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ESTUDO DO TEMPO DE ERRADICAÇÃO DE EPIDEMIAS EM MODELOS

BASEADOS EM INDIVÍDUOS

Carla C. Takahashi,∗ Fernanda C. Takahashi,† Lucymara R. Alvarenga,‡ Ricardo H. C.


Takahashi§

Curso de Graduação em Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Minas Gerais

Curso de Graduação em Matemática Computacional
Universidade Federal de Minas Gerais

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Minas Gerais
§
Departamento de Matemática
Universidade Federal de Minas Gerais

Email: ctakahashi@ufmg.br, fernandact@ufmg.br, lucymarareal@yahoo.com.br,


rtakahashi@ufmg.br

Abstract— The study of the propagation of infectious diseases in populations has been performed, tradition-
ally, via the compartmental models, which are based on differential equations. Such models, employing the mass
action principle, are able to represent the dynamic behavior of epidemics when the populations are large. In the
case of small populations, a significant deviation in relation to the forecast delivered by such models occurs. In
this work, an individual-based model (IBM) is employed in the study of the influence of stochastic fluctuation of
the dynamical variables of an epidemics on the time of eradication of such epidemics. It is shown here that, for
small populations, such influence can become predominant.

Keywords— SIR model, individual-based model, disease eradication

Resumo— O estudo da propagação de doenças infecciosas em populações vem sendo feito tradicionalmente
por meio dos chamados modelos compartimentais, baseados em equações diferenciais. Tais modelos, empregando
o princı́pio de ação de massas, são capazes de representar o comportamento dinâmico de epidemias quando
as populações são muito grandes. No caso de populações pequenas, ocorre um desvio significativo em relação
à previsão fornecida por tais modelos. Neste trabalho, um modelo baseado em indivı́duos (MBI) é utilizado
para estudar a influência da flutuação estocástica das variáveis dinâmicas de uma epidemia sobre o tempo de
erradicação desta epidemia. É mostrado aqui que para pequenas populações tal influência chega a se tornar
predominante.

Palavras-chave— modelo SIR, modelo baseado em indivı́duo, erradicação de doenças

1 Introdução interação entre partı́culas segundo o princı́pio da


ação de massas. Esse modelo se aplica às doenças
O estudo de processos de propagação de epi- infecciosas que podem se propagar diretamente de
demias por meio de modelos matemáticos tem se qualquer indivı́duo infectado para qualquer indi-
mostrado uma importante ferramenta para au- vı́duo susceptı́vel, e que produzem imunidade nos
mentar a compreensão da estrutura por trás dos indivı́duos que se recuperam da doença. Outras
mesmos. Dessa forma, a aleatoriedade que é ine- doenças que envolvem, por exemplo, transmissão
rente a esses sistemas tem seus efeitos agrega- vertical, ou ainda as doenças sexualmente trans-
dos, de larga escala, passı́veis de serem entendi- missı́veis, ou as doenças que se propagam atra-
dos, e portanto passı́veis de serem controlados por vés de vetores, ou outras, podem ser modeladas
meio de estratégias racionais. Este é o projeto da através da adaptação do modelo de compartimen-
chamada epidemiologia matemática (Anderson e tos, com a criação de um compartimento separado
May, 1992). para cada grupo relevante do processo epidêmico.
Tais modelos têm se mostrado úteis na análise de
O mais tradicional modelo de propagação de
polı́ticas de controle de epidemias, principalmente
epidemias é o chamado modelo SIR, que modela a
no que diz respeito à análise de pontos de equi-
população afetada como um sistema de três com-
lı́brio endêmico. Essa análise permite determinar
partimentos, os Susceptı́veis, os Infectados e os Re-
se existe tal equilı́brio endêmico (isto é, se a do-
cuperados. A partir da premissa de que a popula-
ença tende ou não a se erradicar após um surto
ção seja constituı́da de um número muito grande
epidêmico) e, se houver, permite a determinação
de indivı́duos, o modelo SIR descreve a epidemia
como um sistema de equações diferenciais que re- do patamar endêmico. É possı́vel, a partir dessas
laciona as parcelas da população contidas nas par- análises, programar ações de controle tais como
celas S, I e R, de forma análoga à modelagem da a vacinação, a quarentena, ou outras, de forma a
evitar a existência de situações endêmicas. 2 O modelo SIR

