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MÓDULO 01_EDUCAÇÃO PARA AUTOCUIDADO

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 1
DIREÇÃO
Jones Braghirolli Menna Barreto

AUTOR
Centro Educacional Menna Barreto

COORDENAÇÃO
Celso Teixeira

SUPERVISÃO DE CONTEÚDO
Dalva Prata
Mileni Rodrigues D. Campos
Margareth Lavorati

REVISÃO
Izabela de Gracia Yabe
 
PROJETO GRÁFICO
Ana Maria Oleniki

DIAGRAMAÇÃO
João Pedro Lopes dos Santos

É vedada a reprodução total ou parcial


desta obra, ou tradução, assim como
fotocópias ou armazenamento de qualquer
tipo, sem prévia autorização por escrito
dos detentores dos sireitos autorais.
A reprodução total ou parcial constitui crime.
(Art. 184 do Cód. Penal e lei n°8635/93)

EDUCAÇÃO PARA
2 AUTOCUIDADO
Sumário

1. Fundamentos de Higiene, Nutrição e Profilaxia 5

2. Saneamento Básico e o Meio 43

3. Métodos de Planejamento Familiar e Prevenção


55
de Doenças Sexualmente Transmissíveis

4. Ações de Prevenção e Controle de Doenças


59
Infectocontagiosas e/ou Crônicas

5. As Organizações Sociais e a Comunidade 62

6. Os Riscos do Tabagismo, Elitismo,


Toxicomanias e Automedicação 64

7. Métodos Contraceptivos:
Tipos, Indicações e Uso 78
Módulo 1_01

Referências Bibliográficas 90
EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 3
1
1. FUNDAMENTOS DE HIGIENE, NUTRIÇÃO E PROFILAXIA

Fundamentos
de HIGIENE, NUTRIÇÃO
e PROFILAXIA
VOLTAR AO SUMÁRIO

O autocuidado Dorothea Elizabete Orem nasceu em 1914, em Baltimore,


foi mencionado Maryland, EUA, formando-se em 1930, recebendo o título de
pela primeira Bacharel em Ciências e Educação de Enfermagem em 1939
vez, no campo da e Mestre em Ciências em Educação em Enfermagem em
enfermagem, em 1945. Obteve Doutorado em Ciências em 1945 e novamente
1958, quando a em 1980 e 1988; Nomeada Membro Honorário da Academia
Enfermeira Dorothea Americana de Enfermagem em 1992. Continua a trabalhar
como consultora de enfermagem e a desenvolver sua teoria
Elizabeth Orem
de enfermagem.
passou a refletir
Desenvolveu sua teoria do autocuidado, que consiste,
acerca do por
basicamente, na ideia de que os indivíduos, quando capazes,
que os indivíduos
devem cuidar de si mesmos. Quando existe a incapacidade,
necessitam de auxílio
entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidar.
da enfermagem e
Para as crianças, esses cuidados são necessários mediante
podem ser ajudados
incapacidade dos pais e/ou responsáveis interferirem neste
pela mesma processo (GEORGE, 2000).
(SILVA, 2009).
A primeira publicação deste conceito deu-se em 1959.
Em 1971, publicou Nursing: Concepts of practice, com
repetidas edições em 1980, 1985 e 1991, define a intervenção
da enfermagem na ausência da capacidade de manter a
quantidade e qualidade do autocuidado, como terapêuticas
na sustentação da vida e da saúde, na recuperação da doença
ou da lesão ou no enfrentamento de seus efeitos.
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AUTOCUIDADO 5
Orem (ano) define que autocuidado é o desempenho ou a prática de atividades que os
indivíduos realizam em seu benefício para manter a vida, a saúde e o bem-estar. Vincula o
autocuidado a três categorias de requisitos, que são:
Universal
•• estão associados a processos de vida e à manutenção da integridade da estrutura e
funcionamentos humanos. Ex.: atividades cotidianas.

Desenvolvimento
•• são as expressões relacionadas aos processos de desenvolvimento, associados a
algum evento. Ex.: adaptação a um novo trabalho ou adaptação a mudanças físicas.

Desvio de saúde
•• é exigido em condições de doença, ferimento ou moléstia. Pode, ainda, ser conse-
quência de medidas médicas exigidas para diagnosticar e corrigir uma condição.

O cuidado de si somente é questionado ou valorizado e percebido como


essencial para o ser humano, a partir do momento em que as pessoas
tomam consciência do seu direito de viver e do estilo de vida que têm.
Visto que, no dia a dia, quando se encontram aparentemente bem e
saudáveis, não se dão a devida importância ao constante exercício do
cuidar de si. (CARRARO, 2003).

Um pouco antes de Orem, destaca-se, também, Virginia Henderson, Nascida em 1897,


em Kansas City. O interesse pela enfermagem surgiu durante a Primeira Guerra Mundial,
pois desejava prestar atendimento aos feridos e enfermos de guerra. Formou-se em 1921,
na Escola do Exército, concluindo seus estudos e mestrado em 1926. Ministrou cursos com
enfoque na Enfermagem Clínica, na área analítica, de 1930 a 1948, sendo indicada como
pesquisadora na Universidade de Yale, em 1953.
Henderson descreve a enfermagem, basicamente, como sendo o auxílio ao indivíduo
(em boas condições ou enfermo) na realização daquelas atividades que favorecem a saúde
ou a sua recuperação (ou morte tranquila), as quais deveriam ser colocadas em prática pela
própria pessoa, sozinha, caso tivesse a força, a vontade e o conhecimento necessários. Desta
forma, é de singular contribuição para a enfermagem, pois possibilita à pessoa tornar-se
independente desse auxílio, o mais breve possível. (GEORGE, 2000).
Henderson acreditava que uma ocupação que afeta a vida humana deve esquematizar
as suas funções, principalmente se for para ser encarada como profissão (GEORGE, 2000).
Henderson propõe 14 componentes do atendimento básico da enfermagem para
enriquecer sua definição:
•• Respirar normalmente;
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•• Comer e beber adequadamente;

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•• Eliminar resíduos orgânicos;
•• Movimentar-se e manter posturas desejáveis;
•• Dormir e descansar;
•• Selecionar roupas adequadas: vestir-se e despir-se;
•• Manter a temperatura corporal dentro da variação normal, adaptando a roupa e
modificando o ambiente;
•• Manter o corpo limpo e bem arrumado, proteger a pele;
•• Evitar os perigos ambientais e evitar ferir os outros;
•• Comunicar-se com os outros, expressando emoções, necessidades, medos ou opiniões;
•• Adorar de acordo com a própria fé;
•• Trabalhar de forma a ter uma sensação de realização;
•• Participar de variadas formas de recreação;
•• Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade que levam ao desenvolvimento e à
saúde normais, bem como usar os serviços de saúde disponíveis.

1.1 AUTOCUIDADO EM PROCESSO DE EVOLUÇÃO

FIGURA 1 _ O AUTOCUIDADO

Segundo Departamento de Atenção Básica (DAB) do Ministério da Saúde, o conceito


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de autocuidado consiste em olhar para si, observar e escolher ações e formas para cuidar
da sua saúde.
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O autocuidado permite às pessoas desempenharem, por si mesmas, as atividades que
visam à preservação da vida, da saúde, do desenvolvimento e do bem-estar. É a chave dos
cuidados de saúde e é visto como uma orientação subjacente à atividade da enfermagem,
tendo em vista de que se distingue de outras disciplinas.
Para melhorar a saúde é preciso pensar sobre seu estilo de vida atual e assumir hábitos
saudáveis, que podem ser em relação à alimentação, à atividade física, ao lazer ou a outras
mudanças que promovam o bem-estar e evitem o aparecimento ou as complicações oriundas
de algumas doenças.
Para que as pessoas possam se cuidar é preciso que estejam motivadas e informadas.
Essas orientações são, geralmente, realizadas pelas equipes de saúde.
Pode-se afirmar que, por meio das ações de autocuidado, são implementadas
intervenções de promoção da saúde, orientadas para a prática de cuidados de enfermagem,
que contemplam desde os cuidados de saúde primários, passando pelos serviços de
internamento, unidades de internamento de longa duração, até os serviços de reabilitação.
Essas intervenções visam informar as pessoas sobre a sua condição e tratamento, como,
também, formá-las acerca da automonitorização, perceção e identificação de mudanças na
funcionalidade, avaliar a severidade dessas mudanças e as opções para gerí-las, bem como
selecionar e desempenhar ações apropriadas.
Pode ser entendido, ainda, como o resultado do cuidado de enfermagem. Vários
fatores têm contribuído para isso, os quais dizem respeito à alteração dos padrões típicos
de doença; à mudança de foco na cura, dando mais importância à prevenção; à diminuição
do número de dias de internamento, quer pela diminuição do número de recursos, quer
pelas reduções impostas pelos custos; à maior necessidade de cuidados domiciliários; e, por
último, às pessoas estarem mais informadas sobre o papel delas na utilização das unidades
de saúde. Tais aspetos salientaram-se, sobretudo, em face das pessoas portadoras de doença
crônica, que para aceitarem a doença e as condições a ela associadas, necessitam aprender a
compreender a doença, a lidar com o tratamento preconizado, a reagir emocionalmente ao
ajustamento à doença e a reaprender a relacionar-se interpessoalmente nas suas atividades
de vida básicas e instrumentais.
Promover e manter o autocuidado, em pessoas portadoras de doença crônica, é papel
central da intervenção da enfermagem, tendo em vista de que a sua interação é constante
em qualquer que seja o contexto - hospitais, centros de saúde, ambulatório, cuidados
continuados e na comunidade.
A implementação de ações de autocuidado promove uma parceria entre o profissional
e pessoa/família, de modo que os últimos desenvolvam capacidades e conhecimentos
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para se adaptarem e procederem às tomadas de decisão informadas relativamente à sua
doença crônica.

Auto – “por si próprio, “de si mesmo”.


Cuidado – “atenção, responsabilidade”.

1.2 HIGIENE
Segundo Bueno (2002), higiene FIGURA 2 _ CUIDADOS PESSOAIS
é a parte da medicina que ensina
a conservar a saúde individual e da
comunidade, limpeza e asseio.
Podemos compreender a higiene
como um conjunto de normas que
visam preservar e conservar a saúde
do indivíduo, por meio da limpeza,
desinfecção e conservação de ins­
trumentos, espaços e objetos.

1.2.1 Tipos de Higiene


FIGURA 3 _ TIPOS DE HIGIENE

PESSOAL Conjunto de hábitos de limpeza que cada pessoa exerce no próprio corpo.
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COLETIVA Conjunto de regras higiênicas estabelecidas pela sociedade às pessoas.

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Pensamentos positivos nos ajudam a agirmos melhor, termos mais saúde,
MENTAL
sermos mais felizes, pois os sistemas entram em equilíbrio.

Todas as medidas necessárias para garantir a qualidade dos alimentos, mantendo


ALIMENTAR
seu conteúdo nutricional.

Está relacionada à nossa vida e à natureza. Devemos cultivar alguns hábitos para
AMBIENTAL
manter íntegra a natureza e, em especial, nossa casa.

Cuidados que temos com o corpo. Esse tipo de higiene, além da prevenção
normal contra doenças, tem a função de causarmos uma boa impressão
FÍSICA
aos outros. Influenciando diretamente na comunicação, no relacionamento
interpessoal e na autoestima.

Conjunto de normas e procedimentos que protegem a integridade física e


TRABALHO mental do trabalhador. Tem caráter preventivo, evitando que o trabalhador
adoeça e se ausente provisória ou definitivamente.

FONTE: O autor (2017)

1.2.2 Higiene Corporal

Na nossa cultura, o homem atende à necessidade de cuidado com o seu revestimento


cutâneo por meio de banho de chuveiro ou imersão, higiene oral, higiene dos anexos, unhas,
cabelos, depilação, uso de cosméticos e roupas (KOCH, 2000).
Higiene é modo de viver, é qualidade de vida do indivíduo, que se traduz em seu corpo,
casa, local de trabalho, comunidade limpos.
O ensino de saúde tem sido um desafio, no que se refere à possibilidade de garantir
uma aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de vida. As experiências
mostram que transmitir informações a respeito do funcionamento do corpo e da descrição
das características das doenças, bem como um elenco de hábitos de higiene, não é suficiente
para que as pessoas desenvolvam atitudes de vida saudável. É preciso educar para a saúde,
levando em conta todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que
acontecem no dia a dia.
Outro fator relevante à higiene é a autoestima do indivíduo.
Macêdo (2012), em seu artigo, nos traz, respectivamente, duas percepções de
pensamentos de autores em relação à autoestima (COELHO e FREUD). Coelho “adverte
que a atitude madura da autoestima evidencia uma imagem de si positiva, expressa
no equilíbrio da autovalorização e do autoavaliação”. Já Freud, descreve que “a
autoestima expressa o tamanho do ego. Tudo o que o sujeito possui ou realiza, ajuda-o a
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aumentar sua autoestima”.

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Há, portanto, um equilíbrio entre satisfazer necessidades pessoais, em relação aos
outros, e em atender às demandas socioculturais em determinado momento, no tempo e
em circunstâncias específicas.
Se a pessoa não se valoriza, então ela não se cuida; se ela não dá trato a si mesma, a
sua própria figura e aos seus modos, ofende pela inadequação e fere os sentimentos de
sociabilidade de seus semelhantes. Desta forma, cairá por terra toda a possibilidade de que
seus gestos possam significar deferência e respeito para com os outros.
Os cuidados consigo mesmo, incluída a higiene pessoal e a higiene do ambiente, pelo
qual o indivíduo é responsável, devem ser, portanto, nosso ponto de partida.
As práticas de higiene são influenciadas pelos padrões socioculturais e familiares. O
profissional de enfermagem deve procurar manter seus pacientes limpos e livres de maus
odores, incentivando-os para que participem o mais ativamente possível de sua higiene.

1.3 ASSEIO CORPORAL


A higiene consiste nos hábitos que causam benefícios para a limpeza e o asseio do ser
humano. São quase todas as coisas que nos ajudam a prevenir de doenças e de manter a
saúde, prezando pelo nosso bem-estar. A higiene corporal é o conjunto de cuidados que
devemos ter com o nosso corpo.
Representa uma série de medidas e conselhos referentes aos cuidados da pele, das
partes do corpo mais expostos à contaminação, tais quais: mãos, pés, cabelos, nariz, boca,
ouvido e olhos.
A finalidade da higienização corpórea é a eliminação de odores, a promoção da sensação de
relaxamento e a melhora da autoimagem. Além de estimular a circulação, mantem funções
de barreira da pele e previni infecções. (SOUZA, 2015).

1.3.1 Higiene da Pele


A pele é um revestimento cutâneo, formado por camadas. É na sua superfície que se
forma o sebo, produto eliminado pelas glândulas sebáceas. As glândulas sebáceas, por sua
vez, consistem em uma camada protetora que impede a evaporação rápida e, assim a perda
excessiva de calor. A gordura também conserva a maleabilidade e maciez da pele.
Existem ainda, as glândulas sudoríparas que além do suor secretam substâncias
gordurosas e odoríferas. A transpiração termorreguladora, produzida pelo calor e pelo líquido
ácido acetilsalicílico, é generalizada;, já a transpiração emocional é localizada, com mais
frequência, nas palmas das mãos, na planta dos pés e na região frontal. O suor pode irritar a
pele, se não for removido pelo banho diário. As glândulas cutâneas sofrem a influência do calor
externo, da disciplina do exercício muscular, das emoções fortes, de ações medicamentosas.
A pele é uma defesa natural contra penetração de agentes microbianos. Os mais comuns,
que vegetam na pele normal, são: estafilococo, estreptococo, bacilos e, mais raramente, o
bacilo tetânico. A má higiene pode propiciar a infecção denominada pediculose, causada
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pelos piolhos do couro cabeludo, do corpo e do púbis (este último, o chato, pode ser
transmitido na ocasião do contato sexual).
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FIGURA 4 _ CAMADAS DA PELE

FIGURA 5 _ ANEXOS DA PELE

1.3.2 Banho
Para se ter saúde, devemos adotar bons hábitos de higiene e uma das medidas
necessárias é o banho diário.
Como já vimos anteriormente, a pele, o maior órgão do corpo humano, funciona como
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uma barreira natural contra a entrada de micro-organismos. Ela possui diversas bactérias

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comensais, que agem como protetoras impedindo a entrada de outros seres vivos, causadores
de doenças. Entretanto, quando a proliferação destas bactérias comensais é acentuada,
a pele pode ser danificada, permitindo a infestação, ou mesmo a infecção, destes outros
organismos.
Segundo Araguaia (2017), a principal causa desta superpopulação é a alteração do pH
da pele. Suor, oleosidade excessiva e células mortas; além de poluentes, restos de comida
e sujeiras em geral, são alguns dos fatores que propiciam esta alteração. O mau cheiro é um
indicador de que tais mudanças estão ocorrendo.
O banho estimula a inovação cutânea e resulta em sensação de bem-estar. Sendo assim,
é indispensável para a remoção de detritos que se depositam sobre a pele. O número de
bactérias e de leveduras diminui consideravelmente na pele limpa e seca.
O banho pode ser de imersão ou de aspersão. O de aspersão é o mais indicado por ser mais
higiênico. O efeito varia de acordo com a temperatura da água e do tempo de permanência.

•• Banho Frio – estimula e favorece a eliminação do excesso de calor, sendo


desaconselhado em indivíduos nervosos e cardíacos.
•• Banho Quente – calmante.

FIGURA 6
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AUTOCUIDADO 13
1.3.3 Higiene das Unhas

As unhas são derivados ectodérmicos compostos por queratina dura que possuem como
principal função a proteção das extremidades dos dedos das mãos e dos pés, bem como
a atuação na manipulação de pequenos objetos. (SANTOS, 2017). Servem de abrigo para
cultura de várias espécies de bactérias.
As unhas são formadas por quatro epitélios básicos chamados de matriz ungueal, leito
ungueal, prega ungueal proximal e hiponíquio.

FIGURA 7 _ A UNHA E SUA ESTRUTURA

A unha cresce aproximadamente 3mm por mês nas mãos e apenas 1mm nos pés.
Estima-se que, quando perdemos a unha da mão, ela demora em torno de quatro meses
para regenerar-se, enquanto as dos pés podem demorar até oito meses. A velocidade de
crescimento pode variar de pessoa para pessoa e também ser inibida em razão de alguma
doença ou, até mesmo, de desnutrição.
Santos (2017) descreve que as unhas carregam sinais importantes de algumas patologias,
mesmo que não muito específicas. Na falta de alguns nutrientes, por exemplo, percebe-se
que as unhas se tornam opacas, sem brilho e quebradiças. No hipertireoidismo, ocorre o
enfraquecimento dessa estrutura, assim como em casos de leucemia.
Algumas vezes, as unhas podem apresentar doenças, como é o caso das onicomicoses.
Nessa condição, fungos atacam as unhas, podendo causar manchas, descolamento e queda.
Outra doença comum é a psoríase ungueal, uma patologia de causas desconhecidas que
causa depressões, engrossamento e descolamento da unha.
Um dos problemas que mais agride a população é a Onicocriptose, nome científico que
se dá a unha encravada. Onico: Unha; Cripto: que penetra. Quase sempre seguida de uma
inflamação (CECHINEL, 2011).
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O encravamento das unhas dos pés é causado pelo uso de meias ou sapatos inadequados
e a sua prevenção consiste em cortá-las de modo que as margens laterais fiquem além da
parte distal da prega ungueal. A fim de não alterar a estrutura das unhas, estas devem ser
lixadas ao invés de cortadas. A remoção de cutícula pode provocar sérias infecções, sendo
mais aconselhável afastá-la ao invés FIGURA 8 _ ONICOCRIPTOSE
de cortá-la. O vício de roer unhas leva
sujidade e micro-organismos à boca.
As escovas, água e sabão são au-
xiliares na limpeza das unhas, por atin-
girem as camadas mais profundas da
pele, como os sulcos peri-ungueais,
o espaço entre as unhas e as polpas
digitais. Para maior garantia das esco-
vas, quando não em uso, devem ser
colocadas em soluções desinfetantes.

