RESENHA DE LIVRO

Guilherme de Freitas Silva1

1. TÍTULO
A CRISE DO CAPITALISMO E A RESPOSTA DA TEOLOGIA

2. REFERÊNCIA DA OBRA
SHAULL, Richard. O Cristianismo e a Revolução Social. União Cristã de Estudantes do Brasil,
1953. 104 p.

3. CREDENCIAIS DO AUTOR
Millard Richard Shaull nasceu em 1919 em Felton, York e faleceu em 2002 na Pesilvânia. Após
estudar Sociologia no Elizabethtown College – faculdade ligada à Igreja dos Irmãos, de matriz
pietista-anabatista – e de Teologia no Seminário Teológico de Princeton, Shaull e sua esposa
Mildred inscreveram-se na Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana, com vistas à
missão na América Latina. Atuando como missionário na Colômbia e Brasil, Shaull desenvolveu
um pensamento teológico marcado pela centralidade de temáticas políticas e sociais
características do contexto latino-americano, voltando-se para a análise das relações entre
religião e sociedade, fé e política.

4. RESUMO DA OBRA
O livro tem 104 páginas e é divido em sete capítulos. O primeiro capítulo apresenta as crises que
o mundo vivenciava na primeira metade do século XX: a crise do capitalismo, a crise da
sociedade moderna, o espírito revolucionário das massas e a crise religiosa e como uma
oportunidade para o Comunismo. No capítulo dois, Shaull apresenta sua breve compreensão
acerca do marxismo e da contribuição de Lênin ao Marxismo. Em seguida, no capítulo três o
autor afirma que nossa sociedade capitalista caminha para o colapso e o espírito revolucionário
de nosso tempo sugere que o comunismo está próximo, mas apontando as falhas do socialismo
soviético, questiona se este é o melhor caminho. No quarto capítulo, o autor caracteriza o
comunismo como uma "heresia cristã", que enfatiza certos elementos do evangelho que a
maioria dos cristãos tem descuidado. No capítulo cinco Shaull propõe o abandono da ideia de
que a única vocação cristã é o ministério para que seja feita a ocupação dos espaços da sociedade
(fábricas, sindicatos...). O capítulo seis aborda a responsabilidade dos cristãos na política, e por
fim, o capítulo sete os desafios à fé e à vida cristã.

5. CONCLUSÃO DO RESENHISTA
A escolha do título desta resenha, A crise do capitalismo e a resposta da teologia, está
relacionada ao modo como o autor do livro vai introduzindo suas ideias. Ele inicia fazendo uma
crítica da sociedade atual (capitalista) apontando para a sua completa crise. Em seguida ele
introduz sua compreensão do marx-leninismo, também tecendo muitas críticas: "A tirania e
crueldade do governo soviético não têm necessária conexão com o sistema econômico do
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Turma: 2018/1. Matrícula: 3038815. Esta resenha refere-se ao cumprimento de tarefa das Atividades Acadêmicas
Complementares .
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comunismo. É possível conceber o comunismo na vida econômica, simultaneamente com
liberdade e humanitarismo. Isto teria de pressupor um espírito diferente e uma diversa ideologia"
(p.49). Por fim, Richard Shaull propõe a urgente necessidade de se fazer uma teologia
contextualizada com crise da sociedade capitalista, uma teologia disposta a elaborar a
significação da esperança cristã e comprometida com o amor e a justiça.

6. CRÍTICA DO RESENHISTA
Ao ler Cristianismo e revolução social precisamos ter em mente que é um livro escrito no
período da guerra fria por um jovem missionário norte americano que atuava no Brasil.
Encontramos no livro uma clareza do autor acerca da crise da sociedade capitalista e o espírito
revolucionário que surgia, mas também uma preocupação com a expansão do socialismo
soviético e consequentemente possível cerceamento da liberdade de culto. Todavia, neste livro
Richard Shaull já começa a desenvolver suas ideias teológicas fundamentais que ele iria
aprofundar em seus escritos posteriores, como a necessidade de se fazer uma teologia
contextualizada, disposta a ocupar os lugares da sociedade.

7. INDICAÇÕES DO RESENHISTA
Por ter uma linguagem bem acessível, o livro é indicado aos teólogos, estudantes de teologia e
demais interessados no pensamento do Richard Shaull que desejam conhecer o surgimento das
suas ideias, bem como o surgimento da própria teologia latino-americana em meio protestante,
devido ao pioneirismo da obra.

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