O modelo SIR é escrito como um sistema de


Os modelos compartimentais baseados em três equações diferenciais que descrevem as taxas
equações diferenciais, tais como o SIR, se fun- de variação dos compartimentos de Susceptı́veis,
damentam na premissa de que a população seja Infectados e Recuperados:
tão grande que os contatos aleatórios entre indivı́-
duos, quando agregados, façam o sistema conver-
dS
gir para as proporções entre compartimentos pre- = −βSI + µ(S + R + I − S) − vS
vistas pelas equações diferenciais de variáveis con- dt
tı́nuas. Tal premissa é tão mais atendida quanto dI
maior for a população sob exame. À medida em = βSI − γI − µI (1)
dt
que se examinam populações menores, essa pre-
missa vai ficando cada vez menos sustentada, e dR
= γI − µR + vS
passa a haver um desvio cada vez mais considerá- dt
vel da situação empiricamente verificada em rela-
sendo: S = proporção de suceptı́veis; I = propor-
ção à previsão do modelo compartimental. Nes-
ção de infectados; R = proporção de recuperados;
sas situações, determinadas previsões fornecidas
β = taxa de infecção; γ = taxa de recuperação;
pelo modelo compartimental podem se tornar tão
µ = taxa de mortalidade; v = taxa de vacina-
discrepantes em relação à realidade que o modelo
ção. Com uma população de tamanho constante,
deixa de ser útil. Para tratar de tais situações,
a terceira equação é dispensável, já que a soma
a tese (Nepomuceno, 2005) desenvolveu um mo-
de todos os conjuntos de indivı́duos deve ser cons-
delo de propagação de epidemias que se baseia
tante:
na modelagem de cada indivı́duo da população,
com o processamento estocástico dos contatos en- dS
= −βSI + µ(1 − S) − vS
tre indivı́duos – tal modelo foi denominado Mo- dt
delo Baseado em Indivı́duos, ou MBI. O MBI foi (2)
construı́do de maneira a reproduzir exatamente dI
= βSI − γI − µI
as premissas envolvidas na construção de um mo- dt
delo SIR, notadamente a premissa do princı́pio de A vacinação é um dos principais mecanismos
ação de massas. Dessa forma, foi assegurado que através do qual pode ser realizada uma ação de
o MBI convergisse para o SIR à medida em que o controle em processos epidêmicos. Para modelar o
tamanho da população considerada crescesse. O processo de vacinação, um fator v é acrescentado
modelo MBI assim construı́do tornou-se capaz de nas equações do sistema, o qual representa uma
produzir as análises do comportamento do sistema proporção de indivı́duos passando diretamente do
epidêmico em pequenas populações, preservando estado de susceptı́vel para o estado de recuperado
integralmente as demais premissas envolvidas no (ou seja, imune). Esse fator representa o efeito
modelo SIR. conjunto (i) da aplicação de vacinas em uma pro-
porção da população e (ii) da eficiência da vacina,
Este artigo trata da utilização do modelo MBI que gera imunidade em uma proporção dos indi-
exatamente para a análise de uma das questões vı́duos vacinados. Nos casos simulados neste tra-
sobre as quais o modelo SIR torna-se incapaz de balho, são estudados sistemas em que ocorre um
produzir análises significativas: a erradicação de esforço constante de vacinação, que atinge uma
doenças em pequenas populações. Deve-se no- proporção fixa dos indivı́duos susceptı́veis da po-
tar que, a respeito dessa questão, o modelo SIR pulação a cada intervalo de tempo.
e o modelo MBI podem produzir conclusões até As análises de epidemias baseadas no modelo
mesmo opostas: nos casos em que o modelo SIR SIR comumente assumem que a erradicação surge
indicar que há a ocorrência de um patamar endê- como um estado livre de infecção, que tem como
mico, e que a doença portanto não irá se extin- condição dinâmica necessária uma taxa da repro-
guir naturalmente, o modelo MBI irá prever uma dução da doença(R0 ) menor que 1. Esta taxa
flutuação estocástica ao redor de tal patamar en- é, normalmente, representada pela razão entre a
dêmico. Essa flutuação estocástica, à semelhança taxa de transmissão da doença(β) e a soma das
de um processo de Markov, irá necessariamente taxas de mortalidade(µ) e recuperação(γ):
indicar que em algum momento a epidemia irá se β
erradicar quando ocorrer a passagem por zero do R0 = <1 (3)
γ+µ
número de infectados. Em tais situações, cabe ex-
trair do modelo a informação a respeito do tempo Cabe ressaltar que a taxa de natalidade e mor-
médio até a erradicação, assim como da variação talidade nesse modelo é a mesma, o que significa
do tempo de erradicação ao redor desse tempo mé- que o tamanho da população é mantido constante
dio. (para cada indivı́duo infectado que morre, nasce
um novo susceptı́vel). Esta expressão, contudo manter a população constante). Caso
pode ser encontrada com alguns termos diferen- o indivı́duo não morra, pode ocorrer a
tes, uma vez que o modelo SIR permite alterações transição do item (b) ou (c), descritas a