1.3.4 Lavagem Simples das Mãos

As mãos são as principais vias de transmissão de infecções e sua adequada lavagem é


fundamental para o seu controle. (SOUZA, 2005).
O mesmo autor descreve que na pele das mãos existem dois tipos de flora microbianas:

•• Flora Residente: composta por micro-organismos que vivem e se multiplicam nas


camadas mais profundas da pele, glândulas sebáceas, folículo piloso, feridas ou
trajetos fistulosos.

•• Flora Transitória: compreende micro-organismos adquiridos por contato direto com


o meio ambiente, contaminam a pele temporariamente e não são considerados
colonizantes, podendo ser facilmente removidos com água e sabão. No entanto,
adquirem particular importância em ambientes hospitalares, devido à facilidade de
transmissão de um indivíduo para o outro.

A lavagem simples deve ser realizada ao iniciar e terminar turno de trabalho, após o uso
do toalete, após assoar o nariz, antes e imediatamente após o contato direto com paciente,
antes do preparo de medicações, sujeira visível nas mãos, entre o contato com um paciente
e outro. A lavagem simples das mãos é realizada com água e sabão, por 15 a 30 segundos,
podendo ser completada com a fricção de álcool 70%.
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Objetivos:
•• Eliminar o grande número de micro-organismos das mãos, removendo a sujidade;
•• Prevenir infecções;
•• Obter conforto.

Materiais:
•• Sabão comum: auxilia a ação mecânica da lavagem das mãos, remove sujidade e
flora transitória;
•• Sabão Degermante: Antimicrobiano, com ação de destruição ou inibição da reprodu-
ção de micro-organismos.
•• Papel toalha.

Passo a passo:
•• Abrir a torneira com a mão não dominante e molhar as mãos, sem encostar na pia.
•• Ensaboar as mãos, friccionando-as por aproximadamente 15 a 30 segundos, atingin-
do:
•• Palma/Dorso das mãos;
•• Espaços interdigitais;
•• Polegar;
•• Articulações;
•• Unhas e extremidades dos dedos;
•• Punhos;
•• Enxaguar as mãos, retirando totalmente o resíduo de sabão;
•• Enxugar com papel toalha;
•• Fechar a torneira utilizando o papel toalha.

FONTE: Mozachi (2005)

1.3.5 Higiene dos Pés

As plantas dos pés são ricas em glândulas sudoríparas, cuja secreção é aumentada
quando há tensão emocional.
Os sapatos devem oferecer conforto e segurança de equilíbrio. As unhas encravadas e
os calos são causados pelo uso do calçado inadequado.
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A sudorese abundante dos pés torna-os úmidos dentro do calçado e favorece o
desenvolvimento de odor pela atividade bacteriana, determinado pela decomposição da
matéria orgânica.
Segundo Rossoe (2009), nem sempre o chulé é culpa só da falta de higiene. Sem distinção
de sexo, idade ou classe social, o nome científico desse desagradável odor é bromidrose
– que vem do grego bromos (cheiro ruim) e hydro (água) – e é provocado pela proliferação
de bactérias e/ou fungos entre os dedos dos pés.
O mau cheiro dos pés, que muitas vezes é causado pela má higienização, pode ter outras
causas como o uso de sapatos sem meias ou de meias de tecido sintético (estimulam o suor),
bem como o hábito de calçar sapatos com pés molhados e úmidos.

1.3.6 Higiene do Couro Cabeludo

Os cabelos sofrem a influência do estado do indivíduo. As doenças, a febre e a debilidade


geral, retardam o seu crescimento. A luz, o ar, o corte, as massagens e a escovação, aumentam
a sua vitalidade.
A secreção excessiva das glândulas sebáceas resulta em cabelos oleosos; já a falta de
secreção é atribuída à secagem excessiva, que torna o cabelo quebradiço.
Nos folículos capilares podem se desenvolver, também, os pedículos, que são causados
pelos piolhos de couro cabeludo. Até certo ponto, independe da higiene pessoal. Quanto
à caspa, é preciso ressaltar que não se trata de uma infecção da pele, mas sim do acúmulo
de escamas formadas por células de descamação e dos óleos e gorduras.

1.3.7 Higiene da Boca e Dentes

Segundo Silva (2014), a higiene oral é a remoção mecânica da sujidade para garantir a
limpeza da cavidade oral. Na cavidade oral existem micro-organismos. Portanto, é preciso
assegurar uma frequente e rigorosa higienização oral que contribui para a conservação dos
dentes e para uma saudável condição bucal.
As bactérias existentes na cavidade oral são removidas, constantemente, pelo fluxo da
saliva e, continuamente, renovadas por nova contaminação. A saliva tem efeito bactericida,
mas a remoção das bactérias é um processo mecânico. A multiplicação das bactérias é
favorecida pelo calor, pela umidade e pelos resíduos alimentares. O número de bactérias
está ligado com o grau de limpeza e conservação de partículas alimentares que servem de
excelentes meios de cultura.
A higiene bucal visa manter a boca e os dentes em boas condições, dar conforto,
conservar a estética, evitar a multiplicação de bactérias e prevenir doenças.

Prevenção das Cáries


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Os dentes cortam e trituram os alimentos na primeira parte da digestão. Quanto mais


se usam e se cuidam, mais fortes e sadios se mantém. Uma dieta variada proporciona-lhes
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alimentos consistentes para mastigar e também alimentos moles, ao mesmo tempo em que
estimula as gengivas. Uma dieta com baixo teor de vitamina D faz com que os dentes sejam
menos resistentes às afecções, em especial às cáries.
Segundo CRUZ (2017), a cárie dentária é uma doença que afeta a maioria da população
mundial e, com muita frequência, atinge crianças, comprometendo a sua qualidade de vida.
A lesão de cárie é observada apenas quando há um desequilíbrio no meio, favorecendo a
acidificação do biofilme dentário em decorrência do metabolismo dos carboidratos da dieta
por micro-organismos residentes.
Hábitos de escovação dentária, depois de ingerir alimentos, é a medida provavelmente
mais conhecida, mas não a única. Outras ações preventivas muito eficazes são a aplicação
direta de flúor sobre os dentes ou a utilização de substâncias plásticas que selam a superfície
dentária. Ambos os métodos devem ser realizados por profissionais especializados. A
simplicidade destas medidas faz com que a prevenção da cárie seja fácil e, a médio e longo
prazo, compensador.
As gengivas sofrem também os efeitos da falta de higiene. As gengivas caracterizam-se
pelo terminar em ponta entre cada dois dentes, e por mostrar um aspecto úmido e rosado;
mas se o bordo aparece arredondado, inchado e avermelhado, isso significa que se instaurou
uma gengivite.

FIGURA 9 _ HIGIENE BUCAL

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1.3.8 Higiene Auricular

Segundo Marques (2011), a orelha é o órgão da audição e do equilíbrio. Dividindo-se em


três regiões principais: externa, média e interna. Contêm receptores para as ondas sonoras
e receptores para o equilíbrio.
As orelhas são estruturas delicadas e devem ser protegidas contra as infecções que
podem prejudicar a audição.
Rezende (2004) traz em sua pesquisa um conceito citado por Pedro Pinto (1962) onde
estabelece dois significados para orelha: 1. “pavilhão do ouvido. 2. aparelho anatômico para
a percepção dos sons; ouvido”. E conclui que “Rigorosamente, a orelha não é sinônimo de
ouvido.”. Mas em bons escritores vê-se orelha como ouvido. Define ouvido como “órgão
ou reunião de órgãos da audição”.
No canal auditivo podem instalar-se abscesso que são muito dolorosos, os quais oferecem
condições para o desenvolvimento de fungos e leveduras. Pode haver infecções do ouvido médio
pela invasão microbiana originada do nariz e da faringe por meio da trompa de Eustáquio.
O ouvido médio, quente, úmido e escuro constitui-se em meio propício para o
desenvolvimento bacteriano. Os pneumococos e estreptococos são os micro-organismos
que atacam o ouvido médio. O ouvido pode ser afetado também pelas infecções dentárias,
amígdalas e adenoides. O vírus do resfriado comum pode passar para o ouvido médio, quando
o nariz não é assoado corretamente. (Assoar alternadamente, cada narina). Nos cuidados com
o aparelho auditivo, considera-se a higiene do ouvido externo, do médio e do interino.

FIGURA 10 _ O OUVIDO E SUAS ESTRUTURAS


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•• Ouvido Externo – retirar o excesso de cerume com auxílio de um cotonete. Cuidado
na introdução de corpos estranhos para evitar traumatismo que podem produzir
afecções graves.

•• Ouvido Médio – o bom estado do ouvido médio depende geralmente da integridade


das fossas nasais e faringe, pois por meio da trompa de Eustáquio, o ouvido pode ser
contaminado, no caso de infecção do nariz e garganta. É importante observar-se a
maneira de assoar o nariz, que pode levar à penetração de secreções contaminadas,
provocando infecções.

•• Ouvido Interno – pela delicadeza de seus órgãos (terminações do nervo auditivo


de órgão do equilíbrio), merece o ouvido interno, cuidados especiais, como: evitar
irritá-lo com ruídos excessivos e contínuos (poluição sonora, trepidação, intoxicação,
principalmente por meio de substâncias que contenham chumbo); proteger contra
doenças transmissíveis que podem causar anomalias (surdez).

FIGURA 11 _ O SOM E SEU FUNCIONAMENTO

1.3.9 Higiene Ocular

Os olhos são os órgãos que refratam e focalizam os raios luminosos que incidem sobre
os sensíveis fotorreceptores da parte de trás de cada olho (MARQUES, 2011).
O globo ocular é protegido pelas pálpebras, conjuntivas, cílios, supercílios, glândulas
lacrimais e músculos. As pálpebras são protetoras do globo ocular, contra luz, poeira, etc.
•• Conjuntiva – é a membrana que reveste as pálpebras e a região anterior do globo
ocular.

•• Glândulas lacrimais – situadas do lado externo das pálpebras superiores, produzem


Módulo 1_01

um líquido incolor denominado lágrima, que permite manter úmido o olho, lágrima

EDUCAÇÃO PARA
20 AUTOCUIDADO
e tem ação bactericida. Os raios luminosos provenientes dos objetos entram no
globo ocular, atravessam a córnea, pupila, humor aquoso, cristalino e humor vítreo.
Na retina forma-se a imagem, que é transmitida ao cérebro pelo nervo óptico.

•• Emétrope – é o olho normal quando a imagem se projeta na retina.

•• Miopia – quando a imagem se forma antes na retina.

•• Hipermetropia – quando a imagem se forma além da retina.

FIGURA 12 _ ESTRUTURAS DO OLHO

1.3.10 Higiene Ocular e do Aparelho Visual

•• Lavar os olhos com água fria ou morna, pelo menos duas vezes por dia;

•• Preferir luz artificial indireta; e, quando for direta, deve ser protegida;

•• Fazer antissepsia ocular nos recém-nascido, logo após o nascimento;

•• Trabalhar em ambiente adequadamente iluminado;

•• Proteger os olhos de poeira, fumaça, contaminação com as mãos;

•• As toalhas de rosto devem ser individuais;


Módulo 1_01

•• Quando suspeitar de alguma anormalidade, consultar oftalmologista;

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 21
•• Não usar medicamentos, nem adquirir óculos sem consultar o especialista;

•• Não ler, nem escrever com veículo em movimento;

•• Não assistir televisão com sala totalmente escura, nem muito próximo do aparelho.

Acuidade Visual FIGURA 13 _ ACUIDADE VISUAL

O Ministério da Saúde, em seu Projeto


Olhar Brasil (2008), define Acuidade Visual
(AV) como o grau de aptidão do olho para
identificar detalhes espaciais, ou seja, a ca-
pacidade de perceber a forma e o contorno
dos objetos.
A forma mais simples de diagnosticar a
limitação da visão é medir a acuidade visual
com a Escala de Sinais de Snellen. A escala
utiliza sinais em forma de Letra E, organiza-
dos de maneira padronizada, de tamanhos
progressivamente menores, chamados op-
totipos. Em cada linha, na lateral esquerda
da tabela, existe um número decimal, que
corresponde à medida da acuidade visual.

1.3.11 Higiene do Nariz e Garganta


O nariz e a garganta são muitas vezes os
grandes responsáveis por doenças tanto em
crianças, quanto em adultos. A higienização
destas regiões é de extrema importância.
Os canais nasolacrimais desembocam nas cavidades nasais. A vascularização sanguínea
nas cavidades é abundante e pode dilatar-se sob o feito de:
•• Infecções nasais;
•• Irritação local (poeira, fumaça, ar muito seco);
•• Reações alérgicas;
•• Agentes físicos (calor).

A vaso dilatação pode ter efeitos sobre:


•• Respiração - há estreitamento na passagem aérea;
•• Sensibilidade olfativa – com alteração da área olfativa;
Módulo 1_01

•• Alteração da estética – tumefação nasal.

EDUCAÇÃO PARA
22 AUTOCUIDADO
Na garganta encontram-se as amígdalas que muitas vezes se infectam, principalmente
em crianças.
A cavidade oral do homem possui uma microbiota bastante complexa constituída por
bactérias, leveduras, protozoários e alguns vírus, tais como, estreptococos, estafilococos,
meningococos e bacilos da influenza. Estes micróbios não são ofensivos com a pele íntegra.
Durante a higiene são eliminados, ou então, deglutidos e no estômago são destruídos pelo
ácido clorídrico.
Muitas doenças contagiosas têm seu início no nariz e na boca, tais como: difteria,
pneumonia, escarlatina, tuberculose, meningite, gripe e resfriado comum. A infecção pode
se estender aos olhos e aos ouvidos pela comunicação dos revestimentos mucosos entre
estes órgãos. A infecção meningocócica pode chegar até as meninges, pelo nervo olfativo.
O nariz deve ser conservado sempre limpo, para que possa executar as suas funções sem
dificuldade. Para a limpeza do nariz, usar lenços próprios. Não introduzir corpos estranhos
no nariz e evitar traumatismos e lacerações.

FIGURA 14 _ O NARIZ
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 23
1.4 NUTRIÇÃO
FIGURA 15 _ NUTRIÇÃO E SAÚDE
Nutrição é a ciência dos
alimentos, dos nutrientes. Sua
ação-interação e equilíbrio
estão relacionados à saúde
e à doença, bem como o
processo pelo qual o organis-
mo ingere, digere, absorve,
transporta, utiliza e elimina
as substâncias alimentares
(PRADO, 2011).

1.4.1 Higiene da Alimentação

Os hábitos alimentares de um indivíduo refletem sua imagem, não só o corpo, mas


também a mente que se desenvolve de acordo com a sua alimentação. Por esse motivo, é
de extrema importância ter uma alimentação saudável e adequada com cada fase do desen-
volvimento humano. Para cada fase da vida, a alimentação tem uma importância diferente,
mas é essencial em todas elas.
Higiene da alimentação é a prática de determinadas regras de alimentação, para
preservar e melhorar a saúde. A alimentação deve ser feita em horas regulares, para facilitar
o trato gastrointestinal. É preciso comer quando está com apetite, que favorece a digestão
pela produção maior de sucos digestivos. Uma refeição não deve ter número demasiado
de pratos.
Evitar preocupações durante a refeição que dificultam a digestão. É preciso comer sem
pressa, mastigando bem os alimentos até ficarem bem triturados e misturados com a saliva.
A alimentação deve ser com moderação, principalmente nas pessoas com excesso de peso,
na idade avançada e nas pessoas que fazem pouco trabalho físico.
Segundo Brasil (2010), durante o dia, três refeições básicas devem ser feitas: desjejum,
almoço e jantar, intercaladas com dois ou três pequenos lanches: lanche leve pela manhã,
lanche da tarde e ceia. Esta distribuição estimula o funcionamento do intestino e evita que
se coma fora de hora.
É importante estabelecer horários regulares para as refeições, com intervalos para
atender às peculiaridades da fisiologia digestiva da pessoa. Lembrando de que, dependendo
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
24 AUTOCUIDADO
da faixa etária, é preciso considerar o processo fisiológico da digestão. O ajuste dos horários
de refeição contribui para garantir o fornecimento de nutrientes e energia.
As crianças e os adultos desnutridos devem se alimentar com maior frequência. O
desjejum é necessário, para aumentar a eficiência física e mental, matinal.
Beber muita água gelada no meio das refeições, retarda a digestão, dilui o suco gástrico,
distende o estômago e pode determinar transtornos digestivos.
Os alimentos de digestão difícil e irritantes devem ser evitados, tais como: excesso
de condimentos (pimenta, vinagre, mostarda, pimentão picante), gordurosos, pão fresco,
alimentos fritos, etc. Os alimentos fritos apresentam uma camada gordurosa que torna difícil
a atuação dos sucos gástricos.
Os alimentos devem ser limpos, frescos, com os seus valores nutritivos conservados.
Evitar os alimentos desaconselhados pelos profissionais de saúde.
Não se pode esquecer jamais da água que é um nutriente indispensável ao funcionamento
do organismo. Em horários alternados com as refeições, a ingestão de, no mínimo, dois litros
diariamente, é altamente recomendada. Ela desempenha papel fundamental na regulação
de muitas funções vitais do organismo, incluindo regulação da temperatura, transporte de
nutrientes e eliminação de substâncias tóxicas. Recomenda-se a ingestão de seis a oito
copos de água por dia.
Para essa conscientização sobre alimentação como fator de grande contribuição para
melhor qualidade de vida, se faz necessário um incentivo a promoção da saúde por meio
da educação nutricional se tornando, portanto, uma necessidade atual.
A sociedade não precisa de modismos, e sim da verdadeira conscientização da
importância dos hábitos alimentares corretos; isto é, fornecimento de alimentos necessários,
nas quantidades adequadas, nos momentos certos. Por meio desta disciplina alimentar, é
possível alcançar os benefícios satisfatórios para a saúde do corpo e, desta forma, contribuir
para a aquisição de uma boa qualidade de vida. (CUNHA, 2014, Apud, AMARAL 2008).

