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Referencial Teórico
Essa luta para não ocorrer o Apartheid digital foi através do projeto acima citado é preciso
investir para que tão logo alunos possam ter acesso as novas tecnologias, pois quem está a
margem dessa (r)evolução sofre a exclusão social. A chama da esperança é acesa através da
educação, e com ela a mudança de paradigmas e de realidades é certa.
De acordo com Rogers (In Dupas, 1999), a exclusão, em sua essência, é multidimensional,
manifesta-se de várias maneiras e atinge as sociedades de formas diferentes, sendo os países
pobres afetados com maior profundidade. Os principais aspectos em que a exclusão se apresenta
dizem respeito à falta de acesso ao emprego, a bens e serviços, e também à falta de segurança,
justiça e cidadania. Assim, observa-se que a exclusão se manifesta no mercado de trabalho, e é
necessário que nossos governantes aprovem políticas públicas de crescimento social, para que a
exclusão digital seja apenas um pesadelo do passado.
Segundo Brandão e Crema (1991) apud CAVALCANTI (2011), a capacitação profissional numa
perspectiva não-assistencialista é entendida não apenas como meio de geração de renda e
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emprego, mas também como fator de incremento às economias locais, sobretudo em áreas
deprimidas.
A capacitação profissional vai além de uma simples preparação para o mercado do trabalho ou
um meio de ter acesso ao emprego, é principalmente a formação do cidadão capaz da interação
cívica e social, uma mudança no eixo da sua vida.
A UFCG foi criada pela Lei 10.419 de 09 de abril de 2002, através do desmembramento da
Universidade Federal da Paraíba. Após sua criação, passou a ser sediada na cidade de Campina
Grande, abrangia quatro campi universitários: o campus de Campina Grande, sede da Reitoria, os
campi de Patos, Sousa e Cajazeiras, depois foram criados os campi de Cuité e de Sumé. No
Centro de Ciências Jurídicas e Sociais (CCJS) funcionam os cursos de Administração, Ciências
Contábeis, Direito e Serviço Social, possuindo duas unidades acadêmicas: a de Direito e Serviço
Social (UAD) e a de Ciências Contábeis e Administração (UACC) à qual o projeto Infoinclusão
na cidade de Sousa/PB está vinculado, desde 2005. A UFCG desenvolve vários projetos e
programas de extensão através de seus onze centros.
O projeto Infoinclusão na cidade de Sousa/PB realiza suas atividades desde 2005 na busca de
minimizar a problemática da exclusão informacional, oferecendo formas de capacitação
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profissional, gratuitas, direcionadas aos jovens da comunidade sousense, promovendo, assim, o
desenvolvimento educacional e econômico para a comunidade.
Metodologia
A opção metodológica utilizada no projeto foi de capacitar os graduandos que atuam como
professores para o ensino de Informática durante o primeiro período letivo, nessa capacitação
foram elaborados os planejamentos, a produção de textos e listas de exercícios. Ao final da
execução desse curso foram aplicados os questionários de avaliação do curso respondidos por
parte dos alunos que participaram na vigência de 2011. Para coleta de dados aplicou-se um
questionário aos alunos de uma turma para fazer a estatística descritiva.
3
Resultados da pesquisa
A avaliação feita em uma turma com 12 alunos de informática básica em 2011, segundo a tabela
1, foi satisfatória, mais de 90% dos alunos avaliaram o curso entre bom e excelente como sendo
atualizado e útil para sua vida profissional. Outro dado importante refere-se ao conhecimento
sobre informática, antes e depois do curso oferecido pelo projeto infoinclusão, cerca de 58% dos
alunos consideravam o seu conhecimento em informática entre ruim e regular, ao término do
curso esse número foi alterado, ficando 100% dos alunos com conhecimento entre bom e
excelente, dessa forma conseguiu-se uma transformação. A frequência com que os alunos
utilizavam o computador antes e depois do curso também foi modificada, passou de 41,5 % de
ruim a regular para mais de 91% de bom a excelente.
Tabela 1
Ruim 0 0%
Bom 1 8,3
%
Regula 1 8,3
r %
Excele 10 83
nte %
Ruim 0 0%
4
Bom 4 33,
2%
Regula 0 0%
r
Excele 8 66,
nte 4%
Ruim 2 16,
6%
Bom 4 33,
2%
Regula 5 41,
r 5%
Excele 1 8,3
nte %
Ruim 0 0%
Bom 3 24,
9%
Regula 0 0%
r
Excele 9 74,
nte 7%
Ruim 2 16,
6%
Bom 5 41,
5%
Regula 5 41,
r 5%
Excele 0 0%
5
nte
Ruim 0 0%
Bom 1 8,3
%
Regula 1 8,3
r %
Excele 10 83
nte %
Considerações Finais
Ao longo de anos o mundo vem tomando moldes tecnológicos e com isso há a necessidade das
pessoas se adaptarem a essa inovação. Algumas ações são essenciais para a efetividade da
inclusão digital, como parcerias entre empresas públicas e privadas, ONGs, voluntários e
sociedade organizada, visando promover a capacitação profissional e a inclusão social através da
tecnologia. É com esse escopo que o projeto infoinclusão se desdobra para capacitar alunos da
cidade de Sousa, mostrando-os o caminho do sucesso, através do primeiro passo, o
conhecimento.
No que se refere ao relacionamento professor-aluno e aluno-aluno observou-se uma interação
entre os aprendentes, tendo um desenvolvimento substancial em alguns graduandos professores,
partir da experiência que tiveram em sala de aula, tanto com relação a sua postura perante os
alunos como ao seu desempenho acadêmico.
Referências
ANDRÉ, Marli et al. Pedagogias das diferenças na sala de aula. 7. ed. Campinas: Papirus,
1999.
BRANDÃO, Denis M. S.; CREMA, Roberto. Visão holística em psicologia e educação. São
Paulo, Summus, 1991.
CANDAU, V.M. Magistério: construção cotidiana. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
CARLINI, Alda Luiza et al. Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. 2 .ed. São
6
Paulo- SP: Avercamp, 2004, SCARPATO, Marta (org).
CAVALCANTI, Janeide Albuquerque. Relatório geral do Projeto Infoinclusão na cidade de
011.
Sousa/PB. 2
DEMO, Pedro. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre-RS: Mediação, 2004.
ETIEVAN, Nathalie de Salzmann. Não saber é formidável! A educação para o despertar da
consciência e o desenvolvimento do sentimento. São Paulo: Horus, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. 10.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.
GIROUX, H. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1973
MORALES, Pedro. A relação professor-aluno - o que é, como se faz. 5.ed. São Paulo: Edições
Loyola, 2004.
OLINDA, Ercília Maria Braga de, et al. Práticas e aprendizagens docentes. Fortaleza, 2007.
ROGERS, Garry; Gore, C. & Figueiredo, J. (Eds.) (1995). Social exclusion: rethoric, reality,
responses. Genebra: International Institute for Labor Studies
ROMÃO, J. E. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógico da escola.
São Paulo: Cortez/ Instituto Paulo Freire, 2001.