que representem situações diversas. O importate seguir.
é notar que no numerador está presente a taxa
(b) 0 para 1. Um indivı́duo suscetı́vel, ao
que representa o crescimento do número de infec-
encontrar com um indivı́duo infectado,
tados e no denominador aquela que representa sua
adquire a doença e passa para a catego-
diminuição.
ria 1.
Esse conceito foi utilizado em (Safan et al.,
2006) para a análise do esforço necessário para a (c) 1 para 2. Um indivı́duo infectado
erradicação de uma epidemia. Ele também apa- recupera-se e passa para a categoria 2.
rece em estudos sobre a eficiência da vacinação,
como aqueles feitos em (Shulgin et al., 1998), em 4. Distribuição estatı́stica. Para a mortalidade
(Stone et al., 2000), e em (D’Onofrio, 2002), ao (e conseqüentemente nascimento) adotou-se
tratar de estratégias de vacinação por pulsos. Em a distribuição exponencial. Essa distribuição
(Gomes et al., 2004), o critério de que a taxa bá- também foi utilizada para a transição de recu-
sica de reprodução da doença seja menor que 1 peração (Anderson e May, 1992). A distribui-
é admitido como condição para erradicação, no ção exponencial é expressa por m(x) = µe−µx
estudo modelos que evolvem condições de imu- e r(x) = γe−γx para a mortalidade e recupe-
nidade parcial e/ou temporária e onde há possi- ração, respectivamente.
bilidade de reinfeccção. Isto também é feito em
O modelo baseado em indivı́duos empregado
(Bouma, 2005).
utiliza um vetor para representar a população, em
O presente trabalho faz precisamente a re-
que cada elemento equivale a um indivı́duo. A mu-
visão dessa premissa que é admitida pela maior
dança de estado epidemiológico em qualquer indi-
parte da literatura corrente. A questão da erradi-
vı́duo é chamada transição, por exemplo do estado
cação de epidemias, mesmo em condições de taxa
suceptı́vel para infectado, ou quando um indivı́-
básica de reprodução da doença maior que 1, é
duo morre, e é substituı́do por outro indivı́duo.
tratada por meio de simulações de Monte Carlo,
As probabilidades de ocorrência de transições são
considerando a variabilidade demográfica associ-
determinadas por parâmetros do modelo: as taxas
ada a pequenas populações. Isso é possibilitado
de transmissão, de mortalidade e de recuperação.
pelo modelo MBI, descrito a seguir.
Essas taxas são feitas iguais às do modelo SIR
para uma mesma doença. O modelo MBI assume
3 O modelo MBI um tempo discreto – as transições são totalizadas
após intervalos de tempo pré determinados – desta
A seguir são apresentadas algumas premis- forma resultando em um modelo discreto. A cada
sas utilizadas para formulação do MBI empregado intervalo de tempo ocorrem encontros aleatórios
neste estudo. Essas premissas são formuladas de entre os indivı́duos. A taxa de transmissão β é
forma a coincidir com aquelas explicitadas para o interpretada como o número médio de encontros
modelo SIR clássico, as quais se tornam um sub- de cada indivı́duo no intervalo de tempo. A trans-
conjunto das premissas do modelo MBI. As pre- missão da doença ocorre sempre que um indivı́duo
missas são as seguintes (Nepomuceno, 2005; Ne- infectado encontra um indivı́duo susceptı́vel. Em
pomuceno et al., 2006): cada iteração do modelo, o estado de cada indivı́-
duo é verificado e modificado de forma aleatória a
1. População constante. Como se deseja reali-
partir das probabilidades de transição, dadas pe-
zar comparações com o modelo SIR utilizado
las taxas µ, γ e v.
neste trabalho, optou-se por utilizar a popu-
A população num determinado instante de
lação constante de tamanho m.
tempo t é representada por:
2. Caracterı́sticas do indivı́duo. Um indivı́duo
é caracterizado por uma única caracterı́stica, Pt = [I1,t I2,t I3,t ··· Im,t ], (4)
relacionada com o estado epidemiológico: 0
em que Ii,t representa o indivı́duo i no instante t
(suscetı́vel), 1 (infectado) e 2 (recuperado).
e Pt é um vetor de m elementos. Após k instan-
3. Mudança de categoria. Uma vez em uma tes de tempo, a matriz P com dimensão k × m
dessas categorias, o indivı́duo pode mudar irá conter a representação da evolução da epide-
para uma outra categoria em cada instante mia na população, instante a instante. A figura
de tempo. As transições podem ocorrer de 1 mostra diversas simulações de um modelo MBI,
uma das seguintes formas: superpostas a uma simulação do correspondente
modelo SIR, para uma população de 300 indivı́-
1 1
(a) 0,1,2 para 0. Isso significa que o indi- duos, no caso de um modelo com µ = 600 , γ = 30
3
vı́duo morreu e um outro nasceu (para e β = 10 .
1 5 1
Sistema 3: µ = 600 , γ = 30 , β = 10 . Esse sis-
500 tema não apresenta patamar endêmico.
450
Cada um desses sistemas foi estudado com popu-
400
lações de 100, 200, 300, 400, 500, 600 e 700 indivı́-
350 duos. Em cada um deles, foi aplicada uma taxa de
vacinação nos patamares: v = 0, 0.005, 0.01, 0.02,
n° de indivíduos

