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Introdução
Fisiopatologia
A asma é uma doença inflamatória provocada por repetidas reações alérgicas de hipersensibilidade de
fase imediata no pulmão, levando a tríade clinicopatológica de obstrução intermitente e reversível das
vias aéreas, inflamação brônquica crônica com eosinófilos, e hipertrofia celular do músculo liso brônquico
e hiper-reatividade para broncoconstritores
Pacientes sofrem paroxismos de contrição brônquica e aumento da produção de muco espesso
obstrução brônquica e exacerbação das dificuldades respiratórias
Geralmente coexista com bronquite ou com enfisema combinação pode provocar graves danos ao
tecido pulmonar
70% dos casos de asma associados a hipersensibilidade imediata pela IgE 30% restantes associadas à
atopia e pode ser desencadeada por estímulos não imunes, como medicamentos, frio e exercícios físicos
Sequencia fisiopatológica da asma atópica:
1) Ativação dos mastócitos em resposta à ligação do alérgeno à IgE, assim como pelas células T H2
reagindo aos alérgenos
2) Mediadores lipídicos e citocinas produzidas pelos mastócitos e pelas células T recrutamento de
eosinófilos, basófilos e mais células TH2
3) Hiperrreatividade e hipertrofia das células musculares lisas são resultados dos mediadores derivados
dos leucócitos e das citocinas
4) Mastócito, basófilo e eosinófilos produzem mediadores que causam constrição da musculatura lisa e
das vias respiratórias – LTC4, produtos da degradação de LTC4 (LTD4 e LTE4) e PAF
5) Aumento da secreção de muco – resultado da ação de citocinas – IL-13 – nas células brônquicas
Infecções respiratórias virais e bacterianas são um fator de predisposição no desenvolvimento da asma ou
nas exacerbações da asma preexistente
Diagnóstico
Não existe definição clinica objetiva e clara sobre o que é asma – características citadas na maioria das
definições:
Síndrome em que se pode verificar a repetição de dispneia, sibilância, tosse, falta de ar, sensação
de aperto no tórax
Características podem ocorrer em crises leves, moderadas e graves, se manifestando de maneira
intermitente ou persistente
Crianças – espirometria, medida da hiper-responsividade brônquica (HRB) e exames que medem a
inflamação auxiliam o diagnóstico de asma resultados normais desses exames, quando a criança está
assintomática, não excluem diagnóstico
Espirometria antes e após o uso de broncodilatador (BD) deve ser realizada de rotina em crianças com
suspeita de asma elevação de mais de 12% nos valores de volume expiratório forçado no primeiro
segundo (VEF1) após BD indica reversibilidade da obstrução e indica diagnóstico de asma
Resumindo – baseia-se em 3 quesitos:
1) História clínica de crises de insuficiência respiratória aguda que melhoram com broncodilatadores
2) Avaliação imunológica com níveis elevados de IgE e positividade em testes cutâneos de leitura
imediata com aeroalérgenos
3) Avaliação funcional com espirometria pré e pós-broncodilatador e medida da hiper-responsividade
brônquica
Diagnóstico: 1+2+3; 1+2 e 1+3
Fatores de risco: história de atopia pessoal ou familiar, sexo masculino, obesidade, poluição dentro e fora
do domicílio, exposição a fumaça de cigarro, aparecimento de sibilância após os 2 anos, infecção grave
por vírus sincicial respiratório no período de lactente, frequência elevada das crises na primeira infância,
função pulmonar alterada e hiper-responsividade das vias aéreas
Asma em lactentes
30 a 70% das crianças tem pelo menos 1 episódio de sibilância ao longo da vida somente 30% dos pré-
escolares com sibilância recorrente terão asma na idade de 6 anos
80% dos asmáticos escolares e adolescentes iniciaram sintomas nos primeiros anos de vida
Diagnóstico precoce de asma: índice preditivo de asma (IPA), para menores de 3 anos, com finalidade de
predizer o risco de asma a partir dos 6 anos de idade
Indice preditivo de asma modificado (IPAm) inclui crianças a partir de 2 anos, na tentativa de propor
intervenções terapêuticas precoces em pacientes de alto risco para asma
Objetivos
1) Tornar os sintomas crônicos mínimos ou inexistentes
2) Diminuir a intensidade e o número das exacerbações
3) Manter a função pulmonar o mais próximo possível dos níveis normais
4) Manter níveis normais de atividades diárias, incluindo o exercício
5) Evitar os efeitos adversos de medicamentos antiasmáticos
6) Evitar evolução para a limitação irreversível do fluxo aéreo
7) Prevenir a mortalidade por asma
Principais medicamentos para controle da asma: corticosteroides inalados (CI)
Diretrizes atuais – recomendam uso de CI diariamente como tratamento preferencial para crianças com
asma persistente leve, moderada e grave
Todos os asmáticos devem usar Saba como medicação de resgate para aliviar a crise aguda
Manejo melhora as medidas fisiológicas de ODA, a gravidade dos sintomas, qualidade de vida e a
frequência das exacerbações agudas
Tratamento contínuo com CI evita a perda progressiva da função pulmonar
Asma não controlado – melhor adicionar uma segunda droga – beta-2-agonista de longa ação (Laba) em
maiores de 4 anos, ou antagonistas de receptores de leucotrienos, do que aumentar a dose de CI
Todos os medicamentos inalatórios devem ser administrados por meio dos sistemas adequados para a
idade do paciente
Em todas as etapas, é necessário verificar se a asma está controlada, parcialmente controlada ou não
controlada
Vantagem e importância da administração de aerossóis: doses mais baixas, efeito mais rápido, menor
índice de efeitos colaterais, menores efeitos sistêmicos e ação dirigida ao órgão algo
Uso de espaçador – maximiza a liberação e minimiza a deposição de medicamentos na orofaringe por
isso, nuca deve-se utilizar medicamentos inalatórios sem espaçadores em crianças
Inalador ideal: deve liberar a quantidade de droga uniformemente, ser adequado à idade, ter boa
aceitação pelos pacientes, ser de fácil utilização, economicamente viável e ter comprovação científica
Profilaxia
Profilaxia primária
Consiste em medidas para evitar o aparecimento da asma ou para diminuir a sua incidência
Evitar exposição alergênica excessiva (sensibilização precoce) nos primeiros anos de vida, bem
como evitar creches, no primeiro ano de vida, para prematuros e filhos de mães asmáticas. A
amamentação com leite materno deve ser encorajada pelos numerosos benefícios dessa prática.
Evitar tabagismo na gravidez. As crianças com potencial para asma devem ser vacinadas
normalmente
Profilaxia secundária
Medidas utilizadas após o aparecimento da asma e tem como objetivo diminuir o seu impacto
exposição alergênica aumentada, em indivíduos asmáticos, tem sido relacionada à piora da asma,
piora da função pulmonar e da HRB