora é substituído
por um bloco ultraliberal, teológico e militarismo. A eleição de Bolsonaro
acompanha uma série de vitórias recentes da extrema direita: Donald Trump nos EUA,
Rodrigo Roa Duterte nas Filipinas, Recep Tayyip Erdoğan na Turquia, Viktor Orbán na
Hungria, Matteo Salvini que é vice-primeiro-ministro da Itália, Mauricio Macri na
Argentina, Sebastián Piñera no Chile e Iván Duque na Colômbia. Portanto, temos
elementos suficientes para considerar que o capital imperialista lança mão dos
governos de extrema direita/proto-fascistas para avançar sobre os direitos e os
recursos dos povos.
A ala militar que hoje ascende ao poder executivo representa o setor que, ao final
da Ditadura Empresarial-Militar, foi contrário ao projeto elaborado por Geisel e
Golbery que propunha a abertura lenta, gradual e segura do regime e que originou a
Anistia Geral e Irrestrita. Essa política possibilitou o controle do processo de
abertura, a tutela militar sobre a promulgação da Constituição de 1988 (que manteve
a Lei de Segurança Nacional) e manteve as Forças Armadas intocadas pelos sucessivos
governos civis. Em defesa de posição oposta, o presidente eleito, seu vice e a
maioria do alto-comando do exército foram todos formados na Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN) no final dos anos 1970. Isso significa que representam
pensamento da caserna, da doutrina anticomunista e da subserviência aos EUA do
período da Guerra Fria. Portanto, a vitória de Bolsonaro é a vitória dos porões da
Ditadura Empresarial-Militar.
https://uniaoanarquista.wordpress.com/2019/01/02/a-miseria-da-socialdemocracia-e-a-
ascensao-do-fascismo-no-brasil/-e-a-ascensao-do-fascismo-no-brasil/