300

250 0.04, 0.06, 0.08, 0.1, 0.13, 0.17, 0.2, 0.25, 0.3, 0.4,
200 0.5, 0.6, 0.7, 0.8, 0.9, 1.0. Para cada combinação
150 de parâmetros dinâmicos, tamanho de população
100 e taxa de vacinação, o MBI foi simulado 500 vezes,
50 sendo que cada execução foi terminada quando da
0
ocorrência da erradicação da doença.
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo
Sobre esses dados, foram calculados os respec-
tivos valores do tempo de erradicação nos percen-
tis 0%, 10%, 20%, 50%, 80%, 90% e 100% (os
Figura 1: Simulações via MBI da propagação de uma
1 1 3 percentis designados por 0% e 100% correspon-
epidemia em que µ = 600 , γ = 30 e β = 10 , para
uma população de 700 indivı́duos, superpostas a uma
dem aos extremos mı́nimo e máximo verificados
simulação do correspondende modelo SIR (representado durante as simulações). Os resultados de algumas
em traço mais grosso). dessas simulações estão sintetizados nas figuras 2
a 5.

Esse modelo baseado em indivı́duos pode ser


modificado para assumir caracterı́sticas particu- 6
10

lares de determinadas doenças, como um certo


5

perı́odo de incubação ou indivı́duos assintomáti- 10

cos. Essas informaçãoes especı́ficas não neces- 4


Tempo de erradicação

10
sariamente garantiriam, no entanto, um modelo
mais preciso, conforme discutido em (Ferguson 3
10

et al., 2003).
2
Deve-se notar que o MBI possui uma execução 10

de maior custo que o SIR, em termos computaci- 1

onais. À medida em que a população aumenta, o 10

tempo de simulação aumenta de acordo com o au- 0


10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
mento do número de possı́veis contatos entre indi- Índice de vacinação

vı́duos. Se o número de indivı́duos é m, o número


de possı́veis contatos no sistema é dado por:
Figura 2: Tempos para erradicação no caso do Sis-
tema 1, com população de 300 indivı́duos. As curvas, de
nc = 1 + 2 + . . . + (m − 1). (5) baixo para cima, representam respectivamente os per-
centis p = 0%, 10%, 20%, 50%, 80%, 90%, 100%. O
Dessa forma, o modelo MBI não é prático para eixo horizontal corresponde ao ı́ndice de vacinação v, e
substituir o modelo SIR no caso de grandes popu- o eixo vertical corresponde ao valor (de cada percentil)
lações. O critério para a escolha entre o modelo do tempo de erradicação da doença.
SIR e o MBI deve ser, portanto o de verificar se
o erro entre ambos modelos é suficientemente pe- É interessante notar que a vacinação, mesmo
queno para permitir a adoção do SIR. em taxas tão reduzidas quanto 0,5%, possibilita
uma erradicação significativamente mais rápida de
4 Análise do Tempo de Erradicação uma doença. Este efeito é particularmente im-
portante para populações maiores, e para o caso
Uma bateria de testes foi conduzida, para es- de doenças que apresentassem patamar endêmico.
tudar a questão do tempo de erradicação de doen- É possı́vel ainda verificar um efeito de saturação:
ças. Foram estudados sistemas com três conjuntos vacinações acima de um certo patamar têm pouco
de parâmetros dinâmicos: efeito adicional, no que diz respeito a reduzir adi-
cionalmente o tempo de erradicação. Tal patamar
Sistema 1: µ = 600 1
, γ = 301 3
, β = 10 . Esse sis- corresponde aproximadamente ao patamar crı́tico
tema possui patamar endêmico cuja propor- no qual o modelo SIR iria prever a erradicação da
ção de infectados é pi = 4, 26%; doença. Nesse caso, tal erradicação ocorre predo-
minantemente devido à dinâmica determinı́stica
1 2 2
Sistema 2: µ = 600 , γ = 30 , β = 10 . Esse sis- do sistema, e não em função do efeito de esto-
tema possui patamar endêmico cuja propor- casticidade relacionado ao pequeno tamanho da
ção de infectados é pi = 1, 65%; população.
6 6
10 10