1.4.2 Princípios Nutritivos: Funções, Fontes


importantes e Efeitos das Deficiências

Existem substâncias denominadas de Vitaminas e classificadas de acordo com a forma


de absorção e armazenamento no organismo. Segundo Cunha (2014), as vitaminas são
reguladoras do funcionamento do corpo, não fornecem energia, sua função é manter a
máquina do organismo funcionando corretamente.
A autora ainda afirma que, as vitaminas são substâncias reguladoras, pois muitas reações
químicas, que são processadas no organismo, dependem delas. Assim, com a carência de
vitaminas, isto é, em quantidade insuficiente no organismo, as reações se processam com
Módulo 1_01

lentidão e podem até ficar bloqueadas, acarretando distúrbios mais ou menos graves.

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 25
Segundo a Revista Food Ingredients Brasil (2014), as vitaminas são compostos orgânicos,
presentes nos alimentos, essenciais para o funcionamento normal do metabolismo. São
essenciais na transformação de energia. Mesmo que não sejam fontes, agem em diferentes
sistemas e auxiliam nas respostas imunológicas do organismo, protegendo-o.
As Vitaminas Lipossolúveis são as vitaminas A, D, E e K.
As hidrossolúveis são todas as do complexo B, B1,B2, B3, B5, B6, B9 e B12 e a vitamina C.
Existem também outras substâncias que o organismo converte em vitaminas. São
chamadas de provitaminas, como o betacaroteno, precursor da vitamina A e um tipo de
colesterol de pele, usado para metabolizar a vitamina D após a exposição ao sol.

Vitaminas
As Vitaminas são as agentes reguladoras do nosso organismo, principalmente das
células. Construindo e consertando, as vitaminas fazem a manutenção dos nossos tecidos,
músculos, órgãos, das células do sangue e ajudam na absorção de alguns minerais. Com
isso, exercem um papel importante na prevenção de várias doenças, algumas graves, como
certos tipos de câncer. Além de aumentar a expectativa de vida, contribuir para uma boa
aparência, melhorar o metabolismo e a capacidade de concentração.

FIGURA 16 _ AS PRINCIPAIS VITAMINAS

Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
26 AUTOCUIDADO
A carência de vitaminas no organismo, chamada hipovitaminose ou avitaminose, é
responsável pelo surgimento de doenças, muitas graves e letais, como: escorbuto, beribéri,
pelagra, anemia, entre outras. Mas, o excesso de algumas, também causam distúrbios ao
organismo. Sendo assim, é necessário doses adequadas de vitaminas.
As vitaminas são divididas em duas classes:

Lipossolúveis
Armazenadas no fígado e no tecido adiposo, as vitaminas Lipossolúveis A, D, E e K
exigem a presença de gordura para serem absorvidas no intestino. Portanto, quem apresenta
distúrbio de absorção de gordura pode desenvolver sintomas de carência dessas vitaminas
no organismo, mesmo com uma alimentação balanceada. Por outro lado, excesso pode ser
acumulado em quantidades tóxicas quando são ingeridos suprimentos com alta dosagem.

FIGURA 17 _ VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

FIGURA 19 _ FONTES DE VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS


Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 27
FIGURA 18 _ FUNCIONAMENTO DAS VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

As Vitaminas Lipossolúveis são solúveis em gordura e em solventes orgânicos. Por não


se dissolverem na água, para chegarem até as células por meio do plasma sanguíneo, as
vitaminas precisam de moléculas transportadoras, como o colesterol. O excesso dessas
vitaminas é armazenado no fígado e em depósitos de gordura do corpo.

Vitaminas Lipossolúveis ou Retinol, precursor para o retinol, consistem em um grupo


protético de quatro que formam os pigmentos de luz nos olhos. Auxilia a visão noturna; é
responsável pela elasticidade e a hidratação da pele e das mucosas; ajuda no desenvolvimento
embrionário; no crescimento; na expressão do gene, reprodução; e na função imunológica
do organismo; ajuda na formação dos ossos e dentes.
Fontes: fígado, produtos derivados do leite, manteiga, queijos amarelos, óleo de fígado
de bacalhau, peixes, ovo cru, vegetais verdes escuros e amarelos, frutas, alimentos que
contém betacaroteno (tomate, frutas e verduras alaranjadas).

Carência: Causa a cegueira noturna ou com luz forte; diminui a proteção imunológica do
organismo; atrasa o crescimento; provoca a perda de peso, aqueda de cabelo, pele áspera
e seca, unha e cabelos quebradiços.

Excesso: Pode causar o efeito Teratológico (má formação congênita); pode ser tóxico ao
Módulo 1_01

fígado (principalmente em crianças). Nota: De Vitamina A pré-fabricada somente.

EDUCAÇÃO PARA
28 AUTOCUIDADO
Nota: Indivíduos com consumo
alto de álcool, preexistindo doença
de fígado, hiperlipidemia (excesso
de lipídios no sangue) ou severa
desnutrição de proteína podem
ser distintamente suscetíveis aos
efeitos adversos de excesso de
consumação pré-formada de
vitamina A. Só são aconselhados
suplementos de Betacaroteno,
para servir como uma fonte de
pró-vitamina A para indivíduos com
risco de deficiência de vitamina A. FIGURA 19

Vitamina D ou Calciferol. Associada aos raios ultravioletas do sol, permite a absorção e a


utilização do cálcio para o intestino, bem como do cálcio e do fósforo pelos ossos e dentes.
Fontes: A vitamina é sintetizada pela luz FIGURA 20 _ VITAMINA D
ultravioleta que golpeia a pele (formando
a vitamina D3). Estão presentes também
em óleos de fígado de peixe, manteiga,
esteroides, e alimentos irradiados com luz
ultravioleta (vitamina D2).

Carência: causa raquitismos em crianças;


osteomalácia (amolecimento dos ossos)
em adultos; deformações na coluna e
osteoporose.

Excesso: No plasma, elevada concentração


25(OH)D causa hipercalcêmica (excesso de
cálcio no sangue). Doses muito altas, especialmente em crianças, causam depósito de
cálcio excessivo e retardamento mental.

Nota: Pacientes em terapia de glicocorticoide podem requerer adicional suplemento de


vitamina D.

Vitamina E ou alfa-Tocoferol maior função da vitamina “E”, é a antioxidante. Retarda o


envelhecimento das células; protege os vasos e os glóbulos vermelhos; também auxilia no
metabolismo e aumenta a fertilidade.
Fontes: Cereais integrais, gema de ovo, saladas verdes, óleos vegetais, soja, cacau, verduras
Módulo 1_01

de folhas verdes escuras.

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 29
FIGURAS 21 E 22 _ FONTES DE VITAMINA E

Carência: causa Anemia, danos às retinas, destruição de gordura nos tecidos.

Excesso: Pode ser tóxico para crianças em doses altas; não há nenhuma evidência de
efeitos adversos do consumo de vitamina “E” de origem natural, ou seja, tem como fonte,
os alimentos. Os efeitos adversos de vitamina “E” são de suplementos alimentares e pode
incluir até Hemorragia tóxica. A Ingestão máxima para vitamina “E” aplica a qualquer forma de
“alfa-tocoferol” obtida de suplementos, alimentos fortalecidos ou uma combinação dos dois.

Nota: Devem ser monitorados os pacientes em terapia anticoagulante que tomam


suplementos de vitamina “E”.

Vitamina K, envolvida na coagulação do sangue e metabolismo dos ossos; combate a


Hemorragia.
Fontes: Legumes verdes (couves, espinafre, saladas verdes, brócolis), repolho, óleos de
planta e margarina, ovo, fígado.

Carência: Coágulo lento do sangue, Hemorragia.


FIGURA 23
Excesso: Não foi informado nenhum efeito
adverso associado com consumo de vitamina
«K» de alimentos ou su­p lementos em
humanos ou animais. Isto não significa que
não há potencial para efeitos adversos que
são o resultado de ingestões altas. Porque
dados dos efeitos adversos de vitamina
“K” estão limitados a precaução pode ser
autorizada.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
30 AUTOCUIDADO
Nota: Devem ser monitorados os pacientes em terapia anticoagulante que consomem
vitamina “K”.

Hidrossolúveis
Facilmente absorvidas pelo organismo pela constante presença de líquido no intestino,
as vitaminas C e do Complexo B são chamadas de hidrossolúveis. Essa característica as
tornam mais acessíveis na natureza e também as colocam como carências rapidamente
desenvolvidas, pois são armazenadas no organismo apenas em pequenas quantidades.
São as vitaminas mais importantes para a mulher na fase de gestação, que podem sofrer de
anemia fisiológica, devido ao aumento do metabolismo.

FIGURA 24 _ FONTES DE VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS


Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 31
As Vitaminas Hidrossolúveis são solúveis em água, são difíceis de armazenar porque o
excesso é eliminado pela urina. Essas substâncias são solúveis no plasma sanguíneo e, por
isso, não necessitam de compostos carregadores.

Tiamina ou vitamina B1: tem uma função de coenzima na respiração celular. No meta­bolismo
de carboidrato, gorduras e de proteína, para que o organismo possa absorvê-las.
Fontes: carnes, gema do ovo, grãos integrais (arroz, trigo, etc.), massas e pães integrais,
nozes, levedo de cerveja, germe de trigo, feijão, ervilha, grão de bico.

FIGURA 25 _ FONTES DE VITAMINA B1 FIGURA 26 _ VITAMINA B1

Carência: Muito rara, mas a sua falta pode ocasionar o Beribéri: Doença relacionada ao
Sistema Nervoso Central, pela falta de oxidação do açúcar, gerando fadiga, depressão,
instabilidade emocional, anorexia e retardamento do crescimento. A falta de tiamina é
frequente em alcoólatras.

Excesso: Não foi informado nenhum efeito adverso associado com tiamina proveniente
alimentos ou suplementos. Isto não significa que não há potencial para efeitos adversos
oriundos do resultado de altas ingestões. Porque os dados dos efeitos adversos de tiamina
estão limitados a precaução pode ser autorizada.

Notas: As pessoas que podem aumentar as necessidades por tiamina, incluem as que
estão sendo tratadas com hemodiálise ou diálise peritoneal, ou indivíduos com síndrome
de má absorção.

Vitamina B2 uma coenzima que auxilia na respiração da célula e dos tecidos, no crescimento
e na regeneração das células vermelhas do sangue. Protege a pele e as córneas.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
32 AUTOCUIDADO
Fontes: fígado, rim, ovos, queijo, leite, germe de trigo, cereais integrais, nozes, verduras
de folhas verdes (espinafre, agrião, etc.), levedo de cerveja.

FIGURA 27 _ FONTES DE VITAMINA B2

Carência: Pequenas inflamações e descamações nos olhos, boca, e órgão genitais; cabelos
oleosos, problemas de visão.

Excesso: Não foi informado nenhum efeito adverso associado com Riboflavina proveniente
de alimentos ou suplementos. Precaução pode ser autorizada.

Vitamina B3, PP Coenzima ou co-substrato em muitas reduções biológicas e reações


de oxidação requeridas para metabolismo de energia (gorduras e carboidratos). Muito
importante para a proteção
FIGURA 28 _ FONTES DE VITAMINA B3
da pele e também auxilia
na digestão.
Fontes: Levedo de cer-
veja, fígado, rim, cora-
ção, carnes, peixes, ovos,
grãos e pães integrais.

Carência: Causa a Pelagra


(doença que produz le-
sões de pele, no aparelho
digestivo etc.);
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 33
Excesso: Não há evidência de efeitos adversos do consumo de niacina vinda naturalmente
de alimentos. Os efeitos adversos de niacina que contém os suplementos podem incluir
pele corada e distúrbio gastrintestinal. A ingestão máxima para niacina se aplica as formas
sintéticas obtidas de suplementos, alimentos fortalecidos, ou uma combinação dos dois.

Notas: Pessoas que podem ter de aumentar necessidades por tiamina incluem as que
estão sendo tratadas com hemodiálise ou diálise peritoneal, ou indivíduos com síndrome
de má absorção.

Piridoxina ou B6 - Coenzima que regulariza o metabolismo das proteínas, carboidrato, e


gorduras e da hemoglobina. Indispensável ao bom funcionamento das células, prevenindo
a formação de coágulos e ajudando no bom funcionamento do cérebro. Combate doenças
como a pelagra, beribéri, epilepsia, mal de Parkinson, etc.
Fontes: fígado, levedo de cerveja, peixe fresco, nozes, farelo, cereais integrais, germe de
trigo, batata, banana, milho, soja e carne de soja, melancia, cebola, alho,

FIGURA 29 _ FONTES DE VITAMINA B6

Carência: Aumentam os sin-


tomas da Pelagra (doença
de pele, descamação), com
perturbações como insônia,
fraqueza, nervosismo, etc. E
também de algumas doenças
mencionadas acima.
Excesso: Não há evidência
de efeitos adversos do con­
sumo de vitamina B6 vinda
naturalmente de alimentos.
Como os dados contra os
efeitos adversos são limitados, precaução pode ser sugerida.

Nota: Neuropatia sensória (doença nervosa) foi diagnosticada por alta ingestão de
suplemento de Vitamina B6 (Piridoxina).

Cianocobalamina OU B12: Coenzima no metabolismo ácido nucléico (ácido que representa


parte do mecanismo da hereditariedade, RNA e DNA); previne anemia megaloblástico
Módulo 1_01

(anemia perniciosa). Regenera as células dos músculos e dos tecidos, além de estimular a
medula na formação, crescimento e maturação das células vermelhas do sangue.
EDUCAÇÃO PARA
34 AUTOCUIDADO
Fontes: fígado, levedo de cerveja, rim, carne vermelha, farelo de trigo e arroz, leite e
derivados, ovos, frutos do mar.

FIGURA 30 _ FONTES DE VITAMINA B12

Carência: Causa a Anemia Perniciosa - Doença que ataca os glóbulos vermelhos do sangue;
prejudica a memória e os sentidos; e causa hemorragias.

Excesso: Não foi informado nenhum efeito adverso associado com vitamina B12 de
alimentos ou suplementos. Isto não significa que não há potencial para efeitos adversos,
que são o resultado de altas ingestões. Porque dados dos efeitos adversos de Vitamina
B12 estão limitados, a precaução pode ser autorizada.

Nota: Desde que 10 a 30 por cento de pessoas idosas mal podem absorver alimentos.
Para satisfazer o limite de vitamina B12 nas pessoas com mais de 50 anos, é aconselhável
estimular a ingestão, principalmente consumindo alimentos fortalecidos com vitamina B12
ou um suplemento que contêm vitamina B12.

•• Ácido folato - Aparece de forma natural por meio da vitamina B9, que é um nutriente
essencial. A deficiência do folato é capaz de trazer riscos negativos para o corpo.

•• Ácido fólico - é a forma sintética da vitamina B9, usado em alimentos processados,


geralmente consumidos no café da manhã – como os cereais.
Módulo 1_01

•• Síntese da purina e pirimidina. Coenzima no metabolismo ácido nucléico (ácido que


representa parte do mecanismo da hereditariedade, RNA e DNA); importantíssimo
EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 35
na gestação, prevenindo problemas de más formações do feto, dos quais podem
ocorrer a má formação do sistema nervoso central, sistema cardiovascular e sistema
urinário do recém-nascido. É também essencial para a formação dos glóbulos ver-
melhos e glóbulos brancos.

Fontes: Vegetais de folhas verdes crus (pode ser destruído se cozinhar), fígado, feijão.

FIGURA 31 _ FONTES DE VITAMINA B9

Carência: Diminui o crescimento; causa a Anemia Perniciosa - Doença que ataque os


glóbulos vermelhos do sangue; a sua carência aumenta as chances de problemas na
formação do feto e de nascimento.

Excesso: Pode mascarar uma complicação neurológica em pessoas com deficiência de


vitamina B12. Não foi informado nenhum efeito adverso associado com Ácido fólico,
na forma natural, de alimentos ou suplementos. Isto não significa que não há nenhum
potencial para efeitos adversos, que são o resultado de ingestão alto. Porque os dados
dos efeitos adversos de Ácido Fólico estão limitados, a precaução pode ser autorizada.
A ingestão máxima recomendada para Ácido fólico se aplica as formas sintéticas obtidas
de suplementos e/ou de alimentos fortalecidos.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
36 AUTOCUIDADO
Nota: Devido à evidência que une ingestão de Ácido Fólico com defeito no tubo neural
do feto, é recomendado que todas as mulheres capazes ou aptas de ficarem grávida
consumam 400µg de suplementos ou alimentos fortificados, além da consumação de Ácido
Fólico de alimento de uma dieta variada. É fato assumido que as mulheres continuem
consumindo 400 µg de suplementos ou alimentos fortificados até que a gravidez dela seja
confirmada, e elas entrem em tratamento pré-natal que ordinariamente acontece depois
do fim do período de periconceptional, o tempo crítico para formação do tubo neural.
µg=(microgramas)

Vitamina B5 Coenzima que regulariza o metabolismo dos carboidratos, proteínas e ácidos


gordurosos; produz colesterol e hormônios sexuais; Além de combater o stress.
Fontes: frango, carne de boi, batatas, aveia, cereais, produtos de tomate, fígado, rim,
levedo de cerveja, fermento, gema de ovo, brócolos, grãos integrais.

FIGURA 32 _ FONTES DE VITAMINA B5

Carência: Ajuda no desenvol-


vimento de doenças de pele
(Pelagra), anemia, inibição do
crescimento e problemas na
coordenação motora.

Excesso: não foi informado ne­


nhum efeito adverso associado
com ácido pantotênico de ali­
mentos ou suplementos. Isto não
significa que há nenhum potencial
para efeitos adversos que são o
resultado de ingestões altas. Porque dados de efeitos adversos de ácido pantotênico estão
limitados, a precaução pode ser autorizada.

FIGURA 33 _ FONTES DE VITAMINA B7


Biotina ou B7 - Coenzima na síntese e
metabolismo de gordura, glicogênios,
carboidratos e aminoácidos. Importante
para os músculos, no combate do stress e
da fadiga.
Fontes: Fígado, rim, nozes e quantias
menores em frutas e carnes.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 37
Carência: Diminuição do apetite, dores musculares, sonolência, depressão.

Excesso: Não foi achado nenhum efeito adverso de biotina em humanos ou animais. Isto
não significa que não há nenhum potencial para efeitos adversos que são o resultado de
ingestões altas. Porque dados dos efeitos adversos de biotina estão limitados, a precaução
pode ser autorizada.

Ácido Ascórbico - Coenzima na síntese do colágeno (fibra que dá elasticidade a pele), Ácido
Dehidroascórbico (DHA) cofator para reações que requerem cobre reduzido ou metaloenzima
de ferro. Ajuda no combate a infecções, cicatrizante; é antioxidante, combate os radicais
livres. Previne o Escorbuto (doença que causa hemorragias). Aumenta o metabolismo e ajuda
no crescimento dos ossos.
Fontes: A vitamina “C” é destruída se o alimento for cozido. Frutas cítricas (acerola, limão,
laranja, etc.), vegetais verdes escuros e alaranjados, pimentão, salsinha, tomates, suco de
tomate, batatas, couve-flor, brócolis, morangos, repolho, cenoura e espinafre.

FIGURA 34 _ FONTES DE VITAMINA C

Carência: Cansaço causa o escorbuto,


sangramento nas gengivas e problemas
na pele.

