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O Sapateiro de Görlitz não anuncia abstrações frias e mortas de Teólogos. Fala de um Parto,
um Engendramento. Fala do Abismo da Divindade, dos Arquétipos Regentes da Alma do Mundo.
Arquétipos que assinam os planetas, feras, plantas, pedras, metais e estrelas. Não fala de um Criador
separado e apartado de sua Criação, mas de uma verdadeira Divindade, uma Aurora Nascente que
irrompe e se revela em todas as coisas e todos os seres – árvores, rios, bosques; na profundeza dos
oceanos, na altitude das cordilheiras; no Sol, na Lua e na Sabedoria das estações. Seu Deus não é
um fantasma teológico. Antes, se assemelha ao Um de Plotino, ou o Abismo de Mestre Eckhart; a
Anima Mundi de Ficino e O Ilimitado dos Cabalistas.
"[...]o Homem Original fragmentou-se e, desde então, saindo de sua unidade original e
eterna, ele modalizou-se, passando da unidade ao número, multiplicando-se através da noite
dos tempos, distanciando-se cada vez mais de sua fonte e de sua pureza. E o espírito,
dardando na imensidão do espaço, como uma centelha que se desprende de um braseiro
infinito, perdeu-se nesse caleidoscópio multiforme e desceu até a materialização. E, nessa
descida, nessa involução progressiva, ele veio modalizando-se e vestindo-se pouco a pouco de
matérias espargidas ao longo dessa trajetória imensa, para, ao longo de sua queda gigantesca,
sentirse animalizado e grotesco, sujeito à Roda Fatal do Destino inexorável das próprias
"vestes" que escondiam a vergonha de sua culpa.[...]"
Chrystian Revelles
C.R+
https://vimeo.com/ondemand/boehme