5 5
10 10

4 4
Tempo de erradicação

Tempo de erradicação
10 10

3 3
10 10

2 2
10 10

1 1
10 10

0 0
10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Índice de vacinação Índice de vacinação

Figura 3: Tempos para erradicação no caso do Sis- Figura 5: Tempos para erradicação no caso do Sis-
tema 1, com população de 700 indivı́duos. As curvas, de tema 3, com população de 700 indivı́duos. As curvas, de
baixo para cima, representam respectivamente os per- baixo para cima, representam respectivamente os per-
centis p = 0%, 10%, 20%, 50%, 80%, 90%, 100%. O centis p = 0%, 10%, 20%, 50%, 80%, 90%, 100%. O
eixo horizontal corresponde ao ı́ndice de vacinação v, e eixo horizontal corresponde ao ı́ndice de vacinação v, e
o eixo vertical corresponde ao valor (de cada percentil) o eixo vertical corresponde ao valor (de cada percentil)
do tempo de erradicação da doença. do tempo de erradicação da doença.

6
10

5
10
5
10

4
4 10
Tempo de erradicação

10
Tempo médio de erradicação

3 3
10 10

2
10 2
10

1
10
1
10

0
10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Índice de vacinação 0
10 100 200 300 400 500 600 700
Tamanho da população

Figura 4: Tempos para erradicação no caso do Sis-


tema 3, com população de 300 indivı́duos. As curvas, de Figura 6: Tempos médios para erradicação no caso
baixo para cima, representam respectivamente os per- do Sistema 1, com populações de 100, 300 e 700 in-
centis p = 0%, 10%, 20%, 50%, 80%, 90%, 100%. O divı́duos. As curvas, de cima para baixo, represen-
eixo horizontal corresponde ao ı́ndice de vacinação v, e tam respectivamente os ı́ndices de vacinação de v =
o eixo vertical corresponde ao valor (de cada percentil) [0, 0.005, 0.01, 0.03, 0.06, 0.1, 0.2, 0.4, 1.0].
do tempo de erradicação da doença.

As figuras 6 a 8 mostram o tempo médio de


o dimensionamento desses rebanhos.
erradicação da doença versus o tamanho da popu-
lação, para diversos patamares de vacinação. A figura 7, por outro lado, mostra uma si-
Em particular a figura 7 estuda o caso de uma tuação em que o patamar endêmico já seria tão
doença mais difı́cil de erradicar que os outros dois. baixo que a erradicação iria ocorrer de qualquer
A figura deixa claro, nesta situação, o crescimento forma, pelo mero efeito de estocasticidade, sendo
exponencial do tempo médio de erradicação da do- que neste caso o aumento do tamanho da popu-
ença com o crescimento do tamanho da popula- lação, na faixa considerada aqui, afeta pouco tal
ção. Esses dados têm importantes consequências erradicação estocástica. Já a figura 8 mostra a si-
no contexto, por exemplo, de saúde animal: fica tuação em que o próprio modelo SIR já iria prever
claro aqui o efeito de se reduzir a dimensão dos a erradicação. Como seria de se esperar, tanto a
rebanhos animais, de forma a evitar a persistên- vacinação quanto o tamanho da população têm
cia de doenças infecciosas no rebanho. Análises pouca influência sobre o tempo de erradicação,
como a desta figura podem ser úteis para permitir neste caso.
Pode-se vislumbrar a aplicabilidade dos estu-
10
5 dos aqui descritos principalmente no contexto da
saúde animal, permitindo o dimensionamento de
4 rebanhos de forma a que o tamanho das popula-
10
ções seja também uma variável de controle sobre
Tempo médio de erradicação

3
a propagação de epidemias.
10

2
Agradecimentos: Os autores agradecem o apoio finan-
10
ceiro recebido do CNPq.

1
10
Referências
0
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[0, 0.005, 0.01, 0.03, 0.06, 0.1, 0.2, 0.4, 1.0]. Nepomuceno, E. G., Aguirre, L. A., Takahashi,
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