Excesso: Perturbações Gastrin­testinais,


pedras no rim, excesso de absorção do
mineral “ferro”. Estudos in vitro mos-
tram que um nível de vitamina “C”,
equivalente a uma pessoa que conso-
me 200 mg por dia, converte alguns
lipídios em substâncias que podem
danificar o DNA.

Nota: Indivíduos que fumam, requerem


35 mg/dia adicional de vitamina C a mais do que necessita uma pessoa não-fumante.

Colinas ou Complexo B - é um conjunto de nove vitaminas hidrossolúveis com importante


ação no metabolismo celular. Precursor para acetilcolina (substância da adrenalina),
fosfolipídios e betaine. A colina ajuda a diminuir o colesterol e previne a arteriosclerose.
Protege o fígado e é necessária para que o organismo possa usar as vitaminas do grupo B.
Módulo 1_01

Fontes: Leite, fígado, ovos, amendoim, levedo de cerveja, trigo, soja.

EDUCAÇÃO PARA
38 AUTOCUIDADO
FIGURA 35 _ COMPLEXO B

Carência: Aumenta as chances de


arteriosclerose (o organismo não
pode usar as vitaminas do grupo B)
e acarreta em problemas nos rins.

Excesso: Causa odor de peixe


no corpo (suor com odor forte),
suadeira, salivação, hipotensão
(diminui a pressão sanguínea abai-
xo do normal), hepatotoxicidade
(toxicidade ás células hepáticas,
do fígado).

Nota: Indivíduos com trimethilami-


nuria, doença renal, doença de fígado, depressão e a doença de Parkinson, podem ter o
risco de efeitos adversos com ingestões altas Colina. Há poucos dados para avaliar se uma
provisão dietética de colina é precisa em todas as fases do ciclo de vida. Pode ser que,
para a exigência de colina, seja satisfeita, por meio de síntese de endógeno, a algumas
destas fases.

Pirâmide Alimentar
Segundo Elias (2014), de acordo com dados do Ministério da Saúde, a pirâmide
dos alimentos foi criada para promover o bem-estar nutricional da população, servindo
como um guia para a boa alimentação com alimentos e porções indispensáveis para o
dia a dia. A pirâmide alimentar brasileira foi criada em 1999, pela pesquisadora Sonia
Tucunduva Philippi, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da
USP (Universidade de São Paulo). Em 2013, a pirâmide foi adaptada e passou a contar com
novos alimentos, essa inserção foi feita para melhor adaptação à dieta e aos hábitos culturais
dos brasileiros. A nova pirâmide também conta com a redução do valor energético diário
para 2.000 Kcal, fracionamento da dieta em seis porções diárias e o incentivo à prática de
atividades físicas. (ELIAS, 2014).

Grupo 1
A base da pirâmide é composta por alimentos ricos em carboidratos. Os carboidratos,
sob a forma de glicose, frutose, sacarose, maltose, lactose, amido, entre outras, são a
maior fonte de energia para o organismo. A presença de carboidratos é necessária ao
metabolismo normal das gorduras.
Consuma de 6 a 11 porções diariamente.
Módulo 1_01

1 porção de pães, cereais e massas: 1 fatia de pão ou ½ xícara (chá) de cereais (tipo granola)
ou ½ xícara (chá) de arroz ou ½ xícara (chá) de macarrão cozido.
EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 39
Grupo 2
Legumes e verduras são ricos em vitaminas, sais minerais e fibras. Prefira as folhas verdes
escuras (brócolis, mostarda, couve) e legumes amarelo-alaranjados (cenoura, abóbora,
beterraba).
Consuma de 3 a 5 porções diariamente.
1 porção de vegetais: 1 xícara (chá) de folhas cruas ou ½ xícara (chá) de vegetais cozidos

Grupo 3
Frutas são boas fontes de vitaminas, sais minerais e fibras, principalmente quando são
consumidas ao natural. Consuma de 2 a 4 porções diariamente.
1 porção de frutas: 1 fruta fresca ou ¾ xícara (chá) de suco (extraído da polpa)

Grupo 4
Carnes, ovos e leguminosas como feijão, lentilha, ervilha, grão de bico e soja, além de nozes
e castanhas. São alimentos ricos em proteínas, vitamina B12 e minerais como zinco e ferro.
Consuma de 2 a 3 porções diariamente.
1 porção de carne, feijão e nozes: 1 filé pequeno de carne bovina, peixe ou ave ou 1 ovo
ou ½ xícara (chá) de feijão (ou substituto) ou ½ xícara de nozes ou castanhas.

Grupo 5
Leite e derivados são os maiores fornecedores de cálcio, mineral envolvido na formação
dos ossos e dentes, contração muscular e na ação do sistema nervoso. Também são fontes
de proteína de boa qualidade. Consuma de 2 a 3 porções diariamente.
1 porção de leite e derivados: 1 copo de leite ou iogurte ou 2 fatias de queijo (prefira os
queijos frescos)

Grupo 6
Os lipídeos (óleos e gorduras) constituem fonte de energia mais concentrada que a dos
carboidratos e das proteínas. Além disso, uma vez transformados em tecidos adiposos,
são uma forma de armazenamento de energia. Os lipídeos são veículos de vitaminas
lipossolúveis (A, D, E, K) e podem ser encontrados no creme de leite, manteiga, toucinho,
óleos, etc. Estão no topo da pirâmide e devem ser consumidos com moderação.

1 porção de gordura: 1 colher (sopa) manteiga, margarina ou maionese

O número de porções a serem consumidas depende de fatores como idade e atividade


física. O número de calorias pode variar de 1.600 a 2.400 calorias.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
40 AUTOCUIDADO
FIGURA 36 _ PIRÂMIDE ALIMENTAR

Segundo Cunha (2014) os alimentos são classificados em um grupo básico, é preciso


estar atento às porções certas de cada um deles:
Proteínas: são alimentos construtores ou reparadores. Eles renovam nossas células gastas
e constroem novos tecidos.

Carboidratos: são energéticos, sendo a principal fonte de combustível do corpo. Fornecem


as calorias que gastamos diariamente em nossas atividades.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 41
Gorduras ou Ácidos Graxos: também são energéticos e veiculadores de certas vitaminas.
São essenciais ao corpo.

Vitaminas: ou reguladores do funcionamento do corpo. Eles não fornecem energia, sua


função é manter a máquina do organismo atuando corretamente.

Minerais: assim como as vitaminas, são reguladores. Exercem importante papel na manutenção
da máquina viva. Estão presentes em toda parte do corpo, interferindo no equilíbrio das
funções vitais do sistema nervoso, bem como de todo organismo.

Nos últimos 50 anos, o Brasil apresentou aumento da expectativa de vida, redução da


mortalidade infantil, diminuição do número de nascimentos, aumento da população urbana
e do poder aquisitivo. Estas alterações levaram à redução da mortalidade por doenças
infecciosas e ao aumento das doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes, a
hipertensão e a obesidade. Resultantes aos fatores econômicos, demográficos e culturais
ocorridos nas últimas décadas, observaram também a mudança do estado nutricional, devido
às modificações do estilo de vida, alteração da qualidade da dieta e inatividade física.
A inadequação alimentar é uma das principais causas de risco a saúde. Na população
da América Latina houve mudanças significativas no consumo alimentar, as quais podem
estar associadas ao aumento na incidência das doenças crônicas não transmissíveis e aos
maiores gastos com saúde.
Indivíduos que consomem uma dieta enriquecida com ácido graxo saturado e trans
apresentam processos inflamatórios e níveis de coagulação sanguínea superiores aos que
consomem quantidades adequadas desses ácidos graxos. Ao contrário, o maior consumo
de ácido graxo monoinsaturado (azeite) promove redução dos processos inflamatórios que
se associam ao diabetes, colesterol e triglicerídeos elevados, obesidade e ao maior risco
de doenças cardíacas.
O crescente aumento no consumo de refeições industrializadas também é um dos
agravantes à saúde. Quanto maior a frequência no consumo de “fast foods” por semana,
por um longo período da vida, maior é o ganho de peso e maior o descontrole da glicemia.
A ciência comprova aquilo que há séculos é de conhecimento da sabedoria popular: a
alimentação saudável é a base para a saúde. A natureza e a qualidade daquilo que se come e
se bebe é de importância fundamental para a saúde e para as possibilidades de se desfrutar
todas as fases da vida de forma produtiva e ativa, longa e saudável.
Ressalta-se que a prática de atividade física é igualmente estratégica para redução de
peso e controle da glicemia. Não é possível separar o consumo alimentar do gasto energético.
A rápida ou “instantânea” perda de peso impede a perda de gordura corporal. O que se
perde, nesses casos, é água corporal e músculo que pesa na balança. Com a orientação de
um nutricionista, os resultados de perda de peso e controle da glicemia, aspectos difíceis
de serem alcançados pelas “dietas da moda”, podem ser excelentes e atingidos sem
Módulo 1_01

comprometimento da saúde e do estado nutricional.

EDUCAÇÃO PARA
42 AUTOCUIDADO
2
1. FUNDAMENTOS DE HIGIENE, NUTRIÇÃO E PROFILAXIA

Saneamento Básico
e o MEIO:
Tratamento da água, descontaminação
do ar, condições básicas das habitações
e dos locais de trabalho
VOLTAR AO SUMÁRIO

O termo saneamento vem sendo utilizado de muitas maneiras em nossa sociedade.


Sempre que nos referimos a saneamento, vem a nossa mente a ideia de que esta é
uma preocupação das sociedades modernas e que, no passado, os homens não estiveram
atentos à necessidade de se estabelecer medidas coletivas de controle sanitário. Isto não
é verdade!
Os homens, há muito tempo, per­ceberam a necessidade de obser­vação de medidas
de prevenção de doenças e controle de saúde.
O conceito de saneamento utilizado pela
FIGURA 37 _ O PLANETA E
Organização Mundial de Saúde (OMS) é o SUAS NECESSIDADES
controle de todos os fatores do meio físico
do homem que exercem ou podem exercer
efeito nocivo sobre o seu bem-estar físico,
mental ou social.
A Organização das Nações Unidas
(OMS) é uma agência especializada
das Nações Unidas que tem como foco
lidar com questões relativas à saúde
global (FERREIRA, 2014). Compreende-
se como sendo uma instituição formada
por representantes de vários países e tem
o objetivo de propor normas e programas
para que a população não assistida possa ser
atendida por uma política de saúde.
Módulo 1_01

Segundo Souza (2010), o Saneamento é um con-


junto de ações voltadas para a educação e participação
EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 43
dos usuários desses sistemas; um conjunto de políticas que estabeleçam direitos e deveres
dos usuários e dos prestadores dos serviços; uma estrutura institucional capaz de gerenciar
o setor de forma integrada aos outros setores também ligados à saúde e ao ambiente.
Dantas (2012) descreve Serviços de Saneamento Básico como:
Um conjunto de tecnologias, que englobam o abastecimento de água,
o esgotamento sanitário, a drenagem de águas pluviais, a coleta e
tratamento de resíduos sólidos e o tratamento de águas residuais,
fortalecidos pela educação ambiental, que deve levar conhecimento à
população sobre os efeitos do saneamento no meio ambiente e na saúde
pública. (DANTAS, 2012, p. 272)

Em 2007, foi sancionada a Lei 11.445:


Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as
Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de
1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;
revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.
(BRASIL, 2013)

Nesses documentos, os cinco primeiros objetivos da Política Federal de Saneamento


Básico, listados são:
Contribuir para o desenvolvimento nacional, a redução das desigualdades
regionais, a geração de emprego e de renda e a inclusão social;

Priorizar planos, programas e projetos que visem à implantação e


ampliação dos serviços e ações de saneamento básico nas áreas
ocupadas por populações de baixa renda;
Proporcionar condições adequadas de salubridade ambiental aos povos
indígenas e outras populações tradicionais, com soluções compatíveis
com suas características socioculturais;
Proporcionar condições adequadas de salubridade ambiental às
populações rurais e de pequenos núcleos urbanos isolados;
Assegurar que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo
poder público se dê segundo critérios de promoção da salubridade
ambiental, de maximização da relação benefício custo e de maior retorno
social. (BRASIL, 2013).

As principais atividades de saneamento são:


•• Abastecimento de água;

•• Afastamento de dejetos (sistemas de esgoto);


Módulo 1_01

•• Coleta, remoção e destinação final do lixo;

EDUCAÇÃO PARA
44 AUTOCUIDADO
•• Drenagem de águas pluviais;

•• Controle de insetos e roedores;

•• Higiene dos alimentos;

•• Controle da poluição ambiental;

•• Saneamento da habitação, dos locais de trabalho e de recreação;

•• Saneamento aplicado ao planejamento territorial.

Conforme se pode perceber, o cumprimento das responsabilidades governamentais é


de vital importância para que essas atividades sejam desenvolvidas.
Todo profissional de saúde deve conhecer essa legislação (Lei nº 8.987), para se tornar
agente modificador do panorama, até agora encontrado neste país.
Contraditoriamente a essa perspectiva, em 1995, o presidente da República sancionou
a Lei nº 8.987, que permite à iniciativa privada prestar serviços públicos, dentre eles o de
saneamento.

2.1 SANEAMENTO BÁSICO: UMA REALIDADE


AO NOSSO ALCANCE
Tendo este estudo enfatizado a importância do saneamento, uma pergunta se impõe:
é possível fazê-lo?
A resposta a essa pergunta é: sim, é possível fazê-lo!
Precisamos de uma dose de vontade política e do comprometimento das comunidades
com seus próprios problemas.
Dentre os principais profissionais que estudam esse tema hoje, destaca-se o papel do
Sanitarista. Segundo Lorena (2016), o sanitarista é o profissional de saúde que articula os
conhecimentos de medicina com a saúde pública
para atuar sob os diferentes níveis de atenção, FIGURA 38 _ RESERVATÓRIOS DE ÁGUA
gestão e vigilância no Sistema Único de
Saúde (SUS).
Sanitarista é um profissional de nível su-
perior em diferentes áreas de conhecimento,
como Enfermagem, Medicina, Serviço Social e
Engenharia, especializado, no campo de saúde
pública.
Ao sanitarista compete traçar, para as auto-
Módulo 1_01

ridades governamentais, as melhores estratégias


de planejamento, determinando os locais e formas
EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 45
de sanear o meio ambiente e como estas FIGURA 39 _ CENTRAL DE TRATAMENTO DE ÁGUA
poderão ser postas em prática.
Para que você entenda um pouco
mais a respeito das possíveis maneiras
de realização do saneamento, daremos
destaque agora aos serviços básicos: sistema
de abastecimento de água, afastamento de
dejetos e remoção de lixo, relacionando-as
ao tratamento da água, do esgoto e do lixo.

2.1.1 Sistemas de Abastecimento de Água

O abastecimento de água pode ser realizado recorrendo-se a soluções individuais ou


coletivas. As soluções individuais mais utilizadas são a coleta direta de água em rios, represas,
lagoas, fontes naturais etc.; reserva de água da chuva; construção de poços.
Sistema público de abastecimento de água
A forma ideal para o abastecimento de água é o sistema coletivo. De modo geral, o
sistema público de abastecimento é desenvolvido em algumas etapas, das quais você já
pode ter ouvido falar.
A primeira etapa, de grande importância, é a captação da água, feita em rios, lagos,
represas, lagoas, etc. Em seguida, é realizado seu transporte até uma estação de tratamento,
geralmente por tubulações, onde ela é tratada adequadamente. Essa etapa se destina à
retirada de impurezas que, por ventura, a água possua, a fim de poder ser utilizada nas mais
diversas atividades.
Devidamente tratada, a água precisa ser armazenada em local adequado, para suprir
as nossas necessidades. São os chamados reservatórios para reservação da água.
Desses reservatórios, a água é então distribuída - distribuição - pelas chamadas redes
de distribuição, chegando às nossas casas, locais de trabalho etc.

Medidas caseiras de tratamento da água


Quando não se dispõe de um sistema coletivo de abastecimento de água ou não se
tem certeza de que o existente possua as qualidades necessárias para o consumo humano,
podem-se adotar medidas caseiras simples para a ingestão e preparação dos alimentos.
Dentre eles: filtração; fervura e utilização de produtos à base de cloro.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
46 AUTOCUIDADO
Como tratar a sua água de beber
Segundo Brasil (2011), a água para consumo humano deve ser:
•• Filtrada (com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo).

•• Posteriormente, fervida. A fervura da água elimina bactérias, vírus e parasitas; por


isso, é o método preferencial para tratamento da água de consumo humano.

•• Caso não seja possível ferver, obter água de uma fonte que não tenha sido conta-
minada por esgoto e realizar a filtração (com filtro doméstico, coador de papel ou
pano limpo) e posterior tratamento com hipoclorito de sódio (2,5%).

Como limpar a caixa d’água:

•• Feche o registro, impedindo a entrada de água na caixa, ou amarre a boia;

•• Esvazie a caixa, abrindo torneiras e dando descargas;

•• Quando a caixa estiver quase vazia, tampe a saída para que a água suja que restou
seja usada na limpeza e para que a sujeira não desça pelo cano;

•• Em seguida, esfregue as paredes e o fundo da caixa;

•• Use somente panos e escova para realizar a limpeza. Nunca use sabão, detergente
ou outros produtos químicos;

•• Retire a água e o material sujo da limpeza com pá, balde e pano, deixando a caixa
totalmente limpa;

•• Deixe entrar água na caixa até que encha completamente e acrescente um litro de
água sanitária para cada 1000 litros de água;

•• Por duas horas, não use de forma alguma essa água;

•• Passadas essas duas horas, feche o registro ou a boia para evitar a entrada de água
na caixa;

•• Esvazie a caixa, usando essa água para limpar e desinfetar os canos;

•• Tampe a caixa, para impedir a entrada de pequenos animais e poeira;

•• Anote, do lado de fora da caixa, a data da limpeza;

•• Finalmente, abra a entrada de água. Esta água esta pronta para o uso.

A água é o maior bem da humanidade. Várias entidades atualmente se reúnem para


discutir a recuperação de lagos, represas e de outras fontes hídricas. Cabe a cada um de
Módulo 1_01

nós a conservação das nossas riquezas hídricas.

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 47
2.1.2 Esgotamento Sanitário
A conservação dos recursos naturais vem sendo um dos temas mais discutidos na
primeira década do século XXI, tendo em vista a qualidade do meio ambiente e a qualidade
de vida que a mesma pode trazer. (DANTAS, 2012).
A necessidade de conservação das águas tem sido cada vez mais valorizada, à medida
que se reduz a disponibilidade de água com características apropriadas para consumo
humano. A poluição nos ecossistemas aquáticos e no equilíbrio do percurso da água no
ciclo hidrológico tem exigido medidas urgentes de contensão das descargas impróprias
como produtos tóxicos, além de tantos elementos que prejudicam a qualidade das águas.
Atualmente, no Brasil, o saneamento ainda está muito aquém do ideal, principalmente
em relação à coleta e ao tratamento do esgoto sanitário.
As soluções para o destino dos dejetos humanos, de forma a evitar a contaminação da
água e do solo, podem ser coletivas ou individuais.
A necessidade de se tratar esgoto foi intensificada com o aumento da população em
áreas urbanas, de maneira concentrada, provocando lançamentos de altas cargas orgânicas
de forma mais pontual. (DANTAS, 2012).
Com o incremento da população dos grandes centros e concentrações cada vez maiores
nas áreas urbanas, houve necessidade de se criar tecnologias otimizadas para se garantir o
tratamento eficiente de grandes volumes de resíduos sólidos e líquidos. As soluções para o
destino dos dejetos humanos, de forma a evitar a contaminação da água e do solo, podem
ser coletivas ou individuais.
No meio urbano, a opção mais adequada é o sistema de esgoto sanitário.

