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Mó dulo 7- Fernando
Pessoa
[Escreva o subtítulo do documento]
Pessoa criou uma breve biografia para cada um dos seus heterónimos, como
comprova a carta dirigida a Adolfo Casais Monteiro.
A partir da carta dirigida a Adolfo Casais Monteiro, Fernando Pessoa explica como
criou o heterónimo, na sequência de uma partida a Sá-Carneiro e num momento de
inspiração escreveu cerca de trinta poemas a fio, e logo sentiu o aparecimento em si
de uma nova personalidade, de uma nova identidade: Alberto Caeiro. Que em seguida
descreve como um homem cuja vida foi vivida toda no campo e não na cidade. Não
tem profissão, apenas fez a sua instrução primária, fica órfão de pais muito jovem e
vive com uma velha tia-avó, de pequenos rendimentos.
Biografia de Alberto Caeiro
Alberto Caeiro foi criado por Fernando Pessoa no dia 8 de março de 1914. Através da
carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro é possível construir uma pequena
biografia de Alberto Caeiro. Segundo Pessoa Caeiro nasceu a 16 de abril de 1889 “em
Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no Ribatejo, na quinta da sua tia-avó, pois os
seus pais cedo faleceram. Foi no Ribatejo que escreveu numa única noite e a fio, um
conjunto de poemas aos quais deu o titulo de “O Guardador de Rebanhos”, também
“O pastor amoroso” foi escrito no Ribatejo.
Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária, vivia de
pequenos rendimentos. De regresso a Lisboa escreveu poemas inconjuntos. Foi na
capital que, em 1915, com apenas 26 anos, morreu tuberculoso.
Fisicamente Caeiro era de estatura média, cara rapada, loiro quase sem cor e de
olhos azuis, é descrito como uma pessoa frágil apesar de não o aparentar.
Caeiro faz uma poesia da natureza, uma poesia dos sentidos, das sensações puras e
simples. Foi por isso que procurou, na serra, sentir as coisas simples da vida com
maior intensidade.
Alberto Caeiro
atitude antilírica;
atenção à eterna novidade do mundo;
poeta da Natureza;
Sensacionismo:
Antimetafísico:
Painteísmo naturalista:
Estilo
Estilo discursivo.
Pendor argumentativo.
Transformação do abstrato no concreto, frequentemente através da
comparação.
Predomínio do substantivo concreto sobre o adjetivo.
Linguagem simples e familiar.
Liberdade estrófica e métrica e ausência de rima.
Predomínio do Presente do Indicativo.
Raro uso de metáforas.
Poema “O guardador de rebanhos”
O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seriam iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?
.
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.
Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
Análise do Poema:
“o que nós vemos das cousas são as cousas” assim se inicia o poema, desta forma
Caeiro explica que as coisas são como as vemos e nada mais para além disso, pois
segundo a filosofia do “Mestre” querer ver para além das coisas, raciocinando, é iludir-
se.
Este poema procura ensinar o leitor a “pensar em a pensar” o real.
Nos versos 5 e 6 “O essencial é saber ver, Saber ver sem estar a pensar”, o poeta diz-
nos que o essencial é ter consciência de sentir(saber) sem raciocinar(pensar).
No 10º verso o poeta anti metafórico contempla-nos com a metáfora “…Alma vestida”
em que o eu poético lamenta o peso dos nossos ensinamentos e convicções que, tal
como uma roupa vestida, protegem a nossa alma e impossibilitam a visão das coisas
tal como elas o são. Caeiro dá ênfase à naturalidade e espontaneidade excluindo o
excesso de reflexão e pensamento. A roupa e tudo o que nos cobre os olhos e os
sentidos, são imposições culturais, filosóficas e religiosas que nos impossibilitam de
ver a realidade
como ela é.
Nos três
últimos versos, as
estrelas e as flores
são como que
uma expressão
de fuga para a
simplicidade da Natureza, aqui mais uma vez está implícito a simplicidade das coisas
elas são o que os olhos veem, são apenas elas mesmas
O paradoxo: “uma aprendizagem de desaprender” diz respeito à libertação peso da
metafísica em que foi tradicionalmente formado. Trata-se de um novo processo de
aprendizagem que pressupõe a libertação de todas as convicções e pensamentos
adquiridos. Paradoxalmente, para aprender é preciso abandonar as formas e
conteúdos pré-impostos e pré-concebidos, pensando menos para libertar-se de tudo o
que possa alterar a captação da realidade.
Conclusão
Falar sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos é se referir ao poeta que soube
cantar na poesia a insustentável leveza do ser diante de algo que, ainda hoje, é
inexplicável, mas que o maior poeta português de todos os tempos, na minha opinião,
passou a vida toda tentando nos mostrar com seus poemas e sua prosa poética, uma
obra nunca acaba, embora sempre pronta para receber novas gerações de espíritos
apaixonados pelo fazer poético.
Alberto Caeiro tinha como principal característica o sensorial: o mundo dava-se pela
experiência dos sentidos, por isso recusava-se a pensar. Era os mais filosofo entre os
personagens de Fernando Pessoa. Olhar sereno e primitivo, cultivava também o carpe
diem. Explora antíteses, a desconstrução racional e verso e destaca-se pelo conteúdo
complexo (filosófico).
Webgrafia
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