2.1.3 Fossas
Outra medida utilizada em locais em que não há sistema público de esgoto é a construção
de fossas.
Segundo Costa (2014), atualmente, na zona rural no Brasil, além da rede coletora, existem
também o uso de fossa séptica, ligada ou não à rede de esgoto, as fossas rudimentares,
entre outros. O mais comum é a fossa rudimentar (que serve 48% da população rural do
país), a qual, juntamente com outros métodos e com a não coleta/tratamento, corresponde
ao percentual da população rural não assistida.
Lembrando que as fossas rudimentares não funcionam como forma de evitar a
contaminação das águas superficiais e subterrâneas, pois, popularmente, são identificadas
como sendo um buraco na terra que recebe todos os dejetos, sem qualquer tratamento.
A fossa séptica biodigestor, um sistema de tratamento do esgoto de dejetos humanos,
cujo intuito é substituir o esgoto a céu aberto e as atuais fossas utilizadas em propriedades
rurais, em razão dos benefícios que podem ser gerados pela mesma. Os benefícios desse
sistema em relação às fossas convencionais são, principalmente, a reciclagem dos dejetos e
a sua vedação hermética (que impede a proliferação de vetores de doenças). (COSTA, 2104).
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
48 AUTOCUIDADO
FIGURA 40 _ FOSSA BIODIGESTOR

FIGURA 41 _ FOSSA RUDIMENTAR OU NEGRA

Quando se pensa na construção do esgoto sanitário em uma comunidade, refere-se ao


conjunto de obras e instalações que tem como objetivos: a coleta do esgoto individual ou
coletivo; o transporte e afastamento rápido e seguro do esgoto, seja por meio de pessoas
Módulo 1_01

ou de sistemas de redes coletoras; e o tratamento e disposição final, ou seja, o destino a


ser dado ao esgoto tratado.
EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 49
O esgoto é, na verdade, fruto da utilização da água. Por exemplo, ao lavar vasilhas em
sua casa, você gera certa quantidade de esgoto, assim como quando toma banho ou utiliza
o banheiro para urinar e evacuar.
A partir de agora, quando você realizar alguma dessas atividades, saberá o quanto elas
estão relacionadas com o uso da água, ou seja, com o sistema de abastecimento de água
de sua cidade.
Essa água precisa retornar para algum lugar, não é verdade? Esse é o papel do serviço
de esgotamento sanitário: separar os resíduos sólidos da água, tratando-a e devolvendo-a
para o meio ambiente, de forma a não causar danos à nossa saúde.

2.2 DESTINO DO LIXO


Até o início do século passado, o lixo gerado FIGURA 42 _ COLETA DE LIXO
(restos de comida, excrementos de animais e
outros materiais orgânicos) reintegrava-se aos
ciclos naturais e servia como adubo para a
agricultura. Mas, com a industrialização
e a concentração da população nas
grandes cidades, o lixo foi se tornando
um problema.
O lixo é um fator indireto de
transmissão de doenças.
Pode-se notar que, em locais
onde o lixo é jogado, existe uma grande
quantidade de insetos ao redor dele.
Esse é realmente o principal problema
relacionado com a não coleta de lixo e com
o seu destino inadequado, pois o acúmulo de lixo em locais não apropriados faz com que
vetores que nele encontram alimento, abrigo e outras condições favoráveis, venham a se
proliferar e causar doenças no homem.
O lixo é todo o resto de qualquer produto produzido e jogado fora pelo homem. Pode
ser resultado de restos de uma residência, ou de uma atividade social ou industrial. São
também chamados resíduos sólidos.
Como fazer então para nos livrar dos vetores?
A resposta parece simples: devemos cuidar da melhor forma possível do lixo que
produzimos em nossa casa ou trabalho.
Mais uma vez, porém nos deparamos com algo que envolve não só responsabilidade
individual, mas governamental. É nessa hora que o resultado deixa de ser tão simples.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
50 AUTOCUIDADO
Por exemplo, se colocarmos o lixo, por nós produzido, em sacolas resistentes e
adequadamente fechadas, e a Prefeitura não o recolher, nosso problema persiste.
As principais medidas de controle de vetores são da ordem ambiental, química e
biológica.
O controle ambiental implica em tornar o FIGURA 43 _ O PLANETA E NOSSO LIXO
saneamento do meio ambiente acessível a
todas as pessoas, ou seja, todos devem ter
acesso, dentre outras coisas, à água trata-
da, ao esgotamento sanitário e ao destino
final para o lixo. Essa é a melhor estratégia
para provocar um impacto nas condições
que permitem a proliferação de vetores,
trazendo inúmeros benefícios para o ho-
mem. Além disso, essa é uma medida que
não agride o meio ambiente, devendo ser
a estratégia preferida.
O controle químico é muito empregado
no Brasil e consiste no uso de agentes químicos
que são borrifados, em intervalos regulares de
tempo, em regiões onde haja problema com vetores.
O controle biológico consiste em colocar no meio dos vetores alguns organismos
predadores destes, para que dispute com eles a conquista de alimento, abrigo, etc. Essa
estratégia tem sido muito pesquisada, pois, de certa maneira, ela não prejudica o meio
ambiente.
É possível observar que existem muitas formas de resolução para os problemas que
enfrentamos. Então, por que ainda lidamos com eles, constantemente?
Existem ainda alguns animais que se alimentam do lixo. Dentre eles, o mais importante
na cadeia de transmissão da doença, o porco. Quando esse animal é alimentado com restos
de alimentos, pode ser infectado e transmitir doenças ao homem. É o caso da cisticercose.
O lixo também pode poluir o meio ambiente, gerando consequências maléficas para
o próprio homem.
O lixo produzido pelo homem varia muito, dependendo dos seguintes fatores:
•• Procedência (rural ou urbana; domiciliar, comercial, industrial ou de algum serviço
de saúde);

•• Características da cidade onde é produzido;

•• Clima e estação do ano em que é produzido;


Módulo 1_01

•• Hábitos e padrão de vida da população

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 51
•• A fim de se manter a limpeza pública adequada, devem-se seguir estas quatro etapas:

•• Acondicionamento do lixo;

•• Limpeza das ruas;

•• Coleta e transporte do lixo;

•• Tratamento ou disposição final do lixo.

Uma das grandes preocupações da sociedade moderna é que destino dar ao lixo produzido
e acumulado cotidianamente. Em alguns lugares existem usinas de lixo, responsáveis por
sua reciclagem. Essa, porém, não é nossa realidade. Conforme podemos ver, cada estado
e município lidam com o lixo da maneira que lhe é possível.
A sociedade tem encontrado caminhos alternativos para lidar com o problema do lixo.
Exemplo disso são as campanhas educativas. Atualmente, algumas escolas já tratam desse
tema com seus alunos. Além disso, são vistas na televisão várias propagandas abordando
o assunto.
Com certeza, futuramente, nossas ruas serão mais limpas que hoje, dependendo menos
da realização de limpeza devido à formação da população, que evitará sujá-las.
Outra realidade no Brasil é o descarte do lixo produzido, lançados em lixões, sem
qualquer critério.
As alternativas para cuidar do lixo produzido, sem causar prejuízos para a sociedade, são:
•• Aterro sanitário - Consiste em enterrar o lixo após sua compactação, cobrindo-o
com camadas de terra. Esse é um método que exige cuidados e técnicas específicas
realizadas por engenheiros ambientais, com o apoio da secretaria do meio ambiente.

•• Incineração - Consiste na queima do lixo, com o intuito de reduzir peso e volume. É


uma boa alternativa quando não se pode fazer o aterramento sanitário, quando há
grande quantidade de resíduos não infectados ou quando a distância entre a coleta
e a disposição do lixo é muito grande.

•• Depósito coletivo - São grandes vasilhames destinados ao depósito do lixo, que


podem ser utilizados por todos. Um inconveniente desse recurso é a necessidade
de coleta do lixo regularmente, que ainda depende de uma destinação final.

•• Compostagem - É a transformação de resíduos orgânicos presentes no lixo, por


meio de processos físicos, químicos e biológicos, o que resulta em excelente adubo
para o solo.

Algumas doenças de natureza química também podem atingir o homem, causando


graves danos à sua saúde.
Existem inúmeras substâncias químicas que podem levar à morte, tanto quando se é
Módulo 1_01

exposto a elas por um período prolongado, como quando a quantidade a que se é exposto
EDUCAÇÃO PARA
52 AUTOCUIDADO
é elevada. Por isso, as autoridades sanitárias devem constantemente fiscalizar fábricas e
indústrias que jogam lixo químico em rios, mares ou outras fontes de água utilizadas para
o consumo pela população.
São exemplos dessas substâncias: o chumbo, o cromo e os nitratos, que podem causar
sérios e vários danos à nossa saúde.

2.3 RECICLAGEM DO LIXO


FIGURA 44 _ SEPARAÇÃO DO LIXO

Segundo Brasil e Ministério do Meio Ambiente (2017), a reciclagem é um conjunto de


técnicas de reaproveitamento de materiais descartados, reintroduzindo-os no ciclo produtivo.
É uma das alternativas, de tratamento de resíduos sólidos (lixo), mais vantajosas, tanto do
ponto de vista ambiental quanto do social: ela reduz o consumo de recursos naturais, poupa
energia e água, diminui o volume de lixo e dá emprego a milhares de pessoas.
A reciclagem do lixo representa hoje uma tentativa da sociedade moderna em diminuir
o desperdício: o acúmulo de poluentes que podem ser recuperados.
Atualmente, é comum vermos pessoas catando latas de refrigerante ou cerveja no lixo
a fim de vendê-Ias para empresas responsáveis por sua reciclagem.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 53
Destacam-se entre as principais vantagens de reciclagem as seguintes:
•• Redução do custo da coleta;

•• Aumento da vida útil dos aterros sanitários, pois a quantidade de lixo encaminhado
para eles diminui;

•• Reutilização de produtos que são descartados;

•• Redução de consumo de energia das fábricas;

•• Diminuição dos custos da produção, decorrente do reaproveitamento dos produtos


reciclados.
Considerando essas vantagens, dentre outras, você pôde perceber como esse assunto é
importante. Certamente, se desejar jogar algo no chão ou se presenciar alguém despejando
lixo nas ruas, estará consciente de todos os prejuízos que estão sendo causados para a
comunidade. Cabe ao profissional de saúde, de posse desse saber, ser mais um multiplicador
dos conhecimentos que tem em sua comunidade.

FIGURA 45 _ TIPOS DE LIXOS E SEUS DESTINOS

Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
54 AUTOCUIDADO
3
1. FUNDAMENTOS DE HIGIENE, NUTRIÇÃO E PROFILAXIA

MÉTODOS de
PLANEJAMENTO FAMILIAR
e PREVENÇÃO de
DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
VOLTAR AO SUMÁRIO

FIGURA 46 _ MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

Vê-se que a educação sexual, como qualquer outra educação, tornou-se atualmente
uma grande necessidade.
Preservar a juventude da realidade de sua herança biológica não fará diminuir assim a
Módulo 1_01

chamada permitida, muito pelo contrário, ao envolver o ato sexual num mistério, ao erguer

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 55
barreira entre instinto e sua realização natural, faz-se aumentar a curiosidade em torno deste
fenômeno proibido, despertando necessidades além de seus níveis anormais.
É reconhecido que o sexo fornece motivação humana e que sua frustração se acompanha
de perigo para a vida psíquica. Diante dos educadores modernos, a educação sexual deve
ser iniciada já no primeiro ciclo escolar.
Segundo Zampieri (2007), sexo e sexualidade são termos distintos. Sexo (genitalidade) não
é atributo exclusivo do ser humano, pois está presente em todos os seres vivos. Sexualidade
tem uma dimensão exclusivamente humana, exigindo uma interação de fenômenos: prazer,
emoção, afetividade e comunicação, ultrapassando os limites do corpo, tingindo o imaginário.
Como é o seu entendimento sobre sexualidade?
A sexualidade é todo um sentimento, uma concepção de si e do outro, busca e oferta de
momentos, carinho, ultrapassando apenas o limite físico do corpo, não tendo necessariamente
a ligação exclusiva com o ato sexual, mas um conjunto das experiências significantes e outras
expressões manifestada no comportamento, estando muito mais ligadas a fatores culturais
do que a espécie.
Para trabalhar com a temática da sexualidade humana, é necessário que o profissional
de saúde:
•• Esteja bem com a sua sexualidade;

•• Conheça sobre a resposta sexual humana;

•• Dote-se de um profundo respeito ético em relação à sexualidade do outro.

Uma vez em que trabalhar com questões de sexualidade humana, está se lidando com
envolvimento profissional entre os envolvidos (cliente-profissional de saúde). Para isso, se
faz necessário algumas características ao profissional:
•• Empatia;

•• Congruência;

•• Aceitação incondicional;

•• Motivação;

•• Confrontação;

•• Concreticidade.
É de fundamental importância para os profissionais/educadores em saúde abordarem
o tema com responsabilidade, postura e ética.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
56 AUTOCUIDADO
3.1 PLANEJAMENTO FAMILIAR
Para Brasil (2013) o Planejamento familiar é o direito à informação, à assistência
especializada e acesso aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou
não filhos, o número, o espaçamento entre eles e a escolha do método anticoncepcional
mais adequado, sem coação.
O planejamento familiar é entendido como o direito fundamental do ser humano,
possibilita regular fecundidade e decidir livre e responsavelmente em ter ou não filhos,
quando tê-los; ter acesso à informação, à educação e aos serviços de planejamento familiar,
exercer sua sexualidade plena e realizar tratamento de infertilidade. (ZAMPIERI, 2007).
Brasil (2013) descreve o Controle de Natalidade como sendo, uma ação governamental
com a preocupação de estipular metas para crescimento “ideal” da população; quer dizer,
onde o governo determina quantos filhos o casal deve ter.
Neste caso, ocorre impedindo a liberdade de escolha e o indivíduo ou família tem que
obedecer às políticas governamentais de limitação de natalidade.
No Brasil, o planejamento familiar, segundo a constituição de 1988, está fundamentada
nos princípios de dignidade humana e da paternidade responsável, sendo de “livre decisão
do casal”. (ZAMPIERI, 2017).

3.2 INFECÇÃO SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST)


Segundo Brasil (2017), as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por
vírus, bactérias ou outros micro-organismos. São transmitidas, principalmente, por meio do
contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma
pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para
a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia
de transmissão dessas infecções. O atendimento e o tratamento são gratuitos nos serviços
de saúde do SUS.
A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em
substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a
possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.
As IST podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos ou verrugas anogenitais.
São alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia, infecção pelo HIV, infecção
pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C.
A IST aparece, principalmente, no órgão genital, mas pode surgir também em outra
parte do corpo (Ex.: palma das mãos, olhos, língua).
O corpo deve ser observado durante a higiene pessoal, o que pode ajudar a identificar
uma IST no estágio inicial. Sempre que se perceber algum sinal ou algum sintoma, deve-se
Módulo 1_01

procurar o serviço de saúde. E, quando indicado, avisar a parceria sexual.

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 57
São três as principais manifestações clínicas das IST:
•• Corrimentos: Aparecem no pênis, vagina ou ânus, podem ser esbranquiçados, es-
verdeados ou amarelados; dependendo da IST, geralmente, apresentam odor forte
e/ou causar coceira, provocam dor ao urinar ou durante a relação sexual. Nas mu-
lheres, quando é pouco, o corrimento só é visto em exames ginecológicos. Podem
se manifestar na gonorreia, clamídia e tricomoníase.

•• Feridas: Aparecem nos órgãos genitais ou em qualquer parte do corpo, com ou


sem dor; podem ser manifestações da sífilis, herpes genital, cancroide, donovanose
e linfogranuloma venéreo.

•• Verrugas anogenitais: São causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) e podem


aparecer em forma de couve-flor, quando a infecção está em estágio avançado. Em
geral, não doem, mas pode ocorrer irritação ou coceira.
Além das IST que causam corrimentos, feridas e verrugas anogenitais, existem as
infecções pelo HIV e pelas hepatites virais B e C, causadas por vírus, com sinais e sintomas
específicos.
A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é outra forma de manifestação clínica das IST. Decorre
de gonorreia e clamídia não tratadas. Atinge os órgãos genitais internos da mulher (útero,
trompas e ovários), causando inflamações.
Algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas
e tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte.
A vaginose bacteriana e a candidíase vulvovaginal também causam corrimento, mas
não são consideradas IST.
O uso da camisinha (masculina ou feminina), em todas as relações sexuais (orais, anais e
vaginais), é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/AIDS e das hepatites
virais B e C. Serve também para evitar a gravidez.
A camisinha masculina ou feminina pode ser retirada gratuitamente nas unidades de
saúde.
Quem tem relação sexual desprotegida pode contrair uma IST. Não importa idade, estado
civil, classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião. A pessoa pode
estar aparentemente saudável, mas pode estar infectada por uma IST.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
58 AUTOCUIDADO
4
1. FUNDAMENTOS DE HIGIENE, NUTRIÇÃO E PROFILAXIA

AÇÕES de PREVENÇÃO
e CONTROLE de DOENÇAS
INFECTOCONTAGIOSAS
e/ou CRÔNICAS
VOLTAR AO SUMÁRIO

Atualmente, podemos Mudar comportamentos talvez seja a meta mais


dizer que dispomos de difícil dos profissionais ligados à área da saúde, pois não
basta somente a realização de obras, se não houver uma
conhecimento suficiente
contribuição por parte do homem para a melhoria do
para resolver grande
lugar em que vive.
parte dos problemas
Educação para a saúde envolve toda e qualquer
relacionados com o medida que possibilite a compreensão por parte da
saneamento. Apesar disso, população da importância das ações para a saúde e
o homem surge como a execução das ações de controle. Ou seja, não basta
a principal dificuldade que as autoridades construam e ofereçam banheiros
para uma população que sempre recorreu ao mato ou à
quando se estabelecem
moita para evacuar. Cabe aos governantes, além de pôr
ações que visam ao
à disposição dessas pessoas esse tipo de construção,
controle ambiental. educá-las a respeito de sua utilidade e, principalmente,
de sua importância para a saúde.
Sem educação para a saúde, torna-se possível
encontrar em um vaso sanitário uma bonita roseira, pois,
na ausência de explicação prévia a respeito da utilidade
desse objeto, pode-se dar a ele qualquer destino,
estando este associado a um sentido, que se vinculam
às experiências de vida e à cultura do indivíduo.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 59
Educar para a saúde significa envolver o cidadão nas ações de controle, promovendo
sua conscientização, de modo a torná-lo capaz de exigir das autoridades competentes seus
direitos.
Muitas doenças que afetam o homem ocorrem porque ele desconhece a forma ideal de
cuidar de seu meio ambiente e o destino que deve dar aos dejetos (lixo, fezes).
Por outro lado, apesar de várias pessoas possuírem esse conhecimento, não dão a ele
o devido valor e continuam agindo como se o seu comportamento não provocasse sérias
consequências para a sua saúde, a de sua família e da coletividade.
De quem é afinal a responsabilidade pela saúde?
Dizemos que a responsabilidade pela saúde envolve a parceria governo/sociedade;
isto é, enquanto o governo tem a responsabilidade de garantir o serviço de coleta de lixo,
o cidadão deve ter a responsabilidade de embalar o lixo que produz e colocá-lo em lugar
devido, para que os responsáveis pela coleta possam realizá-la. Então, existem, para cada uma
das atividades relacionadas ao saneamento, responsabilidades individuais e governamentais.
Vamos pensar e entender o que estamos querendo dizer.
Uma pessoa, que desconhece a importância do uso de água limpa e do vaso sanitário,
pode usar água do rio para beber e tomar banho, sem saber os riscos que está correndo.
Pode, assim, contrair uma doença que causa diarreia. Ao defecar perto do rio, permitirá que
o ciclo da doença continue, pois a chuva vai fazer com que as fezes continuem contaminando
e causando a diarreia. A próxima pessoa que usar a água desse rio também se contaminará.
Portanto, é responsabilidade de cada um conhecer o ambiente em que vive.
Por outro lado, é responsabilidade do governo prover os meios de formação dessas
pessoas, garantindo-lhes acesso a escolas e centros comunitários, além de investir na
construção de estações de tratamento de água e esgoto.
Essas responsabilidades governamentais estão previstas na Constituição de 1988, que
faz referência ao saneamento básico nos seguintes artigos;

Artigo 21 (XX): afirma que compete à União, entre outras atribuições, “instituir diretrizes
para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos”.
Artigo 23 (IX): diz que é competência comum da União, dos estados, do distrito federal
e dos municípios “promover programas de construção de moradias e de melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico”.
Artigo 30 (V): atribui aos municípios competência para “organizar e prestar, diretamente
ou sob-regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local”.
Artigo 200 (III): diz que compete ao SUS “participar da formulação da política e da execução
Módulo 1_01

das ações de saneamento básico”.

EDUCAÇÃO PARA
60 AUTOCUIDADO
Apesar de tal legislação definir as competências do governo no que se refere à resolução
dos problemas relacionados ao saneamento, explicitando cada uma delas de maneira
inequívoca, muitas dessas determinações não têm sido cumpridas.
O desconhecimento de muitos e o descaso de outros, em especial de nossos governantes,
têm tido reflexos significativos nas condições de saúde da população, o que se pode observar
pela análise mais detalhada de alguns indicadores de saúde no Brasil (IBGE e Instituto Trata
Brasil, 2014):

•• 13% de toda a água potável do mundo estão no Brasil;

•• 28 mil pessoas morrem por ano no Brasil de doenças provocadas por água
contaminada;

•• Seis milhões de brasileiros não tem acesso à água tratada;

•• 37,5% de todo o esgoto no país é devidamente tratado;

•• Mais de dois mil municípios brasileiros com altas taxas de mortalidade infantil;

•• 74% da população vivem sem água encanada e esgoto;

•• Das 100 maiores cidades do país que também foram analisadas, apenas 10 muni-
cípios possuíam índice de tratamento de esgoto superior a 80%: Sorocaba, Niterói,
São José do Rio Preto, Jundiaí, Curitiba, Limeira, Ribeirão Preto, Londrina, Maringá
e Petrópolis;

•• A diarreia é a segunda causa de morte entre os menores de 5 anos em todo o mundo;

•• 39% das crianças nos países em desenvolvimento recebem tratamento adequado;

•• 88% das mortes por diarreia no mundo são causadas pelo saneamento inadequado
e, em 2011, no Brasil, 396.048 pessoas foram internadas por diarreia; destas, 138.447
foram crianças menores de 5 anos (35% do total);

•• Além da diarreia, a água imprópria pode causar doenças como hepatite A, febre
tifoide, rotavírus, cólera e leptospirose.

Dados alarmantes, que merecem uma atenção especial.


Com base em nossas discussões e reflexões, podemos dar à palavra ‘saneamento’ o
seguinte conceito: é o conjunto de medidas que tem por objetivo alcançar níveis de saúde
no mínimo satisfatórios, por meio de abastecimento de água potável, coleta e disposição
de esgotos e lixo e de educação da população para a saúde, com a finalidade de proteger
e melhorar as condições de vida, tanto nos centros urbanos como nas comunidades rurais.
Agora podemos perceber, pelos dados citados, a importância do saneamento para a
saúde, é necessária que conheça suas principais atividades.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 61
5 As ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS e a COMUNIDADE

VOLTAR AO SUMÁRIO

Conside ra-se cidadão todo aquele


que vive na cidade, aquele que está no
gozo de todos os direitos, que não tem
condenação e pode transitar em todos
os espaços frequentados normalmente
pelos demais, que pode votar e ser
votado que tem garantido o acesso aos
bens de consumo.
A esse conjunto de direitos, alcan-
çados pelo homem citadino, chamamos
_
FIGURA 47 O PLANETA E AS de cidadania. Representa o direito à vida
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS em seu sentido pleno e irrestrito. Para
consolidá-la, é necessária uma sociedade
politicamente organizada, democrática e preocu-
pada com o bem-estar social.
Segundo Aurélio (2016), Cidadão é indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos
de um Estado livre [...] habitante de uma cidade. E Cidadania é a condição de quem
possui direitos civis, políticos e sociais, que garante a participação na vida política.
Estado de cidadão, de quem é membro de um Estado.
Quanto ao homem, cabe-lhe o exercício da cidadania, por meio da participação,
passando de mero receptor de dádivas, para um ser que interage com o meio,
percebe as diferenças e transforma-se em sujeito daquilo que pode conquistar. Sem
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
62 AUTOCUIDADO
dúvida, a cidadania é o viver em sua plenitude, em sua essência e, por isso, precisa
ser construída coletivamente.
Sabe-se que essa consciência coletiva não é tão fácil de ser constituída numa
sociedade em que o capitalismo globalizado cria e recria indivíduos voltados para suas
necessidades, sempre prontos a resolver apenas seus problemas. Para esse cidadão,
o meu supera o nosso, impedindo sua participação em lutas por direitos universais e
coletivos como, por exemplo, um sistema de saúde público de qualidade.
Geralmente, esse tipo de luta não encontra apoio nas camadas da sociedade
possuidoras de seguros-saúde que cobrem internações e consultas.
Existem três tipos de direitos: Civil, Político e Social.
•• Civil - Todos têm o direito de dispor de nosso próprio corpo, decidimos aonde
vamos, assinamos termos de compromisso para nos submeter a um tratamento,
decidimos quando dormimos, quando levantamos e onde trabalhamos. Como
esse direito incide sobre o corpo que nos pertence, dispomos de controle
sobre ele.

•• Social - Atendimento das necessidades humanas básicas, como o direito à


alimentação, habitação, saúde, educação e ao trabalho com salário digno.

•• Político - Deliberação do homem sobre sua vida. Utilizando-o sabiamente, ga-


rantiremos os direitos de livre expressão de pensamento e de prática política
e religiosa, de acesso de todos à escola e de salários dignos. Esse direito tem
relação com a convivência entre os homens, por intermédio de organismos
de representação.

Esses direitos em todas as nações do mundo estão garantidos nas constituições,


sendo que em certos casos, alguns artigos requerem maior detalhamento para evitar
dúvidas de interpretação. Isso não quer dizer que, pelo fato de constar em lei, serão
naturalmente respeitados. Como exemplo, podem-se citar grupos da população cujos
direitos estão garantidos na legislação, mas que no cotidiano são desrespeitados. É
o caso dos idosos, às crianças, dos adolescentes, dos negros e das mulheres.
Não podemos perder de vista que esses direitos estão interligados e um depende
do outro. Para se construir a cidadania de um povo, faz-se necessário a participação
de todos, discutindo, votando, controlando o exercício de diversos poderes instituídos
legalmente. Os pontos comuns para concretização dessa conquista são a participação
e o diálogo para que sejam efetivas determinadas políticas, criando consenso quanto
a propostas e lutas.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 63
6 Os RISCOS do
TABAGISMO, ELITISMO,
TOXICOMANIAS e AUTOMEDICAÇÃO
VOLTAR AO SUMÁRIO

6.1 TABAGISMO
O hábito é tão defendido em todas
as civilizações, que já conseguiu ser
sancionado pela sociedade mesmo para
mulheres e adolescentes. O hábito não
afeta as faculdades mentais, sendo por
este motivo considerado menos pernicioso.
As consequências físicas da nicotina não
percebidas precocemente pelo consumidor;
só aparecem depois que dez ou mais anos
sem decorridos, quando já é tarde para uma IMAGEM 48
abstenção; exceto em alguns indivíduos
dotados de motivação forte.
O fumante tem necessidade psicológica de continuar fumando, isto é, o fumo cria hábito.
Uma minoria desenvolve verdadeira dependência, e a privação do cigarro acompanha-se
de sintomas físicos por vezes incorrigíveis.
Além da nicotina e do alcatrão, os cientistas já conseguiram isolar mais de quatro mil
substâncias diferentes presentes em uma tragada. Mais de quarenta delas podem provocar
câncer. Os cigarros lights também não reduzem o risco. Apesar dos baixos teores de
nicotina e alcatrão, eles contêm os mesmos componentes de um cigarro comum. E a pessoa
passa a fumar mais.
Segundo Fernandes (2014), o tabagismo ainda é a principal causa de morte evitável do
mundo. Cerca de 200.000 mortes por ano são decorrentes do tabagismo no Brasil.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
64 AUTOCUIDADO
Nicotina é uma poderosa substância psicoativa que tem um complexo mecanismo de
ação. Trata-se de uma amina terciária volátil, isolada de plantas Nicotiana tabacun e Nicotiana
rustica. É mais consumida em forma de cigarro, mas pode ser encontrada no charuto, no
cachimbo, no tabaco mascado, entre outros produtos. (FERNANDES, 2014).
No Brasil, é também administrada como fins terapêuticos em produtos de reposição
de nicotina, sob fora de adesivos e goma de mascar, utilizados no tratamento de tabagismo
para alívio dos sintomas da abstinência.
A Nicotina é absorvida pelo organismo, incluindo pulmões, boca, mucosa nasal, pele
e aparelho gastrointestinal.
Ao fumar um cigarro, a nicotina atinge rapidamente o sistema circulatório e estima-se
que chegue ao cérebro em torno de 10 a 20 segundos. (FERNANDES, 2014).
Para o fumante passivo, a inalação da fumaça expelida pode causar dor de cabeça,
tontura, náuseas e cólica abdominal. A nicotina causa aumento da frequência cardíaca e da
pressão arterial, reduz apetite. Importante salientar que o uso do tabaco em longa data, está
associado a grande número de problemas cardiovasculares e respiratórios.
Conheçam algumas dessas substâncias:
FIGURA 49 _ COMPOSTOS DO CIGARRO
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 65
IMAGEM 50

IMAGEM 51

Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
66 AUTOCUIDADO
6.2 ETILISMO
Segundo OMS (2014), o IMAGEM 52
álcool é consumido pratica-
mente em todo o mundo.
Globalmente, estima-se que
indivíduos com idade de 15
anos ou mais consumiram em
torno de 6,2 litros de álcool
puro em 2010 (equivalente a
cerca de 13,5g por dia). No
Brasil, o consumo total esti-
mado é equivalente a 8,7L por
pessoa, quantidade superior à
média mundial. Estima-se que
homens consumam 13,6L por
ano, e as mulheres, 4,2L por
ano. Quando são considerados apenas os indivíduos que consomem álcool, esta média sobe
para 15,1L de álcool puro por pessoa (sendo mulheres: 8,9L e homens: 19,6L).
Segundo Veiga (2016), o alcoolismo é compreendido como uma doença crônica, primária,
com fatores genéticos, psicossociais e ambientais influenciando seu desenvolvimento e
manifestações. A doença é geralmente progressiva e fatal. É caracterizada pela falta de
controle sobre a bebida, pré-ocupação com a droga álcool, uso de álcool apesar das
consequências adversas, e distorções no pensamento, negação notável. Cada um destes
sintomas pode ser contínuo ou periódico.
Segundo Varella (2017), o alcoolismo é uma doença crônica, com aspectos
comportamentais e socioeconômicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool,
na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga
e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada.
Compreende-se o alcoolismo como uma doença que se manifesta principalmente
na maneira incontrolada de beber do indivíduo, a que se dá o nome de alcoólatra. É uma
doença progressiva que, se não for tratada, torna-se a cada ano mais violenta, afastando
suas vítimas do mundo normal e deixando-as cada vez mais baixo num abismo que só tem
duas saídas: a loucura ou a morte prematura.
Além do mais é uma doença incurável. Uma vez que uma pessoa se torne alcoólatra,
sempre o será. Nem mesmo depois de muitos anos de abstenção poderá voltar a beber
normalmente. Logo estará bebendo mais do que nunca.
Os alcoólatras têm muitas coisas em comum além da doença. Nota-se com surpreendente
frequência, que o alcoolismo ataca justo os mais inteligente da escola, ou o mais prometedor
Módulo 1_01

empregado na empresa, é claro que ataca igualmente os antipáticos, aos menos inteligentes

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 67
e os marginais que geralmente falta de condições econômicas, não conseguem encobrir
seu estado.

6.2.1 Metabolismo do álcool

O metabolismo no fígado remove de 90% a 98% da droga circulante. O resto é eliminado


pelos rins, pulmões e pele. Um adulto de 70 kg consegue metabolizar de 5 a 10 gramas de
álcool por hora. Como um drinque contém, em média, de 12 a 15 gramas, a droga acumula-
se progressivamente no organismo, mesmo em quem bebe apenas um drinque por hora.
(VARELLA, 2017).
Varella (2017) relata ainda que o álcool que cai na circulação sofre um processo químico
chamado oxidação que o decompõe em gás carbônico (CO2) e água. Como nesse processo
ocorre liberação de energia, os médicos recomendam evitar bebidas alcoólicas aos que
desejam emagrecer, uma vez que cada grama de álcool ingerido produz 7,1 kcal, valor
expressivo diante das 8kcal por grama de gordura e das 4 kcal por grama de açúcar ou
proteína.
Usuários crônicos de álcool costumam nele obter 50% das calorias necessárias para o
metabolismo. Por isso, frequentemente desenvolvem deficiências nutricionais de proteína
e vitaminas do complexo B.

6.2.2 Fases do Alcoolismo

Segundo Varella (2017) o alcoolismo se define nas seguintes fases:


•• Fase 1 – Adaptação: Ocorre logo após o primeiro contato com a droga. Nessa fase, o
álcool serve de muleta, pois facilita o contato social. O indivíduo sente-se bem quando
ingere álcool. É o caso do adolescente que vai, pela primeira vez, a um barzinho ou
a um baile, toma um chope ou uma caipirinha, fica mais solto, mais alegre, ou da
menina que vê diminuídos os sintomas da TPM e a inibição. Para eles, o álcool alivia
a ansiedade, a angústia diante das dificuldades naturais da vida.
•• Fase 2 – Tolerância: Período em que a maioria desenvolve um mecanismo de tolerância
ao álcool e há uma adaptação do sistema nervoso central (SNC) a maiores quantidades
da droga. Quem não conhece o jovem vencedor, brilhante no trabalho e nos estudos,
feliz no amor, que vai a festas, bebe mais do que os outros, não se embriaga e ainda
leva os amigos bêbados para casa. No dia seguinte, é comum encontrá-lo gabando-
se de que bebida alguma o derruba. No final da segunda fase, a pressão social se
intensifica e provoca as “paradas forçadas”, que podem durar meses e até anos, mas
a doença continua em franco desenvolvimento e, surgindo uma oportunidade, ele
volta a beber.
•• Fase 3 – Síndrome de Abstinência: Neste estágio da doença, a dependência física está
Módulo 1_01

instalada e o álcool, paradoxalmente, passa a ser o remédio que minora o sofrimento


nas crises de abstinência, que são dolorosas. A deterioração física, mental e social
EDUCAÇÃO PARA
68 AUTOCUIDADO
é evidente. Basta observar a figura ictérica, inchada, sem controle dos esfíncteres,
perambulando pelas ruas ou vítima de tremores, delírios e alucinações, capaz de
beber desodorante, álcool etílico, combustível, perfume e até urina porque sabe que
por meio dela parte do álcool ingerido será eliminada. Começam as internações em
hospitais e sanatórios ao sair, desintoxicado, entra no primeiro boteco para tomar uma
só, e na mesma noite chega em casa totalmente bêbado. Os amigos o abandonam.
Torna-se rebelde e agressivo, sobretudo com as pessoas das quais mais depende,
perde totalmente o sentido da responsabilidade.
Varella (2017) enfatiza algumas recomendações atuais para o tratamento do alcoolismo,
sendo elas:
•• Desintoxicação – Geralmente realizada por alguns dias sob supervisão médica,
permite combater os efeitos agudos da retirada do álcool. Dados os altíssimos índices
de recaídas, no entanto, o alcoolismo não é doença a ser tratada exclusivamente no
âmbito da medicina convencional.

•• Reabilitação – Alcoólicos anônimos – Depois de controlados os sintomas agudos


da crise de abstinência, os pacientes devem ser encaminhados para programas de
reabilitação, cujo objetivo é ajudá-los a viver sem álcool na circulação sanguínea.

Para que o tratamento tenha sucesso é fundamental a participação dos familiares e


amigos próximos. Os Alcoólicos Anônimos são programas para auxiliar a recuperação do
dependente.

6.3 TOXICOMANIAS E AUTOMEDICAÇÃO


Drogas são substâncias naturais IMAGEM 53
ou sintéticas que ao penetrarem no
organismo humano sob qualquer
forma, ingeridas inaladas, injetadas
ou absorvidas pela pele, são capazes
de modificar as funções do organismo
resultando em várias mudanças.
Entrando diretamente na corrente
sanguínea, atingem o cérebro e
alteram o seu equilíbrio.
Segundo Fernandes (2013,
p.xxxx), a definição de Drogas em
vigor, promovida pela Organização
Mundial de Saúde, é “qualquer
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 69
substância natural ou sintética que administrada por qualquer via no organismo afete sua
estrutura ou função”.
Historicamente, muitas dessas substâncias são utilizadas sem grandes consequências
pelo ser humano e até mesmo com finalidades terapêuticas. Em alguns casos, porém se
corre o risco de criar dependências dessas substâncias. A dependência é caracterizada pela
necessidade incontrolável de prosseguir consumindo uma substância compulsivamente
apesar dos problemas significativos que podem surgir sejam físicos, emocionais, sociais ou
financeiros.
De acordo com Organização Mundial de Saúde, citada pelo Portal da Saúde (2013),
a toxicomania pode ser entendida como: um estado de intoxicação periódica ou crônica,
nocivo ao indivíduo ou à sociedade, causada pelo uso repetido de uma droga. 
A droga é qualquer substância que, introduzida no organismo, modifica alguma função,
além de causar dependência física e psicológica.
A toxicomania e a dependência são palavras que estão intimamente ligadas. A
toxicomania é definida pela noção de dependência, que seria um estado psíquico alterado. A
droga pode provocar mudanças no comportamento e outras reações, que abrangem sempre
um impulso para o seu uso contínuo, a fim de achar novos efeitos psíquicos e algumas vezes
evitar sentimentos indesejáveis. (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2013).
Normalmente, as drogas influenciam as atividades do sistema nervoso central (SNC),
alterando as transmissões sinápticas entre os neurônios. As drogas podem aumentar ou
diminuir o número de neurotransmissores ou mesmo bloquear, copiar ou influenciar os seus
efeitos.
Em contraste com o uso de drogas, o abuso de drogas refere-se ao uso recorrente de
drogas que resulta na desintegração das funções sociais e psicológicas. O abuso de drogas
é qualquer forma de utilização de drogas que resulte em efeitos nocivos. 
Existem dois tipos de dependência, tais como: dependência física, quando o corpo se
adapta fisiologicamente a uma droga; e a dependência psicológica, que corresponde a um
estado de mal-estar e desconforto que surge quando o dependente interrompe o uso de
uma droga.
Os sintomas mais comuns são ansiedade, sensação de vazio, dificuldade de concentração,
mas pode variar de pessoa para pessoa.
Essas definições incluem a noção de tolerância que significa que quantidades cada
vez maiores de uma droga são necessárias para produzir o efeito original desejado. Para as
pessoas que são fisicamente dependentes de uma droga, abstinência produzirá a síndrome
de abstinência que são reações físicas desagradáveis devido à ausência da substância
acrescidos de um desejo incontrolável de consumo.
Os sintomas da síndrome de abstinência são amenizados quando a droga é consumida
novamente. Nos dependentes de tóxicos, a abstinência pode ocasionar desde um simples
Módulo 1_01

tremor nas mãos a náuseas, vômitos, até um quadro de abstinência mais grave denominado

EDUCAÇÃO PARA
70 AUTOCUIDADO
“delirium tremens”, com risco de morte, em alguns casos. O “delirium tremens” pode ser
entendido como uma psicose provocada pela interrupção do uso e abuso de drogas. (PORTAL
DA EDUCAÇÃO, 2013).
As substâncias psicoativas têm feito parte da história da humanidade. Exemplo, o ópio
muito utilizado para alívio da dor. Há milhares de anos certas plantas têm sido utilizadas para
benefício do corpo, da mente e do espírito. Entre os tipos de drogas existentes, as psicoativas
são substâncias que alteram as sensações, o humor, a consciência ou outras funções.
Em relação à origem das drogas psicoativas, elas podem ser divididas em três grupos:
•• Naturais: certas plantas contêm princípios psicoativos, funcionando como matéria-
-prima na preparação de substância, que é extraída e purificada;

•• Semissintéticas: resultam de manipulações químicas realizadas, nas drogas naturais,


em ambiente de laboratório;
•• Sintéticas: são produzidas, unicamente, por manipulações químicas em laboratórios
e não dependem de substâncias vegetais ou animais para sua confecção.

6.3.1 Classificação das Drogas

A partir dos mecanismos de ação no Sistema Nervoso Central, as substâncias psicoativas


dividem-se nas seguintes classes:
•• Depressoras: promovem redução da atividade cerebral e das funções orgânicas de
modo geral. Exemplo: álcool e opióides (morfina...).

•• Estimulantes: estimulam o Sistema Nervoso Central; inclui uma variedade de subs-


tâncias que tem em comum propriedade aumentar atividade cerebral. Exemplos:
cocaína, anfetaminas, nicotina, cafeína.

•• Perturbadoras (alucinógenas): alteram a percepção e o senso de tempo e de espaço.


Exemplo: maconha, LSD, mescalina.

•• Medicações Psiquiátricas: incluem drogas utilizadas no tratamento de transtornos


mentais, crônicos ou não. Exemplos: antipsicóticos, antidepressivos, estabilizadores
do humor.
(FERNADES, 2013)
Existem dois tipos de drogas:
•• As lícitas: que são aquelas legalmente produzidas e comercializadas (álcool, tabaco,
medicamentos, inalantes, solventes), sendo que a comercialização de alguns medi-
camentos é controlada, pois há risco de causar dependência física e psíquica.

•• As ilícitas: que são aquelas substâncias cuja comercialização é proibida por provocar
Módulo 1_01

altíssimo risco de causar dependência física e psíquica (cocaína, maconha, crack, etc.).

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 71
Opióides
São drogas derivadas do ópio e incluem uma ampla variedade de substâncias naturais,
como o próprio ópio, além da morfina, codeína, tebaína e semissintéticas como heroína.
Podem ser administradas por qualquer via, porém a via mais procurada é o injetável
endovenoso, pois promove efeito rapidamente e com maior intensidade.
Promove alívio da dor, euforia, intensa sensação de bem-estar, boca seca, relaxamento,
sonolência, comprometimento da visão, redução da libido, náuseas e êmese, bradipnéia.
Em doses altas tem capacidade de sono profundo, podendo evoluir para o coma, queda
de frequência cardíaca e respiratória, hipotermia. Evolui a óbito.

Heroína
Esse tóxico é obtido da síntese da morfina. Seu efeito é 10 vezes mais potente que
os das morfinas, daí o seu nome HEROÍNA, do alemão “Heroich”, que significa “potente
energético”.
O ópio que contém 10% de morfina, é preparado a partir da seiva do fruto da papoula,
escorre dela uma substância leitosa que quando seca constitui o ópio. Já a heroína não é um
componente direto do ópio, como a morfina, mas é produzida a partir de uma transformação
química disto. Ela tem uma capacidade de induzir tolerância e dependência maior do que
a morfina e não tem nenhuma aplicação médica.
As manifestações físicas provocadas pela falta da heroína são náuseas, vômitos, pupilas
dilatadas, sensibilidade à luz, elevação da pressão sanguínea, dores em todo o corpo, insônia,
crises de choro, tremores, diarreia. A dependência física é grande, isto é, o corpo passa a
necessitar da droga para o seu funcionamento celular normal.

Solventes Voláteis
Os inalantes de uso mais comum são os solventes voláteis (hidrocarbonetos), pois
evaporam em contato com o ar. São produzidos a partir do petróleo e do gás natural. Como
exemplos, temos: Thinner, gasolina e cola. Não tem nenhuma indicação de uso terapêutico
conhecida.
Sua via de administração é por inalação, os efeitos incluem, diminuição das funções
corporais, euforia (duração de 15 a 45 minutos); com seu uso contínuo apresenta tontura,
sonolência, torpor e perda de consciência.
Complicações apresentam arritmia, depressão respiratória, epistaxe, podendo evoluir
a óbito.

Cocaína
É um alcaloide extraído das folhas da coca - Erythroxylon coca. É um poderoso estimulante
Módulo 1_01

do SNC, que interfere, especialmente, na absorção da Dopamina. É um pó branco sem

EDUCAÇÃO PARA
72 AUTOCUIDADO
cheiro e de sabor amargo. Ela pode ser aspirada como também friccionada na gengiva, ou
ainda injetada.
Causa uma euforia de início, porém, após o uso, sentem-se dores no corpo e uma
depressão profunda, onde o usuário busca preencher essa depressão, usando cada vez
mais e mais.
Independente de sua administração, ocorre em pouco tempo o aparecimento de seus
efeitos sobre o aparelho cardiovascular, respiratório ou nervoso.
Há um surgimento de taquicardia, elevação da PA e palpitações. No aparelho respiratório,
observa-se uma respiração acelerada e a ocorrência de edema pulmonar aguda. Outros sinais
que podem ser observados é midríase e elevação de temperatura corporal.
Além do desenvolvimento da dependência física e psíquica, há, momentaneamente,
um estado de euforia com desinibição inicial e sensação de bem-estar, podendo o usuário
se sentir com mais energia e menos apetite.
Os perigos físicos da droga dependem da forma administrativa. A aspiração do pó
irrita a mucosa nasal e seu uso crônico pode determinar ferimentos na membrana do nariz,
tornando o dependente fungante e frequentemente com hemorragias nasais.

Crack
É uma forma de apresentação mais barata da cocaína, tem caráter sólido, conhecido
como “pedra”, e é um subproduto da pasta de coca que, aquecido, pode ser fumado.
O crack tem efeito imediato, leva menos de 5 segundos para o vapor atingir o cérebro,
e dura em torno de 15 minutos. A sensação de euforia e medo produzida pelo crack é
extremamente forte. Seu uso causa mudança de comportamento. No decorrer do tempo,
acaba mudando a personalidade da pessoa. Criam-se sentimentos de confusão e paranoia,
ocorre perda do apetite, perda do desejo sexual, perda do sono, descuido da higiene pessoal.
Aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. O uso do crack traz problemas
respiratórios constantes e cansaço crônico.
O bebê de mãe usuária de crack tende a nascer prematuramente, com baixo peso, com
problemas psicológicos e, às vezes, com problemas fisiológicos e neurológicos. Durante o seu
crescimento, a criança tende a tornar-se violenta, com um nível muito baixo de autocontrole
e concentração e, consequentemente, dificuldade de aprendizagem.

Anfetaminas
São substâncias sintéticas fabricadas em laboratórios, que excitam a SNC, isto é, fazem
o cérebro funcionar mais depressa.
Elas tiram o sono e o apetite, fazendo com que a pessoa fique em constante vigília e
destruição. As anfetaminas produzem dependência psíquica aumentam o rendimento físico,
Módulo 1_01

causam danos irreversíveis ou até a morte, e exigem do organismo além de sua capacidade.

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 73
O efeito se manifesta em geral por: euforia, bem-estar, resistência à fadiga, perda do
apetite, liberação erótica, insônia. À proporção que as experiências se repetem, surgem
outros efeitos: agressividade, perda do autocontrole, desinteresse pelo trabalho.
Cria uma dependência físico-química, isto é, a droga modifica a química do organismo e
este só irá funcionar se a droga estiver presente. Aos poucos, vai criando uma dependência
tão grande que, se privarmos este indivíduo da droga, ele terá síndrome de abstinência; ou
seja, o organismo sente a falta da droga ocasionando um conjunto de sintomas, entre eles:
náuseas, vômitos, diarreia, coma e morte.
Quando uma pessoa começa a fazer uso de tóxicos, aos poucos o seu organismo vai
criando tolerância à droga; isto é, para obter os mesmos efeitos, é necessário o aumento
gradativo da quantidade da droga. Até que a dose mais alta pode causar intoxicação e morte.

Ecstasy - MDMA
É um alucinógeno associados à anfetamina, uma substância alucinógena com
propriedades estimulantes. Em geral é usado por via oral, seus efeitos são de curto período.
Apresentam leve intoxicação, euforia, sensação de prazer, estimula a autoestima e
sociabilidade, facilita comunicação, alterações visuais, depressão, ansiedade e episódios
de pânico, hipertensão, inapetência, náuseas, êmese, dor muscular, podendo persistir até
o dia seguinte.
Efeitos de uso contínuo presentam desconforto físico, perda de peso, exaustão,
irritabilidade, paranoia, depressão, convulsões, falência renal, hepática e óbito.

Maconha – Cannabis
O principal elemento psicoativo dessa desta droga é o delta-9 – Tetrahidrocannabiol
(THC), uma substância com propriedades alucinógenas menos potentes do que o LSD.
(FERNANDES, 2013).
Via de administração mais comum é aspirada. No Brasil, conhecida como “baseado,
beck, marola, etc.”.
“CANNABIS SATIVA L” é o gênero do cânhamo, indiano, de onde se extrai a maconha.
A maconha é considerada um alucinógeno; isto é, faz o cérebro funcionar de forma
desconcertante fora do normal.
Não cria a dependência física, mas a psicológica. Dependendo da personalidade do
usuário, pode ser brutal. Assim, se retirada, imediatamente, não correrá nenhum risco à
saúde. Porém, a força de vontade do paciente tem de ser grande, exatamente para vencer
sua necessidade psíquica de buscar a maconha.
Efeitos de seu uso incluem o aumento da frequência cardíaca; congestão das conjuntivas,
tornando os olhos avermelhados; secura na boca, por provocar inibição das glândulas
Módulo 1_01

salivares; sensação de euforia e desinibição nos gestos e no falar; desejo de isolamento e


uma distorção do tempo, espaço, podendo provocar acidentes; alucinações, com aumento
EDUCAÇÃO PARA
74 AUTOCUIDADO
dos sentidos; pode, ainda, apresentar confusão mental, desorientação, sensação de medo;
tosse, tremores e visão confusa; fome exagerada (popularmente conhecida como “Larica”).

LSD
É derivado do ácido lisérgico, que é um alucinógeno encontrado na ergatamina, certo
fungo obtido do esporão do centeio. A sigla LSD vem do nome científico “LYSERGIC SAURE
DIETYLAMID”, sendo conhecida quimicamente como ditilamida do ácido Iisérgico.
É um pó branco, sem cheiro, sem gosto e sem cor, o que quer dizer que, se colocado
em um líquido, a pessoa pode ingeri-lo até sem saber, mas sofrerá suas alucinações que
vão variar, dependendo de pessoa para pessoa. E estas sensações, em muitos casos, vão
assemelhar-se aos sintomas de enfermidades mentais.
Os efeitos iniciais são: taquicardia, dilatação da pupila e agitação psicomotora,
inquietação, tremores, fraqueza, suores acompanhadas por alterações mentais e emocionais.
Nessa fase, ocorre o surgimento de alucinações visuais em forma de imagens fantásticas e
coloridas, desinibições, erotismo e recordação da infância, também acontecem sensações
de pânico e terror, ocorrendo inúmeros suicídios devido à perda de noção do perigo.
Após ingerir a droga, o usuário apresenta angústia, hostilidade e irritação. Horas
depois, começa a perder contato com a realidade, retirando-se e recolhendo-se a si mesmo,
subjugado pela própria apatia.

6.3.5 Como Identificar um Dependente

•• Mudança de atividade;

•• Aumento nos atritos com outras pessoas, irritabilidade, mau humor;

•• Atitude hipersensível no que se refere a críticas;

•• Negligência à aparência pessoal;

•• Recusa na exclusão de tarefas;

•• Queda no aproveitamento escolar ou desistência brusca de estudar,

•• Perda de peso;

•• Pensamento desordenado, perda da memória;

•• Indiferença quanto aos sentimentos dos outros;

•• Segredos acerca de dinheiro, desaparecimento de objetos de valor e de dinheiro;

•• Insônia;
Módulo 1_01

•• Sinais de picadas nos braços;

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 75
•• Camisa de manga comprida;

•• Tendência ao suicídio.

6.3.6 Cuidados a serem tomados

É muito importante agir de maneira firme, porém, não energética e, sem o uso de
agressões, mesmo que verbais, ao se descobrir que um filho ou amigo está usando algum
tipo de droga.
•• Não rejeitar o jovem;

•• O primeiro amparo que o viciado deve ter é o da família;

•• Não estigmatizar com preconceitos, incriminando o jovem com moralismos;

•• Evitar companhias que levem a recaídas;

•• Ser franco, efetivo e evitar mencionar o problema;

•• Buscar auxílio especializado;

•• Não buscar desculpas e partir para soluções práticas.

6.3.7 Os Perigos da Automedicação

Quem nunca tomou um remédio sem prescrição após uma dor de cabeça ou febre?
Ou pediu opinião a um amigo sobre qual medicamento ingerir em determinadas ocasiões?
A automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns
sintomas, pode trazer consequências mais graves do que se imagina.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (2017), a medicação
por conta própria é um dos exemplos de uso indevido de remédios, considerado um problema
de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações
Tóxico-Farmacológicas (SINTOX), em 2003, os medicamentos foram responsáveis por 28%
de todas as notificações de intoxicação.
O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma
doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas.
Se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada. O uso abusivo destes
produtos pode facilitar o aumento da resistência de microrganismos, o que compromete a
eficácia dos tratamentos.
Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada.
Neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro.
O uso de remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer, ainda, consequências
Módulo 1_01

como: reações alérgicas, dependência e até a morte.

EDUCAÇÃO PARA
76 AUTOCUIDADO
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existe o uso racional de medicamentos
(URM) quando “os pacientes recebem medicamentos apropriados às suas necessidades
clínicas, em doses e períodos adequados às particularidades individuais, com baixo custo
para eles e sua comunidade”. A definição foi proferida durante Conferência de Nairobi,
Quênia, em 1985.

Tipos de Uso Irracional de Medicamentos

•• Uso abusivo de medicamentos (polimedicação);

•• Uso inadequado de medicamentos antimicrobianos, frequentemente em doses in-


corretas ou para infecções não bacterianas;

•• Uso excessivo de injetáveis nos casos em que seriam mais adequadas formas farma-
cêuticas orais;

•• Prescrição em desacordo com as diretrizes clínicas;

•• Automedicação inadequada, frequentemente com medicamento que requer pres-


crição médica.
Segundo a sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (2017), estatísticas da
Organização Mundial de Saúde (OMS):
•• Em todo o mundo, mais de 50% de todos os medicamentos receitados são dispen-
sáveis ou são vendidos de forma inadequada;

•• Cerca de 1/3 da população mundial tem carência no acesso a medicamentos


essenciais;

•• Em todo mundo, 50% dos pacientes tomam medicamentos de forma incorreta.

Ações para o Uso Racional de Medicamentos


O Ministério da Saúde criou, em março de 2007, um Comitê Nacional para Promoção
do Uso Racional de Medicamentos (URM) – uma instância colegiada, representativa de
segmentos governamentais e sociais afins ao tema e com caráter deliberativo.
O Comitê tem como papel propor estratégias e mecanismos de articulação, de
monitoramento e de avaliação de ações destinadas à promoção do URM. Para garantir as
implementações das ações, foi criado o Plano de Ação, composto por vertentes em quatro
áreas: regulação, educação, informação e pesquisa.
Para incentivar o uso racional de medicamentos, a Anvisa também desenvolve ações
na área de farmacovigilância. Um exemplo é o programa Rede de Hospitais Sentinela, que
reúne um conjunto de hospitais e unidades de todo o país. Cada hospital integrante da rede
possui um responsável por notificar efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados
Módulo 1_01

a medicamentos.

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 77
7 MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS:
TIPOS, INDICAÇÕES e USO

VOLTAR AO SUMÁRIO

contracepção
A Não adianta saber da existência dos diferentes
talvez seja a principal métodos, é essencial o conhecimento de seu
preocupação das mulheres funcionamento, da sua eficácia, das vantagens e das
desvantagens. O desconhecimento desses fatores
em idade fértil, em todo o
leva ao seu uso inadequado, com o risco de uma
mundo. Para percebermos
gravidez indesejada.
isso, basta analisarmos a
É importante que se tenha em mente que antes
alta taxa de gravidezes não de optar por um método contraceptivo específico,
planejadas. Os métodos é recomendável que se consulte um ginecologista,
contraceptivos, ainda que será capaz de avaliar seu caso, tendo em vista
hoje, são temas de várias de que nem todas as mulheres podem usar todos
os métodos disponíveis. Ou seja, existem algumas
polêmicas e a maioria
contraindicações. Além do mais, durante a consulta,
das mulheres, e também
o médico esclarecerá as suas dúvidas e discutirá
dos homens, têm muitas com você o melhor método indicado.
dúvidas a respeito.

7.1 MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS


Consistem em diversas técnicas naturais, mecânicas ou químicas, utilizadas por homens
e mulheres no planejamento da família. Além de fazer parte da escolha individual, ou de
casais, para qual técnica será adequada para ambos.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
78 AUTOCUIDADO
Os métodos contraceptivos ou anticoncepcionais são classificados em cinco grupos:
•• Métodos comportamentais ou naturais;

•• Métodos de barreira;

•• Dispositivos intrauterinos;

•• Contracepção hormonal;

•• Contracepção cirúrgica.

7.1.1 Métodos Comportamentais ou Naturais

Esses métodos baseiam-se na observação das características do ciclo menstrual e


reconhecimento do período de fertilidade feminina, com abstinência sexual durante alguns
períodos.
Requerem que a mulher esteja sempre atenta aos sinais e seja capaz de reconhecê-los
adequadamente, tendo em vista de que podem ocorrer variações importantes. Geralmente,
calcula-se a data provável da ovulação e faz-se a abstinência por quatro dias antes e três
dias depois dessa data, período de maior fertilidade da mulher.
A importância principal desse grupo de métodos é para as mulheres com impedimento
religioso ou cultural aos outros métodos.
Esses métodos apresentam baixa eficácia, alteram o comportamento do casal,
dependem de motivação e aprendizado e não protegem contra doenças sexualmente
transmissíveis/AIDS.

7.1.2 Método Ogino-Knaus (Calendário ou Tabelinha)


IMAGEM 54
A famosa tabelinha é bastante
utilizada, ainda hoje. Consiste no
cálculo do provável dia da ovulação
e na abstinência sexual por sete dias,
nessa época. Esse método, porém, só
deve ser utilizado por mulheres que
tenham os ciclos menstruais regulares
e que ovulem sempre no 14º dia do
ciclo.
Para sua aplicação, devem ser
observados os ciclos por pelo menos
seis meses, antes do início.
O modo de usar é bastante
Módulo 1_01

simples. Você pega a data provável da

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 79
próxima menstruação e subtrai dela o número 14. O resultado é o dia provável da ovulação.
Agora, basta contar quatro dias antes e quatro dias depois. Durante esse tempo, o casal não
deve ter relações sexuais. Vamos dar um exemplo:
Vamos supor que o primeiro dia de sua próxima menstruação será no dia 20. Bom, agora
subtraímos 14 de 20 (20-14=6). A data provável da menstruação é dia seis. Subtraímos quatro
dias e somamos quatro dias a essa data. Assim, a abstinência deve ser feita do dia 2 ao dia 10.

7.1.3 Temperatura Basal Corporal

Baseia-se nas alterações da temperatura basal, que ocorre na mulher ao longo do ciclo
menstrual. O aumento da temperatura é o resultado das elevações dos níveis de progesterona.
O método permite a determinação da fase infértil pós-ovulatória (ZAMPIERI, 2007).
Após a ovulação, ocorre um aumento da temperatura corporal, em 0,3-0,8ºC, por três
dias. Antes de iniciar o uso desse método, a mulher deve ter um período de alguns meses,
no qual ela avaliará a sua temperatura, todos os dias, e anotará em um gráfico, o que ajudará
na determinação do padrão de elevação da temperatura.
Para isso, todos os dias, ao acordar, antes mesmo de se levantar, e antes de escovar
os dentes, a mulher mede a temperatura com o termômetro colocado debaixo da língua,
anotando o valor em um gráfico. Após a determinação do padrão de aumento da temperatura,
o método funciona da seguinte maneira: o casal deve fazer abstinência sexual durante
toda a primeira parte do ciclo (ou seja, depois da menstruação), até três dias depois que a
temperatura aumentou.

7.1.4 Método da Ovulação ou de Billings

Com este método, a mulher tenta prever IMAGEM 55


o período fértil por meio da análise do muco
proveniente do colo uterino. Logo depois
da menstruação, existe um período em que
a vagina permanece muito ressecada, e o
muco vai aumentando aos poucos e vai se
tornando mais escorregadio e elástico (a
mulher consegue fazer um “fio” com o muco,
abrindo os dedos). Ele fica mais elástico na
época da ovulação. Assim, o casal deve fazer
abstinência desde o período em que existe
pouco muco, até três dias depois da data de
maior elasticidade.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
80 AUTOCUIDADO
7.1.5 Método Sinto Térmico

É a combinação dos diversos indicadores da ovulação, com a finalidade de determinar


o período fértil de forma precisa. Fundamentalmente, ele combina os métodos anteriores,
associados a parâmetros subjetivos. (ZAMPIERI, 2017).

7.1.6 Método LAM (Aleitamento Materno)

A sucção frequente, por parte do bebê, envia impulsos nervosos ao hipotálamo materno,
que responde alterando a produção de hormônios hipotalâmicos, o que leva a anovulação
e amenorreia. Eficácia de 98%. (ZAMPIERI, 2017).
A amamentação deve ser de forma exclusiva, intervalo de três ou quatro horas, inclusive
a noite, não ter menstruado e deve ser usado até seis meses após parto.

7.1.7 Ejaculação Extravaginal (Coito Interrompido)

Consiste na retirada do pênis da vagina, antes da ejaculação. Não é um método


recomendado, pois leva a um ato sexual incompleto e à ansiedade do casal. O índice de falha
é alto porque muitos homens não conseguem controlar o momento da ejaculação e, além
disso, o líquido seminal eliminado antes da ejaculação também contém espermatozoides. O
uso constante desse método pode favorecer o desenvolvimento de dor pélvica na mulher,
pois como ela não tem orgasmo há uma vasodilatação com acúmulo de sangue na região
da pelve. Outro problema associado a esse método é que ele pode gerar, no homem,
ejaculação precoce e disfunção erétil (impotência).

7.1.8 Métodos de Barreira

É a utilização de elementos que agem como uma barreira física (mecânica), química
ou físico-química, impedindo a penetração dos espermatozoides no canal cervical.
(ZAMPIERI, 2017). IMAGEM 56

Preservativo Masculino
O método de barreira mais difundido
no mundo consiste em um envoltório de
látex ou borracha que reveste o pênis
durante o ato sexual e retém o esperma
após a ejaculação. Seu uso fornece
proteção contra doenças sexualmente
transmissíveis, sendo uma das formas de
prevenir a disseminação de AIDS e outras
Infecções Sexualmente Transmissíveis
Módulo 1_01

(IST’s).

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 81
A principal desvantagem da camisinha masculina é a necessidade de colocação durante
o ato sexual, antes de qualquer tipo de penetração. Além disso, requer motivação do casal.
Algumas pessoas podem apresentar alergia.

Preservativo Feminino
É uma fina bainha de poliuretano plástico com anéis de poliuretano nas extremidades,
inserida na vagina antes do ato sexual. Imediatamente eficaz, protege contra IST’s e gravidez
indesejada. Apesar de esteticamente não ser muito agradável, proporciona menor perda de
sensibilidade, é mais resistente do que o látex.

FIGURA 57 FIGURA 58

Diafragma
É um dispositivo de borracha ou silicone que recobre o colo uterino. A eficácia desse
método aumenta quando a mulher utiliza espermaticida associado.
Pode ser reutilizado, desde que seja bem lavado após o uso, e conservado com um
pouco de amido (maisena) polvilhado. Ele deve ser colocado pelo menos 15 minutos antes
da relação sexual, e deve ser retirado até seis a oito horas depois. Existem algumas alterações
anatômicas que impedem seu uso.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
82 AUTOCUIDADO
FIGURA 59 FIGURA 60

Esponja
FIGURA 61
É uma esponja feita de poliuretano, com
espermicida. É descartável e de fácil colocação.
Entretanto, é um produto importado e de alto
custo.

Espermicida
São substâncias que matam os esper­
matozoides. Quando usados sozinhos, não
conferem proteção adequada. Os principais
são: nonoxinol-9, octoxinol-9, menfegol.

FIGURA 62
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 83
Dispositivo intrauterino (DIU)
O DIU é o método contraceptivo mais utilizado no mundo.
São dispositivos de polietileno, com ou se adição de substâncias metálicas (normalmente
de cobre) ou hormonais, que exercem efeito contraceptivo, quando colocados na cavidade
uterina. O dispositivo é inserido no útero da mulher por meio da vagina. (ZAMPIERI, 2017).
O DIU pode se ser classificado em duas categorias:
•• DIUs não medicados ou inertes – não contém ou não liberam substâncias ativas;
•• DIUs Medicados ou ativos - além da matriz de polietileno, contém substâncias (metais
ou hormônios) que exercem ação bioquímica local, aumentando a tolerância e a
eficácia contraceptiva. O DIU que libera hormônio é feito de plástico e a haste vertical
é envolvida por uma cápsula que libera continuamente pequenas quantidades de
levonorgestrel.
(ALDRDRIGHI; PETTA, 2004)

Em geral, os DIUs de cobre de segunda geração são mais eficazes e produzem menos
efeitos colaterais do que os de primeira geração, que são os medicados.
No que diz respeito aos DIUs com hormônios, os únicos disponíveis são os que liberam
progesterona natural (65mg/dia). Sua eficácia é 95 por 100 mulheres/ano, reduzindo também
o fluxo menstrual. Surgiu para substituir o DIU de levonorgestrel (LNG-20), que libera (20mcg/
dia) com duração prevista de cinco anos e de elevado eficácia, o Mirena.

FIGURA 63 FIGURA 64

Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
84 AUTOCUIDADO
Contracepção hormonal
São constituídos de hormônios sintéticos, geralmente a associação de um tipo de
estrogênio e um tipo de progesterona. Esses métodos atuam no centro regulador do ciclo
menstrual, levando a um estado em que a mulher não ovula. São bastante eficazes, com
uma taxa de gravidez muito baixa.
Durante o seu uso, podem ocorrer sangramentos irregulares, aparecimento de manchas
no rosto e leve ganho de peso.

Contraceptivos Hormonais Orais


Também chamados de pílulas contraceptivas, são hormônios esteroides não naturais,
funcionalmente similares àqueles produzidos pelos ovários da mulher, utilizados isoladamente
ou em associação, com a finalidade básica de impedir a concepção. As pílulas combinadas
atuam basicamente por meio da inibição da ovulação, além de provocar alterações nas
características físico-químicas do muco cervical, no endométrio e na motilidade das trompas,
interferindo com o transporte do óvulo; enquanto as minipílulas agem principalmente no
muco cervical e endométrio. (ZAMPIERI, 2017).
Elas devem ser iniciadas no primeiro dia da menstruação e continuadas por 21 dias
consecutivos, sem falhar. Após o término da cartela, a mulher faz uma pausa de sete dias
e reinicia o uso no oitavo dia. É importante tomar a pílula sempre no mesmo horário,
recomendação especialmente válida para as minipílulas.
Os mais utilizados são os combinados,
estrogênio + progesterona. Entretanto,
existe a minipílula, que contém apenas
progesterona, e é utilizada principalmente
em mulheres que estão amamentando e
naquelas que apresentam contraindicações
ao uso de estrogênio, como mulheres com
enxaqueca. A minipílula deve ser usada de
forma contínua, sem pausas.

FIGURA 65

Devemos ressaltar que os contraceptivos orais atuais não aumentam muito o risco de
trombose, devido a uma dose mais baixa de estrogênio. Porém, esse risco ainda existe, o
que não impede seu uso em mulheres saudáveis e não tabagistas.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 85
Esses contraceptivos apresentam alguns efeitos benéficos, além de impedirem a gravidez:
•• Regularizam os ciclos menstruais;
•• Promovem alívio da tensão pré-menstrual (TPM);
•• Reduzem o risco de câncer de ovário e de endométrio (útero);
•• Reduzem a incidência de dismenorreia (cólicas menstruais) e diminuem o fluxo
menstrual;
•• Levam à regressão de cistos de ovário que produzem hormônios.

Contraceptivos de Longa Duração: Hormonal Injetável

Anticoncepção hormonal,
cuja via de administração é a
injetável. Tem como mecanismo
de ação: inibir a ovulação e
alterar a proliferação e a atividade
secretória do endométrio. Atua
no muco cervical, dificultando a
penetração de espermatozoides.
(ZAMPIERI, 2007).
Existem duas modalidades:
mensal e trimestral. Apresenta
excelente eficácia e é de fácil uso,
pois a mulher não precisa ficar
lembrando todos os dias de tomar FIGURA 66

a pílula. Após a interrupção do uso, a mulher pode demorar algum tempo (até nove meses)
para conseguir engravidar.

Implantes Contraceptivos Subdérmicos


São cápsulas ou bastões de material contendo hormônio, que são implantados pelo
médico debaixo da pele, no braço, próximo ao cotovelo, inibindo a ovulação, alterando
o muco cervical, ou seja, aumentando a sua viscosidade e inibindo a penetração do
espermatozoide. Além disso, altera a espessura do endométrio impedindo a implantação.
Duram até três anos e são de alta eficácia. (ZAMPIERI 2017).
Sangramentos uterinos frequentes, amenorreia, acne, cefaleia, dor abdominal, podem
ocorrer como efeitos colaterais.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
86 AUTOCUIDADO
FIGURA 67 FIGURA 68

Contracepção de Emergência (Pílula do Dia Seguinte)


Impedem ou retardam a ovulação, impossibilitando a fecundação, ou ainda, por meio da
desestruturação do endométrio, impedindo a fixação do óvulo fecundado. É recomendado na
ruptura ou uso incorreto do preservativo, na retirada antecipada do diafragma, nas questões
que envolvem violência sexual, estupro, em casos de expulsão do DIU, ou no uso incorreto
da pílula anticoncepcional. (ZAMPIERI, 2017)
Faz com que o útero fique desfavorável à gravidez. Existem dois métodos:
•• O primeiro consiste no uso de pílula própria, em duas doses: a primeira até 72 horas
após o ato sexual e a segunda 12 horas após a primeira.

•• O outro método consiste no uso da pílula comum, de forma que a mulher ingere
duas pílulas até 72 horas após o ato sexual e mais duas 12 horas depois.

FIGURA 69 _ PÍLULA DO DIA SEGUINTE


Esse método só deve ser utilizado es-
poradicamente, uma informação de extrema
importância: o uso frequente leva à redução
de sua eficácia.
Como no Brasil, legalmente, a gestação
só começa após a aderência do ovo à parede
do útero, a pílula do dia seguinte pode ser
utilizada (já que ela impede essa ligação).
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 87
Anticoncepcionais Vaginais
Os hormônios anticoncepcionais são bem absorvidos quando administrados via vaginal,
garantindo alta eficácia anticoncepcional e melhor tolerabilidade, com menor incidência de
reações adversas, especialmente gástricas.

Anel Vaginal
São anéis de material plástico, também contendo hormônio. São inseridos dentro da
vagina, onde devem ser deixados por três semanas. A mulher faz uma pausa de uma semana
e reinicia o uso. Não atrapalha a relação sexual, nem causa incômodo. É bastante eficaz.

FIGURA 70

Adesivos Cutâneos
São semelhantes aos utilizados na terapia de reposição hormonal, em mulheres em
menopausa. Os adesivos são “colados” na pele, e utilizados por três semanas, com pausa
de uma semana. São bastante eficazes e de fácil utilização.

FIGURA 71 FIGURA 72
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
88 AUTOCUIDADO
Contracepção Cirúrgica FIGURA 73

É um método de contracepção defi­


nitiva, sendo utilizada por muitos casais. A
esterilização feminina consiste na ligadura
tubária, ou laqueadura. A masculina é a
vasectomia.
Devemos ressaltar que a vasectomia é um
procedimento ambulatorial, que não requer
hospitalização, é feita sob anestesia local e não
causa nenhum tipo de disfunção sexual (como
impotência). Esses métodos são de altíssima
eficácia, mas as suas indicações são bastante específicas. Assim, o casal deve procurar se
informar com o ginecologista sobre a possibilidade de sua realização.

FIGURA 74
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 89
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Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 93
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EDUCAÇÃO PARA
94 AUTOCUIDADO
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EDUCAÇÃO PARA
96 AUTOCUIDADO
Figura 60 - Fonte: http://imagem.bahianoticias.com.br/fotos/saude_
noticias/11976/IMAGEM_NOTICIA_5.jpg?checksum=1403890874
Figura 61 – Fonte: https://extra.globo.com/
incoming/19193158-3b6-e2c/w448/implante.jpg
Figura 62 – Fonte: https://anticoncepcionais.net.br/wp-content/
uploads/2014/12/tudo-sobre-implante-subdermico.jpg
Figura 63 – Fonte: https://i.ytimg.com/vi/9JY2bYeWjnw/hqdefault.jpg
Figura 64 - Fonte: https://i0.wp.com/diariodebiologia.com/wp-content/
uploads/sites/4/2015/10/anel-genital.jpg?resize=800%2C335
Figura 65 – Fonte: https://st-listas.20minutos.es/images/2008-
12/64670/764950_640px.jpg?1242908896
Figura 66 - Fonte: https://fisioterapiacomsaude.com.br/wp-
content/uploads/2016/10/Adesivo-Anticoncepcional.jpg
Figura 67 - Fonte: http://quantocustaum.com.br/wp-content/
uploads/2015/10/Laqueadura_Pre%C3%A7o.jpg
Figura 68 - Fonte: https://hypescience.com/wp-content/uploads/2015/12/vasectomia-1.jpg
Figura 69 - Fonte: http://www.nucleointegrado.med.br/
wp-content/uploads/2014/04/drogas03.jpg
Figura 70 - Fonte: https://www.mdsaude.com/wp-content/
uploads/alcoolismo-ilustracao-1.jpg
Figura 71 - Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-oBqAQzLG-8s/Vjs7VUQwIuI/
AAAAAAAAAbI/4QtFmYarF-Y/s1600/para-de-fumar-aces-porto-ocidental.jpg
Figura 72 - Fonte: https://i1.wp.com/static.hsw.com.br/gif/compostos-cigarro.gif
Figura 73 - Fonte: http://pneumologia.med.br/site/wp-content/uploads/pulmoes.gif
Figura 74 - Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-GLUe9dkQ5sA/VdtTb-_qqTI/
AAAAAAAADAU/eq2r0i5qP_s/s1600/alertas-das-embalagens-de-cigarro.
Módulo 1_01

EDUCAÇÃO PARA
AUTOCUIDADO 97
são josé dos pinhais: rua cap. benjamin claudino ferreira, 1846 - centro - 41 3282-7887
paranaguá: rua joão eugênio, 558 - centro - 41 3425-5857
EDUCAÇÃO PARA
98
araucária: RUA PREFEITO ODORICO FRANCO FERREIRA, 654 - centro - 41 3031-7887
AUTOCUIDADO

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